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Norberto Bobbio
Tradução: Jonathan Hernandes Marcantonio
João Ibaixe Jr.
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Esta distinção entre teoria da justiça, de um lado, e sociologia jurídica e
teoria geral do direito, de outro, traz uma correspondência quase perfeita
nas ideias sustentadas recentemente por um jurista inglês, Julius Stone,
o qual, em uma volumosa obra (de cerca de mil páginas) dedicada ao
estudo geral do direito, intitulada The province and function of law, Sid-
ney, 1946, sustenta que o estudo introdutório do direito (que nos países
anglo-saxônicos se chama jurisprudência) deve ser constituído das três
partes seguintes: 1) jurisprudência analítica (que corresponde à nossa
teoria geral do direito); 2) jurisprudência crítica (que corresponde à nossa
teoria da justiça); 3) jurisprudência sociológica (que corresponde à nossa
sociologia jurídica). À parte o nome impróprio de “jurisprudência” dado a
todas as três partes, o material de investigações e o modo de distribuí-
lo são idênticos àqueles que apresentamos no texto. Trata-se, por outro
lado, de mais que uma voz isolada de uma tendência da filosofia do direito
nos países anglo-saxônicos, como pode resultar pela leitura da obra de
W. Friedmann, Legal theory, Londres, 2. ed., 1949, na qual se aceita a
mesma divisão. Para maior esclarecimento, ver meu artigo: Interpretazioni
anglosassoni della filosofia del diritto, in Riv. int. fil. dir, 1950, fasc. I.
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FRANK, P. Modern science and its philosophy. Cambridge: Harvard Univer-
sity Press, 1949.