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AO JUÍZO DA DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG

Por dependência ao Processo nº ________

NOME COMPLETO DO MENOR, brasileiro, menor impú bere, nascido em data,


representado neste ato por Nome completo da representante legal, nacionalidade, estado
civil, portadora da cédula de identidade nº RG, inscrita no CPF nº CPF, ambos residentes e
domiciliados em Endereço, Belo Horizonte/MG, vêm com todo respeito perante Vossa
Excelência, apresentar a seguinte:
EXECUÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS POR CUMULAÇÃO DE RITOS DE PRISÃO E
PENHORA
em desfavor de nome completo do réu, brasileiro, estado civil, residente e domiciliado em
endereço, Belo Horizonte/MG, fundamentando-se nos fatos e direitos a seguir aduzidos.
I – DA CUMULAÇÃO DA EXECUÇÃO PELOS RITOS DA PRISÃO CIVIL E DA COERÇÃO
PATRIMONIAL (PENHORA)
Os requerentes buscam a concessã o de cumulaçã o executó ria pelos ritos da prisã o civil e da
coerçã o patrimonial, alicerçados na jurisprudência vinculante do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), consolidada através do julgamento do REsp nº 1930593/MG, da 4ª Turma,
sob a relatoria do Excelentíssimo Ministro Luís Felipe Salomã o, em 09 de agosto de 2022.
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃ O DE ALIMENTOS. CUMULAÇÃ O DE
TÉ CNICAS EXECUTIVAS: COERÇÃ O PESSOAL (PRISÃ O) E COERÇÃ O PATRIMONIAL
(PENHORA). POSSIBILIDADE, DESDE QUE NÃ O HAJA PREJUÍZO AO DEVEDOR NEM
OCORRA NENHUM TUMULTO PROCESSUAL IN CONCRETO.
1. Diante da flexibilidade normativa adotada pelo CPC/2015 e do tratamento multifacetado
e privilegiado dos alimentos, disponibilizou o legislador diversas medidas executivas em
prol da efetividade da tutela desse direito fundamental. 2. Cabe ao credor, em sua execuçã o,
optar pelo rito que melhor atenda à sua pretensã o. A escolha de um ou de outro rito é
opçã o que o sistema lhe confere numa densificaçã o do princípio dispositivo e do princípio
da disponibilidade, os quais regem a execuçã o civil. 3. É cabível a cumulaçã o das técnicas
executivas da coerçã o pessoal (prisã o) e da coerçã o patrimonial (penhora) no â mbito do
mesmo processo executivo de alimentos, desde que nã o haja prejuízo ao devedor (a ser
devidamente comprovado) nem ocorra nenhum tumulto processual no caso em concreto (a
ser avaliado pelo magistrado). 4. Traz-se, assim, adequaçã o e efetividade à tutela
jurisdicional, tendo sempre como norte a dignidade da pessoa do credor necessitado. No
entanto, é recomendá vel que o credor especifique, em tó pico pró prio, a sua pretensã o ritual
em relaçã o aos pedidos, devendo o mandado de citaçã o/intimaçã o prever as diferentes
consequências de acordo com as diferentes prestaçõ es. A defesa do requerido, por sua vez,
poderá ser ofertada em tó picos ou separadamente, com a justificaçã o em relaçã o à s
prestaçõ es atuais e com a impugnaçã o ou os embargos a serem opostos à s prestaçõ es
pretéritas. 5. Na hipó tese, o credor de alimentos estabeleceu expressamente a sua "escolha"
acerca da cumulaçã o de meios executivos, tendo delimitado de forma adequada os seus
requerimentos. Por conseguinte, em princípio, é possível o processamento em conjunto dos
requerimentos de prisã o e de expropriaçã o, devendo os respectivos mandados
citató rios/intimató rios se adequar a cada pleito executó rio. 6. Recurso especial provido.
(STJ - REsp: XXXXX MG XXXXX/XXXXX-4, Data de Julgamento: 09/08/2022, T4 - QUARTA
TURMA, Data de Publicaçã o: DJe 26/08/2022)
Este precedente judiciá rio autoriza a aplicaçã o concomitante dos mecanismos executó rios
da prisã o civil e da penhora, corroborando a solicitaçã o dos exequentes neste ato. O pedido
se fundamenta, principalmente, no princípio da efetividade da tutela jurisdicional,
almejando a concretizaçã o do direito material, assegurado desde a fase de conhecimento,
que respeitou as balizas do devido processo legal, garantindo as partes o amplo exercício
dos direitos ao contraditó rio, à isonomia e à ampla defesa.
Ademais, se reforça a relevâ ncia da matéria em questã o por ser de natureza alimentar,
objetivando garantir aos alimentados os recursos necessá rios para sua sobrevivência e
para que possam desfrutar de uma vida digna. Logo, a cumulaçã o dos ritos executivos da
prisã o civil e da penhora se mostra nã o somente adequada, mas também imprescindível à
luz da urgência e da primordialidade do provimento alimentício.
Apesar dos incansá veis esforços despendidos pelos exequentes para assegurar o
cumprimento do julgado, as tentativas até entã o se mostraram ineficazes. Assim, diante da
urgência e da necessidade da prestaçã o alimentícia, os exequentes buscam neste ato, as
alternativas executó rias disponibilizadas pelo ordenamento jurídico brasileiro.
Destaca-se ainda que o pedido de cumulaçã o da execuçã o pelos ritos da prisã o civil e da
penhora se alicerça na decisã o supramencionada do STJ, encontrando-se em conformidade
com os critérios legais para o seu deferimento:
1 – Demonstrada a opçã o dos credores (exequentes) pela cumulaçã o do rito de prisã o e de
penhora, conforme facultado pelo ordenamento jurídico;
2 – Processamento, nos mesmos autos, de parcelas distintas do débito alimentar, sendo a
primeira referente aos ú ltimos três meses (conforme art. 528, §§ 3º e 7º do CPC – rito de
prisã o civil), e as demais pelo rito da penhora de bens e valores do executado (consoante
art. 523, § 1º e art. 831 do CPC); e,
Lei nº 13.105 de 16 de Março de 2015
- RITO DE PRISÃO CIVIL
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestaçã o
alimentícia ou de decisã o interlocutó ria que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o
débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá -lo.
§ 3º Se o executado nã o pagar ou se a justificativa apresentada nã o for aceita, o juiz, além
de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisã o
pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisã o civil do alimentante é o que compreende até
as 3 (três) prestaçõ es anteriores ao ajuizamento da execuçã o e as que se vencerem no
curso do processo.
- RITO DA PENHORA DE BENS
Art. 523. No caso de condenaçã o em quantia certa, ou já fixada em liquidaçã o, e no caso de
decisã o sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de
15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
§ 1º Nã o ocorrendo pagamento voluntá rio no prazo do caput , o débito será acrescido de
multa de dez por cento e, também, de honorá rios de advogado de dez por cento.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do
principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorá rios advocatícios.
3 – Inexistência de confusã o ou tumulto processual, haja vista que o procedimento é
admitido e está em perfeita sintonia com as prá ticas jurídicas vigentes.
II - DA DEMONSTRAÇÃO DAS PENDÊNCIAS ALIMENTARES - rito da prisão civil
Conforme demonstra a planilha anexa (tabela nº 1) dos débitos alimentares, que
compreende o período de DATA1 a DATA2, é evidente a quantia pendente de R$ XXX,XXX
(VALOR POR EXTENSO). Esta quantia tem origem no acordo homologado pelo digno Juízo
da ____Vara de Família da Comarca de Belo Horizonte, processo nº _________ (doc. anexo nº
1), cujo valor estipulado corresponde a _____% (________ por cento) do salá rio mínimo
vigente (ID. ______).
[INSERIR TABELA DA PRISÃ O AQUI]
a) Da necessidade de intimação do devedor - rito de prisão civil
Diante do valor inadimplido, requer-se a expediçã o de mandado de intimaçã o ao devedor
para, no prazo de 3 (três) dias, saldar a dívida alimentar de _______ (VALOR POR EXTENSO),
ou justificar sua impossibilidade, conforme preceitua o artigo 528 do CPC.
- RITO DE PRISÃO CIVIL
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestaçã o
alimentícia ou de decisã o interlocutó ria que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o
débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá -lo.
Em caso de inadimplemento dentro do prazo legal, ou na ausência de comprovaçã o do
pagamento ou justificativa plausível, exige-se a adoçã o das medidas de coerçã o civil,
especificamente, a expediçã o e cumprimento do mandado de prisã o civil, conforme
determinado pelos §§ 3º e 7º do artigo 528 do CPC.
- RITO DE PRISÃO CIVIL
Art. 528. [...].§ 3º Se o executado nã o pagar ou se a justificativa apresentada nã o for aceita,
o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-
á a prisã o pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisã o civil do alimentante é o que compreende até
as 3 (três) prestaçõ es anteriores ao ajuizamento da execuçã o e as que se vencerem no
curso do processo.
III - DA DEMONSTRAÇÃO DAS PENDÊNCIAS ALIMENTARES - rito de penhora
Em sequência, apresenta-se a tabela de débitos alimentares (tabela nº 2), que contempla as
parcelas vencidas e nã o pagas referentes ao período de DATA a DATA, com base no
percentual de ___% (______ por cento) do salá rio mínimo vigente. A quantia total da dívida
alimentar é de R$ ______ (__________).
[INSERIR PLANILHA DE PENHORA AQUI]
a) Da necessidade de nova intimação do devedor - rito de penhora
Requer-se a expediçã o de mandado de intimaçã o ao devedor para que este quite a
pendência alimentar, conforme estipulado na tabela de débitos (item II), totalizando o valor
de R$ ______ (VALOR POR EXTENSO), de acordo com o disposto no artigo 523 do CPC.
- RITO DA PENHORA DE BENS
Art. 523. No caso de condenaçã o em quantia certa, ou já fixada em liquidaçã o, e no caso de
decisã o sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de
15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver.
No caso de descumprimento do pagamento no prazo legal de 15 (quinze) dias, que se
proceda à penhora dos bens do devedor, conforme determina o artigo 523, §§§ 1º, 2º e 3º e
o artigo 831, ambos do CPC.
Art. 523. [...] § 1º Nã o ocorrendo pagamento voluntá rio no prazo do caput , o débito será
acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorá rios de advogado de dez por
cento.
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e os honorá rios
previstos no § 1º incidirã o sobre o restante.
§ 3º Nã o efetuado tempestivamente o pagamento voluntá rio, será expedido, desde logo,
mandado de penhora e avaliaçã o, seguindo-se os atos de expropriaçã o.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do
principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorá rios advocatícios.
IV - DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Em consonâ ncia com o princípio da efetividade da execuçã o, pautado na legislaçã o
processual civil vigente, ressaltamos a necessidade de cumulaçã o dos ritos executivos –
prisã o civil e penhora. Esse pleito almeja garantir a satisfaçã o do crédito alimentar em
questã o, sempre observando os requisitos legais e formais.
Segue-se, de forma organizada e coerente, a divisã o dos requerimentos em dois segmentos
distintos, visando evitar confusõ es e otimizar a clareza processual, conforme
jurisprudência correspondente:
I - RITO DE PRISÃO
1. Primordialmente, requer-se a expediçã o de mandado de intimaçã o ao executado para
saldar o débito de alimentos pendentes, sob o prazo peremptó rio de 3 (três) dias, cujo
montante é de R$ VALOR (VALOR POR EXTENSO), conforme prescrito no caput do art. 528
do CPC.
1.1. Em face da possível inadimplência do executado, solicita-se, em nome da efetividade da
execuçã o, a expediçã o de mandado de prisã o civil, em observâ ncia ao art. 528, §§ 3º e 7º do
CPC.
II - RITO DE PENHORA
2. Paralelamente, solicita-se a expediçã o de novo mandado de intimaçã o ao executado,
visando ao pagamento dos alimentos em atraso, em um prazo de 15 (quinze) dias, com o
valor estipulado de R$ VALOR (VALOR POR EXTENSO), consoante ao caput do art. 523 do
CPC.
2.1. Diante de eventual descumprimento do prazo legal, pleiteia-se a expediçã o de
mandado de penhora de bens, com acréscimo de multa e honorá rios decorrentes da
inadimplência, nos moldes do art. 523, §§ 1º, 2º e 3º e do art. 831 do CPC.
3. Ademais, requer-se:
a) A expediçã o de ofício ao CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, a fim
de averiguar o atual vínculo empregatício do alimentante, possibilitando a penhora sobre a
folha de pagamento no percentual legalmente permitido e a intimaçã o do executado para
informar seu novo vínculo empregatício;
b) A reiteraçã o da solicitaçã o de realizaçã o de novas tentativas de penhora online via
sistema SISBAJUD, priorizando a penhora em dinheiro, conforme art. 835, I do CPC, e
permitindo à parte exequente a indicaçã o de tal valor como bem passível de penhora (art.
524, VII do CPC);
c) Em caso de insucesso da penhora via SISBAJUD, a pesquisa de veículos registrados em
nome do executado por meio do CPF e via RENAJUD, prosseguindo-se com a restriçã o e
penhora dos mesmos para a satisfaçã o do crédito, em conformidade com os arts. 6º e 7º do
REGULAMENTO RENAJUD;
d) Caso a penhora online resulte infrutífera, a intimaçã o do executado para, no prazo de 05
(cinco) dias, indicar bens passíveis de penhora, sob pena de caracterizaçã o de ato
atentató rio à dignidade da justiça, conforme art. 774, incisos IV e V do CPC;
e) Na persistência da inércia injustificada do executado, a aplicaçã o de multa nã o inferior a
20% do valor atualizado do débito em execuçã o, nos termos do pará grafo ú nico do art. 774
do CPC;
f) Finalmente, na eventualidade de todas as medidas supracitadas nã o lograrem êxito, a
inclusã o do nome do executado nos ó rgã os de proteçã o ao crédito, mediante ofício
expedido aos ó rgã os competentes, em consonâ ncia com o art. 782, § 3º do CPC.
Estes requerimentos buscam assegurar a efetividade do cumprimento da obrigaçã o
alimentar, resguardando a dignidade e o sustento do exequente. Apreciaremos a devida
apreciaçã o e deferimento por parte deste respeitá vel Juízo.
Belo Horizonte, data.
OAB/MG XXXXXX
ASSINATURA

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