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Isto é, percorrer os
caminhos formais até alcançar o resultado final.
No âmbito judicial ou administrativo, a tramitação de um processo representa que este
ainda não foi encerrado, mas está seguindo seu curso ou fases normais pelas vias legais
e, instâncias competentes e pontos de tramitação (setores) até o resultado final.
Petição
A petição é o documento inicial de todo processo, onde o autor - quem ajuizou a ação -
expõe os fatos e os direitos violados que levaram a entrar com a ação. Também o autor
formula os pedidos ao juiz: se deseja uma indenização, ou se deseja que o réu faça ou se
abstenha de fazer algo.
Se a questão do processo for urgente, é possível formular um pedido especial ao juiz na
petição. Onde o juiz analisará para assim decidir; que não é definitiva, podendo ser
modificada a depender das provas produzidas no processo.
Citação
Quando o juiz recebe a petição inicial, este verifica se os requisitos formais estão de
acordo com a lei. Passando-o à fase da citação do réu, quando toma conhecimento da
ação, através de um oficial de justiça indo à residência do réu (ou à sede da pessoa
jurídica) para realizar a entrega de um mandado de citação, ou seja, uma ordem do juiz
para que ele compareça a uma audiência de conciliação.
Na audiência, as partes tentarão chegar a um acordo, com a ajuda de um conciliador.
Caso não cheguem, começa o prazo para que o réu apresente a sua versão dos fatos por
meio de um documento de contestação.
Contestação
Réplica
Depois que o réu apresenta a sua defesa, o próximo passo do processo é a réplica. Onde
o autor contrapõe os argumentos que o réu afirmou na contestação.
Probatório
Uma das fases mais importantes de um processo, etapa que as partes apresentaram os
argumentos. Nesse momento, o juiz convoca as partes para que indiquem as provas que
pretendem usar para corroborar a versão dos fatos.
Assim, se há testemunhas dos fatos, as partes (o autor ou o réu) devem indicá-las para
depoimento, caso necessário fazer perícias.
Como regra, quem alega é quem deve comprovar (autor), enquanto ao réu cabe apenas
comprovar algum fato que tire o crédito do autor.
Em casos especiais, a responsabilidade pode ser invertida: o réu é quem deverá provar
que o autor está errado. Por exemplo, em processos de direito do consumidor.
Depois das provas serem devidamente autorizadas e juntadas no processo, o juiz chamará
as partes para, em última chance antes da sentença, argumentarem sobre elas.
Sentença
É a parte mais importante do processo, a sentença, que depois de analisar todos os
argumentos e provas, o juiz toma a decisão final. Além de decidir sobre os pedidos da
petição inicial, o juiz também condena a parte perdedora ao pagamento das verbas
sucumbenciais. Isto é, todos os gastos no processo (tanto com honorários de advogado,
quanto com taxas cobradas) deverão ser arcadas pela parte perdedora.
Recursos
Mesmo a sentença sendo a decisão final do juiz, ainda é possível reverter essa decisão.
Assim, a parte perdedora poderá apresentar um recurso de apelação. Esse não será
julgado pelo mesmo juiz, mas por desembargadores de um Tribunal. Eles terão poderes
para rever o processo e, se for o caso, modificar a decisão do juiz.
Também é possível recorrer da decisão desses desembargadores, nos casos em que ela
contrariar a Constituição. Assim, os recursos são direcionados ao Supremo Tribunal
Federal ou o Superior Tribunal de Justiça.
Através dela o autor visa que o tribunal profira uma declaração que será( um
direito ou um facto). O que o autor pretende é a declaração de Direito.
HIPÓTESE:
A é credor de B pela importância de 1000euros, contudo B recusa-se a pagar.
A intenta uma AçD contra B e assim obtem sentença declarando a ação
procedente e condenando B a pagar a A os 1000euros.
Mas isso quer dizer que B vai cumprir?
Não pois AçD esgota-se com essa sentença – com a declaração decisória.
Esgota-se com a decisão não há mais nada a ser feito.
Se B não cumprir voluntariamente, o credor A terá de intentar
A distinção entre AçD e AçE equivale á diferença entre o simples declarar e executar, e
entre “dizer” e o “fazer”.
No processo declarativo é declarada a vontade concreta da lei, já o processo executivo
visa a execução dessa vontade.
CONTUDO: Nem sempre à AçD se segue a AçE, exemplo:
-Se o Réu cumprir voluntariamente a obrigação
- AçE pode ser instaurada sem precedência da AçD – pois a lei reconhece a
determinados documentos força bastantepara por si só desencadearem a AçE, são os
chamados Titulos Executivos- art.703 nº1 b) c) d)
1- De simples apreciação
2- De condenação
3- Constitutivas
1- Ações declarativas de simples apreciação
-Esta ação destina-se a obter o reconhecimento da existência (Simples apreciação
positiva) ou inexistência (simples apreciação negativa) de um direito ou de um facto
jurídico, por meio de uma decisão judicial vinculativa- art10 nº3 a)
O pressuposto desta espécie de ações é a afirmação de uma situação de incerteza que
exija classificação.
O que justifica este tipo de ação é a necessidade de reagir conta uma situação de
incerteza acerca da existência ou inexistência de um direito ou de um facto.
O autor apenas solicita que o tribunal aprecie essa situação de incerteza jurídica e
ponha cobro a tal insegurança - declarando se tal direito(ou facto) existe ou não,
conforme o que peticiona.
Esta ação visa assim obter unicamente a declaração da existência ou inexistência de
um direito ou de um facto – o autor satisfaz-se com essa declaração, não pretende que
o tribunal vá além dela.
Logo as decisões proferidas no seu âmbito não são executáveis - na verdade Nada Há
que possa ser executado.
Podem ser positivas ou negativas.
“O Tribunal ou declara que existe um Direito ou que não existe”.
São positivas – quando o autor pretende que o tribunal declare a existência de um
direito ou de um facto.
São negativas – quando se pretende obter a declaração de inexistência de um direito
ou de um facto – neste caso, não é o autor que se arroga determinado direito mas sim
o réu.
Exemplo de simples apreciação negativa: - A maria vem dizer para a escola que eu lhe
devo 50euros mas isso não é verdade então eu vou a tribunal e intento uma ação de
simples apreciação negativa contra Maria para que o tribunal declare a inexistência
desse direito.
Exemplo de simples apreciação positiva: - Para ter acesso á via publica António passa
num terreno que é propriedade de Benjamin, este começa a afirmar publicamente que
aquela travessia é feita por sua mera tolerância e favor.
Antonio diz que aquele prédio esta na verdade onerado com um direito de servidão de
passagem a favor do seu prédio.
Ora nesta situação de duvida jurídica acerca do titulo a que se processa aquela
passagem é suscetível de causar prejuízo a Antonio e isso leva-o a propor uma ação
tendente a por cobro ao diferendo.
Nessa ação António vai pedir que o tribunal aprecie simplesmente a questão e declare
que o prédio de benjamin esta na verdade onerado com o direito de servidão de
passagem, isto é, vai pedir que se declare a existência de determinado direito.
Para o efeito, António vai instaurar uma Ação Declarativa de Simples Apreciação
Positiva.
António apensas solicita que o tribunal ponha cobro áquele estado de duvida acerca
do pretenso direito de servidão de passagem e declare por sentença que ele existe.
Carlota diz ser titular de um direito de credito sobre David que no entender deste não
existe. Perante essa afirmação pública, David pode propor uma ação pedindo
simplesmente que se declare a inexistência desse direito de crédito invocado por
Carlota.
Neste caso, David lançaria mão a uma Ação declarativa de simples apreciação negativa.
O que justifica as ações de simples apreciação negativa é a chamada arrogância
extrajudicial por parte do réu, expressa na afirmação da titularidade de um direito ou
da existência de um facto, arrogância que prejudica o autor, ainda que esse prejuízo
possa não ser imediato ou material.
No ultimo exemplo, David sente-se prejudicado por constar publicamente que deve
determinada quantia a Carlota.
É esta arrogância extrajudicial por parte do Réu(Carlota) que introduz nas ações de
simples apreciação negativa uma especialidade na repartição do ónus da prova.
EX: Eu digo que o gamboa num determinado dia estava no sitio X, mas ele diz que
estava no sitio y então cabe-lhe e ele provar que estava no sitio y e não a mim que
estava no sitio x.
Daí que retomando o último exemplo apresentado - não recaia sobre David(autor) a
prova de que nada deve a Carlota(Ré), sendo exatamente sobre esta que impende o
ónus da alegação e prova dos factos constitutivos do direito de crédito, do qual,
extrajudicialmente, se arroga titular.
Nos outros tipos de ação, a alegação e prova dos factos constitutivos do direito que se
pretende fazer valer em juízo compete precisamente áquele que o invoca, ou seja o
autor- art 342 nº1
2-Ações De Condenação
3-AÇOES CONSTITUTIVAS
O autor pretende obter através do tribunal um efeito jurídico novo que terá origem na
decisão e vai alterar a esfera jurídica do réu, independentemente da sua vontade.
São as ações que criam a nova relação jurídica. O que o autor quer é através do
tribunal obter um efeito jurídico novo.
O Novo efeito Jurídico nasce diretamente por via da decisão judicial (se
verificados os pressupostos que o condicionam).
Por outras palavras, a sentença cria um novo estado jurídico que pode consistir na
criação, modificação ou extinção de uma relação ou situação jurídica.
Salienta-se:
A divisão das ações declarativas em 3 espécies não implica que estas devam ser
estudadas como “compartimentos estanques” na medida em que na mesma
ação podem cumular-se diversas pretensões (ato de natureza diferente) desde
que observados determinados requisitos – os previstos no art.555 e 37
Podem assim existir ações declarativas com natureza mista, como sucede no caso do
despejo que tem por finalidade resolver um contrato de arrendamento (constitutiva
extintiva) e despejar alguém (condenatória).
Todavia não pudemos olvidar o estatuído no art.547, pelo qual o juiz devera adotar a
tramitação processual adequada ás especificidades da causa e adotar o conteúdo e a
forma dos atos processuais ao fim que visam atingir.
Do que decorre que em lugar de uma forma única do processo, poderemos ter uma
multiplicidade delas, passando a tramitação processual a depender em ultima análise do
que o juiz entender.
OS PE(PROCESSO ESPECIAL) são os processos- exceção e o
PC(PROCESO comum) é o processo regra.
A existência de um PC e de vários PE decorre do entendimento do legislador no
sentido de que a discussão em juízo de determinadas matérias, pela natureza ou
especificidade destas, exige uma tramitação processual própria e distinta da
consagrada no PC.
CASO PRÁTICO 1:
A celebrou um contrato de compra e venda a C e B, o qual prometeu vender a B,
um prédio rustico pelo preço de 4000euros, contudo A pretende obter uma
anulação do contrato alegando para o efeito que foi fisicamente coagido a assinar o
mesmo.
Resposta:
Foi celebrado um contrato de promessa de compra e venda(O contrato-promessa de
compra e venda é um documento escrito, assinado por quem promete vender (promitente-
vendedor) e por quem promete comprar (promitente-comprador) art.410 nº1.
Com a celebração do contrato constitui-se uma relação jurídica em que o vendedor (D) quer
vender e o comprador(A) comprar.
Neste caso estamos perante um caso de uma ação declarativa constitutiva extintiva. Art 10 nº2.
>Em termos genéricos, todas as acções declarativas importam um juízo valorativo face à
existência ou não de um determinado direito, distinguindo-se pela amplitude da pretensão do
agente: (i) se nada mais pretender que o juízo, é de simples apreciação; (ii) se além do juízo
pretender que o Tribunal condene o réu à reintegração do direito violado, pela prestação de uma
coisa ou de um facto, é de condenação; (iii) se o interesse do autor for, essencialmente, o da
produção dos efeitos jurídicos correspondentes, é constitutiva.
E neste caso o interesse do autor é exatamente esse pelo que ele pretende do tribunal a
declaração da anulação do contrato de promessa de compra e venda com o fundamento da
coação moral, a sentença produziu assim efeitos constitutivos extintivos art.10 nº3 c).
Neste caso a ação quanto á forma é processo comum art.546 porque não cabe em nenhum dos
processos especiais.
Nota: Em casos de anulação ou nulidade é sempre uma ação declarativa de ação constitutiva.
PROCEDIMENTOS CAUTELARES
O art 2 nº2 parte final refere a pretensão destnada a requerer
“os procedimentos necessários para cautelar o efeito útil da ação”
A lei processual designa-os como Providências Cautelares e acham-se regulados nos
art 362º a 409º
Procedimentos Cautelares
Assentam numa justificação de ordem temporal, pois o proferimento de uma
decisão final é algo que pode demorar algum tempo, mesmo que todos os prazos
sejam respeitados e esse tempo de demora pode acarretar consequências tais que a
decisão que vier a ser proferida já não tenha qualquer efeito útil.
Esta demora do julgamento pode criar um estado de perigo “periculum in mora”,
porque pode expor o titular do direito a danos irreparáveis, suscetiveis de
comprometer o beneficio e a eficácia da sentença.
As providências cautelares que são decretadas realizam uma função preventiva, pois
destinam-se a prevenir a lesão de um direito.
Exemplo: suponha que atendendo à delapidação dos bens do devedor, o credor esta
em risco de perder a sua garantia patrimonial.
O arresto de bens do devedor(art391 nº1 e art619 C.C.) visa assegurar que a ação
condenatória proposta pelo credor contra o devedor ainda seja útil, pois os bens
arrestados podem ser penhorados e vendidos.
Assim acautela-se não é a violação de um direito mas a utilidade da decisão da
tutela definitiva.
NOTA:
O requerente solicita ao Juiz que o dispense do ónus da propositura da ação principal. Este tem interesse em
ver decretada a inversão do contencioso para não ser ele a intentar a ação principal.
O requerido da providência cautelar se quiser vai ser o autor da ação principal.
Se o Juiz determinar a inversão do contencioso, a consequência é que o requerido fica onerado com o ónus de
propor a ação principal.
Há-de ser o requerido a intentar uma ação para que se declare a inexistência do direito a cautelar.
Antes era o requerente a intentar a ação principal. Com a inversao o requerente fica
dispensado , e fica o requerido(autor) a intentar a ação principal.
A inversao do contencioso é criada porque o legislador acha desnecessária a
duplicação de atos.
IMP O requerente da providencia tem todo o interessen na inversão do contencioso
para não ter de intentar a ação principal. Há-de ser o requerido se quiser a intentar a
ação para que se declare a inexistência do Direito acautelado.
O requerente pede ao juiz que o dispense do ónus da propositura da ação principal -
art369 nº1. Se o juiz dispensar o requerente , o requerido é que tem de intentar a
ação, o ónus passa a ser o requerido da providência.
Art 371 nº1 - se o requerido não propuser a ação, a providencia decretada consolida-
se como composição definitiva do litigio.
Inversão do Contencioso
Este regime permite que a Ono vidência decretada se possa consolidar como composição definitiva
do litigio, quebrou-se assim a regras da instrumentalidade e provisoriedade dos procedimentos
cautelares.
Uma vez decretado o procedimento cautelar e tendo havido pedido de inversão do contencioso e
uma vez deferido este o requerente da providencia cautelar fica dispensado do ónus da propositura
da ação principal – art369 nº1/2
A consequência sera ficar o requerido onerado com ónus de propositura da ação principal, prazo 30
dias – art 371 nº1
Se o requerido não propuser a ação destinada a impugnar a existência do direito acautelado, a
providência decretada consolida-se como composição definitiva do litigio.
Caso pratico: Qual é a ação desta providencia?
Ação declarativa de simples apreciação negativa porque quer a inexistência do direito.
Pressupostos PROCESSUAIS
Introdução:
Intentamos uma ação para quê? Temos um problema qualquer que queremos que seja
solucionado.
Nós autor vamos a tribunal para lhe mostrar o objeto do litigio e solucionar com uma
sentença.
O autor deduz um pedido, o tribunal conhece tudo que tinha para conhecer, ou seja
quer dizer que apreciou materialmente a pretensão(meteu a mão na massa).
Ao conhecer materialmente , ele vai poder por fim ao litigio porque já conhece o
objeto da questão.
Apreciação Material da Pretensão
Há condições que têm de existir para o juiz poder conhecer o tal fundo da
questão(mérito da causa). Antes disto temos de cumprir vários requisitos, só depois o
juiz pode conhecer o mérito da causa.
Se isto não acontecer fica impedido de conhecer a historia a fundo do autor.
A estes requisitos ou condições necessárias damos o nome de Pressupostos
Processuais.
*pretensão=pedido
Quando se intenta uma ação em tribunal o que o autor pretende é que a questão seja
objeto de uma sentença.
Mas que para essa função seja realmente cumprida é forçoso que se verifiquem
determinadas condições que valem como condição prévia ao conhecimento do Mérito
da Causa
São os Pressupostos Processuais (PP)
Notas:
Quando se fala de apreciação de mérito da causa é o que nós estamos À espera
(o que eu quero é que o tribunal resolva o problema).
O que eu quero (autor) é que o tribuna tenha conhecimento a fundo da minha
situação, e através da minha ação que o tribunal responda ao meu pedido e tome
uma decisão.
Eu preciso destes pressupostos processuais para que haja o regular funcionamento
da instância.
Pressupostos processuais
São requisitos de ordem técnica necessários ao regular desenvolvimento da instância,
deixando que esta culmine numa sentença que resolva efetivamente o litígio colocado À
apreciação do tribunal,
Julgando a ação procedente ou improcedente, consoante
assista ou não razão ao autor, em face do direito material ou substantivo.
Quando assim sucede, o juiz conhece do Mérito da Causa, ou seja, do fundo da
questão.
Mas, se algum desses pressupostos processuais não se verificar e a sua falta não for
sanada, o juiz deverá reconhecer a existência de uma exceção dilatória e proferir uma
sentença de absolvição da instância – art. 278 e 577.
Nestes casos, não se realiza a função do processo, pois impede o Juiz de se pronunciar
sobre o Juiz de se pronunciar sobre o Mérito da Causa, sendo proferida uma decisão que
ao invés, se limita a um julgamento formal da lide que põe termo ao processo.
A violação dos Pressupostos Processuais (PP) tem por efeito, em regra a ocorrência de
Exceções Dilatórias, as quais constituem, antes do mais, argumentos de defesa ao dispor
do réu – art. 576/2 e 577
As contínuas alterações ao CPC, são no sentido de privilegiar as decisões que realizem
a função do processo (decisão de mérito), eliminando os impedimento à sua realização,
daí que a maioria dos PP é de conhecimento oficioso e a sua falta é, em regra, sanável.
NOTAS:
Art 278 nº1 – ele já não vai conhecer do mérito da causa, nestas situações que o juiz
não conhece o pedido fica impedido de se pronunciar sobre o mérito da causa.
Exceções dilatórias Art 578
As exceções podem ser dilatórias ou perentórias – ART 576 nº1
Quando se verifica a violação de um pressuposto processual estamos perante uma
exceção dilatória.
Art 577 c) estamos a falar de um PP relativo às partes.
a) Estamos perante um PP relativo aos tribunais.
1- Relativos às partes
i. A personalidade judiciária
ii. A capacidade judiciária
iii. A legitimidade
iv. O patrocínio judiciário obrigatório
v. O interesse me agir
2- Relativos ao tribunal
i. A competência internacional e competência interna
Exceto os casos previstos nos art 12º a 14º, a inexistência de personalidade jurídica
de qualquer entidade impede a sua constituição como parte.
A ser o caso, tratar-se-á de uma exceção dilatória, de conhecimento oficioso, que gera
a absolvição da instância – art 278 nº 1 C), 577 C), e 578.
É necessário que a parte possa estar, por si própria, em juízo, isto é, que não careça de
qualquer representação.
A sua intervenção judicial deverá fazer-se através de representante legal, nos termos
do art 16, assim ficando suprida a incapacidade, sob pena de violação do pressuposto
processual.
Os casos de incapacidade previstos na lei são os da menoridade e dos maiores
acompanhados.
Menoridade
Menor – quem não tiver ainda completado dezoito anos de idade.
Art. 122 do CC…
Da conjugação do art 123 do CC com art 15/2 resulta que o menor não tem
capacidade judiciária.
Então, para ser suprida a sua incapacidade, o menor deve estar judicialmente
representado pelos seus progenitores ou, subsidiariamente, por um tutor.
Art 127 CC
Excecionalmente, reconhece validade a certos atos e negócios jurídicos praticados pelo
menor.
Tendo capacidade jurídica para a prática destes atos e negócios, pode então o menor
litigar por si próprio em ações que os tenham por objeto.
Legitimidade
*Relação que a parte tem (seja autor ou réu) com o objeto do litigio.
O PP da legitimidade respeita à relação das partes com a concreta pretensão deduzida.
Ser parte legitima é ter uma relação direta com o objeto do litígio.
O interesse de que fala este artigo: Será jurídico Interesse que tem de ser jurídico
(protegido pelo direito), pessoal e direto;
será pessoal – se a repercussão se projetar na sua própria esfera jurídica(na esfera do próprio
interessado.
*art30 nº1 – temos um autor quando ele tem interesse em intentar a ação; temos um réu
quando ele tem interesse em contradizer a pretensão
O réu é parte legitima sempre que se vislumbre que tal procedência lhe venha a causar (a si)
uma desvantagem.
*O autor é parte legitima, quando á partida se consiga antever que a procedência daquela
ação, trás vantagem ao autor. O réu é parte legitima, quando a procedência da ação lhe
venha a trazer desvantagem ou prejuízo.
IMP
Assim contrariamente à Personalidade Jurídica e À Capacidade Judiciária – que são requisitos
que assistem ou faltam À parte em todos os processos ou, pelo menos, num grande número
de processos, sendo, portanto, qualidades processuais do sujeito em si – a Legitimidade
consiste numa posição concreta da parte perante uma causa.
A legitimidade processual é assim apreciada por uma relação da parte com o objeto da ação,
relação que é estabelecida através do interesse da parte perante esse objeto.
Para que o juiz de possa pronunciar sobre o mérito da causa é preciso saber se a
parte identificada como autor é aquela que pode fazer valer juridicamente a
pretensão e se a parte identificada como réu é aquela contra quem a pretensão
pode ser deduzida.
*a própria lei nestas situações diz quem é a parte legitima mas nem sempre
Porém, quando ela não indica deverá recorrer-se ao regime subsidiário que se acha fixado no
nº3 do art 30, que prevê que neste caso, a legitimidade dos sujeitos se apure pela relação
controvertida tal como é configurada pelo autor, na petição inicial, ou por ele descrita.
A relação material que interessa para se aferir da legitimidade é a descrita pelo autor na
petição inicial.
O critério da legitimidade oferecido pelo nº3 do art 30 na sua redação atual, superou
definitivamente a velha querela doutrinária entre o Prof Barbosa de Magalhães e o Prof
José Alberto dos Reis a propósito da legitimidade e que também dividiu a jurisprudência
durante décadas, mas que se encontra totalmente ultrapassada desde a alteração do CPC
introduzida pelo Dec. Lei nº 329-A/95 de 12/12 e principalmente pelo Dec. Lei nº 180/96
de 25/9, com o aditamento na parte final do referido normativo da expressão “tal como é
configurada pelo autor”.
A mencionada querela doutrinária levantava a dúvida que consistia em procurar saber qual
era a relação material controvertida que se devia tomar em consideração
– se a apresentada pelo autor na petição inicial, ou a que viesse a resultar da própria causa.
*já saiu no exame para compararmos estas duas teorias.
O mesmo é dizer, o que se procurava saber era se a legitimidade decorria da relação jurídico
processual, tal como era descrita pelo autor na petição inicial, ou da relação material
controvertida que se viesse a apurar como autêntica e verdadeira no decurso da ação.
O que ficou solucionado, como ficou dito, em resultado da alteração introduzida no artigo.
PLURALIDADE DE PARTES
Pluralidade de partes
A pluralidade pode ser:
O direito processual civil olha para o direito material e configura a legitimidade processual.
O Litisconsórcio
A Coligação
Na Litisconsórcio, o mesmo pedido é formulado por várias partes e/ou contra várias partes.
Nota: o litisconsórcio é quando se esta a discutir uma determinada situação que se esta a
discutir em juízo, envolve mais que um sujeito, todos os sujeitos envolvidos são partes na
ação. Se a relação que esta a ser discutida envolve a maria, joao, diana, e cris são todos
titulares da ação.
*relação jurídica que envolve vários sujeitos temos um único pedido intentado por várias
partes(ativo) ou contra várias partes(passivo).
Litisconsórcio voluntário-art 32
– existe quando a pluralidade de partes resulta da vontade do ou dos interessados.
Quer dizer que, embora a questão (RJ) diga respeito a vários interessados – a presença de
todos na ação – só sucede porque o autor optou (vontade) propor a ação contra todos os
interessados – ou – porque vários interessados a decidiram instaurar em coautoria.
Nota: so há pluralidade das partes, se a parte tiver interesse. A presença de todos naquela
ação só sucede se o autor quiser. Ele é que sabe se intenta a ação contra todos ou não.
*32 nº1 2parte - se á +interessados o que vai acontecer é que o tribunal só vai conhecer
respetiva quota parte de cada um deles.
Se a relação respeitar a vários interessados (do lado ativo/passivo/de ambos) e estando todos
em juízo,
Mas, porque em presença de todos não é obrigatória, mas voluntária, caso a RMC respeite a
vários interessados e não se encontrem todos na lide,
Do que sobressai que o litisconsórcio necessário pode ser legal, porque resulta da imposição
legal, convencional ou contratual e natural – art 33/1.
- litisconsórcio necessário convencional se a pluralidade das partes resultar do negócio.
Legal
Convencional
Natural
*art33 – determinadas ações em que o exercício do direito tem de ser exercido por todos.
Obrigações indivisíveis com pluralidade de devedores, que só de todos eles podem ser
exigidas – art. 535/1 CC (LNL passivo);
Direito de preferência com pluralidade de titulares – art. 419/1 CC (LNL ativo);
Direito de indemnização por danos não patrimoniais em caso de morte da vítima – art.
496/2 CC.
Trata de ações emergentes de factos praticados por ambos cônjuges (art. 1691 CC).
E das ações emergentes de facto praticado por um dos cônjuges quando se pretenda obter
decisão suscetível de se executada sobre bens próprios do outro (art. 1691/1 e 2 CC).
A decisão produz o seu efeito útil normal – art. 33/3 … quando regula definitivamente a
situação concreta das partes.
Exemplos:
Ação destinada a obter a declaração de Nulidade de um Negócio Jurídico – tal negócio, a ser
nulo (ou válido) – há-se sê-lo para todos os contraentes – é obrigatório a presença de todos
eles, sob pena de os contraentes ausentes não ficarem vinculados à decisão a proferir, a qual,
por isso, não teria a virtualidade de regular de modo definitivo a questão submetida a juízo.
Se o homem que quer por 3º - art 37/4, a não rejeição da coligação pelo tribunal.
fim a isto não intenta a ação
contra todos mas só contra
alguns(neste caso 2), a parte
ilegítima nunca poderá ser
quem fica de fora da ação ,
mas sim só os quais lhe foi
intentada a ação.
Só pode ser
considerada parte
1º Requisito
Conexão relevante entre as relações jurídicas.
Fatores:
Unidade da Causa de Pedir (é integrada pelos factos concretos que servem de base à
pretensão do autor).
Ex: C. coage A. a celebrar um contrato com B. (coação de terceiro art 256 CC)
O coator é C., quanto a este será intentada uma ação de condenação, já quanto a B. será de
intentar uma ação constitutiva extintiva (destruição de um determinado efeito).
Havendo identidade da causa de pedir pode haver coligação e pode o autor propor
ação contra ambos.
Na sequência de uma acidente de viação ( a mesma causa de pedir) provocado por culpa de
um dos intervenientes, vários lesados formulam na mesma ação, os respetivos (diferentes)
pedidos de indemnização contra a seguradora.
Celebrando uma entidade contratos com teor igual com uma pluralidade de pessoas,
pode haver coligação ativa dos consumidores e também coligação passiva por parte da
entidade, o que tem particular relevância nas ações de massa.
A Coligação tem caráter voluntário – ao passo que o Litisconsórcio pode ser voluntário ou
necessário.
Verifica-se uma situação de coligação quando, numa mesma demanda, vários sujeitos,
unidos por uma mesma causa de pedir, sejam (à partida) titulares de relações jurídicas
diferentes.
Requisitos Processuais
art 37/1 (regra geral)
art 37/4 …
O juiz deverá fundamentar o seu despacho e só há fundamento para rejeitar a coligação
quando o inconveniente for grave.
Conclusão:Assim, para que a coligação possa ser admissível tem de respeitar os critérios
estatuídos no art 36 e, para além disso, não se verificar nenhum dos obstáculos determinados
no art 37.
*Autor tenta todos os meios extrajudiciais para resolver o seu problema, se não tiver
arranjado a solução , ele tem interesse em agir(interessa recorrer á via judicial)
Se uma pessoa não tiver interesse em agir então não tem logica intentar a ação.
Apesar de reconhecer a falta de referencia expressa da lei a esta figura enquanto
pressuposto processual, Manuel de Andrade sustentou que o interesse em agir devia
ser considerado como tal, por duas razões:
A falta de personalidade Judiciária não sanada constituí uma Exceção Dilatória – art
577/al c)
A exceção é de conhecimento oficioso, como a generalidade das exceções dilatórias –
art 578
A consequência é a absolvição do réu da instância.
Importante:
Quando a falta de Personalidade Judiciária for sanável, (art 14) o tribunal, antes de
proferir despacho de absolvição do réu da instância, deve providenciar para que a
administração principal proceda à sanação da falta desse pressuposto processual – art
6/2
Incapacidade Judiciária
Se o incapaz estiver por si em juízo quando só podia estar por intermédio do seu
representante legal ou curador, verifica-se um caso de incapacidade judiciária – que
constitui uma exceção dilatória – art 577 al c)
Ilegitimidade
Nota sobre legitimidade:
Exemplo:
A, B, C, D e E são condóminos.
A Intentou ação contra E por causa de uma parte comum do prédio.
Ora B, C e D deverão juntar-se a A contra E por se tratar de litisconsórcio necessário.
Nestes casos o juiz notifica o autor para escolher o pedido que pretende que seja
considerado, não o fazendo, o réu é absolvido de todos os pedidos.
Caso existam vários autores, têm todos de ser notificados para, por acordo, esclarecem os
pedidos que pretendem que sejam apreciados no processo.
Atente-se que,
nos termos do disposto no nº4, o art 37, mesmo verificando-se os requisitos da coligação, o
juiz pode ordenar a separação se existir inconveniente grave na cumulação.
Nestes casos, notifica-se o autor para escolher qual ou quais os pedidos que continuam a ser
apreciados no processo, se o autor não o fizer, o réu é absolvido da instância quanto a todos
os pedidos.
Pressupostos Processuais
II. Relativos ao Tribunal
Competência Internacional e Competência Interna
Competência Jurisdição
Os tribunais são os órgãos de soberania com competência para a administrar a justiça – art
202/1 CRP.
Nisso consiste a função jurisdicional.
Jurisdição
Competência
Tribunais Judiciais
Supremo Tribunal da Justiça
Tribunais da Relação
Tribunais de Primeira Instância
Competência
Classificação
Quanto ao âmbito, a competência pode ser:
o Internacional – art 62
o Interna – art 64
Quanto à origem:
o Legal (decorrente da lei)
o Convencional (decorrente da vontade ou acordo das partes) art 94 e 95 –
cláusulas de competência que as partes acordam num contrato.
Competência Internacional dos Tribunais Portugueses
A competência Internacional (CI)
A questão da competência internacional só sobrevém quando a causa contenha algum
elemento de conexão com uma Ordem Jurídica estrangeira.
Se a situação não mostrar qualquer elemento de conexão com uma Ordem Jurídica
estrangeira, tudo se passa no âmbito da competência interna.
Cura-se de saber se os tribunais portugueses são competentes para julgar uma determinada
questão e NÃO quais os tribunais que são competentes.
E contém as normas que definem a competência dos tribunais dos estados comunitários.
Assim, sempre que o caso concreto caiba no âmbito de aplicação do referido regulamento, as
respetivas normas prevalecem sobre a regulamentação geral interna de cada Estado – o
regulamento prevalece sobre a regulamentação nacional.
A não ser esse o caso, as normas nacionais mantêm a sua plena vigência.
Ressalvando-se as regras de competência exclusiva que são aplicáveis qualquer que seja o
domicílio do réu – art 24 reg:
Se o réu tiver num (estado membro), os tribunais desse estado são em principio competentes
para ação- não releva a sua nacionalidade.
ii. Só pode ser demandado noutro quando se aplicar algum dos critérios especiais do
regulamento- artigo 5º,nº1 reg.
iii. Se o réu não tiver num estado-membro, a competência é regulada pelo direito
interno- artigo 6º,nº1 reg
06-11-19
Competência convencional
O regulamento permite, em determinadas situações, que as partes acordem sobre a
matéria da competência internacional dos tp, seja atribuindo-lhes competência, seja
afastando a competência que lhes é reconhecida.
Pacto de jurisdição- acha-se regulado nos artigos 25º do reg e artigo 94º.
Competência convencional
Pacto e jurisdição
O regulamento (eu) n~1215/2012 do parlamento europeu e do conselho, de 12 de
dezembro, prevê no seu artigo 25º a possibilidade de as partes entre si celebrarem
pactos atributivos de jurisdição.
Competência convencional
O regulamento não se aplica, em principio, se o réu não tiver domicílio num estado
membro. Todavia, se tiver sido convencionado um pacto de jurisdição, o regulamento
já é possível de aplicação- o artigo 25º, proporciona assim às partes o poderem
convencionar/ escolher a jurisdição ou o tribunal para submeterem a sua causa. Salvo
se contrários ao estatuído nos artigos 15º,19º,23º e 24º,todos do regulamento.
Ainda, estabelece a admissibilidade, a forma e eficácia dos pactos, bem como a
formação do consentimento das partes. A jurisdição/competência do tribunal
convencionada estende-se ao pedido reconvencional, providências cautelares, ação
declarativa e executiva.
Requisitos substanciais
São requisitos substanciais do artigo 25º reg. A designação de um ou mais tribunais, de
um ou vários estados- membros e a plurilocalização do conflito.
Competência convencional
Requisitos de validade intrínseca da convenção
Forma especial- escrita
Não deve o pacto derrogar competências exclusivas e regras especiais de
comoetência (que visam proteger a parte mais fraca do contrato- seguros,
consumos e trabalho)- sob pena de decisão não ser reconhecida
Organização Judiciária
TRIBUNAIS
Elementos caracterizantes
Órgão de soberania
Órgão estadual dotado de independência
Exercício da função jurisdicional do Estado
Administração da justiça em nome do povo
Art.202 e ss. CRP
Art.2 e ss. LOSJ
TRIBUNAIS
Os Tribunais são órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em
nome do povo.
Têm por função garantir a defesa dos direitos e interesses dos cidadãos, protegidos
pela lei.
Os Tribunais são independentes e apenas estão sujeitos à lei – art 22 LOSJ
As decisões dos Tribunais judiciais são obrigatórias para todas as entidades públicas e
privadas e prevalecem sobre as de quaiquer outras autoridades – art. 24 LOSJ
ALÇADA
Limite de valor (das causas) dentro do qual o Tribunal julga sem admissibilidade de
recurso ordinário.
Art. 44 da LOSJ (Lei nº 62/2013, de 26 de Agosto)
A alçada dos tribunais judiciais de primeira instância é 5000€
A dos tribunais da Relação é 30000€
TRIBUNAL CONSTITUCIONAL
Aprecia a constitucionalidade e a legalidade das normas jurídicas…
É o Tribunal de recurso das decisões de todos os restantes Tribunais em matéria de
constitucionalidade.
TRIBUNAL DE CONTAS
Fiscaliza a legalidade e a regularidade das receitas e das despesas públicas, aprecia a
boa gestão financeira e apura responsabilidades emergentes da prática de infrações
financeiras.
TRIBUNAIS JUDICIAIS
São os tribunais comuns em matéria civil e criminal, cuja função é a resolução de
conflitos entre pessoas singulares e/ou coletivas e infrações à lei penal.
Os tribunais judicias julgam sobre matéria civil e criminal, em todas as áreas não
atribuídas a outros tribunais.
Existem tribunais judiciais de:
Primeira instância
Segunda instância
Supremo Tribunal de Justiça
Central cível
Local cível
Central criminal
Local criminal
Local de pequena criminalidade
Instrução criminal
Família e menores
Trabalho
Comércio
Execução
Aplicações práticas:
Ação de cobrança / credor residente em (Trofa) / devedor residente em(Chaves)
Tribunal competente para julgar esta ação:
Valor 30 000€: Juízo local cível de Chaves, do Tribunal Judicial da Comarca de Vila Real
Valor 70 000€ Juízo central cível de Vila Real, do Tribunal Judicial da Comarca de Vila
Real
11-11-19
Quanto aos juízos de competência genérica a sua competência encontra-se prevista no art
130 LOSJ – são juízos de competência residual – são competentes pra preparar e julgar as
ações não atribuídas a outros juízos ou a tribunal de competência territorial alargada e, ainda,
para os processos referidos no nº2 do art 130 LOSJ.
Quanto aos juízos de competência especializada – art 81/3 – a sua competência encontra-se
prevista no art 117 LOSJ e ss – e é determinada em função da matéria.
Conquanto, a repartição da competência entre o juízo local e cível e o juízo central cível é
efetuada não apenas função do objeto da ação (matéria versada), mas ainda em função do
valor da ação.
A lei atribui ao juiz em exclusivo a competência para fixar o valor à causa, devendo fazê-lo,
em regra, no despacho saneador – art 306/1 e 2.
Isto, sem prejuízo de continuar a impender sobre o autor o dever de proceder à indicação do
valor na petição inicial – art 552/1, al. f)
*na ação cabe fixar o valor no despacho saneador ao juiz. É ao juiz que cabe em exclusivo fixar
o valor da causa. A toda a causa tem de ser dada um valor -art 296 nº2
Para determinar o valor da causa a lei oferece um critério geral, segundo o qual aquele
corresponde ao valor da quantia certa em dinheiro que se pretende obter ou, quando se
pretende obter um benefício diverso, o valor da quantia em dinheiro que lhe corresponda (art
297/1).
*se eu pretendo uma quantia certa em dinheiro é esse o valor que ganho. Se pretendo antes
um beneficio qualquer tenho na mesma de dar um valor a esse beneficio – art 297
A par deste critério a lei fornece critérios especiais, aplicáveis sempre que o objeto do
processo não seja uma quantia monetária ou algo equivalente - art 298
Antonio intenta uma ação R:Para calcularmos o valor da ação temos de escolher
de despejo contra beatriz. entre o valor das rendas em divida ou o valor da
Fundamento: falta de indemnização requerida, não pode receber os dois então
pagamento de rendas desde temos de optar pelo valor mais favorável ao individuo ou
janeiro deste ano ate aos seja o valor mais alto – art 298 nº1
dias de hoje(novembro). 11x650=7150euros
O numero 11 corresponde aos meses que passaram de janeiro ate
A renda ascende ao valor de agora(novembro)
650x30=19500 O numero 30 corresponde aos 2 anos e meio
euros
650 mensais e antonio resultantes do art 298 nº1.
peticiona ainda o montante 19500+7150=26650euros
de 6500 a titulo de
já é maior que o valor da indemnização(6500) por isso é o
indemnização pelos danos
valor das rendas que é tido em conta.
causados por beatriz no
arrendado. Como calcular o Quanto á competência em razão de território: Neste caso
valor da ação?? pratico o tribunal competente seria a comarca de vila real
porque está em causa uma ação de despejo de foro real e
no art 70 nº1, diz que em situações de ação de despejo, devem ser propostas em tribunal da
situação de bens.**
-o requerente requer 100 euros mensais de pensão de alimentos, qual o valor que deve
atribuir a essa ação?
1200x5=6000
100 x 12 x 5 =6000
Ano meses
No que concerne à distribuição da competência interna em razão do valor da ação, no âmbito
das ações declarativas cíveis de processo comum, a distinção que importa é entre as
competências próprias do Juízo Central Cível e do Juízo Local Cível e do Juízo de Competência
Genérica.
Juízos Centrais Cíveis – art 117/1 LOSJ – a sua competência é delimitada em razão do
valor da causa – pois apenas lhe cabe preparar e julgar as ações declarativas cíveis
comuns de processo comum de valor superior a 50 000€ …
Juízos de Competência Genérica ou Juízos de Locais Cíveis – art 130 LOSJ –
competência residual.
Art 42 LOSJ
Art 67 a 69 LOSJ
Em matéria cível, a regra, é a de que os tribunais superiores apenas conhecem dos recursos e
os tribunais de 1ª instância são competentes para conhecer de todas as ações,
independentemente do seu valor, do seu objeto ou da forma de processo.
(NÃO IMPORTANTE)
Exceções à regra, de que uma ação é intentada no tribunal de Primeira Instância (art 68/1 e
69/1):
****art 301-atendemos ao valor do ato e ao que ficou acordado pelas partes para sabermos
qual valor atribuir.
*Art 303 – alçada da relação 30000 + 0,01 cent em casos de divorcio etc..
**o critério especial que normalmente sai em exame é o critério especial sobre
arrendamento para fazermos as contas.
*c.interna em razão de hierarquia IMP- as açoes são sempre intentadas nos tribunais de
1ºinstancia seja qual for o valor, não temos de olhar para o valor de alçada de 5000, porque a
ação pode ser de 4000000 e é na mesma no tribunal de 1º instancia – REGRA GERAL, HÁ
EXCEÇÕES.**
À lei de processo cabe ficar os critérios que determinam, em cada caso, o tribunal
territorialmente competente – art 70 e ss do CPC
FATORES DE CONEXAO
Foro real ou da situação dos bens – as ações relativas a direitos reais ou pessoais de gozo
sobre imóveis, as ações de divisão de coisa comum, de despejo, de preferência e de execução
específica sobre imóveis, e ainda … devem ser propostas no tribunal onde estejam situados os
bens que delas são objeto.
**art 71 nº1 – por força do foro obrigacional eu tenho de intentar a ação no tribunal de
domicilio do réu. Se o réu for pessoa coletiva pode haver lugar a escolha, ao invés do seu
domicilio, pode ser no local do cumprimento – art71 nº1 2ºparte
Local de cumprimento
Legal (art 772, 773, 774, 885 todos do CC)
Convencional
Exemplos:
Pluralidade subjetiva
Vários réus e um só pedido – art 82/1
Tribunal do domicílio do maior número de réus; se for igual, autor pode escolher.
Salvo se se tratar de uma incompetência de conhecimento oficioso (art 104) – neste caso a
competência é desse tribunal.
Competência Convencional
No direito interno – art 94
Critério de consensualidade – a competência convencional internacional pode ser
determinada através de um pacto de jurisdição.
Em pacto pode ser, quando considerado pela perspetiva da ordem jurídica portuguesa,
atributivo ou privativo.
RequisitoS – 95/2:
o Forma:
-Do controlo se formal
-Forma escrita se consensual
- Aplica-se 94/4
o Designar as questões submetidas à apreciação do tribunal – 94/3
o Designar o critério de determinação do tribunal ao qual é atribuída
competência
Incompetência
Modalidades:
o Incompetência Absoluta
o Incompetência Relativa
Art 96
Decorre da infração das regras da:
Competência internacional
Competência interna material
Competência interna hierárquica
Regulamento 1215/2012
Conhecimento oficioso só:
Incompetência absoluta
Arguição – pode ser arguida por qualquer das partes e pode ser suscitada oficiosamente pelo
tribunal, exceto se decorrer da violação de pacto privativo de jurisdição ou … art 97/1.
Incompetência absoluta
Efeitos – art 99
o Absolvição do réu da instância
o Indeferimento em despacho liminar, se o houver
Incompetência relativa
Art 102
Incompetência relativa
Incompetência relativa
Regime de conhecimento
Incompetência relativa oficiosa
Incompetência relativa inoficiosa
Deriva da violação das regras da competência em razão do valor (art 104/2) e, das regras da
competência territorial de que as partes não podem dispor – art 104/1 e 95/1 parte final.
Deriva da infração das regras de competência interna territorial de que as partes podem
dispor (art 72 e 71/1, 2ª parte) e, das regras da competência territorial fixada por convenção
das partes nos termos do disposto no art 95.
Incompetência relativa
Consequência – art 105/3
Que tipo de regras têm de ser infrigidas para haver lugar á imcompetência
relativa?
Desde que haja infração em razão de valor, do território, ou da competência
convencional.
Casos Práticos:
C residente em matosinhos R: estamos perante uma imcompetÊncia em razão de
foi vitima de um acidente território (art. 70 e ss)
de viação ocorrido em Neste caso estamos perante um facto ilícito fundado no
coimbra e que C entende risco(responsabilidade civil pelo risco ou sem culpa),
que tenha sido causado dado isto e como consta no art 71 nº2, quando estamos
por D, que reside em
santarem e por isso C
pretende intentar contra E
residente em braga
(companhia de seguros)
para a qual foi dada a
perante um facto ilícito fundado no risco, o tribunal competente irá ser o correspondente
ao lugar onde o facto ocorreu.
Sendo que o acidente ocorreu em coimbra então a comarca será a de coimbra.
Posto isto temos de verificar se esta ação em razão de matéria é de alguma competência
especializada- art 81 nº3 losj
Não sendo nenhum juízo de competência especializada só poderá ser de competência
genérica ou de proximidade art 130 losj
Por isso será num juízo local cível sendo que eles têm competência na sua área
territorial quando as causas não sejam atribuídas a outros juízos ou ao tribunal de
competência alargada – art 130 nº1 losj
Tendo a ação o valor de 45000euros vai para o juízo local cível do tribunal judicial da
comarca de coimbra.
Caso prático 2:
A intenta uma ação de
reinvidicação de
propriedade de um imóvel,
contra B.
A reside em foz coa, B
reside em Mirandela e o
imóvel lançar
R:Vamos situa-se emaos
mão cascais
critérios de competência em razão do território -art 70 e ss.
e tem o valor de 120000
Estamos
euros. perante o foro real porque estamos perante um direito de propriedade que é um
direito real art 70 nº1
Indique o tribunal
Estando
competente para julgar de
perante um direito a propriedade e nos termos do art 302 nº1 , se a ação tiver
poração.
fim fazer valer um direito de propriedade sobre uma coisa, o valor desta determina o
valor da causa.
Como a ação não cabe em nenhum juízo de competência especializada resta-nos ver
Juízo central cível de cascais
Aula 19/11/19
Ana cidadã chinesa residente em Berlim, vendeu o mês passado a beatriz cidadã
italiana residente em cascais por DPA celebrado em Portugal, um prédio rustico
pelo preço de 120000€ sito em castelo branco. Acontece que Ana por causa da
colheita da azeitona ainda não procedeu á entrega do prédio a beatriz e recusa-se a
fazÊ-lo.
Pergunta 1 – Sabendo que beatriz pretende a entrega do prédio, indique o tipo de
ação que deverá intentar para o efeito.
R: Bia pretende a entrega do prédio e o que é que esta subjacente a isso? Incumpriu o
contacto . perante o incumprimento de Ana, beatriz devera intentar uma ação declarativa
de condenação art 10 nº3b b). porque beatriz solicita ao tribunal que declare a
titularidade do direito dela (direito de propriedade) e que declare que esse direito foi
violado e ainda solicita que se condene Ana(ré) na prestação da coisa
Pergunta 2 – Indique qual seria o tribunal especificamente competente para
conhecer e julgar a ação
R: Neste caso concreto a relação jurídica litigiosa encontrava-se em contacto com mais
de uma ordem jurídica assumindo assim a chamada natureza plurilocalizada.
O que faz com que a indicação do tribunal concretamente competente para o
conhecimento da causa se efetive do ponto de vista internacional.
Porque é que acham que há esta natureza plurilocalizada? (Autor beatriz é da
Alemanha; ré Ana é da china, e o prédio rustico situa-se em castelo branco) mais que
uma ordem jurídica.
Se assim é temos de verificar qual é a jurisdição competente, nesta caso pratico estão 4
ordens jurisdicionais temos de saber qual delas é a jurisdição internacionalmente
competente.
Para saber então qual a jurisdição internacionalmente competente para apreciar e julgar
a ação e uma vez que vigora no nosso ordenamento jurídico em simultâneo 2 regimes de
competência internacional que são o comunitário e o interno, sendo que o comunitário
prevalece sobre o interno – Principio do primado do direito europeu – art 8 nº4 da CRP.
O regime comunitário consta do regulamento, mas para que este seja aplicado ao caso é
necessário que seus âmbitos de aplicação se encontrem preenchidos.
Ambito objetivo art 1nº1 – este âmbito esta preenchido porque se aplica mateira cível e
a ação é de matéria cível
Ambito subjetivo art 4 nº1 reg mas aqui também se aplicava o nº2 deste artigo e depois
excecionava-se pelo art 5reg
Art 4nº2 uma vez que a Ana não era de nenhum pais da união europeia aplicar-se-ia á
partida as regras que são aplicadas aos alemães que é o domicilio dela e á partida
podiamos pensar em supor que para esta ação seriam internacionalmente competentes
os tribunais alemães e assim seria se não houvesse a exceção do art 5 nº1reg que por
aplicação ao art 24 nº1 reg iria determinar que os tribunais portugueses eram tribunais
com competência exclusiva
Art 24 nº1 reg tÊm competência exclusiva o tribunal do estado membro onde o imóvel
se situa
Conclusao nesta caso o imóvel situa-se em tribunal por isso os tribunais portugueses
são internacionalmente competentes para conhecer e julgar esta ação.
Na ordem jurídica interna a jurisdição reparte-se sobre os seguintes tribunais segundo:
a matéria, valor, hierarquia, e território art 60 nº2
Tem de se começar na Competência em razão de território porque é esta que vai definir
qual é a comarca competente, então quanto a esta competência em razão de território
regulada nos art 43 losj e art 70 a 84 .
No caso concreto trata-se de uma ação que tem por objeto a entrega de um
imóvel(direito de propriedade ) o que se aplica o critério do foro real ou foro da situaçao
do bem constante no art 70 devendo por conseguinte a ação ser proposta no tribunal da
situação do bem. Como o prédio em causa se situa em castelo branco será
territorialmente competente para a ação o tribunal judicial da comarca de castelo branco
de acordo com o mapa 3 roftj.
Quanto a competência em razão de matéria art 40 nº1 da losj e 64 determinam que são
da competência dos tribunais judiciais as causas que não sejam atribuídas a outra ordem
jurisdicional o que significa que os tribunais judiciais têm competência residual por
outro lado o art 40 nº2 losj e art 65.
Quanto a competência em razao do valor da causa art 41 losj e 66 determinam que nas
causas cíveis de processo comum a competência se reparte entre juízo central civil,
juízo local civil ou juízo de competência genérica –(art 117 nº1 a) e 130 losj).
Temos de ir ver qual é o valor da ação – art 296 e ss.
Critério especial Art 302 nº1 – se a ação tiver por fim fazer valer o direito de
propriedade sobre uma coisa, o valor desta determina o valor da causa, logo o valor é
120000€
Seria competente um juízo central civil pelo valor ser superior a 50000€ nesta caso juízo
central cível de castelo branco que se encontra instalado no tribunal judicial da comarca
de castelo branco e é assim porque este juízo abarca a comarca de castelo branco.
Competência em razão de hierarquia – art 42 losj e 67 a 69
Os tribunais judiciais encontram hierarquizados para efeitos de decisão das ações e
portanto para efeitos de recurso dessas mesmas ações, sendo que o tribunal da relação e
supremo tribunal são essencialmente tribunais de recurso e as açoes são instauradas no
tribunal de primeira instancia.
Caso prático 2:
A residente em vila flor pretende intentar a ação destinada ao exercício de direitos
de autor contra B residente no porto. Indique qual o tribunal competente para
conhecer esta ação.
Art 111 nº1 a) da losj - tribunal de propriedade intelectual em ações em que a causa de
pedir versa sobre os direitos de autor.
Qial a que cabe no roftj mapa 4. Aqui não importa a residência porque so há um tribunal
de propriedade intelectual(1 único no pais) – comarca de lisboa porque aborda todo o
território.
Caso Prático 3:
Suponha que se trata de uma ação declarativa que tem em vista a resolução de um
contrato, cujo valor é 100000€.
Antonio autor reside em aveiro, Maria ré reside em santarem, está em causa um
contrato de promessa de compra e venda por falta de cumprimento.
Indicar o tribunal competente para julgar e conhecer a ação.
R:Estamos a falar de competencia interna, na ordem jurídica interna a jurisdição
reparte-se sobre os seguintes tribunais segundo: a matéria, valor, hierarquia, e território
art 60 nº2.
Comecar sempre pela competência em razão de território para identificar a comarca -art
43 losj e 70 a 84.
No caso a ação tem por objeto a resolução de um contrato, vamos aplicar o art 71 foro
obrigacional então no caso concreto uma vez que o autor pretende a resolução de
contrato de promessa por falta de cumprimento iria aplicar-se o critério do foro
obrigacional – art 71 nº1.
A ação deve ser proposta no tribunal do domicilio do réu art 71 nº1 1ºparte, ou seja em
santarém
Tribunal competente (como o domicilio do réu se situa em santarém) será
territorialmente competente para a ação o tribunal judicial da comarca de santarém
Mapa 3
Pressupostos processuais
iii. Relativos ao objeto da causa
i. Aptidão da petição inicial
ii. Não verificação da litispendência e do caso julgado
Art 186/2…
Pressupostos processuais
Objeto do processo
É o elemento primordial de qualquer processo e é composto por dois elementos:
Formulados pelo autor na petição inicial – art 552 nº1 d) e). Não pode haver processo
sem objeto.
Notas: Se não houver objeto do processo não há sequer processo. a ação pode-se tornar
inepta se faltar um destes elementos(pedido ou causa de pedir).**
A petição inicial é inepta (art 186/2 al. a) e todo o processo é nulo (art 186/1) se:
Faltar a indicação do pedido
Faltar a indicação da causa de pedir
O pedido indicado for ininteligível
A causa de pedir for ininteligível
O pedido estiver em contradição com a causa de pedir
Falta de indicação do pedido
A formulação e de um pedido é determinante, porque o tribunal só conhece daquilo que se
lhe pede e na medida em que se lhe pede (art.609/1)
Sem pedido, nem o juiz tem condições de saber o que pretende o A., nem o R. tem a
possibilidade de se defender.
*Se não tivermos a causa de pedir também não temos o pilar da ação nem o suporte para a
ação.
ININTELIGIVEL
Algo enferma de ininteligibilidade quando é obscuro( não se podendo determinar o seu
sentido) ou ambíguo (se tem vários sentidos possíveis)
** ou o autor invoca a causa de pedir para a nulidade; não pode invocar as duas
Ou o autor invoca a obrigação de cumprir algo do suposto contrato causas de pedir ao mesmo
tempo porque (são
O pedido ou é nulo ou é válido imcompativeis).
A ineptidão da petição inicial é tão grave que gera a Nulidade de todo o processo – art
186/1
Essa nulidade constitui uma exceção dilatória que conduz à absolvição do réu da
instância – art 278/1, 577/al b), 576/2;
Se não tiver sido indeferida nos casos em que teve lugar a despacho liminar – art
590/1 e 226/4.
**art 226
*** art 186 nº3 – esta sanação tem por fundamento o critério de logica e razoabilidade, ou
seja se pelo decurso da contestação, o juiz verificar que afinal chegou onde o autor queria
chegar - neste caso já não há ineptidão.
II. Não verificação da litispendência e do caso julgado
São pressupostos processuais de índole negativa – uma vez que a sua verificação impede o
regular desenvolvimento da instância – art – 580.
Estas exceções têm por finalidade evitar que o tribunal venha, a ser colocado na alternativa
de reproduzir ou contradizer uma decisão anterior – art 580/2.
**considera-se a açao em 2º lugar é aquela para qual o reu foi citado posteriormente 580 nº2,
toma-se como ponto de partida a citação.
*considera-se a açao em 2º lugar é aquela para qual o reu foi citado posteriormente 580 nº2,
toma-se como ponto de partida a citação.**
Verificação da exceção de caso julgado
A decisão transitada em julgado tem força de caso julgado, ou seja, tem força obrigatório,
não podendo a questão decidida vir a ser decidida em termos diferentes; todavia, há duas
espécies de caso julgado:
** estamos a falar de uma decisao que foi proferida pelo tribunal e que foi proferida sobre o
mérito da causa sobre o tal fundo da questao e que uma vez transitada em julgado tem a
chamada força obrigatória dentro do processo e fora do processo. O juiz conheceu do merito
da causa e entao a decisao dele vai ter forca obrigatoria quer dentro do processo quer fora do
processo**
*** aqui a decisao que é proferida, a tal decisao judicial já tem a ver com questoes processuais
que se levantaram no ambitro do processo e que foram decididas no ambito do processo, quer
isto dizer que uma vez transitada essa decisao apenas vai ter força obrigatoria dentro daquele
processo em que foi proferida já não fora do processo.**
A CRP institui a obrigatoriedade das decisões dos tribunais – art 205/2 CRP.
Está em causa a segurança jurídica e de certeza do Direito, bem como de prevenir decisões
contraditórias e processos inúteis.
CASO PRÁTICO:
A pergunta poderia ser feita:
Ambos os pressupostos processuais do objeto da causa, é o momento em que se dá a repetição da causa
ou
Ação Declarativa Comum
Fase Inicial
Tramitação
A ação declarativa comum estrutura-se em três etapas:
Inicial
Intermédia
Final
Etapa Inicial
É a fase em que as partes apresentam os seus articulados. Onde o autor formula a sua
pretensão (petição inicial) e o réu se defende (contestação).
Audiência final
Sentença
Na audiência final – temos a produção de prova e as alegações orais dos advogados das
partes – art 604 – finda a audiência, o processo é concluso ao juiz para prolação da
sentença – art 607
Articulados
Noção – art 147/1
Espécies de articulados:
Articulados normais
Articulados eventuais ( não dependem da vontade do autor)
Articulados supervenientes
Articulados de aperfeiçoamento
Articulados normais
São as duas primeiras peças escritas e que podem ocorrer em todas as ações.
Petição Inicial – apresentada pelo autor – e que assinala o começo da ação – art 552
ss.
Contestação – oferecida pelo réu – na qual apresenta a sua defesa – art 569 ss.
*ocorre dps dos articulados isto é a primeira parte, estamos a falar da petição para o autor e para o réu estamos a falar
da contestação, portanto quando estes factos ocorrem posteriormente são supervenientes(ocorrem dps).
Mas também pudemos estar a falar de factos que ocorreram antes mas que o autor ou o reu respetivamente tiverem
dele conhecimento apos dar a entrada do autor na petição e o reu na contestação (também podem ser invocadas).
1ºmomento se houver audiência previa que é o que nos diz a alínea a) pode-se invocar até ao final da audiência previa,
estamos sempre a falar de factos ocorridos para cá, ou antes mas que o conhecimento foi depois. 1º momento audiência
previa se a houver(ate ao fim da audiência previa), se não houver audiência previa, como não houve a tal designação da
data para julgamento, o autor e reu vão ser notificados da data de julgamento, e então relativamente a estes factos que
ocorreram dps ou os que ocorreram antes mas que teve conhecimento depois, vão puder ser trazidos ao processo através
do articulado superveniente nos 10 dias seguintes.
há ainda uma ultima possibilidade que é os factos que ocorreram, das duas uma: se houve audiência previa, apos a
audiência previa, ou antes mas que deles só teve conhecimento apos a audiência previa, senão houve audiência previa
fazemos o mesmo raciocínio mas aqui relativamente aos factos, não os que ocorreram logo apos a audiência previa mas
todos aqueles desde a contestação e desde petição que ocorreram ate aos 10 dias posteriores á notificação e esses ele vai
puder apresentá-los na parte final que é na própria audiência final.
A razão de ser é por possibilitar uma exposição mais sintética e sucinta e, consequentemente
mais rigorosa e clara.
** o que nós não queremos é a via redacional, queremos algo escrito mais geral e objetivo e
não um texto gigante**
Entrada em juízo
Quando as partes estejam patrocinadas por mandatário, a apresentação da peça a juízo é
efetuada por via eletrónica – art 144/1
Art 5 Portaria
Entrada em juízo
Existe uma exCeção àquela regra (nº1) – no caso de justo impedimento (art 144/8) – para
justificar o uso de via não eletrónica.
Entrada em juízo
Mas sempre que se trate de causa que não imponha a constituição de mandatários e, a parte
não se encontre patrocinada existem outras formas possíveis de apresentação das peças
processuais – art 144/7, alíneas…
Mas art 148/1, se apresentadas nos termos das alíneas a) e b), seja, por entrega na secretaria
judicial ou por remessa pelo correio, terão de ser apresentados em duplicado, tantos quantos
os necessários para a realização das citações ou notificações, assim como dos documentos
apresentados.
Distribuição
Ato pelo qual se reparte o serviço judicial de forma igualitária, se designa o juízo e o tribunal
em que a ação há de correr termos, art 203 e ss
Articulado principal
Articulado do processo
Sem petição inicial o processo não chega sequer a existir, mas já poderá existir, sem os
demais articulados.
Al a)
Al b)
26-11-19
Petição inicial
Cabeçalho ou introito
É a parte em que é designado o tribunal onde a ação é proposta (552/1, a) 1ªa parte)
o que subentende já a eleição do tribunal competente para julgar a causa.
Identificam-se as partes, pelo nome, domicílio ou sedes, e , obrigatoriamente, no que
respeita o autor, indica-se o NIF e CC e , sempre que possível, quanto aos demais – art
552/1, a) 2ª parte.
Indica-se a forma do processo – al c).
É essencial indicar o estado civil das partes – sobretudo para as ações a que se refere o art 34.
Se a parte for solteira deve indicar-se se é ou não maior, pois, não o sendo, podem levantar-
se questões ao nível da sua capacidade judiciária.
Narração
É a parte da petição inicial em que o autor expõe os factos e as razões de direito que servem
de fundamento à ação.
Art 552/1, d) … indica como requisito da petição inicial a exposição dos factos
essenciais que constituem a causa de pedir.
Ex: se fosse uma ação de despejo tinha de vir invocar o contrato de arrendamento numa
determinada data, falar do imóvel, dizer o que aconteceu para se desencadear uma ação de
despejo(invocar a factualidade do imcumprimento.**
1º Os autores são donos legítimos proprietários da fração autónoma designada pela letra “M”, que integram o prédio urbano em regime de
propriedade horizontal, sito em -------, Vila Nova de Gaia, descrito na 1ª Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Gaia, sob o nº
----/20001115 e inscrito na respetiva matriz predial sob o art --- (doc 1 e 2 que ora se juntam e aqui se dão por integralmente reproduzidos).
2ºPor contrato reduzido a escrito, celebrado em 02-01-2018, os autores, enquanto senhorios, deram de arrendamento à primeira ré, enquanto
arrendatária e à segunda ré, enquanto fiadora, a fração identificada no artigo 1º desta petição (doc 3 que ora se junta e se dá por integralmente
reproduzido).
3º Assim, se a segunda ré para garantia integral cumprimento do clausulado no referido contrato e, concludentemente pelas obrigações dele
emergentes para a primeira ré, constitui-se como fiadora e principal pagadora, com expressa renúncia ao benefício da excussão prévia, perante
os aqui autores (citado doc 3 cfr. Cláusula quarta do contrato de arrendamento)
4º Essa declaração de renúncia ao benefício da excussão prévia tem como consequência jurídica que a segunda ré se torne responsável, em
termos solidários, pelo pagamento das dívidas decorrentes do incumprimento do contrato de arrendamento, em causa nos autos.
5º No referido contrato ficou estipulada a renda anual de 7800€ (sete mil e oitocentos euros) pagável em duodécimos de 650€ (seiscentos e
cinquenta euros), até ao primeiro dia do mês anterior àquele a que disser respeito.
6ºO arrendamento teve início em 02-01-2018 e encontra-se, atualmente, em vigor ocupando a primeira ré a fração autónoma dada de
arrendamento.
7º Sucede que, deixou a primeira ré proceder ao pagamento das rendas devidas, desde o mês de janeiro inclusive, e até hoje, encontrando-se,
assim, vencidos e não pagos onze meses de renda, o que totaliza a importância de 7150€.
8º Importância essa que, não obstante as diversas interpelações que os autores dirigiram, por intermédio de mandatário, à primeira ré e também
à 2ª ré para que procedessem ao pagamento, até hoje, não foi paga (doc 4, 5 e 6 que ora se juntam e aqui se dão integralmente reproduzidos)
10º A falta de pagamento de renda no tempo e lugar próprios, bem como a ausência de depósitos liberatórios, confere aos aqui autores o direito
de exigir a resolução de arrendamento, nos termos do disposto no nº1 e 3 do artigo 1083º do CC, o que fazem por meio da presente ação de
Despejo, prevista no artigo 14º, nº1 do NRAU.
11º Bem assim, como o direito de peticionar o pagamento das rendas vencidas e não pagas, que nesta data, ascende ao montante de 7150€ e as
vincendas até entrega real e efetiva do arrendado, bem como juros de mora calculados à taxa legal, que até hoje se cifram em (----€ o que tudo
perfaz a importância de -----€ (…))
Conclusão
É a parte da petição inicial em que o autor formula o pedido, ou seja, a tutela jurídica que
pretende obter – art 552/1 al. e)
572 d) – réu(contestação)
Apresentação IMP
O rol de testemunhas e outros meios de prova são apresentados logo com os
articulados.
Os documentos são juntos com os articulados.
o Mas poderão ainda ser apresentados até 20 dias antes da data em que se
realize a audiência final, sendo a parte condenada em multa, se não provar
que não os pôde oferecer com o articulado;
o Só muito excecionalmente podem ser oferecidas após essa data.
Art 423/1/2/3 (já saiu em exame este artigo)
423 nº2 – exceção – podem ser juntos ate 20 dias antes da audiência final
Nota do telemóvel: Vamos supor que a audiência final esta agendada para diz 12-12-19
suponham que aqui nesta ação de despejo que falámos, a autora se esqueceu de juntar aos
documentos o contrato de arrendamento, achando-se agendada para dia 12-12 e sendo hoje
dia 25-11 a autora ainda pode juntar esse documento em falta? Não porque nem sequer é um
documento posterior portanto seria difícil. A situação do 423 so se aplicar-se ia numa situação
muito excecional , e neste caso não era excecional porque o contrato de arrendamento era
possível até áquele momento se ela quisesse portanto não se aplica este artigo (porque toda a
gente num contrato de arrendamento tem os papeis sobre isso ex: o contrato entre mim e o
senhorio )**
Os documentos a regra é que tÊm de ser juntos no articulado onde são alegados os factos art
423 nº1, contudo ainda há ainda a possibilidade a partir do art 423 nº2 até 20 dias antes da
audiência final apresentarem-os ,contudo podem ser condenados em multa. Fora estes
momentos só muito excecionalmente, com prova de que não pôde ou então que só são
necessários por força de uma circunstância posterior, por exemplo um documento
indispensável para se dar a decisão sobre aquela ação ***
Alteração
O requerimento probatório, apresentado nos articulados, pode ser alterado (598/1):
Art 598 nº1 – requerimento probatório engloba todo o tipo de provas - pode ser alterado até
á audiência prévia
Art 598 nº2 – o rol de testemunhas é o único tipo de prova que pode até 20 dias antes da
audiência final.
28-11-19
Petição Inicial
Pedidos alternativos
Pedidos subsidiários
Cumulação de pedidos
Pedidos genéricos
E não só formular um único pedido.
PEDIDOS ALTERNATIVOS
– A lei admite que o autor, em certas circunstâncias, não se limite a formular um pedido fixo
(quando pede só determinada prestação) – art 553/1.
Esta modalidade de pedido ocorre quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder
cumprir a obrigação de mais de um modo. Nestes, as pretensões equivalem-se juridicamente.
Ex: o autor peticiona a condenação do réu no cumprimento do contrato ou, caso o tribunal
não julgue este pedido procedente, na restituição da coisa prestada por nulidade do contrato,
fundamentado em falta de forma legal.
**o autor formula o pedido subsidiário quando tem duvidas quanto ao êxito do primeiro
pedido.
A pessoa quer ver o 1ºpedido cumprido, caso não se cumpra pede um pedido
subsidiário(2ºpedido).
1º o autor quer ver julgado procedente o 1ºpedido, só se não for aceite tendo a pessoa já
desconfiado que o 1º pedido não ia ser procedente, então o autor faz um 2º pedido para não
perder tudo
O pedido subsidiário só vai ser conhecido se o 1º pedido não for procedente (se for indeferido).
Se formular um só pedido e a ação vier a ser julgada improcedente terá de propor nova ação,
formulando então o outro pedido.
Art 554/1
Nos pedidos alternativos – o réu tem a faculdade de escolher uma das prestações ou um
dos pedidos.
Nos pedidos subsidiários não depende da vontade do réu a procedência duma ou doutra
pretensão – o pedido subsidiário é formulado somente para a hipótese de o tribunal não
acolher o pedido principal.
Notas do telemóvel : a stora disse era uma bela de uma pergunta para o exame
144nº1 e 144 nº8 - a secretaria só já poderá recusar quando a parte apresentar a petição em
suporte de papel que é única e exclusivamente nos casos: do art 144 nº8 e 7 porque nos demais não
é possível, dai se falar na recusa virtual, pq é o próprio sistema que faz a recusa e não a secretaria.
Quais os únicos casos em que a secretaria pode fazer a recusa? 144 nº7 nos só vamos ter a
secretaria a efetuar a recusa se foi a petição inicial apresentada em suporte de papel, o que só é
possível se não tiver mandatário se não tiver patrocinio judiciário, ou seja nas açoes que não
necessitem de patrocinio judiciário.
Se assim não for e a ação tiver patrocinio judiciário já temos de dar a entrada via eletrónica , e então
quer dizer que efetivamente é como que uma recusa só virtual pq só recusa a secretaria quando a
própria parte apresentar em suporte de papel, só é possível se não se achar patrocinada a parte
Do despacho que confirme o não recebimento (e não do que revogue) cabe sempre recurso
para o tribunal da Relação – art 559/2.
Oficialidade da Citação
Em regra, a citação do réu não é ordenada pelo juiz, incumbindo à secretaria promovê-la
oficiosamente, logo, sem necessidade de prévio despacho – arts 226/1 e 562.
**226 nº2 – haja de alguma maneira algum contributo da citação por parte do autor
O processo com a petição inicial é concluso ao juiz que a ordenará se for o caso disso.
Citação do Réu
A citação é o ato, em rega praticado pela secretaria, pelo qual se dá conhecimento ao réu de
que foi proposta contra ele determinada ação e se chama ao processo para, querendo, exercer
o seu direito de defesa – art 219/1
É também pela citação que se chama pela primeira vez ao processo alguma pessoa
interessada na causa (Ex: intervenção provocada de terceiros) – art 319/1
**citação do reu- o ato que se vai dar conhecimento ao réu que contra ele for efetuada uma
ação. É pela citação que se chama pela 1º vez alguém que esteja interessado na causa -
intervenção de terceiros -art 219 nº1***
Citação do Réu
O ato de citação implica a remessa ao citando do duplicado da petição inicial e cópia
dos documentos que a acompanhem.
O citando deve ser advertido de que fica citado para a ação, sendo indicado o tribunal,
o juízo … onde corre o processo – art 227/1
Será ainda advertido do prazo dentro do qual pode oferecer a defesa, a
obrigatoriedade (ou não) do patrocínio judiciário e as cominações em que incorre no
caso de revelia, seja, as consequências que sofre se não apresentar a sua defesa – art
227/2
**citação – chamar pela 1º vez alguém ao processo(só se cita uma vez) dps a partir daí o réu é
notificado sobre as coisas
Decorridos mais de 30 dias sem que a citação se mostre efetuada, o processo será concluso
ao juiz, com a informação das diligências efetuadas e das razões de não realização do ato – art
226/3
Há assim um controlo por parte do juiz para que a situação se não arraste indefinidamente.
O juiz deverá ordenar as diligências que lhe pareçam oportunas com vista à citação.
Modalidades da citação
A citação pode ser pessoal ou Edital – art 225/1
Modalidade da citação –
Art 225/2
A CITAÇÃO EDITAL – art 225/6 ocorre quando o citando se encontre em parte incerta (art
236 e 240) ou quando sejam incertas as pessoas a citar ao abrigo do art 243.
** o réu é citado quando assina o aviso de receção – art 230 mesmo que a pessoa que a assine não seja o
réu mas outra pessoa da família.
Quem assina é outra pessoa e não o citando, este art 233 é uma advertência pq envia ao réu outra vez para
ele saber que foi mesmo citado pq se foi outra pessoa da família que assinou ele pode ainda nem saber que
já foi citado.**
**efeitos adjetivos ou
processuais – 260,
Caso seja determinada pelo juiz, as diligências necessárias à sua realização têm prioridade
sobre as demais.
02-12-19
PRAZOS
Regra geral – os atos devem ser praticados dentro do prazo fixado pela lei processual.
Prazos Supletivos
Art 149/1 – quando a lei não fixar prazo nem for determinado pelo Juiz – o prazo é de
10 dias.
*regra geral 10 dias, se o juiz não fixar o prazo usamos este
Modalidades
PRAZO PERENTÓRIO – é o período de tempo dentro do qual um ato pode ser realizado.
O seu decurso extingue o direito de praticar o ato – art 139/1 e 3
PRAZO DILATÓRIO – é o prazo a partir do qual o prazo perentório é contado – art 139/1 e 2
É uma adição ao prazo perentório.
**independentemente do justo impedimento, o réu pode contestar apos os 30 dias que tem,
tem +3 dias uteis, pagando multa- art 139 nº5
Prazo dilatório seguido de prazo perentório, conta-se como um só prazo – art 142.
5 dias
a) Citação realizada em pessoa diversa do réu
b) Citação fora da comarca onde pende a ação.
Dilação de 10 dias [ a) + b) ]
Dilação de 15 dias
Regiões autónomas quando a ação corra no continente ou vice-versa
Dilação de 30 dias
o Citado para a causa no estrangeiro
o Citação edital
Regras de contagem de prazos
**279 c) CC temos de o decorar
Não se inclui o dia em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr –
279/ al. b) CC
*não se inclui o dia em que ocorre, o prazo so comeca a contar amanha se eu for
citada hoje.
a contagem do prazo é continuo conta-se os dias corridos, incluindo sábados domingos
e feriados. O prazo processual só para durante as férias judiciais.**
O prazo que termine em sábado, domingo ou dia feriado transfere-se para o 1º dia útil
– art 279/ e) CC e 138/2
São contínuos – incluem sábados, domingos e feriados
Suspendem nas férias judiciais, exceto se for prazo igual ou superior a 6 meses e de
processos urgentes – art 138.
Artigo 28º(losj)
Férias Judiciais
As férias judiciais decorrem de 22 de dezembro a 3 de janeiro, domingo de Ramos à segunda
feira de páscoa, e de 16 de julho a 31 de agosto.
Se o ato foi praticado pela própria parte em processo que não importe a constituição
obrigatória de mandatário, a secretaria notifica-a para no prazo de 10 dias pagar a
multa – art 139/7
Se o ato foi praticado por mandatário, a multa deve ser paga prontamente, se não o
for, a secretaria notifica-o para pagar a multa, acrescida de uma penalização de 25%
do valor da multa – art 139/6
Se a ação tiver sido proposta contra vários RR, e o prazo para a defesa de cada um deles
termina em dias diferentes.
A citação de pessoas singulares pode ser pessoal ou edital art 225 nº1 e 6, neste caso estamos
perante uma citação pessoal que é o caso art 225 nº2 e pode ser feita pelas formas deste
artigo.
A citação foi feita por envio de carta registada com aviso de receção art 225 nº2 b) a qual sera
entregue apos a assinatura do aviso de receção ao citando ou a quem se encontra na
residência 228 nº2. A citação pessoal considera-se feita no dia em que se mostra assinado o AR
e tem-se efetuada na pessoa do próprio citando mesmo que aviso de receção seja assinado
por um terceiro art 230 nº1 então poderemos concluir que B se considerava citado no dia em
que assinou o AR isto é no dia 21-11-19.
O prazo dilatório difere para certo momento a possibilidade da realização de um ato ou então
a contagem de um outro prazo sendo o que se aplica neste caso concreto art 139 nº2 por se
verificar um prazo dilatório, o que ia acontecer era que o inicio da contagem do nosso prazo
perentório (no caso concreto é de 30 dias) iria ser portanto diferido.
no caso concreto o prazo perentório para contestar é de 30 dias a contar da citação art 569
nº1 mas neste caso a este prazo perentorio acresce o prazo dilatório por forca do art 245 nº1
a), assim temos 5 dias +30 dias que faz o total de 35 dias.
A contagem inicia-se nos termos do art 279 b) CC no dia seguin te ao da citação ou seja dia 22-
11-12, o prazo é continuo suspendendo-se contudo nas ferias judiciais art 28 losj. O prazo
suspenderse-á no dia 22 de dezembro até ao 3 de janeiro de 2020(correspondem ás férias
judiciais) , assim sendo o prazo de 35 dias começa a correr no dia 22 de novembro e termina
sem multa no dia 8 de janeiro de 2020, mas porque o ato nos termos do art 139 nº5 ainda
pode ser praticado dentro dos 3 primeiros dias uteis subsequentes ao termo do prazo, sendo
que a sua validade depende do pagamento imediato de uma multa, assim a contestação
poderia ser apresentada nos dias 9/10/13 de janeiro de 2020.
CASO PRÁTICO 2: Suponha agora que B reside em Aveiro, e foi citado para a ação
que corre termos no juízo local cível de Évora do tribunal judicial de Évora.
Diga se manteria a resposta á questão anterior, se não diga quando terminaria o
prazo para contestar.
R: No caso concreto o prazo não seria o mesmo que na resposta anterior não daria a mesma
resposta , porque neste caso o reu foi citado fora da área da comarca sede do tribunal onde
depende da ação, pelo que se acresce um novo prazo dilatório de 5 dias nos termos do art 245
nº1 b) e isto porque a dilação que resulta da a) do 245 nº1, acresce á que resulte do
estabelecido da b) do mesmo artigo por força do nº4 do 245. Assim no caso concreto o réu
beneficiava de uma dilação de 10 dias 5 da alínea a) +5 da alínea b) +os 30 dias dava um prazo
geral de 40 dias, o prazo conta-se nos termos do art 142 como um prazo único , um prazo
inicia-se na mesma no dia seguinte ao da citação dia 21 mas também susoende durante as
ferias e o que iria acontecer é que os 40 dias iriam terminar no dia 13 de janeiro , é o termino
do prazo.
Mas porque o ato pode ser praticado dentro dos primeiros 3 dias uteis seguintes ao termo do
prazo neste caso o réu ainda poderia apresentar a sua contestação nos dias 16 /17/e 18 desde
que pagasse a multa art 139 nº5
Suponhamos que o prazo terminava dia 11, até quando seria possível praticar o ato?
R: terminando em dia que os tribunais estejam encerrados o prazo passa para o dia útil
seguinte ou seja, em vez de dia 11 sabado terminaria então o prazo na segunda feira
dia 13, este é o términos art 138 nº2( ex:o termo que era num sábado passa a ser
termo segunda, o termo que seja domingo passa a ser termo segunda) .
E os 3 dias uteis com multa seriam terça quarta e quinta art 139 nº5.
CONTESTAÇÃO
Articulado normal
É a peça escrita através da qual o réu responde à petição inicial e se defende da pretensão aí
formulada pelo autor.
É o segundo articulado
Em termos formais tem um conteúdo idêntico à petição inicial – aqui se distinguem
três partes cabeçalho, narração e conclusão.
Tem de ser apresentada no prazo de 30 dias… art 569
*já a alínea d) e e) do art 558 não são obrigatórias, a falta destas não são fundamento para a
recusa , aqui não é obrigatório indicar a forma de processo. Na petição inicial já é obrigatório
Nega frontalmente os factos articulados pelo autor (defesa por impugnação de facto)
Ou
Sem negar a realidade desses factos, contradiz o efeito jurídico que o autor deles
pretende extrair (defesa por impugnação de direito)
Impugnação dos factos (divergência entre o autor e réu situa-se no âmbito dos
factos) ou
Impugnação de direito (aceita os factos, mas diverge quanto ao tratamento jurídico
que o autor pretende dar aos factos relatados/ os factos existem mas não levam
áquela consequência jurídica).
Impugnação de direito - aqui os factos são aceites, baseia-se no efeito jurídico que é
pretendido pelo autor é isso que vai ser impugnado.
Quer uma, quer outra, pressupõe a alegação de FACTOS NOVOS por parte do réu, factos
diferentes daqueles que servem de fundamento à petição.
Quando o réu alega factos que obstam à apreciação do mérito da causa – serão suscetíveis de
gerar a sua absolvição da instância (ou a remessa do processo para outro tribunal).
Quando o réu invoca factos impeditivos, modificativos ou extintivos do efeito jurídico visado
pelo autor – serão suscetíveis de impedir, modificar ou extinguir o direito que o autor
pretende fazer valer com a propositura da ação, art 571/2, 2ª p
Art 571/2, 2ª p – a palavra exceção é usada em sentido geral de molde a abranger quer as
exceções dilatórias quer as perentórias.
Em função dos efeitos gerados por este meio defensional distingue-se entre a defesa por
exceção dilatória e a defesa por exceção perentória.
*exceção dilatória(576 nº2) – determina a absolvição da instância – art 571 nº2 2ºparte
(1ºparte da 2ºparte do artigo) e 576 nº2. São meios de defesa do réu
Exceção perentória(576 nº3) – o réu não nega os factos ditos pelo autor - art 571 nº2 2ºparte
(2ºparte da 2ºparte do artigo)**
As exceções dilatórias são de conhecimento oficioso pelo tribunal (art 578) salvo…
a absolvição da instancia é nas exceções dilatórias porque nestas a violação dos PP origina exceções
dilatórias que impedem o juiz de conhecer do fundo da questão e o processo termina ali porque ele
não pode avançar e mais numa fase ainda embrionária ,não há julgamento da causa, ele não vai mais
além.
Nas exceções perentórias não é assim aqui ele vai conhecer e vai saber se o direito do autor se
constituiu ou não se se vai modificar se se vai extinguir, mas para isso ele tem de conhecer do fundo
da questão, ele tem de decidir o processo, tem de haver a produção de prova e o juiz tem de decidir e
então ai com essa tomada de decisão é que ele vai saber se existe ou não o direito do autor. Estas
exceções perentórias originam a improcedência total ou parcial do pedido aqui falamos já no pedido.
Se está a afetar o pedido na totalidade há-de ser improcedência total se só o está a afetar em parte
será improcedência parcial.
Vamos imaginar que o réu vem e defende-se dizendo que já pagou metade da divida ele so vai ser
obrigado a pagar a outra metade por isso não improcede todo o pedido, é só parcialmente.- exceção
perentória modificativa
Agora se ele dizer que já pagou tudo aí sim procede o pedido na totalidade – exceção perentória
extintiva
Defesa por Exceção Perentória
O réu traz ao processo factos novos que se revelam:
EXTINTIVOS – fazem extinguir o Direito, os factos novos destroem o efeito jurídico feito pelo
autor. Verificam-se todos os pressupostos de factos para poder preencher a norma que o
autor invoca, só que surgem circunstancias que o tornam impedido, não se produz o efeito
jurídico desejado pelo autor.**
Ex: Caducidade – art 298/2cc; dação em cumprimento – art 837cc; compensação – art 847cc;
confissão – art 868cc; consignação em depósito – art 846cc; prescrição – art 298/1cc e o
cumprimento da obrigação – art 762/1cc
Ex: Erro na declaração – art 247cc; dolo – art 253/1 e 254cc; incapacidade acidental – art
257cc; erro sobre a pessoa ou o objeto do negócio – art 251cc; nulidade do negócio – art 240 e
280cc
Às exceções Perentórias Modificativas são aquelas cuja verificação implica a
modificação da pretensão invocada pelo autor, alterando o objeto da ação.
Ex: Não cumprimento do contrato – art 428cc; a condição suspensiva – art 270cc;
modificação oposta a pedido de resolução do contrato com fundamento em alteração
anormal das circunstâncias – art 437/2cc
A sua procedência pode ser Total ou Parcial – visto que pode atingir de diferente forma o
direito material invocado pelo autor.
Ex: se o réu invoca que o autor lhe havia perdoado 1/4 do montante da dívida (remissão), se
for julgada procedente, ele será apenas absolvido parcialmente do pedido e condenado na
parte restante.
Mas, se alegar que já pagou a totalidade da dívida, a ser julgada procedente, a absolvição do
pedido será total.
Significa que o réu deve incluir na sua peça processual todos os meios de defesa de que
dispõe, seja ela a defesa direta (impugnação), seja a defesa indireta (exceções dilatórias e
perentórias).
Impõe ao réu o dever de concentrar na contestação todos os seus argumentos defensionais,
independentemente da sua natureza e efeitos.
Assegura, ao mesmo tempo, um sistema de “jogo franco e leal”, pois o réu não poderá
guardar argumentos, sejam eles de direito ou de facto, para mais tarde usar.
Se os factos em que o réu apoia a sua defesa ou a sua oposição não forem invocados no prazo
para a apresentação da contestação, o tribunal não vai poder atender a tais factos – se o fizer,
haverá excesso de pronúncia, o que gera a nulidade da sentença – art 615/1 al.d), in fine.
2. DEFESA DIFERIDA – art 573/2 – é a que pode ser deduzida após a apresentação da
contestação e tem três modalidades:
Defesa autorizada por lei – são os meios defensionais cuja dedução após a
contestação a lei expressamente admite. Ex: incompetência absoluta (art 97/2); a
declaração de impedimento do juiz (art 116/1)
Defesa oficiosa – integram-se aqui todos aqueles meios defensionais de que o tribunal
pode conhecer oficiosamente – art 608/2.
Ónus de impugnação
É o outro Princípio a ter em conta na defesa do réu – art 574/1… trata-se aqui de um ónus de
impugnar os factos constantes da petição.
O réu não pode ter uma atitude passiva (não se pronunciando sobre os factos articulados
pelo autor), pelo contrário deve tomar uma posição clara, frontal e categórica sobre os factos
alegados pelo autor.
**ónus que recai sobre o réu e ele tem de impugnar os factos constantes da petição inicial
Se o réu não tomar posição sobre os factos, entende-se que os admite – art 574/2 1ªp – por
acordo (confissão tácita), o que conduzirá a que os mesmo sejam tidos como assentes e
provados.
Esta admissão dispensa o autor da prova de facto, pois esse facto nunca será um facto
controvertido.
**574 nº2 – aceitam-se como se fossem impugnados pelo reu os factos do 574 nº2 que por
certas razoes não foram impugnados diretamente, mas que o legislador admite como se
tivessem sido impugnados pelo réu.**
R: o RÉU C está a trazer novos factos ao processo , este não está a negar os factos alegados pelo autor logo
não esta a fazer a tal impugnação frontal, ele não esta a contradizer nenhum efeito jurídico.
Partimos para uma defesa por exceção sendo esta uma exceção perentória porque ele não nega a realidade
dos factos , o reu vem defender-se por exceção porque ele não nega a realidade fáctica que é apresentada
pelo autor nem contraria o efeito juiridico pretendido pelo autor, mas sim faz chegar ao processo novos factos
, ele invocou o facto extintivo quer dizer que o direito constitui-se so que o reu com os factos novos veio
destruir o efeito que é resultante do preenchimento da norma. Ou seja á de facto um contrato de mutuo,
findo o prazo do contrato de mutuo o autor tinha o direito á restituição do valor mas o reu vem dizer que já
pagou portanto o direito efetivamente constitui-se mas o que acontece é que através da invocação do
pagamento é então um facto nulo que faz extinguir o direito do autor. Ou seja estamos perante uma exceção
perentória extintiva .
09-12-19
Reconvenção
*na reconvenção o réu não se basta por exceção perentória ele vai muito mais além.*
A esta faculdade jurídica a lei chama Reconvenção – através do qual o réu exercita o seu
direito de ação contra o autor.
O réu pretende, desta maneira, obter um benefício económico que não se traduz na mera
extinção, modificação ou impedimento da pretensão do autor.
Ex: se o Autor pedir a condenação do Réu no pagamento de uma obrigação pecuniária, o Réu
pode invocar a anulabilidade ou a nulidade do contrato e pedir, em reconvenção, a restituição
das quantias que, entretanto, já tinha prestado, como princípio de pagamento.
Com efeito, trata-se de uma contra pretensão, embora sendo um pedido autónomo,
tem de ter certa compatibilidade com a causa de pedir do autor, ou no qual o réu
estriba a sua defesa em relação a essa causa de pedir.
No 266 a) há dois fundamentos uma coisa é se o fundamento for na causa de pedir do autor
outra coisa é fundamento ser no facto juridico que serve de fundamento á defesa do réu.**
**Quando estamos a falar no valor da causa quando falamos em contestação o réu não tem de indicar valor é uma
das situações em que não leva á recusa pela secretaria da contestação art 572.
Mas se o réu indicar pedido reconvencional aí sim é obrigado a dar um valor á reconvenção(o pedido
reconvencional é uma ação metida na outra) então tem de indicar valor
-Se o reu quiser impugnar o valor que foi atribuído á ação pelo autor não concordando com ele exemplo um prédio
que esta nas finanças valor patrimonial 10000€ e o autor lembra-se de pedir por esse prédio 200000€, o reu diz
não, o prédio não tem aquele valor então vai impugnar esse valor neste caso o réu tem de indicar um valor porque
está a impugnar o valor que foi apresentado pelo autor art 305 nº1
-A outra situação é quando formula um pedido reconvencional, a reconvenção tem de ter indicação do valor **
VALOR DA RECONVENÇÃO
Neste caso o Réu tem de indicar o valor da Reconvenção – art 583/2, pois é uma pretensão
autónoma que corresponde a uma ação própria.
O Art 296/1 determina que a toda a causa deve ser atribuído um valor certo.
Pretendendo o réu alegar exceções e impugnar – deverá por uma questão de organização –
iniciar pela alegação das exceções dilatórias – pois a sua procedência inibe o juiz de conhecer o
mérito da causa.
Isto porque ao impugnar o Réu contraria a tese do Autor – não a aceitando – no todo ou em
parte – repudiando os factos com base nos quais o Autor formulou o seu pedido.
Já a defesa por exceção perentória tem outro conteúdo – embora admita os factos
apresentados pelo Autor, o Réu lança mão de outras (novos) factos que têm por consequência
impedir, modificar ou extinguir o efeito jurídico pretendido pelo autor.
**A RECONVENSAO VAI SAIR EM EXAME a prof disse que já não saia há muito tempo
Réplica
É o terceiro articulado do Processo Declarativo Comum, pelo qual o Autor pode
responder À contestação/reconvenção do Réu
É apresentada pelo autor, o que quer dizer que o Autor tem dois momentos para se
pronunciar, enquanto o Réu tem apenas um.
*só nas situações do art 584 é que pode haver réplica , só em matéria de reconvenção.*
A réplica justifica-se pelo respeito pelo princípio de igualdade das partes e pelo princípio do
contraditório – art 3 e 415.
Revelia
*esta figura aparece quando o reu não contesta -art566
Revelia do Réu
Uma vez citado o réu, tanto pode contestar a ação como não contestar.
Absoluta
Relativa
Revelia Absoluta
Quando além, de não deduzir a oposição, o réu não constitui mandatário nem intervém de
qualquer forma no processo – art 566/1º parte.
Neste caso – o juiz tem de apurar se a citação respeitou todas as formalidades legais e
promover a sua repetição se constatar irregularidades, antes de fazer funcionar qualquer
cominação para a revelia – art 566/2º parte.
*acontece quando o réu não deduziu oposição, não constituiu mandatário, nem interviu no
processo.
O tribunal manda outra vez a citação ao réu para prevenir que o réu não tenha recebido a
primeira citação.**
Revelia relativa
Quando o réu embora não contestando, constitui mandatário no processo ou intervém de
algum modo na ação( ex: escolhe o domicilio para receber as notificações ou pratica em juízo
qualquer outro ato processual).
Revelia Operante
Revelia Inoperante
Revelia operante
A revelia operante tem por resultado a confissão dos factos articulados pelo autor – art
567/1…
Essa omissão do réu, provoca a chamada confissão tácita – não depende de qualquer
declaração nesse sentido.
Se o réu não contestar – consideram-se confessados os factos alegados pelo autor, o que, por
certo, originará a procedência da ação;
Diz-se, por certo, pois o juiz continua a poder julgar de direito e este julgamento tanto
pode conduzir à procedência da ação como não.
´
*O 567 é outra situação de confissão tácita
567 nº1- revelia operante, vão ser considerados confessados os factos ditos pelo autor, sendo que assim o autor já
não terá de produzir prova deles
apesar de a matéria estar provada o juiz ainda tem de julgar sobre a matéria de direito.
O autor não carece de provar não vai ter de haver a fase da instrução.
Art 567/2
***Já saiu em exame – suponha que o reu não contestou? Indique as consequências
Revelia Inoperante
Apesar de o réu não ter contestado, não se consideram confessados os factos articulados
pelo autor na petição inicial.
E porque se não consideram confessados os factos articulados na petição inicial, o autor não
está desobrigado da prova dos fundamentos tácticos da ação.
*o reu não contestou mas não vai haver produção de efeitos nenhuns
Apesar de o reu não ter contestado, os factos não se consideram confessados como na revelia
operante
Embora o reu não tenha contestado, o autor vai ter de fazer na mesma produção de prova
b) … quando recaía sobre matéria para a qual o réu careça de capacidade jurídica (1ª p, al b))
… porque não há certeza de e que o réu tenha tido efetivo conhecimento da ação – o
legislador entendeu não o sujeitar ao regime da revelia operante (2ªp, al b))
Vamos imaginar que autor A intenta ação contra - B contesta
-C nao contesta
-D não contesta
Imaginemos que temos 20 artigos na nossa contestação, ele contestou impugnou o art 1 a 15 e do 16 a 20 não
impugnou, neste caso continuo a dizer que é uma revelia inoperante?
É inoperante relativamente ao art 1 a 15 que é o mesmo que dizer relativamente aos factos que o contestante
impugnou é o que diz no art 568 nº1
Relativamente aos art 16 a 20 ele não impugnou então vamos ter uma revelia operante
Vamos imaginar por exemplo que este contestante o B contesta e diz eu sou parte ilegítima porque falta aqui
alguém na ação e não diz mais nada só invoca a exceção dilatória , esta revelia é operante, porque isto da
ilegitimidade só lhe aproiveita a ele , o resto C e D não impugnou se não impugnaram é operante por causa da ultima
parte do 569 a) a estes (C e D) só vai aproveitar o que este A que contestou impugnar , portantos aos outros (C e D)
só aproveita e portanto só aí é que falamos numa revelia inoperante os factos que aquele A impugnou, já os que A
não impugnou vamos para o art 574 nº1 e 2 que é a não impugnação especifica.
R: teríamos de falar das duas modalidades de contestação defesa sendo qye pode
assumir a veste de defesa por impugnação ou defesa por exceção sendo a exceção pode
ser dilatória ou perentória, e neste caso concreto uma vez que a Cveio dizer ou veio
alegar que já tinha procedido ao pagamento da importância mutuada ela defende-se por
exceção é a primeira coisa a identificar. Exceção 571 nº2 2ºparte porque ela não nega a
realidade dos factos invocados pelo autor nem contraria o efeito jurídico pelo autor,
então ela trás novos factos ao processo que provocam no caso concreto a extinçao do
direito que se arrogam os autores quer dizer que o autor não vai poder tirar proveito
desse direito , por isso é que estamos a falar de uma exceção perentória extintiva. A
consequência se a ação for julgada procedente determinaria á da ré do total do pedido.
Também não estaria mal se disséssemos logo ao inicio da resposta que também se esta a
defender por impugnação de facto
3- Suponha ainda que nessa sede C alegou que A e B lhe devem a importância de
15000€ referente a um credito constituído acerca de 5 anos, assim pretende ver
uprada a compensação dos créditos que A e B lhe paguem a diferença.
R:Sempre que virmos o réu a pedir a compensação ou que lhe paguem estamos sempre
perante uma contestação reconvenção
Estamos perante um pedido da ré em direção aos autores portanto
Quando ele diz compensação e paguem-me a diferença isto é um pedido se há um
pedido estamos com uma reconvenção.
Falávamos na contestação reconvenção portanto neste caso seria esta a modalidade art
583 e 266 é neste artigo que temos de ver se cabe ou não cabe a reconvenção e temos de
escolher uma alínea neste caso seria 266 nº2 c) porque no caso concreto estamos a falar
do reconhecimento de um crédito.
A reconvensão tem de ser identificada de forma expressa art 583 nº1
Sendo que o réu deveria expor os factos essenciais que constituem a causa de pedir e as
razoes de direito que servem de fundamento á ação art 552 nº1 d)
4- Por fim C alegou ainda a nulidade do contrato celebrado por falta de forma.
Pronuncie-se sobre as modalidades de defesa apresentadas por C e determine os
seus efeitos
R:
Ele não esta a negar os factos ele está a admitir mas ele requer a nulidade do negócio art
240 e 280 CC
estamos perante uma defesa por exceção perentória modificativa art 571 nº2 2ºparte
modificativa porque altera o direito , porque a ré quer que um contrato que é valido
passe a ser nulo , sendo assim isto implica a modificação da pretensão invocada pelo
autor alterando o objeto da ação. Se a ação for julgada procedente a pretensão originária
do autor modifica-se.
Fase Intermédia
Terminada a fase dos articulados – começa uma outra fase da ação
É, ainda, nesta ocasião que, em regra, o juiz faz a gestão inicial do processo – art 590.
Despacho pré-saneador
Audiência prévia
Despacho saneador
Despacho a identificar o objeto do litígio e a enunciar os temas da prova
Despacho a programar e agendar a audiência final
DESPACHO PRÉ-SANEADOR
Saneamento designa correção do que necessita de ser corrigido e a limpeza do que deve ser
eliminado do processo.
*É a correção daquilo que é necessário, vamos retirar do processo tudo aquilo que não é bom
e não tem interesse.
*o juiz tenta eliminar aquilo que possa dificultar o conhecimento do mérito da causa.
Despacho pré-saneador – art 590/2
Objetivos são:
A função atribuída ao juiz é, caso ocorra alguma exceção sanável, a de diligenciar pela
respetiva sanação. * se as exceções dilatórias forem supríveis, o juiz convida as partes a
corrigirem isto.
*Nestes dois casos(exemplos), constatamos que é ao juiz que cabe por fim a estas situações ,
ele retira todos os obstáculos para que se dei-e o normal procedimento.*
Assim, incumbe ao juiz providenciar para que seja desimpedido o caminho processual, por
forma a eliminar os obstáculos que poderiam impedir que a instância chegasse ao seu termo
normal, seja, ao conhecimento do mérito da causa e à prolação da Sentença.
Mas, nem sempre os vícios podem ser sanados por diligências direta do juiz.
A sanação, às vezes é dependente de ato a praticar pelas partes – devendo o juiz convidá-las
a praticar o ato que leva à sanação.
É o que sucede quando está em causa a modificação subjetiva da instância – art 6/2, p.final.
Ex: no caso de ilegitimidade plural, deve o juiz procurar a sanação, convidando a parte a
requer a intervenção da pessoa cuja falta determina a ilegitimidade, nos termos do art 316 e
ss, 261 e 34.
Sendo ilegítima a atuação do juiz que perante a falta de um pressuposto processual suscetível
de sanação ou a existência de uma exceção dilatória suprível, não diligencie pela sanação ou
pelo suprimento.
*Se o juiz não diligência pela sanação e pelo suprimento, dá-se a nulidade – art 195*
As irregularidades tanto podem consistir na falta de requisitos legais como na falta de junção
de documento essencial ou de que a lei faça depender o prosseguimento da causa.
*Ex: no caso de petição inicial se faltar a declaração do valor da causa , o juiz convida
as partes ao suprimento desta irregularidade, se as partes nada fizerem dá-se a
improcedência da petição.
O juiz profere despacho de convite ao aperfeiçoamento, por entender que foram omitidos
factos que deveriam ter sido articulados em face da estratégia que assumiu.
*590 nº4 – quando o autor conta a sua história fala-se de matéria de facto, e se lhe
faltarem dois ou três factos que sejam precisos para perceber a sua petição, então
dizem-se insuficientes e o juiz convida o autor a suprir estas precisões.
Articulados faticamente imprecisos – são aqueles cuja narração dos pontos de facto
suscita dúvidas, seja porque não é clara, seja porque é vaga, seja porque é incoerente.
O articulado apresentado dentro do prazo judicialmente fixado deve corrigir ou
completar o anterior – e só isso.
O convite ao aperfeiçoamento procura completar o que é insuficiente ou corrigir o que
é impreciso.
AUDIÊNCIA PRÉVIA
Momento mais marcante da ação declarativa.
*audiência feita entre o juiz e as partes , através de dialogo, se conseguir dar solução a
variadas questões. O objetivo é cooperarem entre si, uma aproximação das partes.
Visa que a atuação dos sujeitos processuais seja dominada pela oralidade e cooperação entre
todos.
Convocatória( pelo juiz) – art 591/2 – marcada por despacho, no qual são indicadas o objeto
e a finalidade.
Contudo, situações há em que a audiência prévia não se realiza, são elas as constantes das
alíneas a) e b) do art 592/1.
Al b) – nas situações em que no despacho saneador se irá por fim ao processo por se
considerar procedente uma exceção dilatória.
Se a audiência prévia se destinar apenas aos fins indicados nas alíneas d), e) e f) do 591/1.
Se assim for, o juiz tem 20 dias a partir do termo dos articulados para proferir:
Despacho saneador
Despacho a determinar a adequação formal, a simplificação ou a agilização processual
Despacho previsto no art 596/1
Despacho destinado a programar os atos a realizar na audiência final
Art 593/2 … mesmo se dispensada o juiz profere despacho em que se pronuncia sobre as
diligências a ter em conta.
A opção de dispensa não é definitiva – art 593/3 – as partes podem-se pretenderem reclamar
dos despachos – requerer, em 10 dias, a sua realização.
Art 593/3
É uma forma de tentar forçar o juiz a marcar a audiência prévia, pois se não a convocar, as
partes podem reclamar dos despachos, o que pode atrasar mais o processo.
*A tentativa de conciliação não é exclusiva da audiência prévia, dura durante todo o processo-
art 594**
Finalidade que deverá ser tida em conta não só na audiência prévia, mas ao longo do
processo e que consiste no empenho do juiz em que as partes alcancem um acordo.
Facultar às partes a discussão de facto e de direito, nos casos em que ao juiz cumpra apreciar
exceções dilatórias ou quando tencione conhecer imediatamente, no todo ou em parte, do
mérito da causa – art 591/1, b)
Quando o juiz efetua convocatória da audiência prévia, tem de dizer que pretende decidir o
mérito da ação ou as exceções dilatórias e convidar as partes a discutir, ou se achar que tem
todos os meios de prova para decidir, fazê-lo.
Neste caso, tem que dar possibilidade às partes de alegar de facto e direito. Não o fazer, seria
violar o contraditório.
*as partes alegam matéria de facto e de direito e se assim não fosse havia violação do
principio do contraditório.*
É ditado para ata, a não ser que em razão a complexidade das questões a resolver, o juiz
decida proferi-lo por escrito, suspendendo-se da audiência e fixando-se data para a sua
continuação – art 595/2
Quando a audiência apenas se destine a este fim, é permitido ao juiz dispensar a sua
realização – art 593/1
Possibilita ao juiz tomar decisões que permitam uma tramitação processual diferente da
prevista no CPC, tendo em conta as especificidades da causa e adaptar o conteúdo e a forma
dos atos processuais ao fim que visam atingir.
Se a audiência apenas se destinar a este fim, é possível ao juiz dispensar a sua realização – art
593/1.
18-12-19
Audiência Prévia
Proferir despacho saneador – art 591/1 d)
É ditado para ata, a não ser que em razão a complexidade das questões a resolver, o juiz
decida proferi-lo por escrito, suspendendo-se da audiência e fixando-se data para a sua
continuação – art 595/2
Quando a audiência apenas se destine a este fim, é permitido ao juiz dispensar a sua
realização – art 593/1
Possibilita ao juiz tomar decisões que permitam uma tramitação processual diferente do
prevista no CPC, tendo em conta as especificidades da causa e adaptar o conteúdo e a forma
dos atos processuais ao fim que visam atingir.
Se a audiência apenas se destinar a este fim, é possível ao juiz dispensar a sua realização – art
593/1.
Proferir, após debate, o despacho previsto no art 596/1 e decidir as reclamações deduzidas
epelas partes – art 591/1, f)
Elabora-se uma lista do que são os termos da prova – onde se incluem todos os factos não
provados ou controvertidos, deixando de fora o que já está provado.
*596- para esta lista vão todos os meios de prova que ainda não estão admitidos*
Os termos de prova são matérias que não estão provadas e que as partes alegaram nos seus
articulados e, que são importantes para a decisão da causa.
Os factos essenciais que não estão provados têm então de estar nos termos da prova.
É importante que os temas de prova sejam fixados na audiência prévia para permitir aos
mandatários preparar a audiência final.
Quando a audiência se destina somente a este fim, é possível ao juiz dispensar a sua
realização – art 593/1.
Se assim suceder, os temas de prova serão depois fixados no despacho saneador – art 593/2
al. c)
- Programar, após a audição dos mandatários, os atos a realizar na audiência final,
estabelecer o número de Sessões e a sua provável duração e designar as respetivas datas –
art 591/1 g)
O juiz designa de acordo com as partes presentes a data da audiência final, tendo em conta a
duração provável das diligências probatórias a efetuar.
Despacho Saneador
Despacho Saneador -art 595
É o Despacho a proferir em todas as ações de processo comum (exceto art 567 – ações
submetidas ao regime da revelia operante)
No fundo, pretende-se impedir que o processo prossiga sem que se mostrem regularizados
todos os aspetos formais.
Verificando-se que ocorre uma exceção dilatória (art 577) quando a falta ou a irregularidade
que a origine não possa ou não tenha sido sanada – o juiz profere a absolvição do réu da
instância.
Assim sucede, a menos que:
A lei determine a remessa do processo para outro tribunal (art 278/1e2)
Ou
Seja possível o conhecimento do mérito antecipado (art. 595/1, b) e a decisão deva ser
inteiramente favorável à parte cujo interesse o pressuposto se destina a tutelar.
Das nulidades processuais que o juiz pode conhecer se antes delas não se tiver apercebido,
contam-se:
Não havendo razões que impeçam o conhecimento do mérito da causa, importará determinar
se essa decisão poderá ser proferida no despacho saneador (fase intermédia do processo) ou
se a instância prossegue a fim de obter os elementos necessários a por termo, na sentença, ao
litígio.
O normal é que a ação prossiga, até porque neste momento só existem no processo os
articulados, assim o normal é que a matéria de facto se mostre controvertida, sendo
necessária a produção de prova que permita ao juiz formar convicção sobre os factos para a
resolução do litígio.
Há porem ações que reúnem condições para que a decisão final seja proferida em sede de
despacho saneador:
Ações em que a matéria de facto relevante já se acha provada no fim da fase inicial do
processo ( provados em virtude de confissão, admissão ou documento junto); o que
levará à procedência ou improcedência da ação, consoante os factos provados
preencham ou não a previsão da norma que alberga a causa de pedir ou a exceção
perentória, art 595/1 al. b)
Despacho a identificar o objeto de litígio e a enunciar os temas da prova
Inovação do CPC 2013
Temas da prova – haverá tantos temas da prova quantos os elementos integradores do tipo
ou tipos legais invocados na alegação das partes.
Os temas da prova são antes de mais matérias que o tribunal quer ver esclarecidas em
audiência uma vez que são importantes para a decisão da causa e, não estão provadas e as
partes alegaram-nas nos seus articulados.
Etapa final
*A audiência final em principio não pode ser adiada , só se adia nas situações do 603
nº1
Audiência Final
Na declaração de parte - já não é preciso que seja pedida pela outra parte, é a própria parte
que pede (autor ou reu).
Sentença
Encerrada a audiência final – o processo é concluso ao juiz para proferir sentença – prazo 30
dias – art 607 nº1
Estrutura da sentença:
Relatório – identifica as partes e o objeto do litígio e as questões que cumpre
solucionar.
Fundamentos – compreende a discriminação dos factos que o juiz considera
provados e o enquadramento jurídico desses factos.
Decisão – põe termo ao processo, julgando a ação procedente e condenando o
réu no pedido ou julgando a ação improcedente e absolvendo o réu do pedido.
O princípio do pedido tem consagração no art 3/1: “O tribunal não pode resolver o conflito
de interesses que a ação pressupõe sem que a resolução lhe seja pedida por uma das partes
(…)
É ao autor que incumbe definir a sua pretensão (pedido), requerendo ao tribunal o meio de
tutela jurisdicional adequado a satisfazê-la, o que fará na petição inicial – art 552/1 al. e).
Ora, é o pedido, assim formulado, que vinculará o tribunal quanto aos efeitos que pode
decretar a final; pois como dispõe o art 609/1 – a sentença não pode condenar em quantidade
superior ou em objeto diverso do que se pedir.
Assim a sentença, em termos de conteúdo, terá de cingir-se aos limites definidos pela
pretensão formulada na petição inicial.
E é esta vinculação do tribunal aos termos em que o pedido foi formulado, que caracteriza o
princípio do pedido, imposto por razões de certeza e segurança jurídicas.
A violação desta regra (caso o juiz condene em quantidade superior ou em objeto diverso do
pedido), determinará a nulidade da sentença, nos termos do estatuído no art 615/1 al. e).
ERROS DA SENTENÇA
A sentença tem como efeitos:
O caso julgado
Art 619, a decisão sobre a matéria controvertida fica a ter força obrigatória geral
dentro do processo e fora dele, nos limites do art 580 e 581.
A possibilidade de querer a execução da decisão judicial condenatória.
Instrução
*tem o seu inicio na fase dos articulados(contestação e petição inicial)
Mas acontece dentro da audiência final. Inicia-se pela indicação dos meios de prova, ou seja na
petição inicial e contestação porque se indica a prova logo nessa altura **
São esses temas que serão submetidos a prova na audiência final e não os simples factos
controvertidos.
Os temas da prova são antes de mais matérias que o tribunal quer ver esclarecidos em
audiência uma vez que são importantes para a decisão da causa e, não estão provados e as
partes alegaram-nas nos seus articulados.
A instrução – art 410 – tem por objetivo os temas da prova enunciados ou, quando não tenha
nada de haver lugar a esta enunciação, os factos necessitados de prova.
A lei faz referência aos temas da prova pois hoje não se procede à separação entre os factos
considerados assentes e os que devem ser incluídos na base instrutória para serem objeto de
prova.
Exemplos práticos:
Temas de prova
Alcance da prova
A prova serve para criar no espírito do juiz a convicção acerca da veracidade de cada um dos
factos – art 607/5
A prova não é uma certeza lógica, tende apenas, criar no espírito do julgador um estado de
convicção, assente na certeza relativa do facto.
Início da fase
A fase de instrução tem o seu início com a indicação dos meios de prova.
As provas terão de ser apresentadas com os articulados – finda, assim, a cisão entre o ónus de
alegação e o ónus de apresentação dos meios de prova.
Assim, os atos de instrução têm lugar antes do período de instrução do processo, no sentido
cronológico.
Para ver reconhecido um direito em juízo, aquele que o peticiona deverá sustentar a sua
pretensão, o que consegue se observar o ónus de alegação dos factos que constituem esse
direito (art 5/1).
Mas, esse direito só poderá ser reconhecido se os factos de que emerge forem comprovados
em juízo.
Já o direito probatório formal (de natureza adjetiva) – regula o modo como as provas devem
ser requeridas e o modo da produção em juízo.
Art 607/5 – consagra o princípio da livre convicção do julgador ao determinar que o juiz
aprecia livremente as provas segundo a sua prudente convicção acerca de cada facto.
Esta é a regra, o juiz procede ao julgamento da matéria de facto segundo a sua convicção
acerca de cada facto.
Aqui desempenha um papel importante a experiência enquanto referência que orienta o juiz
no desenvolvimento do raciocínio decisório.
Prova livre – significa que o julgador não está subordinado a regras ou critérios formais
estabelecidos na lei.
Apesar de a regra ser a da prova livre, também vigora a prova legal, isto é o valor de certos
meios de prova acha-se definido na lei.
Ex: valor probatório da assinatura de um documento pode ser posto em causa pela simples
impugnação da parte contrária, criando um estado de dúvida acerca da sua veracidade.
Prova plena – é a que cede – mas só cede perante a prova do contrário. A prova legar plena
só pode ser contrariada por meio de prova que mostre não ser verdadeiro o facto dela objeto
ou que ele não ocorreu (art 347 CC).
*só cede perante prova em contrario, aqui já tem de se mostrar que aquele facto não é
verdadeiro
Este é o regime que caracteriza as presunções legais ilidíveis (art 350/2 CC)
O mesmo sucede com os documentos autênticos, cuja força probatória apenas é ilidida com
base na sua falsidade (art 372 CC).
O documento autêntico faz prova plena da materialidade das declarações Prestadas – mas
não da sinceridade, veracidade ou validade das declarações emitidas pelo declarante, dado
que transcendem a área das perceções do documentador.
Ex: se numa escritura pública de compra e venda, o vendedor declara ao notário que já
recebeu o preço, aquele documento só faz prova plena de que aquele outorgante fez aquela
declaração negocial; não prova, porém, que tal afirmação corresponde à verdade.
Ex: presunção estabelecida no art 1260/3 CC – esta posse é sempre considerada de má fé,
ainda que seja titulada.
Pré constituídas
Constituendas
Provas pré constituídas – são as que já estão formadas antes do processo, seja, já existiam
antes de nascer a necessidade da sua apresentação.
Diz-se documento qualquer objeto elaborado pelo homem com o fim de reproduzir ou
representar uma pessoa, coisa ou facto – art 362 CC.
Art 423 e ss
Contudo, a lei permite que a parte a apresente até 20 dias antes da audiência final, com
multa, salvo se provar que não conseguiu oferecer a prova anteriormente – art 423/2
Após este limite temporal só são aceites os documentos cuja apresentação não tenha sido
possível até aquele momento, bem como aquele cuja apresentação se tenha tornado
necessária em virtude de ocorrência posterior – art 423/3.
Pode acontecer que se pretenda usar documento que esteja em poder da parte contrária.
Neste caso, a parte interessada requer para que a parte apresente o documento,
identificando-o tanto quanto possível e especificando os factos que com ele quer provar.
Se os factos tiverem interesse para a decisão, a parte contrária é então notificada para
apresentar o documento – art 429.
O mesmo acontece relativamente a documentos em poder de terceiro ( art 432 que remete
para o art 429)
Exemplo: por se tratar de documento centenário e temer o seu manuseamento por terceiro.
Neste caso não é obrigado a entregá-lo, mas tem de o facultar para ser fotografado ou
analisado judicialmente.
Documentos requisitados pelo tribunal – art 436/1
Quer por iniciativa própria, quer por requerimento das partes, o tribunal requisita
informações, pareceres técnicos…
Modalidades de confissão:
Judicial ou extrajudicial
Expressa ou tácita
Espontânea ou provocada
A confissão extrajudicial é feita por algum modo diferente de confissão judicial – art 335/2 e
4 CC.
A confissão judicial espontânea pode ser feita nos articulados ou em qualquer outro ato do
processo, firmado pela parte pessoalmente ou por procurador especialmente autorizado – art
356/1 CC
O depoimento de parte
As declarações de parte
O DEPOIMENTO DE PARTE
O depoimento de parte pode ser requerido ou oficiosamente determinado pelo tribunal – art
452
Cada uma das partes pode requerer não só o depoimento da parte contrária, mas também o
dos seus compartes – art 453/3
O depoimento de parte são factos desfavoráveis á parte que vai prestar a declaração (por
exemplo quando somos pequenos e acabamos por confessar a asneira que fizemos já sabemos
que daí vai nascer um castigo)*
Até À entrada em vigor do atual CPC a parte estava impedida de depor como parte.
O NCPC veio acrescentar a da prova por declarações de parte, prevendo que a própria parte
possa requerer a prestação do seu próprio depoimento.
AS DECLARAÇÕES DE PARTE
Podem incidir sobre factos favoráveis ou desfavoráveis, pelo que já faz sentido que a parte
possa solicitar a sua própria declaração de parte.
Assim, as declarações de parte, partem da iniciativa da parte que pretende depor (art 466/1).
Podem ser requeridas até ao início das alegações orais – art 466/1
*são factos em que ele interviu pessoalmente ou tenha conhecimento direto. EX: quando
falamos de contrato de compra e venda ou contrato de arrendamento quando por ele foi
assinado. Em perguntas dos meios de prova quando estiver em causa uma prova documental
Art 466/1 – cinge as declarações de parte de factos em que a parte tenha intervindo
pessoalmente ou de que tenha conhecimento direto
As declarações de parte só poderão se requeridas pela própria parte
As declarações de parte podem, art 466/1, ser requeridas até ao início das alegações
orais em 1ª instância.
As declarações de parte são livremente valoradas pelo juiz.
Pode haver depoimento de parte sem que haja confissão de qualquer facto
A prova pericial é levada ao processo, quer por impulso das partes, quer por impulso
do juiz, e tem lugar sempre que o julgador da causa não possui conhecimentos
especiais que lhe permitam julgar com certeza.
As partes e o juiz recorrem ao perito, por ser este quem detém esses conhecimentos e
vai auxiliar na perceção ou apreciação dos factos aos quais tem que se aplicar o
direito.
A prova pericial pode ser entendida como a forma de suprir os conhecimentos técnicos
necessários, que o juiz não possui, e que são cruciais para o apuramento da verdade e para a
decisão da causa.
Servindo para esclarecer que não está suficientemente claro para o julgador.
A prova pericial é a perceção, a análise, dos acontecimentos levados ao tribunal, por parte de
quem os pode, de facto, percecionar ou analisar, em virtude dos conhecimentos específicos
que detêm.
Prova pericial
É realizada por um ou mais peritos – a perícia é o resultado da perceção pelo perito de
quaisquer factos, quando não possa ser realizada diretamente pelo juiz, quer por carecer de
conhecimentos científicos para o efeito, quer pela necessidade de não ferir a sensibilidade das
pessoas, quando são estas o objeto de tal atividade.
Quando requerida pelas partes, estas têm de indicar de imediato o respetivo objeto, sob pena
de rejeição, enunciando as questões de facto que pretendam ver esclarecidas.
A perícia tem por finalidade auxiliar o julgador na perceção ou apreciação dos factos a que há
de aplicar o direito.
Tem por fim a perceção direta de factos pelo tribunal – art 390 CC
A inspeção é uma espécie de prova que confere ao decisor o contacto direto com o lugar, a
coisa ou a pessoa.
É um meio de prova em que a convicção do juiz se forma pela observação direta e pessoal
que o próprio faz.
Prova por inspeção judicial
É uma prova direta, porque a observação é feito pelo tribunal.
O que a diferencia de outras provas como a prova pericial, documental, testemunhal ou por
confissão.
As provas diretas põem o juiz em contacto imediato com o facto a provar, ao passo que, nas
provas indiretas, entre o juiz e o facto interpõe-se ou uma pessoa (prova por confissão, prova
testemunhal), ou uma coisa (prova por documento).
O juiz tem defronte de si um instrumento intermédio, uma pessoa ou uma coisa que lhe dá
unicamente a representação do facto.
A razão da sua existência é evitar a perda de tempo do juiz e de toda a comitiva que o
acompanha, e, assim, evitar acrescidas despesas, por virtude da realização da inspeção judicial.
*evita a perda de tempo por parte do juiz e ainda os custos de deslocação do tribunal. Em vez
de ir lá o juiz vai la alguém que foi nomeado pelo juiz sendo experiente para analisar aquela
situação
Atenta a sua natureza e valor, este meio probatório situa-se entre a prova pericial e a prova
testemunhal, representando um misto dos dois.
Por um lado, evita a falível prova testemunhal, por outro, dispensa a inspeção judicial, nos
caso em que não se justifica a deslocação do juiz, atenta a importância do litígio.
A verificação não judicial qualificada destina-se a evitar a inspeção judicial e a perda de tempo
do julgador e despesas acrescidas que esta acarreta, constituindo um meio de prova
diferenciado, e situado, quanto à sua natureza e força probatória, entre a prova testemunhal e
pericial, mas que mais desta se aproxima.
PROVA TESTEMUNHAL
Antunes Varela (in Manual de Processo Civil, 2ª ed.. p. 609) diz que,
“ a prova testemunhal é considerada, sob vários aspetos, a prova mais importante de entre
aquelas que são admitidas por lei. Recorde-se que testemunha é a pessoa que, não sendo
parte na ação nem seu representante, é chamada a narrar (declaração de ciência) as suas
perceções de factos passados – o que viu, o que ouviu, o que observou, o que sentiu. Isto já é
em si um problema, na medida em que essa narração decorre de imagens perceptivas
rebuscadas na memória que, com toda a probabilidade, serão incapazes de retratar com
fidelidade a realidade”
De todas as provas conhecidas, é a prova testemunhal, sem dúvidas, a mais antiga e a mais
usada, pois antes da invenção da escrita, não havia outra utilizável para a demonstração dos
factos.
Pelas partes;
Pelo juiz ( art 526) ainda que essas testemunhas não tenham sido oferecidas pelas
partes.
Testemunha é toda a pessoa que, não sendo parte na ação, nem seu representante, é
chamada a narrar as suas perceções sobre factos passados que interessam para a decisão da
causa.
Estão impedidos de depor como testemunhas os que na causa possam depor como partes –
art 496.
Da leitura deste preceito resulta que o autor e réu, enquanto partes, não podem
testemunhar.
Quando esteja em causa uma ação de valor não superior a 5000€ os limites de testemunhas
são reduzidos para metade; cada parte passa a poder apresentar no máximo 5 testemunhas.
Todavia, ao abrigo do dever de gestão processual, o juiz pode admitir mais testemunhas
tendo em contra a natureza e extensão dos temas da prova – art 511/4.
As partes podem desistir da inquirição de testemunhas a todo o tempo – art 498 – sem
prejuízo da possibilidade de o próprio juiz pretender ouvir uma dessas testemunhas.
Regra geral, as testemunhas são inquiridas na audiência final onde depõem oralmente, com o
objetivo de assegurar os princípios da imediação e da oralidade – art 500
Contradita
*ataque á pessoa que depôs porque afinal a testemunha que depos não pode ter os
conhecimentos que diz porque não presenciou os factos, porque no momento que aconteceu
o facto estava no estrangeiro por exemplo*
Este incidente visa atacar diretamente a pessoa da testemunha, pondo em causa a sua
credibilidade ou atacar a razão da ciência por ela invocada.
A parte que deduz o incidente deve alegar factos que abalem a idoneidade de testemunha
para prestar um depoimento sincero, credível ou pode atacar a razão da ciência invocada pela
testemunha alegando.
Ex: a testemunha afirma que presenciou os factos, em seguida o advogado da parte contrária,
apresenta um documento que comprova que a testemunha à data dos alegados factos se
encontrava no estrangeiro. Logo, não podia ter presenciado os factos que relatou por não se
encontrar no local onde os mesmo ocorreram.
Só quando a contradita se dirige à razão de ciência que é invocada pela testemunha é que as
declarações desta são postas em causa, mas mesmo aqui não se atacam diretamente os factos
narrados pela testemunha, só se ataca a fonte de conhecimento que ela indica.
Acareação
Usa-se a acareação quando um dos depoentes relata o facto de certo modo e o outro relata
de maneira contrária.
Por outro lado, é essencial que o facto tenha relevância para a decisão da causa, se o não for
é inútil a acareação.
Muitas vezes estes incidentes funcionam mais como formas de o advogado marcar a sua
posição.
Pode haver acareação entre duas testemunhas ou entre estas e uma das partes.
i. Depoimentos de parte
ii. Exibição de documentos não escritos
iii. Esclarecimentos dos peritos
iv. Inquirição de testemunhas