EXCELENTISSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DAS FAMILIAS
E SUCESSÕES DA COMARCA DE DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS
EBER FERREIRA, casado, operador de empilhadeira, inscrito no CPF sob nº
015.216.606-89, Carteira de Identidade nº MG 13.161.131, residente e domiciliado na Rua Imaculada Carvalho Milagre nº 20, bairro Sagrada Família, em Divinópolis/MG , por suas advogadas que este subscreve, conforme procuração anexa, com endereço profissional à Avenida Primeiro de Junho nº 318, sala 501, Centro, na cidade de Divinópolis-MG, para fins do art. 106, I, do Código de Processo Civil, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º do Código Civil, propor a presente:
AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS C/C PEDIDO LIMINAR
em face de KAIO YURI OLIVEIRA FERREIRA, brasileiro, solteiro, data de
nascimento 17/10/2005, residente e domiciliado à Rua Santa Terezinha nº 121 bairro Maria Helena, Divinópolis – MG, CEP: 35.500-354, pelas razões fáticas e jurídicas aduzidas:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A parte autora não possui condições de pagar as custas e despesas do
processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Código de Processo Civil, art. 98 e seguintes, e pelo art. 5º, LXXIV da Constituição Federal. Deste modo a parte autora faz jus à concessão da gratuidade de justiça. II - DOS FATOS
Ao que se vislumbra, através dos autos nº 2252438-17.2007.8.13.0223,
da Ação de Alimentos, que tramitou pela 2ª Vara das Família e Sucessões da Comarca de Divinópolis - MG, estabeleceu-se que o requerente contribuiria com a quantia de 30% (trinta) do salário mínimo vigente à época do pagamento, enquanto empregado ou também quando desempregado.
Observa-se que até a presente data, o requerente encontra-se em dia no
que pertine ao pagamento da pensão alimentícia, através de depósito bancário, conforme determinação judicial.
O sr. Kaio, completou no ultimo mês 18 anos, conforme se pode
comprovar através da certidão de nascimento do mesmo (anexo), tornando-se, desta forma, agente capaz de assumir seus atos na vida civil.
Como é sabido com a maioridade civil, extingue-se o poder familiar e
com ele a obrigação da prestação alimentícia, uma vez que o requerido já pode se auto sustentar. Neste sentido o artigo 1.635, inciso III do Código Civil preconiza que:“
Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5 o , parágrafo único; III - pela maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Na verdade o requerido encontra-se em perfeitas condições de prover
sua própria subsistência, possuindo trabalho fixo, bem como não encontra-se cursando ensino superior.
Desta forma o requerente, propôs a presente ação requerendo a
exoneração do dever de prestar alimentos de forma liminar, com posterior confirmação em sentença.
III – DO DIREITO
Assim prevê o artigo 15 da Lei nº 5.478 - Lei de Alimentos:
Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, tendo o
alimentante formas de manter sua própria subsistência, não há razões para a manutenção dos alimentos, senão vejamos;
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE
ALIMENTOS - MAIORIDADE CIVIL DO CREDOR - AUSÊNCIA DE ÓBICE AO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE LABORATIVA - EXONERAÇÃO DEVIDA - RECURSO PROVIDO. - Cessada a menoridade civil ou em razão da emancipação, encerra-se o dever de sustento decorrente do poder familiar, podendo os alimentos ser prestados sob a perspectiva da solidariedade em decorrência dos laços de parentesco, como determina a norma do artigo 1.696, do Código Civil; - A obrigação alimentar dos genitores em relação aos filhos não cessa automaticamente com o advento da maioridade, a partir da qual subsiste o dever de assistência fundada no parentesco sanguíneo, devendo ser dada a oportunidade ao alimentando de comprovar a impossibilidade de prover a própria subsistência ou a necessidade da pensão por frequentar curso técnico ou universitário. - Tendo o apelado alcançado a maioridade civil, inexistindo limitação para o exercício de atividade profissional, a exoneração da obrigação alimentar é medida que se impõe. (TJMG - Apelação Cível 1.0473.18.001831-8/002, Relator(a): Des.(a) Delvan Barcelos Júnior , 8ª Câmara Cível Especializada, julgamento em 16/11/2023, publicação da súmula em 17/11/2023)
Desta forma o autor requer seja deferida o pedido de antecipação de
tutela com posterior confirmação em sentença a exoneração de alimentos.
IV – ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Lado outro, nota-se que restou demonstrado acima que a obrigação do
Autor em prestar alimentos finalizou-se em decorrência da maioridade do filho, restando demonstrada a verossimilhança das alegações que ensejam o deferimento dos efeitos da tutela antecipada. Insta salientar que estão presentes todos os requisitos para a concessão da tutela, de acordo com o Código de Processo Civil.
V - DO PEDIDO
Pelo exposto até aqui, considerando que a pretensão do requerente encontra
arrimo legal, REQUER:
A concessão da tutela antecipada para suspender o pagamento da obrigação
alimentar com posterior confirmação em sentença;
A citação pessoal do requerido para que, querendo, conteste a presente ação,
sob pena de serem reputados como verdadeiros todos os fatos ora alegados, consoante determinação do art. 344 do Código de Processo Civil;
A procedência total do pedido, sendo o autor exonerado de sua obrigação de
prestar alimentos ao requerido.
Requer ainda, os benefícios da ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA.
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos
artigos 369 e seguintes do CPC, em especial as provas: documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal da parte ré.
Dá-se à causa o valor de R$ 4.752,00 (Quatro mil, setecentos e cinquenta e