O documento discute os modos de execução de prestações de alimentos no novo Código de Processo Civil, incluindo execução sob pena de penhora ou prisão em títulos judiciais ou extrajudiciais. A competência é do juiz prolator da decisão que estabeleceu os alimentos e a defesa do executado é feita via impugnação ao cumprimento de sentença.
O documento discute os modos de execução de prestações de alimentos no novo Código de Processo Civil, incluindo execução sob pena de penhora ou prisão em títulos judiciais ou extrajudiciais. A competência é do juiz prolator da decisão que estabeleceu os alimentos e a defesa do executado é feita via impugnação ao cumprimento de sentença.
O documento discute os modos de execução de prestações de alimentos no novo Código de Processo Civil, incluindo execução sob pena de penhora ou prisão em títulos judiciais ou extrajudiciais. A competência é do juiz prolator da decisão que estabeleceu os alimentos e a defesa do executado é feita via impugnação ao cumprimento de sentença.
■ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA E EXECUÇÃO DE ALIMENTOS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ■ 1. INTRODUÇÃO ■ Os alimentos estão diretamente relacionados com o direito à vida das pessoas, com o direito à dignidade da pessoa humana e, também, com o direito à solidariedade familiar. Vida X Dignidade ■ Os alimentos correspondem a uma prestação devida pelo alimentante ao alimentando, sendo indispensável para a subsistência do credor. ■ Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. Art. 1694, §1º do CC. Necessidade x Possibilidade. ■ Pode-se dizer que são obrigados ao pagamento de alimentos os parentes, os cônjuges e os companheiros (art. 1.694 do CC). Entre os parentes obrigados ao pagamento de alimentos estão os ascendentes, os descendentes e os colaterais de segundo grau, o que incluiu apenas os irmãos. ■ 2. MODOS DE EXECUÇÃO DAS PRESTAÇÕES DE ALIMENTOS ■ Os alimentos vencidos, ou seja, aqueles que não foram adimplidos a despeito da sua prévia fixação em título judicial ou extrajudicial, poderão ser executados de dois modos: sob pena de penhora ou sob pena de prisão. Alimentos do Direito de Família x Alimentos Indenizatórios ■ Em relação à execução (título extrajudicial) ou ao cumprimento de sentença (título judicial) que prevê obrigação alimentar sob pena de penhora, não há limitação à cobrança das prestações pretéritas, salvo evidentemente, em relação àquelas que já estiverem prescritas. Vale destacar que, em conformidade com o art. 206, § 2º, do Código Civil, o prazo de prescrição dos alimentos é de 2 (dois) anos. ■ O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo”. art. 528, § 7º, do CPC ■ É possível desconto em folha de pagamento. Em tal caso, o juiz oficiará a autoridade, a empresa ou o empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. O art. 529 do CPC ■ 3 COMPETÊNCIA ■ A competência para o cumprimento de sentença que estabelece obrigação alimentar é, como regra, funcional. Cabe, pois, ao juízo prolator da decisão que estabeleceu alimentos processar o módulo executivo, em conformidade com o que estabelece o art. 516, inc. II, do Código de Processo Civil. ■ O foro competente para a execução de alimentos fundada em título executivo extrajudicial é o foro do domicílio ou da residência do alimentando, ou seja, do exequente. ■ 4 RITOS PARA EXECUÇÃO DOS ALIMENTOS PREVISTOS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ■ A execução dos alimentos é, na verdade, execução de pagar quantia “que em razão da especial natureza do direito tutelado é tratada como execução especial”, havendo previsão de atos materiais próprios para satisfação do crédito alimentar. ■ O Código de Processo Civil prevê dois sistemas para a execução dos alimentos. O primeiro é destinado à execução dos alimentos que foram fixados em título judicial. ■ O segundo é destinado à execução dos alimentos mencionados em título extrajudicial (escritura pública de divórcio),sendo realizada, portanto, em processo autônomo. ■ 5 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS SOB PENA DE PENHORA ■ Em tal caso, o procedimento será inaugurado por meio de simples petição (e não por meio de ação de execução), sendo o devedor de alimentos intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias. ■ Caso não ocorra o pagamento voluntário da dívida no prazo de 15 (quinze) dias, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advogado no mesmo percentual, expedindo, desde logo, mandado de penhora e avaliação, com a prática, em seguida, dos atos de expropriação. ■ A defesa do executado será veiculada por meio de impugnação ao cumprimento de sentença (art. 524 do CPC), valendo destaque para o fato de que o prazo para apresentação dessa é de 15 (quinze) dias, contados após o transcurso do prazo também de 15 (quinze) dias para pagamento da dívida. ■ O art. 525, § 1º, do CPC prevê que, na impugnação, o que o executado poderá alegar. ■ 6 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS SOB PENA DE PRISÃO ■ O art. 528, caput, do CPC, prevê que “no cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo”. ■ O prazo para pagamento deve ser contado em dias úteis, na forma do art. 219 do CPC. A partir daí há três hipóteses: ■ Na primeira hipótese, quando o executado realiza o pagamento da dívida no prazo legal ou comprova que já o havia feito, o Juiz proferirá sentença e extinguirá o módulo executivo. Deve o Juiz, antes de proferir sentença de extinção do módulo de execução, determinar a intimação do exequente para se manifestar nos autos. ■ Na segunda hipótese, o executado não paga a dívida, não comprova que pagou e nem apresenta justificativa. Diante de tal cenário, o Juiz mandará protestar o título executivo em Cartório. No caso do protesto da decisão que fixou alimentos não se exige o trânsito em julgado dela e tal providência será determinada diretamente pelo Juiz, não se afigurando necessário o credor apresentar certidão da decisão ao Cartório de Protestos de Títulos. ■ Além de mandar protestar o título, o Juiz também determinará a prisão do executado pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. A decretação da prisão não deve ser determinada ex officio, devendo o Julgador aguardar o requerimento da parte. ■ Nada impede que, decretada inicialmente no prazo mínimo legal, seja posteriormente objeto de prorrogação, observando-se o prazo máximo fixado em lei, se demonstrada a recalcitrância e a desídia do devedor de alimentos”. STJ ■ É importante mencionar que a prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns e que o cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. Realizado o pagamento da prestação alimentícia, o juiz deverá imediatamente suspender o cumprimento da ordem de prisão, independentemente de prévia oitiva do exequente ou do Ministério Público. ■ A terceira hipótese que poderá ocorrer é aquela em que o executado apresenta justificativa para o não cumprimento da obrigação alimentar. A justificativa é uma peça de defesa por meio da qual o executado, no exíguo prazo de 3 (três) dias, após ser intimado para cumprimento da obrigação, apresenta motivos de fato e de direito que o impossibilitam de adimplir a obrigação alimentar. Vale destaque para a disposição contida no § 2º do art. 528 do CPC, no sentido de que “somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento”. ■ Apresentada a justificativa, deverá o exequente ser intimado, por meio do seu advogado, para, querendo, se manifestar sobre a defesa apresentada pelo executado. Deve ser mencionado que a justificativa não é a via processual correta para discussão do eventual excesso do valor da prestação de alimentos, diante de eventual alteração do binômio possibilidades (do alimentante) -necessidades (do alimentando). Isso deverá ser feito em sede de ação revisional de alimentos, que admite ampla dilação probatória, com cognição plena e exauriente, valendo lembrar que o art. 1.699 do Código Civil estabelece que “se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo”. ■ EXECUÇÃO AUTÔNOMA DAS PRESTAÇÕES DE ALIMENTOS SOB PENA DE PENHORA E SOB PENA DE PRISÃO ■ Em tal caso, há um processo de execução autônomo inaugurado por meio de ação de execução, e não processo híbrido, devendo ser determinada a citação do executado. ■ A propósito, o Superior Tribunal de Justiça já deixou claro que “a eleição do rito de execução por dívida alimentar é de livre escolha do credor, tanto na hipótese de versar sobre título judicial, como extrajudicial”. Penhora x Prisão ■ O art. 913 do CPC trata do primeiro, ou seja, da execução dos alimentos sob pena de penhora. Assim, o executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três) dias, contados da citação, podendo apresentar defesa por meio de embargos à execução, no prazo de 15 (quinze) dias ■ Já o art. 911 do CPC trata do rito da execução autônoma dos alimentos sob pena de prisão. O referido artigo prevê que “na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de fazê-lo” ■ EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ■ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDOA PÚBLICA (534 e 535 do CPC) ■ Bens da Fazenda Pública são Bens Públicos (impenhorável e inalienável) ■ Requerimento da Parte com demonstrativo discriminado e atualizado (534) ■ Intimação Pessoal da Fazenda Pública: União (Advocacia Geral da União); Estado (Procuradoria do Estado); Municípios (Procuradoria dos Municípios); e DF (Procuradoria do DF) ■ Carga, Remessa ou Meio Eletrônico (Prioritariamente – Lei 14.195/21). ■ Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei. ■ 3. A intimação da Fazenda Pública será para, querendo, impugnar a execução no prazo de 30 dias (art. 535 do CPC). ■ Em sede de impugnação, poderá aa Fazenda Pública alegar os temas dispostos no 535 do CPC. ■ Muito embora aplicável, no que couber, o procedimento do cumprimento de sentença comum (de pagar quantia), destacou o legislador que “a multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública” (art. 534, § 2º, CPC). Isso significa que, caso a Fazenda Pública, após intimada, não pague o débito, NÃO será aplicado a multa de 10% e honorários de 10%. ■ Na hipótese da impugnação não ser acolhida (ou não ser apresentada…), deverá a Fazenda Pública pagar o débito. Mas, como já observamos no início desse artigo, os bens da fazenda pública são bens públicos e, portanto, impenhoráveis e inalienáveis. ■ Por isso, há um procedimento específico para pagamento do débito. O pagamento efetuado pela Fazenda Pública será feito por precatório ou requisição de pequeno valor (RPV). De forma bem sucinta, podemos consignar que o pagamento por RPV é muito mais rápido ■ Art. 535, §3º, II: “II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente.” ■ Evidente, contudo, que a parte não pode simplesmente optar pelo pagamento por RPV. Será preciso observar a entidade devedora e o respectivo valor devido. Há um teto que deve ser respeitado para cada ente… ■ São eles: Federal: até 60 salários mínimos; Estados: até 40 salário mínimos; Distrito Federal: Até 10 salários mínimos (possui lei específica); Municípios: até 30 salários mínimos. Importante observar que alguns municípios admitem o pagamento de RPV até 10 salários mínimos. ■ É vedado ratear ou dividir parte do valor em precatório e outra parte em RPV. Neste caso, todo o valor será recebido por precatório, exceto se a parte RENUNCIAR ao que exceder o teto do RPV (neste caso, consegue receber como RPV). Neste caso, “expedir- se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal” (art. 535, § 3º, I, CPC). ■ Além disso, na condição de advogado, é possível separar o crédito do cliente do crédito do advogado (honorários). É o que disciplina a Súmula Vinculante 47: “Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza”. ■ EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ■ A Fazenda Pública é citada para embargar no prazo de 30 dias e não para pagar como todos os demais executados em execução de pagar quantia certa. Caso a fazenda Pública não oponha embargos ou transite em julgado a decisão que rejeitar será expedido RPV ou Precatório em favor do Exequente. No restante, segue o mesmo procedimento apresentado anteriormente.