publico correspondem às pessoas colectivas públicas e, como tal, diferem-se das pessoas colectivas do direito privado pelos critérios de criação, fim e capacidade jurídica. Cont. Desta forma, dizem-se pessoas coelctivas de direito público os entes colectivos criados por iniciativa publica para assegurar, em nome colectivo, a prossecução necessária de interesse públicos, dispondo para tal, de poderes públicos e submetidas a deveres públicos. Portanto, a pessoa colectiva pública é um dos sujeitos na relação jurídico-administrativa. Cont.
As pessoas coelctivas participam, de forma
imediata e necessária, por direito próprio, no exercício da função administrativa do Estado-colectividade. Na verdade, as pessoas colectivas de direito público abrangem um substrato de privilegio social ou grupo humano (por ex: as autarquias locais); Cont.
Ou uma organização para administração em
beneficio de terceiros de uma massa patrimonial (fundações), a uma direcção de um estabelecimento público e a uma associação de pessoas físicas ou colectivas, dotadas de capacidade jurídica (corporação). Classificação das Pessoas Colectivas Públicas As pessoas colectivas de direito publico classificam-se em: Estado-Administração, que é uma pessoas colectiva de tipo territorial e populacional; Pessoas colectivas de natureza institucional (institutos públicos); Pessoas colectivas de natureza empresarial (empresas publicas); Cont.
Pessoas colectivas públicas do tipo
associativo (corporações e associações públicas); Pessoas colectivas públicas de população e território, nomeadamente, as autarquias locais, no caso moçambicano e regiões autónomas, no caso Português (Madeira e Açores). Regime Jurídico
O regime jurídico das pessoas colectivas
públicas varia conforme o tipo de pessoas colectiva (isto é, é multiforme não sendo igual para todas as pessoas colectivas), cabendo a sua formatação ao legislador de cada país ao criador a pessoa colectiva. Cont.
Desta forma, o regime jurídico das pessoas
colectivas compreende o que a seguir se segue: Criação e extinção das pessoas colectivas públicas As pessoas colectivas de direito público são criadas por lei, ou iniciativa pública local, nunca por acto administrativo, “ingressa no campo do direito, sem se confundir com a pessoa jurídica de direito privado”. Cont.
A criação de pessoas colectivas pelo Estado-
Administração resulta do facto de este não conseguir atingir com as suas actividades os fins a que se propõe na plenitude. Portanto, o Estado constitui ou reconhece as pessoas jurídicas menores, como suficientes, por si, para a missão que se destinam, visto que é o próprio Estado quem cria e estrutura de entidades já constituídas de facto, Cont.
, espontaneamente, com formação
histórica, reconhecendo-os como sujeitos de direito (ultimo caso, estamos a falar de autarquias locais). Cont.
, espontaneamente, com formação histórica,
reconhecendo-os como sujeitos de direito, neste ultimo caso, estamos a falar de autarquias locais. Qual é a razão de ser do Estado- Administração que cria ou reconhece as outras pessoas colectivas de direito público? Cont.
Tudo reside no que o Estado Administração
exerce, por direito próprio, a função administrativa do Estado-colectividade, que deriva necessariamente do poder soberano (as atribuições e serviços são determinados pelo poder legislativo), e é o cerne da Administração Publica. Cont.
Tudo reside no que o Estado -Administração
exerce, por direito próprio, a função administrativa do Estado-clectividade, que deriva necessariamente do poder soberano (as suas atribuições e serviços são determinados pelo poder legislativo). Cont…
Quanto à extinção, as pessoas colectivas
são extintas por lei ou decisão pública local, não se sujeitando ao regime aplicável às pessoas colectivas privadas, nomeadamente, a dissolução, a falência ou insolvência. Capacidade Jurídica de direito público e privado
Fala-se da capacidade jurídica para exprimir a
aptidão para ser titular de um acervo de direitos e obrigações. Logo, a capacidade jurídica é gémea da personalidade jurídica. Neste contexto, “toda a pessoa colectiva pode ter capacidade de direito público ou de direito privado” e património próprio. Cont.
Esta conclusão deriva, necessariamente, das
formas jurídicas da actividade administrativa, nomeadamente, a capacidade jurídica de direito público corresponde à gestão pública e a capacidade jurídica do direito privado e património próprio derivam da gestão privada. Cont.
Destacamos a capacidade jurídica de direito
público. A pessoa colectiva pública tem poderes públicos, nomeadamente, poderes de autoridade sobre os particulares, poderes de lançar taxas, de fazer regulamentos, confiscar, de autonomia administrativa e financeira, celebração de contratos administrativos, Cont.
Como também, pode assinalar-se um
conjunto de deveres, como o de responsabilidade civil. (art. 58° da CRM, Conjugado com art. 500° e 501 do CC). Autonomia administrativa e financeira
Diz-se autonomia administrativa, o poder
conferido aos órgãos de uma pessoas colectiva de direito público de praticar actos administrativos definitivos, que serão executórios desde que obedeçam a todos os requisitos para tal exigidos por lei. Cont.
Há autonomia financeira quando os
rendimentos do património da pessoa colectiva e os outros que a lei lhe permite cobrar sejam considerados receita própria, aplicável livremente, segundo o orçamento privativo, às despesas ordenadas por exclusiva autoridade dos seus órgãos. Direito de celebrar contratos administrativos
As pessoas colectivas têm capacidade
jurídica de celebrar os contratos administrativos, submetidos ao regime do direito administrativo, excepto as empresas públicas. Bens do domínio público
As pessoas colectivas podem deter
bens submetidos ao regime público, como também, ao regime privado. Pessoal
O pessoal que presta a actividade para as
pessoas colectivas públicas está submetido ao regime da função pública, excepto os trabalhadores das empresas públicas que se regem pela lei geral (lei do trabalho), não obstante o facto de esta lei funcionar como lei geral, e, portanto, capaz de preencher as lacunas do regime da função pública (Albano Macie, p. 196) Sujeição ao regime administrativo de responsabilidade civil As pessoas colectivas públicas que causarem danos a terceiros, no âmbito da prossecução do interesse público, respondem civilmente, nos termos do regime administrativo aplicável, excepto as empresas públicas, pois, respondem nos termos gerais. Sujeição à tutela administrativa
A lei permite que uma certa pessoas
colectiva pública possa intervir na gestão de outra pessoa colectiva, com vista a assegurar a legalidade ou o mérito da sua actuação. Sujeição à fiscalização e controlo externo dos tribunais administrativos As contas das pessoas colectivas públicas estão sujeitas à fiscalização da Terceira Secção do Tribunal Administrativo, incluindo as empresas públicas e sociedades com capitais maioritariamente públicos (art. 14° da Lei n.° 8/2015 de 6 de outubro). Fórum administrativo
Os litígios surgidos no âmbito das suas
actividades, as pessoas colectivas respondem perante o Tribunal Administrativo, excepto quanto às empresas públicas. Chama-se atenção ao facto de que a excepção, quanto às empresas públicas, não vale, quando se tratar de controlo financeiro. Atribuições e missões das pessoas colectivas públicas: fins
As atribuições ou fins da pessoa colectiva
pública corresponde (m) a certa necessidade colectiva ou certa zona da vida social, e o Estado-Administracao há-de criar as pessoas colectivas públicas especialmente para aqueles fins dos quais a personalidade lhes foi reconhecida: tal é o principio da especialidade das pessoas colectivas. Órgãos das pessoas colectivas públicas Para perceber o termo órgão vamos analisar em três perspectivas: Na perspectiva da organizacao administrativa (AP no sentido subjectivo), os órgãos devem ser tidos como instituicoes; é, por isso, que, nesta perspectiva, encontramos os modos de designação dos titulares dos órgãos, isto é, como é que as pessoas físicas chegam a ocupar os seus cargos ou mandatos. Cont.
Na perspectiva da actividade administrativa,
o conceito de órgão deve ser tomado no sentido de individuo, ou pessoa física que encarnou a instituição, poi interessa quem tomou uma determinada decisão, uma vez que a vontade funcional é manifestada, em termos práticos, por indivíduos. Cont.
Por ultimo, os órgãos são os centros de
imputação dos poderes funcionais e manifestam a vontade funcional que a lei imputou às pessoas colectivas públicas. Classificação dos órgãos
Critério do numero de titulares: podemos
falar de i) órgãos singulares, ii) órgãos colegiais, quer se trate de um titular ou mais de um titular respectivamente; Logo, sendo órgão singular, este decide e, sendo órgão colegial, delibera, e para as suas reuniões ou sessões, requere o preenchimento de quórum para reunir e deliberar validamente; Cont.
Como também, a sua composição tem, em
regra, de ser em números impares, às vezes, quando seja número par, confere- se, ao presidente do órgão, o voto de qualidade para casos de desempates na obtenção das deliberações. Cont. Para o órgão colegial reunir, é preciso qua haja convocatória para o efeito. As sessões do órgão podem ser ordinárias e extraordinárias. As formas de deliberação vão desde a maioria relativa, isto é, havendo quórum de deliberação, a deliberação será expressa pelos votantes que se pronunciaram em numero maior; Cont.
A maioria absoluta em que a deliberação se
obtém por mais de metade dos votos, tendo em referencia a composição do órgão (50% +1); maioria qualificada, que pode ser de dois terços, três quartos; e unanimidade que requer a totalidade de votos favoráveis. Critério do tipo de funções exercidas
Critério da forma de designação: i)
representativos, que são eleitos e ii) não representativos, que são designados por via de outros processos, como nomeação e cooptação. Órgãos centrais e locais: conforme exercem os seus poderes a nível do território nacional (Ministério); ou local (autarquias, província, distrito, posto administrativo, povoado, localidade..) Cont. Órgãos primários, secundários e vicários: os primários dispõem de uma competência própria para decidir; os secundários, dispõem de competência delegada, quer forma originaria ou derivada e vicários, que exercem competências por substituição dos seus titulares em caso de impedimento ou ausências (ex: os vice-presidentes). Cont.
Órgãos permanentes e temporários:
quer tenham duração indefinida e quer actuem por um período determinado por lei, respectivamente. Cont. Órgãos simples e complexos: quer tenham uma estrutura unitária, logo simples, ou mesmo colegiais, desde que os seus titulares só possam actuar colectivamente quando reunidos; e quer tenham estrutura diferenciada, isto é, constituídos por titulares que exercem, também, competências próprias, tal é o caso de Conselho de Ministros, em que cada ministro detém competência própria. Competências dos órgãos das pessoas colectivas públicas
O complexo de poderes funcionais
conferidos por lei a cada órgão para o desempenho das atribuições da pessoa colectiva em que esteja integrado constitui o que se chama competência desse órgão. Cont.
Neste sentido, atribuições dizem
respeito às pessoas colectivas e a competência aos órgãos. Desta conjugação resultam consequências importantes, a saber: Cont. Que qualquer órgão da pessoa colectiva pública, no âmbito da prossecução do interesse público, está limitado pela sua própria competência, não sendo de tolerar que invada competências de outros órgãos da mesma pessoa colectiva publica, sob pena de incompetência em razão da matéria, embora relativa, o que conduz à anulabilidade da decisão. Cont. Que o órgão da pessoa colectiva, para além delimitação anterior, encontra- se limitado pelas atribuições da pessoa colectiva em cujo nome actua, sendo-lhe proibido praticar quaisquer actos sobre matéria estranha aos fins da pessoa colectiva, sob pena de praticar actos ilegais, nulos de nenhum efeito. Cont.
As atribuições da pessoa colectiva e as
competências dos seus órgãos limitam-se, reciprocamente, uma às outras: nenhum órgão administrativo pode prosseguir atribuições da pessoa colectiva a que pertence por meio de competências que não sejam as suas, nem tão-pouco pode exercer a sua competência fora das atribuições da pessoa colectiva em que se integra. Delimitação da competência
A delimitação da competência segue o
principio da legalidade. Isto é, a lei é que confere e delimita a competência dos órgãos das pessoas colectivas publicas. Logo, os órgãos das pessoas colectivas só podem fazer aquilo que a lei permite, contrariamente aos particulares que podem fazer tudo o que a lei não proíbe. Cont. É imodificável, isto é, ninguém pode alterar o conteúdo ou a divisão da competência feita por lei, se não ela mesma, através da sua alteração pelo órgão competente. É irrenunciável e inalienável: excepto os casos de delegação de poderes para órgãos subalternos e de concessão a outras entidades privadas, Cont.
, nos casos previstos na lei, os órgãos da AP
não podem, em caso algum, praticar actos pelos quais recusem ou transmitam os seus poderes para outros órgãos da AP ou mesmo entidades privadas. Sobre irrenunciabilidade, caro estudante veja o art. 36° da lei 14/2011, de 10 de agosto. Critério de delimitação de competência
A competência pode ser delimitada ou
fixada em razão da matéria, do grau hierárquico, do lugar e do tempo. Há que acresce a razão do valor. Cont. Competência em razão da matéria: diz respeito ao conteúdo em que certo órgão da AP vai actuar. Competência em razão da hierarquia: haverá numa pessoa colectiva publica um conjunto de órgãos escalonados de forma a constituir uma hierarquia. Ex: podemos ter num Ministério, Ministro, Secretario Perante; Director nacional; chefe do departamento central… de forma vertical. Cont. Competência em razão do território: a competência é repartida conforme as circunscrições territoriais, nomeadamente, órgão central, é exercida ao nível nacional, órgão local, a competência é exercida na província, distrito ou posto administrativo. Art. 277°, conjugado com art. 281°, ambos da CRM. Cont.
Competência em razão do tempo: a
competência diz respeito, regra geral, ao momento presente, portanto, arrepia ao direito, no geral, a produção de actos retroativos ou diferidos pelos órgãos da AP. Cont.
Competência em razão do valor: esta
delimitação depende do valor quantitativo atribuído à causa (ex: a lei de terra o poder de o Governador autorizar o direito de uso e aproveitamento da terra até limite máximo de 1000 hectares). Classificação da Competência
Quanto ao modo de atribuição: a
competência pode ser própria e delegada. É própria quando fixada pela lei e delegada, quando resulta de manifestação da vontade de um outro órgão administrativo atreves do processo de delegação de poderes, normalmente, superior hierárquico. Cont.
Quanto à inserção da competência nas
relações inter-orgânicas: é comum quando a competência do superior hierárquico engloba a dos subordinados, nos casos necessários para prevenir a jurisdição, ou casos de escusas do subordinado em decidir, o superior tomar a decisão no lugar deste, se estiverem integrados na mesma hierarquia. Cont.
Exclusiva/reservada: quando esta
pertence unicamente aos subordinados, não se incluindo na dos superiores. Neste caso, o subordinado toma decisões definitivas e executórias que cabem recurso contencioso. Cont.
Não sendo o subordinado órgão
independente, apesar de gozar de uma competência exclusiva, pode receber ordens superiores para alterar ou revogar as decisões que tenha tomado, em homenagem aos poderes do superior hierárquico. Cont.
Quanto ao numero de órgãos titulares: é
singular quando pertence a um único órgão; conjunta quando pertence a dois ou mais órgãos administrativos diferentes de forma simultânea devendo ser exercida por todos num único acto. É o caso dos despachos interministeriais ou conjuntos. Cont.
Quanto à substancia: a competência é
dispositiva, quando é conferida ao órgão para tomar decisão sobre um certo assunto; e revogatória quando extingue ou faz cessar os efeitos de uma decisão anteriormente tomada. Cont.
Competência separada: em que o
subalterno pode praticar actos administrativos executórios e não definitivos e, pois cabem recurso hierárquico necessário.