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Para Mesquita Júnior (2015) após citar vários autores em seu artigo, ele
despoja da sua visão mais restrita do Direito, pois apesar dos autores que ele
menciona relatarem que a ciência dogmática “só adquirem o sentido autêntico
se referidos ao problema da justiça” (FERRAZ JÚNIOR, 1994), e que assim
escondem os elementos de valor, Mesquita não insere a justiça, ou outro
aspecto de valor no Direito, mas declara também que independente de sua
opção, a posição ligada à dogmática “tem forte objeção no meio jurídico e na
jusfilosofia” (MESQUITA JÚNIOR, 2015) e que esta exige novas técnicas e
complementações.
O que é Dogmático:
O que é Dogmático:
DOGMÁTICO E ZETÉTICO
Afirma-se ainda que não há uma ciência neutra, pura, pois o cientista
não consegue, de forma absoluta, durante um investigação, manter-se sem
qualquer influência, imune à sua subjetividade pessoal.
Seria hipocrisia acreditar que o cientista, como ser humano que é, fosse
dotado, absolutamente, de objetividade.
A ciência jurídica realça seu caráter normativo, de onde todo fato social
é estruturado normativamente, em que o formalismo centra seu objeto na
atividade sistemática de estudar as normas positivas reguladoras do “dever
ser” da sociedade em que participa.
Inclusive, Miguel Reale (1998, p. 17) destaca que “a Ciência do
Direito tem sido definida como ciência positivada no tempo e no espaço”.
A idéia de Ciência do Direito tem referencial histórico desde os antigos
Romanos, onde se fazia presente através da noção de "jurisprudência".
Posteriormente, essa noção de jurisprudência romana daria lugar a Dogmática
Jurídica, assim denominada, pois, sua proposta seria formular e sistematizar os
conceitos jurídicos, tornando o direito positivo um verdadeiro "dogma".
A Dogmática Jurídica aceita a norma vigente como ponto de partida
inatacável.
No estudo do direito, são disciplinas dogmáticas: direito constitucional,
civil, comercial, penal, tributário, processual, previdenciário, trabalhista, etc. As
citadas disciplinas são regidas pelo princípio da inegabilidade dos pontos de
partida (o dogma, a lei). O princípio da legalidade, inscrito na Constituição
Federal, é uma premissa desse gênero, posto que obriga o agente do direito a
pensar os problemas a partir da lei, conforme à lei, para além da lei, mas nunca
contra a lei. Assim, uma disciplina pode ser definida como dogmática na
medida em que considera certas premissas como vinculantes para o estudo
(ASSIS e POZZOLLI, 2005, p. 22).
Fica claro que a Teoria Geral do Direito possui grande proximidade com
a Dogmática Jurídica . É de se ressaltar que a Teoria Geral do Direito, em
outras épocas já foi prisioneira de dogmas ultrapassados, mas modernamente
apresenta uma proposta de visão global do fenômeno jurídico, reconstruindo
conceitos e institutos do direito. Assim, ela não deve excluir, por exemplo, a
Política, a Sociologia, a Economia, e principalmente a Deontologia e Filosofia,
reveladoras da idéia de justiça. Não existe conhecimento isolado, havendo uma
interdisciplinariedade do direito e outras ciências. Tal abordagem
interdisciplinar entraria em contraste, por exemplo, em relação as propostas de
Alf Ross e Hans Kelsen.
Ross compartilhava da idéia que apenas as ciências naturais
forneceriam o único modelo de cientificidade do conhecimento. Entendia
também que no âmbito de um discurso que pretendesse ser rigorosamente
científico as proposições não analíticas deveriam ser verificadas por
procedimento empírico. O conhecimento científico, por fim, forneceria uma
previsão dos eventos futuros que através de uma verificação empírica
poderiam ser verificados ou negados. O comportamento das autoridades
jurídicas confirmaria ou não a verdade ou falsidade das proposições teórico-
descritivas que constituiriam a linguagem da ciência jurídica, a exemplo de
quando uma proposição jurídica é acatada numa sentença judicial, ou seja,
quando é efetivamente aplicada pelos tribunais. Sua concepção é
evidentemente anti-filosófica.
Referências:
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2003