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AO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA

COMARCA DE ITAPEMA SC

LALALALA brasileira, união estável, costureira, inscrita no CPF nº00000000, com


endereço na Rua Izidorio Luiz Crispim, nº 0000, casa, Itapema - SC, CEP 88200-000, email
creunicealmeidasantos69@gmail.com telefone (91)993090826.vem, respeitosamente
perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 693 e seguintes do Código de
Processo Civil, propor

AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO c/c GUARDA, VISITAS, PARTILHA DE BENS E


ALIMENTOS

em face de ,LULULU scrito no CPF nº telefone 00000000000 , expondo e requerendo,


pelos fundamentos fáticos e jurídicos doravante apresentados:

I - DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

O requerente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, com fundamento no art.


98 e seguintes do CPC c/c art. 5, LXXIV, da CF, tendo em vista não possuir condições
financeiras para arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios, sem
prejuízo do próprio sustento ou da família. Nesse sentido, junta-se declaração de
hipossuficiência, CTPS/renda mensal, cópia dos extratos bancários de contas de sua
titularidade dos últimos 2 meses , declaração de isento IR apresentada à Receita
Federal, declaracao a proprio punho que nao possue bens moveis ou imoveis,

II - DOS FATOS

As partes são casadas sob o regime da comunhão parcial de bens desde 13 de agosto de
2000, conforme se verifica da certidão de casamento (fls. xx). Não há pacto antenupcial.
Da união, nasceu um filho, Demóstenes, atualmente com 3 anos de idade (fls. xx).
Após 10 anos de intenso convívio, o casal se separou de fato; desde 5 de setembro de
2015, o requerido deixou o lar conjugal, no qual Demóstenes (menor impúbere) ficou
sob a guarda fática da requerente. O casal possui bens a serem partilhados (fls. xx).

Embora o casal se encontre separado de fato, o requerido negou-se a realizar um


divórcio consensual mediante contato prévio com a requerente, razão pela qual tornou-
se necessária a propositura do presente divórcio litigioso.

III - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A) DO DIVÓRCIO LITIGIOSO

A Constituição Federal de 1988, através da redação da Emenda Constitucional nº


66/2010, promoveu alterações no § 6 do art. 226 do aludido diploma, admitindo-se que o
casamento civil poderia ser dissolvido pelo divórcio direto, suprimindo o requisito de
prévia separação judicial por mais de 1 ano ou comprovação da separação de fato por
mais de 2 anos.

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 66, de 2010)
Nesse sentido, é direito potestativo da requerente divorciar-se do requerido, não
possuindo mais nenhum interesse em continuar a união matrimonial, consubstanciado
no inciso II do art. 5 da CF.

B) DA GUARDA (Caso não haja ação autônoma regulamentando)

O filho, Demóstenes (menor impúbere), estando de fato com a requerente, permanecerá


com a mesma. A priori, incumbe salientar que o direito busca, precipuamente,
resguardar os interesses do menor à luz do princípio do melhor interesse da criança e,
dessa forma, é salutar que toda criança conviva em ambiente familiar, sendo que o
dever da família corresponde a assegurar o bem-estar da criança, nos termos do caput
do art. 227 e primeira parte do art. 229, ambos da Constituição Federal, e art. 19 do
ECA, in verbis:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (...)
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família
e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
Nesse sentido, em atenção as necessidades dos menores, a primeira parte do § 1 do art.
1583 do CC e parágrafos do art. 33 do ECA, preconizam que a guarda deverá
permanecer com aquele que atender o bem-estar do menor, garantindo-lhe subsistência
digna, com a devida observância e regularidade de fiscalização, ipsis litteris:

Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.


§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a
alguém que o substitua (art. 1.584, § 5) (...)
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os
interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre
será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou
subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e
psicológica e a educação de seus filhos.
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à
criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
inclusive aos pais.
Em face dos fatos narrados (explicar detalhadamente que a requerente possui melhores
condições - quais condições são essas).

Dessa forma, o princípio do melhor interesse da criança é evidenciado nas atitudes da


requerente, exercendo a guarda de fato do menor sob sua égide e manutenção, gerindo-
o em seu seio do núcleo familiar com viabilização de demasiados benefícios e condições
para os cuidados essenciais e, consequentemente, não havendo empecilhos ou ausência
de motivos para pleitear a guarda da criança.
C) DAS VISITAS (Caso não haja ação autônoma regulamentando)

Outrossim, ressalta-se que os direitos de visitação do requerido permanecem, conforme


caput do art. 1589 do CC, ipsis litteris:

Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-
los em sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo
juiz, bem como fiscalizar sua manutenção e educação.
Como consequência do estabelecimento da guarda unilateral, pretende a requerente que
a convivência do menor ocorra de forma igualitária com o requerido, mediante o
revezamento, nos termos do inciso II do art. 1584 do CC, in verbis:

Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:


II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da
distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
Maria Berenice Dias (Manual de Direito das Familias, 2021, p. 392) esclarece que:

Escassa (...) é a regulamentação do direito de convivência, que todos insistem em


chamar de direito de visitas, expressão de todo inadequada. Os encargos inerentes ao
poder familiar não se limitam a assegurar ao genitor o direito de ter o filho em sua
companhia em determinados períodos de tempo (...). Daí a preferência por direito de
convivência ou regime de relacionamento, eis que é isso que deve ser preservado, mesmo
quando pai e filho não vivem sob o mesmo teto. (...) Consagrado o principio da proteção
integral, em vez de regulamentar as visitas, é necessário estabelecer formas de
convivência, pois não há proteção possível com a exclusão do outro genitor.
Em consonância com o acatado e consubstanciado no princípio do melhor interesse da
criança, a requerente entende e requer que seja regulamentada a visita do requerido
nos exatos termos (delimitar férias escolares, festividades de final de ano, visitações aos
finais de semana, datas comemorativas de dia dos pais e mães, dias de aniversário).

D) DOS ALIMENTOS E ALIMENTOS PROVISÓRIOS (Caso não haja ação


autônoma regulamentando)

Conforme § 1 do art. 1694 e 1695 do CC, na fixação de alimentos, deverá ser observado
o binômino da necessidade do alimentando e a possibilidade do alimentante. Ainda, por
expressa determinação do art. 1703 do CC, ambos os genitores são legalmente
responsáveis pela manutenção do sustento da prole, ou nos termos deste:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social,
inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos
recursos da pessoa obrigada.
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes,
nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se
reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente
contribuirão na proporção de seus recursos.
Nessa toada, o requerido possui o dever de prestar alimentos, não podendo se escusar
sob nenhuma possibilidade, haja vista os demasiados custos promovidos pela
requerente, como se prevê no art. 2 da Lei 5478/68:

Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz


competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco
ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência
ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os
recursos de que dispõe.
OBS: Explicar detalhadamente as características do requerido e suas condições
financeiras

Não obstante, a fixação de alimentos provisórios se faz também necessária, uma vez que
os dispêndios essenciais ao sustento do filho recaiam somente a responsabilidade da
requerente é inversamente proporcional e injusto, enquanto o conflito não for
solucionado, à luz do art. 4 da Lei 5478/68 e caput e § 1 (se houver justiça gratuita) do
art. 300 do CPC, ipsis litteris:

Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la. (se houver justiça gratuita)
No tocante a probabilidade do direito, encontra-se tutelados no Código Civil e na
Constituição Federal, consubstanciados no princípio do melhor interesse da criança e
da dignidade da pessoa humana, visto que não é possível para a requerente por si só,
manter todos os dispêndios como demonstrado nos fatos.

Em relação ao perigo da demora, a requerente não apresenta condições financeiras de


suportar o sustento por si só, sendo necessidade manifesta da requerente de subsistência
até o desfecho do processo e consequente prolação de sentença de alimentos definitivos.

Sendo assim, para assegurar ao menor a proteção jurisdicional ao melhor interesse


durante o iter processual e em razão dos fatos aduzidos, requer-se fixação dos alimentos
provisórios em prol da requerente, em caso de emprego formal, no importe de 30% de
seus rendimentos líquidos, assim entendida toda a renda bruta menos o desconto da
previdência social oficial, incidindo sobre décimo terceiro salário, abono constitucional
de férias, horas extraordinárias, PLR, FGTS, adicionais e demais abonos, desde que não
inferior a 1 salário mínimo vigente, mantido o indexador para futuros reajustes, com
adimplemento mediante automático desconto em folha de pagamento com posterior
depósito da quantia em conta bancária de titularidade da requerente a ser (informar
conta), a ser pago até o dia 10 de cada mês, convertido em alimentos definitivos ao fim
da demanda.

Em caso de desemprego ou emprego informal, o requerido deverá pagar a título de


alimentos o equivalente a 1 salário mínimo vigente, mantido o indexador para reajustes
futuros, devendo o adimplemento da prestação alimentícia ser pago até o dia 10 de cada
mês, mediante depósito bancário realizado pelo requerido na conta de titularidade da
genitora do menor supracitada, valendo o comprovante bancário como recibo de
pagamento, sendo vedado o depósito em sistema eletrônico de autoatendimento.

E) DO NOME

A requerente voltará a adotar o seu nome de solteira, sendo (...)


F) DOS BENS À PARTILHA

OBS: Caso ocorra inexistência de bens adquiridos na constância do casamento, não é


necessário discorrer sobre, apenas informar a ausência de bens.

No tocante aos bens, as partes elegeram o regime da comunhão parcial de bens, nos
termos do art. 1658 do CC, in verbis:

Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao


casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.660. Entram na comunhão:

I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em


nome de um dos cônjuges;

Nesse sentido, segue a descrição patrimonial correspondente para que se efetue a


partilha, considerando o direito da requerente à 50% de seu valor: (Informar
detalhadamente todos os bens móveis e imóveis, anexando os documentos
correspondentes a propriedade)

III - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer-se à Vossa Excelência:

a) Que seja DEFERIDO os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA em prol do requerente,


com fulcro no inciso LXXIV do art. 5º da CF e art. 98 do CPC, em razão da mesma ser
pobre na acepção jurídica do termo, não possuindo condições de arcar com as despesas
do processo sem prejuízo do próprio sustento ou de sua família; (se houver)

b) A CITAÇÃO POR CORREIO do requerido ao respectivo (s) endereço (s) (...) para,
querendo, apresentar contestação no prazo legal de 15 dias, sob pena de imposição de
revelia e seus efeitos, nos termos do § 2 do art. 695 e 335 do CPC;
OBS: Caso a localização do endereço do requerido seja desconhecida, argumentar nos
termos do § 1 do art. 319 do CPC para requerer a realização de diligências necessárias;

c) A INTIMAÇÃO do ilustre representante do Ministério Público para intervir no feito


ad finem, conforme inciso II do art. 178 do CPC;

d) A TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA do feito com fulcro no inciso II do art. 1048 do


CPC, em razão de envolver menor, conforme faz prova mediante documento acostado;

e) O PROCESSAMENTO da ação sob SEGREDO DE JUSTIÇA, nos termos do inciso


II do art. 189 do CPC;

f) A EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO para abertura de conta corrente em nome da


requerente para ser utilizada ao exclusivo depósito dos alimentos fixados;

g) Que todas as INTIMAÇÕES e PUBLICAÇÕES deste processo sejam realizadas


exclusivamente em nome de (...), sob pena de nulidade absoluta dos atos subsequentes;

h) A FIXAÇÃO de ALIMENTOS PROVISÓRIOS, nos termos do § 1 e caput do art.


300 do CPC c/c art. 4 da Lei 5478/68, em caso de emprego formal no importe de (...) %
de seus rendimentos líquidos, assim entendida toda a renda bruta menos o desconto da
previdência social oficial, incidindo sobre décimo terceiro salário, abono constitucional
de férias, horas extraordinárias, PLR, FGTS, adicionais e demais abonos, desde que não
inferior a 1 salário mínimo vigente, mantido o indexador para futuros reajustes, com
adimplemento mediante automático desconto em folha de pagamento com posterior
depósito da quantia em conta bancária de titularidade da requerente, a ser aberta para
tal fim, devendo estes AO FINAL serem CONVERTIDOS em ALIMENTOS
DEFINITIVOS para a conta que este juízo designar;

OBS: Caso seja desconhecido a estrutura financeira do requerido, oficiar ao INSS e ao


empregador para que seja determinada informações sobre a origem das contribuições
previdenciárias do mesmo;

i) Que ao final seja a presente demanda julgada TOTALMENTE PROCEDENTE,


consequentemente DECRETANDO a guarda unilateral de Demóstenes em favor da
requerente, mediante a expedição do termo de guarda unilateral definitiva, fixando a
homologação do direito de visitas ao requerido nos exatos termos ora pleiteados;

j) Que ao final seja a presente demanda julgada TOTALMENTE PROCEDENTE,


consequentemente DECRETANDO o divórcio litigioso dos cônjuges e a respectiva
expedição do mandado de averbação e inscrição da sentença ao cartório de registro
civil, para que se proceda às alterações necessárias;

k) Que ao final seja a presente demanda julgada TOTALMENTE PROCEDENTE,


consequentemente DECRETANDO a partilha dos bens dos cônjuges na proporção de
50% para cada um, com as devidas averbações;

l) Que ao final seja a presente demanda julgada TOTALMENTE PROCEDENTE,


consequentemente DECRETANDO a RETIFICAÇÃO do nome da requerente, para
que se configure como (...), com a expedição do respectivo mandado de averbação ao
cartório de registro civil, com isenção de custas;

m) A NÃO realização de AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO e CONCILIAÇÃO, nos termos


do art. 695 do CPC, tendo em vista a impossibilidade absoluta de reconciliação e a
recusa do requerido em proceder no divórcio consensual;

n) A CONDENAÇÃO do requerido ao pagamento das custas processuais, sem prejuízo


dos honorários advocatícios ao importe de 10%, nos termos do § 2 do art. 82 e 85 do
CPC;

IV - DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


especialmente mediante as provas documental, testemunhal, depoimento pessoal,
pericial e inspeção judicial.

Atribui-se à causa o valor de R$.... (soma do valor dos bens a partilhar mais o valor
equivalente a 12x o salário mínimo vigente), nos termos dos incisos I, III e VI do art. 292
do CPC.
Termos que,

pede deferimento.

Município, dia/mês/ano

(Nome do advogado)

OAB/UF XXX.XXX

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