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Usucapião é um instituto do direito civil que permite que uma pessoa adquira a propriedade

de um bem imóvel ou móvel pela posse prolongada e ininterrupta, sendo uma aquisição da
propriedade de um bem pelo seu uso prolongado, sem contestação do verdadeiro proprietário.
Quanto à forma de aquisição da propriedade, o usucapião é considerado um modo derivado,
pois o novo proprietário não adquire o bem de forma originária, como acontece na compra e
venda, doação, ou herança, por exemplo. Em vez disso, ele obtém a propriedade por meio de
um processo legal que reconhece sua posse contínua e pacífica como fundamento para
adquirir a propriedade.

Em geral, no processo de usucapião, não há pagamento de ITBI, pois não ocorre uma
transação de compra e venda convencional.

Entre as espécies mais comuns, há o Usucapião Extraordinário, que requer posse mansa e
pacífica do imóvel por 15 anos, sem necessidade de justo título e boa-fé. Já o Usucapião
Ordinário exige posse pelo período de 10 anos, com justo título e boa-fé. Há também o
Usucapião Especial Urbano, aplicável a imóveis de até 250m² ocupados para moradia por 5
anos, e o Usucapião Especial Rural, destinado a áreas de até 50 hectares, desde que
exploradas diretamente pelo ocupante. Além disso, existe o Usucapião Familiar, que permite
a aquisição de propriedade por famílias que ocupam um imóvel urbano ou rural para moradia,
desde que preenchidos os requisitos específicos, como posse mansa e pacífica por 2 anos,
entre outros critérios.

O procedimento de usucapião extrajudicial, conforme estabelecido pelo Provimento 65/2017


do CNJ, é um método simplificado para obter a propriedade de um imóvel sem necessidade
de processo judicial. O interessado deve reunir a documentação necessária, apresentar uma
petição inicial no cartório de registro de imóveis da região onde o imóvel está localizado, que
será analisada pelo oficial. Após a publicação de edital para notificação de terceiros
interessados e do Ministério Público, e o término do prazo para manifestações, o oficial
decide sobre o pedido. Se deferido, o registro do usucapião é realizado pelo cartório, tornando
o requerente o novo proprietário do imóvel.

Sim, no procedimento de usucapião extrajudicial é necessária a representação por advogado,


conforme estabelecido pelas normas do Conselho Nacional de Justiça e pela legislação
vigente.
Na usucapião extrajudicial, a ata notarial é um documento elaborado pelo tabelião de notas
que confirma a posse do requerente sobre o imóvel. Para sua elaboração, o requerente precisa
comparecer perante o tabelião e prestar declarações sobre a posse do imóvel, sua localização
e outras informações relevantes. O documento deve conter uma descrição detalhada do
imóvel, declarações do requerente sobre a posse mansa, pacífica e contínua, e pode incluir a
presença de testemunhas, conforme necessário. Ao final, a ata é certificada pelo tabelião com
sua assinatura e selo, garantindo sua autenticidade e servindo como prova da posse perante o
cartório de registro de imóveis.

Na usucapião extrajudicial, os confinantes (vizinhos) serão notificados por edital, conforme


estabelecido pelo Provimento 65/2017 do CNJ, apenas quando o requerente não possuir os
seus endereços ou caso não seja possível localizá-los para notificação pessoal. Essa
notificação por edital é realizada pelo oficial de registro de imóveis e tem como objetivo dar
ciência aos confinantes sobre o processo de usucapião em andamento, possibilitando-lhes
manifestar eventual oposição ao pedido dentro do prazo estabelecido. Se os confinantes forem
localizados e puderem ser notificados pessoalmente, isso será feito pelo oficial de registro de
imóveis.

No procedimento de usucapião extrajudicial, conforme estabelecido pelo Provimento 65/2017


do CNJ, além dos confinantes (vizinhos), há a obrigatoriedade de notificar o Poder Público,
especificamente a Fazenda Pública, por intermédio da Procuradoria-Geral ou da Advocacia
Pública, dependendo da esfera governamental competente. Essa notificação tem o objetivo de
dar ciência ao Estado sobre o processo de usucapião em andamento, permitindo-lhe
manifestar eventual interesse ou oposição ao pedido dentro do prazo estabelecido.

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A Resolução nº 35 de 2007 do CNJ estabelece os limites para a utilização da via extrajudicial


em casos de inventários, partilhas, divórcios consensuais e extinções de união estável. Para
inventários e partilhas, a opção extrajudicial é permitida apenas quando não há testamento,
incapazes envolvidos, herdeiros menores ou ausentes, litígio entre as partes, ou outras
situações que possam dificultar o acordo consensual.
Já nos casos de divórcios consensuais e extinções de união estável, a via extrajudicial pode
ser escolhida desde que não haja filhos menores ou incapazes do casal, a partilha de bens
esteja assegurada, não existam pendências relativas à pensão alimentícia, e outras condições
previstas na resolução não sejam violadas.
Esses limites são estabelecidos para garantir que a via extrajudicial seja utilizada somente em
situações em que não haja elementos que exijam a intervenção do Poder Judiciário para
proteger os interesses das partes, especialmente quando estão envolvidos menores, incapazes
ou litígios complexos.

Sim, de acordo com a Resolução nº 35 de 2007 do CNJ, há limitações territoriais para a


escolha do tabelião para realização desses atos extrajudiciais. O tabelião competente para
realizar inventários, partilhas, divórcios consensuais e extinções de união estável é aquele do
local onde estiver localizado o imóvel ou onde as partes tenham domicílio, ressalvadas
eventuais disposições legais específicas.
Essa limitação territorial visa garantir que o tabelião que conduzirá o procedimento
extrajudicial esteja familiarizado com as leis e práticas locais, além de facilitar o acesso e a
comunicação entre as partes envolvidas e o profissional responsável pelo ato.

Não, após o ajuizamento de um processo judicial, não é possível optar pela via extrajudicial
para resolver o caso. Uma vez que o processo foi iniciado perante o Poder Judiciário, ele deve
seguir o trâmite judicial até a sua conclusão. A opção pela via extrajudicial é feita antes do
ajuizamento, quando as partes decidem resolver a questão de forma consensual fora do
ambiente judicial.
Por exemplo, no caso de divórcio consensual, se as partes optarem por entrar com um
processo judicial de divórcio, elas devem seguir com o processo até o fim. Por outro lado, se
decidirem pela via extrajudicial, podem escolher realizar o divórcio por escritura pública em
cartório, sem a necessidade de processo judicial.
Uma vez iniciado o processo judicial, as partes não podem retroceder e optar pela via
extrajudicial para resolver a questão.

O inventário extrajudicial é um procedimento fora do âmbito judicial para a divisão dos bens
de uma pessoa falecida entre seus herdeiros. Iniciando com um requerimento feito pelos
herdeiros ou pelo inventariante em um cartório de notas, são apresentados os documentos
necessários, como certidão de óbito e documentos dos herdeiros. Após análise da
documentação pelo tabelião, se estiver tudo em ordem, é lavrada uma escritura pública de
inventário e partilha, descrevendo todos os bens e como serão divididos entre os herdeiros.
Esta escritura é assinada pelos herdeiros, pelo inventariante (se houver) e, eventualmente, por
um advogado. Em seguida, a escritura é registrada no Cartório de Registro de Imóveis,
quando há bens imóveis envolvidos, e em outros órgãos competentes, se necessário. Com o
registro da escritura, o inventário é encerrado. Esse processo é mais ágil e menos oneroso que
o inventário judicial, mas requer a ausência de menores ou incapazes como herdeiros, a
concordância de todos os herdeiros e a inexistência de conflitos sobre a partilha dos bens.

O divórcio extrajudicial é um procedimento realizado fora do tribunal, sendo mais rápido e


menos burocrático que o divórcio judicial. Em resumo, o casal precisa concordar em relação
aos termos do divórcio, como divisão de bens, guarda dos filhos, entre outros aspectos. Cada
cônjuge deve ter seu próprio advogado ou defensor público. Em seguida, é feito um
requerimento em um cartório de notas, assinado por ambos os cônjuges, com o acordo
estabelecido. O tabelião analisa a documentação e, se estiver tudo em ordem, lavra a escritura
pública de divórcio. Essa escritura é então registrada no cartório de registro civil das pessoas
naturais onde o casamento foi registrado. Com o registro, o divórcio é formalizado e
considerado concluído. Esse processo é adequado para casais que tenham consenso em
relação aos termos do divórcio e não tenham filhos menores ou incapazes.

A extinção extrajudicial de união estável é um processo simplificado realizado fora do


tribunal. Resumidamente, os conviventes devem chegar a um acordo sobre a divisão de bens
e outros aspectos relacionados ao término da união estável. Cada parte deve ter seu próprio
advogado ou defensor público. Em seguida, é feito um requerimento em um cartório de notas,
assinado por ambos, com o acordo estabelecido. O tabelião analisa a documentação e, se
estiver correta, lavra a escritura pública de extinção de união estável. Essa escritura é então
registrada no cartório de registro civil das pessoas naturais. Com o registro, o término da
união estável é formalizado e considerado concluído. Esse procedimento é recomendado para
casos em que os conviventes concordam com os termos da separação e desejam evitar o
processo judicial mais demorado e dispendioso.

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