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A Teoria zetética do Direito pode ser entendida pela oposição à Teoria dogmática do Direito, onde

determinados conceitos e fatos são simplesmente aceitos como dogmas. Em oposição, a zetética
coloca o questionamento como posição fundamental, o que significa que qualquer paradigma pode ser
investigado e indagado. Qualquer premissa tida como certa pela dogmática pode ser reavaliada,
alterada e até desconstituída pelo ponto de vista zetético.

A palavra "zetética" possui sua origem no grego zetein que significa perquirir, enquanto "dogmática"
origina também do grego dokein, ou seja, doutrinar.

Índice

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• 1 Definição
• 2 Notas e referências
• 2.1 Notas
• 2.2 Referências

Definição[editar | editar código-fonte]


No Brasil, a teoria zetética foi postulada por Tércio Sampaio Ferraz Júnior, com base na obra do
jusfilósofo alemão Theodor Viehweg.

O autor alemão sustentava uma distinção entre processos científicos que tivessem como seu foco as
perguntas e as respostas e a existência de uma tendência corrente da análise pela perspectiva das
respostas. Por outro lado, o foco à pergunta possui um potencial imenso para a teoria jurídica,
segundo o autor, o ponto de vista conserva "sempre seu caráter hipotético, problemático, tentador e
questionável. Servem primordialmente para delimitar o horizonte de questões de um âmbito
especializado nesse sentido [...]".

Outra distinção entre as teorias dogmática e zetética pode ser encontrada em sua função
desempenhada, enquanto a visão dogmática busca a formação de opiniões, a zetética procura se
relacionar com a investigação e com a dissolução, através do questionamento, das opiniões já
formadas.

Do ponto de vista finalista, a dogmática soluciona o embate entre opiniões diferentes através da
imposição do que é consolidado, enquanto a zetética resolveria o conflito através da investigação
construtiva da verdade em relação ao tópico em questão, através do método científico: as hipóteses
defendidas são testadas empiricamente e, ao final da análise, aquela que se mostrar mais condizente
com a realidade, será a correta.
É também característica da teoria zetética a extrapolação das fontes usualmente reconhecidas do
direito, as formais (leis, jurisprudência, súmulas), utilizando fontes secundárias como Sociologia,
História, Geopolítica, etcnota 1 ,1 . Desta forma, muitos consideram esta visão como mais ampla e
completa do que as teorias tradicionais, entendendo como origem das normas e como perpétua fonte
de seu conteúdo a sociedade que as mesmas visam regular. Coloca, a zetética, o Direito em uma
posição covalente com o objeto de sua regulação, um interferindo virtuosamente sobre o outro, sem
colocar o primeiro em uma posição dogmática, por legitimidade ou qualquer outro motivo, acima do
segundo.

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