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SAULO JEFFERSON FERREIRA RA 401532313524

AÇÃO MONITÓRIA

1. O QUE É E SUAS ETAPAS


A "Ação Monitória" é um tipo de ação judicial que tem como objetivo principal
permitir a cobrança de uma dívida ou o cumprimento de uma obrigação de pagamento
quando não há um título executivo, como um contrato assinado ou uma sentença
judicial, que comprove de forma imediata a existência da obrigação pecuniária (soma
em dinheiro), fungível ou infungível, móvel ou imóvel e de obrigação de fazer ou não
fazer; tanto o credor originário como o cessionário e o sub-rogado.
A ação monitória é uma alternativa para casos em que uma das partes acredita
que possui um direito a um pagamento ou à prestação de algo, mas não tem um
documento formal para comprovar esse direito. Através da ação monitória, o autor da
ação pode requerer ao tribunal que emita um "mandado de pagamento", "ordem de
entrega" ou “execução de obrigação de fazer ou de não fazer” para que o devedor pague
a quantia devida ou cumpra a obrigação.
O procedimento da ação monitória normalmente envolve as seguintes etapas:
 Petição Inicial Ação Monitória: O autor (credor) apresenta uma petição inicial
ao tribunal, descrevendo os detalhes da dívida ou obrigação alegada e
explicando por que não há um título executivo que comprove o direito de
maneira imediata.
 Determinação do Juiz: O juiz analisa a petição inicial e pode determinar a
expedição de um "mandado de pagamento", "ordem de entrega" ou “ou
“execução de obrigação de fazer ou de não fazer” se considerar que os
elementos iniciais do caso são plausíveis.
 Notificação ao Devedor: O devedor é notificado da ação monitória e recebe um
prazo para apresentar uma resposta. Se o devedor não se opuser à ação, o juiz
pode converter o "mandado de pagamento" ou a "ordem de entrega" em título
executivo, permitindo que o autor execute a cobrança.
 Contestação: Se o devedor se opuser à ação, ele pode apresentar os embargos à
ação monitória, alegando as razões pelas quais a dívida ou obrigação não é
devida ou não deveria ser cumprida.
 Instrução Processual: Se houver embargos à ação monitória, o processo pode
seguir com a produção de provas, como depoimentos de testemunhas e
apresentação de documentos.
 Decisão Judicial: Após avaliar as alegações das partes e as provas apresentadas,
o juiz emite uma decisão determinando se a dívida ou obrigação deve ser paga
ou cumprida.
A ação monitória é uma ferramenta legal que pode ser útil em casos em que as
partes não têm documentos formais que comprovem uma dívida ou obrigação.

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2. LEGITIMIDADE
Geralmente a legitimidade da pessoa ou entidade que pode ingressar com uma ação
monitória é aquela que afirma ter um direito a receber um pagamento ou a cumprir
uma obrigação e que não possui um título executivo imediato para comprovar esse
direito.
Aqui estão alguns exemplos de quem pode ter legitimidade para ingressar com uma
ação monitória:
 Credor de uma Dívida Monetária: Um indivíduo, empresa ou organização que
alega que outra parte lhe deve dinheiro, mas não possui um documento que
comprove a dívida de forma imediata.
 Prestador de Serviços ou Fornecedor: Se alguém prestou serviços ou forneceu
produtos a outra parte, mas não há um contrato assinado ou outro título
executivo que comprove a obrigação de pagamento, o prestador de serviços ou
fornecedor pode entrar com uma ação monitória.
 Outras Obrigações Financeiras: Qualquer situação em que alguém alega ter
direito a receber um pagamento, como um empréstimo não documentado ou um
acordo verbal, pode ser uma base para uma ação monitória, desde que não haja
um título executivo imediato.
 Situações Contratuais Não Documentadas: Se um acordo verbal foi feito
entre as partes e não há documento escrito que comprove os termos do contrato,
uma das partes pode ingressar com uma ação monitória para buscar o
cumprimento das obrigações alegadas.
Na legitimidade passiva é o "devedor capaz" da ação obrigacional, mesmo
sendo sucessor universal ou singular.
A ação monitória pode ser movida contra a Fazenda Pública, no entanto, o órgão
administrativo tem a garantia de duplo grau de jurisdição obrigatório e não pode ser
considerado em revelia. Nesse sentido, a citação no procedimento monitório é uma
ordem de pagamento e não uma convocação para se defender, e dentro desse
mecanismo é possível utilizar o mecanismo de precatório.

3. EMBARGOS NA AÇÃO MONITÓRIA


A "oposição" a uma ação monitória ocorre quando o devedor, ou seja, a parte
que está sendo cobrada na ação monitória, embarga às alegações do credor (parte que
está buscando o pagamento) em relação à dívida ou à obrigação alegada. A oposição em
uma ação monitória é uma forma de defesa legal que permite ao devedor apresentar
argumentos ou provas para contestar a validade da ação ou para demonstrar que não há
motivo para o pagamento ou cumprimento da obrigação alegada.
Aqui estão alguns pontos a considerar sobre a oposição a uma ação monitória:

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 Petição de Embargos à Ação Monitória: O devedor que deseja se opor à ação


monitória deve apresentar uma petição de oposição ao tribunal. Essa petição
descreve os motivos pelos quais o devedor contesta as alegações do credor e
apresenta as defesas ou argumentos que serão usados em sua defesa.
 Argumentos e Defesas: Na petição de embargos à ação monitória, o devedor
pode apresentar vários tipos de argumentos e defesas. Isso pode incluir alegar
que não há dívida ou obrigação a ser paga, que a dívida foi paga anteriormente,
que existe algum erro nos cálculos apresentados pelo credor ou que há uma
defesa legal que justifica a oposição.
 Provas: O devedor pode apresentar provas que sustentem seus argumentos e
defesas. Isso pode incluir documentos, contratos, comprovantes de pagamento,
correspondências ou qualquer outra evidência que ajude a refutar as alegações
do credor.
 Instrução Processual: Se o embargo à ação monitória for apresentada, o
processo judicial pode entrar em uma fase de instrução processual, onde as
partes têm a oportunidade de apresentar suas provas e argumentos em apoio às
suas posições.
 Audiência ou Julgamento: Dependendo das práticas processuais da jurisdição,
pode ser agendada uma audiência ou um julgamento para considerar as
alegações do credor e as defesas apresentadas pelo devedor. O tribunal tomará
uma decisão com base nas provas e argumentos apresentados pelas partes.
 Decisão Judicial: O tribunal emitirá uma decisão determinando se a ação
monitória será bem-sucedida ou se as defesas do devedor têm mérito. A decisão
pode levar ao arquivamento da ação, à concessão parcial ou total da ação
monitória ou a outras medidas conforme apropriado.
O réu (devedor), após o deferimento da petição inicial, será citado, não para se
defender, mas para pagar a obrigação devida. Por isso, a citação é chamada de mandado
de pagamento, mandado de entrega de coisa ou mandado para execução de obrigação de
fazer ou não fazer (art. 701 CPC). Na hipótese de revelia, é nomeado um curador
especial para exercer a defesa do réu através dos embargos.
O devedor tem a possibilidade de cumprir o que foi estabelecido no mandado dentro
do prazo de quinze dias e realizar o pagamento, os honorários advocatícios ficam
fixados em cinco por cento do valor da ação, ficando isento das custas processuais. Ele
pode optar por não agir ou apresentar os embargos monitórios (art. 701 e 702 do CPC).
O meio adequado de contestar a decisão que aceita ou recusa os embargos
monitórios é a apelação, que é aceita em apenas um único efeito, o devolutivo. Além
disso, ao apresentar os embargos, o procedimento especial é convertido para o comum e
a reconvenção é permitido, sendo possível solicitar a condenação relativa à mesma
causa de ação (art. 702, §6º).
Por último, com a execução das decisões judiciais, são atribuídas obrigações às
partes. Se o autor entrar com uma ação monitória indevidamente e agir com má-fé no
litígio, ele será condenado a pagar uma multa de até dez por cento do valor distribuído à

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causa. E se o réu se opuser à ação com a mesma desonestidade, será condenado a pagar
ao autor uma quantia equivalente. No entanto, a imposição de multa por utilização
inadequada dos procedimentos correspondentes deve ser feita com cautela, apenas
quando a conduta dolosa da parte estiver claramente demonstrada.

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