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1 - Noções introdutórias da disciplina de Introdução ao Estudo do


Direito

1.1- Conceito: disciplina propedêutica. Voltada para o iniciante no Direito,


visando uma apresentação dos conceitos básicos.
1.2- Natureza: eminentemente didática.
1.3- Conteúdo:
- Ministrar noções, provenientes de diversos campos do conhecimento,
para a compreensão do fenômeno jurídico;
- Proporcionar uma visão panorâmica e sintética, quer do Direito em
geral, quer dos ramos em que se divide, quer da disciplina que o
discente se proporciona a aprender.
1.4- Temas fundamentais:
- Sobre a meditação do que seja o Direito;
- Sobre os conceitos essenciais de que se vale o jurista.
1.5- Conceitos essenciais (gerais): comuns às diversas áreas do Direito.
1.6- Temas Complementares:
- Os da teoria da técnica jurídica (fontes do Direito, hermenêutica
jurídica, aplicação da lei no tempo e espaço);
- Os da enciclopédia jurídica, ou seja, os temas destinados ao estudo da
árvore do Direito em suas ramificações, com vistas a proporcionar uma
visão panorâmica do universo jurídico;
- Os da “Introdução à Filosofia do Direito”;
- Os da “História do Direito”, quando essa disciplina não é estudada,
autonomamente; - os da “Filosofia jurídica”.
1.7- Objetivos: - Servir de ponte
– Ensino Médio e Ensino Superior.
- Situar o Direito dentro do quadro universal do conhecimento.

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- Relacionar o Direito e as chamadas ciências humanas e sociais.
- Estimular a reflexão sobre as relações entre o econômico, o político, o
social, o jurídico.
- Compreender o que é o Direito.
- Despertar o gosto pelo Direito.
- Ministrar noções dos conceitos e categorias fundamentais do Direito.
- Proporcionar visão orgânica e sistemática do Direito.
- Construir base teórica das disciplinas jurídicas.
- Introduzir terminologia jurídica.
- Apreensão da técnica jurídica.
- Evolução do Direito e mudanças.
- Abrir perspectivas: Direito como valor, como norma e como fato social.
- Incentivar visão crítica do Direito e formação de espírito analítico.
- Estimular a discussão: Servo da lei, agente conservador, arquiteto da
justiça e a força progressista.
1.8- Importância:
- Objetivos didáticos
- arcabouço mental dos juristas:
• Base teórica
• Visão orgânica
• Espírito crítico
• Gosto pelas reflexões críticas e pugnas práticas
1.9- Outros nomes:
• Introdução ao Direito;
• Direito Natural (Olinda e São Paulo – 1827)
• Propedêutica Jurídica;

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• Primeiros Passos Jurídicos e Direito Puro;
• Introdução Geral ao Estudo do Direito.
2.0- Outras disciplinas introdutórias:
• História do Direito;
• Teoria Geral do Direito;
• Direitos Humanos.
• Filosofia
• Sociologia
• Dogmática
• outras disciplinas
2.1- Principais questionamentos: O que devemos estudar no direito? A sua
forma, como ela se apresente no ordenamento jurídico do Estado ou na
formalização dos contratos que ajustam as vontades? Ou também, todo o processo
pelo qual as normas se transformam em jurídicas? O direito deve ser estudado tão
somente pela matéria ou pelas repercussões transjurídicas? Quais as causas do
Direito que deverão ser cuidadas pela jurisprudência? As causas mais próximas ou
as mais distantes? Enfim, deve o jurista cogitar do direito por todas as causas: a
final, a eficiente, a formal e a material?
2.2 - Origem etimológica do Direito: Nasce o Direito da razão humana ou é
deduzido da experiência dos homens? Permanece invariável pela sua essência, no
tempo e no espaço, ou é fruto de contingências? Seu conhecimento é possibilitado
por dados racionais ou empíricos? Haveria um Direito extraestatal presente no
espírito do homem?
2.3 - Ciência do Direito ou Jurisprudência — Ciência aplicada ao fenômeno do
Direito, detentora de objeto e método próprios; conhecimento do Direito posto pela
sociedade política, conhecimento positivo da realidade social, interessa-se pelos
motivos, pela história dos institutos, pela sua utilidade social, sua interpretação,
seus resultados em face da justiça; viabiliza o exame separado dos diversos
sentimentos da ordem jurídica.

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2.4 - Filosofia do Direito: permanência do Direito, malgrado sua variabilidade
histórica e sua mutabilidade no espaço; leis que regem suas transformações, bem
como a razão delas, o conceito universal do Direito etc.
2.5 - Ciência do Direito
Idade Média – Textos de Justiniano – glosas (razão) do Corpus Juris Civilis.
Antropocentrismo x Teocentrismo.
Jusnaturalismo: crítica da realidade;
Direito justo. Investiga e sistematiza os fenômenos jurídicos.

2-NATUREZA EPISTEMOLÓGICA DA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO


DIREITO

2.2- Conceito de Introdução ao Estudo do Direito:


A Introdução ao Estudo do Direito é uma matéria que visa fornecer uma
noção global da ciência que trata do fenômeno jurídico, propiciando ao aluno
uma compreensão de conceitos jurídicos comuns a todos os ramos do direito
e introduzindo o estudante e o jurista na terminologia técnico-juridica.
2.3- Caráter propedêutico da Introdução ao Estudo do Direito:
É uma enciclopédia, por conter conhecimentos científicos, abrangendo, além
dos aspectos jurídicos, por vezes, até os sociológicos e históricos, filosóficos,
introdutórios ao estudo do Direito e das ciências jurídicas. É uma matéria
essencialmente propedêutica ao ensino dos vários ramos jurídicos,
constituindo uma ponte entre o curso médio e o superior.
2.4- Caráter epistemológico da Introdução ao Estudo do Direito:
A epistemologia jurídica é uma doutrina do conhecimento jurídico. Sua
finalidade fundamental é a determinação do objeto da ciência jurídica. A
Introdução ao Estudo do Direito ou a ciência do direito não é ciência, por
faltar-lhe a unidade de objeto, mas é uma disciplina epistemológica por:

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a) dar uma visão sintética da ciência jurídica;
b) definir e delimitar, com precisão, os conceitos jurídicos fundamentais,
que serão utilizados pelo jurista na elaboração da ciência jurídica;
c) apresentar, de modo sintético, as escolas cientifico-jurídicas.
Epistemologia é a filosofia da ciência. Epistemologia Jurídica é a filosofia da
Ciência do Direito e tem como tarefa primordial determinar o objeto da ciência
jurídica, esclarecer a natureza e o tipo de tal ciência, e que tipo de experiência
é essa que se conhece por experiência jurídica. Isso é feito por meio de
questionamento sobre esses temas, visto que à Filosofia cabe o
questionamento, com o fito de obtenção de respostas.
Não é o estudo dos métodos científicos, mas o estudo crítico dos princípios,
das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, destinado a determinar
a sua origem lógica, o seu valor e a sua importância objetiva.
Wissenschaftslehre em vez de Erkenntnis Theorie. É o conhecimento na
diversidade das ciências e dos objetos, em vez de ser o conhecimento na
unidade do espírito (Erkenntnis Theorie), que é o objeto da Gnosiologia.
- Gnosiologia ou gnoseologia – Teoria do Conhecimento na unidade do
espírito
- Ontologia – É a parte da filosofia que especula sobre o ser enquanto
ser, segundo Aristóteles. Essa é a definição mais consequente, apesar
de existirem outros enfoques.

3- PRINCIPAIS TERMOLOGIAS JURIDÍCAS

Epistemologia - Estudo da ciência jurídica / estudo do conhecimento


cientifico jurídico.
Gnoseologia - Estudo do conhecimento.
Axiologia - É o estudo de valores, trata de questões como: “o que é
belo”, “o que é bom”, “o que é sagrado”, “o que é certo”.
Ontologia – Estuda a ser e sua essência; o direito é parte importante no
processo social principalmente na questão de legitimidade.
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Conhecimento teológico – Conhecimento vindo de Deus, não
existindo em função das dúvidas; ao contrário, a filosofia explica a partir
do conhecimento divino (dogma = verdade absoluta).
Autonomia e heteronomia – Vide página 42 deste material. “Sofia” -
saber “Scire” - conhecer

4- Noções introdutórias do Direito e Epistemologia Jurídica:

O Direito é um dos fenômenos mais notáveis na vida humana. Compreendê-lo


é saber porque nos indagamos, porque aspiramos o mudar em nome de ideais.
Estudar o direito é uma atividade que requer não só acuidade, inteligência, preparo,
mas, também, encantamento, intuição, espontaneidade.
Produto vivo da cultura, o direito alçado à categoria de ciência é a
sistematização de conceitos comprovados no espaço positivo, refletido no plano
vivo dos valores. Devemos salientar que a Introdução ao Estudo do Direito é uma
disciplina propedêutica, ou seja, voltada para os alunos iniciantes do curso de
Direito, com a idéia inicial de apresentar o universo jurídico, sendo esta matéria de
natureza eminentemente didática, que se propõe a ministrar noções, provenientes
de diversos campos do conhecimento, para a compreensão do fenômeno jurídico, e
proporcionar uma visão panorâmica e sintética, quer do Direito em geral, quer dos
ramos em que se divide. Exemplo: Águia.
Para o ilustre Mestre Miguel Reale, um dos maiores jusfilósofos brasileiros,
reconhecido mundialmente, temos que “a Introdução ao Estudo do Direito é um
sistema de conhecimentos, recebidos de múltiplas fontes de informações, destinado
a oferecer os elementos essenciais ao estudo do Direito”.
A Introdução ao Estudo do Direito pretende dar aos que se iniciam no estudo
do Direito não só uma visão panorâmica e sintética das principais fundamentações
doutrinárias da ciência jurídica, sem repudiar qualquer delas, mas, também,
delimitar os conceitos básicos da elaboração científica do Direito.
Segundo Maria Helena Diniz, a Introdução ao Estudo do Direito é uma
matéria, ou um sistema de conhecimentos, que tem por escopo fornecer uma noção
global ou panorâmica da ciência que trata do fenômeno jurídico, propiciando uma
compreensão de conceitos jurídicos comuns a todas as disciplinas do currículo do
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curso de Direito e introduzindo o estudante e o jurista na terminologia técnico-
jurídica, abrangendo esta não somente os aspectos jurídicos, mas também os
sociológicos e históricos.
Tal matéria já foi rotulada como: Introdução ao Direito, Introdução às Ciências
Jurídicas, Enciclopédia Jurídica, Introdução Geral ao Direito, Introdução
Enciclopédica ao Direito, Introdução ao Direito e às Ciências Sociais, Introdução às
Ciências Jurídicas e Sociais, Prolegômenos do Direito, Teoria Geral do Direito,
como outras tantas terminologias.
Em 11 de agosto de 1827, com a criação dos cursos jurídicos em Olinda-PE e
em São Paulo, foi colocada no currículo uma cadeira com o objetivo de exercer
essa função propedêutica denominada Direito Natural.
Em 1891, tivemos a reforma de Benjamin Constant que adotou as idéias
positivistas da República, sendo assim a cadeira de Direito Natural foi substituída
pela de Filosofia e História do Direito, que era estudada no primeiro ano do curso
jurídico.
Em 1895, percebeu-se que o conteúdo era muito extenso, tanto que a cadeira
foi dividida, sendo que filosofia do Direito passou a ser estudada no primeiro ano, e
a História do Direito no quinto ano, tendo sido mais tarde retiradas das diretrizes
curriculares.
Já em 1912, ocorreu uma nova reforma no ensino jurídico, visto que
Rivadávia Correia criou uma disciplina propedêutica denominada Enciclopédia
Jurídica. Essa disciplina durou apenas três anos, já que foi suprimida pela reforma
de Maximiliano, que ocorreu no ano de 1915. A disciplina Filosofia do Direito
permanecia no currículo jurídico, só que, às vezes, ela era lecionada no primeiro
ano, outras vezes no quinto ano. Até o ano de 1931, ficaram sem qualquer outra
disciplina com esse caráter introdutório.
Em 1931, com a reforma de Francisco Campos, foi criada uma disciplina
denominada Introdução à Ciência do direito, sendo esta colocada no primeiro ano,
esta disciplina tornou-se obrigatória nos cursos jurídicos pelo Decreto nº 19.852/31.
Já em 1972, com a aprovação da Resolução nº 3, de 25 de fevereiro do
corrente ano, foi modificada pelo Conselho Federal de Educação a nomenclatura
desta disciplina, passando-se a chamar Introdução ao Estudo do Direito, chegando
inclusive a ser incluída entre as matérias básicas como pré-requisito de todas as
disciplinas profissionais. Atualmente, em alguns casos, continua a ser chamada de
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igual forma e em outros que seguem a Portaria nº 1.886/94, artigo 6º, inciso I, do
Ministério da Educação e do Desporto, tal disciplina recebe a designação de
Introdução ao Direito ou Introdução à ciência do direito, como outros doutrinadores
preferem chamar, em função do seu rigor técnico, inquestionável.
A Introdução ao Estudo do Direito, segundo Maria Helena Diniz, não é uma
ciência, mas uma enciclopédia, visto que contém conhecimentos científicos
(jurídicos, sociológicos e, às vezes, históricos), filosóficos, introdutórios ao estudo
da ciência jurídica.
A Introdução ao Estudo do Direito não possui um prisma próprio para
contemplar o Direito, fazendo às vezes de filosofia jurídica, de dogmática jurídica,
de sociologia jurídica e de história jurídica. Faltando-lhe, portanto, unidade de
objeto, ou seja, um campo autônomo e próprio, mas, apesar disso, é uma disciplina
epistemológica, como nos ensina A.L. Machado Neto, porque: a) Responde as
seguintes questões: O que é a Ciência do Direito? Qual o seu objeto específico?
Qual o seu método? A que tipo de ciência pertence? Como se constitui e
caracteriza o conhecimento do jurista?; b) Define e delimita, com precisão, os
conceitos jurídicos fundamentais que serão utilizados pelos juristas para a
elaboração da Ciência Jurídica; c) Apresenta, sistematicamente, a evolução das
escolas cientifico-juridicas que predominaram na história, para familiarizar o
estudante com as correntes fundamentais do pensamento jurídico.
Compete à filosofia do Direito solucionar o problema do conhecimento
jurídico, na sua parte especial designada epistemologia jurídica, que, no sentido
estrito, tem a incumbência de estudar os pressupostos, os caracteres do objeto, o
método do saber cientifico e de verificar suas relações e princípios. Neste sentido a
epistemologia jurídica é a Teoria da Ciência Jurídica, tendo por objetivo investigar a
estrutura da ciência. Já em seu sentido amplo, a epistemologia jurídica é
considerada como sinônimo de gnoseologia, parte integrante da filosofia que
estuda, critica e reflexivamente, a origem, a natureza, o alcance, os limites e o valor
da faculdade humana de conhecimento e os critérios que condicionam a sua
validade e possibilidade.
Logo, a epistemologia jurídica é a Teoria da Ciência do Direito, um estudo
sistemático dos pressupostos, objetos, métodos, natureza e validade do
conhecimento jurídico-cientifico, verificando suas relações com as demais ciências,
ou seja, sua situação no quadro geral do conhecimento. (Ver Epistemologia
Jurídica). Epistemologia = Estudo da ciência jurídica / estudo do conhecimento
cientifico jurídico.
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Importante ressaltar os dizeres de Ortega y Gasset, onde este menciona que
a ciência jurídica pode ser considerada como algo que tem a ver com o Direito, mas
que não se identifica com ele. Podemos ainda dizer que quem trata do Direito está
elaborando ciência jurídica, mas quem se ocupa com a ciência jurídica esta fazendo
epistemologia.
Portanto, a Introdução ao Estudo do Direito é uma disciplina epistemológica,
por dar ao estudante e ao cientista não só a visão sintética da ciência jurídica como
também a noção dos conceitos jurídicos fundamentais.
jurídicos fundamentais. Podemos definir também que a epistemologia jurídica
é uma doutrina do conhecimento jurídico. Sua finalidade fundamental é a
determinação do objeto das ciências jurídicas.
Segundo Miguel Reale, estudar o Direito é estudar um ramo do conhecimento
humano, que ocupa um lugar distinto nos domínios das ciências sociais, ao lado da
História, da Sociologia, da Economia, da Antropologia, etc.
A Ciência do Direito é uma ciência de investigação de condutas que tem em
vista um “dever ser” jurídico; isto é, a ciência do Direito investiga e estuda as
normas jurídicas. Estas prescrevem aos indivíduos certas regras de conduta que
devem ser obedecidas.
A ciência não é um conhecimento acabado de seu objeto, mas o processo
de investigação em que o objeto vai sendo conhecido. Gnoseologia = estudo do
conhecimento.
O conceito de conhecimento, segundo Golfredo Telles Jr., é o de que o
conhecimento é o renascimento do objeto conhecido, em novas condições de
existência dentro do sujeito conhecedor.
Segundo Maria Helena Diniz, conhecer é trazer para o sujeito algo que se põe
como objeto, ou seja, “é a operação imanente pela qual um sujeito pensante
representa um objeto”. E ainda, que o conhecimento é a apreensão intelectual do
objeto.
O conhecimento é efeito da ação dos objetos sobre os órgãos dos sentidos;
se assim não fosse não haveria explicação possível para a existência de
sensações. Cada sensação é a tradução individualizada de um determinado objeto
ou estímulo. Podemos desta forma dizer que as sensações é que são objetos do
conhecimento, visto que a qualidade das sensações depende do centro cerebral a
que o impulso é levado.
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A imagem não é cópia de um objeto, isto porque toda cópia é cópia de um
objeto já conhecido. Pois, se pensarmos bem, como é possível copiar o que não se
conhece?
O objeto, enquanto conhecido, é um a imagem e não algo do mundo
extramental. Esta imagem não é uma cópia de um objeto, apesar de ser tradução
cerebral desse objeto, não é idêntica a ele por ser mais pobre em elementos
determinantes.
Logo, podemos dizer que todo conhecimento envolve três ingredientes: o “eu”
que conhece; a atividade ou ato que se depreende desse “eu” e o objeto atingido
pela atividade.
Do ponto de vista formal, denomina-se objeto tudo o que é capaz de admitir
um predicado qualquer, tudo o que pode ser sujeito de um juízo. É, pois, a noção
mais geral possível, já que não importa se o mencionado objeto exista ou não,
basta que dele se possa pensar e dizer algo.
Podemos afirmar que sujeito é todo aquele que conhece.
Quanto à correlação entre sujeito e objeto, nítida ela é, pois entre o sujeito
pensante e o objeto pensado, por ser o conhecimento a representação do objeto
dentro do sujeito cognoscente, de modo que aquilo que o “eu” é, quando se torna
sujeito conhecedor, o é em relação ao objeto que conhece, e aquilo que o objeto a
conhecer é, o é não “em si”, mas em relação ao sujeito pensante, isto é, converte-
se em um ser “para” ser conhecido, em um ser posto, logicamente, pelo sujeito
cognoscente como objeto de conhecimento.
Agora faremos breve relato dos conceitos de direito, os quais serão tratados
de forma ampla posteriormente a este encontro.
Não existe um conceito único, conciso e universal, que abranja as inúmeras
manifestações em que se pode apresentar o Direito e que o purifique de notas
contingentes, que velam sua verdadeira natureza, assinalando as existências que
fazem dele uma realidade diversa das demais.
Segundo Afrânio de Carvalho, Direito é, pois, o conjunto de normas ou regras
que regulam a convivência dos homens em sociedade, estabelecidas e tornadas
obrigatórias pelo Estado. (sanção e coerção)

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Já segundo Paulo Dourado de Gusmão, o Direito é uma das normas sociais,
das quais se distingue por ser acompanhado de sanções organizadas,
institucionalizadas, aplicadas por órgãos especializados, isto é, pelo poder público.
Quanto ao conceito de Weill, o Direito é o conjunto de regras de conduta que,
em uma sociedade organizada, governam as relações dos homens entre si e se
impõem a eles por necessidade através da sanção.
Quanto ao surgimento do direito, de forma breve, podemos afirmar que este
surgiu com a organização social da humanidade e com ela se desenvolveu,
disciplinando a convivência entre os integrantes da sociedade.
Quanto à origem da palavra direito, podemos salientar que
etimologicamente, o vocábulo direito é oriundo do latim Directus (aquilo que é reto,
conforme a razão), do verbo dirigere (dirigir, orientar, endireitar).
Quanto ao objetivismo e subjetivismo, devemos inicialmente definir o que
vem a ser o direito objetivo, ou seja, o direito objetivo (norma agendi) é o conjunto
de regras que determinam e regulam as relações humanas, o exercício de direitos e
o cumprimento de deveres que lhes são correlatos. O direito objetivo é um direito
escrito, normativo material ou positivo.
Devendo lembrar-se o aluno, que o direito positivo é sempre direito objetivo e
que o direito objetivo é o gênero do qual o direito positivo é uma espécie.
Quanto ao direito Positivo, ou Juspositivismo, em breve relato, denomina-
se a este como um direito escrito, elaborado pelo poder competente. Constituindo-
se de um conjunto de normas e princípios que estruturam a convivência social de
um determinado povo, e em determinada época.
Já o direito Subjetivo (facultas agendi) é a faculdade conferida ao individuo
de invocar a norma a seu favor. È o poder ou domínio da vontade livre da pessoa
humana, que o ordenamento jurídico protege e confere. Sendo esta, uma garantia
conferida pelo direito objetivo, a qual se invoca quando o direito é violado. È uma
faculdade jurídica (...) porque caracteriza uma possibilidade do seu titular de exigir o
cumprimento de um dever, mas não impõe, absolutamente, que assim proceda. Dá
este a possibilidade de agir, mas não exige tal ação. Sendo assim opcional e
facultativo.
Dentre os direitos existem ainda o direito substantivo, direito adjetivo,
direito natural e o direito consuetudinário.

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O direito substantivo é aquele que define as relações das pessoas em
sociedade, e as submete à sua ação. O direito tem em tese, objetivo ou
materialmente considerado. Compreende o direito civil, o comercial, o penal, etc...
O direito Adjetivo é o conjunto de leis que possibilitam ou tornam efetivo o
exercício regular das relações de direito substantivo e sua aplicação objetiva por
meio de órgãos judiciários competentes. Ele se desdobra em: a) Leis de
organização judiciária, ou conjunto de leis que estabelecem a estruturação e
disciplinam o funcionamento dos órgãos de justiça; b) Leis processuais, ou direito
processual, quando se constitui de fórmulas e normas por meio das quais se
exercita o direito de ação.
O que vem a ser o direito consuetudinário? È o direito costumeiros, não-
escrito, usual. Este direito vem da palavra latina consuetudine, que significa
costume.
E para finalizar, falemos sobre o Direito Natural, ou Jusnaturalismo, sendo
este o que se compõe de princípios inerentes á própria condição humana, que visa
o bem-estar do ser humano e se fundamenta na equidade e no bom senso, imposto
e reconhecido pela justa razão.

5 - Definições históricas de Direito

O entendimento do que vem a ser o Direito está sendo construído no decorrer


da evolução da própria sociedade, pois, em cada etapa de seu desenvolvimento,
podemos vislumbrar definições distintas e específicas. Diante dessa situação, não é
possível afirmarmos com certeza que a definição de Direito apresentada atualmente
não será reanalisada e transformada conforme a evolução de nossa sociedade.
Entendimento esse que já era defendido por Kant, no século XVIII, quando afirmou
que “os juristas ainda estão à procura de uma definição para o Direito”.
Para melhor exemplificar o que queremos dizer, algumas definições históricas
do Direito serão apresentadas. Definições essas que se tornaram clássicas em
razão do momento em que foram criadas ou em razão da forma como foram
concebidas.

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5.1 – Definição de Celso
A primeira definição, como não poderia deixar de ser, precisa ser resgatada
dos romanos, por isso buscamos em Celso, jurisconsulto romano no século I, a
afirmação de que “o Direito é a arte do bom e do justo”. A definição clássica romana
também deveria conter elementos da moral, mas os romanos não faziam a
distinção entre o direito e a moral. Essa definição não nos apresenta claramente o
que vem a ser o Direito, mas apenas qual é o objeto a ser analisado.
5.2 – Definição de Dante Aleghieri
Outra definição de Direito que se tornou clássica nos meios jurídicos é a de
Dante Aleghieri, que, além da famosa obra “Divina comédia”, escreveu a obra “De
monarchia”, na Itália do século XII, a qual afirmava que o Direito é a proporção real
e pessoal de homem para homem que, conservada, conserva a sociedade, e que,
destruída, a destrói. Ela se tornou clássica por reunir elementos de percepção até
então não observados nas demais definições, tais como:
a) Relação intersubjetiva, ou seja, somente entre homens, qualidade essa
denominada alteridade;
b) Direitos reais e Direitos obrigacionais, que são destacados e distinguidos;
c) Estreita ligação entre o Direito e a Sociedade, característica esta
demonstrada.

5.3 – Definição de Hugo Grócio


No século XVII, surgiu uma nova definição histórica formulada por Hugo
Grócio, jurisconsulto holandês, que fez uma releitura do Direito Natural existente à
época, e que desenvolveu seus estudos, principalmente, com a obra prima “De Iure
Bellic ac Pacis”, na qual ele sistematizou e organizou o Direito Internacional,
tornando-o, assim, uma disciplina independente. Para ele, “O Direito é o conjunto
de normas ditadas pela razão e sugeridas pelos appetitus societatis”. Essa
definição traz dois elementos importantes, vejamos:
a) As normas jurídicas deixam de ser criadas ou reveladas por
divindades, rompendo assim com as idéias teológicas até então
presentes, e passam a ser da responsabilidade do homem e em razão
deste. A posição racionalista deste jurisconsulto faz-se claramente
presente nesse conceito; e
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b) O appetitus societatis significa o instinto de vida gregária. Aqui não se
apresentam valores de moral e justiça, mas a reflexão da necessidade
de sabermos que o homem tem de viver em sociedade.
5.4 - Definição de Emmanuel Kant
Um século depois, século XVIII, surge a definição clássica de Emmanuel
Kant, filósofo alemão, segundo o qual “Direito é o conjunto de condições pelas
quais o arbítrio de um pode conciliar-se com o arbítrio do outro, segundo uma lei
geral de liberdade”. Dessa definição, podemos extrair três conceitos significativos:
a) Conjunto de condições ou obrigações: resgatando o entendimento
de Ulpiano, jurisconsulto romano, esse conjunto de condições refere-se
à honestidade, a não causar nenhuma lesão ou dano a ninguém e a
estar inserido em um estado que venha assegurar diante de todos
aquilo que cada um possui.
b) Arbítrio: é a vontade e o desejo consciente de se praticar uma ação
ou deixar de fazê-la, sabendo que essa postura irá produzir algo,
acarretar conseqüências; e
c) Liberdade: conforme o entendimento deste autor, a liberdade seria o
exercício externo do arbítrio de deixar ou não de fazer alguma coisa em
determinado momento
5.5 - Definição de Rudolf Von Ihering
Para este jus filósofo alemão do século XIX, “O Direito é a soma das
condições de existência social, no seu amplo sentido, assegurada pelo Estado
através da coação”.
Ihering escreveu uma obra clássica denominada “A luta pelo direito”, na qual
afirma que “O Direito não é mero pensamento, mas sim força viva. Por isso, a
justiça segura, numa das mãos, a balança, com a qual pesa o direito, e na outra a
espada, com a qual defende. A espada sem a balança é a força bruta; a balança
sem a espada, a impotência do direito. Uma não pode avançar sem a outra, nem
haverá ordem jurídica perfeita sem que a energia com que a justiça aplica a espada
seja igual à habilidade com que maneja a balança”. Ou seja, sempre devemos
buscar o direito, nem que para isso precisemos lutar por ele, buscando sempre
equilibrar os elementos que lhe são naturais.

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5.6 - Definição de Eugen Ehrlich
Eugen Ehrlich, jurisconsulto alemão, em sua obra de 1912, “Fundamentos da
sociologia do direito”, afirma que “O Direito é uma organização, isto é, uma regra
que indica a cada membro dessa organização sua posição, sua super ou
subordinação na comunidade, e suas tarefas”.
Ao definir o Direito, podemos perceber o posicionamento desse jurisconsulto,
qual seja o de que o Direito não está na legislação, nem na jurisprudência, nem na
ciência jurídica, mas que será encontrado na própria sociedade. Essa definição
deve-se ao fato de Ehrlich ser um dos grandes defensores da corrente Socialística
do Direito.
5.7- Definição de Hans Kelsen
Hans Kelsen, jurisconsulto do século XX, publicou sua “Teoria Pura do
Direito” pela primeira vez em 1934, em Genebra, mas, em 1960, na sua segunda
edição, apresentou uma reelaboração dos mais diversos assuntos abordados na
primeira edição.
Buscando a definição de conceito, Kelsen fez uma análise do objeto de
estudo do que seria Direito em diversos povos e em diversas épocas e chegou a
seguinte conclusão:
“Com efeito, quando confrontamos uns com os
outros objetos que, em diferentes povos e em
diferentes épocas, são designados com ‘Direito’,
resulta logo que todos eles se apresentam como
sendo ordens de conduta humana. Uma ‘ordem’
é um sistema de normas cuja unidade é
constituída pelo fato de todas elas terem o
mesmo fundamento de validade. E fundamento
de validade de uma ordem normativa é como
veremos – uma norma fundamental da qual se
retira a validade de todas as normas
pertencentes a essa ordem. Uma norma singular
é uma norma jurídica enquanto pertence a uma
determinada ordem jurídica, e pertence a uma
determinada ordem jurídica quando a sua
validade se fundamenta na norma fundamental
dessa ordem”.
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Para compreendermos essa definição, precisamos verificar o significado de
umas das palavras-chave:
a) Sistema: Por sistema entendemos que deve existir partes que, por
estarem interrelacionadas, irão compor uma estrutura específica. Para que
essa estrutura possa funcionar, é preciso colocá-las em ordem, de tal forma
que irá apresentar uma hierarquia própria.
b) Norma coativa: É aquela que busca evitar a conduta que é
considerada pela sociedade como sendo indesejada, de tal sorte que aquele
que praticar tal conduta será punido com a coação, e, se for o caso, com o
emprego de força física.
c) Norma fundamental: É aquela norma que irá conceder a validade,
pois toda a norma do sistema tem o seu fundamento de validade vinculado a
essa norma originária (Constituição Federal).
d) Validade: Está vinculada à legitimidade do ato criador da norma, cuja
forma ou procedimento de sua elaboração e criação deverá estar previsto no
próprio ordenamento jurídico.

5.8 - Definição de Vicente Ráo


O ilustre professor Vicente Ráo escreveu uma obra clássica para o
nosso Direito pátrio, sendo publicada pela primeira vez em 1952, denominada
“O Direito e a vida dos direitos”, no qual nos apresenta uma noção de direito
nos seguintes termos:
“É o direito um sistema de disciplina social
fundado na natureza humana que,
estabelecendo nas relações entre os
homens uma proporção de reciprocidade
nos poderes e deveres que lhes atribui,
regula as condições existenciais dos
indivíduos dos grupos sociais e, em
conseqüência, da sociedade, mediante
normas coercitivamente impostas pelo
poder público”.

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Ao analisarmos essa definição, constatamos que o direito não parte nem
do Estado, nem da sociedade para atingir o homem. Ao contrário, parte do
homem, para alcançar todo o resto.

6 - AS DIVERSAS CONCEPÇÕES DO DIREITO

6.1- Conceito de Direito:


Direito é a ordenação bilateral atributiva das relações sociais, na
medida do bem comum”.
Miguel
Reale
Finalidade: Busca da justiça e da segurança coletiva.
6.2 - Critérios para definição e suas espécies:
6.2.1 - Definição nominal: procura dizer o que a palavra ou nome
significa;
6.2.2 - Definição Etimológica de Direito: origem do vocábulo, sua
genealogia.
• Origina-se do adjetivo directus (qualidade do que está
conforme a reta; o que não tem inclinação, desvio ou
curvatura).
• dirigere (particípio passado): guiar, conduzir, alinhar,
endireitar, ordenar.
• Vocábulo que surgiu na Idade Média (séc. IV).
6.2.3 - Definição Semântica de Direito: procura os diversos
sentidos das palavras, no curso de seu desenvolvimento.
Semântica = Conteúdo que significa
a) “qualidade do que está conforme a reta”.” – Paulo Nader
b) “aquilo que está conforme a lei; a própria lei; conjunto de
leis; a ciência que estuda as leis.” – Paulo Nader

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c) Realidade cultural que tende à realização dos valores
jurídicos.
6.2.4 – Definição real ou lógica: busca descobrir a essência do
objeto definido
a) Lógica: lei ou norma; faculdade ou poder; acepção de
justo; ramo do conhecimento; fato social ou fenômeno sócio-
jurídico.
6.3 - Principais Acepções Técnicas:
a) conjunto de normas ou regras jurídicas (Direitos como norma ou
Direito em sentido objetivo);
b) autorização que um sujeito tem para exigir a prestação de um dever
por parte de outro sujeito (Direito como faculdade ou Direito subjetivo);
c) idéia ou ideal de Justiça, o bem devido por Justiça ou a conformidade
com as exigências da Justiça (Direito como justo);
d) o setor do conhecimento humano que investiga e sistematiza os
fenômenos jurídicos (Direito como ciência ou ramo do conhecimento);
e) conjunto de fenômenos que se dão na vida social (Direito como fato
social).
6.4 - Acepções Derivadas:
l) Direito Positivo e Direito Natural;
m) Direito Estatal e Direito Não-Estatal;
n)Direito como “interesse” e Direito como “função”.
6.5 - Direito como norma:
o)“regra social obrigatória” – Clóvis Bevilacqua;
p)“o conjunto de preceitos ou regras, cuja observância podemos obrigar
o homem, por uma coerção exterior ou física” – Aubry e Ray;
q)“um conjunto de normas, coativamente garantidas pelo poder público”
– Ihering;

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r) “o sistema de normas ou regras jurídicas, que traça aos homens
determinadas formas de comportamento, conferindo-lhes possibilidade
de agir” – Miguel Reale;
s) “um sistema de leis impostas coercitivamente à conduta dos
indivíduos dentro de uma comunidade, geralmente delimitada por
critérios geográficos e políticos” – Luiz Fernando Coelho.
6.6 – Concepções do Direito:
a) DIREITO POSITIVO: “o direito histórico e objetivamente estabelecido,
efetivamente observado, encontrado em leis, códigos, tratados
internacionais, costumes, regulamentos, decretos etc.” (Paulo Dourado
Gusmão).
b) DIIREITO NATURAL: “atribuídos a Deus, à razão, ou havidos como
decorrentes da natureza das coisas, independem de convenção ou
legislação, e que seriam determinantes, informativos ou condicionantes
das leis positivas” (Hermes Lima).
c) DIREITO ESTATAL: é o conjunto de normas estabelecidas pelo
Estado, para reger a vida social.
d) DIREITO SUBJETIVO: é a faculdade ou poder reconhecido ao titular
do direito. É o poder ou a faculdade de exigir de uma pessoa uma
prestação capaz de satisfazer um interesse legítimo. É o Direito como
faculdade. e) DIREITO COMO INTERESSE: é aquele instituído em
benefício de seu titular.
f) DIREITO COMO FUNÇÃO: é aquele instituído em benefício de
terceiros e não, em benefício do titular.
g) DIREITO JUSTO: é o bem devido por Justiça ou a conformidade com
as exigências da Justiça. “Direito é o que é devido a outrem, segundo
uma igualdade”.
h) DIREITO COMO RAMO DO CONHECIMENTO: “a investigação
metódica e racional do fenômeno jurídico e a sistematização dos
conhecimentos resultantes” (Luiz Fernando Coelho).
i) DIREITO COMO FATO SOCIAL: “o Direito é um fenômeno da cultura”
(Köhler).

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j) DIREITO COMO IDÉIA NATA: considera o sentimento de Direito e de
Justiça como parte integrante da natureza humana, transcendendo,
pois, a experiência.
k) DIREITO COMO NOÇÃO HISTÓRICA: “os direitos transformam-se à
medida que se alteram os interesses da vida. Interesses e direitos são
historicamente paralelos”(Ihering).
l) DIREITO COMO EXPRESSÃO HISTÓRICA DA CLASSE
DOMINANTE: “as relações jurídicas, bem como as formas de Estado,
não podem ser explicadas por si mesmas, nem pela chamada evolução
geral do espírito humano; estas relações têm, ao contrário, suas raízes
nas condições materiais de existência” (Karl Marx).
m) OUTRAS CONCEPÇÕES: Disponível, Indisponível, Adquirido, Inato,
Convencional

7 - NOÇÕES PRELIMINARES DE CONHECIMENTO E CORRELAÇÃO


ENTRE O SUJEITO COGNOSCENTE (CONHECEDOR) E OBJETO
COGNOSCÍVEL (CONHECIDO)

7.1 – Relação do conhecimento:


A relação se estabelece entre o sujeito cognoscente e o objeto do
conhecimento. É uma relação visualizada no estudo do conhecimento na
unidade do espírito, desta forma, nítida é a correlação entre sujeito pensante
e objeto pensado, por ser o conhecimento a representação do objeto dentro
do sujeito cognoscente, de modo que aquilo que o “eu” é, quando se torna
sujeito conhecedor, o é em relação ao objeto que conhece, e aquilo que o
objeto a conhecer é, o é não “em si”, mas em relação ao sujeito pensante, isto
é, converte-se em um ser “para” ser conhecido, em um ser posto,
logicamente, pelo sujeito cognoscente como objeto de conhecimento.
Objeto – tudo que pode sofrer um predicado; aquilo que é conhecido; O
objeto segundo esta teoria do conhecimento não se modifica pelo simples fato
de ser conhecido pelo sujeito, mas, quanto à teoria da ação este se modifica,
podendo ate mesmo modificar o sujeito; Objeto: (cognitivo – objeto a ser

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conhecido) é tudo que é capaz de admitir um predicado qualquer, tudo o que
pode ser sujeito de um valor.
Sujeito – todo aquele que conhece algo.
Objeto – tudo que pode sofrer um predicado; aquilo que é conhecido; O
objeto segundo esta teoria do conhecimento não se modifica pelo
simples fato de ser conhecido pelo sujeito, mas, quanto à teoria da ação
este se modifica, podendo ate mesmo modificar o sujeito; Objeto:
(cognitivo – objeto a ser conhecido) é tudo que é capaz de admitir um
predicado qualquer, tudo o que pode ser sujeito de um valor.
7.2 – Conceito de conhecimento:
Segundo Golfredo Telles Jr., conhecimento é o renascimento do objeto
conhecido, em novas condições de existência dentro do sujeito conhecedor.
Devo ainda salientar que o objeto segundo a teoria do conhecimento não se
modifica pelo simples fato de ser conhecido pelo sujeito, mas quanto à teoria
da ação este se modifica, podendo até mesmo modificar o sujeito, pois este
tanto sofre, como também dá causa à influência com o sujeito propriamente
dito.
7.3 - Essência do conhecimento:
Relação entre um sujeito e um objeto.
7.4 - A origem do conhecimento:
• Exigências do universal;
• Epistemologia Jurídica: teoria do conhecimento aplicada à ciência do
direito.
• Posições: racionalista ou empirista; intelectualista ou apriorística
(concepção jurídica).
• Dogmática: normas postas pela autoridade / modelos elaborados pela
doutrina.
• Ceticismo / subjetivismo / relativismo / pragmatismo. − Fundada por
Kant: Criticismo, sujeito = base para o pensamento jurídico (centro das
especulações).
7.5 – O alcance e os graus do conhecimento:

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7.5.1 - O alcance do conhecimento: O entendimento do mundo
fenomenológico.
7.5.2 - Os graus de conhecimento: Dependem de sua origem e de sua
formação.
− 1º grau: conhecimento vulgar (meramente empírico);
− 2º grau: conhecimento pelas causas (geral e necessária –
ciência);
− 3º grau: conhecimento filosófico (procura incessante da
verdade);

GRAUS DO CONHECIMENTO

8 - A POSIÇÃO DO DIREITO NA ENCICLOPÉDIA DO


CONHECIMENTO

• Aristóteles: Ciências Teóricas, Práticas e Produtivas.


• DIREITO: Conhecimento que se dirige ao “agir”.
• Ciências Práticas: visam ao conhecimento para que ele sirva de guia à ação.
• Comte:
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• Parte da Sociologia (Física Social)
• Pearson:
• Ciências concretas biológicas
• Kantorowicz:
• Ciências de Valores
• Hans Kelsen:
• Ciências Normativas
• Dilthey:
• Ciências Humanas ou Culturais
• Paulino Jacques:
• Política
• Direito – Ciência Normativa Ética:
• “a finalidade do Direito não é o simples conhecimento ‘teórico’ da realidade
jurídica, embora esse conhecimento seja importante. Não é, também, a
formulação de quaisquer regras ‘técnicas’, eficazes e úteis, apesar da grande
importância da técnica jurídica. A finalidade do Direito é dirigir a conduta
humana na vida social. É ordenar a convivência de pessoas humanas. É dar
normas ao ‘agir’, para que cada um (indivíduo ou sociedade) tenha o que lhe
é devido. É, em suma, dirigir a liberdade, no sentido da Justiça” (André
Franco Montoro)
9 - AS RELAÇÕES DO DIREITO COM OUTROS RAMOS DO
CONHECIMENTO

1. Ramos do conhecimento: Filosofia (verdades), Economia (valor de


utilidade), Sociologia (fato social), História (mudança), Antropologia
(homem e cultura), Ciência (poder), Política, Criminologia (fenômeno
criminoso), Medicina Legal (problemas biológicos), Psicologia (fenômenos
psíquicos e comportamento), Psiquiatria (doenças mentais) e Criminalística
(descoberta dos crimes e dos respectivos autores).

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2. Direito Comparado: Segundo Rubem Rodrigues Nogueira, o Direito
Comparado estuda “as instituições e os sistemas jurídicos positivos,
pertencentes a épocas e países distintos, suas diferenças e semelhanças,
com o propósito de lhes fixar as notas diferenciais e desse estudo tirar
conclusões sobre a evolução dos sistemas e instituições examinados, bem
como critérios para o seu aperfeiçoamento, uniformização e futuras
reformas”. Conforme adverte Paulo Nader, o estudo comparativo não pode
se restringir às leis e aos códigos, mas deve imergir nos fatos culturais e
políticos (econômicos, acrescentamos) que serviram de suporte ao
ordenamento jurídico.

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Referências Bibliográficas

Bibliografia Básica

GLASENAPP, Ricardo (Org.). Introdução ao direito. 2 ed. São Paulo: São Paulo : Pearson,
2019.

(Biblioteca Virtual Universitária - Pearson) ISBN: 9788570160423

Bibliografia Complementar

MEZZOMO, Clareci. Introdução ao direito. São Paulo:Educs, 2011. (Biblioteca Virtual


Universitária -

Pearson) ISBN: 9788570616265

ANGELOZZI, G. História do direito no Brasil. Rio de Janeiro : Freitas Bastos, 2009. (Biblioteca
Virtual Universitária - Pearson) ISBN: 9788599960745

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