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Introdução
A norma jurídica permite que uma entidade a faça cumprir (coercibilidade) o que não acontece nas normas de
moral.
O estado possibilita que os privados disponham de formas de tutela de forma a fazer valer os seus direitos
(sancionatória, punitiva, preventiva, execução específica, reintegração por mero equivalente, etc):
De que forma? As pessoas de forma a fazerem valer os seus direitos têm de recorrer às autoridades
judiciais – a não ser em casos de autotutela excecionais, artigo 1 código processo civil (“A ninguém é
lícito o recurso à força com o fim de realizar ou assegurar o próprio direito, salvo nos casos e dentro dos
limites declarados na lei.”). Desta forma é necessário recorrer aos tribunais;
De que forma se pode recorrer ao tribunal? Com base no princípio da necessidade do pedido (artigo 3
CPC) o caso tem de ser levado formalmente ao tribunal, o juiz não o pode fazer oficiosamente (por
vontade própria);
Através de quê? Direito de ação dos particulares – artigo 2 Código Processo Civil (“2 - A todo o direito,
exceto quando a lei determine o contrário, corresponde a ação adequada a fazê-lo reconhecer em juízo,
a prevenir ou reparar a violação dele e a realizá-lo coercivamente, bem como os procedimentos
necessários para acautelar o efeito útil da ação. “). Tem, assim, de propor uma ação.
Ação
Artigo 10 código processo civil: pode ser executiva ou declarativa: no início do caso declaras que A tem de fazer
x a B, caso não o faça passamos à executiva - vamos executar B – artigo 703 CPC.
As declarativas podem ser de simples apreciação - declarar existência ou não de um direito, positiva ou
negativa-, e esgotam o seu efeito útil com essa simples apreciação (na sentença apenas aprecia essa ação) -
condenação (começam com simples apreciação, depois de apreciando condenando pela ação) ou constitutivas
(visam autorizar uma mudança na ordem jurídica existente) – artigo 10\nº3 alíneas A a C.
As executivas visam o credor requerer as providências necessárias à realização coativa de uma obrigação que
lhe é devida e podem ser de pagamento de quantia certa, entrega de coisa certa ou prestação de facto. O fim
da execução é o título executivo, que determina o fim e os limites da ação executiva. Esta obriga que a execução
vise o património do devedor.
As ações declarativas visam declarar algo: normalmente se o sujeito tem um direito ou não (positiva ou
negativa);
Há situações em que é necessária uma ação executiva conjuntamente, pois depois de se reconhecer o direito
que a pessoa tem, é necessária impor coercivamente que se cumpra o mesmo. Apesar disso estas duas ações
são independentes entre si, pois pode ser reconhecido o direito que um credor tem de receber o seu dinheiro
de volta e o devedor, depois da ação declarativa, o pague sem necessidade de coercibilidade (sem necessidade
de que se imponha uma ação executiva). Vice-versa é igualmente possível, sendo o direito reconhecido, por
exemplo, por um requerimento de injunção previamente, podendo assim passar automaticamente para uma
ação executiva. Só avançamos para ações declarativas quando o nosso direito não está declarado.
Ação declarativa
Ação de simples apreciação: Visam reagir contra uma situação de incerteza da existência ou não de um direito
ou de um facto e seu o efeito esgota-se com a declaração de existência ou não dos mesmos - negativa ou positiva
dependendo se pede a existência de um direito ou a não existência - artigo 10 nº 3 CPC. A sentença é o fim único
que se procura alcançar quando se instaura a ação.
Ação declarativa de condenação: O autor está a pedir que o tribunal condene o réu a desocupar o terreno e a
pagar uma indeminização (por exemplo); não quer apenas que se reconheça o seu direito, mas também que
condene o réu a algo. Esta ação faz com que não seja necessário interpor uma ação declarativa de simples
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apreciação pois o autor, só pela ação declarativa de condenação alega ter um direito e pede que o tribunal não
só o confirme como condene o réu a realizar uma prestação reintegradora desse direito. A ação de condenação
tem por base tem por base o estado de violação de um direito podendo, porém, prever a violação de um direito
– artigo 10 nº 3 alínea B –e tomando desde logo medidas necessárias caso essa violação ocorra. Neste caso a
sentença é um meio para se chegar ao fim único de possível condenação
Ações declarativas constitutivas: normalmente associadas a direitos potestativos; visam autorizar uma
mudança na ordem jurídica existente, seja criando uma nova relação ou extinguindo uma já existente - ação de
divórcio por exemplo provoca mudança da ordem jurídica existente, neste caso o estado civil dos sujeitos. Assim
podemos falar de ações modificativas, extintivas ou propriamente ditas (constitutivas)
Execução para pagamento de quantia certa: associado a determinado crédito a falta de pagamento do mesmo
ou sentença condenatório do valor devido: inicia-se ação executiva sobre o património através da penhora bens
imoveis ou moveis ou até direitos em certos casos.
Entrega de coisa certa: visa a apreensão da coisa em prometida para entrega ao exequente tendo lugar de
forma coerciva a não ser que o executado o faça voluntariamente. Caso não haja recuperação da coisa a ação
converte-se em pagamento de quantia certa com vista a indemnizar o exequente pelo incumprimento.
Prestação de facto: quando houve um incumprimento de um facto prometido, podendo dar lugar a uma
conversão da ação caso o exequente pretenda uma indeminização pecuniária pelo incumprimento do facto.
Pode o exequente posteriormente pretender a prestação do facto por outrem e serão avaliados os custos da
prestação de modo a penhorar bens do executado para perfazer a quantia apurada
Processo
O que é?
Conjunto de atos processuais que estão encadeados entre si de forma logica e que visam um determinado fim:
no caso do processo declarativo é a sentença.
Pode ter vários sentidos: quando alguém tem um processo contra outrem corresponde a uma desavença;
quanto aos autos/caderno (suporte físico que se agrupa o processo) temos o terceiro sentido de processo.
O que é um código?
Uma congregação de normas organizadas que formam um sistema para regular uma determinada matéria.
✓ CPC 1876
✓ CPC 1939
✓ CPC 1961
✓ CPC 2013
1) 1876 - período antecedente de pré código de 1876: havia uma agregação de normas dispersas que
compunham o direito humano e o direito canónico. Havia tratamento especial dependendo das classes sociais.
Só se admitiam atos escritos (o que afasta o princípio da celeridade: porque tudo aquilo que se levava a cabo
no processo tinha de ser escrito. Tudo o que na altura uma testemunha referisse tinha de ser colocado por
escrito, inclusive coisas irrelevantes).
No entanto havia diplomas antes do CPC como a reforma judiciaria, a nova reforma judiciaria e a novíssima
reforma judiciaria. Há um progresso assinável no CPC de 1876 quanto à sistematização e organização das
matérias. Tem várias características:
a) a conceção dualista ou duelística (o processo para o legislador significa uma luta entre as partes, e o juiz
observava passivamente o desenrolar da mesma, também com influência do período liberal)
b) extrema rigidez do formalismo do processo ordinário (falta de flexibilidade dos esquemas processuais).
Quando é que temos estes processos ordinários?
Onde se deve instaurar um processo de 100 mil euros? Num tribunal de 1ª instância (tribunais de acesso).
É sempre no de primeiro instância, menos quando as partes não se conformam, nesse caso podem recorrer.
Para onde? Para os tribunais de 2ª instância, se o valor for superior a 30 mil euros.
Por vezes, nem com valor superior a 30 mil euros se pode recorrer ao supremo tribunal de justiça. Porquê?
Independentemente do valor tinham sempre de levar a cabo todos os atos processuais.
2) CPC 1939 - O seu autor foi professor José Alberto dos Reis.
Há uma evolução quanto à prova e introduz-se regime da oralidade e da imediação, ou seja, não é preciso reduzir
a escrito todas as interações entre a parte e a testemunha. A imediação e o princípio da oralidade estão de mãos
dadas pois é mais fácil haver um contrato imediato e direto entre o tribunal e quem produz a prova testemunhal.
Assim é mais fácil saber se a testemunha está ou não a mentir através dos indícios aos olhos de quem a interroga.
O papel de mero espetador do juiz no CPC de 1876 é invertido no código de 1939 em que o juiz tem um papel
ativo podendo interrogar, retorquir, intervir no processo.
É com este código que se introduz o período de saneamento do processo: expurgação dos atos supérfluos ou
inúteis do processo.
Criticava-se neste código a intervenção feita pelo tribunal de coletivo – tribunal de 3 juízes. Estes juízes decidiam
a matéria de facto sem ter de a fundamentar o que punha em causa a imparcialidade.
A principal inovação foi a necessidade de fundamentação das respostas dadas aos quesitos. Tinham de
fundamentar com base em que testemunho tomaram a sua decisão.
Este código estabelece os articulados supervenientes - artigo 588 e 589 CPC. Peças processuais que as partes
trazem ao processo posteriores ao início do processo.
Faz-se a distinção entre a discussão da matéria de facto e a matéria de direito – o CPC de 2013 estabeleceu a
fusão.
- Decreto-lei 329-A/1995 estabeleceu a audiência preliminar, que agora se encontra com outro nome no
artigo 591 CPC. É uma audiência que visa preparar o processo e que pode mesmo decidi-lo nesta fase,
relacionado com o princípio da economia judicial
- Intensificou-se o princípio da cooperação, não só do tribunal com as partes, mas também entre ambas
– DL 180/96
- Possibilidade de citação por via postal, que foi considerada inconstitucional 3 anos mais tarde. A citação
é levar ao conhecimento do réu que contra ele foi instaurada uma ação; sem o conhecimento do réu o
processo não é levado a cabo. Por ser tão importante é necessário importantes cautelas e normalmente
é feito por correio registado com aviso de receção para haver prova de que o réu foi notificado. Há
modalidades alternativas como a citação por contacto pelo agente de execução ou funcionário de justiça.
A certa altura o legislador inovou e caso a primeira carta não fosse entregue, a segunda carta enviada
não necessita de aviso de receção e podia ser enviada por correio simples e automaticamente o réu era
considerado notificado, o que foi considerado inconstitucional.
- Em 2003 o DL 35/2003 introduziu-se a admissibilidade de atos processuais por intermedio de telecópia
ou correio eletrónico
- Notificação entre mandatários: As notificações eram feitas por recurso a tribunal; as peças processuais
passam a ser notificadas pelas partes por intermédio de correio registado ou correio eletrónico, o que
poupou milhares de euros à justiça.
- Introdução da figura do solicitador/agente de execução: agente que pode levar a cabo a citação.
- Em 2007 pelo DL 302/2007 fazem-se alterações importantes em matéria de recurso - fusão da apelação
e do agrado e passa a existir apenas a apelação, sendo um regime monista em sede de recurso.
- Incremento do regime de resolução alternativa de litígios: como os tribunais estão inundados de ações
judiciais procura-se a introdução deste sistema de forma a resolver os litígios mais facilmente
- Eliminação das formas de processo ordinário, sumário e sumaríssimo - artigo 548 CPC.
- Renumeração total de todo o diploma sequencialmente e organizado
- Princípios fundamentais do processo civil encontravam-se dispersos pelo código e foram deslocados
para a parte inicial do código.
- O legislador deslocou todas as normas da instrução para a parte geral
- Alterações ao nível dos processos especiais – por exemplo eliminação de algumas formas
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- Consagração do dever de gestão processual – artigo 6 CPC
- Consagração do regime da inversão do contencioso
- Introdução das declarações de parte e das verificações judiciais não qualificadas – dois novos meios de
prova
- Identificação do objeto do litígio e da enunciação dos elementos de prova
Permitem congregar normas dispersas pelo código civil e dar contributo ao intérprete e aquele que fez a lei. No
CPC de 2013 houve preocupação em colocar na parte inicial a maioria dos princípios
O tribunal não pode resolver o conflito de interesses sem que isso lhe seja requisitado por uma das partes.
Também conhecido como princípio do pedido.
- Impulso processual – inicial, que normalmente é um ato contínuo. Para que o tribunal julgue as ações é
necessário que uma das partes instaure uma ação, sendo um impulso processual (art. 259 nº 1). Durante
o processo são necessárias várias fases, que são integradas por atos processuais.
- Delimitação dos contornos fácticos do litígio: Não basta ao autor/réu alegar, é necessário provar (artigo
5 CPC). Podemos distinguir entre um núcleo primordial de factos essenciais nucleares, que têm função
identificadora e individualizadora, e factos essenciais complementares ou concretizadores, que visam
pormenorizar e explicitar o quadro fáctico.
- Limites da sentença: o tribunal sob pena de cometer uma nulidade só pode condenar nos termos daquilo
que lhe foi pedido pelas partes, podendo condenar de forma inferior, mas nunca de forma superior, pois
só pode julgar com base no princípio do pedido (artigo 609 nº 1 e artigo 615 nº 1 alínea E)
• Princípio do contraditório
De forma a perceber se uma das partes fala a verdade como deve, pelo princípio do contraditório deve ser dada
a hipótese da outra parte se opor e explicar a sua versão dos factos (artigo 3 nº 3). Temos como exemplo o
artigo 598 nº2.
Refere-se à instrução do processo; a prova (artigo 342 CC) pode ter influência do princípio do inquisitório.
Mesmo que as partes não tenham requerido uma prova pericial (artigo 467 nº 1 CPC), não tenham pedido o
depoimento da parte contrária (artigo 452 nº1) ou não tenham definidas testemunhas (artigo 526 CPC), o
tribunal pode oficiosamente determinar um destes 3 meios de prova de modo a ordenar as diligências
(probatórias) necessárias á descoberta da verdade. Isto num sentido restrito pois limita-se aos factos que o juiz
pode conhecer.
No artigo 5º nº 2 temos uma manifestação do princípio do inquisitório pois o juiz pode aproveitar a factualidade
para que, embora não tenha sido alegada pela parte, consubstancia oficiosamente.
• Princípio da preclusão
O processo é uma sequência de atos logicamente integrados entre si e a falta de cumprimento desses atos pode
ter consequências, pois o processo assenta na figura do ónus e da imposição.
- Faseamento processual
- Prazos processuais
As fases processuais
Há determinados atos processuais que têm que ser praticados no momento e fase própria, pois não sendo
assim praticados não mais o podem ser - contestação, a ver com o princípio do inquisitório, que tem prazo de
30 dias (art. 569 CPC) e tem a ver com a defesa do réu que tem de estar na fase dos articulados, não sendo feito
nesta fase não mais o pode fazer. Porém, em determinadas circunstâncias podemos ter certos atos praticados
fora das suas fases não sendo assim as fases estanques devido ao domínio da exceção.
Os prazos das partes são perentórios enquanto os dos magistrados são orientadores ou dilatórios - no artigo
607 nº 1 encontramos o caso de um prazo dilatório pois se o juiz não proferir a sentença em 30 dias ele não
perde o direito de o fazer; caso sejam as partes a não cumprir no prazo elas perdem o direito de o fazer - artigo
139 nº 1 e 3
Em determinadas circunstâncias esse princípio da preclusão não é observado, pois certos locais do código
permitem que certos atos sejam praticados fora do seu articulado – art. 569 nº 3, artigo 590 nº 4 e 5, artigo 423
(prova documental) nº 2 e 3, artigo 425 e artigo 140 (justos impedimentos).
Estão relacionados na boa-fé em princípio positivo que está relacionado com a cooperação. O processo é uma
comunidade de trabalho, tendo de haver cooperação e contributo de todos os intervenientes processuais na
realização dos fins do processo para que o processo exerça a própria função.
As partes devem mostrar-se sempre disponíveis para fornecer ao tribunal quaisquer informações ou
esclarecimentos solicitados, devem comparecer sempre que convocados, facultar o que lhes é pedido tanto
pelo juiz ou por a outra parte que se opõe e praticar os atos que lhes são determinados. Pode haver cooperação
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a nível material ou formal. Na cooperação material deteta-se a previsão do princípio da cooperação no artigo 7
nº 4 e no 417.
O artigo 9º relaciona-se com a cooperação, devendo tantos as partes como magistrados deverem manter
respeito entre si e pelas instituições.
Em vários preceitos legais encontra-se este princípio com especial importância para o 151º em que se manifesta
nos seus vários pontos.
A omissão grave do dever de cooperação faz incorrer a parte faltosa na chamada litigência de má-fé nos termos
do artigo 542 nº2 alínea C.
Já o princípio da boa-fé está previsto no artigo 8º. A boa-fé em sentido positivo corresponde à cooperação entre
as partes, em sentido negativo refere-se a atos jurídico-processuais que não devem ocorrer entre as partes -
art. 542 a 545 que permitem perceber que sempre que as partes adotarem comportamentos jurídicos
processuais presentes podemos litigar que a parte age de mé fé (relevância do artigo 542 alínea a) a d)). Na
alínea D refere-se aos expedientes dilatórios, como a parte recorrer para retardar a decisão de primeira
instância; se a parte o faz de má-fé tem de pagar multa e indeminização á parte contraria – art. 543. A má-fé
pode ter origem no mandatário implicando participação na ordem dos advogados.
Aquilo que se pretende é resolver o maior número de processos possível com o menor dispêndio de atos e
formalidades, e processos, possível.
Quanto aos atos e formalidades: praticar nos autos o mínimo de atos possíveis - artigo 130 CPC
Quanto à economia de processo: resolver o máximo de litígios entre duas partes num único processo:
✓ pedidos subsidiários – artigo 554 CPC – um segundo pedido para ser tomado em consideração no caso
do primeiro pedido não ser tomado em consideração. No pedido subsidiário só se toma em consideração
o segundo caso o primeiro seja tido improcedido.
✓ Cumulação de pedidos: todos os pedidos são tomados em consideração
✓ Reconvenção: artigos 266 e 583 CPC – quando é o réu a deduzir um pedido contra o autor, temos o
pedido reconvencional; temos apreciação de duas questões jurídicas no mesmo processo. Temos
autor/reconvindo e réu reconvinte.
✓ Coligação: utilização do mesmo processo para resolver mais que um litígio entre as mesmas pessoas –
artigo 36 e ss
✓ Litisconsórcio: integram a legitimidade processual; se a relação material respeitar a várias pessoas, ação
respetiva pode ser proposta por todos ou contra todos os interessados - voluntário. Por outro lado, a lei
ou negócio podem exigir a intervenção dos vários interessados e a falta de um deles é motivo de
ilegitimidade. Têm que estar verificados os pressupostos processuais para que o juiz possa pronunciar-
se quanto ao fundo da questão, a única coisa que pode fazer é absolver o réu na instância. Pressupostos
Normalmente há uma desigualdade entre partes e tribunal, havendo supremacia do tribunal, tendo as partes
essas sim de estar em igualdade.
Foi criado o regime de acesso ao direito e aos tribunais – lei 34/2004 de 29 de Julho e lei 47/2007 de 28 de
Agosto – as partes que não têm condições para pagar as custas judiciais podem recorrer ao regime do apoio
judiciário. Tem uma vertente de pagamentos de todos os encargos de recorrer à justiça (taxas de justiça) e do
processo e o pagamento de todos os onerários do representante legal (advogado)
Este dever é introduzido no CPC e 2013 e teve o seu precedente no regime processual civil de natureza
experimental.
O juiz tem o dever de fazer a gerência do processo e por isso não se considera apenas um princípio; é uma
manifestação da cultura jurídica participativa por parte do magistrado judicial.
Pode definir-se como a direção ativa e dinâmica do processo tendo em vista a rápida e justa solução do litígio,
além da melhor organização do trabalho do tribunal, de forma a criar maior eficiência e satisfação nos processos.
Formas de processo
Processo é o conjunto ordenado dos atos, dos tramites, formalidades, a cumprir quer na propositura, quer no
desenvolvimento, quer na conclusão de uma ação judicial. Ritualismo processual que as partes deverão
respeitar no decorrer duma ação.
As partes têm de observar aquilo que lhes é disponibilizado pelo legislador, não podendo conformar outras
formas processuais
Há uma panóplia de formas processuais e a mesma forma pode servir para diferentes ações. A mesma forma
de processo pode servir para ações com valores díspares. A mesma forma pode servir para direitos de diversa
natureza (pode ser usado quer nos direitos reais, família, etc).
Formas de processo
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Processo declarativo comum e processo declarativos especiais - artigo 546 CPC
Estamos perante um processo especial quando ele estiver expressamente previsto ou designado na lei, todos
os outros são processos comuns - alínea 2. É necessário, portanto perceber se na situação em concreto é exigida
a forma especial, senão estamos perante um processo regra – regime comum.
Dentro do processo executivo e declarativo pode também haver cruzamento com o processo comum ou
especial quanto à forma.
Encontramos esta necessidade especial de forma no Código de Processo Civil. Os processos especiais, na sua
maioria, estão previstos no artigo 878º CPC e seguintes- livro V. Outras exigências acerca da forma podem estar
no domínio de legislação avulsa.
Por exemplo no artigo 932 CPC, perante um processo especial, é feita alusão ao processo comum, o que não
significa haja alteração para processo de regime comum, mas para que não haja repetição de atos e fases
processuais, atendendo ao princípio da economia processual, a determinada altura segue-se os termos do
processo comum (após o decurso para o prazo da contestação).
Segundo o artigo 547º o juiz deve adequar formalmente a tramitação processual, dando aso a qeue o juiz seja
mais ativo e assegura os fins do processo civil.
Há um paralelismo entre a definição de ações declarativas e executivas com a forma de processo declarativo e
processo executivo. A distinção pode não ser assim tão estanque: no processo especial de despejo, em que a o
locatário deixa de pagar a renda da casa, e o locador pretende o despejo do locatário, estamos perante um
processo declarativo. Porém, se o locatário não cumprir a decisão de abandonar a casa, teremos de utilizar a
força, o que será uma ação executiva que, ainda assim, não retira o caráter de processo declarativo ao mesmo,
apenas uma parte deste processo contempla uma fase executiva.
Se temos um direito declarado podemos passar ao plano do factum – fazer. Caso contrário há a necessidade de
declarar um direito, fase do dictum – dizer.
Todas as ações declarativas comuns estarão sujeitas à mesma forma de processo. A tramitação base para o
processo declarativo comum encontra-se nos artigos 552º a 626º CPC no caso da 1ª instância. Já no processo
executivo comum, temos a distinção se o processo de destina a pagamento de quantia certa ou de execuções
comuns para entrega de coisa ou prestação de facto; nestes dois últimos prevê-se que o processo siga uma
forma única - artigo 550º nº 4- enquanto no processo executivo comum para pagamento de quantia certa se
pode seguir a forma ordinária ou forma sumária - nº 1 do artigo 550º CPC. Ora, no processo ordinári a execução
inicia-se com a intervenção do juiz e a prolação de despacho preliminar, seguindo-se a citação do executado; no
processo sumário, a execução começa pela penhora e só depois vem a citação do executado. Ao processo
sumário são empregues as alíneas do nº 2 do artigo 550º CPC, e a todos os outros casos aplica-se a forma
ordinária.
Segundo a alínea 5 do artigo 10º, toda a execução tem por base um título. Este título executivo é um documento
que exterioriza ou demonstra a existência de um ato ao qual a lei confere força bastante para servir de base à
ação executiva.
No caso de a ação executiva ser antecedida de uma ação declarativa o título que se executa resulta da sentença.
Quando apenas temos ação executiva o título é designado de título executivo extrajudicial.
A primeira categoria de título executivo é a sentença condenatória - artigo 703º nº 1 alínea A. Esta obtém-se
como decisão final, enquanto um despacho é uma decisão intermédia do processo, ocorrendo na 2ª fase - art.
705 CPC. Por isso serve apenas à execução as sentenças. Assim estabelecemos uma linhagem onde a sentença
ocorre após um processo declarativo e o processo executivo após a sentença.
O que é a sentença condenatória referida na alínea A? A referência a sentença condenatória leva a que apenas
as ações declarativas de condenação (artigo 10 nº 3 alínea b) levem a um processo executivo; as ações de
simples apreciação e constitutivas não levam a processo executivos. As ações improcedentes não geram
processos executivos – que não razão ao autor. Caso o réu seja absolvido não se avança para processo executivo,
afastando nesta alínea esse caso. Incluem-se também no campo de sentenças condenatórias, por força do 705
nº 1, os despachos e quaisquer decisões ou atos de autoridade judicial que condenem no cumprimento de uma
obrigação - simples despachos judiciais que condenem as testemunhas faltosas a multas. Têm sim sempre de
derivar da autoridade judicial que condene no cumprimento de uma obrigação - artigo 705 nº 1 CPC.
Além de ser gerado por sentenças condenatórias (alínea a), temos três outras alíneas do artigo 703 nº1 CPC
que geram processos executivos, mas foram estas precedidas de processos declarativos? Não, à exceção do
caso do decreto-lei 269/98 de 1 de Setembro, onde se encontram os títulos judiciais impróprios, por se
formarem em ambiente judicial.
Requisitos cumulativos:
O requerente, no âmbito deste tipo de diploma legal, vai optar por ir diretamente para a injunção ou ir para
ação declarativa.
Vantagens:
Quando o requerente acha que o requerido não se irá opor ao cumprimento da obrigação, irá pela
injunção pois mais rapidamente vai obter um título executivo. O requerido, não se opondo no prazo de
15 dias após ser notificado ao requerimento de injunção, o requerente obtém um título executivo e
poderá avançar para avançar para ação executiva – artigo 7 do anexo. Este mecanismo
Segundo este artigo 7 a injunção é uma providência que tem como função a obtenção de um título executivo
para ser possível depois passar a ação executiva. A injunção não passa sequer nas mãos do juiz - diferença do
artigo 7 e seguintes e do artigo 1 a 6 anexo do decreto-lei 219/98. É o Balcão Nacional de Injunção (portaria 220
A/2008 de 4 de Março) que tramita os processos de injunção, através de um secretário.
De acordo com o artigo 12º do anexo ao DL 269/98 o requerido será notificado no prazo de 5 dias por correio
registado e tem 3 opções:
Sendo deduzida oposição à injunção (artigo 15º do anexo ao mesmo diploma) ou frustrado o requerimento,
estes autos são apresentados à distribuição pelo secretário, previsto no artigo 16º nº 1. A distribuição está
regulada no artigo 203 e seguintes do CPC e destina-se a repartir o serviço judicial pelos tribunais em igualdade.
Lei 55/2021 de 13 de agosto estabelece alterações à lei da distribuição, ainda não em vigor.
Isto significa que a injunção vai ser transformada em ação declarativa formal (especial), sendo que o
procedimento começa com base no artigo 7 e seguintes, por ser uma injunção, passa a ser tramitado pelo artigo
1 a 6 do anexo do decreto-lei 269/98 e passa a ser tratado pelo juiz – artigo 17º nº 1 do mesmo decreto.
Artigo 2º do anexo ao mesmo documento - não havendo contestação do réu a petição passa a ter força
executiva
Assim, chegamos à ação declarativa especial através da injunção ou diretamente, se dermos entrada segundo
o artigo 1º do anexo.
O problema é que esta ação terá de ter em atenção o princípio do contraditório, dando lugar a oposição e
petição por parte do réu. Apesar disso não carece de forma articulada, devido atenção do legislador ao facto do
réu se representar a si muitas vezes, até ao valor máximo de 5 mil euros (artigo 40 nº1 alínea A), não havendo
nessas, porém a possibilidade de recurso. A petição e oposição têm de ser acompanhadas de provas. A
tramitação desta forma de ação declarativa especial é muito mais complexa do que a injunção. Na ação
declarativa especial é também possível conseguir de imediato a formação de título executivo através da
sentença (artigo 703º) ou caso haja falta de contestação do réu - artigo 2º do anexo ao DL 269/98 de 1 de
Setembro.
A ação judicial pressupõe a existência de um conflito de interesses entre as partes que recorrem à via judicial,
pretendendo o autor obter o reconhecimento da sua pretensão, através da procedência da ação, e o réu,
contestando, a sua absolvição. O conflito será solucionado pela sentença. Porém, há ações que não visam
propriamente solucionar um conflito de interesses, mas antes regular um interesse comum a ambas as partes.
Processo de jurisdição contenciosa: conflito de interesses entre duas ou mais partes; nesta o tribunal dá razão
a uma das partes. O juiz assume papel de aplicador da lei, função jurisdicional.
Processo de jurisdição voluntária: podemos ter conflito de interesses, o tribunal, porém não se preocupa em
dar razão a um ou outra, mas sim a perceber o interesse predominante – p. ex. Processo de regulação das
responsabilidades parentais em que o tribunal procura a parte que protege melhor os interesses do menor.
Ruben Ramos – Org. Judiciária 14
O juiz assume, aqui, tem espécie de função administrativa, assumindo um papel de espécie de gestor de
negócios, podendo chegar a agir quase como um conselheiro das partes, ou consultor. Isto porque nestes
processos vigor o princípio da livre atividade investigatória do tribunal, o que significa que o juiz para além de
poder conhecer os factos das partes, os factos da instrução, os factos notórios e os que tiver conhecimento em
virtude do exercício das suas funções, poder investigar outros factos que sejam relevantes à solução da questão
- artigo 986 nº 2 CPC. Esta função do juiz pode ser mais importante nos casos de uma das partes não se fazer
acompanhar de um advogado ao contrário da outra, isto pois a constituição de advogado não é obrigatória,
exceto na fase de recurso – artigo 986º nº 4.
Os processos de jurisdição voluntária aparecem refletidos no livro V do CPC, como processos especiais e
sujeitam-se às disposições enunciadas nos artigos 986º a 988º CPC.
Princípios:
- Princípio do inquisitório (986 nº 2): no processo de jurisdição contenciosa, segundo o artigo 5º CPC, o
juiz só ouvia os factos que as partes lhe traziam, aqui não funciona assim, podendo o juiz investigar os
factos que ache necessários à resolução da questão.
- Prevalência de critérios de validade: ao contrário da prevalência da legalidade escrita nos processos de
jurisdição litigiosa, segundo o artigo 987º CPC nos processos de jurisdição voluntária segue-se critérios
de equidade, podendo o juiz decidir o que lhe parece mais adequado e oportuno, adotando as medidas
mais aptas à satisfação do interesse. Devido há utilização de critérios de equidade, segundo o nº 2 do
artigo 988º CPC, fica radicado o recurso ao STJ por este ser um tribunal de revista de questões de direito,
pelo que a hipótese de recurso nestes casos tem de ser revista caso a caso em concreto.
- O artigo 988º nº refere a livre modificalidade das decisões tomadas nestes processos. Pode haver
alteração da decisão se existirem circunstâncias supervenientes que assim o justifiquem
Algo que ocorre num processo que não estava previsto - B tem uma dívida para com A, porém B falece, por
exemplo.
Existem determinadas disposições, 292 a 295 do CPC, que são aplicadas a todos e quaisquer incidentes. É nestas
regras que obtemos a resposta a qualquer incidente da instância. São regras de tramitação, processuais. A parte
que dá aso ao incidente é condenada às custas do mesmo.
O artigo 293 nº 1 e 2 dizem que é através do requerimento que se suscita o incidente e que a oposição da outra
parte tem 10 dias para deduzir a oposição. A falta de oposição determina a produção do efeito que vigora na
causa em que o incidente se insere.
Em toda e qualquer ação tem de ser atribuído um valor certo, de modo a determinar a competência do tribunal,
a forma do processo de execução comum e a relação da causa com a alçada do tribunal – artigo 296 alínea 1 e
Ruben Ramos – Org. Judiciária 15
2. Realmente os requisitos da petição inicial - artigo 552º CPC alínea f– exigem a fixação de um valor de causa –
artigo 552 alínea f) CPC - O incidente gera-se quando as partes atribuem valores distintos à mesma ação.
Em que medida este incidente pretende determinar a competência de um tribunal? Lei de organização do
sistema judiciário artigos 117 nº 1 alínea A e artigo 130 nº1:
“Artigo 117.º
Competência
“Artigo 130.º
Competência
1 - Os juízos locais cíveis, locais criminais e de competência genérica possuem competência na respetiva área
territorial, tal como definida em decreto-lei, quando as causas não sejam atribuídas a outros juízos ou tribunal
de competência territorial alargada.”
Apuramento de custas: implica que se tenha de pagar custas - quanto maior o valor que aplicarmos à nossa
ação, maior será o valor das custas.
Sempre que uma das partes intervenientes no processo falece, coloca-se a questão de saber o que acontece ao
processo. Ele continuará, porém, com as partes sobrevivas e com os sucessores da parte falecida. É necessário
lançar mão do incidente de habilitação e em determinadas situações pode ocorrer a alteração dos sujeitos,
modificando a instância, habilitando judicialmente outros sujeitos. Pode ser feito, porém notarialmente, pois
basta juntar aos autos a habilitação extrajudicial para ela ficar feita no processo.
Este incidente visa tornar líquido um pedido genérico. O artigo 556 CPC refere os pedidos genéricos - podemos
formar um pedido genérico de acordo com as várias alíneas do artigo. Na petição inicial temos obrigatoriamente
formar um pedido que pode, porém, ser genérico e fixar o valor da ação posteriormente (acidente de viação em
que pode haver danos após meses em termos de lesões corporais).
4. Intervenção de terceiros
A intervenção faz menção a um sentido amplo. Temos a possibilidade ainda de ter as oposições que existem
nos mesmos termos de divisão. Estamos a falar de aparição de um terceiro no âmbito duma ação que já se
encontra proposta ou pendente. O terceiro pretende auxiliar uma das partes ou vincular-se por razão que a si
lhe diz respeito, ao chamado caso julgado da ação.
A primeira dá-se quando o terceiro almeja apenas ser parte auxiliar de uma as partes da ação. Porém, se este
lhe faz valer um direito que lhe é próprio no confronto das partes já na ação, este será uma parte principal,
porém não primitiva. Está relacionada apenas com a posição que o terceiro assume no processo.
Estas intervenções cruzam e por isso temos submodalidades de terceiro: intervenção acessória espontânea
(assistência no CPC; 326 CPC CPC) ou provocada (artigo 321 CPC), ou intervenção principal (artigo 311 a 315
CPC) espontânea (artigo 311CPC) ou provocada (artigo 316 CPC).
Âmbito de aplicação: temos assistência segundo o artigo 326 nº1 CPC que esclarece que o terceiro pode decidir
espontaneamente intervir na ação para ajudar o autor ou ajudar o réu.
No caso de uma ação de despejo entre A e B, sendo A o autor da ação, B fez contrato de subarrendamento com
C de um dos quartos. Podemos no âmbito de ação de despejo ter C no auxílio de uma das partes principais do
processo pois ele sabe que a sua relação jurídica também cessa caso a entre A e B cesse.
O artigo 327 número 1 refere que o assistente pode intervir a todo o tempo tendo, no entanto, de aceitar o
processo tão como ele está. O artigo 328 n1 diz que os assistentes têm o lugar de auxiliares de uma das partes
principais, não podendo condicionar a vontade ou livre disponibilidade das partes principais - artigo 321. Nos
termos do 332 a sentença que vier a ser produzida vem constituir caso julgado no assistente que é obrigado a
aceitar os factos e o direito que a decisão judicial tenha estabelecido.
A iniciativa de intervenção não parte de terceiro, mas das partes principais, de uma delas.
Âmbito de aplicação artigo 321 n1: é necessário que o réu tenha uma coisa sobre o terceiro - direito de regresso.
Assim pode chamá-lo a intervir sempre que esse terceiro tenha legitimidade para se assumir como parte -
contrato de empreitada por exemplo, temos dono da obra que recebe a mesma com defeitos; o empreiteiro
tinha sub contrato com outro empreiteiro, um terceiro, e B ao ser condenado no âmbito da ação, pode chamar
a C vinculando este no âmbito do processo, no âmbito do princípio da economia processual.
Sempre que nos termos da lei orgânica o MP intervenha da causa é dada a possibilidade de intervir
acessoriamente. É no artigo 10 número do estatuto que temos a situação em que é possível fazê-lo.
“1 - O Ministério Público intervém nos processos acessoriamente: a) Quando, não se verificando nenhum dos casos
do n.º 1 do artigo anterior, sejam interessados na causa as regiões autónomas, as autarquias locais, outras pessoas
coletivas públicas, pessoas coletivas de utilidade pública, incapazes ou ausentes, ou a ação vise a realização de
interesses coletivos ou difusos; b) Nos demais casos previstos na lei. 2 - Quando intervém acessoriamente, o
Ministério Público zela pelos interesses que lhe estão confiados, promovendo o que tiver por conveniente. 3 - Os
termos da intervenção são os previstos na lei de processo aplicável.”
➢ Intervenções principais
Tem cariz litisconsorcial - artigo 311 CPC e gerência dos artigos 32 a 34 CPC. Acontece que se a ação respeitar a
várias pessoas a ação pode ser proposta por todos ou contra todos os interessados ou até mesmo a lei exigir
essa intervenção - artigo 32 e 33CPC.
Pode aderir por mera adesão - artigo 313 CPC - ou por articulado próprio - artigo 314 CPC
Através de preterição de litisconsórcio necessário. Por exemplo, A sofre acidente de viação causado por B. Os
danos são de tal elevados que a ação devia ser instaurada contra a companhia seguradora até ao limite do
seguro e a partir desse limite a ação é instaurada contra o condutor de veículo. O terceiro vai fazer vale um
direito que é paralelo ao do réu.
O artigo 320 é relevante e refere que a sentença constitui caso julgado em relação à relação jurídica daquele
que é chamado a intervir.
➢ Oposição
• Espontânea (artigo 333 a 337)
Podemos fazer oposição segundo o artigo 333 nº1, podendo um referido fazer valer um direito próprio total
ou parcialmente oposto ao direito de uma das partes primitivas.
O réu tem intenção de cumprir voluntariamente a prestação que lhe é exigida, só que o réu não sabe se de
facto quem pode fazer valer é o autor ou se é o terceiro que reclama o direito como seu. O réu quer ser
condenado a pagar a prestação só não sabe se deve pagar ao autor da ação ou ao terceiro
Acontece quando temos uma penhora ou um ato judicialmente ordenado de apreensão ou entrega de bens e
esta ofender a posse ou qualquer outro direito incompatível com a realização ou o âmbito da diligência de que
seja titular quem não é parte na causa. Segundo o artigo 344 nº2 aquele que embarga tem o prazo de 30 dias
após ser feita a diligência ou do conhecimento do embargante, mas nunca depois de os seus bens terem sido
vendidos ou adjudicados.
Procedimentos cautelares
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Estes visam evitar que, por conta da morosidade dos tribunais, as pessoas não vejam os seus interesses e
direitos acautelados. Temos meios jurídicos processuais que se destinam a acautelar o efeito útil da ação
principal; a ação terá um desfecho que muitas vezes favorável ao autor, mas se essa sentença não for exequível
porque não há património para tal, a sentença de nada serve. A tutela cautelar é importante para evitar isto –
artigo 2º nº 2 da parte final do CPC. Permitem-nos combater a morosidade seja ela necessária ou não.
Providências cautelares
O arresto é um procedimento cautelar e a apreensão judicial de bens é a providência cautelar. Aquilo que se
pede ao direito e o que o direito decreta é a providencia cautelar que é aquilo que a parte pede e será verificado
ou não pelo tribunal.
1. Falta de autonomia - é por isso que chamamos procedimentos e não ações. Significa que em princípio
todos os procedimentos cautelares têm a sustentá-los uma ação. O procedimento cautelar por si não
tem qualquer pretensão em decidir aquela questão que tem que ser feita obrigatoriamente no âmbito
de uma ação principal da qual ela vai depender. Essa ação pode já estar proposta ou poder ser proposta
posteriormente – o procedimento cautelar pode ser instaurado como preliminar (instaurado antes da
ação principal da qual depende) ou incidente (durante ou depois da ação principal da qual depende) -
artigo 364 nº 1. Podemos recorrer a um procedimento cautela no âmbito de uma ação executiva
também.
2. Instrumentalidade hipotética: o procedimento é instrumental de uma ação. O procedimento cautelar só
vai ser emitido na hipótese de ser julgada favorável ao requerente a ação da qual o procedimento
depende. Para ser emitida a providencia cautelar tem de ser feito um juízo de previsão de que a ação
seja presumivelmente julgada favorável ao requerente
3. Provisoriedade: são provisórios, destinam-se apenas a perdurar no tempo necessário até ao momento
que seja relatada a decisão da ação principal – artigo 373 nº 1 alínea A.
4. Urgente: o serviço judicial inerente a essa forma judicial tem prioridade a outras formas judiciais –
mesmo durante as férias judiciais temos tramitação dos procedimentos cautelares.
5. Celeridade: o procedimento cautelar deve correr de forma rápida e por isso implica a chamada summaria
cognitio - cognição sumário - que implica o facto e o tribunal não carecer de uma prova segura
relativamente ao direito invocado pelo requerente pois a prova segura só é feita no âmbito da ação
principal. Apenas nos preocupamos com a probabilidade de ser segura – probabilidade séria
6. Estrutura simplificada: há determinados atos e fases processuais que não fazem sentido no
procedimento cautelar e não são levados a cabo
Requisitos
1. Fumus Bom Iuris – probabilidade séria de existência do direito acautelado ou aparência do direito
invocado. 368 nº1 primeira parte
Fazendo apelo ao princípio da legalidade das formas processuais, sempre que temos uma tramitação específica
na lei quanto a uma situação é essa tramitação específica que temos de seguir; o mesmo acontece com os
procedimentos cautelares. Assim, em regra devemos seguir o procedimento especificado. A figura do processo
comum funciona a nível subsidiário - abarca todas as situações que não estão previstas nos procedimentos
cautelares especiais.
Requisitos:
1. Fumus bom Iuris – 368 nº1 - na prática não podemos ter preocupação de ter uma certeza absoluta
relativamente a existência de direito pois essa só irá surgir no âmbito a ação principal instaurada. No
procedimento cautelar sendo uma figura célere com estrutura simplificada, não podemos ter aqui um
juízo de segurança absoluta. Temos assim um juízo de probabilidade acrescido da expressão séria, pois
não podemos bastar com a mera probabilidade de existência de direito – temos de estar a meio termo
relativamente a existência de direito.
2. Peniculm in mora – 168 e nº1 e 362 CPC - é preciso demonstrar que a demora da decisão final vai ter
consequências para o requerente – dano, lesão - para que o procedimento seja decretado. Tem de sofrer
além disso, uma lesão grave e dificilmente reparável. É necessária igualmente a atualidade da ação -
procedimentos cautelares não se destinam a acautelar ações passadas.
3. Adequação - artigo 362 nº 1 – nos procedimentos cautelares temos que culminar as peças processuais
que trazem os mecanismos para o processo através do chamado pedido por parte da pessoa que tem
legitimidade processual ativa. No âmbito do procedimento processual comum é necessário também
dirigir essa pretensão ao tribunal e dizer especificamente o que se pretende – oi procedimento cautelar
que se vai justificar naquele caso.
4. Proporcionalidade - artigo 368 nº2 - fazer juízo de comparação entre o prejuízo que se quer evitar para
o requerente e o dano que se pode infligir ao requerido. Estabelece-se que o prejuízo infligido ao
requerido, podendo ser um pouco superior ao prejuízo do primeiro, não pode ser consideravelmente
superior.
5. Subsidiariedade – artigo 376 nº 1 CPC e 362 nº3 - o regime do procedimento cautelar comum aplica-se
no processo cautelar especificado sempre que este último não diga algo em contrário. Só utilizamos o
processo cautelar comum no caso de não haver uma previsão específica no procedimento cautelar
específico
Tramitação:
Pode, porém, ocorrer que o PC não seja a decisão definitiva para a questão em concreto, porque o juiz e o
requerente estão sujeitos ao requerido poder instaurar uma ação a impugnar o direito acautelado e aí o PC não
serviu como meio de tutela definitiva – artigo 371º CPC. Se o requerido não o fizer então temos aí uma decisão
definitiva do PC.
Citação: só ocorre uma vez no processo apesar de na prática ser uma notificação.
1. Conciliação
a. Conciliação jurisdicional: no âmbito da audiência prévia - artigo 591 nº1 alínea A - acontece uma
audiência, que precede à final, e tem o objetivo de preparar a mesma audiência. Sempre que um
juiz convoca a audiência prévia deve dizer às partes os fins da audiência prévia, sendo o primeiro
normalmente o da realização da tentativa de conciliação, no âmbito do artigo 594ºCPC. Só pode
acontecer se estivermos perante direitos disponíveis.
A mediação tem como personagem principal o mediador de conflitos que consta de uma lista oficial do
ministério público. Tem tarefa de estabelecer pontes entre as partes. O estado disponibiliza sistema de
mediação pública - SMF, SML E SMP.
3. Arbitragem: acontece da vontade das partes em retirarem a competência aos tribunais judiciais e
atribuírem a tribunais arbitrais em qualquer litígio respeitante de natureza patrimonial - lei 63/2011 de
14 de dezembro.
a. Institucionalizada: centros de arbitro
b. Ad-hoc: A arbitragem ad-hoc é geralmente favorecida simplesmente quando as partes são
incapazes de concordar com a instituição de arbitragem. A arbitragem ad-hoc pode ser menos
dispendiosa do que a arbitragem institucional, uma vez que não há um secretariado institucional
a pagar.
4. Julgados de paz: julgam ações declarativas de valor não superior a 15 mil euros - lei 78/2001 de 13 de
Julho. O artigo 6 refere a competência no âmbito de ações declarativas, que não excedem 15 mil euros;
já o artigo 8 aborda a competência da matéria.
Pressupostos processuais
Na perspetiva do autor da ação espera-se que a sentença julgue a ação procedente e fixe o respetivo efeito,
seja condenatório, seja constitutivo, seja de simples apreciação, exatamente em função do peticionado, pondo
cobro ao litígio subjacente à ação. Na perspetiva do réu julga-se que a ação seja julgada improcedente,
absolvendo o demandado do pedido, total ou parcialmente. Isto resulta da função das decisões judiciais: a
apreciação do mérito da causa. Para que isto aconteça é necessário que se verifiquem determinadas condições
prévias ao conhecimento do mérito da causa, sendo estes os pressupostos processuais.
Os pressupostos processuais podem agrupar-se em relativos às partes ou de respeito ao tribunal. Quanto aos
primeiro temos a personalidade judiciaria, capacidade judiciaria, legitimidade e patrocínio judiciário.
Relativamente aos relativos ao tribunal, referimo-nos à competência. Comum a ambos temos o interesse a agir
e interesse processual.
Todos estes pressupostos são positivos, ou seja, significa que têm de estar presentes para que o tribunal se
possa pronunciar quanto ao fundo da questão e mérito da causa, caso contrário o juiz não chega a apreciar o
mérito da causa, apreciando o mérito formal da lide e pondo termos ao processo através da absolvição do réu
na instância, nos termos do artigo 278º nº1 CPC. A violação dos pressupostos leva à ocorrência de exceções
dilatórias, conforme os artigos 576 nº2 e 577º CPC, levando à absolvição do réu na instância ou à remessão do
processo para o tribunal competente. A absolvição do réu na instância só deve ser tomada nos casos que não
seja ou não tenha sido suprir o vício criado pela violação de certo pressuposto processual.
Temos, também, pressupostos que não podem decorrer sob pena de não se apreciar a ação - pressupostos
negativos, como a litispendência e compromisso arbitral. A primeira está nos artigos 580º e 581º CPC, sendo a
repetição de uma causa; quando isto acontece e estando a anterior ainda pendente temos litispendência; o
compromisso arbitral está relacionado com a resolução alternativa de litígios e a arbitragem é a vontade das
partes quererem tirar a competência aos tribunais judiciais e atribuí-la a tribunais arbitrais – compromisso
arbitral.
Personalidade Judiciária
Segundo o artigo 11ºCPC, podemos definir a personalidade judiciária como a suscetibilidade de ser parte, tendo
personalidade judiciária quem tem personalidade jurídica. Ser parte significa ser demandante ou demandado
em juízo - autor/réu, requerente/requerido etc. Assim, personalidade judiciária consiste na possibilidade de
requerer ou de contra si ser requerida qualquer das providências de tutela jurisdicional reconhecidas na lei.
Assim, tanto as pessoas singulares como as coletivas têm personalidade judiciária. Há, porém, uma exceção no
direito processual relativamente ao civil: a lei atribui personalidade judiciária a certas entidades que não têm
personalidade jurídica - artigo 12º CPC. Também as sucursais, agências, filiais, delegações ou representações,
de determinada pessoa coletiva, se a ação derivar de facto praticado por elas ou se a ação respeitar a facto
praticado pela administração principal de uma pessoa coletiva sediada em país estrangeiro, quando esteja em
causa uma obrigação realizada em território português - artigo 13º CPC. Estas entidades (dos artigos 12º e 13º)
são representadas segundo o artigo 26º CPC. Assim, os patrimónios autónomos são representados pelos seus
administradores e as outras entidades que careçam de personalidade jurídica são representados pelas pessoas
que ajam como diretores, gerentes ou administradores.
Capacidade Judiciária
Temos restrições a esta capacidade judiciária, entre elas a menoridade ou medidas de acompanhamento de
maior. No que toca à menoridade, devemos conjugar o artigo 123ºCC com o nº2 do artigo 15º CC, percebendo
que o menor não tem capacidade judiciária. Assim, para ultrapassar isto, o menor deve estar judicialmente
representado pelos progenitores ou tutor – artigo 124º CC e 16º CPC. O artigo 15º, estabelece que a capacidade
judiciária tem por base e medida a capacidade de exercício dos sujeitos, isto para salvaguardar a exceção da
validade de certos atos e negócios jurídicos praticados por menores, devido a estes terem capacidade jurídica
para a prática desses atos ou negócios. tratando-se de um menor em que as responsabilidades parentais cabem
apenas a um dos pais ou sobre o qual tenha sido instituído tutela, a representação judiciária faz-se de acordo
com decisão judicial. Quando não for possível assegurar a intervenção ou acordo de ambos os pais, temos de
olhar para o regime do artigo 18º CPC par instaurar a ação. Nos casos de acompanhamento de maior, bem
como a definição de acompanhante devem ser decretadas pelo tribunal, no âmbito do processo especial
previsto nos artigos 891º a 904º CPC. Face à expressão do nº 2 do artigo 15º anteriormente mencionada - “tem
por base e por medida” - é preciso ver que a capacidade nestes casos tem amplitude variável, sendo sujeita a
uma apreciação à luz do conteúdo da sentença e das medidas aí presentes, segundo caso concreto. O artigo 19º
clarifica que mesmo que o maior não esteja sujeito a representação, sempre que estejam em causa atos que a
sentença exija autorização, a atuação do maior fica subordinada à orientação do acompanhante; além disso se
o maior estiver sujeito a administração de bens no âmbito do artigo 145º nº2/b CC, este será representado em
juízo pelo seu acompanhante sempre que a ação disser respeito a essa matéria.
Há uma diferença entre legitimidade e capacidade judiciária e personalidade judiciária. Na capacidade estamos
perante capacidades processual das partes, no caso da legitimidade estamos perante a qualidade posicional das
partes. A legitimidade insere-se não no sentido de saber se se pode interpor ações ou ser parte de ações, mas
sim saber se naquela ação em concreto, que pende ente duas partes, tem efetivamente de pender entre essas
duas partes ou entre uma delas e um outro terceiro – averiguar se naquele processo as partes que figuram no
mesmo são efetivamente o autor e réu eles deviam estar no processo.
No nº 1 do artigo 30º CPC é estabelecido a regra de o autor ser parte legítima quando tiver interesse direto em
demandar, enquanto o réu é parte legítima quando tem interesse direto em contradizer. No nº 2 explicita-se o
sentido destas situações: para saber que o autor é parte legítima é necessário ver se este tirará algum ganho da
procedência da ação, enquanto o réu deverá sofrer prejuízo com a procedência daquela ação que irá
contradizer. No nº3 está presente uma regra supletiva: normalmente a lei explicita quem deve ser demandado
em certas ações específicas, porém, quando não temos esse auxílio da lei, os sujeitos da relação controvertida
Quando se fala em interesse direto, é necessário ressalvar as situações de interesses indiretos ou difusos. Essas
situações acontecem quando:
• Proteção de interesses privados: ações de sub-rogação - Substituição de pessoa por outra pelo simples
facto de a parte com interesse direto não interpor ação.
• Proteção de interesses difusos – artigo 31º CPC. Atribui-se legitimidade de certas situações previstas no
artigo a toda a comunidade pois todos esses têm interesse direto
Quando temos uma relação entre A e B temos uma relação singular, temos um réu e um autor. Porém se de
um dos lados existir mais que uma parte, temos legitimidade processual plural. A pluralidade pode ser ativa, por
existir diversos autores, passiva por existirem vários réus, ou dupla por existirem vários sujeitos de ambos os
lados. Também pode ser inicial ou subsequente, conforme a pluralidade se verifique no início da ação ou quando
tem já lugar na pendência da causa. As figuras de pluralidade das partes são os casos do litisconsórcio (artigo
32º a 35º CPC) e coligação (artigos 36º a 39º CPC). Na primeira temos apenas uma relação material controvertida
e na segunda temos várias relações materiais controvertidas.
Litisconsórcio
É uma figura que ocorre quando em juízo estamos perante uma relação jurídica que envolve diversos sujeitos,
em virtude de serem titulares da relação controvertida. O litisconsórcio pode ser voluntário (facultativo) ou
necessário (forçoso), sendo em regra voluntário. Em termos gerais: havendo dois autores possíveis com
legitimidade ativa, caso apenas um avançasse com essa ação, a legitimidade das partes encontrava-se garantida;
Caso seja litisconsórcio necessário basta que uma das partes não interponha a ação para que exista ilegitimidade
e se possa invocar a absolvição do réu na instância; Para o litisconsórcio ser necessário é preciso que haja uma
fonte – artigo 33º CPC estabelece fonte legal, negocial, natural ou provocada (artigos 316º a 320º CPC).
Temos litisconsórcio voluntário quando a pluralidade das partes resulta da vontade do ou dos interessados, ou
seja, havendo uma questão que diga respeito a diversos interessados, a presença de todos na ação só se verifica
porque o autor decidiu propor a ação contra todos os interessados ou porque vários interessados decidiram
instaurar a ação - artigo 32º CPC. A decisão a proferir na causa resolverá, em simultâneo e quanto a todos, o
diferendo submetido à consideração do tribunal. Visto o litisconsórcio ser voluntário e não obrigatório, nada
exige que todos os interessados sejam parte na causa; nesta situação, o artigo 32º nº 1 e 2 CPC estabelece que
a decisão a proferir apenas vincula as partes presentes na causa, reconhecendo o tribunal apenas a quota-parte
da responsabilidade ou interesse. Assim, no caso de obrigações divisíveis (artigo 534º CC), apenas se decidirá
quanto à parte do débito ou crédito comum que corresponda à quota-parte do interessado. Porém, nada exclui
que, no caso de o negócio permitir, que o direito comum seja exercido ou exigido apenas a um dos interessados,
como acontece nas obrigações solidárias (artigo 512º CPC).
• Litisconsórcio necessário legal: acontece, por exemplo, nos casos de obrigações indivisíveis com
pluralidade de devedores (artigo 535º CC), do direito de preferência a vários titulares (artigo 419 CC). O
artigo 34ºCC, no seu nº1, estabelece casos de litisconsórcio ativo, estabelecendo que devem ser ambos
os conjugues a propor as ações de que possa resultar a perda ou oneração de bens que só por ambos
possam ser alienados ou a perda de direitos que só por eles possam ser exercidos. Já o nº3 do mesmo
artigo, estabelece casos de litisconsórcio necessário passivo, estabelecendo que devem ser propostas
por ambos os conjugues as ações emergentes de facto praticado por ambos ou por um deles, mas em
que pretenda obter-se decisão suscetível de ser executada sobre bens próprios do outro.
• Litisconsórcio necessário convencional: quando a pluralidade de partes é determinada por estipulação
dos interessados (artigo 33º nº 1 CPC). É possível que quando várias partes celebrem um negócio,
estabeleçam que devem estar todos presentes em eventual discussão judicial relativa a esse negócio.
Deve constar pelo menos de documento escrito.
• Litisconsórcio legal necessário natural: quando a intervenção de todos os interessados se mostra
necessária para que a decisão a obter produza o seu efeito útil normal, tendo em conta a natureza da
relação jurídica em discussão, regulando a situação concreta das partes relativamente ao pedido
formado - artigo 33º nº2 CPC. Acontece que, em casos que haja mais que uma ação, é necessário
conjugar a decisão proferida na primeira ação, com a decisão a proferir na nova ação, em que as partes
desta última não intervieram na primeira, sendo necessário que a nova ação seja afetada pela decisão
da primeira, traduzindo-se na necessidade da presença de todos os intervenientes. Em prática, numa
ação destinada a obter a declaração de nulidades de um negócio jurídico, a nulidade da primeira ação
faz com que todos os negócios jurídicos supervenientes sejam igualmente nulos, sendo que se os
contraentes não ficassem todos vinculados à decisão isso levaria à não possibilidade de regular de modo
definitivo a questão submetido a juízo. Também numa ação de preferência, deve o transmitente,
obrigado à preferência, como o adquirente, serem demandados na ação.
A violação do litisconsórcio necessário implica a ilegitimidade da parte que litigue desacompanhada – artigo
33º nº1 CPC - pois esse interesse não pode ser regulado judicialmente sem a presença de todos os interessados.
Coligação
Acontece quando, por exemplo, num acidente de viação, ou seja, a mesma causa a pedir, vários lesados
formularem em simultâneo, ou seja, na mesma ação, os respetivos, porém diferentes, pedidos de
indeminização contra a mesma seguradora.
Implica que em determinadas ações as partes estejam acompanhadas por um advogado, ou seja, o patrocínio
judiciário é a assistência técnica e profissional que o advogado presta à parte tendo em vista a correta condução
processual da ação. Só é um pressuposto processual quando é obrigatório, como indicado no artigo 40º CPC:
ações cujo valor ultrapasse a alçada da 1ª instância e que por isso admitem recurso ordinário (resulta do
confronto entre valor da causa e a alçada do tribunal que proferiu a decisão, sendo a alçada do tribunal de 1ª
instância 5000 euros e o da relação 30.000 euros). Os recursos ordinários são aqueles interpostos em prazo
contado da notificação da decisão - nº 1 artigo 638 – ou seja antes do trânsito em julgado – artigo 628º CPC – e
desde que o valor da ação seja superior à alçada do tribunal que proferiu a decisão. Ou seja, sempre que a ação
exceda o valor de 5000 euros na 1ª instância é necessário a constituição de advogado.
O nº 2 do artigo 40º CPC estabelece igualmente as causas em que seja admissível recurso independentemente
do valor, sendo que é admissível por lei – artigo 629º nº 3/a) CPC - ações em que se aprecie a validade,
subsistência ou cessação de contratos de arrendamento.
No nº 4 incluem-se as ações propostas nos tribunais superiores, salvaguardando as situações das ações
propostas diretamente em tribunal superior – por exemplo, artigo 978º CPC.
Assim, ficam genericamente de fora ações cujo valor não ultrapasse os 5000 euros, tanto em ações comuns
como especiais. Assim quando litigiam entre si, por não ser obrigatório a constituição de advogado as partes
estarão diminuídas e condicionadas na sua ação, pois não dominam as regras procedimentais nem sabem como
A intervenção de advogado depende de um mandato nos termos do artigo 43º CPC, tendo poderes para
representar nos termos do artigo 44º e 45º CPC.
Interesse Processual
Consiste na indisponibilidade do autor correr a juízo para a satisfação da sua pretensão, ou seja, o autor não
dispõe de quaisquer outros meios extrajudiciais para realizar aquela pretensão. O interesse não se confunde
com à legitimidade pois este último refere-se ao conteúdo material da pretensão enquanto interesse em agir
respeita ao interesse no processo, no recurso à via judicial.
A qualificação do interesse em agir como pressuposto processual assenta na preocupação de evitar ações
inúteis.
É preciso salientar o artigo 577º CPC, devido ao nexo existente entre violação de pressupostos processuais e a
verificação de exceções dilatórias, revelando que existem mais exceções dilatórias do que as indicadas no 577º
CPC, ou seja, temos exceções dilatórias inominadas.
• A ação de condenação numa obrigação cujo vencimento ocorre apenas com a citação ou depois de
proposta a ação
• A ação declarativa instaurada pelo credor munido de um título com manifesta força executiva
• A ação declarativa instaurada pelo autor, estando reunidas as condições necessárias para interposição
de recurso de revisão
O caráter excecional destas ações surge, pois, o autor tem o encargo de pagar as custas, a menos que o réu
conteste – artigo 527º CPC. Contraria assim o facto de estas deverem gerar o efeito previsto para a violação de
pressupostos processuais, absolvição do réu na instância (artigo 527º CPC) e gera, em vez do suposto, a inversão
da responsabilidade das custas. Nos demais casos configuram a falta de interesse em agir aplica-se o regime
decorrente da violação dos pressupostos processuais.
A competência determina-se pelo pedido formado pelo autor, pelo tipo de ação que pretende instaurar, pelo
recurso que pretende interpor, pelo lugar de ocorrência dos factos, pela residência das partes, etc. Neste âmbito
podemos distinguir competência abstrata – determinam-se as ações que, em bloco, são da competência de
certas espécies de tribunais como de família, etc – e competência concreta – poder de julgar uma certa e
determinada causa.
• Internacional
• Interna
Em determinados casos, pode uma questão litigiosa estar em contacto com mais do que uma ordem jurídica e,
nesse caso, torna-se necessário delimitar os limites de competência internacional dos tribunais de cada um dos
estados. Teremos competência interna (dos tribunais portugueses) no momento em que percebemos que o
tribunal tem competência internacional.
Competência internacional
Sempre que temos elemento de conexão com ordem jurídica estrangeira. Esse elemento existe em relação
com, por exemplo, a liberdade de circulação e bens e assim surgindo cada vez mais problemas de competência
internacional. Pode surgir, por exemplo, de uma relação jurídica com cidadão de outro país.
Os elementos de conexão podem ser a nacionalidade (português tem relação jurídica com cidadão de outro
país), domicílio, lugar de cumprimento de obrigação, lugar onde se situa o bem.
Temos um sistema dualista ou bipartido – a par do sistema legal, artigo 62 e 63 CPC, temos o regime
convencional, que surge do regulamento 1215/2012 de 12 de Dezembro ou de acordos internacionais. Para
utilizar os artigos 62 e 63 é necessário que não se aplique regulamentos comunitários ou instrumentos
internacionais, pois nesse caso vamos buscar a competência a esse regulamento e não aos artigos 62 e 63 – e
por isso o nosso sistema é dualista.
Regime legal
Temos competência internacional dos tribunais portugueses se tivermos verificação de um dos princípios do
artigo 62º CPC
Aqui apenas procuramos atribuir a competência aos tribunais portugueses no seu conjunto – perceber se são
ou não internacionalmente competentes. Será depois a competência interna a ver qual dos tribunais
portugueses é competente a avaliar a ação. Além disso, o artigo 62º apenas refere a possibilidade de a ação ser
proposta em tribunais portugueses não sendo forçoso que isso aconteça. Já o regime do artigo 63º CPC define
a competência exclusiva dos tribunais portugueses, ou seja, nestes casos as ações têm obrigatoriamente de ser
propostas nos tribunais portugueses:
• Matéria de direitos reais e de arrendamento de imóveis situados em território português, porém neste
último concorrente em algumas situações com tribunais europeus - alínea a)
• Matéria de validade da constituição ou de dissolução de sociedades ou pessoas coletivas com sede em
Portugal
• Validade de inscrições em registos públicos conservados em Portugal
• Execuções sobre imóveis em território português
• Insolvência ou revitalização de pessoas domiciliadas em Portugal ou pessoas coletivas/sociedades
Regime convencional - artigo 59º CPC remete para regulamentos europeus (regulamento 1215/2012 de
12/12/2012)
Só se utiliza este regulamento se os 2 países em causa são estado-membros da UE. Caso um dos países não seja
estado membro aplica-se ou um instrumento internacional ou acordo bipartido com esse país ou então regime
legal do 62 e 63º CPC.
Âmbito de aplicação do regulamento: artigo 1º desse, que estabelece a aplicabilidade em matéria civil e
comercial independente da jurisdição, excluindo matérias fiscais, aduaneiras administrativas e todos aqueles
assuntos que estão no nº2 desse artigo 1º, alíneas a) a f).
Competências exclusivas
Artigo 24º do regulamento: a competência de certas matérias é de tribunais específicos de determinado estado.
Remissão para o artigo 63 CPC.
Competência Interna
Verificada a competência internacional dos tribunais portugueses, há que aferir qual o tribunal português
concretamente competente para julgar determinada ação.
Artigo 29º da LOSJ- estabelece os tribunais judiciais e os não judiciais: os tribunais judiciais são os de primeira
(comarca) e segunda instância (relação); os tribunais não judiciais são os administrativos e fiscais; os especiais
são o constitucional, de contas, militares, etc.
Nos termos do nº 1 do artigo 40º LOSJ os tribunais judiciais funcionam como o processo comum: sempre que
não houver competência atribuída a outros tribunais, é o caso tratado nos tribunais judiciais.
Segundo o artigo 33º nº 2, o nosso sistema está divido em 23 comarcas que estão discriminadas no anexo 2 ao
LOSJ. O mapa terceiro anexo ao ROFTJ dir-nos-á qual o tribunal especificamente competente pois diz-nos se
naquele local há um tribunal especial naquela matéria.
Os tribunais da relação são 5: de Guimarães, porto, Coimbra, lisboa e Évora. Estes estão previstos no anexo
primeiro à lei 62/2013, que estabelece a competência destes no que diz respeito às comarcas.
2º Tribunais de 2ª instância/relação
A maioria das ações são instauradas nestes últimos, pese embora haja circunstâncias que possamos ter como
tribunais de acesso um dos outros 2.
Os juízes colocados neste assumem a designação de juízes conselheiros. O STJ tem sede em Lisboa e que
normalmente só atende a matéria de direito - artigo 46
Ruben Ramos – Org. Judiciária 33
Tribunais da Relação - artigos 67º A 77º LOSJ
Tem como área de competência cada uma das comarcas a que estão adstritas. Os juízes colocados nestes são
os juízes desembargadores. Conhecem matéria de direito e de facto. Estes, nos termos do nº3 do 67 têm mais
secções: cíveis, penais e sociais. Estas são comuns ao STJ. A par destes tem secção de família e menores,
comercio, propriedade individual, concorrência e supervisão. Esta sugere uma ideia de especialização dos juízes
à matéria em concreto
Estão por todo o território português. São compostos pelos juízes de direito. É no âmbito deste que se colocam
problemas para aferição da competência pois estes existem por todo o território e é, portanto, saber onde a
ação vai ser proposta.
Nos termos do artigo 81º LOSJ os tribunais de comarca desdobram-se em juízos, que podem ser de competência
genérica ou especializada, sendo designados pela competência e pelo nome do município. Os juízos de
competência especializada são: central cível, central criminal, instrução criminal, família e menores, comércio,
execução - nº3 do artigo 81º.
Segundo o artigo 33º nº1 da LOSJ os tribunais de primeira instância incluem, além dos tribunais de comarca, os
tribunais de competência territorial alargada. Estes exercem jurisdição em mais de uma comarca ou áreas
definidas por lei, sendo estes sempre de competência especializada – artigo 83º nº1 e 2 LOSJ
Para saber, portanto, onde vai ser a ação proposta, são necessárias várias regras/critérios de competência
estabelecidos na alínea nº2 do artigo 60 CPC e no artigo 37nº1 LOSJ:
• Hierarquia
Estamos perante a repartição vertical da competência, pois temos hierarquia entre os tribunais judiciais e é
necessário ter em consideração que cada um deles tem uma parte de fração doo poder jurisdicional. A
hierarquia fala-se na medida de o tribunal superior poder revogar ou reformar a decisão do tribunal inferior,
patente no artigo 42 nº1 da LOSJ e artigo 29 da mesma. Podemos falar em tribunal a quo (tribunal recorrido) ou
tribunal ou ad quem (para onde se recorre), pois normalmente os tribunais superiores apenas são usados em
efeitos de recurso. A hierarquia manifesta-se nos termos quem um tribunal inferior pode revogar decisões dos
tribunais inferiores.
Nota que mesmo os tribunais de 1ª instância podem receber recursos nos termos do artigo 67ºCPC (decisões
dos notários, dos conservadores de registo etc. Já os tribunais da relação têm competência para conhecer
recursos das decisões dos de 1ª instância - artigos 42 nº2 LOSJ e 68nº2 - e outras causas – artigos 68 nº1 e 73º
LOSJ. No topo da hierarquia está o STJ com competência para conhecer os recursos interpostos das decisões da
relação - artigos 42 nº2 e 69 nº2 LOSJ - e outras certas e determinadas causas – artigos 53º e 55º LOSJ e 69º CPC
A lei estabelece a competência dos tribunais de 1ª instância de competência especializada no artigo 111º e
129º LOSJ e dos tribunais de competência genérica no artigo 130 nº1 do mesmo documento. Como já vimos, os
tribunais de competência especializada correspondem aos juízos de competência especializada do nº3 do artigo
81º da LOSJ e, por outro lado, os tribunais de competência alargada (contemplam todas ou mais comarcas) que
estão presentes no artigo 83º da LOSJ – a competência de ambos está patente no nº2 do artigo 40º da LOSJ.
Vocação jurisdicional dos juízos de competência especializada – artigos 117º a 129º LOSJ e artigo 81 nº3:
✓ Juízos centrais cíveis têm competência para preparar a julgar ações declarativas cíveis de processo
comum de valor superior a 50.000 euros e para exercer as competências não abrangidas por outro
tribunal ou juízo em ações executivas superiores ao mesmo valor - alíneas a) e b) do nº1 o artigo
117º LOSJ
✓ Juízos centrais criminais têm competências para aferir despachos nos termos do código penal
✓ Juízos de instrução criminal são competente para proceder à instrução criminal, decidir quanto à
pronúncia e exercer funções jurisdicionais relativas ao inquérito - artigo 118º nº1 LOSJ
✓ Os juízos de família e menores têm competência para preparar e julgar ações relativas a conjugues,
separação de pessoas e bens e divórcio, ações de alimentos, regular o exercício das
responsabilidades parentais e tudo o resto que está patente nos artigos 122º a 125º da LOSJ.
✓ Juízos do trabalho são competentes para conhecer questões emergentes de relações de trabalho
subordinado e todos os domínios laborais e de segurança social - artigo 126º LOSJ
✓ Os juízos do comércio são competentes para preparar e julgar processos de insolvência e de
revitalização, ações relativas aos exercícios de direitos sociais e impugnações dos despachos
conservadores do registo comercial – artigo 128º LOSJ
✓ Os juízos de execução têm competência para exercer, no âmbito do processo executivo, os
pressupostos dos artigos 129º LOSJ.
Neste âmbito é também importante considerar os juízos de competência territorial alargada – artigos 111º e
seguintes LOSJ:
Por exemplo ação de divorcio: em princípio está relacionado com matéria ao direito da família; os juízos
específicos destas matérias existem, artigo 122 a 125 da LOSJ, e vamos encontrar na alínea C do nº1 a
competência destes juízes de família e menores.
Já os tribunais de competência genérica têm natureza residual ou supletiva, dependendo a sua intervenção de
não haver competências nem dos tribunais de competência alargada nem dos juízos de competência
especializada. Estes estão patentes no artigo 130º LOSJ
• Valor
Esta releva apenas no âmbito das ações declarativas (cíveis) de processo comum, na confrontação entre juízos
centrais civis e juízos locais cíveis; consoante o valor de até 50 mil euros (inclusive) temos intervenção de juízo
local cível - alínea a) do nº1 do artigo 117 e nº1 do artigo 130 da LOSJ; e as ações declarativas cíveis comuns são
da competência dos juízos centrais cíveis; porém se for um processo especial é julgado num juízo central civil.
O nº1 do artigo 43º da LOSJ assinala que o STJ exerce jurisdição em todo o território nacional. Já os tribunais
da relação têm a sua competência prevista no nº 2 do mesmo artigo. Já os tribunais de 1ª instância, os tribunais
de comarca têm competência nas áreas das respetivas comarcas, segundo o nº3 do mesmo artigo, podendo,
porém pelo nº4, ser possível que haja jurisdição de um tribunal sobre mais que uma comarca – tribunais de
competência territorial alargada; o nº 5 acrescenta que os tribunais de competência especializada e de
competência genérica têm competência judicial a definir por decreto-lei.
Foro real: as ações devem ser propostas no tribunal da localização dos bens quando se tratar dos
casos do artigo 70 do CPC
Foro obrigacional: as ações destinadas a fazer cumprir obrigações e matérias reguladas no artigo 71º
CPC devem ser propostas no tribunal de domicílio do réu ou optar o credor por escolher o tribunal
NOTA: Artigo 91 a 93 - questões incidentais, reconvencionais e prejudiciais. Pode acontecer que u incidente
presente no processo tenha competência atribuída a outro tribunal que não aquele do processo.
Questões incidentais: Pode acontecer que um incidente presente no processo tenha competência atribuída a
outro tribunal que não aquele do processo.
O tribunal competente para a ação e também competente para resolver questões incidentais que surjam
Questões prejudiciais: a competência de dois tribunais, não sendo colocada em causa a competência de cada
uma deles, mas a decisão pendente em certo tribunal pode só ser passiva d ser tomada quando outro tribunal
decidir sobre a questão prejudicial.
Acordos das partes para afastar as regras de competência territorial; esta competência convencional é tão
importante como a que resulta da lei – artigo 95 nº1.
As regras não podem ser afastadas pelas partes com exceção da competência em razão do território. Não há
liberdade total neste campo, há determinadas situações executadas destas: se há situações que permitam
conhecimento oficioso por parte do tribunal não podemos ter o pacto de competência. Todas as situações
identificadas no artigo 104 CPC podem ter pactos de competência. Para este ser válido têm de ser observados
requisitos presentes no nº 2 do artigo 95º CPC: referir o critério económico e ter os requisitos de forma do
contrato subjacente.
Ruben Ramos – Org. Judiciária 37
Competência internacional - Pacto de jurisdição
Dois tipos:
• Privativos de jurisdição: privar o ordenamento jurídico português da competência que resultava dos
critérios
• Atributivo de jurisdição: atribuir competência ao ordenamento jurídico português
É determinada da incompetência absoluta sempre que estivermos perante competência internacional ou, a
nível interno, estejamos perante a infração de regras em razão da matéria e da hierarquia; mas se for razão de
valor ou território temos incompetência relativa – artigo 96 CPC.
Normalmente quando não temos observância de um pressuposto processual temos a absolvição do réu, porém
na competência temos 2 situações paralelas:
Regime de arguição
A incompetência absoluta pode ser arguida pelo tribunal ou partes; na relativa só pode ser arguida pelo réu ou
em determinadas circunstâncias, do artigo 104 CPC, pode ser conhecida oficiosamente pelo tribunal
NOTA: Artigo 629 nº 2 alínea A - nos casos de incompetência absoluta é sempre admitido recurso
independentemente do valor da cuada ou do prejuízo que venha a conhecer pela derrota na 1ª instância
(incumbência).
Absolvição do réu da instância: caso o autor queira que o mérito da causa relativa ao pedido seja avaliado, o
que não acontece na absolvição do réu na instância, tem de instaurar uma nova ação e aproveitar os efeitos da
anterior ação a nível dos prazos (tinha 3 anos para interpor a ação, a 2ªa vai ser feita fora de prazo, porém
aproveita o mesmo) dentro dos prazos estabelecidos para isso mesmo.