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contestação é um ato processual que tem natureza de defesa. É a


oportunidade de resposta do Réu, que deve expor suas razões, defendendo-se
das pretensões e dos pedidos realizados pelo Autor. Tem previsão legal nos
artigos 335 a 342 do Novo CPC.

Podemos dizer que a contestação tem para o Réu a mesma importância que


uma petição inicial tem para o Autor. Por isso, compartilho aqui as principais
informações desta importantíssima peça processual. 
Você vai conferir como a contestação deve ser elaborada e apresentada tanto
na área cível como na trabalhista. Além disso, vai entender melhor sobre os
prazos, a réplica e se o réu pode reconhecer a procedência do pedido
formulado. Abordo também a defesa processual e a defesa de mérito, além da
presunção de veracidade.

O que é a contestação no Novo CPC?

A contestação é a oportunidade de resposta do Réu em defesa às


pretensões e aos pedidos realizados pelo Autor no processo. Pode ser
apresentada de forma escrita ou oral e deve conter toda a matéria de defesa.
Está prevista no artigo 335 do Novo Código de Processo Civil:

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15


(quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não
houver autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de
mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º,
inciso I ;
III – prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos
demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, §
6º , o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II , havendo
litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não
citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que
homologar a desistência.”

O novo CPC simplificou a apresentação da contestação. Na vigência do


Código anterior, havendo necessidade de se impugnar o valor da causa,
pedido de gratuidade de justiça ou apresentar exceção de incompetência, era
necessária a instauração de incidente processual. 
O novo Código possibilitou que essas matérias sejam alegadas em sede
preliminar na contestação. Outra simplificação importante foi
a reconvenção que pode ser alegada no bojo da contestação.

Qual é o prazo de contestação no Novo CPC?

Assim, o art. 335 do CPC elencou novos marcos para a contagem do prazo de
contestação. 
O Novo Código de Processo Civil determinou que o prazo para contestação é
de 15 dias, que devem ser contados a partir:
 Da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de
conciliação;
 Do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou
de mediação apresentado pelo réu;

 No caso de litisconsórcio passivo, para cada um dos réus, da data de


apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência;
 Havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a
réu ainda não citado, da data de intimação da decisão que homologar a
desistência.
Chamo atenção aos casos em que o réu comparece espontaneamente ao
processo e junta procuração com poderes especiais para receber citação,
pois, por força do art. 239 § 1º, o prazo para contestação passa a fluir da data
que compareceu: 
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do
executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou
de improcedência liminar do pedido.

§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a


nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de
contestação ou de embargos à execução.”

Exceções ao prazo de contestação

Prazo de 5 dias para apresentação da contestação:


 Procedimento de tutela cautelar requerida em caráter antecedente
(artigo 306);
 Procedimento de habilitação (art. 690);

 Homologação de penhor legal (art. 703 § 3°);

 Procedimento de restauração dos autos (art. 714);

 Ação para remoção do tutor ou curador (art. 761 § único).


Além disso, em caso de ação rescisória, o prazo nunca será inferior a 15 dias
nem superior a 30 dias (art. 970).Também há prazo em dobro para o
Ministério Público, Advocacia Pública e Defensoria Pública (art. 180, 183 e 186
respectivamente). Conta-se o prazo em dobro, igualmente, quando
houver litisconsortes com procuradores diferentes, de escritórios de advocacia
distintos (art. 229).

Réplica à contestação no Novo CPC

A réplica é o momento processual em que o Autor se manifesta das


alegações da contestação do réu, inclusive das preliminares que foram
suscitadas. 
O CPC/73 possibilitava a manifestação do autor unicamente na defesa
processual ou defesa indireta de mérito. Já no novo CPC, é possível
a manifestação do autor quando o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou
extintivo ao direito do autor. O prazo para a réplica é de 15 dias (art. 350), e a
ausência da concessão desse prazo ao Autor pode acarretar em nulidade do
processo, exceto se não lhe causar nenhum prejuízo.
É importante considerar que o réu pode reconhecer a procedência do pedido
formulado pelo autor (art. 387, III, a) ou rejeitá-lo. 

Se o réu rejeitar, é sua incumbência alegar toda a matéria de defesa, ainda


que essas alegações sejam contraditórias entre si (pedido subsidiário). Isso
porque, rejeitando o argumento principal, pode-se acolher o subsidiário. Assim,
é importante analisar atentamente a petição inicial e os documentos que a
acompanham. 
Feito isso, divide-se a defesa em duas etapas:
1. Defesa processual, se houver;

2. E a defesa do mérito.

Defesa processual

Na chamada defesa processual, o objetivo é atacar os aspectos formais do


processo antes de adentrar ao mérito e as dispormos nas questões
preliminares da contestação, em consonância com o art. 337 do CPC:
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma
causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão
transitada em julgado.
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz
conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na
forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.”

As hipóteses acima, com exceção da convenção de arbitragem e da


incompetência relativa, tratam-se de matéria de ordem pública, podendo ser
suscitadas após o oferecimento da contestação ou até mesmo serem
reconhecidas de ofício. 

Além dessas, poderá o réu alegar em preliminar de mérito sua ilegitimidade


ou carência de interesse processual do autor (art. 330), e também suscitar a
ausência de algum documento indispensável para a propositura da ação (art.
320).

Comentários ao artigo 337 do CPC

I – inexistência ou nulidade da citação

A citação do réu é ato indispensável (art. 239), salvo se houver


comparecimento espontâneo.

II – incompetência absoluta e relativa

A incompetência absoluta é fixada em razão da matéria ou da hierarquia


funcional, hipótese prevista no art. 62. Já a incompetência relativa, refere-se ao
território ou valor, art. 63.

III – incorreção do valor da causa


O valor da causa poderá ser impugnado pelo Réu, requerendo a sua
readequação (art. 293).

IV – inépcia da petição inicial

Quando faltar pedido ou causa de pedir, pedido indeterminado, narração dos


fatos não decorrida logicamente ou quando tiver pedidos incompatíveis entre si
(art. 330 § 1º).

V – perempção

Preclusão do direito do autor (art. 486 § 3º).

VI – litispendência

Ocorre quando há um ajuizamento de outra ação com as mesmas partes e a


mesma causa de pedir, devendo ser ações idênticas (art. 337 § 1º a 3°). Vale
dizer que não há litispendência se uma ação tramitar no Brasil e outra no
exterior (art. 24).

VII – coisa julgada

Ajuizamento de ação idêntica com as mesmas partes e a mesma causa de


pedir que já foi julgada e transitou em julgado (art. 337 § 1º a 4° e art. 502 a
508).

VIII – conexão

Quando duas ou mais ações tem em comum o objeto e a causa de pedir,


exemplo: ação que se pede revisão do valor da prestação de alimentos em que
um genitor busca majorar e outro diminuir o valor da prestação (art. 55).

IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de


autorização

Toda pessoa é capaz de ser parte numa relação judicial, porém, é preciso ter
capacidade processual, estar no exercício do seu direito (art. 70 e 76).
X – convenção de arbitragem

Se houver o compromisso arbitral estabelecido entre as partes é dever do Réu


alegar em preliminar (art. 337 § 5).

XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual

É legítimo para postular em juízo o titular do direito, ou em casos excepcionais,


sujeito que embora não seja titular, pode pleitear direito alheio em nome
próprio. Quanto ao interesse de agir, esse é caracterizado pela necessidade e
adequação, nos casos em que o Juiz é imprescindível para a validade de um
ato, diante de um conflito de interesses. 

XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como


preliminar

Quando for legalmente exigível (art. 83) ou em casos de tutela de


urgência que possa causar dano a parte contrária (art. 300 § 1°).

XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça

Impugnação quando o autor não preenche os requisitos para o benefício (art.


98 a 102).

Defesa de mérito

Após a defesa processual, temos a defesa de mérito. 


É dever do réu, pelo ônus da impugnação especificada, refutar todos os fatos
alegados pelo autor na petição inicial, sob pena de se presumirem verdadeiras,
consoante exposto no art. 341. É nesse campo da defesa que se alega
a prescrição do direito do autor, se houver (art. 206
A importância da impugnação de todos os fatos alegados pelo autor é
reforçada pelo art. 374 I e II, do qual explica que os fatos afirmados por uma
parte e confessados pela parte contrária não dependem de prova,
podendo o juiz julgar antecipadamente parte ou todo o mérito da ação.
É importante dizer que essa presunção de veracidade é relativa, pois o
conjunto probatório pode indicar ao juiz um entendimento contrário àquele que
o autor alegou.
Esse entendimento vale ainda que o réu seja revel (saiba mais
sobre revelia aqui). Excetuam-se da regra da impugnação especificada o
defensor público, advogado dativo e ao curador especial. Além disso, não
há confissão quanto aos direitos indisponíveis (art. 392 CPC).
A impugnação específica de todos os fatos alegados pelo autor é tão
importante que o réu somente poderá deduzir novas alegações quando
relativas a direito ou a fato superveniente, ou quando competir ao juiz falar
delas de ofício ou por expressa autorização legal (art. 342). 

Dicas de como fazer uma contestação

Via de regra, na esfera cível, a apresentação da contestação é de forma


escrita, nos termos do art. 335 do CPC.

1. Seja persuasivo para convencer

É dever do advogado persuadir e convencer o Magistrado que o seu cliente


deve prosperar. Você deve focar nisso durante toda a argumentação jurídica.
No entanto, não se prenda a apenas argumentos jurídicos, tenha
argumentos adaptados à situação atual. 
É fundamental iniciar o debate com argumentos relevantes. Assim, desde
o início, você estará persuadindo o juiz a concordar com a tese do seu cliente,
e esta é a chave para a sua contestação ser um sucesso. 

2. Tenha argumentos fortes

É importante que você tenha total conhecimento do seu pleito, desde os fatos
até o teor dos documentos. Dessa forma, saberá quais são os argumentos
mais fortes. 

Junto do seu cliente, busque fatos e documentos das duas versões dos fatos, e
a partir disso trace a melhor estratégia e os melhores argumentos. Neste
momento, também é importante lembrar do cuidado durante as reuniões para
não influenciar o cliente.

Após ter feito isso, leia novamente a petição inicial para elaboração do roteiro
de sua contestação. Elabore a peça sem pressa, prestando atenção aos
detalhes para não esquecer nenhum argumento.

3. Plante dúvidas

Faça sua narrativa de uma forma que o Juiz não precise retornar a petição
inicial para entender o pleito. Lembre-se: ele possui inúmeros casos para
julgar.

Por isso, plante dúvidas sobre o direito do autor durante a narrativa da petição
inicial, assim os fundamentos de sua contestação se fortalecerão.

4. Questões de mérito

Há uma regra que você deve lembrar na objeção das questões de mérito:
nunca deixe fatos incontroversos. 

Caso aconteça de ter um fato que não pode ser controvertido, é seu dever
desqualificá-lo em relação direito pugnado. Argumente, e com isso, semeie a
dúvida plantada no início. 

O segredo para fazer uma excelente contestação é conhecer totalmente o


direito material, as posições doutrinárias e jurisprudenciais, além de saber
argumentar e desconstruir falsas premissas.

Modelo de contestação no Novo CPC

Agora que já tem as dicas de como fazer, que tal um modelo de contestação?
É isso mesmo! Separei um modelo completo e exclusivo para você fazer
uma excelente contestação e acertar na redação jurídica!
Para ter acesso ao modelo, basta fazer o download do material, clicando
abaixo:
Principais dúvidas sobre o tema

O que é a contestação?

A contestação é um ato processual que tem natureza de defesa. É a


oportunidade de resposta do Réu, que deve expor suas razões, defendendo-se
das pretensões e dos pedidos realizados pelo Autor. Tem previsão legal nos
artigos 335 a 342 do Novo CPC.

Qual o prazo para contestação?

Conforme o art. 335 do Novo CPC, o prazo para contestação é de 15 dias


úteis. No entanto, há exceções. Confira quais são elas neste artigo!

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA XXª VARA DO TRABALHO DO FÓRUM XXXXX - 


SÃO PAULO - SP

Processo nº XXXXX-XX.XXXX.X.XXXX

NOME, QUALIFICAÇÃO, ENDEREÇO, por sua advogada que


esta subscreve, nos autos da XXXXXX movida por NOME DO RÉU, QUALIFICAÇÃO, vem
respeitosamente, oferecer sua CONTESTAÇÃO nos termos do artigo (847 da CLT ou
335 do CPC) pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

SÍNTESE DO PROCESSO

PRELIMINARMENTE

I. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA

Coloque aqui todas os tópicos da defesa processual

II. TÓPICO
DO MÉRITO

III. PRELIMINARES DE MÉRITO 

Suscitar as preliminares de mérito (prescrição ou decadência)

IV. TÓPICO

Coloque aqui todas os tópicos da defesa de mérito

V. DAS PROVAS

Pugna provar o alegado por todos os meios de prova em


Direito admitidos, especialmente, mas não limitados, pelo depoimento pessoal das
partes, apresentação de documentos, oitiva de testemunhas e demais meios que se
fizerem necessários ao deslinde da controvérsia.

VI. CONCLUSÃO

Por todo o exposto, requer:

a. sejam acolhidas as preliminares arguidas para declarar......, 


b. sejam julgados improcedentes os pedidos ..... 

Por fim, requer sejam todas as intimações publicadas em


nome de NOME DO ADVOGADO, advogada devidamente inscrita na OAB/SP nº
XXX.XXX, sob pena de nulidade.

Pede Deferimento.
DATA
NOME DO ADVOGADO
OAB/SP nº XXX.XXX

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA … VARA
… DA COMARCA DE …
Autos do Processo nº …

Autor: …

Réu (s): …

Nome do réu, (qualificação: estado civil, nacionalidade, CPF/CNPJ, profissão,


domicílio), por seu advogado que esta subscreve (Doc. I), com escritório na Rua
….., n. ….., onde receberá intimação, sendo citado para se defender na Ação …
movida perante esse Juízo por nome do autor (qualificar como está na inicial),
vem, no prazo legal, e com os inclusos documentos, manifestar sua
CONTESTAÇÃO, expondo e requerendo a V. Exa. o que segue:

I. DOS FATOS

(resumo dos fatos)

(resumo dos fatos)

II. DAS PRELIMINARES

(hipóteses do art. 337, Novo CPC)

III. DO MÉRITO

Preliminares de mérito, como prescrição e decadência.

Contestação de todos os direitos alegados pela parte autora, sob pena de


presunção de veracidade.

IV. DOS PEDIDOS


Diante do exposto, requer:

A apreciação das preliminares arguidas para declarar … (com a consequente


extinção do processo sem resolução de mérito, nos moldes do art. 485, VI, Novo
CPC, sendo a hipótese)

Não sendo acolhidas as preliminares, requer a apreciação do mérito, para


declarar improcedente a ação e todos os pedidos da parte autora, com a
consequente extinção do processo, com resolução de mérito, nos moldes do art.
487, I, Novo CPC.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


notadamente, … (depoimento pessoal do autor, sob pena de confesso,
inquirição de testemunhas, produção de provas, etc.).

(informar se possui ou não interesse na autocomposição)

Nestes termos, pede deferimento.

Local e data.

a) advogado

Nome do advogado

OAB n. …

CIC n. …

Dos fatos
Nesta seção do modelo de contestação, cabe ao advogado do réu apresentar um
resumo ponto a ponto dos fatos elencados na petição inicial movida pelo autor. É a
partir desses fatos que ele embasará a sua defesa, desde as argumentações
preliminares até o mérito da contestação.

Das preliminares
As preliminares da contestação são alegações de ordem formal, divididas em dois
possíveis propósitos: extinguir o processo (peremptórias) ou dilatá-lo no tempo
(dilatatórias). Para cada um desses dois casos, o CPC prevê exemplos.

Argumentos peremptórios:

1. inépcia da petição inicial;

2. perempção;

3. litispendência;

4. coisa julgada;

5. convenção de arbitragem.

Argumentos dilatatórios

1. inexistência ou nulidade da citação;

2. incompetência absoluta e relativa;

3. incorreção do valor da causa;

4. conexão;

5. incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

6. ausência de legitimidade ou de interesse processual;

7. falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

8. indevida concessão de benefício de gratuidade de justiça.

Do mérito
Aqui entramos nas contestações argumentativas aos pedidos do autor da ação. Assim
como nos argumentos preliminares, a discussão do mérito também é dividida em dois
subtipos dentro do modelo de contestação:

1. Preliminares de mérito, indireta ou prejudicial: são argumentações que podem

impedir, extinguir ou modificar os pedidos do autor do processo. Devem ser feitas

antes das argumentações de mérito em sentido estrito ou diretas. A defesa de mérito

indireta engloba fatos não apresentados na petição inicial. Já as prejudiciais de

mérito, dizem respeito a questões como prescrição e decadência.

2.  Argumentações de mérito em sentido estrito ou diretas: referem-se diretamente

aos pedidos do autor e suas motivações. É importante que cada um dos fatos

elencados no início da contestação seja respondido com embasamento jurídico. Caso

contrário, as alegações não impugnadas serão presumidas como verdadeiras, exceto

se:

 não for admissível, a seu respeito, a confissão;

 a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei

considerar da substância do ato;

 estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

Dos pedidos
Nesta parte do modelo de contestação, o advogado faz os pedidos formais para que o
juiz aprecie as preliminares, extinguindo o processo. E em caso de não acolhimento,
que se considerem as argumentações de mérito, julgando improcedentes os pedidos.
Também se pede a admissão de todos os meios de prova apresentados e a
condenação do autor ao pagamento dos honorários de sucumbência, entre outros
requerimentos.

Conclusão
O modelo de contestação é só uma forma para facilitar a vida dos advogados. Cabe ao
profissional, com sua competência e seu talento, embasar da melhor forma possível a
defesa do réu representado. Isso utilizando de vasto conhecimento em matéria de
Direito e outras habilidades como escrita objetiva e linguagem persuasiva. Um bom
modelo de contestação ajuda com que o advogado tenha mais tempo para elaborar a
fundamentação dos argumentos.

Modelo de Contestação: Ação de Cobrança Cível


26 de novembro de 2020

Clique aqui para personalizar este documento e baixe em Word e PDF. 

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (nº da Vara)


VARA CÍVEL DA COMARCA DE (nome da cidade)

Processo nº (número)

(Nome do contestante), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no CPF sob


nº (nº do CPF) e RG nº (nº do RG), residente e domiciliado à (endereço completo, com
cidade e estado), com endereço eletrônico (e-mail) e telefone (nº do telefone), por
intermédio de seu advogado, que recebe intimações pelo e-mail (e-mail do advogado) e
telefone (telefone do advogado) e que fora constituído pelo instrumento procuratório em
anexo, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar

CONTESTAÇÃO, em face da Ação de Cobrança movida por (nome do Autor da


ação), nos moldes que serão expostos a seguir.

SÍNTESE DO OCORRIDO

(Breve relato do ocorrido; apresentação dos fatos que são contrapostos à inicial)
 

PRELIMINARES

DO MÉRITO

De início, cumpre mencionar que a contestante impugna todos os fatos narrados em


sede de inicial, os quais se contrapõem aos termos da presente contestação. Por esse
motivo, a ação deve ser declarada improcedente. Senão, vejamos.

(detalhar os fatos que rebatem e afastam os argumentos trazidos em sede de inicial).

Além disso, os documentos juntados na inicial são insuficientes para comprovar o que
foi narrado. Ora, (detalhar as razões pela fragilidade das provas juntadas pelo autor).

DA PRODUÇÃO DE PROVAS

Caso Vossa Excelência entenda pelo prosseguimento do feito, o Contestante requer,


desde já, o poder de instruir a ação com as seguintes provas:

1. Depoimento pessoal de (descrever o nome), para esclarecimento dos fatos que


concernem à (descrever), nos termos do art. 385, do CPC;
2. A oitiva das testemunhas abaixo arroladas;
3. A análise pericial da (descrever o objeto de prova);
4. A obtenção de documentos, que serão abaixo indicados, que se encontram junto à
(descrever o nome da pessoa), com base no art. 396, do CPC; e
5. Todas as provas necessárias e admitidas em direito, de acordo com o andamento do
feito.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer à Vossa Excelência em sede de Contestação:

1. O acolhimento das preliminares arguidas e a imediata extinção do processo sem a


resolução do mérito, com base no art. 354 e no art. 485, ambos do CPC;
2. A improcedência total da presente demanda, reconhecendo-se a ilegalidade na
cobrança narrada em sede inicial;
3. A produção de todas as provas admitidas em direito;
4. A condenação do Autor ao pagamento, nos moldes do art. 85, §2º, do CPC, dos
honorários advocatícios; e
5. Manifesta-se, por fim, o interesse em audiência para a tentativa de autocomposição,
nos moldes do artigo 334, do CPC. (verificar se é cabível no caso)

Termos que, pede e deferimento.

(cidade), (data).

___________________________

Nome do Advogado(a) por extenso

Nº da OAB/(sigla do estado da inscrição)

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. (Nome completo), CPF nº, RG nº, residente e domiciliado à (endereço)

2. (Nome completo), CPF nº, RG nº, residente e domiciliado à (endereço)

3. (Nome completo), CPF nº, RG nº, residente e domiciliado à (endereço)

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