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2- Tutela provisória

Como o próprio nome diz, é uma tutela provisória onde o juiz não tem total
conhecimento pelo processo e nem se tem uma decisão certa formada sobre o
caso, e podendo ser alterada ao fim do processo com a decisão definitiva.
Nesse tipo de tutela se busca a antecipação dos efeitos da sentença
condenatória e pode ser pleiteada no início do processo ou na petição inicial e
também no decorrer dele. Ao pleitear esse tipo de ação a pessoa busca
resolver algo de forma mais rápida, pois a tutela definitiva pode demorar um
tempo, ai por isso se usa a tutela provisória para poder antecipar algo para
evitar causar dano maior ou para ter uma certa agilidade em certos casos,
como no caso de um pedido de interdição de uma pessoa acidentada para
realização de algum procedimento cirúrgico ou ate mesmo financeiro que
venha aparecer. Segundo Donizetti, tutela provisória é o “provimento
jurisdicional que visa adiantar os efeitos da decisão final no processo ou
assegurar o seu resultado prático”
Os artigos 294 a 299 do CPC de 2015 tratam das disposições gerais da tutela
provisória, na qual se inserem tanto as tutelas de urgência e as de evidência, a
tutela provisória é cabível tanto no procedimento comum quanto no juizado
especial, a alguns procedimento que já trazem esse tipo de tutela, mas mesmo
os que não trazem em seu procedimento pode-se usar esse tipo de tutela para
poder antecipar os efeitos da decisão judicial, ela pode ser alterada ou
revogada a qualquer momento durante o processo.
A tutela provisória possui duas espécies que são a satisfativa e a cautelar,
satisfativa é aquela que o próprio nome diz, ela vem para satisfazer a vontade
da parte ou seja ela vem para satisfazer de forma mais rápida, pois ela os
efeitos causados e não a tutela em si, como no caso de se precisar de forma
rápida algo que esta em julgamento e a demorara para ter a tutela definitiva
pode vir a atrapalhar a vida da pessoa ai se pede esse tipo de tutela para que
os efeitos sejam antecipados. Já a cautelar é para urgências, como no caso de
pessoa acidentada ou com alguma doença e essa pessoa precise ser
interditada para a realização de algum procedimento médico ou financeiro,
alguém da família para pedir a tutela cautelar para que se resolva de forma
mais célere e produza os efeitos necessários. Nas palavras de Donizetti, “a
tutela cautelar tem por fim evitar danos, de regra presente nas tutelas
ressarcitórias, ou assegurar a utilidade do processo”
Nas palavras de Elpídio Donizetti;
O legislador apanhou a tutela antecipada (satisfativa), prevista no
artigo 273 do CPC/1973, e a tutela cautelar prevista dos artigos 796
e seguintes do Código revogado, bateu tudo no liquidificador e o
resultado foi a tutela provisória contemplada nos artigos 294 a 311 do novo CPC.
.
2.1 Tipos de tutela provisória

Conforme se encontra no nosso código processual civil em seu art.294 do CPC


de 2015 a tutela provisória é um gênero do qual se deriva as espécies como a
tutela de urgência e a tutela de evidencia.

A tutela de urgência é aquela onde a demora no andar do processo pode


causar algum dano a parte, sendo assim requerida esse tipo de tutela, e ela
pode ser cautelar ou antecipada, podendo ser pleiteada em caráter
antecedente ou em caráter incidental. E no art. 300 do CPC/2015 é onde se
encontra sobre a tutela de urgência.  

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução
real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver


perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Temos também como umas das espécies da tutela provisória a tutela de


evidencia, que é aquela onde não é necessário demonstrar o perigo ou dano
no qual a demora do andamento do processo pode causar a parte, que no caso
é um tipo de tutela onde visa adiantar os efeitos da sentença, por haver
evidencia que aquela situação será resolvida de forma simples e como poderia
ser resolvida antes. Onde de fato ficar caracterizado o absoluto direito da parte
onde como o próprio nome diz se baseia na evidencia, há provas que colocam
o direito da parte em evidência, tal como ocorre com o direito líquido e certo no
mandado de segurança ou com o título executivo no processo de execução.
Segundo Donizetti direito evidente é “aquela situação jurídica que permite
inferir um alto grau de probabilidade do direito substancial afirmado”
Nosso sistema processual civil prevê os casos de tutela provisória de
evidência, como, a liminar em ação possessória e a expedição de mandado
para pagamento ou cumprimento da obrigação na ação monitória. Nessas
hipóteses o juiz não irá decidir a tutela com base na urgência ou questão de
dano e sim com base em evidencias e probabilidade do direito da parte. A
tutela de evidencia está no nosso art. 311 do CPC/2015.

 Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de


perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório
da parte;

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver


tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do


contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado,
sob cominação de multa;

IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

A diferença entre a tutela de urgência e a tutela de evidencia estão em


pequenas coisas, que são no casso a tutela de urgência pressupõe a
demonstração de probabilidade do direito e do perigo da demora segundo o
art.300 do CPC, já a tutela de evidencia pressupõe a demonstração de que as
afirmações de fato estejam comprovadas, tornando o direito evidente segundo
o art. 311 do CPC. A tutela de urgência pode ser satisfativa ou cautelar já a
tutela de evidencia só pode ser satisfativa e a tutela de urgência pode ser
requerida em caráter antecedente ou incidental já a tutela de evidencia
somente em caráter incidental.
Bibliografia

DONIZETTI, Elpídio. Novo código de processo civil comentado (Lei n° 13.105, de 16 de março
de 2015): análise comparativa entre o novo CPC e o CPC/73. São Paulo: Atlas, 2015.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil. 8. ed. Salvador: Ed.
JusPodivm, 2016.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I. 61. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2020.

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