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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

14/09

Lições exames: XI, XII, XIII

15/09

Instituições: elementos mais importantes no DIP.

1ª Aspeto: Resolução de conflitos  Do ponto de vista histórico, é a Carta das nações


unidas que traz o aspeto em questão, com o artigo 2º/4 proíbe o uso da força e portanto os
conflitos passam a ser resolvidos de forma pacífica (33º), preservando a paz e a segurança.

Tribunal internacional de justiça (órgão 1º):

Antes já havia um “primeiro tribunal”, contudo, foi desfeito e criou-se este novo, sendo
os termos do seu estatuto idênticos ao anterior.

CDI

Formada por um grupo de juristas que apoiam a assembleia geral no trabalho


relacionado com o direito internacional, como por exemplo: pós-guerra. A CDI é a maior
responsável pelo sucesso da ONU.

Recursos jurídicos e assistências no Direito Internacional.

Apresenta vários problemas  A maioria dos países são pequenos, não tendo meios
diplomáticos funcionais, são países mais recentes, vindos da colonização. Portanto,
necessitavam ajudas dos maiores.

18/09 T

O canal é internacional, a Alemanha tem de dar livre acesso aos países que cumprirem
os requisitos para realizar a travessia. Em relação à guerra russo-polaca, foi declarada por parte
da Alemanha a sua neutralidade. Assim sendo e aplicando o ato de neutralidade, não permitiu
a passagem de um navio inglês que levava munições para guerra (1923).

Este caso foi o primeiro caso que o TJI recebeu, pondo em questão se as autoridades
alemãs podiam proibir a passagem. A resposta é que não, devido à internacionalização do
canal pelo tratado de Versalhes, a travessia do canal é subjacente ao direito internacional,
prevalecendo este em relação ao direito interno alemão.

O que fazer quando as normas nacionais e internacionais são incompatíveis?

Introdução:

1- Enquadramento do problema: os eventuais conflitos entre normas são resolvidos


em relação ao valor hierárquico das Normas em questão. Uma regra posterior
derroga a anterior, se o legislador a criou, é porque queria derrogar a mais antiga),
assim como a regra especial derroga a regra geral.
Quanto ao conflito entre as normas internas e internacionais, há a necessidade de
determinar a prevalência, tendo diferentes perspetivas
(internacional/constitucional).
2- A origem do problema: o voluntarismo  Se todo o direito é expressão da vontade
do Estado, como podem surgir regras que limitam esta vontade? Assim sendo,
como há direito superior à este?

Abordagem tradicional:

Dualismo (USA-, UK+):

No dualismo, refere-se que as ordens jurídicas internas e internacionais são


antologicamente distintas, isto devido à origem, aos destinatários e aos órgãos de
aplicação: não há interpenetração das ordens jurídicas, portanto, não há conflitos de
normas. A norma internacional vigora internamente se for reproduzida pelo ato
interno. A norma internacional necessita de transformação.

Monismo:

No monismo, há uma unidade do sistema jurídico, havendo interpenetração


das ordens jurídicas. Assim sendo, potencializa-se os conflitos entre as normas internas
e internacionais, como o primado do direito internacional e o primado do direito
interno. Neste caso, a norma internacional não necessita de transformação.

3- A diminuição da importância da querela:


Deu-se a flexibilização de regimes e práticos, a prática dos Estados não são
necessariamente um espelho da postura que adotaram (dualismo e monismo).

25/09 T

Lição IV A querela:

A diminuição da importância da querela:

 Flexibilização dos regimes e práticas


 O âmbito restrito das invocações de conflitos Exceção das regras dirigidas à
particulares; Estados evitam recursos à meios judiciais.
 O advento do pluralismo: Hierarquia e heterarquia: Vantagens da concorrência e
acomodação de diferentes ordens que regulam o mesmo, provavelmente os corpos
jurídicos aprendem uns com os outros, sendo portanto mais eficaz. Leva às
sobreposições de ordens religiosas e civis, por exemplo.

A superação da querela:

O regime da convergência doutrinal e da prática estadual

1- A obrigação dos Estados conformarem a respetiva ordem jurídica ao cumprimento das


suas obrigações internacionais. A obrigação de ajustamento é dos Estados, a ordem
internacional não tem sequer capacidade para tal.
2- A liberdade dos Estados escolherem os meios através dos quais atingem o objetivo (ex:
monista, dualista, pluralista) Os Estados são livres na determinação do regime a adotar
3- Inexistência de obrigação de dar primazia ao direito internacional ao anular as regras
nacionais contrárias. Os Estados são livres na determinação do regime a adotar
4- Subsistindo incompatibilidade, os Estados respondem internacionalmente. Caso não
cumprem, respondem pelos danos causados.

27/09 T
Relações entre as ordens jurídicas internacionais e internas

Os mecanismos:

Monismo Dualismo Pluralismo


Há interpenetração das Não há interpenetração das Há interpenetração das
ordens jurídicas ordens jurídicas ordens jurídicas (diferente
solução dos monistas)
O conteúdo normativo Não havendo Vigora enquanto tal na
internacional vigora interpenetração, a norma ordem interna, que com ela
enquanto tal na ordem internacional só vigora se for procura articular
interna (o reconhece) repetida ou retomada
através de um ato interno
Trata-se de um mecanismo Mecanismo de Mecanismo de acomodação:
de receção transformação, o que se o que interessa é encontrar
transforma não é o conteúdo forma de convivência entre o
normativo da norma e sim a internacional e o interno,
natureza, deixa de ser caso não seja possível,
internacional e passa a ser escolhe-se a mais adequada
nacional
COMPLEXIFICAÇÃO COMPLEXIFICAÇÃO COMPLEXIFICAÇÃO
Receção plena (pode ter Transformação/ Receção Interação dualística jurídica,
exigências de natureza semiplena: Se recebe apenas as regras devem-se articular
formal ex.: publicação) uma ou mais fontes, dá se a para encontrar a solução
/Receção semiplena: Se transformação, a conjugação
recebe apenas uma ou mais dos mecanismos da receção
fontes, dá se a plena e da transformação
transformação, a conjugação
dos mecanismos da receção
plena e da transformação
Aplicabilidade direta: refere- -------------------------------------- Margens de apreciação: uma
se ao que não está escrito, se -------------------------------------- mesma regra pode ter um
não está, como publicar? Ex.: -------------------------------------- entendimento
costume. As normas -------------------------------------- razoavelmente distinto
sobrepõem-se -------------------------------------- dentre países, não afetando
autonomamente, criado pelo -------------------------------------- o essencial da regra. Ex.:
DUE, o sistema aplica-se na -------------------------------------- Liberdade religiosa/ Regimes
ordem interna dos E -------------------------------------- de autonomia limitada: os
membros, sendo o DUE -------------------------------------- Estados podem ter
responsável por determinar -------------------------------------- autonomia em alguns
os termos de aplicação -------------------------------------- assuntos/Esquemas
-------------------------------------- subsidiários/ Redundâncias
-------------------------------------- judiciais/ acordos de
-------------------------------------- participação híbrida/
-------------------------------------- regimes de reconhecimento
-------------------------------------- mútuo

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Lição VI A vigência do direito internacional na ordem jurídica portuguesa:

Direito internacional geral ou comum (8º CRP)


Alínea 1: A interpretação não é muito acessível, quanto ao “direito internacional geral ou
comum”, refere-se primeiramente ao costume geral, é o essencial do DIGC, para além do
costume, fala-se dos princípios gerais do direito internacional, ainda, as convenções universais
obrigatórias ERGA OMNES (Ex. CNU), inclui também o costume particular, regional, local e
bilateral.

“Fazem parte integrante do direito português”: Cláusula de receção automática, a


receção ocorre sem necessidade da prática de qualquer ato.

Alínea 2: O regime constitucional consagra exceção no artigo 277º, dando relevância a


eventuais irregularidades, o artigo 46º diz respeito a irregularidades e está remetido para o
artigo anterior. As irregularidades formais do artigo 46º não são relevantes, não afasta a
vinculação dos países, se assim fosse, muito provavelmente se acontecesse de não
concordarem com algum tópico, podiam simplesmente errar propositadamente para
salvaguardar a chance de não se vincular.

Quanto à publicação oficial, essa é uma exigência formal, realiza-se pela cláusula de
receção plena, a publicação é uma mera condição de eficácia (tem a ver com a oponibilidade
da ordem).

Alínea 3: “Organizações internacionais” - Norma introduzida antecipando a adesão à CEE, face


a numerosas críticas, a matéria veio a ser regulada por um nº especial, a norma impõe uma
condição que não se verifica na prática, da forma que está escrita, deixa de fora o direito
originário.

Alínea 4: Trata-se de direito originário, direito derivado, aplicabilidade direta, atos não
normativos, atos do DUE que não provém das instituições.

HIERARQUIA ENTRE O DIREITO INTERNO E O DIREITO INTERNACIONAL

1º Direito internacional geral ou comum- supraconstitucional

2º Direito convencional- Infraconstitucional, supralegal

3º Direito derivado das organizações internacionais- supraconstitucional, se vier a ser


determinado nos tratados

4º Direito da UE- supraconstitucional, porque assim resulta do acervo do DUE

O direito internacional geral ou comum não está sujeito à fiscalização da


constitucionalidade, porque supostamente é superior

04/10 T

Lição VII – Fontes de direito internacional

Problema principal! Como a regra chega até nós?

Fontes transmissoras: Meios através dos quais se dá o conhecimento das normas

Distinção entre normas e fontes:

Norma: conteúdo substancial de uma regra.

Fonte: meio pelo qual se conhece as normas. O elenco das fontes está previsto no artigo 38º do
ETIJ.
A mesma norma pode resultar de várias fontes distintas, e vice-versa

38º ETIJ:

1- Convenção internacional
2- Costume internacional
3- Princípios gerais de direito
4- Jurisprudência
5- Doutrina.

A ordem do 38º e a sua relevância:

Não se trata de uma ordem hierárquica das fontes, as fontes não têm hierarquia entre
si, aparece na ordem por aplicação, se 2 Estados têm um conflito entre si, o tribunal começa
por aplicar as normas primeiramente dispostas.

A questão da hierarquia das fontes:

Há uma ligeira exceção, supostamente as fontes não respeitam nenhuma hierarquia,


contudo, as fontes acessórias e atos unilaterais são hierarquicamente inferiores, na medida que
um ato unilateral não pode descumprir outro. A consequência imediata é que podem revogar-
se ou alterar-se mutuamente.

Há normas que tendem a assumir caráter hierarquicamente superior, como o IUS


COGENS (53º CRP), prevalece às outras.

As regras IUS COGENS são as únicas que não podem ser alteradas, um costume pode
alterar uma convenção e vice-versa, por exemplo.

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Lição VII- costume internacional

1- Importância relativa:

O costume é fundamento da obrigatoriedade das demais fontes, as ordens jurídicas podem


determinar a validade das fontes.

Há matérias essenciais que estão esmagadoramente reguladas pelo costume (criação


regras internacionais, atos unilaterais, princípios gerais do direito, responsabilidade
internacional, regulação pacífica de conflitos 33º CNU e o investimento internacional)

Nota-se que o costume foi bem acolhido pelos novos E, a maioria das regras
consuetudinárias resulta da convivência de E europeus nos séc. XVIII e XIX, os novos E, se não
acolhessem o costume dos anteriores, não participariam das OI.

O costume regista uma menor exigência temporal, o costume internacional forma-se


rapidamente.

A fonte tem muita importância, regula a fundamentação da obrigatoriedade das demais


fontes.

Sendo um direito não escrito, é muito adaptável, contudo, este caráter torna-os vagos e
imprecisos.

2- Fundamento da obrigatoriedade-
Questão específica, o costume é ou não obrigatório para os Estados que não
participaram na formação? A formação da regra consuetudinária era estabelecida
tacitamente, não havia expressões de vontade e sim comportamentos que declaravam essa
vontade, portanto, se for o costume um pacto tácito, a sua obrigatoriedade resulta do
comportamento, consentimento, portanto, quem não teve comportamento nenhum, não
estaria obrigado.

Esta análise supervaloriza a questão psicológica, na medida que esquece o elemento


material.

Abordagem objetiva: Espontaneidade, a regra surge como consequência da convivência


dos E, o acolhimento pelos E, por uma maioria representativa dos membros.

3- Elementos:
1º Elemento: uso ou prática- conduta, positiva ou negativa, atos nos quais
pode-se encontrar elementos probatórios da afirmação do costume.
2º: Generalidade: Para haver, basta que a maioria esmagadora dos Estados
pratique para que seja adotada, mesmo que exista países que não adotem
3º Uniformidade: é uma constância substancial, ou seja, alguns podem ter uma
prática mais generosa e outros menos, o que for o mínimo divisor comum corresponde
à prática substancial.
4º: Continuidade: A prática tem de ser habitual, repetida durante certo tempo,
não há período mínimo, pode variar desde que sustente a existência do costume.
Costume selvagem: Surge na medida que não apresenta tempo de
aprendizagem é instantâneo, com o tempo, foi ainda mas facilitado pelas OI.
4- Codificação

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Teste prático até a lição 7

A prática do costume em questão deve ser animada por um sentimento de ser tratar
de uma obrigação jurídica (PC 9/1)

 Essencialidade do elemento- A distinção da mera prática 9/2 PC

Enquanto uma conduta resulta no que se está a espera, melhor será. A prática geral
deve ser distinta do simples uso, hábito, cortesia, as quais apresentam apenas uma
componente simbólica.

 Caráter supostamente circular: A regra já existe, e por isso o comportamento é


obrigatório, ou a obrigatoriedade do comportamento é elemento da formação da
norma?
 Dificuldade da prova: Toda a convicção tem o caráter dúbio, por isso o seu caráter
complicado, alguns dizem que não é necessário a prova, a outra parte, se quiser, prova
que não existe, na prática, o TIJ exige a prova, caso contrário todo o uso passaria a ser
mero costume. Não obstante, a solidez da prática ajuda na convicção, o facto de existir
há séculos já leva à crença de que deve ser obrigatória, mesmo nas alturas que os
Estados não concordavam, praticavam, é preciso demonstrar fortes indícios. Exemplos
de atos: Declarações públicas, publicações oficiais, pareceres jurídicos,
correspondências diplomáticas, etc.
16/10 T

Teste de avaliação contínua

18/10 T

Lição IX Convenções internacionais

A- Noção e terminologia, Elementos essenciais:

Acordo de vontades

 Natureza jurídico-contratual das convenções


 Manifestação de vontade- Ao aspeto assentimento duplo, numa convenção tem se o
acordoem 2 momentos diferentes, quanto ao texto e quanto à vinculação (também
acontece nos contratos de direito privado). A não simultaneidade do ato de vinculação
também é relevante, a proposta pode ter sido feita dia 20/10 e a sua vinculação, um
mês depois. Há exigências formais quanto ao texto e quanto à vinculação, por serem
atos de natureza pública, devem ficar claros.
 Vícios da vontade e a nulidade: se o acordo de vontades estiver viciado, ou seja, não é
livre e esclarecido, não pode gerar efeitos, sendo portanto nula a convenção.

Entre sujeitos de Direito Internacional:

 Problema da determinação dos sujeitos: 1º Estados, até meados do século XX só


existiam os Estados, as OI não eram sujeitos e sim um conjunto deles. Com o tempo,
reconheceu-se a existência de outros sujeitos. Com a existência das Nações Unidas, e
recebendo estes danos, quem é que se responsabilizaria pelos nomeados danos?
Assim sendo, conclui-se que as organizações internacionais também são sujeitos de DI.
 Em relação aos beligerantes, insurgentes não são verdadeiramente Estados, mas por
serem considerados como tal, caracterizam-se também como sujeitos de DI, é através
do reconhecimento que se tornam sujeitos.

Consequência da falta de capacidade:

 Normalmente, gera a nulidade do mesmo, se uma das partes não for sujeito de DI,
entretanto, não invalida a convenção, apenas não é nomeada como tal. EX: Entre
Empresa e um Estado, não acaba por ser nulo, apenas não é constituído como uma
convenção, confere valor consoante o direito interno do Estado em questão.

O regime dos quase-tratados:

 Acordos concluídos entre Estados e entes privados estrangeiros (definição


insuficiente). Resulta do problema do investimento internacional, que por sua vez,
querido por todos os Estados. A sua importância tem a ver com a relação entre o
investimento internacional e o desenvolvimento económico, segundo o regime da
convenção de 65

23/10 T

Lição IX

Regime Particular dos quase tratados.


O quase-tratado tem mais que um contrato e menos que um tratado. Já não é apenas
sujeito ao direito interno do Estado e sim protegido pelo direito internacional, sendo menos,
porque uma das partes não é sujeito internacional.

O investimento internacional é essencial ao desenvolvimento económico, todos os


Estados desejam-no.

CONVENÇÃO DE WASHINGTON 65:

 Quebra do investimento internacional nos países de 3º mundo, são estes confiáveis?


 Deve haver maneira de atrair os investimentos aos países de 3º mundo
 Estabelece que os E que participam não se nacionalizam, se o fizerem, devem pagar
indemnização. Os contratos de investimentos internacionais são protegidos pela
convenção.
 Na prática é a base do todos os acordos bilaterais de investimento
 Convenção para a resolução dos diferenciados investimentos internacionais.

C. Agindo nesta qualidade

O IUS IMPERIUM Permite o E nacionalizar a coisa, se arroga uma qualidade especial,


justifica-se através da prossecução do interesse público (ex: passagem de uma Estrada).

Nem sempre os ESTADOS agem desta maneira, é evidente que só existem e agem desta
maneira em questões de alta relevância, podem aparecer como entes privados, despidos das
vestes de império. No plano internacional também isso se verifica (EX: Portugal compra um
terreno em França, muito provavelmente será privado). Com menos intensidade, SEM VESTES,
SEM TRATADO, APENAS CONTRATO PRIVADO.

D. Visando a produção de efeitos jurídicos vinculativos

Celebração de acordos não vinculativos: Pode não ser vinculativo mas ser jurídico,
trata-se da regulação da sociedade através de métodos não vinculativos.

No internacional, são os atos concertados não convencionais, os mais comuns são os


acordos e declarações políticas de caráter geral. Ainda se verifica o GENTLEMEN AGREEMENT, o
representante, através da sua honra vincula-se e não os representados, ESTADO, A parte que
represente age à favor da representada.

Ainda, os códigos de conduta, os quais correspondem à um regime que regula a


conduta, ainda à experiência, para ver se o regime é aplicável. São fases pré-convencionais,
denominados SOFT LAW.

ELEMENTOS NÃO ESSENCIAIS:

 A forma escrita não afeta a validade da convenção (2º e 3º CV 69), como os acordos
verbais, a codificação não é relevante, pode haver convenção não escrita.
 Ser regido pelo direito internacional: Se não é regulado pelo direito internacional, é
pelo direito interno 2º CV 69, tem a ver com os empréstimos, privado ou público?
 A denominação: Convenção pode ter vários nomes (2º CV 69): Tratado, acordo,
convenção podem ser gerais ou específicos. Carta (visava estabelecer o sentido da
convenção que é outorgada, reconhecida por uma entidade), pacto, constituição,
Ato/Ata, estatuto, protocolo (disposições anexas ao próprio tratado).

25/10 T
Classificação das convenções:

1- Material
2- Formal

Têm efeitos práticos, classifica-se quando existe universalidade, por isso, deve existir em
classificação coerente. Para isso, determina-se as diferenças relevantes

1- Tendo em conta o conteúdo das normas, distingue-os entre:


 Tratados-lei: Estabelecem regras de comportamento, a lei por definição é a
manifestação da entidade referente, estabelecendo regras de comportamento, como
os agentes se devem comportar.
 Tratado-contrato: Todo tratado e toda a convenção é um contrato, ou seja visam
estabelecer regras de comportamento ou prestações e contraprestações à que as
partes se obrigam mutuamente.
 Tratado constituição: cria uma organização internacional.

2- Convenções formais:
 Qualidade das partes: uma convenção pode ser entre Estados e outros sujeitos,
portanto, esta distinção faz-se de acordo com os sujeitos. Tradicionalmente eram entre
Estados, depois entre E e OI, depois entre SI e em seguidas entre outros sujeitos
internacionais.
 Quanto ao número de partes: Podem ser convenções bilaterais, clássicas, tradicionais e
convenções multilaterais (ex.: Genebra e Haia) podendo ser restritas (por natureza,
regulam por exclusão de partes) ou gerais (as quais regulam para uma totalidade de
Estados. Uma convenção geral para armas nucleares é menor que uma constituição
restrita europeia, por exemplo.
 Quanto ao processo de conclusão (solenidade): Tradicionalmente eram todos solenes,
devido à uma questão de registo, para que fique claro, o que foi acordado por escrito e
ainda relativamente a imposição às partes do devido acordo, sobretudo, deu-se a
vulgarização da prática convencional, surgindo portanto os acordos de forma
simplificada.
 Uma convenção obriga um Estado a ter determinados comportamentos.

LIÇÃO X: Fases de conclusão

Todas as convenções passam por 3 momentos: Negociação, assinatura e ratificação.


Todo o procedimento é necessariamente regulado por regras nacionais e internacionais, para
que se crie a convenção.

 Negociação: Tem como objetivo a elaboração e adoção do texto, aos termos da


convenção. O texto normalmente é negociado sobre um projeto com a forma geral,
sujeito á emendas. O texto apresenta as seguintes componentes: Preâmbulo
(identificação das partes e fundamentação), dispositivo (articulado), cláusulas finais,
distinguidas no texto, entram em vigor com a assinatura, anexos (pode ou não
apresentar)

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A vinculação tem de cumprir regras internacionais e internas.


NEGOCIAÇÃO:

Visa a elaboração do texto, normalmente negocia-se sobre uma só proposta.

Componentes dos textos:

 Preâmbulo
 Dispositivo: Conjunto de regras, aparecem por artigos
 Cláusulas finais: Também aparecem por artigos, distinguem-se porque se referem a
matérias especificas, entram em vigor com a assinatura. São cláusulas transitórias.
 Anexos: Regimes, autónomos, protocolos, listagens.

Participantes: Os plenipotenciários:

Apresentam plenos poderes. Justificava-se porque na altura havia dificuldade de


comunicação, hoje já não há necessidade de plenos poderes.

Adoção do texto: Por consentimento das partes, quando se trata de uma convenção
bilateral e nos casos das convenções multilaterais, por 2/3 dos Estados.

ASSINATURA:

Pode gerar a vinculação (11º e 12º CV69), mas não determina necessariamente, é a
prática comum, ainda exprime o acordo quanto ao texto (torna-o efetivo, autentica-o). Produz
o direito de ratificar e marca a data e o local.

O primeiro termo material é o facto de a assinatura poder obrigar as partes a


absterem-se dos atos que o possam privar do objeto ou fim, se só assinou, ainda não está
obrigado, o que leva ao problema da responsabilidade pré-contratual, a qual não decorre do
contrato e portanto têm obrigação de manter em aberto a possibilidade de se vincular.

As cláusulas finais entram em vigor com a assinatura, são aplicáveis desde a adoção do
texto (assinatura).

Ainda, realiza-se a assunção ou admissão de factos. Refere-se ainda a adoção por um


número importante de Estados, tem efeito jurídico político, eventualmente superior a
vinculação singular. Após um número grande de assinaturas, é o que será vigorado. Muitos
devem assinar para que se verifique o que está estipulado.

6/11 T
Ratificação das Convenções:
 Ato jurídico individual e solene pelo qual o órgão competente do Estado afirma a
vontade deste se vincular à convenção, normalmente feita pelo chefe de Estado.
 Tradicionalmente entendia-se que os plenipotenciários tinham poderes para vincular.
Contudo, acontece que o sistema de aprovação pelo monarca é que irá avançar para a
ratificação.
 Atualmente mantém-se a função de verificação e acresce a necessidade de intervenção
parlamentar.
 Tem natureza política e não vinculada, na medida que quem assina nunca está
obrigado a ratificar, a ratificação e a consequente vinculação é livre, há mera
expectativa de quem assina. Origina as ratificações tardias e recusas de ratificação.
 É um ato formal, tem de ser convencionada formalmente aos outros E para que os
documentos fiquem devidamente acautelados
 Um ato internacional, regulado pelo DI porque visa efeitos internacionais.
 Tem efeito não retroativo
 Igual à aceitação, acessão, aprovação e adesão. Normalmente quando apicado por
outro órgão

Entrada em vigor (não é propriamente uma fase)

 Decorre da vinculação. Não é obrigatório que uma convenção vincule simultaneamente


todos os Estados.
 Diferente da aplicação efetiva As condições de aplicação podem ser diferentes.
Como a entrada em vigor de uma aplicação progressiva
 O regime vigente é o dos acordos em forma simplificada. Entra em vigor com a
vinculação, se não designado. Nos tratados solenes bilaterais, quando estão ambos,
nos multilaterais ou com a última ratificação ou após um nº, ou estabelecido no texto.

Registo e Publicação (não é uma fase de conclusão)

 Obrigação do envio ao secretário-geral das NU (80º CV69)


 Obrigação de registo (102º CNU)
 Consequências: Torna não invocável por parte dos órgãos da NU

LIÇÃO XI: PARTICULARIDADE DAS CONVENÇÕES MULTILATERAIS (SAI SEMPRE)

1- Processo de elaboração: A negociação das convenções multilaterais faz por maneira


diferente das bilaterais (via diplomática)
2- Extensão dos regimes convencionais: Sendo multilaterais, as convenções podem ter
uma ambição reguladora alargada, estendem-se à outros países.
3- Reservas: A flexibilização dos regimes (tornando-os mais inclusivos). Mais fácil ter mais
E se o regime for mais inclusivo.
4- Depositário: Não há nas convenções bilaterais, há é copias do documento.

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1- Processo de elaboração: Não sendo possível a negociação por via diplomática)


1.1- Atraves de uma conferencia intergovernamental
 Por convocação de Estados
 Por convocação de organização internacional
1.2- No seio de um órgão permanente de uma organização internacional – inovação
surgida na EU
2- Extensão dos regimes convencionais (Resulta da vocação integrativa dos regimes
multilaterais)
2.1- Assinatura diferida a admissão à assinatura de um Estado que: ou negoceia mas
não assina em devido tempo ou sequer negoceia.
Tem de estar especificamente prevista no texto convencional, tem de dizer o prazo e
onde pode ser feita.
2.2- Adesão: Ato pelo qual um Estado que não assinou exprime o seu consentimento a
vincular-se. Um tratado aberto admite a adesão, um tratado fechado só admite se
todos os E estiverem de acordo.

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Teste até a lição XI

Regime das reservas

 Um Estado, ao pretender vincular-se, estabelece uma condição a qual exclui ou


modifica o efeito jurídico de certas disposições, quando um Estado faz uma reserva,
pretende-se um regime Especial.
 Consequência: Exclui ou modifica o efeito jurídico de disposições ou do todo do
tratado. Ainda, condiciona a vinculação, quando um Estado formula uma reserva:
“quero vincular-me, MAS”
 Vantagens: Facilita a vinculação, os Estados, mesmo que não aceitem ou não incluam
disposições, podem realizar uma reserva, estendendo o regime da convenção. Atenua
a dificuldade da adoção do texto. Evita o prolongamento excessivo dos trabalhos na
CIG
 Inconvenientes: Alteração indireta dos regimes. A reserva tem de ser pontual.
Instabilização e desequilíbrio dos regimes.
 Momento da formulação: A partir da adoção do texto, na assinatura. Na prática, deve
ser formulada com a vinculação, porque é sempre uma condição desta vinculação.
Excecionalmente, pode sser na assinatura, logo após ser vencido por 2/3, é frequente
esta prática. Ainda, verifica-se a possibilidade de uma reserva tardia, pós-vinculação.
 Competência: Chefe de E, normalmente, contudo, a formulação deve ser feita pelo
órgão que vinculou.
 Exigências formais: por escrito
 Admissibilidade/validade: (19 e 20º CV69): pode-se vincular sempre? Quando? Consta
do principio da liberdade, os Estados em principio podem e devem ser compatíveis
com o objetivo e o fim do tratado.
 Aceitação: Varia das convenções multilaterais gerais, nas quais basta a aceitação por
um único Estado para as organizações internacionais, onde a aceitação faz-se pelo
próprio órgão. 20º/5 CV 69, presunção de aceitação.
 Estabelecimentos: Exigências materiais: Procedimentais.
 Objeção: Direito unilateral, impede a vinculação da reserva, nas mg se objetar pode
aplicar os termos normais em relação ao Estado que objetou.

Declarações interpretativas: Declaração unilateral para precisar e clarificar o sentido e alcance,


um E diz que interpreta o sentido e o alcance, de uma determinada maneira. Difere-se das
reservas na medida que não visam um regime especial, não modifica nem exclui o efeito
jurídico, apenas torna claro o sentido de alcance. Não condiciona o efeito jurídico da
vinculação. O seu regime aplica-se todo o tempo, sem prejuízo de confirmação, são suscetíveis
de aprovação e oposição.

4. Depositário: artigo 77º CV69

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Lição XII, PROCESSO DE VINCULAÇÃO INTERNACIONAL DO E PORTUGUÊS


Introdução:

 Na perspetiva do direito interno, quem tem competência para a prática dos atos
 A lógica do sistema (no Estado português há sempre aprovação
 Momentos essenciais: Negociação, assinatura, aprovação, intervenção do presidente
da república, outras exigências nacionais e internacionais.
 As particularidades: o que sai da norma geral?

1 Negociação:

Competência exclusiva do governo, 197º 1B CRP, através do MNE (ministério dos


negócios estrangeiros), sem prejuízo de funções atribuídas a outros departamentos
governamentais, tradicionalmente todas as relações exteriores passam pelo MNE.

Há uma eventual participação das RA, sem grande relevância, não negoceiam, podem
participar nas convenções que têm interesse.

2 Assinatura:

Competência exclusiva do governo, 197º 1 b CRP, exercida em CM ou pelo PM, admite-


se que excecionalmente o plenipotenciário possa assinar, com autorização prévia à rubrica ou
assinatura.

3 Aprovação:

Assembleia da república (161 i, 1º parte tratados solenes/ 2º acordos de forma


simplificada/ 3ª outros que o governo…) ou governo (197º 1c), neste caso, residual. Aprova
através da resolução nos termos do artigo 166º nº5 CRP, os termos deste artigo são genéricos.

4 intervenção do PR

Intervém sempre que entender suscitar eventual fiscalização preventiva da


constitucionalidade (134ºg, 278/1, 279º, no livro falta esta parte), contudo, não pode expurgar,
reformular nem confirmar. Serve para formular uma reserva, ex: se declarar que é
inconstitucional, o artigo X não se aplica à Portugal.

Os tratados solenes (161º i 1ª parte) são ratificados através do artigo 135º b e há


presença de um controlo político, já os acordos em forma simplificada, dá se a assinatura de
acordo com artigo 134º b, nota-se um controlo constitucional e a falta de assinatura determina
a inexistência do ato 140º/2 CRP

O PR pode negar a ratificação, há controlo da legalidade e controlo político, na


assinatura, só verifica se há inconstitucionalidade.

5 Outras exigências nacionais:

Referenda ministralDos atos de ratificação ou assinaturas 140º/1 CRP; Publicação no


diário da república, convenção, aviso de ratificação e demais atos respeitantes à convenção. A
referenda surge quando o monarca tomava decisões que não eram levados ao conhecimento
do parlamento, as referendas agiam desta maneira, levavam ao parlamento, no nosso caso é
para comunicar, agindo portanto, em conformidade. A falta de referenda determina a
inexistência jurídica do ato 140º/2 CRP.

Publicação no DR, através de convenção, aviso de ratificação e demais atos a ela


respeitantes 119º/1b. A falta de publicidade implica ineficácia jurídica 119º/2.
Quanto à entrega em vigor, aquando da entrada em vigor na ordem internacional-
8º/2.

O registo e publicação internacional é necessário, a falta de registo impede a parte de invocar


perante as NU- 102º/2 CNU

22/11/2023

Caso português convenções

A negociação e assinatura é sempre do governo, a questão só se começa a colocar na


aprovação (161º i):

PARTICULARIDADES ASSINALÁVEIS:

 A aprovação de acordos em forma simplificada pela AR, a distinção dos tratados


solenes vai residir na margem de apreciação política do PR
 A não vinculação pela assinatura, parece decorrer da vontade em atribuir à AR
capacidade de aprovar acordos.
 A inexistência de regime para a adesão, tem de aplicar-se o regime geral da conclusão
de convenções (não havendo, todavia, negociação)
 Extensão da intervenção do PR, parece justificar-se, no intuito em permitir o controlo
preventivo da constitucionalidade.

Casos práticos relativos a essa matéria: E

Qual a intervenção do PR?

1º vê-se quem vai aprovar, depois vê-se se é tratado ou acordo de forma simplificada, para
saber como o presidente da república vai agir.

Qual o papel do governo? SEMPRE negociação e assinatura e depois vê-se se atua outra vez.

27/11

LIÇÃO XIII VALIDADE DAS CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Sumário

 Introdução
 Condições de validade: Capacidade dos sujeitos, licitude do objeto, regularidade
(formal e substancial) do consentimento
 Regime das nulidades: efeitos da nulidade e processo de anulação (65º SS CV69)

INTRODUÇÃO:

 A qualidade obrigacional das convenções internacionais

Condições de validade:

 Capacidade dos sujeitos: Os sujeitos devem ter capacidade contratual, em termos de


sujeitos há sujeito de DI tem capacidade plena, os E têm sempre capacidade, o
problema do representante eventualmente não ter capacidade vai para o artigo 46º,
aqui o que interessa é se é ou não Estado. No caso das OI, são capazes se os tratados
lhes atribuírem tal capacidade.
A consequência da incapacidade dos sujeitos traduz-se no facto de a convenção deixar
de ser uma, continua a existir contrato mas não há convenção.
 Licitude do objeto: Objeto dos contratos e autonomia da vontade, rodeia-se na
liberdade contratual, portanto, a regra é de que se pode estabelecer livremente, há
pequenas exceções, têm a ver com a indisponibilidade.
Indisponibilidade: Qualquer contrato que tenha em vista a prática de um crime
obviamente não é válido face à ordem jurídica, outro exemplo, traduz-se, na venda das
férias por parte do trabalhador, mesmo que quiser a entidade patronal não pode
aceitar e terá encargos. O legislador estabelece tal regime porque neste caso haveria
sempre uma tendência do trabalhador em realizar tal crime, afetando o interesse. No
caso do direito internacional a indisponibilidade é mais restrita, citando portanto os
factos ilícitos. A evolução da doutrina convencional começa a dispor de novos
elementos, como o uso da força na negociação da convenção.
A questão só é efetivamente regulada com o artigo 53º CV69 (ius cogens) ou a
insistência da indisponibilidade, na medida que não foi de todo pacífico, com a
introdução do artigo, discute-se a possibilidade de haver direito indisponível, mesmo
entre os países ocidentais alguns consideraram inadmissível a existência desta norma.
O artigo em questão refere que todo o tratado incompatível com uma norma
imperativa de direito internacional geral é nulo, uma norma imperativa, por sua vez, é
uma norma aceite e reconhecida pela comunidade internacional dos Estados no seu
todo como norma cuja derrogação não é permitida e que só pode ser modificada por
uma nova norma de DI geral com mesma natureza. A definição tem um problema, na
medida que quem reconhece é a própria comunidade, sem o conhecimento de um
mecanismo para tal, se não há método, conclui-se que na prática é por via
consuetudinária, pelo costume, não afirmando que todo costume seja ius cogens.
 Regime do ius cogens: Noção: a mesma do artigo 53º, inclui-se o problema das
convenções internacionais.
As naturezas das normas refletem sempre e protegem valores fundamentais da CI,
sendo hierarquicamente superiores, tendo aplicação universal.
Os requisitos de identificação traduzem-se na aceitação e reconhecimento das mesmas
pela CI dos Estados como indisponíveis, bastando uma ampla maioria.
Sendo ius cogens, os seus efeitos são, primeiro a nulidade e posteriormente a
indivisibilidade, no caso da violação do ius cogens, este é indivisível, não é possível
manter uma parte do contrato, impedindo ainda a formação de costume contrário ao
ius cogens, não havendo ainda objetores persistentes em relação ao ius cogens,
porque, outra vez, não há exceções em relação, nada pode contrariar o excecional.
 Regularidade formal consentimento: distingue-se a regularidade formal da substancial,
a primeira prende-se com o processo de vinculação dos Estados. Todos os Estados têm
exigências formais quanto ao seu consentimento, o problema maior é que o problema
da vinculação varia de Estado para Estado, existem procedimentos distintos. Regra
geral tem-se em conta a irrelevância, regime excecional, primeiro identifica-se a norma
violada (meio formal e material) e depois verifica-se o caráter manifesto da violação
(46ºCV 69 importância fundamental e caráter manifesto). Ainda se refere uma
importância prática.

29/11

Lição XIII
 Regularidade substancial do consentimento: Faz-se através da vontade. Vícios do
consentimento: Não há muitas variantes, é um regime simplificado. Em primeiro lugar,
tem-se o erro 48ºCV69, traduz-se numa prefiguração incorreta da realidade, julgava
que se estava a vincular a algo e afinal não estava. Um Estado pode invocar um erro se
tiver incidido sobre facto ou situação que esse Estado supunha existir, o erro, a
situação deve ser uma base essencial do consentimento, ou seja, prender-se com o
consentimento. Se o Estado tiver contribuído para o erro, não pode invocá-lo, assim
como se estivesse em condições de se aperceber. Ainda, refere-se as gralhas, como por
exemplo, concordou-se que era 10 mas escreveu-se 100, corrige-se o erro e a questão
está resolvida.
Dolo 49ºCV69, consiste numa conduta fraudulenta que leva ao E prefigurar uma
opinião errada, não exigência, só é relevante a conduta fraudulenta por um Estado que
participou na negociação e corrupção 50ºCV69 deve haver artimanha especifica,
corrupção do seu representante, a partir de que momento é que sou corrompido?
Normalmente, a lei estabelece os limites da corrupção, há sempre cortesias e atitudes
que não devem ser consideradas como corrupção, no âmbito internacional há imensa
cortesia, só há corrupção se existir uma vantagem substancial, excessiva.
Ainda, regista-se a coação, artigos 51º e 52º CV69.
 Quadro recapitulativo, ver foto
 Regime das nulidades: Há distinção entre nulidades (51º 52º e 53º) e anulabilidade, é
uma distinção vinda no direito civil, faz-se na medida que a nulidade é invocável a todo
tempo e a qualquer interessado, a anulabilidade só é invocada pelos interessados.
Depois dá-se o problema da sanação/confirmação (45º), as anulabilidades são sanáveis
e confirmáveis e as nulidades não.
Finalmente, dá-se o problema da divisibilidade, o vício pode incidir apenas sobre uma
parte da convenção, regra geral não se aplica, salvo raras exceções, como refere o
artigo 44º nº3, desde que sejam as cláusulas viciadas sejam separáveis do tratado e
que não seja injusto, mantendo o relativo equilíbrio das relações existentes.
 Efeito da nulidade: 1- cessação da vigência (pode acontecer sem nulidade) , uma causa
de nulidade, se existir afeta o tratado desde o início, um tratado declarado nulo foi
sempre nulo, a cessação da vigência decorre quando um tratado vigorou e deixa de
vigorar, a cessação da vigência só tem efeitos para o futuro. Há dificuldades quanto à
determinação do momento, quando é ela invocada?

04/12/2023

Validade convenções internacionais, continuação

 Efeito da nulidade: 2- A cessação parcial nas nulidades relativas (69º/4), se sair um só


Estado, no caso das convenções multilaterais, os outros podem seguir normalmente.
Ainda, refere-se o artigo 69º e suas exceções, quanto à retroatividade. As exceções são:
atos praticados de boa-fé e ainda não é invocável pelos E que lhe tenham dado origem.
Finalmente, refere-se a indivisibilidade (44º) e as suas exceções, há divisibilidade
obrigatória (46º-48º) e divisibilidade facultativa (48º- 50º)
 Processo de anulação: Particularmente relevante, numa situação de direito interno,
quando umas partes acham que há vicio, só precisam se dirigir aos tribunais, já no
direito internacional: O procedimento 65º e SS., deve haver iniciativa e comunicação,
qual é o vício e o que pretende tirar com isso, deve informar as outras partes quanto à
sua pretensão. Deve dar tempo aos E para responderem. Se não houver acordo entre a
resposta e a pretensão, utiliza-se o artigo 33º da CNU, ou, ainda, o mecanismo de
conciliação do anexo CV69, explica no fundo que as partes devem nomear um
representante, havendo ainda um terceiro cooptado, estes vão determinar os termos e
ao fim do tempo necessário adotam uma solução não vinculativa, ou seja, se um E
estiver de má-fé invocando factos que não existem, os vastos procedimentos incorrem
na boa-fé dos Estados que se sujeitam.

Lição XIV: aplicação das convenções internacionais.

 A execução na ordem interna; execução na ordem internacional; efeitos para terceiros;


conflitos de normas convencionais.
 A execução na ordem interna: Para que uma CV seja cumprida tem de ser introduzida
na ordem jurídica interna, vai depender do regime de vigência estabelecido (monista/
dualista etc.), implica a prática de alguns atos que possam ser exigidos, como a
promulgação, aprovação. No caso de aplicabilidade automática, não há o que referir
em relação à pequenos atos. Pode ser necessário a adoção de medidas internas de
execução, algo eventualmente desnecessário, normalmente não se verifica.
Normalmente os tratados, quando se trata de criar direitos para particulares,
 Execução na ordem internacional: 1ª ideia boa-fé, algo vago, com muito mais
aplicação do pode parecer, agir de boa-fé é agir sem fraude à lei, e em especial ao seu
conteúdo material, com fidelidade e lealdade aos compromissos assumidos, adotando
as medidas necessárias, facilitando o cumprimento às outras partes e ainda se
abstendo de quaisquer medidas que dificultem (artigoº 4º/3 TUE).
Dão-se ainda algumas técnicas cautelares, são obrigações de resultado, ao invés de
obrigações de meios. Ainda, estabelecer cláusulas derrogatórias (ao invés de cl.
Salvaguarda, onde as obrigações podem ser suspensas), o problema aqui prende-se
com as situações excecionais, têm de ser verificadas por um órgão da OI.
Aplicação territorial: regra geral 29º CV 69, exceções às cláusulas federais, coloniais e
ainda espaços com jurisdição limitada.
Cláusulas de não execução (lição XV)
Garantias: mecanismos gerais responsabilidade internacional, o incumprimento é
um ilícito podendo os outros E invocar para que pague os danos causados, em relação
às contramedidas, um a não cumprir pode causar que outros não cumpram. Existem
ainda mecanismos especiais, de controlo: Gage e garantias de potências, muito comum
em convenções que os E estabelecem obrigações, aparecendo potencias a garantir o
cumprimento.

06/12
 Efeitos em relação a terceiros: o terceiro é aquele que não é parte, não estão
vinculados; um tratado não cria nem obrigações nem direitos para um terceiro E sem o
consentimento deste (34º CV69). Há exceções, decorrentes do consentimento (35º e
36º), mesmo sem o consentimento, formando-se uma regra consuetudinária, forma
costume, podendo criar obrigações para terceiros. Ainda existem outras situações
excecionais, como se uma convenção criar uma situação objetiva, outros E têm de
respeitar o efeito e o que daí resulta, como a criação de um novo E, zona
desmilitarizadas e etc; ainda, refere-se a criação de entidades cuja existência é
oponível a terceiros e ainda apor emanação de normas universais (exemplo, ONU)
 Conflitos de normas convencionais: Método objeto, regra de conflitos- tipos de
conflitos, podem ser entre normas internacionais e internas, os E têm obrigação de
conformar o direito interno com o cumprimento das obrigações internacionais. Pode
haver ainda conflitos entre normas internacionais de diferentes fontes (Lição VII),
ainda, o conflito entre normas convencionais sucessivas: Normalmente, resolvem-se
através de disposições convencionais expressas, desde logo através de uma declaração
de compatibilidade ou até através entre mecanismos preventivos, como o de controlo
prévio, troca de informação, consultas, etc. Subsidiariamente, encontra-se outros
mecanismos, o da identidade das partes, que se traduz na identidade parcial ou total
das partes, se for total prevalece a convenção posterior, se as partes são as mesmas e
fizeram outra convenção, queriam regular a anterior, se a identidade for parcial o
problema se poe aos que ficam de fora, nos termos do 30º nº4 cv69, cada um cumpre
aquilo que se obrigou. Mesmo que as partes cumpram o primeiro, há sempre
incumprimento, se cumprirem o segundo prejudica quem só se obrigou ao primeiro e
vice-versa, havendo prevalência. O artigo 41º estabelece as possibilidades para os
países prejudicados. O não cumprimento de uma das partes pode suscitar
eventualmente a não cumprimento de outro país. Outra exceção ainda é a da primazia
absoluta, há casos que um tratado tem primazia sobre outro.

Lição XV: Cessação e suspensão da vigência:


 Principal problema: Distinção introdutória, causas da nulidade e causas de cessação da
vigência, um tratado está em vigor e pode se suspender ou cessar a sua vigência.
 Elenco das causas de cessação
 Suspensão da vigência

11/12

A nulidade ocorre sempre, a convenção foi sempre nula, já a causa de cessação da


vigência pode ser anterior ou posterior da entrada em vigor, como por exemplo, se no texto
estiver explicito que durará apenas dois anos. O problema da cessação da vigência é que não
há efeitos retroativos como na nulidade. Deve atentar-se à distinção.

 Causas previstas (na convenção): Nos termos do artigo 54º CV69, desde que as partes
estejam de acordo, o recesso implica que a convenção continua a vigorar mas uma
parte deixa de produzir efeito para um dos sujeitos.
A primeira causa de cessação da vigência é a execução, se acabou, deixou de ser
executada.
Depois, dá-se a denúncia/recesso ou retirada. No fundo a ideia é de que a denuncia
põe fim à convenção, na retirada, apenas o Estado abandona mas a convenção se
mantém, pode ser prevista, nos termos do 54º ou não prevista, nos termos do 56º. Se
não estiverem previstas implica a obrigação do PACTUM SUM SERVANDA, não cumpre
o pacto (obriga-se cumpre). Há ainda uma situação inversa, tratado insuscetíveis, como
por exemplo tratados de paz. Temos ainda a conclusão de uma convenção posterior,
nos termos do artigo 59º
Violação substancial, o problema é o de que quando num contrato, convenção exista
natureza sinalagmática, se uma parte não cumprir permite excecionalmente que a
parte contrária não cumpra para impulsionar o cumprimento, nos termos do artigo
60º. Há no entanto algumas exceções, presentes no nº 5 do artigo 60º, como o
incumprimento de direitos fundamentais, não autoriza que um Estado que viole os
direitos fundamentais abra possibilidade de outro Estado também violar.
Impossibilidade superveniente (61º), situação simples, na medida que se trata de
quando o cumprimento deixa de ser possível. De facto, s enão é possível cumprir,
também não é possível obrigar.
Alteração das circunstâncias (62º), primeiro, dá-se a regra geral da irrelevância,
obrigou-se cumpre, é evidente quer as circunstâncias mudem. Há dois requisitos,
primeiro, a circunstância que se alterou foi uma base essencial, por outro lado, a
transformação radical da natureza das obrigações, exemplo rios Espanha Portugal.
A superveniência de uma regra IUS COGENS (64º): O tratado é celebrado, concluído, se
inicia a sua vigência e portanto surge uma regra IUS COGENS.
Insuficiência das partes (55º) e rutura das relações diplomáticas (63º): Normalmente
não são causas, contudo, se disser no tratado, no texto da convenção, já é motivo para
cessar a vigência, assim como a rutura das relações diplomáticas
 Elenco das causas não previstas:
1º: Surgimento do costume (desuso), como um costume que põe fim, tendo as fontes
mesmo valor, mesma hierarquia, podem revogar-se mutuamente. Não está previsto,
contudo, porque se estivesse previsto, podia gerar um incentivo à comportamento
contrário.
2º Conflito armado: Por princípio não altera, há exceções
 Suspensão da vigência: É provisória, dentro de um período determinado, o regime tem
um caráter acessório. Se a ideia é preservar a convenção, deve-se preferir a suspensão,
sempre que possível deve-se retomar a convenção, sendo acessório, é preferível. Por
regra, há com consentimento das partes (57º e 58º), uma convenção posterior pode
suspender a vigência.
 Regimes e efeitos: Invocação e causas excecionais (60º e 62º), procedimento previsto
no artigo 65º e SS. Os efeitos previstos no 70º e 72º

13/12

Lição XVI: Princípios gerais do direito

Ilustração inicial:

Chamado a pronunciar-se num diferendo, o juiz internacional verifica que não existem
regras convencionais ou consuetudinárias aplicáveis. Como deve reagir? Nega-se a apreciar a
questão? Que regras aplica?

No plano internacional, não havendo legislador e mudando a realidade muito


depressa, é normal não haver regras. O juiz não é aplicador de regras, faz justiça, portanto,
havendo ou não regras, deve julgar.

A diversidade de aceções:

O conceito de principio geral do direito tem acessões diferentes, podem ser como o
conjunto de regras de direito que regulam as relações internacionais, ainda como regra
fundamental de direito internacional, os vetores fundamentais, outras vezes como qualificação
específica de uma regra internacional, ainda, como conjunto de princípios jurídicos e políticos
que regulam as relações internacionais e finalmente, a mais importante, um conjunto de
princípios comuns aos grandes sistemas de direito contemporâneo aplicáveis à ordem
internacional.
A conceção comum

Conjunto de princípios comuns aos grandes sistemas de direito contemporâneo,


proposições primeiras descortinadas por indução das regras particulares. O risco legislativo e as
exigências: reconhecimento prévio, transponibilidade, obrigatoriedade. São aplicáveis à ordem
internacional. Do ponto de vista material, chega-se ao conceito dos princípios da seguinte
maneira: Pelas regras ou às regras a partir dos princípios? Primeiro vem a regra, a ideia de
princípio geral não é cronológica, não está na origem. Um princípio são regras gerais que se
deduzem da observação dos regimes, chega-se aos princípios descortinando por indução
proposições primeiras, no sentido lógico.

Lição XVII: Fontes acessórias de direito internacional

Jurisprudência, doutrina e equidade:

18/12/2023

Artigo 38º ETIJ

Jurisprudência: Uma definição impropria, o que interessa são as regras ou critérios que
são aplicados nas decisões. Pode surgir não havendo sequer regras positivas.

Há tipos de jurisprudência, as dos tribunais internacionais, que traduzem-se em


sentenças/Acórdãos, Pareceres

Doutrina: 38º ETIJ, a doutrina dos institutos internacionais e das Ong, e ainda a prática
das referencias nas decisões juydicias

Equidade; Redação do artigo 38º

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