1- Identifique a legislação pertinente aos Alimentos.
Os alimentos podem ser classificados de diversas formas. Quanto ao vínculo de parentalidade, afinidade e de solidariedade. Esse vínculo não é de interesse particular do alimentando. É uma obrigação do alimentante de modo que essa obrigação é tratada como uma norma cogente de ordem pública, onde as regras dispostas não podem ser derrogadas ou modificadas pelo simples acordo entre as partes. Sendo ainda, o direito aos alimentos não pode ser objeto de transação ou renúncia. É uma obrigação no qual é resguardado o direito à vida (art.5º, da CF/88). O Código Civil esclarece que os alimentos devem ser fixados em montante que possibilite ao alimentando viver de maneira compatível com sua condição social e restringindo esse direito, em certos casos, ao indispensável à subsistência do indivíduo (art. 1 694, caput; § 2º e art. 1 704). A legislação pertinente que regula as ações de alimentos é a Lei nº 5.478/68.
2- Conceitua e identifique os tipos de alimentos.
Os alimentos podem ser classificados como: • Quanto à natureza: naturais (ou necessários; diz respeito a satisfação das necessidades primárias da vida), compensatórios ( visam evitar o desequilíbrio econômico-financeiro do consorte dependente, decorrente da rupruta do vínvulo conjugal. Tem mais cunho indenizatório do que alimentar, não tendo duração ilimitada; • Quanto à causa jurídica: legítimos (devidos mediante obrigação legal, podendo avir do parentesco, do matrimônio ou do companheirismo – art. 1 694, do CC), voluntários (decorre da vontade de tornar-se obrigado em pagar alimentos, tanto de modo inter vivos, como sendo em causa mortis, mediante testamento), indenizatórios (ou ressarcitórios; resultam da prática de atos ilícitos e constituem base de indenização por dano ex delicto – art. 948, II e art. 950, doCC); • Quanto à finalidade: definitivos (tem caráter permanente, ou seja, quando estabelecidos pelo magistrado por sentença ou homologação de acordo das partes, deve ser cumprido – art. 1 699, CC), provisórios (são fixados liminarmente na ação de alimentos, no rito especial, balizado pela Lei nº 5 478/68 – Lei de Alimentos), provisionais (determinados mediante tutela provisória, preparatória ou incidental, na ação de separação judicial, de divórcio, de nulidade ou anulação de casamento, destinando a manter a parte requerida durante a tramitação do feito e para o pagamento das despesas judiciais, inclusive honorários advocatícios), transitórios (admitidos por jurisprudência pacificada pelo STJ onde, se torna obrigado a prestar alimentos entre ex-cônjuges ou ex-companheiros, em que o credor, em via de regra, pessoa com idade apta ao trabalho, necessita de alimentos até que possua estabilidade financeira para seu auto sustento, fazendo com que a obrigação termine); • Quanto ao momento em que são reclamados: pretéritos (quando o pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação), atuais (quando requerido a partir do ajuizamento da ação); futuros (devidos somente a partir da sentença transitada em julgado).
3- Explique quais são os requisitos para o arbitramento dos alimentos.
664 O art. 1 694, do CC dispõe que os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada, sendo que essa obrigação pode se dar mediante os pressupostos de: Existência do vínculo de parentesco: quem pode reclamar os alimentos é o parente que está impossibilitado de obter recursos próprios, podendo ser por doença, idade avançada ou outro motivo relevante; • Necessidade do reclamante: como os alimentos englobam os aspectos para resguardar as condições sociais da pessoa, esses não garantem apenas a subsistência; • Possiblidade da pessoa obrigada: se o alimentante só dispõe de meios para garantir a manutenção de sua condição social, não há como esse desviar parte de sua renda para destinar a parente necessitado; • Proporcionalidade: ao ficar os alimentos, devem ser apreciados, pelo magistrado, e dosados, os pressuposto da necessidade e possibilidade para adequar a realidade levada até seu conhecimento; Montante das prestações: para analisar a capacidade do alimentante em fornecer os alimentos, o magistrado deve analisar a renda líquida por ele obtida, pois caso haja um expressivo valor imobiliário, estes não compõem renda para contabilizar na análise do binômio necessidadepossibilidade; • Prova dos ganhos do alimentante: a declaração de renda representa, as vezes, um bom elemento de prova para se analisar e fixar os alimentos. Porém, essa fixação sobre valores certos, ou seja, valores os quais advém de um relação de trabalho fixa, a porcentagem de incidência dos alimentos será fixa. Todavia, quando o alimentante for profissional liberal, ou seja, seus rendimentos são variáveis, deve ocorrer o arbitramento de quantia certa a ser paga, mediante reajustes legais; Modificação da situação econômica das partes: a fixação dos alimentos não é algo imutável, podendo, em casos de alteração da realidade, ajuizar ação revisional de alimentos (art. 1 699, do CC), para pleitear a exoneração, redução ou majoração.
4- Identifique a legitimidade passiva e a ativa nas ações de alimentos.
A legitimidade ativa para propor a ação de alimentos é dos filhos, devendo os pais representa-los ou assisti-los. Pode também o Ministério Público ajuizar a ação de alimentos em prol do menor, independente do exercício do poder familiar exercido pelos pais, tendo a existência de risco previsto no Estatuo da Criança e Adolescente ou da capacidade da Defensoria Pública de atuar. A legitimidade passiva para compor a lide será da pessoa a qual recai a obrigação de prestar alimentos.
5- Identifique todas as ações possíveis de alimentos.
• Ação de Alimentos: a lei nº 5 478/68, estabelece o rito especial para ajuizar a ação de alimentos. Só pode ajuizar essa ação quem apresentar prova pré-constituída de parentesco (certidão de nascimento) ou do dever alimentar (certidão de casamento ou comprovante do companheirismo). Não sendo possível apresentar tal premissa, deve ajuizar ação ordinária de alimentos, cumulada ou não com pedido de investigação de paternidade, podendo formular pedido de tutela de urgência (art.300, do CPC), incidente ou antecedente. O foro competente para o ajuizamento da ação é do alimentando, tendo em vista que, conforme o art. 53, II, do CPC, é a parte mais fraca da relação processual, mantendo a mesma hipóteses na ação revisional e a respeito da oferta de alimentos pelo devedor (art. 24, da Lei de Alimentos); • Ação revisional de alimentos: como a fixação dos alimentos não é imutável, caso ocorra alteração dos pressupostos objetivos, a lei dispõe que pode ocorrer a alteração dos valores a serem fixados (para mais ou para menos). Sendo assim, a sentença proferida na ação de alimentos não faz coisa julgada material, mas sim formal, tendo em vista que está sujeita a reexame ou revisão, independente do esgotamento de todos os recursos. Essa ação segue o rito especial da Lei da Alimentos (art.13, caput), e o juízo competente tanto para a ação revisional quanto a exoneratória, será do foro do domicílio ou residência do alimentando (art. 53, II, do CPC). 6- Faça uma tabela sobre a execução/cumprimento de sentença. Explicando também o trâmite processual. Ao fixar os alimentos a serem ofertados pelo alimentante, pode se
cumprimento de sentença provisório (art. 522, do CPC)
Fixação alimentos sentença transitada em julgado: cumprimento de sentença
definitivo.
Em ambas as situações, os autos a serem ajuizados serão protocolizados de modo
apartado aos autos que geraram o título executivo judicial, podendo ser ajuizado o cumprimento de sentença tanto pelo rito de prisão civil (art. 528, § 3º, do CPC), quanto pelo rito de penhora (art. 528, §8º, do CPC). Para haver o rito da prisão civil, a parte requerente deve apresentar as provas de que o requerido não cumpre com a obrigação de oferta de alimentos, tendo deixado vencer e estar inadimplido com as 03 (três) últimas prestações. Pode haver que, se ajuizado o cumprimento de sentença sob o rito de prisão civil, a prisão foi efetuada, porém o débito persiste em inadimplemento, o requerente pode solicitar ao juízo a alteração do modo satisfativo dos débitos cumulados vencidos e inadimplidos, passando a ser adotado o rito de penhora.