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TUTELA PROVISORIA

1.1 URGENCIA A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo. A
tutela provisória de urgência pauta-se na necessidade da prestação da tutela jurisdicional
evitar um prejuízo à parte. A ‘tutela de urgência’ pode ser concedida liminarmente, isto é,
no início do processo e sem a oitiva prévia da parte contrária, ou após justificação prévia. A
justificação prévia, cabe anotar, é alternativa àqueles casos em que os pressupostos para a
concessão da tutela de urgência não são passíveis de demonstração com a própria petição
inicial (prova documental, ata notarial ou estatuto técnico), sendo o caso, por exemplo, de ouvir
testemunhas ou o próprio requerente da medida, o que merece ser justificado na própria
petição em que é formulado o pedido. A tutela provisória de urgência é dividida em antecipada
e cautelar, o requerimento de uma não prejudica na conversão para a outra.

1.1.1 ANTECIPADA A tutela provisória de urgência antecipada nada mais é do que a


antecipação do provimento jurisdicional fim, ou seja, da decisão do juízo acerca do caso
posto em testilha. Não é algo exauriente e, necessariamente, precisará de todo tramite
processual para sua conversão em tutela definitiva. A tutela provisória de urgência
antecipada deve ser encarada como se o magistrado tivesse o encargo, diante dos
elementos contidos no art. 300 do Novo CPC de julgar o processo naquele estado liminar
em que se encontra. Pode ser concedido tanto liminarmente, quanto incidentalmente,
ficando a critério do magistrado aplicar no momento em que restar preenchidos os requisitos
autorizadores. Pode ser revogada ou modificada.

1.1.1.1 ANTECEDENTE Considera-se antecedente toda medida urgente pleiteada antes


da dedução em juízo do pedido principal, seja ela cautelar ou satisfativa. A tutela
provisória concedida em caráter antecedente significa a possibilidade de antes da
propositura do processo judicial, diante de uma urgência contemporânea, requerer
o futuro provimento jurisdicional fim de um futuro processo, ou de uma medida
assecuratória. Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da
ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação
do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Ex.: Um aluno de terceirão
passou no vestibular e a data da matrícula no curso superior é antecedente à data de
conclusão do ensino médio, certamente haverá indeferimento por parte da instituição de
ensino em que faz o ensino médio em emitir o diploma antes do término do ano letivo,
bem como haverá o indeferimento por parte da universidade em reservar a referida vaga
ao aluno. Existem três requisitos para a concessão da tutela provisória de urgência
antecedente, (I) Urgência contemporânea à propositura da ação; (II) Exposição do direito
que se busca realizar; (III) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Após a
concessão da tutela antecedente, o juiz concederá prazo para que a peça seja aditada
visando melhorar aquela exordial, seja com melhoria na argumentação, seja carreando
outros documentos, sobretudo porque o processo judicial começará a tramitar com a
presença de contraditório. Caso não haja aditamento, o processo será extinto

1.1.1.2 INCIDENTAL – tudo de tutela de urgência, antecipada só que acontece no


decorrer do processo

1.1.2 CAUTELAR não se antecipada um provimento jurisdicional, mas sim assegura um


direito de uma parte. Tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para assegurar um direito. As medidas
cautelares podem ser encaradas tanto como forma de (I) assegurar bens, destina-se a
resguardar futura execução forçada e, ainda, a apenas manter um estado de uma coisa.

(II) assegurar pessoas está pautada justamente em questões relativas à guarda de pessoas
menores, sobretudo visando satisfazer as as necessidades dos menores.

ou (III) assegurar provas. ser utilizada em um futuro processo judicial. Para exemplificar a
finalidade dessa medida, imagine que um senhor, de seus noventa e oito anos está em seu
leito de morte e servirá como testemunha de um processo ainda a ser ajuizado. Ora, existe
uma incerteza se aquele senhor conseguirá depor em juízo sobre aquele fato, para tanto
propõe-se uma cautelar inominada de produção de provas para que antes de todo a tramite
processual, esse possa depor.

1.1.2.1 ANTECEDENTE A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar
em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do
direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo. Os três requisitos da petição inicial para a concessão de tutela provisória
cautelar são (I) Lide e seu fundamento; (II) Exposição sumária do direito que se objetiva
assegurar; (III) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Apenas ratificando
o que aqui fora falado anteriormente, a tutela cautelar visa assegurar um direito (bens,
pessoa ou provas), no caso do caráter antecedente, assegurar um futuro direito (ex:
medida cautelar de arresto para assegurar futura execução forçada). Diferentemente da
tutela provisória de urgência antecipada em caráter antecedente, aqui não existe
estabilização, muito pelo contrário, o art. 309 disciplina as causas que ensejam na
cessação da eficação da tutela concedida. Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida
em caráter antecedente, se: I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; II -
não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias; III - o juiz julgar improcedente o pedido
principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito. Art. 309.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à
parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

1.1.2.2 INCIDENTAL - tudo de tutela de urgência, cautelar só que acontece no decorrer


do processo

1.2 EVIDENCIA A tutela da evidência não se funda no fato da situação geradora do perigo de
dano, mas no fato de a pretensão da tutela imediata se apoiar em comprovação
suficiente do direito material da parte. Isso significa dizer que, enquanto na tutela provisória
fundada na urgência, a necessidade de demonstração de perigo de dano ou risco ao resultado
útil do processo é requisito indispensável, aqui, na tutela provisória fundada na evidência,
apenas a demonstração do fumus boni juris, juntamente com um dos incisos do art. 311, o que
nada mais são do que requisitos alternativos, autoriza a concessão de tal medida.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo


de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I - ficar caracterizado o abuso do
direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; O requisito alternativo
constante nesse inciso é o dolo da parte, de modo que demonstrado o fumus boni juris e
cumulando os dois requisitos, é possível a concessão pautando-se no referido inciso.
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese
firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; para a concessão da
referida tutela é necessário que as alegações feitas sejam comprovadas via documento, em
outras palavras fumus boni juris, cumulando com a existência de tese firmada em julgamento
de casos repetitivos ou em sumula vinculante.

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de


depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa; No Código de Processo Civil de 1973 existia um procedimento especial,
medida liminar, que visava o depósito de um bem móvel, com a vigência do novo código a
referida medida foi incorporada no procedimento comum, de modo que a principal função do
inciso III do art. 311 é suprir essa mudança.

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Destina-se
exclusivamente em favor do requerente da demanda. Em suma, quando a exordial carrear
documentação suficiente dos fatos constitutivos do direito do requerente, não tendo o
requerido causado dúvida razoável acerca do fumus boni juris do requerente, será
concedida a tutela fundada na evidência.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

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