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II- DA TUTELA ANTECIPADA (esse pedido é para que consiga ver sua

filha antes do julgamento e recursos)

Prevê o art. 273 do Código de Processo Civil, a antecipação dos efeitos da


tutela pretendida quando, havendo prova inequívoca, o juiz se convença da
verossimilhança da alegação e haja fundado receio de dano irreparável.

No caso em tela, não há qualquer duvida a respeito do direito do autor, posto


que sendo pai, a lei lhe confere dever/direito de ter o filho em sua companhia
e ainda fiscalizar sua manutenção. De toda sorte, a maior, provados fatos
alegados, é a necessidade de ajuizamento da presente para ver seu filho.

Com relação ao dano irreparável, este é patente, em razão da proibição da


genitora do menor em permitir que o pai exerça o direito de visita ao filho.

II - DA EXPOSIÇÃO FÁTICA
O Requerente é pai do menor xxxxxx, que também é filho da Requerida. O
menor vive com a mãe e desde seu nascimento, a genitora priva a
convivência entre o pai e a criança.
O requerente cumpre com as obrigações financeiras (aqui é um ponto
importante para alegar pro juiz, por isso te falo que depois que começar a
pagar a pensão será mais fácil ter as visitas), arca com as necessidades do
menor, se preocupa com a saúde e o bem estar da criança. É bem sabido,
que o direito de visitas regulares pelo pai, ao filho, é um dever/direito ao qual
este não pode ser privado, sendo sua presença fundamental para o
desenvolvimento do filho.

Tal situação não pode mais perdurar, posto que é direito dos filhos ter o pai
em sua companhia, para receber a assistência garantida a toda criança.

Resta ainda que, conforme preceitua o Art. 1.584 “A guarda, unilateral ou


compartilhada, poderá ser”:
“II – Decretada pelo juiz, em atenção à necessidade especificas do filho,
ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com
o pai e com a mãe”.
Dessa forma, pede-se que seja deferido o pedido de regulamentação de
visitas.

III- DO DIREITO
Ressalta-se da necessidade do contato e a convivência entre pais e filhos,
pois assim a criança poderá crescer cercada de muito amor, carinho e afeto,
tendo um bom desenvolvimento físico e psicológico. Lembrando que os pais
do menor não vivem mais juntos, portanto imprescindível que o requerente
tenha contato com o filho, sob pena de virem ter conflitos futuramente, pela
falta de convivência.
É um direito da criança a convivência com seu pai. Colhe-se do caput do
art. 19 da Lei n. 8.069/1990:

“Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da


sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas
dependentes de substâncias entorpecentes” (grifo nosso).
De mais a mais, não bastasse à citada disposição da Lei  8.069/1990, a Lei
n. 12.318/2010 assim determina no caput do seu art. 2º:

“Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelas avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a
sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos
atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados
diretamente ou com auxílio de terceiros:

III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor”. (g.n)


Portanto, expressamente vedada à conduta da genitora, que tem dificultado o
contato do autor com seu filho – caracterizando-se tal conduta como prática
de alienação parental. A referida Lei é ainda mais expressa em seu art. 3º:

“A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou


do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de
afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral
contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à
autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda”.
Assim, com o intuito de preservar os direitos do autor e de seu filho com a
Requerida, requer seja regulamentado o regime de visitas da seguinte forma:

 Com aviso de véspera que as visitações sejam livres e ao menos


2 (duas) vez ao mês o pai poderá retirar seu filho com a mãe no
domicílio da mesma, sexta-feira às 19h00m e devolver no
domingo às 21h00m. (aqui é um exemplo, pode colocar outra
forma que adapte com a sua vida e depois ela pode contestar até
ser algo viável pros dois)

 Nos períodos de férias escolares, cada um desfrutará de metade


do tempo de interrupção das atividades escolares do menor,
sendo 15 dias no mês de julho e 15 dias nas férias de final de ano
letivo.

 Conforme consignado alternadamente cada ano o filho do casal


passara as festividades do Natal na casa do pai e Ano Novo na
casa da mãe, a se iniciar este ano pelo Natal com o pai. (Pode
não pedir isso ou fazer de uma forma mais flexível)
Ex: Natal 2017 - pai; Ano Novo 2017 - mãe; Natal 2018 - mãe; Ano Novo 2018
- pai, sucessivamente e alternadamente.

 No domingo referente ao Dia das Mães, o menor passará com a


mãe, e no domingo referente ao Dia dos Pais, o menor
permanecerá com o pai, observado o horário estabelecido.
A doutrina vai além de todos os dispositivos legais acima colacionados:

“A visitação não é somente um direito assegurado ao pai ou à mãe, é direito


do próprio filho de com eles conviver, o que reforça os vínculos paterno e
materno-filial. (...) Consagrado o princípio proteção integral, em vez de
regulamentar as visitas, é necessário estabelecer formas de convivência, pois
não há proteção possível com a exclusão do outro genitor.” Maria Berenice
Dias (Manual de Direito das Família, 2011, p. 447).
Ao final da demanda ou mesmo no desenvolvimento do processo, restará
provado que a proposta acima de regulamentação de visitas, está de acordo e
atende ao melhor interesse dos menores.

IV DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer em caráter de urgência:
a) A tramitação prioritária do presente processo, consoante determinação da
Lei n. 12.318/2010 em seu art. 4º.

b) A antecipação dos efeitos da tutela de urgência (art. 300 do Novo CPC),


inaudita altera parte, para que o autor exerça de pronto seu direito, nos
termos delineados supra (§ VIII), porquanto presentes, como demonstrado
acima (§§ X e XI), os requisitos de verossimilhança das alegações, de prova
inequívoca, bem como o fundado receio de dano irreparável;

Em caráter definitivo:

c) A citação da (o) ré, por Oficial de Justiça para que compareça em


audiência de conciliação, instrução e julgamento, a ser designada por este
Douto Juízo, onde, se quiser, poderá oferecer resposta, sob pena de sujeitar-
se aos efeitos da revelia (art. 344 do Novo CPC);

d) A intimação do ilustre representante do Ministério Público para intervir no


feito ad finem (art. 178, II, do Novo CPC);

e) A concessão do benefício da Justiça Gratuita, nos termos das Constituição


Federal (art. 5º, LXXIV) e da Lei n. 1.060/1950 (art. 2º, caput e parágrafo
único);

f) A regulamentação do direito de visitas, conforme delineado acima.


G) Seja fixada sanção pecuniária, na forma descrita acima, com base no
art. 814, do Novo CPC, no valor de metade do salário mínimo vigente (R$
468,00), na eventualidade de a ré descumprir a decisão que antecipe os
efeitos da tutela ou a sentença de mérito.

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