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Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE.

AO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE


ITABAIANA/SE.

Distribuição por dependência ao processo nº 201652000582

JOSÉ JAILSON DA SILVA SENA, brasileiro,


maior, capaz, convivente, marceneiro, portador do RG:
1.507.385 SSP/SE, e inscrito no CPF sob o n° 022.758.325-
64, residente e domiciliado na Rua Projetada, n°1066, Lote
27, Bairro Marcela, em Itabaiana/SE, CEP: 49500-00,
telefone: (79) 99909-1003, e-mail: não possui; vem mui
respeitosamente perante este Juízo, por meio do seu
advogado adiante assinado (procuração anexa), com
escritório profissional na Avenida Doutor Luiz Magalhães,
1311, Centro, na cidade de Itabaiana, Estado de Sergipe,
onde recebe intimações para o foro em geral, com fulcro nos
arts. 13 e 15 da Lei n. 5.478, de 25.07.1968, no art. 693,
Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE.
parágrafo único do Código de Processo Civil e nas razões de
fato e de direito a seguir aduzidos propor:

AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA

Em face de Maria Eduarda Alves Sena,


brasileira, maior, capaz, xxx, xxx, residente e domiciliada
xxx, nº xxx, bairro xxx, Itabaiana/SE, CEP 49.500.000 pelas
razões de fato e de direito que passa a expor:

1 - DOS FATOS

No processo de nº 201652000582 fora determinado


que o requerente pagasse a título de pensão alimentícia
17.04% do salário mínimo vigente à época da prestação, o
que hoje corresponde à R$ 187,44 (cento e oitenta e sete
reais e quarenta e quatro centavos).
Ocorre que a requerida completou a maioridade,
atualmente com 19 (dezenove) anos e não frequenta curso
superior e sequer prestou exame para ingresso na
Universidade. Assim tendo entende-se que à mesma possui
totais condições físicas e psicológicas para prover o
próprio sustento por meio do trabalho, sendo que esta
encontra-se trabalhando na mercearia do padrasto.
O trinômio necessidade/possibilidade
/proporcionalidade está prejudicado pela alteração desta
realidade específica. Não restando outro caminho para a
demandante a não ser o judiciário, uma vez que além da
maioridade da filha, o requerente ainda deve prover com o
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sustento de seu filho menor (segue certidão de nascimento
em anexo).

2 - FUNDAMENTOS JURÍDICOS.

2.1 – Modificação da situação fática na relação material.


Trinômio necessidade/proporcionalidade e possibilidade.

O Requerente funda o seu pedido na Lei n°


5.478/68, que dispõe sobre alimentos. Com efeito, reza a
referida lei em seus arts. 13, § I ° e 15:

Art. 13. O disposto nesta lei aplica-se


igualmente, no que couber, às ações ordinárias
de desquite, nulidade e anulação de casamento,
à revisão de sentenças proferidas em pedidos de
alimentos e respectivas execuções.
§ 1°. Os alimentos provisórios fixados na
inicial poderão ser revistos a qualquer tempo,
se houver modificação na situação financeira
das partes, mas o pedido será sempre processado
em apartado.
Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não
transita em julgado e pode a qualquer tempo ser
revista, em face da modificação da situação
financeira dos interessados.

Também no Código Civil Brasileiro assim dispõe


o art. 1.694, art. 1.699 e art. 1.708:

Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou


companheiros pedir uns aos outros os alimentos
de que necessitem para viver de modo compatível
com a sua condição social, inclusive para
atender às necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na
proporção das necessidades do reclamante e dos
recursos da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os
indispensáveis à subsistência, quando a
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situação de necessidade resultar de culpa de
quem os pleiteia [...].
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier
mudança na situação financeira de quem os
supre, ou na de quem os recebe, poderá o
interessado reclamar ao juiz, conforme as
circunstâncias, exoneração, redução ou
majoração do encargo [...].
Art. 1.708. Com o casamento, a união estável ou
o concubinato do credor, cessa o dever de
prestar alimentos.

A decisão que estipula os alimentos tem,


segundo Yussef Said Cahali, implícita a cláusula rebus sic
stantibus: O respectivo quantum tem como pressuposto a
permanência das condições de possibilidade e necessidade
que o determinara (Dos Alimentos, 2a ed., 2a tiragem, RT,
pág. 699).
De acordo com o estabelecido no art. 15 da Lei
n° 5.478/68, onde diz que caberá revisão de alimentos
quando a situação financeira dos interessados for alterada,
encontra a presente ação respaldo legal, reforçado
pacificamente pela doutrina:

"O que se nota é que uma relação jurídica


continuativa dá suporte material à ação de
alimentos, ou seja, uma relação jurídica em que
a situação fática sofre alterações com o passar
dos tempos. Deste modo, quando se diz que
"inexiste" coisa julgada material nas ações de
alimentos, faz-se referência apenas ao
"quantum" fixado na decisão, pois, se resultar
alterada faticamente a situação das partes pode
se alterar os valores da obrigação alimentar."
(Dos alimentos, Yussef Said Cahali, pg. 701, in
fine).

A jurisprudência também tem decidido


favoravelmente à exoneração do valor da pensão alimentícia,
quando existe modificação na situação fática da alimentada:
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FAMÍLIA. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE PENSÃO
ALIMENTÍCIA. CONSTITUIÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL PELA
CREDORA. EXTINÇÃO DO DEVER DE PRESTAR
ALIMENTOS. - O art. 1.708, do Código Civil,
prevê que a união estável do beneficiário dos
alimentos cessa o dever de prestar alimentos.
Desta forma, se a credora conservou convivência
duradoura pelo período aproximado de 6 anos, é
lícito o pedido de exoneração da pensão
alimentícia.

APELAÇÃO CÍVEL N° 1.0701.09.268285-8/001 -


COMARCA DE UBERABA - APELANTE(S): M.H.O. -
APELADO(A)(S): J.A.C. - RELATOR: EXMO. SR. DES.
ALBERTO VILAS BOAS

Desta forma, além da maioridade da


requerida, nascimento de seu outro filho, o autor ainda
necessita de dinheiro para sua própria mantença.

3 – DOS PEDIDOS.

Diante do exposto, requer:

a) Requer os benefícios da Gratuidade da Justiça por ser


pobre no sentido legal da palavra e não poder arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo
ao sustento próprio e de sua família;
b) A citação da requerida no endereço supra mencionado,
para querendo comparecer em audiência de conciliação, nos
termos do art. 695 do Código de Processo Civil, e após esta
que apresente contestação sob pena de revelia, nos termos
do art. 335 do Código de Processo Civil;
c) A produção de todas as provas admitidas, inclusive
documentais que ora junta e por aquelas que poderá juntar
oportunamente, e testemunhais;
Avenida Doutor Luiz Magalhães, 1311, Centro, Itabaiana-SE.
d) Ao final, ver declarada a procedência do pedido,
exonerando o encargo alimentar devido a filha;

Para efeitos meramente legais, atribui-se à causa o valor


de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Itabaiana, 23 de novembro de 2021.

ADVOGADO
OAB/SE

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