A requerente pede:
1) Reconhecimento e dissolução de união estável com o requerido com quem conviveu por 8 anos e tem 1 filho menor
2) Partilha de bens adquiridos durante a união, incluindo 2 imóveis no valor total de R$70.000,00
3) Guarda unilateral do filho menor com o requerido tendo direito de visitas supervisionadas devido à história de violência
A requerente pede:
1) Reconhecimento e dissolução de união estável com o requerido com quem conviveu por 8 anos e tem 1 filho menor
2) Partilha de bens adquiridos durante a união, incluindo 2 imóveis no valor total de R$70.000,00
3) Guarda unilateral do filho menor com o requerido tendo direito de visitas supervisionadas devido à história de violência
A requerente pede:
1) Reconhecimento e dissolução de união estável com o requerido com quem conviveu por 8 anos e tem 1 filho menor
2) Partilha de bens adquiridos durante a união, incluindo 2 imóveis no valor total de R$70.000,00
3) Guarda unilateral do filho menor com o requerido tendo direito de visitas supervisionadas devido à história de violência
AO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE
ITABAIANA/SE.
URGENTE
SEGREDO DE JUSTIÇA
NICIA DA CRUZ SILVA, brasileira, maior, capaz,
convivente, faxineira, portadora do RG nº 23521021 SSP/SE e inscrita no CPF sob o nº 038.657.075-21, residente e domiciliada na Rua Josival Nunes dos Santos, nº 302, bairro Marianga, em Itabaiana/SE, CEP 49500-00, por si, e representando RYAN GUILHERME SILVA BERTOZO, menor impúbere, ora intermediada por seu patrono ao final firmado – instrumento procuratório acostado -, esse com endereço profissional inserto na referida procuração, o qual em obediência à diretriz fixada no art. 106, inc. I c/c art. 287, ambas do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 693 e segs. do Código de Processo Civil, ajuizar a presente
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C
PARTILHA DE BENS E FIXAÇÃO DE ALIMENTOS
Em face de ZAQUIEL BERTOZO DOS SANTOS, brasileiro,
maior, capaz, feirante, residente e domiciliado na Rua Josival Nunes dos Santos, nº 302, bairro Marianga, em Itabaiana/SE, CEP 49500-00, pelas seguintes razões de fato e direito.
I. GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A requerente não possui condições financeiras para
arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família, tendo em vista ser diarista e receber a quantia de meio salário mensalmente. Nesse sentido, junta-se a declaração de hipossuficiência (Doc. xx), e certidão de nascimento do filho (Doc. xx).
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça
Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
II. DOS FATOS
A requerente conviveu com o Requerido por
aproximadamente 8 (oito) anos, com início no final de 2014 e termino em 2021, onde na constância da união tiveram 1 filho menor impúbere conforme certidão de nascimento em anexo.
Durante essa convivência more uxorio, os conviventes
adquiriram os seguintes bens: 1. Imóvel em que ambos residem, mas em quartos separados; 2. Imóvel localizado na “Lata Velha”; sendo que ambos valem cerca de R$ 70.000,00 (setenta mil reais).
Além disso, os companheiros tiveram uma relação
duradoura, pública e com a finalidade de constituir família, requisitos exigidos pelo código civil em seu artigo 1.723, e por isso deve ser reconhecido por esse D. Juízo.
III. DO DIREITO
FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA PARA RECONHECIMENTO DA UNIÃO A
DISSOLUÇÃO
É induvidoso, pela legislação aplicável à espécie e
mesmo pela pacífica jurisprudência, que a “união estável”, com todos os seus reflexos, patrimoniais inclusive, goza de proteção legal e pode ser reconhecida e dissolvida judicialmente. “Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.”
Destarte, conforme consta, a “união estável” de
companheiros, comprovada pela convivência prolongada sob o mesmo teto como se casados fossem e a existência do filho, é um fato jurídico incontroverso irradiador de direitos e obrigações, legalmente protegido pelo estado.
DA PARTILHA
Em relação à formação do patrimônio que se quer ver
partilhado, é indubitável que a REQUERENTE colaborou na constituição do mesmo. Ao longo desses 8 (oito) anos de convivência, sempre trabalhou em prol do crescimento econômico da família constituída no curso da união estável. Argumenta-se para tanto, a aplicabilidade do artigo 5º da Lei n. 9.278/96, abaixo transcrito: Art. 5º Lei 9.278/96 - Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito.
No presente caso, como também já fora mencionado junto
aos fatos, as partes adquiriram os seguintes bens, quando da existência da união estável: 1. Imóvel em que ambos residem, mas em quartos separados; 2. Imóvel localizado na “Lata Velha”; sendo que ambos valem cerca de R$ 70.000,00 (setenta mil reais). De tal forma que a Requerente pretende ficar com o imóvel que reside atualmente, uma vez que foi adquirido na constância da união estável com o Requerido, bem como é o imóvel que constitui sua família e seu lar.
DA GUARDA UNILATERAL
Após a ruptura do relacionamento, a Requerente ficou
com a guarda provisória de seu filho, uma vez que o Requerido não tem contribuído com as contas do lar nem com as responsabilidades de pai. Assim almeja que desta forma permaneça haja vista o histórico de violência do Requerido.
Diante dos fatos já transcritos resta demonstrado que
a mãe biológica doravante Requerente atende a determinação legal do art. 19 da Lei nº. 8.069/90 que “toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes”. E deixando os pais de viver sob o mesmo teto, ainda que haja situação de conflito entre eles sobre a guarda dos filhos sujeitos ao poder familiar, é necessário definir a guarda, se conjunta ou unilateral.
O Artigo 1.583, § 1º e § 2º, I, II e III do Código
Civil diz que: Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (artigo 1.584, § 5º) e, (...). A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; II – saúde e segurança; III – educação.
No momento não há interesse pela guarda compartilhada
haja vista o Requerido estar levando o menor para bares, sendo que este apesar da pouca idade ter começado a falar “palavrões” por conta do convívio com o pai, pugna-se pela concessão da guarda a Requerente, fazendo jus a justiça e ao bem maior, ao interesse das menores.
Assim, requer a Requerente para si a guarda provisória
do seu filho, o menor impúbere RYAN GUILHERME SILVA BERTOZO por possuir condições afetivas, emotivas e psicológicas para ampara-lo.
DA REGULAMENTAÇÃO DO DIREITO DE VISITAS
Toda criança necessita do apoio familiar, o que inclui
a presença dos pais, para que possa crescer mental e emocionalmente perfeita. O direito do pai, ora requerido, que não convive com a criança, de lhe prestar visita é um direito fundamental, em razão de a convivência familiar ser um direito tanto para o pai como para os filhos que vivem distantes, visto que, apesar de seus genitores não conviverem mais juntos, o vínculo afetivo permanece e encontra proteção jurídica contra potenciais agressões. Assim se posiciona o ordenamento jurídico, conforme o disposto no Art. 19 da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).
O Artigo 1.583, parágrafo 3º, do Código Civil diz que
àquele que não detenha a guarda tem a obrigação de supervisionar os interesses do filho.
Diante do conteúdo explicitado, a Requerente acha
conveniente regulamentar neste juízo as visitas e assistência que o requerido venha a exercer com relação ao filho, sendo que no que diz respeito as visitas que estas sejam supervisionadas.
DOS ALIMENTOS
O dever de alimentar dos pais está expressamente
previsto na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 229. No mesmo sentido, o artigo 1.634, I, do Código Civil dispõe que a criação e a educação dos filhos menores competem aos pais. Este dever de sustento, criação e educação também é previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), em seu artigo 22, que leciona: Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir as determinações judiciais.
Verifica-se, portanto, que compete também ao Requerido
a prover o sustento do menor, e não só a sua mãe, cabe frisar que o Requerido não tem arcado com as despesas da casa nos últimos 4 (quatro) meses, como vem ocorrendo atualmente, afinal, são prestações para a satisfação das necessidades vitais de quem não pode provê-las por si. O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de alimentos, o direito de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos, nos termos do art. 1.694 e 1.696: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. [...] O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
De acordo com o parágrafo 1º do Artigo 1.694
supracitado, os requisitos para a sua concessão são: necessidade do alimentando e capacidade do alimentante, as quais restaram sobejamente demonstradas nos autos. Ora, as filhas do Requerido são menores impúberes, não apresentando quaisquer condições de prover os seus sustentos sozinhos, e sua mãe enfrentando dificuldades, não pode continuar a fazê-lo sozinha. Além da relação de parentesco, é imperativo que haja necessidade do alimentando, conforme preconiza o art. 1.695 do Código Civil.
Assim, uma vez constatado o grau de parentesco e a
necessidade, reconhece-se o dever de prestar alimentos requer desde já a fixação por Vossa Excelência em 30% do salário em vigor, atualmente essa quantia sendo R$ 300,00 (trezentos reais), já que não há qualquer dúvida sobre a paternidade do Requerido, o que demonstra que a inércia do mesmo se dá, tão somente, por má-fé, o que priva o menor de alguns bens necessários.
DA FIXAÇÃO IN LIMINE LITIS DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS
A criança é um ser em desenvolvimento e, justamente
por isso, deve ser atendida com prioridade (Art. 4º, da Lei nº 8.069/90) nos pleitos que formular ao ente público, aqui considerado o Poder Judiciário. Como o interesse social é a razão mais imperiosa deste tipo de demanda, a lei, antecipando qualquer alegação das partes, de forma imperativa para não permitir ao juiz perda de tempo na análise da questão, determina que deverão ser fixados alimentos provisórios em benefício do requerente, quando despachar o pedido, ou seja, no primeiro momento em que tiver o processo em mãos.
Nas ações de alimentos, o douto Magistrado deve,
desde logo, fixar os alimentos provisionais, nos termos do art. 4º da Lei 5.478/68, serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita.
No caso sub examine, resta translúcida a necessidade
de fixação de tal provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pela Requerente, tendo em vista que essa é diarista e só recebe a quantia de meio salário por mês, não sendo suficiente para arcar com as despesas da casa e também com as necessidades do menor.
Assim, almeja a Requerente, de plano, que sejam
fixados a título de alimentos provisórios o importe de 30% do salário em vigor, qual sendo R$ 300,00 (trezentos reais). Assim, os alimentos provisórios têm caráter irrefutavelmente urgentes, pelo que os mesmos deverão ser fixados de forma imediata.
IV. PEDIDOS
Diante do exposto, a procedência dos pedidos e assim
requerer:
a) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos
termos da Lei 1.060/50; b) a designação de audiência de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC;
c) a citação do requerido por carta de aviso de recebimento
para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de confissão e revelia;
d) a procedência do pedido inicial em todos os seus termos
com o reconhecimento e dissolução da união estável havida entre as partes, a declaração judicial dos direitos da autora relativos aos bens havidos durante união, a partilha dos referidos bens, que seja julgada procedente o pedido, regulamentando-se a guarda unilateral do menor impúbere em favor da genitora; bem como a fixação de alimentos provisórios no importe de 30% do salário em vigor, ou seja, no valor de R$ 300,00 (trezentos reais), os quais requer que, ao final, tornem-se definitivos;
e) A intimação do Ministério Público (art. 82, I, do CPC)
para que apresente as manifestações que julgar pertinentes.
Protesta a requerente pela produção de provas em direito
admitidas, especialmente depoimento pessoal de ambas as partes, ouvida de testemunhas, e juntada de documentos, se necessários para contrapor eventual alegação do requerido.
Dá-se à causa o valor de R$ 143.600,00 (cento e quarenta e
três mil e seiscentos reais), para os efeitos legais.