O documento discute os principais conceitos da sociologia jurídica, incluindo: 1) o direito é um fenômeno social que regula a sociedade; 2) o direito interage com várias instituições sociais e não pode ser analisado de forma isolada; 3) as decisões jurídicas produzem consequências sociais.
O documento discute os principais conceitos da sociologia jurídica, incluindo: 1) o direito é um fenômeno social que regula a sociedade; 2) o direito interage com várias instituições sociais e não pode ser analisado de forma isolada; 3) as decisões jurídicas produzem consequências sociais.
O documento discute os principais conceitos da sociologia jurídica, incluindo: 1) o direito é um fenômeno social que regula a sociedade; 2) o direito interage com várias instituições sociais e não pode ser analisado de forma isolada; 3) as decisões jurídicas produzem consequências sociais.
equivale a uma lei estatal, ele é produto da sociedade e ao mesmo tempo regula a sociedade, informando como ela deve ser estruturada. • Encarar o Direito sob esse prisma significa considerá-lo como algo não acabado que somente tem sentido num processo contínuo de construção/desconstrução. SOCIOLOGIA JURÍDICA
• O Direito interage de forma complexa com vários
aspectos e instituições sociais (idéias religiosas, relação de forças entre grupos sociais, valores e padrões sociais majoritários, desigualdades entre outros). É exatamente por isso que a análise do chamado mundo jurídico não pode alienar-se às considerações de outras ciências. A ciência jurídica, apesar de possuir especificidades, forçosamente dialoga com as demais ciências sociais. SOCIOLOGIA JURÍDICA
• As maneiras pelas quais o Direito é formulado,
percebido aplicado e representado produzem consequências sociais, econômicas e políticas as mais diversas. • Os chamados “operadores do Direito” pertencem, de forma e em posições distintas à sociedade e possuem, portanto, diferentes visões acerca da realidade. • Nesse sentido, trabalham com o Direito interpretando e fazendo certas leituras da realidade. SOCIOLOGIA JURÍDICA • A responsabilidade desses profissionais não se restringe a um exercício teórico abstrato de aplicação de normas. • O aparato de administração judicial- o Judiciário- que, em tese, distribui “justiça” e “soluciona conflitos” não se confunde, automaticamente, com a própria ação de justiça. Isso significa dizer que a solução de um conflito chamada de justa apenas porque foi a solução produzida por um tribunal, só pode ser assim qualificada segundo critérios formais ou procedimentais que não esgotam necessariamente, outros critérios existentes que podem pôr à prova a “justiça” daquela decisão específica. SOCIOLOGIA JURÍDICA • Para se alcançar uma justiça que seja aceitável, coerente e ampla, faz-se necessária uma percepção que contemple múltiplas dimensões do Direito. É preciso pois encarar o Direito como algo multidimensional, fruto de uma pluralidade de fatores que interagem. • Para se ter uma visão refinada do Direito, é preciso portanto, entender ao menos, os traços principais da sociedade e a correlação de forças existentes. SOCILOGIA JURÍDICA • No caso da sociedade brasileira precisa-se levar em conta que trata-se de uma sociedade • “relacional”. Isto porque existem identidades sociais precisas em teias de relações sociais nascidas da família, da vizinhança, do apadrinhamento, da amizade, do local de origem, da torcida de futebol... dependendo da posição que cada um possui nessas teias terá mais ou menos privilégios ou prejuízos decorrentes da aplicação da lei. SOCIOLOGIA JURÍDICA • A vida dos brasileiros é muito mais orientada pelos papéis que cada um ocupa e pelas suas características, do que pela identidade geral fabricada pelas leis. Isso leva a um choque entre a pretendida impessoalidade das leis e as características pessoais dos indivíduos. • Isto significa dizer que no Brasil, as posições que alguém possui e ocupa, talvez valham mais do que os direitos legais formais, que esse alguém possui SOCIOLOGIA JURÍDICA • Os portugueses aqui elaboravam leis que visavam unicamente a garantia dos seus interesses como metrópole a até hoje, há uma significativa dissociação entre o ordenamento jurídico oficial e a “justiça” informal praticada por parte da população. • Fica claro que o modelo de legalidade precisa incorporar certas fontes não estatais de regras, ou ao menos não fechar os olhos para elas. SOCIOLOGIA JURÍDICA • O modelo de legalidade estritamente formal, afastado da espontaneidade de uma obra em construção e, em muitos casos, longe das necessidades fundamentais das pessoas leva ao desenvolvimento de sentimentos contrários às instituições e às leis. • Parece importante, portanto, uma abordagem que provoque o reencontro do sistema legal com as realidades sociais, uma vez que estes não estão de fato separados. ESCOLAS JURÍDICAS • JUSNATURALISMO- o Jusnaturalismo juntamente com o juspositivismo constituem um dos principais paradigmas explicativos do Direito. • O Jusnaturalismo pode ser entendido tanto como uma doutrina relacionada às fontes de Direito quanto como uma ideologia relativa ao conteúdo do Direito. ESCOLAS JURÍDICAS • Como doutrina, ela pode ser monista ou dualista. Monista, quando afirma que existe um único direito que é o natural e dualista quando admite um direito positivo que está abaixo ou ao lado do direito natural, devendo está adequado a ele. • Com relação ao conteúdo, o Jusnaturalismo associa o direito a uma noção de “justo”. A ênfase das variadas tendências jusnaturalistas recai sobre o direito natural. ESCOLAS JURÍDICAS • O JUSNATURALISMO ACABA POR SER UMA EXPRESSÃO DA PREDOMINÂNCIA DO DIREITO NATURAL SOBRE O DIREITO POSTO. • Existem três grandes vertentes do direito natural, cada uma predominando em uma época,a primeira de caráter TEOLÓGICO (envolve a obediência à Divindade); • A segunda vertente, admite que o direito natural advém da NATUREZA DO COSMO; ESCOLAS JURÍDICAS • A terceira vertente está fundada na RAZÃO. O direito seria então uma demonstração racional de preceitos obteníveis através do exercício metódico da inteligência. • O direto natural é um modelo de direito que se crê universal, válido para todas as épocas e lugares. ESCOLAS JURÍDICAS • ESCOLA HISTÓRICA- surgida e difundida na Alemanha entre o fim do século XVIII e o início do XIX a escola não aceita o direito natural. • Para os que defendem essa perspectiva o direito antes de qualquer coisa, precisa analisar a realidade histórica de cada povo. As bases dessa corrente foram lançadas pelo jurista alemão Gustavo Hugo. O autor analisou o direito de Roma e o common law da Inglaterra, tendo concluído que os mesmos se formaram independentes dos legisladores. Concluiu o estudioso que, o direito como a linguagem, tende a se constituir naturalmente, impulsionado pelas necessidades dos povos. ESCOLAS JURÍDICAS • Segundo Bobbio, a ideia de Hugo é que o direito posto pelo Estado, não significa necessariamente, direito posto pelo legislador como sustenta o positivismo jurídico. • Outro importante defensor dessa escola foi Friedrich Carl von Savigny que propõe que a noção de direito esteja associada a elementos da história de uma sociedade e, ao mesmo tempo, aberta às leis da evolução dessa mesma sociedade. • Com isso combateu as pretensões de codificação ou a construção de uma ordem jurídica fundada em deduções racionais lógicas. • Os dois autores separam os conceitos de LEGISLAÇÃO E DIREITO. • O direito envolve tendências, faculdades particulares, consciência e costumes de um povo. Já a legislação pode não estar em consonância com o povo. • ESCOLAS JURÍDICAS • ESCOLA DA EXGESE- teve grande força, durante quase todo o século XIX, em todos os países que sofreram a influência da codificação francesa, inclusive o Brasil. Seus representantes foram Alexandre Duranton, Charles Aubrey entre outros. • O termo exgese foi emprestado das tradições religiosas de interpretação dos livros sagrados. Ela consiste na adoção de uma perspectiva textual ou formalista do direito, que prioriza o texto, a forma da lei, buscando uma melhor interpretação da lei. Seus adeptos negam a existência de lacunas no ordenamento jurídico. ESCOLAS JURÍDICAS • Na escola da Exgese o apego ao texto da lei é algumas vezes suavizado, na medida em que se pode modificar o “sentido literal da palavra”readaptando às exigências da vida social,em nome da vontade do legislador. • De um lado busca-se a fidelidade ao texto mas, também a fidelidade à vontade do legislador. ESCOLAS JURÍDICAS • POSITIVISMO JURÍDICO- Os chamados positivistas jurídicos são apresentados como defensores da noção do direito como conjunto de normas coerentemente ordenadas. As regras são afastadas das considerações morais. • Existem várias tendências nesta escola, por exemplo, John Austin, Has Kelsen e Hebert Hart são positivistas, mas guardam algumas diferenças nas suas postulações. ESCOLAS JURÍDICAS • Grzegorczyk acredita que o positivismo não é tanto uma corrente do direito, mas muito mais um componente de certas teorias do direito; componente cuja intensidade pode ser variável. Segundo Bobbio, o positivismo jurídico, é anterior ao positivismo filosófico. • Na visão de Comte, o positivismo é tudo aquilo que envolva o real versus a quimera imaginada; o preciso versus o vago; o útil versus o supérfluo; o relativo versus o absoluto; a pretensão de certeza em detrimento da indecisão. ESCOLAS JURÍDICAS • Acredita Comte, ser possível descrever objetivamente a realidade. • De modo geral, pode-se afirmar que os positivistas diferenciam a noção de direito da noção de ciência do direito, dando prioridade à última. A ênfase positivista está na realidade normativa ou nas normas consolidadas, percebidas como válidas ESCOLAS JURÍDICAS • ÉMILE DURKHEIM-(1858-1917) é considerado por muitos como o pai da sociologia jurídica. Sua maior preocupação foi com a coesão e integração social, ou seja nos modos pelos quais um conjunto de pessoas pode chegar a um consenso, vindo a construir uma sociedade. • Sua metodologia está perfeitamente consonante com os padrões científicos de racionalidade da sua época. É herdeiro de A.Comte em muitas de suas ideias. ESCOLAS JURÍDICAS • O cerne da sua tese passa pela relação entre o indivíduo e o grupo (formas de interação e sociabilidade) e pela importância da regulação da vida social por regras morais. Para o autor, a explicação dos fenômenos sociais deve ser buscada no meio social e não nos indivíduos. Para ele o indivíduo nasce da sociedade. A moral para ele envolve a noção de “consciência coletiva” que abarca e regulamenta, com maior ou menor in intensidade, a vida social. E.DURKHEIM • A vida social para o autor, é derivada da regulamentação da sociabilidade. Sendo assim, na medida em que exista uma maior regulamentação, existe uma melhor condição de vida social. • Nesse perspectiva a anomia, ou falta de regulação normativa, resulta na desintegração social. Dessa forma, o direito, a educação e todas as demais instituições, são fenômenos produzidos na e pela sociedade. E.DURKHEIM • O Direito é visto como: REPRESSIVO e RESTITUTIVO correspondentes às duas espécies de solidariedade a MECÂNICA E ORGÂNICA. • A solidariedade mecânica é própria das sociedades menos complexas já a solidariedade orgânica predomina nas sociedades mais complexas (industriais p. ex.). • Uma vez que o tipo de solidariedade varia segundo o grau de desenvolvimento da sociedade, a norma moral (coerção difusa) tende a tornar-se uma norma jurídica. • Isto significa dizer que as normas jurídicas são aqueles que possuem relevância moral e social. DURKHEIM • Em outras comunidade, onde prevalece a solidariedade orgânica as sanções restitutivas caracterizam o direito. • O autor buscou demonstrar uma “tendência irremediável” de substituição do direito repressivo (direito penal) pelo direito restitutivo (como o direito civil e comercial). 1858-1917-DURKHEIM • Segundo o autor, o direito consiste na representação visível da solidariedade social, sendo a expressão simbólica dos fatos sociais fundamentais. • O direito é definido então como as regras dotadas de sanções socialmente organizadas, em oposição à moral cujas sanções são majoritariamente, difusas. • Em uma coletividade na qual prevalece a solidariedade mecânica, o direito terá as sanções repressivas como um componente majoritário. KARL MARX -1818-1883 • Marx trabalha a abordagem materialista e dialética do direito. O autor buscou promover um diálogo entre teoria e prática. Criou uma filosofia prática( ou da praxis), visando uma transformação radical na organização da sociedade, em benefício prioritário dos mais desfavorecidos. Marx refuta os economistas clássicos defensores do liberalismo e do capitalismo criticando, duramente às suas propostas. K. MARX • Para Marx, o direito não pode ser entendido fora da sociedade que o criou e na qual ele interfere. • Em uma sociedade desigual, o direito também será desigual funcionando diferentemente, em função das posições sociais. • Nas suas análises, o autor privilegia o real em detrimento do ideal. Para ele as ideias que se tem das coisas, dependem do tipo de vida que se leva, ou seja, das condições concretas materiais em que se vive. Afirma Marx, que não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social lhe determina a consciência. K. MARX • Para Marx a base econômica (estrutura), determina a superestrutura onde estão o direito a ideologia a política etc. • No Brasil, as ideias de Marx tiveram forte influência no que se veio a chamar de “movimento de direito alternativo” MAX WEBER 1864-1920 • O direito moderno ocidental constituiu-se em um aspecto central na sua análise da dominação. Apesar de rejeitar a identificação da noção de direito como o direito estatal ele não considera o direito de associações voluntárias, como a causa determinante do direito estatal.Ele critica a noção de que o direito se equipara à convenção e ao costume adotado. MAX WEBER 1864-1920 • Weber trabalha a chamada sociologia compreensiva, (que busca compreender os sentidos e as intenções dos agentes nas ações sociais). É o foco na relação entre o sistema econômico e o sistema social mais amplo. • A posição de Weber pode ser resumida como repúdio explícito, a qualquer tentativa de explicação do direito como produto direto das forças econômicas. O direito é para ele uma esfera autônoma da realidade social. MAX WEBER • Entende o autor que o direito não está determinado por forças econômicas mas está relacionado a elas. A função do direito é concebida em alguns casos, como sendo um meio de garantir a atividade econômica. Sendo assim, o ato de comerciar conta com a probabilidade de que as partes vão cumprir com os seus compromissos e as instituições jurídicas vão garantir a transação. WEBER • Weber vislumbra o alcance em que a ordem jurídica encontra-se diretamente subserviente aos interesses econômicos privados. A ESCOLA NORTE AMERICANA • As idéias defendidas por Oliver Wendell Holmes Jr. e pelos adeptos da “jurisprudência sociológica” e do realismo jurídico norte americano, surgiram nos Estados Unidos no final do século XIX e início do século XX e possibilitaram um questionamento da prática decisória dos juízes e uma parcial negação da “doutrina oficial” do common law. Essas ideias engendraram uma crise no pensamento jurídico norte- americano. ESCOLA NORTE AMERICANA • Os autores que comungam com essa visão não chegam a formar uma escola, já que existem muitas divergências internas. • Fica latente no entanto a incorporação de certas doutrinas filosóficas e teorias das ciências sociais. Ele se insurgiram contra afirmações usuais de que o direito deveria ser visto de forma insulada, uma vez que configurava um “sistema autônomo”. ESCOLA AMERICANA • Holmes foi juiz da Corte Suprema norte- americana, por três décadas (1902-1932), e foi um dos primeiros juristas norte-americanos a colocar em xeque os paradigmas de objetividade e “pureza” no processo de aplicação do direito pelos juízes. Ele realça o papel ativo e preponderante exercido pela subjetividade do julgador, mesmo que de forma inconsciente. ESCOLA AMERICANA • Afirma Holmes que o direito é um fenômeno social e não uma mera produção teórico- intelectual, não podendo ser visto como produção máxima da racionalidade de uma época. Afirmava o pensador que a vida do direito não foi a lógica; mas a experiência. • A defesa dogmática do laissez-faire econômica foi combatida por Holmes. JURISPRUDÊNCIA SOCIOLÓGICA • Benjamim Cardozo(1870-1938) e Roscoe Pound – (1870-1964) são os representantes dessa tendência . Cardozo foi o substituto de Holmes na Corte Suprema norte-americana e Pound foi importante jurista e decano da Law School de Harvard. • A carreira de Cardozo na Corte Suprema, ocorreu em paralelo com as inovações advindas com o New Deal. Nos seus pareceres o mesmo apoiou as políticas de proteção social. JURISPRUDÊNCIA SOCIOLÓGICA • POUND ressalta os interesses sociais, já não mais priorizando os interesses individuais como no século XIX. O direito é visto como um motor de transformação social, entendendo-se , daí, uma das razões da jurisprudência sociológica ser considerada como uma “escola funcionalista” do direito. • Resumindo, a escola jurisprudencial preocupava-se menos com a descrição das normas oficiais e dos precedentes ( ao contrário das perspectivas normativistas e formalistas) e mais com fornecer aos julgadores novas formas ampliadas de trabalhar com essas mesmas normas. MOVIMENTO REALISTA NORTE-AMERICANO
• Não constitui uma escola coesa, mas um
movimento surgido a partir de 1920 e contou com Karl N.Llewellyn (1893-1962) e Jerome Frank (1889- 1957). O direito é encarado numa perspectiva militante. Tal como a jurisprudência sociológica, o REALISMO é fundamentalmente antiformalista . Os adeptos desse movimento tinham por principal objetivo desmistificar o processo de aplicação do direito positivo pelos juizes. MOVIMENTO REALISTA NORTE-AMERICANO
• Os realistas fazem naufragar a doutrina de que o juiz
deve limitar-se a aplicar as regras preexistentes (os precedentes ou estatutos) demonstrando que ela é impossível na prática. • Ele se debruçaram sobre os motivos reais que orientavam os comportamentos pessoais, tendo em vista decisões judiciais. Entendem que o recurso declarado às regras oficiais, quando da justificativa da sentença, encobre uma “racionalização”das decisões tomadas intuitivamente. MOVIMENTO REALISTA NORTE-AMERICANO
• Alguns realistas chegam a manifestar um ceticismo
com relação a “razão humana” como organizadora da sociedade e definidora de uma noção de justiça. • O intuito desse movimento era uma radical revisão do método de decisão judicial adotado na tradição clássica. • Chegou-se a idéia de que no direito, a atenção deve estar dirigida aos fatos e não mais tanto às doutrinas.