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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Processo Civil


Professor: Leandro Leão
Aulas: 04 a 06 | Data: 04/11/2016

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TUTELAS PROVISÓRIAS
1) Conceito
2) Espécies
3) Características
4) Tutela provisória de urgência antecipada antecedente
5) Tutela provisória de urgência cautelar antecedente
6) Tutela provisória de evidência

SENTENÇA
1) Fluxograma do rito do processo no procedimento comum
2) Sentença
3) Espécies de sentença
4) Requisitos essenciais
5) Defeitos da sentença com relação ao pedido
6) Eficácia da sentença

COISA JULGADA
1) Função
2) Formas
3) Limites
4) Remessa necessária

Contatos:
Twitter = @leandrocleao
Fanpage = professor Leandro Leão

I. TUTELAS PROVISÓRIAS
Artigos 294 a 311 do CPC.
1) Conceito
Provisório é algo que não seja definitivo, algo que tem tempo determinado e pode ser revogado ou modificado a
qualquer tempo.
Entende-se por provisório o provimento que não se reveste de caráter definitivo, tendo duração temporal limitada ao
período do seu deferimento e a superveniência do provimento final definitivo.

2) Espécies
Gênero = TUTELA PROVISÓRIA
Espécies:
a) De URGÊNCIA = pode ser concedida de forma antecedente OU de forma incidental ao pedido principal, de
maneira:
a. Antecipada = continua tendo caráter satisfativo.
b. Cautelar = continua tendo caráter preventivo

Intensivão TRE SP
CARREIRAS JURÍDICAS
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b) De EVIDÊNCIA = não há urgência. Só pode ser pleiteada no bojo de processo já existente ou na petição inicial.

3) Características comuns das tutelas provisórias (da urgência e da evidência):


Comuns a ambas URGÊNCIA e de EVIDÊNCIA:
 Elementos que evidenciem a probabilidade do direito - Fumus boni iuris
 O perigo de dano (antecipada) ou risco ao resultado útil do processo (cautelar) - Periculum em mora
Específica da ANTECIPADA
Reversibilidade.

Exemplo:
Ação contra cobrança indevida com 3 pedidos:
 Declaração de inexistência de débito;
 Nome não seja negativado (tutela antecipada);
 Dano moral.

3.1) Observações
Material de apoio do professor artigos 296 a 299.
 Juiz poderá conceder as medidas que considerar adequadas para efetivação das tutelas provisórias (artigo 297
do CPC) => baseia-se no poder geral de cautela do juiz.
 NÃO HÁ PREVISÃO DE TUTELA PROVISÓRIA DE OFÍCIO => houve omissão desta possibilidade no novo CPC, pois
o CPC/73 permitia ao juiz, por força do poder geral de cautela, que fosse determinada medida provisória que
entendesse mais adequada para evitar dano ao direito sem que a parte fizesse tal requerimento.

4) TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA ANTECEDENTE


Grande novidade do CPC de 2015.

A tutela antecipada serve para que seja concedido antes aquilo que seria concedido ao final, também chamada de
tutela satisfativa. Será antecedente quando pleiteada antes mesmo do pedido principal.
Procedimento
Será elaborada uma “micro” petição inicial (artigo 303 do CPC) => encaminhada ao juiz que:
 Se conceder a tutela = autor terá prazo de 15 dias para aditamento => citação do réu => audiência de
conciliação/mediação => segue rito comum.

Observações
 A falta de aditamento acarretará a extinção do processo sem resolução do mérito
 Caso o juiz entenda que os requisitos não foram preenchidos, determinará que o autor, no prazo de 5 dias,
emendar a petição inicial.
 Concedida a tutela antecipada antecedente e não interposto recurso pela; parte contrária, haverá a
estabilização (os efeitos se projetam para o futuro), sendo que qualquer das partes poderá demandar a outra
no prazo de até 2 anos no intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela concedida e estabilizada. A
estabilização recai sobre os efeitos da decisão.

5) TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA CAUTELAR ANTECEDENTE


O pedido cautelar serve para garantir o resultado útil do pedido principal (daí sua característica preventiva).
Procedimento
Petição inicial – artigo 305 => juiz => conceder medida => réu citado para contestar no prazo de 5 dias => após a
apresentação da contestação => segue o rito comum.

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6) TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA
Artigo 311 do CPC.
É uma medida destinada a antecipar o próprio resultado prático final do processo, satisfazendo-se na prática o direito
do demandante, INDEPENDENTEMENTE DA EXISTÊNCIA DE URGÊNCIA.
O artigo 311 traz as possibilidades de cabimento deste tipo de tutela de evidência.

II. SENTENÇA
1) Fluxograma do rito do processo no procedimento comum
 Petição inicial (arts 319 e 320)
 Juiz faz juízo de admissibilidade (artigo 330 a 331)
 Juiz designa audiência de conciliação/mediação determinando a citação do réu com mínimo de antecedência
da data designada (art 334)
 Realização da audiência de conciliação/mediação
 Sem acordo, o réu terá prazo de 15 dias para apresentar defesa ou resposta concentrada na contestação
 Autor terá prazo de 15 dias para réplica (artigo 350 e 351)
 Juiz poderá
o Fazer julgamento antecipado do mérito total ou parcial (decisão interlocutória de mérito) – artigos
355 e 356;
 Se não for caso de julgamento antecipado = juiz decisão saneadora ou organizadora (art 357);
 Audiência de instrução e julgamento;
 Sentença.

2) SENTENÇA
É ato do juiz que implica uma das hipóteses dos artigos 485 ou 487 do CPC colocando fim à fase cognitiva
(conhecimento) ou extinguindo a execução.

3) Espécies de sentença
a) Sentença terminativa – artigo 485
Resolve o processo SEM resolução de mérito (sem julgamento do pedido).
Extinção por
i. Por abandono das partes – incisos II e II
ii. Por desistência – inciso XVIII = apresentada até a sentença.
iii. Por morte – inciso IX
iv. Por invalidade – inciso I, IV, V, VI e VII
Atentar para a novidade contida no parágrafo 7º do artigo 485 do CPC.

b) Sentença definitiva – artigos 487


É aquela que extingue o processo COM resolução do mérito. Há o efetivo julgamento do pedido.
Ocorrerá quando o juiz
 Acolher ou rejeitar pedido
 Reconhecer a prescrição ou decadência
 Homologar acordo, reconhecimento do pedido do autor ou renúncia da pretensão.

4) Requisitos essenciais
Artigo 489. A sentença possui 3 capítulos, a saber:
 Relatório = resumo do processo

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 Fundamentação = momento em que o juiz motiva sua decisão, bem como resolve questões processuais e
prejudiciais de mérito – art. 489, parágrafo 1º + art. 93, IX da CF = falta de motivação gera nulidade da decisão.
 Dispositivo = é o momento em que o juiz decide se acolhe ou não o pedido do autor ou extingue o processo
sem examiná-lo.
Artigo 489, parágrafo 3º do CPC = novidade da nova legislação => regra de interpretação da sentença.

5) Defeitos da sentença com relação ao pedido


 Sentença extra petita = juiz julga fora do pedido. Sentença será NULA. Há possibilidade de sanar o vício
através de embargos de declaração ou apelação ou ação rescisória.
 Sentença ultra petita = juiz julga além do pedido. Sentença não será nula. O vício pode ser sanado por
embargos de declaração, apelação ou ação rescisória em relação ao excedente.
 Sentença infra ou citra petita = juiz julga abaixo do pedido. Sentença não será nula, mas é omissa. Vício pode
ser sando por embargos de declaração, apelação. A ação rescisória não será cabível porque não houve
apreciação do pedido, de modo que a solução é intentar nova ação com pedido não apreciado.

Após publicada a sentença, pode o juiz alterá-la de ofício?


Artigo 494 do CPC. Como regra, não, mas existe exceção no caso de correção de inexatidões materiais e erro de
cálculo.

6) Eficácia da sentença
a) Na tutela declaratória
Serve para declarar a existência ou não de relação jurídica ou autenticidade ou não de documento. A eficácia desta
tutela será ex tunc (retroage = efeito “desde então”).
b) Na tutela constitutiva
Serve para criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. Exemplo, desconstituição de sociedade conjugal. A
eficácia é ex nunc.
c) Na tutela condenatória
Serve para condenar a fazer, não fazer, entrega de coisa ou pagamento de quantia. A eficácia é ex tunc, retroagindo
até a propositura da ação.

III. COISA JULGADA


1) Função
Assegurar que os efeitos decorrentes das decisões judiciais não possam ser mais modificados tornando-se
definitivos/imutáveis.
Observação = a materialização da coisa julgada se dá através da certificação do trânsito em julgado.
A coisa julgada recai sobre o dispositivo da sentença.

2) Formas da coisa julgada


a) Coisa julgada FORMAL
Diz respeito às formalidades, aos aspectos processuais recaindo a coisa julgada formal quando o processo for extinto
SEM resolução do mérito (sem julgamento do pedido) => recai sobre a sentença terminativa.
Artigo 486, inciso III do CPC = permite nova propositura da ação extinta sem resolução desde que distribuída por
dependência ao juízo prevento. Exceção = artigo 486, parágrafo 1º do CPC = correção do vício.

b) Coisa julgada MATERIAL


Artigo 502 do CPC.
Diz respeito ao mérito, recairá quando o processo for extinto COM resolução do mérito = recai sobre a sentença
definitiva = imutável e indiscutível, não pode haver a repropositura da ação.

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b.1) Como afastar a coisa julgada material?
Há possibilidade de afastamento da coisa material através da AÇÃO RESCISÓRIA – artigos 966 a 975 do CPC.
Consiste na forma prevista em lei de rescindir uma decisão de mérito transitada em julgado, ou seja, mecanismo
processual utilizado para atacar a coisa julgada material.
As hipóteses de cabimento constam de rol taxativo previsto no artigo 966 do CPC.
Prazo da ação rescisória = até 2 anos contados da última decisão de mérito transitada em julgado.
Cuidado = se a rescisória for fundada em prova obtida pelo autor após o transito em julgado, de cuja existência
ignorava ou por algum motivo não pode fazer uso, o prazo será de até 5 anos contados da última decisão de mérito
transitada em julgado, conforme artigo 975 do CPC.

Procedimento da ação rescisória


 Legitimidade = partes e sucessores, o terceiro interessado, o MP ou AQUELE QUE NÃO FOI OUVIDO NO
PROCESSO E QUE LHE ERA OBRIGATÓRIA A INTERVENÇÃO. Exemplo, litisconsorte necessário não citado.
 Propositura e competência = petição inicial distribuída em razão da competência originária diretamente no
Tribunal, devendo o autor recolher, a título de multa, 5% do valor da causa. Caso o pedido seja julgado
procedente, o valor volta ao autor. Caso seja julgado improcedente, o valor é revertido ao réu.
 Réu citado para contestar = o relator concederá prazo de 15 a 30 dias.
 Produção de prova = através de carta de ordem para o juiz de 1ª instância.
 o ajuizamento da ação rescisória NÃO IMPEDE O CUMPRIMENTO da decisão rescindenda, EXCETO se houver a
concessão da tutela provisória.

3) Limites da coisa julgada


a) Objetivos

A decisão de mérito faz coisa julgada material nos limites da questão expressamente decidida seja total ou parcial (art.
503 do CPC).
Decisão parcial, ainda que decisão interlocutória, recebe o manto da coisa julgada material.
A coisa julgada recairá sobre o dispositivo da sentença.
Observação importante
A coisa julgada poderá recair sobre a questão prejudicial ao mérito (que está alocada na fundamentação da sentença)
e quando decidida no dispositivo,
Não há mais a necessidade da ação autônoma declaratória incidental.
Seus requisitos cumulativos do artigo 503, parágrafo 1º do CPC são:

 For objetivo de contraditório prévio, efetivo e completo, +


 Processo desenvolvido perante juízo competente em razão da matéria ou da pessoa para resolvê-la, +
 Não tendo sido revel o réu.

b) Subjetivos
Artigo 506 do CPC. A coisa julgada somente atingirá as partes litigantes, não prejudicando terceiros. Logo, é possível
beneficiar terceiros.

4) Remessa necessária
Artigo 496 do CPC.
Sentenças contrárias às pessoas jurídicas de direito público obrigatoriamente devem ser reexaminadas pelo Tribunal,
ainda que nenhuma das partes tenha interposto recurso de apelação, para que gere seus efeitos e transite em julgado.
Exceções à remessa necessária = parágrafos 3º e 4º do artigo 496 do CPC.

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