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3- Quem não pode ser tutor:

Como vimos a tutela é um instituto jurídico que representa um encargo a uma


pessoa capaz e que cumpra todos os requisitos cuide de outra pessoa, no caso
um menor. Mas como sabemos não é qualquer pessoa que pode se tornar tutor
de um menor nesses casos, temos alguns requisitos, temos no Art.1.735 do
Código Civil/2015 quem não pode exercer essa função.
   Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão exonerados da
tutela, caso a exerçam: I - aqueles que não tiverem a livre
administração de seus bens; II - aqueles que, no momento de
lhes ser deferida a tutela, se acharem constituídos em
obrigação para com o menor, ou tiverem que fazer valer
direitos contra este, e aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges
tiverem demanda contra o menor; III - os inimigos do menor, ou
de seus pais, ou que tiverem sido por estes expressamente
excluídos da tutela; IV - os condenados por crime de furto,
roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes,
tenham ou não cumprido pena; V - as pessoas de mau
procedimento, ou falhas em probidade, e as culpadas de abuso
em tutorias anteriores; VI - aqueles que exercerem função
pública incompatível com a boa administração da tutela .

Com isso vemos que a tutela visa a garantir os interesses do menor e de seu
patrimônio, e vemos que a lei cria métodos para que pessoa que não tenham
condições de serem tutores não venham a exercer esse cargo. Assim
protegendo o menor de pessoa no qual tenham interesse de fazer mal a ele e o
patrimônio no mesmo.

3.1- Exemplos reais(jurisprudências)


Relator(a): Des.(a) Áurea Brasil
Data de Julgamento: 22/06/2017
Data da publicação da súmula: 05/07/2017
Ementa:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REMOÇÃO DE
CURADOR - TUTELA ANTECIPADA - CC, ART. 1.766 - NEGLIGÊNCIA DA
CURADORA - RISCO DE GRAVE E IMINENTE DILAPIDAÇÃO DO
PATRIMÔNIO DO INTERDITADO - NÃO DEMONSTRAÇÃO - REQUISITOS
DO ART. 300 DO CPC/2015 - AUSÊNCIA
1. Nos termos do art. 1.766 do CC, o curador deve ser destituído quando
negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.
2. Pretensão liminar de imediata remoção de curadora.
3. Impedimento do art. 1.735, inciso II, do CC, e atuação negligente da
curadora, em razão da terceirização das respectivas atribuições, não
caracterizados.
4. Prestação de contas que, a princípio, se mostra regular.
Imprescindibilidade de esclarecimentos a serem, preferencialmente, colhidos
sob o crivo do contraditório, havendo a necessidade de mais elementos para
se avaliar, com clareza e segurança, se alguma das situações do art. 1.766
veio a se concretizar.
5. Risco de grave e iminente dilapidação do patrimônio do interditado não
comprovado. Ausência dos requisitos do art. 300 do CPC/2015.
6. Recurso não provido.

Apelação nº0005524-03.2007.8.19.0042 Apelante: DILÇO DA


SILVA SALDANHA Apelado: DILSA MARIA DA SILVA SALDANHA
FERREIRA Relator: Desembargador ROBERTO DE ABREU E
SILVA
REMOÇÃO DE CURADOR. DESCUMPRIMENTO DOS DEVERES. NEGLIGÊNCIA
NO EXERCÍCIO DA CURATELA. OBJETIVO DA INTERDIÇÃO É A PRESERVAÇÃO
DOS INTERESSES DOS INCAPAZES. O exame das provas carreadas aos autos
demonstram a negligência no trato da curatela, quanto mais diante do reconhecimento
dos fatos imputados, confirmados em termo de declarações colhido em sede policial,
oportunidade em que o curador afirmou perceber a pensão e não repassá-la, tornando
patente a negligência no compromisso da curatela. Giza-se que o estudo social
produzido, apontando a remoção como verdadeira medida a consolidar situação
informal de exercício da curatelada em relação a requerente. Acresça-se que o
deferimento de exercício provisório da curatela desde março de 2009 e a remoção de
curador é provimento judicial manuseado como medida destinada a salutar
preservação dos interesses dos incapazes, interesse último da referida medida
jurisdicional. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

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