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Prova de processo civil - 17/11

- tutelas provisórias de urgência e antecipada;


- processo de execução: noções, conceito, princípios.
- requisitos necessários: título executivo e inadimplemento.
- títulos judiciais e extrajudiciais em espécie.
- responsabilidade patrimonial.

Tutela provisória de urgência e antecipada (satisfativa)

Livro V - CPC

Tutela: pretenção exercida em relação a alguém ou algo mais frágil


Conjunto de tutelas diferenciadas, que podem ser postuladas nos processos de
conhecimento e de execução, e que podem estar fundadas tanto na urgência quanto na
evidência.
Já as tutelas de urgência, por sua vez, podem ter tanto a natureza satisfazia quanto
cautelar.
Podem aparecer tanto no processo de conhecimento, ou de execução, seja em caráter
antecedente ou incidentemente.
Tutela provisória: é uma espécie de tutela diferenciada, em que a cognição do juiz
não é exauriente, mas sumária, fundada ou em verossimilhança ou em evidência, razão
pela qual terá natureza provisória.
Tem a nalidade de afastar o perigo a que esta sujeita a tutela jurisdicional de nitiva, o
que ela alcança ou por meio da antecipação dos efeitos da sentença, ou pela adoção de
uma medida protetiva, assecutativa que visa não satisfazer, mas preservar o provimento
nal, ou distribuir o ônus da demora na solução do processo, quando o direito tutelado
for evidente. A tutela diferenciada, emitida em cognição super cial e caráter provisório,
que satisfaz antecipadamente ou assegura e protege uma ou mais pretensões
formuladas, e que pode ser deferida em situação de urgência ou nos casos da evidência.
Tem a função de dar maior efetividade ao processo. Permite que o juiz conceda antes
aquele que só concederia ao nal, ou determina as medidas necessárias para assegurar e
garantir a e cácia do provimento principal. Pode estar fundada em urgência ou
evidência.

A tutela pode ser classi cada:


Conforme a natureza: antecipada (satisfativa, por ela pode conceder os
efeitos que só concederia no nal - pode ser no todo ou em parte - sempre provisória) ou
cautelar (juiz não defere ainda os efeitos pedidos, mas determina uma medida protetiva
que assegure que os efeitos sejam cumpridos - proteção - afasta os perigos). As duas
correspondem a pretensão nal.
Quando à fundamentação: de urgência (pode ser incidental ou
antecedente) ou evidência (sempre incidental)

Antecedente: formulada antes que o pedido inicial tenha sido apresentado, ou antes que
tenha argumentação completa
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Tutela provisória de urgência e antecipada:
- pode ser concedida liminarmente, no limiar inicial do processo.
- Art. 300 p. 2º CPC
- Em síntese, em casos de urgência, a tutela provisória pode ser deferida em caráter
antecedente ou, já no processo principal, em caráter liminar, antes que tenha sido
citado o réu
- Além disso, ainda que não tenham sido deferidas em caráter liminar, elas podem ser
concedidas a qualquer tempo, mesmo na fase de sentença, e até mesmo depois dela.
Ainda assim, serão anteriores à solução nal, de nitiva do processo.
- A tutela provisória conserva sua e cácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modi cada - precisam ter ocorrido alterações fáticas.
- Não é a mesma coisa que julgamento antecipado do mérito, no nal ela precisa ser
substituída pelo provimento nal.
- O juízo incompetente pode determinar a providência urgente, necessária para afastar
o risco imediato, determinando em seguida a remessa dos autos ao juízo competente,
a quem caberá das prosseguimento ao processo, podendo inclusive revogar a decisão
anterior.
Tutelas de urgência:
- É necessário o requerimento da parte. Não pode ser deferida de o cio.
- Trata-se de um pedido realizado ao juiz que tem como objetivo pedir para que o
mesmo decida sobre algum assunto que é urgente dentro da demanda judicial.
- As evidências exigidas não são da existência ou da realidade do direito postulado, mas
da sua probabilidade. Para o juiz conceder a medida é que ele se convença que as
alegações são plausíveis, verosímeis e prováveis.
- É preciso que o requerente aparente ser o titular do direito que está sob ameaça, e que
esse direito aparente merecer proteção.
- Periculum in mora
- Essas tutelas só poderão ser deferidas se houver perigo de dano ou risco ao resultado
útil do processo.
A tutela de urgência antecipada não pode ter em seus efeitos irreversibilidade. Se for
irreversível o juiz não deve deferir.
Tutela antecipada é concedida com base num juízo provisório.
Na tutela antecipada o juiz vai satisfazer no todo ou em parte o direito do postulante, de
forma a permitir-lhe que desse direito usufrua, recaindo o ônus da demora sobre a parte
adversa

Processo de execução: noções, conceito, princípios

Escopo é satisfazer a pretensão do autor da ação. A pretenção na execução não é apenas


de simplesmente ter o direito reconhecido, mas de gozar dele.
Só pode acontecer se o devedor estiver inadimplente há algum tempo.
Princípio da efetividade (efetivar o direito do autor, materializado em um título
executivo, cujo cumprimento é recusado pelo devedor).
Princípio da primazia da tutela executiva especí ca (tem que pagar o que deve, juiz tem
o dever legal de providenciar as diligências executivas adequadas para que, em havendo
possibilidade, forçar ou substituir o devedor no cumprir a prestação devida o mais
possível de acordo com o que fora pactuado pelas partes).
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Princípio da responsabilidade patrimonial (restringe-se o patrimônio do devedor, sendo
intocável sua pessoa e sua liberdade - toda obrigação é real, de sorte que cabe tão
somente ao patrimônio do devedor - ou de terceiros eventualmente responsáveis - o
responder por uma divida nao cumprida)
Princípio da menor onerosidade ao executado (havendo duas maneiras de lograr
determinada execução, o juiz devera optar por aquela menos lesiva ao executado, ainda
que esta não tenha sido requerida pelo exequente (autor))
Princípio da atipicidade dos meios executivos (juiz poderá determinar qualquer meio
oportuno e razoável para concretizar o processo de execução e consequente satisfação
do exequente, ainda que este tenha, na petição inicial, pleiteado meio diversos dos
escolhidos pelo julgador)

Regra fundamental que incide sobretudo na execução provisória é a da responsabilidade


objetiva do exequente pela execução. A execução deve ser utilizada apenas quando o
devedor obstinadamente se recusa a cumprir divida certa e exigível.

Atos necessários a satisfação do credo, e consequentemente, a compelir o devedor de


adimplir a obrigação, seja de pagar quantia, entregar coisa, fazer ou não fazer.
Para existir o processo de execução deve existir em primeiro plano o não cumprimento
de uma obrigação assumida, buscando a satisfação ou realização de um direito já
acertado ou de nido, a m da eliminação de uma crise jurídica de inadimplemento.
Atua unicamente em favor do credor.
Legitimidade ativa. Ordinária (Ninguém poderá pleitear em nome próprio direito alheiro,
salvo quando autorizados por lei.) Extraordinária (legislador autoriza o dito acima)
Sucessiva/derivada/superveniente (sucessão)

A busca pela tutela executiva pode ser fundada em título executivo judicial e
extrajudicial.

Título executivo judicial: a tutela é prestada no mesmo processo de conhecimento, em


relação as obrigações reconhecidas em processos judiciais. São aqueles formados pelo
processo judicial. (Art. 475 CPC) sentença proferida no processo civil que reconheça a
existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia / a sentença
penal condenatória transitada em julgado / a sentença homologatório de conciliação ou
de transação, ainda que inclua matéria não posta em juízo / a sentença arbitral . O acordo
extrajudicial de qualquer natureza homologado judicialmente / o formal e a certidão de
partilha exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a
título singular ou universal.

Título executivo extrajudicial: a execução fundada em título extrajudicial será processada


perante o juízo competente. Segue a ordem - a) foro de eleição b) lugar de pagamento c)
domicílio do réu. São os documentos que criam uma relação jurídica sem a intervenção
direta do estado (Art 585 CPC) a letra de cambio, nota promissória, duplica, debênture e
o cheque / a escritura publica ou outro documento publico assinado pelo devedor e por
duas testemunhas, o instrumento de transação referendado pelo ministério publico, pela
defensoria publica ou pelos advogados dos transitões / os contratos garantidos por
hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida / o credito
decorrente de fora e laudêmio / o credito, documentalmente comprovado, decorrente de
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aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio / o credito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de
tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão
judicial / a certidão de divida ativa da Fazenda Publica da união, dos estados, do DF, dos
territórios e dos municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei / todos
os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
*Não dependem de homologação pelo supremo tribunal Federal, para serem executados,
os títulos executivos extrajudiciais, oriundos de país estrangeiro. O título, para ter
e cácia executiva, há de satisfazer aos requisitos de formação exigidos pela lei do lugar
de sua celebração e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigação.

Pode haver, no entanto a modi cação ou prorrogação de competência, que consiste no


fenômeno processual de atribuir competência a um juízo que originariamente não a
possuía. Este fenômeno só ocorre nos casos de execução de título extrajudicial.

Requisitos da tutela executiva:


Art. 580 CPC (requisitos necessários para promover a tutela executiva fundada em título
extrajudicial, quais sejam o inadimplente do devedor e a existência de título executivo)

Os títulos executivos judiciais ou extrajudiciais podem estabelecer obrigações, assim se o


título criou obrigações para ambas às partes, uma delas não pode proceder à execução
antes de adimplir a contraprestação.

A execução além do inadimplemento tem como pressuposto a existência de um título


executivo, sem o qual não poderá promover a tutela executiva, e de obrigação certa,
líquida e exigível. Sem a existência de tais pressupostos não há execução.

O título é certo quando não deixa dúvida acerca da obrigação que deva ser cumprida,
quem é devedor e quem é credor. Líquido ocorre quando o título permite,
independentemente de qualquer outra prova, a exata de nição do quanto deleatur, deve
conter todos os elementos necessários para que se possa determinar a quantia a ser paga
ou a quantidade da coisa a ser entregue ao titular do direito. A exigibilidade ocorre
quando o cumprimento da obrigação prevista no título executivo não se submeta a
termo, é o crédito se o devedor se encontra inadimplente.

Título executivo é o documento previsto em lei que representa a obrigação certa e


líquida, a qual, inadimplida, possibilita a propositura da ação executiva.

Execução para cobrança de crédito: para que o título seja executivo devem conter
pressupostos ou requisitos sem os quais não poderá existir a execução. A execução para
cobrança de crédito deve sempre ser fundada em obrigação certa, líquida e exigível. O
Art. 586, do Código de Processo Civil, “a execução para cobrança de crédito fundar se á
sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível”.

Execução de nitiva e provisória: o art. 587, do Código de Processo Civil, “é de nitiva a


execução fundada em título extrajudicial; é provisória enquanto pendente apelação da
sentença de improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com efeito
suspensivo (art. 739)”.
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Responsabilidade patrimonial

A responsabilidade patrimonial consiste no vínculo de natureza processual que sujeita os


bens de uma pessoa, devedora ou não, à execução. Assim no direito brasileiro, a
execução recairá diretamente sobre o patrimônio do devedor. A responsabilidade
patrimonial pode ser originária e secundária. Não podem ser impenhoráveis ou
inalienáveis.

A responsabilidade patrimonial é um instituto, previsto pelo Direito Processual Civil, em


que, em razão de uma obrigação constituída, e inadimplida, o patrimônio do devedor
está sujeito às medidas executivas, no intuito de realizar a satisfação do crédito do credor

A responsabilidade patrimonial é um instituto do Direito Processual Civil, e é


caracterizado pela sujeição do patrimônio de alguém às medidas executivas, através do
processo de execução, que se destinam a satisfazer um direito material já decidido, ou
seja, a satisfação do crédito do credor.

Regra geral, conforme dispõe o art. 789 do CPC/2015, o devedor responde com todos os
seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as
restrições estabelecidas em lei.

- Responsabilidade originária: (art. 591 CPP) quando o devedor responde para


cumprimento de sua obrigação com todos os seus bens presentes com os futuros. (Art.
591 CPP). Os bens presentes são todos aqueles que o devedor possuir no momento do
surgimento da obrigação, e os futuros os adquirimos depois. Não podem ser
impenhoráveis ou inalienáveis.

- Responsabilidade secundária: (art. 592 CPC) sucessor a titulo singular, tratando-se a


execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória / do sócio, nos termos
da lei / do devedor, quando em poder de terceiros / do cônjuge, nos casos em que os
seus bens próprios reservados ou de sua meação respondem pela divida / alienados ou
gravados com ônus real em fraude de execução

- Responsabilidade dos sócios: desconsideração da personalidade jurídica. Benefício da


ordem.

- Fraude à execução: (art. 593 CPC) - considera-se fraude de execução a alienação ou


oneração de bens: quando sobre eles pender ação fundada em direito real /. Quando
ao tempo da alienação ou oneração, corria contra o devedor demanda capaz de
reduzi-lo à insolvência / nos demais casos expressos em lei. Somente irá figurar fraude
à execução a alienação realizada pelo próprio devedor, não constituindo tal espécie de
fraude a alienação judicial do bem. E ainda, no caso de bem impenhorável, não
caracterizará fraude execução, eis que, mesmo tendo o devedor patrimônio suficiente
para responder pela dívida, a impenhorabilidade impede que o bem seja utilizado com
tal finalidade, destarte, sua alienação não frustrará qualquer direito de satisfação de ao
credor.

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