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05/02/16

Matérias: Execução Civil; Tutelas Provisórias e Procedimentos


Especiais(próximo semestre)
Obras:
Curso de Processo Civil – Luiz Guilherme Marinoni
Curso de Processo Civil - Humberto Teodoro Junior
Curso de Processo Civil - Fred Didie

Provas:
AM 28/03
AI 29/04
PO entre 30/05 e 10/06

Segunda chamada: aluna gestante com licença; aluno que adquirir doença
infectocontagiosa de licença na secretaria; em caso de falecimento
ascendente, descendente e colateral de 2º grau; serviço militar; coincidir 2
provas mesmo horário(devendo fazer sempre a primeira chamada na sala
habitual); ônibus quebrado(vir pra faculdade, se possível for, e falar
imediatamente ou no dia posterior com o prof).
Tolerância de 5 a 10 minutos para início da chamada, pois a lista não mais
será alterada devido à exigência do MEC.

EXECUÇÃO DE ALIMENTOS FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL


Iremos estudar agora a fase de Cumprimento da Sentença que define a
obrigação Alimentar e por isso continuaremos tratando de um processo que
a doutrina chama de Sincrético. Terminado este estudo, analisaremos a
Execução de Título Extrajudicial, inclusive a Execução de Alimentos.
O interessante é que o CPC não prevê apenas 1 único rito para essa fase de
Execução dos Alimentos, mas sim 3 Procedimentos distintos para o
Cumprimento da Sentença alimentar. Há um Procedimento Executivo que
possibilita a Prisão civil do devedor, outro que se processa com a Penhora e
a Expropriação dos bens dele, bem como um último rito em que se realiza o
Desconto do pensionamento da Folha de Pagamento do devedor.
A Execução com Prisão Civil é reservada para cobrar Alimentos Recentes,
que venceram nos últimos 3 meses contados da data do peticionamento
executivo. É bom lembrar que essa execução também compreende os
alimentos que porventura vencerem no curso dela. Seja como for, não é
preciso aguardar o vencimento de 3 Pensões para requerer a execução, de
modo que basta o inadimplemento de uma delas. Por sua vez, a Execução
com Penhora é usada para cobrar alimentos Antigos, vencidos a mais de 3
meses, mas que ainda não prescreveram (2anos). Por último, a Execução
com Desconto em Folha foi criada para cobrar Alimentos Vincendos, a
serem descontados do devedor nas datas dos respectivos vencimentos.
Porém, o NCPC permite que essa execução também compreenda os
alimentos Vencidos ( recentes ou antigos), contanto que a parcela resultante
da soma dos alimentos Vincendos com os alimentos Vencidos não
ultrapasse 50% dos rendimentos líquidos do devedor naquele período.
OBS: o NCPC defere ao credor dos alimentos o direito de não requerer a
Execução com Prisão civil para cobrar alimentos Recentes e postular, em
lugar dela a Execução com Penhora.

12/02
A EXECUÇÃO DOS ALIMENTOS COM PRISÃO CIVIL
Execução fundada em título executivo judicial, sendo a mesma sincrética,
portanto não sendo necessária Petição Inicial e sim a Petição Intermediária.
Petição Intermediária
1) ENDEREÇAMENTO: ao juiz da causa
2) Autos No.
3) Preâmbulo: nomes e qualificação do exequente e do executado
4) Descrever a decisão que arbitrou os alimentos e indicar o valor
devido(atualizado);
5) Requerer a Intimação do Executado para em 3 dias PAGAR,
PROVAR QUE O FEZ OU JUSTIFICAR a impossibilidade de
pagar sob pena de Prisão civil;
6) Planilha demonstrativa dos cálculos de atualização da dívida,
contendo:
a. Valor principal;
b. Índices de correção monetária;
c. Juros e taxas;
d. Eventual Capitalização de juros / Periodicidade;
e. Termos Inicial e Final da correção monetária e dos juros;
f. Eventuais descontos obrigatórios (pagamentos realizados);
g. Valor atualizado da dívida.
Apresentada da a Petição Intermediária com a devida planilha o juiz
despachará mandando intimar o Executado para em 3 dias Pagar,
Provar que já Pagou ou Justificar a impossibilidade de pagar sob
pena de Prisão Civil.

Além das 3 alternativas legais acima, o Executado também pode se


conservar INERTE.

PAGAR: o que se faz mediante entrega da soma em dinheiro e obtendo um


Recibo ou mediante Depósito Judicial com a respectiva Guia. Este
pagamento também pode ser realizado através de depósito bancário na
respectiva conta indicada na decisão judicial. O devedor que paga, tem o
ônus(faculdade que se não realizada atrai consequências) de peticionar nos
autos juntando o comprovante de pagamento. Após o juiz ouvirá o
exequente se a obrigação foi cumprida, se sim proferirá sentença
declarando satisfeita a obrigação e extinta a execução.

PROVAR QUE PAGOU: neste caso, antes mesmo da intimação para tanto.
A prova admitida em execução, deve ser documental e corresponder ao
comprovante do pagamento, seja um Recibo, Guia de Depósito judicial ou
um comprovante de depósito Bancário. Vindo esse comprovante aos autos,
o juiz ouvirá o exequente e sentenciará declarando satisfeita a obrigação e
extinta a execução.

JUSTIFICAR A IMPOSSIBILIDADE DE EFETUAR O PAGAMENTO:


este prazo para justificar é de 3 dias, prazo este que é peremptório, fatal.
Essa justificativa deve ser formulada em petição Escrita e o objetivo dela
não é eximir o devedor da obrigação de pensionar, senão apenas evitar a
Prisão Civil dele. Para eximir o devedor da obrigação alimentar é
necessário ajuizar e vencer a Ação de conhecimento de exoneração dos
alimentos em que se admite inclusive a antecipação da tutela.

Para que a referida justificativa seja acolhida, não basta a mera alegação e
prova do mero desemprego, mas sim a demonstração segura de que o
executado não reúne condições financeiras ou patrimônio para cumprir a
obrigação. Em outras palavras, o executado deve alegar e provar seu estado
fático de ruína econômica, isto é, que ele não possui rendimentos nem
patrimônio que possibilitem pagar os alimentos. Neste caso, se faz
necessário anexar, no comum, costuma-se instruir essa Justificativa com
cópia da CTPS, Certidões de protesto, certidões forenses de outras ações ou
execuções, extratos bancários, negativação no Serasa ou Scpc, certidão da
Ciretran, certidão imobiliária do CRI, etc.

Tão logo a Justificativa é juntada aos autos, o juiz ouvirá o exequente e


decidirá em seguida. O juiz pode decidir acolhendo a Justificativa, o que o
levará a afastar a Prisão Civil. Essa decisão é Interlocutória e desafia
Agravo de Instrumento (art 1015). Se o exequente não agravar ou agravar e
perder, o juiz o intimará para que requeira o que for de seu interesse, caso
em que ele pode peticionar nos próprios autos requerendo a penhora e a
expropriação dos bens do devedor. De outro lado, não acolhida a
justificativa do devedor, o juiz decretará pelo prazo de 1 a 3 meses. Essa
decisão é Interlocutória e comporta Agravo de Instrumento, que não possui
o Efeito Suspensivo. Apesar disso, vimos que presentes certos Requisitos, o
relator tem o poder para deferir provisoriamente a Suspensão da
Interlocutória agravada até o julgamento final do agravo. A prisão civil será
cumprida em regime integralmente fechado e o seu cumprimento não
extingue a dívida, pois ela não se trata de uma pena, mas sim de uma
Medida de Apoio, vale dizer, uma técnica processual de coerção. Cumprida
a Prisão civil, o executado não poderá ser preso novamente pela mesma
prestação, mas sim se, se tornar inadimplente quanto a outra parcela.
Ademais caso o executado civilmente preso pague a integralidade da
dívida, o juiz deverá coloca-lo imediatamente em liberdade. Esse
pagamento deve compreender inclusive as prestações que venceram no
curso do processo. Efetuado o pagamento, o juiz ouvirá o exequente e
sentenciará declarando satisfeita a obrigação e extinta a execução.

15/02/16

EXECUÇÃO DOS ALIMENTOS COM DESCONTO EM FOLHA DE


PAGAMENTO

Título executivo judicial

Processo sincrético

Dispensa Petição Inicial

O juiz que fixa os alimentos, tendo ele informações nos autos que o
executado recebe em folha de pagamento, deve expedir de ofício
requisitando realização dos descontos.

Essa fase de execução também pode ter início mediante uma Petição
Intermediária, sendo apresentada pelo credor dos alimentos.
Em princípio, essa PI não precisa ser instruída com a Planilha de cálculos,
uma vez que essa execução não é de dívida vencida e sim vincenda.

Essa execução pode ser utilizada para alimentos vincendos, mas também
para alimentos vencidos e não pagos, contanto que a parcela a ser
descontada mensalmente, não ultrapasse 50% dos rendimentos líquidos do
devedor. Neste caso a Planilha deve ser apresentada com o cálculo da
dívida atualizada.

Contra quem podemos ajuizar essa execução de alimentos com desconto


em folha?

 Diretor
 Gerente
 Militar
 Funcionário público
 Empregado sujeito a lei do trabalho

OBS: ROL EXEMPLIFICATIVO (uma vez que existem trabalhadores que


recebem em folha de pagamento e não estão no rol acima. Ex:
Representante comercial; médico participante de cooperativa).

A Petição intermediária com que se requer os descontos conterá:

ENDEREÇAMENTO (juiz da fase de conhecimento/juiz da causa)

AUTOS No

PREÂMBULO: nome/qualificação das partes contendo CPF/CNPJ

1) Descrever o crédito alimentar e qual o Empregador/Órgão público


que remunera o devedor.
2) Requerer ao juiz a expedição de ofício determinando os descontos
em folha de pagamento.

Quando essa Petição for apresentada para cobrar Alimentos fixados por
Sentença Transitada em Julgado, ela será juntada e processada nos
PRÓPRIOS autos principais, pois não cabem mais recursos. Porém, se a
execução for de Alimentos Provisórios(fixados em liminar) ou por
Sentença que ainda não Transitou em Julgado, essa Petição Intermediária
será processada em autos APARTADOS. Cpc 531 § 1º e 2º.

Ao receber essa PI, o juiz despachará requisitando ao órgão público ou ao


empregador do executado a realização dos descontos em folha de
pagamento.

O cartório forense expedirá o mencionado ofício requisitório dos


descontos, que conterá:

1) CPF do exequente e do executado;


2) Valor dos respectivos descontos;
3) Duração deles;
4) Conta bancária em que serão creditados os valores descontados.

OBS: se o empregador ou o responsável pelo órgão público não efetuar os


descontos determinados pelo juiz, poderá se configurar o delito de
desobediência (art 330, cp).

Embora o CPC não diga, se o empregado for Demitido, tiver o contrato de


trabalho suspenso, ou se licenciar junto ao órgão de Previdência Social, o
empregador deverá comunicar o fato ao juiz, pois estará impossibilitado de
cooperar com o judiciário.
EXECUÇÃO DOS ALIMENTOS COM PENHORA DE BENS DO
DEVEDOR

Vide aulas ano passado, pois essa execução é a mesma por quantia certa
destinada aos créditos em geral.

EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICAL

A execução de Título Extrajudicial, ao contrário dos Títulos Judiciais,


SEMPRE depende do ajuizamento da Ação de Execução e não se realiza
dentro de processo de conhecimento (NÃO É SINCRÉTICO).

Portanto o exequente sempre precisará apresentar ou juiz uma PETIÇÃO


INICIAL.

No entanto, vale lembrar que existem 3 títulos executivos judiciais que


depende da ação executiva, e portanto precisam de uma Petição Inicial,
assim:

1) Sentença Arbitral;
2) Sentença Estrangeira homologada pelo STJ;
3) Sentença penal condenatória transitada em julgado.

19/02

PETIÇÃO INICIAL (execução por quantia certa)

 requisitos genéricos art 319/320


 requisitos específicos 798

Os requisitos GENÉRICOS:

1) Endereçamento (vide competência)


2) Nomes e Qualificação das partes (cpf / cnpj bem como o email deles)
3) O Fato e os Fundamentos jurídicos do pedido (descrever o Título
Executivo Extrajudicial + o Inadimplemento do mesmo)
4) O Pedido com suas especificações (para que o juiz mande penhorar
bens do devedor e aliená-los em seguida, para a satisfação do direito
do credor ou seja penhorar e expropriar)
5) Citação do réu (para que o juiz mande citar o executado, a fim de que
pague a dívida em execução no prazo de 3 dias)
6) Valor da Causa (o valor da causa é a dívida exigida na execução,
devidamente atualizado até o momento do ajuizamento da ação)
7) Indicação das Provas que o autor pretende produzir, requisito este
aqui dispensável porque todas as provas de que dispõe o autor da
execução, notadamente o título executivo, devem instruir a Petição
Inicial
8) A opção do autor pela realização ou não da Audiência de
Conciliação ou Mediação, requisito este que só se aplica à Petição
Inicial da ação de Conhecimento, não à Inicial Executiva.
9) Instruir com Documentos Indispensáveis ao ajuizamento da ação: no
caso aqueles enumerados no I, do art 798,conforme o próximo
requisito

Requisitos ESPECÍFICOS art 798

1) Título Executivo Extrajudicial em seu Original; a Planilha


demonstrativa dos cálculos de atualização da dívida; a prova do
Termo ou da Condição ligada à exigibilidade; bem como a Prova de
que o exequente cumpriu a sua parte no contrato, quando ela
condicionar o cumprimento da obrigação que pertence ao executado
(ex fotos da pintura da casa)
2) Indicação do Cpf / cnpj das partes
3) Indicação do Tipo de Execução que o exequente prefere, quando
puder realiza-la por mais de um meio (quando houver obrigação
alternativa e o direito de escolha pertencer ao credor (ex: carro ou
dinheiro)
4) Indicação dos bens que o exequente quer ver penhorados

ATO JUDICIAL INICIAL

Quando a Petição inicial chegar ao juiz, ele realizará o juízo de


admissibilidade da ação, que compreende a análise das Condições da Ação,
dos Pressupostos Processuais e da Regularidade Formal dessa peça. Se tudo
estiver em ordem, o juiz despachará mandando citar o réu para que em 3
dias pague e fixará desde logo em 10% os honorários advocatícios para a
hipótese de pagamento. Para o caso de o devedor não cumprir sua
obrigação, o juiz desde já deferirá que a penhora recaia sobre os bens
indicados na inicial.

22/02

AVERBAÇÃO PREMONITÓRIA, ADMONITÓRIA OU DE


ADVERTÊNCIA

Ajuizada a ação de execução e Admitida esta pelo juiz da causa, o que


ocorre quando ele Despacha ordenando a citação do executado, o
exequente pode se dirigir ao cartório que processa a execução para obter
uma Certidão forense da Admissibilidade dela. Obtida a Certidão, o próprio
exequente pode se dirigir perante órgãos registrais, a exemplo do CRI,
CIRETRAN, ANAC e da CAPITANIA DOS PORTOS, para solicitar a
Averbação dela na matrícula do bem. Efetivada essa Averbação, qualquer
negócio envolvendo a alienação ou a oneração do respectivo bem será
considerado em Fraude à Execução, e, portanto Ineficaz em relação ao
exequente. Isso significa que essa alienação ou oneração não produz efeitos
em relação ao exequente e por isso o respectivo bem pode ser penhorado
em poder de quem quer que com ele se encontre. Aliás a presunção de
fraude que essa averbação acarreta é Absoluta (“jure et de jure”) e,
portanto, não admite prova em contrário. Enfim, efetivada a averbação em
qualquer órgão registral, o exequente tem o prazo de 10 dias para peticionar
ao juiz comunicando o fato.

Além disso, se o processo se desenvolver e a penhora de bens suficientes


não compreender todo o patrimônio alcançado pela averbação, o exequente
tem outros 10 dias para peticionar ao juiz requerendo o cancelamento das
averbações excedentes. Preocupado com o desrespeito a essas regras, assim
também com averbações abusivas ou injustas, o NCPC tornou o exequente
responsável Objetivamente por todos os danos que causar ao requerido,
independentemente de dolo ou culpa em sentido restrito, sem prejuízo das
penas aplicáveis ao litigante de má fé (art 81).

A MORATÓRIA NO PROCESSO

Já vimos que o executado será citado para pagar a dívida em 3 dias, sob
pena de penhora de bens. Se o executado citado pagar a integralidade da
dívida, o juiz despachará para ouvir o exequente e, em seguida, proferirá
Sentença declarando satisfeita a obrigação e extinta a execução. Porém, se
o executado não puder ou não quiser pagar a vista, no prazo de
Embargos(15 dias), ele precisará peticionar ao juiz para:

a) Reconhecer a integralidade da dívida;


b) Requerer a juntada aos autos do comprovante de depósito judicial de,
no mínimo, 30% do valor em execução;
c) Postular o parcelamento do saldo devedor (Moratória) em até 6
mensalidades sobre as quais incidirão: juros de mora de 1% aos mês,
mais correção monetária.
Apresentando esse requerimento, o juiz ouvirá o exequente e decidirá em
seguida. O exequente até pode discordar desse pedido de parcelamento,
mas só poderá fazê-lo impugnando os 4 requisitos acima mencionados.

OBS: se o juiz deferir esse pedido de parcelamento, serão suspensos os


demais atos executivos na vigência dele. Porém, se o executado deixar de
pagar qualquer dessas prestações, todas elas vencerão antecipadamente e o
saldo devedor será acrescido de uma multa de 20% do valor devido.

OS EMBARGOS DO DEVEDOR

Quando estudamos o procedimento do Cumprimento de Sentença que


reconhece a exigibilidade da obrigação de pagar quantia certa, vimos que a
defesa do executado é feita mediante uma Petição Intermediária de
Impugnação, em que ele veiculará todas as matérias de defesa. Porém,
quando lidamos com a ação e o processo de Execução, que normalmente
são fundados em título extra judicial, a defesa do executado, não é feita
daquela forma, mas sim mediante um instrumento chamado Embargos do
Devedor.

A principal característica dos Embargos do Devedor é que eles possuem


natureza Extraprocessual. Isso significa que eles não são apresentados
dentro do processo de execução, mas sim fora dele. Isso coloca em
evidência que esses Embargos geram um novo processo e que eles tem
natureza de Ação de conhecimento, cuja apresentação depende de uma
Petição Inicial nos moldes dos arts. 319 e 320.

É fácil ver que autor dos Embargos é o executado, ao passo que o


exequente passa a ser réu deles.

Essa Petição Inicial dos Embargos é processada em autos apartados não em


apenso e muito menos dentro dos autos da execução.
Para realizar o pagamento da dívida colocada em execução, já vimos que o
prazo é de 3 dias e, segundo o NCPC, esse prazo é contado da data da
citação do executado. Porém, o prazo de Embargos é de 15 dias, mas ele
não se conta da data da citação, senão da data da juntada do mandado de
citação devidamente cumprido aos autos da execução.

26/02/16

E quando houver pluralidade de executados (litisconsórcio passivo na


execução)?

Quando houver pluralidade de executados, o prazo de Embargos continua a


ser o mesmo e não se sujeita a dobra mesmo que os executados
embargantes estejam representados por advogados distintos, de diferentes
escritórios.

É interessante frisar que no caso de litisconsórcio entre executados, o prazo


para que cada um deles ofereça Embargos é contado individualmente, da
juntada do respectivo mandado de citação aos autos da execução.

No entanto se os executados forem marido e mulher, para eles o prazo de


embargos só começa a correr da última juntada do mandado de citação aos
autos da execução.

A regra geral da competência para os embargos é muito simples, pois eles


devem ser endereçados ao juiz da execução, ao qual compete conhece-los
processá-los e julgá-los em razão da unidade da competência entre a
execução e os embargos.

No entanto, quando se trata de realizar a execução por carta precatória, é


preciso algum cuidado, pois existirão 2 juízes envolvidos: o Deprecante(o
juiz da causa) e o Deprecado(juiz que realizará um ou mais atos executivos.
Ex. alienação dos bens). Mesmo na execução por carta de competência
continua a ser a mesma e por isso normalmente os embargos serão
dirigidos ao juiz da causa, no caso, ao juiz Deprecante. Porém, se os
embargos versarem EXCLUSIVAMENTE sobre penhora, avaliação ou
alienação de bens feita pelo juiz deprecado, a competência para os
embargos, passa a pertencer a ele.

Não se pode confundir essas regras de competência com o juiz a quem os


embargos podem ser apresentados, pois na execução por carta precatória o
NCPC permite que o executado apresente os embargos perante o juiz da
sua preferência, o que contudo, não interfere na competência estudada.

Os embargos do devedor receberam esse nome porque historicamente a


apresentação deles tinha a capacidade de travar o andamento da execução,
tanto que eles foram apelidados em doutrina de Ação de travento de
execução. No entanto desde a lei 11232/05 e também no NCPC, a regra
geral é a de que os Embargos não suspendem mais o fluxo da execução.
Contudo, EXCEPCIONALEMENTE, o juiz pode conhecer dos embargos e
deferir em caráter Interlocutório o Efeito Suspensivo da execução. O
deferimento do Efeito suspensivo está atrelado aos seguintes Requisitos
(Poder vinculado do juiz):

1) Requerimento do Executado – Embargante, que normalmente é feito


na Petição inicial dos Embargos;
2) A prévia realização da penhora, de um depósito ou a prestação de
uma caução integral para a garantia da execução;
3) Fumus bonis in juris
4) Periculum in mora

Apresentada a Petição Inicial dos embargos, que deve obedecer os


requisitos dos art, 319 e 320, o juiz a despachará mandando intimar o
exequente para se manifestar em 15 dias. Depois dessa manifestação, o juiz
decidirá os embargos, exceto se houver prova a produzir, caso em que ele
realizará uma audiência de instrução e julgamento.

A referida intimação equivale a uma citação para todos os efeitos, mas


pode recair na pessoa do advogado do exequente. A mencionada
manifestação pode ter o mesmo conteúdo de uma contestação, mas não
tem essa natureza e por isso a ausência dela não acarreta revelia e
tampouco gera a presunção de verdade dos fatos postos na inicial.

No mais, a decisão com que o juiz resolve os Embargos sempre é uma


SENTENÇA, pois os embargos tem natureza de ação, independentemente
deles acarretarem a extinção ou não da execução.

29/02/16

A PRERROGATIVA DE INDICAR BENS À PENHORA

No modelo atual do processo de execução, pertence ao exequente a


prerrogativa de indicar quais bens do devedor ele pretende ver constritos,
direito esse que ele exercerá logo na petição inicial (art 798).

O CPC não possui um dispositivo enfático dizendo que o executado tem o


direito de indicar os bens que preferir à penhora, mas prevê que se o
executado peticionar ao juiz para fazer sua indicação, o juiz poderá acolhê-
la se presentes 2 Requisitos:

1) Que o executado demonstre ser menos onerosa a sua indicação;


2) Que a indicação dele não seja prejudicial ao exequente.

Ser menos onerosa significa que a indicação de bens feita pelo executado,
deve ser capaz de causar a ele menos prejuízo ou um gravame menor do
que a penhora pretendida pelo exequente. No tocante ao segundo requisito,
o executado deve demonstrar que a sua indicação não coloca em risco os
resultados do processo de execução e que ela é capaz de resultar o
pagamento do credor.

O ARRESTO DE BENS DO DEVEDOR

O oficial de justiça incumbido do cumprimento de mandado de citação,


deve sair em diligência para tentar localizar o executado e, na
oportunidade, citá-lo. Porém, não encontrando o executado, o oficial deve
realizar prontamente o Arresto de tantos bens do devedor quantos sejam
suficientes para garantia da execução.

No comum, o Arresto recairá sob os bens que o exequente indicou à


penhora na petição inicial. Não tendo o exequente feito qualquer indicação,
o oficial arrestará os bens do devedor que conseguir localizar.

Esse Arresto trata-se de uma Medida Executiva de apreensão de bens do


devedor que, não havendo pagamento, serão mais tarde considerados
penhorados.

Efetivado o Arresto executivo, o oficial de justiça deve retornar no


endereço do executado nos 10 dias seguintes, por 2 vezes em dias distintos,
a fim de citá-lo pessoalmente, para pagar a dívida em 3 dias, sob pena de os
bens arrestados serem considerados penhorados.

Se naqueles 2 retornos sucessivos o oficial não encontrar o executado e


suspeitar de ocultação, ele realizará a citação por hora Certa, na pessoa de
um familiar ou de um vizinho do devedor.

Não havendo a referida suspeita, o oficial de justiça certificará o fato no


mandado de citação e o devolverá ao cartório, cumprindo agora ao
exequente requerer a citação por edital.

BENS PASSÍVEIS DE PENHORA


A penhora, por definição, é um ato típico de procedimento de execução,
seja ele aplicável ao processo executivo propriamente dito ou à fase de
cumprimento da sentença, da qual resulta a apreensão de bens do devedor e
a Afetação deles para a futura alienação, isto é, a vinculação desses bens à
execução para que sejam mais tarde expropriados visando o pagamento do
credor.

Nem todo bem pode ser alcançado pela penhora na execução, senão apenas
aqueles que apresentarem as seguintes características:

1) Que pertencerem ao executado, ao tempo da constituição da dívida e


os que sobrevierem a ela;
2) Que eles possuam valor econômico, pois serão alienados para pagar
ao credor;
3) Que esses bens não estejam protegidos por alguma
impenhorabilidade, seja ela Absoluta, Relativa ou Decorrente de
outra norma distinta do CPC.

Os bens absolutamente Impenhoráveis são aqueles que não podem ser


alcançados pela execução em hipótese alguma.

Os Relativamente impenhoráveis são aqueles que só podem ser penhorados


na falta de outros bens passiveis de penhora.

Os absolutamente impenhoráveis são os seguintes:

1) Os bens declarados inalienáveis por ato voluntário (ato de vontade)


ou não sujeitos à execução;
2) Os móveis, pertences e utilidades que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as
necessidades correspondentes a um padrão médio de vida;
3) Os vestuários e pertences de uso pessoal, salvo os de elevado valor;
4) Os rendimentos auferidos pelo trabalhador a qualquer título, bem
como os valores pagos a título de pensionamento, exceto pelo
exequente que estiver cobrando alimentos;
5) As maquinas, livros, ferramentas ou utensílios necessários ou úteis
ao exercício de qualquer profissão;
6) Seguro de vida (enquanto saldo não, mas após o passamento pode ser
penhorado);
7) Os saldos em caderneta de poupança de até 40 salários mínimos,
salvo s o exequente for credor de prestação alimentar;
8) A pequena propriedade rural definida em lei, contanto que trabalhada
pela família;
9) Os materiais necessários para as obras em andamento, salvo se o
imóvel também for penhorado;
10) Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por
partidos políticos nos termos da lei;
11) Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para
emprego compulsório em saúde, educação ou assistência social;
12) Os créditos originários da venda de unidades imobiliárias sob
o regime de incorporação vinculado a execução da obra.

Vistos os bens absolutamente impenhoráveis; resta acrescentar os bens


relativamente impenhoráveis, assim entendidos aqueles que podem ser
constritos se não existirem outros bems para penhorar. Pelo art. 834, são
relativamente impenhoráveis:

1- Frutos (ex. safra)


2- Rendimentos (ex. alugueis)

Isto é, que não podem ser transferidos a outrem de forma onerosa ou


gratuita.

ORDEM DE BENS A PENHORA


O art. 835 NCPC criou uma ordem preferencial de penhora e relacionou
vários bens em uma sequencia prevendo que a constrição daqueles
achados nos primeiros lugares de preferir a penhora daqueles postos a
ultimo. Essa ordem levou em conta a maior ou menor facilidade de
alienar os bens constritos e considerou a maior ou a menor efetividade
da execução.

Dentro desta relação esta:

1- O dinheiro em espécie, deposito ou aplicação financeira. Aliás, o


dinheiro no NCPC é prioritário dentro dessa relação, o que significa
não ser correto afastar a penhora do dinheiro e, em lugar dele,
alcançar outros bens na sequência. Assim fica claro que existe uma
ordem preferencial entre os demais bens, mas que a constrição deles
pode ser irrevertida pelo juiz em atenção as circunstancias do caso.
Melhor dizendo, o juiz poderá mandar realizar uma penhora fora da
mencionada ordem quando a observância dela representar ameaça
aos resultados, a efetividade da execução.
A ordem preferencial é:
2- Titulos da divida publica da União, Estados, DF, com cotação em
mercado ;
3- Titulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
4- Veículos de via terrestre;
5- Imóveis;
6- Bens moveis;
7- Semoventes;
8- Navios e aeronaves;
9- Ações e cotas de sociedade simples e empresarias;
10- - Percentual do faturamento da empresa
11- Pedras e materiais preciosos
12- Os direitos aquisitivos ou resultantes de alienações fiduciárias;
13- Outros direitos.

PENHORA ONLINE

Penhora de dinheiro em deposito ou aplicação financeira. A penhora online


não se realiza de oficio, se não a requerimento do exequente, que o juiz
decidira sem ouvir o devedor para evitar fraude. Deferido o requerimento o
próprio juiz acessará o software do BACEM-JUD, instalado em seu
computador, usando uma senha pessoal. Após preencher as informações,
dentre elas o valor da penhora, o juiz enviará eletronicamente uma
requisição de indisponibilidade. O BACEN-JUD cumprirá a ordem
buscando eletronicamente saldos nas contas do executado em qualquer
banco do pais. Bloqueando algum valor, o BACEN informará o juiz
eletronicamente e este terá 24 horas para mandar liberar de oficio os
bloqueios em excesso. Depois disso juiz intimará o executado que terá 05
dias para peticionar requerendo a liberação de valores bloqueados em
excesso ou para comprovar a impenhorabilidade dos valores e requerer a
liberação deles. O juiz ouvirá o exequente e decidirá em seguida. No mais,
se o executado pagar o juiz tem 24 horas para mandar cancelar a constrição
pelo sistema.

PENHORA DE CREDITOS
Pode ocorrer de o executado ser credor de terceiro que não participa
da relação processual. Esse credito integra o patrimônio do executado e por
essa razão pode ser objeto de penhora.
A penhora de créditos em geral se aperfeiçoa no momento em que o
executado é intimado por ordem do juiz para alienar seu credito em favor
de outra pessoa e no instante em que o devedor dele é intimado para não
pagar o executado. Quando isso ocorrer o juiz também determinara que o
devedor do executado além de não pagá-lo deposite o respectivo credito na
execução em curso.
Pode acontecer de o credito do executado com terceiro estar
documentado em um título de credito, a exemplo de uma promissória,
umcheque, uma duplicata, uma letra de cambio, etc., caso em que apenhora
não se contenta com a intimação do executado e do devedor dele e requer a
apreensão do respectivo título. E assim porque a apreensão do título
impedirá que ele circule mediante endosso, razão pela qual o executado
será intimado a entregar o título em cartório, havendo recusa quanto á
entrega o juiz ordenará a busca e apreensão da respectiva cártula.
A penhora no rosto dos autos é uma espécie de penhora de créditos,
pois o exequente nela obtém a contrição de um credito que o executado está
exigindo em juízo de um terceiro. Essa penhora recebe essa denominação
porque o juiz da execução mandará anotar na capa dos autos do outro
processo que nele existe a constrição do credito do autor de modo a evitar
que o réu pague o demandante e, desse modo, acabe frustrando o direito do
exequente. Na penhora no rosto dos autos tudo se passa de modo similar
porque o executado e intimado para não transferir seu credito a outrem
assim como o devedor dele é intimado para não pagar o demandante. A
única distinção nesse caso e a referida anotação feita na capa dos autos para
servir de advertência inclusive ao juiz, para que não libere o pagamento ao
demandante afim de não frustrar o credito do exequente.
Efetivada a penhora de credito do executado e intimado este, ele
poderá opor os seus embargos para exercer o seu direito de defesa. Contudo
não embargar ou o fizer e sucumbir, o exequente se sub-roga nos direitos
do executado. Isto significa que o exequente se investe em todos os direitos
que que antes pertenciam ao executado, inclusive no direto de demandar
judicialmente o terceiro para que o pague.
Obs.: Nos autos eletrônicos não há capa nem contracapa em que se possa
averbar a penhora do credito nele rivalizado razão pela qual ela deve ser
anotada com destaque junto com os dados cadastrais do processo, onde
estão a comarca, o juiz, os nomes das partes e de seus advogados bem
como o valor da causa.
PENHORA DE EMPRESA E DEOUTROS ESTABELECIMENTOS
O novo CPC regula esse tipo de penhora no art. 862, e ela pode
alcançar os seguintes bens: 1: estabelecimento comercial; 2:
estabelecimento industrial; 3: estabelecimento agrícola; 4: plantações; 5:
obras em construção (ex. edifícios). O objetivo dessa penhora e nomear
alguém para gerir o estabelecimento constrito e desse modo, produzir os
recursos necessários a satisfação do exequente. O auxiliar do juiz que ele
designará para esse fim passa a ser chamado de administrador-depositário
pelo novo CPC. Esse administrador e alguém da confiança do juiz e pode
ser o exequente, o executado ou mesmo um terceiro.
Esse administrador tituláriza dois direitos elementares:
 O de receber uma remuneração pelo serviço que prestar;
 O de ser reembolsado dos valores que dedicar a sua gestão;
Esse administrador não pode gerir indiscriminadamente o
estabelecimento e será intimado para, em dez dias, peticionar ao juiz
encaminhando o respectivo plano de administração que conterá o
detalhamento da gestão que realizará.
O juiz despachará intimando as partes para que se manifestem sob o
mencionado plano e decidirá em seguida, deferindo ou não a penhora do
estabelecimento.
Deferida a penhora o administrador passará a administrar o
estabelecimento e, dentro do planejado, depositará nos autos os valores
decorrentes de sua gestão, incumbindo ao exequente peticionar ao a juiz
para requerer o levantamento dessas importâncias.
A penhora do estabelecimento persistirá durante o tempo necessário
a satisfação do exequente, após o que o juiz despachará mandando cancela-
la e, em seguida, extinguirá a execução.
Obs.: a penhora de estabelecimento é sucessora do usufruto forçado
previsto no Código de 1973.

PENHORA DO FATURAMENTO DA EMPRESA ART. 862


FALTA MATERIA AQUI

MODIFICAÇÃO DA PENHORA A REQUERIMENTO DE QUALQUER


DAS PARTES
O art. 848 prevê a possibilidade de substituição do bem penhorado em várias situações.
Esta previsão difere do art.847 em dois aspectos:
1- Aqui a substituição pode ser requerida por qualquer uma das partes;
2- As situações do art.848 são diferentes daquela do art. 847, que permite apenas ao
executado postular a substituição se presentes dois requisitos.
Os casos do art. 848 são os seguistes:
1-Quando a penhora não obedecer a ordem preferencial do art. 835;
2-Quando houver bens no fórum da execução e forem penhorados objetos em outra
localidade;
3-Quando houver bens livres e a penhora recair sobre bem já penhorado ou gravado
com algum ônus;
4-Quando o bem penhorado for de baixa liquides, isto é, de difícil comercialização;
5-Quando o objeto penhorado não for alienado na execução embora essa alienação
tenha sido tentada;
6-Se o executado não apontar o valor dos bens penhorados ou deixar de fornecer outra
informação exigida em lei, assim: a descrição do bem; as características dele; o local em
que se encontra; a pessoa que eventualmente está em poder dele; bem como algum
gravame que o onere.

A EXPROPRIAÇÃO (ALIENAÇÃO DOS BENS PENHORADOS) NA EXECUÇÃO.


No novo CPC as espécies de expropriação são as seguintes:
A adjucação e a alienação. A alienação pode ser por iniciativa particular ou em leilão
que pode ser presencial ou eletrônico. Aliás, expropriar e alienar o bem penhorado, afim
de obter o dinheiro necessário ao pagamento do credor.

CPC Expropriação adjudicação


2015 (alienação) alienação por iniciativa particular
Em leilão presencial
Eletrônico

OBS.: o NCPC não prevê o usufruto forçado e não usa mais a expressão hasta pública,
inclusive porque acabou com a dicotomia entre o leilão e a praça, unificando-os naquela
primeira denominação.
ADJUDICAÇÃO
Na adjucação, o legitimado a adjudicar requer a transferência para si da propriedade do
bem penhorado, afim de que dela resulte a quitação total ou parcial da obrigação que
incumbe ao devedor. No comum é o exequente que postula a adjucação do bem
penhorado afim de se tornar proprietário dele e, desse modo, extinguir total ou
parcialmente a obrigação do devedor
Com a adjudicação pode ocorrer três situações:
1-Se o valor do bem adjudicado for igual ao montante da dívida, ela ficará extinto;
2-Se o valor do bem adjudicado não for suficiente para quitar a obrigação, o exequente
pode requerer a penhora de outros bens;
3-Por fim, se o valor do bem adjudicado for superior ao montante do debito, o
exequente deverá depositar de imediato a diferença;
4-O valor mínimo da adjudicação é o equivalente ao da avaliação do bem penhorado.
Logo, ela não pode ser efetivada por preço inferior ao da avaliação, avaliação essa
normalmente feita pelo oficial de justiça.
Além do exequente são legitimados a adjudicar os seguintes sujeitos :
1-O exequente;
2-O credor com penhora concorrente, sobre o mesmo objeto;
3-O credor favorecido por uma garantia real sobre o bem penhorado, a exemplo a
hipoteca;
4-O cônjuge ou convivente do executado;
5-O descendente do executado;
6-O ascendente do executado;
7-Os sujeitos catalogados nos Incisos II á VIII do art. 889.
Observando esta lista e fácil perceber nela a presença de certos familiares do executado
que não são credores dele, mas que podem adjudicar para que consigam manter no
núcleo familiar o objeto por ventura útil, necessário, ou estimado por algum deles.
Porque não são credores, se estes familiares adjudicarem, eles devem depositar em juízo
o respectivo valor diferentemente dos demais legitimados.
Considerando essa multiplicidade de legitimados, pode ocorrer de mais de um pretender
a adjudicação, caso em que o CPC manda que o juiz proceda a uma licitação entre eles.
Essa licitação é muito simples de ser feita pois o juiz despachará nos autos mandando
intimar os pretendentes para que no prazo que ele assinar, peticionem renovando as suas
ofertas de valor, afim de que saia vitorioso o pretendente que apresentar a maior oferta.
Para não frustrar a competição que a licitação proporciona, cada pretendente
encaminhará sua oferta ao juiz em envelope lacrado anexado a respectiva petição
intermediaria. Se os autos forem eletrônicos os envelopes contendo as ofertas serão
entregues em cartório, no prazo assinado pelo juiz. Apresentadas as ofertas, o juiz abrirá
os envelopes e deferirá a adjudicação ao legimado que apresentar a maior oferta.
Havendo empate entre eles, a preferência para adjudicar pertencerá ao cônjuge ou
convivente, ao descendente, e ao ascendente, nessa ordem. Logo, esses familiares são
preferidos em relação aos demais legitimados, mas em eventual concorrência entres
eles, será solucionada observando aquela ordem.

MAS QUAL E O PROCEDIMENTO DA ADJUDICAÇÃO.

Falta matéria aqui

ALIENAÇÃO EM LEILÃO PRESENCIAL OU ELETRONICO


Assim como nas demais espécies de expropriação a alienação em leilão deve ser
requerida após apenhora e a avaliação dos bens do executado.
Alienação em leilão presencial ou eletrônico será requerida quando não foi feita a
adjudicação ou alienação por iniciativa particular.
Existem duas espécies de leilão judicial: o eletrônico e o presencial. O leilão eletrônico
e a regra no NCPC, ao passo que o leilão presencial é excepcional, só realizado quando
não for possível o leilão eletrônico a exemplo do leilão feito em comarca ou seção
judiciaria cujo serviço de conecção de internet não exista ou seja precário.
O auxiliar do juiz incumbido de realizar o leilão e o leiloeiro. O exequente até pode
indicar o leiloeiro da sua preferência, mas a nomeação inserisse no poder do juiz.
Vindo aos autos o requerimento de alienação em leilão incube ao juiz deliberara sobre
ele, que compreende os seguintes aspectos:
1 A designação do leiloeiro: o leiloeiro é nomeado pelo juiz, mas o exequente
pode indicar aquele de sua preferência. O leiloeiro tem direito de aferir a
comissão pela venda que intermediar, comissão essa a ser paga pelo adquirente o
bem alienado.
2 Fixação do preço mínimo para a venda: no NCPC o juiz não precisa mais
designar dois leiloes consecutivos, senão apenas um deles, pois se admite agora
que o juiz arbitre um valor mínimo para a arrematação inclusive inferior a
aquele que consta da avaliação. Quando o juiz fixar o preço mínimo para venda,
não será admitida a arrematação por valor inferior a ele pois o NCPC considera
vil (irrisório), qualquer quantia inferior. Quando o juiz despachar deferindo o
leilão e não fixar o preço mínimo, considera vil o lanço inferior a 50% do
montante da avaliação.
3 A definição da forma de pagamento da arrematação: o juiz poderá admitir
apenas pagamento a vista ou aceitar que o valor da arrematação seja pago em
parcelas. A proposito o NCPC não prefixa o número de prestações para o
pagamento da arrematação de modo que o número de parcelas deve ficar ao
prudente arbítrio do juiz que deverá deliberar sobre ao assunto em atenção as
práticas do mercado para aquele tipo de negócio.
4 A definição das garantias: o juiz só deliberará sobre o assunto se admitir o
pagamento parcelado da arrematação. Neste ponto o juiz pode exigir uma caução
do arrematante, uma fiança, ou colocar o próprio bem leiloado em garantia do
parcelamento.
5 A comissão do leiloeiro: o juiz só precisará arbitrar a comissão quando ela não
constar em lei, caso em que deve fixa-la em consideração as práticas do
mercado, a exemplo da comissão de 5% para negócios imobiliários.
Deferido o leilão o juiz mandará realizar a publicidade sobre ele, afim de divulgar a
expropriação para o maior número possível de pessoas e aumentar as probabilidades
de resultado. No NCPC a regra de publicidade é a divulgação do edital de leilão, o
que deverá ser feito com pelo menos 05 dias de antecedência. Em regra, esse edital
será divulgado na internet, no site do próprio leiloeiro do tribunal a que o juiz
estiver vinculado. Contudo, o juiz pode alterar a forma de publicidade do leilão em
consideração ao valor dos bens penhorados neste caso ele pode mandar publicar o
edital em jornal com ampla circulação no fórum da execução ou afixa-lo no local de
costume no fórum (nos murais) ademais o juiz também pode mandar divulgar
anúncios na programação de TV ou rádio e tratando-se de imóveis ou de automóveis
mandar divulgar o edital na parte do jornal destinada a negócios envolvendo esses
bens (classificados).
MAS COMO PAGAR O LANÇO VITORIOSO (A ARREMATAÇÃO)?
Em regra, o pagamento da arrematação e feito à vista mediante deposito bancário ou
outro meio eletrônico de transferência de dinheiro autorizado pelo juiz (TED).
Quando arrematação for paga mediante deposito, incumbe ao próprio leiloeiro
fornecer a respectiva guia de deposito ao arrematante. No entanto o juiz pode, no
edital prever outra forma de pagamento diferente do deposito, a exemplo do
pagamento mediante cheque ou outros títulos de crédito.

COMO DEVEM PROCEDER AQUELES INTERESSADOS NA


ARREMATAÇÃO QUE DESEJAM O PAGAMENTO PARCELADO?
1-Pagamento parcelado
2-Leilão com longa duração
3-Quem vence o leilão
4-A documentação da arrematação
5-Quem assina
6-Quando emite
-> ME
->CA
7-A defesa contra a arrematação: 10 dias na execução/após->ação autônoma
8-A satisfação do credito
->adjudicação
->entrega do dinheiro
Plantão Judiciário
->levantamento de valores
->liberação de bens
9-O que pagar ao exequente?
Se algum interessado na aquisição pretender realizar o pagamento parcelado da
arrematação, precisará encaminhar sua proposta ao juiz mediante petição escrita a ser
protocolada até o início do leilão. Nessa petição o interessado precisa oferecer o
pagamento a vista de no mínimo 25% da oferta e o restante em até 30 mensalidades. Se
o leilão for o primeiro essa oferta de pagamento parcelado não pode ser inferior ao
montante da avaliação feita sobre o bem penhorado.
Se o leilão for o segundo ou qualquer outro posterior a ele, essa oferta de pagamento
parcelado pode ser inferior a avaliação, mas não pode corresponder a um preço víl
(irrisório). Isso significa que, neste caso, a oferta de pagamento parcelado não pode
compreender um valor inferior ao mínimo fixado pelo juiz ou em caso de omissão,
inferior a 50% da avaliação.
Se estiver concorrendo uma oferta de pagamento a vista e outra para pagamento
parcelado, sempre a primeira é que terá prioridade.
Entre os licitantes que ofertaram pagamento a vista, naturalmente vence aquele que
apresentar o maior lanço. A mesma solução é adotada quando estiverem concorrendo
licitantes que ofereceram apenas pagamentos parcelados.
Pode ocorrer de o leilão durar várias horas e até mesmo vários dias caso em que o
NCPC, determina que o leiloeiro o suspenda tão logo se encerre o horário do expediente
forense. Suspenso o leilão neste caso, ele será retomado no primeiro dia útil seguinte no
mesmo horário que ele teve início independentemente de novas intimações.
Seja como for, em determinado momento será definido o arrematante e incube ao
leiloeiro documentar a arrematação mediante a lavratura do “Auto de Arrematação”.
Esse auto, que serve para registrar nos autos a ocorrência da arrematação deve ser
lavrado pelo leiloeiro imediatamente após a arrematação. Aliás, esse auto deverá ser
assinado pelo juiz, o leiloeiro, e o arrematante.
O fato de ter havido a arrematação não significa que o arrematante já se tornou o dono
do objeto pois ainda falta realizar a entrega da coisa móvel, ou o registro da carta de
arrematação do imóvel.
Aliás, o mandato de entrega e a referida carta não serão expedidos se não após o
arrematante pagar arrematação e a comissão do leiloeiro, bem como prestar as garantias
do pagamento parcelado.
Uma novidade do código de 2015 é a de que o juiz só fara expedir o mandado de
entrega ao arrematante ou a carta de arrematação depois de passado o prazo de 10 dias
da assinatura do referido auto e dos pagamentos devidos pelo arrematante.
Esse prazo de 10 dias e dado pelo NCPC para que o executado possa peticionar na
própria execução alegando algum defeito que possa acarretar a invalidade da
arrematação, a exemplo da falta de publicidade com a antecedência de 05 dias, a
arrematação por preço víl, a não suspensão do leilão após o expediente forense, etc.
Porém, nada impede que o executado questione a invalidade da arrematação após
aqueles 10 dias, mas neste caso ele não o fará na execução e sim ajuizando uma ação
autônoma (Art.903 §2º,3º e 4º).

DA SATISFAÇÃO DO CREDITO
Já sabemos que o objetivo da expropriação dos bens penhorados e
satisfazer o direito do credor, satisfação essa que pode ocorrer das
seguintes maneiras: com a adjudicação do bem penhorado pelo exequente,
ou com a entrega a ele da soma em dinheiro obtida com a alienação do bem
penhorado, seja por iniciativa particular ou em leilão.
No entanto pode acontecer de a expropriação ou essas formas de alienação
não conseguirem satisfazer por completo o direito do credor, caso em que
ele poderá peticionar ao juiz para requerer a penhora de novos bens do
devedor a serem posteriormente expropriados, até que se consiga o
pagamento integral da dívida.
Quando isso ocorrer, após uma ou mais expropriações, o juiz sentenciará
para declarar satisfeito o direito do credor e extinta a execução.
No momento de realizar o pagamento ao exequente, deve se contabilizar
uma série de itens para que ele resulte totalmente satisfeito assim:
1- Valor principal da dívida;
2- Os juros de mora;
3- As custas processuais;
4- Segundo CPC, também os honorários advocatícios anteriormente
arbitrados pelo juiz.
5- Porém além desses itens, também devem ser contabilizadas a
correção monetária incidente sobre o principal, bem como as
despesas que o exequente efetuou para realizar a execução, a
exemplo de valores que ele desembolsou para pagamento do
avaliador, das diligencias que pagou ao oficial de justiça, das
despesas com a publicação do edital do leilão e dos valores que
antecipou ao administrador-depositário nomeado pelo juiz.
Em síntese todos esses itens serão calculados e somados para o pagamento
do credor.
Depois de calculado o montante total do debito e pago o exequente pode
acontecer de sobrar dinheiro resultante da adjudicação ou da alienação
particular ou em leilão, caso em que o juiz mandará restituir a respectiva
importância ao executado, no mais, e importante realçar a novidade criada
pelo código de 2015 de que durante os plantões judiciários, não podem ser
resolvidos requerimentos para levantamento de dinheiro depositado na
execução e para a liberação de bens nela penhorados, o objetivo dessa
proibição e evitar erro judicial e prejuízo a qualquer das partes pois o
magistrado de plantão no final de semana, no feriado, no dia em que não há
expediente forense ou fora do horário deste pode não ser o mesmo
magistrado que está processando a execução, o que o torna mais suscetível
a falhas.

PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

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