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CADERNO DE ERROS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Aula 1 do curso da Revisão PGE
O princípio da aderência ao território indica que a soberania nacional, como regra, deve
estar limitada aos limites territoriais do país, e que os juízes somente poderão atuar dentro
dos limites de sua jurisdição. A respeito dele, dispõe o art. 16, do CPC/15, que "a jurisdição
civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as
disposições deste Código".
O princípio da inércia está previsto no art. 2º, do CPC/15, segundo o qual "o processo
começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei". Acerca dele, também denominado de princípio dispositivo ou princípio da
demanda, explica a doutrina: "O artigo trata do princípio dispositivo - também denominado
de princípio da inércia ou da demanda. O processo não pode ser iniciado de ofício pelo juiz
(ne procedat iudex ex officio). Cabe às partes, com exclusividade, a iniciativa para
movimentar a máquina judiciária e delimitar o objeto do litígio. (...) Pois bem, constitui
direito fundamental do cidadão postular em juízo. Como contrapartida, tem-se o dever do
Estado de só prestar jurisdição quando solicitado; esta previsão, aliás, é corolário da
impossibilidade de fazer justiça com as próprias mãos. Assim, a partir do momento em que
o cidadão socorre-se do Judiciário, compete ao Estado colocar em marcha o processo. O
princípio dispositivo é importante para assegurar a imparcialidade do juiz. Se ele pudesse
iniciar a ação de ofício, teria que fazer um juízo de valor sobre o caso concreto, tornando-se
praticamente coautor desta ação. Situação tal vulneraria o próprio princípio da igualdade,
também expressamente previsto no novo Código..." (CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. In:
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; e outros. Breves comentários ao novo Código de Processo
Civil. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p. 71/72).
O princípio da sucumbência informa que a parte vencida é quem deverá pagar as custas e
despesas do ato. A parte que for vencida no processo, por exemplo, será responsabilizada
pelo pagamento dos honorários do advogado da parte vencedora, bem como das custas e
despesas processuais. Uma de suas concretizações está contida no art. 82, §2º, do CPC/15,
ao dispor que "a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que
antecipou".
O princípio do duplo grau de jurisdição informa que toda decisão judicial final deve poder
ser impugnável, pelo menos, por um recurso.
Inércia: por decorrência do princípio da ação, a jurisdição não pode ser exercida de ofício
pelos agentes detentores da investidura, dependendo ela, regra geral, da provocação das
partes. Exceções legais à inércia da jurisdição estão previstas nos arts. 738 e 744, quais
sejam, a arrecadação de bens de herança jacente e do ausente.
Mas, uma vez provocada, o processo será levado até o fim pelo juiz (impulso oficial, CPC,
art. 2º). Em matérias de interesse público, o feito deverá ser analisado em seu mérito,
mesmo diante da desídia/abandono da parte. Já no litígio que envolva direitos disponíveis,
o processo deverá ser extinto sem julgamento de mérito (art. 485, III).
Resposta correta: O princípio da isonomia processual não deve ser entendido abstrata e
sim concretamente, garantindo às partes manter paridade de armas, como forma de
manter equilibrada a disputa judicial entre elas; assim, a isonomia entre partes desiguais
só pode ser atingida por meio de um tratamento também desigual, na medida dessa
desigualdade; e a razoável duração do processo abrange sua solução integral, incluindo-
se a atividade satisfativa, assegurados os meios que garantam a celeridade da tramitação
processual.
Resposta correta: A aplicação das normas de processo civil deverá respeitar as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Comentário 1: O princípio do tempus regit actum está consolidado no art. 14, do CPC/15,
nos seguintes termos: "A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente
aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada"; Dispõe o art. 15, do CPC/15, que "na
ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as
disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente"; Dispõe o art.
13, do CPC/15, que "a jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras,
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos
internacionais de que o Brasil seja parte". Trata-se do princípio da territorialidade.
Dica: Quando um pedido for uma alternativa, ele é cumulativo, e não alternativo (caso que
se refere, apenas, às obrigações alternativas).
Comentário: O autor pode formular mais de um pedido em face do réu na petição inicial,
ainda que não haja conexão entre eles. Os TIPOS OU FORMAS DE CUMULAÇÃO podem ser:
1. CUMULAÇÃO PRÓPRIA: quando o autor formula dois ou mais pedidos em face do mesmo
réu e visa ao acolhimento de todos eles. A cumulação própria pode ser:
2.1. cumulação SUBSIDIÁRIA ou EVENTUAL quando o autor requer que o segundo pedido
somente seja acolhido na hipótese de rejeição do primeiro; ex.: pedido de anulação de
casamento cumulado com divórcio;
2.2. cumulação ALTERNATIVA: o autor formula mais de um pedido, mas pede que o juiz
acolha apenas um, sem demonstrar preferência por quaisquer deles; ex.: ação que objetiva
condenar o réu a restituir a mercadoria ou indenizar o valor correspondente.
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
6) Sobre a ordem dos processos nos tribunais, examine as seguintes assertivas considerando
(V) para as afirmações verdadeiras e (F) para as falsas [...]:
Comentário 1: Art. 930, CPC. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do
tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Art. 942, CPC. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a
eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.
Art. 941, CPC (...) O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte
integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.
- julgamento de apelação;
- ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença;
- agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o
mérito.
O CPC diz ainda que a referida técnica NÃO SE APLICA nos seguintes julgamentos:
- de IRDR e IAC;
- de remessa necessária;
- julgamento não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
7) Nos termos da legislação vigente sobre o processo civil brasileiro, é certo dizer que aquele
que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente [...]:
Resposta correta: Responde por perdas e danos, nos termos da legislação processual.
Comentário: Literalidade do art. 79, CPC: “Responde por perdas e danos aquele que litigar
de má-fé como autor, réu ou interveniente”.
Comentário: Literalidade do art. 98, § 6º, CPC: “Conforme o caso, o juiz poderá conceder
direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no
curso do procedimento”.
Resposta correta: A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei.
Comentário 1: Art. 204, CPC: Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Art. 203, § 2º, CPC: Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadre como sentença.
Art. 203, § 4º, CPC: Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória,
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo
juiz quando necessário.
Art. 205, § 2º, CPC: A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei.
Resposta correta para essa banca (IDCAP 2020): Princípio da primazia da resolução do
mérito.
Comentário 1: Art. 4º, CPC, é tido como vinculador do princípio da duração razoável do
processo, além de apresentar, também, se forma subsidiária, o princípio da primazia da
resolução do mérito.
"As partes têm direito de obter em prazo razoável [princípio da duração razoável do
processo] a solução integral do mérito [princípio da primazia das decisões de mérito],
incluída a atividade satisfativa (princípio da efetividade).
11) Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela
superveniência delas, EXCETO [...]:
Comentário: Literalidade do art. 215, CPC: “Art. 215. Processam-se durante as férias
forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
Resposta correta: Certa (a lei aplicável para a fixação do regime jurídico referente a
verba honorária de sucumbência em primeiro grau é aquela vigente na data da sentença
que impõe honorários sucumbenciais, sendo irrelevante, para essa finalidade, a
identificação de eventual norma que vigorasse na data do ajuizamento da ação).
“Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos
em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas
sob a vigência da norma revogada."
Neste dispositivo resta claro que a norma processual não retroage e aplica-se
imediatamente aos processos em curso, de maneira que cabe, para fixação de honorários
sucumbenciais, a lei cabível no momento da ação.
13) Julgue o item a seguir, referentes aos princípios constitucionais e às diversas espécies de
atos judiciais existentes no processo civil [...].
14) Julgue o item a seguir, referentes aos princípios constitucionais e às diversas espécies de
atos judiciais existentes no processo civil [...].
Resposta correta: Em primeiro grau, o mérito do processo civil pode ser examinado, de
forma parcial e definitiva, em decisão interlocutória.
“ Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
Com a decisão parcial de mérito, o processo prossegue em relação aos demais pleitos que
não tiveram o mérito apreciado.
Ora, estamos a falar, neste caso, de uma decisão interlocutória de mérito, de fato, parcial
e definitiva.
15) Foi ajuizada ação de investigação de paternidade por um menor impúbere em face do
suposto pai, que, citado por oficial de justiça em janeiro de 2019, apresentou contestação,
alegando dúvida acerca da paternidade. Diante do teor da contestação, o juiz, acolhendo
requerimento das partes, designou a realização de exame de DNA. Sobrevindo o resultado
do exame em março de 2020, foi definido que haveria mais de 99% de chance de ser o réu
o pai do autor. Após a intimação das partes acerca do laudo, o juiz, em julgamento parcial
do mérito, declarou a paternidade do réu e fixou alimentos provisórios, a despeito da
inexistência de pedido a respeito na petição inicial, designando audiência de instrução e
julgamento para a fixação de alimentos definitivos.
Diante do caso hipotético, é correto afirmar que [...]:
Resposta correta: A prova da capacidade econômica do réu pode ser feita, também, por
meio de publicações obtidas através de redes sociais, documentadas por ata notarial.
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Vídeos, gravações, conversas de whatsapp, prints de redes sociais, tudo isto pode ensejar
ata notarial. É comum em ações que versem sobre alimentos o manejo de fotos em redes
sociais de réus que dizem ter dificuldades econômicas, mas, nas redes sociais, ostentam
vida de luxo e fausto.
“Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução
consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras
áreas de conhecimento para a mediação e conciliação."
Ainda que a inicial só tenha pedido de investigação de paternidade, o juiz, de ofício, pode
fixar alimentos provisórios, não constituindo decisão extra petita, portanto.
“Art. 4º - As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita."
Por fim, a Lei 8560/92, a Lei da Investigação de Paternidade, bem específica para o caso
em tela, no art. 7º afirma o seguinte:
“Art. 7° Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se
fixarão os alimentos provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite."
Como houve sentença com julgamento parcial de mérito, era possível fixar alimentos e
isto não configurou pedido extra petita.
De fato, nos termos do art. 384 do CPC, a ata notarial é importante instrumento para
fazer prova de imagens e vídeos que possam, por exemplo, ser extraídos de redes sociais
para comprovar renda do alimentante.
O rito da prisão civil, nos termos da Súmula 309 do STJ, dizem respeito ao débito
alimentar dos últimos 03 meses a serem vencidos no transcurso da execução, não
abrangendo um débito que tenha por base alimentos que retroagem à data de citação.
Diz o CPC:
“Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que
serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.
(....)
(....)
Como se trata de uma situação consolidada, tal espécie de litígio não pode ser
solucionada a partir de um único ato, exigindo-se, pois, de uma série de providências que
devem ser todas para a restruturação da situação. Vale-se, portanto, de “remédios
estruturais” voltados ao redimensionamento dos ciclos de formulação e execução de
políticas públicas, o que não seria possível por meio de decisões mais tradicionais.
Portanto, estes problemas que não podem ser resolvidos através de um único ato
administrativo ou judicial, mas sim demandam uma série de providências que precisam
ser tomadas, ao longo de um certo tempo, com a auxílio de diversos órgãos.
Para tanto, é necessário uma decisão estruturante, que éaquela que reconhece a situação
de desconformidade e define o estado de coisas a ser alcançado. É uma decisão que tem
natureza peculiar porque não estabelece uma regra definida de conduta. Tem conteúdo
principiológico, sem necessariamente estabelecer como exatamente será alcançado o
estado ideal nela definido. Isso acarreta a existência de uma série de decisões posteriores,
para definir o modo, tempo e grau da reestruturação, normalmente em etapas ("decisões
em cascata", conforme Sérgio Arenhart).
Segundo Fredie Didier e Hermes Zaneti, o processo estrutural tem cinco características
essenciais:
Tais pretensões coletivas suscitam decisões estruturais que proporcionam uma reforma
estrutural e, via de consequência, a promoção do interesse coletivo visado, de modo a
assegurar direitos fundamentais.
As decisões estruturais manifestam a atuação do Poder Judiciário proativo (legitimidade
contramajoritária), o que evidencia o controle judicial de políticas públicas.
Desse modo, o juiz se afasta da centralidade do processo (os protagonistas são os grupos
sociais), com vista a trazer para o processo a ampla participação democrática dentro de
um campo de debate e resolução de conflito.
As decisões estruturais têm guarida nos arts. 139, IV, 493 e §1º do 536, todos do
CPC/2015.
Resposta correta: Quando o juiz indeferir a petição inicial por inépcia e antes da citação,
o escrivão ou o chefe de secretaria não precisa comunicar ao réu o resultado do
processo; e Antes da citação, o juiz profere decisum, de ofício, na qual entendeu pela
ocorrência da prescrição, hipótese em que o autor deixa transcorrer o prazo recursal in
albis e a lei processual civil determina nessa situação que o escrivão ou o chefe de
secretaria deve comunicar ao réu o resultado do julgamento.
“ Art. 331 Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultando ao juiz, no prazo
de 5 (cinco) dias, retratar-se:
“ Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da
citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do
julgamento."
“ Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
§1º o juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença,
nos termos do art. 241.
Trata-se de uma sentença de mérito, com trânsito em julgado e repete-se a regra do art.
241 do CPC, ou seja, o réu deve ser intimado.
“ Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
§1º o juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença,
nos termos do art. 241.
Trata-se de uma sentença de mérito, com trânsito em julgado e repete-se a regra do art.
241 do CPC, ou seja, o réu deve ser intimado.
Comentário 2: Quando o juiz indeferir a PI antes da citação, o réu não terá ciência da
própria PI, não do julgamento. Do resultado do julgamento ele precisa sim ser
comunicado.
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
Se o autor não recorrer, o réu nem citado será. Só será comunicado do TJ da sentença (ou
seja, resultado do processo).
Resposta correta: No campo das nulidades, não será decretada na hipótese de não tiver
transcendência acerca das garantias de defesa da parte, em juízo; e Nas ações fundadas
em dano moral, o valor da causa deverá ser correspondente ao valor pretendido.
No caso em tela o prazo começa a correr não no primeiro dia útil posterior, mas no dia da
comunicação.
Diz o CPC:
“ Art. 231,
“(....) §3º. Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o
dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponde à data
em que se der a comunicação".
Só há nulidade quando houver prejuízo. Esta é uma das máximas na teoria das nulidades.
Diz o CPC:
“Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte."
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
19) Indique abaixo a alternativa que não se insere integralmente, no âmbito da Lei 13.105/15,
entre as excepcionalidades à ordem preferencial cronológica de julgamento [...]:
OBS: Essa questão tem uma “pegadinha”: queria a resposta que se apresentava
incompleta, e não as que estavam totalmente erradas.
Resposta da questão: Causas que exijam urgência no julgamento – está incompleta, pois a
literalidade do art. 12, §2º, IX, CPC, é “a causa que exija urgência no julgamento, assim
reconhecida por decisão fundamentada”.
Art. 12, §2º, CPC. Estão excluídos da regra do caput [ordem cronológica de conclusão]:
20) Os processos estruturais já contam com aplicação no Brasil. Sobre eles indique a
alternativa que não seja correta [...]:
Segundo Fredie Didier Jr. e Hermes Zanetti Jr., o processo estrutural apresenta algumas
características típicas, mas não essenciais, quais sejam, a multipolaridade, a coletividade e
a complexidade.
21) Sobre o tratamento do dano e do ilícito no CPC, assinale a alternativa é INCORRETA [...]:
Comentário 1: A ação inibitória tem por finalidade evitar a prática de ato ilícito. É ação
que se destina a prevenir futura lesão, sendo, portanto, voltada para o futuro. Nessa ação,
o dano não importa. O que importa é o ato contrário ao direito, levando-se em
consideração o ilícito que pode ocorrer (logo, não se pode falar em ilícito ocorrido, no
contexto deste tipo de ação).
O princípio da congruência estabelece que a decisão do juiz deve ficar limitada ao pedido
do autor. Nas tutelas de obrigação de fazer e não fazer, o princípio da congruência é
excepcionado porque o juiz poderá conceder a tutela pelo resultado prático equivalente,
ou seja, não irá conceder exatamente o que o autor pediu (tutela específica):
Art. 536. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
A ação de remoção do ilícito se volta contra o ilícito e não contra o dano, visa a remover
ou eliminar o próprio ilícito, vale dizer, a causa do dano; ela não visa a ressarcir o
prejudicado pelo dano; é suficiente a transgressão de um comando jurídico, pouco
importando se o interesse privado tutelado pela norma foi efetivamente lesado ou
ocorreu dano (Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero, Curso de
Processo Civil, vol. 2, RT, 2020).
Comentário 2:
A ação inibitória
A ação inibitória somente pode ser utilizada quando a providência jurisdicional for capaz
de inibir o agir ou o seu prosseguimento, e não quando esse já houver sido praticado,
estando presentes apenas os seus efeitos.
Ação ressarcitória
http://www.abdpc.org.br/abdpc/artigos/Luiz%20G%20Marinoni%282%29%20-
%20formatado.pdf
22) Quando se diz que as partes deverão submeter-se ao decidido pelo órgão jurisdicional faz
referência ao princípio da [...]:
Princípios da Jurisdição:
Princípio do Juiz Natural: para fins de jurisdição, juiz natural é aquele que foi investido nos
termos da lei. E quais seriam os termos da lei: 1) ter ingressado por meio de concurso
público e 2) ingressar pelas formas determinadas pelas Constituição, ou seja, o quinto
constitucional (destinado a membro do Ministério Público e Advogados). Exceção:
Ministros do STF são também juízes naturais, porém podem ser nomeados, bastando
preencher os requisitos da Constituição. O princípio do juiz natural vincula-se também à
competência, pois ainda que o juiz seja investido de jurisdição, ele deve ser competente,
nos termos da lei, para atuar na causa.
Princípio da Investidura: significa que a jurisdição só poderá ser exercida por juízes
investidos nos termos da Lei.
Princípio da Inevitabilidade: significa que a jurisdição é inevitável. Assim, uma vez que a
parte tenha ido a juízo não haverá como escusar-se ao cumprimento da decisão ou aceitá-
la apenas se lhe for conveniente.
- Na dimensão formal, o devido processo legal tem por conteúdo as garantias processuais
(contraditório, juízo natural, etc).
Assim, o princípio do devido processo legal substantivo determina que não apenas que as
normas processuais sejam formalmente, aplicadas, é preciso que elas sejam aplicadas de
forma proporcional, razoável e justa.
Desse modo, a afirmativa constante do enunciado de que “as atividades do Estado estão
sujeitas à observância de preceitos fundamentais de natureza constitucional que,
encontrando fundamento teórico no princípio da proporcionalidade, veda os excessos e
as condutas desarrazoadas do poder público" se refere ao aspecto substancial do
princípio do devido processo legal.
25) As normas fundamentais de processo civil trazidas na Lei n.º 13.105/2015 (Código de
Processo Civil) estabelecem o seguinte: [...]
Comentário: O art. 3º, §3º, CPC, expõe: “A conciliação, a mediação e outros métodos de
solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados,
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo
judicial”. Esse incentivo deve dar-se, inclusive, no curso do processo judicial, e não antes
deste ser iniciado, o que não faz sentido.
26) O Código de Processo Civil dispõe sobre os atos processuais e sua publicidade.
Sobre a publicidade e o segredo de justiça, assinale a afirmativa correta [...].
OBS: Acertei essa questão.
“Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os
processos:
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável,
filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
27) No tocante aos princípios dispostos no Código de Processo Civil, analise os itens a seguir
e, ao final, assinale a alternativa correta [...]:
28) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item.
O princípio do devido processo legal tem a função de criar os elementos necessários à
promoção do ideal de protetividade dos direitos, integrando o sistema jurídico
eventualmente lacunoso.
"O princípio do devido processo legal tem a 'função de criar os elementos necessários à
promoção do ideal de protetividade' dos direitos, integrando o sistema jurídico
eventualmente lacunoso. Trata-se da função integrativa dos princípios (...). Desse
princípio constitucional extraem-se, então, outras normas (princípios e regras), além de
direitos fundamentais ainda sem o respectivo texto constitucional. Assim, além de
público, paritário, tempestivo etc., adjetivos que correspondem às normas constitucionais
expressamente consagradas (...), o processo, para ser devido, há de ter outros atributos.
Um processo, para ser devido, precisa ser adequado, leal e efetivo."
Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.
29) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item [...].
(...)
Pode-se, então, concluir que o princípio do devido processo legal – direito fundamental
previsto na Constituição Brasil – aplica-se também ao âmbito privado, seja na fase pré-
negocial, seja na fase executiva do negócio jurídico".
Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.
Fonte: https://jus.com.br/artigos/83940/o-devido-negocio-juridico-processual-legal
30) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item [...].
No entanto, apenas a participação seria insuficiente, acaso não houvesse outra garantia
tão ou mais relevante, qual seja, a de poder influir na decisão a ser tomada ao final do
processo. Essa possibilidade de influenciar e de contribuir para a decisão final vem a ser a
dimensão material do contraditório.
Comentário 2:
CONTRADITÓRIO
NOTA
31) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item [...].
A doutrina leciona que tal postulado constitui uma das vertentes, dimensões ou aspectos
do princípio da segurança jurídica.
É o que se extrai, com clareza, da seguinte passagem da obra de Maria Sylvia Di Pietro:
Na essência, a confiança a ser protegida é aquela que o cidadão deposita nos atos do
Poder Público, o que justifica, sobretudo, a manutenção de atos inválidos, mas que
tenham gerado efeitos em relação a terceiros de boa-fé, em detrimento do princípio da
estrita legalidade.
Comentário: Via de regra, não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida, todavia, a tutela provisória de urgência será uma exceção. Aplicação
do art. 9º, parágrafo único, I, CPC: “Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes
sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;”.
33) Segundo o Código de Processo Civil, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas
e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA [...]:
Resposta correta: O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, mesmo que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício; É
admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.
Comentário: Essa questão tratou da literalidade dos arts. 10, 14 e 20, CPC.
34) Em razão de indícios de irregularidades cometidas pelo gestor Caio, foi instaurado
processo de fiscalização pela ControladoriaGeral da União.
Entendendo que o seu direito à ampla defesa não estava sendo observado, Caio intentou
demanda para obter a invalidação judicial do processo administrativo, requerendo, a
título de tutela provisória, a sua suspensão.
Tomando contato com a petição inicial, o juiz reputou presentes os requisitos legais para
a concessão da liminar, determinando a suspensão do processo administrativo.
Vindo a tomar conhecimento do fato, Tício, outro gestor cuja atuação estava sendo
fiscalizada pela Controladoria-Geral da União em processo administrativo distinto,
entendendo que o seu direito à ampla defesa também havia sido violado, pleiteou o
ingresso no polo ativo no feito em que Caio figurava como demandante, além da
extensão, em seu favor, da tutela provisória originalmente concedida.
Observando que o mesmo vício no processo administrativo respectivo parecia
configurado, o juiz da causa, após colher a manifestação de Caio a respeito do tema,
admitiu o ingresso de Tício no feito, estendendo-lhe os efeitos da liminar e determinando
a citação da parte ré.
Pode-se afirmar que essa decisão judicial está [...]:
Resposta correta: incorreta, por ser incompatível com o princípio do juiz natural.
Comentário 2: a conduta de Caio foi incompatível com o princípio do juiz natural, porque,
basicamente, ele burlou a regra de distribuição processual ao escolher ingressar no
mesmo juízo que proferiu decisão que lhe seria favorável em processo semelhante. A
parte não pode escolher o juiz, já que o processo deve caminhar conforme as regras de
competência definidas na Constituição e nas leis.
Comentário 3: Salvo expressa previsão legal, não se admite litisconsórcio ativo facultativo
ulterior justamente por violar o princípio do juiz natural.
Se nao fosse dessa forma seria mt facil voce escolher: quer entrar perdendo ou
ganhando?
Comentário 4: Como o processo administrativo era distinto, Tício não poderia pleitear o
ingresso no feito em que Caio figurava, pois escolheu o juiz sabendo que ele era favorável
a Caio. Isso viola o princípio do Juiz natural. O Processo Judicial de Tício deveria ser
distribuído para outro juízo por meio de sorteio, tendo em vista que o processo
administrativo dele era diferente do de Caio.
35) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].
Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.
36) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].
Resposta correta: O princípio da legalidade pode funcionar como uma norma processual
ou como uma norma de decisão.
Comentário 1:
Legalidade como norma processual é aplicar o devido processo legal com todas as suas
garantias.
Legalidade como norma de decisão implica que o juiz deve decidir conforme o
ordenamento jurídico vigente.
Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.
38) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].
Aspecto formal – participação (no processo), “ser ouvido”. Daí a necessidade de ser
intimado e citado, de participar de audiências...
“A ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, também é uma garantia
processual, segundo consta no art. 5º, LV, da Constituição da República.
É possível pensar nessa garantia como fator de equilíbrio do direito de ação, no sentido
que ao réu cabem as mesmas oportunidades de manifestação que são concedidas ao
autor, com a diferença, apenas, de que foi o autor quem rompeu a inércia da jurisdição
quando deu início ao processo238.
Também é possível entender que a garantia da ampla defesa significa dar ao réu
'condições efetivas, isto é, concretas de se responder às imputações que lhe são dirigidas',
o que significa que, no plano prático, aquilo que importar em redução de oportunidade de
manifestação do réu deve ser evitado, mesmo que não exista regra específica que possa
ser aplicada.
Nessa perspectiva, a ampla defesa no processo civil acaba exercendo o mesmo papel da
garantia do contraditório, pois ter oportunidade de “responder às imputações" é algo
inerente ao contraditório e pode, aliás, servir de proteção tanto para o réu como também
para o autor".
39) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].
https://www.migalhas.com.br/depeso/303450/o-principio-da-eficiencia-no-novo-codigo-
de-processo-civil
40) Em relação ao princípio da duração razoável do processo, é correto afirmar que a análise
da indevida ou excessiva duração depende do(a) [...]:
BASE CONSTITUCIONAL:
ART. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
41) Assinale a opção correta, considerando as normas fundamentais do processo civil [...].
Resposta correta: A norma que proíbe decisão contra uma das partes sem que esta seja
previamente ouvida não se aplica às hipóteses de concessão do mandado monitório,
contendo ordem de pagamento, de entrega de coisa ou de obrigação de fazer ou de não
fazer.
“Art. 9º CPC Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
[Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de
pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer,
concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de
honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa]”.