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26/04/2024

CADERNO DE ERROS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Aula 1 do curso da Revisão PGE

Enunciados e suas respectivas respostas corretas:

1) O artigo 3° do CPC dispõe: “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a


direito”. E o artigo 16 cita que: “A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em
todo o território nacional”.
Tais artigos tratam respectivamente dos princípios da [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: Inafastabilidade da jurisdição e da aderência ao território.

Comentário 1: O princípio da inafastabilidade da jurisdição está previsto no art. 5º, XXXV,


da Constituição Federal, estando contido, portanto, dentre os direitos e garantias
fundamentais, nos seguintes termos: "A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito". Este princípio também passou a ser positivado no Código de
Processo Civil (2015), em seu art. 3º, nos exatos termos do enunciado da questão, senão
vejamos: "Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito".

O princípio da aderência ao território indica que a soberania nacional, como regra, deve
estar limitada aos limites territoriais do país, e que os juízes somente poderão atuar dentro
dos limites de sua jurisdição. A respeito dele, dispõe o art. 16, do CPC/15, que "a jurisdição
civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as
disposições deste Código".

O princípio da inércia está previsto no art. 2º, do CPC/15, segundo o qual "o processo
começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei". Acerca dele, também denominado de princípio dispositivo ou princípio da
demanda, explica a doutrina: "O artigo trata do princípio dispositivo - também denominado
de princípio da inércia ou da demanda. O processo não pode ser iniciado de ofício pelo juiz
(ne procedat iudex ex officio). Cabe às partes, com exclusividade, a iniciativa para
movimentar a máquina judiciária e delimitar o objeto do litígio. (...) Pois bem, constitui
direito fundamental do cidadão postular em juízo. Como contrapartida, tem-se o dever do
Estado de só prestar jurisdição quando solicitado; esta previsão, aliás, é corolário da
impossibilidade de fazer justiça com as próprias mãos. Assim, a partir do momento em que
o cidadão socorre-se do Judiciário, compete ao Estado colocar em marcha o processo. O
princípio dispositivo é importante para assegurar a imparcialidade do juiz. Se ele pudesse
iniciar a ação de ofício, teria que fazer um juízo de valor sobre o caso concreto, tornando-se
praticamente coautor desta ação. Situação tal vulneraria o próprio princípio da igualdade,
também expressamente previsto no novo Código..." (CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro. In:
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; e outros. Breves comentários ao novo Código de Processo
Civil. 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016, p. 71/72).

O princípio da sucumbência informa que a parte vencida é quem deverá pagar as custas e
despesas do ato. A parte que for vencida no processo, por exemplo, será responsabilizada
pelo pagamento dos honorários do advogado da parte vencedora, bem como das custas e
despesas processuais. Uma de suas concretizações está contida no art. 82, §2º, do CPC/15,
ao dispor que "a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que
antecipou".

O princípio da instrumentalidade das formas está positivado no art. 277, do CPC/15, ao


afirmar que "quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se,
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade". Este princípio indica que o ato
processual deve ser considerado válido, ainda que não praticado pela forma exigida em lei,
se o seu objetivo for alcançado e se não provocar nenhum prejuízo às partes.

O princípio da lealdade, também denominado de princípio da moralidade processual e de


princípio da boa-fé, está positivado no art. 5º, do CPC/15, que dispõe que "aquele que de
qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé", e
aplicado de forma mais minuciosa no art. 77 e seguintes do mesmo diploma processual.
Sobre o seu conteúdo, explica a doutrina: "O comportamento das partes e de todos os
envolvidos no processo deve respeitar os preceitos relativos à boa-fé, repugnando o
sistema o comportamento desleal. Se o processo tem como um de seus escopos a
realização do direito no caso concreto, não se pode alcançar esse objetivo por meio de
trapaças e comportamentos levianos. A lei prevê severas punições para os
comportamentos destoantes desse princípio..." (WAMBIER, Luiz Rodrigues; e TALAMINI,
Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil, v. 1. 16 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2016, p. 86).

O princípio do duplo grau de jurisdição informa que toda decisão judicial final deve poder
ser impugnável, pelo menos, por um recurso.

Comentário 2: Inafastabilidade da jurisdição Princípio do acesso à justiça, decorre do art.


5º, XXXV, da CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”, e vem repetido no art. 3º, do CPC. Assegura o direito à proteção judicial efetiva e
deve ser conjugado com contraditório. Ele se traduz no direito de ação em sentido amplo,
isto é, o de obter do Poder Judiciário uma resposta aos requerimentos a ele dirigidos. Esse
direito é amplo e incondicional: o Judiciário não pode se recusar a examinar e a responder
os pedidos que lhe foram formulados. Pode ser que a resposta se limite a informar ao autor
que a pretensão não pode ser examinada, porque faltam as condições essenciais para isso.
Mas tal informação provirá de um juiz, que terá examinado o processo e apresentado
fundamentação adequada para a sua decisão. O art. 3º, § 1º, autoriza a arbitragem, na
forma da lei. O acesso à justiça não pode sofrer restrições estranhas à ordem processual,
como a que condicione o direito de ação ao prévio esgotamento das vias administrativas
(salvo a do art. 217, § 1º, da CF, Justiça Desportiva) ou ao prévio recolhimento do débito
nas ações anulatórias ou declaratórias envolvendo dívidas fiscais.
Aderência ao território O exercício da jurisdição, por força do princípio da territorialidade
da lei processual, deve estar sempre vinculado a uma prévia delimitação territorial.

Inércia: por decorrência do princípio da ação, a jurisdição não pode ser exercida de ofício
pelos agentes detentores da investidura, dependendo ela, regra geral, da provocação das
partes. Exceções legais à inércia da jurisdição estão previstas nos arts. 738 e 744, quais
sejam, a arrecadação de bens de herança jacente e do ausente.

Mas, uma vez provocada, o processo será levado até o fim pelo juiz (impulso oficial, CPC,
art. 2º). Em matérias de interesse público, o feito deverá ser analisado em seu mérito,
mesmo diante da desídia/abandono da parte. Já no litígio que envolva direitos disponíveis,
o processo deverá ser extinto sem julgamento de mérito (art. 485, III).

Sucumbência: princípio do sucumbimento, atribui à parte vencida em um processo judicial


o pagamento de todos os gastos decorrentes da atividade processual. A adoção do princípio
da sucumbência busca assegurar àquele que teve seu direito violado a mesma situação
econômica que teria se não tivesse sido ajuizada a demanda. Assim, todos os gastos do
processo devem ser atribuídos à parte vencida quanto à pretensão deduzida em juízo,
independentemente de sua culpa pela derrota.

Instrumentalidade O processo nunca é um fim em si mesmo. Ninguém ingressa em juízo tão


somente para obtê-lo. Constitui apenas o instrumento utilizado pela jurisdição para aplicar
a lei ao caso concreto. Daí que deve atender, da melhor maneira possível, a sua finalidade,
qual seja, fazer valer o direito da parte, que o entende violado. O processo deve amoldar-se
à pretensão de direito material que se busca satisfazer.

2) Em relação aos princípios constitucionais do processo civil, considere os enunciados


seguintes [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: O princípio da isonomia processual não deve ser entendido abstrata e
sim concretamente, garantindo às partes manter paridade de armas, como forma de
manter equilibrada a disputa judicial entre elas; assim, a isonomia entre partes desiguais
só pode ser atingida por meio de um tratamento também desigual, na medida dessa
desigualdade; e a razoável duração do processo abrange sua solução integral, incluindo-
se a atividade satisfativa, assegurados os meios que garantam a celeridade da tramitação
processual.

Comentário: A publicidade processual é a regra geral prevista tanto na Constituição Federal


como no Código de Processo Civil; as exceções a esse princípio são estabelecidas por meio
de rol exemplificativo em ambas as normas legais citadas. Os conceitos indeterminados
(mas determináveis) previstos no art. 5º, LX, CF, representam rol exemplificativo. O STJ
possui entendimento de que, mesmo com a ampliação feita pelo CPC/15, o rol continua
exemplificativo. STJ, REsp 1.082.951/PR, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, DJe de
17/08/2015. O princípio do contraditório está previsto no art. 5º, LV, da CF, que afirma que
"aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes", e,
também, no art. 10, do CPC/15, segundo o qual "o juiz não pode decidir, em grau algum de
jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício". Trata-se de uma vertente do princípio do contraditório: a da vedação da decisão
surpresa. O juiz deve, como regra, assegurar o direito das partes de se manifestarem e
influenciarem as decisões judiciais, mesmo quando o objeto delas consistir em matéria de
ordem pública, cognoscível de ofício. O contraditório – caracterizado pela informação
processual, bilateralidade de audiência e possibilidades de reação e influência no
convencimento do julgador – não está vinculado ao objeto da discussão (se matéria
dispositiva ou cogente), mas a uma regra de tratamento e procedimento. Assim,
desinteressa perquirir a natureza da norma a ser analisada; deve-se, em todo caso,
permitir-se o contraditório efetivo (ainda que postecipado). Como exemplo, tome-se a
prescrição: embora de ordem pública, a doutrina é amplamente majoritária no sentido de
que se deve intimar a parte por ela beneficiada para que se manifeste acerca de eventual
renúncia (art. 191 do Código Civil). Em arremate, as matérias de ofício não prescindem do
contraditório prévio (art. 10 do CPC).

3) É correto afirmar de acordo com o Código de Processo Civil [...].

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: A aplicação das normas de processo civil deverá respeitar as situações
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.

Comentário 1: O princípio do tempus regit actum está consolidado no art. 14, do CPC/15,
nos seguintes termos: "A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente
aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada"; Dispõe o art. 15, do CPC/15, que "na
ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as
disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente"; Dispõe o art.
13, do CPC/15, que "a jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras,
ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos
internacionais de que o Brasil seja parte". Trata-se do princípio da territorialidade.

4) Mário propôs ação anulatória de casamento em face de Antônia, pelo procedimento


comum, sob a alegação da ocorrência de erro essencial sob a pessoa do cônjuge, com base
na legislação civil vigente. Na petição alegou que ignorava a existência de certos fatos,
ligados à boa fama de Antônia, os quais tornavam insuportável o convívio sob o mesmo
teto. Na parte relativa aos pedidos, requereu também, na hipótese de não ser acolhido o
pedido principal, qual seja, o de anulação do casamento, que fosse decretada então a
separação judicial do casal. Nesse sentido, quando ao segundo pedido formulado, podemos
dizer que [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: Trata-se de verdadeiro pedido cumulativo, o qual é permitido num


único processo, contra o mesmo réu, ainda que entre eles não haja conexão.

Dica: Quando um pedido for uma alternativa, ele é cumulativo, e não alternativo (caso que
se refere, apenas, às obrigações alternativas).
Comentário: O autor pode formular mais de um pedido em face do réu na petição inicial,
ainda que não haja conexão entre eles. Os TIPOS OU FORMAS DE CUMULAÇÃO podem ser:

1. CUMULAÇÃO PRÓPRIA: quando o autor formula dois ou mais pedidos em face do mesmo
réu e visa ao acolhimento de todos eles. A cumulação própria pode ser:

1.1. cumulação SIMPLES: os pedidos formulados são autônomos e independentes, sem


relação de prejudicialidade entre si, ex.: a possibilidade de cumulação de danos materiais,
morais e estéticos oriundos do mesmo fato;

1.2. cumulação SUCESSIVA: apesar de formulados mais de um pedido, o acolhimento do


segundo depende do reconhecimento do primeiro, e assim em diante; ex.: ação de
investigação de paternidade cumulada com alimentos.

2. CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA: esta modalidade subdivide-se em:

2.1. cumulação SUBSIDIÁRIA ou EVENTUAL quando o autor requer que o segundo pedido
somente seja acolhido na hipótese de rejeição do primeiro; ex.: pedido de anulação de
casamento cumulado com divórcio;

2.2. cumulação ALTERNATIVA: o autor formula mais de um pedido, mas pede que o juiz
acolha apenas um, sem demonstrar preferência por quaisquer deles; ex.: ação que objetiva
condenar o réu a restituir a mercadoria ou indenizar o valor correspondente.

5) Examine as assertivas abaixo [...].

OBS: Questão, aparentemente, mal elaborada.

Resposta correta: Há hipótese prevista no Novo Código de Processo Civil, em que o


processo de conhecimento pressupõe uma decisão que contenha ao mesmo tempo
cognição e execução; e O tema da tutela dos direitos pertence ao campo do direito
material.

Comentário: O CPC discorre sobre:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do


autor.

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à


impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à
maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
O CDC discorre sobre:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a
seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

6) Sobre a ordem dos processos nos tribunais, examine as seguintes assertivas considerando
(V) para as afirmações verdadeiras e (F) para as falsas [...]:

Resposta correta: Todas são verdadeiras (A fim de garantir a observância do direito


fundamental ao juiz natural também nos tribunais, a distribuição será feita de acordo
com o regimento interno de cada corte, observando-se necessariamente, porém, a
alternatividade, o sorteio e a publicidade; O julgamento não unanime terá
prosseguimento com a ampliação do quórum de julgadores; Havendo voto vencido, esse
será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os
fins legais, inclusive de prequestionamento).

Comentário 1: Art. 930, CPC. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do
tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.

Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator


para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.

Art. 942, CPC. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão
convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a
eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos
julgadores.

Art. 941, CPC (...) O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte
integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.

Comentário 2: técnica do julgamento não unânime SE APLICA SOMENTE NOS SEGUINTES


CASOS:

- julgamento de apelação;
- ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença;
- agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o
mérito.

O CPC diz ainda que a referida técnica NÃO SE APLICA nos seguintes julgamentos:

- de IRDR e IAC;
- de remessa necessária;
- julgamento não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
7) Nos termos da legislação vigente sobre o processo civil brasileiro, é certo dizer que aquele
que litigar de má-fé como autor, réu ou interveniente [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: Responde por perdas e danos, nos termos da legislação processual.

Comentário: Literalidade do art. 79, CPC: “Responde por perdas e danos aquele que litigar
de má-fé como autor, réu ou interveniente”.

8) Sobre a possibilidade ou não de parcelamento das custas judiciais, assinale a alternativa


correta de acordo com a legislação processual civil brasileira [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de


despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

Comentário: Literalidade do art. 98, § 6º, CPC: “Conforme o caso, o juiz poderá conceder
direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no
curso do procedimento”.

9) Sobre os pronunciamentos do juiz, assinale a alternativa correta com base na legislação


processual civil [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei.

Comentário 1: Art. 204, CPC: Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.

Art. 203, § 2º, CPC: Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadre como sentença.

Art. 203, § 4º, CPC: Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória,
independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo
juiz quando necessário.

Art. 205, § 2º, CPC: A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei.

Comentário 2: Na análise dos pronunciamentos judiciais de acordo com o Código de


Processo Civil, temos os seguintes esclarecimentos:

Decisão interlocutória refere-se a um pronunciamento judicial de natureza decisória que


não põe fim à fase cognitiva do procedimento comum nem extingue a execução. Portanto,
a alternativa que menciona o julgamento colegiado dos tribunais como decisão
interlocutória está incorreta, uma vez que tal julgamento é conhecido como acórdão.
Quanto aos demais pronunciamentos judiciais, eles se classificam em sentenças, decisões
interlocutórias e despachos. A alternativa que define todo pronunciamento que não é
sentença como despacho também está incorreta, pois existem as decisões interlocutórias
como categoria distinta.

Em relação a atos processuais como a juntada e a vista obrigatória, estes independem de


despacho e devem ser realizados de ofício pelo servidor público, sendo revistos pelo juiz
quando necessário. Portanto, a afirmação de que dependem de despacho é incorreta.

Finalmente, a alternativa que menciona a possibilidade de assinatura eletrônica dos juízes,


em todos os graus de jurisdição, está correta e é confirmada pelo Art. 205 do CPC, que
permite tal procedimento na forma da lei.

10) Assinale a alternativa apontando o princípio que corresponde corretamente a frase a


seguir:
"As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída
a atividade satisfativa".

Resposta correta para essa banca (IDCAP 2020): Princípio da primazia da resolução do
mérito.

Resposta correta, segundo o Revisão PGE: Princípio da duração razoável do processo.

Comentário 1: Art. 4º, CPC, é tido como vinculador do princípio da duração razoável do
processo, além de apresentar, também, se forma subsidiária, o princípio da primazia da
resolução do mérito.

Comentário 2: Art. 4º do CPC:

"As partes têm direito de obter em prazo razoável [princípio da duração razoável do
processo] a solução integral do mérito [princípio da primazia das decisões de mérito],
incluída a atividade satisfativa (princípio da efetividade).

11) Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela
superveniência delas, EXCETO [...]:

Resposta correta: Os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador e os que


envolvam absolutamente incapaz, na condição de autor.

Comentário: Literalidade do art. 215, CPC: “Art. 215. Processam-se durante as férias
forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:

I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos,


quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;

II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;

III - os processos que a lei determinar”.


12) De acordo com a jurisprudência do STJ sobre a atuação dos sujeitos do processo civil, as
normas processuais civis, os processos nos tribunais e os meios de impugnação das
decisões judiciais, julgue o item que se segue.

A lei aplicável para a fixação do regime jurídico referente a verba honorária de


sucumbência em primeiro grau é aquela vigente na data da sentença que impõe
honorários sucumbenciais, sendo irrelevante, para essa finalidade, a identificação de
eventual norma que vigorasse na data do ajuizamento da ação.

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: Certa (a lei aplicável para a fixação do regime jurídico referente a
verba honorária de sucumbência em primeiro grau é aquela vigente na data da sentença
que impõe honorários sucumbenciais, sendo irrelevante, para essa finalidade, a
identificação de eventual norma que vigorasse na data do ajuizamento da ação).

Comentário: A questão em comento demanda conhecimento da literalidade do CPC e da


jurisprudência.

Diz o art. 14 do CPC:

“Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos
em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas
sob a vigência da norma revogada."

Neste dispositivo resta claro que a norma processual não retroage e aplica-se
imediatamente aos processos em curso, de maneira que cabe, para fixação de honorários
sucumbenciais, a lei cabível no momento da ação.

Já o Informativo 602 do STJ diz o seguinte:

“Os honorários advocatícios nascem contemporaneamente à sentença e não preexistem


à propositura da demanda. Assim sendo, nos casos de sentença proferida a partir do dia
18/3/2016, deverão ser aplicadas as normas do CPC/2015".

13) Julgue o item a seguir, referentes aos princípios constitucionais e às diversas espécies de
atos judiciais existentes no processo civil [...].

Resposta correta: O princípio do juiz natural refere-se à existência de juízo adequado


para o julgamento de determinada demanda, conforme as regras de fixação de
competência, e à proibição de juízos extraordinários ou tribunais de exceção
constituídos após os fatos.
Comentário 1: O princípio do juiz natural está previsto no art. 5.º, incisos XXXVII (“não
haverá juízo ou tribunal de exceção”) e LIII (“ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente”), da Constituição Federal de 1988. Trata-se de
corolário do devido processo legal destinado a garantir a independência e a
imparcialidade do órgão julgador. Aquele não pode ser confundido com o da identidade
física do juiz, não mais adotado pelo atual Código de Processo Civil. A legislação
processual anterior, na forma do hoje revogado art. 132 do Código de Processo Civil de
1973, dispunha que: “O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide,
salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou
aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor”. Atualmente, o princípio da
identidade física do juiz só é aplicável ao processo penal.

Comentário 2: PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ - artigo 132 do CPC/1973


consagrava o princípio da identidade física do juiz (“O juiz, titular ou substituto, que
concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por
qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu
sucessor”). O CPC de 2015, por sua vez, não prevê a regra da identidade física do juiz (só
o CPP).

PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL - se refere à existência de juízo adequado para o julgamento


de determinada demanda, conforme as regras de fixação de competência, e à proibição
de juízos extraordinários ou tribunais de exceção constituídos após os fatos.

14) Julgue o item a seguir, referentes aos princípios constitucionais e às diversas espécies de
atos judiciais existentes no processo civil [...].

Resposta correta: Em primeiro grau, o mérito do processo civil pode ser examinado, de
forma parcial e definitiva, em decisão interlocutória.

Comentário 1: A questão em comento requer conhecimento da literalidade do CPC.

O julgamento parcial de mérito é possível. Diz o art. 356 do CPC:

“ Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles:

I – mostrar-se incontroverso;

II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 ."

Com a decisão parcial de mérito, o processo prossegue em relação aos demais pleitos que
não tiveram o mérito apreciado.

Ora, estamos a falar, neste caso, de uma decisão interlocutória de mérito, de fato, parcial
e definitiva.

Trata-se do julgamento antecipado parcial de mérito.

15) Foi ajuizada ação de investigação de paternidade por um menor impúbere em face do
suposto pai, que, citado por oficial de justiça em janeiro de 2019, apresentou contestação,
alegando dúvida acerca da paternidade. Diante do teor da contestação, o juiz, acolhendo
requerimento das partes, designou a realização de exame de DNA. Sobrevindo o resultado
do exame em março de 2020, foi definido que haveria mais de 99% de chance de ser o réu
o pai do autor. Após a intimação das partes acerca do laudo, o juiz, em julgamento parcial
do mérito, declarou a paternidade do réu e fixou alimentos provisórios, a despeito da
inexistência de pedido a respeito na petição inicial, designando audiência de instrução e
julgamento para a fixação de alimentos definitivos.
Diante do caso hipotético, é correto afirmar que [...]:

Resposta correta: A prova da capacidade econômica do réu pode ser feita, também, por
meio de publicações obtidas através de redes sociais, documentadas por ata notarial.

Comentário: A questão em comento é respondida com base na literalidade do CPC e


também com investigação de legislação concernente à Lei 5478/68 (Lei de Alimentos) e
julgados do STJ.

A ata notarial é modalidade de prova regulada pelo art. 384 do CPC:

Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.

Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos


eletrônicos poderão constar da ata notarial.

Vídeos, gravações, conversas de whatsapp, prints de redes sociais, tudo isto pode ensejar
ata notarial. É comum em ações que versem sobre alimentos o manejo de fotos em redes
sociais de réus que dizem ter dificuldades econômicas, mas, nas redes sociais, ostentam
vida de luxo e fausto.

A mentalidade reinante no CPC é facilitar a composição através de mediação e


conciliação, ainda que falemos, supostamente, de direitos indisponíveis, como a filiação.
Diz o art. 694 do CPC:

“Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução
consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras
áreas de conhecimento para a mediação e conciliação."

Ainda que a inicial só tenha pedido de investigação de paternidade, o juiz, de ofício, pode
fixar alimentos provisórios, não constituindo decisão extra petita, portanto.

Diz a Súmula 277 do STJ:

“Os alimentos devidos em ação de investigação de paternidade, decorrentes de sentença


declaratória de paternidade e condenatória de alimentos, são os definitivos, e, portanto,
vige a disciplina do art. 13, § 2º, da Lei n. 5.478/1968, com retroação dos efeitos à data da
citação."

Mais direto ainda é o art. 4º da Lei 5478/68, ao dizer o seguinte:

“Art. 4º - As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem
pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita."

Por fim, a Lei 8560/92, a Lei da Investigação de Paternidade, bem específica para o caso
em tela, no art. 7º afirma o seguinte:
“Art. 7° Sempre que na sentença de primeiro grau se reconhecer a paternidade, nela se
fixarão os alimentos provisionais ou definitivos do reconhecido que deles necessite."

Como houve sentença com julgamento parcial de mérito, era possível fixar alimentos e
isto não configurou pedido extra petita.

De fato, nos termos do art. 384 do CPC, a ata notarial é importante instrumento para
fazer prova de imagens e vídeos que possam, por exemplo, ser extraídos de redes sociais
para comprovar renda do alimentante.

O rito da prisão civil, nos termos da Súmula 309 do STJ, dizem respeito ao débito
alimentar dos últimos 03 meses a serem vencidos no transcurso da execução, não
abrangendo um débito que tenha por base alimentos que retroagem à data de citação.

Não é cabível no caso a técnica de julgamento ampliado. O agravo de instrumento que


reforma a decisão pode gerar o julgamento ampliado, não o que não é provido por
maioria de votos.

Diz o CPC:

“Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que
serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.

(....)

§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento


não unânime proferido em:

(....)

II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o


mérito.

16) Entre as características e contornos do processo estrutural, estão [...]:

Resposta correta: Existência de decisões “em cascata”, estabelecimento de planos e


atenção a regimes de transição.

Comentário 1: Litígio/problema estrutural é uma situação de fato em que uma


desconformidade se estabeleceu, ou seja, é uma situação de permanente e consolidada
desconformidade.Segundo Didier, nem sempre é uma situação de ilegalidade, mas sim
um estado de coisas não ideal/indesejado (Ex: falta de saneamento básico, combate da
dengue, o enfrentamento do COVID).
O litígio estrutural é caracterizado pelo alcance a número amplo de pessoas, a várias
entidades e por implicar ordens de execução complexa.

Como se trata de uma situação consolidada, tal espécie de litígio não pode ser
solucionada a partir de um único ato, exigindo-se, pois, de uma série de providências que
devem ser todas para a restruturação da situação. Vale-se, portanto, de “remédios
estruturais” voltados ao redimensionamento dos ciclos de formulação e execução de
políticas públicas, o que não seria possível por meio de decisões mais tradicionais.

Portanto, estes problemas que não podem ser resolvidos através de um único ato
administrativo ou judicial, mas sim demandam uma série de providências que precisam
ser tomadas, ao longo de um certo tempo, com a auxílio de diversos órgãos.

Para tanto, é necessário uma decisão estruturante, que éaquela que reconhece a situação
de desconformidade e define o estado de coisas a ser alcançado. É uma decisão que tem
natureza peculiar porque não estabelece uma regra definida de conduta. Tem conteúdo
principiológico, sem necessariamente estabelecer como exatamente será alcançado o
estado ideal nela definido. Isso acarreta a existência de uma série de decisões posteriores,
para definir o modo, tempo e grau da reestruturação, normalmente em etapas ("decisões
em cascata", conforme Sérgio Arenhart).

Segundo Fredie Didier e Hermes Zaneti, o processo estrutural tem cinco características
essenciais:

a) Quanto ao conteúdo, se pauta em um problema estrutural;


b) O processo estrutural é o veículo para que se faça uma transição entre a situação de
desconformidade atual e a ação de conformidade desejada. Há necessidade de um
modelo de transição;
c) É um procedimento bifásico: semelhante à falência e recuperação judicial. Fase de
constatação do estado de desconformidade; uma fase que determinada o estado de
conformidade almejado;
d) Processo essencialmente flexível: o processo estrutural é essencialmente um processo
flexível, no pedido, na regra da congruência. O Código de Processo Civil dá condições para
que isso seja possível, ao prever a atipicidade das medidas executivas, a atipicidade das
modalidades de cooperação, a possibilidade de decisões parciais de mérito, dentre outros
institutos;
e) Consensualidade: O juiz não é o único ator na solução do problema. É imprescindível a
participação de todos os responsáveis e a obtenção de acordos.

Comentário 2: Processo coletivo estrutural é uma expressão de origem norte-americana


(caso Brown vs. Board of Education of Topeka de 1954) conferida a pretensões coletivas
que visam não somente uma reparação pecuniária, mas também a de uma mudança
estrutural do funcionamento de uma determinada instituição (pública ou privada) ou
política pública.

Tais pretensões coletivas suscitam decisões estruturais que proporcionam uma reforma
estrutural e, via de consequência, a promoção do interesse coletivo visado, de modo a
assegurar direitos fundamentais.
As decisões estruturais manifestam a atuação do Poder Judiciário proativo (legitimidade
contramajoritária), o que evidencia o controle judicial de políticas públicas.

São exemplos de pretensões coletivas estruturais: reforma dos sistemas prisional e de


saúde, bem como relacionadas a desastres ambientais.

As decisões estruturais possuem conteúdo complexo, pois prescrevem uma norma


jurídica de conteúdo aberto, elencando um objetivo a ser alcançado.

Incumbirá as decisões posteriores à decisão estrutural principal a delimitarem os meios e


critérios para alcançar o objetivo, o que Sérgio Arenhart chamou de provimento em
cascata.

O processo coletivo estrutural se desenvolve através da participação democrática e do


debate amplo de interesses envolvidos que visam transformar a lide processual numa
estrutura social a ser reformada. Por isso, há espaço para a solução consensual a partir da
mediação e conciliação.

Desse modo, o juiz se afasta da centralidade do processo (os protagonistas são os grupos
sociais), com vista a trazer para o processo a ampla participação democrática dentro de
um campo de debate e resolução de conflito.

As decisões estruturais têm guarida nos arts. 139, IV, 493 e §1º do 536, todos do
CPC/2015.

Não é característica do processo estrutural a estabilização do pedido e muitos menos a


utilização de constantes precedentes. Isso porque, as decisões tomadas no curso do
processo são mais flexíveis e provisórias, podendo ser revistas até que se alcance decisões
estruturais com a participação dos envolvidos.

Conforme se verifica, as decisões estruturantes são expressões claras do Processo Civil do


Estado Democrático Constitucional.

Recomendo a leitura dos artigos do Professor Rafael Bravo


(http://cursocliquejuris.com.br/blog/direito-processual-coletivo-litigios-e-decisoes-
estruturais/) e Andreia Mara de Oliveira e Ivan Carneiro Castanheiro
(https://www.conjur.com.br/2020-nov-02/mp-debatemediacao-processo-estrutural-
politicas-publicas).

17) Considere as opções e marque a única alternativa correta [...].

Resposta correta: Quando o juiz indeferir a petição inicial por inépcia e antes da citação,
o escrivão ou o chefe de secretaria não precisa comunicar ao réu o resultado do
processo; e Antes da citação, o juiz profere decisum, de ofício, na qual entendeu pela
ocorrência da prescrição, hipótese em que o autor deixa transcorrer o prazo recursal in
albis e a lei processual civil determina nessa situação que o escrivão ou o chefe de
secretaria deve comunicar ao réu o resultado do julgamento.

Comentário 1: A questão em comento é respondida com base na literalidade do CPC.


Reproduz o art. 331, §5º do CPC:

“ Art. 331 Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultando ao juiz, no prazo
de 5 (cinco) dias, retratar-se:

(....)§3º Não interposta a apelação, o Réu será intimado do transito em julgado da


sentença.

Apenas se não interposta apelação e transitado em julgado, o réu será intimado do


trânsito em julgado da sentença de indeferimento da petição inicial.

O art. 241 do CPC:

“ Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da
citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comunicar-lhe o resultado do
julgamento."

LOGO, EM VERDADE, HÁ NECESSIDADE DE COMUNICAÇÃO AO RÉU DA SENTENÇA APÓS O


TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA PROFERIDA EM FAVOR DO RÉU ANTES DA
CITAÇÃO.

Diz o art. 332 do CPC:

“ Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

§1º o juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

§2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença,
nos termos do art. 241.

Trata-se de uma sentença de mérito, com trânsito em julgado e repete-se a regra do art.
241 do CPC, ou seja, o réu deve ser intimado.

Diz o art. 332 do CPC:

“ Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

§1º o juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

§2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença,
nos termos do art. 241.

Trata-se de uma sentença de mérito, com trânsito em julgado e repete-se a regra do art.
241 do CPC, ou seja, o réu deve ser intimado.
Comentário 2: Quando o juiz indeferir a PI antes da citação, o réu não terá ciência da
própria PI, não do julgamento. Do resultado do julgamento ele precisa sim ser
comunicado.

Examinador tentou confundir indeferimento da PI sem participação do réu e misturou


com comunicação do RESULTADO do processo. Outra coisa.

O indeferimento da petição inicial é uma decisão que operacionaliza o princípio da


celeridade, evitando o prosseguimento da demanda, antes mesmo da citação do réu.

o RESULTADO por ÓBVIO É COMUNICADO, ELE NÃO É CITADO ANTES DA DECISÃO. SÓ


SERÁ SE O AUTOR APELAR, NESSE CASO ELE INTEGRA A PARTIR DAÍ A RELAÇÃO
PROCESSUAL.

§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.

Se o autor não recorrer, o réu nem citado será. Só será comunicado do TJ da sentença (ou
seja, resultado do processo).

§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.

18) Julgue os itens a seguir e assinale a alternativa correta [...].

Resposta correta: No campo das nulidades, não será decretada na hipótese de não tiver
transcendência acerca das garantias de defesa da parte, em juízo; e Nas ações fundadas
em dano moral, o valor da causa deverá ser correspondente ao valor pretendido.

Comentário: A questão em comento é respondida pela literalidade do CPC.

No caso em tela o prazo começa a correr não no primeiro dia útil posterior, mas no dia da
comunicação.

Diz o CPC:

“ Art. 231,

“(....) §3º. Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o
dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponde à data
em que se der a comunicação".

Só há nulidade quando houver prejuízo. Esta é uma das máximas na teoria das nulidades.

Diz o CPC:

“ Art. 279 (...)


§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se
manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo."

No mesmo diapasão, diz o CPC, art. 282:

“Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.

§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte."

Diz o art. 292 do CPC:

“292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:

I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos


juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da
ação;

II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a


resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida;

III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;

IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou


do bem objeto do pedido;

V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos


valores de todos eles;

VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

19) Indique abaixo a alternativa que não se insere integralmente, no âmbito da Lei 13.105/15,
entre as excepcionalidades à ordem preferencial cronológica de julgamento [...]:

OBS: Essa questão tem uma “pegadinha”: queria a resposta que se apresentava
incompleta, e não as que estavam totalmente erradas.

Resposta da questão: Causas que exijam urgência no julgamento – está incompleta, pois a
literalidade do art. 12, §2º, IX, CPC, é “a causa que exija urgência no julgamento, assim
reconhecida por decisão fundamentada”.

Comentário: O enunciado da questão requer uma alternativa que NÃO se insira


INTEGRALMENTE no âmbito do CPC. Embora “causa que exija urgência no julgamento”
seja uma exceção à ordem cronológica de conclusão, a alternativa não apresentou a parte
final do inciso, qual seja, “assim reconhecida por decisão fundamentada”.

Art. 12, §2º, CPC. Estão excluídos da regra do caput [ordem cronológica de conclusão]:

IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão


fundamentada.

20) Os processos estruturais já contam com aplicação no Brasil. Sobre eles indique a
alternativa que não seja correta [...]:

OBS: Apontarei somente os itens que estão corretos.

Resposta correta: Podem envolver ações tipicamente de natureza individual; Estão


caracterizados pela coletividade, multipolaridade e complexidade; e São flexíveis já que
ensejam fracionamento da resolução de mérito e atenuam regras de congruência e
estabilização objetiva da lide. Há consensualidade (mas isso não se relaciona com
eventual busca pela utilização de meios atípicos de provas, o que se relaciona outra
característica: flexibilidade).

Comentário: De acordo com a lição de Fredie Didier e Hermes Zanetti, "Embora


normalmente o processo estrutural seja coletivo, por discutir uma situação jurídica
coletiva, é possível que um processo que veicule demanda individual esteja pautado num
problema estrutural e tenha que, por isso, ser tratado como processo estrutural. Isso
acontece especialmente quando ocorre o fenômeno da múltipla incidência, que se
caracteriza quando o mesmo fato pode “afetar a esfera de situações jurídicas individuais e
de situações jurídicas coletivas”".
Como exemplo, pense em um sujeito, portador de deficiência ou com mobilidade
reduzida, que ingressa com ação individual para exigir que determinados edifícios
públicos ou privados, de uso coletivo, aos quais precisa ele recorrentemente ter acesso,
sejam obrigados a promover reformas para garantir a acessibilidade prevista em lei. Essa
é tipicamente uma ação individual, mas que tem inequívoca natureza estruturante.

Segundo Fredie Didier Jr. e Hermes Zanetti Jr., o processo estrutural apresenta algumas
características típicas, mas não essenciais, quais sejam, a multipolaridade, a coletividade e
a complexidade.

Multipolaridade: A lógica binária do processo individual dificilmente se aplica aos


processos estruturais. Neles, pela natureza estrutural do problema, é comum que haja
multiplicidade de interesses envolvidos, que se polarizam a depender da questão
discutida: um mesmo grupo de pessoas pode alinhar-se aos interesses de outro grupo
quanto a determinada questão, mas não quanto a outras.
“Coletivo é o processo que tem por objeto litigioso uma situação jurídica coletiva ativa ou
passiva”
Complexidade: É o processo em que se discute um problema que admite diversas
soluções. O número de soluções possíveis é a medida da complexidade do processo. É
comum que o problema estrutural possa ser resolvido de diversas formas.
Segundo a doutrina, existe certa flexibilidade intrínseca ao procedimento pelo qual se
desenvolve o processo estrutural. Essa flexibilidade do processo estrutural deve ser
assegurada (i) pela utilização de um procedimento bifásico, aproveitando-se o standard
do processo falimentar, que lhe pode servir de base em razão da previsão legal expressa
da possibilidade de fracionamento da resolução do mérito (arts. 354, par. ún., e 356, CPC);
e (ii) pela aplicação de técnicas processuais flexibilizadoras, como a que atenua as regras
da congruência objetiva e da estabilização objetiva da demanda, a ampliação do regime
de participação no processo, a atipicidade dos meios de prova (art. 369, CPC), a
atipicidade das medidas executivas (art. 139, IV, e art. 536, 1º, CPC), a atipicidade dos
instrumentos de cooperação judiciária (art. 69, CPC).

A consensualidade tem especial importância nesse tipo de processo, porém a atipicidade


está relacionada à característica da flexibilidade.

21) Sobre o tratamento do dano e do ilícito no CPC, assinale a alternativa é INCORRETA [...]:

OBS: Apontarei somente os itens que estão corretos.

Resposta correta: Nas tutelas de obrigação de fazer e não fazer, o princípio da


congruência é excepcionado; Na ação de remoção do ilícito, o que se visa é a retirada do
efeito que a norma proíbe sob o pressuposto de causar dano; e Na cognição sumária da
ação ressarcitória, o juízo deve estar centrado sobre o dano, sua responsabilidade e a
necessidade de se evitar novos prejuízos.

Comentário 1: A ação inibitória tem por finalidade evitar a prática de ato ilícito. É ação
que se destina a prevenir futura lesão, sendo, portanto, voltada para o futuro. Nessa ação,
o dano não importa. O que importa é o ato contrário ao direito, levando-se em
consideração o ilícito que pode ocorrer (logo, não se pode falar em ilícito ocorrido, no
contexto deste tipo de ação).

O princípio da congruência estabelece que a decisão do juiz deve ficar limitada ao pedido
do autor. Nas tutelas de obrigação de fazer e não fazer, o princípio da congruência é
excepcionado porque o juiz poderá conceder a tutela pelo resultado prático equivalente,
ou seja, não irá conceder exatamente o que o autor pediu (tutela específica):

Art. 536. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se
procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.

A ação de remoção do ilícito se volta contra o ilícito e não contra o dano, visa a remover
ou eliminar o próprio ilícito, vale dizer, a causa do dano; ela não visa a ressarcir o
prejudicado pelo dano; é suficiente a transgressão de um comando jurídico, pouco
importando se o interesse privado tutelado pela norma foi efetivamente lesado ou
ocorreu dano (Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero, Curso de
Processo Civil, vol. 2, RT, 2020).

A cognição sumária é o exame superficial dos fatos alegados, baseado na probabilidade.


Na ação ressarcitória este exame recai sobre seus elementos essenciais: o dano, a
responsabilidade e a necessidade de se evitar novos prejuízos (Fredie Didier Jr., Paula
Sarno Braga e Rafael Oliveira, Curso de Direito Processual Civil, vol. 2, Juspodivm).

Comentário 2:

A ação inibitória

Se volta contra a possibilidade do ilícito, ainda que se trate de repetição ou continuação.


Assim, é voltada para o futuro, e não para o passado. De modo que nada tem a ver com o
ressarcimento do dano e, por consequência, com os elementos para a imputação
ressarcitória – os chamados elementos subjetivos, culpa ou dolo. Além disso, essa ação
não requer nem mesmo a probabilidade do dano, contentando-se com a simples
probabilidade de ilícito (ato contrário ao direito).

A ação inibitória somente pode ser utilizada quando a providência jurisdicional for capaz
de inibir o agir ou o seu prosseguimento, e não quando esse já houver sido praticado,
estando presentes apenas os seus efeitos.

Tutela de remoção do ilícito

Se a ação inibitória se destina a impedir a prática, a repetição ou a continuação do ilícito,


a ação de remoção do ilícito, como o próprio nome indica, dirige - se a remover os efeitos
de uma ação ilícita que já ocorreu. Se o infrator já cometeu a ação cujos efeitos ilícitos
permanecem, basta a remoção da situação de ilicitude. Nesse caso, ao contrário do que
ocorre com a ação inibitória, o ilícito que se deseja atingir está no passado, e não no
futuro.

Ação ressarcitória

O ressarcimento não pode se resumir ao mero restabelecimento da situação anterior à do


ilícito. Ressarcir é estabelecer o que deveria existir caso o dano não houvesse ocorrido. O
dano deve ser sancionado com a sua integral eliminação, ou mediante a correção da
totalidade do prejuízo cometido.

http://www.abdpc.org.br/abdpc/artigos/Luiz%20G%20Marinoni%282%29%20-
%20formatado.pdf

22) Quando se diz que as partes deverão submeter-se ao decidido pelo órgão jurisdicional faz
referência ao princípio da [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: Inevitabilidade (o princípio da inevitabilidade expõe que que as partes


deverão submeter-se ao decidido pelo órgão jurisdicional).

Comentário: A jurisdição é o dizer o direito, é a possibilidade da aplicação do direito em


determinado espaço jurídico, ou seja, em determinado Estado.

Princípios da Jurisdição:
Princípio do Juiz Natural: para fins de jurisdição, juiz natural é aquele que foi investido nos
termos da lei. E quais seriam os termos da lei: 1) ter ingressado por meio de concurso
público e 2) ingressar pelas formas determinadas pelas Constituição, ou seja, o quinto
constitucional (destinado a membro do Ministério Público e Advogados). Exceção:
Ministros do STF são também juízes naturais, porém podem ser nomeados, bastando
preencher os requisitos da Constituição. O princípio do juiz natural vincula-se também à
competência, pois ainda que o juiz seja investido de jurisdição, ele deve ser competente,
nos termos da lei, para atuar na causa.

Princípio da Aderência ao território: a jurisdição se aplica a determinado território, ela se


adere a um espaço e é aplicada nesse espaço. Por exemplo, no Brasil a jurisdição
restringe-se ao estado brasileiro.

Princípio da Investidura: significa que a jurisdição só poderá ser exercida por juízes
investidos nos termos da Lei.

Princípio da Indelegabilidade: O juiz não pode delegar o julgamento de um processo a


outra pessoa. Exceção (somente em hipóteses expressamente previstas em lei): Lei
8.038/1990 prevê a possibilidade de ministros do STJ e do STF delegarem a juízes de
primeira instância atos instrutórios do processo. No entanto, não é uma exceção absoluta,
pois os ministros não delegam o poder de julgar, ou seja, a sua jurisdição, mas apenas o
poder de praticar atos instrutórios.

Princípio da Inevitabilidade: significa que a jurisdição é inevitável. Assim, uma vez que a
parte tenha ido a juízo não haverá como escusar-se ao cumprimento da decisão ou aceitá-
la apenas se lhe for conveniente.

Princípio da Inafastabilidade: não se confunde com a inevitabilidade, pois nela a parte já


está sob a jurisdição. A inafastabilidade, também conhecida como direito de ação, é um
direito constitucional que garante que nenhuma lesão ou ameaça a direito será excluída
da apreciação do Poder Jurisdicional. Exceção: Justiça Desportiva, a própria Constituição
prevê que a parte somente poderá buscar o Poder Judiciário sobre questões desportivas
depois de esgotadas as instâncias administrativas.

Princípio da Inércia: também é um princípio com previsão constitucional. A jurisdição só


pode ser exercida por impulso. O juiz não pode agir de ofício. Porém, lembre-se, depois de
iniciada a ação, o juiz deve impulsionar de ofício o processo.

FONTE: Instituto Formula – JURISDIÇÂO

23) NÃO constitui manifestação do princípio da colaboração no processo civil [...]:

OBS: Só elencarei as informações corretas.

Resposta correta: São manifestações do princípio da colaboração no processo civil: O


dever de o juiz, antes de proferir decisão sem resolução de mérito, conceder à parte
oportunidade para, se possível, corrigir o vício processual; O dever de o juiz diligenciar,
a pedido do autor, a fim de que se obtenham informações capazes de individualizar o
demandado e viabilizar a sua citação; O dever de o juiz, em sendo o caso, distribuir de
forma dinâmica o ônus da prova; e O dever de o juiz dialogar com a parte mediante
fundamentação concreta, estruturada e completa.

Comentário 1: As partes processuais têm a possibilidade – e não o dever, de celebrar


convenções processuais.

Comentário 2: A possibilidade de as partes celebrarem convenções processuais NÃO


constitui manifestação do princípio da colaboração; é manifestação do princípio da
autonomia da vontade, liberdade processual das partes, a quem se permite, preenchidos
os pressupostos do exercício do poder de autorregramento processual, na forma do
disposto no art. 190 do CPC.

24) Em julgamento em que examinou a constitucionalidade de determinado ato normativo da


administração pública, o Poder Judiciário considerou que “As atividades do Estado estão
sujeitas à observância de preceitos fundamentais de natureza constitucional que,
encontrando fundamento teórico no princípio da proporcionalidade, veda os excessos e
as condutas desarrazoadas do poder público”.
Ao tratar do abuso de poder estatal, sob a perspectiva da proporcionalidade e da
razoabilidade, o trecho apresentado na situação hipotética precedente contém
fundamento embasado no aspecto substancial do princípio do(a) [...]

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: devido processo legal.

Comentário 1: O devido processo legal estatui a necessidade de que o processo esteja em


conformidade com o direito como um todo, e não apenas em consonância com a lei, logo,
enseja a noção de que o processo deve ser justo e equitativo, sendo uma garantia contra
o
exercício abusivo de poder, contra arbitrariedades.

Há duas dimensões do devido processo legal:

- Na dimensão formal, o devido processo legal tem por conteúdo as garantias processuais
(contraditório, juízo natural, etc).

- Na dimensão substancial, um processo devido não é apenas aquele em que são


observadas as exigências formais, mas aquele que deve produzir decisões jurídicas
substancialmente devidas; o devido processo legal é o fundamento constitucional das
máximas da proporcionalidade e da razoabilidade. Sendo assim, a dimensão substancial
compreende a elaboração e interpretação das normas jurídicas, razão pela qual extrapola
o âmbito processual jurisdicional, sendo certo dizer que produz efeito nos demais
processos (administrativo e legislativo), bem como nas relações jurídicas privadas,
inclusive porque é um direito fundamental.

A dimensão formal interessa mais ao processo civil, e a dimensão substancial ao direito


constitucional.
Comentário 2: A questão trata de princípios que regem os processos administrativos e
judiciais. O princípio do devido processo legal, em sentido meramente formal, se refere ao
respeito às normas que regem os procedimentos e a aplicação de sanções.

Ocorre que a doutrina e jurisprudência estrangeira e brasileira, vêm entendendo que o


princípio do devido processo legal não possui apenas um aspecto formal – respeito às
normas – mas também um aspecto substancial ou material.

Assim, o princípio do devido processo legal substantivo determina que não apenas que as
normas processuais sejam formalmente, aplicadas, é preciso que elas sejam aplicadas de
forma proporcional, razoável e justa.

Desse modo, a afirmativa constante do enunciado de que “as atividades do Estado estão
sujeitas à observância de preceitos fundamentais de natureza constitucional que,
encontrando fundamento teórico no princípio da proporcionalidade, veda os excessos e
as condutas desarrazoadas do poder público" se refere ao aspecto substancial do
princípio do devido processo legal.

Comentário 3: Decorrente dos princípios da finalidade, da legalidade e do devido processo


legal substantivo, a razoabilidade ou proporcionalidade exige do agente público que, ao
realizar atos discricionários, utilize prudência, sensatez e bom senso, evitando condutas
absurdas, bizarras e incoerentes.

25) As normas fundamentais de processo civil trazidas na Lei n.º 13.105/2015 (Código de
Processo Civil) estabelecem o seguinte: [...]

Após a análise dos itens, marque a única alternativa correta [...]:

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei os itens corretos.

Resposta correta: O princípio da cooperação estabelece que todos os sujeitos do


processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de
mérito justa e efetiva; Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais
e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade
e a eficiência; Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se
de acordo com a boa-fé.

Comentário: O art. 3º, §3º, CPC, expõe: “A conciliação, a mediação e outros métodos de
solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados,
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo
judicial”. Esse incentivo deve dar-se, inclusive, no curso do processo judicial, e não antes
deste ser iniciado, o que não faz sentido.

26) O Código de Processo Civil dispõe sobre os atos processuais e sua publicidade.
Sobre a publicidade e o segredo de justiça, assinale a afirmativa correta [...].
OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo


de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.

Comentário: Essa questão exigia o conhecimento da literalidade do art. 189, CPC:

“Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os
processos:

I - em que o exija o interesse público ou social;

II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável,
filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;

IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.

§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de


pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.

§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do


dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou
separação.”

27) No tocante aos princípios dispostos no Código de Processo Civil, analise os itens a seguir
e, ao final, assinale a alternativa correta [...]:

OBS 2: Só mencionarei os itens corretos.

Resposta correta: O princípio da boa-fé processual é destinado às partes e aos


advogados.

Comentário: Questão mal elaborada, pois o princípio da boa-fé processual é destinado a


todos aqueles que atuem no processo (as partes, os intervenientes, o magistrado, os
serventuários, os advogados, os membros do MP, etc), conforme o art. 5º, CPC (“Aquele
que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-
fé”). As partes e os advogados devem observar o princípio da boa-fé processual, mas
também todos aqueles que atuarem no processo.

28) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item.
O princípio do devido processo legal tem a função de criar os elementos necessários à
promoção do ideal de protetividade dos direitos, integrando o sistema jurídico
eventualmente lacunoso.

OBS: Acertei essa questão.


Resposta correta: Certa a afirmativa (O princípio do devido processo legal tem a função
de criar os elementos necessários à promoção do ideal de protetividade dos direitos,
integrando o sistema jurídico eventualmente lacunoso).

Comentário 1: Os princípios são meios de integração do ordenamento jurídico.

Comentário 2: A questão exige conhecimento acerca dos princípios aplicados ao processo


civil e pede ao candidato que julgue a sentença que segue:

O princípio do devido processo legal tem a função de criar os elementos necessários à


promoção do ideal de protetividade dos direitos, integrando o sistema jurídico
eventualmente lacunoso.

Analisando a sentença, constata-se que é verdadeira. Isso porque a banca trouxe o


ensinamento do mestre Fredie Didier Junior:

"O princípio do devido processo legal tem a 'função de criar os elementos necessários à
promoção do ideal de protetividade' dos direitos, integrando o sistema jurídico
eventualmente lacunoso. Trata-se da função integrativa dos princípios (...). Desse
princípio constitucional extraem-se, então, outras normas (princípios e regras), além de
direitos fundamentais ainda sem o respectivo texto constitucional. Assim, além de
público, paritário, tempestivo etc., adjetivos que correspondem às normas constitucionais
expressamente consagradas (...), o processo, para ser devido, há de ter outros atributos.
Um processo, para ser devido, precisa ser adequado, leal e efetivo."

Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.

Comentário 3: Segundo Didier, o devido processo legal é uma cláusula geral.

- Função dessa cláusula geral: permitir a mobilidade e abertura do sistema jurídico.


- Função integrativa: criar elementos necessário à promoção do ideal de protetividade dos
direitos, de modo a integrar o sistema jurídico eventualmente lacunoso.
A questão cobra o conhecimento da função integrativa do princípio do devido processo
legal.

29) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: O devido processo legal é um princípio que se aplica no processo de


produção dos negócios jurídicos.

Comentário 1: O princípio do processo legal aplica-se, sim, ao processo de produção dos


negócios jurídicos. Sobre o tema, explica Fredie Didier:
“O devido processo legal aplica-se, também, às relações jurídicas privadas. Na verdade,
qualquer direito fundamental pode aplicar-se ao âmbito das relações jurídicas privadas, e
o devido processo legal é um deles. A palavra 'processo', aqui deve ser compreendida em
seu sentido amplo (...): qualquer modo de produção de normas jurídicas (jurisdicional,
administrativo, legislativo ou negocial).

(...)

Pode-se, então, concluir que o princípio do devido processo legal – direito fundamental
previsto na Constituição Brasil – aplica-se também ao âmbito privado, seja na fase pré-
negocial, seja na fase executiva do negócio jurídico".

Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.

Comentário 2: "O devido processo legal complementa e serve de arcabouço para os


negócios jurídicos processuais, convivendo em uma perfeita simbiose equilibrando o fiel
da balança da justiça e buscando alcançar a função social do direito processual de
materializar o direito material atingindo seus objetivos.[...]"

Fonte: https://jus.com.br/artigos/83940/o-devido-negocio-juridico-processual-legal

30) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: A dimensão material do contraditório é o fundamento para que se


considere como fundamental o direito de ser acompanhado por um advogado.

Comentário 1: Trata-se de questão que aborda temática relativa às diferentes garantias


ou dimensões em que se pode subdividir o princípio do contraditório, a saber:

A primeira delas é a dimensão formal, em vista da qual assegura-se a participação do


interessado no processo. Daí decorre a necessidade de ser cientificado de todos atos, de
receber citações e intimações, de participar de audiências que vierem a ser designadas
etc.

No entanto, apenas a participação seria insuficiente, acaso não houvesse outra garantia
tão ou mais relevante, qual seja, a de poder influir na decisão a ser tomada ao final do
processo. Essa possibilidade de influenciar e de contribuir para a decisão final vem a ser a
dimensão material do contraditório.

Ora, no âmbito desta segunda dimensão, insere-se o direito de se defender das


acusações, de rebater teses e argumentos, de postular a produção de provas, de levar
suas próprias razões ao conhecimento do julgador. E, dentro deste papel, é evidente a
importância de a parte se fazer representar por um advogado, uma vez que é este o
profissional dotado de capacidade e conhecimentos técnicos acerca das normas jurídicas
aplicáveis ao caso, assim como dos melhores entendimentos doutrinários e
jurisprudenciais.

Portanto, o direito de ser acompanhado por um advogado, em sede de processos judiciais


ou administrativos, deve ser tido como integrante da dimensão material do princípio do
contraditório.

Comentário 2:

CONTRADITÓRIO

· Aspecto Formal: direito/garantia de participação no processo.

· Aspecto Material ou Substancial: Poder de influenciar a decisão do magistrado.

NOTA

· O aspecto material do contraditório que é o poder de influenciar a decisão do


magistrado ou a oportunidade de defender-se corresponde a AMPLA DEFESA.

· A AMPLA DEFESA é uma consequência do CONTRADITÓRIO.

31) Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: O princípio da proteção da confiança é a dimensão subjetiva do


conteúdo do princípio da segurança jurídica.

Comentário 1: Quem tem confiança é um indivíduo, que é sujeito, logo, a dimensão só


pode ser subjetiva.

Comentário 2: A presente questão demandou conhecimentos relativos ao princípio da


proteção à confiança legítima.

A doutrina leciona que tal postulado constitui uma das vertentes, dimensões ou aspectos
do princípio da segurança jurídica.

É o que se extrai, com clareza, da seguinte passagem da obra de Maria Sylvia Di Pietro:

"No Brasil, a doutrina apenas recentemente começou a debruçar-se sobre o princípio da


proteção à confiança. É provável que o trabalho pioneiro sobre o tema tenha sido escrito
por Almiro do Couto e Silva, publicado na Revista Brasileira de Direito Público - RDPB, p. 7-
59.
Demonstra o jurista que esse princípio tem sido tratado no direito brasileiro como
princípio da segurança jurídica. E, na realidade, trata-se de princípio que corresponde ao
aspecto subjetivo da segurança jurídica."

Na essência, a confiança a ser protegida é aquela que o cidadão deposita nos atos do
Poder Público, o que justifica, sobretudo, a manutenção de atos inválidos, mas que
tenham gerado efeitos em relação a terceiros de boa-fé, em detrimento do princípio da
estrita legalidade.

32) Considerando o preconizado pelo CPC, assinale a alternativa correta [...].

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem


cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.

Comentário: Via de regra, não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida, todavia, a tutela provisória de urgência será uma exceção. Aplicação
do art. 9º, parágrafo único, I, CPC: “Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes
sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;”.

33) Segundo o Código de Processo Civil, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas
e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA [...]:

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, mesmo que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício; É
admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do
direito.

Comentário: Essa questão tratou da literalidade dos arts. 10, 14 e 20, CPC.

34) Em razão de indícios de irregularidades cometidas pelo gestor Caio, foi instaurado
processo de fiscalização pela ControladoriaGeral da União.
Entendendo que o seu direito à ampla defesa não estava sendo observado, Caio intentou
demanda para obter a invalidação judicial do processo administrativo, requerendo, a
título de tutela provisória, a sua suspensão.
Tomando contato com a petição inicial, o juiz reputou presentes os requisitos legais para
a concessão da liminar, determinando a suspensão do processo administrativo.
Vindo a tomar conhecimento do fato, Tício, outro gestor cuja atuação estava sendo
fiscalizada pela Controladoria-Geral da União em processo administrativo distinto,
entendendo que o seu direito à ampla defesa também havia sido violado, pleiteou o
ingresso no polo ativo no feito em que Caio figurava como demandante, além da
extensão, em seu favor, da tutela provisória originalmente concedida.
Observando que o mesmo vício no processo administrativo respectivo parecia
configurado, o juiz da causa, após colher a manifestação de Caio a respeito do tema,
admitiu o ingresso de Tício no feito, estendendo-lhe os efeitos da liminar e determinando
a citação da parte ré.
Pode-se afirmar que essa decisão judicial está [...]:

Resposta correta: incorreta, por ser incompatível com o princípio do juiz natural.

Comentário 1: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO POPULAR. LITISCONSÓRCIO ATIVO


FACULTATIVO ULTERIOR. LEI 4.717/65. PREVISÃO EXPRESSA DE HABILITAÇÃO DE
QUALQUER CIDADÃO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. INEXISTÊNCIA.

1. A inclusão de litisconsorte ativo facultativo, após a distribuição da ação judicial,


configura desrespeito à garantia constitucional do Juiz Natural (artigo 5º, incisos XXXVII
e LIII, da Constituição da República de 1988), praxe que é coibida pela norma inserta no
inciso II, do artigo 253, do CPC (com a redação dada pela Lei 11.280/2006), segundo o
qual as causas de qualquer natureza distribuir-se-ão por dependência quando, tendo sido
extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em
litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da
demanda (Precedentes do STJ: REsp 796.064/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção,
julgado em 22.10.2008, DJe 10.11.2008; e AgRg no MS 615/DF, Rel. Ministro Bueno de
Souza, Corte Especial, julgado em 13.06.1991, DJ 16.03.1992).

Comentário 2: a conduta de Caio foi incompatível com o princípio do juiz natural, porque,
basicamente, ele burlou a regra de distribuição processual ao escolher ingressar no
mesmo juízo que proferiu decisão que lhe seria favorável em processo semelhante. A
parte não pode escolher o juiz, já que o processo deve caminhar conforme as regras de
competência definidas na Constituição e nas leis.

Comentário 3: Salvo expressa previsão legal, não se admite litisconsórcio ativo facultativo
ulterior justamente por violar o princípio do juiz natural.
Se nao fosse dessa forma seria mt facil voce escolher: quer entrar perdendo ou
ganhando?

Comentário 4: Como o processo administrativo era distinto, Tício não poderia pleitear o
ingresso no feito em que Caio figurava, pois escolheu o juiz sabendo que ele era favorável
a Caio. Isso viola o princípio do Juiz natural. O Processo Judicial de Tício deveria ser
distribuído para outro juízo por meio de sorteio, tendo em vista que o processo
administrativo dele era diferente do de Caio.
35) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: A dignidade da pessoa humana pode ser considerada um direito


fundamental de conteúdo complexo, formado pelo conjunto de todos os direitos
fundamentais, previstos ou não no texto constitucional.
Comentário: Sobre o tema, ensina Fredie Didier:

“A dignidade da pessoa humana pode ser considerada como sobreprincípio


constitucional, do qual todos os princípios e regras relativas aos direitos fundamentais
seriam derivação, ainda que com intensidade variável.

A dignidade da pessoa humana pode ser considerada um direito fundamental de


conteúdo complexo, formado pelo conjunto de todos os direitos fundamentais, previstos
ou não no texto constitucional.".

Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.

36) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: O princípio da legalidade pode funcionar como uma norma processual
ou como uma norma de decisão.

Comentário 1:
Legalidade como norma processual é aplicar o devido processo legal com todas as suas
garantias.

Legalidade como norma de decisão implica que o juiz deve decidir conforme o
ordenamento jurídico vigente.

Comentário 2: O princípio da legalidade, com base no artigo 5º da Constituição Federal,


determina que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei”.

Trata-se de uma norma processual, que norteia, portanto, o andamento de um processo,


bem como uma norma de decisão, de modo que nas decisões e sentenças devem ser
pautados por essa premissa principiológica legal.

Fonte: Gran Cursos


37) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: Na estruturação do processo, o princípio do contraditório é um reflexo


do princípio democrático.

Comentário 1: A banca trouxe parte do ensinamento do mestre Fredie Didier Junior:


“A Constituição Federal prevê o contraditório no inciso LV do art. 5º: 'aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes'.

O princípio do contraditório é reflexo do princípio democrático na estruturação do


processo. Democracia é participação, e a participação do processo opera-se pela
efetivação da garantia do contraditório. O princípio do contraditório deve ser visto como
exigência para o exercício democrático de um poder.".

Fonte: DIDIER JÚNIOR. Fredie. Curso de direito processual civil 1. 17. ed, rev. ampl. e
atual. Salvador: Juspodivm, 2015.

38) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: A ampla defesa corresponde ao aspecto substancial do princípio do


contraditório.

Comentário 1: Princípio do contraditório:

Aspecto formal – participação (no processo), “ser ouvido”. Daí a necessidade de ser
intimado e citado, de participar de audiências...

Aspecto substancial - poder de influência (no convencimento do julgador)/ampla defesa


(pois, para influenciar o convencimento do julgador, deve-se ter a possibilidade de
apresentar todas as formas de defesa juridicamente admitidas).

Comentário 2: realmente, a ampla defesa é um aspecto substancial do princípio do


contraditório. Sobre o tema, explica Marcelo Bonício:

“A ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, também é uma garantia
processual, segundo consta no art. 5º, LV, da Constituição da República.

É possível pensar nessa garantia como fator de equilíbrio do direito de ação, no sentido
que ao réu cabem as mesmas oportunidades de manifestação que são concedidas ao
autor, com a diferença, apenas, de que foi o autor quem rompeu a inércia da jurisdição
quando deu início ao processo238.

Daí decorre a impossibilidade de aceitarmos qualquer redução das oportunidades de


participação do réu no processo, porque isso provocaria um desequilíbrio entre as partes
no processo, a ponto, inclusive, de violar a garantia da igualdade (...).

Também é possível entender que a garantia da ampla defesa significa dar ao réu
'condições efetivas, isto é, concretas de se responder às imputações que lhe são dirigidas',
o que significa que, no plano prático, aquilo que importar em redução de oportunidade de
manifestação do réu deve ser evitado, mesmo que não exista regra específica que possa
ser aplicada.

Nessa perspectiva, a ampla defesa no processo civil acaba exercendo o mesmo papel da
garantia do contraditório, pois ter oportunidade de “responder às imputações" é algo
inerente ao contraditório e pode, aliás, servir de proteção tanto para o réu como também
para o autor".

Fonte: BONÍCIO, Marcelo José Magalhães. Princípios do processo no novo Código de


Processo Civil. Editora Saraiva, 2016. E-book. ISBN 9788502636064.

39) Quanto aos princípios do direito processual civil, julgue o item [...].

OBS 1: Acertei essa questão.

OBS 2: Só mencionarei o que for correto.

Resposta correta: O princípio da eficiência, aplicado ao processo, é um dos corolários da


cláusula geral do devido processo legal.

Comentário: O novo Código de Processo Civil inaugurou um revolucionário modo de


pensar o processo em todos os seus aspectos. No que tange ao problema da eficiência, o
Código de Processo Civil este atento. Vejamos as lições de FREDDIE DIDIER JÚNIOR (2007,
p. 100):

O processo, para ser devido, há de ser eficiente. O princípio da eficiência, aplicado ao


processo, é um dos corolários da cláusula geral do devido processo legal. O artigo 8º do
CPC também impõe ao órgão jurisdicional a observância do princípio da eficiência.

https://www.migalhas.com.br/depeso/303450/o-principio-da-eficiencia-no-novo-codigo-
de-processo-civil

40) Em relação ao princípio da duração razoável do processo, é correto afirmar que a análise
da indevida ou excessiva duração depende do(a) [...]:

OBS: Acertei essa questão.

Resposta correta: princípio da razoabilidade e das peculiaridades do caso.

Comentário: A jurisprudência entende que o princípio da duração razoável do processo


deve ser analisado em conformidade com a razoabilidade, assim como com as
peculiaridades do caso concreto. É possível notar também essa intenção por parte do
legislador, já que, por exemplo, o prazo para se proferir sentença é um prazo impróprio.

BASE CONSTITUCIONAL:

ART. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável
duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
41) Assinale a opção correta, considerando as normas fundamentais do processo civil [...].

Resposta correta: A norma que proíbe decisão contra uma das partes sem que esta seja
previamente ouvida não se aplica às hipóteses de concessão do mandado monitório,
contendo ordem de pagamento, de entrega de coisa ou de obrigação de fazer ou de não
fazer.

Comentário: Essa questão tratou da literalidade do art. 9º, CPC:

“Art. 9º CPC Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

I - à tutela provisória de urgência;

II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, II e III;

(Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de


perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: ...

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver


tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do


contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa)

III - à decisão prevista no art. 701

[Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de
pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer,
concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de
honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa]”.

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