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LIVRO V

DA TUTELA PROVISÓRIA
 TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS – artigos 294 até 299

 TÍTULO II
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Capítulo I - Disposições gerais (antecipada/cautelar)
Artigos 300 até 303
Capítulo II – Tutela antecipada antecedente
Artigos 303 até 304
Capítulo III – Tutela cautelar antecedente
Artigos 305 até 310

 TÍTULO III
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA
Artigo 311
Requisitos para concessão da tutela
de urgência
Art. 300.  A tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que
evidenciem (1) a probabilidade do direito e
(2) o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.

Urgência impõe o perigo de dano (ao processo ou


direito material) ou receio de ineficácia do provimento
final.
Concessão de Ofício?
 Art. 300.  A tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o
risco ao resultado útil do processo.
Resumindo as disposições gerais da tutela de urgência
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o


caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após


justificação prévia.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida


quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Resumindo as disposições gerais da tutela de
urgência
Art. 301.  A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto
contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração
do direito.

Art. 302.  Independentemente da reparação por dano processual, a parte


responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à
parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os
meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do
autor.
Parágrafo único.  A indenização será liquidada nos autos em que a medida
tiver sido concedida, sempre que possível.
TUTELA ANTECIPADA
REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE
 É a tutela satisfativa prestada em sede de cognição sumária, ou
seja, realiza o direito material afirmado pelo autor no início
da lide, efeito jurídico que só viria ao final, porém essa
satisfação do direito material é forma provisória .
 É a realização de um direito mediante técnica antecipatória, ou
seja se reconhece um direito preexistente à sentença de
cognição exauriente.
 A tutela antecipada é imprescindível sobretudo para evitar
dano a direito conexo ao direito objeto da tutela final e, ainda,
para evitar a prática de ato contrário ao direito ou a
prorrogação dos efeitos de uma conduta ilícita.
CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA
REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 303.  Nos casos em que a urgência for


contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela
antecipada e à indicação do pedido de tutela final,
com a exposição da lide, do direito que se busca
realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado
útil do processo.
Postulação de Tutela provisória Antecipada
antecedente
O art. 303 admite postulação da tutela provisória antecipada de forma
antecedente à postulação principal, na petição inicial, quando a
urgência já existe.

Petição deve:

 Expor pedido de antecipação;


 Indicar pedido de tutela final;
 Expor sumariamente a lide;
 Apresentar o direito almejado;
 Indicar o periculum in mora.
Considerações
Quando o autor requer tutela antecipada
antecedente e mais tarde pretende tutela de maior
amplitude ou mesmo formular outros pedidos, deve
“indicar” o pedido de tutela final e os pedidos que
serão cumulados (art. 303, caput, CPC), lembrando,
nesse caso que a tutela requerida é parcial.
Trâmite após a concessão da tutela
Art. 303, § 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere
o caput deste artigo:

I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a


complementação de sua argumentação, a juntada de novos
documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15
(quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;

II - o réu será citado e intimado para a audiência de


conciliação ou de mediação na forma do art. 334;

III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação


será contado na forma do art. 335.
Trâmite após a concessão da tutela
Considerações ao art. 303, § 1o :

 Caso concedida a antecipação de tutela satisfativa


pleiteada na inicial, autor deve aditar a inicial;
 Complementar argumentação;
 Juntar novos documentos;
 Confirmar pedido de tutela final, em prazo de 15 dias
ou outro prazo maior fixado pelo juiz;
 Réu será citado e intimado;
 Audiência de mediação ou conciliação
Obrigatoriedade do aditamento
Art. 303, § 2o Não realizado o aditamento a que se refere o
inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem
resolução do mérito.

Considerações :

 O aditamento é imprescindível, quando concedida a tutela


provisória antecipada antecedente pleiteada na inicial;

 Inércia do autor gera extinção sem resolução de mérito do


processo.
Aditamento nos mesmos Autos
Art. 303, § 3o O aditamento a que se refere o inciso
I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos,
sem incidência de novas custas processuais.

Considerações:

 Aditamento será nos mesmos autos


 Não haverá incidência de custas
Indicação do Valor da Causa
Art. 303, § 4o Na petição inicial a que se refere
o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor
da causa, que deve levar em consideração o pedido
de tutela final.

Considerações:

 Indicação do valor da causa é essencial;


 Deve incluir o valor do pedido de tutela final.
Indicação Expressa da Pretensão
Antecipatória na Inicial
Art. 303, § 5o O autor indicará na petição inicial,
ainda, que pretende valer-se do benefício
previsto no caput deste artigo.

Considerações:

 Exigência de indicação expressa da pretensão de obter


antecipação de tutela satisfativa na própria inicial;

 Princípios do Dispositivo e da Lealdade Processual.


Requisitos Especiais da Petição Inicial de
Tutela Provisória Antecipada Antecedente
 Expor pedido de antecipação de forma explícita;

 Indicar pedido de tutela final;

 Expor sumariamente a lide;

 Apresentar o direito almejado;

 Indicar o periculum in mora;

 Indicar o Valor da Causa


Possibilidade de Emenda à Inicial
Art. 303, § 6o Caso entenda que não há elementos
para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição
inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução
de mérito.
Possibilidade de Emenda à Inicial
Considerações:

 Se juiz decidir NÃO conceder a tutela provisória


antecipada antecedente, deve determinar a emenda
da inicial em até cinco dias;
 Se autor não emendar, a petição inicial será
indeferida;
 Processo será extinto sem resolução de mérito.
Estabilização e Extinção do
Processo
Art. 304.  A tutela antecipada, concedida nos termos
do art. 303, torna-se estável se da decisão que a
conceder não for interposto o respectivo recurso.

Considerações:

 Inércia do réu, ao não recorrer da decisão


concessiva da tutela provisória antecipada
antecedente, quando pleiteada na inicial, gera
estabilidade da tutela.
Decisão que concede a tutela não faz coisa
julgada
O CPC não permite a formação de coisa julgada em razão da
estabilização da tutela provisória, mas ao contrário do que
sugere o texto, parece que a estabilização não pode resultar
simplesmente da não interposição de recurso contra a liminar
concessiva do provimento antecipatório, mas também do não
oferecimento de contestação dentro do prazo referido.

Não recorrendo da liminar, o réu, citado, se defende, o direito


à tutela jurisdicional efetiva, e as garantas do contraditório e
da ampla defesa (art. 5º, incisos XXXV e LV da CF) lhe
asseguram a possibilidade de que a revogação seja
determinada, caso acolhida a sua defesa.
(GRECO, Leonardo. A Tutela da Urgência e a Tutela da Evidência no Código de Processo Civil de 2015.
In: RIBEIRO, Darci Guimaraes; JOBIM, Marco Félix (orgs). Desvendando o Novo CPC. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2015. p. 118)
Estabilização e Extinção do
Processo
Art. 304 § 1o No caso previsto no caput, o
processo será extinto.

Considerações:

 Extinção do processo, caso haja estabilização da tutela;

 Extinção com ou sem resolução do mérito?


E quando o juiz concede a tutela antecipada
apenas em parte?
 Bem, o processo não pode ser julgado (totalmente) extinto
pelo simples fato de que a integralidade da tutela solicitada
não foi satisfeita.
 Nesse caso o autor tem o direito de ver o processo
prosseguir para que, aprofundada a cognição, possa o juiz
prestar a parcela da tutela que inicialmente não foi deferida.
 A falta de reação do demandado não é o suficiente para a
extinção do processo, para que o processo não tivesse a
necessidade de continuar, seria necessária uma posição ativa
do réu, ou melhor, o reconhecimento jurídico do pedido.
E quando a tutela antecipada não abrange todo o
mérito ou que diz respeito apenas a um dos pedidos
desde logo cumulados – ou apenas foram indicados e
que serão cumulados quando do aditamento da
petição inicial?

 Neste caso, deferida a tutela antecipada nos limites


solicitados pelo autor, o processo obviamente deve
prosseguir para tratar da parte do mérito ou do
pedido não contemplado pela tutela antecipada.
E na hipótese de inadimplemento de uma
tutela antecipada estabilizada que impõe o
pagamento de soma?
 Neste caso a parte pode ter necessidade de requerer
a aplicação de meios executivos ao juiz do processo
que se extinguiu em virtude da estabilização ou
mesmo ao juiz do processo que prosseguiu em
razão de tutela antecipada não ter exaurido a
pretensão do autor, neste caso o juiz pode
determinar a autuação em apenso da execução da
tutela estabilizada.
Efeitos da estabilização
 A tutela deixa de depender do processo e nele não
pode mais ser discutida ou revogada.
 A única alternativa é propor “ação com o intuito de
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada
estabilizada”, nos termos do parágrafo 2º do
art.304.
Demanda em outra Ação
Art. 304 § 2o Qualquer das partes poderá
demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada
estabilizada nos termos do caput.

Considerações:

 Qualquer das partes pode voltar a discutir o direito em outro


processo;

 Estabilização da demanda gera extinção do processo, mas não


forma coisa julgada material sobre a questão litigiosa.
Considerações
 A ação do parágrafo 2º do art. 304, abre
oportunidade para a tutela cautelar (art. 300, CPC),
ou seja, para suspensão dos efeitos da tutela
estabilizada ou mesmo, conforme o caso, para a
remoção dos seus efeitos concretos, mas há de
estar presentes os requisitos, quais sejam,
probabilidade do direito à reforma ou invalidação
da tutela estabilizada e perigo de dano.
Conservação dos Efeito
Art. 304, § 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos
enquanto não revista, reformada ou invalidada por
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o.

Considerações:

 Efeitos da tutela antecipada antecedente serão conservados;


 Alteração ou revogação apenas se, em nova ação, for
proferida nova decisão revendo, reformando ou invalidando
a decisão concessiva primitiva.
 Efeitos temporalmente ilimitados da tutela estabilizada!!!
Instrução da Inicial com os Autos do
Processo Primitivo
Art. 304, § 4o Qualquer das partes poderá requerer o
desarquivamento dos autos em que foi concedida a
medida, para instruir a petição inicial da ação a que se
refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi
concedida.

Considerações:

 Petição inicial da nova ação pode ser instruída com autos do processo
no qual foi concedida a tutela antecipada antecedente estabilizada;

 Qualquer das partes pode requerer;

 Prevenção do juízo que concedeu a tutela antecipada.


Prazo Bienal Decadencial
Art. 304, § 5o O direito de rever, reformar ou invalidar
a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo,
extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da
decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.

Considerações:

 Prazo de dois anos para propor ação para desfazer a tutela


antecipada antecedente estabilizada;
 Prazo DECADENCIAL;
 Contado da ciência da decisão que extinguiu o processo.
Decisão que concede a tutela não faz
coisa julgada
Art. 304, § 6o A decisão que concede a tutela não
fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a
revir, reformar ou invalidar, proferida em ação
ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste
artigo.
 Uma vez estabilizada a tutela e decorrido o prazo decadencial de 2
anos, não é mais possível reformar ou invalidar a tutela
antecipada, todavia, isso não significa não poder discutir o direito
que foi suposto como provável para se conceder a tutela.
 A passagem dos 2 anos não faz surgir a coisa julgada, a questão
jurídica decidida enquanto prejudicial à concessão da tutela pode
voltar a ser analisada enquanto pedido ou mesmo como questão
prejudicial à formulação de pedido em ação de cognição
exauriente, como também pode permitir decisão inversa ou
contrária sem que se possa falar em violação à coisa julgada.
 Ex: se a decisão que concedeu a tutela que se estabilizou afirmou
com base em cognição sumária a responsabilidade contratual do
demandado, nada impede que se chegue à conclusão, diante de
outro pedido formulado pelo autor contra o demandado, que não
existe a responsabilidade contratual antes admitida como provável.
Diferença entre tutela estabilizada e coisa
julgada

Art. 502.  Denomina-se coisa julgada material a autoridade


que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não
mais sujeita a recurso.

Art. 503.  A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito


tem força de lei nos limites da questão principal expressamente
decidida.
§ 1o O disposto no caput aplica-se à resolução de questão
prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo,
não se aplicando no caso de revelia;
O prazo de 2 anos extingue o direito de reformar ou
invalidar a tutela antecipada, mas não tem efeito
preclusivo à coisa julgada!
 Aliás,a procedência do pedido de revisão gera não
apenas a reforma ou a invalidação da tutela, mas
também pode levar à determinação de restituição
ao estado anterior e/ou ao ressarcimento
aplicando-se o art. 520, I e II do CPC.
Art. 520.  O cumprimento provisório da sentença impugnada por
recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma
forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte
regime:

I....

II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a


sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado
anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;

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