Você está na página 1de 2

Curso: Direito Penal Avançado

Aula: Personalidade Jurídica.


Professor: Luiz Oliveira

Resumo

Personalidade Jurídica das Fundações Públicas

Antes de iniciar o estudo das Fundações Pública, importa destacar que existem, no Brasil, três espécies de
Fundação. A i) Fundação Particular, regida pelo Código Civil e controlada pelo Ministério Público, a ii)
Fundação Pública de Direito Público, e a iii) Fundação Pública de Direito Privado, reguladas pelo direito
público, e controladas pelo TCU.

No Direito Administrativo, realizaremos o estudo das duas últimas espécies, quais sejam, a Fundação Pública
de Direito Público e a Fundação Pública de Direito Privado.

O DL nº 200/67, alterado pela lei nº 7.596/87, prevê, em seu art. 5º, inciso IV, a existência da Fundação
Pública de Direito Privado. Vejamos:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins
lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades
que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
custeado por recursos da União e de outras fontes.

Importante observar, que tanto o Decreto Lei 200, quanto a Lei nº 7.596, são anteriores à CF/88. O que se
percebeu, portanto, foi um grande movimento, à época, no sentido da criação de fundações pública de
direito privado, mas com os mesmos objetivos de autarquias, no claro intuito de afastar as regras rígidas do
direito público, tais como a necessidade de concurso público, licitação, etc.

Diante deste cenário, decidiu o STF, em 1984:

RE n.º 101.126-RJ, Acórdão de 24 de outubro de 1984, Relator Ministro Moreira Alves. [...] nem
toda fundação instituída pelo Poder Público é fundação de direito privado. As fundações,
instituídas pelo Poder Público, que assumem a gestão de serviço estatal e se submetem a
regime administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis estaduais, são fundações de
direito público, e, portanto, pessoas jurídicas de direito público. Tais fundações são espécie do
gênero autarquia, aplicando-se a elas a vedação a que alude o § 2.º do art. 99 da Constituição
Federal.

Com a vigência da CF/88, nenhuma definição foi feita acerca do tema.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello e Helly Lopes Meirelles, inclusive, o art. 5º, IV, do DL 200, o qual prevê
a existência da Fundação Pública de Direito Privado, não teria sido recepcionada pela CF/88, remanescendo
1
no ordenamento jurídico brasileiro somente as Fundações Públicas de Direito Público, as quais são espécies
do gênero Autarquia. Essa posição foi endossada pelo STJ em 1993, todavia, atualmente, não é a que
prevalece.

A posição que atualmente se concebe é justamente a da existência de alternativas quanto à personalidade


jurídica das Fundações Públicas que podem ser tanto de direito público, quanto de direito privado.

OBS: Não existe NENHUMA diferença entre a Fundação Pública de direito público (Fundação Autárquica) e as
Autarquias.

Nesse sentido:

DL 200/67 art. 5 º AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚBLICA

CE-RJ art. 77 §2º

PERSONALIDADE JURÍDICA DIREITO PÚBLICO DIREITO PÚBLICO

DIREITO PRIVADO

REGIME DO PESSOAL ESTATUTÁRIO ESTATUTÁRIO

CELETISTA

FINALIDADE ATIVIDADE TÍPICA DA ADM. ORDEM SOCIAL


PÚBLICA

FORMA INTRA ESTATAL AUTÁRQUICA

PARTICULAR

PRIVILÉGIOS FISCAIS E ART. 150, VI, a, §2º da CRFB; ART. 150, VI, a, §2º da CRFB;
PROCESSUAIS

ART. 100 E 109, i, da CF, ART. 183 IDEM AUTARQUIAS


CPC/15 Lei 9.469/97, art. 10
NÃO TERÃO

Logo, as peculiaridades estão na Fundação Pública de Direito Privado, visto que as Fundações Públicas de
Direito Público possuem características idênticas às autarquias.

Você também pode gostar