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TUTELA PROVISÓRIA

Conceito: provimento jurisdicional de caráter provisório. O provimento jurisdicional de


caráter definitivo ocorre somente com a decisão final (sentença).

Espécies: Urgência (antecipada e cautelar) e Evidência. A antecipada é satisfativa e a


cautelar garantidora.

– Tutela provisória de urgência (antecipada e cautelar)

a) Elementos que evidenciam a probabilidade do direito (“fumus boni iuris”).

b) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (“periculum in mora”).

*** Específico da antecipada (art. 300, § 3, CPC): reversibilidade – a medida concedida


não pode ter caráter irreversível (requisito relativo).

Características Gerais:

➢ Magistrado poderá exigir caução real ou fidejussória (podendo ser dispensada se


a parte for hipossuficiente);
➢ Pode ser concedida liminarmente (sem oitiva da parte contraria) ou após
justificação prévia (prova oral);
➢ Tutela Cautelar: pode ser efetivada por meio de arresto, sequestro, arrolamento de
bens, registro de protesto contra alienação fiduciária de bem e qualquer medida
idônea para asseguração do direito (art. 301, CPC);
➢ Responsabilidade é objetiva da parte que requer a tutela de urgência e causar dano
à outra;
➢ Fungibilidade: o juiz poderá conceder uma diferente da pleiteada (parágrafo
único art. 305, CPC);
– Tutela provisória de urgência antecipada antecedente: pedido apenas da antecipação da
tutela, petição inicial bem reduzida. Concedida, no prazo de 15 dias o autor deverá
proceder com o aditamento com o pedido principal, haverá citação do réu e segue o
procedimento comum.

Obs.: se o autor não aditar a petição inicial o juiz extingue o processo sem resolução do
mérito. O juiz entendendo que não há elementos para concessão da medida determina a
emenda da inicial no prazo de 5 dias.

Concedida a tutela antecipada antecedente e não havendo recurso da parte contrária


haverá sua estabilização. Somente com uma ação autônoma no prazo de até 2 anos essa
estabilização poderá ser revista, reformada ou invalidada (art. 304, CPC).

ATENÇÃO: A ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA SÓ SE FALA NA TUTELA


ANTECIPADA ANTECEDENTE.

– Tutela provisória de urgência cautelar antecedente

A tutela cautelar serve para garantir o resultado útil do pedido principal.

Por exemplo, preciso adiantar determinada fase processual para garantir que quando
chegar “lá na frente”, no momento em que aquela fase seria cumprida normalmente, eu
tenho como cumpri-la.

Exemplo: devedor que está vendendo tudo, domicílio incerto – preciso bloquear (arrestar
o dinheiro), muito rápido, porque quando chegar a fase em que ele realmente tem que me
pagar não haverá mais nada.

– Tutela de evidência – art. 311, CPC: Não precisa de urgência. O direito é evidente,
incontroverso, não tem dúvida.

Concedida nos seguintes casos:


a) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório
da parte;

b) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese


firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

c) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato


de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa;

d) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

O juiz concederá a tutela de evidência, liminarmente (sem ouvir a parte contrária),


somente nos seguintes casos:

a) alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente + existência de


tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (os dois
requisitos são cumulativos);

b) pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada ao contrato de depósito


(entrega do bem, sob pena de multa).

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