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Trabalho Alimentos Direito

de Família

Prof.ª Isabella Lopes


Aluno: Ramon Soares da Silva Pio

1- Identifique a legislação pertinente aos Alimentos.


Os alimentos podem ser classificados de diversas formas. Quanto ao vínculo
de parentalidade, afinidade e de solidariedade.
Esse vínculo não é de interesse particular do alimentando. É uma obrigação do
alimentante de modo que essa obrigação é tratada como uma norma cogente de
ordem pública, onde as regras dispostas não podem ser derrogadas ou modificadas
pelo simples acordo entre as partes. Sendo ainda, o direito aos alimentos não pode ser
objeto de transação ou renúncia. É uma obrigação no qual é resguardado o direito à
vida (art.5º, da CF/88). O Código Civil esclarece que os alimentos devem ser fixados em
montante que possibilite ao alimentando viver de maneira compatível com sua
condição social e restringindo esse direito, em certos casos, ao indispensável à
subsistência do indivíduo (art. 1 694, caput; § 2º e art. 1 704).
A legislação pertinente que regula as ações de alimentos é a Lei nº
5.478/68.

2- Conceitua e identifique os tipos de alimentos.


Os alimentos podem ser classificados como:
• Quanto à natureza: naturais (ou necessários; diz respeito a satisfação
das necessidades primárias da vida), compensatórios ( visam evitar o
desequilíbrio econômico-financeiro do consorte dependente, decorrente da
rupruta do vínvulo conjugal. Tem mais cunho indenizatório do que alimentar,
não tendo duração ilimitada;
• Quanto à causa jurídica: legítimos (devidos mediante obrigação legal,
podendo avir do parentesco, do matrimônio ou do companheirismo – art. 1
694, do CC), voluntários (decorre da vontade de tornar-se obrigado em pagar
alimentos, tanto de modo inter vivos, como sendo em causa mortis, mediante
testamento), indenizatórios (ou ressarcitórios; resultam da prática de atos
ilícitos e constituem base de indenização por dano ex delicto – art. 948, II e art.
950, doCC);
• Quanto à finalidade: definitivos (tem caráter permanente, ou seja,
quando estabelecidos pelo magistrado por sentença ou homologação de
acordo das partes, deve ser cumprido – art. 1 699, CC), provisórios (são fixados
liminarmente na ação de alimentos, no rito especial, balizado pela Lei nº 5
478/68 – Lei de Alimentos), provisionais (determinados mediante tutela
provisória, preparatória ou incidental, na ação de separação judicial, de
divórcio, de nulidade ou anulação de casamento, destinando a manter a parte
requerida durante a tramitação do feito e para o pagamento das despesas
judiciais, inclusive honorários advocatícios), transitórios (admitidos por
jurisprudência pacificada pelo STJ onde, se torna obrigado a prestar alimentos
entre ex-cônjuges ou ex-companheiros, em que o credor, em via de regra,
pessoa com idade apta ao trabalho, necessita de alimentos até que possua
estabilidade financeira para seu auto sustento, fazendo com que a obrigação
termine);
• Quanto ao momento em que são reclamados: pretéritos (quando o
pedido retroage a período anterior ao ajuizamento da ação), atuais (quando
requerido a partir do ajuizamento da ação); futuros (devidos somente a partir
da sentença transitada em julgado).

3- Explique quais são os requisitos para o arbitramento dos alimentos.


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O art. 1 694, do CC dispõe que os alimentos devem ser fixados na proporção
das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada, sendo que essa
obrigação pode se dar mediante os pressupostos de:  Existência do vínculo de
parentesco: quem pode reclamar os alimentos é o parente que está impossibilitado de
obter recursos próprios, podendo ser por doença, idade avançada ou outro motivo
relevante;
• Necessidade do reclamante: como os alimentos englobam os aspectos
para resguardar as condições sociais da pessoa, esses não garantem apenas a
subsistência;
• Possiblidade da pessoa obrigada: se o alimentante só dispõe de meios
para garantir a manutenção de sua condição social, não há como esse desviar
parte de sua renda para destinar a parente necessitado;
• Proporcionalidade: ao ficar os alimentos, devem ser apreciados, pelo
magistrado, e dosados, os pressuposto da necessidade e possibilidade para
adequar a realidade levada até seu conhecimento;  Montante das prestações:
para analisar a capacidade do alimentante em fornecer os alimentos, o
magistrado deve analisar a renda líquida por ele obtida, pois caso haja um
expressivo valor imobiliário, estes não compõem renda para contabilizar na
análise do binômio necessidadepossibilidade;
• Prova dos ganhos do alimentante: a declaração de renda representa, as
vezes, um bom elemento de prova para se analisar e fixar os alimentos. Porém,
essa fixação sobre valores certos, ou seja, valores os quais advém de um
relação de trabalho fixa, a porcentagem de incidência dos alimentos será fixa.
Todavia, quando o alimentante for profissional liberal, ou seja, seus
rendimentos são variáveis, deve ocorrer o arbitramento de quantia certa a ser
paga, mediante reajustes legais;  Modificação da situação econômica das
partes: a fixação dos alimentos não é algo imutável, podendo, em casos de
alteração da realidade, ajuizar ação revisional de alimentos (art. 1 699, do CC),
para pleitear a exoneração, redução ou majoração.

4- Identifique a legitimidade passiva e a ativa nas ações de alimentos.


A legitimidade ativa para propor a ação de alimentos é dos filhos, devendo os
pais representa-los ou assisti-los. Pode também o Ministério Público ajuizar a ação de
alimentos em prol do menor, independente do exercício do poder familiar exercido
pelos pais, tendo a existência de risco previsto no Estatuo da Criança e Adolescente ou
da capacidade da Defensoria Pública de atuar.
A legitimidade passiva para compor a lide será da pessoa a qual recai a
obrigação de prestar alimentos.

5- Identifique todas as ações possíveis de alimentos.


• Ação de Alimentos: a lei nº 5 478/68, estabelece o rito especial para
ajuizar a ação de alimentos. Só pode ajuizar essa ação quem apresentar prova
pré-constituída de parentesco (certidão de nascimento) ou do dever alimentar
(certidão de casamento ou comprovante do companheirismo). Não sendo
possível apresentar tal premissa, deve ajuizar ação ordinária de alimentos,
cumulada ou não com pedido de investigação de paternidade, podendo
formular pedido de tutela de urgência (art.300, do CPC), incidente ou
antecedente. O foro competente para o ajuizamento da ação é do
alimentando, tendo em vista que, conforme o art. 53, II, do CPC, é a parte mais
fraca da relação processual, mantendo a mesma hipóteses na ação revisional e
a respeito da oferta de alimentos pelo devedor (art. 24, da Lei de Alimentos);
• Ação revisional de alimentos: como a fixação dos alimentos não é
imutável, caso ocorra alteração dos pressupostos objetivos, a lei dispõe que
pode ocorrer a alteração dos valores a serem fixados (para mais ou para
menos). Sendo assim, a sentença proferida na ação de alimentos não faz coisa
julgada material, mas sim formal, tendo em vista que está sujeita a reexame ou
revisão, independente do esgotamento de todos os recursos. Essa ação segue o
rito especial da Lei da Alimentos (art.13, caput), e o juízo competente tanto
para a ação revisional quanto a exoneratória, será do foro do domicílio ou
residência do alimentando (art.
53, II, do CPC).
6- Faça uma tabela sobre a execução/cumprimento de sentença. Explicando também
o trâmite processual.
Ao fixar os alimentos a serem ofertados pelo alimentante, pode se

Fixação alimentos decisão interlocutória (ação ajuizada c/c alimentos):


cumprimento de sentença provisório (art. 522, do CPC)

Fixação alimentos sentença transitada em julgado: cumprimento de sentença


definitivo.

Em ambas as situações, os autos a serem ajuizados serão protocolizados de modo


apartado aos autos que geraram o título executivo judicial, podendo ser ajuizado o
cumprimento de sentença tanto pelo rito de prisão civil (art. 528, § 3º, do CPC), quanto
pelo rito de penhora (art. 528, §8º, do CPC).
Para haver o rito da prisão civil, a parte requerente deve apresentar as provas de que o
requerido não cumpre com a obrigação de oferta de alimentos, tendo deixado vencer
e estar inadimplido com as 03 (três) últimas prestações.
Pode haver que, se ajuizado o cumprimento de sentença sob o rito de prisão civil, a
prisão foi efetuada, porém o débito persiste em inadimplemento, o requerente pode
solicitar ao juízo a alteração do modo satisfativo dos débitos cumulados vencidos e
inadimplidos, passando a ser adotado o rito de penhora.

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