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Nosso terceiro tema é “Os fins do Direito” e apresentaremos aqui uma breve
história sobre o surgimento da Filosofia do Direito e seu processo de consolidação
enquanto campo de estudo. Vamos investigar?
A Filosofia do Direito teria surgido enquanto um campo de conhecimento
autônomo durante a Modernidade. O fenômeno do Iluminismo proporcionou uma
grande efervescência cultural que gerou, no bojo da modernidade, o surgimento de
vários campos do conhecimento que, nesse período, definiram-se enquanto campos
específicos, dotados de objeto de estudo e método específicos. Segundo Bittar, neste
momento histórico, em plena marcha o processo de autonomização do pensamento,
por obra e força do Renascimento, em meio às demais disciplinas jurídicas já existentes
e tradicionais (Direito Canônico, Direito Romano, Direito Civil), a disciplina “Filosofia do
Direito” haverá de se identificar com problemas fundamentais da ordem da reflexão
(natureza humana, sociabilidade, extensão dos direitos), confundindo-se em seu início
com todos os estudos da escola jusnaturalista (BITTAR, 2018, p. 52).
A consolidação desse campo de estudos seria alcançada, segundo Bittar, através
do texto Fundamentos de filosofia do direito de Hegel. Segundo Reale, antes desta obra
a Filosofia do Direito é arte dos filósofos e não dos juristas. Após a formulação de Hegel
para a Filosofia do Direito e o papel central que o direito ocupa em seu sistema filosófico,
a disciplina se difundiu pela Europa e se consolidou como campo de estudos.
Posteriormente, a Filosofia do Direito, devido a discussões teóricas, tem sua natureza
teórica modificada. O campo amplo do conhecimento que ocupava a reflexão filosófica
acerca do direito é subdividido e surge o campo da Teoria Geral do Direito.
Segundo Mascaro, durante grande parte da história, com a indistinção do direito
em relação à política, à ética, à moral e à religião, os discursos mais amplos sobre o
direito, que não era ainda eminentemente técnico, eram tidos por filosofia do direito.
No entanto, com o capitalismo, a contar da modernidade, o direito adquire uma
especificidade técnica. Ele passa a ser considerado a partir do conjunto das normas
jurídicas estatais. A partir desse período, conseguiu-se construir uma espécie de
pensamento que, não sendo estreitamente ligado a fatos ou normas ou casos isolados,
mas sim tratando das normas, situações e técnicas jurídicas de modo mais geral, ainda
assim está adstrito ao mundo técnico-normativo. Costuma-se chamar a essa espécie de
alto pensamento jurídico por teoria geral do direito. A teoria geral do direito, que na
verdade não é teoria geral de todo o fenômeno jurídico, mas sim das técnicas jurídicas
estatais capitalistas consolidadas a partir da modernidade, pode de modo mais exato
ser denominada por teoria geral das técnicas jurídicas, ou mesmo teoria geral da
tecnologia jurídica. Esse pensamento não é casual nem eminentemente ligado a uma
experiência técnica específica. Ele já consegue ser geral, na medida da generalização das
técnicas jurídicas no capitalismo moderno e contemporâneo (MASCARO, 2000, p. 21).
Segundo o mesmo autor, apesar de constituírem saberes distintos, a Teoria Geral
do Direito e a Filosofia do Direito. Para Mascaro, em relação à Teoria do Direito, a
filosofia do direito é um pensamento ainda mais alto e mais vigoroso. Enquanto a teoria
geral do direito, a partir da multiplicidade das normas, indaga-se sobre o que é uma
norma jurídica estatal, a filosofia do direito indaga a respeito da legitimidade do Estado
em ditar normas. De certo modo, a teoria geral do direito para nos limites internos da
construção jurídica técnica, mas a filosofia do direito pega o todo do direito nas mãos.
Atualmente, segundo Bittar, a disciplina da filosofia do direito retoma seu caráter
reflexivo. O autor escreve que a disciplina, ao longo do século XX, ganha um
reconhecimento, desde o seu retorno do exílio declarado pelo positivismo (que assume
a teoria do direito como matéria central para os estudos jurídicos) e recebe também
forte alento com o desenvolvimento de diversas correntes teóricas contemporâneas.
Torna-se uma espécie de conhecimento indispensável em meio às práticas de formação
e de reflexão acerca do Direito. Deste reconhecimento brota a necessidade de uma
presença concomitante da Filosofia do Direito ao lado das demais ciências jurídicas, a
ponto de se reconhecer que o Direito somente pode ser identificado em toda a sua
diversidade de manifestações e sentidos a partir da junção de espectros epistêmicos,
aqueles técnicos (ora chamados dogmáticos), ao lado daqueles abertos (ora chamados
zetéticos) (BITTAR, 2018, p. 56).
No campo da reflexão ocupado pela filosofia do direito atualmente, segundo
Mascaro, há um intercâmbio constante entre filosofia do direito e teoria do direito. O
autor escreve que há uma fronteira muito tênue entre a teoria geral do direito e a
filosofia do direito. Hans Kelsen, o mais importante teórico geral – dito cientista – do
direito do século XX, é um pensador de rigorosa construção metodológica filosófica.
Suas reflexões são teoria geral do direito e filosofia do direito, portanto, de um grande
jurista e de um grande filósofo ao mesmo tempo. Torna-se muito difícil distinguir os
momentos em que fala o teórico geral do direito dos momentos em que fala o filósofo.
O mesmo se pode dizer, por exemplo, de dois outros gênios ao mesmo tempo da
filosofia e do direito do século XX, Evgeny Pachukanis e Carl Schmitt (MASCARO, 2000,
p. 21).
Nosso quarto tema é “Os fins do Direito” e trataremos aqui da relação entre
sociedade, sociologia e Direito, as tensões e intersecções entre esses dois campos. Está
curioso? Vamos investigar?
Segundo Nader, a relação entre a sociedade e o Direito apresenta um duplo
sentido de adaptação: de um lado, o ordenamento jurídico é elaborado como processo
de adaptação social e, para isto, deve ajustar-se às condições do meio; de outro, o
Direito estabelecido cria a necessidade de o povo adaptar o seu comportamento aos
novos padrões de convivência. A vida em sociedade pressupõe organização e implica a
existência do Direito. A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases da
justiça e segurança. Com este processo as ações sociais ganham estabilidade. O Direito,
porém, não é uma força que gera, unilateralmente, o bem-estar social. Os valores
espirituais que o Direito apresenta não são inventos do legislador. Por definição, o
Direito deve ser uma expressão da vontade social e, assim, a legislação deve apenas
assimilar os valores positivos que a sociedade estima e vive. O Direito não é, portanto,
uma fórmula mágica capaz de transformar a natureza humana. Se o homem em
sociedade não está propenso a acatar os valores fundamentais do bem comum, de vivê-
los em suas ações, o Direito será inócuo, impotente para realizar a sua missão (NADER,
2002, p. 21).
Para Lyra, o Direito não deve manter-se aprisionado em um conjunto de normas
estatais, isto é, de padrões de conduta impostos pelo Estado, com a ameaça de sanções
organizadas (meios repressivos expressamente indicados com órgão e procedimento
especial de aplicação). Segundo o autor, é necessário recorrer a visão dialética do Direito
defendida Gramsci, que alarga o foco do Direito, abrangendo as pressões coletivas
geradas pela organização política de grupos sociais. Segundo Lyra, o Direito autêntico e
global não pode ser isolado em campos de concentração legislativa, pois indica os
princípios e normas libertadores, considerando a lei um simples acidente no processo
jurídico, e que pode, ou não, transportar as melhores conquistas.
Segundo Náder, há uma relação de mútua dependência entre sociedade e
direito. Para o autor, a causa material do direito está nas relações de vida, nos
acontecimentos mais importantes para a vida social. A sociedade, ao mesmo tempo, é
fonte criadora e área de ação do Direito, seu foco de convergência. Para o autor, é
interessante recorrer à concepção de fatos sociais para compreender melhor essa
relação. O autor escreve que existindo em função da sociedade, o Direito deve ser
estabelecido à sua imagem, conforme as suas peculiaridades, refletindo os fatos sociais,
que significam, no entendimento de Émile Durkheim, "maneiras de agir, de pensar e de
sentir, exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se
Ihes impõem". Fatos sociais são criações históricas do povo, que refletem os seus
costumes, tradições, sentimentos e cultura. A sua elaboração é lenta, imperceptível e
feita espontaneamente pela vida social. Costumes diferentes implicam fatos sociais
diferentes. Cada povo tem a sua história e seus fatos sociais. O Direito, como fenômeno
de adaptação social, não pode formar-se alheio a esses fatos. As normas jurídicas devem
achar-se conforme as manifestações do povo. Os fatos sociais, porém, não são as
matrizes do Direito. Exercem importante influência, mas o condicionamento não é
absoluto. Nem tudo é histórico e contingente no Direito. Falhando a sociedade, ao
estabelecer fatos sociais contrários à natureza social do homem, o Direito não deve
acompanhá-la no erro.
Para Náder, o papel do legislador é semelhante ao trabalho de um sismógrafo,
que acusa as vibrações havidas no solo, o legislador deve estar sensível às mudanças
sociais, registrando, nas leis e nos códigos, o novo Direito. Pois, para o autor, a missão
do direito atualmente não é, como no passado, apenas a de garantir a segurança do
homem, a sua vida, liberdade e patrimônio. A sua meta é mais ampla, é a de promover
o bem comum, que implica justiça, segurança, bem-estar e progresso. O Direito, na
atualidade, é um fator decisivo para o avanço social. Além de garantir o homem,
favorece o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da produção das riquezas, o
progresso das comunicações, a elevação do nível cultural do povo, promovendo ainda a
formação de uma consciência nacional.
A ideia de justiça de Platão lança luz à sua metafísica. Platão define a existência
de um mundo das ideias que é composto por toda espécie de conceitos que
representam as ideias de todas as coisas que existem. Além dos seres sensíveis, as ideias
também representavam os valores estéticos, morais, os entes matemáticos. Existindo,
assim, diferentes tipos de ideias. Esse conjunto de ideias que o mundo das ideias possui,
para Platão, está organizado segundo uma hierarquia, sendo alguns tipos de ideais
inferiores e outras superiores. A ideia que ocupa o lugar mais alto nessa hierarquia e
que causa todas as outras (sem ser causada por nenhuma delas) é, para Platão, a ideia
de Bem. A ideia de bem constitui o fundamento de todas as ideias que podemos
conhecer. No processo de escalada do filósofo de dentro da caverna para fora que
representa seu processo de aperfeiçoamento racional e ascensão da alma, chamado por
Platão de dialética, tem como resultado final o conhecimento dessa que é a ideia mais
elevada, o bem. Assim, ao alcançar o lugar mais elevado, distante dos sentidos e
abstrato, o homem alcança também o conhecimento de como agir de maneira justa e
correta na medida em que toma conhecimento do Bem. Podemos concluir, então, que
o Bem é o fundamento da ética para Platão. Ao conhecer o Bem o homem conhece
também a verdade, a justiça. Platão escreve em A República que a ideia de bem ilumina
a justiça.
A ideia de bem e, por consequência, a noção de justiça para Platão e o debate da
ética está diretamente ligado ao conhecimento da alma. Como aprendemos na nossa
conversa anterior, Platão considera que a alma é dividida em três partes, cada uma com
uma função distinta. Relembrando, a parte concupiscente, responsável pelos apetites,
a busca pela comida e bebida, pelos prazeres, ou seja, tudo ligado ao corpo e sua
conservação e para geração de outros corpos. A parte irascível, responsável pela defesa
da honra e age energicamente contra tudo que ameaça a segurança do corpo lhe
causando dor e sofrimento. Irascível está relacionado à ira, a capacidade de lutar para
defender-se. E, por fim, a parte racional, a faculdade do conhecimento, é a função
superior da alma. Após definir as partes da alma, Platão pergunta se é possível um
homem ser virtuoso, ou seja, praticar o bem, se for comandado pela parte
concupiscente ou irascível da alma. Vejamos como Platão resolve essa questão.
Segundo Platão(no livro IV de A República), a justiça exige que o superior
comande o inferior. Como sabemos, a parte superior da alma para Platão é a parte
racional. Logo, o homem só pode ser virtuoso se souber governar com a razão os
apetites e a ira. Mas qual é exatamente o motivo dessa conclusão? Podemos aprofundar
ainda mais essa resposta. Para Platão, os desejos e a ira, impulsos irracionais e
passionais, podem fazer obscurecer o uso da razão. O vício e o apego aos prazeres dos
sentidos e do corpo nos levariam à ignorância enquanto o exercício da razão nos levaria
à virtude. Assim, podemos concluir, uma vida ética e virtuosa, para Platão, depende do
desenvolvimento da parte racional da alma. A tarefa ética da parte racional é
exatamente governar as outras partes, promovendo harmonia de modo que elas não se
degenerem em vícios. Ao submeter a parte concupiscente à razão alcançamos a virtude
da temperança, ou seja, da moderação (sophrosyne).
Essa virtude consiste em não ceder aos prazeres e impor medida aos desejos
através da razão. Ao submeter a parte irascível da alma à razão, saberemos decidir o
que é bom e mal para a subsistência do corpo, evitando lutas e conflitos desnecessários.
A virtude que daí decorre é a honra e coragem. Assim, um homem é virtuoso quando
vive uma vida justa que é aquela em que cada parte da alma exerce sua função de
maneira virtuosa através da direção e domínio da parte superior da alma, a razão. O
homem virtuoso é o oposto do homem que escolhe uma vida baseada nos vícios,
deixando de governar as partes inferiores de sua alma, acabam governados por elas.
A ética em Platão é pensada também através da ideia de virtude, como em
Sócrates. Aliás, essa é uma marca importante da ética grega. Os gregos pensavam o Bem
e a vida feliz através da realização da essência do ser. E a virtude grega tem relação
direta com um processo de aperfeiçoamento. Esse processo se dá através da educação.
Platão chama esse processo de “dialética” e o ilustra através do rompimento das
correntes na caverna e a escalada para fora da caverna, que proporciona o
conhecimento do mundo de forma mais ampla. Essa educação volta-se à alma, ou seja,
à razão. O desenvolvimento da razão é o que leva à virtude e à felicidade.
Segundo Bittar, a ética platônica destina-se a elucidar que a ética não se esgota
na simples localização da ação virtuosa e de seu discernimento com relação à ação
viciosa. De suas principais figuras textuais, de seus principais mitos, podem-se inferir
lições que fazem a alma orientar-se de acordo com padrões de conduta ditados com
base na noção de Bem. No controle das outras partes da alma pela alma racional reside
a harmonia da virtude; no descontrole, o vício. De qualquer forma, a educação (paideia)
da alma tem por finalidade destinar a alma ao pedagogo universal, ao Bem Absoluto. No
mundo, a tarefa de educação das almas, para Platão, deve ser levada a cabo pelo Estado,
que monopoliza, no diálogo da República, a vida do cidadão. A educação deve ser
pública, com vistas no melhor aproveitamento do cidadão pelo Estado e do Estado pelo
cidadão. Assim, justiça, ética e política movimentam-se, no sistema platônico, num só
ritmo, sob a melodia de uma única e definitiva sonata, cujas notas são as ideias
metafísicas que derivam da Ideia primordial do Bem (BITTAR, 2018, p. 140).
1-Alysson Leandro Mascaro, no texto O que é e o que tem sido a filosofia do direito?
publicado também na revista Cult, afirma que:
é a atividade de conhecer e aplicar as leis, com seus inúmeros problemas concretos, que
estimula o pensamento filosófico a respeito do direito.
é apenas uma atividade de conhecer as leis, com seus inúmeros problemas abstratos, que
estimula o pensamento filosófico a respeito do direito.
é a atividade exclusivamente de aplicar as leis, com seus inúmeros problemas concretos, que
estimula o pensamento filosófico a respeito do direito.
é a atividade de somente aplicar as leis, com seus inúmeros problemas abstratos, que estimula
o pensamento filosófico a respeito do direito.
é a atividade de conhecer e aplicar as leis, com seus inúmeros problemas concretos, que
estimula o pensamento científico-natural a respeito da matemática.
2-Segundo Bittar, agir é responder por condutas positivas ou negativas a estímulos de diversas
naturezas (morais, econômicos, jurídicos, afetivos, religiosos…). Daí se poder falar em ação
com estímulo moral, em ação jurídica, em ação afetiva… O que há de comum a todas é o fato
de necessitarem de decisões e reclamarem respostas. Como todas as demais espécies de ação,
a ação jurídica reclama:
Decisão
Opinião
Reflexão
Divisão
Sensação
3-Investigar as causas, buscar os fundamentos, postular acerca dos balizamentos… enfim,
partir da superfície em direção à profundidade, nesse sentido, conflita com o ‘decisionismo’
que marca o campo da ação, da vida ativa (vita activa) (BITTAR, 2018, p.6). Bittar ______ o
antagonismo entre _________e prática e nos mostra que a ________requisita a teoria a todo
instante. Uma prática sem reflexão é uma ação vazia. A filosofia nos convida a refletir sobre
nossas atividades, considerando a dimensão ________que elas supõem. Marque a alternativa
que preenche acertadamente as lacunas.
4-Segundo Miguel Reale, a principal diferença entre ciência positiva e filosofia reside: nos
pressupostos.
Nos postos
Nas ideias
Nas assertivas
No agir acertado
Augusto Comte
Imanuel Kant
Miguel Reale
Hart
Hannah Arendt
algo inseparável do saber empírico e positivo, uma forma ou momento das próprias ciências,
quando não as ciências em sua visão unitária.
entre Ciência e Filosofia não haveria, portanto, uma diferença de essência ou de qualidade,
mas, tão-somente, uma diferença de grau ou de generalidade.
Cada qual tem seu campo de pesquisa e unifica e delimita os resultados de suas indagações.
8-Quanto aos “fins do Direito”, segundo Bittar, neste momento histórico, em plena marcha o
processo de autonomização do pensamento, por obra e força do
Renascimento, em meio às demais disciplinas jurídicas já existentes e tradicionais (Direito
Canônico, Direito Romano, Direito Civil), a disciplina “Filosofia do Direito” haverá de se
identificar com problemas fundamentais da ordem da reflexão, tais como:____________
confundindo-se em seu início com todos os estudos da escola jusnaturalista (BITTAR, 2018, p.
52).
por teoria geral das técnicas jurídicas, ou mesmo teoria geral da tecnologia jurídica por
filosofia jurídica, ou filosofia do direito por filosofia geral ou mesmo teoria geral do
processo por teoria geral do estado ou teoria geral do processo por filosofia geral ou
Hans Kelsen
Paul Ricoeur
Habemans
Gilberto Velho
A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases da justiça e segurança. Com este
processo as ações sociais ganham estabilidade.
O Direito, porém, não é uma força que gera, unilateralmente, o bem-estar social.
Os valores espirituais que o Direito apresenta não são inventos do legislador. Por definição, o
Direito deve ser uma expressão da vontade social e, assim, a legislação deve apenas assimilar
os valores positivos que a sociedade estima e vive.
A sua meta é mais ampla, é a de promover o bem comum, que implica justiça, segurança, bem-
estar e progresso.
14-Os pré-socráticos perguntaram sobre o “princípio” (em grego, arché) da natureza (physis),
produzindo um pensamento que chamamos hoje de “naturalista”. Em relação à questão da
justiça, a tradição jusfilosófica, à exceção de raríssimos textos, dedica poucas páginas na
tentativa de recuperação da concepção de justiça entre os présocráticos (BITTAR, 2018, p. 72).
Com isso podemos afirmar que:
as fontes de investigação não são escassas, seja pela carência de textos conservados dos pré-
socráticos, seja de comentadores e exegetas;
a filosofia socrática não se ocupa sobremaneira do tema da justiça, sendo mais relevante sua
pesquisa no que diz respeito a outras temáticas;
a cultura grega do período permite a distinção plena entre a filosofia racional, a crença
religiosa e o misticismo sincrético, e, à luz dos preconceitos modernos e racionais, investigar o
pensamento dos pré-socráticos seria retroceder a sistemas ingenuamente construídos sobre
bases religiosas circunstanciais, o que comprometeria o valor de universalidade destes
sistemas de pensamento;
um termo incorporado pelo vocabulário grego vulgar como significando uma justiça, distinta
daquela admitida no período homérico (thémis), exatamente retratando a passagem em
direção à concepção que haverá de imperar posteriormente, no período socrático, a da justiça
como virtude
um termo incorporado pelo vocabulário romano vulgar como significando uma justiça, distinta
daquela admitida no período homérico (thémis), exatamente retratando a passagem em
direção à concepção que haverá de imperar posteriormente, no período socrático, a da justiça
como ética.
um termo incorporado pelo vocabulário grego vulgar como significando uma injustiça, distinta
daquela admitida no período homérico (thémis), exatamente retratando a passagem em
direção à concepção que haverá de imperar posteriormente, no período socrático, a da
injustiça como virtude
um termo desprezado pelo vocabulário grego vulgar como significando uma justiça, distinta
daquela admitida no período homérico (thémis), exatamente retratando a passagem em
direção à concepção que haverá de imperar posteriormente, no período socrático, a da
injustiça como virtude
um termo incorporado pelo vocabulário grego vulgar como significando uma justiça, distinta
daquela admitida no período helênico (phoesis), exatamente retratando a passagem em
direção à concepção que haverá de imperar anteriormente, no período socrático, a da justiça
como virtude.
têm haver com o processo de contínuo movimento da natureza e a sobrevivência, ou não, das
coisas nesse processo.
Não têm haver com o processo de contínuo movimento da natureza e a sobrevivência, ou não,
das coisas nesse processo.
têm haver com o processo de contínuo apenas do movimento de sobrevivência, ou não, das
coisas nesse processo.
Não têm haver com o processo de contínuo movimento da natureza e a sobrevivência, ou das
coisas nesse processo.
18-No período socrático o discurso (logos) ganha uma importância fundamental para o homem
grego. Na cidade (pólis) grega, a política desenvolvia-se através do debate desempenhado no
ambiente público (ágora). Os sofistas eram especialistas:
na arte da retórica e ensinavam essa técnica àqueles que a eles pagassem pelos seus serviços.
na arte da memória e ensinavam àqueles que a eles pagassem pelos seus serviços.
na arte da retórica e ensinavam essa técnica àqueles que a eles não pagassem pelos seus
serviços. na arte da lógica e ensinavam esse método gratuitamente.
na arte da memória e da lógica e não ensinavam a alguém.
19- O filósofo da maiêutica e da busca da sabedoria considerava a retórica sofista como a
imposição da vontade individual contra o bem comum.
Sócrates
Aristóteles
Platão
Plutão
Foucault
20- A concepção de justiça de Sócrates considera uma relação indissociável entre indivíduo e
sociedade e postula que o bem comum deve estar à frente da vontade individual.
Para Sócrates, as leis representam o elemento que promove coesão social e, dessa forma,
possibilitam a realização do bem comum.
O direito, pois, aparece como um instrumento humano de coesão social, que visa à realização
do Bem Comum, consistente no desenvolvimento integral de todas as potencialidades
humanas, alcançável por meio do cultivo das virtudes.
21- Para Sócrates, as ______da cidade são inderrogáveis pelo arbítrio da __________humana e
devem ser respeitadas mesmo que as considerem injustas. A ________é fundamental para o
governo das leis, uma vez desconsiderado esse princípio, cada qual sentir-se-ia livre para
cumprir ou descumprir as _____________de acordo com suas convicções próprias. Assinale a
alternativa que corresponde à sequência correta das lacunas:
Platão define a existência de um mundo das ideias que é composto por toda espécie de
conceitos que representam as ideias de todas as coisas que existem.
Além dos seres sensíveis, as ideias também representavam os valores estéticos, morais, os
entes matemáticos.
Existindo, assim, diferentes tipos de ideias. Esse conjunto de ideias que o mundo das ideias
possui, para Platão, está organizado segundo uma hierarquia, sendo alguns tipos de ideais
inferiores e outras superiores.
A ideia que ocupa o lugar mais alto nessa hierarquia e que causa todas as outras (sem ser
causada por nenhuma delas) é, para Platão, a ideia de Bem.
o homem só pode ser virtuoso se souber governar com a razão os apetites e a ira.
Para Platão, os desejos e a ira, impulsos irracionais e passionais, podem fazer obscurecer o uso
da razão.
O vício e o apego aos prazeres dos sentidos e do corpo nos levariam à ignorância enquanto o
exercício da razão nos levaria à virtude. Uma vida ética e virtuosa, para Platão, depende do
desenvolvimento da parte racional da alma.
A elucidar que a ética não se esgota na simples localização da ação virtuosa e de seu
discernimento com relação à ação viciosa.
De suas principais figuras textuais, de seus principais mitos, podem-se inferir lições que fazem
o espírito orientar-se de acordo com padrões de conduta ditados com base na noção de Mal.
No controle das outras partes da alma pela alma irracional reside a harmonia da virtude; no
descontrole, a virtude.
De qualquer forma, a educação (paideia) da matéria tem por finalidade destinar a alma ao
pedagogo universal, ao Mal restrito.
No mundo, a tarefa de educação das almas, para Socrátes e Aristóteles, deve ser levada a cabo
pelo Estado, que monopoliza, no diálogo da República, a vida dos munícipes.
fim.