Você está na página 1de 5

TRABALHO DE PRÁTICA JÚRIDICA IV

Aluna : Maria Eduarda Machado Vasques

Prof(a): Andrea Martelotta

RIO DE JANEIRO

2023.1
CPC X LEI DE ALIMENTOS

Sabe-se que o pagamento de alimentos ocorre com o objetivo de promover


os recursos necessários de quem não pode fornecê-los por conta própria,
conforme uma prestação que pretende atender às necessidades consideradas
indispensáveis, assegurando tanto os laços familiares como a dignidade dos
envolvidos.

A Lei 5.478/68 delibera a respeito da Ação de Alimentos, e traz em seu


texto a expressão de alimentos provisórios:

“Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos


provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente
declarar que deles não necessita.”

O Código de Processo Civil de 1973, traz os seguintes termos em seu


texto da lei a expressão de alimentos provisórios:

“Art. 852. É lícito pedir alimentos provisionais: (…)


Art. 853. Ainda que a causa principal penda de julgamento no tribunal,
processar-se-á no primeiro grau de jurisdição o pedido de alimentos
provisionais.”

E também no Código Civil de 2002:

“Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da
lei processual.”

À vista disso, fora criada uma doutrina com intuito de tratar a respeito da
diferenciação que existe entre os alimentos provisórios e os alimentos
provisionais.

Os alimentos provisórios são os deliberados e forma liminar pelo juiz, no


despacho inicial da ação de alimentos, possuindo natureza de tutela
antecipada, sendo viável quando houver prova pré-constituída do parentesco,
casamento ou união estável. Já os alimentos provisionais são ajuizados em
medida cautelar, preparatória ou incidental, de ação de reconhecimento e
dissolução de união estável, divórcio, nulidade ou anulabilidade de casamento
ou de alimentos, dependendo da comprovação dos requisitos inerentes à toda
medida cautelar: fumus boni juris e o periculum in mora,  pela probabilidade
do direito substancial invocado e o receio de perigo de dano próximo ou
iminente.

Atualmente, o Novo Código de Processo Civil, traz, em seu artigo 531,


apenas a enunciação de alimentos provisórios:

“O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou provisórios.


1º: A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos
fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos
apartados.
2º: O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será
processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença .”

Posto isso, com a vigência do novo CPC, passou-se a ter dois tipos de
alimentos, os provisórios e os definitivos. Vale ressaltar que os alimentos
definitivos são os alimentos fixados em sentença transitada em julgado, isto é,
na qual não cabe mais recurso, sendo possível sua revisão em qualquer
momento, vide artigo 1.699 do CC:

“Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem


os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz,
conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.”

Além disso, o artigo 1.072 do CPC, revoga os artigos 16, 17 e 18 da Lei


5.478/68, no que diz respeito à execução, apresentando sobre o cumprimento
de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos,
nos artigos 528 a 533.

“Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de


prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a
requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente
para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a
impossibilidade de efetuá-lo.”   (…)

De igual modo, do artigo 911 ao 913, do Novo CPC, que também disserta


a respeito da execução de alimentos:

“Art. 911. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha


obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias,
efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que
se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de
fazê-lo.”

E por fim, aponta-se o artigo 532 do Novo CPC, que versa respeito do


abandono material, crime tipificado no artigo 244 do Código Penal, em seu
Capítulo III, que versa sobre os crimes contra a assistência familiar.

“Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá,


se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do
crime de abandono material.”

“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de


filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente
inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de
socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o


maior salário mínimo vigente no País.

Parágrafo Único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra
ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego
ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
ou majorada.”

Você também pode gostar