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PROCESSO CIVIL
-que seja indispensável a acção directa para evitar a inutilização prática do direito;
-que o agente não exceda o que for necessário para evitar o prejuízo;
-que a acção directa não sacrifique interesses superiores aos que o agente visa
realizar ou assegurar;
A acção directa está prevista em vários artigos do Código Civil, como por
exemplo, 1277º ou 1314º, constituindo estas as excepções, na medida em que é
geralmente vedado aos particulares o recurso à força própria, obrigando-se o estado,
através de órgãos próprios que são os tribunais, a conceder ao titular do direito violado a
reintegração efectiva do seu direito.
Os tribunais judiciais são órgãos de soberania com competência para administrar
a justiça em nome do povo, sendo que, as suas decisões são obrigatórias para todas as
entidades públicas e privadas e prevalecem sobre as de quaisquer outras autoridades.
Segundo o artº 2º nº 2 CPC a todo o direito corresponde a acção adequada a fazê-
lo reconhecer em juízo. Mas isto não basta, uma vez que existem pessoas que não têm
possibilidades económicas para suportar os custos de uma acção. Tornou-se necessário
eliminar os entraves de ordem económica, possibilitando o acesso à protecção jurídica a
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Espécies de acções
De simples apreciação
De condenação
Quando o autor propõe uma acção de condenação, pretende não só que seja
declarado o seu direito, mas também que o réu seja condenado à reintegração desse
mesmo direito, pressupondo a sentença de condenação uma prévia declaração da
existência do direito.
Como exemplo pode-se referir o caso do incumprimento de uma obrigação, em
que o credor pretende que depois de declarado o seu direito, o tribunal condene o réu à
prestação devida e à indemnização referente aos danos causados.
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Constitutivas
Procedimento cautelares
Tal como especifica o artº. 381º nº1 CPC, as providências cautelares podem ser
conservatórias se visam manter a situação de facto anterior por forma a prevenir uma
alteração que se prevê como prejudicial (exemplos: arresto, arrolamento, embargo de
obra nova e suspensão das deliberações sociais) ou antecipatórias que visam obstar a
que se verifiquem prejuízos ocasionados pela demora de decisão definitiva, constituindo
uma antecipação provisória dos efeitos dessa decisão, como por exemplo, os alimento
provisórios e a restituição provisória da posse.
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Carácter instrumental
-se depois de proposta a acção, o processo estiver parado mais de 30 dias por
negligência do requerente;
-se o réu for absolvido da instância e o requerente não propuser nova acção em
tempo de aproveitar os efeitos da proposição anterior (artº. 289º nº 2 CPC);
Carácter provisório
Celeridade
Constitui um meio de defesa nas mãos do possuidor, nos casos em que dela tenha
sido esbulhado de forma violenta, estando prevista nos artºs.1276º, 1277º e 1279º CC e
393º e ss CPC.
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Posse é o poder que se manifesta quando alguém actua por forma correspondente
ao exercício do direito de propriedade ou de outro direito real – artº. 1251º CC, sendo
que, esta providência cautelar só deve ser requerida nos casos de esbulho violento. No
caso de o esbulho não ser violento, o possuidor esbulhado pode requerer um
procedimento cautelar comum – artº. 395º CPC.
De acordo com o artº. 336 CC, em caso de apenas perturbação, o possuidor pode
manter-se pela sua própria força e autoridade e se já tiver sido esbulhado sem violência
pode, nas mesmas circunstâncias, restituir-se pela sua força e autoridade (acção directa)
ou recorrer ao tribunal para que lhe seja restituída a posse.
A restituição provisória da posse é dependente de uma acção de restituição
definitiva da posse.
Na verdade os requisitos desta providência são a posse, o esbulho e a violência,
como resulta do exposto no artº. 393º CPC, faltando-lhe a característica do periculum in
mora, uma vez que, o requerente não precisa de alegar que corre riscos em virtude da
demora previsível da acção definitiva.
Trata-se de uma providência cautelar excepcional também porque decorre sem
audiência do esbulhador, o que contraria o princípio do contraditório
O valor do procedimento cautelar é determinado pelo valor da coisa esbulhada –
artº. 313º nº3 b) CPC.
O artº. 1282º CC estabelece que a acção de restituição caduca se não for intentada
dentro do ano subsequente ao esbulho, tendo o mesmo que se considerar extensível à
providência cautelar, dado o seu carácter instrumental.
Tem lugar quando há uma deliberação que viola o contrato social ou a lei e é
ofensiva do direito dos sócios. Neste caso, qualquer dos sócios pode requerer que seja
suspensa a deliberação social – artº. 396º CPC.
Tem legitimidade para intentar a providência cautelar quem tiver a qualidade de
sócio, sendo os outros requisitos para além da legitimidade e como resulta do artº. 396º
nº1 CPC, ter sido a deliberação contrária à lei ou ao pacto social e resultar da sua
execução dano apreciável.
O prazo para instaurar a acção é de 10 dias e conta-se a partir da data da
assembleia em que foram tomadas – artº. 396º nºs. 1 e 3 CPC.
Ainda que a deliberação seja contrária à lei, aos estatutos ou ao contrato, o juiz
pode deixar de suspendê-la, desde que o prejuízo resultante da suspensão seja superior ao
que derivar da execução – artº. 397º nº2 CPC.
Alimentos provisórios
Arresto
Nos termos do artº. 619º CPC o credor que tenha o justo receio de perder a
garantia patrimonial do seu crédito, pode requerer o arresto dos bens do devedor, sendo
que o artº. 406º dispõe que, o arresto consiste na apreensão judicial dos bens do devedor,
requerida pelo credor que tenha justificado receio de perder a garantia patrimonial do seu
crédito – artº. 406 CPC.
É, como se vê, uma providência de carácter preventivo que se destina à
manutenção da garantia patrimonial com o fim de assegurar a respectiva execução.
O arresto que for intentado como incidente (no decorrer da acção), deve ser
instaurado no tribunal em que decorre a acção principal e processado como apenso nesta
– artº. 383º nº3 CPC.
No caso de o arresto ser requerido como preliminar, é competente tanto o tribunal
onde deva ser proposta a acção principal como o do lugar onde os bens se encontram –
artº. 83º nº1 CPC.
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Ao arresto são aplicáveis as disposições relativas à penhora – artº. 406º nº2 CPC,
sendo que só são passíveis de arresto os bens penhoráveis. Não são passíveis de penhora
os bens absolutamente ou totalmente impenhoráveis – artº. 822º CPC, nem os
relativamente penhoráveis – artº. 823º CPC. Aliás o arresto constitui na prática uma
antecipação da penhora, na qual se pode converter – artº. 846º CPC.
O arresto pode decorrer na dependência de uma acção declarativa, cujo objecto
seja a condenação no cumprimento de certa obrigação, como de uma acção executiva
destinada ao cumprimento coercivo da obrigação imposta por sentença.
Na petição inicial devem ser mencionado os factos reveladores da existência do
crédito e do justificado receio de que venha a perder a garantia patrimonial, bem como, a
relação dos bens a apreender.
Examinadas as provas, o arresto é decretado, sem audiência da parte contrária,
desde que se mostrem preenchidos os requisitos legais – artº. 408º nº1 CPC, verificando-
se, assim, a inobservância do princípio do contraditório, pois o legislador, tendo em conta
a finalidade do arresto que é evitar a dissipação dos bens para manter a garantia
patrimonial, considerou que este fim era suficiente para se dispensar, nesta fase, a
audiência da parte contrária.
Depois de ter sido notificado pessoalmente, o arrestado pode impugnar a decisão
– artºs. 385º nº6 e 388º CPC.
Se o arresto houver sido requerido em mais bens que os suficientes para a
segurança normal do crédito, reduzir-se-á a garantia aos justos limites.
O arresto fica sem efeito nas situações previstas no artº. 389º CPC e também no
caso de, depois de decisão favorável já transitada em julgado, o credor insatisfeito não
promover execução dentro dos dois meses subsequentes, ou se, promovida a execução, o
processo ficar sem andamento durante mais de trinta dias por negligência do exequente -
artº. 410º CPC.
No caso de o arresto ser requerido preliminarmente a acção deve ser proposta no
prazo de 10 dias – artº. 389º CPC. Sendo requerido como incidente deve ser
impulsionado nos termos do artº. 389º nº1 b) CPC.
O valor do procedimento cautelar é determinado pelo montante do crédito que se
pretende garantir – artº. 313º nº3 c) CPC.
Arrolamento
O direito processual civil não dispõe de nenhuma disposição que defina critérios
especiais para a interpretação das próprias normas, tendo, portanto, que se recorrer às
normas do direito civil, que constam do artº. 9º CC.
A interpretação da lei processual obedece às mesmas regras de qualquer outra
interpretação, dando somente uma maior relevância ao elemento sistemático, dado que o
processo é dominado por um conjunto de princípios gerais (como o do contraditório, do
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Integração de lacunas
Tal como acontece nos restantes ramos do direito, também no direito processual
civil se encontram lacunas e estas situações não podem deixar de ser reguladas, pois tal
como se encontra disposto no artº. 8º CC, o tribunal não pode abster-se de julgar.
Para colmatar as lacunas terá de se recorrer à lei substantiva, sendo que, na falta
de norma que regule a situação deve ter-se em conta o artº. 10º CC.
Estas leis definem os critérios que hão-de servir para delimitar a jurisdição de
cada tribunal, sendo que o artº. 22º nº1 Lei 3/99 define que a competência se fixa no
momento em que a acção se propõe e o nº 2 do mesmo artigo refere que são irrelevantes
as modificações de direito que entretanto se venham a produzir, excepto se for suprimido
o órgão a que a causa está afecto.
Assim a regra é a aplicação imediata da nova lei, mas apenas quanto às acções
futuras, pois às pendentes aplicar-se-á a lei vigente no momento em que foram propostas,
o que quer dizer que, mesmo existindo alterações à lei sobre a competência dos tribunais,
o tribunal que é o competente para julgar a acção quando foi proposta, manterá a sua
competência até ao julgamento final.
Contudo o artº. 22º nº2 Lei 3/99 estabelece duas excepções:
-a primeira para o caso de a nova lei ter suprimido o órgão a que a causa estava
afecta, sendo que, neste caso, o tribunal cessa imediatamente a sua competência
logo que a nova lei inicie o seu período de vigência;
O artº. 142º nº1 CPC, consagra o princípio da aplicação imediata da nova lei não
só às acções futuras como aos actos a praticar futuramente nas acções pendentes, sendo
que, em sentido contrário e relativamente ao processo, segundo o artº. 142º nº2 CPC, a
forma de processo aplicável determina-se pela lei vigente à data em que a acção é
proposta. Assim a nova lei não tem aplicação imediata à forma do processo, pois uma
acção que tenha sido proposta sobre a forma de processo comum ou especial, ordinário,
sumário ou sumaríssimo, conserva esta mesma forma até ao final. Doutra forma, poderia
conduzir à inutilização prática de alguns actos anteriores, frustrando as legítimas
expectativas das partes.
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Segundo o artº. 341º CC, as provas têm por função a demonstração da realidade
dos factos, são os meios de que se serve o tribunal para demonstrar a realidade dos factos
controvertidos (em que existem versões diferentes).
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2ª Parte
Processo Comum e Processos Especiais
Princípio do inquisitório: tal como dispõe o art.º 1409º do C.P.C., o tribunal pode
investigar livremente os factos, indicar as provas, ordenar os inquéritos e recolher
as informações convenientes, dispondo assim o juiz de um largo poder de
iniciativa, prevalecendo esta sua actividade inquisitória sobre os factos alegados
pelas partes – art.º 664º do C.P.C.
Processo comum
Toda a execução tem por base um título, onde se determinam o fim e os limites da
acção executiva – art.º 45º nº1 do C.P.C., sendo que as diferentes espécies de títulos se
encontram expressos no art.º 46º do C.P.C.
Não cabendo, à acção que o autor pretende instaurar alguma forma de processo
especial, logicamente deve ser utilizado o processo comum.
Conforme dispõe o art.º 461º do C.P.C., o processo comum pode ordinário,
sumário, ou sumaríssimo, sendo necessário, segundo a alínea c) do nº1 do art.º 467º do
C.P.C., indicar qual a forma que o processo comum vai seguir.
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O art.º 467º nº1 f) do C.P.C. impõe ao autor que declare o valor da causa, sendo
esse o valor a que se atende para determinar a forma do processo, a alçada e a
competência do tribunal – art.º 305º do C.P.C..
A lei começa por formular um critério genérico para o cálculo, a que se segue a
indicação de critérios especiais. Assim sendo, há que primeiramente indagar se ao caso se
aplica algum dos critérios especiais do art.º 307º do C.P.C.. Caso contrário, o valor da
causa terá que ser encontrado pelos critérios gerais - art.º 306º do C.P.C.
O art.º 308º do C.P.C. dispõe sobre o momento a que deve atender-se para a
determinação do valor. O nº1 estabelece a regra geral, segundo a qual, deve atender-se ao
momento da propositura da acção, estabelecendo o nº2 excepções ao número anterior. O
nº3 prevê os casos em que o valor não pode ser determinado no momento em que é
instaurada a acção, definindo-se o valor definitivo no decurso desta, sendo que,
inicialmente é fixado um valor provisório.
-Positivos: aqueles cuja verificação é essencial para que o juiz conheça do mérito
da causa – personalidade judiciária, a capacidade judiciária, legitimidade,
interesse processual, competência do tribunal e o patrocínio judiciário.
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-Negativos: aqueles cuja verificação obsta a que o juiz aprecie o mérito da acção –
litispendência e a existência de compromisso arbitral.
Personalidade judiciária
Noção
A falta de personalidade jurídica não sanada (há situações em que pode ser
sanável – art.º 8º do C.P.C.), constitui uma excepção dilatória – art.º 494º c) do C.P.C.,
que faz com que haja absolvição da instância – art.º 288º do C.P.C.. A grande maioria
das excepções dilatórias são do conhecimento oficioso do tribunal – art.º 495º do C.P.C.
Capacidade judiciária
Noção
juízo, necessita de ter capacidade judiciária, caso contrário terá só poderá estar em juízo
por intermédio de representantes.
A capacidade judiciária, que tem por medida a capacidade de exercício, sofre uma
limitação total no que se refere aos interditos e parcial no caso dos menores e dos
inabilitados. Quanto aos menores, existem excepções à sua capacidade (art.º 127º do
C.C.), ao passo que relativamente aos inabilitados, a sentença especifica os limites da sua
capacidade judiciária – art.º 954º nº2 do C.P.C.
Noção
Para que o juiz possa conhecer do mérito da causa, é necessário que as partes
tenham legitimidade para a acção, ou seja, significa que o autor é o titular do direito e que
o réu é o sujeito da obrigação. Assim sendo, as partes terão legitimidade como autor e
réu.
O art.º 26º nº1 do C.P.C., define a legitimidade servindo-se do critério do directo
interesse que a parte pode ter em demandar ou em contradizer. Deste modo, o credor tem
interesse directo em pedir ao tribunal que condene o devedor a pagar a importância em
dívida e o devedor, por sua vez, tem interesse directo em intervir como réu porque é na
sua esfera jurídica que se repercutirá a eventual condenação no pagamento.
O interesse tem que ser directo. Por exemplo, um pai não pode interpor uma acção
para que paguem uma dívida a um filho.
O nº3 do art.º 26º do C.P.C., dispõe que, na falta de indicação em contrário, são
considerado legítimos os sujeitos da relação controvertida, tal como é configurada pelo
autor, sendo que, depois de intensa querela, prevaleceu a tese defendida por Barbosa de
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Magalhães (“tal como configurara o autor”), por contraposição à tese de Alberto dos
Reis.
Actualmente a ilegitimidade evidenciar-se-á naqueles casos em que se verificar
divergência entre as pessoas identificadas pelo autor e as que realmente foram chamadas
a juízo.
Concluindo, do art.º 26º do C.P.C., conclui-se que a legitimidade não constitui
uma qualidade pessoal das partes, mas sim uma posição delas em face do processo
concreto.
Legitimidade plural
Por vezes, a acção é composta por vários autores (pluralidade activa) ou contra
vários réus (pluralidade passiva). Assim, podemos deparar com uma situação de
ilegitimidade quando não se configurem do lado activo ou do lado passivo todas as partes
que a lei ou uma convenção que tenham celebrado exijam.
Se o interesse respeitar a uma pluralidade de partes principais que se unam no
mesmo processo para discutirem uma só relação jurídica material, está-se perante um
litisconsórcio, que pode ser:
Litisconsórcio voluntário
Litisconsórcio necessário
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Legal: quando é imposto por lei, como por exemplo, o caso das acções que têm
que ser propostas por ambos (legitimidade activa) ou contra ambos (legitimidade
passiva) os cônjuges – art.º 28º A do C.P.C, sendo que, segundo o nº1 deste
artigo, devem ser propostas contra ambos os cônjuges, ou por um deles com o
consentimento do outro, as acções de que possam resultar a perda ou oneração de
bens que só por ambos possam ser alienados ou a perda de direitos que só por
ambos possam ser exercidos. Os artºs 1717º e seguintes do C.C., determinam
quais os bens e direitos que só podem ser alienados ou exercidos por ambos os
cônjuges. O nº2 deste artigo refere que, no caso de a acção ser proposta só por um
dos cônjuges sem consentimento do outro, a falta pode ser judicialmente suprida
pelo art.º 1425 do C.P.C.. Verifica-se uma situação de litisconsórcio necessário
passivo quando a acção diz respeito a uma acção praticada pelos dois cônjuges,
quando respeita a dívidas comunicáveis (artºs 1691º a 1695º do C.C.), quando da
acção possa resultar a perda ou oneração dos bens que só por ambos possam ser
alienados ou a perda de direitos que só por ambos possam ser exercidos, incluindo
as acções respeitantes à casa de morada de família.
Além dos casos de litisconsórcio necessário imposto por lei e convencional, existe
uma outra situação em que pela natureza da relação jurídica, se torna necessária a
intervenção de ambas as partes, sob pena de ilegitimidade, tal como expressa o art.º 28º
nº2 do C.P.P.. Estão incluídas nesta situação as relações jurídicas indivisíveis por
natureza, como por exemplo a acção de despejo contra ambos os cônjuges e a acção de
divisão de coisa comum pertencente a várias pessoas.
Coligação
Patrocínio judiciário
As decisões que admitem recurso ordinário estão previstas no art.º 678º do C.P.C.,
sendo que, como resulta do nº1 deste preceito a conjugação do valor da causa com o da
alçada do tribunal é determinante para se concluir se é admissível recurso ordinário.
O art.º 678º do C.P.C. refere ainda as causas cujas decisões admitem sempre
recurso independentemente do valor, caso em que é igualmente obrigatória a constituição
de advogado, nos termos da aliena b) do art.º 32º do C.P.C..
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Mandato
Gestão de negócios
Noção
Competência e jurisdição
Modalidades de competência
Competência internacional
Competência interna
A sua repartição
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Nos termos do art.º 62º nº2 do C.P.C., a jurisdição reparte-se na ordem interna,
pelos diferentes tribunais segundo a matéria, a hierarquia judiciária, o valor da causa a
forma do processo aplicável e o território.
Nos termos do art.º 67º nº1 da Lei 3/99, os tribunais de 1ª instância funcionam,
consoante os casos, como tribunal singular (um juiz) ou como tribunal colectivo (três
juízes), sendo que, em regra os processo são da competência do tribunal singular, a não
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ser que a lei a atribua ao tribunal colectivo – art.º 104º nº2 Lei 3/99. Compete ao tribunal
colectivo julgar as questões de valor superior à alçada dos tribunais da Relação – art.º
106º b) e c) da Lei 3/99.
O art.º 69º do C.P.C. remete para a Lei 3/99 a indicação das causas que, em razão
da forma de processo aplicável, competem aos tribunais de competência específica.
A incompetência em razão do valor da causa ou da forma de processo aplicável é
sempre do conhecimento oficioso do tribunal – art.º 110º nº2 C.P.C..
Foro do réu: constitui a regra geral, pelo que, quando não exista disposição
especial para a atribuição da competência territorial, é competente para a acção o
tribunal em cuja circunscrição o réu tenha o seu domicílio, tratando-se de um
critério supletivo – artºs 85º e 86º do C.P.C.;
Foro real ou da situação dos bens: de acordo com o nº1 do art.º 73º do C.P.C.,
devem ser propostas no tribunal da situação dos bens as acções referentes a
direitos reais ou pessoais de gozo sobre imóveis, as acções de divisão de coisa
comum, de despejo, de preferência e de execução específica sobre imóveis;
Foro obrigacional: as acções devem ser propostas no lugar onde deve ser
cumprida a obrigação, pois entende-se que o tribunal do lugar onde ocorreu o
facto pode dispor dos elementos sem necessidade de os solicitar a outro tribunal,
estando em melhor posição para a boa administração da justiça – art.º 74º do
C.P.C.;