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Prática Jurídica II

Aula 03 – Ação de Alimentos

Prof. Me. José Alexandre


josealexandre@unigrande.edu.br
OBJETIVOS DA AULA

• Permitir ao acadêmico, após o atendimento à


comunidade, utilizando caso hipotético, no âmbito do
Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) do UNIGRANDE,
através de uma imersão na realidade do operador do
direito, identificar a peça processual adequada
visando à solução do litígio que lhe foi apresentado,
confeccionando-a com a legislação adequada e os
pressupostos doutrinários e jurisprudências atinentes
à disciplina;

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Estrutura da Petição (art. 319, CPC)

I - Endereçamento (competência);

II - Qualificação (legitimidade ativa e passiva);

III - Fatos e fundamentos jurídicos do pedido;

IV - Pedido com suas especificações;

V - Valor da causa;

VI - Opção do autor pela realização ou não de


audiência de conciliação ou de mediação.
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Estrutura da Petição

• Endereçamento (competência);

• Qualificação (legitimidade ativa, ação e


legitimidade passiva);

• Fatos;

• Direito (legislação, doutrina e jurisprudência);

• Pedido;

• Fechamento.
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ALIMENTOS (Arts. 1.694 a 1.710,CC)

• Personalíssimo: direito pessoal, intransferível;


• Irrenunciabilidade, Incessibilidade,
Incompensabilidade e Impenhorabilidade: "Pode o
credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a
alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão,
compensação ou penhora.” Art. 1707 do CC;
• Irreptível: não cabe a restituição dos alimentos;
• Imprescritibilidade: não tem prazo para propor a
ação, mas as prestações vencidas não são
imprescritíveis, tendo prazo prescricional para pleitear
as prestações vencidas de 2 anos, a partir da data em
que venceram (art. 206, §2º, CC).

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ALIMENTOS (Arts. 1.694 a 1.710,CC)

• De acordo com o que estipula o artigo 1.694 do Código


Civil, parentes, cônjuges ou companheiros podem pedir
pensão alimentícia para a outra parte: ”Podem os
parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros
os alimentos de que necessitem para viver de modo
compatível com a sua condição social, inclusive para atender
às necessidades de sua educação.” Art. 1694. do CC;
• Dessa forma, é possível que um filho peça pensão
alimentícia para os pais; que os pais peçam pensão
alimentícia para os filhos; que ex-cônjuges e
companheiros peçam pensão alimentícia para seus
antigos parceiros e até que um irmão peça pensão
alimentícia para o outro.

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Ação de Alimentos

• O credor (alimentando) necessita que seja fixada


pelo juiz pensão objetivando prover suas
necessidades, considerando a proporção da
mesma com os recursos da pessoa obrigada
(alimentante). É o conhecido binômio
necessidade/possibilidade. Esta ação é de rito
especial (Lei 5.478/68).
• As condições objetivas da obrigação alimentar
estão contidas no artigos 1.694 e 1.695 do CC, e
são as seguintes: 1ª - existência de vínculo de
parentesco; 2ª - necessidade do reclamante; 3ª -
possibilidade da pessoa obrigada; 4ª -
proporcionalidade.
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Ação de Alimentos

• Esta ação é de rito especial (Lei 5.478/68):


“Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial, independente de
prévia distribuição e de anterior concessão do benefício de
gratuidade.
§ 1º A distribuição será determinada posteriormente por ofício do
juízo, inclusive para o fim de registro do feito.
§ 2º A parte que não estiver em condições de pagar as custas do
processo, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família,
gozará do benefício da gratuidade, por simples afirmativa dessas
condições perante o juiz, sob pena de pagamento até o décuplo
das custas judiciais.
§ 3º Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa
condição, nos termos desta lei.
§ 4º A impugnação do direito à gratuidade não suspende o curso
do processo de alimentos e será feita em autos apartados.”
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Ação de Alimentos

• Esta ação é de rito especial (Lei 5.478/68):


“Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-
se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades,
provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor,
indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho,
profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos
de que dispõe.
§ 1º Dispensar-se-á a produção inicial de documentos probatórios;
I - quando existente em notas, registros, repartições ou estabelecimentos
públicos e ocorrer impedimento ou demora em extrair certidões.
II - quando estiverem em poder do obrigado, as prestações alimentícias
ou de terceiro residente em lugar incerto ou não sabido.
§ 2º Os documentos públicos ficam isentos de reconhecimento de firma.
§ 3º Se o credor comparecer pessoalmente e não indicar profissional que
haja concordado em assisti-lo, o juiz designará desde logo quem o
deva fazer.”
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Ação de Alimentos

• Esta ação é de rito especial (Lei 5.478/68):


“Art. 3º. O pedido será apresentado por escrito, em 3 (três) vias, e deverá
conter a indicação do juiz a quem for dirigido, os elementos referidos no
artigo anterior e um histórico sumário dos fatos.
§ 1º Se houver sido designado pelo juiz defensor para assistir o solicitante,
na forma prevista no art. 2º, formulará o designado, dentro de 24 (vinte e
quatro) horas da nomeação, o pedido, por escrito, podendo, se achar
conveniente, indicar seja a solicitação verbal reduzida a termo.
§ 2º O termo previsto no parágrafo anterior será em 3 (três) vias, datadas e
assinadas pelo escrivão, observado, no que couber, o disposto no "caput" do
presente artigo.
Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios
a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que
deles não necessita.
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos pelo cônjuge,
casado pelo regime da comunhão universal de bens, o juiz determinará
igualmente que seja entregue ao credor, mensalmente, parte da renda
líquida dos bens comuns, administrados pelo devedor.”
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Facilitadores da petição de
alimentos

• Utilizar o rito especial previsto na Lei 5.478/68 (L.A.).


• O foro competente é o do domicílio do alimentando.
Na cidade de Fortaleza/CE., o juízo competente é
uma das Varas de Família.
• Além dos requisitos do art. 319, CPC/15, na petição
inicial o alimentando deverá expor suas necessidades
e as possibilidades do alimentante, requerendo a
fixação dos provisórios, bem como deverá provar o
parentesco.
• o valor da causa será equivalente à 12 (doze) vezes o
valor da prestação alimentícia pleiteada pelo autor,
nos termos do artigo 291 e 292, III do CPC/15.
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Conclusão

A prática processual capacita a(o)


acadêmica(o) a solucionar o litígio que lhe foi
apresentado, através do caso hipotético que
consta do material de apoio, confeccionando a
peça processual nos termos da legislação
aplicável a espécie, alicerçada com os
pressupostos doutrinários e jurisprudências
apresentados no decorrer da aula. 12/15
Verificação da Aprendizagem

•O direito à prestação de alimentos entre pais e


filhos é recíproco, mas não é extensivo aos
demais ascendentes?

•Quanto à sua natureza, os alimentos naturais são


aqueles destinados à manutenção da condição
social do credor de alimentos. Já os alimentos
civis dizem respeito ao estritamente necessário à
sobrevivência do alimentando?

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BIBLIOGRAFIA

BÁSICA:
1.CARVALHO, D. M. D. Direito das famílias. 7ª. ed. São
Paulo: Saraiva, 2019;
2.CHACON, Luis Fernando Rabelo. Manual de prática
forense civil. (1ª) 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2020;
3.LENZA, P.; GONÇALVES, C. R. Direito Civil
Esquematizado - Responsabilidade Civil - Direito de
Família - Direito das Sucessões. 6ª. ed. São Paulo:
Saraiva, 2019;
4.RANGEL, R. C. Direito das Famílias e Processo Civil -
Interação, Técnicas. São Paulo: Saraiva, 2018
5. Lei nº 10.406/02 – Código Civil.

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BIBLIOGRAFIA

COMPLEMENTAR:
1. PARIZATTO, João Roberto. Manual Prático do
Processo Civil. São Paulo: EDIPA, 2006;
2. FIUZA, César. Direito Civil: Curso Completo. 13ª
ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2009;
3. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Processo Civil
Brasileiro: No liminar do novo século. 1ª ed. Rio
de Janeiro: Forense, 1999;
4. THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito
Processual Civil. 38ª ed. Rio de Janeiro: Forense,
2002.

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