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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ-UNIVALI

ESCRITÓRIO MODELO DE ADVOCACIA – BALNEÁRIO CAMBORIÚ


PROFa. FLÁVIA CRISTINA OLIVEIRA SANTOS
GRUPO: SABRINA CAMILLE CARMEN FABBRO, TEREZA SILVA DE MELLO, VITÓRIA
MAFRA ARAÚJO.

Os acadêmicos deverão trabalhar um dos temas a seguir e descritos e responder as seguintes


questões de forma clara e objetiva, com a indicação do órgão competente e conceito de cada
ato (ata notarial, escritura pública, tabelião, emolumentos, gratuidade da justiça, assistência
judiciária integral e gratuita).
A atividade deverá ser postada no portfólio por um único aluno com o nome dos demais
integrantes do grupo e a versão final deverá ser encaminhada ao email
flaviasantos@univali.br.

INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL

1. Inventário. Qual o conceito? O inventário é um processo em que se faz um levantamento de todos


os bens deixados por uma pessoa falecida, para que tais bens possam ser divididos entre os herdeiros.

2. Inventario Extrajudicial. Qual o conceito? Previsto no Art. 610, § 1° e § 2° do CPC, além de


amparado pela Lei n° 11.441 de 2007, o inventário extrajudicial é processo realizado por escritura
pública perante o Tabelionato de Notas.

A escritura pública é qualquer tipo de documento elaborado por um Tabelião cuja finalidade seja
formalizar juridicamente algum interesse. Já o Tabelião é a pessoa autorizada a formalizar
juridicamente a vontade das partes, intervir nos atos e negócios jurídicos, e autenticar fatos.

3. Quando é cabível? Se todos herdeiros forem capazes, é viável o processamento do inventário e da


partilha por escritura pública e de forma extrajudicial. Entretanto, havendo testamento ou interessado
incapaz, o processo apenas poderá ser feito de forma judicial. Além disso, para ser realizado o
inventário de forma extrajudicial, de acordo com o Art. 610, §2° do CPC, todas as partes interessadas
devem ser assistidas por um advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura
constarão do ato notarial.

Ata Notarial é o meio pelo qual um Tabelião registra fatos com confiabilidade e detalhes.

4. Quais documentos são necessários? Os documentos necessários para o procedimento do


inventário por ato notarial são:

• Documentos do falecido: RG e CPF; certidão de casamento ou nascimento; certidão de óbito; certidão


negativa da Receita Federal e Procuradoria Geral da Fazenda Nacional; certidão de inexistência de
testamento; certidão de inexistência de dependentes.

• Documentos do cônjuge/companheiro: RG e CPF; certidão de casamento; certidão de união estável.


• Documentos dos Herdeiros: RG e CPF; certidão de casamento ou nascimento; certidão de união
estável.

• Documentos dos Bens móveis: documento de veículos; extratos bancários; Certidão da Junta
Comercial ou do cartório de registro civil de pessoas jurídicas; notas fiscais.

• Documentos dos Bens imóveis: matrícula do imóvel expedida pelo Registro de Imóveis; carnê de
IPTU; certidão Negativa de Imóvel Rural.

5. Qual é o passo-a-passo? Para realizar um inventário extrajudicial, em primeiro lugar é necessário


contratar um advogado ou procurar a defensoria pública para ser nomeado à assistência judiciária.
Dando seguimento, reunir toda a documentação e que seja nomeado um inventariante (interessado
que passará a representar o espólio – conjunto de bens – do falecido), para posteriormente recolher
o imposto causa mortis (ITCMD - Imposto de Transmissão Cauda Mortis e Doações). Vale apontar que,
o ITCMD é um imposto devido por toda pessoa física ou jurídica que receber bens ou direitos como
herança. Após o pagamento do imposto, o advogado terá que elaborar a minuta de partilha e
protocolar o inventário no cartório, em que serão verificados todos os bens, direitos e dívidas que o
falecido possuía. Por fim, após entrar com pedido de inventário extrajudicial no cartório de notas
escolhido, se tudo estiver certo, o Tabelião lavrará a Escritura Pública de Inventário, e será agendado
um dia para que todos os herdeiros assinem.

6. Há custas, taxas, emolumentos? As custas processuais são a soma das despesas decorrentes da
tramitação de um processo. Quando o inventário for processado através de ação judicial, será preciso
pagar custas e taxas processuais, que devem ser calculadas de acordo com as normas da corregedoria,
variando a partir do valor total do montante de bens.
No Inventário Extrajudicial, as custas incluem, além dos honorários advocatícios, o pagamento do
imposto causa mortis (ITCMD), das certidões necessárias, da escritura e registro do inventário, e
basicamente o pagamento dos emolumentos ao cartório.
Os emolumentos são taxas remuneratórias de serviços públicos, tanto notarial, quanto de registro,
configurando uma obrigação a ser paga pelo próprio requerente para cobrir serviços prestados por
órgãos de registro.

6.1. É cabível a isenção de custas, a gratuidade da justiça? Assistência judiciária integral e


gratuita? A gratuidade de justiça é benefício concedido por meio de decisão judicial, em que a parte
é isenta do pagamento de custas e taxas processuais. Portanto, no processo de inventário judicial, é
cabível com base nos termos da Lei n° 1.060/1950, além dos artigos 98 a 102 do Código de Processo
Civil. Já em relação ao inventário extrajudicial, é necessário pagar as custas e emolumentos do cartório
de notas que fará a lavratura da escritura, que serão calculadas de acordo com as normas da
corregedoria, variando a partir do valor total dos bens. A isenção de custas nesse caso também é
possível, mas apenas se a parte for assistida pela Defensoria Pública, que seria a Assistência Judiciária
Gratuita (em que o Estado tem a obrigação de garantir que a pessoa com poucos recursos financeiros
tenha acesso a um advogado, sem ter que arcar com o custo de sua contratação).

7. Onde realizá-lo? O inventário pode ser feito em cartório. A escritura pública do inventário
extrajudicial não depende de homologação judicial. Conforme previsto na Lei 11.441/07.

8. É necessário advogado? Sim, conforme Art. 610, § 2º do CPCP afirma, é essencial a participação de
um advogado como assistente jurídico das partes nas escrituras de inventário, onde o advogado
deverá assinar a escritura juntamente com as partes envolvidas, porém não é necessário apresentar
petição ou procuração, uma vez que esta é outorgada pelos interessados na própria escritura de
inventário.

9. Qual o prazo para conclusão (tempo médio)? De acordo com o Art. 611 do Código de Processo
Civil, Lei 13105/2015, o processo de inventário e de partilha deve ser iniciado no prazo de 2 (dois)
meses, a contar da data do óbito, finalizando-se nos 12 (doze) meses seguintes. Lembrando que o juiz
pode prolongar esses prazos, de ofício ou a pedido da parte.

REFERÊNCIA BÁSICA

Código Civil Brasileiro

Código de Processo Civil de 2015

Lei 6015 de 1973

Lei 8935 de 1994

Código de Normas do TJSC Disponível em


:https://www.tjsc.jus.br/documents/728949/1312406/C%C3%B3digo+de+Normas+Compilado/f5537
f74-44fe-42af-be31-611e69cae637

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