1) NORMAS FUNDAMENTAIS NO CPC E SUA FINALIDADE: O código
de processo civil estabelece uma inovação em relação aos códigos anteriores que a introdução de 12 artigos que versa sobre as chamadas normas fundamentais que devem reger a interpretação do dispositivo processual.
2) PROCESSO CIVIL E CONSTITUIÇÃO: Estabelece o artigo primeiro que
o novo código de processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil. É por isso que o PROCESSO É CONSTITUCIONAL. (ART. 1º)
3) PROCESSO DISPOSITIVO, IMPULSO OFICIAL E EXCEÇÕES À
REGRA: O processo civil é absolutamente dispositivo, porém, ele se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. (ART. 2º)
4) INAVASTABILIDADE E O INCENTIVO AOS EQUIVALENTES
JURISDICIONAIS. O estado deve atuar para que as pessoas resolva seus conflitos de por meio do consenso. O estado consagra uma política pública de resolução consensual dos conflitos. O estado deve estimular uma autocomposição. Trata-se de uma nova norma processual fundamental. Ele consagra a resolução 125 de 2010 do CNJ que regulamentada isso, agora essa resolução tem o reforço na lei processual. (ART. 3º)
5) DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO E A PRIMAZIA DO MÉRITO:
Esse princípio deixa claro que a solução de mérito é prioritária. O Juiz tem o dever de julgar o mérito. A decisão de mérito sempre deverá ser considerada uma decisão prioritária. É dever do juiz propor a correção dos pressupostos processuais que pode inviabilizar a decisão de mérito. O juiz não pode indeferir a petição inicial em antes mandar que o autor emende. Trata-se da primazia da decisão de mérito. Se um recurso tem um defeito que seja sanável o relator não poderá indeferir sem oportunizar a parte o direito de emendá-lo. Vejam o Art. 1.029 no parágrafo 3º. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão: § 3o O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave. Esse dispositivo é um marco na concretização do princípio da primazia do mérito. ( ART. 4º)
6) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: É uma cópia do código de processo civil suíço.
Boa fé objetiva não é um fato é uma norma. Mas precisamente um princípio segundo o qual o comportamento humano deve estar pautado em um comportamento ético de conduta. É aquilo que no direito civil chama-se VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. SUPRESSIO E SURRECTIO: Conforme ensino o professor Jose Fernando Simao são duas faces de duas moedas. A supressio é a perda de uma direito ou de uma posição jurídica pelo não exercido no tempo. Já a surrectio seria o surgimento de um direito diante de práticas usos e constumes. (ART. 5º)
7) PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO OU COLABORAÇÃO: É um modelo
que visa organizar o papel das partes e do juiz na conformação do processo, estruturando-o como uma verdadeira “comunidade de trabalho”. Não se trata de uma colaboração entre as partes, trata-se de uma colaboração do juiz com as partes. Cooperar é agir em conformidade com a boa-fé são deveres de não transforma o processo em um ambiente hostil uma guerrilha.
8) PRINCÍPIO DA PARIDADE DE TRATAMENTO: Eu sei que esse
princípio não é novo para vocês. Mas a novidade aqui é que pela primeira vez na nossa história nos temos um artigo que expressamente diz isso. Nunca houve um artigo que consagrasse o princípio da efetividade. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais. (ARTIGO 7º)
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA PROCESSUAL X PRINCÍPIO DA
EFETIVIDADE PROCESSUAL: Em que consiste o princípio da eficiência aplicado ao processo. O princípio da eficiência pode ser uma norma de direito administrativo repercutindo em toda administração. O princípio da eficiência como norma de direito processual é uma norma que recai sobre o juiz como administrador de um processo. Essa gestão de processo não deixa de ser uma atividade administrativa. Tal princípio em sua figura processual recai na figura do órgão julgador, ou seja, o juiz administrador. Isso significa que o juiz dever observar a eficiência do processo. Isso significa que o juiz deve atingir a máxima finalidade com o mínimo de recurso e da melhor forma possível. Visa impor ao juiz gerir bem o processo com as boas práticas da administração. Então eficiência é o novo formato do velho princípio da economia processual de modo que o juiz está obrigado aplicar ao processo a melhor técnica administrativa aos processos jurisdicionais. Hoje os juízes recebem treinamentos.
9) APLICAÇÃO DO ORDENAMETNO JURÍDICO PELO JUÍZ. Art. 8o Ao
aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. (ART. 8º)
10) CONTRADITÓRIO EFETIVO: O direito ao contraditório se resumia a
uma mera bilateralidade, dirigindo-se tão somente às partes. COMENTAR O AgRg no RE 222.206/SP DE 30.03.1988. O contraditório significa hoje conhecer e reagir, mas não só significa participar do processo e influir no seus rumos, ou seja, consagra-se o direito de influência. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: É possível decisão a favor de uma das partes sem que ele seja ouvida. È por isso que o código admite com improcedência liminar. Ele vai julgar a favor o réu sem ouvi-lo. (ARTIGO 9º)
11) PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DA DECISÃO SURPRESA: Estamos
diante do dever de consulta, estão diante da consagração de proibição de decisão surpresa. Aqui o artigo 10 ele não é um artigo que enuncia o princípio do contraditório esse artigo preconiza uma regra não é um princípio de que o juiz tem de ouvir as partes sobre uma determinada questão. Esta regra concretiza o princípio do contraditório. (ART. 10º)
12) FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES CÍVEIS: Todas as decisões devem
ser fundamentadas sob pena de nulidade. (ART. 11º)
13) PRINCÍPIO DA ORDEM CRONOLÓGICA DE JULGAMENTO ART. 12
: Portanto, cria-se a regra de respeito à ordem cronológica de conclusão das pretensões deduzidas em juízo. EXEÇÕES A REGRA DA ORDEM CRONOLÓGICA: Há casos em que ojuiz pode decidir fora dessa ordem cronológica. A exemplo podemos citar § 2o do artigo 12 que assim dispõe: Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; . OBSERVAÇÃO IMPORTANTE SETNENÇA OU ACORDÃO ANULADO NO TRIBUNAL: § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução;II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
III - DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIL NO TEMPO E
NO ESPAÇO 14) APLICAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL NO ESPAÇO: O artigo 13 do CPC regula a aplicação da norma no espaço territorial e dispõe a jurisdição brasileira (LEX FORI) será exercida mediante norma processuais brasileiras.
15) AFASTAMENTO DA LEI PROCESSUAL BRASILEIRA: O artigo 13
também estabelece a prevalência da norma processual convencional (TRATADOS INTERNACIONAIS) sobre a norma processual legal. Tem-se aí uma supremacia da norma processual internacional sobre a interna. Há pois a prevalência da norma processual convencional sobre a norma processual legal.
16) TEORIA DO ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS/APLICAÇÃO
DA NORMA PROCESSUAL NO TEMPO: O artigo 14 CPC acolheu o chamado princípio do TEMPUS REGIT ACUTUM, bem como a TEORIA DO ISOLAMETO DOS ATOS PROCESSUAIS. Significa que a lei processual aplicável é a lei vigente ao tempo em que o ato processual foi aplicado. (artigo 1046 do CPC).
OBSERVAÇÃO: Por força do artigo 1063 o inciso II do artigo 275 do CPC/73
permanece em vigor para fim de estabelecer o rol de causas de competência do juizado especial. E o artigo 1052 assegura alguns caso na execução civil.
17) APLICACÃO SULETIVA E SUBSIDIÁRIA DO CPC: O artigo 15
determina que o CPC será aplicado de forma subsidiária aos processos Administrativos, Eleitorais, Trabalhista (769 da CLT) exceto naquilo que for incompatível.
18) APLICAÇÃO SUPLETIVA X APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA: A aplicação
supletiva não se confunde com aplicação subsidiária. Aplicação subsidiária se dá na ausência de disposição normativa específica. Já aplicação supletiva é uma interação entra a lei ESPECÍFICA e a lei GERAL que não caso é o CPC. De modo que será necessário interpretar a lei específica levando em consideração o que consta na lei geral (EX. LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS E CPC)
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