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ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Necessariamente, quando se fala de entidade da descentralização


indireta, a descentralização é por serviços.

Diferença de descentralização (por serviços) e desconcentração: a


descentralização é a transferência de atribuições de uma pessoa jurídica para
outra pessoa jurídica; portanto, acontece no âmbito externo de pessoa para
pessoa. Já a desconcentração acontece no âmbito no âmbito interno de cada
ente, de cada pessoa jurídica; é a distribuição interna de competências, entre
os vários que compõe a entidade pública (ex. RH, secretária, etc).

AUTARQUIAS

Quando se trata de serviço público ela não visa lucro (não comercial).

Características:

1. Criação por lei específica (art. 37, XIX, CF)- uma lei que será destinada
unicamente para criar autarquia e disciplinar seu funcionamento. Ex:
nãos se pode regular sobre a doação de terrenos para União.
2. Personalidade Jurídica de direito público- a entidade é quase idêntica a
Administração Direta, tendo os mesmo poderes e deveres da
Administração Direta. A razão de existir da autarquia é ser mais parecida
possível com a própria Administração Direta.
3. Regime Jurídico de direito público- será regida pelo direito
Constitucional e direito Administrativo. Por esse motivo, terá que licitar,
prestar conta ao Tribunal de Contas, realizar concurso público para
servidores, contratar servidores sob o regime estatutário, etc (normas do
direito público).
4. Capacidade de autoadministração- a autarquia será independente da
entidade em relação a própria administração direta, mas não deixa de
receber o controle ou tutela nos limites da lei instituidora. No entanto,
não tem autonomia, pois só a Administração Direta tem autonomia, a
autonomia pressupõe a iniciativa de lei pelo Chefe do Executivo, que
criará projetos de lei para disciplinar determinado tema.
5. Prestação de serviços públicos.
6. Sujeição ao controle ou tutela da Administração Direta.

Principais diferenças entre a autarquia e a Administração Direta: a


autarquia não tem autonomia, apenas independência e está sujeita ao controle
da Administração Direta, já a Administração Direta tem autonomia e não sofre
controle, pois é a controladora.

Conceito de autarquia: são entidade da Administração Indireta criadas por


lei específica, com personalidade jurídica de direito público, sob regime jurídico
de direito público, dotadas da capacidade de se autoadministrarem, voltadas a
prestação de serviços públicos e sujeitas ao controle ou tutela por parte da
Administração Direta.

Classificação (quanto a estrutura das autarquias):

 Corporativas ou associativas;
 Fundacionais.

CORPORATIVAS/ASSOCIATIVAS FUNDACIONAIS

O elemento mais importante é seus O elemento mais importante é seu


membros ou associados. patrimônio.

Finalidade: volta-se aos seus próprios Finalidade: volta-se a prestação de


membros ou associados. serviços a coletividade.

Ex: CRM (medicina), CRO Ex: USP, INSS, FDSBC, etc.


(odontologia), CREA, etc.

A razão de existir das corporativas/ associativas é a composição dos


seus membros ou associados, formada por uma categoria de profissionais,
fiscalizando, protegendo, regulamentando, defender direitos dessas categorias
profissionais. Sua atividade volta-se para si própria.

Por que a FDSBC é paga e a USP não é? Em razão do art. 242 da CF,
as entidades educacionais oficiais que não são mantidas com o recurso total ou
parcialmente público e que foram criadas antes da CF de 1988 podem cobrar
pela sua atividade. O art. 242 da CF é uma exceção à regra da
obrigatoriedade de prestar serviço de educação gratuita (art. 206, IV, CF).

OAB

A OAB não entra na classificação “corporativa/associativa”, pois sua


natureza jurídica é diferente (autarquia sui generis).

 O que é natureza jurídica? Autarquia, fundação, etc.


 Só fazem parte da administração indireta aquelas entidades sujeitas ao
controle ou tutela da administração direta. O ente que não faz parte da
administração direta ou indireta não precisa licitar, realizar concurso
público e prestar contas ao Tribunal de Contas.

A OAB é uma autarquia federal que foi criada pela União Federal,
inicialmente, sob controle ou tutela desse ente da Administração Direta.
Todavia, após o julgamento da ADI 3026/DF, no STF, cujo relator foi o Ministro
Eros Grau, decidiu-se que a AOB, por ser uma função essencial a justiça, não
pode permanecer sob controle ou tutela da União Federal.

Assim, a partir dessa decisão a OAB não sofre mais controle ou tutela do
Governo Central e, com isso, deixa de pertencer a estrutura da Administração
Indireta (mas também não faz parte da Administração Direta). Logo, não
precisa mais realizar licitação, concurso público ou mesmo prestar contas ao
TCU. No entanto, permanece com todos os privilégios de autarquia. Dai a sua
natureza jurídica ser considerada hoje como autarquia “sui generis”.

 Essa decisão é inconstitucional, fere o princípio da “isonomia”, pois não


há um critério que justifique o tratamento diferenciado dessa autarquia.

FUNDAÇÕES GOVERNAMENTAIS

Fundações governamentais/ públicas (gênero):

 Fundações governamentais com personalidade jurídica de direito


público;
 Fundações governamentais com personalidade jurídica de direito
privado.

As fundações governamentais são criadas pelo Estado e se contrapõe as


fundações privadas do Direito Civil, criadas pelos particulares. Portanto, em
tese, há 3 tipos de fundações no ordenamento jurídico, o objeto de estudo do
Direito Administrativo serão as fundações governamentais.

ESPÉCIES DE FUNDAÇÕES

FUNDAÇÕES PRIVADAS FUNDAÇÕES GOV. COM FUNDAÇÕES GOV. COM


PERSONALIDADE JURÍDICA PERSONALIDADE JURÍDICA
DE DIREITO PRIVADO DE DIREITO PÚBLICO
Criadas pelos Criadas pelo Estado (Adm. Criadas pelo Estado
particulares. Direta). (Adm. Direta).
Regidas pelo Direito Regidas pelo Direito Regidas pelo Direito
privado (Direito Civil). Privado (Direito Civil) e Público (Direito
Direito Público (Direito Constitucional e Direito
Constitucional e Direito Administrativo).
Administrativo).
Regime jurídico privado. Regime jurídico híbrido. Regime jurídico público.

Personalidade Jurídica de Personalidade Jurídica de Personalidade Jurídica


direito Privado. Direito Privado. de Direito Público.

Natureza jurídica das Fundações Governamentais:

O pensamento divergente dos doutrinadores se dá em razão do art. 37,


XIX da CF.

Di Pietro: segundo a autora existem as autarquias, as fundações


governamentais com personalidade de direito público e as fundações
governamentais com personalidade jurídica de direito privado. Entende que as
autarquias e as fundações com personalidade jurídica de direito público se
distinguem uma vez que são criadas de modo distinto (autarquias são criadas
por lei específica e fundações são criadas por lei + decreto) e, portanto,
referida diferença justifica a existência de entidades distintas.

Celso Antônio Bandeira de Mello: segundo Bandeira de Mello a


diferença na criação das autarquias e das fundações governamentais com
personalidade jurídica de direito público não é suficiente para justificar a
existência de entidades distintas. Assim, para o autor, as fundações com
personalidade jurídica de direito público não passam de autarquias. Portanto,
existem as autarquias e as fundações governamentais para ele são apenas as
que têm personalidade jurídica de direito privado.

Para a autarquia existir basta a lei específica, já as fundações é


necessário a criação autorizada por lei, não basta à lei, pois essa só autoriza a
criação (não é criada), mas é necessário ato infralegal para criar o ente, tal ato
é o decreto do Chefe do Executivo que dispõe sobre a criação. Na autarquia
basta a edição da lei para que no mundo jurídico ela esteja formalmente
instituída.

Única diferença entre as Autarquias e Fundações governamentais


com personalidade de direito público: quanto a criação, a primeira para a
criação basta a lei especifica, já a segunda a lei autoriza a criação, mas
necessita do decreto.
Projeto de lei autorizando a criação da fundação (iniciativa do Chefe do
Executivo) votação pelo legislativo sanção do chefe do executivo lei
autorizando a criação Chefe do Executivo edita o decreto.

Características das Fundações Governamentais:

1. Criação autorizada por lei (art. 37, XIX, CF);

2. Capacidade de autoadministração (independência)- não possui autonomia;

3. Prestação de serviços públicos sociais (art.6 da CF);

4. Sujeição ao controle ou tutela da Administração Direta (se aplica a todas


entidades);

5. Personalidade jurídica de direito público (ex. PROCOM) OU personalidade


jurídica de direito privado (ex. fundação cultura)- por que criar uma fundação
com personalidade jurídica de “direito público” ou de “direito privado”? Tem
relação com a finalidade para qual a fundação está sendo criada, onde ela vai
atuar e sua função, ficando a discricionariedade da Administração Direta; por
exemplo, o PROCOM fiscaliza, tem o poder de polícia, nessa hipótese a
administração precisa do poder público para exercer o poder de polícia, por
essa razão se da personalidade jurídica de direito público; quanto a TV cultura,
sua atuação se da junto com a esfera privada (SBT, Globo, Band, etc), dando
personalidade jurídica de direito privado a ela.

6. Regime jurídico de Direito Público (D. Constitucional e D. Administrativo) OU


regime jurídico hibrido.

7. Patrimônio público, semipublico ou semiprivado- a fundação governamental


de direito público (e autarquias) tem seu patrimônio todo público; já as
fundações com personalidade jurídica de direito privado pode ter seu
patrimônio público, semipublico (a maior parte do patrimônio é público e a
menor parte privada) ou semiprivado (maior parte privada e menor parte
público).

 As únicas entidades que prestam serviços comerciais são as empresas


estatais.

Conceito de fundações governamentais: são entidades da


Administração Indireta com sua criação autorizada por lei, com personalidade
jurídica de direito público ou de direito privado, sob regime jurídica de direito
público ou regime jurídico híbrido, instituídas com patrimônio público,
semipublico ou semiprivado, com capacidade de se autoadministrarem,
voltadas a prestação de serviços sociais e sujeitas ao controle ou tutela da
Administração Direta.

FUNDAÇÕES GOVERNAMENTAIS COM PERSONALIDADE JURÍDICA DE


DIREITO PÚBLICO.

Todo o conceito das autarquias se enquadram as fundações


governamentais com personalidade jurídica de direito público.

Características:

1. Criação autorizada por lei (única diferença com a autarquia)- lei +


decreto.
2. Personalidade jurídica de direito público.
3. Regime jurídico de Direito Público.
4. Capacidade de autoadministração (toda entidade da administração
indireta tem).
5. Prestação de serviços sociais.
6. Patrimônio Público.
7. Sujeição ao controle ou tutela.

Conceito: são entidades da Administração Indireta com sua criação


autorizada por lei, com personalidade jurídica de direito público, sob regime
jurídico de Direito Público, com patrimônio público, dotada de
autoadministração, prestando serviços sociais e sujeitas ao controle ou tutela
da Administração Direta.

FUNDAÇÕES GOVERNAMENTAIS COM PERSONALIDADE JURÍDICA DE


DIREITO PRIVADO

Para Celso Antonio Bandeira de Mello são as únicas fundações


governamentais que existem.

Características:

1. Criação autorizada por lei;


2. Personalidade Jurídica de Direito Privado;
3. Regime jurídico híbrido;
4. Patrimonio público, semipúblico ou semiprivado;
5. Prestação de serviços sociais;
6. Capacidade de autoadministração;
7. Sujeição ao controle ou tutela da Administração Direta.
Diferença com as fundações governamentais com personalidade jurídica de
direito público: personalidade jurídica, regime jurídico e patrimônio (se não for
público).

Conceito: são entidades da Administração Indireta com sua criação


autorizada por lei, com personalidade jurídica de direito privado, sob regime
jurídico híbrido, instituídas com patrimônio público, semipúblico ou semiprivado,
voltadas a prestação de serviços sociais, dotadas da capacidade de
autoadministração e sujeitas ao controle ou tutela da Administração Direta.

DIFERENÇAS DAS FUNDAÇÕES PRIVADAS COM AS FUNDAÇÕES


GOVERNAMENTAIS COM PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO

FUNDAÇÕES PRIVADAS FUNDAÇÕES GOVERNAMENTAIS COM


PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO
PRIVADO

Criadas pelo particular (instituidor de Criadas pelo Estado


fundações)

Nasce pela vontade do instituidor Nasce pela existência do interesse


público

Registro do Estatuto no cartório de títulos Surge da lei e do decreto (criação


e documentos. autorizada por lei)

Fiscalizada pelo Ministério Público Controle ou tutela da Administração


(curador de fundações) ou pessoa Direta e fiscalização pelo Tribunal de
designada pelo instituidor Contas

Depois de criada o instituidor não mais A Administração Direta repassa


destina patrimônio para a fundação (o periodicamente verbas públicas para a
patrimônio inicial deve ser suficiente para fundação (se a fundação não cobra pelo
ela se manter) o serviço).

Qualquer entidade pública é fiscalizada pelo Tribunal de Contas.

Uma entidade privada que recebe dinheiro público precisa prestar contas
ao Tribunal de Contas.

EMPRESAS ESTATAIS OU GOVERNAMENTAIS

SEMELHANÇAS
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA EMPRESA PÚBLICA

Criação autorizada por lei (art. 37, XIX, Criação autorizada por lei (art. 37, XIX,
CF) a criação das empresas estatais será CF)
igual a fundação.

Personalidade Jurídica de Direito Privado Personalidade Jurídica de Direito Privado

Regime jurídico híbrido Regime jurídico híbrido

Capacidade de autoadministração Capacidade de autoadministração

Criadas para a prestação de serviços Criadas para a prestação de serviços


públicos (serviço comercial ou industrial) ou públicos (serviço comercial ou industrial)
intervenção na ordem econômica ou intervenção na ordem econômica

Sujeição ao controle ou tutela da Sujeição ao controle ou tutela da


Administração Direta Administração Direta

DIFERENÇAS

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA EMPRESA PÚBLICA

Capital público e privado (capital misto) Capital público

Forma societária- Sociedade comercial: Forma societária- Esfera municipal e


sociedade anônima (S.A) estadual: sociedade civil ou comercial
(qualquer sociedade comercial).

Esfera Federal: sociedade civil,


sociedade comercial ou forma inédita de
sociedade.

COMPOSIÇÃO DO CAPITAL

Sociedade de economia mista

A sociedade de economia mista possui capital público e privado, a


Administração Direta cria a sociedade de economia mista e essa está sujeita
ao controle ou tutela da Administração Direta, em razão disso a maior parte do
capital é público, isto é, da Administração Direta.

No mínimo 51% do capital deve ser público.

O capital não pode ser 100% público.


Empresa pública

Seu capital é todo público, não há capital privado nessa entidade.

FORMAS INÉDITAS DE EMPRESAS PÚBLICAS (esfera Federal)

1) Sociedade Unipessoal

A Uniao Federal cria a empresa pública “sociedade unipessoal”, cria por


lei mais decreto e da integralmente o capital para ela. A União Federal é a
única sócia dessa empresa pública.

Composição obrigatória dos órgãos internos da sociedade unipessoal:

1) Assembleia Geral
2) Diretoria
3) Conselho Diretor
4) Conselho Fiscal

EX: Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco.

 A diferença entre a sociedade unipessoal e a empresa pública


unipessoal é a composição dos seus órgãos.

2) Sociedade Pluripessoal

Criada pela União Federal, essa terá a MAIOR parte do capital (no mínimo
51). Quem poderá ser sócio são os Estados- membros, Municípios e Distrito
Federal. Como também, entes da administração indireta, no caso, autarquias e
fundações governamentais com personalidade jurídica de direito público ou as
fundações governamentais com personalidade jurídica de direito privado, e
outras empresas públicas.

Como a empresa pública só pode ter capital público, só é possível a


sociedade com os entes que tenham apenas patrimônio ou capital público.

Quem pode ser sócio:

a) Estados, Municípios e Distrito Federal;


b) Autarquias
c) Fundações governamentais com personalidade jurídica de direito público
d) Fundações governamentais com personalidade jurídica de direito
privado (com patrimônio 100% público)
e) Outras empresas públicas.
Ex: TERRACAP. Os entes que formam a TERRACAP é a União Federal e o
Distrito Federal, no entanto, o Distrito Federal tem a maior parte do capital
(51%), ela é uma sociedade criada pela União Federal, mas que o controle
acionário é do Distrito Federal.

3) Empresa pública unipessoal

A União Federal será a única sócia, assim como nas sociedades


unipessoais. Será composta pelos seguintes órgãos:

a) Diretoria
b) Conselho diretor
c) Conselho Fiscal.

Diferenças entre a Sociedade Unipessoal e Empresa Pública Unipessoal:

A sociedade unipessoal é criada pela União Federal possuindo, dentre


outros órgão, Assembleia Geral, diretoria, conselho diretor e conselho fiscal.
Diante da existência da Assembleia Geral a União Federal nomeia um
representante seu para atuar e interferir mais fortemente na entidade.

A empresa pública unipessoal não tem Assembleia Geral, possuindo,


dentre outros órgãos, diretoria, conselho diretor e conselho fiscal. Com isso, a
ausência de Assembleia Geral faz com que o controle da União Federal seja
limitado apenas nos termos da lei e do decreto que instituem essa empresa
pública.

LICITAÇÃO DAS ESTATAIS

O art. 173, par. 1, III da Constituição Federal estabelece que as estatais


devem licitar com base no Estatuto das Estatais.

Esse estatuto não existia, portanto, as estatais licitavam conforme a Lei


8666/93 (Lei Geral de Licitações). Essa lei se aplica a licitação da
Administração Direta e da Administração Indireta, incluindo as estatais.

Foi editada em 2016 a Lei 13303/16 (Estatuto das Estatais), que se aplica
para a sociedade de economia mista e empresas públicas. Que prevê
procedimento especifico para a licitação das estatais.

CONSÓRCIOS PÚBLICOS

Consórcios públicos:
1) Com personalidade jurídica de direito público;
2) Com personalidade jurídica de direito privado.

CONSÓRCIOS PRIVADOS CONSÓRCIOS PUBLICOS COM CONSÓRCIOS PÚBLICOS COM


PERSONALIDADE JURÍDICA DE PERSONALIDADE JURÍDICA DE
DIREITO PRIVADO DIREITO PUBLICO

Formados por empresas Formados por entes da Formados por entes da


privadas (só existe para Administração Direta. Administração Direta.
participar da licitação).

Não tem personalidade jurídica Personalidade Jurídica de Personalidade Jurídica de


própria (não constituem uma Direito Privado (regime Direito Público (regime
pessoa jurídica). híbrido). público).

1) CONSÓRCIOS PRIVADOS

Os consórcios privados são formados por empresas particulares com o fim


de participarem de licitação oferecendo a proposta mais vantajosa para
administração com o intuito de vencerem o procedimento licitatório.

Referido consórcio não tem personalidade jurídica própria e é o grupo de


empresas que respondem por eventuais danos decorrentes da execução da
obra.

 Não há formação de pessoa jurídica com a reunião de empresas,


visando dar liberdade para que em outras licitações seja possível a
associação entre um novo grupo de empresas.
 Haverá um acordo entre as empresas chamado de “termo de
compromisso de consórcio”, onde será estabelecido as obrigações,
responsabilidade, etc. Perante a Administração Pública a
responsabilidade entre as empresas é solidaria.

2) CONSÓRCIOS PÚBLICOS
Tanto o consórcio público com personalidade jurídica de direito privado
quanto o consórcio público com personalidade jurídica de direito público vão se
formar da mesma maneira.

 Cada município editou sua lei e criaram o consórcio público.


 A finalidade para qual o consórcio público é criado e a discricionariedade
da administração direta definem a personalidade jurídica do consórcio
público.
 Os consócios públicos pertencem a Administração Indireta de todos os
Entes da Administração Direta que está presente.
 O consórcio tem como objetivo fortalecer determinada localidade.

CARACTERÍSTICAS DOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS

1. Formados pela união ou associação de entes da Administração Direta


(apenas municípios; municípios e Estado; ou municípios, Estado-
membro e União Federal).
 Os consórcios mistos são aqueles que têm municípios, Estado-
membro ao qual o município pertence e União Federal. Não é
possível ter um consórcio entre Município e União Federal sem
Estado- membro, necessariamente os municípios devem
participar. O Distrito Federal pode fazer parte de um consórcio
(inclusive ele faz parte de um consórcio com o Estado de Goiás).
2. Podem ser criados com personalidade jurídica de direito público ou com
personalidade de direito privado.
3. Podem ter regime jurídico de direito público ou regime jurídico hibrido.
4. Capacidade de autoadministração.
5. Criados para a prestação de serviços públicos.
6. Sujeição ao controle ou tutela por parte dos entes da Administração
Direta.

Conceito: os consórcios públicos resultam da união ou associação dos


entes da Administração Direta que se unem em torno de um objetivo comum
que é atribuído ao consórcio público, ou seja, determinada prestação de
serviço público a coletividade. Podem ser criados com personalidade jurídica
de direito público ou com personalidade jurídica de direito privado, sob regime
jurídico de direito público ou regime jurídico híbrido. Possuem capacidade de
autoadministração e sujeitos ao controle ou tutela por parte dos entes da
Administração Direta.

Normas aplicadas:

- Art. 241 da Constituição Federal (surgiram com EC n 19/98);

- Lei 11.107/05.

CRIAÇÃO DOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS

a) Subscrição do protocolo de intenções: assinar o acordo entre os entes


da administração direta que colocam formalmente a sua intenção de
instituir determinado consórcio (pré-contrato);
b) Publicação do protocolo de intenções na imprensa oficial;
c) Ratificação (confirmação) do protocolo de intenções pela lei: o conteúdo
do protocolo vai se repetir no conteúdo da lei editada por cada ente que
compõe o consórcio;
d) Assinatura do contrato de consórcio público.
e) Observância dos requisitos estabelecidos na legislação civil (registro do
consórcio no registro de pessoas jurídicas)  somente para os
consórcios públicos com personalidade jurídica de direito privado.

AGENCIAS

A CF de 88 não previa as agencias. Era previsto um Estado social e


burocrático, inflado. Na tentativa de desinflar o Estado, Fernando Henrique
Cardoso trouxe as “agencias”, modelo originário dos EUA, com a reforma
administrativa (EC 19/98).

Espécie de agencias:

 Agencias executivas
 Agencias reguladoras.
Natureza jurídica: autarquia de regime especial (se a fundação
governamental ou autarquia passa a ser agencia ela terá essa natureza
jurídica).

1) AGENCIAS EXECUTIVAS

Requisitos para a qualificação da entidade como agencia executiva:

a) Apresentar um plano estratégico de reestruturação e de


desenvolvimento institucional, em que a entidade busca a eficiência na
sua área de atuação. Ex: no prazo de 7 anos capacitar todos os
servidores que têm ensino médio a terem curso superior; reduzir gastos;
sofisticar o sistema de T.I.
b) Firmar contrato de gestão com o respectivo órgão supervisor da sua
área de atuação.  as clausulas do contrato vão repetir quase todo
conteúdo previsto no plano estratégico. Ex: Ministério da Educação,
Ministério da Saúde.

Conceito: as agencias executivas são entidades da Administração Indireta


criadas como autarquias ou fundações governamentais que, buscando
alcançar a eficiência no seu setor de atuação, a partir do preenchimento de
determinados requisitos legais, recebe a qualificação de agencia executiva
mediante decreto expedido pelo Chefe do Poder Executivo. Se a entidade
descumpre os requisitos ela perde a qualificação de agencia executiva,
voltando a ser autarquia ou fundação governamental, consequentemente
perdendo suas vantagens.

Será o órgão supervisor que supervisionará as atividades da agencia


executiva. O contrato firmado é entre uma pessoa jurídica (com personalidade
própria) e um órgão (sem personalidade própria).

Com os respectivos requisitos preenchidos a entidade receberá a qualidade


de agencia executiva mediante decreto a ser editado pelo chefe do Poder
Executivo.

EX: IMETRO (autarquia federal); Agencia nacional de desenvolvimento do


Amazonas; Agencia Nacional de Desenvolvimento do Nordeste.

Vantagens da entidade como agencia executiva:

- Poder receber maior repasse de verbas públicas da Administração Direta.


- Ser padrão eficiência e ser referencia no seu setor de atuação.

- Poder concorrer ao premio nacional de qualidade.

- Ter percentual em dobro para a dispensa de licitação em razão do


pequeno valor (art. 24, §1, Lei 8666/93).

Dispensa de licitação para Autarquias e Fundações Governamentais:

 Para obras e serviços de engenharia – até 15mil.


 Para compras e outros serviços- até 8mil.

Dispensa de licitação para Agencia Executiva:

 Para obras e serviços de engenharia – até 30mil;


 Para compras e outros serviços – 16mil.

2) AGENCIAS REGULADORAS

Espécies de agencias reguladoras:

a) Aquelas que exercem típico poder de polícia (normatizam + fiscalizam).


Ex: ANVISA, ANA (Agencia nacional de aguas), ANS/ANSS (Agencia
nacional de saúde suplementar).
b) Aquelas que regulam e controlam as concessões, permissões e
autorizações de serviços públicos, também possui poder de polícia
(normatizam + fiscalizam + gerenciam). Ex: ANATEL, ANEEL, ANAC,
ANP, ANTT, etc.

ANCINE: sui generis (fomento).

Diferença entre agencia reguladora e agencia executiva: a agencia


reguladora já nasce por lei agencia reguladora (é criada por lei específica por
ser uma autarquia, mesmo que especial).

Art. 175 – É dever do Estado prestar serviços públicos a coletividade.

Segundo Di Pietro as agencias reguladoras que exercem típico poder de


polícia editam atos normativos (resoluções) e fiscalizam o setor em que atuam,
exercendo poder normativo e poder de polícia em relação a toda coletividade;
segundo a autora essas agências não constituem novidade no ordenamento
jurídico brasileiro, uma vez que antes do advento dessas agencias já existiam
autarquias que exerciam as mesmas funções (função de agencia reguladora),
tais como Banco Central, CVM e Receita Federal.
Conforme o entendimento da citada autora, as agencias reguladoras que
regulam e controlam as concessões, permissões e autorizações de serviços
públicos, além de normatizar e fiscalizar também gerenciam as empresas
privadas prestadoras de serviços públicos, ou seja, as empresas
“concessionarias”, “permissionárias” e “autorizatarias” de serviços públicos;
essas agencias constituem novidade no ordenamento jurídico brasileiro.

Natureza jurídica: autarquias de regime especial (tem poderes que as


autarquias comuns não têm).

Regime especial:

 Poder de gerenciar as concessões, permissões e autorizações das


empresas privadas prestadoras de serviços públicos;
 Os dirigentes das agencias reguladoras têm mandato fixo e estabilidade
enquanto durar o mandato.
 As decisões das agencias reguladoras são finais e definitivas no âmbito
do Poder Executivo, não podendo sofrer modificações pelo Chefe do
Poder Executivo.  se alguém discordar com a decisão da agencia é
necessário recorrer ao Poder Judiciário.
 As agencias reguladoras têm maior independência em relação a
Administração Direta (central).

Mandato dos dirigentes das agencias reguladoras

- O dirigente tem mandato FIXO e ESTABILIDADE;

Como se torna dirigente? O conselho deliberativo forma uma lista tríplice, o


Presidente da República indicará o dirigente da agencia, que passará por
previa autorização do Senado Federal. Por fim, o dirigente será nomeado pelo
Presidente da República.

- O prazo do mandato do dirigente não coincide com o prazo do mandato


do Chefe do Executivo (5 a 7 anos). Sobre a não coincidência de mandatos
existem divergências doutrinárias:

a) Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello a não


coincidência dos mandatos é inconstitucional, pois fere a soberania e a
governabilidade do executivo central.

b) Segundo Di Pietro a não coincidência de mandatos é


constitucional, uma que é da essência das agencias reguladoras terem maior
independência em relação à Administração Direta e, além disso, as decisões
das agencias devem ser técnicas e não pautadas na ideologia deste ou
daquele governante.  Na prova objetiva cai o pensamento dela.

- Perda do mandato do dirigente:

 Pela renúncia;
 Por condenação judicial transitada em julgado (pode ser delito ou
improbidade administrativa);
 Por Processo Administrativo Disciplinar (há aqueles que digam
que basta a instauração do PAD e aquele que acham necessário
a condenação);
 Por qualquer hipótese prevista na lei especifica de cada agencia.

Fim do mandato: cumpre a “quarentena” (4 meses). Após o término do


mandato do dirigente da agencia reguladora é necessário o cumprimento de
um período de “quarentena” de 4 meses, ficando impedido de atuar durante
esse tempo no setor em que ele atuava enquanto dirigente.

Independência das agencias reguladoras em relação aos Poderes


do Estado

Independência em relação ao Poder Executivo:

Em relação ao Poder Executivo (central) existe independência das


agencias reguladoras, uma vez que suas decisões são finais e definitivas no
âmbito do Poder Executivo e os dirigentes têm mandato fixo e estabilidade o
que acaba contribuindo ainda mais para essa independência.

Independência em relação ao Poder Judiciário:

Não existe independência, em razão do “princípio da inafastabilidade da


jurisdição”, nenhuma lesão ou ameaça de direito será afastada da apreciação
do Poder Judiciário.

Independência em relação ao Poder Legislativo:

Na teoria não existe independência das agencias reguladoras em


relação ao Poder Legislativo, uma vez que as resoluções (atos normativos) por
ela editadas (que tem natureza jurídica de regulamento) dependem de prévia
lei vinda do Poder Legislativo (ato infralegal). Assim, os regulamentos dever ser
executivos, consoante determina o art. 84, IV, CF, dispondo que os
regulamentos servem para dar fiel execução à lei.

Todavia, na prática, as agencias tem independência em relação ao


Poder Legislativo, uma vez que seus atos normativos são editados
independentemente de prévia lei, inovando a ordem jurídica, como os
regulamentos autônomos o que acaba ferindo o princípio da separação de
poderes e o art. 84, IV da CF e também o princípio da legalidade.

Quando os atos normativos das agencias são apreciados pelo Poder


Judiciário o magistrado deverá analisar o caso concreto e ponderar qual
princípio deve prevalecer, se o da eficiência ou da legalidade, com base na
“razoabilidade” e na “supremacia do interesse público”.  Se resolveu e
beneficiou o problema da coletividade o regulamento será válido, pois será
eficiente. Caso contrário, ele será invalido, pois será ilegal.

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