Você está na página 1de 58

CURSO DE SÓCIO ANTROPOLOGIA

• A palavra sociologia foi criada pelo filósofo francês


Augusto Comte em 1839, substituindo física social,
também criada por ele em 1828.
• A palavra vem do latim “socius” e do grego “logos”.
Ciência da sociedade ou de humanidade, seria a
tradução que mais se aproximaria da idéia do autor.
• A sociologia pode ser definida portanto, como a
ciência que estuda a sociedade humana em suas
várias formas.
SOCIO ANTROPOLOGIA
• Por tratar-se de uma ciência, cujo objeto parece
demasiadamente amplo, a sociologia é vista como
uma ciência enciclopédica.
• De fato, compreender de um modo
suficientemente claro uma sociedade requer um
esforço praticamente enciclopédico.Alguns autores
propõem conciliar a perspectiva enciclopédica
com a especialização, propondo à sociologia o
papel de coordenadora das ciências sociais.
SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Assim, caberia à antropologia estudar as culturas e a
Ciência Política estudar os fenômenos políticos sem
deixar de existir um intenso intercâmbio entre essas
ciências.
• O objeto da sociologia seria então a sociedade humana
enquanto conjunto de grupos sociais, compostos de
pessoas unidas por laços de interdependência e
sociabilidade, cujo comportamento predominante é
regulado por uma estrutura social dinâmica, resultante
das ações dos vários agrupamentos que a constituem,
especialmente dos mais poderosos ou influentes.
SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Alguns autores preferiram definir a sociologia com
objetos mais restritos do que o proposto por Comte, em
função das metodologias por eles julgadas de maior
validade.
• Exemplo disto são as definições: estudo científico dos
fatos sociais de Émile Durkheim; da ação social na
perspectiva de Max Weber mas nenhuma abrange a
totalidade das questões estudadas pela sociologia, no
entanto é possível retirar daí algumas das noções básicas
que ajudarão a compreender a sociedade humana.
SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Tais noções podem ser resumidas em dois grupos;
• 1. ação social, comportamento social, interação social,
grupos sociais;
• 2. fatos sociais, estrutura social, organização social
instituições sociais.
• O primeiro grupo explica o social através das relações
entre os homens. O segundo procura deter-se nos
produtos dessas relações. Percy S.Cohen observa que
não podemos estudar o social se não considerarmos
tanto a interação social quanto a estrutura social.
SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Os três grandes clássicos das sociologia foram
o alemão Max Weber, o também alemão Karl
Marx e o francês Émile Durkheim.
• K.Marx é o mais célebre de todos e produziu a
sua obra mais ou menos na mesma época de
Comte. Adotou a lógica dialética de Hegel que
por sua vez estava baseada nas idéias do
filósofo grego Heráclito.
Sócio antropologia
• Apesar de inspirar-se em Hegel que era idealista, Marx
criou o chamado materialismo dialético ou materialismo
histórico considerando o socialismo introduzido por ele
com a ajuda de Friedrich Engels, como socialismo científico.
• Max Weber, influenciado pela fenomenologia de Edmund
Husserl e William Dilthey, elaborou um sistema ao qual se
tem chamado de abordagem compreensiva, sociologia
compreensiva, teoria da ação social ou possibilismo
histórico. Suas idéias estão aparentadas , no campo de
estudo da mente humana, com a chamada psicologia
humanista.
SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Weber superou o determinismo do século XIX, no
qual o homem seria movido por forças totalmente
externas à sua vontade, tal como aparece até na
literatura, através da escola naturalista, e concebeu
a pessoa humana como um ser capaz de agir e que
não é passivo frente às forças da natureza. Por isso,
o ponto de partida de toda a sua análise
sociológica consistiu no esforço de compreender o
modo pelo qual o ator social agiu e para que fins o
fez.
SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Émille Durkheim destacou-se como o autor
que deu à sociologia um método próprio,
distinguindo-a de todas as outras ciências.
Baseou-se, para isso, na idéia de que os fatos
sociais têm uma realidade específica, diferente
de qualquer outro tipo de fato. Por isso sua
teoria foi chamada de realismo sociológico (ou
sociologismo, pelo exagero de isolar a
sociologia de todas as demais ciências).
SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Durkheim foi considerado neopositivista, porque
procurou dar à sociologia um método científico,
separando-a radicalmente da filosofia. O modelo foi
no entanto diferente do modelo de Comte porque
baseava-se na biologia e não na física. Não mais se
preocupava com leis universalmente válidas e
equações matemáticas, mas com tipos de sociedades,
para as quais existiriam diferentes princípios assim
como ocorre com as diferentes espécies na biologia.

SÓCIO ANTROPOLOGIA
• Durkheim foi o primeiro a utilizar-se da
estatística (mais relativista do que as equações
matemáticas), ao enfatizar a pesquisa objetiva
e neutra (segundo sua proposta) dos fatos
sociais.
OS PRECURSORES

• Nas mais antigas civilizações, todo o


conhecimento mais complexo e profundo
mantinha-se acumulado secretamente pela casta
sacerdotal, que exercia ou assessorava o exercício
do poder. Tais saberes eram comandados pela
religiosidade e estavam a serviço da ideologia e da
influência política. Os sacerdotes utilizavam-nos
para impressionar o povo, de modo que esse os
visse como dotados de poderes sobrenaturais.
PRECURSORES

• Durante muitos séculos, todas as teorias sobre a sociedade


humana eram de origem, filosófica.
• A primeira escola foi a Academia , de Platão e a segunda foi o
Liceu, inaugurado por Aristóteles.
• Foram esses dois filósofos os primeiros autores a escreverem
sobre a sociedade humana. Platão escreveu A República e
Aristóteles A Política.
• Enquanto os sofistas postulavam que a única realidade existente
eram os seres individuais, os três grandes clássicos (Sócrates,
Platão e Aristóteles) entendiam que os seres genéricos como a
humanidade, existiam efetivamente, como essência dos seres
individuais.
OS PRECURSORES

• Para Platão, tais essências situavam-se no


“mundo das idéias” onde existiria a essência
perfeita, de cada um dos seres existentes em
nosso mundo. Platão foi o primeiro dos utopistas.
• Como o raciocínio utópico tem sido questionado
pelos sociólogos, em sua tentativa de formular
uma ciência, especialmente desde Marx e
Durkheim, a influência de Platão tem sido
pequena na sociologia
OS PRECURSORES
• Aristóteles, diferentemente do seu mestre postulou
que a essência dos seres estaria contida no interior
de cada um deles. Seria a forma permanente e
comum a todos de um mesmo gênero, variando
apenas na sua expressão material em cada
indivíduo.
• Desse modo, Aristóteles propôs , como método,
observar empiricamente os seres para depois,
através da razão, formular o seu conceito. Daí ser
considerado o precursor da metodologia científica.
OS PRECURSORES
• A Idade Média européia, totalmente impregnada
pelo notável domínio da Igreja católica reforçou
o teocentrismo como inflexível controlador de
qualquer variedade cultural. Quase todas as
idéias originais eram consideradas heresias e seu
autores terminavam na fogueira.
• Os doutores da igreja limitaram-se a
reinterpretar os filósofos Santo Agostinho a
Platão e São Tomás de Aquino a Aristóteles.
OS PRECURSORES
• Foi somente com a Reforma, já na idade
moderna, que surgiu a proposição da livre
interpretação da Bíblia e, mais ainda, com o
Renascimento, enfatizando o valor intrínseco
do indivíduo que a humanidade começou a
reagir ao domínio obscurantista da Igreja. Para
lograr tal êxito, muitos foram sacrificados e
queimados vivos.
O SURGIMENTO
• A mentalidade cientificista do século XIX levou
Augusto Comte a pretender criar uma nova
ciência para estudar a humanidade. Chamou-a
de física social em 1828. No ano seguinte o
belga Quetelet usou a mesma palavra para
nomear outra ciência ou método, a estatística.
Comte procurou um novo nome para a sua
ciência e inventou a sociologia em 1839.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• A revolução industrial, além do progresso trouxe
gravíssimos problemas sociais. Surgiram vários
movimentos sociais: ludistas (operários que quebravam
máquinas, julgando-as responsáveis por sua opressão;
anarquistas, sindicalistas, trabalhistas e , finalmente,
socialistas. Os primeiros socialistas foram chamados por
Marx de utópicos porque, apesar de criticarem o
capitalismo e promoverem vários modelos de socialismo
comunitário, não indicavam caminhos de saída para o
problema da exploração do homem pelo homem.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• Apesar de criticar a sociologia que chamavam de
burguesa, o marxismo é uma das escolas muito
influentes da sociologia contemporânea.
• A sociologia já nasceu dividida em duas grandes
tendências , até hoje presentes, uma sociologia
conservadora (a de Comte) e a revolucionária (de
Marx).
• No primeiro estágio dos sistemas sociológicos- como
os de Comte, Marx e Spencer (evolucionismo social) a
sociologia ainda estava muito próxima da filosofia.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• Durkheim criou a escola francesa com base em
um isolamento da sociologia em relação às
demais ciências.
• O terceiro estágio foi inaugurado pela obra de
Weber que consolidou a percepção de um nítido
corte epistemológico entre ciências naturais e
humanas, com sérias implicações e problemas
metodológicos. Instalou-se um claro debate entre
os determinismos, possibilismos e relativismos.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• Atualmente parece que a sociologia não tem saída
fora do possibilismo histórico pois sabemos da nossa
incapacidade de prever o futuro das formações sociais
humanas.
• O quarto degrau indica o confronto metodológico
introduzido pela sociologia norte americana bastante
pragmática vendo na pesquisa a saída para tudo,
mas o tempo foi revelando que muitos problemas não
podiam ser resolvidos exclusivamente pela estatística
demandando profundas reflexões e debates teóricos.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• Atualmente buscamos a convergência entre teoria e
pesquisa.
• Em torno dos anos sessenta Ralph Dahrendorf cria as
categorias; Teoria do conflito (também chamada de
sociologia crítica) e teoria da integração (Sociologia
da cooperação).
• Os principais autores da teoria da integração são
funcionalistas, destacando-se Radcliffe-Brown,
Talcott Parsons, Robert K. Merton e Paul Lazarsfeld,
ou sistêmicos, como Huntington e Gino Germani.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• Na teoria do conflito destacaram-se vários
brasileiros como Florestan Fernandes, Fernando
Henrique Cardoso e Octavio Ianni; nos Estados
Unidos Wright Mills foi o grande expoente.
• A sociologia atual ou “pós moderna” é chamada
de “hermenêutica” porque é essencialmente
crítica e pluralista no sentido de interpretativa e
não militante, (como era nos anos sessenta).
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• Hoje, nos meios acadêmicas, procura-se
analisar criticamente todas as várias
contribuições importantes para o
entendimento de nossa complexa vida social.
• Nas sociedade mais simples como os bandos e
as sociedades tribais, não havia desigualdade
de classe, estratos ou camadas sociais. Por isso,
todos compartilhavam uma mesma cultura, são
as chamadas sociedades monoculturais.
Teorias sociológicas
• Nessas sociedades simples, as práticas sociais eram,
basicamente, resultantes da experiência e da tradição, e
as explicações sobre os fatos sociais eram de natureza
mítica e/ou sagrada.
• Com o avanço da civilização surgiram as desigualdades
sociais, gerando vários tipos de estratos sociais, tais como
castas, estamentos e classes. Isso provocou o surgimento
de formas culturais diferenciadas. Os mais poderosos
passaram a criar e usufruir saberes e artefatos distintos
dos usufruídos pelos pobres. Mas a cultura popular não
desapareceu.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• Como os estratos dominantes dominam também
os meios de difusão da cultura, é comum o
fenômeno da alienação nas demais camadas
sociais, traduzindo-se na incorporação de formas
de pensamento contrárias aos interesses do seu
próprio estrato.
• Por isso Marx entendeu que somente com a
tomada de consciência por parte dos dominados,
seria possível ultrapassar as ideologias alienantes.
TEORIAS SOCIOLÓGICAS
• O que distingue as classes dominantes é a
propriedade dos meios de produção. As demais
classes dependem do trabalho para sobreviver.
• FATO SOCIAL- é o conceito básico da sociologia,
conforme o positivismo e, principalmente,
segundo o neopositivismo de Durkheim.
Enquanto Comte tratava-o como um conceito
Durkheim tratou-o como uma realidade objetiva.
Fato social
• Em 1895, Durkheim afirmou que o fato social
era exterior e anterior ao indivíduo, exercendo
sobre ele uma coação irresistível. Poderíamos
até desejar agir de forma diferente ao
prescrito pela sociedade, mas essa nos
pressionaria de tal maneira que acabaríamos
desistindo do projeto ou seríamos
marginalizados da vida social.
Fato social
• Os inovadores só são aceitos quando sua obra passa a
ser concebida como mais um fato social.
• Os fatos sociais possuem pois GENERALIDADE, o que
significa que são comuns a todos os membros de um
grupo social;
• COERCITIVIDADE- existem grandes pressões que
tornam obrigatório aos indivíduos obedecerem aos
seus ditames e EXTERIORIDADE, o que significa que
existem independentemente da vontade dos
indvíduos.
FATO SOCIAL
• Daí que são marcados ainda pela ANTERIORIDADE-
ou seja, quando viemos ao mundo a sociedade se
impôs a nós;
• POSTERIORIDADE – após a nossa morte a sociedade
continua sua existência, sem ser afetada pelo nosso
desaparecimento, a não ser que façamos parte da
trama de um fato social relevante.
• SUPERIORIDADE- os fatos sociais são superiores ao
poder de um indivíduo.
FATO SOCIAL
• Além disso, existem duas consequências
fundamentais para o método da sociologia:
• ESPECIFICIDADE, o que significa dizer que os
fatos sociais seguem uma lógica própria diferente
da lógica de qualquer outro tipo de fato
(psíquico, biológico ou geográfico por exemplo);
• OBJETIVIDADE, os fatos sociais devem ser vistos
como “coisas” ou seja, fenômenos exteriores à
nossa consciência.
FATO SOCIAL
• Durkheim define o fato social como “È fato social toda
maneira de agir , fixa ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção exterior (...) e mais
ainda: “que é geral na extensão de uma sociedade dada
apresentando uma existência própria, independente
das manifestações individuais que possa ter”.
• A partir de tais postulados o autor propôs uma
sociologia radicalmente baseada na observação, para a
qual o sociólogo deve procurar libertar-se de qualquer
idéia preexistente sobre o objeto a ser observado.
FATO SOCIAL
• Desejava libertar a sociologia de qualquer
subjetividade e de conotações psicológicas.
• Outro argumento usado para constatar a lógica
própria dos fatos sociais foi que “ o todo é mais
importante que a soma das partes” o que
significa dizer que os homens relacionando-se
produzem uma realidade nova e superior a
eles, a qual é o objeto da sociologia,
independentemente de quem a gerou.
FATO SOCIAL
• Durkheim rejeitou as consciências individuais como tema da
sua proposta sociológica, mas considerou existente uma
consciência coletiva que seria a base para a ocorrência da
padronização dos fatos sociais.
• O autor parece dar uma importância fundamental à sociedade
isentando o indivíduo de qualquer responsabilidade. O
conceito posterior introduzido por MAUSS, de fato social total,
afastou as explicações baseadas num fator único como
também acrescentou a noção de estrutura social.Essa é uma
realidade nova que emerge dos indivíduos, grupos e fatos
sociais específicos que a constituem.
AÇÃO SOCIAL
• As três grandes tendências clássicas da
sociologia apresentaram diferentes
concepções quanto à ação social: Para o
positivismo, o neopositivismo e suas
derivações , como o evolucionismo social e o
funcionalismo, ação social confunde-se com
comportamento social, ou seja, movimentos
observáveis objetivamente.
AÇÃO SOCIAL
• Durkheim considerava a ação social como um tipo de
fato social, decorrendo daí uma versão conformista.
• A segunda corrente constituída da fenomenologia e
do existencialismo, separou radicalmente o
comportamento, externamente observável, da ação,
derivada do interior do agente, orientada por uma
intencionalidade e dotada, por isso, de significado. A
subjetividade dos agentes, a ser interpretada pela
empatia, passou a ter importante papel na teoria.
AÇÃO SOCIAL
• Para Max Weber a sociologia seria a ciência da
ação social. Tal conceito passou a ser muito
importante na análise sociológica.
• Conforme Weber o estágio inicial da análise
sociológica deveria ser o esforço para tentar
compreender a ação ou ações dos atores
envolvidos. Seria fundamental entender para
que fins agiram e como agiram.
AÇÃO SOCIAL
• Num segundo estágio , o sociólogo poderia buscar a
explicação analítica das condições objetivas onde os
homens estabeleceram os seus propósitos e modo
de agir, usando para isso métodos semelhantes ao
das ciências naturais.
• Para compreensão dos modos de agir, Weber
estabeleceu quatro tipos ideais de ação. Ideais
porque expressam modelos teóricos puros. As ações
concretas costumam combinar mais de um modelo.
AÇÃO SOCIAL
• A tipologia dos modos de ação distingue:
• Ações racionais com dois sub-tipos:
• 1.Racionais quanto aos fins quando baseiam-se em
antecipações de consequências e ações alheias de modo
a garantir a maior eficácia possível dos reaultados;
• 2.Racionais quanto a valores –baseadas em crenças
conscientes, sem considerar os resultados que possam
atingir.
• 3.Ações tradicionais –determinadas por hábitos ou
costumes, sem exame crítico de sua validade.
AÇÃO SOCIAL
• 4. Ações afetivas- baseadas num estado emocional atual.
• Se os grupos sociais são polarizados pelas ações afetivas
e tradicionais, eles constituem uma
comunidade(equivalente aos conceitos atuais de grupo
espontâneo e primário) como uma família, fazenda ou
aldeia;
• se prevalecem as ações racionais temos uma sociedade
(correspondente aos conceitos atuais de associação
voluntária e grupo secundário) como uma empresa ou
organização burocrática.
AÇÃO SOCIAL
• É também uma derivação da tipologia dos modos
de ação social a análise das formas de legitimidade,
ou seja, os motivos pelos quais os indivíduos
obedecem à autoridade, conceito central na análise
política de Weber.
• A autoridade ou liderança carismática decorre do
afeto dos subordinados. A autoridade tradicional, da
ação de mesmo tipo. A autoridade legal racional,
típica da burocracia , resulta da racionalidade dos
subordinados.
AÇÃO SOCIAL
• A corrente marxista do pensamento
sociológico associou ação social ao conceito de
práxis. A práxis relaciona-se ao modo de
produção e expressa-se pelo trabalho.
• A noção de trabalho , para os marxistas, vai
além da simples ocupação profissional e
expressa a atividade através da qual o homem
transforma a natureza, definindo-se, por isso,
como ser humano.
AÇÃO SOCIAL
• Na medida em que o modo de produção
implique na desigualdade de classes e nos
conflitos daí decorrentes, a práxis também se
associa à ação política, capaz de transformar
não somente a natureza, como também a
sociedade.
INTERAÇÃO SOCIAL
• As pessoas agem normalmente uma em função das
outras, realizando o que Weber chamou de ações sociais.
• A sucessão de ações mutuamente relacionadas entre
dois ou mais agentes sociais chama-se interação social.
São raros os casos de influência mútuas idênticas, já que
em geral, uma das partes pode estar influenciando mais
a outra. Existem também as interações não recíprocas,
como as ocorridas entre uma pessoa e a mídia indireta,
baseada num suporte físico , tal como o livro, o rádio e a
televisão.
INTERAÇÃO SOCIAL
• Os agentes da interação podem ser pessoas ou grupos.
Daí decorre três tipos de interação social; pessoa/pessoa,
pessoa/grupo, e grupo/grupo.
• As sociedades se constituem porque os grupos mantêm
interação. E esses se formam porque os indivíduos
interagem.
• A interação social observada em determinado momento é
chamada de processo social. Observada no decorrer do
tempo , sublinhando os processos mais comuns ou o
aspecto da vida em sociedade onde ocorrem, é nomeada
relação social.
PROCESSOS SOCIAIS
• Os processos podem ser associativos (cooperação e
troca) ou dissociativos (oposição e afastamento).
• Os principais processos de oposição são a competição e o
conflito.
• Durkheim fala de solidariedade mecânica que seria a
forma de ajustamento entre pessoas muito semelhantes,
como índios de uma mesma tribo. No entanto, numa
sociedade onde as pessoas são diferentes prevalece a
solidariedade orgânica, que permite o ajustamento a
outras pessoas ou grupos apenas em determinadas áreas.
FUNÇÃO, SISTEMA E ESTRUTURA SOCIAL

• Existem autores cuja visão orienta-se mais


para a impermanência e a historicidade do
que para a permanência.
• O mais comum é a percepção dialética do
embate entre a mudança e a permanência. Tal
perspectiva, geralmente concebe a resistência
a mudanças através de outros critérios, como ,
por exemplo, a noção de reprodução.
FUNÇÃO, SISTEMA E ESTRUTURA SOCIAL

• Para compreendermos o conceito, a partir de


uma sociedade permanentemente em
movimento , devemos distinguir as ações
reprodutoras, orientadas para a repetição e
para manter o sistema imutável, das ações
transformadoras. Um sistema é um conjunto
integrado, interrelacionado e estável de
elementos , compreendidos por sua vez como
subsistemas.
FUNÇÃO SISTEMAS E ESTRUTURA SOCIAL

• No funcionalismo clássico extremado não são


previstas mudanças no sistema. Esse
permanece ou se desintegra. Existem, no
entanto, os moderados, que admitem a
existência de elementos disfuncionais. Na
teoria dos sistemas admite-se a influência de
novos elementos e sua incorporação
dinâmica é útil, inclusive, para manter o
sistema.
FUNÇÃO, SISTEMAS E ESTRUTURA SOCIAL

• Não são admissíveis para a teoria dos sistemas,


mudanças bruscas e desintegradoras; por isso, essa
teoria se preocupou em desenvolver técnicas de
administração de conflitos. O ESTRUTURALISMO,
como escola inaugurada por Ferdinand de Saussure
e Claude Lévi Strauss, traz uma nova concepção de
causalidade, em que todos os componentes de uma
dada realidade estão interrelacionados. Ao alterar-
se um único elemento de uma estrutura, todos os
demais são afetados.
FUNÇÃO, SISTEMAS E ESTRUTURA SOCIAL

• A escola FUNCIONALISTA da sociologia vê a


sociedade como um organismo, onde cada
órgão tem a sua função. A partir dessa
abordagem, torna-se impossível lidar com as
constantes mudanças sociais. Os sociólogos
que abraçam outras tendências que não a
funcionalista ou a sistêmica discordam ser
esta a natureza dos fatos sociais.
INTERAÇÃO VERSUS ESTRUTURA
• Os homens fazem a história ou a história faz os homens?
• As ações de uma infinidade de homens produzem a
realidade social ou as sociedades impõem seus ditames
aos indivíduos?
• Essa realidade é distinta para o humilde operário e para
o grande empresário.
• Uma ação, para transformar-se em mudança social, tem
de expandir-se pela interação social e fundamentar-se
em poder e/ou influência bastante significativa.
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
• Não há convergência, entre os sociólogos, para a
definição das instituições, no entanto há um
elemento que parece ser aceito por todos que é o
fato de tratar-se de padrões de conduta social que
resistem à mudança. Há alguns, no entanto, que
consideram como uma forma especial de normas
de comportamento , com caráter duradouro,
consagradas pela sociedade e base para a sua
regularidade, estabilidade e previsibilidade.
Instituições sociais
• Selznick estabeleceu uma interessante distinção
entre organização social e instituição. Enquanto o
valor da organização está vinculado à capacidade
de atingir os objetivos a que se propõe as
instituições tem valor em si mesmas. As
organizações são avaliadas segundo critérios
objetivos enquanto que as instituições por critérios
subjetivos ou psicológicos. Daí que as instituições
podem ser um entrave para as mudanças sociais.
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
• Emilio Willems classificou as instituições em
primárias ou regulativas. Como exemplo desse tipo
de instituições temos a família.
• Temos ainda as instituições operativas, que podemos
dar como exemplo uma associação de servidores.
• As necessidades humanas são mais amplas do que as
instituições criadas para atendê-las. Um dos modos
de classificar as instituições diz respeito ao setor da
vida social em que elas atuam.
INSTITUIÇÕES SOCIAIS
• Temos as instituições domésticas como a família o
parentesco e o casamento. As instituições
econômicas fundamentais são o trabalho a moeda
e a propriedade. Culturalmente temos as
bibliotecas arquivos e museus além das
educacionais como as escolas e as instituições
religiosas. Existem ainda as instituições de controle
social que são as leis a polícia e a justiça. As
instituições políticas são o governo, o Estado etc.

Você também pode gostar