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PROCESSO CIVIL IV

5ª Apostila
FACE

7º PERÍODO - CURSO DE DIREITO

PROFª: KATHE MENEZES 

OBS.: A leitura deste roteiro não exime o aluno da leitura dos livros
indicados pelo professor, que se faz necessária para o devido
aprendizado e resultado nas avaliações desta matéria.

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA (não existe


litígio, não existe briga) demanda é o problema litígio, não tem
demandantes, tem autores e requerentes.
Pode converter a jurisdição contenciosa em voluntária mas nunca o contrário. Teria que
desistir da ação e entrar novamente.

É a ratificação (confirmação) dos atos praticados entre as partes de forma voluntária e


harmoniosa para que seja homologado pelo poder judiciário, originando um título executivo
judicial.

Jurisdição Voluntária: o que pode ser requerido pelo Novo CPC

Os procedimentos de jurisdição voluntária estão disciplinados a partir do artigo


719, com as disposições gerais.

No artigo 725, prevê o rol de situações que podem ser processadas:


 I – emancipação;
 II – sub-rogação;
 III – alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou
adolescentes, de órfãos e de interditos;
 IV – alienação, locação e administração da coisa comum;
 V – alienação de quinhão em coisa comum;
 VI – extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário,
do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando
decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que
caracterizar a condição resolutória;
 VII – expedição de alvará judicial;
 VIII – homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer
natureza ou valor.
 Novas ações incluídas na Jurisdição Voluntária:
 NOTIFICAÇÃO E INTERPELAÇÃO
 Que no novo CPC passa a ser especial deixando de pertencer as
cautelares. ESTUDAR.

 DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO CONSENSUAL, EXTINÇÃO DE UNIÃO


ESTÁVEL E ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS DO MATRIMÔNIO
 Serão processados conforme os artigos 731 a 734 ampliando o
procedimento do instituto de família .
Ações de procedimentos especiais que permanecem na Jurisdição
Voluntária:

▪ Testamentos e codicilos – art. 735 ss


▪ Herança jacente – art. 738
▪ Bens dos ausentes – art. 744
▪ Coisas vagas – art. 746
▪ Interdição – arts. 747 ss
▪ Organização e fiscalização das fundações – art 764.
▪ Ratificação dos protestos marítimos e dos processos testemunháveis
formados a bordo – art. 766

O CPC de 2015 trata os procedimentos de jurisdição voluntária como atividade


jurisdicional, pois a todo momento menciona em atividade jurisdicional, citação
e formação de coisa julgada. Porém, em dados momentos considera este
tema como atividade administrativa, eis que admite o seu início até mesmo
por provocação da autoridade policial que é despida de capacidade
postulatória.
Obs: Com por exemplo: procedimento de coisas vagas.
O primeiro procedimento é o da notificação e interpelação que antes eram
reguladas como “cautelares” (as ações cautelares foram extintas no CPC/15,
permanecendo as medidas cautelares). Tem como objetivo a manifestação
formal da vontade de uma das partes a outrem sobre assunto juridicamente
relevante. (Após a oitiva da testemunha, do interessado e da realização da
notificação ou protesto, o processo será entregue ao interessado. De igual
forma o protesto judicial.

A alienação (venda, desfazer) judicial é procedimento a ser adotado quando


entre os interessados não houver disposição sobre a venda dos bens. O juiz a
requerimento ou de ofício mandará alienar em leilão, ocorre quando não houver
acordo entre as partes sobre a venda do bem.

O divórcio e separação consensuais, bem como a extinção de união


estável e da alteração de regimes de bens do matrimônio devem ser
requeridos por petição assinada por ambos os cônjuges. O divórcio, separação
e extinção de união estável podem ser realizados extrajudicialmente, o que
reforça o caráter de ser função administrativa. Ao final, consta que a sentença
nestes casos fará coisa julgada, o que sugere ser função jurisdicional. Desde
que não tenha interesse de menores e incapazes.

Os testamentos e codicilos*** passam a ser regulados de forma mais


exaustiva e atualizada do que o CPC73, pois agora já cita as espécies
existentes, como por exemplo, o testamento marítimo. Codicilos: refere-se a
um pequeno testamento/declaração de última vontade destinando bens de
pequenos valores. Distingue-se do testamento por não ter forma solene exigida
para sua validade, tratando-se apenas de um instrumento particular escrito pelo
próprio declarante. art. 881,CC.

Na herança jacente o tratamento também ficou mais extenso e até se


possibilita uma inspeção judicial no local ou até do delegado, se for o caso.
Se após a publicação dos editais surgir algum herdeiro, este procedimento é
convertido em inventário. Quanto a eventuais credores, os mesmos podem se
habilitar no inventário ou intentar ação de cobrança. Ao final deste
procedimento, o NCPC diz que a sentença transita em julgado.
Herança jacente : bens sem herdeiros. Se não aparecer ninguém dentro de 1
ano a Herança é considerada jacente/vacante. Art 738 CPC.

**Bens dos ausentes – Quando se declarar a ausência art 744 CPC nos
casos previstos em Lei, o juiz mandará arrecadar os bens do ausente e irá
nomear curador. Serão publicados editais. Após, os interessados podem
requerer a abertura da sucessão provisória e, posteriormente, a sua conversão
em definitiva. Considerada a possibilidade de retorno da parte. O juiz de ofício
desde que vislumbrada na atividade jurisdicional. Se a após a declaração o
ausente regressar deverá demandar em ação própria eventual direito sobre seu
patrimônio, caso finalizado a sucessão.

As coisas vagas cuidam de um procedimento que pode ser iniciado pela


autoridade policial.

A interdição passa a ser regulada de maneira mais ampla. São relacionados


os legitimados ativos. Deve ser juntado laudo médico ou justificar
impossibilidade. O magistrado terá que entrevistar o interditando, se for o caso
até mesmo fora do juízo. A posterior prova pericial pode ser realizada por uma
junta de especialistas. A sentença comportará apelação, que será recebida
apenas no efeito devolutivo. É possível o levantamento da interdição, em novo
processo que ficará em apenso.

A organização e fiscalização das fundações segue o mesmo tratamento no


CPC2015. De novidade, a possibilidade de o Ministério Público ingressar em
juízo com o intuito de extingui-la, em casos distintos.

Finalmente, há o procedimento para ratificação dos protestos e processos


testemunháveis firmados a bordo, que deverão ser apresentados pelo
comandante da embarcação ao juiz de direito do primeiro porto, para
ratificação judicial. As testemunhas e parte da tripulação serão ouvidas no
mesmo dia. Após a audiência, será ratificado o protesto ou processo
testemunhável, sem relatório.
▪ COISAS VAGAS

Coisa vaga é coisa achada, um bem da vida alheio perdido que é


encontrado. A coisa deverá ser entregue a uma autoridade policial ou
judiciária que lavrará respectivo auto com a descrição do objeto.
Depositada a coisa, o juiz providenciará a publicação de edital na rede
mundial de computadores, no sítio do Tribunal que estiver vinculado, não
havendo sítio, no órgão oficial e imprensa local da comarca.

O foro competente é o domicilio do dono ou do legitimo possuidor da


coisa, quando este estiver identificado, ou do foro do domicilio do
descobridor.

Se a coisa não for reclamada, será alienada em hasta pública e deduzida


do preço as despesas e recompensa do inventor.

Se o proprietário ou o legítimo possuidor da coisa preferir abandoná-la,


mediante manifestação externada nos autos do procedimento, esta
poderá ser adjudicada pelo descobridor, que se obrigará a depositar em
favor do proprietário ou do legitimo possuidor o saldo remanescente,
depois de abater a quantia relativa à recompensa pelo achado da coisa e
as despesas com a conservação e o seu transporte.

Com relação aos objetos deixados em hotéis, oficinas e em outros


estabelecimentos quando não reclamados dentro de 1 mês deverão ser
entregues a autoria policial e judicial e o procedimento será o mesmo da
coisa achada.

A regra geral indica que a pessoa quando encontra coisa móvel deve se
esforçar para localizar o seu proprietário, não podendo com ela
permanecer, qualificando-se esse comportamento como conduta
criminosa.
▪ DA CURATELA DOS INTERDITOS

A interdição tem por finalidade a declaração da incapacidade, por


anomalia psíquica ou prodigalidade, do surdo-mudo sem educação que o
habilite a enunciar precisamente a sua vontade e a dos viciados pelo uso
de substâncias entorpecentes quando acometidos de perturbações
mentais.

A interdição poderá ser requerida:

I – pelo cônjuge ou companheiro;


II – parente ou tutor;
III - pelo representante da entidade onde se encontra abrigado o
interditando;
IV – pelo órgão do Ministério Público.

O Ministério Público poderá requerer a interdição no caso de anomalia


psíquica grave e se não existir ou não promover a interdição alguma das
pessoas designadas nos incisos I, II e III acima. Quando a interdição for
requerida pelo Ministério Público, o juiz nomeará ao interditando curador
à lide.
Na petição inicial, o interessado provará sua legitimidade, especificará os
fatos que revelam a anomalia psíquica e assinalará a incapacidade do
interditando para reger a sua pessoa e administrar os seus bens além de
juntar laudo médico para fazer prova de suas alegações ou informar a
possibilidade de fazê-lo (art. 750).

O interditando será citado para, em dia designado, comparecer perante o


juiz, que o examinará, interrogando-o minuciosamente acerca de sua
vida, negócios, bens e do mais que lhe parecer necessário para ajuizar
do seu estado mental, reduzidas a auto as perguntas e as respostas.

Trata-se de uma inspeção judicial indispensável. Se o interditando não


tiver condições de entender as perguntas e formular respostas, o juiz fará
constar tais circunstâncias do termo.

Dentro do prazo de 15 dias contados da audiência de interrogatório,


poderá o interditando impugnar o pedido, nomeando, inclusive,
advogado, se quiser. O ministério Público deverá intervir no processo
como custus legis. Caso não constitua advogado, o cônjuge,
companheiro ou parente sucessível do interditando também poderá
intervir como assistente.

Se o interditando impugnar o pedido, instaura-se um contraditório, sem


que com isso o procedimento se converta em processo de jurisdição
contenciosa.

Após o prazo acima apontado, o juiz nomeará perito para proceder a


exame do interditando. Apresentando o laudo, o juiz designará audiência
de instrução e julgamento, onde poderá ouvir testemunhas e
esclarecimentos de peritos.
A sentença de interdição produz efeitos desde logo, nomeando o juiz
curador, se procedente. Será inscrita no Registro de Pessoas Naturais e
publicada na rede mundial de computadores, no sítio do Tribunal que
estiver vinculado e na plataforma de editais do CNJ, onde deverá
permanecer por 6 meses, na imprensa local e pelo órgão oficial,
constando do edital o nome do interdito e do curador, a causa da
interdição e os limites da curatela.

A sentença de interdição e a que determina o seu levantamento faz


coisa julgada erga omnes.

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