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TUTELA DA EVIDÊNCIA

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco
ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de
casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em
que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

É sobre tutela da evidência baseada em cognição sumária


NOÇÃO: EVIDÊNCIA é a alta probabilidade da existência do direito. Está dentro do livro do CPC que trata de
tutela provisória, por isso, não se trata de cognição exauriente, mas sim sumária.
Ainda se aplica o art 296 do CPC

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser
revogada ou modificada.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de
suspensão do processo.

Referé. Tipo de medida provisória francesa que ocorre quando o juiz constata que a contestação do réu não será
séria.

TUTELA DE EVIDÊNCIA É DIFERENTE DE CERTEZA


311 diferente de 356 - julgamento antecipado parcial de mérito
Tutela definitiva de uma parcela proporcional da demanda

Hipóteses
Art. 311 cpc não é exaustivo, não esgota todas as hipóteses de evidência existentes. 9 prof vai mencionar 2
artigos fora dessa lista.
Tem inclusive fora do CPC algumas hipóteses de evidência, em lei ordinária, como a lei do mandado de
segurança, lei de locações(liminar da ação de despejo)
- Art. 562 Ação possessória, se demonstrar a data do esbulho ou turbação, observando o prazo de um
ano e um dia que você perdeu a posse em razão do esbulho, que você tinha a posse, ganha a liminar.
- Ação monitória (procedimento especial). Serve para cobrança de cheque prescrito. Contrato de abertura
de credito em conta corrente, contrato de cobrança de mensalidades escolares, etc… no art. Fala "sendo
evidente a …."
I - T.E. PUNITIVA. Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório da parte
Abuso do direito de defesa se refere a comportamentos que o réu vai adotar dentro do processo, pois é onde se
exerce o direito de defesa. Usar um monte de preliminares. Alegar suspeição do juiz.
Recurso protelatório. Um advogado que recorre contrariamente a uma súmula do STJ… Produção de provas
inúteis para espichar a fase de conhecimento.
Manifesto propósito protelatório se refere a comportamentos que o réu adota fora dos autos. Réu que foge do
oficial de justiça para não ser citado. Réu que resiste ao cumprimento de ordens judiciais (um hospital público
que não quer cumprir ordem judicial e fica mandando os oficiais de justica de um setor para outro)

II - T.E. DOCUMENTAL. 》 precedentes!!!! // jurisprudência uniforme. Dar uma interpretação extensiva para
esse inciso. Precedentes e jurisprudência em sentido AMPLO. Qualquer mecanismo de uniformização de
jurisprudência, IRDR (incidente de resolução de demandas repetitivas, normalmente feitas no segundo grau),
IAC (Incidente de assunção de competência- sua diferença pro IRDR tem um caráter preventivo, isto é, o
Tribunal acha que vão chegar várias causas parecidas com essa. Julgamentos de STF e STJ em caráter repetitivo,
esses temas repetitivos viram os temas numerados do STJ e STF.
+Enunciados 30 e 31 da enfam, escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados. Enunciado 48
do conselho da justiça nacional Tambem tratam da natureza extensiva desse inciso

III - tutela da evidência na ação de depósito. É a ação que trata da devolução da coisa depositada, em razão de
contrato de depósito. Esse artigo fala de ação reipersecutória, ação para promover a devolução da coisa própria.
O contrato de depósito acontece quando você deixa o carro no estacionamento do aeroporto, essa ação tinha um
procedimento especial, pois tinha a possibilidade de fazer uma medida liminar obrigando o depositário,
ameaçando o réu com a prisão civil do depositário infiel.
O STJ editou a súmula vinculante n. 25, que entendeu, considerando tratados internacionais, que é
inconstitucional a ameaça de prisão civil do depositário infiel.
Assim, a ação de depósito se transformou só em uma hipótese de tutela da evidência.
Necessidade de comprovar documentalmente
IV - …
É um inciso genérico. Quando o réu precisa de mais tempo para produzir provas… por meio desse inciso o réu

Contraditório (adins)
Paragrafo único do art 311. Relação da tutela da evidência e contraditório.
Tutela de evidência pode ser concedida liminarmente
2 casos autorizados: no inciso 2 e 3. Existe uma inconsistencia potencial da contestação do réu. Ex de que é
muito difícil contrariar uma sumula do supremo.
Liminarmente significa sem ouvir o réu

ADINS o STF julgou improcedente a declaração de inconstitucionalidade do parágrafo único do art 311. No
power point tem o número dessas adins. Olhar pelo menos a ementa
Ler pra falar pro prof próxima aula

ADI 3757/DF.
“Nas hipóteses previstas nos arts. 9º, parágrafo único, inciso II, e 311, parágrafo único, do CPC/2015, o
contraditório não foi suprimido, e sim diferido, como ocorre em qualquer provimento liminar. O legislador
realizou uma ponderação entre a garantia do contraditório, de um lado, e a garantia de um processo justo
e efetivo, de outro, o qual compreende a duração razoável do processo, a celeridade de sua tramitação e o
acesso à justiça na dimensão material. Os preceitos questionados também conferem consequências de ordem
prática às teses vinculantes firmadas nos termos do CPC/2015.”

PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE


Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao
requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca
realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a
confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 ;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 .
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do
mérito.
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas
processuais.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em
consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a
emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de
mérito.
Noção: é uma medida urgente, satisfativa, baseada em cognição sumária (não exauriente), feita antes
da ação principal, a qual é necessária de ser feita posteriormente, com o pedido de tutela final, com
cognição plena e exauriente)
Exemplos: suspensão de inscrição negativa; sustação de protesto; religação de luz; autorização para
viagem; matrícula; tratamento médico (ex.: covid-19)
** Alguns exemplos não supõem ação principal (aí, há autonomia procedimental)
Exemplo: separação de corpos (Súmula 10 TJRS)

A) Peticao inicial (mais simples do que a do artigo 319)


requisitos:
- Causa de pedir, requisitos, requerimento
- “Indicação” do pedido da tutela normal. É uma indicação porque, se você fizesse
apresentasse o pedido de tutela final, que será feito na ação principal, isso seria o
pedido de uma ação principal.
- Atribuição de valor a causa; esse valor deverá levar em conta o pedido de tutela final.
Art. 303 § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da
causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
- Indicar na petição inicial que o autor deseja se valer do benefício do caput do art. 303.
Nesse caso, petição inicial é a petição que se apresenta antecipadamente, não a posterior
Livro humberto theodoro vol. 1 do curso de direito processual civil

B) Exame da medida pelo juiz/ exame da liminar


- Indeferimento da liminar (AI) : Necessidade de emenda da inicial em 5 dias, caso contrário há
pena de indeferimento da inicial e extinção do processo (Art 303. $6)
- Deferimento: procedimento prossegue. Artm 202.$1° Concedida a tutela antecipada a que se
refere o caput desse artigo:
I- o autor deverá aditar a petição inicial com a complementação da sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 dias ou em
outro prazo maior que o juiz fixar.

C) Aditamento da inicial pelo autor (art. 303 parágrafo 1, I - I - o autor deverá aditar a petição
inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a
confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz
fixar;

$2° não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do $1° deste art. O processo será
extinto sem resolução do mérito.

$3° o aditamento a que se refere o inciso I do $1° deste artigo dar-se-a nós mesmos autos, sem
incidência de novas custas processuais.

complementação da causa de pedir , novos documentos


Confirmação do pedido de tutela final , que o prof gosta de chamar de acao principal.

Prazo? 15 dias SÓ SE O RÉU RECORRER DA DECISAO CONCESSIVA DA TUTELA


ANTECEDENTE (AI), Orientacao 3°T/STJ(Humberto theodoro jr)

Resp 1766376
A ministra esclareceu que, na petição inicial da tutela provisória antecipada antecedente, o autor somente fez a indicação do pedido de
tutela final – artigo 303, parágrafo 1º, I, do CPC –, devendo a sua argumentação ser complementada com a confirmação do pedido de
tutela final, no prazo de 15 dias, ou outro maior fixado pelo juiz. Contudo, a relatora observou que o mencionado dispositivo legal não
define, expressamente, o termo inicial do prazo.
Para a ministra, essa informação deve ser extraída a partir da interpretação "teleológica e sistemática" do instituto da tutela antecipada
antecedente com as previsões dos artigos 4º; 139, IX; 321; 304, caput e parágrafo 1º; e 1.003, parágrafo 5º, do CPC, cuja orientação é de
que o prazo para o aditamento da inicial somente tem início se for estritamente necessário para que se dê sequência ao "procedimento
provisório" para a tutela principal, quando ocorrerá a cognição plena.
Prazos sucessi​​vos
De acordo com Nancy Andrighi, a intimação do autor para o aditamento da petição inicial e o início do prazo mínimo de 15 dias para a
prática desse ato exigem intimação específica, com a indicação precisa da necessidade da emenda da inicial, conforme prevê o artigo 321
do CPC. Isso porque, "caso concedida a tutela provisória de urgência antecipada e satisfativa, o artigo 304, caput, do novo CPC prevê que
a mencionada decisão judicial pode se estabilizar se, regularmente intimada a parte adversa, ela não interpõe recurso da decisão que a
concedeu, devendo o processo, nessa hipótese, ser extinto, conforme prevê o parágrafo 1º do referido artigo".
Por essa razão, a ministra entendeu que os prazos para recorrer da decisão de concessão da tutela antecipada e para aditar a inicial não
correm concomitantemente, mas sim de forma sucessiva.
"Solução diversa acarretaria vulnerar os princípios da economia processual e da primazia do julgamento de mérito, porquanto poderia
resultar na extinção do processo, a despeito da eventual ausência de contraposição por parte do adversário do autor, suficiente para
solucionar a lide trazida a juízo", afirmou.

O aditamento se faz nos mesmos autos, sem novas custas, salvo se for necessária a sua
complementação a partir da mudança no valor da causa.

Sob pena de extincao do processo sem resolucao de merito art 303 parágrafo 2° (e revogação
da liminar sem estabilização) - aplicação da súmula 405 stf
O prof Klaus defende a inaplicabilidade dessa súmula por entender que a medida liminar deve
ser autônoma.

D) Atitudes do réu
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 ;
III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 .

1- se conforma com a liminar (não faz nada)


Extinção do processo e estabilização da medida liminar (sem custas e com honorários
advocatícios de 5% por analogia do art 701 resp 1895.663/pr)
Poder de gerar a extinção do processo, mas a liminar não será extinta, na verdade, os efeitos
da medida liminar se estabilizam.
Só paga 5% em honorários por falta do pressuposto de causalidade. O réu não recorreu,
discutiu etc… quem deu causa ao processo foi o autor, não devendo o réu arcar com todo o
honorário por ausência de litigiosidade.

2- se insurge contra a liminar


Evita a extinção do processo e a estabilização da liminar, que seguirá o rito comum e a regra
geral da precariedade, podendo ser modificada ou revogada a qualquer tempo.
Existem 2 tipos de insurgência:
- Insurgência por simples manifestação: qualquer manifestação do réu (contestação,
pedido de reconsideração, alegação de incompetência relativa) bastaria para impedir a
estabilização. Em 2018, no REsp 1.760.966, foi seguido esse entendimento.
- Insurgência por recuso: em 2019, no REsp 1.797.365, houve decisão no sentido de
que a única forma de evitar a estabilização seria por meio da interposição de recurso
de agravo de instrumento, não bastando a simples manifestação.

ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE


Estabilização da tutela antecipada antecedente é a permanência e manutenção da medida liminar e
seus efeitos, por um período indeterminado de tempo após a extinção do processo por inércia do réu.

Pressupostos: deferimento da tutela antecipada, aditamento da petição inicial, ausência de insurgência


do réu.
● cabe a estabilização contra a Fazenda Pública (Enunciado 581 FPPC) e não cabe
a estabilização em ação rescisória (Enunciado 421 FPPC), nem em tutela cautelar antecedente
(Enunciado 420 FPPC).

A Emenda à petição inicial, que está no parágrafo sexto do art 303 é diferente do aditamento, que
aparece no parágrafo 1 , I. – A emenda ocorre quando o juiz entende que não há elementos para a
concessão da tutela antecipada, devendo ser determinada a emenda em 5 dias, sob pena de ser
indeferida a tutela e o processo ser extinto.

Essa estabilização não é preclusao. Preclusão é um direito interno do processo. A estabilização se dá


fora do processo, pois ele foi extinto.
Estabilização também não é coisa julgada material, pois ela pressupõe cognição exauriente. A
sentença não aprofunda a cognição, para ter coisa julgada tem que ter uma CARGA
DECLARATÓRIA, uma dose de declaração, que não existe nesse caso.
Esse artigo foi feito no carnaval kkkkkkkkkk e não explica a questão de o que acontece depois do
prazo de entrar com a ação.
Art 304 parágrafo 2

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o
respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput , o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada
nos termos do caput .
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na
ação de que trata o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição
inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos,
contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão
que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

AÇÃO DE AFASTAMENTO
> É a ação para rever, reformar ou invalidar a estabilidade da medida liminar. Não se confunde com
uma ação rescisória pois não existe coisa julgada nesse caso.
> COGNIÇÃO: é exauriente, aprofundada e plena, já que será trazido ao juízo o restante da lide que
não foi julgada.
> PRAZO: decadencial de 2 anos contados da ciência da decisão que extinguiu o processo. Após esse
prazo não há esclarecimentos no CPC de como segue a estabilização. Mas a tutela antecipada é
consolidada. Para Marinoni e arenhart transforma-se em coisa julgada.
> Quem pode tomar a iniciativa dessa demanda? Autor e réu.
RÉU O réu pode não ter querido recorrer, mas agora quer discutir a medida de tutela antecipada já
estabilizada.

É como uma ação rescisória? Legislação portuguesa chama de inversão do contencioso. O cara que
foi réu no procedimento da tutela antecipada antecedente tornar-se-á autor discutindo sua revisão,
reforma ou invalidade.
AUTOR
- Para confirmação da medida fim de obter a coisa julgada
- Pedido principal que não foi formulado pela inércia do réu
- Para rever a liminar
Prazo de 2 anos Para decadência. Art 304 parágrafo quinto.
E depois desse prazo? Não fica claro na lei

Estabilização não se dá depois do prazo de 2 anos. A medida já é estável antes de correr esse prazo.
De alguma maneira a medida se torna mais estavel depois desse prazo de 2 anos. O prazo de 2 anos
tem como termo inicial a contados da ciência da decisão que extinguiu o processo,

Introdução aos procedimentos especiais


Primeiro cap. Marinoni há uma introdução aos procedimentos especiais.
Não são processos especiais.

Introdução histórica:

De outra parte, ao final do século XIX, os juristas empenharam-se em elaborar as bases e os princípios do direito
processual civil.5 Assim, a “nova escola processual italiana”, também denominada de sistemática,
caracterizou-se por deixar para trás o método exegético, próprio das tendências de origem francesa, e assumir
uma postura histórico-dogmática, preocupando-se, sobretudo, em desvincular o direito processual civil do
direito material e em evidenciar a natureza pública do processo. Nesta linha, delineou conceitos que, segundo
sua concepção, seriam capazes de conferir autonomia e dignidade científica ao direito processual civil, antes
concebido como simples procedura civile (procedimento civil).

A procedura civile tem íntima relação com o processo civil comum – romano-canônico –, em que os
pressupostos políticos, filosóficos e jurídicos que deram origem ao processo romano se dissolveram diante das
pressões das variadas condições políticas, conduzindo à desvalorização da figura e da função do juiz e à
valorização das formas. A procedura civile, ao tentar negar a importância do juiz, exaltou o formalismo,
obscurecendo, por consequência, a verdadeira essência do processo.

Ninguém duvida que o processo não se confunde com o direito material. Contudo, a escola sistemática, ao
construir as bases da autonomia do direito processual civil, parece ter esquecido a diferença entre autonomia,
instrumentalidade e neutralidade. O fato de o processo civil ser autônomo e um instrumento para a realização do
direito material não significa que ele possa ser neutro ou indiferente às variadas situações de direito substancial.

Processo = designa a relação jurídica que se estabelece entre o juiz e as partes. O contraditório é entendido
como o direito das partes de influenciar a cognição a ser construída pelo juiz. Não se pode falar em processo
sem contraditório.
Existem três tipos de processo: De conhecimento, de execução e cautelar.

Procedimento = aspecto externo à relação jurídica. É uma sequência de atos, pois a relação jurídica processual
não é instantânea, se desenvolve no tempo, numa sequência de atos.
Os procedimentos são diversos - o comum e os especiais.
Ex. Na ação para exigir a prestação de contas existem duas fases seguidas de conhecimento.

Quando chamamos de procedimentos “Especiais”, isso pode ser entendido no sentido de "específico ", pois são
procedimentos aplicáveis para certas situações de direito material, mais específicas. Por exemplo, nos conflitos
de família existem procedimentos próprios.

Especial também pode ser entendido como “diferente”. Neste caso, compara-se o procedimento com a estrutura
do procedimento comum.

Por fim, especial pode ser entendido como procedimento que responde ao direito fundamental de um
procedimento adequado (art. 5° XXXV e LIV, CF)

2. PORQUE os procedimentos especiais são diferentes?


- Liminares. Tutela sumária, urgente ou evidente, satisfativa
- Cortes na cognição judicial / delimitação de temas
O plano horizontal fala sobre a quantidade de questões da lide social, que é o conflito verdadeiro, que
ocorre fora do processo. Pode conter cognição plena ou parcial: na ação reivindicatória, que se sujeita ao
procedimento comum, a cognição do juiz é plena, analisa-se o fato e o direito de propriedade, a cognição parcial
analisa só parte dos fatos, como o que acontece na ação possessória, art 557 par. Único cpc. Outro exemplo é a
impugnação ao cumprimento de sentença, onde só se pode contestar alguns pontos.
O plano vertical fala sobre a profundidade. Sumária ou exauriente, isso tem a ver com quão a fundo o
juiz analisou os fatos, se houve análise probatória, contraditório, etc…
- Previsão de requisitos específicos para ajuizamento.
ex. Ação de mandado de segurança, que só pode ser apresentada se houver a demonstração do direito
líquido e certo (demonstrar os fatos alegados de plano)
Outro exemplo. Ação monitória, que só pode ser utilizada por aquele que apresentar por prova escrita
sem eficácia de título executivo. O juiz pode transforma-la em procedimento comum, paragrafo 5°.
- Procedimento especial da ação para exigir a prestação de contas, art 550 cpc. Tem duas fases
cognitivas, há um fracionamento/fragmentação do mérito, na primeira fase o juiz examina a existência
da obrigação de prestar contas. Se a primeira fase for procedente, condena-se o réu a prestar contas. Na
segunda fase examina-se a prestação de contas, onde se analisa quem deve para quem. Na terceira fase
vem o cumprimento de sentença.
Qual o recurso à decisão que julga a primeira fase? Antigamente era uma sentença então era apelacao,
mas o STJ julgou dizendo q é decisão interlocutória, de forma que o recurso será o agravo de
instrumento. Mas o STJ entende pela fungibilidade dos recursos até que a doutrina se pacifique,
devendo ser aceito caso haja a apelação
- Técnicas processuais diferenciadas, sobretudo técnicas executivas, exemplo da falência com a figura do
administrador judicial.

PANORAMA GERAL DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO NOVO CPC


● procedimentos mantidos. (Em geral com melhorias): Ação de consignação em pagamento, ação de
exigir contas, ações possessórias, ação monitória, inventário e partilha.
● Procedimentos eliminados. Ou pseudo eliminados: Ação de usucapião, Ação de nunciação de obra
nova, ação de depósito, ação para oferecer contas.
● Procedimento novos: dissolução parcial de sociedades, ações de família
● Procedimentos transformados: oposição, usucapião extrajudicial, cpc Art. 1071.

A ação de usucapião continua existindo, o que deixou de existir é o procedimento especial

Na ação monitória, se o réu for revel, não precisa ter sentença, passa direto para a fase de cumprimento de
'sentença ' (q n é sentença, é decisão liminar com efeito de sentenca)

No procedimento especial das ações de família, art. 695 cpc prevê 1) citação do réu Para comparecer a uma
audiência de mediação e conciliação, não prevendo regras claras sobre a dispensa dessa audiência 2) par.
Primeiro do art, 695 prevê que o réu será citado com um mandado de citação sem a cópia da petição inicial.
3)audiência de mediação multidisciplinar.
Humberto theodoro jr. Vol. 2

A oposição era vista como uma forma de chamamento de terceiro, virando o procedimento especial de oposição.
Tem a ação entre A e B sobre um veículo, aí C chega e diz que o veículo não é de nenhum dos dois, é Dele.

Usucapião extrajudicial seria feito direto no cartório

HÁ UM PROCEDIMENTO ESPECIAL QUE TEM UM PEDACINHO AINDA REGIDO PELO CPC 73. O
CPC disse que a insolvência civil seria regulada por lei específica, mas como ainda não há lei específica,
aplica-se o código antigo. Ler volume 3 do humberto theodoro júnior.

O presente e o futuro do procedimento especial


Passado Remoto/1939: multiplicação desordenada no CPC/1939 (continha 61 procedimentos!)

Passado Próximo/1973: Anteprojeto do CPC/1973 não trazia (abolidos por Buzaid); Livro IV acrescido durante
a tramitação no Congresso Nacional

Antigamente a adequação era realizada unicamente pelo legislador(diz o marinoni), “Em síntese, em uma
perspectiva histórica abreviada e com fins didáticos, é possível dizer que, partindo-se da época da uniformidade
procedimental, passou-se pela fase dos procedimentos jurisdicionais diferenciados, chegando-se, finalmente, no
estágio atual, no qual as normas abertas e a disponibilização do procedimento (tanto para o juiz, como para as
partes, dentro de certos limites) permitem a construção da ação e do procedimento adequados à tutela do direito
material no caso concreto.”
Mas hoje em dia acredita-se que o juiz pode construir o procedimento especial para o caso concreto (adequação
jurisdicional) + princípio do autorregramento do processo judicial - customização processual compartilhada
(entre o juiz e as partes).

Criação convencional de procedimentos especiais (cpc Art. 190)


Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes
estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus
ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo,
recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em
que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais,
quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos
excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas
tiverem sido designadas no calendário.

Do procedimento às técnicas. CPC


Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre
eles não haja conexão.

§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:


I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o
autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas
previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem
incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.

Se tu optar pelo procedimento comum, pode jogar na petição inicial pedidos de técnicas processuais
diferenciadas. Nós precisamos de um catálogo de técnicas processuais diferenciadas que se possa “encaixar” no
procedimento comum essencialmente flexível e adaptável
Procedimentos especiais podem ser usados em comuns, assim como partes do comum no especial, ou mesmo
especial em especial.
- De especial para especial. Administrador judicial na falência, poderia ser utilizado na ação civil
pública (que é procedimento especial)o administrador judicial da LRF
- Do comum para especial, réplica no mandado de segurança

ESTUDAR DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE. um catálogo de técnicas processuais


Na dissolução parcial, ocorre o desligamento de um dos sócios sem que a sociedade seja extinta. Isto é, ainda
que tenha ocorrido a quebra da affectio societatis, o qual explicaremos adiante, a empresa não deixa de existir,
preservando, assim, as suas atividades.
Conforme previsto no artigo 603 do CPC, caso os réus se manifestem, de forma expressa e unânime,
concordando com a dissolução parcial, o magistrado prontamente a decretará, passando-se à fase de liquidação.

Como incentivo à postura conciliatória prevista no caput do artigo 603 do CPC, o seu parágrafo único prevê que
não haverá condenação em honorários de sucumbência; sendo que custas devem ser rateadas segundo a
participação de cada parte no capital social.
Caso haja apresentação de defesa, o processo, quanto ao pleito de dissolução, deve observar o rito comum,
ressalvando-se a aplicação do parágrafo segundo do artigo 603 do CPC quanto à apuração de haveres.
O magistrado, se acolhido o pleito de dissolução parcial, deve, em sentença, observar o artigo 604 do CPC
quanto à apuração de haveres, de modo que cabe ao juiz: (i) fixar a data de resolução da sociedade; (ii) definir o
critério de apuração de haveres; e (iii) nomear o perito.
O parágrafo primeiro do artigo 604 do CPC estipula que devem ser depositados em juízo os haveres
incontroversos, os quais poderão, nos termos do parágrafo segundo do artigo 604, serem desde logo levantados
pelo ex-sócio, espólio ou sucessores.

AÇÕES POSSESSÓRIAS
O que são. É a tutela do poder físico sobre a coisa. A causa de pedir é a posse (diferença para com a ação
reivindicatória, que tem como causa de pedir a propriedade) . A posse é um fato, juridicamente protegido, não é
um direito subjetivo, é uma situação da qual resultam direitos.
Existem 3 ações possessórias (3 interditos possessórios)

1) Interdito proibitório . Coloca-se a posse em estado potencial, a violação da posse está em um futuro
próximo, em estado iminente, a posse está sob estado de ameaça. É uma ação mandamental - pois o
juiz dá uma ordem. Tutela inibitória, aquela que inibe o ato na ameaça de um ato ilícito

2) Ação de manutenção da posse. Coloca-se diante da ação de turbação, que é a perturbação, é aquela
que atrapalha o exercício pleno de posse sobre o imóvel. Processo no qual o réu começou a colocar
galhos de árvore na servidão que dá direito de passagem ao possuidor. também é ação mandamental,
tutela inibitória, pois é contra a continuação do ato ilícito

3) Ação de restituição, no caso de esbulho da posse. Também é possível o esbulho parcial, invasão de só
um pedaço da posse. Tutela de remoção do ilícito, a presença do invasor. Ação Executiva lato sensu.
(Não é mandamental) Nesse caso, tem medidas executivas diretas, há um a substituição do
comportamento por meio do oficial de justiça.Tirar a posse da esfera jurídica do réu e botar na do autor.
Art 538. Principais medidas coercitivas diretas subrrogatorias.
● Busca e apreensão para coisas móveis, semoventes
● Imissão na posse. imitir significa botar alguém dentro de algo. Em ação de imissão de posse,
não é possessória (direito de tomar posse da coisa, geralmente na condição de dono – em tese,
contra aquele que está obrigado a entregá-la)

AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE. Foi pensada para tutelar o direito de tomar posse de algo, para o cara q tem
a propriedade, mas nunca teve a posse, pois o cara que vendeu nunca entregou a coisa

Diferente de:

IMISSÃO NA POSSE É UMA MEDIDA E EXECUTIVA, usada na ação reivindicatória, a ação de despejo,
ação de imissão de posse. ART. 538 Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será
expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.
§ 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição,
sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor.
§ 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento.
§ 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não
fazer.

EX: Direito obrigacional de entrar no imovel. Exemplo nos financiamentos imobiliários, quando há por exemplo
a garantia por meio da alienação fiduciária. Quando o banco tenta tirar o mutuário, que não pagou o
financiamento e já perdeu o imóvel, utiliza-se da medida executiva de imissão na posse.

Principais regras das ações possessórias.


Fungibilidade.
Juiz concederá proteção possessória a que a pessoa fizer jus, independentemente de erro na denominação da
ação ou evolução fática
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.

Regras para litígios possessórios multitudinários


quando o réu for grande número de pessoas, ex de ocupações.
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes
que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os
que não forem encontrados.

§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais,
podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios.

Além disso, juiz deve dar ampla publicidade à ação (ex.: cartazes)
Intimação do MP e da DP. Para quê?
Processo individual: MP intervém como fiscal da OJ; DP assiste réus necessitados
Klaus: transformação da ação possessória em ação coletiva passiva: MP e DP atuariam como substitutos
processuais dos ocupantes, defendendo a coletividade ré

Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de
ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até
30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.

§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar
audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo.
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte
beneficiária de gratuidade da justiça.
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional.
§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se
situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a
existência de possibilidade de solução para o conflito possessório.
§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.

Cumulação de pedidos.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I - condenação em perdas e danos;
II - indenização dos frutos.

Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:
I - evitar nova turbação ou esbulho;
II - cumprir-se a tutela provisória ou final.

Pedidos possessórios (tutela da posse – tutela inibitória ou de remoção do ilícito – sentença mandamental ou
executiva)
Pedidos indenizatórios – perdas e danos (tutela ressarcitória)

Caráter dúplice.
possibilidade de “pedido contraposto” formulado pelo réu em seu favor na contestação, DEBATE DUPLO
SOBRE A POSSE
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.

Cognição judicial LIMITADA ao FATO da posse.


não pode incorrer pelo direito de propriedade.
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro
direito sobre a coisa.

Procedimento e prazo para ajuizamento


Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse às normas da Seção II deste
Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o
caráter possessório.

Até um ano e um dia (“força nova”): procedimento especial CPC


Mais de um ano e um dia (“força velha”): procedimento comum mantendo caráter possessória (Mantém a
limitação cognitiva quanto à posse) e eficácia da sentença (mandamental ou executiva, conforme o caso)

Liminar
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - a sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de
manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para
comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia
audiência dos respectivos representantes judiciais.
Audiência de justificação da posse
é obrigatória quando o réu é pessoa jurídica de direito público
“caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à
audiência que for designada.”

REINTEGRAÇÃO DE POSSE:
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for
proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
A eficácia da ação também não muda. Ação continua sendo executiva lato sensu

AÇÃO MONITÓRIA
Na verdade é uma ação que realiza uma cobrança, que pode se dar por ação mandamental, executiva, etc…. O
professor entende que a ação monitória trata-se de um PROCEDIMENTO, pois é um procedimento monitório.
1) NOMENCLATURA: O termo monitório vem do termo monir, que significa intimar, admoestar, isto é,
nesse procedimento existe uma etapa em que o juiz vai conclamar o devedor/réu a fazer alguma coisa.
2) Classificação da ação. Condenatória, mandamental ou executiva lato sensu, conforme o caso
3) Função no direito estrangeiro (LATAM E UE): suprir rol menos extenso de títulos executivos
extrajudiciais.
Nesses outros países, alemanha, itália, uruguai, existem MENOS títulos executivos extrajudiciais (tipos
de título, como cheque, duplicata, nota promissória, contratos assinados por 2 testemunhas…), de
forma que eles dão mais importância à ação monitória, formando a ação monitória europeia.
4) Evolução no Brasil: livro da Elaine Macedo. Surgiu em 1995, junto com a mini reforma do CPC que
criou a art 1102 a, b e c do cpc de 73
5) Função no Brasil, visa a formação antecipada (célere) do título executivo judicial mais rapidamente do
que acontece no procedimento comum. Facilitação do acesso ao título executivo. Facultativa (RSTJ
120/393), podendo o credor optar pelo procedimento comum ou pela execução do título extrajudicial

Art 772 e 773 IV. POSSIBILIDADE DO JUIZ DE OBTER TODAS AS INFOS PATRIMONIAIS DO
EXECUTADO.
Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo:
I - ordenar o comparecimento das partes;
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça;
III - determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações em geral relacionadas ao objeto
da execução, tais como documentos e dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável

Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias ao cumprimento da
ordem de entrega de documentos e dados.
Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o juízo receber dados sigilosos para os fins
da execução, o juiz adotará as medidas necessárias para assegurar a confidencialidade.

RSTJ 120/393 - CARÁTER FACULTATIVO DA AÇÃO MONITÓRIA. Isto é, mesmo que você tenha
título executivo, vc pode entrar com a ação. Mas a ação do procedimento comum é pior para o devedor pois a
ação monitória cria título executivo, que limita o rol de defesas do réu.
“A ação monitória tem a natureza de processo cognitivo sumário e a finalidade de agilizar a prestação
jurisdicional, sendo facultada a sua utilização, em nosso sistema, ao credor que possuir prova escrita do débito,
sem força de título executivo, nos termos do art. 1.102a, CPC”

- REQUISITOS: art. 700

CAPÍTULO XI
DA AÇÃO MONITÓRIA
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia
de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art.
381 .
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
§ 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a III.
§ 4º Além das hipóteses do art. 330 , a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no § 2º
deste artigo.
§ 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para,
querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.
§ 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
§ 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.

a) Prova escrita dos fatos constitutivos do direito ($$ 1° e 5°).


No caput do art. 700 não exige assinatura do devedor
1) O parágrafo primeiro diz que a prova escrita pode ser prova oral documentada.
Prova documental É DIFERENTE de prova documentada. Documento é uma base material capaz de
registrar informações. Prova oral documentada pode ser a declaração de uma testemunha, passando o
conhecimento da memória da testemunha para a base material, reduzindo a termo a declaração da
testemunha. Essa tem menos credibilidade do que a prova escrita.
O parágrafo 1º também diz respeito ao procedimento de produção antecipada de provas. Uma audiência
para constituir a prova documentada para ajuizar a ação monitória em cima desse documento.
2) O parágrafo 5º diz que o juiz pode ter dúvidas se essa prova realmente da segurança acerca da
exigibilidade do crédito. Neste caso, ele tem que intimar a pessoa que trouxe a prova para
demonstrar melhor seu direito, por meio de emenda à petição inicial

b) Sem eficácia de título executivo:


- Cheque prescrito (súmula stj 299 - É admissível a ação monitória fundada em cheque
prescrito)
- Nota fiscal com comprovante de entrega e recebimento da mercadoria
- Contrato de abertura de crédito (súmula stj 247 - O contrato de abertura de crédito em
conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o
ajuizamento da ação monitória.)
- Contrato de cartão de crédito, acompanhado dos demonstrativos de despesas (resp 469.005 - )
- Documento particular de reconhecimento da dívida não assinado por 2 testemunhas.
- Contrato de prestação de serviços educacionais e hospitalares
- Documento unilateral.
**PROVA UNILATERAL OU BILATERAL? O código exige prova escrita, mas na vida real há uma grande
dúvida se ela pode ser unilateral ou somente bilateral. Ainda não há visão consolidada no STJ.
c) Apenas contra devedor capaz: art. 700 caput. devedor capaz:
d) Pagamento de soma em dinheiro – obrigação de pagar quantia certa

e) Entrega de coisa fungível – obrigação de dar coisa incerta – ou de determinado bem móvel – obrigação
de dar coisa certa móvel

f) Cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer (novidade)

g) É admissível contra a fazenda pública – 700, § 6º (Súmula STJ 339).

h) No JEC? Polêmica

PROCEDIMENTO
- Petição inicial (art. 700, §§ 2°, 3°, 4°)
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
§ 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a III.
§ 4º Além das hipóteses do art. 330 , a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no § 2º deste artigo.
- Despacho da inicial
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou
para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o
pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
§ 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo.
§ 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não
realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702 , observando-se, no que couber, o Título II do
Livro I da Parte Especial .
§ 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2º.
§ 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702 , aplicar-se-á o disposto no art. 496 ,
observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
§ 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 .

Determina citação do réu


Liminar – “mandado monitório” – para cumprimento da obrigação em 15 dias ou defender-se por meio de
embargos
Tutela da evidência “sendo evidente o direito do autor …”
Em caso de dúvidas sobre documento, juiz pode determina emenda para conversão em procedimento comum
(art. 700, § 5º)
- Citação – art. 700, § 7º (Súmula 282 STJ - Cabe a citação por edital em ação monitória. - e REsp
211.146 - com hora certa)
§ 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.

- Atitudes do demandado
a) Pagar com isenção só de custas (701, § 1º) e honorários de 5% (701, caput) – sanção premial (“nudge”)

Possibilidade de pagamento parcelado do art. 916 (art. 701, § 5º)


Art. 701. § 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 .
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de
trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá
requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção
monetária e de juros de um por cento ao mês.
§ 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos do caput , e o juiz
decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas vincendas, facultado ao
exequente seu levantamento.
§ 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os atos executivos.
§ 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será convertido em
penhora.
§ 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o imediato reinício dos atos
executivos;
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não pagas.
§ 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor embargos
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.

b) Defender-se – embargos monitórios (art. 702)


Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art.
701 , embargos à ação monitória.
§ 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum.
§ 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que
entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.
§ 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse
for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar
a alegação de excesso.
§ 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro
grau.
§ 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção.
§ 7º A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se parciais, constituindo-se de pleno direito o título
executivo judicial em relação à parcela incontroversa.
§ 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, prosseguindo-se o processo em
observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte Especial , no que for cabível.
§ 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de
multa de até dez por cento sobre o valor da causa.
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pagamento de multa de até dez por cento
sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor.
a) Natureza: contestação (maioria da doutrina, ponto polêmico)
b) Prazo: 15 dias
c) Forma: petição intermediária nos mesmos autos
d) Conteúdo – qualquer um (702, § 2º): cognição plena e exauriente
e) Efeito suspensivo automático (sem segurança do juízo) – perdura até sentença de primeiro grau (art.
702, § 4º)
f) Cabe reconvenção (art. 702, § 6º)

c) Não fazer nada – revelia (art. 701, § 2º - Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,
independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no
art. 702 , observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial)
- conversão de “pleno direito” (em tese, juiz não precisaria fazer mais nada)
- muda natureza da decisão liminar (decisão provisória se transforma em título executivo definitivo) –
cabe ação rescisória (art. 701, § 3º - É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a
hipótese do § 2º)
- prosseguimento como cumprimento de sentença (art. 701, § 2º)

SENTENÇA E CUMPRIMENTO
a) Sentença julga embargos
b) Possibilidade de aplicação de multa (702, §§ 10 e 11)
c) Recurso cabível é o de apelação (art. 702, § 9º)
d) Cabe reexame necessário contra Fazenda Pública (art. 701, § 4º)
e) Cabe ação rescisória (art. 701, § 3º)
f) Se embargos foram rejeitados, segue-se o cumprimento de sentença (art. 702, § 8º) – nova intimação
g) E a impugnação ao cumprimento de sentença? Miti: só art. 525, § 1º

MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança é um procedimento especial célere de natureza documental. Caso não haja prova
documental, tratar-se-á de procedimento comum com tutela provisória (CPC art. 300 e 311)
- Tem sentença mandamental, mas não exclui as eficácias declaratória e constitutiva
- Garantia constitucional:
- CF art. 5° LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
- Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
- PERFIL INFRACONSTITUCIONAL - LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009 - Disciplina o
mandado de segurança individual e coletivo e dá outras providências.
- INSTRUMENTO PARA TUTELA DO DIREITO SUBJETIVO PÚBLICO, direito de qualquer
cidadão contra o Estado e as ameaças ou violações de direito por atos de autoridades públicas
CABIMENTO:
Geral:
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para (1) proteger direito líquido e certo, (2) não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, (3) ilegalmente ou com abuso de poder,
qualquer pessoa física ou jurídica sofrer (4) violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de
autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
a) Direito líquido e certo – direito subjetivo público cujos fatos constitutivos podem ser
provados de plano, por meio de simples documentos, dispensando dilação probatória
Direito pode ser litigioso e exigir análise complexa (direito controvertido) desde que os fatos
demonstrados de plano (SÚMULA STF nº 625: “CONTROVÉRSIA SOBRE MATÉRIA DE
DIREITO NÃO IMPEDE CONCESSÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA”)
b) Caráter residual (não tutelado por habeas corpus ou habeas data)
c) Ação ou omissão
d) Ilegalidade (conteúdo) ou abuso de poder (formal – incompetência)
e) Ameaça (tutela inibitória) ou violação (tutela de remoção do ilícito)

Específico:
a) Efeitos financeiros: somente após o ajuizamento
SÚMULA STF Nº 269: “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança”
SÚMULA STF Nº 271: “Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em
relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial
própria” = após o ajuizamento, sim
SÚMULA STJ Nº 213: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito
à compensação tributária”
b) Não cabe MS contra “lei em tese” (SÚMULA STF Nº 266: “Não cabe mandado de
segurança contra lei em tese”) – mas contra “lei de efeitos concretos” pode (exemplos)
A "lei em tese" a que se refere a súmula não é propriamente a lei em sua acepção formal, mas em
sentido material, o que abrange atos normativos infralegais, desde que possuam caráter geral e abstrato
(...). MS 29.374 AgR, rel. min. Roberto Barroso, 1ª T, j. 30-9-2014, DJE 201 de 15-10-2014.

Autoridade coatora:
Art. 1º, § 1º: “Equiparam-se às autoridades (...) os representantes ou órgãos de partidos políticos e os
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas
naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas
atribuições.
Art. 1º, § 2º: “Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço
público.”
Quem é autoridade coatora? É aquela com poder de decisão superior / competente para desfazer o ato
(art. 6º, § 3º) – não o mero executor material
Encampação: se AC correta defender o ato em caso de indicação errada
- teoria da encampação é o ingresso da autoridade coatora correta ou da pessoa jurídica a que
ela pertença no feito para suprimir o vício e, em decorrência permite o julgamento do
mandado de segurança.
- SÚMULA N. 628. A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando
presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico
entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b)
manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de
modificação de competência estabelecida na Constituição Federal.

Mandado de segurança contra ato judicial (art. 5º)


Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução;
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III - de decisão judicial transitada em julgado.
a) II: cabe contra ato judicial irrecorrível ou ato cujo recurso não admite nenhuma possibilidade de efeito
suspensivo (ou em que este seria ineficaz)
MSeg não tem sido admitido quando decisão está fora do rol do art. 1015 do CPC
~ Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre ~ (só quando
decisão for “teratológica” – STJ, AgInt no MS 23.896/AM, Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE
ESPECIAL, DdeJe de 14/06/2018 - O fundamento para afirmar que um ato ou decisão judicial é teratológico
não está submetido aos critérios subjetivos e passionais das partes, mas sim se o ato está fora do limite do
razoável e incompreensível dentro do ambiente da racionalidade do sistema.).
Exemplos de Theotonio Negrão: despejo do inquilino não citado; decisão não conhecendo de recurso
tempestivo; processo julgado sem inclusão em pauta; determinada penhora de bem impenhorável; contra
despacho em exec. fiscal.
Ex.: TRF/4: 5036834-64.2020.4.04.0000, 4 T., juntado aos autos em 08/04/2021
Não cabe MS contra decisões interlocutórias no JEC (STF, RE 576.847, tema 77)
b) III: não cabe MSeg contra decisão transitada em julgado (não é sucedâneo da ação rescisória) - SÚMULA
STF Nº 268: “Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado”

PROCEDIMENTO
- Petição inicial:
a) Caracterização da autoridade coatora, o que determinará a competência
b) Indicação da pessoa de direito público a que ela está vinculada (art. 6° CAPUT)
c) Medida liminar: Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com
as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,
enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado
exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa
jurídica.
d) Pedido de exibição de documentos.Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos
estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a
primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta
integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou
estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de
terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou
em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão
extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no
próprio instrumento da notificação.
e) Prazo decadencial de 120 dias para ajuizamento a partir da ciência do fato.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias,
contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
SÚMULA STF Nº 632: “É CONSTITUCIONAL LEI QUE FIXA O PRAZO DE DECADÊNCIA PARA
A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA”
E depois? Perde-se o direito ao procedimento especial, mas não o direito subjetivo público (material) em
si, cuja tutela poderá ser pleiteada pelo procedimento comum

- Despacho da inicial
1. Juiz determina a notificação da autoridade coatora para prestar informações no prazo de 10 dias
2. Juiz dá ciência à pessoa jurídica de direito público.
3. Juiz aprecia pedido liminar. art. 7° III. Esta liminar pode assumir forma de efeito suspensivo ou de
efeito ativo. Há restrições ao cabimento de liminares
● § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou
equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou
pagamento de qualquer natureza. (Vide ADIN 4296)
● § 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se
estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro
de 1973 - Código de Processo Civil.
4. b

RECURSOS
A) AGRAVO DE INSTRUMENTO
B) APELAÇÃO
C) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL
D) RE/RESP
E) “AGRAVO” AO COLEGIADO
F) RECURSO DA AUTORIDADE COATORA
G) INSTITUTO DA SUSPENSÃO DE SEGURANÇA

EXECUÇÃO
a) Quem suporta os efeitos patrimoniais é a Pessoa Jurídica de Direito Publico, mas a ordem depende da
Autoridade Coatora
b) Execução na forma específica (ordem judicial, transmitida à AC e à PJ de DP – art. 13, caput)
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio,
mediante correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa
jurídica interessada.
c) Cabimento, em tese, da multa coercitiva (CPC, art. 536, § 1º) – quem? Arenhart
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá,
de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático
equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e
apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso
necessário, requisitar o auxílio de força policial.

PROCESSO COLETIVO

O processo civil individual é o processo para tutela de direitos individuais


Cpc 1973. Bom código do século 19. Conflitos patrimoniais, individuais e deu.
Cpc 2015 traz uma nova mentalidade: não nega conflitos coletivos e multipolares, mas expressamente deixou de
discipliná-los processo coletivo (para lei especial), possui instrumentos de coletivização:
● Art. 333 dava poder ao juiz de converter o processo individual em processo coletivo
prof Arenhart entendia que a CF garante a tutela de direitos, mas não a tutela individual, sendo favorável a esse
artigo. O artigo foi vetado pela presidente Dilma.

● Art. 139 X provocação do legitimado para a ação coletiva.


Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei nº
7.347, de 24 de julho de 1985 , e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 , para, se for o
caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
● Técnicas de julgamento seriais (em massa) de questões jurídicas repetitivas./tecnicas de coletivizacao
○ IAC incidente de assuncao de competência, é uma tecnica com cabimento nos tribunais, é
uma técnica preventiva, o Tribunal vai julgar um primeiro caso. Piloto. Antes que a discussão
se repita, firmando o entendimento para os demais casos, tem um caráter preventivo.
○ IRDR incidente de repetição de demandas repetitivas. Seleciona-se uma causa-piloto, firma-se
um entendimento padrão sobre a causa piloto e se aplica às outras, que já estão em curso.
o prof não considera o processo individual, pois é só um incidente, falando talvez sobre
DIREITOS transindividuais.
○ JULGAMENTO EM BLOCO DO RE E RESP - RE/RESP REPETITIVO. Ele julga
esses recursos estabelecendo um entendimento padrão . Dão um tema numerado . O mitidiero
acha que as teses não são o precedente em si. Primeiro decide se há repercussão geral. Depois
decide o mérito.

Processo Coletivo: é a relação jurídica processual voltada para a tutela de direitos transindividuais
ou metaindividuais.
Direitos transindividuais são direitos que transcendem a esfera do indivíduo, são os novos
direitos, direitos grupais, são os direitos cujo titular é o grupo de pessoas, o titular não é os
indivíduos que formam o grupo, mas o PRÓPRIO GRUPO. Entende-se a ideia de que o grupo é maior
que a soma de suas partes.
São direitos homogêneos, que surgem em grande quantidade a partir do mesmo fato/evento, por ex, de
todas as pessoas que compraram o produto X, que veio com vício
A. Processo coletivo tem a mesma estrutura bipolar do processo comum, mas com adequações.
Litisconsórcio não cria processo coletivo, é diferente. A estrutura normal só tem adequações para que
ela possa tutelar direitos transindividuais.
Os ajustes são muitos, tem ajustes na prescrição, liquidação, direito probatório, cumprimento…. Mas
os ajustes mais importantes, os dois pontos em que o processo coletivo é diferente do normal, são o
começo e o final do processo.
- COMEÇO: Legitimação extraordinária, o ordenamento jurídico autoriza UM SÓ SUJEITO
(substituto processual) ajuizar em nome próprio, para postular um direito de um grupo de pessoas.
(substituição processual).
- FINAL: posteriormente a sentença, quem fica sujeito a essa decisão é todas as partes que tem
relação com o fato gerador do direito(coisa julgada erga omnes e ultra partes)

Projetos de código de processo coletivo.


● PL. 4441/2020(dep. Paulo teixeira)
● PL. 4778/2020 (Conselho Nacional de Justiça) Considerava uma visão negativa sobre o
processo coletivo.
● PL. 1641/2021 (ibdp)

B.Temos várias leis esparsas, mas elas dialogam entre si, formando um microssistema.

C. Vasos comunicantes: preceitos de uma lei se comunicam com as demais leis - livre circulação de ndemas.
1. Lei 4717.1965. AÇÃO POPULAR. regulamentou o procedimento especial da ação popular. Ele serve
para tutela do direito difuso ao bom uso do patrimônio público. Normalmente o legitimado pede a
anulação do ato administrativo que prejudicou o patrimônio público. O legitimado, segundo o art,
primeiro dessa lei, é O CIDADÃO. Esse é o principal exemplo de ação coletiva que pode ser
provocada por um indivíduo, o eleitor. Art. 1 $3° o cidadão prova sua condição de cidadão
apresentando o seu título de eleitor. SÚMULA 365 STF. PESSOA JURÍDICA não tem legitimidade
para propor ação popular.
2. Lei 7347.1985. Ação civil pública. Faz o papel do procedimento comum do processo individual, mas
no processo coletivo, usado quando não for aplicável outro procedimento. Ideia de soma entre as leis:
art 21. Aplicam-se os dispositivos do capítulo 3 do CDC , o CDC no art. 90 diz que se aplicam as
normas do CPC e da lei 7347. Toda ação civil pública é também regulamentada pelo cdc, independente
de falar de casos de consumo.
3. Lei 84299.1992. Lei de improbidade administrativa. Essa lei trata de direito material e processual.ela
tipifica os atos imorais do ponto de vista da administração pública. Tem 3 arts de direito material, art. 9,
sobre o ato que implica enriquecimento ilícito, o art. 10 trata do ato de lesão ao erário, o art. 11 tipifica
o ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública. Direito à moralidade
administrativa. Reformada pela lei 14.230/2020, que tentou dificultar a possibilidade de punir o
agente público, pois o texto da lei era muito amplo, ambíguo, e agora alguns tipos só podem ser
punidos de forma dolosa e não culposa. Uma das alterações da lei 14230 foi a legitimação ativa para
a proposição da ação. Art. 17 (novo) a ação para aplicação do que diz essa lei, será de
legitimidade do MP. O STF foi provocado e examinou a constitucionalidade desse art. 17, por meio de
2 adins, ADIN 7042, ADIN 7043, decidindo que é inconstitucional pois fragiliza o combate à
corrupção no país. Assim, além do MP também detém legitimidade a pessoa jurídica de direito público
prejudicada
4. Lei 12.016/2009. Fala sobre o mandado de segurança individual e coletivo
5. Lei 13.300 trata do mandado de injunção e mandado de injunção coletivo, sobre um direito
transindividual que não pode ser exercido por falta de norma regulamentados.

EM RESUMO: Mandado coletivo, ação civil pública, ação de improbidade administrativa. Ação
popular, mandado de segurança coletivo e mandado de injunção coletivo

CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS METAINDIVIDUAIS


Em geral, nos instrumentos internacionais, não há diferenciação entre direitos difusos e coletivos
DIFUSO: cujo titular é o grupo de pessoas.
COLETIVOS EM SENTIDO AMPLO: pode significar muitas coisas, em sentido amplíssimo seria
todos os direitos transindividuais, só amplo é sinônimo de direitos difusos.
DIREITOS DIFUSOS. Art 81, par único CDC.
● O direito difuso é titulado por um grupo de pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato
● Exemplos: - meio-ambiente ecologicamente equilibrado, CF 225
- Proteção contra publicidade enganosa (CDC arts. 6° iv e 37)
● Titularidade coletiva: comunidade ou grupo de pessoas indeterminadas e indeterminaveis. O titular não
são as pessoas que o formam, mas o todo.
● Indivisibilidade: fruição do bem jurídico protegido e lesão do direito não podem ser individualizadas

DIREITOS COLETIVOS (EM SENTIDO ESTRITO) - grupinho


Art. Inc ii par. Un. Direitos coletivos assim entendidos
Este grupo é formado por pessoas determináveis
Conceito: direitos indivisiveis
● Direito coletivo subjaz ao grupo a ideia de relação jurídica base, que é anterior a violação do direito
transindividual,que pode se dar de 2 formas
○ 1) entre os membros do grupo, de um membro para com o outro membro do grupo, sendo
direitos e deveres recíprocos entre os sujeitos do grupo. - GRUPO FORTE. Exemplos: grupo
dos advogados dos estudantes da faculdade, não pode roubar cliente do colega
○ 2) entre cada indivíduo e "a parte contrária ", ou seja, um outro sujeito que está fora do grupo.
- GRUPO FRACO, ex. Grupo estabelecido entre cada usuário do plano de saúde da Unimed,
na verdade são milhões de ck tratos individuais, não um grupo entre os usuários.
EXEMPLOS:
Direito dos advogados ao quinto constitucional - grupo forte
Tributo que é reconhecido inconstitucional -

DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS:


São direitos individuais que apresentam uma origem comum, isto é, ponto comum de fato ou de direito, direitos
massificados, em série
Esse é um direito divisível, pois a cada caso o resultado para a pessoa vai ser diferente.
Sentença genérica, regulada no art 95 do CDC, e consagrará uma tese jurídica geral
Execução pode ser individual ou coletiva (fluid recovery) - fredie didier, tratamento molecular e atomizado. O
atomizado é aquele em que cada indivíduo ajuíza sua própria ação, muitas vezes não faz sentido econômico
ajuizar sozinho essa ação. A atomização é o caso em que vários indivíduos na mesma situação, tendo o mesmo
direito, ajuizam a ação. A execução pode ser feita por meio de uma compensação quando o acusado meio que
faz a situação inversa, pois cada indivíduo não pode comprovar seu prejuízo.

a) Noção: direitos individuais que apresentam uma origem comum, isto é, ponto comum de fato ou de direito.
Direitos massificados, em série
b) Exemplos: • Direito à devolução das mensalidades ilegais pagas • Direito decorrente de balança desregulada •
Dano decorrente da venda de combustível adulterado por posto de gasolina • Direito à devolução de tributo
inconstitucional pago (variar de acordo com o valor que a pessoa pagou) • Direito à substituição do componente
defeituoso do produto feito em série
c) Titularidade: individual - grupo é ficção legal e se forma após a lesão. Indivíduos que o formam são
indeterminados mas determináveis
d) O direito é divisível (quem comprou 2 carros defeituosos ou pagou 2 tributos recebe o dobro)
e) Pode haver relação jurídica anterior entre os titulares e parte contrária (compra e venda de carro). O DIH não
surge dessa relação, mas do mesmo ponto de fato (defeito do carro fabricado em série) ou de direito (pagamento
de tributo inconstitucional)
f) Tratamento “atomizado” ou “molecular”. Podem ser tratados em processo individual, mediante instrumentos
de coletivização do CPC. Podem ser tratados em proc coletivo quando opção mais adequada e proporcional (ex:
danos de pequena monta – balança). Não é a soma da ação individual de cada um, mas a tese geral e comum que
subjaz a todas elas (predomínio das questões comuns sobre as individuais)
g) Sentença será genérica (CDC, art. 95) e consagrará uma tese jurídica geral, independente das peculiaridades
concretas de cada indivíduo, que só entrarão na fase de liquidação e execução (na fase de conhecimento, o
direito é tratado como coletivo)
h) Execução pode ser individual ou coletiva (fluid recovery)

Relações entre as categorias:


a) DD, DC e DIH não são categoriais estanques, mas estão interrelacionados.
b) Ex1: Proteção contra a publicidade enganosa é direito difuso. MP pode pedir tutela inibitória. Depois de
violado, ocorrem danos à esfera de cada consumidor. Reparação do dano individual decorrente da publicidade
enganosa é individual homogêneo. MP pode cumular as duas pretensões: fazer cessar e indenizar os
prejudicados.
c) Ex2: Transporte irregular de carga tóxica ameaça genericamente o direito ao meio-ambiente (direito difuso),
mas também ameaça concretamente ao patrimônio e à saúde das pessoas por cujo percurso passará o
transportador (direito individual homogêneo)
d) Síntese de Mazzilli (A defesa dos direitos difusos em juízo, p. 58): “Em síntese, se dentre uma série de bens
de consumo, vendidos a usuários finais, um deles foi produzido com defeito, o lesado terá interesse individual
na indenização cabível. Já os interesses serão individuais homogêneos, a ligar inúmeros consumidores, quando
toda a série de produtos saia com o mesmo defeito. Por sua vez, quando em ação civil pública se reconheça tão
somente a ilegalidade de um aumento aplicado nas prestações de um consórcio, teremos interesses coletivos
(indivisíveis). Em si, a ilegalidade será mesma para todos os integrantes do grupo, independentemente da
quantidade de cotas de cada um deles (interesse coletivo, indivisível); já, porém, a pretensão à restituição de
prestações pagas indevidamente variará de acordo com as cotas de cada um deles (e aí teríamos interesses
individuais homogêneos, porque divisíveis). Os interesses só serão verdadeiramente difusos se, além de terem
objeto indivisível, for impossível identificar as pessoas ligadas pelo mesmo laço fático ou jurídico (como os
destinatários de propaganda enganosa, veiculada pela televisão, ou as pessoas lesadas por uma degradação
ambiental em toda uma região do país).”
e) Exemplo de Mazzilli (op cit., p. 59): “numa única ação civil pública ou coletiva, é possível combater os
aumentos ilegais de mensalidades escolares já aplicadas aos alunos atuais, buscar a repetição do indébito e,
ainda, pedir a proibição de aumentos futuros; nesse caso, estaremos discutindo, a um só tempo: a) interesses
coletivos em sentido estrito (a ilegalidade em si do aumento, que é compartilhada de forma indivisível por todo
o grupo lesado); b) interesses individuais homogêneos (a repetição do indébito, proveito divisível entre os
integrantes do grupo lesado); c) interesses difusos (a proibição de imposição de aumentos para os futuros alunos,
que são um grupo indeterminável).

LEGITIMAÇÃO NAS AÇÕES COLETIVAS


A) Discussão: a natureza da legitimação é ordinária ou extraordinária?em geral, se entende que é
extraordinária, pois ocorre a substituição processual, a parte em sentido formal (autor), não coincide
com o titular do interesse ou direito material, que é a parte em sentido material. O titular defende
direito que não lhe pertence. Essa situação é a regra, então não faz muito sentido ser chamado de
extraordinário, mas é.
B) Características:
1) Fonte legal:
LEGITIMIDADE. Art. 5o LACP Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V - a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico
DEFESA COLETIVA: Art. 82. CDC Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados
concorrentemente:
I - o Ministério Público,
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por
este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins
institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização
assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91
e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
2) De regra: atribuída a entidades públicas e privadas ou a entes despersonalizados
3) Cidadão,só tem legitimidade por exceção (ação popular)
4) Legitimidade: concorrente, disjuntiva e por representação processual
● nos Estados Unidos: “class actions” geralmente são ajuizadas por indivíduos, exigindo rigoroso
controle judicial e casuístico da “representatividade adequada”

3.3. Rol de legitimados


- MP
a) Para DF e DC.????????
b) E os DIH? Teoria mista é que prevalece. MP Só tem legitimidade para : • direitos individuais indisponíveis •
direito à saúde de menor (individual indisponível); • Dir de mutuários do SFH (STF – AI 637853 AgR); • direito
à moradia (REsp 950473 / MG – indisponível). • disponíveis que tenham relevância social • CDC atribui
relevância social aos DIH nas relações de consumo – STF e STJ passaram a aceitar (Súmula 601 STJ) •
Liberação do PIS/PASEP para portador de invalidez permanente (REsp 1480250 / RS) • Restrições em matéria
tributária, previdenciária e FGTS (L. 7347, 1º, p. u.)
- Defensoria Pública (LACP, 5º, II)
a) Relação com sua função institucional: em prol dos necessitados (pertinência temática)
b) Basta que alguns membros do grupo tenham direito de usar a defensoria, não precisa ser o grupo todo. P/ isso
tem que ser necessitado econômico (ex.: pessoa pobre) ou Necessitado jurídico (ex.: hipervulnerável)

- “Entes públicos”
a) UF, EE, MM, DF; autarquia, fundação; empresa pública; sociedade de economia mista
b) Órgãos da Administração mesmo sem personalidade jurídica (Procon, SUSEP, CMN, CADE)
c) Agências governamentais (autarquias especiais); OAB (só direito seu ou de associado).
d) “Pertinência temática” - relação com a entidade, seu patrimônio, suas funções, serviços que presta (ex.:
município em prol dos munícipes, mas não em prol de interesse exclusivo da União)

- 3.3.5. “Entes privados”


a) Associações, sindicatos, partidos políticos, entidades de classe, cooperativas
b) Requisitos: • constituição há pelo menos um ano (só associações) – por quê? E daí? • objeto da ação coletiva
deve estar ligado às finalidades da entidade (pertinência temática) • L. 12.016, art. 21, caput: partidos – defesa
direitos dos integrantes ou finalidades partidárias
c) Juiz pode dispensar primeiro requisito (LACP, 5º, § 4º; CDC, art. 82, § 1º).
d) Controle judicial da representatividade adequada
e) Associação não precisa de autorização especial dos associados para ajuizar ações coletivas pelo procedimento
especial na condição de substituto processual (CDC, art. 82, IV; L. 12.016, art. 21, caput; Súmula STF 629) •
Tese fixada no tema nº 1.119 da repercussão geral (STF): “É desnecessária a autorização expressa dos
associados, a relação nominal destes, bem como a comprovação de filiação prévia, para a cobrança de valores
pretéritos de título judicial decorrente de mandado de segurança coletivo impetrado por entidade associativa de
caráter civil.” • Mas: “Não se aplica às associações genéricas — que não representam qualquer categoria
econômica ou profissional específica — a tese firmada no Tema 1.119 da sistemática da repercussão geral,
sendo insuficiente a mera regularidade registral da entidade para sua atuação em sede de mandado de segurança
coletivo, pois passível de causar prejuízo aos interesses dos beneficiários supostamente defendidos.” (STF. 2ª
Turma. ARE 1.339.496 AgR/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. André Mendonça, julgado
em 7/02/2023 - Info 1082).
• L. 9.494, art. 2-A, p. ú. - se aplica à ação coletiva pelo procedimento comum. Veja a tese fixada no tema nº 499
da repercussão geral (“A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário,
ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os filiados, residentes no
âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou até a data da propositura da
demanda, constantes de relação juntada à inicial do processo de conhecimento”).
• A tese fixada no tema nº 82 trata de representação (“I – A previsão estatutária genérica não é suficiente para
legitimar a atuação, em Juízo, de associações na defesa de direitos dos filiados, sendo indispensável autorização
expressa, ainda que deliberada em assembleia, nos termos do artigo 5º, inciso XXI, da Constituição Federal; II –
As balizas subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação, são definidas pela
representação no processo de conhecimento, limitada a execução aos associados apontados na inicial”) = Não
confundir substituição processual dos associados (= legitimação extraordinária) (CF, arts. 5º, LXX, “b” e 8º, III)
com representação judicial dos associados (CF, 5º, XXI)

- Cidadão
a) Cidadão = eleitor (prova – título eleitoral ou doc equivalente)
b) Não: estrangeiros, PJ e os que estão com direitos políticos suspensos ou perdidos (Súmula STF 365)
c) Menor de 16-18 pode, desde que assistido
d) Só para ajuizar ação popular

COISA JULGADA NAS AÇÕES COLETIVAS


CDC, art. 103; L. 4717, art. 18; L. 7347, art. 16; L. 12016, art. 22, caput
CDC Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que
qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese
do inciso I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de
provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do
art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais
dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não
tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de
julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas
individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus
sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.

Lei 4717. Ação popular. Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no
caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste caso, qualquer cidadão poderá
intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

Lei 7347. Ação civil pública. Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de
provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de
nova prova.
Lei 12016. Mandado de segurança. Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. (Vide ADIN 4296)
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante
judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.

a) Direitos Difusos – erga omnes e secundum eventum probationis. Haverá coisa julgada se ação for procedente
ou improcedente (pro et contra), Só não haverá COISA JULGADA se a improcedência for por falta de provas.
Nesse caso, qualquer legitimado COLETIVO poderá ajuizar ação idêntica com nova prova
b) Direitos Coletivos – ultra partes (?) e secundum eventum probationis. Haverá coisa julgada se ação for
procedente ou improcedente (pro et contra), Só não haverá se a improcedência for por falta de provas. Nesse
caso, qualquer legitimado COLETIVO poderá ajuizar ação idêntica com nova prova
c) Direitos individuais homogêneos – secundum eventum litis e in utilibus. Só haverá coisa julgada (e será erga
omnes) se a demanda for procedente, ou seja, apenas para beneficiar os indivíduos

Influência da coisa julgada de ação coletiva nas ações individuais


a) A coisa julgada em caso de improcedência da ação coletiva não prejudica as ações individuais (CDC, 103, §
1º), exceto quando os indivíduos participaram da ação coletiva relativa a DIH - CDC, 94
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam
intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social
por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
• São litisconsortes, pois o direito é individual
• Regime “opt in” (“escolhe entrar”) – CDC, art. 104

b) Se a ação coletiva foi julgada procedente, coisa julgada beneficia a todos os indivíduos (coisa julgada
secundum eventum litis), que só precisarão liquidar e executar seus prejuízos individuais em ação individual
c) Críticas – Arenhart: CF prometeu tutela individual de direitos? Faz sentido liberar para todo mundo o
ingresso em juízo individual

5.3. “Transporte” da coisa julgada na ação coletiva para a ação individual em curso
a) O transporte para as ações individuais que já estiverem em curso é in utilibus (= para beneficiar) e só se
verifica:
• Na ação civil pública, se tiver ocorrido a suspensão da ação individual (CDC, art. 104)
• No mandado de segurança coletivo, se tiver ocorrido a DESISTÊNCIA do mandado de segurança individual,
no caso do mandado de segurança coletivo – L. 12.016, art. 22, § 1º (ABSURDO!!! Lixo!!!)
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo
ou categoria substituídos pelo impetrante. (Vide ADIN 4296)
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da
coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

b) Pela letra do CDC, o indivíduo precisa requerer a suspensão da ação individual (art. 104), mas o STJ decidiu
que essa suspensão deve ser determinada de ofício pelo juiz: REsp 1.110.549/RS (temas 60 e 589)

O problema dos limites territoriais da coisa julgada


a) L. 7347, art. 16 c/ redação da L. 9.494/1997: “A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da
competência territorial do órgão prolator (...)”
b) Por quê? Limitação ao controle judicial de políticas públicas e omissões do Poder Executivo em geral
c) Limites territoriais da coisa julgada x eficácia territorial da sentença
d) STJ – EREsp 1134957/SP – absurdo limitar de forma apriorística
e) STF – Tema 1075 da Repercussão Geral.

Julgamento concluído com trânsito em julgado. Teses firmadas: “I - É inconstitucional a redação do art. 16 da
Lei 7.347/1985, alterada pela Lei 9.494/1997, sendo repristinada sua redação original. II - Em se tratando de
ação civil pública de efeitos nacionais ou regionais, a competência deve observar o art. 93, II, do CDC. III -
Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional e fixada a competência nos termos do
item II, firma-se a prevenção do juízo que primeiro conheceu de uma delas, para o julgamento de todas as
demandas conexas

- repristinação: Instituto pelo qual se restabelece a vigência de uma lei revogada pela revogação da lei
que a tinha revogado. Ex: a lei "A" é revogada pela lei "B"; advém a lei "C", que revoga a lei "B" e diz
que a lei "A" volta a viger.
- prevenção: Prevenção consiste na fixação da competência de um juízo em face de outro, quando ambos
forem competentes. É uma forma de preferência conferida a um desses juízos.
- Competência do art. 93, II, do cdc: Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente
para a causa a justiça local
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou
regional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.

REDAÇÃO MODIFICADA E DERRUBADA PELO STF: Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga
omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.

REDAÇÃO ORIGINAL E VIGENTE SEGUNDO TESE DO STF: Art. 16. A sentença civil fará coisa
julgada erga omnes, exceto se a ação for julgada improcedente por deficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova
prova.

ncorrente.
QUESTÕES DE FIXAÇÃO DE TUTELAS JURISDICIONAIS DIFERENCIADAS – 2ª PROVA (2023/1)

Tutela antecipada antecedente


1. Cite um exemplo de medida antecipatória passível de ser postulada em caráter antecedente.
2. O texto do novo CPC dispensa o ajuizamento do pedido principal (= pedido de tutela final) no
procedimento da tutela antecipada antecedente?
3. Quais as consequências da ausência de manifestação do réu no âmbito do procedimento da tutela
antecipada antecedente?
4. O que é o “respectivo recurso” mencionado pelo art. 304, caput, do CPC/2015?
5. O que é “estabilização” a tutela antecipada antecedente?
6. A ação prevista no art. 304, § 2º, do CPC/2015 é a mesma prevista pelos arts. 966 a 975 do Código?
Tutela da evidência
7. O que é “evidência” do direito?
8. Em que se fundamentam as liminares nas ações de depósito e monitória, respectivamente?
9. É possível a tutela da evidência com base em precedente judicial?
10. É possível a tutela da evidência com base em “precedente administrativo” do CADE?
11. O que é a “ação de depósito” sugerida pelo inciso III do art. 311?
12. Em que casos a tutela da evidência pode ser deferida liminarmente?
Procedimentos especiais em geral
13. Dê três exemplos de procedimentos especiais extintos no novo CPC.
14. Dê dois exemplos de novos procedimentos especiais instituídos pelo CPC.
15. Qual a importância do art. 327, § 2º, do CPC?
16. Pode-se dizer que o procedimento comum do novo CPC é igual ao procedimento ordinário do
CPC/1973?
Ações possessórias
17. Qual a diferença, do ponto de vista do cabimento e da eficácia da sentença, entre as ações de
manutenção e de reintegração de posse?
18. A ação de imissão de posse é uma ação possessória? Por quê?
19. Qual o prazo previsto em lei para o ajuizamento da ação possessória pelo procedimento especial? O
que acontece se o possuidor perder esse prazo? Nesse caso, o possuidor perde o direito de obter qualquer forma
de medida liminar?
Ação monitória
20. É cabível o ajuizamento de ação monitória contra pessoa incapaz? Quais são as obrigações tuteláveis
por meio do procedimento monitório?
21. Quais são as obrigações tuteláveis por meio do procedimento monitório?
22. É cabível o ajuizamento de ação monitória contra a fazenda pública?
23. O que acontece se o juiz, ao analisar a prova escrita juntada com a petição inicial, não ficar convencido
acerca da existência do direito alegado pelo autor na ação monitória?
24. Cabe reconvenção em ação monitória?
25. O que são os embargos à ação monitória? Qual é o respectivo prazo? Esses embargos possuem efeito
suspensivo automático? O que pode o réu alegar nesses embargos?
26. Cabe o ajuizamento de ação rescisória contra o despacho liminar proferido em sede de ação monitória,
caso não sejam opostos embargos?
Mandado de segurança
27. O que é “direito líquido e certo”? Direito líquido e certo é aquele direito decorrente de fatos
incontroversos, comprováveis de plano, através de prova documental préconstituída anexada à petição inicial do
writ, valendo a pena salientar, contudo, que a noção de prova documental aqui utilizada não se confunde com a
noção de prova escrita.
28. Qual o prazo para ajuizamento do mandado de segurança? Conforme o STF, tal prazo é constitucional?
O que acontece se o titular do direito subjetivo público perder esse prazo? O direito subjetivo público deixa de
existir? O titular simplesmente perde a possibilidade de pleitear a sua tutela jurisdicional?
29. É adequado ajuizar mandado de segurança simplesmente para pedir que o Estado seja condenado ao
pagamento de uma quantia em dinheiro?
30. É cabível o ajuizamento para pedir que o Judiciário simplesmente declare a inconstitucionalidade de
uma lei?
31. Cabe mandado de segurança para impugnar uma decisão judicial transitada em julgado?
32. Qual é o papel da autoridade coatora no mandado de segurança?
33. Cabe o ajuizamento de mandado de segurança contra empresa privada?
34. Se o juiz denegar a segurança, ocorre coisa julgada material no mandado de segurança?
35. Conforme a Lei do Mandado de segurança, qual o recurso cabível contra a decisão que indefere a
medida liminar?
36. Conforme decisão recente do STF em controle concentrado de constitucionalidade, o disposto no art.
7º, § 2º, da Lei 12.016/2009 é constitucional?
37. No procedimento especial do mandado de segurança, cabe condenação do vencido ao pagamento de
honorários de sucumbência?
Processo coletivo
38. É correto dizer que o novo CPC se preocupou em conferir uma disciplina abrangente ao processo
coletivo? Por quê?
39. Levando em conta sobretudo as observações do Prof. Sérgio Cruz Arenhart, pode-se dizer que o
processo coletivo tem uma estrutura radicalmente diferente do processo individual?
40. Além de servir para tutela de direitos transindividuais, qual a característica que particulariza o processo
coletivo em relação ao processo individual? Dica: tem a ver com as partes.
41. As normas relativas ao processo coletivo estão codificadas no Brasil? Em caso negativo, como se dá a
relação entre as distintas normas que regulam o processo coletivo?
42. Classifique os seguintes direitos usando a convenção a seguir: (a) direito difuso; (b) direito coletivo; (c)
direito individual homogêneo.
( ) Direito à repetição do indébito de um imposto instituído em desconformidade com o sistema
constitucional tributário.
( ) Direito ao meio ambiente equilibrado.
( ) Direito dos advogados ao quinto constitucional.
( ) Direito a que não haja publicidade enganosa de produtos e serviços de consumo.
( ) Direito ao reconhecimento da inconstitucionalidade de um tributo instituído em contrariedade ao
sistema constitucional tributário.
( ) Direito do adquirente de um carro cujo airbag, fornecido por uma determinada empresa, pode ser
acionado de forma indevida, colocando em risco a vida do usuário.
( ) Direito ao bom uso do patrimônio público.
( ) Direito à moralidade administrativa.
( ) Direito do poupador à adequada correção do saldo em caderneta de poupança na época dos planos
econômicos dos anos de 1980 e 1990.
43. Conforme a visão predominante, a legitimidade ativa, no processo coletivo, é ordinária ou
extraordinária?
44. O que é ação coletiva passiva?
45. Conforme a LACP e o CDC, a UFRGS, uma autarquia da União, detém legitimidade para postular a
tutela de direitos transindividuais? Em que situações?
46. Em relação às associações privadas, o juiz pode dispensar o requisito da constituição há pelo menos um
ano?
47. Conforme doutrina e entendimento consolidado no STF, a associação que atua em favor de uma
categoria econômica ou profissional específica precisa de autorização dos associados, concedida em assembleia
com lista de presença/votação, para ajuizar uma ação civil pública, pelo procedimento especial previsto pela Lei
nº 7.347/1985, para tutela de direito transindividual dessa categoria?
48. A defensoria pública pode mover ações civis públicas para tutela de qualquer tipo de direito
transindividual? Nesse caso, a atuação da defensoria só poderia beneficiar pessoas pobres?
49. Quem é que detém a legitimidade ativa para ajuíza a ação popular?
50. Qual o regime da coisa julgada nos direitos difusos?
51. De acordo com o STF, a vinculação da coisa aos limites da competência territorial do juízo prolator, no
art. 16 da Lei nº 7.347/1985, é constitucional?

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