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Terça-feira, 8 de agosto de 2017

Tutelas Provisórias e Procedimentos Especiais


Professor Doutor Rodolpho Vanucci

Datas Importantes!

 Prova Intermediária 1: Dia 19 de Setembro


 Prova Intermediária 2: Dia 21 de Novembro

Prova com consulta ampla, exceto eletrônicos.

Bibliografia

Tutela Provisória
Art. 294 à 311, CPC.

Tutela provisória é aquela que se pretende definitiva concedida após cognição sumária.

Tutela jurisdicional pode ser dividida em:

- Definitiva: aquela obtida com base em cognição exauriente, com profundo debate acerca do
objeto da decisão, garantindo o devido processo legal, contraditório e ampla defesa. É
predisposta a produzir resultados imutáveis, cristalizados pela coisa julgada, prestigiando a
segurança jurídica. É a que o juiz presta ao final do processo. Poderá ser satisfativa ou cautelar.

A tutela definitiva satisfativa é aquela que visa certificar ou efetivar o direito material, com a
entrega do bem da vida almejado. É a chamada tutela padrão. O resultado deste tipo de
procedimento costuma ser demorado, o que coloca em risco a própria realização do direito
afirmado. Por isso, surge o perigo da demora (periculum in mora) da prestação jurisdicional.

A tutela cautelar não visa a satisfação de um direito, mas assegurar a sua satisfação futura,
protegendo-o.

A temporariedade da tutela cautelar, porém, não exclui sua definitividade. Posto que, há
cognição exauriente do mérito cautelar, pois, do direito a cautela. A cognição do direito
material acautelado é que é sumária, bastando que se revele provável para o julgador (fumus
boni iuris).

Portanto, analisado o contraditório, baseado em periculum in mora e fumus boni iuris, a


decisão final da cautelar será definitiva enquanto não alterada sua situação fática, e, portanto,
é apta a se tornar imutável.

Em suma, a decisão é definitiva, mas seus efeitos são temporários.

Tutela Definitiva Satisfativa

Não satisfativa: assecuratória ou cautelar

A decisão cautelar é temporária, persistindo enquanto persistirem os fatos, diferentemente


da tutela provisória que, necessariamente, devido sua provisoriedade, será substituída por
outra.

Natalia Fioravanti Salvadori


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Terça-feira, 8 de agosto de 2017

Assim, tendo em vista a cognição exauriente, se há decisão cautelar de mérito e não mais
sujeita a recurso, há coisa julgada cautelar.

A decisão cautelar, portanto, viabiliza uma tutela definitiva, dada com cognição exauriente de
seu objeto (pedido de segurança fundado em periculum in mora e no fumus boni iuris) e apta a
tornar-se imutável. Temporários são apenas os efeitos práticos. A cautela perde sua eficácia
quando reconhecido e satisfeito o deito acautelado ou quando ele não for reconhecido, mas a
decisão que a concedeu, ainda assim permanecer imutável inalterável em seu dispositivo.

Assim sendo, por ser definitiva, a decisão cautelar não é provisória, posto que não será
posteriormente substituída por uma definitiva que a confirme, modifique ou revogue. Ela é a
decisão final definitiva para a questão. Art. 309, CPC.

- Provisória: Em rigor, a tutela dos direitos demora um tempo considerável, para que seja
garantida a segurança jurídica.

No entanto, em casos de urgência é necessária a razoabilidade entre a segurança e efetividade


da lide. Afinal, nestes casos a obtenção de uma tutela definitiva coloca em risco sua
efetividade.

Tendo em vista esta situação, no intuito de abrandar os efeitos perniciosos do tempo, o


legislador instituiu a antecipação provisória dos efeitos próprios da tutela definitiva, que
permite gozo antecipado e imediato dos efeitos próprios da tutela definitiva pretendida
(satisfativa ou cautelar).

Sua principal finalidade, portanto, é abrandar os males do tempo e garantir a efetividade da


jurisdição. Posto que, se é inexorável que o processo demore, é preciso que o peso do tempo
seja repartido igualmente entre as partes, e não somente o demandante arque com ele.

A decisão é obtida após cognição sumária e dá eficácia imediata à tutela definitiva pretendida
(satisfativa ou cautelar).

Assim, é dada antes do transito em julgado, em razão do potencial perecimento do objeto da


ação. Ex: Cirurgia urgente.

Suas características essenciais, são:

- Sumariedade da cognição: análise superficial do objeto litigioso.

- Precariedade: A tutela provisória terá eficácia durante o processo, ressalvada a possibilidade


de decisão em contrário do juiz (art. 296, pú, CPC). Mas ela poderá ser revogada ou modificada
a qualquer tempo, em razão de alteração do estado fático ou de direito, ou da prova, se restar
evidenciado que não há cabimento para a concessão da tutela.

- Inapta a tornar-se coisa julgada, tendo em vista suas características supracitadas. Passará
necessariamente por um processo de estabilização para que isso ocorra.

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser


concedida em caráter antecedente ou incidental.

Basicamente, é possível dividir as prestações jurisdicionais em três grupos:

Natalia Fioravanti Salvadori


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-Tutela de conhecimento: Objetiva uma sentença de mérito, e posteriormente a coisa julgada.


Podem tramitar por um procedimento comum ou por diversos procedimentos especiais.

As ações de conhecimento são pautadas na ampla defesa, paridade de armas e ampla


instrução (liberdade de produzir provas). Dessa forma, sendo potencialmente justa, tornar-se-
á, coisa julgada.

-Tutela executiva: É fundamental haver um título, judicial (15 dias para pagar) ou extrajudicial
(3 dias para pagar).

Processo totalmente direcionado a satisfação do título, sendo somente recorrido via


embargos.

-Tutela de urgência (provisória): Partem de uma situação de perigo. Diferente das demais
tutelas, em que o juiz decide em cognição exauriente (foram exauridos todos os meios de
provas), decide-se em cognição sumária, pois há “fumus boni iuris”(fumaça do bom direito).

A decisão é em rito sumário, sem que haja oportunidade de defesa do réu. Posteriormente a
sentença faz-se o contraditório, podendo ser revogada a tutela provisória, devendo o autor
sucumbente indenizar o réu.

*Não confundir tutela provisória com liminar:

Liminar é uma decisão “inaudita autera partis”, ou seja, feita sem ouvir a parte contrária,
sendo concedida logo em seguida ao pedido. Portanto, na tutela provisória há um mínimo
contraditório.

- Espécies de tutela provisória: satisfativa (antecipada) e cautelar

A tutela satisfativa, ou antecipada, antecipa os efeitos da tutela definitiva satisfativa,


conferindo eficácia imediata ao direito firmado.

A tutela provisória cautelar antecipa os efeitos de tutela definitiva mão satisfativa (cautelar),
conferindo eficácia imediata ao direito à cautela. Somente será justificado diante de urgência
do direito a ser acautelado, que exija sua preservação imediata, garantindo sai futura e
eventual satisfação (Art. 294 e 300, CPC).

- Fundamento e natureza da medida:

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.

Evidencia é dada em que não há urgência, mas devido à grande evidencia, é concedida a tutela
provisória.

A tutela de urgência pode servir de fundamento a concessão da tutela provisória cautelar ou


satisfativa. Urgência pressupõe periculum in mora e fumus boni iuris, a qual divide-se em
cautelar ou antecipada.

Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida
em caráter antecedente ou incidental

A tutela de urgência antecipada satisfaz previamente o litígio que afeta o objeto, coincide com
a tutela final. Há um elevado nível de cognição.

Natalia Fioravanti Salvadori


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A tutela de urgência cautelar, porém, não satisfaz o litígio. Pois não coincide, mas resguarda a
solução final do litigio, mas o garante. É solvida no curso e dentro do processo principal, ou na
própria petição inicial Ex: Bloqueio de valores.

- Procedimento do pedido: antecedente ou incidental

A tutela provisória de urgência poderá ser requerida em caráter antecedente ou incidental; a


tutela provisória de evidencia poderá ser requerida somente em caráter incidental (art. 294, p.
único, CPC).

Caráter antecedente: é aquela que deflagra o processo em que se pretende, no futuro, pedir a
tutela definitiva. É requerimento anterior a formulação do pedido de tutela definitiva e tem
por objetivo adiantar seus efeitos. Primeiro pede-se a tutela de urgência e somente após a
tutela definitiva.

A situação de urgência, já existente na propositura da ação, justifica que o autor limite-se a


requerer a tutela provisória de urgência. E, após 30 ou 15 dias, faz-se o contraditório,
apresentando provas. Costuma-se dar caução. Procedimento novo no CPC. (Cópia do Refere
francês, em que somente se houver requisição do réu há contraditório).

 Tutela de urgência cautelar antecedente


 Tutela de urgência antecipada antecedente (estabilização da tutela antecipada
antecedente*)
 Tutela de evidencia antecedente (será?Didier diz que não, pag 571, e prof entende
igualmente, seja por uma razão organizacional do código – capítulos e títulos – ou por
outra razão).

Caráter incidental: ocorre no decorrer do processo em que se pede ou já se pediu tutela


definitiva, ou é requisitada na petição inicial, em capítulo, no intuito de adiantar seus efeitos
(satisfação ou acautelamento). Não há custas (Art. 295, CPC - A tutela provisória requerida em
caráter incidental independe do pagamento de custas.).

 Tutela de urgência cautelar incidental


 Tutela de urgência antecipada incidental
 Tutela de evidencia incidental

- O momento da concessão

A tutela provisória de urgência poderá ser concedida de forma liminar (antes da oitiva do réu)
caso haja risco para o objeto tutelado e o sucesso possível futura tutela final definitiva. Caso
contrário, haverá oitiva do réu, pois não há razoabilidade (Art. 300, CPC).

Se houver cognição exauriente, poderá ser obtida em sentença. Porém, se for o caso de
reexame necessário ou apelação, será impedida sua eficácia (efeito suspensivo).

Presentes os pressupostos, não há discricionariedade do juiz, o qual deverá conceder a tutela


provisória, expondo suas razoes de convencimento de forma clara (art. 298, CPC).

Natalia Fioravanti Salvadori


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- Precariedade: modificação ou revogação a qualquer tempo

A tutela provisória, devido a sua precariedade, poderá ser revogada ou modificada a qualquer
tempo, por decisão motivada do juiz. Ressalvada a revogação ou rejeição que decorram da
rejeição do pedido na decisão inicial, corolários do julgamento definitivo, o juiz somente
poderá revogar ou modificar a tutela provisória após a provocação da parte interessada, bem
como que tenha havido alteração fática ou de direito, em face ao momento da concessão.

Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a


eficácia durante o período de suspensão do processo.

A tutela provisória poderá ser convertida em sentença. A tutela provisória é efetivada em


razão do fumus boni iuris, em cognição sumária. Ao aumentar o grau de cognição, poderá ou
não ser mantida a eficácia da tutela provisória. Se julgada procedente, será mantida a tutela.
Se improcedente, será revogada a tutela. Se extinguido o processo sem decisão de mérito, a
tutela será cassada.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde


pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:

I - a sentença lhe for desfavorável;

II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios


necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível.

Sem prejuízo de uma litigância de má fé, a parte que perder a medida da tutela provisória
poderá indenizar a parte que cedeu os serviços antes da decisão final, a sentença. Afinal, a
revogação da tutela provisória tem efeito ex tunc, portanto, impõe-se o reestabelecimento da
condição anterior.

É importante aumentar a cognição do juiz para que seja concedida a tutela provisória e/ou
modificada, bem como fazer com que seja mantida.

No curso do processo, poderá ser: cassada, revogada ou mantida.

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação
da tutela provisória.

Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao


cumprimento provisório da sentença, no que couber.

Para tanto, a efetivação da tutela provisória, a execução, o juiz ordenará as medidas


necessárias, conforme entender necessário.

Natalia Fioravanti Salvadori


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Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de


fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente,
determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.

§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras


medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o
desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso
necessário, requisitar o auxílio de força policial.

§ 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois)


oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1o a 4o, se houver
necessidade de arrombamento.

§ 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente


descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por crime de
desobediência.

§ 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer


ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber.

§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença


que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional.

O rol exemplificativo do Art. 536 contempla algumas opções do juiz executar a tutela
provisória. O patrono deverá sugeri-la em petição. Ex: pena de multa diária.

Execução provisória: se a sentença é julgada procedente, havendo uma apelação, será


suspendida a decisão. Havendo recurso extraordinário posterior, portanto, sem efeito
suspensivo, é possível executar provisoriamente. Trata-se de uma execução com garantia ao
juízo, de que, se o recurso for provido e a decisão alterada, serão recuperados os danos.

Em caso de tutela provisória, é possível requerer a fixação de uma garantia, como no caso da
execução provisória.

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente,
ao juízo competente para conhecer do pedido principal.

Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de


tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional
competente para apreciar o mérito.

- Competência

É possível requer a tutela provisória através de petição simples ou da petição inicial. A ação
mesmo que antecedente, será distribuída ao juiz que receberá a ação principal. Ex: se em sede
de apelação, ao juiz da segunda instancia. Se ao juiz da inicial, o juiz da primeira instancia
responsável.

- Concessão de ofício

Natalia Fioravanti Salvadori


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Terça-feira, 8 de agosto de 2017

É vedada a concessão de tutela provisória de ofício, conforme dispõe art. 395, CPC.

Tutela de Urgência
A tutela provisória de urgência poderá ser cautelar ou satisfativa (antecipada).

Em ambos casos, a urgência deverá ser plausível, ou seja, fundamentada com provas, sendo
necessária para que não se prejudique o resultado útil do processo. Portanto, deverá ser
demonstrado fumus boni iuris e periculum in mora. Art. 300, caput, CPC.

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito (FUMUS BONI IURIS (fumaça do bom
direito): Trazer argumentos de prova que confirmem esta situação. É necessário
provar para requerer tutela de urgência, de modo que o juiz assinta esta
condição) e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (PERICULUM
IN MORA (perigo na demora): preocupa-se não somente com o dano iminente,
mas também com o prejuízo do resultado útil do processo).

É possível que o juiz exija uma caução para garantir a tutela de urgência com o fim de evitar
danos que a outra parte possa sofrer com uma liminar indevida, no caso da tutela provisória
de urgência antecipada (satisfativa), para que seja reversível. Art. 300, parágrafo 3º, CPC. A
final, os efeitos da decisão que revogam a tutela provisória são ex tunc, por tanto, deverá ser
reestabelecido o status a quo ante.

Há casos, porém, que há conflitos de interesses, ex: concessão de cirurgia, sendo necessário
ponderar os direitos fundamentais da segurança e proporcionalidade da medida. Como regra,
sempre que observado fumus boni iuris e periculum in mora deve-se privilegiar o direito
provável, em prejuízo a segurança jurídica, sendo abrandados seus efeitos através de caução.
Com isso, provê os meios adequados para a reversão através de pecúnia. A decisão deverá ser
motivada, art. 489, CPC.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir


caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte
possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.

§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando


houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. Ex: medicamentos,
próteses, etc. Em verdade, o juiz devera concede-la com mais cuidado, e exigindo
garantia.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante
arresto (bloqueio de todos os bens), sequestro (bloqueio de um bem especifico),
arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do direito.

Natalia Fioravanti Salvadori


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Terça-feira, 8 de agosto de 2017

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte


responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte
adversa, se:

I - a sentença lhe for desfavorável;

II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios


necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver
sido concedida, sempre que possível.

É possível que o juiz de a tutela de urgência inaudita altera partes, ou seja, sem ouvir as partes
contrarias ou requerer provas, que serão apresentadas após. Há neste caso contraditório
deferido.

Ou haverá audiência de justificação previa, com contraditório, para deferir a tutela de


urgência.

§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação


prévia.

- Espécies de tutela provisória de urgência

As tutelas de urgência dividem-se em cautelar (visa proteger o deslinde da questão, mas não
coincide com a sentença. Ex: bloqueio de valores. Mantem o status de integridade da futura
sentença, não a satisfazendo mas a garantindo.) e antecipada (visa antecipar a sentença ou um
dos efeitos da sentença. Satisfaz de pronto a sentença). E poderá ser requerida de forma
antecedente (instaura o processo requisitando a tutela provisória, tão somente), ou
antecipada (na petição inicial).

Tutela cautelar antecedente


A tutela provisória cautelar (ex: bloqueio de valores) antecedente é aquela requerida dentro
do mesmo processo em que se pretende formular posteriormente o pedido de tutela
definitiva cautelar ou satisfativa (mesmo que em parte).

A petição inicial deverá preencher os requisitos do Art. 319, bem como conterá: requerimento
de cpmcessão de turela provisória cautelar em caráter antecedente, a ser confirmada em
caráter definitivo, indicação da lide, indicação da probabilidade do direito (fumus boni iuris), e
a demonstração do perigo da demora (periculum in mora).

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva
assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Natalia Fioravanti Salvadori


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Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.

Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e
indicar as provas que pretende produzir.

Ao fazer o juizo de admissibilidade da inicial, o juiz determinará a emenda a inicial, na forma


do art. 303, CPC, ou simplesmente deferi-la se estiver totalmente regular e em termos.

Uma vez deferida a petição incial, o juiz deverá julgar o requerimento liminar de tutela
cautelar, se assim for formulado, ou mediante justificação prévia, se necessário for; ordenará o
cumprimento da medida, se deferida; a citação do réu, para que conteste no prazo de 5 dias.

Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-
se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5
(cinco) dias.

Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o


procedimento comum.

Se verificada a revelia (art.344), os fatos serão tidos como verdadeiros, o juiz proferirá decisão
definitiva sobre o pedido cautelar no prazo de 5 dias.

Contestado o pedido, o juiz prosseguirá o procedimento comum.

Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos
autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do
adiantamento de novas custas processuais.

§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela


cautelar.

§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido


principal.

§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência


de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou
pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.

§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na


forma do art. 335.

Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:

I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;

II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;

III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou


extinguir o processo sem resolução de mérito.

Natalia Fioravanti Salvadori


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Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é


vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

Concedida em caráter antecedente, a tutela provisória terá de ser efetivada no prazo de 30 dias,
sob pena de não mais poder sê-lo, operando-se a cessação da sua eficácia. Deve-se entender que
o prazo de 30 dias é para que o requerente busque a efetivação da medida. Decorrido o prazo
sem a efetivação da medida, e desde que isso seja imputável ao próprio requerente, presume-se
que desapareceu o risco e que a parte não mais deseja a cautelar.

É possível, ainda, que o juiz de liminarmente a cautelar, ou seja, sem ouvir a parte ré. Desse
modo, o prazo para aditar a inicial passa a contar da data da liminar. Se o juiz der a liminar cabe
agravo.

Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o
pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

Promovida, contudo, sua efetivação, com a medida adequada (arresto, sequestro, arrolamento de
bens e registro de protesto contra a alienação de bens), começará a correr o prazo de 30 dias
para que o autor formule o pedido de tutela definitiva satisfativa (pedido principal) e adite a
causa de pedir correlata, sob pena de cessação da eficácia da medida cautelar. Não há novas
custas.

**Mesmo quando não concedida a tutela cautelar, o autor poderá, sem prejuízos, formular o
pedido principal. A cautelar é uma ação autônoma a tutela satisfativa.

Determinado o pedido de tutela definitiva, serão intimadas as partes na pessoa de seus


advogados para audiência de conciliação, e, possivelmente contestação (prazo: 15 dias uteis),
seguindo o procedimento comum (réplica, sentença/decisão saneadora, instrução e sentença).

Se a sentença for de improcedência do pedido (ou da cautelar) ou de extinção do processo sem


resolução de mérito, cessará a eficácia da tutela cautelar concedida antecedentemente. Se
procedente, cessará a eficácia da tutela cautelar, que perde a utilidade de acautelar um direito já
realizado.

- Fungibilidade das tutelas de urgência

Tutela antecipada (satisfativa) antecedente


Tutela requerida dentro do processo em que se pretende pedir a tutela definitiva, no intuito
de adiantar seus efeitos, mas antes da formulação do pedido de tutela final. O legislador prevê
um procedimento próprio para sua concessão, disciplinado no art. 303, CPC.

Asituação de urgência já existe no momento da propositura da ação, desse modo, a petição


que inaugurará o processo se limitará em: requerer a tutela antecipada, indicar o pedido da
tutela definitiva (que será formulado no prazo previsto em lei para o aditamento), expor a lide,
fumus boni iuris e periculum, valor da causa, explicitar que busca se valer do pedido de tutela
antecipada antecedente.

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de

Natalia Fioravanti Salvadori


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Terça-feira, 8 de agosto de 2017

tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do
risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação,


a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias
ou em outro prazo maior que o juiz fixar;

II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma


do art. 334;

III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma
do art. 335.

§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo


será extinto sem resolução do mérito.

§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos


autos, sem incidência de novas custas processuais.

§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor
da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.

§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto
no caput deste artigo.

§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser
indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.

§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.

§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.

§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou


invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o.

§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi
concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o
juízo em que a tutela antecipada foi concedida.

§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste


artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o
processo, nos termos do § 1o.

Natalia Fioravanti Salvadori


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Terça-feira, 8 de agosto de 2017

§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.

Se houver urgência mas ainda não houver ação, poderá ser feito somente um pedido de tutela
antecipada e indicação do pedido da tutela final definitivo, com a exposição da lide, indicando
fumus e periculum, valor da causa e a opção pelo pedido antecedente.

A decisão de tutela antecipada poderá ser dada liminarmente, ou será citado o réu para
agrava-la.

O juiz analisara se há elementos para deferir a tutela antecipada. Se entender que não, pedirá
que o autor emende a inicial, com sua causa de pedir conforme o pedido definitivo, intimando-
o, para fazer em 5 dias. Se o autor não o fizer, haverá sentença do processo sem resolução do
mérito.

Se o juiz entender que há fumus e periculum para conceder o deferimento da cautelar, a


deferirá e tomará outras providencias. Ela será válida por 30 dias.

Determinará a intimação do autor para que promova o aditamento da inicial, sem incidência
de novas custas, completando sua causa de pedir, confirmando a tutela definitiva, juntando
novos documentos uteis ou indispensáveis, no prazo de 15 dias.

Caso não adite haverá extinção. Porém poderá ser estabilizada a liminar concedida.

Citação e intimação do réu para que cumpra a providencia deferida antecipadamente e para
que compareça a audiência de conciliação. Não havendo auto composição, abre-se prazo para
contestação, que só passa a correr desta data, por mais que o réu seja citado de imediato . O
prazo é de 15 dias úteis.

Quando o réu contesta, segue-se o procedimento comum. Caso contrário, haverá a


estabilização da tutela antecipada antecedente concedida.

Neste caso, será extinto o processo com a decisão antecipatória, a qual continuará produzindo
efeitos enquanto não for ajuizada ação autônoma revisional para reforma-la, revisa-la ou
invalida-la.

→ Será estabilizada em duas condições: se o réu não agravar a liminar (art. 304, caput), e o
autor não aditar a inicial.

**Observação: a estabilização não é válida nos casos de réu citado por edital ou hora certa, e
estiver preso ou for incapaz sem representante.

A liminar se tornará mais forte se o processo não for extinguido no prazo de 2 anos (parágrafo
5º), findado o prazo para revisional. Porém, não formará coisa julgada (parágrafo 6º).

Natalia Fioravanti Salvadori


13
Terça-feira, 8 de agosto de 2017

Esqueminha tutela de urgência:

Petição inicial Juiz Citação Contestação... proc. comum


5 dias

Ø decidir efetivação aditamento


30 dias

Juiz

Sentença Intimadas

Réplica Contestação Aud. Conciliação


Instrução Decisão 15 dias 15 dias

Tutela Provisória de Evidência


A tutela de evidencia é a que é requerida em caso de evidencia gritante do direito, grande
fumus boni iuris, dispensa a demonstração de periculum in mora.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de


perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da


parte;

Não é possível que ocorra de forma liminar, deve ter avido um mínimo contraditório,
minimamente após a contestação. Caso de abuso do direito de defesa é difícil de ser
demonstrado, poderá ser feito dizendo que o ato é meramente protelatório. Ainda, se
demonstrado que há abuso de defesa, e recurso meramente protelatório, por lógica, dir-se-á
que o direito é evidente.

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese


firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

Art. 927, CPC – Sistema de precedentes. Interpretações da lei ao caso concreto, julgamento de
demandas repetitivas em um único acordão, e súmulas vinculantes. Portanto, nestes casos é
claro e cristalino o direito, sendo obtida decisão liminar, através da tutela de evidencia.

A recíproca é verdadeira, no Art. 312, CPC, sendo julgado o mérito contrario ao pedido se
contrariar os citados no Art. 927, CPC.

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato


de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa;

Faz contrato de depósito, art. 640, CC, mas o depositário se nega a devolve-lo.

Natalia Fioravanti Salvadori


14
Terça-feira, 8 de agosto de 2017

A prisão civil do depositário infiel é inconstitucional, Súmula 25, STJ. Por isso, agora faz-se a
ação através de tutela de evidencia, sob pena de multa. É possível liminar neste caso. Pedido
reipersecutório significa o pedido para entrega de coisa.

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

Não há tutela de evidencia antecedente, seja por razão da estruturação do código, estão em
títulos diversos, ou porque não huve disposição expressa neste sentido.

Natalia Fioravanti Salvadori

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