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Terceira Aula -

Fundamentos do Direito
Prof. David Araújo
O Direito como
Ciência
O Direito como
Ciência
O ensino do Direito pressupõe a organização de
uma disciplina de base, introdutória à matéria, a
quem cumpre definir o objeto de estudo, indicar
os limites da área de conhecimento, apresentar
as características da ciência, seus fundamentos,
valores e princípios cardiais.
Em decorrência desse fenômeno de crescimento do Direito
Positivo, de expansão dos códigos e leis, aumenta a
dependência do ensino da Jurisprudência às disciplinas
propedêuticas, que possuem a arte de centralizar os
elementos necessários e universais do Direito, seus conceitos
fundamentais, em um foco de menor dimensão
A Introdução ao Estudo do Direito é matéria de
iniciação, que fornece ao estudante as noções
fundamentais para a compreensão do fenômeno
jurídico.
De caráter descritivo e pedagógico, não “consiste na elaboração
científica do mundo jurídico”, como pretende Werner Goldschmidt,
pois o conteúdo que desenvolve não é de domínio próprio. O que possui
de específico é a sistematização dos conhecimentos gerais
Sem perder o senso
crítico!

“Embora de caráter descritivo, a disciplina


deve estar infensa ao dogmatismo puro,
que tolhe o raciocínio e a reflexão”. -
Paulo Dourado Gusmão
Objeto da Introdução
ao Estudo do Direito

A disciplina Introdução ao Estudo


do Direito visa a fornecer ao
iniciante uma visão global do
Direito, que não pode ser obtida
através do estudo isolado dos
diferentes ramos da árvore jurídica
Introdução ao Estudo
do Direito
Conceitos Gerais vs. Conceitos Específicos
Conceitos Gerais

Direito, fato jurídico, relação


jurídica, lei, justiça, segurança
jurídica, por serem aplicáveis a
todos os ramos do Direito, fazem
parte do objeto de estudo da
Introdução.
Conceitos Específicos

• Os conceitos específicos, como o de crime,


mar territorial, hipoteca, desapropriação,
aviso prévio, fogem à finalidade da
disciplina, porque são particulares de
determinados ramos, em cujas disciplinas
deverão ser estudados.
• A técnica jurídica, vista em seus aspectos
mais gerais, é também uma de suas
unidades de estudo.
A Importância da Introdução

Os primeiros contatos do estudante com


a Ciência do Direito se fazem através da
Introdução ao Estudo do Direito, que
funciona como um elo entre a cultura
geral, obtida no curso médio, e a
específica do Direito.
A Importância da Introdução

Além de descortinar os horizontes do Direito


pelo estudo dos conceitos jurídicos
fundamentais, a Introdução lança no espírito
dos estudantes, em época própria, os dados que
tornarão possível, no futuro, o
desenvolvimento do raciocínio jurídico a ser
aplicado nos campos específicos do
conhecimento jurídico.
Disciplinas Zetéticas
vs. Dogmáticas
Zetéticas

• São, por exemplo, as


investigações que têm como
objeto o direito no âmbito da
Sociologia, da Antropologia, da
Psicologia, da História, da
Filosofia, da Ciência Política
etc.
• Nenhuma dessas disciplinas é
especificamente jurídica.
Zetéticas

À medida, porém, que esse Por exemplo, numa pesquisa


espaço é aberto, elas sociológica (zetética empírica)
incorporam-se ao campo das sobre o direito penal, podemos
investigações jurídicas, sob o mostrar que, na sociedade atual,
nome de Sociologia do Direito, ele acaba sendo um direito
Filosofia do Direito, Psicologia classista, em que um grupo
Forense, História do Direito etc. julga e se protege de outro.
São disciplinas dogmáticas, no estudo do
Dogmática direito, a ciência do direito civil, comercial,
constitucional, processual, penal, tributário,
administrativo, internacional, econômico,
do trabalho etc.

Ao contrário das disciplinas zetéticas, cujas


questões são infinitas, as dogmáticas
tratam de questões finitas.
Dogmática

Um exemplo de premissa desse gênero, no direito contemporâneo, é o


princípio da legalidade, inscrito na Constituição, e que obriga o jurista a
pensar os problemas comportamentais com base na lei, conforme à lei,
para além da lei, mas nunca contra a lei.

Ela constitui uma espécie de limitação, dentro da qual eles podem


explorar as diferentes combinações para a determinação
operacional de comportamentos juridicamente possíveis.
Idade Média -
Direito como
dogma
religioso

Direito divino.
Teoria Jurídica na era
moderna

• A partir do Renascimento, o direito


irá perder progressivamente seu
caráter sagrado.

• Chamada era do Direito Racional.


Jusnaturalismo vs.
Juspositivismo
Juspositivismo vs.
Jusnaturalismo

Parte-se da constatação inicial de que,


grosso modo, duas grandes correntes de
pensamento acerca do direito se
destacam, tanto no percurso temporal
histórico, quanto até os dias de hoje: o
jusnaturalismo e o juspositivismo.
Jusnaturalistas
• Os jusnaturalistas sustentam a
existência de um direito natural, que
seria a base e o fundamento do poder
coercitivo do Estado, que, do
contrário, seria ilegítimo
• Tem-se também que, historicamente
falando, o jusnaturalismo antecede o
juspositivismo, visto que deita suas
raízes já no alvorecer da civilização
ocidental, em especial no da
civilização greco-romana, em
especial pela fundação de Roma, no
início do Século VIII a.C., por volta
dos anos 750 a.C.
Jusnaturalistas

Nessa senda, tem-se que, para o O jusnaturalismo é, pois, dualista. E é


jusnaturalista, existem duas diferentes essa, justamente, a ideia prevalecente
espécies de direito, a saber: o direito desde os primórdios da civilização
natural e o direito positivo. ocidental até a completa formação dos
Estados de Direito,
contemporaneamente instituídos.
Jusnaturalistas

Como se vê, o jusnaturalismo é uma


concepção do direito, segundo a
qual os seus fundamentos estão
além do ordenamento Estatal. Os
jusnaturalistas entendem m regra,
que esse fundamento é o próprio
ideal de Justiça, que seria satisfeito
sempre que o direito positivo
estivesse em conformidade com o
direito natural.
Pergunta
• Quais problemas podemos
identificar em uma perspectiva
jusnaturalista?
• E quais as vantagens?
Juspositivistas
• Já os juspositivistas entendem que o direito
positivo, elaborado pelo Estado e na
conformidade de seus procedimentos, é auto-
suficiente no tocante à legitimidade; sendo,
de fato, o único direito existente.
• O mesmo ocorre com o termo
juspositivismo, também aqui tomado em
sentido amplo, lato sensu, referindo-se às
doutrinas que em geral entendem o
ordenamento jurídico como algo que se
legitima a si próprio, por si só,
independentemente de um fundamento,
qualquer seja ele, que se posicione além do
direito positivo.
Juspositivistas
• Se existia algo antes, ao menos, não deve ser considerado
enquanto direito válido. O juspositivismo é, portanto,
monista.
• O juspositivismo (ou positivismo jurídico), por seu turno,
é uma concepção de direito, que se contrapõe totalmente
à teoria jusnaturalista, negando, inclusive, no mais das
vezes, a própria existência de sua pedra fundamental: o
direito natural. É que para o juspositivista, não existe
qualquer outro direito que não aquele posto pelo Estado:
o direito positivo.
Juspositivistas

• O direito é, portanto, uma questão de


escolha, decorre da vontade humana e da
devida positivação dessa escolha. Assim,
aquilo que estiver previsto no
ordenamento jurídico estatal é direito. O
que não estiver não é direito.
• Não existe qualquer fundamento
idealizado de justiça a que se deva
conformar o direito, pois será justo
exatamente aquilo que estiver
juridicamente ordenado.
Juspositivistas

Dentre as várias correntes positivistas, algumas tendem mais a um estrito legalismo,


sem qualquer observância de outros aspectos, enquanto outros destacam caracteres
historicistas (usos e costumes da sociedade), sociológicos (fatos da natureza social e
prevalência do método indutivo) ou psicologistas (interpretação dos juristas e/ou
filósofos).
Quais as vantagens e as
Pergunta: desvantagens de uma
abordagem juspositivista?
Atividade - Vídeo

(83) A defesa das uniões


homoafetivas perante o STF -
uma visão humanista da vida.
Parte 1 – YouTube
Atividade:
Destaque 3 aspectos jusnaturalistas e 3 juspositivista.

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