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Tramitação é o ato de seguir os procedimentos nas vias adequadas.

Isto é, percorrer os
caminhos formais até alcançar o resultado final.
No âmbito judicial ou administrativo, a tramitação de um processo representa que este
ainda não foi encerrado, mas está seguindo seu curso ou fases normais pelas vias legais
e, instâncias competentes e pontos de tramitação (setores) até o resultado final.

Tramitação do processo judicial


As fases gerais relativas à tramitação de um processo judicial:[3]

Petição
A petição é o documento inicial de todo processo, onde o autor - quem ajuizou a ação -
expõe os fatos e os direitos violados que levaram a entrar com a ação. Também o autor
formula os pedidos ao juiz: se deseja uma indenização, ou se deseja que o réu faça ou se
abstenha de fazer algo.
Se a questão do processo for urgente, é possível formular um pedido especial ao juiz na
petição. Onde o juiz analisará para assim decidir; que não é definitiva, podendo ser
modificada a depender das provas produzidas no processo.

Citação
Quando o juiz recebe a petição inicial, este verifica se os requisitos formais estão de
acordo com a lei. Passando-o à fase da citação do réu, quando toma conhecimento da
ação, através de um oficial de justiça indo à residência do réu (ou à sede da pessoa
jurídica) para realizar a entrega de um mandado de citação, ou seja, uma ordem do juiz
para que ele compareça a uma audiência de conciliação.
Na audiência, as partes tentarão chegar a um acordo, com a ajuda de um conciliador.
Caso não cheguem, começa o prazo para que o réu apresente a sua versão dos fatos por
meio de um documento de contestação.

Contestação
Réplica
Depois que o réu apresenta a sua defesa, o próximo passo do processo é a réplica. Onde
o autor contrapõe os argumentos que o réu afirmou na contestação.

Probatório
Uma das fases mais importantes de um processo, etapa que as partes apresentaram os
argumentos. Nesse momento, o juiz convoca as partes para que indiquem as provas que
pretendem usar para corroborar a versão dos fatos.
Assim, se há testemunhas dos fatos, as partes (o autor ou o réu) devem indicá-las para
depoimento, caso necessário fazer perícias.
Como regra, quem alega é quem deve comprovar (autor), enquanto ao réu cabe apenas
comprovar algum fato que tire o crédito do autor.
Em casos especiais, a responsabilidade pode ser invertida: o réu é quem deverá provar
que o autor está errado. Por exemplo, em processos de direito do consumidor.
Depois das provas serem devidamente autorizadas e juntadas no processo, o juiz chamará
as partes para, em última chance antes da sentença, argumentarem sobre elas.

Sentença
É a parte mais importante do processo, a sentença, que depois de analisar todos os
argumentos e provas, o juiz toma a decisão final. Além de decidir sobre os pedidos da
petição inicial, o juiz também condena a parte perdedora ao pagamento das verbas
sucumbenciais. Isto é, todos os gastos no processo (tanto com honorários de advogado,
quanto com taxas cobradas) deverão ser arcadas pela parte perdedora.

Recursos
Mesmo a sentença sendo a decisão final do juiz, ainda é possível reverter essa decisão.
Assim, a parte perdedora poderá apresentar um recurso de apelação. Esse não será
julgado pelo mesmo juiz, mas por desembargadores de um Tribunal. Eles terão poderes
para rever o processo e, se for o caso, modificar a decisão do juiz.
Também é possível recorrer da decisão desses desembargadores, nos casos em que ela
contrariar a Constituição. Assim, os recursos são direcionados ao Supremo Tribunal
Federal ou o Superior Tribunal de Justiça.

Cumprimento[editar | editar código-fonte]


Após todos os recursos julgados, diz-se que a decisão transitou em julgado,ou seja, ela é
definitiva e deve ser aplicada.
Em alguns casos, é permitido aplicar a sentença antes do trânsito julgado: nos casos em
que há urgência.
O credor deve exigir do devedor que cumpra a sentença. Assim, em um caso em que o
juiz ordenou que o réu pagasse uma quantia ao autor, por exemplo, é nessa fase que são
apresentados os cálculos e o devedor é intimado à depositar a dívida. O processo tem seu
fim quando a sentença é definitivamente cumprida.
*Nova matéria

IMP. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES


1- Quanto ao objeto
2- Quanto á forma
3- Quanto aos interesses em discussão

1-CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES QUANTO AO OBJETO


As ações são Declarativas(AçD) ou Executivas(AçE)

Visam obter uma declaração sobre a titularidade de um direito


ou a existência de um facto por parte do tribunal, dito de outro
modo visam obter a solução – existência ou inexistência de um
direito subjetivo- da situação concreta que serve de base ao
pedido.

Através dela o autor visa que o tribunal profira uma declaração que será( um
direito ou um facto). O que o autor pretende é a declaração de Direito.

2- CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES QUANTO Á FORMA


Isto é quanto á tramitação técnica e processual a que têm de submeter-se.
Quando tiver de me pronunciar sobre classificação das Ações quanto á forma
tenho de dizer se é:
-Processo comum
-Processo especial

3-CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES QUANTO AOS


INTERESSES EM DISCUSSÃO
 Processos de Jurisdição Litigiosa
 Processos de Jurisdição Volúntária

Classificação das Ações Quanto ao Objeto -art10


Este artigo distingue os vários tipos de pedidos que o autor formula na
instauração do processo, tendo em conta o seu fim.
Art.10nº1- Distinção entre Ações Declarativas e Executivas

Na Ação Declarativa (AÇD):


- O autor pretende que o tribuna profira uma Declaração Final de Direito, ou
seja que profira uma senteça que ponha fim ao conflito que o separa do réu e
que dessa forma resolva o litigio.

Na Ação Executiva(AÇE): art.10 nº4

- Nestas ações o credor requer a reparação efetiva do direito violado, isto é,


a reintegração do direito violado mediante a realização coerciva de uma
prestação, uma coisa ou um facto que lhe é devida.
- Nestas quer-se que sejam tomadas as providencias adequadas á
reparação efetiva do seu direito.

Art.10 nº6- Indica os fins da ação executiva:


-Pagamento de quantia certa
-Entrega de coisa certa ou prestação de um facto.

HIPÓTESE:
A é credor de B pela importância de 1000euros, contudo B recusa-se a pagar.
A intenta uma AçD contra B e assim obtem sentença declarando a ação
procedente e condenando B a pagar a A os 1000euros.
Mas isso quer dizer que B vai cumprir?
Não pois AçD esgota-se com essa sentença – com a declaração decisória.
Esgota-se com a decisão não há mais nada a ser feito.
Se B não cumprir voluntariamente, o credor A terá de intentar

Ação executiva- requerendo as providencias necessárias á realização coativa da


obrigação devida- serão desencadeados mecanismos processuais destinados a
assegurar ao credor o efetivo recebimento da quantia.
NOTA: se A quiser a reinserção do seu direito vai ter de intentar a ação executiva,
assim já consegue fazer valer a vontade da lei. Se B tivesse pago não tinha de se
itentar a ação executiva.

A distinção entre AçD e AçE equivale á diferença entre o simples declarar e executar, e
entre “dizer” e o “fazer”.
No processo declarativo é declarada a vontade concreta da lei, já o processo executivo
visa a execução dessa vontade.
CONTUDO: Nem sempre à AçD se segue a AçE, exemplo:
-Se o Réu cumprir voluntariamente a obrigação
- AçE pode ser instaurada sem precedência da AçD – pois a lei reconhece a
determinados documentos força bastantepara por si só desencadearem a AçE, são os
chamados Titulos Executivos- art.703 nº1 b) c) d)

Nas ações declarativas- art 10 nº2/3


A lei distingue consoante a finalidade da pretensão entre ações :

1- De simples apreciação
2- De condenação
3- Constitutivas
1- Ações declarativas de simples apreciação
-Esta ação destina-se a obter o reconhecimento da existência (Simples apreciação
positiva) ou inexistência (simples apreciação negativa) de um direito ou de um facto
jurídico, por meio de uma decisão judicial vinculativa- art10 nº3 a)
O pressuposto desta espécie de ações é a afirmação de uma situação de incerteza que
exija classificação.
O que justifica este tipo de ação é a necessidade de reagir conta uma situação de
incerteza acerca da existência ou inexistência de um direito ou de um facto.
O autor apenas solicita que o tribunal aprecie essa situação de incerteza jurídica e
ponha cobro a tal insegurança - declarando se tal direito(ou facto) existe ou não,
conforme o que peticiona.
Esta ação visa assim obter unicamente a declaração da existência ou inexistência de
um direito ou de um facto – o autor satisfaz-se com essa declaração, não pretende que
o tribunal vá além dela.

Logo as decisões proferidas no seu âmbito não são executáveis - na verdade Nada Há
que possa ser executado.
Podem ser positivas ou negativas.
“O Tribunal ou declara que existe um Direito ou que não existe”.
São positivas – quando o autor pretende que o tribunal declare a existência de um
direito ou de um facto.
São negativas – quando se pretende obter a declaração de inexistência de um direito
ou de um facto – neste caso, não é o autor que se arroga determinado direito mas sim
o réu.

Exemplo de simples apreciação negativa: - A maria vem dizer para a escola que eu lhe
devo 50euros mas isso não é verdade então eu vou a tribunal e intento uma ação de
simples apreciação negativa contra Maria para que o tribunal declare a inexistência
desse direito.

Exemplo de simples apreciação positiva: - Para ter acesso á via publica António passa
num terreno que é propriedade de Benjamin, este começa a afirmar publicamente que
aquela travessia é feita por sua mera tolerância e favor.

Antonio diz que aquele prédio esta na verdade onerado com um direito de servidão de
passagem a favor do seu prédio.

Ora nesta situação de duvida jurídica acerca do titulo a que se processa aquela
passagem é suscetível de causar prejuízo a Antonio e isso leva-o a propor uma ação
tendente a por cobro ao diferendo.

Nessa ação António vai pedir que o tribunal aprecie simplesmente a questão e declare
que o prédio de benjamin esta na verdade onerado com o direito de servidão de
passagem, isto é, vai pedir que se declare a existência de determinado direito.

Para o efeito, António vai instaurar uma Ação Declarativa de Simples Apreciação
Positiva.

Pois benjamin na violou nenhuma obrigação a cujo cumprimento estivesse adstrito,


nem António pede em tribunal que ele seja condenado a cumprir seja o que for.

António apensas solicita que o tribunal ponha cobro áquele estado de duvida acerca
do pretenso direito de servidão de passagem e declare por sentença que ele existe.

Outra hipótese de simples apreciação negativa:

Carlota diz ser titular de um direito de credito sobre David que no entender deste não
existe. Perante essa afirmação pública, David pode propor uma ação pedindo
simplesmente que se declare a inexistência desse direito de crédito invocado por
Carlota.

Neste caso, David lançaria mão a uma Ação declarativa de simples apreciação negativa.
O que justifica as ações de simples apreciação negativa é a chamada arrogância
extrajudicial por parte do réu, expressa na afirmação da titularidade de um direito ou
da existência de um facto, arrogância que prejudica o autor, ainda que esse prejuízo
possa não ser imediato ou material.

No ultimo exemplo, David sente-se prejudicado por constar publicamente que deve
determinada quantia a Carlota.

É esta arrogância extrajudicial por parte do Réu(Carlota) que introduz nas ações de
simples apreciação negativa uma especialidade na repartição do ónus da prova.

ÓNUS DA PROVA (só acontece em tribunal)


Nestas ações não cabe ao autor alegar e provar (pela negativa) que o direito ou o facto
não existe, competindo antes ao réu, que vinha alardeando extrajudicialmente a
existência desse direito ou desse facto, alegar e provar(pela positiva) a sua existência.

EX: Eu digo que o gamboa num determinado dia estava no sitio X, mas ele diz que
estava no sitio y então cabe-lhe e ele provar que estava no sitio y e não a mim que
estava no sitio x.

Este particular regime da ação declarativa de simples apreciação negativa justifica-se


pela circunstância de ser muito difícil, se não impossível, fazer a prova(negativa) da
inexistência de um direito ou de um facto.

Daí que retomando o último exemplo apresentado - não recaia sobre David(autor) a
prova de que nada deve a Carlota(Ré), sendo exatamente sobre esta que impende o
ónus da alegação e prova dos factos constitutivos do direito de crédito, do qual,
extrajudicialmente, se arroga titular.

Nos outros tipos de ação, a alegação e prova dos factos constitutivos do direito que se
pretende fazer valer em juízo compete precisamente áquele que o invoca, ou seja o
autor- art 342 nº1

2-Ações De Condenação

O autor pretende uma decisão que , reconhecendo a existência de um direito, ordene


ao réu a realização de uma prestação destinada á reintegração do mesmo – art 10 nº2
e 3 b)
Nota: nesta ação condenatória o autor não pede só a declaração de direito, sendo que
solicita a declaração de direito, e ainda pretende que o tribunal condene o réu á
prestação de uma coisa ou de um facto.
Art10 nº 3 b)- as ações de condenação exigem a prestação de uma coisa ou de um
facto, pressupondo ou prevendo a violação de um direito.

Nestas ações o autor do pedido, na sequencia do juízo declarativo, pretende que em


sua consequência, o Tribunal condene o réu á prestação de uma coisa ou de um facto.
Há um comando destinado ao réu para que este cumpra algo.

O pedido pode ser cumulativo, declaração e condenação;


ou limitar-se ao pedido de condenação do réu pelo que o juízo de apreciação da
violação de um direito é um pressuposto lógico do juízo condenatório pretendido.
A sentença de condenação pressupõe uma prévia declaração da existência do direito –
mas o tribunal não se fica por aqui como sucede nas ações declarativas de simples
apreciação pois emite ainda uma ordem destinada a reintegrar o direito violado.
O autor pretende mais do que a declaração do seu direito e por isso pede também a
condenação do réu.

EXEMPLO de ação de condenação: A emprestou a B determinada quantia em que o


mutario se obrigou a restituir em data convencionada.
Se B não cumprir a obrigação assumida, o credor pode instaurar uma ação alegando os
factos constitutivos do seu direito e pedindo que o tribunal – reconhecida que seja a
existência do seu direito de crédito – condene o réu na restituição de quantia devida.

Outro Exemplo: C e D ocupam determinado prédio urbano, sem autorização e


contra a vontade de E, seu legitimo dono.
Perante esta atuação ilícita E, pode instaurar uma ação (de reivindicação do seu direito
de propriedade art.1311 CC contra C e D abusivos ocupantes, invocando a titularidade
do seu direito de propriedade e a violação do mesmo, cometida pelos réus e pedindo
que reconhecido que seja esse seu direito e essa alegada violação – os réus sejam
condenados a entregar- lhe o prédio.

3-AÇOES CONSTITUTIVAS
O autor pretende obter através do tribunal um efeito jurídico novo que terá origem na
decisão e vai alterar a esfera jurídica do réu, independentemente da sua vontade.
São as ações que criam a nova relação jurídica. O que o autor quer é através do
tribunal obter um efeito jurídico novo.
 O Novo efeito Jurídico nasce diretamente por via da decisão judicial (se
verificados os pressupostos que o condicionam).
Por outras palavras, a sentença cria um novo estado jurídico que pode consistir na
criação, modificação ou extinção de uma relação ou situação jurídica.

Em função disso pudemos falar em ações:


 Constitutivas Propiamente Ditas – visam a criação de uma nova relação ou
situação jurídica.
 Modificativas – através dos quais o autor pede a modificação de uma relação
jurídica existente.
 Extintivas - através dos quais o autor pede a extinção de uma relação jurídica
existente.

Ações Constitutivas Propriamente Ditas


Exemplos:
 Ação destinada a constituir uma servidão de passagem – art.1550 CC
 Ação de preferência – art.1410CC
 Ação de investigação de paternidade ou maternidade
Ações Constitutivas Modificativas
Exemplos:
 Ação tendente á mudança de uma servidão- art.1568 CC
 Ação de simples separação judicial de bens – art.1767 CC – há uma modificação
na relação matrimonial.
Ações Constitutivas Extintivas
Exemplos:
 Ação de divorcio proposta por um dos cônjuges contra o outro – art.1773 CC – o
autor pede a extinção da relação matrimonial.
 Ação de resolução do contrato de arrendamento pelo senhorio – art.1083 nº2 CC

Estas ações (constitutivas) – são o instrumento processual adequado ao exercício de certos


direitos potestativos, precisamente aqueles cuja realização apenas se consegue através de
uma decisão judicial.
Nestas ações o juiz, pela sentença constitui, modifica ou extingue direitos e deveres que
apesar de fundados em direitos e deveres anteriores, só nascem com a sentença.
(Direito Potestativo é o poder conferido a uma pessoa de introduzir uma alteração na esfera
jurídica de outra pessoa – criando, modificando ou extinguindo direitos – sem a cooperação
desta).

Salienta-se:
 A divisão das ações declarativas em 3 espécies não implica que estas devam ser
estudadas como “compartimentos estanques” na medida em que na mesma
ação podem cumular-se diversas pretensões (ato de natureza diferente) desde
que observados determinados requisitos – os previstos no art.555 e 37
Podem assim existir ações declarativas com natureza mista, como sucede no caso do
despejo que tem por finalidade resolver um contrato de arrendamento (constitutiva
extintiva) e despejar alguém (condenatória).

Com efeito é possível cumular na mesma ação 2 ou mais pedidos de condenação:


Pedir que o Réu seja condenado a pagar determinada quantia e a entregar certo
objeto, como também é possível cumular um pedido constitutivo com um pedido de
condenação.
Pedir na mesma ação o despejo do réu e a condenação deste no pagamento de
rendas em divida.
Sintese:
Todas as ações declarativas visam o reconhecimento da existência ou inexistência de
um direito.
>Traço diferenciador
No que vem a seguir a esse reconhecimento (ou não reconhecimento) do direito,
8comum em principio a todas elas) – é o que reside o traço diferenciador.
Se alem do reconhecimento da existência do seu direito , o autor pretender que o
tribunal condene o réu á reintegração do direito violado, pela prestação de uma coisa ou
de um facto, a ação diz-se de CONDENAÇÃO.
Se além do reconhecimento da existência do direito invocado, o autor pretende a
produção dos efeitos jurídicos correspondentes (isto é, a constituição de uma nova
relação, a modificação, ou extinção de uma relação anterior) a ação é
CONSTITUTIVA
Se o autor não pretende mais do que uma declaração formal de existência ou
inexistencia do direito a ação é de SIMPLES APRECIAÇÃO.

CLASSIFICAÇÃO das AÇÕES quanto á FORMA -art 546


O art.546 nº1 – diz-nos que o processo pode ser comum ou especial.
546 nº2 – dá-nos a indicação direta da aplicação do processo especial – este aplica-se
apenas aos processos que a lei designa e trata como tal.
O âmbito de aplicação do processo comum é definido a contrário sensu.

Todavia não pudemos olvidar o estatuído no art.547, pelo qual o juiz devera adotar a
tramitação processual adequada ás especificidades da causa e adotar o conteúdo e a
forma dos atos processuais ao fim que visam atingir.
Do que decorre que em lugar de uma forma única do processo, poderemos ter uma
multiplicidade delas, passando a tramitação processual a depender em ultima análise do
que o juiz entender.
 OS PE(PROCESSO ESPECIAL) são os processos- exceção e o
PC(PROCESO comum) é o processo regra.
 A existência de um PC e de vários PE decorre do entendimento do legislador no
sentido de que a discussão em juízo de determinadas matérias, pela natureza ou
especificidade destas, exige uma tramitação processual própria e distinta da
consagrada no PC.

Os PE estão entre os artigos 878º a 1081º.


Os PE não são apenas os insertos no CPC mas todos os previstos como tal em diploma.
Exemplos de PE:
- Ação declarativa especial;
-Ação destinada a regular o exercício das responsabilidades parentais;
- Processo de Insolvência
-Processo de Inventário

CASO PRÁTICO 1:
A celebrou um contrato de compra e venda a C e B, o qual prometeu vender a B,
um prédio rustico pelo preço de 4000euros, contudo A pretende obter uma
anulação do contrato alegando para o efeito que foi fisicamente coagido a assinar o
mesmo.
Resposta:
Foi celebrado um contrato de promessa de compra e venda(O contrato-promessa de
compra e venda é um documento escrito, assinado por quem promete vender (promitente-
vendedor) e por quem promete comprar (promitente-comprador) art.410 nº1.
Com a celebração do contrato constitui-se uma relação jurídica em que o vendedor (D) quer
vender e o comprador(A) comprar.
Neste caso estamos perante um caso de uma ação declarativa constitutiva extintiva. Art 10 nº2.
>Em termos genéricos, todas as acções declarativas importam um juízo valorativo face à
existência ou não de um determinado direito, distinguindo-se pela amplitude da pretensão do
agente: (i) se nada mais pretender que o juízo, é de simples apreciação; (ii) se além do juízo
pretender que o Tribunal condene o réu à reintegração do direito violado, pela prestação de uma
coisa ou de um facto, é de condenação; (iii) se o interesse do autor for, essencialmente, o da
produção dos efeitos jurídicos correspondentes, é constitutiva.
E neste caso o interesse do autor é exatamente esse pelo que ele pretende do tribunal a
declaração da anulação do contrato de promessa de compra e venda com o fundamento da
coação moral, a sentença produziu assim efeitos constitutivos extintivos art.10 nº3 c).
Neste caso a ação quanto á forma é processo comum art.546 porque não cabe em nenhum dos
processos especiais.
Nota: Em casos de anulação ou nulidade é sempre uma ação declarativa de ação constitutiva.

CASO PRÁTICO 2: A por escritura pública de compra e venda vendeu a


B uma fração autonoma designada pela letra D. Quer integrar o prédio urbano em
regime de propriedade horizontal, cto em cascasi pelo preço de 220mil euros.
Todavia decorridos que se encontram 6 meses de celebração do dito contrato B
ainda não procedeu á entrega da referida fração ao A. Solicitou os seus préstimos
no sentido que o informe de qual ação deveria intentar para que B lhe entregue a
fração .
Resposta: Estamos perante um contrato de compra e venda de um imóvel art 874( o
contrato de compra e venda é o contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma
coisa, ou outro direito, mediante um preço), que dele decorre a transferência da
propriedade de uma coisa, a fração autonoma em questão, art 879º C.C. Nesta ação
condenatória o autor não pede só a declaração de direito, sendo que solicita a
declaração de direito, e ainda pretende que o tribunal condene o réu á prestação de
uma coisa ou de um facto.
A teria de intentar uma ação declarativa de condenação, art 10nº2 pois o autor pede ao
tribunal o reconhecimnto do direito de propriedade e a respetiva restituição da fração
por parte de B.

Classificação das Ações quanto aos Interesses em


Discussão
 Processo de Jurisdição Litigiosa
 Processo de Jurisdição Voluntaria

Processo de Jurisdição Litigiosa


A ação judicial supõe em regra a existência de um conflito de interesse privado, um
litigio entre as partes – e é a necessidade de resolver esse litigio que justifica o recurso á
vida judicial.
Conflito que as partes “trouxeram” a juízo e que será solucionado pela respetiva
sentença
EX: ação de divida, ação de reinvidicação da propriedade, ação de despejo..
São os chamados processos de jurisdição litigiosa ou contenciosa.
Estes processos têm por base um litigio, um conflito. O tribunal tem de meter fim ao
conflito.

Processo de Jurisdição Voluntária


Contudo existem ações que não visam resolver um conflito de interesses, mas sim
regular judicialmente um interesse comum a ambas as partes.
Existem pela circunstância de esse interesse (embora comum) ser perspetivado de modo
diverso pelas partes.
EX: ação de regulação das responsabilidades parentais e ação de fixação judicial de
prazo.
São os chamados processos de jurisdição voluntária ou graciosa.
Têm em vista regular um interesse comum de ambas as partes
Ex: na fixação judicial de prazo, quanto á demolição de um muro, o interesse é
comum( apenas tem perspetivas diferentes).
Art 986º a 1081º - são processos especiais e processos de jurisdição voluntária
Art 878º a 985º - são processos especiais e processos de jurisdição litigiosa

Dos processos de Jurisdição Contenciosa, os processos de jurisdição Voluntária


caraterizam-se pela ausência do litígio e do conflito.
No exemplo dado das responsabilidades parentais o que está em causa é o superior
interesse do menor, interesse que ambos os progenitores querem ver tutelado( e por
isso, lhes é comum) , mas sobre o qual têm perspetivas e posições distintas – exemplo
de jurisdição voluntaria.
Os processo de Jurisdição voluntária atendendo às suas características implicam uma
tramitação especial, pelo que são classificados quanto á forma como processos
especiais. Art 986º a 1081º.

3 Caracteristicas dos Processos de Jurisdição Voluntária:


1- Vigora o principio da Livre Atividade Investigatória do Tribunal
>Ou seja o juiz pode investigar para alem do que as partes aportam ao processo -art
986º.
>Mas isto só acontece no processo voluntário
> São passiveis de alteração
2 - Impera o Principio da Equidade
3 - Decisões que lhe ponham termo não são soluções Jurídica e Futuramente
indiscutíveis.
>Ou seja por mais que se tome uma decisão por exemplo daqui a dois meses se se
achar que a decisão é inaceitável vai-se a tribunal e pede-se para alterar a decisão ou
seja pode ser sempre sujeita a discussão.
Impera o principio da equidade:
O juiz pode decidir como lhe parecer mais adequado e oportuno art.987.
Decisões não são soluções jurídica e futuramente indiscutíveis
As resoluções proferidas nos PJL podem ser alteradas com fundamento em
circunstancias supervenientes. Art 988 nº1.
Isto é não possuem o caracter da irrevogabilidade e inalterabilidade que
encontramos nas sentenças dos PJL.
Nestes processos não é obrigatório a constituição de advogado, exceto na fase de
recurso. Art.986 nº4.
*acabou-se a matéria das ações

PROCEDIMENTOS CAUTELARES
O art 2 nº2 parte final refere a pretensão destnada a requerer
“os procedimentos necessários para cautelar o efeito útil da ação”
A lei processual designa-os como Providências Cautelares e acham-se regulados nos
art 362º a 409º

Pode ser caracterizado como sendo um processo judicial , semelhante e


complementar a uma ação judicial (embora a sua função não seja a de composição
definitiva do litigio), visando obter uma decisão provisória que acautele um
determinado direito de feição a que a demora normal do processo principal não o
torne inútil.
A sua função é a de assegurar o resultado prático de uma ação, suspendendo a
eficácia de um ato jurídico sempre que o seu prosseguimento possa colocar em
causa os direitos de um sujeito, evitando prejuízos graves ou antecipando a
realização do direito de forma a garantir, na medida possível, a celeridade do
processo e o principio da segurança jurídica.
Notas: é uma decisão provisoria, visa assegurar o resultado pratico da ação, é no
fundo garantir um direito.
EX:
Encerramento de maternidade em Mirandela , antes que encerre intenta-se uma
providencia cautelar provisória para que se possa impedir o encerramento , pq se
tivermos á espera da ação principal para resolver a situação pode demorar tempo
suficiente para que não se conseguisse impedir o encerramento da maternidade(se a
ação principal tiver sido intentada em abril e demorar 1 ano e o encerramento da
maternidade esteja previsto para junho já ao se consegue impedir nada.
Outro EX. de Providência Cautelar:
Arresto de bens
Ao devedor que deve 300000euros ao credor, começa a tentar vender tudo para que
quando for a tribunal e o tribunal o obrigar a pagar a divida, ele se justifique como
não tendo dinheiro nem bens sendo que assim esse direito nunca iria ser assegurado,
por isso o credor pede uma providencia cautelar para que o devedor seja impedido
de cometer tal ato e para o dano não se tornar irreparável art.362

Procedimentos Cautelares
Assentam numa justificação de ordem temporal, pois o proferimento de uma
decisão final é algo que pode demorar algum tempo, mesmo que todos os prazos
sejam respeitados e esse tempo de demora pode acarretar consequências tais que a
decisão que vier a ser proferida já não tenha qualquer efeito útil.
Esta demora do julgamento pode criar um estado de perigo “periculum in mora”,
porque pode expor o titular do direito a danos irreparáveis, suscetiveis de
comprometer o beneficio e a eficácia da sentença.
As providências cautelares que são decretadas realizam uma função preventiva, pois
destinam-se a prevenir a lesão de um direito.
Exemplo: suponha que atendendo à delapidação dos bens do devedor, o credor esta
em risco de perder a sua garantia patrimonial.
O arresto de bens do devedor(art391 nº1 e art619 C.C.) visa assegurar que a ação
condenatória proposta pelo credor contra o devedor ainda seja útil, pois os bens
arrestados podem ser penhorados e vendidos.
Assim acautela-se não é a violação de um direito mas a utilidade da decisão da
tutela definitiva.

O Procedimento Cautelar é um instrumento relativamente á ação principal, porque é


nela que está o fundamento, o direito que se esta a tentar acautelar.

Procedimentos Cautelares Especiais: art 377º a 409º


 Restituição Provisória da Posse – art 377 a 379
 Suspensão de Deliberações Sociais – art 380 a 383
 Alimentos Provisórios – art 384 a 387
 Arresto – art 391 a 396
 Embargo de Obra Nova – art 397 a 402
 Arrolamento – art 403 a 409

Caracteristicas do Procedimento Cautelar

Notas: - O procedimento cautelar é instrumental relativamente a uma ação principal e por


isso mesmo, dependente dessa mesma ação - art364 (exceto mas situações em que seja
decretada a inversão do contencioso) ;
Ou seja, exceto se for decretada a inversão do contencioso, eu tenho sempre de intentar a
ação principal.Isto é será sempre dependente da causa que tenha como fundamento, o direito
acautelado ou o acautelar.
E caducará se a ação não vier a ser proposta dentro de 30 dias ou se for julgado improcedente
– art373.
O PROCEDIMENTO CAUTELAR PODE SER PRELIMINAR OU INCIDENTE DA AÇÃO

 Quando requerido antes (como preliminar da ação principal), o


procedimento será apensado ao da ação principal logo que esta seja
proposta – artigo 364º nº2.
 Quando o requerido na pendência da ação principal (como incidente desta)
corre como apenso desta ação principal – artigo 364º nº3.
Requisitos legais para o decretamento do procedimento cautelar comum:
1. A aparência de existência de um direito
2. Existência de um fundado receio de que outrem cause uma lesão nesse direito
durante a natural demora na resolução definitiva do litigio( periculum in mora).
3. A gravidade dessa lesão
4. A natureza dificilmente reparável dessa mesma lesão.
5. A concreta adequação da providencia cautelar para assegurar a efetividade do
direito em causa.
6. A não abrangência por qualquer processo cautelar nominado, da providência que
se visa obter
7. Que o prejuízo resultante para o requerido da providencia cautelar em causa não
exceda consideravelmente o dano que com ela o requerente pretende evitar.

Ínstrumentalidade e Provisoriedade das Providências


Cautelares
Em regra providência é dependente de uma ação , proposta ou a propor pelo
requerente, que tenha por fundamento o direito acautelado.
Pelo que a medida decretada é instrumental e provisória, e que caducará se a ação
principal não for proposta ou se vier a ser julgada improcedente.

Mas esta ínstrumentalidade e provisoriedade envolve, em bastantes casos uma


duplicação desnecessária de atos e meios destinados á resolução do litigio.
- O que conduziu á consagração do regime da Inversão do Contencioso
Que permite que a providência decretada se possa considerar como composição
definitiva do litigio.
Notas: inversão do contencioso -art 369
Deixa de ser instrumental e provisória e passa a ser uma composição definitiva do
direito. Já não temos de intentar a ação principal já não é necessário.
Através deste regime basta-nos intentar uma providencia cautelar.

Antes da inversão do contencioso tínhamos dois meios para consumar o litigio:


-providencia cautelar;
- ação principal.
Através da inversão do contencioso, a providencia cautelar tem a hipótese de não
depender da ação principal(mas isto só acontece na inversão do contencioso.
A inversão do contencioso tem de ser requerida é dispensar o requerente de intentar a
ação principal.

NOTA:
 O requerente solicita ao Juiz que o dispense do ónus da propositura da ação principal. Este tem interesse em
ver decretada a inversão do contencioso para não ser ele a intentar a ação principal.
 O requerido da providência cautelar se quiser vai ser o autor da ação principal.
 Se o Juiz determinar a inversão do contencioso, a consequência é que o requerido fica onerado com o ónus de
propor a ação principal.
 Há-de ser o requerido a intentar uma ação para que se declare a inexistência do direito a cautelar.

Inversão do contencioso e consolidação da decisão


Antes a decisão proferida no procedimento cautelar era sempre provisória, porque
estava destinada a durar somente enquanto não fosse proferida a decisão definitiva na
ação principal já proposta ou a propor posteriormente.
Atualmente os procedimentos cautelares podem deixar de depender da ação principal
que teria por fundamento o direito acautelado, se for decretada a inversão do
contencioso.
Este mecanismo permite que o juiz tenha a possibilidade de, a pedido do requerente
da providencia cautelar, decidir sobre a existência do direito acautelado, o que
dispensa o requerente da instauração de uma ação principal declarativa, para o
reconhecimento do mesmo.
Quer dizer que a providencia cautelar decretada pode consolidar-se como composição
definitiva do litigio e portanto o requerente fica dispensado de propor a ação
respetiva.
Art 369, essa dispensa só é possível se se verificarem 3 requisitos:

1. Que a matéria de facto provada no procedimento cautelar permita ao juiz


formar a convicção segura acerca da existência do direito acautelado;
2. Que a natureza da providencia decretada seja adequada a realizar a
composição definitiva do litigio.
3. A inversão do contencioso seja requerida.

O 1º resulta que o requerente não se ter limitado a apresentar prova sumária


do direito e da ameaça que sobre este direito impende.
O requerente tem de ir alem do mínimo exigido pelo art 365 nº1 para uma
decisão provisória – tem de se preocupar em fazer prova suficiente para formar
a convicção do juiz acerca do direito a acautelar.

O 2º é necessário ter em conta que nem sempre a providência é de molde á


composição definitiva do litigio
Art376 nº4
Estão excluídos os PC de cariz conservatório, o arresto e o arrolamento.

O 3º - a dispensa do Ónus de propor a ação principal não depende da iniciativa


do juiz.
>Deve ser solicitada pelo requerente através de requerimento apresentado ate
ao encerramento da audiência final – art369 nº2.
O requerimento está sujeito ao contraditório do requerido.

Invertido o contencioso é ao requerido que imcumbe, em certo prazo, intentar


a ação principal, se não quiser que a decisão cautelar se transforme em decisão
definitiva, resolvendo definitivamente o litigio em questão.
Quer isto dizer que se o requerido não intentar a ação principal, a providencia
cautelar decretada resolverá definitivamente o litigio.
Assim é ao requerido que cabe deixar a providencia cautelar tornar-se
definitiva, eliminando a sua instrumentalidade.

Assim importa salientar que a decisão de inversão do contencioso não converte


os efeitos da providencia cautelar em definitivos, apenas dispensa , o
requerente, da propositura da ação principal e, coloca do lado do requerido o
ónus de intentar a ação principal.

Sendo assim o efeito da consolidação da providencia cautelar decretada


em composição definitiva do litigio , só sucederá se:
- O requerido não intentar a ação principal;
- Se intentada a ação principal, o processo estiver parado por mais de 30 dias
por negligência do autor (requerido no procedimento cautelar);
- O réu for absolvido da instância (requerente do PC).
Art371 nº2

Já se o requerido propuser a ação e esta for julgada procedente – a providencia


decretada caducará depois de a decisão transitar em julgado – art371 nº3.

Ação de impugnação do direito acautelado


O requerido (na providencia cautelar) irá impugnar o direito sobre cuja existência o juiz
considerou haver convicção segura, aquando da inversão do contencioso.

NOTAS SOBRE ESTA MATÉRIA:


Inversão do contencioso art369 >
Deixa de ser instrumental e provisória e passa ser uma composição definitiva do
direito (já não temos de intentar a ação principal, não é necessário.
Através deste regime basta-nos intentar uma providencia cautelar.
Antes da inversão do contencioso tínhamos 2 meios8 (providencia cautelar) e (ação
principal) para consumar o litígio.
Agora a providencia cautelar tem a possibilidade de não depender da ação principal,
mas só com a inversão do contencioso.
A inversão do contencioso tem de ser requerida (é dispensar o requerente de intentar
a ação principal.

Procedimento Ação principal


Cautelar

Antes era o requerente a intentar a ação principal. Com a inversao o requerente fica
dispensado , e fica o requerido(autor) a intentar a ação principal.
A inversao do contencioso é criada porque o legislador acha desnecessária a
duplicação de atos.
IMP O requerente da providencia tem todo o interessen na inversão do contencioso
para não ter de intentar a ação principal. Há-de ser o requerido se quiser a intentar a
ação para que se declare a inexistência do Direito acautelado.
O requerente pede ao juiz que o dispense do ónus da propositura da ação principal -
art369 nº1. Se o juiz dispensar o requerente , o requerido é que tem de intentar a
ação, o ónus passa a ser o requerido da providência.
Art 371 nº1 - se o requerido não propuser a ação, a providencia decretada consolida-
se como composição definitiva do litigio.

Inversão do Contencioso
Este regime permite que a Ono vidência decretada se possa consolidar como composição definitiva
do litigio, quebrou-se assim a regras da instrumentalidade e provisoriedade dos procedimentos
cautelares.
Uma vez decretado o procedimento cautelar e tendo havido pedido de inversão do contencioso e
uma vez deferido este o requerente da providencia cautelar fica dispensado do ónus da propositura
da ação principal – art369 nº1/2
A consequência sera ficar o requerido onerado com ónus de propositura da ação principal, prazo 30
dias – art 371 nº1
Se o requerido não propuser a ação destinada a impugnar a existência do direito acautelado, a
providência decretada consolida-se como composição definitiva do litigio.
Caso pratico: Qual é a ação desta providencia?
Ação declarativa de simples apreciação negativa porque quer a inexistência do direito.

Comente a Afirmação: Uma vez determinada a inversão do contencioso, passa a caber


ao requerido do procedimento cautelar, a possibilidade de a providencia cautelar se
tornar ou não definitiva.

Se o tribunal declarar a inexistência do direito na inversão do contencioso,a


providencia caduca -art 371 nº3
Se o requerido não propõe a ação - composição definitiva do litigio
O requerido requer a inexistência do direito, e sendo assim se a ação for julgada
procedente caduca.

Pressupostos PROCESSUAIS
Introdução:
Intentamos uma ação para quê? Temos um problema qualquer que queremos que seja
solucionado.
Nós autor vamos a tribunal para lhe mostrar o objeto do litigio e solucionar com uma
sentença.
O autor deduz um pedido, o tribunal conhece tudo que tinha para conhecer, ou seja
quer dizer que apreciou materialmente a pretensão(meteu a mão na massa).
Ao conhecer materialmente , ele vai poder por fim ao litigio porque já conhece o
objeto da questão.
Apreciação Material da Pretensão
Há condições que têm de existir para o juiz poder conhecer o tal fundo da
questão(mérito da causa). Antes disto temos de cumprir vários requisitos, só depois o
juiz pode conhecer o mérito da causa.
Se isto não acontecer fica impedido de conhecer a historia a fundo do autor.
A estes requisitos ou condições necessárias damos o nome de Pressupostos
Processuais.
*pretensão=pedido

Quando se intenta uma ação em tribunal o que o autor pretende é que a questão seja
objeto de uma sentença.

Isto é que aprecie materialmente a pretensão deduzida e ponha termo ao


litigio subjacente á ação.

Mas que para essa função seja realmente cumprida é forçoso que se verifiquem
determinadas condições que valem como condição prévia ao conhecimento do Mérito
da Causa
São os Pressupostos Processuais (PP)

Apreciação de mérito de causa


É a função natural e expectável das decisões judicias – pois os tribunais existem
para resolver litígios.
A função do processo só se alcança verdadeiramente quando o tribunal profere
decisão que responda ao pedido formulado pelo autor, o mesmo é dizer, uma
decisão de mérito.
Noção (PP) – condições necessárias para que se possa apreciar o mérito da ação.

Notas:
Quando se fala de apreciação de mérito da causa é o que nós estamos À espera
(o que eu quero é que o tribunal resolva o problema).
O que eu quero (autor) é que o tribuna tenha conhecimento a fundo da minha
situação, e através da minha ação que o tribunal responda ao meu pedido e tome
uma decisão.
Eu preciso destes pressupostos processuais para que haja o regular funcionamento
da instância.

Pressupostos processuais
São requisitos de ordem técnica necessários ao regular desenvolvimento da instância,
deixando que esta culmine numa sentença que resolva efetivamente o litígio colocado À
apreciação do tribunal,
Julgando a ação procedente ou improcedente, consoante
assista ou não razão ao autor, em face do direito material ou substantivo.
Quando assim sucede, o juiz conhece do Mérito da Causa, ou seja, do fundo da
questão.

Mas, se algum desses pressupostos processuais não se verificar e a sua falta não for
sanada, o juiz deverá reconhecer a existência de uma exceção dilatória e proferir uma
sentença de absolvição da instância – art. 278 e 577.
Nestes casos, não se realiza a função do processo, pois impede o Juiz de se pronunciar
sobre o Juiz de se pronunciar sobre o Mérito da Causa, sendo proferida uma decisão que
ao invés, se limita a um julgamento formal da lide que põe termo ao processo.

A violação dos Pressupostos Processuais (PP) tem por efeito, em regra a ocorrência de
Exceções Dilatórias, as quais constituem, antes do mais, argumentos de defesa ao dispor
do réu – art. 576/2 e 577
As contínuas alterações ao CPC, são no sentido de privilegiar as decisões que realizem
a função do processo (decisão de mérito), eliminando os impedimento à sua realização,
daí que a maioria dos PP é de conhecimento oficioso e a sua falta é, em regra, sanável.

NOTAS:
Art 278 nº1 – ele já não vai conhecer do mérito da causa, nestas situações que o juiz
não conhece o pedido fica impedido de se pronunciar sobre o mérito da causa.
Exceções dilatórias Art 578
As exceções podem ser dilatórias ou perentórias – ART 576 nº1
Quando se verifica a violação de um pressuposto processual estamos perante uma
exceção dilatória.
Art 577 c) estamos a falar de um PP relativo às partes.
a) Estamos perante um PP relativo aos tribunais.

A função do processo é resolver definitivamente o litígio.


Argumentos de defesa ao dispor do réu – Art 576 nº2 e 577
- se o réu pretende ser absolvido da instância usará as exceções dilatórias para isso
acontecer

A violação dos PP é sanável.

Vamos estudar os PP(pressupostos processuais) exigidos para que se possa realizar a


função do processo, mas também aqueles cuja verificação tem a ver com a constituição
da relação processual
1. Relativos às partes
2. Relativos ao tribunal
3. Relativos ao objeto da causa

1- Relativos às partes
i. A personalidade judiciária
ii. A capacidade judiciária
iii. A legitimidade
iv. O patrocínio judiciário obrigatório
v. O interesse me agir

*iv – só é pressuposto quando é obrigatório se não for já não é pressuposto processual

2- Relativos ao tribunal
i. A competência internacional e competência interna

3- Relativos ao objeto da causa


i. Aptidão da petição inicial
ii. Não verificação de litispendência e de caso julgado
*ii. – Os únicos PP de índole negativa, estes têm de não se verificar para que não haja
exceção dilatória. É a sua não verificação que tem que existir para que não haja violação
do pressuposto processual

 Em termos de dinâmica processual, o autor perspetiva estas questões como


preenchimento de PP, o réu como argumentos de defesa e o tribunal como
cumprimento de deveres de verificação dos requisitos exigidos para a decisão
de mérito e, além disso, de providenciar pelo seu suprimento.
Uma vez finda a fase de articulados, o juiz começa por verificar se os PP foram, ou
não, respeitados.
 Constatando o seu desrespeito, ou seja, a falta de algum dos PP, o juiz
providenciará pela sua sanação, se passível de.
Nota:
Em termos de dinâmica processual o autor olha para os PP como requisitos que
tem que preencher. Eu autora vou perspetivar os PP como requisitos que eu vou ter
que cumprir.
O réu quando recebe petição inicial, vai logo ver os PP para ver se são cumpridos
(visto que para o réu, os PP são argumentos de defesa para ele) utilizando-os na
contestação para requerer o absolvimento da instância.
O Juiz olha para os PP como deveres que o autor ou o réu têm de cumprir visto que
sem isso cumprido o juiz não pode conhecer do mérito da causa, impedindo de por
fim ao litígio, absolvendo a instância (terminando o processo).
O juiz só tem acesso ao processo quando findam os articulados, só aí pode ver se
foram respeitados os PP. ART 6 nº2 importante

1) Pressupostos processuais relativos às partes

i. Personalidade judiciária(pressuposto processual)


- Art 11 consiste na suscetibilidade de ser parte processual.
Ser parte processual significa ser demandante ou demandado em juízo – autor ou réu;
exequente ou executado; requerente ou requerido, consoante a natureza do processo ou
do procedimento em causa.
*Art 11 – mesmo os menores têm personalidade jurídica – art 66 nº1 cc, e por força do
principio da coincidência também têm personalidade judiciária – art 11 nº2.
Art 12 – são exceções
Estas entidades à partida não teriam personalidade judiciária mas com este artigo têm.

Pode dizer-se que a personalidade judiciária consiste na possibilidade de requerer ou


de contra si ser requerida qualquer das providências de tutela jurisdicional reconhecidas
na lei.
A personalidade judiciária é o pressuposto dos pressupostos processuais relativos às
partes, na medida em que faltando, não há sequer parte no processo.
Acrescenta ainda, que essa é reconhecida a todos aqueles que tenham personalidade
judiciária.
CRITÉRIOS ATRIBUTIVOS
1) Art 11/2 – Critério da Coincidência – quem tem personalidade jurídica, em princípio,
personalidade judiciária.

Art 66/1 CC.


Nos termos do qual a personalidade jurídica adquire-se no momento do
nascimento completo e com vida.
Adquira a personalidade jurídica (corresponde à capacidade civil de gozo de direitos),
qualquer pessoa, maior o menor, capaz ou incapaz, pode ser parte numa causa.

2) Diferenciação patrimonial – previsto no art 12


A lei atribui personalidade judiciária a certas “entidades” que não têm (ou ainda
não têm) personalidade jurídica – art 12
São exceções à equiparação prevista no art 11/2 – são casos de “extensão da
personalidade judiciária”.

3) Afetação do ato – acha-se previsto no art 13


Prevê a atribuição de personalidade judiciária às sucursais, agências, filiais,
delegações ou representações (de determinada pessoa coletiva), em dois casos:
 Se ação derivar de facto praticado por elas (nº1)
Ex: quando um cliente de uma agência bancária propõe uma ação contra esta
para dirimir um litígio emergente de um contrato de concessão de crédito
celebrado entre ambos.
 Se a ação respeitar a facto praticado pela pessoa jurídica estrangeira, esteja em
causa uma obrigação contraída com um português ou com um estrangeiro
domiciliado em Portugal (nº2)
Nestes casos, as sucursais, agências, filiais, delegações ou representações, embora
destituídas de personalidade jurídica, por serem órgãos de mera administração local de
uma pessoa coletiva (esta, sim, pessoa jurídica), podem demandar e demandadas.
Estas entidades a que é reconhecida personalidade judiciária (art 12 e 13), são
representadas em juízo nos termos determinados no artigo 26.

Nota: À partida a falta de personalidade judiciária é insanável mas o artigo 14


permite que constatando-se a parte da personalidade jurídica pode ser sanada. Este
artigo já saiu no exame, também é uma exceção dilatória.
Art 278 c, 577 c, 578 – formular respostas com estes artigos.

 A personalidade judiciária, como salienta Lebre de Freitas,


“ não constitui apenas um pressuposto processual geral, a verificar, quanto ao
autor, à data da propositura da ação e, quanto ao réu, à data da citação … É
também pressuposto de cada ato processual que deva ser praticado pela parte
ou perante ela.

 A falta deste PP é, como se disse, em princípio insanável.

Exceto os casos previstos nos art 12º a 14º, a inexistência de personalidade jurídica
de qualquer entidade impede a sua constituição como parte.
A ser o caso, tratar-se-á de uma exceção dilatória, de conhecimento oficioso, que gera
a absolvição da instância – art 278 nº 1 C), 577 C), e 578.

ii. Capacidade judiciária(pressuposto processual)


-art15, art67 cc
Aptidão que temos de adquirir direitos e de os poder exercer.
Acha-se regulada no art 15/1, que estatui “A capacidade judiciária consiste na
suscetibilidade de estar, por si, em juízo”
Nº2 – “A capacidade judiciária tem por base e por medida a capacidade do exercícios
de direitos”.
Ou seja, a capacidade judiciária decorre da capacidade
jurídica prevista no art 67 CC

Para pleitear(contestar) em processo, não chega ter personalidade judiciária

É necessário que a parte possa estar, por si própria, em juízo, isto é, que não careça de
qualquer representação.

Ou a parte pode, por si, estar em juízo ou não pode.

A sua intervenção judicial deverá fazer-se através de representante legal, nos termos
do art 16, assim ficando suprida a incapacidade, sob pena de violação do pressuposto
processual.
Os casos de incapacidade previstos na lei são os da menoridade e dos maiores
acompanhados.

Menoridade
Menor – quem não tiver ainda completado dezoito anos de idade.
Art. 122 do CC…
Da conjugação do art 123 do CC com art 15/2 resulta que o menor não tem
capacidade judiciária.
Então, para ser suprida a sua incapacidade, o menor deve estar judicialmente
representado pelos seus progenitores ou, subsidiariamente, por um tutor.

Art 127 CC
Excecionalmente, reconhece validade a certos atos e negócios jurídicos praticados pelo
menor.
Tendo capacidade jurídica para a prática destes atos e negócios, pode então o menor
litigar por si próprio em ações que os tenham por objeto.

Art 138 e seguintes – Maiores acompanhados


Art 19 – capacidade judiciária dos maiores acompanhados.
Se eles não estiverem sujeitos a representação podem intervir nas ações e têm de ser
citados.
A falta deste PP é sanável nos termos do art 27 a 29
Assim, logo que o juiz se aperceba da incapacidade judiciária tem o dever de
oficiosamente providenciar pelo seu suprimento – art 6 e 28.
A incapacidade judiciária é suprível através de representação (responsabilidades
parentais ou tutela) ou da autorização – art 16
Se a incapacidade judiciaria respeitar ao autor – o juiz ordena a notificação do seu
representante legal, que poderá:
 Ratificar o processado ou renová-lo – dessa forma regulariza a instância;
 Ou nada fazer – neste caso o juiz absolve o réu da instância.
Se a incapacidade respeitar ao réu, o juiz ordenará a citação de representante legal, que
poderá:
 Ratificar o processado ou renová-lo – assim regularizando instância;
 Ou nada fazer – neste caso o ação prosseguirá, cabendo ou Ministério Público a
defesa do incapaz – art 21/1.

Se a incapacidade jurídica for da parte do autor, o juiz ordena a notificação do


representante. O juiz ou notifica o processado ou retifica e regula a instância. O Réu é
absolvido da instância neste caso.

Se a incapacidade jurídica for da parte do réu juiz ordena a notificação do seu


representante (representante do réu) se este representante nada fizer a ação vai
prosseguir e é ao ministério público que incumbe defender o incapaz.

A nossa lei processual prevê também a representação judiciária pelo MP de pessoas


juridicamente capazes:
 Do ausente – art 21 e 23
 De incertos – art 22
 Do Estado – art 24

Representação das pessoas coletivas e das sociedades


As pessoas coletivas e as sociedades são representadas em juízo por quem a lei, os
estatutos ou o controlo social designarem – art 25
Aula
21/10/19 iii. Legitimidade(pressuposto processual)
 Singular
 Plural

Legitimidade
*Relação que a parte tem (seja autor ou réu) com o objeto do litigio.
O PP da legitimidade respeita à relação das partes com a concreta pretensão deduzida.

 Ser parte legitima é ter uma relação direta com o objeto do litígio.

Legitimidade Singular – art 30/1


Define o alcance do “interesse” de que resulta a legitimidade.

O interesse de que fala este artigo: Será jurídico Interesse que tem de ser jurídico
(protegido pelo direito), pessoal e direto;

será direto – quando tem repercussão imediata no interessado,

será pessoal – se a repercussão se projetar na sua própria esfera jurídica(na esfera do próprio
interessado.

*art30 nº1 – temos um autor quando ele tem interesse em intentar a ação; temos um réu
quando ele tem interesse em contradizer a pretensão

Legitimidade Singular – art 30/2


O autor é parte legitima sempre que a procedência da ação (previsivelmente) lhe venha a
conferir (a si) uma vantagem/utilidade.

O réu é parte legitima sempre que se vislumbre que tal procedência lhe venha a causar (a si)
uma desvantagem.

*O autor é parte legitima, quando á partida se consiga antever que a procedência daquela
ação, trás vantagem ao autor. O réu é parte legitima, quando a procedência da ação lhe
venha a trazer desvantagem ou prejuízo.

O interesse significa utilidade para o autor e prejuízo para o réu.

IMP
Assim contrariamente à Personalidade Jurídica e À Capacidade Judiciária – que são requisitos
que assistem ou faltam À parte em todos os processos ou, pelo menos, num grande número
de processos, sendo, portanto, qualidades processuais do sujeito em si – a Legitimidade
consiste numa posição concreta da parte perante uma causa.
A legitimidade processual é assim apreciada por uma relação da parte com o objeto da ação,
relação que é estabelecida através do interesse da parte perante esse objeto.

 Para que o juiz de possa pronunciar sobre o mérito da causa é preciso saber se a
parte identificada como autor é aquela que pode fazer valer juridicamente a
pretensão e se a parte identificada como réu é aquela contra quem a pretensão
pode ser deduzida.

Casos de Legitimidade previstos no código civil


Em muitas situações é a própria lei que explicitamente declara quem tem legitimidade
para intentar determinada ação:

 Art 73 CC – ação relativa À defesa do nome


 Art 125 CC – arguição de anulabilidade de atos dos menores
 Art 141 CC – requerimento de interdição
 Art 242 e 243 CC – arguição de simulação
 Art 610 CC – impugnação pauliana
 Art 1785 CC – ação de divórcio
 …

*a própria lei nestas situações diz quem é a parte legitima mas nem sempre

*Na falta de indicação da lei, formulação da legitimidade, assenta na titularidade da relação


material controvertida.

Porém, quando ela não indica deverá recorrer-se ao regime subsidiário que se acha fixado no
nº3 do art 30, que prevê que neste caso, a legitimidade dos sujeitos se apure pela relação
controvertida tal como é configurada pelo autor, na petição inicial, ou por ele descrita.

A relação material que interessa para se aferir da legitimidade é a descrita pelo autor na
petição inicial.

O critério da legitimidade oferecido pelo nº3 do art 30 na sua redação atual, superou
definitivamente a velha querela doutrinária entre o Prof Barbosa de Magalhães e o Prof
José Alberto dos Reis a propósito da legitimidade e que também dividiu a jurisprudência
durante décadas, mas que se encontra totalmente ultrapassada desde a alteração do CPC
introduzida pelo Dec. Lei nº 329-A/95 de 12/12 e principalmente pelo Dec. Lei nº 180/96
de 25/9, com o aditamento na parte final do referido normativo da expressão “tal como é
configurada pelo autor”.

*tb já saiu no exame para falar sobre a querela doutrinaria.

A mencionada querela doutrinária levantava a dúvida que consistia em procurar saber qual
era a relação material controvertida que se devia tomar em consideração

– se a apresentada pelo autor na petição inicial, ou a que viesse a resultar da própria causa.
*já saiu no exame para compararmos estas duas teorias.

O mesmo é dizer, o que se procurava saber era se a legitimidade decorria da relação jurídico
processual, tal como era descrita pelo autor na petição inicial, ou da relação material
controvertida que se viesse a apurar como autêntica e verdadeira no decurso da ação.

O que ficou solucionado, como ficou dito, em resultado da alteração introduzida no artigo.

Nota: tese barbosa de


guimaraes- acontece a
configuração que o autor
vier a dar á relação
O interesse direto relevante para ajuizar da legitimidade
controvertida, o réu irá ser
das partes, seja para demandar, seja pra contradizer, afere-
aquele que o autor quer
se pela titularidade da relação material controvertida, tal
demandar.
como é configurada pelo autor.
* Antonio fez um negocio
 O que importa é que, no “conto” que o autor
com emanuel vendendo
descreve na petição inicial, as partes
ferro ao emanuel, mas há
representam o “papel” de titulares da relação
um intermediário Davide.
material controvertida.
Antonio intenta uma ação
contra davide(intermediário)
por causa do pagamento
desse ferro que não chegou
a acontecer, veio invocar a E já não pela relação material controvertida tal como ela
legitimidade. realmente existe.
*Na nova tese importa saber
só o que o autor descreve,
mas antes não era assim. E se assim não fosse, confundia-se com o mérito da
causa (sentença final) para se conhecer da legitimidade.
*A legitimidade é tal como é
configurada pelo autor na
petição inicial, é a historia -A relação controvertida é definida por Miguel
que o autor conta que Teixeira de Sousa, como a “fundamentação da
importa, se antonio diz que diversidade de posições das partes quanto a um ponto
o réu é davide então o com relevância jurídica substantiva”, portanto como a
davide é parte legitima. relação jurídica que constitui o objeto do processo.
*normalmente nestas ações - Assim, a legitimidade afere-se através da
se a coisas não for como comparação dos sujeitos da relação jurídica subjacente
antonio(autor) disse e na com os sujeitos da relação jurídica processual (partes).
verdade quem tivesse de
pagar a divida era emanuel
então a ação contra davide é
julgada improcedente.

A consequência prática da alteração introduzida ao nº3 do art 30, é a de atualmente


serem diminutas as situações de ilegitimidade singular.
O processo, por norma, revela uma dualidade de partes (autor e réu), mas, nem sempre
assim é, muitas vezes, o processo apresenta uma pluralidade de partes (de autores e/ou
réus).

Quando assim é, falamos em

PLURALIDADE DE PARTES

Pluralidade de partes
A pluralidade pode ser:

 Ativa (Vários AA.)


 Passiva (vários RR.)
 Dupla (vários AA. e vários RR)
 Inicial (se verificada no inicio da ação)
 Subsequente (se tem lugar na pendência da ação)

Pluralidade de partes – Legitimidade Plural


 Legitimidade plural

Há legitimidade plural de compartes quando a situação material atinge diferentes pessoas


que compõem uma só parte. (art 1691 CC- dívidas que responsabilizam ambos os cônjuges)

O direito processual civil olha para o direito material e configura a legitimidade processual.

As figuras de pluralidade de partes são:

 O Litisconsórcio
 A Coligação

O Litisconsórcio(sai sempre em exame)


Ocorre quando se discute em juízo uma determinada Relação Jurídica que envolve diversos
sujeitos, os quais, em virtude de serem titulares da mesma relação material controvertida
(RMC) são partes na ação.

Quer dizer que, À unidade da RMC corresponde uma pluralidade de partes.

Na Litisconsórcio, o mesmo pedido é formulado por várias partes e/ou contra várias partes.
Nota: o litisconsórcio é quando se esta a discutir uma determinada situação que se esta a
discutir em juízo, envolve mais que um sujeito, todos os sujeitos envolvidos são partes na
ação. Se a relação que esta a ser discutida envolve a maria, joao, diana, e cris são todos
titulares da ação.

*relação jurídica que envolve vários sujeitos temos um único pedido intentado por várias
partes(ativo) ou contra várias partes(passivo).

O Litisconsórcio pode ser:


 Voluntário (facultativo)
 Necessário (forçoso)

Litisconsórcio voluntário-art 32
– existe quando a pluralidade de partes resulta da vontade do ou dos interessados.

Quer dizer que, embora a questão (RJ) diga respeito a vários interessados – a presença de
todos na ação – só sucede porque o autor optou (vontade) propor a ação contra todos os
interessados – ou – porque vários interessados a decidiram instaurar em coautoria.

Nota: so há pluralidade das partes, se a parte tiver interesse. A presença de todos naquela
ação só sucede se o autor quiser. Ele é que sabe se intenta a ação contra todos ou não.

Art 32/1 – trata deste tipo de Litisconsórcio

*32 nº1 2parte - se á +interessados o que vai acontecer é que o tribunal só vai conhecer
respetiva quota parte de cada um deles.

Se a relação respeitar a vários interessados (do lado ativo/passivo/de ambos) e estando todos
em juízo,

A decisão a proferir na causa resolverá, em simultâneo e quanto a todos, o


diferendo submetido à consideração do tribunal.

Mas, porque em presença de todos não é obrigatória, mas voluntária, caso a RMC respeite a
vários interessados e não se encontrem todos na lide,

A decisão a proferir fica


circunscrita às partes presentes, isto é, só vincula estas (32/1 2ª p) o tribunal, nesse caso, só
conhece da respetiva quota parte do interesse ou da responsabilidade.
No caso de Obrigações Divisíveis (534 CC)
São obrigações plurais cuja prestação é fixada globalmente, competindo, porém, a cada um
dos sujeitos apenas uma parte do débito ou crédito comum – e isto será assim “ ainda que o
pedido abranja a totalidade”.

Exemplo: A. tem um crédito de 6000€ sobre B, C e D, competindo a cada um dos devedores


pagar a quantia de 2000€.

Como a obrigação é divisível A. pode demandar ao mesmo tempo B, C e D, pedindo a sua


condenação no pagamento de 6000€ - 1ª parte do nº1 do art 32 Ou demandar só um dos dois
devedores, nesse caso, o tribunal condenará cada um dos seus demandados na respetiva
quota parte, ainda que o pedido tenha abrangido (indevidamente) a totalidade – 2ª parte do
nº1 do citado artigo.

nota: o autor pode


demandar os 3, a questão
fica devidamente resolvida.
O autor tb pode demandar
Já o art 32/2 – prevê a hipótese de a lei ou o negócio
½, mas a questão não fica
permitir que o direito comum seja exercido por um só ou
totalmente resolvida, o
que a obrigação comum seja exigida de um só dos
tribunal não pode obrigar
interessados.
nenhum deles a pagar a
totalidade. O autor não (Aqui é possível pedir a totalidade a um deles).
pode pedir a totalidade a
Quando assim for “basta que um deles intervenha para
uma so pessoa visto que
assegurar a legitimidade” – é o caso típico das obrigações
uma pessoa só tem de pagar
solidárias (512 CC) …
1/3( a sua quota parte).

O litisconsórcio Necessário – art33


*pode surgir por imposição legal, contratual, ou pela própria natureza da relação jurídica.

Refere-se a situações em que a lei, ou o contrato, fonte da relação controvertida o impõe, ou


da própria natureza da relação.

Corresponde a uma pluralidade de partes obrigatórias (não depende da simples vontade da


parte), quer dizer que devem estar em juízo todos os interessados na relação controvertida,
sob pena de legitimidade – art 33/1.

*ou estão lá todos os interessados na relação controvertida ou estamos perante –


ilegitimidade- art33nº1

O litisconsórcio necessário corresponde a uma ideia de pluralidade de partes obrigatória.

Do que sobressai que o litisconsórcio necessário pode ser legal, porque resulta da imposição
legal, convencional ou contratual e natural – art 33/1.
- litisconsórcio necessário convencional se a pluralidade das partes resultar do negócio.

- litisconsórcio necessário natural se a pluralidade das partes resultar da natureza jurídica


controvertida.

Assim, a obrigatoriedade da presença simultânea de todos os interessados pode


resultar:
 Da Lei
 Do Negócio
 Da natureza da Relação Controvertida

Assim podemos ter os seguintes tipos de Litisconsórcio Necessário:

 Legal
 Convencional
 Natural

Litisconsórcio Necessário Legal (LNL)


Quando deriva de exigência da lei – art.33/1 – a razão da justificação da sua existência deverá
ser encontrada no direito substantivo.

*art33 – determinadas ações em que o exercício do direito tem de ser exercido por todos.

Exemplos em que a lei o impõe:

 Obrigações indivisíveis com pluralidade de devedores, que só de todos eles podem ser
exigidas – art. 535/1 CC (LNL passivo);
 Direito de preferência com pluralidade de titulares – art. 419/1 CC (LNL ativo);
 Direito de indemnização por danos não patrimoniais em caso de morte da vítima – art.
496/2 CC.

litisconsórcio necessário legal conjugal


Litisconsórcio entre cônjuges
*o legislador regulou de forma autonóma casos do casamento(matrimonio)
Esta matéria acha-se regulada no art.34/1 e 3, que estatui autonomamente diversos casos de
litisconsórcio necessário legal(LNL) resultantes de casamento.

Diferenciando os cônjuges enquanto autores – o que origina litisconsórcio ativo;

e os cônjuges enquanto réus – o que origina litisconsórcio passivo.


Litisconsórcio ativo entre cônjuges
Do lado ativo – exige-se o litisconsórcio nas ações de que possa resultar a perda ou oneração
de bens que só por ambos possam ser alienados ou a perda de direitos que só por ambos
possam ser exercidos (art. 1682-A e 1682-B CC), e nas ações que tenham por objeto a casa de
morada de família (art. 1682-A/2 CC).

Litisconsórcio entre cônjuges


Móveis – art. 1682 CC

Imóveis – art. 1682-A/1, al. a) CC

Estabelecimento comercial – art. 1682-A/1, al. b) CC

Casa de morada de família – art 1682-A/2 CC

Pode haver consentimento:


 Verificada a falta de consentimento, o juiz fixa prazo para a sua obtenção – art. 34/2,
sob pena de absolvição do réu da instância.

Litisconsórcio passivo entre cônjuges


Do lado passivo – art.34/3 …

Trata de ações emergentes de factos praticados por ambos cônjuges (art. 1691 CC).

E das ações emergentes de facto praticado por um dos cônjuges quando se pretenda obter
decisão suscetível de se executada sobre bens próprios do outro (art. 1691/1 e 2 CC).

* art 34 nº1 – cônjuges


enquanto
autores( litisconsórcio ativo) Litisconsórcio Necessário Convencional
34 nº2 - cônjuges enquanto
réus (litisconsórcio passivo)
(LNC)
34 nº1 ambos os cônjuges Quando a pluralidade das partes é determinada por
têm de intentar a ação se for estipulação dos interessados – art. 33/1
só um é parte ilegítima
34 nº2 quando um deles não Ex: várias pessoas celebram determinado negócio e, ao
dá consentimento, vamos ter mesmo tempo, combinam que devem estar presentes todos
o tribunal a decidir sobre o os interessados/outorgantes em eventual discussão judicial
suprimento do relativa a esse negócio.
consentimento -art 1000
*- quando são as próprias partes que convencionam que
caso houver algum litigio sobre isto, todos deviam de estar presentes.
Litisconsórcio Necessário Natural
Quando a intervenção de todos os interessados se mostre necessária para que a decisão a
obter produza o seu efeito útil normal, atenta a natureza da Relação Jurídica em discussão.

A decisão produz o seu efeito útil normal – art. 33/3 … quando regula definitivamente a
situação concreta das partes.

Exemplos:
Ação destinada a obter a declaração de Nulidade de um Negócio Jurídico – tal negócio, a ser
nulo (ou válido) – há-se sê-lo para todos os contraentes – é obrigatório a presença de todos
eles, sob pena de os contraentes ausentes não ficarem vinculados à decisão a proferir, a qual,
por isso, não teria a virtualidade de regular de modo definitivo a questão submetida a juízo.

Ação destinada à anulação de uma escritura de partilha exige a intervenção de todos os


sucessores outorgantes na mesma.

A violação do LN implica a ilegitimidade da parte que litigue desacompanhada – art. 33/1 p.


final.

* Efeito útil normal - a


decisão produz este efeito
quando resolve a situação
completa da parte. Temos de
averiguar se é preciso Coligação
estarem presentes todas as
partes para resolver a O que caracteriza a coligação, prevista no art. 36 e ss é a
situação.
presença na ação de uma pluralidade de relações jurídicas
*Isto pode sair no exame!! com pluralidades de partes.
Exemplo de
compropriedade: Na coligação, pedidos diferentes são formulados por várias
Ex. Há um bem, que é partes e/ou contra várias partes.
propriedade de 4 pessoas,
um quer por fim a isto mas Alberto dos Reis fala em “multiplicidade de pedidos e
só está chateado com 2 coletividade de litigantes”
*deles
Coliga çãso
então o– intenta a
art36/37
(pluralidade
ação contra 2,das partes
1 fica de e
fora.
pluralidade quanto ao
pedido)
A ação nunca se iria resolver Pressupostos para haver Coligação
definitivamente porque para
Regra
isso erageral(art 37 nº1)a -
preciso intentar
não 1º - art 36, a existência de uma conexão relevante entre as
ação contra todos. um
se pode fazer
pedido de coligação relações jurídicas;
Nesta situação há uma
violação de um PP, violação 2º - art 37/1, a verificação de compatibilidade formal entre
do litisconsórcio necessário
natural. a tramitação prevista para as diferentes relações jurídicas;

Se o homem que quer por 3º - art 37/4, a não rejeição da coligação pelo tribunal.
fim a isto não intenta a ação
contra todos mas só contra
alguns(neste caso 2), a parte
ilegítima nunca poderá ser
quem fica de fora da ação ,
mas sim só os quais lhe foi
intentada a ação.
Só pode ser
considerada parte
1º Requisito
Conexão relevante entre as relações jurídicas.

 Fatores:

Unidade da Causa de Pedir (é integrada pelos factos concretos que servem de base à
pretensão do autor).

Se a causa de pedir for a mesma pode haver coligação.

Ex: C. coage A. a celebrar um contrato com B. (coação de terceiro art 256 CC)
O coator é C., quanto a este será intentada uma ação de condenação, já quanto a B. será de
intentar uma ação constitutiva extintiva (destruição de um determinado efeito).

Não há litisconsórcio, pois estamos perante relações jurídicas diferentes.


A causa de pedir é a mesma.

 Havendo identidade da causa de pedir pode haver coligação e pode o autor propor
ação contra ambos.

A coligação ocorre quando entre os pedidos formulados se verifica uma


relação prejudicial ou de dependência entre os dois pedidos .
Exemplo:
A e B celebram um contrato de doação e B transmite o bem a C
A interpõe uma ação de anulação contra B e uma ação de restituição contra V

Neste caso, o segundo pedido está dependente do primeiro.

Um pedido depende de outro quando daquele só se pode conhecer no caso de procedência


deste (há um pedido dominante e um pedido dependente).

*No exemplo de coligação um pedido depende do outro

A coligação ainda é legitima quando a procedência dos pedidos


principais depender essencialmente da apreciação dos mesmos factos.
Exemplo:

Na sequência de uma acidente de viação ( a mesma causa de pedir) provocado por culpa de
um dos intervenientes, vários lesados formulam na mesma ação, os respetivos (diferentes)
pedidos de indemnização contra a seguradora.

Há pluralidade de partes acompanhada de uma pluralidade de RMC ( tantas quantas os


lesados).

À pluralidade de partes corresponde uma pluralidade de relações juridicas.


*Ex de coligação: vários doentes coligam-se contra uma farmacêutica por causa de um
certo medicamento.

Celebrando uma entidade contratos com teor igual com uma pluralidade de pessoas,
pode haver coligação ativa dos consumidores e também coligação passiva por parte da
entidade, o que tem particular relevância nas ações de massa.

O que distingue a Coligação do Litisconsórcio é:


 Na Coligação há pluralidade de partes pluralidade correspondente de RMC.

 No Litisconsórcio há pluralidade de partes, mas unicidade da RMC.

A Coligação tem caráter voluntário – ao passo que o Litisconsórcio pode ser voluntário ou
necessário.

Verifica-se uma situação de coligação quando, numa mesma demanda, vários sujeitos,
unidos por uma mesma causa de pedir, sejam (à partida) titulares de relações jurídicas
diferentes.

Isto é, além da pluralidade de sujeitos, existe uma pluralidade de relações jurídicas


controvertidas.

 Ex: Ações proposta contra uma farmacêutica pelas vítimas de ingestão de um


medicamento.

Requisitos Processuais
art 37/1 (regra geral)

Tem de ser satisfeito o requisito

 Da identidade da forma de processo (aos vários pedidos formulados deve


corresponder a mesma forma) e o
 Da identidade do juízo competente (o tribunal deve ter competência internacional,
material e hierárquica para apreciar os diferentes pedidos).

art 37/2 (exceção)


Mesmo que em relação a todos os pedidos se sigam formas diferentes pode o juiz autorizar a
coligação quando as formas não sejam incompatíveis, se o fizer deve adaptar as duas
tramitações.

O que traduz o exercício do poder dever de gestão processual – art 6/1

art 37/4 …
O juiz deverá fundamentar o seu despacho e só há fundamento para rejeitar a coligação
quando o inconveniente for grave.

Conclusão:Assim, para que a coligação possa ser admissível tem de respeitar os critérios
estatuídos no art 36 e, para além disso, não se verificar nenhum dos obstáculos determinados
no art 37.

IV Patrocínio Judiciário Obrigatório(pressuposto


processual)
-Faz com que em certas ações as partes tenham de estar representadas por Advogado.

Advogado – é um profissional forense que tem a responsabilidade de conduzir técnica e


processualmente a lide, em nome e em representação do respetivo constituinte.

Patrocínio judiciário – é a assistência técnica e profissional que o Advogado presta à parte,


tendo em vista uma adequada e correta condução processual da ação.

* Art 40 – casos em que é


obrigatória a constituição Só constitui um Pressuposto Processual quando é
de um advogado obrigatório o que permite concluir pela existência de
40 a) remissão 629 causas em que as partes podem litigar por si.
nº1
b)Remissão 629
nº2) Os casos de constituição obrigatória de advogado são os
*pode sair parecido em indicados no art 40/1
exame
Alínea a) …
exemplo: estamos reporta-se a ações cujo valor exceda a alçada da
perante uma ação de
Primeira Instância e por isso, admitem recurso ordinário.
despejo no valor de
3750euros. É admissível 5001euros no minimo
para tribunal da relação?
A alçada do tribunal – é o limite até ao qual o tribunal
Sim art 629 nº3 a) são as
chamadas exceções. decide sem admissibilidade de recurso.

Nesta situação não pode


ser art 40 a) porque para
ser recurso ordinário era
preciso que o valor fosse
pelo menos 5001 e não
Os recursos ordinários são aqueles que se interpõem em prazo contado da
notificação da decisão (art 638/1), antes do respetivo trânsito em julgado (art 628) e
desde que o valor da ação seja superior à alçada do tribunal que proferiu a decisão (art
629/1)
Nas ações propostas em 1ª Inst. (regra) é obrigatória a constituição de advogado
sempre que ação tenha valor superior a 5000€ pois tais ações admitem recurso
ordinário.
Al.b) …
Também aqui o critério subjacente à obrigatoriedade do Patrocínio Judiciário é o da
admissibilidade de recurso para os casos em que o recurso – é admitido por lei, sem
depender do valor da causa, como acontece – art 629/3 al. a)
*aqui o valor já pode ser menos de 5001 euros
Al. c) …

Qual a razão de ser da obrigatoriedade do Patrocínio Judiciário? *já saiu


em exame agora não deve sair
- Por um lado, os interesses das partes são mais acautelados por esses profissionais de
foro, os quais, além de disporem de conhecimentos técnico-jurídicos atuam em juízo
com uma serenidade desinteressada que é, naturalmente, vantajosa.
- Por outro lado, só uma adequada e competente condução processual das ações
contribui para a boa administração da justiça.

A intervenção em juízo do Advogado depende de um Mandato – conferido nos


termos do art 43, pelo qual a parte atribui ao mandatário poderes para a representar
em todos os atos e termos do processo.
art 44/1, 45/1 e 2

V Interesse em Agir(pressuposto processual)


- Consiste na indispensabilidade de o autor recorrer a juízo para a satisfação da sua
pretensão.

*Autor tenta todos os meios extrajudiciais para resolver o seu problema, se não tiver
arranjado a solução , ele tem interesse em agir(interessa recorrer á via judicial)
Se uma pessoa não tiver interesse em agir então não tem logica intentar a ação.
Apesar de reconhecer a falta de referencia expressa da lei a esta figura enquanto
pressuposto processual, Manuel de Andrade sustentou que o interesse em agir devia
ser considerado como tal, por duas razões:

 Em primeiro lugar, porque a instauração de uma ação inútil sempre causa ao


réu prejuízos e incómodos injustificados.
 Em segundo lugar, porque a justiça, sendo um serviço estadual, só deve
funcionar quando houver motivo para tal, ou seja, quando o autor demonstre
um verdadeiro interesse em agir.

Consequências da falta dos Pressupostos Processuais Relativos Às Partes


O respeito pelos Pressupostos Processuais (PP) é condição necessária para a obtenção
de uma decisão material sobre a questão submetida à apreciação do tribunal, sob
pena do juiz se abster de conhecer o mérito da causa, com a consequente absolvição
do réu da instância – art 278/1

Em regra, há um nexo entre


a violação dos Pressupostos Processuais, a ocorrência de Exceções Dilatórias e
a Absolvição do réu da
Instância

Falta de Personalidade Judiciária


A falta de personalidade judiciária é, em princípio, insanável.
Ou seja, constatada a sua falta, seja do lado do autor ou do lado do réu

O tribunal deverá proferir despacho em que diz abster-se de conhecer do pedido,


absolvendo o réu da instância – art 278/1, al. c).

O art 14 prevê, porém, uma exceção:


Quando a ação foi indevidamente proposta contra a sucursal, agência, filial,
delegação ou representação, a falta de personalidade judiciária pode ser sanada
mediante a intervenção da administração principal e ratificação ou repetição do
processado.

Ratificação do processado – aceita tudo o que foi feito e o processo prossegue


Repetição do processado – repetição dos atos praticados

A falta de personalidade Judiciária não sanada constituí uma Exceção Dilatória – art
577/al c)
A exceção é de conhecimento oficioso, como a generalidade das exceções dilatórias –
art 578
A consequência é a absolvição do réu da instância.

Se a citação do réu depender de prévio despacho judicial – art 226/4 – e se a exceção


não for sanável nos termos do art 14, pode o juiz, em vez de ordenar citação –
indeferir liminarmente a petição inicial.
Se a falta de Personalidade Judiciária só for reconhecida no Despacho Saneador, deve
o juiz proferir despacho de absolvição do réu na instância.

Importante:
Quando a falta de Personalidade Judiciária for sanável, (art 14) o tribunal, antes de
proferir despacho de absolvição do réu da instância, deve providenciar para que a
administração principal proceda à sanação da falta desse pressuposto processual – art
6/2

Incapacidade Judiciária
Se o incapaz estiver por si em juízo quando só podia estar por intermédio do seu
representante legal ou curador, verifica-se um caso de incapacidade judiciária – que
constitui uma exceção dilatória – art 577 al c)

A incapacidade judiciária pode, no entanto, ser sanada a todo o tempo pela


intervenção do representante legítimo.
Basta que este ratifique o processado pelo incapaz para que o vício se considere
sanado – a ratificação pode ser feita por simples requerimento.
No caso de o não ratificar, fica sem efeito o processado a partir do momento em que
a falta se verificou, renovando-se os prazos para a prática dos atos atingidos.

Há irregularidade de representação quando, embora o incapaz esteja representado


em juízo, não o esteja pelo devido representante ( por aquele a quem a lei atribui o
poder de representação)
As consequências são as mesmas referidas para a incapacidade.

Se a irregularidade verificada consistir na preterição de um dos pais – tem-se como


ratificado o processado anterior, quando o preterido, devidamente notificado, nada
disser dentro do prazo fixado – art 27/3
Havendo desacordo dos pais acerca da repetição da ação ou da renovação dos atos,
esse desacordo será decidido em conformidade com o disposto no art 18

Ilegitimidade
Nota sobre legitimidade:

Partes legítimas são as pessoas titulares da relação jurídica material objeto da


demanda Dessa forma, uma parte é chamada autora porque se apresenta ao Estado-
juiz como detentora do direito que alega, tendo legitimidade ativa para propor a ação –
ou seja, iniciar um processo – contra o réu, que por ser aquele que, supostamente,
satisfará a pretensão indicada pelo autor, tem legitimidade passiva para tanto e dessa
forma figura no processo como aquele de quem o autor exige o cumprimento da
obrigação a ele demandada.

Presentemente é difícil depararmos com casos de Ilegitimidade Singular


Dado que, a configuração da RMC – é a que foi delineada pelo autor.
“Réu no processo é quem o autor quer demandar”

Só poderá falar-se de Ilegitimidade nos casos em que se apurar divergência entre a


pessoa identificada pelo autor e a que realmente foi chamada a juízo (quando esta não
é o sujeito da relação controvertida delineada pelo autor).

A ilegitimidade constitui uma exceção dilatória, art 576 e 577 al e)


Consequência:
Por força do estatuído no art 278/1 al d) o juiz deve abster-se de conhecer do pedido
e absolver o réu da instância.
Sanação:
A ilegitimidade é sanável mediante a intervenção de terceiros.

*incidente processual - São as questões e os procedimentos secundários que incidem sobre o


procedimento principal, que devem ser solucionados antes da decisão de mérito.
O incidente de Intervenção de terceiros – é um Incidente Processual (art 292 e ss)
É uma ocorrência estranha ao decurso normal do processo e que causa uma
tramitação própria, dentro do processo.
Por norma, um incidente provoca um atraso considerável no processo.

Os incidentes de intervenção de terceiros são os que constam do CPC.


E só as partes podem chamar terceiros ao processo, o juiz não o pode fazer sozinho, o
que nos remete para a ideia do princípio do dispositivo.
O que o juiz pode fazer é convidar a parte a suprir a falta do pressuposto processual
em causa (art 6/2)

A intervenção principal - caracteriza-se pela intervenção de um terceiro para aí fazer


valer um direito próprio, paralelo ao do autor ou do réu.
Pode ser espontânea ou provocada, da parte cuja falta gera esse vício – art 261

A intervenção diz-se espontânea – quando o terceiro vem requerer a sua intervenção


na causa pendente – art 311 e ss.
Diz-se provocada – quando a intervenção de terceiro é requerida por qualquer das
partes da ação – art 316 e ss.

Exemplo:
A, B, C, D e E são condóminos.
A Intentou ação contra E por causa de uma parte comum do prédio.
Ora B, C e D deverão juntar-se a A contra E por se tratar de litisconsórcio necessário.

Importante: O interveniente principal assume a posição de parte principal, como


coautor ou como réu.

No LN(litisconsórcio necessário) entre cônjuges a Ilegitimidade Ativa é sanável pela


obtenção do consentimento do outro cônjuge. A falta do consentimento pode ser
suprimida judicialmente – por meio próprio regulado no art 1000 – ex vi do art 34/2.
Ilegitimidade Passiva – é sanável mediante a:

 Intervenção principal do cônjuge, provocada pelo autor, dentro de 30 dias


posteriores do trânsito em julgado do despacho que determinou a Absolvição
da Instância – art 261/1 e 2
 Ou a intervenção provocada pelo cônjuge réu – art 316/1

Suprimento da coligação ilegal – Art 38


Quando não exista entre os pedidos a conexão exigida pelo art 36 considera-se a coligação
ilegal – art 38

Nestes casos o juiz notifica o autor para escolher o pedido que pretende que seja
considerado, não o fazendo, o réu é absolvido de todos os pedidos.

Caso existam vários autores, têm todos de ser notificados para, por acordo, esclarecem os
pedidos que pretendem que sejam apreciados no processo.

Indicados os ou o pedido, o réu é absolvido da instância quanto aos restantes.

Atente-se que,
nos termos do disposto no nº4, o art 37, mesmo verificando-se os requisitos da coligação, o
juiz pode ordenar a separação se existir inconveniente grave na cumulação.

Nestes casos, notifica-se o autor para escolher qual ou quais os pedidos que continuam a ser
apreciados no processo, se o autor não o fizer, o réu é absolvido da instância quanto a todos
os pedidos.

A falta do patrocínio judiciário obrigatório – é sanável-


Art 41 – o juiz deve convidar a parte que viola este pressuposto processual a constituir
mandatário, dentro do prazo certo (art 6/2 cujo regime geral o art 41 adequa à figura da falta
de constituição de advogado).

Se a parte aceder ao convite – fica sanada o vício e regularizada a instância.

Na hipótese contrária, a irregularidade persiste e o respetivo efeito varia:


 O réu será absolvido da instância – se a falta de patrocínio respeitar ao autor;
 Ficará sem efeito a defesa – se a falta respeitar ao réu;
 Não terá seguimento o recurso – se a falta disser respeito ao recorrente.

Interesse processual ou interesse em agir


Tem sido concebido como pressuposto processual referente às partes e, porque não previsto
expressamente, é havido como pressuposto processual inominado, cuja falta gera a absolvição
da instância – art 278/1 al e).

Pressupostos Processuais
II. Relativos ao Tribunal
Competência Internacional e Competência Interna

Competência Jurisdição
Os tribunais são os órgãos de soberania com competência para a administrar a justiça – art
202/1 CRP.
Nisso consiste a função jurisdicional.

A competência – é a repartição desse poder jurisdicional entre os diversos Tribunais.

Medida de jurisdição de um tribunal

Embora os tribunais exerçam genericamente a função jurisdicional

Cada um deles detém uma fração própria dessa jurisdição, ou seja,


cada um deles tem a sua própria competência.

A repartição do poder jurisdicional entre os diversos tribunais faz-se segundo as chamadas


Regras de Competência

Conforme os casos, a competência determina-se pelo:

 Pedido formulado pelo autor


 Tipo de ação que se pretende instaurar
 Lugar da ocorrência dos factos, pela residência das partes, etc…

Distingue-se Competência Abstrata (CA) da Competência Concreta (CC) dos tribunais:


Pela competência abstrata determinam-se as ações que em conjunto, são da competência de
certas espécies de tribunais:

 Tribunal de família têm CA para julgar ações de divórcio


 Tribunal de trabalho têm CA para dirimir os conflitos do foro laboral

A competência concreta do tribunal – é o poder de julgar uma certa e determinada causa.

A competência abstrata de um tribunal – designa a fração do poder jurisdicional atribuída a


esse tribunal.

A competência concreta do tribunal, ou seja, o poder do tribunal julgar determinada ação,


significa que a ação cabe dentro da esfera de jurisdição abstrata do tribunal. No exercício das
suas funções, pode suceder que os tribunais entre si – entrem em conflito – a propósito do
conhecimento de determinada questão, esse conflito pode ser de :

 Jurisdição
 Competência

Art 109/1 … há conflito de jurisdição quando…

O conflito diz-se positivo no primeiro caso e negativo no segundo.

Ordens Jurisdicionais – categorias de tribunais (art 39 da Lei 62/2013 de 26 de Agosto)

Jurisdição Comum Tribunais Judiciais

Jurisdição Administrativa Tribunais Administrativos e Fiscais

Tribunais Judiciais
 Supremo Tribunal da Justiça
 Tribunais da Relação
 Tribunais de Primeira Instância

Competência
Classificação
 Quanto ao âmbito, a competência pode ser:
o Internacional – art 62
o Interna – art 64
 Quanto à origem:
o Legal (decorrente da lei)
o Convencional (decorrente da vontade ou acordo das partes) art 94 e 95 –
cláusulas de competência que as partes acordam num contrato.
Competência Internacional dos Tribunais Portugueses
A competência Internacional (CI)
A questão da competência internacional só sobrevém quando a causa contenha algum
elemento de conexão com uma Ordem Jurídica estrangeira.

Nesse caso, é necessário atender às normas da competência Internacional, é necessário saber


se os tribunais portugueses são internacionalmente competentes para conhecer a causa.

Se a situação não mostrar qualquer elemento de conexão com uma Ordem Jurídica
estrangeira, tudo se passa no âmbito da competência interna.

A Competência Internacional (CI)


Consiste na atribuição do poder de julgar os Tribunais Portugueses (TP), no seu conjunto, em
face aos tribunais estrangeiros.

Cura-se de saber se os tribunais portugueses são competentes para julgar uma determinada
questão e NÃO quais os tribunais que são competentes.

A Competência Internacional (CI)


A Competência internacional deve ser considerada em bloco, isto é, relativamente a todos os
tribunais portugueses (TP) no seu conjunto, e não apenas em relação a este ou àquele Tribunal
português.

 As regras sobre a CI apenas possibilitam determinar se os tribunais portugueses são,


no seu conjunto, competentes para dirimir o litígio, já não qual o tribunal
concretamente competente na ordem interna.

Regras sobre a Competência Internacional (CI)


No nosso ordenamento jurídico, vigoram em simultâneo dois regimes de competência
internacional, o regime comunitário e o regime interno, sendo que, quando a ação estiver
compreendida no âmbito de aplicação do regime comunitário, este prevalece sobre o regime
interno, por ser de fonte hierarquicamente superior, face ao princípio do direito europeu.

A Competência Internacional (CI)


-Princípio do primado do direito europeu, com expressão no artigo 8/4 CRP, nos termos do
qual «as disposições dos tratados que regem a União Europeia e as normas emanadas das suas
instituições, no exercício das respetivas competências, são aplicáveis na ordem interna, nos
termos definidos pelo direito da União, com respeito pelos princípios fundamentais do Estado
de direito democrático».

Assim sendo, em caso de divergência entre as disposições relativas à competência


internacional, se a ação estiver compreendida no Âmbito de aplicação do regime comunitário,
este regime prevalece, por ser de fonte hierarquicamente superior.

O regime comunitário consta do Regulamento (UE) nº1215/2012 do Parlamento Europeu e


do Conselho, de 12 de Dezembro, que substituiu o Regulamento (CE) nº44/2001, de 22 de
dezembro, aplicável Às ações judiciais intentadas no dia 10 de janeiro de 2015 e Às intentadas
após essa data.

E contém as normas que definem a competência dos tribunais dos estados comunitários.

Assim, sempre que o caso concreto caiba no âmbito de aplicação do referido regulamento, as
respetivas normas prevalecem sobre a regulamentação geral interna de cada Estado – o
regulamento prevalece sobre a regulamentação nacional.

A não ser esse o caso, as normas nacionais mantêm a sua plena vigência.

Âmbito de aplicação material – Art 1 Reg.


O regulamento aplica-se a matéria civil e comercial

E exclui matéria sobre:


 Estado e capacidade das pessoas singulares, os regimes matrimoniais, os testamentos
e as sucessões.
 Falências, concordatas e processos análogos.
 Segurança social.
 …

Âmbito de aplicação subjetivo – Art 4/1 Reg.


O regulamento aplica-se sempre que o demandado tenha domicílio ou sede num dos Estados-
Membros – critério geral.

Irrelevância da nacionalidade do demandado.

Ressalvando-se as regras de competência exclusiva que são aplicáveis qualquer que seja o
domicílio do réu – art 24 reg:

as normas de proteção de consumidores e trabalhadores – art 18/1 reg, e

a possibilidade de as partes poderem atribuir competência a tribunais de um EM(estado


membro) independentemente do seu domicílio – art 25 reg

Nos art 7 a 26 do regulamento acham-se enumerados critérios especiais.


Princípios basilares- regulamento
i. Réu com domicilio ou sede num estado-membro deve ser demandado nesse estado-
artigo 4º,nº1 reg.

Se o réu tiver num (estado membro), os tribunais desse estado são em principio competentes
para ação- não releva a sua nacionalidade.

ii. Só pode ser demandado noutro quando se aplicar algum dos critérios especiais do
regulamento- artigo 5º,nº1 reg.

O regulamento admite, no entanto, em determinadas situações, que o réu domiciliado num


estado membro, seja demandado em outro e, desde que, aos tribunais deste segundo em seja
reconhecida competência por força dos critérios especiais- secções 2 a 7

iii. Se o réu não tiver num estado-membro, a competência é regulada pelo direito
interno- artigo 6º,nº1 reg

Ressalvando-se a competência exclusiva (artigo34º reg) e os pactos de jurisdição- artigo 25º


reg.

Competências especiais – art 7 Reg


Matéria contratual

Tribunal do lugar do cumprimento da obrigação:

 Compra e venda – lugar da entrega dos bens;


 Prestação de serviços – lugar da prestação do serviço.
 …

Competências exclusivas – art 24 do Reg


Irrelevância do domicílio
 Direitos reais sobre imóveis e arrendamento – Estado da situação do bem;
 Sociedades – Estado da sede;
 Registos públicos – Estado dos registos;
 Marcas e direitos análogos – Estado do registo.

Âmbito de aplicação temporal


Art 66 e 81 do Reg – aplicável desde o dia 10-01-2015, exceto art 75 e 76 do regulamento.
Caso não seja aplicável o Regulamento nº1215/2012, por não se encontrar preenchido um
qualquer requisito do seu âmbito de aplicação

Deverá proceder-se à determinação da


jurisdição internacionalmente competente, ao abrigo da lei interna do Estado do foro.

Regras de competência internacional do direito interno


A competência internacional no CPC acha-se contemplada nos artigos 62, 63 e 94.

Os art 62 e 63 são supletivos, relativamente ao art 94.

 Os critérios de atribuição de competência internacional aos tribunais portugueses


estabelecidos na lei interna constam os referidos artigos.

06-11-19

*so estava nos resumos do ano passado


Fatores de atribuição/ critérios atributivos da competência internacional(ci)- artigo
62º
No artigo 62º, encontram-se estabelecidos três critérios por via dos quais os tribunais
portugueses (tp) gozam de ci, com valor autónomo, pelo que é suficiente a verificação
de um deles para que os tp sejam competentes.
Alínea a)… temos o denominado critério da coincidência entre a competência interna
e a competência internacional.
Quer dizer que se por aplicação das regras da competência territorial (competência
interna) se atribuir competência aos tp, estes são internacionalmente competentes.
Ou seja, a competência internacional dos tribunais portugueses resulta da
circunstância da ação poder ser proposta em Portugal, segundo as regras de
competência territorial interna, ao abrigo da lei portuguesa.
As ações relativas a direitos reais sobre imoveis devem ser propostas no tribunal da
situação dos bens (artigo 70º,nº1)- se o bem se situar em Portugal, os tp terão
competência, não só interna como internacional, por aplicação deste principio

Alínea b)… critério da causalidade


Se o facto ou algum dos factos que servem de causa de pedir ou algum dos factos que
a integram tenha sido praticado em Portugal, os tp são internacionalmente
competentes para a propositura da ação. A competência recai, assim, sobre o tribunal
melhor colocado para a análise de provas.
Ex:. Ação de divórcio, casal italiano, os tp são internacionalmente competentes para a
ação de divórcio proposta por um dos cônjuges com fundamento na prática de
adultério pelo outro em território português.

Alínea c)… critério da necessidade


Os tp têm ci quando o direito invocado não possa tornar-se efetivo senão por meio de
uma ação proposta em tribunal português ou quando seja difícil para o autor intentar
noutro estado. Deverá existir um nexo causal, real ou pessoal, para aplicação deste
critério, o qual pressupõe impossibilidade jurídica ou impossibilidade prática por parte
do autor.
Este critério permite que sejam instauradas ações nos tp para as quais não seriam
competentes, é uma salvaguarda- tem em vista prevenir a denegação de justiça que
advirá da circunstância de não ser possível ou ser muito difícil propor a ação em país
estrangeiro

O artigo 63º- estabelece casos de competência exclusiva dos tribunais portugueses-


critério de exclusividade
 Reserva de jurisdição
 Normas que visam evitar que um tribunal estrangeiro tenha competência para
apreciar uma determinada situação jurídica.
 Nenhuma decisão proferida numa jurisdição estrangeira preenche as condições
para ser eficaz na ordem jurídica portuguesa- artigo 980ºc).

Neste artigo(63) incluem-se um conjunto de matérias relativamente às quais os


tribunais portugueses são exclusivamente competente:
 Direitos reais- a)
 Sociedades-b)
 Registos públicos- c)
 Execuções sobre imoveis- d)
 insolvência- e)

Este artigo agrupa os casos que configuram causas atributivas de competência


exclusiva aos tribunais portugueses. Estabelece, assim, a chamada reserva de
jurisdição dos tribunais portugueses. Contudo, deverá ser conjugado com artigo 24º
regulamento(reg), pois as regras contidas no artigo 63º só terão aplicação nos casos
não subsumíveis à norma do artigo 24º do regulamento(reg).

Artigo 62º e regulamento nº1215/2012


Regulamento aplica-se sempre que o demandado tenha domicílio ou sede num dos
estados-membros. Competência exclusiva artigo 62º só tem aplicação nos casos que
não puderem ser abrangidos pelo artigo 24º do reg. É que esta competência é
independente do domicílio do réu

Competência convencional
O regulamento permite, em determinadas situações, que as partes acordem sobre a
matéria da competência internacional dos tp, seja atribuindo-lhes competência, seja
afastando a competência que lhes é reconhecida.
Pacto de jurisdição- acha-se regulado nos artigos 25º do reg e artigo 94º.

Pactos atributivos de jurisdição e pactos privativos de jurisdição:


• Os primeiros são acordados pelos quais as partes conferem competência aos
tp.
• Os segundos são acordados pelos quais as partes retiram a competência aos tp,
que lhes é reconhecida pela lei, atribuindo-a em exclusivo a tribunais
estrangeiros.

Competência convencional
Pacto e jurisdição
O regulamento (eu) n~1215/2012 do parlamento europeu e do conselho, de 12 de
dezembro, prevê no seu artigo 25º a possibilidade de as partes entre si celebrarem
pactos atributivos de jurisdição.

Isto é, escolher quais os tribunais que serão internacionalmente competentes para


dirimir relações jurídicas plurilocalizadas em caso de litígio.

Competência convencional
O regulamento não se aplica, em principio, se o réu não tiver domicílio num estado
membro. Todavia, se tiver sido convencionado um pacto de jurisdição, o regulamento
já é possível de aplicação- o artigo 25º, proporciona assim às partes o poderem
convencionar/ escolher a jurisdição ou o tribunal para submeterem a sua causa. Salvo
se contrários ao estatuído nos artigos 15º,19º,23º e 24º,todos do regulamento.
Ainda, estabelece a admissibilidade, a forma e eficácia dos pactos, bem como a
formação do consentimento das partes. A jurisdição/competência do tribunal
convencionada estende-se ao pedido reconvencional, providências cautelares, ação
declarativa e executiva.
Requisitos substanciais
São requisitos substanciais do artigo 25º reg. A designação de um ou mais tribunais, de
um ou vários estados- membros e a plurilocalização do conflito.

Competência convencional
Requisitos de validade intrínseca da convenção
 Forma especial- escrita
 Não deve o pacto derrogar competências exclusivas e regras especiais de
comoetência (que visam proteger a parte mais fraca do contrato- seguros,
consumos e trabalho)- sob pena de decisão não ser reconhecida

Pactos tácitos de jurisdição- artigo 26º reg.


Consistem na proposição da ação num tribunal incompetente, porém, se o réu não
arguir a incompetência, o tribunal torna-se competente, baseando-se esta
competência numa vontade implícita, e logo tácita, das partes

Competência interna (ci)


Competência interna (ci)
Fixada a competência internacional, há que verificar qual o tribunal português
concretamente cometente para julgar determinada ação- cabendo então a questão da
competência interna- especifica de cada um dos tribunais das comarcas portuguesas,
cumprindo determinar dentro de cada comarca, qual o tribunal competente.
Para o efeito vamos analisar as regras constantes do cpc e dos diplomas que contêm o
regime de organização judiciária:
 Lei de organização do sistema judiciário- lei nº62/2013, de 26 de agosto- losj
 Regime de organização e funcionamento dos tribunais judiciais- aprovado pelo
decreto-lei nº49/2014, de 27 de março- roftj

Organização Judiciária
TRIBUNAIS
Elementos caracterizantes
 Órgão de soberania
 Órgão estadual dotado de independência
 Exercício da função jurisdicional do Estado
 Administração da justiça em nome do povo
Art.202 e ss. CRP
Art.2 e ss. LOSJ
TRIBUNAIS
Os Tribunais são órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em
nome do povo.
Têm por função garantir a defesa dos direitos e interesses dos cidadãos, protegidos
pela lei.
Os Tribunais são independentes e apenas estão sujeitos à lei – art 22 LOSJ
As decisões dos Tribunais judiciais são obrigatórias para todas as entidades públicas e
privadas e prevalecem sobre as de quaiquer outras autoridades – art. 24 LOSJ

ALÇADA
Limite de valor (das causas) dentro do qual o Tribunal julga sem admissibilidade de
recurso ordinário.
Art. 44 da LOSJ (Lei nº 62/2013, de 26 de Agosto)
 A alçada dos tribunais judiciais de primeira instância é 5000€
 A dos tribunais da Relação é 30000€

ORGANIZAÇÃO DOS TRIBUNAIS


O sistema judicial português não é unitário, é constituído por várias categorias ou
ordens de tribunais, independentes entre si, com a sua estrutura e regime próprios –
art 29 LOSJ
Duas dessas categorias contêm apenas um Tribunal (Tribunal Constitucional e o
Tribunal de Contas), as restantes incluem uma variedade de tribunais, organizados
hierarquicamente.

Para os tribunais judiciais, o tribunal superior no topo da hierarquia é o Supremo


Tribunal da Justiça.
Para os tribunais administrativos e fiscais é o Supremo Tribunal Administrativo.

TRIBUNAL CONSTITUCIONAL
Aprecia a constitucionalidade e a legalidade das normas jurídicas…
É o Tribunal de recurso das decisões de todos os restantes Tribunais em matéria de
constitucionalidade.

TRIBUNAL DE CONTAS
Fiscaliza a legalidade e a regularidade das receitas e das despesas públicas, aprecia a
boa gestão financeira e apura responsabilidades emergentes da prática de infrações
financeiras.

TRIBUNAIS JUDICIAIS
São os tribunais comuns em matéria civil e criminal, cuja função é a resolução de
conflitos entre pessoas singulares e/ou coletivas e infrações à lei penal.

Os tribunais judicias julgam sobre matéria civil e criminal, em todas as áreas não
atribuídas a outros tribunais.
Existem tribunais judiciais de:
 Primeira instância
 Segunda instância
 Supremo Tribunal de Justiça

Tribunais Judiciais de Primeira Instância


São, em regra, os tribunais de comarca – art 29 LOSJ

Tribunais de primeira instância – Art 33 LOSJ

Tribunais de competência territorial Tribunais de comarca – art 79


alargada – art 83 LOSJ LOSJ

Juízos Art 81 LOSJ


Tribunal da propriedade intelectual – art
111 LOSJ
Tribunal da concorrência, regulação e
Juízos de Juízos de Juízo de
supervisão – art 112 LOSJ
competência competência proximidade
Tribunal marítima – art 113 LOSJ
especializada genérica art 130 art 130 LOSJ
Tribunal de execução de penas – art 114
art 81/3 LOSJ
LOSJ
Tribunal central de instrução criminal – art
116 LOSJ
Tribunais de Comarca

Juízos de Competência especializada Art 81/3 LOSJ

Central cível
Local cível
Central criminal
Local criminal
Local de pequena criminalidade
Instrução criminal
Família e menores
Trabalho
Comércio
Execução

Competência dos Juízos Centrais Cíveis art 117 LOSJ


i. Ações declarativas cíveis de processo comuns de valor superior a
50 000€
ii. Ações executivas de natureza cível de valor superior a 50 000€ (não
havendo juízo de execução)
*ação no valor superior a 50000euros competência da ação do juízo central

iii. Procedimentos cautelares relativos a ações da sua competência.

Competência dos Juízos de Competência Genérica / Juízos Locais Cíveis –


art 130 LOSJ
i. Ações declarativas cíveis de processo comuns de valor não superior a
50 000€
ii. Ações cíveis especiais que não caibam a juízos de competência
especializada
iii. Ações executivas de valor não superior a 50 000€ (não havendo juízo de
execução).
*130nº1- juízos de competência genérica têm competência para processos que não
sejam atribuídos a outros juízos: açoes cíveis inferiores a 50000euros; ações especiais
deja qual for o valor.
Exemplo: processo de insolvência no valor de 4000000, apesar de muito superior a
50000,é um processo especial e dado isso é competência do juízo de competência
genérica, independentemente do valor.**

Aplicações práticas:
Ação de cobrança / credor residente em (Trofa) / devedor residente em(Chaves)
Tribunal competente para julgar esta ação:
Valor 30 000€: Juízo local cível de Chaves, do Tribunal Judicial da Comarca de Vila Real
Valor 70 000€ Juízo central cível de Vila Real, do Tribunal Judicial da Comarca de Vila
Real

Ação de reivindicação / imóvel (Amarante)


Valor 25 000€: Juízo local cível de Amarante do tribunal Judicial da comarca do Porto
Este.
Valor 80 000€: Juízo central cível de Penafiel, do tribunal Judicial da comarca do Porto
Este.

Ação de divórcio / autor (Matosinhos) / ré (Viseu)


Juízo de família e menores de Matosinhos (sediado em Matosinhos) do tribunal judicial
da comarca do Porto.

Ação de nulidade de um negócio jurídico / autor (Vila Real) / réu (Lagoa)


Valor 15 000€ Juízo local cível de Portimão do tribunal judicial da comarca de Faro.
Valor 90 000€ Juízo central cível de Portimão do tribunal judicial da comarca de Faro
(sediado em Portimão).

Competência Interna (CI)


Art 37/1 LOSJ determina que “na ordem jurídica interna, a competência reparte-se
pelos tribunais judiciais segundo a matéria, a hierarquia, valor e o território.”

Quer isto significar que haverá que conjugar determinados critérios:


Nos Tribunais Judiciais a competência reparte-se em função da:
- Matéria
- Hierarquia
- Valor da causa
- Território
Art 60/2 e 37/1 LOSJ

Competência interna em razão da Matéria


Afere-se pela natureza da relação jurídica tal como ela é apresentada pelo autor na
petição inicial, ou seja, analisando o que foi alegado como causa de pedir e, também, o
pedido formulado pelo demandante.

Art 64 estatui que …


O que encontra correspondência no art 40/1 LOSJ
Determinam que são da competência dos tribunais judiciais, na ordem interna, em
razão da matéria, as causas que não são atribuídas a outra ordem jurisdicional.
Assim, a competência dos tribunais judiciais em razão da matéria é RESIDUAL.

.ORDENS JURISDICIONAIS – art 209 CRP


- Judicial
- Administrativa e fiscal
- Julgados de paz – Lei nº78/2001, de 13 de Julho
- Tribunais arbitrais – Lei nº63/2011, de 14 de Dezembro

Do art 40/2 LOSJ resultam as causas que são da competência dos


- Tribunais de competência territorial alargada – art 83 LOSJ
- Juízos de competência especializada dos tribunais de comarca – art 81/2 LOSJ

Decorre do estatuído no art 81 LOSJ que os “tribunais de comarca” são tribunais de


competência genérica (abrange qualquer causa não atribuída por lei a outro tribunal –
art 80/1 LOSJ) e de competência especializada nos termos do art 80/2 LOSJ)
Podem desdobrar-se em “Juízos”, que podem ser de competência genérica, de
competência especializada, e de proximidade (art 81/1 e 2 LOSJ).

11-11-19
Quanto aos juízos de competência genérica a sua competência encontra-se prevista no art
130 LOSJ – são juízos de competência residual – são competentes pra preparar e julgar as
ações não atribuídas a outros juízos ou a tribunal de competência territorial alargada e, ainda,
para os processos referidos no nº2 do art 130 LOSJ.

Quanto aos juízos de competência especializada – art 81/3 – a sua competência encontra-se
prevista no art 117 LOSJ e ss – e é determinada em função da matéria.

Conquanto, a repartição da competência entre o juízo local e cível e o juízo central cível é
efetuada não apenas função do objeto da ação (matéria versada), mas ainda em função do
valor da ação.

Os Tribunais de Competência Territorial Alargada

Os tribunais de competência especializada, pelo que conhecem de matéria determinada,


independentemente da forma de processo aplicável e têm competência para mais de uma
comarca – art 65 e 83 da LOSJ.

Competência interna em razão de valor


*IMP SAI SEMPRE EM EXAME

A lei atribui ao juiz em exclusivo a competência para fixar o valor à causa, devendo fazê-lo,
em regra, no despacho saneador – art 306/1 e 2.

Isto, sem prejuízo de continuar a impender sobre o autor o dever de proceder à indicação do
valor na petição inicial – art 552/1, al. f)

Estatuí o art 296/1 e 2 que:


“A toda a causa deve ser atribuído um valor certo, expresso em moeda legal, que representa
a utilidade económica imediata do pedido, e ao qual se atende para determinar a competência
do tribunal, …”

*na ação cabe fixar o valor no despacho saneador ao juiz. É ao juiz que cabe em exclusivo fixar
o valor da causa. A toda a causa tem de ser dada um valor -art 296 nº2

Para determinar o valor da causa a lei oferece um critério geral, segundo o qual aquele
corresponde ao valor da quantia certa em dinheiro que se pretende obter ou, quando se
pretende obter um benefício diverso, o valor da quantia em dinheiro que lhe corresponda (art
297/1).
*se eu pretendo uma quantia certa em dinheiro é esse o valor que ganho. Se pretendo antes
um beneficio qualquer tenho na mesma de dar um valor a esse beneficio – art 297

A par deste critério a lei fornece critérios especiais, aplicáveis sempre que o objeto do
processo não seja uma quantia monetária ou algo equivalente - art 298

*** CASO PRATICO SOBRE COMPETÊNCIA INTERNA EM RAZAO DE VALOR. Como é


que atribuímos o valor á causa? 298nº1

Antonio intenta uma ação R:Para calcularmos o valor da ação temos de escolher
de despejo contra beatriz. entre o valor das rendas em divida ou o valor da
Fundamento: falta de indemnização requerida, não pode receber os dois então
pagamento de rendas desde temos de optar pelo valor mais favorável ao individuo ou
janeiro deste ano ate aos seja o valor mais alto – art 298 nº1
dias de hoje(novembro). 11x650=7150euros
O numero 11 corresponde aos meses que passaram de janeiro ate
A renda ascende ao valor de agora(novembro)
650x30=19500 O numero 30 corresponde aos 2 anos e meio
euros
650 mensais e antonio resultantes do art 298 nº1.
peticiona ainda o montante 19500+7150=26650euros
de 6500 a titulo de
já é maior que o valor da indemnização(6500) por isso é o
indemnização pelos danos
valor das rendas que é tido em conta.
causados por beatriz no
arrendado. Como calcular o Quanto á competência em razão de território: Neste caso
valor da ação?? pratico o tribunal competente seria a comarca de vila real
porque está em causa uma ação de despejo de foro real e
no art 70 nº1, diz que em situações de ação de despejo, devem ser propostas em tribunal da
situação de bens.**

Caso pratico para o art.298 nº3

-o requerente requer 100 euros mensais de pensão de alimentos, qual o valor que deve
atribuir a essa ação?

100x12=1200 prestação anual

1200x5=6000

100 x 12 x 5 =6000
Ano meses
No que concerne à distribuição da competência interna em razão do valor da ação, no âmbito
das ações declarativas cíveis de processo comum, a distinção que importa é entre as
competências próprias do Juízo Central Cível e do Juízo Local Cível e do Juízo de Competência
Genérica.

 Juízos Centrais Cíveis – art 117/1 LOSJ – a sua competência é delimitada em razão do
valor da causa – pois apenas lhe cabe preparar e julgar as ações declarativas cíveis
comuns de processo comum de valor superior a 50 000€ …
 Juízos de Competência Genérica ou Juízos de Locais Cíveis – art 130 LOSJ –
competência residual.

Competência interna em razão da Hierarquia


Quanto à hierarquia judiciária a competência acha-se distribuída entre os tribunais de 1ª
instância (sendo aí, em regra, que se instauram as ações) e os Tribunais de 2ª instância
(Tribunais da Relação) e o Supremo Tribunal de Justiça.

 Art 42 LOSJ
 Art 67 a 69 LOSJ

Em matéria cível, a regra, é a de que os tribunais superiores apenas conhecem dos recursos e
os tribunais de 1ª instância são competentes para conhecer de todas as ações,
independentemente do seu valor, do seu objeto ou da forma de processo.

(NÃO IMPORTANTE)
Exceções à regra, de que uma ação é intentada no tribunal de Primeira Instância (art 68/1 e
69/1):

 São da competência dos Tribunais da Relação – as ações intentadas contra juízes de


direito, por causa das suas funções n-art 73, al b) LOSJ – também o são, as ações
especiais de revisão de sentença estrangeira – art 978
 São da competência do STJ – as ações intentadas contra juízes da Relação e do STJ,
que aí exerçam funções e por causa destas – art 55, al c) LOSJ

****art 301-atendemos ao valor do ato e ao que ficou acordado pelas partes para sabermos
qual valor atribuir.

*Art 303 – alçada da relação 30000 + 0,01 cent em casos de divorcio etc..
**o critério especial que normalmente sai em exame é o critério especial sobre
arrendamento para fazermos as contas.

*c.interna em razão de hierarquia IMP- as açoes são sempre intentadas nos tribunais de
1ºinstancia seja qual for o valor, não temos de olhar para o valor de alçada de 5000, porque a
ação pode ser de 4000000 e é na mesma no tribunal de 1º instancia – REGRA GERAL, HÁ
EXCEÇÕES.**

Competência interna em razão do Território


Os diplomas que regulam a organização judiciária – a LOSJ e o ROFTJ – definem as diferentes
circunscrições geográficas.

À lei de processo cabe ficar os critérios que determinam, em cada caso, o tribunal
territorialmente competente – art 70 e ss do CPC

Assim a competência de cada tribunal decorre da combinação de duas referências:


 - A circunscrição territorial correspondente ao tribunal.
 - Fator de conexão considerado atenta a natureza da ação em causa.

 FATORES DE CONEXAO

O CPC estabelece os fatores que determinam, em cada caso, o tribunal territorialmente


competente, ou seja, elege, relativamente a cada ação, a conexão relevante para efeitos de
localização do litígio na esfera de competência de um determinado tribunal.

**fatores de conexão – indicam para casos em concreto qual é o tribunal competente.

Os fatores de atribuição da competência em razão do território são os constantes dos art 70 e


ss.

Competência interna em razão do Território


 Critérios especiais
 Critérios gerais
- Residuais

Critérios territoriais especiais


i. Local da situação dos bens (foro real) – art 70

Foro real ou da situação dos bens – as ações relativas a direitos reais ou pessoais de gozo
sobre imóveis, as ações de divisão de coisa comum, de despejo, de preferência e de execução
específica sobre imóveis, e ainda … devem ser propostas no tribunal onde estejam situados os
bens que delas são objeto.

Havendo vários imóveis (art 70/3) local do imóvel de maior valor.

ii. Ações relativas à responsabilidade contratual – art 71/1


 Local do domicílio do réu – regra

Mas, o credor pode escolher o local de cumprimento da obrigação se:

 O réu é pessoa coletiva ou


 Se o réu e o autor residirem na área metropolitana de Lisboa ou do Porto

**art 71 nº1 – por força do foro obrigacional eu tenho de intentar a ação no tribunal de
domicilio do réu. Se o réu for pessoa coletiva pode haver lugar a escolha, ao invés do seu
domicilio, pode ser no local do cumprimento – art71 nº1 2ºparte

Local de cumprimento
 Legal (art 772, 773, 774, 885 todos do CC)
 Convencional

iii. Responsabilidade extracontratual – art 71/2


 Local de acontecimento do facto.
** o tribunal competente é o do lugar onde o facto ilícito ocorreu. Ex:acidente de
viação.

Critérios territoriais gerais


 Aplicáveis quando a competência não se determina por nenhum dos critérios
especiais.

Exemplos:

 Ação da anulação de um contrato


 Ação de restituição de prestação cumprida em contrato nulo

Critérios territoriais gerais

Um só réu pessoa singular – art 80


 Domicilio do réu – art 82 ss CC
 Réu não tem domicílio, está ausente ou é incerto – domicílio do autor
 Réu tem domicílio em país estrangeiro:
o Lugar em que se encontrar
o Domicílio do autor
o Tribunal de Lisboa

Um só réu pessoa coletiva – art 81/2


 Sede da administração principal
 Sede da sucursal, agência ou filial se a ação for dirigida contra esta
 Se a administração principal for estrangeira, pode a ação ser proposta na sede da
sucursal

Pluralidade subjetiva
Vários réus e um só pedido – art 82/1
Tribunal do domicílio do maior número de réus; se for igual, autor pode escolher.

1. Vários pedidos independentes ou alternativos (haja um ou mais réus) – art 82/2 –


autor pode escolher.

Salvo se se tratar de uma incompetência de conhecimento oficioso (art 104) – neste caso a
competência é desse tribunal.

Havendo reconvenção – art 93

Tribunal da ação é competente desde que tenha competência internacional, em razão da


hierarquia e da matéria.

Competência Convencional
No direito interno – art 94
Critério de consensualidade – a competência convencional internacional pode ser
determinada através de um pacto de jurisdição.

Em pacto pode ser, quando considerado pela perspetiva da ordem jurídica portuguesa,
atributivo ou privativo.

 Pacto atributivo – quando concede competência a um tribunal português – âmbito


exclusivo do Regulamento
 Pacto privativo – quando retira competência dos tribunais portugueses, atribuindo-a
em exclusivo a um tribunal estrangeiro.

Requisitos de validade – 94/3


i. Disponibilidade da matéria – a);
ii. Aceitação pela lei do tribunal designado – b);
iii. Interesse sério de ambas as partes (interesse digno de proteção legal) – c);
iv. Não pode interferir com a competência exclusiva dos tribunais portugueses – d);
v. Designação expressa da jurisdição competente – e);

 RequisitoS – 95/2:

o Forma:
-Do controlo se formal
-Forma escrita se consensual
- Aplica-se 94/4
o Designar as questões submetidas à apreciação do tribunal – 94/3
o Designar o critério de determinação do tribunal ao qual é atribuída
competência

*art95 nº1/2 – se as partes tiverem em vista convencionar alguma competência


podem fazer em razão de quê?
- SÓ EM RAZAO DE MATERIA.
Se quiserem alterar a competÊncia interna a única hipótese é exclusivamente em razão
de território salvo nos casos do 104º, e outros sem ser o 104.**

Incompetência
 Modalidades:
o Incompetência Absoluta
o Incompetência Relativa

Art 96
Decorre da infração das regras da:
 Competência internacional
 Competência interna material
 Competência interna hierárquica

*art 96 – se não houver respeito pelos PP determina-se a imcapacidade absoluta - art 96 ou


imcapacidade relativa – art 102º**

Regulamento 1215/2012
Conhecimento oficioso só:

 Art 27 – competência exclusiva de outro Estado-Membro


 Art 28 – réu não compareceu

Se o réu compareceu terá de alegar – art 26 (a contrário)

Incompetência absoluta
Arguição – pode ser arguida por qualquer das partes e pode ser suscitada oficiosamente pelo
tribunal, exceto se decorrer da violação de pacto privativo de jurisdição ou … art 97/1.

 Momento limite de apreciação:


o Regra – art 97/1 – em qualquer estado do processo, enquanto não existir
trânsito em julgado da sentença que conheça do mérito da causa; mas
o Exceção – se se tratar apenas da violação de regras de competência em razão
da matéria (dentro da ordem judicial) – art 97/2 – nestes casos só pode ser
arguida ou conhecida oficiosamente até ao despacho saneador ou não o
havendo até ao inicio da audiência final – art 97/2

Incompetência absoluta
 Efeitos – art 99
o Absolvição do réu da instância
o Indeferimento em despacho liminar, se o houver

Incompetência relativa
Art 102

Deriva da infração das regras da:

 Competência em razão do valor da causa


 Competência em razão do território
 Competência convencional – pacto de competência

Incompetência relativa

 Arguição pelo réu no prazo da contestação (art 103/1)


 Casos de conhecimento oficioso (art 104):
o Incompetência em razão do valor – nº2
o Incompetência em razão do território só nos casos referidos no nº1

Incompetência relativa
Regime de conhecimento
 Incompetência relativa oficiosa
 Incompetência relativa inoficiosa

Deriva da violação das regras da competência em razão do valor (art 104/2) e, das regras da
competência territorial de que as partes não podem dispor – art 104/1 e 95/1 parte final.

Deriva da infração das regras de competência interna territorial de que as partes podem
dispor (art 72 e 71/1, 2ª parte) e, das regras da competência territorial fixada por convenção
das partes nos termos do disposto no art 95.

Incompetência relativa
Consequência – art 105/3

 Remessa do processo para o tribunal competente


NOTAS SOBRE IMCOMPETÊNCIA: **sai uma pergunta sobre
imcompetÊncia no geral

Imcompetencia- quando eu intento uma ação em tribunal que não é competente –


vicio da imcompetencia- art 577 a)
Art97 nº1 – temos a regra que a imcompetencia absoluta pode ser arguida em
qualquer momento do processo.
Art 97 nº2 - temos a exceção, só aplicamos quando está em causa a violação de regras
de competência em razão de matéria que respeitar aos tribunais judiciais
97 nº1 – a violação das regras de imcompetencia pode ser conhecida em todo o
tempo desde que não seja transitado em julgado
97 nº2 – havendo despacho saneador a violação das regras de imcompetencia tem de
ser conhecida ate aí.

ConsequÊncia do vicio da imcompetência absoluta:


- determina a absolvição do réu da instância
- ou também pode haver indeferimento em despacho linear

Que tipo de regras têm de ser infrigidas para haver lugar á imcompetência
relativa?
Desde que haja infração em razão de valor, do território, ou da competência
convencional.

Art 103º- a imcompetencia pode ser arguida pelo réu.


Art104 - a obrigatoriedade do tribunal conhecer esta imcompetencia
Art71 nº1 1ºparte – é de conhecimento oficioso(só a 1º parte) e o resto do art 104 nº1 a)
são todos de conhecimento oficioso. ****

Casos Práticos:
C residente em matosinhos R: estamos perante uma imcompetÊncia em razão de
foi vitima de um acidente território (art. 70 e ss)
de viação ocorrido em Neste caso estamos perante um facto ilícito fundado no
coimbra e que C entende risco(responsabilidade civil pelo risco ou sem culpa),
que tenha sido causado dado isto e como consta no art 71 nº2, quando estamos
por D, que reside em
santarem e por isso C
pretende intentar contra E
residente em braga
(companhia de seguros)
para a qual foi dada a
perante um facto ilícito fundado no risco, o tribunal competente irá ser o correspondente
ao lugar onde o facto ocorreu.
Sendo que o acidente ocorreu em coimbra então a comarca será a de coimbra.
Posto isto temos de verificar se esta ação em razão de matéria é de alguma competência
especializada- art 81 nº3 losj
Não sendo nenhum juízo de competência especializada só poderá ser de competência
genérica ou de proximidade art 130 losj
Por isso será num juízo local cível sendo que eles têm competência na sua área
territorial quando as causas não sejam atribuídas a outros juízos ou ao tribunal de
competência alargada – art 130 nº1 losj
Tendo a ação o valor de 45000euros vai para o juízo local cível do tribunal judicial da
comarca de coimbra.

Caso prático 2:
A intenta uma ação de
reinvidicação de
propriedade de um imóvel,
contra B.
A reside em foz coa, B
reside em Mirandela e o
imóvel lançar
R:Vamos situa-se emaos
mão cascais
critérios de competência em razão do território -art 70 e ss.
e tem o valor de 120000
Estamos
euros. perante o foro real porque estamos perante um direito de propriedade que é um
direito real art 70 nº1
Indique o tribunal
Estando
competente para julgar de
perante um direito a propriedade e nos termos do art 302 nº1 , se a ação tiver
poração.
fim fazer valer um direito de propriedade sobre uma coisa, o valor desta determina o
valor da causa.
Como a ação não cabe em nenhum juízo de competência especializada resta-nos ver
Juízo central cível de cascais

Supor que a ação era antes de 40000euros


Juízo local cível de cascais

Aula 19/11/19
Ana cidadã chinesa residente em Berlim, vendeu o mês passado a beatriz cidadã
italiana residente em cascais por DPA celebrado em Portugal, um prédio rustico
pelo preço de 120000€ sito em castelo branco. Acontece que Ana por causa da
colheita da azeitona ainda não procedeu á entrega do prédio a beatriz e recusa-se a
fazÊ-lo.
Pergunta 1 – Sabendo que beatriz pretende a entrega do prédio, indique o tipo de
ação que deverá intentar para o efeito.
R: Bia pretende a entrega do prédio e o que é que esta subjacente a isso? Incumpriu o
contacto . perante o incumprimento de Ana, beatriz devera intentar uma ação declarativa
de condenação art 10 nº3b b). porque beatriz solicita ao tribunal que declare a
titularidade do direito dela (direito de propriedade) e que declare que esse direito foi
violado e ainda solicita que se condene Ana(ré) na prestação da coisa
Pergunta 2 – Indique qual seria o tribunal especificamente competente para
conhecer e julgar a ação
R: Neste caso concreto a relação jurídica litigiosa encontrava-se em contacto com mais
de uma ordem jurídica assumindo assim a chamada natureza plurilocalizada.
O que faz com que a indicação do tribunal concretamente competente para o
conhecimento da causa se efetive do ponto de vista internacional.
Porque é que acham que há esta natureza plurilocalizada? (Autor beatriz é da
Alemanha; ré Ana é da china, e o prédio rustico situa-se em castelo branco) mais que
uma ordem jurídica.
Se assim é temos de verificar qual é a jurisdição competente, nesta caso pratico estão 4
ordens jurisdicionais temos de saber qual delas é a jurisdição internacionalmente
competente.
Para saber então qual a jurisdição internacionalmente competente para apreciar e julgar
a ação e uma vez que vigora no nosso ordenamento jurídico em simultâneo 2 regimes de
competência internacional que são o comunitário e o interno, sendo que o comunitário
prevalece sobre o interno – Principio do primado do direito europeu – art 8 nº4 da CRP.
O regime comunitário consta do regulamento, mas para que este seja aplicado ao caso é
necessário que seus âmbitos de aplicação se encontrem preenchidos.
Ambito objetivo art 1nº1 – este âmbito esta preenchido porque se aplica mateira cível e
a ação é de matéria cível
Ambito subjetivo art 4 nº1 reg mas aqui também se aplicava o nº2 deste artigo e depois
excecionava-se pelo art 5reg
Art 4nº2 uma vez que a Ana não era de nenhum pais da união europeia aplicar-se-ia á
partida as regras que são aplicadas aos alemães que é o domicilio dela e á partida
podiamos pensar em supor que para esta ação seriam internacionalmente competentes
os tribunais alemães e assim seria se não houvesse a exceção do art 5 nº1reg que por
aplicação ao art 24 nº1 reg iria determinar que os tribunais portugueses eram tribunais
com competência exclusiva
Art 24 nº1 reg tÊm competência exclusiva o tribunal do estado membro onde o imóvel
se situa
Conclusao nesta caso o imóvel situa-se em tribunal por isso os tribunais portugueses
são internacionalmente competentes para conhecer e julgar esta ação.
Na ordem jurídica interna a jurisdição reparte-se sobre os seguintes tribunais segundo:
a matéria, valor, hierarquia, e território art 60 nº2
Tem de se começar na Competência em razão de território porque é esta que vai definir
qual é a comarca competente, então quanto a esta competência em razão de território
regulada nos art 43 losj e art 70 a 84 .
No caso concreto trata-se de uma ação que tem por objeto a entrega de um
imóvel(direito de propriedade ) o que se aplica o critério do foro real ou foro da situaçao
do bem constante no art 70 devendo por conseguinte a ação ser proposta no tribunal da
situação do bem. Como o prédio em causa se situa em castelo branco será
territorialmente competente para a ação o tribunal judicial da comarca de castelo branco
de acordo com o mapa 3 roftj.
Quanto a competência em razão de matéria art 40 nº1 da losj e 64 determinam que são
da competência dos tribunais judiciais as causas que não sejam atribuídas a outra ordem
jurisdicional o que significa que os tribunais judiciais têm competência residual por
outro lado o art 40 nº2 losj e art 65.
Quanto a competência em razao do valor da causa art 41 losj e 66 determinam que nas
causas cíveis de processo comum a competência se reparte entre juízo central civil,
juízo local civil ou juízo de competência genérica –(art 117 nº1 a) e 130 losj).
Temos de ir ver qual é o valor da ação – art 296 e ss.
Critério especial Art 302 nº1 – se a ação tiver por fim fazer valer o direito de
propriedade sobre uma coisa, o valor desta determina o valor da causa, logo o valor é
120000€
Seria competente um juízo central civil pelo valor ser superior a 50000€ nesta caso juízo
central cível de castelo branco que se encontra instalado no tribunal judicial da comarca
de castelo branco e é assim porque este juízo abarca a comarca de castelo branco.
Competência em razão de hierarquia – art 42 losj e 67 a 69
Os tribunais judiciais encontram hierarquizados para efeitos de decisão das ações e
portanto para efeitos de recurso dessas mesmas ações, sendo que o tribunal da relação e
supremo tribunal são essencialmente tribunais de recurso e as açoes são instauradas no
tribunal de primeira instancia.

Caso prático 2:
A residente em vila flor pretende intentar a ação destinada ao exercício de direitos
de autor contra B residente no porto. Indique qual o tribunal competente para
conhecer esta ação.
Art 111 nº1 a) da losj - tribunal de propriedade intelectual em ações em que a causa de
pedir versa sobre os direitos de autor.
Qial a que cabe no roftj mapa 4. Aqui não importa a residência porque so há um tribunal
de propriedade intelectual(1 único no pais) – comarca de lisboa porque aborda todo o
território.

Caso Prático 3:
Suponha que se trata de uma ação declarativa que tem em vista a resolução de um
contrato, cujo valor é 100000€.
Antonio autor reside em aveiro, Maria ré reside em santarem, está em causa um
contrato de promessa de compra e venda por falta de cumprimento.
Indicar o tribunal competente para julgar e conhecer a ação.
R:Estamos a falar de competencia interna, na ordem jurídica interna a jurisdição
reparte-se sobre os seguintes tribunais segundo: a matéria, valor, hierarquia, e território
art 60 nº2.
Comecar sempre pela competência em razão de território para identificar a comarca -art
43 losj e 70 a 84.
No caso a ação tem por objeto a resolução de um contrato, vamos aplicar o art 71 foro
obrigacional então no caso concreto uma vez que o autor pretende a resolução de
contrato de promessa por falta de cumprimento iria aplicar-se o critério do foro
obrigacional – art 71 nº1.
A ação deve ser proposta no tribunal do domicilio do réu art 71 nº1 1ºparte, ou seja em
santarém
Tribunal competente (como o domicilio do réu se situa em santarém) será
territorialmente competente para a ação o tribunal judicial da comarca de santarém
Mapa 3
Pressupostos processuais
iii. Relativos ao objeto da causa
i. Aptidão da petição inicial
ii. Não verificação da litispendência e do caso julgado

Pressupostos processuais relativos ao objeto da causa


I. Aptidão da petição Inicial
A petição inicial tem de cumprir determinados requisitos de conteúdo para ser
considerada apta – caso os não cumpra a petição inicial considera-se inepta.

Art 186/2…

Pressupostos processuais
Objeto do processo
É o elemento primordial de qualquer processo e é composto por dois elementos:

 O pedido 2 elementos que compõem o objeto do


 A causa de pedir processo – 552 d) e)

Formulados pelo autor na petição inicial – art 552 nº1 d) e). Não pode haver processo
sem objeto.

Notas: Se não houver objeto do processo não há sequer processo. a ação pode-se tornar
inepta se faltar um destes elementos(pedido ou causa de pedir).**

A petição inicial é inepta (art 186/2 al. a) e todo o processo é nulo (art 186/1) se:
 Faltar a indicação do pedido
 Faltar a indicação da causa de pedir
 O pedido indicado for ininteligível
 A causa de pedir for ininteligível
 O pedido estiver em contradição com a causa de pedir
 Falta de indicação do pedido
A formulação e de um pedido é determinante, porque o tribunal só conhece daquilo que se
lhe pede e na medida em que se lhe pede (art.609/1)

Sem pedido, nem o juiz tem condições de saber o que pretende o A., nem o R. tem a
possibilidade de se defender.

*sem pedido o juiz não sabe o que o autor pretende;

se o autor não formular o pedido o réu não sabe como se defender **

 Falta de indicação da causa de pedir


A causa de pedir é também um elemento imprescindível da petição inicial – sem a qual
faltara o suporte da ação – a alegação da factualidade em que o A. assenta o seu pedido.

É a matéria de facto alegada quer seja narrada na petição, quer


conste nos documentos juntos com a petição e para os quais esta remeta.

Representa o fundamento da pretensão de tutela jurisdicional.

*Se não tivermos a causa de pedir também não temos o pilar da ação nem o suporte para a
ação.

O pedido é a consequência da causa de pedir.**

ININTELIGIVEL
Algo enferma de ininteligibilidade quando é obscuro( não se podendo determinar o seu
sentido) ou ambíguo (se tem vários sentidos possíveis)

**Ininteligivel -quer dizer que não se consegue perceber/


Esta palavra divide-se por:
Ou não consigo determinar o sentido do pedido ou causa de pedir; ou pode ter vários
sentidos possíveis mas o legislador não consegue perceber onde ele fundamenta o pedido.**

 Quando o pedido indicado seja ininteligível


Neste caso existe um pedido formulado na petição – mas apresenta-se de tal forma
obscuro/confuso que não se antevê, minimamente o seu alcance.

 Quando a causa de pedir alegada seja ininteligível


Igualmente, neste caso, alegou-se a causa de pedir – contudo foi de modo tão desadequado
que não se percebe de onde deriva a pretensão formulada.

 Quando o pedido esteja em contradição com a causa de pedir.


O pedido deve afigurar-se como a conclusão/corolário lógico/consequente do que se alega
como causa de pedir.

É a eventual incompatibilidade entre o pedido e o respetivo fundamento que se originará esta


ineptidão.

Se se alegarem conjuntamente causas de pedir incompatíveis.

Se se formular conjuntamente pedidos substancialmente incompatíveis.

Causas de pedir incompatíveis


Ex: o autor, invoca a nulidade de um contrato, mas solicita a condenação do réu no
cumprimento de uma obrigação que decorre desse contrato (o que pressupõe a validade de
contrato).

** ou o autor invoca a causa de pedir para a nulidade; não pode invocar as duas
Ou o autor invoca a obrigação de cumprir algo do suposto contrato causas de pedir ao mesmo
tempo porque (são
O pedido ou é nulo ou é válido imcompativeis).

Pedidos Substancialmente Imcompatíveis


Ex: Autor em face do incumprimento de um contrato de promessa pelo promitente
vendedor, requer a execução especifica do contrato e conjuntamente a restituição em
dobro do sinal prestado.
**Ou ele pede que se cumpra o contrato; Não pode pedir os dois ao
mesmo tempo porque são
Ou ele pede que lhe dei-e o sinal em dobro
pedidos imcompatíveis.

A ineptidão da petição inicial é tão grave que gera a Nulidade de todo o processo – art
186/1

 Essa nulidade constitui uma exceção dilatória que conduz à absolvição do réu da
instância – art 278/1, 577/al b), 576/2;
 Se não tiver sido indeferida nos casos em que teve lugar a despacho liminar – art
590/1 e 226/4.

**art 226

Antes da citação do réu vai


ao despacho judicial porque
a citação depende disso.
Esta citação do nº4 é a
exceção do nº1.

A citação é promovida pela


226 nº4
secretaria – 226 nº1

Nestes casos a secretaria


remete o processo a
despacho liminar, aqui o juiz
vai já averiguar se há Suprimento
inaptidão da petição inicial,
A ineptidão da petição inicial não é suscetível de sanação.
O despacho liminar acontece
Todavia, existem duas exceções:
antes da citação
 Art 186/3 … é uma sanação fundada num critério de
Art 590 - Aqui está
lógica e razoabilidade – origem legal.
constatado o indeferimento.
 O STJ através do Assento nº 12/94, de 26.05,
estabeleceu que “A nulidade resultante de simples ininteligibilidade da causa de pedir
(…) é sanável através da ampliação táctica em réplica, se o processo admitir este
articulado e respeitado que seja o princípio do contraditório (…)” – origem
jurisprudencial.

*** art 186 nº3 – esta sanação tem por fundamento o critério de logica e razoabilidade, ou
seja se pelo decurso da contestação, o juiz verificar que afinal chegou onde o autor queria
chegar - neste caso já não há ineptidão.
II. Não verificação da litispendência e do caso julgado

São pressupostos processuais de índole negativa – uma vez que a sua verificação impede o
regular desenvolvimento da instância – art – 580.

Ambos pressupõem a repetição de uma causa.

**art 580 so há litispendência se houver repetição de uma causa

Art 580º nº2 – diz qual a razão de ser da litispendência **

Repetição de uma causa


Existe uma repetição de causas quando é proposta uma ação com objetos processuais
idênticos (têm o mesmo pedido e a mesma causa de pedir) e identidade de sujeitos (partes
processuais) – art 581 …

Estas exceções têm por finalidade evitar que o tribunal venha, a ser colocado na alternativa
de reproduzir ou contradizer uma decisão anterior – art 580/2.

**considera-se a açao em 2º lugar é aquela para qual o reu foi citado posteriormente 580 nº2,
toma-se como ponto de partida a citação.

Verificação da exceção de litispendência


Há litispendência quando, estando pendente uma ação surge uma nova ação, no mesmo ou
em diferente tribunal, entre as mesmas partes e com o mesmo objeto.

Arts 580/1, 581 e 582

 Deduzir a exceção de litispendência – é alegar que está pendente, no mesmo ou em


tribunal diferente, outro processo entre os mesmos sujeitos, tendo o mesmo objeto,
fundado na mesma causa de pedir.
 A invocação da exceção de litispendência faz-se na ação em que a citação do réu
ocorra em segundo lugar – art 582.

*considera-se a açao em 2º lugar é aquela para qual o reu foi citado posteriormente 580 nº2,
toma-se como ponto de partida a citação.**
Verificação da exceção de caso julgado
A decisão transitada em julgado tem força de caso julgado, ou seja, tem força obrigatório,
não podendo a questão decidida vir a ser decidida em termos diferentes; todavia, há duas
espécies de caso julgado:

 Caso julgado material – a decisão proferida sobre o mérito da causa transitada em


julgado tem força obrigatória dentro do processo e fora dele – art 619/1.

** estamos a falar de uma decisao que foi proferida pelo tribunal e que foi proferida sobre o
mérito da causa sobre o tal fundo da questao e que uma vez transitada em julgado tem a
chamada força obrigatória dentro do processo e fora do processo. O juiz conheceu do merito
da causa e entao a decisao dele vai ter forca obrigatoria quer dentro do processo quer fora do
processo**

 Caso julgado formal – a decisão proferida sobre questão de caracter processual


transitada em julgado apenas tem força obrigatória dentro do processo em que foi
proferida – art 620.

*** aqui a decisao que é proferida, a tal decisao judicial já tem a ver com questoes processuais
que se levantaram no ambitro do processo e que foram decididas no ambito do processo, quer
isto dizer que uma vez transitada essa decisao apenas vai ter força obrigatoria dentro daquele
processo em que foi proferida já não fora do processo.**

O respeito pelo caso julgado é um princípio jurídico fundamental do Estado de Direito.

A CRP institui a obrigatoriedade das decisões dos tribunais – art 205/2 CRP.

Está em causa a segurança jurídica e de certeza do Direito, bem como de prevenir decisões
contraditórias e processos inúteis.

A exceção de caso julgado, tal como a litispendência, remete para a repetição de


causas – art 580/1 e 581/1, com a distinção de que agora a repetição de causas ocorre
depois de haver uma decisão definitiva relativamente à primeira causa.

Ora, o que as distingue é o momento em que se dá a repetição.


 A litispendência e o Caso Julgado são insanáveis.

CASO PRÁTICO:
A pergunta poderia ser feita:
Ambos os pressupostos processuais do objeto da causa, é o momento em que se dá a repetição da causa
ou
Ação Declarativa Comum
Fase Inicial

Tramitação
A ação declarativa comum estrutura-se em três etapas:
 Inicial
 Intermédia
 Final

Etapa Inicial
É a fase em que as partes apresentam os seus articulados. Onde o autor formula a sua
pretensão (petição inicial) e o réu se defende (contestação).

Onde, eventualmente, haverá lugar à Réplica.

E excecionalmente, a Despacho Judicial após apresentação da Petição Inicial – art 226/4 e


590/1.

** etapa inicial - em que se


apresentam os articulados.
O autor vai lançar ~mão de Etapa Intermédia
um dos articulados – petição
Momento apropriado para apurar da regularidade da
inicial.
instância. Pode ser proferida decisão que ponha termo ao
O réu vai apresentar o seu processo – quer por razões formais, quer por razões
articulado – contestação substanciais; mas, se o processo não terminar – destina-se,
ainda, a preparar os trâmites subsequente – que
Pode haver lugar a réplica - compreendem:
outro articulado(articulado
eventual)  Despacho pré-saneador – art 590/2
 Audiência prévia – art 591
Despacho judicial art 226  Despacho Saneador – art 595
nº4 – despacho liminar, fora
 Despacho a identificar o objeto de litígio e os temas
as situações do 226 nº4 há
da prova – art 596

 Despacho a programar a audiência final e a designar
as respetivas datas – art 593/2 d)
Etapa Final
Desenvolve-se em dois momentos:

 Audiência final
 Sentença

Na audiência final – temos a produção de prova e as alegações orais dos advogados das
partes – art 604 – finda a audiência, o processo é concluso ao juiz para prolação da
sentença – art 607

** na audiência final dá-se a


instrução (produção de
prova). Finda a produção de
prova os advogados têm a Etapa Inicial
possibilidade de alegar o
Compreende o período introdutório do pleito, nele, as
que entenderem quer
partes, oferecem os seus articulados, formulam as suas
matérias de facto ou de
pretensões e expõem os seus argumentos ante o tribunal.
direito.
Assim definem e delimitam os termos do litígio.
Juiz - sentença **
** onde se dá o inicio do processo. Autor e réu formulam as
suas pretensões através dos articulados.

Articulados
Noção – art 147/1

Espécies de articulados:

 Articulados normais
 Articulados eventuais ( não dependem da vontade do autor)
 Articulados supervenientes
 Articulados de aperfeiçoamento

**art 147 expoem os fundamentos – autor petição inicial

Expõem a defesa – réu contestação

Articulados normais
São as duas primeiras peças escritas e que podem ocorrer em todas as ações.

 Petição Inicial – apresentada pelo autor – e que assinala o começo da ação – art 552
ss.
 Contestação – oferecida pelo réu – na qual apresenta a sua defesa – art 569 ss.

Articulados Eventuais *já saiu em exame


É o terceiro articulado.

O seu uso não depende da simples vontade do autor – art 584…

***quando é que há lugar á


replica?
Antonio intenta uma ação
de reinvidicaçao contra
bernardo – petição inicial
Articulados Supervenientes *já saiu em exame
Destinados a permitir trazer ao processo factos que tenham ocorrido depois da
apresentação dos articulados /ou/ de que as partes só tenham tomado conhecimento após
aquela apresentação – art 588 e 589

*ocorre dps dos articulados isto é a primeira parte, estamos a falar da petição para o autor e para o réu estamos a falar
da contestação, portanto quando estes factos ocorrem posteriormente são supervenientes(ocorrem dps).

Mas também pudemos estar a falar de factos que ocorreram antes mas que o autor ou o reu respetivamente tiverem
dele conhecimento apos dar a entrada do autor na petição e o reu na contestação (também podem ser invocadas).

Têm 3 momentos para invocar:

1ºmomento se houver audiência previa que é o que nos diz a alínea a) pode-se invocar até ao final da audiência previa,
estamos sempre a falar de factos ocorridos para cá, ou antes mas que o conhecimento foi depois. 1º momento audiência
previa se a houver(ate ao fim da audiência previa), se não houver audiência previa, como não houve a tal designação da
data para julgamento, o autor e reu vão ser notificados da data de julgamento, e então relativamente a estes factos que
ocorreram dps ou os que ocorreram antes mas que teve conhecimento depois, vão puder ser trazidos ao processo através
do articulado superveniente nos 10 dias seguintes.

há ainda uma ultima possibilidade que é os factos que ocorreram, das duas uma: se houve audiência previa, apos a
audiência previa, ou antes mas que deles só teve conhecimento apos a audiência previa, senão houve audiência previa
fazemos o mesmo raciocínio mas aqui relativamente aos factos, não os que ocorreram logo apos a audiência previa mas
todos aqueles desde a contestação e desde petição que ocorreram ate aos 10 dias posteriores á notificação e esses ele vai
puder apresentá-los na parte final que é na própria audiência final.

**São supervenientes os factos que são constituídos posteriormente; se o autor tiver


conhecimento antes não são supervenientes
**Quando é que ocorreu o facto? Antes ou depois da petição inicial ter sido
feita(quando o réu ou autor tomarem conhecimento).
588 nº3 c) última oportunidade que as partes têm para lançar mão?
- apos a notificação(22-11-19) tem 10 dias(02-12-19) mas desde que não haja
audiência previa b)
O que é preciso para o autor e o réu poderem lançar mão ao articulado
superveniente?
- quando os factos ocorreram(ou seja dps de dia 02-12)
- ou quando os factos ocorrerem (antes de dia 02-12) mas só se se provar que o
conhecimento foi feito dps de dia 02-12*****
Articulados de Aperfeiçoamento
Têm origem num convite efetuado pelo juiz do processo quando ache que existem
insuficiências ou imprecisões na exposição ou concretização da matéria de facto alegada.

A sua função é completar ou corrigir os espontaneamente apresentados – art 509/2 al. b) e 4

**590 nº2 b) e 4 - quando é


o próprio juiz que convida
as partes ao suprimento das
deficiências dos articulados
“venha la declarar isto
Forma articulada
porque não se entende o As peças apresentadas pelas partes denominam-se
“articulados” pois a apresentação dos fundamentos de facto deve ser feita por artigos, seja por
proposição numeradas art 147/2

A razão de ser é por possibilitar uma exposição mais sintética e sucinta e, consequentemente
mais rigorosa e clara.

Diferente da via redaccional

** o que nós não queremos é a via redacional, queremos algo escrito mais geral e objetivo e
não um texto gigante**

Entrada em juízo
Quando as partes estejam patrocinadas por mandatário, a apresentação da peça a juízo é
efetuada por via eletrónica – art 144/1

Art 5 Portaria

Sistema informático de suporte à atividade dos tribunais e registo de utilizadores


A
apresentação de peças processuais e documentos por transmissão eletrónica de dados por
mandatários judiciais é efetuada através do sistema informático de suporte à atividade dos
tribunais, no endereço eletrónio https://citius.tribunaisnet.mj.pt, de acordo com os
procedimentos e instruções aí constantes.
Entrada em juízo
Portaria nº280/2013 de 26 de Agosto
https://citius.tribunaisnet.mj.pt

Entrada em juízo
Existe uma exCeção àquela regra (nº1) – no caso de justo impedimento (art 144/8) – para
justificar o uso de via não eletrónica.

**portaria pagina 439 – via eletrónica


144 nº1 – regra
144 nº2 – exceção CPC

144 nº1 - O que se conclui é que a regra é a do envio via eletrónica


144 nº8 – existe unicamente para justificar o não uso da via eletrónica. Ex: ter uma
peça processual para entregar e dá erro no sistema, como não consigo enviar tenho de
justificar o porquê de usar outro meio.***

Entrada em juízo
Mas sempre que se trate de causa que não imponha a constituição de mandatários e, a parte
não se encontre patrocinada existem outras formas possíveis de apresentação das peças
processuais – art 144/7, alíneas…

Mas art 148/1, se apresentadas nos termos das alíneas a) e b), seja, por entrega na secretaria
judicial ou por remessa pelo correio, terão de ser apresentados em duplicado, tantos quantos
os necessários para a realização das citações ou notificações, assim como dos documentos
apresentados.

Distribuição
Ato pelo qual se reparte o serviço judicial de forma igualitária, se designa o juízo e o tribunal
em que a ação há de correr termos, art 203 e ss

As operações de distribuição são realizadas por meios eletrónicos.

Tem lugar duas vezes por dia, de forma automática.


Petição Inicial
Petição Inicial
É o articulado através do qual o autor (A) intenta a ação, e nele formula a tutela jurisdicional
pretendida, nela alega os fundamentos de facto e de direito.

 Articulado principal
 Articulado do processo

Sem petição inicial o processo não chega sequer a existir, mas já poderá existir, sem os
demais articulados.

Na petição inicial o autor


intenta a ação, se não
houver este articulado não
há processo. O autor
O início da instância só se dá com a proposição da ação e
formula a tutela jurisdicional
esta considera-se proposta logo que a respetiva petição
inicial seja apresentada nos termos dos números 1 a 6 do art 144.

Art 259/1, 144 e art 4/1 e 13, al a) da Portaria nº 280/2013, de 26.08

Nesta (petição inicial) deve o autor – art 552

Al a)

Al b)

A Petição Inicial – organiza-se em três partes fundamentais:


 Cabeçalho ou introito
 Narração
 Conclusão

26-11-19

Petição inicial
Cabeçalho ou introito
 É a parte em que é designado o tribunal onde a ação é proposta (552/1, a) 1ªa parte)
o que subentende já a eleição do tribunal competente para julgar a causa.
 Identificam-se as partes, pelo nome, domicílio ou sedes, e , obrigatoriamente, no que
respeita o autor, indica-se o NIF e CC e , sempre que possível, quanto aos demais – art
552/1, a) 2ª parte.
 Indica-se a forma do processo – al c).

É essencial indicar o estado civil das partes – sobretudo para as ações a que se refere o art 34.

Se a parte for solteira deve indicar-se se é ou não maior, pois, não o sendo, podem levantar-
se questões ao nível da sua capacidade judiciária.

Narração
É a parte da petição inicial em que o autor expõe os factos e as razões de direito que servem
de fundamento à ação.

 Art 552/1, d) … indica como requisito da petição inicial a exposição dos factos
essenciais que constituem a causa de pedir.

**narração – onde se expõem os factos( o autor).

Ex: se fosse uma ação de despejo tinha de vir invocar o contrato de arrendamento numa
determinada data, falar do imóvel, dizer o que aconteceu para se desencadear uma ação de
despejo(invocar a factualidade do imcumprimento.**

Factos essenciais – são os factos que integram a causa de pedir ou fundamentam as


exceções.

 São os factos que concretizam/integram a previsão da Norma Jurídica em que se


fundamenta o Direito invocado pelo autor ou em que se baseia a defesa do réu.
 São os factos indispensáveis à procedência da ação ou da exceção.

**os factos essenciais são


aqueles de que vai depender
a procedência da ação, são
indisponíveis para a ação,
sem eles a ação não é
julgada procedente.

São a matéria de facto,


matéria obrigatória de se
alegar.

São factos que entregam


uma norma jurídica – a
norma em que o autor
fundamenta o seu direito.
No exemplo da ação de
Exemplo de uma narração:

1º Os autores são donos legítimos proprietários da fração autónoma designada pela letra “M”, que integram o prédio urbano em regime de
propriedade horizontal, sito em -------, Vila Nova de Gaia, descrito na 1ª Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Gaia, sob o nº
----/20001115 e inscrito na respetiva matriz predial sob o art --- (doc 1 e 2 que ora se juntam e aqui se dão por integralmente reproduzidos).

2ºPor contrato reduzido a escrito, celebrado em 02-01-2018, os autores, enquanto senhorios, deram de arrendamento à primeira ré, enquanto
arrendatária e à segunda ré, enquanto fiadora, a fração identificada no artigo 1º desta petição (doc 3 que ora se junta e se dá por integralmente
reproduzido).

3º Assim, se a segunda ré para garantia integral cumprimento do clausulado no referido contrato e, concludentemente pelas obrigações dele
emergentes para a primeira ré, constitui-se como fiadora e principal pagadora, com expressa renúncia ao benefício da excussão prévia, perante
os aqui autores (citado doc 3 cfr. Cláusula quarta do contrato de arrendamento)

4º Essa declaração de renúncia ao benefício da excussão prévia tem como consequência jurídica que a segunda ré se torne responsável, em
termos solidários, pelo pagamento das dívidas decorrentes do incumprimento do contrato de arrendamento, em causa nos autos.

5º No referido contrato ficou estipulada a renda anual de 7800€ (sete mil e oitocentos euros) pagável em duodécimos de 650€ (seiscentos e
cinquenta euros), até ao primeiro dia do mês anterior àquele a que disser respeito.

6ºO arrendamento teve início em 02-01-2018 e encontra-se, atualmente, em vigor ocupando a primeira ré a fração autónoma dada de
arrendamento.

7º Sucede que, deixou a primeira ré proceder ao pagamento das rendas devidas, desde o mês de janeiro inclusive, e até hoje, encontrando-se,
assim, vencidos e não pagos onze meses de renda, o que totaliza a importância de 7150€.

8º Importância essa que, não obstante as diversas interpelações que os autores dirigiram, por intermédio de mandatário, à primeira ré e também
à 2ª ré para que procedessem ao pagamento, até hoje, não foi paga (doc 4, 5 e 6 que ora se juntam e aqui se dão integralmente reproduzidos)

9º Nem é do conhecimento dos autores, a existência de depósitos liberatórios.

10º A falta de pagamento de renda no tempo e lugar próprios, bem como a ausência de depósitos liberatórios, confere aos aqui autores o direito
de exigir a resolução de arrendamento, nos termos do disposto no nº1 e 3 do artigo 1083º do CC, o que fazem por meio da presente ação de
Despejo, prevista no artigo 14º, nº1 do NRAU.

11º Bem assim, como o direito de peticionar o pagamento das rendas vencidas e não pagas, que nesta data, ascende ao montante de 7150€ e as
vincendas até entrega real e efetiva do arrendado, bem como juros de mora calculados à taxa legal, que até hoje se cifram em (----€ o que tudo
perfaz a importância de -----€ (…))

Conclusão
É a parte da petição inicial em que o autor formula o pedido, ou seja, a tutela jurídica que
pretende obter – art 552/1 al. e)

 O pedido deve constituir a conclusão lógico da narração dos factos e do seu


enquadramento no sistema legal.
 É formulado na parte final da petição inicial.
EXEMPLO DE UM PEDIDO

Termos em que , deverá a


presente ação ser julgada
procedente, por provada e,
por via disso: PETIÇÃO INICIAL
a) Ser decretada a
Resolução do
INDICAÇÕES COMPLEMENTARES – art 552
contrato de  Art 552/1 al f) – o valor da causa.
arrendamento  Apresentar o rol de testemunhas e requerer outros
celebrado com a meios de prova – nº 6
primeira ré e  Comprovar o prévio pagamento da TJ devida ou a
aludido em 2º deste concessão do benefício de apoio judiciário na
articulado; modalidade de dispensa do mesmo – nº7 ou 8.
b) Ser a primeira ré  Juntar a procuração forense.
condenada a
despejar
imediatamente o
arrendado,
entregando-o aos
autores livres e Ação Declarativa Comum – esta matéria sai
devoluto de sempre em exame
pessoas;
c) Serem os réus Meios de prova
condenados a pagar, É obrigatório para as partes indicarem os respetivos meios
solidariamente, aos de prova logo na Petição Inicial e na Contestação.
autores de rendas
mensais que se Art 552/6 e 572 al d)
encontram em
divida,
correspondentes aos Contudo, pode alterá-lo (caso o réu conteste) – na réplica,
meses de ---, num se a esta houver lugar ou – no prazo de 10 dias a contar da
total de 7150€ notificação da contestação – art 552/6
acrescido de juros
+art 598/1 e 2
de mora à taxa legal,
que até hoje cifram
em ---€, o que perfaz
a importância de ----
€ e, ainda, as rendas O réu deverá também fazer constar na contestação o seu
vincendas até À requerimento de prova – art 572 al d)
entrega real e
efetiva do Se for deduzida reconvenção e tendo o autor apresentado
arrendado, réplica, pode ainda o réu alterar o requerimento probatório
acrescida de juro em 10 dias a contar da notificação da réplica – art 572 d),
legal, contado desde parte final.
a citação até integral +art 598/1 e 2
e efetivo de
pagamento.

Para tanto, requerem a Indicação dos meios de


V/Exa se digne a ordenar a prova ( é obrigatório )
citação dos réus para
contestar, querendo, no
*552 nº6 - autor (petição inicial)

572 d) – réu(contestação)

Art 552 nº6 – a possibilidade de haver lugar à alteração do requerimento probatório

Apresentação IMP
 O rol de testemunhas e outros meios de prova são apresentados logo com os
articulados.
 Os documentos são juntos com os articulados.
o Mas poderão ainda ser apresentados até 20 dias antes da data em que se
realize a audiência final, sendo a parte condenada em multa, se não provar
que não os pôde oferecer com o articulado;
o Só muito excecionalmente podem ser oferecidas após essa data.
 Art 423/1/2/3 (já saiu em exame este artigo)

**423 nº1 – regra

423 nº2 – exceção – podem ser juntos ate 20 dias antes da audiência final

Nota do telemóvel: Vamos supor que a audiência final esta agendada para diz 12-12-19
suponham que aqui nesta ação de despejo que falámos, a autora se esqueceu de juntar aos
documentos o contrato de arrendamento, achando-se agendada para dia 12-12 e sendo hoje
dia 25-11 a autora ainda pode juntar esse documento em falta? Não porque nem sequer é um
documento posterior portanto seria difícil. A situação do 423 so se aplicar-se ia numa situação
muito excecional , e neste caso não era excecional porque o contrato de arrendamento era
possível até áquele momento se ela quisesse portanto não se aplica este artigo (porque toda a
gente num contrato de arrendamento tem os papeis sobre isso ex: o contrato entre mim e o
senhorio )**

Os documentos a regra é que tÊm de ser juntos no articulado onde são alegados os factos art
423 nº1, contudo ainda há ainda a possibilidade a partir do art 423 nº2 até 20 dias antes da
audiência final apresentarem-os ,contudo podem ser condenados em multa. Fora estes
momentos só muito excecionalmente, com prova de que não pôde ou então que só são
necessários por força de uma circunstância posterior, por exemplo um documento
indispensável para se dar a decisão sobre aquela ação ***

Alteração
O requerimento probatório, apresentado nos articulados, pode ser alterado (598/1):

 Na audiência prévia, se esta se realizar, ou não havendo lugar a esta,


 No prazo de 10 dias a contar do despacho do juiz que fixou os temas da prova.
 O rol de testemunhas pode ser aditado ou alterado até 20 dias antes da audiência
final – art 598/2

A audiência previa é dps dos articulados

Art 598 nº1 – requerimento probatório engloba todo o tipo de provas - pode ser alterado até
á audiência prévia

Art 598 nº2 – o rol de testemunhas é o único tipo de prova que pode até 20 dias antes da
audiência final.

As restantes provas só podem ser alteradas até a audiência previa

Sai em exame – sublinhar bem

28-11-19

Petição Inicial

O pedido é o efeito jurídico que se pretende obter com a ação.

O AUTOR PODE FORMULAR DIFERENTES PEDIDOS:

 Pedidos alternativos
 Pedidos subsidiários
 Cumulação de pedidos
 Pedidos genéricos
E não só formular um único pedido.

PEDIDOS ALTERNATIVOS
– A lei admite que o autor, em certas circunstâncias, não se limite a formular um pedido fixo
(quando pede só determinada prestação) – art 553/1.

Esta modalidade de pedido ocorre quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder
cumprir a obrigação de mais de um modo. Nestes, as pretensões equivalem-se juridicamente.

Na sua base está uma obrigação alternativa – art 543 CC

Ex: Peticiona a condenação do réu na entrega do bem ou no pagamento de dinheiro.

Art 808 CC – resolução do contrato ou exigir o cumprimento da parte possível.

*obrigação alternativa – o devedor pode cumprir a obrigação de + de um modo.


PEDIDOS SUBSIDIÁRIOS – diz-se subsidiário, art 554/1 …
O autor formula pedidos subsidiários quando tem dúvidas sobre o êxito da sua pretensão.

Ex: o autor peticiona a condenação do réu no cumprimento do contrato ou, caso o tribunal
não julgue este pedido procedente, na restituição da coisa prestada por nulidade do contrato,
fundamentado em falta de forma legal.

**o autor formula o pedido subsidiário quando tem duvidas quanto ao êxito do primeiro
pedido.
A pessoa quer ver o 1ºpedido cumprido, caso não se cumpra pede um pedido
subsidiário(2ºpedido).
1º o autor quer ver julgado procedente o 1ºpedido, só se não for aceite tendo a pessoa já
desconfiado que o 1º pedido não ia ser procedente, então o autor faz um 2º pedido para não
perder tudo
O pedido subsidiário só vai ser conhecido se o 1º pedido não for procedente (se for indeferido).

Se formular um só pedido e a ação vier a ser julgada improcedente terá de propor nova ação,
formulando então o outro pedido.

Para tal evitar, pode formular inicialmente os dois pedidos.

Nos Pedidos subsidiários – existe uma hierarquia das pretensões do autor.


Devendo colocar em primeiro lugar o da sua preferência – pois é este que o tribunal começa
por analisar e decidir, só se pronunciado sobre o segundo se julgar improcedente o primeiro.

Art 554/1

Nos pedidos alternativos – o réu tem a faculdade de escolher uma das prestações ou um
dos pedidos.

Nos pedidos subsidiários não depende da vontade do réu a procedência duma ou doutra
pretensão – o pedido subsidiário é formulado somente para a hipótese de o tribunal não
acolher o pedido principal.

CUMULAÇÃO DE PEDIDOS – o autor deduz cumulativamente contra o mesmo réu, num só


processo, vários pedidos, art 555/1

O autor requer que lhe seja reconhecido o direito a várias pretensões.


PEDIDOS GENÉRICOS
Art 556 – remissão art 37

Recusa da petição inicial pela secretaria


São fundamentos de rejeição da petição inicial os constantes das als. A) a i) do art 558.

Notas do telemóvel : a stora disse era uma bela de uma pergunta para o exame
144nº1 e 144 nº8 - a secretaria só já poderá recusar quando a parte apresentar a petição em
suporte de papel que é única e exclusivamente nos casos: do art 144 nº8 e 7 porque nos demais não
é possível, dai se falar na recusa virtual, pq é o próprio sistema que faz a recusa e não a secretaria.
Quais os únicos casos em que a secretaria pode fazer a recusa? 144 nº7 nos só vamos ter a
secretaria a efetuar a recusa se foi a petição inicial apresentada em suporte de papel, o que só é
possível se não tiver mandatário se não tiver patrocinio judiciário, ou seja nas açoes que não
necessitem de patrocinio judiciário.
Se assim não for e a ação tiver patrocinio judiciário já temos de dar a entrada via eletrónica , e então
quer dizer que efetivamente é como que uma recusa só virtual pq só recusa a secretaria quando a
própria parte apresentar em suporte de papel, só é possível se não se achar patrocinada a parte

Reclamação contra a recusa do recebimento da petição inicial pela secretaria


Do ato de recusa de recebimento da petição cabe reclamação para o juiz – art 559/1

Do despacho que confirme o não recebimento (e não do que revogue) cabe sempre recurso
para o tribunal da Relação – art 559/2.

Oficialidade da Citação
Em regra, a citação do réu não é ordenada pelo juiz, incumbindo à secretaria promovê-la
oficiosamente, logo, sem necessidade de prévio despacho – arts 226/1 e 562.

**226 nº2 – haja de alguma maneira algum contributo da citação por parte do autor

226nº4 – a secretaria tem de aguardar o despacho do juiz

O processo com a petição inicial é concluso ao juiz que a ordenará se for o caso disso.

 O indeferimento liminar extingue a instância à sua nascença – art 277 al. a)


**quando o juiz acha que a ação não tem pernas para andar.**

Citação do Réu
A citação é o ato, em rega praticado pela secretaria, pelo qual se dá conhecimento ao réu de
que foi proposta contra ele determinada ação e se chama ao processo para, querendo, exercer
o seu direito de defesa – art 219/1

É também pela citação que se chama pela primeira vez ao processo alguma pessoa
interessada na causa (Ex: intervenção provocada de terceiros) – art 319/1

**citação do reu- o ato que se vai dar conhecimento ao réu que contra ele for efetuada uma
ação. É pela citação que se chama pela 1º vez alguém que esteja interessado na causa -
intervenção de terceiros -art 219 nº1***

Notificação ver 221,247,248,249,259

Em quaisquer outros casos em que se pretende chamar alguém a juízo ou dar-lhe


conhecimento de um facto, utiliza-se a notificação – art 219/2

219 nº3 Têm de ser acompanhadas pelos documentos em causa

Citação do Réu
 O ato de citação implica a remessa ao citando do duplicado da petição inicial e cópia
dos documentos que a acompanhem.
 O citando deve ser advertido de que fica citado para a ação, sendo indicado o tribunal,
o juízo … onde corre o processo – art 227/1
 Será ainda advertido do prazo dentro do qual pode oferecer a defesa, a
obrigatoriedade (ou não) do patrocínio judiciário e as cominações em que incorre no
caso de revelia, seja, as consequências que sofre se não apresentar a sua defesa – art
227/2

**citação – chamar pela 1º vez alguém ao processo(só se cita uma vez) dps a partir daí o réu é
notificado sobre as coisas

227 – elementos que o réu fica a saber na sua citação.***


 A citação constitui um ato essencial para efeitos de realização do Princípio do
Contraditório, visto que dá à contraparte a oportunidade de defesa – art 3/1, in fine.
 Com ela se completa a relação processual que se iniciou com a petição inicial.

**a citação é um ato essencial pq é assim que se cumpre o principio do contraditório-art 3


parte final.***

 Transcorrido 30 dias que a citação se mostre efetuada, é o autor informado das


diligencias efetuadas e dos motivos da não realização do ato – art 226/2
 Pretende-se que o autor preste a sua colaboração para efeitos de realização da citação
que se apresenta difícil de concretizar e impede-se que a citação se protele por muito
tempo, sem que nada seja feito no sentido de a agilizar.

Decorridos mais de 30 dias sem que a citação se mostre efetuada, o processo será concluso
ao juiz, com a informação das diligências efetuadas e das razões de não realização do ato – art
226/3

Há assim um controlo por parte do juiz para que a situação se não arraste indefinidamente.

O juiz deverá ordenar as diligências que lhe pareçam oportunas com vista à citação.

Modalidades da citação
A citação pode ser pessoal ou Edital – art 225/1

A CITAÇÃO PESSOAL - é a que é feita na própria pessoa do citando, e mediante os meios


indicados no art 225/2 …
**Citação por contacto pessoal tem caracter residual
Art 231 nº8 - o próprio autor pode querer que a citação se faça por contacto pessoal.**

Modalidade da citação –
Art 225/2

 Por via postal


 Via eletrónica
 Por contacto do agente de execução ou funcionário judicial
É ainda, admitida a citação promovida por mandatário judicial – art 225/3, 237 e 238.

 A citação por contacto pessoal com o citando (agente de execução ou funcionário


judicial) tem o carácter residual – já que só tem lugar quando se fruste a via postal –
art 231/1, 2 e 3
 Decorre da vontade do autor – para tal deve declarar na petição inicial que pretende a
imediata utilização da citação por contacto pessoal – art 231/8

A CITAÇÃO EDITAL – art 225/6 ocorre quando o citando se encontre em parte incerta (art
236 e 240) ou quando sejam incertas as pessoas a citar ao abrigo do art 243.

 No 1º caso - o citando, embora conhecido, encontra-se ausente em parte incerta.


 No 2º caso – é determinada pela incerteza das pessoas a citar.
 Nas ações propostas contra incertos, estes são representados pelo MP – art 22/1/2

** o réu é citado quando assina o aviso de receção – art 230 mesmo que a pessoa que a assine não seja o
réu mas outra pessoa da família.

233 – dar-lhe a conhecer que a citação se considere efetuada naquele momento.

Quem assina é outra pessoa e não o citando, este art 233 é uma advertência pq envia ao réu outra vez para
ele saber que foi mesmo citado pq se foi outra pessoa da família que assinou ele pode ainda nem saber que
já foi citado.**

art 242 – contagem do prazo para a defesa

Efeitos da citação do Réu


 Efeitos Adjetivos ou Processuais
 Efeitos Substantivos

**efeitos adjetivos ou
processuais – 260,

A partir do momento em que o Efeitos Substantivos


réu é citado fica proibido de
intentar ação contra o autor
sobre a mesma coisa, o mesmo
objeto – 564 **

A partir da citação constitui-se


o réu em mora
 Cessa a boa-fé do possuidor – art 564 a) – a partir da citação o réu fica a saber que
está a lesar o direito do autor.
 Interrompe a prescrição – se o R for o devedor e estiver a correr em seu benefício o
prazo de prescrição, a prescrição interrompe-se com o ato da citação, art 323/1cc
 A constituição do R em mora se a obrigação for sem prazo, ou seja, se for uma
obrigação pura, art 805/2cc

Citação urgente – art 561 226nº4 f)


Pode ter lugar o requerimento do autor e desde que o juiz considere justificado tal pedido.

Caso seja determinada pelo juiz, as diligências necessárias à sua realização têm prioridade
sobre as demais.

Citação de pessoal coletivas – art 246

02-12-19

PRAZOS
Regra geral – os atos devem ser praticados dentro do prazo fixado pela lei processual.

Prazos judiciais são:

 Estatuídos pela lei adjetiva (processual)


 Fixados pelo Juiz

Prazos Supletivos
 Art 149/1 – quando a lei não fixar prazo nem for determinado pelo Juiz – o prazo é de
10 dias.
*regra geral 10 dias, se o juiz não fixar o prazo usamos este

 Art 162/1 – para a prática do expediente da secretaria judicial – o prazo é de 5 dias.


**5 dias salvo em situações de urgência em que o prazo tenha de ser menor
Desde o primeiro dia atr ao 30ºdia o réu pode apresentar a sua contestação – art 139
nº1 e dps disto só tem + 3dias uteis para o puder fazer mas com o pagamento de
multa.
Quando o prazo termina extingue-se o direito de praticar o ato.**

Modalidades
PRAZO PERENTÓRIO – é o período de tempo dentro do qual um ato pode ser realizado.
O seu decurso extingue o direito de praticar o ato – art 139/1 e 3

PRAZO DILATÓRIO – é o prazo a partir do qual o prazo perentório é contado – art 139/1 e 2
É uma adição ao prazo perentório.

**Um prazo que vai acrescer ao prazo de defesa. É um prazo dilatório

O prazo dilatório – 5 dias. O prazo perentório – 30 dias. Ver 245/139/142/140/138/137/ 279


b) CC.**

**independentemente do justo impedimento, o réu pode contestar apos os 30 dias que tem,
tem +3 dias uteis, pagando multa- art 139 nº5

Justo impedimento – art 139/4 e 140

Prazo dilatório seguido de prazo perentório, conta-se como um só prazo – art 142.

Dilação – art 245 *sai sempre em exame

 5 dias
a) Citação realizada em pessoa diversa do réu
b) Citação fora da comarca onde pende a ação.
Dilação de 10 dias [ a) + b) ]

 Dilação de 15 dias
Regiões autónomas quando a ação corra no continente ou vice-versa

 Dilação de 30 dias
o Citado para a causa no estrangeiro
o Citação edital
Regras de contagem de prazos
**279 c) CC temos de o decorar
 Não se inclui o dia em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr –
279/ al. b) CC
*não se inclui o dia em que ocorre, o prazo so comeca a contar amanha se eu for
citada hoje.
a contagem do prazo é continuo conta-se os dias corridos, incluindo sábados domingos
e feriados. O prazo processual só para durante as férias judiciais.**

 O prazo que termine em sábado, domingo ou dia feriado transfere-se para o 1º dia útil
– art 279/ e) CC e 138/2
 São contínuos – incluem sábados, domingos e feriados
 Suspendem nas férias judiciais, exceto se for prazo igual ou superior a 6 meses e de
processos urgentes – art 138.

Artigos que se usam nos


casos práticos de prazos:
Artigos importantes dos
prazos: 219,225,569, 139 nº
1/2/5 , 245, 138nº1 e 2, 279

Artigo 28º(losj)
Férias Judiciais
As férias judiciais decorrem de 22 de dezembro a 3 de janeiro, domingo de Ramos à segunda
feira de páscoa, e de 16 de julho a 31 de agosto.

Exceção: só nos processos urgentes é que se conta as ferias judiciais.

Prática do ato nos três dias úteis seguintes ao prazo


 Validade da prática do ato fica dependente do pagamento de multa – art 139/5
*Sem multa não se pode usar os dias uteis

 Se o ato foi praticado pela própria parte em processo que não importe a constituição
obrigatória de mandatário, a secretaria notifica-a para no prazo de 10 dias pagar a
multa – art 139/7
 Se o ato foi praticado por mandatário, a multa deve ser paga prontamente, se não o
for, a secretaria notifica-o para pagar a multa, acrescida de uma penalização de 25%
do valor da multa – art 139/6

Se a ação tiver sido proposta contra vários RR, e o prazo para a defesa de cada um deles
termina em dias diferentes.

A contestação de todos ou de cada um deles pode ser apresentada até


ao termo do prazo que começou a correr em último lugar – art 569/2.

Caso prático sobre prazos 1: A intentou uma ação declarativa contra B,


peticionando o pagamento de 15000€ referente á compra e venda de vários
eletrodomésticos, que B não pagou.
Suponha que B foi citado para a ação por carta registada com aviso de
receção(AR),tendo o aviso sido assinado pelo seu pai no dia 21-11-19. Indique o
términos do prazo para B contestar.
R: começamos pela noção de citação art 219 nº1 a citação é o ato pelo qual se dá
conhecimento ao réu de que foi proposta contra ele determinada ação e se chama ao processo
para se defender, emprega-se ainda para chamar, pela primeira vez ao processo alguma
pessoa interessada na causa.

A citação de pessoas singulares pode ser pessoal ou edital art 225 nº1 e 6, neste caso estamos
perante uma citação pessoal que é o caso art 225 nº2 e pode ser feita pelas formas deste
artigo.

A citação foi feita por envio de carta registada com aviso de receção art 225 nº2 b) a qual sera
entregue apos a assinatura do aviso de receção ao citando ou a quem se encontra na
residência 228 nº2. A citação pessoal considera-se feita no dia em que se mostra assinado o AR
e tem-se efetuada na pessoa do próprio citando mesmo que aviso de receção seja assinado
por um terceiro art 230 nº1 então poderemos concluir que B se considerava citado no dia em
que assinou o AR isto é no dia 21-11-19.

Os prazos processuais podem ser dilatórios ou perentórios art 139 nº1

O prazo dilatório difere para certo momento a possibilidade da realização de um ato ou então
a contagem de um outro prazo sendo o que se aplica neste caso concreto art 139 nº2 por se
verificar um prazo dilatório, o que ia acontecer era que o inicio da contagem do nosso prazo
perentório (no caso concreto é de 30 dias) iria ser portanto diferido.

no caso concreto o prazo perentório para contestar é de 30 dias a contar da citação art 569
nº1 mas neste caso a este prazo perentorio acresce o prazo dilatório por forca do art 245 nº1
a), assim temos 5 dias +30 dias que faz o total de 35 dias.
A contagem inicia-se nos termos do art 279 b) CC no dia seguin te ao da citação ou seja dia 22-
11-12, o prazo é continuo suspendendo-se contudo nas ferias judiciais art 28 losj. O prazo
suspenderse-á no dia 22 de dezembro até ao 3 de janeiro de 2020(correspondem ás férias
judiciais) , assim sendo o prazo de 35 dias começa a correr no dia 22 de novembro e termina
sem multa no dia 8 de janeiro de 2020, mas porque o ato nos termos do art 139 nº5 ainda
pode ser praticado dentro dos 3 primeiros dias uteis subsequentes ao termo do prazo, sendo
que a sua validade depende do pagamento imediato de uma multa, assim a contestação
poderia ser apresentada nos dias 9/10/13 de janeiro de 2020.

CASO PRÁTICO 2: Suponha agora que B reside em Aveiro, e foi citado para a ação
que corre termos no juízo local cível de Évora do tribunal judicial de Évora.
Diga se manteria a resposta á questão anterior, se não diga quando terminaria o
prazo para contestar.
R: No caso concreto o prazo não seria o mesmo que na resposta anterior não daria a mesma
resposta , porque neste caso o reu foi citado fora da área da comarca sede do tribunal onde
depende da ação, pelo que se acresce um novo prazo dilatório de 5 dias nos termos do art 245
nº1 b) e isto porque a dilação que resulta da a) do 245 nº1, acresce á que resulte do
estabelecido da b) do mesmo artigo por força do nº4 do 245. Assim no caso concreto o réu
beneficiava de uma dilação de 10 dias 5 da alínea a) +5 da alínea b) +os 30 dias dava um prazo
geral de 40 dias, o prazo conta-se nos termos do art 142 como um prazo único , um prazo
inicia-se na mesma no dia seguinte ao da citação dia 21 mas também susoende durante as
ferias e o que iria acontecer é que os 40 dias iriam terminar no dia 13 de janeiro , é o termino
do prazo.

Mas porque o ato pode ser praticado dentro dos primeiros 3 dias uteis seguintes ao termo do
prazo neste caso o réu ainda poderia apresentar a sua contestação nos dias 16 /17/e 18 desde
que pagasse a multa art 139 nº5

Suponhamos que o prazo terminava dia 11, até quando seria possível praticar o ato?
R: terminando em dia que os tribunais estejam encerrados o prazo passa para o dia útil
seguinte ou seja, em vez de dia 11 sabado terminaria então o prazo na segunda feira
dia 13, este é o términos art 138 nº2( ex:o termo que era num sábado passa a ser
termo segunda, o termo que seja domingo passa a ser termo segunda) .
E os 3 dias uteis com multa seriam terça quarta e quinta art 139 nº5.
CONTESTAÇÃO
Articulado normal

É a peça escrita através da qual o réu responde à petição inicial e se defende da pretensão aí
formulada pelo autor.

 É o segundo articulado
 Em termos formais tem um conteúdo idêntico à petição inicial – aqui se distinguem
três partes cabeçalho, narração e conclusão.
 Tem de ser apresentada no prazo de 30 dias… art 569

Elementos que devem constar da Contestação – art 572


A sua falta constitui fundamento de rejeição da contestação al a), b), c), f), g), h) e i) do art
558.

*já a alínea d) e e) do art 558 não são obrigatórias, a falta destas não são fundamento para a
recusa , aqui não é obrigatório indicar a forma de processo. Na petição inicial já é obrigatório

Art 559 e 560 …

Ler 569 até 579

Modalidade da contestação (Ctt)


 Contestação Defesa
 Contestação Reconvenção

CONTESTAÇÃO DEFESA IMP

Pode assumir veste de:


i. Defesa por impugnação (impugnação de facto ou de direito)
ii. Defesa por Exceção (por exceção dilatória ou por exceção perentória)
Art 571/1
DEFESA POR IMPUGNAÇÃO art 571 nº1
Aquele em que o réu,

 Nega frontalmente os factos articulados pelo autor (defesa por impugnação de facto)

Ou

 Sem negar a realidade desses factos, contradiz o efeito jurídico que o autor deles
pretende extrair (defesa por impugnação de direito)

Art 571/2, 1ªp

Falamos aqui de uma Defesa Frontal.

Assim, na defesa por impugnação a contestação pode apresentar-se por:

 Impugnação dos factos (divergência entre o autor e réu situa-se no âmbito dos
factos) ou
 Impugnação de direito (aceita os factos, mas diverge quanto ao tratamento jurídico
que o autor pretende dar aos factos relatados/ os factos existem mas não levam
áquela consequência jurídica).

Art 571 nº2 1º parte( a 1º


parte da 1ºparte) –
impugnação de facto

**o que é uma defesa frontal?

-nega frontalmente aquilo que está articulado – defesa por impugnação

Impugnação de Facto – tem haver com os factos

Impugnação de direito - aqui os factos são aceites, baseia-se no efeito jurídico que é
pretendido pelo autor é isso que vai ser impugnado.

Na impugnação de direito o réu aceita os factos, impugna é o efeito jurídico

A impugnação é sempre uma defesa frontal entre o réu e o autor.***

DEFESA POR EXCEÇÃO art 571 nº2


O réu defende-se por exceção quando, embora, não negando a realidade da narração fática
apresentada pelo autor, nem contrariando o efeito jurídico que o autor procura extrair, faz
chegar ao processo NOVOS FACTOS

E pode fazê-lo aderindo a uma de duas vias:


 O réu alega factos que obstam à apreciação do mérito da causa.
 O réu invoca factos impeditivos, modificados ou extintivos do efeito jurídico visado
pelo autor.

Quer uma, quer outra, pressupõe a alegação de FACTOS NOVOS por parte do réu, factos
diferentes daqueles que servem de fundamento à petição.

Em ambos os casos a defesa é uma Defesa Lateral.

Quando o réu alega factos que obstam à apreciação do mérito da causa – serão suscetíveis de
gerar a sua absolvição da instância (ou a remessa do processo para outro tribunal).

Quando o réu invoca factos impeditivos, modificativos ou extintivos do efeito jurídico visado
pelo autor – serão suscetíveis de impedir, modificar ou extinguir o direito que o autor
pretende fazer valer com a propositura da ação, art 571/2, 2ª p

Art 571/2, 2ª p – a palavra exceção é usada em sentido geral de molde a abranger quer as
exceções dilatórias quer as perentórias.

Em função dos efeitos gerados por este meio defensional distingue-se entre a defesa por
exceção dilatória e a defesa por exceção perentória.

*exceção dilatória(576 nº2) – determina a absolvição da instância – art 571 nº2 2ºparte
(1ºparte da 2ºparte do artigo) e 576 nº2. São meios de defesa do réu

Exceção perentória(576 nº3) – o réu não nega os factos ditos pelo autor - art 571 nº2 2ºparte
(2ºparte da 2ºparte do artigo)**

Defesa por Exceção Dilatória


Na defesa por exceção dilatória
– o réu aceita os factos narrados na petição, todavia, alega factos capazes de obstar à
apreciação do mérito da causa e que conduzem (ou podem conduzir à absolvição da instância
ou à remessa do processo para o tribunal competente – art 576/2

Nestes casos, o réu alega a falta de pressuposto processuais ou outros vícios ou


irregularidade da instância.

As exceções dilatórias são de conhecimento oficioso pelo tribunal (art 578) salvo…

Defesa por Exceção Perentória


Na defesa por exceção perentória – o réu invoca factos impeditivos, modificativos ou
extintivos do efeito jurídico visado pelo autor.

Se o conseguir, a consequência é a absolvição total ou parcial do pedido formulado pelo


autor.

Art 571/2 in fine e 576/3

Na exceção dilatória - o juiz fica impedido de conhecer do mérito da causa

Na exceção perentória - o juiz vai conhecer do mérito da causa

** diferenca entre exceção dilatória e perentória

a absolvição da instancia é nas exceções dilatórias porque nestas a violação dos PP origina exceções
dilatórias que impedem o juiz de conhecer do fundo da questão e o processo termina ali porque ele
não pode avançar e mais numa fase ainda embrionária ,não há julgamento da causa, ele não vai mais
além.

Nas exceções perentórias não é assim aqui ele vai conhecer e vai saber se o direito do autor se
constituiu ou não se se vai modificar se se vai extinguir, mas para isso ele tem de conhecer do fundo
da questão, ele tem de decidir o processo, tem de haver a produção de prova e o juiz tem de decidir e
então ai com essa tomada de decisão é que ele vai saber se existe ou não o direito do autor. Estas
exceções perentórias originam a improcedência total ou parcial do pedido aqui falamos já no pedido.
Se está a afetar o pedido na totalidade há-de ser improcedência total se só o está a afetar em parte
será improcedência parcial.

Imaginem que alguém vem invocar o pagamento - é uma exceção perentória .

Agora imaginem que invocam o pagamento parcial o pedido é improcedente no remanescente

Vamos imaginar que o réu vem e defende-se dizendo que já pagou metade da divida ele so vai ser
obrigado a pagar a outra metade por isso não improcede todo o pedido, é só parcialmente.- exceção
perentória modificativa

Agora se ele dizer que já pagou tudo aí sim procede o pedido na totalidade – exceção perentória
extintiva
Defesa por Exceção Perentória
O réu traz ao processo factos novos que se revelam:

 Impeditivos da válida e eficaz constituição do direito invocado pelo autor, ou que


 Admitindo tal constituição, implicam a alteração desse direito, continuando o mesmo a
existir (mas com outros contornos) ou, finalmente que
 Provocam a extinção do direito, o que significa que o autor não pode tirar proveito
dele.

**3 TIPOS DE EXCEÇÕES PERENTÓRIAS :

IMPEDITIVOS – os factos novos impedem a constituição do direito do autor

MODIFICATIVOS – admite-se a constituição mas os factos novos modificam esse direito

EXTINTIVOS – fazem extinguir o Direito, os factos novos destroem o efeito jurídico feito pelo
autor. Verificam-se todos os pressupostos de factos para poder preencher a norma que o
autor invoca, só que surgem circunstancias que o tornam impedido, não se produz o efeito
jurídico desejado pelo autor.**

Relativamente a estas o legislador nada estabelece (diverge das exceções dilatórias)

 As exceções Perentórias Extintivas – são as que destroem os efeitos jurídicos


resultantes do preenchimento de determinada previsão da lei.

Ex: Caducidade – art 298/2cc; dação em cumprimento – art 837cc; compensação – art 847cc;
confissão – art 868cc; consignação em depósito – art 846cc; prescrição – art 298/1cc e o
cumprimento da obrigação – art 762/1cc

 As exceções Perentórias Impeditivas - impedem a produção da consequência jurídica


desejada pelo autor, apesar de se verificarem todos os pressupostos factuais
necessários para realizar a previsão da lei.

Ex: Erro na declaração – art 247cc; dolo – art 253/1 e 254cc; incapacidade acidental – art
257cc; erro sobre a pessoa ou o objeto do negócio – art 251cc; nulidade do negócio – art 240 e
280cc
 Às exceções Perentórias Modificativas são aquelas cuja verificação implica a
modificação da pretensão invocada pelo autor, alterando o objeto da ação.

Se forem julgadas procedentes, a pretensão originária do autor modifica-se e o tribunal


deve condenar o réu a título condicional, na pretensão subsequente.

Ex: Não cumprimento do contrato – art 428cc; a condição suspensiva – art 270cc;
modificação oposta a pedido de resolução do contrato com fundamento em alteração
anormal das circunstâncias – art 437/2cc

 A obrigação nunca existiu validamente ou eficazmente – exceção impeditiva;

 Existiu validamente, mas já se extinguiu, total ou parcialmente – exceção


extintiva;

 A obrigação nasceu de uma forma, mas alterou o seu conteúdo – exceção


modificativa.

As Exceções Perentórias – respeitam o mérito da causa, contendem com o fundo da questão


– com a existência ou não e em que termos – do direito do autor e – não aos pressupostos
processuais – logo não atingem a relação jurídica processual.

A sua procedência pode ser Total ou Parcial – visto que pode atingir de diferente forma o
direito material invocado pelo autor.

Ex: se o réu invoca que o autor lhe havia perdoado 1/4 do montante da dívida (remissão), se
for julgada procedente, ele será apenas absolvido parcialmente do pedido e condenado na
parte restante.

Mas, se alegar que já pagou a totalidade da dívida, a ser julgada procedente, a absolvição do
pedido será total.

PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DA DEFESA


Art 573/1 … prescreve que toda a defesa deve ser deduzida na contestação.

Significa que o réu deve incluir na sua peça processual todos os meios de defesa de que
dispõe, seja ela a defesa direta (impugnação), seja a defesa indireta (exceções dilatórias e
perentórias).
Impõe ao réu o dever de concentrar na contestação todos os seus argumentos defensionais,
independentemente da sua natureza e efeitos.

Assegura, ao mesmo tempo, um sistema de “jogo franco e leal”, pois o réu não poderá
guardar argumentos, sejam eles de direito ou de facto, para mais tarde usar.

Associado ao princípio da concentração da defesa na contestação, e como sua


consequência, encontramos o PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO – do qual resulta que todos os meios
de defesa não invocados pelo réu na contestação ficam prejudicados, não podendo ser
alegados mais tarde.

Se os factos em que o réu apoia a sua defesa ou a sua oposição não forem invocados no prazo
para a apresentação da contestação, o tribunal não vai poder atender a tais factos – se o fizer,
haverá excesso de pronúncia, o que gera a nulidade da sentença – art 615/1 al.d), in fine.

A regra da concentração da defesa na contestação conhece algumas restrições – art


573

1. DEFESA EM SEPARADO – art 573/1 in fine.


É a que, por imposição legal, deve ser deduzida no prazo da contestação, mas fora desta,
isto é, em separado. Ex: Caso de dedução da suspeição do juiz, art 122/1 e 121/1 in fine.

2. DEFESA DIFERIDA – art 573/2 – é a que pode ser deduzida após a apresentação da
contestação e tem três modalidades:

 Defesa superveniente – a fundada em factos objetiva e subjetivamente


supervenientes – art 588/2

 Defesa autorizada por lei – são os meios defensionais cuja dedução após a
contestação a lei expressamente admite. Ex: incompetência absoluta (art 97/2); a
declaração de impedimento do juiz (art 116/1)
 Defesa oficiosa – integram-se aqui todos aqueles meios defensionais de que o tribunal
pode conhecer oficiosamente – art 608/2.

Ónus de impugnação
É o outro Princípio a ter em conta na defesa do réu – art 574/1… trata-se aqui de um ónus de
impugnar os factos constantes da petição.

O réu não pode ter uma atitude passiva (não se pronunciando sobre os factos articulados
pelo autor), pelo contrário deve tomar uma posição clara, frontal e categórica sobre os factos
alegados pelo autor.

**ónus que recai sobre o réu e ele tem de impugnar os factos constantes da petição inicial

Se o reu se esquecer de impugnar um facto, esse facto dá-se como provado.**

Se o réu não tomar posição sobre os factos, entende-se que os admite – art 574/2 1ªp – por
acordo (confissão tácita), o que conduzirá a que os mesmo sejam tidos como assentes e
provados.

Esta admissão dispensa o autor da prova de facto, pois esse facto nunca será um facto
controvertido.

**574 nº2 – aceitam-se como se fossem impugnados pelo reu os factos do 574 nº2 que por
certas razoes não foram impugnados diretamente, mas que o legislador admite como se
tivessem sido impugnados pelo réu.**

Ónus de impugnação está sujeito a exceções


Não se consideram admitidos por acordo:

 Os factos que se encontrem em manifesta oposição com a defesa considerada no seu


conjunto – art 574/2
 Os factos não impugnados, quando sobre eles não for admitida confissão – art 574/2,
2ª p. – Ex: Direitos Indisponíveis – art. 354cc
(se o réu não o pode confessar também a sua não impugnação não pode produzir o
efeito de admissão por acordo).
Não estão sujeitos ao ónus da impugnação os factos para cuja prova a lei exige documento
escrito ou outra forma mais solene – art 574/2

Art 219 e 220cc

CASO PRÁTICO: Sobre contestação defesa do réu

A e B casados residentes em cascais celebram um contrato com C, um contrato de mútuo,


por qual aqueles mutuaram a este a importância de 33000€, que C se comprometeu a
restituir mo prazo de 6 meses.

Contudo volvido esse prazo, C não procedeu á restituição de A e B da importância mutuada e


por essa razão A e B intentaram uma ação declarativa contra C. Em sede de contestação C
veio alegar que já procedeu ao pagamento da importância peticionada. Pronuncie-se quanto
á defesa apresentada por C.

R: o RÉU C está a trazer novos factos ao processo , este não está a negar os factos alegados pelo autor logo
não esta a fazer a tal impugnação frontal, ele não esta a contradizer nenhum efeito jurídico.

Partimos para uma defesa por exceção sendo esta uma exceção perentória porque ele não nega a realidade
dos factos , o reu vem defender-se por exceção porque ele não nega a realidade fáctica que é apresentada
pelo autor nem contraria o efeito juiridico pretendido pelo autor, mas sim faz chegar ao processo novos factos
, ele invocou o facto extintivo quer dizer que o direito constitui-se so que o reu com os factos novos veio
destruir o efeito que é resultante do preenchimento da norma. Ou seja á de facto um contrato de mutuo,
findo o prazo do contrato de mutuo o autor tinha o direito á restituição do valor mas o reu vem dizer que já
pagou portanto o direito efetivamente constitui-se mas o que acontece é que através da invocação do
pagamento é então um facto nulo que faz extinguir o direito do autor. Ou seja estamos perante uma exceção
perentória extintiva .
09-12-19

Reconvenção
*na reconvenção o réu não se basta por exceção perentória ele vai muito mais além.*

Contestação / Reconvenção – Art 583


O réu pode aproveitar a contestação para formular pedidos contra o autor – art 266/1

A esta faculdade jurídica a lei chama Reconvenção – através do qual o réu exercita o seu
direito de ação contra o autor.

Na reconvenção, há um pedido autónomo formulado pelo réu contra o autor.

Direito de ação que amplia o objeto do processo.

A Reconvenção tem carácter facultativo.

O réu pretende, desta maneira, obter um benefício económico que não se traduz na mera
extinção, modificação ou impedimento da pretensão do autor.

Há, nas palavras de Alberto de Reis, um – “Cruzamento de ações”.

REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DA RECONVENÇÃO


A dedução de pedido reconvencional está, porém, sujeita a certas condições (de ordem
processual e de ordem substantiva) de admissibilidade:

REQUISITOS PROCESSUAIS – art 93/1 e 266/3

**266 nº3 – factos que levam á inadmissibilidade da reconvenção

93 nº1 – tem haver com a competência do tribunal*

REQUISITOS DE ORDEM SUBSTANTIVA – art 266/2 al a), b), c) e d).

*requisitos objetivos para haver reconvenção – art 266 nº2 a) b) c) d)*

Art 266 a) 1º parte – a reconvenção é admissível quando o pedido reconvencional se funda na


mesma causa pedir (ou em parte desta) em que o autor funda o direito que invoca.

Art266 a) 2ª parte – tem o sentido de que só é admissível a reconvenção quando o réu-


reconvinte invoque como meio de defesa qualquer ato ou facto jurídico que tenha a
virtualidade de reduzir, modificar ou extinguir o pedido formulado pelo autor e com base
nesse ato ou facto (ou parte dele) que serve de fundamento À sua defesa, deduza o pedido
reconvencional.

Ex: se o Autor pedir a condenação do Réu no pagamento de uma obrigação pecuniária, o Réu
pode invocar a anulabilidade ou a nulidade do contrato e pedir, em reconvenção, a restituição
das quantias que, entretanto, já tinha prestado, como princípio de pagamento.

 Com efeito, trata-se de uma contra pretensão, embora sendo um pedido autónomo,
tem de ter certa compatibilidade com a causa de pedir do autor, ou no qual o réu
estriba a sua defesa em relação a essa causa de pedir.

*neste exemplo o autor funda-se na validade do contrato

* o réu funda-se na anulação do contrato.

No 266 a) há dois fundamentos uma coisa é se o fundamento for na causa de pedir do autor
outra coisa é fundamento ser no facto juridico que serve de fundamento á defesa do réu.**

art 266 d) é admissível o pedido reconvencional quando o réu deseja conseguir o


mesmo efeito jurídico que o autor se propõem a obter.
Ex: o A. pede a declaração de propriedade sobre determinado bem e o R. formula, em
reconvenção, o pedido de declaração de propriedade sobre esse mesmo bem, ainda que em
causas de pedir diferentes (o A. fundada em aquisição derivada e o R. em aquisição originária
por usucapião).

*Autor intenta uma ação


contra o réu e dps o que é
que acontece? O reu não se
basta a dizer, “não senhor
aquilo não é do autor” não
impugna não se basta por aí,
e faz o quÊ? Faz um pedido
reconvencional no sentido
que o tribunal declare INDICAÇÃO DO VALOR DA CAUSA
efetivamente o direito de
**Art 299 – momento a que
se atende para a
determinação do valor 299 O réu não tem de indiciar qualquer valor na
nº2 > 590 nº3 contestação, salvo se:
*o aumento do valor
referido no art 299 só
acontece dps de entrar a
reconvenção 299 nº3

Por exemplo numa ação de


 Não concordar com o valor atribuído pelo A. à ação (podendo impugná-lo desde que
ofereça outro valor em substituição daquele – art 305/1, ou
 Se tiver formulado em Pedido Reconvencional.

*o réu só tem de indicar o valor quando exista pedido reconvencional.*

**Quando estamos a falar no valor da causa quando falamos em contestação o réu não tem de indicar valor é uma
das situações em que não leva á recusa pela secretaria da contestação art 572.

Mas se o réu indicar pedido reconvencional aí sim é obrigado a dar um valor á reconvenção(o pedido
reconvencional é uma ação metida na outra) então tem de indicar valor

Quais as situações em que havendo contestação tem de se indicar valor?

-Se o reu quiser impugnar o valor que foi atribuído á ação pelo autor não concordando com ele exemplo um prédio
que esta nas finanças valor patrimonial 10000€ e o autor lembra-se de pedir por esse prédio 200000€, o reu diz
não, o prédio não tem aquele valor então vai impugnar esse valor neste caso o réu tem de indicar um valor porque
está a impugnar o valor que foi apresentado pelo autor art 305 nº1

-A outra situação é quando formula um pedido reconvencional, a reconvenção tem de ter indicação do valor **
VALOR DA RECONVENÇÃO
Neste caso o Réu tem de indicar o valor da Reconvenção – art 583/2, pois é uma pretensão
autónoma que corresponde a uma ação própria.

O Art 296/1 determina que a toda a causa deve ser atribuído um valor certo.

*Valor da reconvenção – art


583 nº2 – se ele não indicar
o valor da reconvenção, a
reconvenção não é atendida.
A questão do valor da reconvenção é importante para
Art583 nº1 - A reconvenção efeitos de determinação do valor – art 299, pois este valor,
está na mesma dentro do em regra, acresce ao da causa.
articulado normal , apesar
Se não indicar valor - a secretaria recebe a contestação –
de se dizer separada da
contudo, o reconvinte é convidado a indicar o valor – sob
contestação neste artigo é
pena de a reconvenção (apenas ela) não ser atendida – art
só para se identificar, é uma
583/2.
indicação para se perceber
quando estamos a falar de A reconvenção deve ser expressamente identificada e
reconvenção ou só de discriminadamente deduzida na contestação – art 583/1
contestação.

A principal função do réu é


defender-se - começa por
mostrar a contestação
defesa e só dps a
contestação reconvencional Na Contestação (Ctt) / Reconvenção
Só nas 4 circunstancias do
art 266 é que é possível a
reconvenção. Fora isto não é
possível o réu fazer uma
reconvenção.**
O Réu deve começar por se defender – pois é a principal função que desempenha a
contestação – ao que acresce a circunstância de nem sempre ser possível reconvir.

Pretendendo o réu alegar exceções e impugnar – deverá por uma questão de organização –
iniciar pela alegação das exceções dilatórias – pois a sua procedência inibe o juiz de conhecer o
mérito da causa.

No âmbito da defesa respeitante ao mérito da causa – exceções perentórias e impugnação –


o réu deve começar pela impugnação e em seguida invocar as exceções perentórias que possa
opor à pretensão do autor.

Isto porque ao impugnar o Réu contraria a tese do Autor – não a aceitando – no todo ou em
parte – repudiando os factos com base nos quais o Autor formulou o seu pedido.

Já a defesa por exceção perentória tem outro conteúdo – embora admita os factos
apresentados pelo Autor, o Réu lança mão de outras (novos) factos que têm por consequência
impedir, modificar ou extinguir o efeito jurídico pretendido pelo autor.

Assim sendo, antes de averiguar se o direito do autor se modifica ou extingue é conveniente


apurar se ele se constituiu e em que termos.

*se o réu quiser alegar uma


exceção dilatória e impugnar

O réu deve 1º apresentar a


exceção dilatória e só dps
Também o Réu deve alegar – no âmbito das exceções impugnar porque para o juiz
perentórias – primeiro as impeditivas, depois as conhecer da minha
modificativas e por fim, as extintivas. impugnação o juiz já tem de
conhecer do fundo da
Por fim – deve ser articulada a matéria relativa ao pedido
questão( do mérito da
reconvencional.
causa). E se houver exceções
dilatórias em jogo dá-se logo
lugar á absolvição da
instÂncia, o juiz já não vai
Narração e conclusão conhecer do fundo da
questão.
É mais adequado que a contestação contenha apenas
uma narração e uma só conclusão tratando em Mas se o réu quiser alegar
simultâneo, mas discriminadamente, a matéria uma exceção perentória e
defensional e a matéria reconvencional. impugnar

Então aqui ele já tem de


começar pela impugnação e
só dps a exceção perentória
porque primeiro o tribunal
tem de apurar primeiro se o
direito do autor se
constituiu, tem de concluir
Os pedidos devem ser formulados na conclusão da contestação segundo a ordem de
exposição dos respetivos argumentos na narração.

*a narração é o corpo da peça processual

É na conclusão que se faz os pedidos **

1º - A procedência das exceções dilatórias – e a consequente absolvição da instância ou a


remessa para o tribunal competente.

2º - Que seja atendida a impugnação e, em consequência, o réu absolvido do pedido.

3º - A procedência das exceções perentórias e, a consequente absolvição do réu do pedido.

4º - A procedência da reconvenção e, em consequência, a condenação do autor reconvindo.

Apresentação da Contestação em Juízo

Remete-se para o que ficou dito em sede de petição inicial.

**A RECONVENSAO VAI SAIR EM EXAME a prof disse que já não saia há muito tempo

Réplica
 É o terceiro articulado do Processo Declarativo Comum, pelo qual o Autor pode
responder À contestação/reconvenção do Réu
 É apresentada pelo autor, o que quer dizer que o Autor tem dois momentos para se
pronunciar, enquanto o Réu tem apenas um.

*só nas situações do art 584 é que pode haver réplica , só em matéria de reconvenção.*

Denomina-se de articulado eventual – pois a sua dedução só pode ocorrer em dois


casos – art 584/1 e 2:
 Quando o Réu deduza pedido reconvencional – mas só serve para contestar o pedido
reconvencional (não para formular novo pedido reconvencional).
 Nas ações de simples apreciação negativa, para o Autor se pronunciar sobre os factos
constitutivos do direito alegado pelo Réu, seja para os impugnar, seja para lhes opor
factos impeditivos ou extintivos.
 Este articulado deve ser apresentado no prazo de 30 dias, contado a partir da
notificação da apresentação da contestação – art 585

 A estrutura deste articulado é semelhante aos demais articulados já analisados.

 ÓNUS DA IMPUGNAÇÃO – o Autor também está sujeito ao ónus da impugnação


relativamente a todos os factos (novos) alegados na contestação – art 587
 Este ónus de tomar posição definida é só sobre factos Novos.

* Também há aqui na réplica ónus de impugnação **

A falta de Apresentação Réplica


Origina a admissão dos factos por acordo – art 574 e 587.

A réplica justifica-se pelo respeito pelo princípio de igualdade das partes e pelo princípio do
contraditório – art 3 e 415.

*Se o autor não


lançar mão á réplica  A réplica constitui para o Autor o seu primeiro
é como se tivesse a articulado de defesa.
haver uma confissão  Se o autor deduzir alguma exceção, tratando-se do
tácita dele 574 nº2 , último articulado admissível, o Réu pode responder
consideram-se na audiência prévia, não havendo lugar a ela, na
admitidos pelo audiência final – art 3/4
autor, assim dá-se
razão ao réu na **quando estamos a falar do ultimo articulado na
reconvenção, se ele reconvenção é a réplica art 3 nº4.**
não lançar mão á
réplica é como se
desse razão á  A Réplica é notificada ao Réu
reconvenção do
réu.**  Após a notificação, tendo a réplica servido com a
função de resposta à reconvenção, o Réu tem um
prazo de 10 dias para, querendo, alterar o requerimento probatório inicialmente
apresentado (art 572/d).
11-12-19

Revelia
*esta figura aparece quando o reu não contesta -art566

Revelia do Réu
Uma vez citado o réu, tanto pode contestar a ação como não contestar.

Se não contestar a ação o réu entra em Revelia.

QUANTO À NATUREZA DA REVELIA PODE SER:

 Absoluta
 Relativa

Revelia Absoluta
Quando além, de não deduzir a oposição, o réu não constitui mandatário nem intervém de
qualquer forma no processo – art 566/1º parte.

Neste caso – o juiz tem de apurar se a citação respeitou todas as formalidades legais e
promover a sua repetição se constatar irregularidades, antes de fazer funcionar qualquer
cominação para a revelia – art 566/2º parte.

*acontece quando o réu não deduziu oposição, não constituiu mandatário, nem interviu no
processo.

O tribunal manda outra vez a citação ao réu para prevenir que o réu não tenha recebido a
primeira citação.**

Revelia relativa
Quando o réu embora não contestando, constitui mandatário no processo ou intervém de
algum modo na ação( ex: escolhe o domicilio para receber as notificações ou pratica em juízo
qualquer outro ato processual).

*o reu não contesta, mas constitui mandatário ou intervém de alguma maneira.


Ele por alguma forma veio ao processo- art 567.*
A revelia produz efeitos quer na situação processual do réu, quer na tramitação da ação – e
em função desses efeitos, temos a considerar a:

 Revelia Operante
 Revelia Inoperante

Revelia operante
A revelia operante tem por resultado a confissão dos factos articulados pelo autor – art
567/1…

Essa omissão do réu, provoca a chamada confissão tácita – não depende de qualquer
declaração nesse sentido.

Se o réu não contestar – consideram-se confessados os factos alegados pelo autor, o que, por
certo, originará a procedência da ação;

Diz-se, por certo, pois o juiz continua a poder julgar de direito e este julgamento tanto
pode conduzir à procedência da ação como não.

Na revelia operante, há confissão dos factos mas não do direito.

Dai se designar esta confissão por confissão semiplena.

´
*O 567 é outra situação de confissão tácita

567 nº1- revelia operante, vão ser considerados confessados os factos ditos pelo autor, sendo que assim o autor já
não terá de produzir prova deles

Esta confissão tácita é uma confissão sobre matéria de facto,

apesar de a matéria estar provada o juiz ainda tem de julgar sobre a matéria de direito.

Esta confissão de matéria de facto é uma confissão plena

O autor não carece de provar não vai ter de haver a fase da instrução.

Este comportamento omissivo do réu produz um efeito de encurtamento substancial


do processo:
 Não há mais articulados
 Não há saneador
 Não há instrução
Vale isto por dizer que se passa imediatamente da petição inicial para as alegações
escritas sobre a matéria de direito, após o que é proferida Sentença, julgando a causa
conforme for de direito.

Art 567/2

***Já saiu em exame – suponha que o reu não contestou? Indique as consequências

Revelia Inoperante
Apesar de o réu não ter contestado, não se consideram confessados os factos articulados
pelo autor na petição inicial.

E porque se não consideram confessados os factos articulados na petição inicial, o autor não
está desobrigado da prova dos fundamentos tácticos da ação.

*o reu não contestou mas não vai haver produção de efeitos nenhuns

Apesar de o reu não ter contestado, os factos não se consideram confessados como na revelia
operante

Embora o reu não tenha contestado, o autor vai ter de fazer na mesma produção de prova

Exceções à revelia do réu art 568:


a) … é suficiente que um dos réus conteste a ação – para que os factos por ele impugnados
não possam ser considerados como confessados.

b) … quando recaía sobre matéria para a qual o réu careça de capacidade jurídica (1ª p, al b))

… porque não há certeza de e que o réu tenha tido efetivo conhecimento da ação – o
legislador entendeu não o sujeitar ao regime da revelia operante (2ªp, al b))
Vamos imaginar que autor A intenta ação contra - B contesta

-C nao contesta

-D não contesta

Imaginemos que temos 20 artigos na nossa contestação, ele contestou impugnou o art 1 a 15 e do 16 a 20 não
impugnou, neste caso continuo a dizer que é uma revelia inoperante?

É inoperante relativamente ao art 1 a 15 que é o mesmo que dizer relativamente aos factos que o contestante
impugnou é o que diz no art 568 nº1

Relativamente aos art 16 a 20 ele não impugnou então vamos ter uma revelia operante

Vamos imaginar por exemplo que este contestante o B contesta e diz eu sou parte ilegítima porque falta aqui
alguém na ação e não diz mais nada só invoca a exceção dilatória , esta revelia é operante, porque isto da
ilegitimidade só lhe aproiveita a ele , o resto C e D não impugnou se não impugnaram é operante por causa da ultima
parte do 569 a) a estes (C e D) só vai aproveitar o que este A que contestou impugnar , portantos aos outros (C e D)
só aproveita e portanto só aí é que falamos numa revelia inoperante os factos que aquele A impugnou, já os que A
não impugnou vamos para o art 574 nº1 e 2 que é a não impugnação especifica.

c) … no domínio de ações que envolvem matéria de natureza indisponível, a previsão da


inoperância da revelia obsta a que as partes alcancem, pela falta de contestação, um
efeito jurídico que não poderiam obter, quer por via de confissão em juízo, quer por via
extrajudicial.

d) … aqui a inoperância da revelia é mais restritiva – a falta de contestação implica a


confissão de todos os factos articulados pelo autor, salvo aqueles que necessitem de
prova documental.

CASO PRÁTICO: A e B casados residentes em barcelos celebram por documento


particular um contrato de mútuo com C, residente em cascais, pelo qual os primeiros
mutuaram á segunda a importância de 12000€ obrigando-se esta a restituir tal
importância no prazo de 6 meses.
Sucede que volvido esse prazo, C não procedeu á restituição da importância mutuada
por isso A e B intentaram uma ação por forma a obter de C a importância em causa .
1- Indique o tribunal competente para conhecer e decidir da ação.
2- Suponha agora que c em sede de contestação veio alegar que já procedeu á
restituiçao da quantia mutuada de A e B antes mesmo de estes terem intentado a
ação.

R: teríamos de falar das duas modalidades de contestação defesa sendo qye pode
assumir a veste de defesa por impugnação ou defesa por exceção sendo a exceção pode
ser dilatória ou perentória, e neste caso concreto uma vez que a Cveio dizer ou veio
alegar que já tinha procedido ao pagamento da importância mutuada ela defende-se por
exceção é a primeira coisa a identificar. Exceção 571 nº2 2ºparte porque ela não nega a
realidade dos factos invocados pelo autor nem contraria o efeito jurídico pelo autor,
então ela trás novos factos ao processo que provocam no caso concreto a extinçao do
direito que se arrogam os autores quer dizer que o autor não vai poder tirar proveito
desse direito , por isso é que estamos a falar de uma exceção perentória extintiva. A
consequência se a ação for julgada procedente determinaria á da ré do total do pedido.
Também não estaria mal se disséssemos logo ao inicio da resposta que também se esta a
defender por impugnação de facto

3- Suponha ainda que nessa sede C alegou que A e B lhe devem a importância de
15000€ referente a um credito constituído acerca de 5 anos, assim pretende ver
uprada a compensação dos créditos que A e B lhe paguem a diferença.
R:Sempre que virmos o réu a pedir a compensação ou que lhe paguem estamos sempre
perante uma contestação reconvenção
Estamos perante um pedido da ré em direção aos autores portanto
Quando ele diz compensação e paguem-me a diferença isto é um pedido se há um
pedido estamos com uma reconvenção.
Falávamos na contestação reconvenção portanto neste caso seria esta a modalidade art
583 e 266 é neste artigo que temos de ver se cabe ou não cabe a reconvenção e temos de
escolher uma alínea neste caso seria 266 nº2 c) porque no caso concreto estamos a falar
do reconhecimento de um crédito.
A reconvensão tem de ser identificada de forma expressa art 583 nº1
Sendo que o réu deveria expor os factos essenciais que constituem a causa de pedir e as
razoes de direito que servem de fundamento á ação art 552 nº1 d)

4- Por fim C alegou ainda a nulidade do contrato celebrado por falta de forma.
Pronuncie-se sobre as modalidades de defesa apresentadas por C e determine os
seus efeitos
R:
Ele não esta a negar os factos ele está a admitir mas ele requer a nulidade do negócio art
240 e 280 CC
estamos perante uma defesa por exceção perentória modificativa art 571 nº2 2ºparte
modificativa porque altera o direito , porque a ré quer que um contrato que é valido
passe a ser nulo , sendo assim isto implica a modificação da pretensão invocada pelo
autor alterando o objeto da ação. Se a ação for julgada procedente a pretensão originária
do autor modifica-se.
Fase Intermédia
Terminada a fase dos articulados – começa uma outra fase da ação

Nesta fase o juiz é o principal protagonista.

É, em regra, o momento de primeira análise, pelo juiz, do processo e de resolução de


eventuais problemas processuais e/ou materiais que possam existir.

É, ainda, nesta ocasião que, em regra, o juiz faz a gestão inicial do processo – art 590.

Esta fase tem como objetivo a verificação da regularidade da instância.

Se for encontrada alguma irregularidade, das duas uma:

ou é suscetível de sanação – promove-se o seu suprimento;

ou o não é, e o processo terminará nesta fase.

Trata-se então, esta fase, de procurar eliminar os obstáculos suscetíveis de impedir o


conhecimento de mérito da causa que é o objetivo da propositura da ação.

DE ENTRE OS ATOS DESTA FASE DESTACAM-SE:

 Despacho pré-saneador
 Audiência prévia
 Despacho saneador
 Despacho a identificar o objeto do litígio e a enunciar os temas da prova
 Despacho a programar e agendar a audiência final

DESPACHO PRÉ-SANEADOR
Saneamento designa correção do que necessita de ser corrigido e a limpeza do que deve ser
eliminado do processo.

*É a correção daquilo que é necessário, vamos retirar do processo tudo aquilo que não é bom
e não tem interesse.

*o juiz tenta eliminar aquilo que possa dificultar o conhecimento do mérito da causa.
Despacho pré-saneador – art 590/2
Objetivos são:

 1- Suprimento de exceções dilatórias


 2- Aperfeiçoamento dos articulados
 3- Junção de documentos

1- PROVIDENCIAR PELO SUPRIMENTO DE EXCEÇÕES DILATÓRIAS, art 6/2 e 590/2 Al. a)

A função atribuída ao juiz é, caso ocorra alguma exceção sanável, a de diligenciar pela
respetiva sanação. * se as exceções dilatórias forem supríveis, o juiz convida as partes a
corrigirem isto.

Ex: a falta de personalidade judiciária das sucursais, agências, filiais, delegações ou


representações, é suscetível de sanação – mediante a intervenção da administração principal e
a ratificação ou repetição do processado – art 14.

Caso em que o juiz deverá no despacho ordenar a citação da administração principal.

Ex: a incapacidade ou irregularidade de representação também pode ser sanada mediante a


intervenção ou citação do representante legítimo ou do curador do incapaz – art 27/1

Competindo ao juiz providenciar oficiosamente e a todo o tempo pela regularização da


instância, ordenando a citação do Réu em quem o deva representar

ou, se a falta ou irregularidade respeitar ao Autor determinar a notificação de quem o deva


representar na causa para, no prazo fixado, ratificar, querendo, o processado anterior- art 28

*Nestes dois casos(exemplos), constatamos que é ao juiz que cabe por fim a estas situações ,
ele retira todos os obstáculos para que se dei-e o normal procedimento.*

Assim, incumbe ao juiz providenciar para que seja desimpedido o caminho processual, por
forma a eliminar os obstáculos que poderiam impedir que a instância chegasse ao seu termo
normal, seja, ao conhecimento do mérito da causa e à prolação da Sentença.

*são vícios que são sanados pela atuação do juiz. *

Mas, nem sempre os vícios podem ser sanados por diligências direta do juiz.
A sanação, às vezes é dependente de ato a praticar pelas partes – devendo o juiz convidá-las
a praticar o ato que leva à sanação.

É o que sucede quando está em causa a modificação subjetiva da instância – art 6/2, p.final.

Ex: no caso de ilegitimidade plural, deve o juiz procurar a sanação, convidando a parte a
requer a intervenção da pessoa cuja falta determina a ilegitimidade, nos termos do art 316 e
ss, 261 e 34.

Sendo ilegítima a atuação do juiz que perante a falta de um pressuposto processual suscetível
de sanação ou a existência de uma exceção dilatória suprível, não diligencie pela sanação ou
pelo suprimento.

*Se o juiz não diligência pela sanação e pelo suprimento, dá-se a nulidade – art 195*

2- CONVITE AO APERFEIÇOAMENTO DOS ARTICULADOS.


O juiz convida as partes ao suprimento das irregularidades dos articulados, fixando um prazo
para o suprimento ou correção do vício, nomeadamente quando careçam de requisitos legais
ou a parte não haja apresentado documento essencial ou de que a lei faça depender o
prosseguimento da causa – art 590/3.

As irregularidades tanto podem consistir na falta de requisitos legais como na falta de junção
de documento essencial ou de que a lei faça depender o prosseguimento da causa.

 O despacho a proferir deve ser no sentido de convidar a parte a completar o


articulado dando a satisfação aos requisitos exigidos ou a juntar os documentos em
falta, fixando o prazo.

Se o convite for satisfeito, a irregularidade será ultrapassada, se a irregularidade se mantiver,


a consequência dependerá da parte a quem foi direcionado o convite e a concreta
irregularidade. * e já não ao juiz que ele já fez a sua parte que é convidar as partes a suprirem
a falta destas coisas*
Depois de o juiz convidar as partes, já cabe ás partes suprirem a falta destas coisas e não ao
juiz*

Mas por exemplo:

 Se a irregularidade decorre da falta de documento essencial à prova do facto de que


dependa o sucesso da pretensão do autor – a consequência será a de o tribunal não
dar esse facto como provado, levando à improcedência da pretensão.
 Se a irregularidade decorre da falta de dedução especificada da reconvenção – esta
não será considerada – art 583/1
 …

*Ex: no caso de petição inicial se faltar a declaração do valor da causa , o juiz convida
as partes ao suprimento desta irregularidade, se as partes nada fizerem dá-se a
improcedência da petição.

3- CONVITE AO SUPRIMENTO DAS INSUFICIÊNCIAS OU IMPRECISÕES

A falta detetada é – o ao nível da exposição dos factos, que se apresenta nebulosa.

A exposição da matéria de facto é insuficiente (é deficiente) ou não é devidamente clara (é


imprecisa).

 Articulados faticamente insuficientes – são aqueles em que a exposição fáctica,


embora permita determinar a causa de pedir ou a exceção invocada, não é suficiente
para que possa operar a subsunção (adequada de um facto concreto à norma jurídica)
na previsão da norma jurídica de que a parte se quer fazer valer.
*nós conseguimos ver o que está ali em causa mas faltam coisas necessárias para o juiz
poder decidir

O juiz profere despacho de convite ao aperfeiçoamento, por entender que foram omitidos
factos que deveriam ter sido articulados em face da estratégia que assumiu.

*590 nº4 – quando o autor conta a sua história fala-se de matéria de facto, e se lhe
faltarem dois ou três factos que sejam precisos para perceber a sua petição, então
dizem-se insuficientes e o juiz convida o autor a suprir estas precisões.
 Articulados faticamente imprecisos – são aqueles cuja narração dos pontos de facto
suscita dúvidas, seja porque não é clara, seja porque é vaga, seja porque é incoerente.
 O articulado apresentado dentro do prazo judicialmente fixado deve corrigir ou
completar o anterior – e só isso.
 O convite ao aperfeiçoamento procura completar o que é insuficiente ou corrigir o que
é impreciso.

*a narração não é feita de forma clara e cria incoerência naquela narração.

AUDIÊNCIA PRÉVIA
Momento mais marcante da ação declarativa.

*audiência feita entre o juiz e as partes , através de dialogo, se conseguir dar solução a
variadas questões. O objetivo é cooperarem entre si, uma aproximação das partes.

Visa aproximar as partes e estas e o tribunal – através de diálogo.

Visa que a atuação dos sujeitos processuais seja dominada pela oralidade e cooperação entre
todos.

Convocatória( pelo juiz) – art 591/2 – marcada por despacho, no qual são indicadas o objeto
e a finalidade.

A sua realização é tendencialmente obrigatória.

Contudo, situações há em que a audiência prévia não se realiza, são elas as constantes das
alíneas a) e b) do art 592/1.

Al a) – nas situações de revelia inoperante, do réu, ou de todos os réus.

Al b) – nas situações em que no despacho saneador se irá por fim ao processo por se
considerar procedente uma exceção dilatória.

Dispensa da Audiência prévia – art 593/1

Se a audiência prévia se destinar apenas aos fins indicados nas alíneas d), e) e f) do 591/1.
Se assim for, o juiz tem 20 dias a partir do termo dos articulados para proferir:

 Despacho saneador
 Despacho a determinar a adequação formal, a simplificação ou a agilização processual
 Despacho previsto no art 596/1
 Despacho destinado a programar os atos a realizar na audiência final

Art 593/2 … mesmo se dispensada o juiz profere despacho em que se pronuncia sobre as
diligências a ter em conta.

A opção de dispensa não é definitiva – art 593/3 – as partes podem-se pretenderem reclamar
dos despachos – requerer, em 10 dias, a sua realização.

Art 593/3

É uma forma de tentar forçar o juiz a marcar a audiência prévia, pois se não a convocar, as
partes podem reclamar dos despachos, o que pode atrasar mais o processo.

*A tentativa de conciliação não é exclusiva da audiência prévia, dura durante todo o processo-
art 594**

Audiência prévia – art 591


Finalidades:

 Resposta às exceções – art 3/4


 Tentativa de conciliação das partes – art 594
 Discussão de facto e direito (seja sobre exceções dilatórias de que o juiz deva
conhecer, seja o sobre o mérito da causa)
 Saneamento: prolação do despacho saneador – art 595/1
 Condensação:
- discussão para delimitação do objetivo do litígio – despacho de identificação do
objetivo do litígio e enunciação dos temas da prova – art 596

 Adequação formal, simplificação ou agilização processual – art 591 – despacho de


adequação formal e de simplificação e agilização
 Programação da audiência final – despacho de programação
 Alteração do requerimento probatório – art 598
Tentativa de conciliação das partes – art 591/1 a)

Finalidade que deverá ser tida em conta não só na audiência prévia, mas ao longo do
processo e que consiste no empenho do juiz em que as partes alcancem um acordo.

Uma vez alcançado o processo terminará.

Facultar às partes a discussão de facto e de direito, nos casos em que ao juiz cumpra apreciar
exceções dilatórias ou quando tencione conhecer imediatamente, no todo ou em parte, do
mérito da causa – art 591/1, b)

Serão produzidas pequenas alegações relativamente a exceções dilatórias, exceções


perentórias ou ao objeto do processo.

Quando o juiz efetua convocatória da audiência prévia, tem de dizer que pretende decidir o
mérito da ação ou as exceções dilatórias e convidar as partes a discutir, ou se achar que tem
todos os meios de prova para decidir, fazê-lo.

Neste caso, tem que dar possibilidade às partes de alegar de facto e direito. Não o fazer, seria
violar o contraditório.

*as partes alegam matéria de facto e de direito e se assim não fosse havia violação do
principio do contraditório.*

Proferir despacho saneador – art 591/1 d)

É ditado para ata, a não ser que em razão a complexidade das questões a resolver, o juiz
decida proferi-lo por escrito, suspendendo-se da audiência e fixando-se data para a sua
continuação – art 595/2

Quando a audiência apenas se destine a este fim, é permitido ao juiz dispensar a sua
realização – art 593/1

Determinar, após debate, a adequação formal, a simplificação ou a agilização processual (art


6/1 e 547) – art 591/1 e)

Possibilita ao juiz tomar decisões que permitam uma tramitação processual diferente da
prevista no CPC, tendo em conta as especificidades da causa e adaptar o conteúdo e a forma
dos atos processuais ao fim que visam atingir.

Se a audiência apenas se destinar a este fim, é possível ao juiz dispensar a sua realização – art
593/1.
18-12-19

Audiência Prévia
Proferir despacho saneador – art 591/1 d)

É ditado para ata, a não ser que em razão a complexidade das questões a resolver, o juiz
decida proferi-lo por escrito, suspendendo-se da audiência e fixando-se data para a sua
continuação – art 595/2

Quando a audiência apenas se destine a este fim, é permitido ao juiz dispensar a sua
realização – art 593/1

Determinar, após debate, a adequação formal, a simplificação ou a agilização processual (art


6/1 e 547) – art 591/1 e)

Possibilita ao juiz tomar decisões que permitam uma tramitação processual diferente do
prevista no CPC, tendo em conta as especificidades da causa e adaptar o conteúdo e a forma
dos atos processuais ao fim que visam atingir.

Se a audiência apenas se destinar a este fim, é possível ao juiz dispensar a sua realização – art
593/1.

Proferir, após debate, o despacho previsto no art 596/1 e decidir as reclamações deduzidas
epelas partes – art 591/1, f)

Elabora-se uma lista do que são os termos da prova – onde se incluem todos os factos não
provados ou controvertidos, deixando de fora o que já está provado.

*596- para esta lista vão todos os meios de prova que ainda não estão admitidos*

Os termos de prova são matérias que não estão provadas e que as partes alegaram nos seus
articulados e, que são importantes para a decisão da causa.

Os factos essenciais que não estão provados têm então de estar nos termos da prova.

É importante que os temas de prova sejam fixados na audiência prévia para permitir aos
mandatários preparar a audiência final.

Quando a audiência se destina somente a este fim, é possível ao juiz dispensar a sua
realização – art 593/1.

Se assim suceder, os temas de prova serão depois fixados no despacho saneador – art 593/2
al. c)
- Programar, após a audição dos mandatários, os atos a realizar na audiência final,
estabelecer o número de Sessões e a sua provável duração e designar as respetivas datas –
art 591/1 g)

O juiz designa de acordo com as partes presentes a data da audiência final, tendo em conta a
duração provável das diligências probatórias a efetuar.

Despacho Saneador
Despacho Saneador -art 595

*é o momento em que ele vê da regularidade da instância , o momento onde vÊ se todos os


pressupostos estão bem*

É o Despacho a proferir em todas as ações de processo comum (exceto art 567 – ações
submetidas ao regime da revelia operante)

Questões a apreciar no despacho saneador:


i. Conhecimento de questões processuais
ii. Conhecimento do mérito da causa

i. Conhecimento de questões processuais

É a função primordial do Despacho Saneador, o conhecer das questões processuais, é o


momento de verificar a regularidade da instância.

Impõe-se a verificação do respeito dos pressupostos processuais.

No fundo, pretende-se impedir que o processo prossiga sem que se mostrem regularizados
todos os aspetos formais.

i. Conhecimento de questões processuais

Nesta função conhecem-se exceções dilatórias e nulidades.

Verificando-se que ocorre uma exceção dilatória (art 577) quando a falta ou a irregularidade
que a origine não possa ou não tenha sido sanada – o juiz profere a absolvição do réu da
instância.
Assim sucede, a menos que:
 A lei determine a remessa do processo para outro tribunal (art 278/1e2)
Ou
 Seja possível o conhecimento do mérito antecipado (art. 595/1, b) e a decisão deva ser
inteiramente favorável à parte cujo interesse o pressuposto se destina a tutelar.

i. Conhecimento de questões processuais

Das nulidades processuais que o juiz pode conhecer se antes delas não se tiver apercebido,
contam-se:

 Não aperfeiçoamento de articulado irregular – quando este for a petição inicial e a


nulidade for total, configura-se a nulidade de todo o processo;
 Erro na forma do processo – não sendo identificado, é sanado.
Aqui o juiz anulará os atos que tenham que ser anulados, praticará e mandará praticar
aqueles que forem necessários para que o processo se aproxime da forma
estabelecida na lei e fará, a seguir, para o futuro, a forma adequada (art 193º);
 Falta ou nulidade da citação.

ii. Conhecimento do mérito da causa

Não havendo razões que impeçam o conhecimento do mérito da causa, importará determinar
se essa decisão poderá ser proferida no despacho saneador (fase intermédia do processo) ou
se a instância prossegue a fim de obter os elementos necessários a por termo, na sentença, ao
litígio.

O normal é que a ação prossiga, até porque neste momento só existem no processo os
articulados, assim o normal é que a matéria de facto se mostre controvertida, sendo
necessária a produção de prova que permita ao juiz formar convicção sobre os factos para a
resolução do litígio.

Há porem ações que reúnem condições para que a decisão final seja proferida em sede de
despacho saneador:

 Ações em que a matéria de facto relevante já se acha provada no fim da fase inicial do
processo ( provados em virtude de confissão, admissão ou documento junto); o que
levará à procedência ou improcedência da ação, consoante os factos provados
preencham ou não a previsão da norma que alberga a causa de pedir ou a exceção
perentória, art 595/1 al. b)
Despacho a identificar o objeto de litígio e a enunciar os temas da prova
Inovação do CPC 2013

Objeto de litígio – representa a descrição da situação controvertida – consistindo na


enunciação dos pedidos deduzidos.

Ex: reconhecimento do direito de à resolução do contrato de compra e venda;


reconhecimento do direito à restituição do preço pago.

Temas da prova – haverá tantos temas da prova quantos os elementos integradores do tipo
ou tipos legais invocados na alegação das partes.

Os temas da prova são antes de mais matérias que o tribunal quer ver esclarecidas em
audiência uma vez que são importantes para a decisão da causa e, não estão provadas e as
partes alegaram-nas nos seus articulados.

Despacho a programar e agendar a audiência final, estabelecer o número de


sessões e a sua provável duração e designar as respetivas datas – art 591/1 g)
O juiz designa de acordo com as partes presentes a data da audiência final, tendo para o
efeito em conta a duração provável das diligências probatórias a efetuar antes dela (perícias,
diligencias por carta…).

Etapa final

Desenvolve-se em dois momentos:


 Audiência final
 Sentença
Na audiência final – temos a produção de prova e as alegações orais dos advogados das
partes – art 604 – finda a audiência, o processo é concluso ao juiz para prolação da sentença –
art 607.
AUDIÊNCIA FINAL
 Regra do Juiz singular – art 599
 Regime tendencial inadiabilidade da audiência final – art 603
 Regime da gravação da audiência final – art 155

*A audiência final em principio não pode ser adiada , só se adia nas situações do 603
nº1

Inadiabilidade da audiência final – art 603/1 a audiência só não se realiza em 3 situações:

 Impedimento do tribunal, art 603/2


 Falta de um dos advogados, se a data estipulada não tiver sido marcada mediante
acordo prévio.
 Falta de um dos advogados ocorrendo justo impedimento – art 603 e 140.

Audiência Final

a) Tentativa de conciliação – é o primeiro ato a praticar na audiência final – art 604/2.


b) Produção de prova – pela ordem elencada nas alíneas do nº3 do art 604
c) Alegações orais – finda a produção de prova dá-se o debate oral – último ato a praticar
na audiência final.

*604 nº3 – produção de prova

Diferenca entre depoimento de parte e declaração de parte: no depoimento da parte, é o


autor a pedir o depoimento ao réu ou o réu a pedir o depoimento ao autor;

Na declaração de parte - já não é preciso que seja pedida pela outra parte, é a própria parte
que pede (autor ou reu).

Sentença
Encerrada a audiência final – o processo é concluso ao juiz para proferir sentença – prazo 30
dias – art 607 nº1

Estrutura da sentença:
 Relatório – identifica as partes e o objeto do litígio e as questões que cumpre
solucionar.
 Fundamentos – compreende a discriminação dos factos que o juiz considera
provados e o enquadramento jurídico desses factos.
 Decisão – põe termo ao processo, julgando a ação procedente e condenando o
réu no pedido ou julgando a ação improcedente e absolvendo o réu do pedido.

Limites da condenação – art 609

O princípio do pedido tem consagração no art 3/1: “O tribunal não pode resolver o conflito
de interesses que a ação pressupõe sem que a resolução lhe seja pedida por uma das partes
(…)

É ao autor que incumbe definir a sua pretensão (pedido), requerendo ao tribunal o meio de
tutela jurisdicional adequado a satisfazê-la, o que fará na petição inicial – art 552/1 al. e).

Ora, é o pedido, assim formulado, que vinculará o tribunal quanto aos efeitos que pode
decretar a final; pois como dispõe o art 609/1 – a sentença não pode condenar em quantidade
superior ou em objeto diverso do que se pedir.

Assim a sentença, em termos de conteúdo, terá de cingir-se aos limites definidos pela
pretensão formulada na petição inicial.

E é esta vinculação do tribunal aos termos em que o pedido foi formulado, que caracteriza o
princípio do pedido, imposto por razões de certeza e segurança jurídicas.

Não podendo o tribunal decretar um outro efeito.

A violação desta regra (caso o juiz condene em quantidade superior ou em objeto diverso do
pedido), determinará a nulidade da sentença, nos termos do estatuído no art 615/1 al. e).

ERROS DA SENTENÇA
A sentença tem como efeitos:

 O caso julgado
Art 619, a decisão sobre a matéria controvertida fica a ter força obrigatória geral
dentro do processo e fora dele, nos limites do art 580 e 581.
 A possibilidade de querer a execução da decisão judicial condenatória.
Instrução
*tem o seu inicio na fase dos articulados(contestação e petição inicial)

Mas acontece dentro da audiência final. Inicia-se pela indicação dos meios de prova, ou seja na
petição inicial e contestação porque se indica a prova logo nessa altura **

Será relativamente às questões em que as partes divergem, em que serão enunciados os


temas essenciais da prova a fazer na audiência final.

São esses temas que serão submetidos a prova na audiência final e não os simples factos
controvertidos.

Os temas da prova são antes de mais matérias que o tribunal quer ver esclarecidos em
audiência uma vez que são importantes para a decisão da causa e, não estão provados e as
partes alegaram-nas nos seus articulados.

A instrução – art 410 – tem por objetivo os temas da prova enunciados ou, quando não tenha
nada de haver lugar a esta enunciação, os factos necessitados de prova.

A lei faz referência aos temas da prova pois hoje não se procede à separação entre os factos
considerados assentes e os que devem ser incluídos na base instrutória para serem objeto de
prova.

Exemplos práticos:
Temas de prova

 Numa ação emergente de acidente de viação:

 Velocidade a que circulavam os veículos


 Estado do piso
 Estado do tempo
 Limite de velocidade no local
 Sinalização no local
 Danos sofridos pelos veículos
 Lesões corporais da vítima
 Perda de ganho da vítima
 Numa ação de resolução do contrato de arrendamento fundada em uso do locado
para fim diverso daquele a que se destina:
 Uso que o arrendatário dá ao arrendado.

 Na invocação de exceção da caducidade em ação de preferência:


 Momento em que o preferente teve conhecimento dos elementos do negócio.

Alcance da prova

*serve para o juiz ficar convencido de que aquele facto é verdadeiro *

A prova serve para criar no espírito do juiz a convicção acerca da veracidade de cada um dos
factos – art 607/5

A prova não é uma certeza lógica, tende apenas, criar no espírito do julgador um estado de
convicção, assente na certeza relativa do facto.

*ler 410-526 – instrução 423,452,466,467,490,494,495,466*

Início da fase

A fase de instrução tem o seu início com a indicação dos meios de prova.

As provas terão de ser apresentadas com os articulados – finda, assim, a cisão entre o ónus de
alegação e o ónus de apresentação dos meios de prova.

Assim, os atos de instrução têm lugar antes do período de instrução do processo, no sentido
cronológico.

No entanto, é possível a produção antecipada de prova se houver receio de que venha a


tornar-se impossível ou muito difícil o depoimento de certas pessoas ou a verificação de certos
factos por meio de perícia ou inspeção – art 419.

*requerimento probatório e meios de prova querem dizer o mesmo**


Ónus da prova
Art 342 CC – estatuí o critério geral da repartição do ónus da prova entre as partes.

Art 343 CC – estabelece critério especiais quanto ao ónus da prova.

Para ver reconhecido um direito em juízo, aquele que o peticiona deverá sustentar a sua
pretensão, o que consegue se observar o ónus de alegação dos factos que constituem esse
direito (art 5/1).

Mas, esse direito só poderá ser reconhecido se os factos de que emerge forem comprovados
em juízo.

NATUREZA DO DIREITO PROBATÓRIO

Conforme a natureza substantiva ou adjetiva, as normas do direito probatório encontram-se


incluídas no CC ou no CPC.

As normas da natureza substantiva constituem o direito probatório material que regula o


ónus da prova, a admissibilidade dos meios de prova e a sua força ou valor.

Já o direito probatório formal (de natureza adjetiva) – regula o modo como as provas devem
ser requeridas e o modo da produção em juízo.

Art 607/5 – consagra o princípio da livre convicção do julgador ao determinar que o juiz
aprecia livremente as provas segundo a sua prudente convicção acerca de cada facto.

Esta é a regra, o juiz procede ao julgamento da matéria de facto segundo a sua convicção
acerca de cada facto.

Aqui desempenha um papel importante a experiência enquanto referência que orienta o juiz
no desenvolvimento do raciocínio decisório.

Prova livre – significa que o julgador não está subordinado a regras ou critérios formais
estabelecidos na lei.

Apesar de a regra ser a da prova livre, também vigora a prova legal, isto é o valor de certos
meios de prova acha-se definido na lei.

Dentro da prova legal – no sentido de meio da prova – é corrente distinguir-se entre:


 Prova bastante
 Prova plena
 Prova pleníssima

Prova bastante – é a que, na ausência de qualquer dúvida em contrário, permite a formação


da convicção do juiz, mas que cede mediante contraprova.
art 346 CC

*não precisa de comprovar que o facto é falso*

Ex: valor probatório da assinatura de um documento pode ser posto em causa pela simples
impugnação da parte contrária, criando um estado de dúvida acerca da sua veracidade.

Contraprova – é a atividade da parte contrária capaz de lançar no espírito do julgador a


dúvida sobre o facto que foi objeto de prova – não necessita de criar no espírito do julgador a
convicção de que o facto em causa não é verdadeiro – abunda que neutralize a respetiva prova

*é a que suscita a duvida.* – art 346 cc.

Prova plena – é a que cede – mas só cede perante a prova do contrário. A prova legar plena
só pode ser contrariada por meio de prova que mostre não ser verdadeiro o facto dela objeto
ou que ele não ocorreu (art 347 CC).

*só cede perante prova em contrario, aqui já tem de se mostrar que aquele facto não é
verdadeiro

Este é o regime que caracteriza as presunções legais ilidíveis (art 350/2 CC)

O mesmo sucede com os documentos autênticos, cuja força probatória apenas é ilidida com
base na sua falsidade (art 372 CC).

O documento autêntico faz prova plena da materialidade das declarações Prestadas – mas
não da sinceridade, veracidade ou validade das declarações emitidas pelo declarante, dado
que transcendem a área das perceções do documentador.

Ex: se numa escritura pública de compra e venda, o vendedor declara ao notário que já
recebeu o preço, aquele documento só faz prova plena de que aquele outorgante fez aquela
declaração negocial; não prova, porém, que tal afirmação corresponde à verdade.

Ex: as declarações de vontade do testador, integrantes no negócio jurídico unilateral em que


o testamento se resolve, prova plenamente que ele produziu essas declarações – mas não
prova que estas não se encontram feridas com um qualquer vício na formação da vontade.
A contraprova diverge da prova do contrário, pois esta última tem por fim a demonstração de
que certo facto já provado não é verdadeiro.

Prova pleníssima – é a que não admite sequer prova do contrário.

Característica das presunções inelidíveis (art 350/2 CC)

Ex: presunção estabelecida no art 1260/3 CC – esta posse é sempre considerada de má fé,
ainda que seja titulada.

Ex: 243/3, 579 CC.


Instrução

Classificação das provas – a lei classifica-se em:

 Pré constituídas
 Constituendas

Provas constituendas – são as que se constituem no decurso da instrução do processo. Só se


formam quando surge a necessidade de demonstrar a realidade do facto.

Ex: prova pericial, a prova testemunhal e depoimento de parte.

A parte interessada, tem de requerer ao tribunal a sua produção.

*constituem-se no decurso da instrução

Provas pré constituídas – são as que já estão formadas antes do processo, seja, já existiam
antes de nascer a necessidade da sua apresentação.

Ex: prova documental.

A parte interessada, tem de requerer ao tribunal a sua admissão.

*antes da historia já existem

Prova por documentos


O Código Civil define, prova documental como a que resulta de documento.

Diz-se documento qualquer objeto elaborado pelo homem com o fim de reproduzir ou
representar uma pessoa, coisa ou facto – art 362 CC.

Art 423 e ss

Classificação dos documentos escritos

Podem ser autênticos ou particulares – art 363/1 CC

A diferença depende da sua proveniência.


A prova documental deve ser apresentada com o articulado em que se aleguem os factos
correspondentes – art 423/1

Contudo, a lei permite que a parte a apresente até 20 dias antes da audiência final, com
multa, salvo se provar que não conseguiu oferecer a prova anteriormente – art 423/2

Após este limite temporal só são aceites os documentos cuja apresentação não tenha sido
possível até aquele momento, bem como aquele cuja apresentação se tenha tornado
necessária em virtude de ocorrência posterior – art 423/3.

Documentos em poder da contraparte ou de terceiro – art 429/1 e 432

Pode acontecer que se pretenda usar documento que esteja em poder da parte contrária.

Neste caso, a parte interessada requer para que a parte apresente o documento,
identificando-o tanto quanto possível e especificando os factos que com ele quer provar.

Se os factos tiverem interesse para a decisão, a parte contrária é então notificada para
apresentar o documento – art 429.

O mesmo acontece relativamente a documentos em poder de terceiro ( art 432 que remete
para o art 429)

Quando a prova documental não seja apresentada sem justificação legítima:

 Pela parte contrária – prevê-se a livre apreciação da recusa ou a inversão do ónus da


prova e multa – art 430 e 417/2.
 Por terceiro – multa e possibilidade de apreensão do documento – art 433.

Mas, casos há em que a não apresentação do documento é legitima, designadamente:

 Quando não possua o documento – art 431 e 433


 Nos casos previstos na lei – 417/3 al a), b) e c)
 Nos casos de justa causa – art 434 – a parte afirma que tem o documento mas invoca
justa causa para não o entregar-

Exemplo: por se tratar de documento centenário e temer o seu manuseamento por terceiro.

Neste caso não é obrigado a entregá-lo, mas tem de o facultar para ser fotografado ou
analisado judicialmente.
Documentos requisitados pelo tribunal – art 436/1

Quer por iniciativa própria, quer por requerimento das partes, o tribunal requisita
informações, pareceres técnicos…

A requisição pode ser dirigida às partes, a terceiros e a organismos oficiais.

Após a apresentação do documento:

 Notificação às partes – art 427 e 439

 Verifica-se a existência de incidentes probatórios;

o Impugnação da autoria do documento ou da sua exatidão – art 444


o Falsidade e falta de autenticidade do documento – art 446
 Decisão sobre a admissão do documento – art 443

PROVA POR CONFISSÃO DAS PARTES


Noção de confissão (art 352 CC) é o reconhecimento que a parte faz da realidade de um facto
que lhe é desfavorável e favorece a parte contrária.

A confissão tanto pode emanar do autor como do réu.

Modalidades de confissão:

 Judicial ou extrajudicial
 Expressa ou tácita
 Espontânea ou provocada

A confissão judicial é a feita em juízo – art 355/1 CC

A confissão extrajudicial é feita por algum modo diferente de confissão judicial – art 335/2 e
4 CC.

Confissão expressa é a que é feita diretamente por palavras, de forma explícita.

Confissão tácita, ficta ou presumida é a que resulta de uma presunção legal.


A lei processual, partindo de certo comportamento da parte, considera reconhecido
determinado facto que lhe é desfavorável e favorece a parte contrária – é o que sucede
quanto aos factos não impugnados, nos casos previstos nos art 567 e 574/2.

A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.

A confissão judicial espontânea pode ser feita nos articulados ou em qualquer outro ato do
processo, firmado pela parte pessoalmente ou por procurador especialmente autorizado – art
356/1 CC

A confissão judicial provocada pode ser feita em depoimento de parte ou em prestação de


informações ou esclarecimentos ao tribunal – 356/2 CC.

Na prova por confissão distingue-se:

O depoimento de parte

As declarações de parte

O DEPOIMENTO DE PARTE

Destina-se a provocar a confissão, limitando-se a factos desfavoráveis. Deste modo, a própria


parte não pode solicitar o seu próprio depoimento de parte, já que não faria sentido a parte
trazer factos desfavoráveis a si própria.

O depoimento de parte pode ser requerido ou oficiosamente determinado pelo tribunal – art
452

Cada uma das partes pode requerer não só o depoimento da parte contrária, mas também o
dos seus compartes – art 453/3

A parte não pode requerer o seu próprio depoimento.

*452 nº2 se não forem indicados os factos é logo indeferido

O depoimento de parte são factos desfavoráveis á parte que vai prestar a declaração (por
exemplo quando somos pequenos e acabamos por confessar a asneira que fizemos já sabemos
que daí vai nascer um castigo)*

Art 466/1 … Novo meio de prova.

Até À entrada em vigor do atual CPC a parte estava impedida de depor como parte.

O NCPC veio acrescentar a da prova por declarações de parte, prevendo que a própria parte
possa requerer a prestação do seu próprio depoimento.

Valoração das declarações de parte


O tribunal aprecia livremente as declarações das partes, salvo se as mesmas constituírem
confissão – art 466/3

Resultam da iniciativa da própria parte – têm caracter voluntário.

AS DECLARAÇÕES DE PARTE
Podem incidir sobre factos favoráveis ou desfavoráveis, pelo que já faz sentido que a parte
possa solicitar a sua própria declaração de parte.

Assim, as declarações de parte, partem da iniciativa da parte que pretende depor (art 466/1).

Podem ser requeridas até ao início das alegações orais – art 466/1

*são factos em que ele interviu pessoalmente ou tenha conhecimento direto. EX: quando
falamos de contrato de compra e venda ou contrato de arrendamento quando por ele foi
assinado. Em perguntas dos meios de prova quando estiver em causa uma prova documental

As diferenças existentes entre o objeto de depoimento de parte e o das declarações de


parte:

 Art 466/1 – cinge as declarações de parte de factos em que a parte tenha intervindo
pessoalmente ou de que tenha conhecimento direto
 As declarações de parte só poderão se requeridas pela própria parte
 As declarações de parte podem, art 466/1, ser requeridas até ao início das alegações
orais em 1ª instância.
 As declarações de parte são livremente valoradas pelo juiz.

O depoimento de parte é distinto da confissão, visto que aquele é apenas um meio de


provocar esta.

Pode haver depoimento de parte sem que haja confissão de qualquer facto

Este meio de prova representa um avanço, sobretudo na concretização do direito de ação e


defesa, aqui especialmente considerada a vertente do direito à prova.

 Poderá servir para as partes clarificarem incertezas resultantes dos depoimentos de


peritos ou testemunhas, que sejam incompatíveis com o alegado pela parte no seu
articulado.
 Atenuar a limitação temporal quanto à apresentação dos restantes meios de prova.
 Suprir uma dificuldade de prova de que a parte e o seu mandatário só puderam ter
perceção ao longo da audiência.
PROVA PERICIAL – art 388 cc e 467/1
Art 338 cc – “ A prova pericial tem por fim a perceção ou apreciação de factos por meio de
peritos, quando sejam necessários conhecimentos especiais que os julgados não possuem, ou
quando os factos, relativos a pessoas, não devam ser objeto de inspeção judicial. “

 A prova pericial é levada ao processo, quer por impulso das partes, quer por impulso
do juiz, e tem lugar sempre que o julgador da causa não possui conhecimentos
especiais que lhe permitam julgar com certeza.
 As partes e o juiz recorrem ao perito, por ser este quem detém esses conhecimentos e
vai auxiliar na perceção ou apreciação dos factos aos quais tem que se aplicar o
direito.

A prova pericial pode ser entendida como a forma de suprir os conhecimentos técnicos
necessários, que o juiz não possui, e que são cruciais para o apuramento da verdade e para a
decisão da causa.

Servindo para esclarecer que não está suficientemente claro para o julgador.

A prova pericial é a perceção, a análise, dos acontecimentos levados ao tribunal, por parte de
quem os pode, de facto, percecionar ou analisar, em virtude dos conhecimentos específicos
que detêm.

Prova pericial – art 467/1


A perícia é realizada:

 Por estabelecimento, laboratório ou serviço oficial apropriado – art 467/1


 Singularmente (perícia singular), quando não seja possível ou conveniente a sua
realização por organismo oficial – art 467/1
 Colegialmente, quando o juiz o determine ou as partes o requeiram, mas apenas
quando o litígio tenha um valor superior a 15 000€ - art 468/5

A perícia pode ser requerida pelas partes ou determinada pelo juiz.

Quando for requerida pelas partes (art 475 e 476) é imprescindível:

 A indicação do objeto da perícia pelo requerente;


 A apreciação judicial da sua utilidade;
 O exercício do contraditório, com possibilidade de ampliação ou restrição do objeto;
 A fixação do objeto da perícia pelo juiz;

Quando for oficiosamente ordenada pelo juiz – art 477:


 Este não está vinculado às sugestões das partes quanto ao objeto da perícia.

Quanto ao Relatório Pericial, as partes podem;

 Reclamar contra o relatório pericial – art 485/2;


 Requerer a comparência dos peritos na audiência final – art 486
 Solicitar uma segunda perícia – art 487 e 489

Iguais poderes tem o juiz – art 485/4, 486/1, 487/2.

Prova pericial
É realizada por um ou mais peritos – a perícia é o resultado da perceção pelo perito de
quaisquer factos, quando não possa ser realizada diretamente pelo juiz, quer por carecer de
conhecimentos científicos para o efeito, quer pela necessidade de não ferir a sensibilidade das
pessoas, quando são estas o objeto de tal atividade.

Quando requerida pelas partes, estas têm de indicar de imediato o respetivo objeto, sob pena
de rejeição, enunciando as questões de facto que pretendam ver esclarecidas.

A perícia tem por finalidade auxiliar o julgador na perceção ou apreciação dos factos a que há
de aplicar o direito.

Requisição e realização da perícia – art 467/1/3/4.

PROVA POR INSPEÇÃO JUDICIAL – art 490


*é o próprio tribunal a apreciar diretamente os factos , o juiz desloca-se ao local ex: o juiz vai
constatar o tal defeito do muro

Tem por fim a perceção direta de factos pelo tribunal – art 390 CC

A inspeção é uma espécie de prova que confere ao decisor o contacto direto com o lugar, a
coisa ou a pessoa.

É o próprio juiz, quem realiza o exame.

É um meio de prova em que a convicção do juiz se forma pela observação direta e pessoal
que o próprio faz.
Prova por inspeção judicial
É uma prova direta, porque a observação é feito pelo tribunal.

O que a diferencia de outras provas como a prova pericial, documental, testemunhal ou por
confissão.

Na prova direta o julgador é confrontado diretamente com o próprio facto a provar.

A inspeção judicial é um ato judicial com caracter público.


Nesta diligência as partes podem estar presentes e intervir.
Do ato da inspeção é lavrado um auto em que se registam todos os elementos úteis para o
exame e decisão da causa.

 Distingue-se da prova pericial na medida em que, na inspeção a convicção do


juiz é formada pela observação pessoal e direta que o próprio faz, ele é que
extrai as suas conclusões pelas perceções obtidas diretamente através da
inspeção de coisas ou pessoas, enquanto que a prova pericial é o resultado da
perceção por parte do perito que é levada ao juiz.

As provas diretas põem o juiz em contacto imediato com o facto a provar, ao passo que, nas
provas indiretas, entre o juiz e o facto interpõe-se ou uma pessoa (prova por confissão, prova
testemunhal), ou uma coisa (prova por documento).

O que exercerá influência sobre a formação da convicção de julgador.

Nestas, o juiz tem diante de si o próprio facto que pretende captar.

O juiz tem defronte de si um instrumento intermédio, uma pessoa ou uma coisa que lhe dá
unicamente a representação do facto.

A diferença entre ambas as provas é manifesta.

VERIFICAÇÕES NÃO JUDICIAIS QUALIFICADAS – art 494/1


A verificação não judicial qualificada é um novo meio de prova, autónomo e diferenciado.

A razão da sua existência é evitar a perda de tempo do juiz e de toda a comitiva que o
acompanha, e, assim, evitar acrescidas despesas, por virtude da realização da inspeção judicial.
*evita a perda de tempo por parte do juiz e ainda os custos de deslocação do tribunal. Em vez
de ir lá o juiz vai la alguém que foi nomeado pelo juiz sendo experiente para analisar aquela
situação

Atenta a sua natureza e valor, este meio probatório situa-se entre a prova pericial e a prova
testemunhal, representando um misto dos dois.

Por um lado, evita a falível prova testemunhal, por outro, dispensa a inspeção judicial, nos
caso em que não se justifica a deslocação do juiz, atenta a importância do litígio.

Assim, oferece maiores garantias de segurança que a prova testemunhal e é menos


dispendioso que a inspeção judicial.

A verificação não judicial qualificada destina-se a evitar a inspeção judicial e a perda de tempo
do julgador e despesas acrescidas que esta acarreta, constituindo um meio de prova
diferenciado, e situado, quanto à sua natureza e força probatória, entre a prova testemunhal e
pericial, mas que mais desta se aproxima.

PROVA TESTEMUNHAL
Antunes Varela (in Manual de Processo Civil, 2ª ed.. p. 609) diz que,

“ a prova testemunhal é considerada, sob vários aspetos, a prova mais importante de entre
aquelas que são admitidas por lei. Recorde-se que testemunha é a pessoa que, não sendo
parte na ação nem seu representante, é chamada a narrar (declaração de ciência) as suas
perceções de factos passados – o que viu, o que ouviu, o que observou, o que sentiu. Isto já é
em si um problema, na medida em que essa narração decorre de imagens perceptivas
rebuscadas na memória que, com toda a probabilidade, serão incapazes de retratar com
fidelidade a realidade”

De todas as provas conhecidas, é a prova testemunhal, sem dúvidas, a mais antiga e a mais
usada, pois antes da invenção da escrita, não havia outra utilizável para a demonstração dos
factos.

A prova testemunhal pode ser requerida:

 Pelas partes;
 Pelo juiz ( art 526) ainda que essas testemunhas não tenham sido oferecidas pelas
partes.
Testemunha é toda a pessoa que, não sendo parte na ação, nem seu representante, é
chamada a narrar as suas perceções sobre factos passados que interessam para a decisão da
causa.

Capacidade testemunhal – art 495

Estão impedidos de depor como testemunhas os que na causa possam depor como partes –
art 496.

Da leitura deste preceito resulta que o autor e réu, enquanto partes, não podem
testemunhar.

Existem limites ao número de testemunhas a arrolar – art 511:


 Autores: 10 testemunhas, mesmo em caso de pluralidade de partes
 Réu: 10 testemunhas
 Reconvenção: cada parte pode apresentar mais 10 testemunhas

Quando esteja em causa uma ação de valor não superior a 5000€ os limites de testemunhas
são reduzidos para metade; cada parte passa a poder apresentar no máximo 5 testemunhas.

Todavia, ao abrigo do dever de gestão processual, o juiz pode admitir mais testemunhas
tendo em contra a natureza e extensão dos temas da prova – art 511/4.

As partes podem desistir da inquirição de testemunhas a todo o tempo – art 498 – sem
prejuízo da possibilidade de o próprio juiz pretender ouvir uma dessas testemunhas.

A PROVA TESTEMUNHAL PODE SER REJEITADA POR:

 Inadmissibilidade – art 393 e 395 CC;


 Exceder o número de testemunhas admissível – art 511/3

Regra geral, as testemunhas são inquiridas na audiência final onde depõem oralmente, com o
objetivo de assegurar os princípios da imediação e da oralidade – art 500

As pessoas que testemunham são obrigadas a comparecer a tribunal e a falar a verdade,


prestam juramento – art 459/2 (concernente à confissão, mas extensivo às testemunhas).
PRORROGATIVAS DE INQUIRIÇÃO

 Inquirição na residência ou sede dos serviços – art 500 al c) e 503/1.


 Depor primeiro por escrito – art 503/2, ou só por escrito, havendo impossibilidade ou
grave dificuldade de comparência, havendo acordo das partes e autorização do juiz –
art 518 e 519.
 Impossibilidade de comparência no tribunal – art 500 al d) e 457.

Outros casos de depoimentos por escrito são:

 Inquirição por carta rogatória ou precatória – art 500, al b)


 Prerrogativa de inquirição – art 503/2
 Inquirição pelos mandatários – art 500 al e) e 517.

Incidentes na prova testemunhal

Contradita

A contradita é deduzida quando o depoimento termina – 522/1

*ataque á pessoa que depôs porque afinal a testemunha que depos não pode ter os
conhecimentos que diz porque não presenciou os factos, porque no momento que aconteceu
o facto estava no estrangeiro por exemplo*

A contradita destina-se a abalar a fé e a credibilidade do depoimento prestado pela


testemunha, alegando factos suscetíveis de afetar a razão de ciência invocada pela
testemunha ou a própria credibilidade da testemunha.

A contradita é um ataque à pessoa que depôs e não ao depoimento propriamente dito.

Alega-se que, por circunstâncias, exteriores ao depoimento, a testemunha não merece


crédito.

Este incidente visa atacar diretamente a pessoa da testemunha, pondo em causa a sua
credibilidade ou atacar a razão da ciência por ela invocada.

A parte que deduz o incidente deve alegar factos que abalem a idoneidade de testemunha
para prestar um depoimento sincero, credível ou pode atacar a razão da ciência invocada pela
testemunha alegando.

Ex: a testemunha afirma que presenciou os factos, em seguida o advogado da parte contrária,
apresenta um documento que comprova que a testemunha à data dos alegados factos se
encontrava no estrangeiro. Logo, não podia ter presenciado os factos que relatou por não se
encontrar no local onde os mesmo ocorreram.

Só quando a contradita se dirige à razão de ciência que é invocada pela testemunha é que as
declarações desta são postas em causa, mas mesmo aqui não se atacam diretamente os factos
narrados pela testemunha, só se ataca a fonte de conhecimento que ela indica.

 A contradita é o incidente desencadeado pela parte contrária ( à que ofereceu a


testemunha) com o fim de, partindo de circunstâncias exteriores ao depoimento,
abalar a sua credibilidade.

Acareação

Se houver oposição direta, acerca de determinado facto, entre o depoimento das


testemunhas ou entre estes e o depoimento da parte, pode ter lugar, oficiosamente ou a
requerimento de qualquer das partes, a acareação das pessoas em contradição – art 523 e
524.

Usa-se a acareação quando um dos depoentes relata o facto de certo modo e o outro relata
de maneira contrária.

Por outro lado, é essencial que o facto tenha relevância para a decisão da causa, se o não for
é inútil a acareação.

Chama-se a primeira testemunha, põem-se as testemunhas lado a lado e fazem-se perguntas


para perceber quem está a mentir, o que nem sempre se consegue.

A acareação tem de ser autorizada pelo juiz.


Pode ser requerida oficiosamente ou pelas partes.

Muitas vezes estes incidentes funcionam mais como formas de o advogado marcar a sua
posição.

O fundamento da acareação é a contradição entre depoimentos.

Pode haver acareação entre duas testemunhas ou entre estas e uma das partes.

Não pode haver acareação entre partes.

Estando as pessoas presentes, a acareação faz-se imediatamente, não estando, é designado


dia para a diligência – art 524/1.
Relembrar:
No início da audiência final é sempre feita uma tentativa de conciliação se o objeto do
processo se enquadrar no âmbito do direito disponível, nos termos do artigo 604/2, uma vez
gorada esta, haverá lugar à produção de prova – art 604/3, al a) a d).

i. Depoimentos de parte
ii. Exibição de documentos não escritos
iii. Esclarecimentos dos peritos
iv. Inquirição de testemunhas

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