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PROCESSAMENTO EM

EXECUÇÃO FISCAL
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
DIRETORIA GERAL DE GESTÃO DE PESSOAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIA

ORGANIZAÇÃO LEGISLATIVA

• Legislação – Direito processual na dívida ativa

Dentro da legislação referente à dívida ativa, temos os seguintes


diplomas legais:

1. Constituição Federal
2. Lei de Execuções Fiscais – Lei 6.830/80.
3. Código de Processo Civil
4. CODJERJ – Competência – Lei Estadual nº 6.956/2015

Sem dúvidas, dentro desse panorama legal, é a Lei de Execução Fiscal


que possui maior destaque, visto que elenca o regramento específico e o
procedimento direto das execuções fiscais.

• O Poder Judiciário

Dentro do Poder Judiciário, a análise dos processos de dívida ativa é


realizada da seguinte forma:

1. Primeira instância – as Varas de Fazenda Pública/as Varas Cíveis


com competência fazendária.
2. Segunda instância – as Câmaras de Direito Público - RESOLUÇÃO
OE nº 01/2023
3. Instâncias superiores – STJ e STF

• As Varas de Fazenda Pública no TJ/RJ


1. No interior
2. Na Capital
1. Varas de Fazenda Pública comum
2. A 11ª e a 17ª Vara de Fazenda – Tributos Estaduais
3. A 12ª Vara de Fazenda – Tributos Municipais

Lei Estadual nº 6.956/2015

Art. 44 Compete aos juízes de direito em matéria de interesse da


Fazenda Pública processar e julgar:
I- causas de interesse do estado e do município, ou de suas
autarquias, empresas públicas e fundações públicas;
II - mandados de segurança quando a autoridade coatora for estadual
ou municipal, excetuadas as hipóteses de competência originária do Tribunal
de Justiça;
III - habeas data, quando o órgão ou entidade depositária da informação
for estadual ou municipal, excetuadas as hipóteses de competência originária
do Tribunal de Justiça;
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IV - mandado de injunção, quando a responsabilidade pela


regulamentação do direito for de órgão estadual ou municipal, excetuadas as
hipóteses de competência originária do Tribunal de Justiça;
V - ações de improbidade administrativa e populares que envolvam,
direta ou indiretamente, qualquer dos entes referidos no inciso I, além das
sociedades de economia mista vinculadas ao estado e ao município, bem
como as ações civis públicas, ressalvado em relação a estas a competência
das varas especializadas;
VI - causas em que for parte de instituição de previdência social federal
e cujo objeto for benefício de natureza pecuniária, quando o segurado ou
beneficiário tiver domicílio na Comarca e essa não for sede de Vara Federal;
VII - justificações previdenciárias e assistenciais relativas a servidores
municipais e estaduais;
VIII - processar e cumprir as precatórias pertinentes à matéria de sua
competência.

Parágrafo único - No caso do inciso II, considerar-se-á estadual ou


municipal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do
ato impugnado houverem de ser suportadas pelo estado, por município, ou
entidades por eles controladas.

Art. 45 Compete aos juízes de direito em matéria de dívida ativa


processar e julgar:
I- execuções fiscais e demais ações que lhes sejam correlatas;
II - ações que versem sobre matéria tributária estadual ou municipal.

• As Centrais de Dívida Ativa no TJ/RJ

A criação das referidas centrais teve por objetivo centralizar e otimizar


a gestão dos processos de dívida ativa em um único cartório e único
Magistrado responsável.

1. Resolução 41/2011
2. Resolução 26/2012

• A PGE e a PGM

1. Funções – Art. 182 CPC.


2. Advogados públicos no CPC:
▪ Prazo em dobro (art. 183 CPC)
▪ Intimação pessoal (art. 22 § 2º LEF e 183 §1º CPC) – É
importante destacar que, no processo eletrônico, as
intimações devem ser feitas sempre de forma eletrônica,
cabendo ao órgão a organização e distribuição interna
dessas.

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Processo, procedimento, autos

Processo: é imaterial, é a relação jurídica, é o instrumento de atuação da


jurisdição.

Procedimento: é a forma de desenvolver o processo, é a sequência de atos


para o regular e válido desenvolvimento do processo, é o rito a ser seguido.

Autos: é onde se corporificam os procedimentos de um processo, é a parte


física.

Distribuição

O setor de distribuição é o responsável por fazer nascer o processo e o


distribuir conforme sua competência e, além disso, fazer o registro para os
cartórios de Ofício de registro de distribuição de processo.

Carga, vista, remessa.


Carga: feita aos patronos das partes.

Vista: é realizada aos órgãos que atuam nos autos: MP, DP, Procuradorias etc.

Remessa: feita aos contadores, avaliadores etc.

Tecnicamente, há diferença entre esses termos, porém, no dia a dia, carga e


vista se confundem, e a remessa pode ser usada para qualquer órgão,
especialmente no processo eletrônico.

Conclusão x conclusão de ordem

Conclusão: É o ato de levar os autos ao juiz.


Conclusão de ordem: O próprio magistrado solicita o envio dos autos à
conclusão diante da necessidade de proferir decisão sem provocação.

Informação x certidão x dúvida

Informação: dá-se uma informação quando a serventia fornece dados ao


magistrado referente à decisão a ser proferida.

Certidão: relato de fato ou ato de seu conhecimento por dever do ofício.


Certidão objeto e pé ou de inteiro teor ou certidão de prática forense:
mediante recolhimento de custas em petição endereçada ao Chefe de
Serventia, prazo de 08 (oito) dias.

Levantamento de dúvida: usado quando temos dúvida quanto ao


cumprimento de determinado ato.

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Restauração de autos

Qualquer uma das partes pode solicitar, as custas são devidas por aquele que
deu motivo ao extravio. Após a sentença de restauração, os autos voltam a
tramitar de onde pararam.

Prazo

É o tempo que se tem para praticar um ato.

-prazo legal: é aquele estipulado pela lei. EX: prazo para apelação.

-prazo convencional: fixado de comum acordo pelas partes.


-prazo judicial: fixado pelo magistrado.

-prazo geral: não se encaixando em nenhuma hipótese anterior, será de 05


(cinco) dias.
Prazo dilatório: pode ser prorrogado.

Prazo peremptório: acarreta a preclusão do ato se descumprido, não podendo


ser mais praticado e ocorre a perda do prazo, é fatal.

Prazo comum: flui ao mesmo tempo para todas as partes. Os autos não saem
do cartório, salvo convenção das partes e mediante petição ao juiz.
Prazos sucessivos: corre primeiro para um depois para o outro.

Prazo especial: todos estipulados em lei, Fazenda Pública, MP, DP,


litisconsórcio etc.
Contagem de prazo (art. 224 do CPC)

Contam-se os prazos segundo o CPC, exclui-se o dia do começo e inclui-se o


do vencimento. Prazo processual é contado em dias úteis e os prazos materiais
em dias corridos.

Particularidades das Execuções Fiscais

Nas execuções fiscais o prazo da citação conta-se da data de entrega da carta


no endereço do Executado;

O prazo para oferecer embargos, 30 (trinta dias) conta-se: (art.16 da LEF)

- da intimação da penhora;
- do depósito;

- da juntada da prova da fiança bancária.


Se houver representação a intimação da penhora pode ser feita por publicação
no DJE.
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O perdedor nas ações de execução fiscal é responsável pelo pagamento de


todas as custas oriundas do processo judicial. A fazenda pública é isenta do
pagamento de custas.

Citação x intimação
Citação é o ato pelo qual se convoca alguém para integrar o processo;

Intimação é ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos ou termos do


processo.

Execução por carta

Trata-se de expediente por meio do qual solicita-se a prática de atos em outras


comarcas por meio de carta precatória.

Carta Rogatória: utilizada para diligência dirigida à autoridade estrangeira.

Carta de ordem: utilizada em caso de diligência requerida ao tribunal superior.

Carta precatória de vênia: nesse caso, a diligência a ser cumprida é na mesma


comarca.

Atos dos Escrivães e dos Servidores

Os artigos 206 e seguintes, do CPC, trazem incumbências dos escrivães


e dos oficiais de justiça, assim como os artigos 166 e seguintes. Também a
Consolidação Normativa, em seus artigos 304 e seguintes, traz os Atos
Ordinatórios nas Varas de Fazenda Pública, que são extensivos aos servidores,
funcionários cedidos por outros órgãos e estagiários, já que muitos daqueles
atos são delegáveis pelo escrivão, tais como:

Art. 304. O serventuário de Vara com competência em dívida


ativa praticará, independentemente de despacho judicial, os
seguintes atos ordinatórios:
I - informar ao devedor interessado em quitar o débito, nos juízos
em que o Município ou o estado não possuir Guia ou GRERJ
compartilhado, que o pagamento do crédito tributário deve ser
efetuado através de guia de depósito judicial, a qual deve ser
obtida no próprio site do Tribunal de Justiça; ressalvadas as
hipóteses de comparecimento do contribuinte na sede própria do
credor, efetuando lá o pagamento, devendo, no caso, o ente
público informar o pagamento nos autos da execução fiscal;
II - o recolhimento das despesas processuais, por sua vez, deve
ser efetuado através de GRERJ, sob pena da expedição de
certidão eletrônica ao DEGAR, para cobrança administrativa e
arquivamento sem baixa dos autos;
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III - informar ao devedor, também, que, após a quitação, uma


cópia da guia de depósito judicial e da GRERJ deverão ser
entregues em cartório, no caso de processos físicos, ou juntadas
diretamente aos autos, caso se trate de processo eletrônico;
IV - registrar no sistema as decisões de sobrestamento das
execuções em virtude de decisão judicial, atentando para o local
virtual correto;
V - cumprir o disposto no Art. 40, § 1º, da Lei nº 6.830/80, em
caso de suspensão da execução, remetendo os autos ao arquivo
definitivo e os incluindo em local virtual próprio (Andamento 7 -
Arquivo Definitivo);
VI - decorrido o prazo máximo de 01 (um) ano, previsto no Art.
40, § 2º, da Lei n° 6.830/80, providenciar o arquivamento
definitivo dos autos da execução fiscal, sem baixa na distribuição,
incluindo-o em local virtual próprio, independentemente de
determinação judicial;
VII - os processos mencionados na alínea anterior serão
arquivados na própria serventia, permanecendo nessa condição
até eventual manifestação da Fazenda Pública, ou no caso de
ocorrência da hipótese prevista no § 4º, do Art. 40, da Lei n°
6.830/80;
VIII - os processos de execução fiscal com parcelamento em vigor,
devidamente certificados nos autos, deverão ser suspensos no
sistema, remetidos ao arquivo provisório e incluídos no local
virtual próprio, independentemente de determinação judicial.

EXECUÇÃO FISCAL

Introdução

O objetivo da execução fiscal é a recuperação de créditos fiscais. De


nada serve encontrar o Executado se não houver bens que possam ser objeto
de constrição judicial e permitam o prosseguimento da execução. Adotando-
se a teoria da expedição, é desnecessária a citação por OJA. Expede-se a
citação postal para o domicílio fiscal e já se prossegue com a busca de bens
(para penhora ou arresto) com as ferramentas eletrônicas hoje disponíveis –
SISBAJUD, RENAJUD E INFOJUD. Não localizados bens, o processo é suspenso
pelo art. 40 da LEF. Assim, deixamos de desperdiçar energia com processos
que não possuem chance de êxito por falta de bens a serem
penhorados/arrestados e arquivamos (sem baixa) os processos pelo artigo 40
da Lei 6830/80.

Prosseguem apenas os processos em que foram encontrados bens e,


portanto, há chance de recuperação do crédito.

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Localizado bens pelo sistema SISBAJUD e RENAJUD, inserimos as ordens


de restrição, o que faz com que a maior parte dos executados compareça aos
autos voluntariamente, findando-se as inúmeras diligências normalmente
feitas para localizar os executados, que, repita-se, não levam ao objetivo do
processo. Somente será necessária a intimação por OJA (da penhora ou
arresto) nos processos em que as partes não compareçam voluntariamente,
o que é a menor parte dos processos. Ressalto que a intimação da penhora,
na execução fiscal, quando há advogado constituído, ocorre por publicação
(art. 12 da Lei 6830/80), reduzindo o trabalho do cartório.

Assim, ressalto que o uso das ferramentas eletrônicas auxilia na redução


do acervo já que permite separar os processos que devem ser suspensos pelo
art. 40 em razão da NÃO localização de bens sobre os quais possa recair a
penhora. Além disso, nos processos em que SÃO localizados bens sobre os
quais possa recair a penhora, reduz o volume de intimações (e de digitações)
pelo comparecimento voluntário quando a parte percebe a ausência do
dinheiro em conta ou tem seu veículo apreendido em blitz.

Para redução do trabalho do cartório é importante que a conste da


decisão de penhora ou arresto que a mesma valha como termo de penhora ou
arresto, o que reduz a digitação.

Urgências a serem solucionadas:

- Retirar no sistema DCP lista de paralisados há mais de 1095 dias e tratar


esses processos imediatamente.

- Realizar o arquivamento especial de todos os processos não localizados.

Dicas para redução do acervo:

- Verificar com a Procuradoria do Município se há interesse em requerer a


inclusão do débito no SERASAJUD. A inclusão do nome do Executado em
cadastros restritivos de crédito é o meio mais rápido e eficaz de recuperação
de crédito.

- Verificar se há (ou se pode ser feita por iniciativa da Prefeito com o auxílio
da Procuradoria) lei municipal que fixe limite mínimo para a judicialização de
demandas e se essa lei autoriza a desistência das ações já judicializadas
(desjudicialização) ou até mesmo a remissão para as ações em curso, o que
permitirá a extinção de todas as ações em curso que sejam de valor inferior
ao fixado por lei. A desjudicialização reduz o acervo e o volume de novas

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distribuições. Ponderar que as custas dos processos oneram por demais o


contribuinte.

- Solicitar a Procuradoria a adoção de medidas com vistas ao


compartilhamento das comunicações de óbitos entre a secretaria de Saúde, a
Secretaria de Fazenda e a Procuradoria, permitindo a extinção dos processos
nos quais não tenha ocorrido a citação do Executado. (Modelo de Ofício
abaixo).

- Adoção de rotina de comunicação por listagem, no mínimo de forma mensal.


Essa rotina normalmente está prevista no convênio, então pode ser cobrada
sob pena de comunicação de descumprimento do convênio. Significa que a
procuradoria, por meio de listagem, comunica os processos nos quais houve
pagamento, cancelamento, parcelamento, reconhecimento de prescrição e
parcelamentos revogados pela inadimplência.

Nos processos que constarem nas listagens de pagamento e


cancelamento serão lançadas sentenças de extinção pelo pagamento e
cancelamento, respectivamente.

A ciência dessas sentenças comunicadas por listagem, também pode


ser feita por listagem, evitando-se a necessidade de lançar o andamento 68
no sistema, facilitando-se o trabalho da procuradoria.

Nos feitos em que for comunicado o parcelamento, será lançada a


decisão de suspensão pelo parcelamento com a remessa do processo ao
arquivo provisório.

Nos que for comunicada a rescisão do parcelamento pela inadimplência,


será retomada a marcha do processo. É interessante combinar com as
procuradorias sobre a possibilidade de envio de lista com os números dos
processos de “parcelamento interrompido”, para facilitar o desarquivamento.
A juntada do termo de parcelamento só será necessária nos processos onde
não houver citação nos autos (o termo normalmente configura confissão de
dívida, pelo que dispensa nova citação/intimação e impede o oferecimento de
embargos). Caso exista dinheiro dentro do processo, esse já prossegue para
a expedição de mandado de transferência das custas/mandado de pagamento
ao município.

Nos que for reconhecida prescrição, observar se há outros exercícios a


autorizar o prosseguimento.

- É salutar e muito bem-vinda a manutenção de bom canal de comunicação


com a Procuradoria. A maior parte das procuradorias possui lei de rateio de
honorários entre os procuradores. O aumento de arrecadação reflete muito
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nos ganhos dos procuradores, já que o aumento da arrecadação aumenta


também a parte de honorários.

- Solicitar a procuradoria a listagem dos maiores devedores do Município, para


dar celeridade a esses processos, o que reflete na arrecadação do Município.

- O pagamento do débito em guia compartilhada, poderá (se o juiz assim


entender) dispensar a apuração de recolhimento de custas, na hipótese de
não constar do sistema informações sobre o recolhimento.

- A forma mais eficaz de arrecadação é a GRERJ compartilhada. Está disponível


para todos os Municípios que tiverem interesse. Vantagens da GRERJ
compartilhada: Dispensa de envio de relatórios pelo Município,
disponibilização do recurso na conta do Município no dia seguinte sem
qualquer despesa para o Município e para o contribuinte, vinculação
automática ao feito. Havendo interesse, o DEGAR faz uma apresentação para
o Município sobre a GRERJ compartilhada.

Procedimento (resumo):

- Expedição de mandado de citação por e-carta. Comarcas que não


disponham do e-carta é necessário o aditamento do convênio para inclusão
dessa ferramenta, que facilita muito o trabalho do cartório, já que não é
necessária a digitação e expedição do mandado. Ademais, a juntada do AR é
feita diretamente pela EBCT, retirando do cartório mais essa função. Sinalizar
ao Juiz coordenar do seu NUR para acionar o departamento adequado ao
aditamento do convênio.

- Após o retorno, seja positivo ou negativo, verificar se há CPF. Sem CPF não
é possível protocolar o SISBAJUD/RENAJUD/INFOJUD. Importante verificar
também se o endereço do imóvel e nome do proprietário são identificáveis,
pois não raro vemos CDAs em nome do “o proprietário” ou endereços tipo
“lote 0 quadra 0”.

Modelo despacho para processos nos quais NÃO há CPF:

1. Considerando que não consta na petição inicial o CNPJ/CPF do Executado,


intima-se o Município, conforme determina o parágrafo 1º do artigo 40 da Lei
6.830/80, para informá-lo, sob pena de suspensão da presente execução ou
para indicar bens suficientes para a quitação do crédito, visto que sem esse
dado não é possível fazer qualquer consulta ou praticar qualquer ato de
constrição.

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2. Após, inclui-se a presente execução no local virtual SUS 40: Suspensão -


Artigo 40 da LEF.

3. Em seguida, em cumprimento ao disposto no artigo 1º do Ato Normativo


Conjunto TJ-CGJ nº 36/2020, arquivam-se os autos sem baixa na distribuição.

4. Se houver manifestação da Fazenda, dentro do prazo de 1 (um) ano de


suspensão e do respectivo prazo prescricional de 5 (cinco) anos, previsto pelos
parágrafos 2º e 4º do artigo 40 da LEF, providencia, o cartório, o
desarquivamento dos autos para o prosseguimento da execução.

5. Decorrido o referido prazo, cujo termo inicial é a ciência da Fazenda a


respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens
penhoráveis (Resp. 1.340.553/RS), sem manifestação nos autos, venham
conclusos a fim de que seja proferida a sentença de prescrição.

Processos COM CPF nos autos:

- AR positivo sem manifestação do Executado:

Segue para protocolo de penhora on-line pelo SISBAJUD – é possível a


utilização de robô da DGTEC para protocolo. O robô não usa teimosinha. A
DGTEC informa as ordens negativas e as de não relacionamento. As parciais
têm que ser consultadas individualmente, pelo juízo de origem.

Modelo de despacho penhora:

Trata-se de execução fiscal ajuizada pelo Estado do Rio de janeiro


visando o recebimento do crédito tributário objeto da Certidão de Dívida Ativa
que instrui a inicial.

Expedida a citação postal pelo juízo e constatada a inércia do Executado,


DETERMINO o bloqueio eletrônico de dinheiro pelo SISBAJUD, a título de
penhora. Fixo honorários advocatícios em 10% do valor do débito. Incluídas as
despesas processuais na ordem eletrônica.

Aguardar alguns dias (cerca de 07 dias) e fazer a transferência dos


valores para a conta de depósito judicial, que possui remuneração, evitando
prejuízo a parte por eventual demora no processo.

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Modelo despacho após conferência do SISBAJUD penhora negativa outros


tributos:

1) Conforme extrato em anexo, protocolei penhora on-line nas contas da parte


executada que retornou com resultado negativo ou saldo irrisório.

2) Assim, encaminha-se a presente execução para realização de consulta ao


sistema INFOJUD/RENAJUD.

Obs.: As consultas RENAJUD/INFOJUD podem ser feitam em seguida e já


constar no mesmo despacho. Não fazemos assim porque somos a mesma
equipe e, pelo volume, não damos conta de fazer em seguida.

Obs. 2: Quando se tratar de execução de IPTU, é desnecessária a consulta


RENAJUD e INFOJUD, passando-se a penhora do próprio imóvel.

Modelo despacho após conferência do SISBAJUD resultado negativo, IPTU:

1. Protocolei penhora on-line nas contas da parte executada que apresentou


resultado negativo, conforme extrato em anexo.

2. Venha a ficha cadastral do imóvel.

3. Com a juntada, considerando a natureza propter rem do tributo em


execução, DETERMINO a realização de penhora sobre o imóvel, constando a
parte executada como depositária do bem, valendo a presente decisão como
termo de penhora.

4. Expeça-se certidão, que deverá ser entregue por meio eletrônico, ao RGI
competente para averbação, nos termos do art. 14 da LEF, com vistas a
atribuir eficácia erga omnes à constrição judicial. Registro que a determinação
deverá ser cumprida ainda que a qualificação das partes esteja incompleta.

O Ofício deverá ser acompanhado de cópia da inicial, da decisão que


determinou a penhora, do termo de penhora e da ficha do imóvel, apresentada
pelo Exequente.

Ressalto que nos termos do art. 39 da LEF "a Fazenda Pública não está sujeita
ao pagamento de custas e emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu
interesse independerá de preparo ou de prévio depósito". Não haverá,
portanto, necessidade de cobrança de emolumentos para o cumprimento da
ordem.

Por fim, na hipótese de o imóvel pertencer atualmente a circunscrição diversa,


mas o registro ainda estiver no cartório de origem, autorizo o Sr. Notário a
solicitar as certidões de ônus reais e inteiro teor bem como o cancelamento
da matrícula junto ao cartório de origem, na forma da isenção concedida pelo

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artigo 39 da Lei 6830/80, de forma a possibilitar o integral cumprimento da


ordem.

5. Intime-se a parte executada bem como eventuais possuidores ou ocupantes


do imóvel, pessoalmente, por OJA, no endereço do imóvel, para ciência da
penhora e para, querendo, apresentar defesa, no prazo de 30 dias. Na mesma
diligência, o Sr. OJA deverá proceder a avaliação do imóvel.

6. I-se o cônjuge, se casado for o Executado ou eventual possuidor, com fulcro


no art. 842 do CPC.

7. Após a ciência de todos os personagens da execução, certifiquem-se do


decurso do prazo para oposição de embargos à execução e voltem para
imediata nomeação de leiloeiro.

Modelo despacho após conferência do SISBAJUD penhora INTEGRAL:

1) Conforme extrato em anexo, protocolei penhora on-line nas contas da parte


executada que teve resultado positivo integral, conforme consulta em anexo,
que vale como termo de penhora.

2) Com vistas a evitar às partes o prejuízo decorrente do tempo, determinei


transferência dos valores bloqueados para a conta de depósito judicial,
conforme extrato ora juntado.

Ressalte-se que a eventual manutenção do bloqueio sem a transferência de


valores para a conta de depósito judicial, por tempo prolongado, acarretaria
prejuízo ao próprio Executado, já que na conta bloqueada não incide a
remuneração das contas de depósito judicial.

3) Intime-se a parte executada, POR OJA, POR VIA POSTAL, POR PUBLICAÇÃO,
para ciência do prazo de 30 dias para o oferecimento de embargos à execução,
nos termos dos arts. 12 e 16, ambos da Lei 6830/80, ciente que o não
oferecimento acarretará a conversão em renda do valor penhorado.

4) Decorrido o prazo para oferecimento de embargos à execução, certifiquem


o Cartório e voltem conclusos.

Modelo despacho penhora SISBAJUD PARCIAL e outros tributos com RENAJUD


positivo:

1) Conforme extrato em anexo, protocolei penhora on-line nas contas da parte


executada que teve resultado positivo parcial, conforme protocolo de
transferência em anexo, que vale como termo de penhora.

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2) Com vistas a evitar às partes o prejuízo decorrente do tempo, determinei


transferência dos valores bloqueados para a conta de depósito judicial,
conforme extrato ora juntado.

Ressalte-se que a eventual manutenção do bloqueio sem a transferência de


valores para a conta de depósito judicial, por tempo prolongado, acarretaria
prejuízo ao próprio Executado, já que na conta bloqueada não incide a
remuneração das contas de depósito judicial.

3) Em consulta ao RENAJUD para reforço da penhora parcial realizada, apurei


que a parte executada possui veículo cadastrado em seu nome, razão pela
qual inseri as restrições de transferência e circulação sobre o veículo,
conforme extrato em anexo, que vale como termo de penhora. Ressalte-se
que a restrição de circulação tem por finalidade a localização do bem.

4) Intime-se a parte executada, POR OJA OU POR PUBLICAÇÃO OU POR VIA


POSTAL, para ciência do início do prazo de 30 dias para o oferecimento de
embargos à execução, nos termos dos arts. 12 e 16, ambos da LEF, hipótese
em que deverá o Executado reforçar a penhora para torná-la integral, caso
queira. Fica o Executado ciente, ainda, que o decurso do prazo sem o
oferecimento de embargos acarretará a conversão em renda do valor
penhorado em pecúnia e imediato início da fase de expropriação do bem
móvel.

5) Ao Exequente para que apresente avaliação mercadológica do bem (Tabela


Fipe) e indicação de leiloeiro.

Modelo despacho penhora SISBAJUD PARCIAL e outros tributos com RENAJUD


negativo:

1) Conforme extrato em anexo, protocolei penhora on-line nas contas da parte


executada que teve resultado positivo parcial, conforme protocolo de
transferência em anexo, que vale como termo de penhora.

2) Com vistas a evitar às partes o prejuízo decorrente do tempo, determinei


transferência dos valores bloqueados para a conta de depósito judicial,
conforme extrato ora juntado.

Ressalte-se que a eventual manutenção do bloqueio sem a transferência de


valores para a conta de depósito judicial, por tempo prolongado, acarretaria
prejuízo ao próprio Executado, já que na conta bloqueada não incide a
remuneração das contas de depósito judicial.

3) Em consulta ao RENAJUD para reforço da penhora parcial realizada, apurei


que a parte executada não possui veículo cadastrado em seu nome.

4) Intime-se a parte executada, POR OJA OU POR PUBLICAÇÃO OU POR VIA


POSTAL, para ciência do início do prazo de 30 dias para o oferecimento de
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embargos à execução, nos termos dos arts. 12 e 16, ambos da LEF, hipótese
em que deverá o Executado reforçar a penhora para torná-la integral, caso
queira. Fica o Executado ciente, ainda, que o decurso do prazo sem o
oferecimento de embargos acarretará a conversão em renda do valor
penhorado.

Modelo despacho penhora SISBAJUD resultado parcial IPTU:

1. Protocolei penhora on-line nas contas da parte executada que apresentou


resultado parcial, conforme protocolo de transferência em anexo, que vale
como termo de penhora.

2. Com vistas a evitar às partes o prejuízo decorrente do tempo, determinei


transferência dos valores bloqueados para a conta de depósito judicial,
conforme extrato ora juntado.
3. Venha a ficha cadastral do imóvel.

4. Com a juntada, considerando a natureza propter rem do tributo em


execução, DETERMINO a realização de penhora sobre o imóvel, constando a
parte executada como depositária do bem, valendo a presente decisão como
termo de penhora.

5. Expeça-se certidão, que deverá ser entregue por meio eletrônico, ao RGI
competente para averbação, nos termos do art. 14 da LEF, com vistas a
atribuir eficácia erga omnes à constrição judicial. Registro que a determinação
deverá ser cumprida ainda que a qualificação das partes esteja incompleta.

O Ofício deverá ser acompanhado de cópia da inicial, da decisão que


determinou a penhora, do termo de penhora e da ficha do imóvel, apresentada
pelo Exequente.

Ressalto que nos termos do art. 39 da LEF "a Fazenda Pública não está sujeita
ao pagamento de custas e emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu
interesse independerá de preparo ou de prévio depósito". Não haverá,
portanto, necessidade de cobrança de emolumentos para o cumprimento da
ordem.

Por fim, na hipótese de o imóvel pertencer atualmente a circunscrição diversa,


mas o registro ainda estiver no cartório de origem, autorizo o Sr. Notário a
solicitar as certidões de ônus reais e inteiro teor bem como o cancelamento
da matrícula junto ao cartório de origem, na forma da isenção concedida pelo
artigo 39 da Lei 6830/80, de forma a possibilitar o integral cumprimento da
ordem.

6. Intime-se a parte executada bem como eventuais possuidores ou ocupantes


do imóvel, pessoalmente, por OJA, no endereço do imóvel, para ciência da

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penhora e para, querendo, apresentar defesa, no prazo de 30 dias. Na mesma


diligência, o Sr. OJA deverá proceder a avaliação do imóvel.

7. I-se o cônjuge, se casado for o Executado ou eventual possuidor, com fulcro


no art. 842 do CPC.

8. Após a ciência de todos os personagens da execução, certifique-se o


decurso do prazo para oposição de embargos à execução e voltem para
imediata nomeação de leiloeiro.

A maior parte das pessoas comparecem ao cartório após a penhora na


conta para saber o motivo. Neste momento, aproveitando o comparecimento
da parte, já a intimamos da penhora ou do arresto, conforme o caso, e
certificando nos autos (modelos de certidões abaixo). Aqueles que
comparecem aos autos através de advogado, intimamos da penhora por
publicação, nos termos do art. 12 da LEF.

AR Negativo com CPF nos autos

Processo prossegue com protocolo de arresto pelo SISBASJUD (também


pode ser feita pelo robô – Ao final, modelo de planilha necessária ao protocolo
pelo robô)

Modelo de despacho para arresto:

Expedida a citação postal pelo juízo, constatou-se a não-localização do


Executado no endereço fiscal cadastrado. Assim, DETERMINO o bloqueio
eletrônico de dinheiro pelo SISBAJUD, a título de arresto. Fixo honorários
advocatícios em 10% do valor do débito. Incluídas as despesas processuais na
ordem eletrônica.

Após o protocolo, segue a consulta do resultado, com o lançamento dos


seguintes despachos:

Arresto com Resultado SISBAJUD negativo, IPTU:

1. Protocolei arresto on-line nas contas da parte executada que apresentou


resultado negativo, conforme extrato juntado aos autos.

2. Venha a ficha cadastral do imóvel.

3. Com a juntada, considerando a natureza propter rem do tributo em


execução, DETERMINO a realização de arresto sobre o imóvel, constando a
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parte executada como depositária do bem, valendo a presente decisão como


termo de arresto.

4. Expeça-se certidão, que deverá ser entregue por meio eletrônico, ao RGI
competente para averbação, nos termos do art. 14 da LEF, com vistas a
atribuir eficácia erga omnes à constrição judicial. Registro que a determinação
deverá ser cumprida ainda que a qualificação das partes esteja incompleta.

O Ofício deverá ser acompanhado de cópia da inicial, da decisão que


determinou o arresto, que vale como termo de arresto, e da ficha do imóvel,
apresentada pelo Exequente.

Ressalto que nos termos do art. 39 da LEF "a Fazenda Pública não está sujeita
ao pagamento de custas e emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu
interesse independerá de preparo ou de prévio depósito". Não haverá,
portanto, necessidade de cobrança de emolumentos para o cumprimento da
ordem.

Por fim, na hipótese de o imóvel pertencer atualmente a circunscrição diversa,


mas o registro ainda estiver no cartório de origem, autorizo o Sr. Notário a
solicitar as certidões de ônus reais e inteiro teor bem como o cancelamento
da matrícula junto ao cartório de origem, na forma da isenção concedida pelo
artigo 39 da Lei 6830/80, de forma a possibilitar o integral cumprimento da
ordem.

5. Cite-se e intime-se a parte executada bem como eventuais possuidores ou


ocupantes do imóvel, pessoalmente, por OJA, no endereço do imóvel, para
ciência do arresto que fica convertido em penhora e para, querendo,
apresentar defesa, no prazo de 30 dias. Na mesma diligência, o Sr. OJA deverá
proceder a avaliação do imóvel.

6. I-se o cônjuge, se casado for o Executado ou eventual possuidor, com fulcro


no art. 842 do CPC.

7. Após a ciência de todos os personagens da execução, certifique-se do


decurso do prazo para oposição de embargos à execução e voltem para
imediata nomeação de leiloeiro.

Arresto com Resultado SISBAJUD negativo, outros tributos:

1) Conforme extrato em anexo, protocolei arresto on-line nas contas da parte


executada que retornou com resultado negativo.

2) Assim, encaminha-se a presente execução para realização de consulta ao


sistema INFOJUD/RENAJUD.

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Obs.: As consultas RENAJUD/INFOJUD podem ser feitam em seguida e já


constar no mesmo despacho. Não fazemos assim porque somos a mesma
equipe e, pelo volume, não damos conta de fazer em seguida.

Arresto com resultado SISBAJUD parcial e RENAJUD negativo:

1) Protocolei arresto on-line nas contas da parte executada que retornou com
resultado parcial, conforme protocolo em anexo, que vale como termo de
arresto.

2) Com vistas a evitar às partes o prejuízo decorrente do tempo, determinei


transferência dos valores bloqueados para a conta de depósito judicial,
conforme extrato ora juntado.

3) Em consulta ao RENAJUD, apurei que a parte executada não possui veículo


cadastrado em seu nome.

4) Cite-se e intime-se a parte executada, POR OJA, do início do prazo de 30


dias para o oferecimento de embargos à execução, nos termos dos arts. 12 e
16, ambos da L 6830/80, hipótese em que o arresto fica convertido em
penhora e deverá o Executado reforçar a penhora em dinheiro para torná-la
integral, caso queira. Fica o Executado ciente, ainda, que o decurso do prazo
sem o oferecimento de embargos acarretará a conversão em renda do valor
penhorado em pecúnia.

Caso necessário, expeça-se Carta Precatória com a mesma finalidade

5) Frustrada a citação por OJA, junte-se a consulta de endereço da Receita


Federal e expeça-se novo mandado de citação e intimação, a ser cumprido por
OJA, caso diverso do já tentado anteriormente

6) Após, voltem para consulta INFOJUD.

Arresto parcial com RENAJUD positivo:

1) Protocolei arresto on-line nas contas da parte executada que retornou com
resultado parcial, conforme protocolo em anexo, que vale como termo de
arresto.

2) Com vistas a evitar às partes o prejuízo decorrente do tempo, determinei


transferência dos valores bloqueados para a conta de depósito judicial,
conforme extrato ora juntado.

3) Diante da insuficiência do valor arrestado, realizei consulta ao RENAJUD


para reforço do arresto parcial realizado. Apurei que a parte executada possui
veículo cadastrado em seu nome, razão pela qual inseri as restrições de
transferência e circulação sobre o veículo, conforme extrato em anexo, que
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vale como termo de arresto. Ressalte-se que a restrição de circulação tem por
finalidade a localização do bem.

4) Cite-se e intime-se a parte executada, por OJA, para ciência do início do


prazo de 30 dias para o oferecimento de embargos à execução, nos termos
dos arts. 12 e 16, ambos da Lei 6830/80, hipótese em que o arresto fica
convertido em penhora e deverá o Executado reforçar a penhora para torná-
la integral, caso queira. Fica o Executado ciente, ainda, que o decurso do
prazo sem o oferecimento de embargos acarretará a conversão em renda do
valor penhorado em pecúnia e o imediato início da fase de expropriação do
bem móvel.

Caso necessário, expeça-se Carta Precatória com a mesma finalidade

5) Frustrada o mandado de citação e intimação por OJA, junte-se a consulta de


endereço da Receita Federal e expeça-se novo mandado de citação e
intimação, a ser cumprido por OJA, caso diverso do já tentado anteriormente

6) Após, ao Exequente para que apresente avaliação mercadológica do bem


(Tabela Fipe) e indicação de leiloeiro.

ARRESTO INTEGRAL

1) Protocolei arresto on-line nas contas da parte executada que retornou com
resultado integral, conforme protocolo em anexo, que vale como termo de
arresto.
2) Com vistas a evitar às partes o prejuízo decorrente do tempo, determinei
transferência dos valores bloqueados para a conta de depósito judicial,
conforme extrato ora juntado.
4) Cite-se e intime-se a parte executada, POR OJA, do início do prazo de 30
dias para o oferecimento de embargos à execução, nos termos dos arts. 12 e
16, ambos da Lei 6830/80, hipótese em que o arresto fica convertido em
penhora. Fica o Executado ciente, ainda, que o decurso do prazo sem o
oferecimento de embargos acarretará a conversão em renda do valor
penhorado em pecúnia.

Caso necessário, expeça-se Carta Precatória com a mesma finalidade.

5) Frustrada a citação por OJA, junte-se a consulta de endereço da Receita


Federal e expeça-se novo mandado de citação e intimação, a ser cumprido por
OJA, caso diverso do já tentado anteriormente

Obs.1: Nos processos em que ocorre o arresto, ainda que parcial, é expedida
a citação e intimação por OJA. Caso a diligência retorne negativa, eu já
determino a renovação da diligência no endereço constante da receita. Caso
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essa também retorne negativa, já determino a citação por edital e nomeio a


Defensoria Pública curadora especial. Em 03 anos de dívida ativa, com o
acervo grande que tenho, foram pouquíssimos os processos em que nomeei o
curador especial, pois, como já dito, a grande maioria dos executados
comparece aos autos com o bloqueio em conta.

Modelo certidão para citar e intimar do Arresto (quando o AR retorna


negativo).

Certifico e dou fé que, na data de hoje, compareceu em cartório o(a) Sr. (Sra.)
___________________, CPF nº _________, telefone de contato nº ____________,
regularmente identificado como o próprio Executado.

Após as cautelas de praxe, CITEI o Executado dando-lhe ciência do teor do


processo número ___________.

Certifico que o intimei do arresto realizado nos autos bem como da conversão
do arresto em penhora. Certifico, ainda, que o cientifiquei que dispõe do prazo
de 30 dias para oferecer embargos à execução, hipótese na qual deverá
integralizar a garantia do Juízo, caso necessária. A parte também foi
cientificada de que nada sendo alegado haverá a conversão em renda do valor
penhorado.

Informei ainda que, em qualquer hipótese, a manifestação nos autos só é


possível através de advogado ou defensor público.

Por fim, registro que foi entregue ao Executado cópia da contrafé.

Modelo certidão de intimação da penhora (quando o AR retorna positivo nos


autos).

Certifico e dou fé que, na data de hoje, compareceu em cartório o (a) Sr. (Sra.)
_______________________, CPF nº ______________________, telefone nº
_________________, regularmente identificado como o próprio Executado (a),
tendo tomado ciência do processo nº _________.

Fica o Executado intimado da penhora realizada nos autos pelo sistema


SISBAJUD, bem como de que dispõe do prazo de 30 dias, contados da presente
data, para oferecimento de embargos à execução, nos termos do art. 16 da
Lei 6830/80, devendo nesta oportunidade integralizar a garantia do Juízo, caso
necessária. Fica o Executado ciente, ainda, que o não oferecimento de
embargos acarretará a conversão em renda dos valores penhorados.

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Informei ainda que, em qualquer hipótese, a manifestação nos autos só é


possível através de advogado ou defensor público.

Análise de eventuais pedidos de levantamento de penhora por alegação de


impenhorabilidade.

Não havendo manifestação do Executado, segue a intimação para


oferecimento de embargos, na forma do artigo 12 da L. 6830/80, conforme
ordem já inserida nas decisões.

Atenção:

Obs. 1: Em hipótese alguma se defere a expedição de ofícios para “localização


do endereço do Executado”. Se o AR é negativo, é possível o arresto on-line,
na forma do art. 7º, III da Lei 6830/80.

Lembrar que o art. 40 da LEF menciona a não localização do devedor e/ou de


seus bens. Assim, uma vez feito o arresto negativo, salvo em casos muito
específicos, não há sentido em persistir na tentativa de citação sem que a
procuradoria traga informação de bens, visto que o processo seria arquivado
pelo SUS 40 da mesma forma.

Obs. 2: A ordem de citação fundamentada no artigo 7º, da Lei 6830/80,


importa em ordem de penhora e arresto, pelo que dispensa pedido específico
nesse sentido. De qualquer forma, é interessante conversar com as
procuradorias para que estas incluam nas próprias CDAs os pedidos de
penhora oniline/RENAJUD/etc –, para evitar arguição de nulidade.

Obs. 3: Caso o Executado compareça para alegar nulidade de citação em razão


do AR ter sido remetido para endereço antigo, adoção a tese de validade por
ter sido realizado no endereço fiscal. Constitui obrigação acessória do
contribuinte manter o cadastro atualizado junto ao órgão tributante, conforme
art. 127 do CTN.

Além disso, a citação na execução fiscal não abre prazo para contraditório, o
que somente ocorre após a integralização da dívida. Exatamente por isso é
válida a citação recebida por terceiro (art. 12 § 3 LEF). Assim sendo, não há
que se cogitar de cerceamento de defesa, podendo a parte requerer eventual
substituição de garantia, alegar nulidade, etc.

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Obs4: Importante ter em mente a necessidade de integralização da garantia


no caso de embargos – caso tenha ocorrido somente a penhora parcial. Já
estão inseridos nas decisões a intimação para ciência da necessidade de
integralização da garantia do Juízo para o oferecimento de embargos.

Obs.5: Observar também que é interessante para o Juízo resolver todos as


questões jurídicas possíveis por meio de EPE/petição nos autos, já que, na
grande maioria das vezes, os temas não exigem efetiva dilação e afastam a
necessidade de distribuição de embargos – outro processo – que aumenta o
acervo da serventia e exige processamento muito mais complexo.

Obs.6: O seguro só estará garantido com a integralização da penhora até o


valor atualizado do débito, pelo que devem ser incluídos os juros e multa,
conforme art. 9, caput da Lei 6830/80. É necessário atentar para o valor do
débito atualizado antes de certificar nos embargos a integralidade da garantia
do Juízo.

Obs.7: Conforme jurisprudência pacífica do STJ, o prazo dos embargos se inicia


da intimação da primeira penhora, ainda que parcial. Após a primeira
intimação, caso surjam outros bens para prosseguir a execução, não será
reaberto o prazo para novos embargos.

Negativos o SISBAJUD e o RENAJUD, diferencia-se o procedimento de


acordo com a espécie de tributo:

ISS, Multas de tribunal de contas etc, faz-se INFOJUD. Localizados mais


de um bem, dar vista a fazenda para eleger qual deseja penhorar/arrestar.
Localizado apenas um bem, já é possível determinar a penhora do bem em
decisão que segue o padrão daquela acima apresentada.

INFOJUD Negativo: Decisão de suspensão pelo art. 40 pela não


localização de bens.

Modelo decisão de suspensão pela não localização de bens passíveis de


penhora.

1.Considerando a não localização do devedor e/ou ausência de bens sobre os


quais possa recair a penhora, declaro suspensa a execução.

2. Intime-se a Fazenda Pública conforme determina o parágrafo 1º do artigo


40 da Lei 6.830/80.

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3. Em seguida, em cumprimento ao disposto no artigo art. 198,II do Código de


Normas da CGJ, arquivem-se os autos, sem baixa na distribuição.

4. Se houver manifestação da Fazenda, dentro do prazo de suspensão e do


respectivo prazo prescricional de 5 (cinco) anos, previsto pelos parágrafos 2º
e 4º do artigo 40 da LEF, indicando novo endereço para citação ou bens
passíveis de penhora, providencia, o cartório, o desarquivamento dos autos
para o prosseguimento da execução.

5. Decorrido o referido prazo, cujo termo inicial é a ciência da Fazenda a


respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens
penhoráveis (Resp. 1.340.553/RS), sem manifestação nos autos, venham
conclusos a fim de que seja proferida a sentença de prescrição.

Após o lançamento dessa decisão, remeter o processo ao arquivo


DEFINITIVO sem baixa. Esse arquivamento reduz a taxa de congestionamento.

Decorridos 05 anos da intimação da suspensão constante do modelo


anterior, lança-se sentença de reconhecimento de prescrição.

Importante! Para fins de acervo, é totalmente irrelevante a prolação de


sentença, os processos, quando arquivados pelo SUS 40, já ficam no arquivo
definitivo e não impactam a taxa de congestionamento.

Modelo sentença de prescrição após a suspensão prevista no art. 40 da


L6830/80, valor da execução de até 100 salários mínimos.

Vistos e etc.

Cuidam os autos de ação de EXECUÇÃO FISCAL intentada pelo MUNICÍPIO DE


NOVA FRIBURGO, objetivando a cobrança do crédito constante da certidão de
dívida ativa. O exame dos autos indica que decorreu o prazo que determinou
a suspensão do curso do feito, requerido pelo credor, na forma prevista no art.
40 da LEF.

O §4º do art. 40 da LEF dispõe que a decretação da prescrição intercorrente


por iniciativa judicial é condicionada à oitiva prévia da Fazenda Pública,
permitindo-lhe arguir eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazo
prescricional.

Nestas condições, considerando que a Fazenda já foi intimada bem como o


decurso do prazo prescricional in albis, sem que o Exequente tenha localizado
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bens penhoráveis para ver restituído o seu crédito, com a devida prossecução
do feito, impõe-se reconhecer de ofício, a ocorrência do fenômeno
prescricional, na forma INTERCORRENTE, pelo que DECRETO EXTINTA A
EXECUÇÃO FISCAL, de conformidade ao estatuído pelo artigo 174 do Código
Tributário Nacional e na forma do artigo 487, inciso II, do CPC, em virtude da
prescrição, no Direito Tributário, ter o condão de extinguir a obrigação (e não
apenas o direito de execução).

Custas na forma do convênio. Proceda-se o levantamento da penhora, se for


o caso.

Deixo de submeter a presente ao duplo grau de jurisdição obrigatório, para o


reexame necessário, na forma do art. 496, §3º, III do CPC.

Transitada em julgado, adotadas as providências cartorárias de estilo, dê-se


baixa e arquivem-se os autos.

P.I.

Modelo sentença de prescrição após a suspensão prevista no art. 40 da


L6830/80 valor da execução débito municipal acima 100 salários mínimos:

Vistos etc.

Cuidam os autos de ação de EXECUÇÃO FISCAL intentada pelo MUNICÍPIO DE


NOVA FRIBURGO, objetivando a cobrança do crédito constante da certidão de
dívida ativa. O exame dos autos indica que decorreu o prazo que determinou
a suspensão do curso do feito, requerido pelo credor, na forma prevista no art.
40 da LEF.

O §4º do art. 40 da LEF dispõe que a decretação da prescrição intercorrente


por iniciativa judicial é condicionada à oitiva prévia da Fazenda Pública,
permitindo-lhe arguir eventuais causas suspensivas ou interruptivas do prazo
prescricional.

Nestas condições, considerando que a Fazenda já foi intimada bem como o


decurso do prazo prescricional in albis, sem que o Exequente tenha localizado
bens penhoráveis para ver restituído o seu crédito, com a devida prossecução
do feito, impõe-se reconhecer de ofício, a ocorrência do fenômeno
prescricional, na forma INTERCORRENTE, pelo que DECRETO EXTINTA A
EXECUÇÃO FISCAL, de conformidade ao estatuído pelo artigo 174 do Código
Tributário Nacional e na forma do artigo 487, inciso II, do CPC, em virtude da

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prescrição, no Direito Tributário, ter o condão de extinguir a obrigação (e não


apenas o direito de execução).

Custas na forma do convênio. Proceda-se o levantamento da penhora, se for


o caso.

Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório, para o reexame


necessário, na forma do art. 496, §3º, III do CPC.

Transitada em julgado, adotadas as providências cartorárias de estilo, dê-se


baixa e arquivem-se os autos.

P.I.

IPTU

Em se tratando de IPTU, após o resultado do SIBAJUD negativo, já se


pode determinar a penhora do imóvel, conforme modelo acima.

Para a penhora do imóvel não é necessária a juntada da certidão de


ônus reais do bem, nos termos do art. 356-O, I da Consolidação Normativa.

Se o SISBAJUD for positivo, de forma parcial já se determina a penhora


do imóvel, conforme modelo de decisão acima. Em algumas comarcas, o
cartório de registro de imóveis procede a averbação da penhora com a ficha
do imóvel. É bom alinhar com os cartórios para evitar divergências.

Obs. 1: Afinar com o cartório os termos da decisão para evitar o surgimento


de exigências (em especial se há mais de um ofício com atribuição de registro
de imóveis).

Modelo de despacho caso ocorram exigências do Cartório com atribuição de


registro de imóveis:

Ao Exequente para atender as exigências apontadas, objetivamente, em XX


dias.

Decorrido o prazo fixado no item anterior, sem manifestação, SUSPENDO A


execução na forma do art. 40 da Lei 6830/80.

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MODELOS DIVERSOS

Sentença extinção pelo pagamento – listagem

Diante do cumprimento da obrigação pelo devedor, conforme noticiado pelo


Exequente em listagem enviada em XXXXXXX, conforme correio eletrônico
recebido da Procuradoria, arquivado nessa serventia, JULGO EXTINTA A
EXECUÇÃO, na forma do art. 924, II, do CPC.

Levante-se a penhora ou expeça-se mandado de pagamento em favor da


parte executada, na hipótese de já existir valores transferidos para a conta
judicial remunerada.

Custas e honorários, na forma do Convênio de Cooperação entre o Município


de Nova Friburgo e o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Intime-se a Fazenda Pública Municipal para ciência.

Transitada em julgado, dê-se baixa e arquivem-se os autos.

P.I.

Modelo - Sentença Cancelamento

Trata-se de Execução Fiscal entre as partes devidamente qualificadas nos


presentes autos.

O Exequente informou, por correio eletrônico de XXX, arquivado nesta


serventia, o cancelamento do débito, pelo que JULGO EXTINTA a presente
execução, na forma do art. 26 da Lei 6.830/80.

Sem custas e honorários, na forma do art. 26 da Lei 6830/80.

Conforme o caso, proceda-se ao levantamento da penhora ou expeça-se


mandado de pagamento, em favor da parte executada, de eventuais valores
depositados nos autos.

Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se os autos.

P.I.

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Modelo de decisão Suspensão pelo Parcelamento

1. Tendo em vista o parcelamento do crédito tributário, comunicado através


de correio eletrônico da Procuradoria de XXXX, declaro suspensa a presente
execução, conforme previsto pelo artigo 922 do Código de Processo Civil.

2. Em cumprimento ao disposto no artigo art. 199, II do Código de Normas da


CGJ, arquivem-se provisoriamente os autos (e inclua-se o feito no local virtual
PROSP - Processo Suspenso pelo Parcelamento)

Modelo Ofício para compartilhamento informações de óbito.

Prezado Dr. Procurador Geral do Município de XXXXX,

O Código de Normas da CGJ TJ/RJ prevê, no artigo 818, a obrigatoriedade do


RCPN comunicar os óbitos à Secretaria de Saúde do Município. In verbis:

“Art. 818. O oficial deverá remeter, mensalmente, na forma e no prazo contido


na legislação e nas instruções fornecidas pelas entidades, sem incidência de
emolumentos, as comunicações de óbito: I – ao Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS; II – à junta do serviço militar local, quando o falecido for do sexo
masculino e tiver entre 17 e 45 anos; III – à Secretaria de Saúde do Município;”

O compartilhamento dessa informação com a Secretaria de Fazenda e com a


Procuradoria da Dívida Ativa é de grande valia para a imediata alteração do
cadastro Municipal, evitando-se a expedição de CDA’s em nome de pessoa
falecida, o que culminaria com a extinção do feito, sem resolução do mérito,
nos termos da Súmula 392 do STJ e a perda de receitas ao município (Sum.
392: A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a
prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro
material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução.”).

Por outro lado, o compartilhamento das informações com a Procuradoria


possibilitará a extinção em lote, por listagem, dos processos ainda em trâmite
no cartório sem citação, com a possibilidade de nova distribuição, se for o
caso, novamente evitando-se perdas ao erário público. Ademais, a
comunicação dos óbitos, por listagem, possibilitará a higienização do acervo
cartorário, permitindo-se que os esforços da procuradoria se destinem aos
processos com possibilidade de êxito, atuar que garante eficácia ao princípio
constitucional da eficiência.

Em sendo assim, venho solicitar a adoção das medidas administrativas


necessárias ao compartilhamento das comunicações de óbito entre a
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Secretaria Municipal de Saúde, a Secretarias de Fazenda e a Procuradoria


Municipal, bem como a criação de rotinas com vistas a inserir tais informações
nos cadastros municipais e a comunicação em lote ao Cartório da Dívida Ativa,
a exemplo do que já é feito com os pagamentos, parcelamentos e
cancelamentos.

No aguardo de providências, despeço-me respeitosamente.

Modelo sentença extinção pelo falecimento (falecido com mais de 100 anos,
pode ser adaptada para qualquer falecido).

Trata-se de execução fiscal proposta pelo MUNICÍPIO DE NOVA FRIBURGO em


face de Elza Chiappetta por débito de IPTU, exercícios 1999 a 2003, sem que
a citação tenha se efetivado até a presente data.

À fl. 15 o Exequente juntou a consulta base do CPF, no qual consta como data
de nascimento da Executada, 03.01.1922.

Passo a decidir.

Nos termos da jurisprudência do STJ, espelhado na Súmula 392, é vedada a


substituição da CDA no curso da demanda para a modificação do sujeito
passivo ainda que em razão do falecimento do Executado.

Neste sentido:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL.


FALECIMENTO DO EXECUTADO ANTES DA PROPOSITURA DA AÇÃO.
REDIRECIONAMENTO AO ESPÓLIO. INVIABILIDADE. SÚMULA 83/STJ. REEXAME
PROBATÓRIO VEDADO. SÚMULA 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL
PREJUDICADO. MULTA PREVISTA NO ART. 1021, §4°, DO CPC/2015 REVOGADA.

1. Ao dirimir a controvérsia, a Corte estadual ratificou a sentença de piso desta


forma (fls. 88-91, e-STJ, grifou-se): "Os autos noticiam que os débitos
fazendários reclamados pelo Fisco originaram-se em fatos ocorridos nos
exercícios de 1999 a 2001. O título Executivo foi emitido em 10.06.2003 e a
execucional deflagrada em 22.09.2003 (fl. 01). Contudo o Executado faleceu
em 13 de janeiro de 2001 (fl. 09), ou seja, antes mesmo do ajuizamento do
feito e, notadamente, nessa hipótese, não há como redirecionar a execucional
ao espólio como pretende o Exequente. (...) Do mesmo modo, está assentado
na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento
submetido ao rito dos repetitivos, o entendimento que corrobora a
impossibilidade de redirecionamento da execução nos casos em que o
falecimento do Executado tenha ocorrido em momento anterior a sua devida

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citação nos autos da execução fiscal (...)". 2. De fato, corretamente o acórdão


reiterou a sentença, pois o STJ possui o entendimento pacífico de que o
redirecionamento da execução contra o espólio só é admitido quando o
falecimento do contribuinte ocorrer depois de ele ter sido devidamente citado
nos autos da execução fiscal, o que não é o caso dos autos, já que o devedor
apontado faleceu antes do ajuizamento da demanda. Aplica-se a Súmula
83/STJ. 3. Outrossim, avaliar os fatos processuais dos autos e as datas de suas
ocorrências - como a da constituição do tributo e a morte do devedor - implica
reexame probatório vedado pela Súmula 7/STJ.4. A imposição de multa,
todavia, pelo Tribunal local é descabida, pois a parte não ingressou com
recurso manifestamente protelatório, ou improcedente. De fato, como já foi
realçado na admissibilidade, "a aplicação da multa prevista no art. 1.021, §
4°, do CPC/2015, não é automática por não se tratar de mera decorrência
lógica da rejeição do agravo interno, sendo necessária a configuração da
manifesta inadmissibilidade ou improcedência do recurso a autorizar sua
aplicação (fl. 245, e-STJ).5. Recurso Especial parcialmente conhecido, somente
quanto ao pedido de anulação da multa processual e, nesse ponto, dou-lhe
provimento.

(REsp n. 1.835.711/SC, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma,


DJe de 18/11/2019.)"

Registre-se que, nos termos da jurisprudência, a vedação imposta pela súmula


392 do STJ atinge mesmo aquelas ações nas quais houve o falecimento do
Executado no curso da demanda, porém antes da citação. Neste sentido:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO


ARTIGO 1.022 DO CPC/2015. INOCORRÊNCIA. EXECUÇÃO FISCAL.
FALECIMENTO DO CONTRIBUINTE ANTERIOR À CITAÇÃO. ESPÓLIO.
REDIRECIONAMENTO.

IMPOSSIBILIDADE. 1. Inicialmente, constata-se que não se configura a alegada


ofensa ao artigo 1.022 do Código de Processo Civil de 2015, uma vez que o
Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou, de maneira
amplamente fundamentada, a controvérsia, em conformidade com o que lhe
foi apresentado.

2. No enfrentamento da matéria, o Tribunal de origem lançou os seguintes


fundamentos (fls. 256 e 261, e-STJ): "O redirecionamento contra o espólio só
é admitido quando o falecimento do contribuinte ocorrer depois de ele ter sido
devidamente citado nos autos da execução fiscal, o que não é o caso dos
autos, já que o devedor apontado pela Fazenda Pública faleceu durante o

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andamento da execução fiscal, consequentemente, sem a efetiva citação


pessoal para responder pelos créditos tributários".

3. Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou no sentido de


que é possível que a "ação originalmente proposta contra o devedor com
citação válida seja redirecionada ao espólio, quando a morte ocorrer no curso
do processo de execução, sem a necessidade de substituição da CDA" (AgRg
no AREsp 81.696/RJ, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe
19/9/2013).

4. In casu, todavia, conforme consignado pelo Tribunal de origem, o devedor


apontado pela Fazenda Pública faleceu durante o andamento da execução
fiscal sem, contudo, a efetiva citação pessoal para responder pelos créditos
tributários, o que impede o redirecionamento ao espólio.

5. Dessume-se que o acórdão recorrido está em sintonia com o atual


entendimento do STJ, razão pela qual não merece prosperar a irresignação.
Incide, in casu, o princípio estabelecido na Súmula 83/STJ: "Não se conhece do
Recurso Especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou
no mesmo sentido da decisão recorrida."

6. Cumpre ressaltar que a referida orientação é aplicável também aos recursos


interpostos pela alínea "a" do art. 105, III, da Constituição Federal de 1988.
Nesse sentido: REsp 1.186.889/DF, Segunda Turma, Relator Ministro Castro
Meira, DJe de 2.6.2010.

7. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nesta extensão, não provido.

(REsp n. 1.767.177/SP, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe


de 21/11/2018.)"

Ainda segundo a jurisprudência pacífica do STJ, a ação de execução fiscal


proposta em face de falecido sequer interrompe o prazo prescricional. Neste
sentido:

"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. COBRANÇA DE IPTU.


CONTRIBUINTE FALECIDO ANTES DA PROPOSITURA DA EXECUÇÃO. EXTINÇÃO
DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. AJUIZAMENTO DE NOVO
PROCESSO EXECUTIVO CONTRA O ESPÓLIO. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA.
ALEGAÇÃO DE INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO NA PRIMEIRA DEMANDA.
FUNDAMENTO NÃO ATACADO. SÚMULA 283/STJ. 1. Ao dirimir a controvérsia,
a Corte estadual se manifestou nos seguintes termos (fls. 63-64, e-STJ - grifou-
se): "Afirma o Exequente, ora apelante, que não se verificou a prescrição,
'visto que essa fora interrompida pelo despacho de 1/9/2015 proferido nos
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autos n° 001322-40.2013, efeito esse que retroagiu até a data da propositura


daquela ação, em 17/06/2013', fl. 05. Nos autos referidos pelo apelante, a
execução foi extinta a pedido do Exequente, tendo em vista o cancelamento
da certidão de dívida ativa, uma vez verificado que o Executado falecera antes
do ajuizamento da execução (mov. 33.1 - autos 0001322-40.2013.8.16.0176).
Desta forma, descabida a possibilidade de considerar a interrupção da
prescrição ocorrida naqueles autos para os autos em análise, estando correta
a fundamentação do MM.

Juiz da causa, nos seguintes termos: 'De outra banda, a alegação de


inocorrência da prescrição, sob a justificativa de que o despacho que ordenou
a citação nos autos de n.° 001322-40.2013.8.16.017 ter ocorrido em momento
oportuno, qual seja, 01/09/2015, não merece prosperar, vez que o marco
interruptivo, conforme informado pelo próprio Exequente, ocorreu em autos
diversos do presente feito, cuja certidão de dívida ativa foi declara nula, em
atinência ao verbete sumular n.º 392, do STJ."

2. Nas razões do Recurso Especial, o recorrente se limita a argumentar que,


"Nos termos do art. 174, inc. I, do Código Tributário Nacional, com a redação
dada pela Lei Complementar n° 118/2015, e do parágrafo 2º, do artigo 8º da
Lei n° 6.830/80, a interrupção da prescrição ocorre pelo despacho que ordena
a citação, retroagindo à data da propositura da ação. Não importa se o
processo no qual ocorreu o despacho foi extinto sem julgamento de mérito. A
interrupção ocorreu. E somente com o trânsito em julgado da primeira ação o
prazo prescricional volta a correr".

3. O fundamento central utilizado pelo acórdão recorrido para não reconhecer


a interrupção da prescrição pelo ajuizamento de execução anterior consiste
no fato de que o ajuizamento daquela se deu em momento posterior ao
falecimento do Executado, evidenciando-se a nulidade da CDA. 4. Contudo,
nas razões do Recurso Especial, não houve a impugnação particularizada do
referido fundamento, motivo pelo qual o conhecimento do apelo esbarra, por
analogia, no obstáculo da Súmula 283/STF, que assim dispõe: "É inadmissível
o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um
fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles."

5. Em obiter dictum, consigne-se que o STJ possui o entendimento pacífico de


que o redirecionamento da execução contra o espólio só é admitido quando o
falecimento do contribuinte ocorrer depois de ele ter sido devidamente citado
nos autos da execução fiscal, o que não é o caso dos autos, já que o devedor
apontado faleceu antes do ajuizamento da demanda.

6. Assim, se ajuizada execução fiscal contra devedor já falecido, mostra-se


ausente uma das condições da ação, qual seja, a legitimidade passiva. Dessa

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forma, não há falar em substituição da Certidão de Dívida Ativa, haja vista a


carência de ação que implica a extinção do feito sem resolução do mérito, nos
termos do art. 485, VI, do CPC/2015. Precedentes: AgRg no REsp
1.455.518/SC, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 26/3/2015, e
AgRg no AREsp 555.204/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 5/11/2014.

7. Recurso Especial não conhecido.

(REsp n. 1.804.997/PR, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma,


DJe de 30/5/2019.)"

Como se vê, a Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no


sentido da impossibilidade de alteração do sujeito passivo da CDA, ainda que
está se dê pelo espólio do Executado.

Ainda que exista entendimento na doutrina de inaplicabilidade da súmula 392


do STJ nos casos de sucessão causa mortis, o efeito vinculante da súmula 392
do STJ, e a farta jurisprudência do TJ/RJ e do STJ impõe a extinção do feito.

In casu, ainda que não constante dos autos a certidão de óbito da Executada,
a data de nascimento (03.01.1922 - 100 anos) e a suspensão do CPF desde
pelo menos 2016, circunstância que impediria o recebimento de valores junto
a previdência social, comprovam o óbito.

Ressalte-se ser dever do Magistrado dar efetividade aos comandos judiciais e


zelar pela razoável duração do processo. A permanência no acervo de feito
que não alcançará efetividade, viola a razoável duração dos 84000 outros
feitos em trâmite no mesmo cartório.

Isto posto, em razão do falecimento da parte Executada, JULGO EXTINTO O


PROCESSO, na forma do artigo 485, inciso IV, do CPC, por ausência de
pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo.

Deixo de condenar o Município ao pagamento das custas processuais, em


razão do disposto no art. 17, inciso IX, da Lei Estadual n° 3.350/99.

Deixo de condenar, ainda, ao pagamento da TAXA JUDICIÁRIA, considerando


os Avisos TJ nº 63/2011 e CGJ nº 273/2020, os quais disciplinam que existindo
Convênio de Cooperação Técnica e Arrecadação Conjunta com o Egrégio
Tribunal de Justiça para o ajuizamento de execuções fiscais, como no caso do
Município de Nova Friburgo, o signatário estará também isento da referida
taxa judiciária.

Sem honorários ante a ausência de manifestação da parte Executada.

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Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquive-se.

P. I.

Modelo de decisão de redirecionamento

Observada a permanência da titularidade de gerência do(s) sócio(s)


apontado(s) pelo Exequente desde a época do surgimento da obrigação
tributária e até a caracterização de dissolução irregular da sociedade
executada, DEFIRO o pedido de redirecionamento da execução fiscal, ante o
disposto no artigo 135, inciso III, do CTN e Súmula 435 do STJ.

Inclua(m)-se como executado(s) no cadastro processual. APÓS, cite(m)-se por


AR.

- PARA OS LOCAIS QUE TEM E-CARTA - mova-se o processo para o local virtual
xxxxx, para viabilizar oportuna movimentação em lote quanto à citação pela
via postal do sistema "e-carta".

Embargos à execução fiscal

Embargos à execução

Nos embargos à execução, o devedor terá a ampla possibilidade de


defender-se da execução fiscal ajuizada.

Os embargos têm natureza de ação autônoma, com amplitude máxima


de discussão.

No caso de execução por carta precatória, o art. 20 LEF determina que


os embargos do Executado serão oferecidos no juízo deprecado, que os
remeterá ao juízo deprecante, para instrução e julgamento.

No momento da apresentação dos embargos, cabe ao embargante


juntar os documentos necessários à prova de seus argumentos, bem como o
rol de testemunhas, caso assim a discussão exija.

A impugnação da Fazenda será oferecida no prazo de 30 dias, nos


termos do art. 17 da LEF, devendo esse prazo ser computado em dias úteis.

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O rito dos embargos seguirá o rito do procedimento ordinário, com as


alterações fixadas na LEF.

A garantia do juízo

A garantia é condição de procedibilidade, pressuposto processual próprio


dos embargos à execução – prevalência do art. 16 § 1º LEF.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. REQUISITOS PARA A


ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS À EXECUÇÃO
FISCAL. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ).

A oposição de embargos à execução fiscal depois da penhora de bens do


Executado não suspende automaticamente os atos executivos, fazendo-se
necessário que o embargante demonstre a relevância de seus argumentos
(fumus boni juris) e que o prosseguimento da execução poderá lhe causar
dano de difícil ou de incerta reparação (periculum in mora). Com efeito, as
regras da execução fiscal não se incompatibilizam com o art. 739-A do
CPC/1973, que condiciona a atribuição de efeitos suspensivos aos embargos
do devedor ao cumprimento de três requisitos: apresentação de garantia,
verificação pelo juiz da relevância da fundamentação e perigo de dano
irreparável ou de difícil reparação. Para chegar a essa conclusão, faz-se
necessária uma interpretação histórica dos dispositivos legais pertinentes ao
tema. A previsão no ordenamento jurídico pátrio da regra geral de atribuição
de efeito suspensivo aos embargos do devedor somente ocorreu com o
advento da Lei 8.953/1994, que promoveu a reforma do processo de execução
do CPC/1973, nele incluindo o § 1º do art. 739 e o inciso I do art. 791. Antes
dessa reforma, inclusive na vigência do Decreto-lei 960/1938 - que
disciplinava a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública em todo o
território nacional e do CPC/1939, nenhuma lei previa expressamente a
atribuição, em regra, de efeitos suspensivos aos embargos do devedor. Nessa
época, o efeito suspensivo derivava de construção doutrinária que,
posteriormente, quando suficientemente amadurecida, culminou no projeto
que foi convertido na citada Lei n. 8.953/1994. Sendo assim, é evidente o
equívoco da premissa de que a Lei 6.830/1980 (LEF) e a Lei 8.212/1991 (LOSS)
adotaram a postura suspensiva dos embargos do devedor antes mesmo de
essa postura ter sido adotada expressamente pelo próprio CPC/1973 (com o
advento da Lei 8.953/1994). Dessa forma, à luz de uma interpretação histórica
dos dispositivos legais pertinentes ao tema e tendo em vista os princípios que
influenciaram as várias reformas no CPC/1973 e as regras dos feitos
executivos da Fazenda Pública – considerando, em especial, a eficácia
material do processo executivo, a primazia do crédito público sobre o privado
e a especialidade das execuções fiscais –, é ilógico concluir que a LEF e o art.
53, § 4º, da Lei 8.212/1991 foram, em algum momento, ou são incompatíveis
com a ausência de efeito suspensivo aos embargos do devedor. Isso porque,
quanto ao regime jurídico desse meio de impugnação, há a invocação – com
derrogações específicas sempre no sentido de dar maiores garantias ao
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crédito público – da aplicação subsidiária do disposto no CPC/1973, que tinha


redação dúbia a respeito, admitindo diversas interpretações doutrinárias. Por
essa razão, nem a LEF nem o art. 53, § 4º, da LOSS devem ser considerados
incompatíveis com a atual redação do art. 739-A do CPC/1973. Cabe ressaltar,
ademais, que, embora por fundamentos variados – fazendo uso da
interpretação sistemática da LEF e do CPC/1973, trilhando o inovador caminho
da teoria do diálogo das fontes ou utilizando da interpretação histórica dos
dispositivos (o que se faz nesta oportunidade) – a conclusão acima exposta
tem sido adotada predominantemente no STJ. Saliente-se, por oportuno, que,
em atenção ao princípio da especialidade da LEF, mantido com a reforma do
CPC/1973, a nova redação do art. 736 do CPC, dada pela Lei 11.382/2006 –
artigo que dispensa a garantia como condicionante dos embargos –, não se
aplica às execuções fiscais, haja vista a existência de dispositivo específico,
qual seja, o art. 16, § 1º, da LEF, que exige expressamente a garantia para a
admissão de embargos à execução fiscal. Precedentes citados: AgRg no Ag
1.381.229-PR, Primeira Turma, DJe de 2/2/2012; e AgRg nos EDcl no Ag
1.389.866-PR, Segunda Turma, DJe de DJe 21/9/2011. REsp 1.272.827-PE, Rel.
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 22/5/2013.

Entretanto, em julgado de Junho/2019 o STJ entendeu que deve ser afastada


a exigência da garantia do juízo para a oposição de embargos à execução
fiscal, caso comprovado inequivocadamente que o devedor não possui
patrimônio para garantia do crédito exequendo.
PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DO DEVEDOR.
EXECUTADO. BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. PATRIMÔNIO. INEXISTÊNCIA.
HIPOSSUFICIÊNCIA. EXAME. GARANTIA DO JUÍZO. AFASTAMENTO.
POSSIBILIDADE.
(...)
5. Nessa linha de interpretação, deve ser afastada a exigência da garantia
do juízo para a oposição de embargos à execução fiscal, caso comprovado
inequivocadamente que o devedor não possui patrimônio para garantia do
crédito exequendo.
6. Nada impede que, no curso do processo de embargos à execução, a
Fazenda Nacional diligencie à procura de bens de propriedade do embargante
aptos à penhora, garantindo-se posteriormente a execução.
7. Na hipótese dos autos, o Executado é beneficiário da assistência
judiciária gratuita e os embargos por ele opostos não são recebidos,
culminando com a extinção do processo sem julgamento de mérito, ao
fundamento de inexistência de segurança do juízo.
8. Num raciocínio sistemático da legislação federal aplicada, pelo simples
fato do Executado ser amparado pela gratuidade judicial, não há previsão
expressa autorizando a oposição dos embargos sem a garantia do juízo.
9. In casu, a controvérsia deve ser resolvida não sob esse ângulo (do
Executado ser beneficiário ou não da justiça gratuita), mas sim pelo lado da
sua hipossuficiência, pois, adotando-se tese contrária, "tal implicaria em
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garantir o direito de defesa ao "rico", que dispõe de patrimônio suficiente para


segurar o Juízo, e negar o direito de defesa ao "pobre". REsp 1.487.772-SE,
Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade, julgado em
28/05/2019, DJe 12/06/2019.

Tempestividade
Art. 16 - O Executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias,
contados:
I - do depósito;
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia; (Redação
dada pela Lei nº
13.043, de 2014)
III - da intimação da penhora.

O STJ já pacificou que o prazo se inicia da intimação e não da juntada aos autos
do mandado cumprido.

RECURSO REPETITIVO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS.

A Seção, ao julgar recurso representativo de controvérsia (art. 543-C do


CPC e Res. n. 8/2008 do STJ), proveu-o em parte, reiterando que o termo a quo
para opor embargos à execução fiscal é contado a partir da data da intimação
da penhora, e não da juntada aos autos do cumprimento do mandado (art. 16,
III, da Lei n. 6.830/1980). Precedentes citados: AgRg no Ag 771.476-RJ, DJ
2/4/2007, e REsp 810.051-RS, DJ 25/5/2006. REsp 1.112.416-MG, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 27/5/2009.

Nos casos de depósito do valor integral, a jurisprudência do STJ


demonstra tendência de que o prazo será iniciado com a intimação do
Executado da redução a termo tanto do deposito quando da carta de fiança
ofertada.

PROCESSUAL CIVIL. GARANTIA DA EXECUÇÃO POR MEIO DE FIANÇA BANCÁRIA.


TERMO INICIAL DO PRAZO PARA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS. INTIMAÇÃO DO
EXECUTADO.
1. Não obstante o art. 16, I, da Lei 6.830/80 disponha que o Executado
oferecerá embargos no prazo de 30 (trinta) dias, contados do depósito, a
Corte Especial, ao julgar os EREsp 1.062.537/RJ (Rel. Min. Eliana Calmon,
DJe de 4.5.2009), entendeu que, efetivado o depósito em garantia pelo
devedor, é aconselhável seja ele formalizado, reduzindo-se a termo, para

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dele tomar conhecimento o juiz e o Exequente, iniciando-se o prazo para


oposição de embargos a contar da data da intimação do termo, quando
passa o devedor a ter segurança quanto à aceitação do depósito e a sua
formalização.
2. Semelhantemente, em se tratando de garantia da execução mediante
oferecimento de fiança bancária, a Quarta Turma, ao julgar o REsp
621.855/PB, sob a relatoria do Ministro Fernando Gonçalves, deixou
consignado que o oferecimento de fiança bancária no valor da execução
não tem o condão de alterar o marco inicial do prazo para os embargos do
devedor, porquanto, ainda assim, há de ser formalizado o termo de
penhora, do qual o Executado deverá ser intimado, e, partir de então, fluirá
o lapso temporal para a defesa (DJ de 31.5.2004, p. 324).

3. Esta Turma, ao julgar o REsp 851.476/MG (Rel. Min. Humberto Martins, DJ


de 24.11.2006, p. 280), depois de observar que o art. 16 da Lei n. 6.830/80,
em seu inciso II, refere-se à juntada da prova da fiança bancária como
termo inicial para a oposição de embargos à execução, decidiu que, nada
obstante, tal inciso deve ser interpretado de maneira conjugada com o III
do mesmo artigo, requestando a lavratura do termo de penhora, da qual o
Executado deve ser intimado para que flua o prazo para apresentação de
embargos à execução.
4. É certo que a Lei n. 6.830/80 não se refere à necessidade de intimação da
Fazenda Pública a propiciar a aceitação ou recusa da garantia da execução
fiscal por meio de fiança bancária. Mas, consoante decidido pela Primeira
Turma, no julgamento do REsp 461.354/PE (Rel. Min. Luiz Fux, DJ de
17.11.2003, p. 206), quando o juiz da execução intima o Exequente para
referida finalidade, instaura-se um incidente processual, motivo pelo qual,
em face do princípio do devido processo legal, a parte executada deve ser
intimada do ato ensejador de sua defesa. Trata-se de situação processual
que não possui expressa previsão legal, implicando a integração legislativa
mediante a aplicação da regra geral dos prazos processuais, segundo a
qual o termo a quo se perfaz no primeiro dia útil seguinte após a intimação
(art. 184, § 2º, do CPC). Instaurado um incidente processual para propiciar
a aceitação ou recusa da fiança bancária oferecida como garantia da
execução fiscal, somente a partir da intimação da parte executada inicia-
se a contagem do prazo de 30 (trinta) dias para a oposição dos embargos,
haja vista que referido incidente posterga a efetiva garantia do juízo à
aceitação da Exequente.
5. Recurso especial provido. REsp 1254554 / SC (2011)
No caso de multiplicidade de penhoras, STJ já pacificou que o prazo para
embargar a execução conta-se da primeira penhora válida efetivada, não
havendo que se cogitar de reabertura de prazo quando do reforço da penhora.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.
TERMO A QUO DO PRAZO PARA OFERECIMENTO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO.
DATA DA INTIMAÇÃO DA PENHORA, AINDA QUE INSUFICIENTE, EXCESSIVA OU
ILEGÍTIMA. PECULIARIDADE DOS AUTOS: EXISTÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL
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QUE PUGNOU PELA PENDÊNCIA DA GARANTIA DO JUÍZO, INVIABILIZANDO O


AJUIZAMENTO DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO PARA
EMBARGAR A PARTIR DA INTIMAÇÃO DA DECISÃO QUE CONSIDEROU
GARANTIDO O JUÍZO.
Assim é que a jurisprudência do STJ consolidou o entendimento de que a
substituição, o reforço ou a redução da penhora não implicam a reabertura de
prazo para embargar, uma vez que permanece de pé a primeira constrição
efetuada (Precedentes do STJ: AgRg no REsp 1191304/SP, Rel. Ministro
Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 17.08.2010, DJe 03.09.2010;
AgRg no REsp 1075706/MG, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma,
julgado em 17.02.2009, DJe 24.03.2009; e AgRg no REsp 626.378/PR, Rel.
Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 17.10.2006, DJ
07.11.2006), ressalvando-se, contudo, a possibilidade de alegação de
matérias suscitáveis a qualquer tempo ou inerentes ao incorreto reforço ou
diminuição da extensão do ato constritivo (Precedente da Corte submetido ao
rito do artigo 543-C, do CPC: REsp 1.116.287/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado
em 02.12.2009, DJe 04.02.2010).
Quando houve a substituição da CDA nos termos do art. 2º. § 8º da LEF, haverá
a reabertura do prazo para embargos, sendo certo que esses somente poderão
versar sobre a parte alterada do débito.
No caso de múltiplos devedores, ausente regra específica na LEF, o STJ já
entendeu aplicável ao caso o CPC, com o prazo para a apresentação de
embargos iniciando com a última intimação da penhora.
A orientação das Turmas que integram a Primeira Seção/STJ firmou-se no
sentido de que, "havendo múltiplos devedores, o prazo para embargar a
execução conta-se da última intimação da penhora, nos termos do art. 241,
III, do CPC c/c o art. 1º da Lei 6.830/80" (REsp 964.208/SC, 2ª Turma, Rel. Min.
Eliana Calmon, DJe de 17.11.2008).
No caso de dispensa de apresentação de garantia – hipossuficiência do
Executado – o prazo para apresentação de embargos começará com a
intimação da decisão que determinou a dispensa.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL DO PRAZO PARA O


OFERECIMENTO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL QUANDO AFASTADA A
NECESSIDADE DE GARANTIA PRÉVIA.
No caso em que a garantia à execução fiscal tenha sido totalmente dispensada
de forma expressa pelo juízo competente inexistindo, ainda que parcialmente,
a prestação de qualquer garantia (penhora, fiança, depósito, seguro-garantia)
-, o prazo para oferecer embargos à execução deverá ter início na data da
intimação da decisão que dispensou a apresentação de garantia, não havendo
a necessidade, na intimação dessa dispensa, de se informar expressamente o
prazo para embargar. De fato, o STJ já reconheceu, em sede de recurso
representativo da controvérsia (REsp 1.127.815-SP, Primeira Seção, DJe
14/12/2010), que a insuficiência patrimonial do devedor inequívoca e
devidamente comprovada é justificativa plausível à apreciação dos embargos
à execução sem que o Executado proceda ao reforço da penhora. A toda
evidência, pelas mesmas razões, essa compreensão abrange os casos em que

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a dispensa de apresentação de garantia é total. Acerca de situações nas quais


houve garantia apresentada (penhora, fiança, depósito, seguro-garantia),
ainda que parcial, a jurisprudência do STJ tem determinado qual seria o
respectivo termo inicial do prazo para o oferecimento de embargos do
devedor: intimação do depósito, da penhora, da aceitação do seguro-garantia
etc. Nesse contexto, nota-se que a regra subjacente a todos esses casos é a
de que o prazo para o oferecimento de embargos do devedor tem início na
data da intimação do ato que caracteriza a informação aos atores processuais
da existência da garantia – nascimento da aptidão para embargar, pois não se
embarga o ato constritivo, mas a execução –, tendo em vista o disposto no
caput do art. 16 da Lei 6.830/1980. Do mesmo modo, nos casos em que a
dispensa de apresentação de garantia é total, o prazo para oferecer embargos
à execução fiscal deverá ter início na data da intimação da decisão que
dispensou a apresentação de garantia, já que é esse o ato que caracteriza a
informação aos atores processuais da desnecessidade da garantia e a aptidão
para embargar. Trata-se, portanto, de aplicação por analogia do disposto no
mesmo art. 16 da Lei 6.830/1980. Ademais, não faz qualquer sentido a
aplicação analógica do art. 738, do CPC – segundo o qual "Os embargos serão
oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos
do mandado de citação" –, posto que, na data da juntada aos autos do
mandado de citação do feito executivo, o Executado não tem conhecimento
de que foi dispensada a garantia e de que já está apto a embargar. Além disso,
não há necessidade, na intimação da dispensa de garantia, de se informar
expressamente o prazo para embargar. Até porque não se pode olvidar que a
garantia do juízo é dispensada justamente com o propósito de permitir ao
Executado oferecer embargos à execução. Desse modo, seria de todo
incompreensível se, intimado da desnecessidade dessa garantia, não
houvesse prazo a ser cumprido para embargar, criando uma condição perene
à efetividade do feito executivo e contrariando a segurança jurídica. REsp
1.440.639-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/6/2015, DJe
10/6/2015.

Efeito suspensivo dos embargos

O efeito suspensivo dos embargos tem por objetivo parar os atos


executórios praticados contra o devedor.
A Lei de Execução Fiscal não possui previsão especifica sobre os efeitos
da oposição dos embargos, de forma que deve ser aplicado ao caso o art .919
CPC.
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo
aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela
provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito
ou caução suficientes.

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§ 2º Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos


efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou
revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 3º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito
apenas a parte do objeto da execução, essa prosseguirá quanto à parte
restante.
§ 4º A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos
executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram
quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao
embargante.
§ 5º A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de
substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.
Nesse sentido, foi a decisão do STJ no REsp 1.272.827- PE, julgado na
sistemática dos recursos repetitivos, superando-se a posição anterior.
Determinou-se, assim, que a simples interposição de embargos não suspende
o curso do processo. Há a necessidade de (i) garantia (ii) fumus boni iuris e
(iii) periculum in mora.

Amplitude da discussão

Autuação dos embargos deve ser em apenso à execução.

O Executado pode alegar quaisquer vícios na execução, com ampla


matéria de defesa (Ag no REsp 948.717).

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO


FISCAL. MATÉRIA ÚTIL À DEFESA. NECESSIDADE ARGUIÇÃO NO MOMENTO DO
AJUIZAMENTO DOS EMBARGOS DO
DEVEDOR. ARTIGO 16, § 2º, DA LEI 6.830/80. O Executado, quando do
ajuizamento dos embargos à execução fiscal, deve alegar toda matéria útil à
defesa, à luz do disposto no § 2º, do artigo 16, da Lei 6.830/80, revelando-se
inadmissível posterior inovação argumentativa, salvante na hipótese de
superveniência de fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito (artigo
462, do CPC) (Precedentes do STJ: AgRg no REsp 905.033/MG, Rel. Ministro
Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 17.05.2007, DJ 30.05.2007;
AgRg no Ag 724.888/MG, Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, Segunda
Turma, julgado em 11.04.2006, DJ 14.06.2006; AgRg nos EDcl no REsp
651.984/RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em
02.12.2004, DJ
28.02.2005; REsp 237.560/PB, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Segunda Turma,
julgado em 01.06.2000, DJ 01.08.2000; e REsp 101.036/SP, Rel. Ministro Ari
Pargendler, Segunda Turma, julgado em 17.09.1998, DJ 13.10.1998).

A inicial deve elencar as provas, bem como as testemunhas – até 3. Não são
admissíveis a reconvenção nem a compensação (Art. 16 § 3º LEF).

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Exceção: STJ no REsp 1.008.343 – recurso repetitivo, entendeu ser possível


alegar a existência de compensação, desde que realizada antes do
ajuizamento da execução.

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.


ARTIGO 543-C, DO CPC. PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À
EXECUÇÃO FISCAL. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA PRETÉRITA ALEGADA COMO
MATÉRIA DE DEFESA. POSSIBILIDADE. ARTIGO 16, § 3º, DA LEF, C/C ARTIGOS
66, DA LEI 8.383/91, 73 E 74, DA LEI 9.430/96. 6. Consequentemente, a
compensação efetuada pelo contribuinte, antes do ajuizamento do feito
executivo, pode figurar como fundamento de defesa dos embargos à execução
fiscal, a fim de ilidir a presunção de liquidez e certeza da CDA, máxime quando,
à época da compensação, restarem atendidos os requisitos da existência de
crédito tributário compensável, da configuração do indébito tributário, e da
existência de lei específica autorizativa da citada modalidade extintiva do
crédito tributário.

Na verdade, a limitação realizada pelo STJ é no sentido de que é possível a


alegação da realização de compensação tributária, desde que tenha ocorrido
procedimento administrativo pretérito aos embargos à execução.

Interpostos os embargos, a Fazenda será ouvida em 30 dias (art. 17 LEF), para


apresentação de impugnação – a ausência de impugnação não enseja revelia,
tendo em vista a presunção de liquidez e certeza da CDA (REsp 747.000).

DIREITO CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ART. 161 DO CPC.


INDICAÇÃO GENÉRICA. CITAÇÃO. NULIDADE. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO
DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL SUPOSTAMENTE VIOLADO. DEFICIÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. OFENSA AOS ARTS. 165, 458, I, II
E III, E 535, I E II, DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. EXECUÇÃO. INÉPCIA DA INICIAL.
INEXISTÊNCIA. IMPUGNAÇÃO DA PARTE EMBARGADA. AUSÊNCIA. CONFISSÃO.
NÃO-CONFIGURAÇÃO. PRECEDENTE DO STJ. SÚMULA 283/STF.
APLICABILIDADE, POR ANALOGIA. JUROS MORATÓRIOS E CORREÇÃO
MONETÁRIA. INCLUSÃO NA FASE DE EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES DO STJ. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. LEGITIMIDADE PARA
EXECUÇÃO. SÚMULA 306/STJ. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE
DO STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. NÃO-OCORRÊNCIA. SÚMULA 83/STJ.
RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO.

5. A ausência de impugnação dos embargos do devedor não implica revelia,


tendo em vista que, no processo de execução, o direito do credor encontra-se
consubstanciado no próprio título, que se reveste da presunção de veracidade,
cabendo ao embargante-executado o ônus quanto à desconstituição de sua
eficácia. Precedentes do STJ.

O valor da causa, nos termos do art. 291 NCPC, deve ser o montante do
interesse econômico em jogo. Caso a impugnação seja parcial, o valor dos
embargos será menor do que o da execução.

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Honorários de Sucumbência

• Aplicação do art. 85 § 3º do CPC.


STJ afasta o art. 26 da LEF, determinando a condenação da Fazenda ao
pagamento de honorários, também no caso de EPEs ou mesmo quando haja
desistência dos embargos à execução (SSTJ 153).

PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO AO ART. 19, § 1º, DA LEI 10.522/02, COM


REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.033/04. DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO FISCAL
FORMULADA PELA EXEQUENTE APÓS O OFERECIMENTO DE EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. CABIMENTO DA CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. PRECEDENTES. O entendimento desta Corte é no sentido de
que a desistência da execução fiscal após oferecidos os embargos à execução
pelo devedor não exime a Exequente do pagamento da verba honorária. Sobre
o tema, editou-se a Súmula n. 153/STJ, in verbis: "a desistência da execução
fiscal, após o oferecimento dos embargos não exime o Exequente dos
encargos da sucumbência". Referida súmula é utilizada por esta corte para
possibilitar a condenação da Fazenda Pública em verba honorária, não
obstante o que dispõe o art. 26 da Lei n. 6.830/80. O mesmo raciocínio pode
ser utilizado para possibilitar a condenação da Fazenda Pública Exequente em
honorários advocatícios, a despeito do teor do art. 19, § 1º da Lei n. 10.522/02,
quando a extinção da execução ocorrer após a contratação de advogado pelo
Executado, ainda que para oferecer exceção de pré-executividade. REsp
1239866.

Quando os embargos levam à extinção da execução, é possível a


condenação da Fazenda ao pagamento de honorários em ambos os processos,
desde que o advogado do contribuinte tenha realizado efetivo trabalho na
execução e nos embargos que justifique seu direito à percepção dos
honorários.

No caso da esfera federal, a previsão do adicional de “custos de


cobrança” de 20% (DL n.
1025/69) já abarca os honorários (REsp 1.143.320)

Conexão entre embargos do devedor e anulatória

Conexão entre embargos do devedor e anulatória: existindo embargos,


é possível a conexão com ação anulatória desde que tenham elementos
similares (REsp 157.675).
O NCPC admite a possibilidade de conexão entre a própria execução e
a ação anulatória (art; 55 § 2º, I CPC), ainda que não sejam interpostos
embargos.
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Caso o executado já tenha ajuizado anulatória com decisão transitada


em julgado, não poderá interpor embargos à execução com os mesmos
fundamentos (REsp 1.039.079).

Exceção de pré-executividade

Defesas do Executado. Exceção de pré-executividade. Os embargos à


execução.

A exceção de pre-executividade tornou-se conhecida após a elaboração


do parecer de Pontes de Miranda no caso da Siderurgica Manesmann, alvo de
diversas execuções fundadas em títulos nulos.
As hipóteses descritas no art. 803 CPC podem ser verificadas de ofício pelo
juiz e ventiladas pelo devedor através de simples petição.

Art. 803. É nula a execução se:


I.- o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida
e exigível;
II.- o Executado não for regularmente citado;
III.- for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo
juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos
à execução.

EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.


A exceção de pré-executividade, construção doutrinária tendente à
instrumentalização do processo, não se presta para arguir ilegalidade da
própria relação jurídica material que deu origem ao crédito executado. Seu
âmbito é restrito às questões concernentes aos pressupostos processuais,
condições da ação e vícios objetivos do título, referentes à certeza, liquidez e
exigibilidade. REsp 232.076-PE, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, julgado em
18/12/2001.

Atualmente, há certa flexibilização para permitir EPE fundadas em


matérias puramente de direito ou amparadas em prova documental que
dispense dilação probatória como prescrição, decadência ou pagamento.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.


QUESTÕES QUE DEMANDAM AMPLA COGNIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AÇÃO DE
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. EXCLUSÃO DE MULTA, CORREÇÃO
MONETÁRIA E JUROS DE MORA.
OBTENÇÃO DE PARCELAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.

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1. A exceção de pré-executividade não é servil à veiculação de questões que


demandem cognição plena, porquanto seu processamento exige prova pré-
constituída do direito alegado, restrito seu objeto a questões de ordem
pública, passíveis de serem conhecidas de ofício pelo magistrado.
2. In casu, através desta via, o recorrente suscita questões que não ostentam
essa feição, porquanto respeitam a exclusão de multa por atraso no
recolhimento do tributo, face à alegada existência de denúncia espontânea
do débito, bem como a não incidência de juros e da Taxa SELIC (...).
7. O que se entrevê possível é a reunião de ações conexas, nunca a
estagnação da execução.
8. Recurso Especial desprovido. (REsp 576.907)
Súmula 393 do STJ. A exceção de pré-executividade é admissível na execução
fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem
dilação probatória.

É possível o reconhecimento de inconstitucionalidade (AgRg no Ag 1.086.746)

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. APONTADA VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC.


VÍCIO NÃO CONFIGURADO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. MATÉRIAS PASSÍVEIS DE CONHECIMENTO NESSA VIA:
AQUELAS PASSÍVEIS DE CONHECIMENTO DE OFÍCIO PELO JUIZ E QUE
NÃO DEMANDEM DILAÇÃO PROBATÓRIA. ALEGAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI. CABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE
SE NEGA PROVIMENTO. AgRg no Ag 1086746 / RJ
A tendência, com o passar dos anos, é a de admitir que não só as matérias
cognoscíveis de ofício sejam objeto de exceção de pré-executividade. Assim,
poderiam ser discutidas todas as questões, desde que desnecessária a dilação
probatória.

As questões enfrentadas em exceção de pré-executividade não poderão ser


novamente discutidas em sede de embargos à execução, sob pena de afronta
a coisa julgada. Da mesma forma, após o julgamento dos embargos à
execução, o contribuinte não pode alegar o mesmo tema em EPE.

Terceiro, desde que comprove interesse na extinção da dívida, poderá


apresentar exceção de pré-executividade.

Haverá a intimação da Fazenda Pública para manifestação acerca do alegado


em EPE, devendo o Juiz fixar prazo para tanto. A ausência de resposta da
Fazenda não ensejará revelia; tratando-se de resposta extemporânea, seu
conteúdo deve ser observado, pois a questão envolve diretos indisponíveis.

A EPE tem natureza de simples petição e deverá ser apresentada nos autos
da execução fiscal.

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A apresentação de EPE equivale ao comparecimento espontâneo do


Executado, suprindo a citação.

Embora, na prática, a apresentação de EPE enseje a paralisação dos atos


executórios até a prolação de decisão, a jurisprudência do STJ consolidou-se
no sentido de que a EPE não suspende a execução fiscal.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL.


EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO. NECESSIDADE
DE GARANTIA DO JUÍZO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N.
282/STF.

1. A oposição da exceção de pré-executividade pode permitir a suspensão da


execução, desde que também haja garantia do Juízo pela penhora.

2. Aplica-se o óbice da Súmula n. 282/STF quando a questão


infraconstitucional suscitada no recurso especial não tenha sido discutida
no acórdão recorrido, nem tenham sido opostos embargos de declaração
com o fim de provocar o Tribunal a sobre ela manifestar-se.

3. Agravo regimental desprovido.

AgRg no Ag 1131064 / SP
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXTINÇÃO.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS
OU EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. HONORÁRIOS EM FAVOR DO
EXECUTADO. DESCABIMENTO. CAUSALIDADE.

1. "A prescrição intercorrente por ausência de localização de bens não retira


o princípio da causalidade em desfavor do devedor, nem atrai a
sucumbência para o Exequente" (REsp 1.769.201/SP, Rel. Min. Maria Isabel
Gallotti, Quarta Turma, DJe 20/3/2019).

2. Tal entendimento é aplicável especialmente quando a extinção da


execução ocorreu independentemente da interposição de embargos do
devedor ou da exceção de pré-executividade, como no caso dos autos.

3. A Corte regional, com base no princípio da causalidade, decidiu que o ente


fazendário não deve ser condenado ao pagamento de honorários
advocatícios, porque o Exequente não deu causa ao processo e não se pode
beneficiar o devedor pelo não cumprimento de sua obrigação.

4. A análise da pretensão recursal implicaria no reexame das provas dos autos


a fim de aferir se a Fazenda Pública eventualmente deu causa à demanda,
o que é vedado a esta Corte Superior devido ao óbice da Súmula 7/STJ.

5. Recurso especial a que se nega provimento. REsp 1834500 / PE (2019)

Caso a Fazenda reconheça a procedência do pedido formulado em sede de


EPE e cumpra a prestação em questão, os honorários serão reduzidos pela
metade nos termos do art. 90 §4º CPC.
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Art. 90 § 4º Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente,


cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão
reduzidos pela metade.

Mandado de Segurança

Art. 5º LXIX CFRB - conceder-se-á mandado de segurança para


proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

O rito é previsto na Lei nº 12.016/2009 e tem algumas restrições para


que haja sua impetração, são elas:
i – o rito mandamental não suporta a dilação probatória;
ii – é condicionado à demonstração do direito líquido e certo através de
prova pré-constituída.

Entretanto, há casos em que a prova necessária para a comprovação


do direito líquido e certo está indisponível para o contribuinte, ou seja, em
posse do Poder Público, e nesses casos o impetrante deverá requerer em
preliminar com base no § 1º do art. 6º da Lei 12.016/2009 que o juiz
determinará por ofício a exibição deste documento.

Na esfera tributária, a maior parte das controvérsias é sobre o direito


em si e não dos fatos, tornando o mandado de segurança uma ferramenta
usual para o contribuinte, para que assim consiga cessar o ato
comissivo/omissivo praticado pela fiscalidade.

Exemplos de atos que podem ser alvos de mandado de segurança são:


i – lançamento;
ii – autuação fiscal, com aplicação de penalidades;
iii – decisão rejeitando a impugnação oferecida administrativamente;
iv – decisão negando provimento de recurso administrativo;
v – inscrição em dívida ativa;
vi – negativa de expedição de certidão negativa fiscal;
vii – decisão negando direito a benefícios fiscais.

No que tange a dívida ativa, a própria legislação dá ao contribuinte a


certeza e a liquidez de seu direito, o art. 3º da LEF e o art. 204 do CTN
informam expressamente essa característica, mais adiante, no art. 38 da
LEF, o ordenamento jurídico ainda deixa claro que o mandado de segurança

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é uma das ferramentas que o contribuinte pode usar para se respaldar de


ato lesivo.

O prazo para impetração do mandado de segurança é de 120 dias


contados da ciência do ato impugnado e está previsto no art. 23 da Lei
12.016/2009. Decorrido o prazo, o contribuinte não poderá mais utilizar-se
desse remédio constitucional.

Devido ao prazo constante no art. 23 da Lei 12.016/2009, não ser


processual, ou seja, contados em decurso do processo, não se aplicará à sua
contagem o previsto no art. 219 do CPC, assim, o prazo deverá ser contado
em dias corridos e não em dias úteis, e caso o curso dos 120 dias termine
em feriado forense, visto aqui também como sábados e domingos, o prazo
deverá ser prorrogado para o primeiro dia útil seguinte.

No que tange o ato omissivo continuado pela Administração Pública, o


STJ decidiu no MS nº2921/DF que o prazo prescricional e nem decadencial
ocorre nessas ocasiões, também é importante esclarecer que quando a
impetração do mandado de segurança for de forma preventiva, não há o que
se falar do prazo decadencial de 120 dias, pois não existe marco inicial para
a contagem, visto que o remédio constitucional usado de maneira preventiva
busca atacar ato que ainda vai ser praticado.

II – Notificação da Autoridade Coatora

A autoridade coatora no processo tributário, conforme art. 6º, § 3º da


Lei 12.016/2009, aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual
emane a ordem para a sua prática, ou seja, é o agente fiscal da entidade
tributante, como, por exemplo, o Delegado da Receita federal, dito isso.

Quando houver litisconsórcio necessário, previsto no art. 24 da Lei


12.016/2009 e nos arts. 113 ao 118 do CPC, caso o impetrante não promova
a citação desse, o mandado de segurança será extinto com base na Súmula
631 do STF. Na seara do ato complexo, aquele que se torna perfeito com a
imposição de dois órgãos ou agentes, ambos deverão ser notificados para
prestar informações necessárias caso o mandado ataque o ato final.

No despacho inicial, o juiz deverá, conforme art. 7, inciso I da Lei


12.016/2009, notificar a autoridade coatora para que no prazo de 10 dias
preste informações, prazo esse a contar da data da notificação. Tal ato

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também funciona como citação da pessoa jurídica que está atrelada àquela
autoridade coatora para participar do processo.

A Súmula 392 do STF determina que a notificação prévia da autoridade


coatora não inicia o prazo recursal, apenas a devida publicação oficial que
tem esse condão, entretanto, muito embora a autoridade coatora não faça
parte do polo passivo do mandado de segurança, a Lei 12.016/2009 em seu
art. 14, § 2º, estende a ela o direito de recurso.

Diante do disposto no art. 11 da Lei 12.016/2009, fica provado que a


notificação da autoridade coatora e a intimação do órgão de representação,
esse figurando no polo passivo, dar-se-ão mesmo que deixem de dar o
devido recebido ou se recusem a recebê-lo e após o decurso do prazo de 10
dias sem que haja qualquer tipo de manifestação do impetrado, o juiz deverá
prolatar sentença. Cabe salientar que, embora haja falta de manifestação
nesse caso, não há o que se falar nos efeitos da revelia, afinal, trata-se de
direito indisponível, previsto no art. 345, inciso II do CPC, e pelo mandado de
segurança ter como requisito prova pré-constituída.

III - Ciência ao órgão de representação jurisdicional

O órgão de representação jurisdicional é aquele que vai praticar as


defesas processuais inerentes a autoridade coatora, tendo cada um deles o
seu próprio órgão e, a exemplo, quando a lide versar sobre o Imposto de
Renda, quem irá representar a Receita Federal é a Procuradoria Geral da
União. O art. 7º, inciso II da Lei 12.016/2009, determina que em seu
despacho inicial, o juiz ordene a ciência do órgão de representação
jurisdicional, isso porque é esse órgão que irá representar a autoridade
coatora no processo mandamental.

Assim como no item II desse texto, o órgão de representação


jurisdicional ficará cientificado mesmo que recuse o recebimento da
notificação ou que, apesar de entregue, não exare o recebido.

IV – Participação do Ministério Público

O Ministério Público é obrigado a intervir no mandado de segurança,


como o elencado no art. 12 da Lei 12.016/2009, quando terá 10 dias para

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opinar sobre a lide em questão, e por essa previsão constar em uma norma
especial, o contido no art. 178 do CPC não se aplicará.

V – Competência

A competência para o processamento e julgamento do mandado de


segurança é absoluta, sendo o local onde a autoridade coatora exerce sua
função, e quando se trata de autoridade federal, deverá ser aplicada a
disposição do art. 109, inciso VIII da CF, tornando a competência da Justiça
Federal.

Geralmente as disposições legislativas estaduais atribuem ao Tribunal


de Justiça do Estado a competência para processar e julgar os mandados de
segurança impetrados contra atos de Governados, Secretários de Estado e
membros do próprio Tribunal, neste sentido, a Súmula 206 do STJ determina
que a existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a
competência territorial resultante das leis de processo.

Na hipótese de haver mais de uma autoridade coatora, a competência


mandamental será a da autoridade de maior nível hierárquico, e se a
autoridade coatora for federal, o art. 109, inciso I e VIII da CF, atribuem à
Justiça Federal a competência.

VI – Liminar

A busca pela suspensão do ato que motivou o mandado de segurança


deve ser feita através de liminar, e estando fundamentada de forma
relevante, deverá ser deferida conforme art. 7º, inciso III da Lei 12.016/2009,
e também há previsão no art. 151, inciso IV do CTN, suspendendo a
exigibilidade do crédito tributário. Ainda cabe mencionar que o CPC no art.
300 elenca as hipóteses de deferimento de tutela de urgência. Outro
requisito para a concessão da liminar é o periculum in mora tipicamente
atribuído em tutelas de urgência.

Na esfera tributária, o dano é presumido, já que em caso de


inadimplência o contribuinte sofre largas consequências. No entanto, a
liminar deve ser provocada no mandado de segurança, sendo vedada a sua
concessão por ofício.

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A exigência de depósito caução do mandado de segurança que versar


sobre matéria tributária se choca contra o CTN, isso porque tanto o depósito
quanto a liminar concedida são hipóteses de suspensão do art. 151 do CTN.
Nesse ponto, se mesmo assim o juiz fizer tal exigência, o Fisco não poderá
se valer desse depósito, ainda que o mandado de segurança seja denegado,
ante a jurisprudência do STJ no Resp. nº 249.627 – SP.

A liminar concedida não tem o condão de suspender a constituição do


crédito, apenas a sua exigibilidade, para que não haja decurso do prazo
decadencial.

A sentença que denegar o mandado de segurança tem o efeito ex


tunc, fazendo a liminar perder sua eficácia ante o previsto na jurisprudência
sumulada do STF nº 405, assim, quando for denegado e os efeitos
retroagirem, o crédito tributário, anteriormente suspenso por liminar, deverá
ser corrigido e aplicado juros. Ante o disposto no art. 63 da Lei 9.430/96, a
multa do não pagamento de tributo fica suspensa, todavia, se o contribuinte
não pagar os valores devidos ao Fisco 30 dias após a data de publicação que
tornou ineficaz a liminar, o § 2º do mesmo artigo estipula que se aplique a
multa.

O impetrante criando obstáculo para o andamento do processo ou


deixar de promover diligências necessárias por 3 dias úteis, ou a
requerimento do Ministério público, será aplicado a perempção ou
caducidade da medida liminar ex officio, conforme previsto no art. 8º da Lei
12.016/2009.

VII Sentença e Coisa Julgada

A sentença de deferir o mandado de segurança conterá uma ordem a


ser cumprida pelo impetrado e poderá ser executada provisoriamente com
fulcro no art. 14 § 3º da Lei 12.016/2009.

Essa execução, entretanto, não será uma fase processual do mandado


de segurança e deverá ser realizada com a expedição de ofício ou por
correspondência com A.R., que intimará a autoridade coatora para seu
devido cumprimento ante ao disposto no art. 13.

O art.14, § 1º prevê que a sentença é sujeita obrigatoriamente ao


duplo grau de jurisdição, seja ela denegando ou concedendo a segurança,

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porém, é vedado ao Tribunal a reforma da sentença para agravá-la, pois


fazê-lo iria de confronto com a Súmula 45 do STJ.

A sentença que concede a segurança não substitui a ação de cobrança,


Súmula 269 STF, e os efeitos dela não darão direito à busca efeitos
patrimoniais anteriores, Súmula 271 STF. Assim, tal sentença não tem o
condão de impedir o contribuinte promover ação própria que tenha como
principal base o pleito de efeitos patrimoniais anteriores.

Muito embora a legislação permita a execução provisória da sentença,


também a proíbe quando na questão for vedada a concessão de liminar,
ambos os casos estão previstos no § 3º do art. 14 da Lei 12.016/2009.

No caso de não cumprimento da ordem dada em sentença do


mandado de segurança, a jurisprudência entende que não é cabível novo
mandado de segurança para que obrigue a autoridade coatora a cumprir, e
sim deverá o contribuinte buscar outras medidas judiciais.

Cumpre esclarecer que quando houver o não cumprimento da


sentença que concedeu a segurança, o art. 77, inciso IV e § 2º do CPC elenca
a possibilidade dá autoridade coatora ser punida patrimonialmente por
realizar conduta que atente à dignidade da Justiça, indo mais além, o art. 26
da Lei 12.016/2009 modificou a tipificação do crime de desobediência e
enquadrou para quem não cumpre decisão judicial, e quando se tratar de
certas categorias de autoridade coatora, haverá crime de responsabilidade.

Por força do art. 19 da Lei 12.016/2009, o impetrante só poderá


renovar sua pretensão, seja em novo mandado de segurança respeitando o
prazo de 120 dias, seja pela via ordinária, se a sentença que denegou a
segurança não tiver analisado o mérito, como, por exemplo, quando o
mandado de segurança não tiver provas o suficiente que demonstrem a
liquidez e a certeza do direito do impetrado. O STF em sua Súmula nº 304
deixou bem explicito que esse tipo de sentença não poderia fazer coisa
julgada contra o impetrante, deixando a via ordinária livre para que o
contribuinte postulasse sua pretensão.

Tendo a sentença analisado o mérito, seja concedendo ou denegando,


fará coisa julgada material, assim, se o impetrante propuser ação de
cobrança para exigir direitos patrimoniais anteriores à impetração do
mandado de segurança, a autoridade coatora, neste caso ré, não poderá
rediscutir a matéria coberta pela coisa julgada.

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Noutro ponto, a decisão final do mandado de segurança há de se


referir apenas ao ato que levou a impetração, tornando atos futuros da
autoridade coatora, mesmo que idênticos ao coberto pela concessão da
segurança, não ensejará em coisa julgada, podendo o contribuinte impetrar
novo mandado de segurança contra eles.

Nas ações continuativas da autoridade coatora que são alvos de


mandado de segurança, a doutrina e a jurisprudência admitem que a coisa
julgada abarque não só o ato confrontado pela impetração, mas todas
aquelas que sejam idênticas a situação fático-jurídico do mandado de
segurança, a exemplo disso, um reconhecimento definitivo de isenção de
IPTU deverá ser válido aos anos posteriores.

As ações tributárias

Ação Declaratória Tributária

• A ação declaratória é utilizada normalmente antes da ocorrência do


lançamento tributário.
Embora o art. 38 da LEF não mencione expressamente a possibilidade de
utilização desta ação quando o crédito já foi inscrito em dívida ativa, aplica-se
ao caso o disposto no art. 20 CPC.

Art. 38 - A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública


só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as
hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do
indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta
precedida do depósito preparatório do valor do débito,
monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora
e demais encargos.

Parágrafo Único - A propositura, pelo contribuinte, da ação


prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer
na esfera administrativa e desistência do recurso acaso
interposto.

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido
a violação do direito.
A priori, a ação declaratória não comporte execução, já que nela apenas
há a declaração de inexistência de relação tributaria ou a declaração de algum
dos aspectos da relação tributária discutida. Não obstante, adotada sua
utilização após o lançamento tributário, a possibilidade de execução de

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sentença declaratória deve ser admitida, sob pena de completa ineficácia do


provimento jurisdicional.

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VALORES INDEVIDAMENTE PAGOS A TÍTULO


DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SENTENÇA
DECLARATÓRIA DO DIREITO DE CRÉDITO CONTRA A FAZENDA PARA FINS DE
COMPENSAÇÃO. SUPERVENIENTE IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAR. EFICÁCIA
EXECUTIVA DA SENTENÇA DECLARATÓRIA, PARA HAVER A REPETIÇÃO DO
INDÉBITO POR MEIO DE PRECATÓRIO.
1. No atual estágio do sistema do processo civil brasileiro, não há como insistir
no dogma de que as sentenças declaratórias jamais têm eficácia executiva.
O art. 4º, parágrafo único, do CPC considera "admissível a ação declaratória
ainda que tenha ocorrido a violação do direito", modificando, assim, o
padrão clássico da tutela puramente declaratória, que a tinha como
tipicamente preventiva. Atualmente, portanto, o Código dá ensejo a que a
sentença declaratória possa fazer juízo completo a respeito da existência
e do modo de ser da relação jurídica concreta.
2. Tem eficácia executiva a sentença declaratória que traz definição integral
da norma jurídica individualizada. Não há razão alguma, lógica ou jurídica,
para submetê-la, antes da execução, a um segundo juízo de certificação,
até porque a nova sentença não poderia chegar a resultado diferente do
da anterior, sob pena de comprometimento da garantia da coisa julgada,
assegurada constitucionalmente. E instaurar um processo de cognição sem
oferecer às partes e ao juiz outra alternativa de resultado que não um, já
prefixado, representaria atividade meramente burocrática e desnecessária
que poderia receber qualquer outro qualificativo, menos o de jurisdicional.
3. A sentença declaratória que, para fins de compensação tributária, certifica
o direito de crédito do contribuinte que recolheu indevidamente o tributo,
contém juízo de certeza e de definição exaustiva a respeito de todos os
elementos da relação jurídica questionada e, como tal, é título executivo
para a ação visando à satisfação, em dinheiro, do valor devido.
4. Recurso especial a que se nega provimento. REsp 588202 / PR

Sumula 461 STJ - O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório
ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença
declaratória transitada em julgado.

Legitimidade

A legitimidade na ação declaratória será dos sujeitos da relação


obrigacional tributária. Quem não é parte no vinculo tributário não possui
legitimidade para propor a ação.

Nesse sentido, o STJ já decidiu que o locatário não possui legitimidade


para propor ação tributária.

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Súmula 614 STJ - O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a
relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado
nem para repetir indébito desses tributos.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TAXAS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
DE VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
ILEGITIMIDADE ATIVA DO LOCATÁRIO. 1. O locatário, por não ostentar a
condição de contribuinte ou de responsável tributário, não tem legitimidade
ativa para postular a declaração de inexistência da relação jurídica tributária,
bem como a repetição de indébito referente ao IPTU, à Taxa de conservação
e Limpeza Pública ou à Taxa de Iluminação Pública. Precedentes: REsp.
721.862/SP, 1ª Turma, desta relatoria, DJU 18.05.06; REsp. 729.769/RJ, 2ª
Turma, Rel. Min. FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJU 04.05.06; REsp.
818.618/RJ, 1ª Turma, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ 02.05.06; REsp. 757.897/RJ,
1ª Turma, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJU 06.03.06; REsp. 705.097/SP,
2ª Turma, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJU 26.09.05.

A legitimidade passiva será do ente federativo que possui a competência


tributária.

Note-se que, nos termos do art. 119 CTN, o sujeito ativo da obrigação
tributária é a pessoa jurídica de direito público titular para exigir seu
cumprimento.

Assim sendo, nos casos de delegação de capacidade tributária, o ente


delegado terá legitimidade passiva no feito. Ex.: Contribuições de interesse de
categorias profissionais – são instituídas pela União, mas delegadas aos
conselhos de classe (CREA, CRM)

Interesse de agir

O interesse de agir surge da incerteza jurídica objetiva e da existência


do dano ou da ameaça de dano.

Neste ponto, há que se ter cuidado, sob pena da ação declaratória não
se tornar uma forma de consulta sobre lei em tese.

RECURSO ESPECIAL - TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO DECLARATÓRIA


DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA - INCIDÊNCIA DE ICMS EM
OPERAÇÕES DE EXPORTAÇÃO - LITISPENDÊNCIA - COMPROVAÇÃO DA
DIVERGÊNCIA -
PREQUESTIONAMENTO. I - A propositura de ação declaratória de existência ou
inexistência de relação jurídico-tributária é legitimada pelo fato de o
contribuinte desejar obter a certeza sobre a existência ou inexistência de uma
relação jurídico-tributária (se há ou não, em relação a ele ou ao seu caso,
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imunidade, não-incidência ou isenção). Não pode versar sobre a lei em tese, e


sim sobre fato gerador determinado. Visa a extrair do Poder Judiciário a
declaração de que o fato realizado dá ensejo a posterior exigência tributária.
REsp 232296 / MG.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - RECURSO ESPECIAL - ICMS -


FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS EM BARES, RESTAURANTES -
ACÓRDÃO FUNDADO EM TEMA CONSTITUCIONAL - AÇÃO DECLARATÓRIA -
FALTA DO INTERESSE DE AGIR - CABIMENTO AÇÃO CAUTELAR – OMISSÃO DO
ACÓRDÃO - PREQUESTIONAMENTO AUSENTE PRECEDENTES DA 1ª SEÇÃO
SOBRE A LEGALIDADE DA COBRANÇA DO TRIBUTO - SÚMULAS 07/STJ E
280/STF. - - A ação declaratória exige, para sua propositura, que haja incerteza
objetiva e jurídica, isto é, relativa a direitos e obrigações já existentes e atuais
e não apenas possíveis, impondo-se ainda, haja dano para o autor. REsp 72417
/ RJ

Não obstante, em alguns casos o STJ admitiu a utilização da ação


declaratória sem a prova do fato em que se fundaria a relação jurídica
discutida.

AÇÃO DECLARATÓRIA. ISS. CORRETORA DE VALORES.

A recorrida, empresa corretora de valores na Bolsa de Futuros e


Mercadorias, insurgindo-se contra o resultado de consulta formulada à
municipalidade há oito anos, que concluiu pela incidência do ISS em suas
operações, impetrou ação declaratória com o objetivo de suspender a
exigibilidade desse tributo. Deu-se a carência da ação ao fundamento da
inviabilidade da declaratória para situação genérica e futura, não se tratando
de situação concreta. A Turma, por maioria, anotando precedente, entendeu
viável a declaratória, pois presente o interesse subjetivo de ação. Precedente
citado: REsp 50.440-MG, DJ 18/9/1995. REsp 256.131-SP, Rel. originário Min.
Garcia Vieira, Rel. para acórdão Min. Humberto Gomes de Barros, julgado em
27/6/2000.

O valor da causa deverá ser o da vantagem patrimonial que terá o autor


com o acolhimento do pedido.

Prescrição

A ação declaratória em seu modelo clássico é considerada


imprescritível, pois possui natureza de direito potestativo. Assim, ainda que
perdido o prazo para repetição, é possível o ajuizamento da declaratória

TRIBUTÁRIO - PAGAMENTO INDEVIDO - PRESCRIÇÃO - AÇÃO DECLARATÓRIA -


INTERESSE JURÍDICO.
Atualização: 26/07/2023 Revisão: 00

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• A prescrição extingue a ação, sem atingir o direito material


correspondente.
• O credor de título esvaziado pela prescrição tem interesse jurídico em ver
declarado seu direito a repetição do indébito. Nada importa que tal direito
não mais seja exigível. REsp 96560 / AL.

Entretanto, caso a declaratória tenha eficácia executiva, imputando ao


fisco determinado dever jurídico, deverá ficar submetida ao prazo do Decreto
20.910/32.
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO
CONFIGURADA. ITR. IMÓVEL INVADIDO POR INTEGRANTES DE MOVIMENTO DE
FAMÍLIAS SEM-TERRA. AÇÃO DECLARATÓRIA. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
FATO GERADOR DO ITR. PROPRIEDADE. MEDIDA LIMINAR DE REINTEGRAÇÃO
DE POSSE NÃO CUMPRIDA PELO ESTADO DO PARANÁ. INTERVENÇÃO FEDERAL
ACOLHIDA PELO ÓRGÃO ESPECIAL DO TJPR. INEXISTÊNCIA DE HIPÓTESE DE
INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. PERDA ANTECIPADA DA POSSE SEM O DEVIDO
PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÃO. ESVAZIAMENTO DOS ELEMENTOS DA
PROPRIEDADE. DESAPARECIMENTO DA BASE MATERIAL DO FATO GERADOR.
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA BOA-FÉ OBJETIVA. 2. O Superior Tribunal
de Justiça tem entendimento pacífico de que se aplica o prazo prescricional do
Decreto 20.910/1932 para demanda declaratória que busca, na verdade, a
desconstituição de lançamento tributário (caráter constitutivo negativo da
demanda). REsp 963499 / PR

AÇÃO DECLARATÓRIA E CONDENATÓRIA. PRESCRIÇÃO.

Trata-se de ação declaratória de inexistência de relação jurídica


cumulada com anulatória de débito previdenciário, julgada parcialmente
procedente, com determinação de condenar o INSS a restituir parcelas do
pagamento indevido, respeitada a prescrição. O Tribunal a quo manteve a
sentença, mas o REsp afastou a prescrição ao ser julgado na Primeira Turma.
A Seção repeliu preliminar de conhecimento, reiterando que são cabíveis
embargos de divergência em sede de agravo regimental contra decisão que
apreciou o mérito. E, no mérito, acolheu os embargos de divergência, para,
reformando a decisão impugnada, negar provimento ao REsp, pois, apesar de
ser ação declaratória pura imprescritível, quando ela também é condenatória
está sujeita à prescrição. Note-se que, no caso, há a condenação do
pagamento indevido. EREsp 96.560-AL, Rel. Min. Eliana Calmon, julgados em
23/4/2003.

Lançamento na pendência de ação declaratória

Lançamento na pendência de ação declaratória – o lançamento somente


ficará obstado com a ocorrência do trânsito em julgado na ação declaratória,
já que o ajuizamento da ação declaratória não obsta a decadência.

Atualização: 26/07/2023 Revisão: 00

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Não obstante, deve-se admitir que o provimento jurisdicional na


declaratória seja utilizado para desconstituir lançamento realizado após o
ajuizamento, sob pena de completa ineficácia e de se exigir que o contribuinte
ingresse com ação declaratória simplesmente para ver tal lançamento
cancelado.

Efeitos da coisa julgada na ação declaratória

Embora o STF tenha editado a súmula 239, a tendência é que cada vez
mais seja possível o aproveitamento da ação declaratória para exercícios
futuros, especialmente em casos de isenção ou imunidade.

Súmula 239 STF – “Decisão que declara indevida a cobrança do imposto


em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores”.

Nesse sentido, o STJ vem entendendo que a sentença declaratória deve


operar efeitos até que a situação fática do contribuinte se altere.

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO A


DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE NESTA VIA. VIOLAÇÃO
DOS ARTIGOS 165, 458, 463, II, E 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO PAGO EM RAZÃO DE
HORAS EXTRAS. COISA JULGADA. LIMITAÇÃO PELO PEDIDO E CAUSA DE PEDIR.
PRECEDENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RCL n. 4.421/DF. SÚMULA 239/STF,
INAPLICÁVEL, NO CASO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
5. Todavia, não seria recomendável conclusão acerca do tema em estudo,
sem antes analisar o teor da Súmula 239 do Supremo Tribunal Federal, que
estabelece: "decisão que declara indevida a cobrança do imposto em
determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores."
6. Segundo precedente do Supremo Tribunal (AI 11.227) que esclarece a
aplicação da Súmula, quando a decisão se firma pela improcedibilidade da
exação em razão de peculiaridades do ato de lançamento ou em razão de
reconhecimento de prescrição, a coisa julgada ali reconhecida, é restrita
àquele exercício. Todavia, se a conclusão for em razão de ilegalidade do
imposto em si mesmo, ou de sua inconstitucionalidade, ou referir-se a
tributabilidade, então, tratando-se de imposto continuativo e de obrigação
periódica, o julgado proferido conservará sua eficácia, protegido sob o manto
da coisa julgada. Se, todavia, a decisão que afasta a cobrança do tributo se
restringe a determinado exercício (a exemplo dos casos onde houve a
declaração de inconstitucionalidade somente do art. 8º, da Lei n. 7.689/88),
aplica-se o enunciado n. 239 da Súmula do STF, por analogia, in verbis:
"Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado
exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores".
7. No caso dos autos, há julgado anterior, envolvendo as mesmas partes,
afirmando a nulidade de NFLD'S em razão de contribuição previdenciária
incidir sobre parcela reconhecida de natureza indenizatória. Assim, a decisão
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ataca o tributo em seu aspecto material da hipótese de incidência, não


havendo como exigir o seu pagamento sem ofender a coisa julgada, ainda que
para exercícios posteriores. Precedente: EREsp Nº 731.250 - PE, Primeira
Seção, Rel. Min. José Delgado, julgado em 28.5.2008; e REsp Nº 731.250 - PE,
Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 17.4.2007.
REsp 1057733 / RS
Nesse mesmo sentido, o NCPC dispõe

Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas


à mesma lide, salvo:

I.– se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio


modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte
pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;

II.- nos demais casos prescritos em lei.

Ação Anulatória Tributária

Com a ação anulatória o autor busca a desconstituição do lançamento


tributário.

Além da utilização para anular o credito tributário, a ação anulatória


também pode perseguir a decisão prolatada em processo administrativo ou
mesmo decisão administrativa que indefere restituição de indébito (art. 169
CTN).
O art. 38 LEF determina que o início da discussão judicial implicará a
renuncia à discussão administrativa, buscando evitar a existência de decisões
conflitantes.

O pleito anulatório pode ser combinado com o declaratório ou mesmo


com o de repetição dos valores já pagos.

ISS. COBRANÇA. DOIS MUNICÍPIOS.


A recorrente recolheu o ISS a determinado município, local em que
prestou serviços de engenharia, porém foi surpreendida com a cobrança, por
outro município, do ISS referente à mesma atividade desempenhada. Diante
disso, a recorrente ajuizou ação anulatória de débito tributário em desfavor do
segundo município, com pedido sucessivo de repetição de indébito contra o
primeiro. Nesse contexto, vê-se que ambas as demandas ostentam causa de
pedir comum: a prestação de serviços que desencadearam a obrigação de
recolher o ISS, daí configurada a conexão a autorizar o litisconsórcio passivo
(art. 46, III, do CPC). Da interpretação do art. 289 do CPC, jungida às

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características do litisconsórcio eventual, não há como vislumbrar


incompatibilidade dos pedidos formulados em virtude do caráter sucessivo
que lhes conferiu a petição inicial: esse escalonamento contorna pretensa falta
de harmonia entre os pleitos. O conflito de interesses instaurado entre os
municípios não é empecilho à inclusão de ambos na demanda, sendo certo
que essa situação de antagonismo é própria do litisconsórcio eventual. Assim,
é viável o ajuizamento conjunto de ações conexas pela causa de pedir com
pedidos sucessivos contra réus diversos (litisconsórcio eventual), desde que
atendidos os requisitos genéricos do art. 46 do CPC e não haja
incompatibilidade absoluta de competência e procedimentos. Desse modo, há
que reintegrar ao polo passivo da demanda o município indevidamente
excluído pelo juízo e devolver os autos a ele para que dê continuidade ao feito.
Precedente citado: REsp 639.565-SC, DJ 17/12/2004. REsp 727.233-SP, Rel.
Min. Castro Meira, julgado em 19/3/2009.
A ação anulatória seguirá o rito normal do Código de Processo Civil.
Embora o art. 38 LEF exija o depósito prévia para o ajuizamento da ação
anulatória, o STJ já relativizou tal exigência.

Processual Civil. Execução Fiscal. Ação Anulatória. Procedibilidade.


Depósito Prévio. Dispensa. Lei 6.830/90 (art. 38). CTN, artigo 151, II. Súmula
112/STJ e 247/TFR.
1. A doutrina e jurisprudência
enraizaram a compreensão de que o
depósito prévio ditado no artigo 38,
Lei 6.830/90, não constitui
indispensável pressuposto de
procedibilidade de ação anulatória de
débito fiscal.
2. Recurso provido. REsp 183969 / SP

Tal entendimento foi cristalizado na Súmula Vinculante 28.

Súmula Vinculante 28 – É inconstitucional a exigência de depósito prévio como


requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a
exigibilidade de crédito tributário.

Legitimidade

Sujeitos da relação obrigacional tributária.

Desnecessária a prova de não repercussão do tributo indireto para


averiguação da legitimidade para a ação anulatória. A exigência do art. 166
CTN somente é cabível para a ação de repetição.

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TRIBUTÁRIO – ICMS – AÇÃO ANULATÓRIA PELA VENDEDORA: LEGITIMIDADE.

1. O contribuinte de direito, ainda que não seja aquele que suportou o ônus,
tem legitimidade e interesse em anular o lançamento, se errôneo.

2. A prova de que fala o art. 166 do CTN só tem valia em ação de repetição.

3. Recurso não conhecido.

REsp 53090 / SP

Interesse de agir

Surge tão logo seja realizado o lançamento. Portanto, ocorrido o fato


gerador, mas ainda não realizado o lançamento, a ação a ser manejada é a
declaratória ou o mandado de segurança preventivo.
Ação anulatória e execução fiscal – a propositura de ação anulatória não
impede, como regra, a propositura de execução fiscal.
Caso existentes as duas ações, haverá conexão processual a demandar
a reunião dos processos no juízo prevento, para evitar decisões conflitantes.

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando


lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão
conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento
relativa ao mesmo ato jurídico; II - às execuções fundadas no
mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que
possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou
contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem
conexão entre eles.

O juízo prevento será aquele para o qual foi distribuída a petição inicial
da primeira ação (Art. 59 CPC).
Caso o juízo seja especializado em execução fiscal haverá competência
absoluta em razão da matéria, de forma que a anulatória não poderá ser a ele
dirigida (REsp 1.587.337).
O STJ entende pela possibilidade de propositura de ação anulatória
mesmo com execução fiscal já em curso e ultrapassado o prazo para embargos
à execução.

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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.


INEXISTÊNCIA. DEVIDO ENFRENTAMENTO DAS QUESTÕES RECURSAIS.
EXECUÇÃO FISCAL. AÇÃO ANULATÓRIA. AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE
EMBARGOS. POSSIBILIDADE DE PROPOSITURA DE AÇÃO DESCONSTITUTIVA
POSTERIOR. COISA JULGADA MATERIAL. NÃO OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.

3. Esta Corte possui entendimento sedimentado no sentido de que, no


curso do processo de execução, não há impedimento a que seja ajuizada
ação tendente a desconstituir o título em que aquela fundamenta-se.
Todavia, carecendo a ação da eficácia própria dos embargos, a execução
prosseguirá, salvo se admitida a antecipação de tutela, desde que
preenchidos os requisitos básicos da fumaça do bom direito e do perigo na
demora, o que ocorreu in casu.

4. Conforme iterativos precedentes desta Corte, a não oposição dos


embargos à execução não acarreta a preclusão, porquanto esta opera
dentro do processo, não atingindo outros que possam ser instaurados, o
que é próprio da coisa julgada material.

Agravo regimental improvido.

AgRg no AREsp 31488 / PR

Ação Consignatória Tributária

Tem natureza declaratória; o objetivo é que o juiz declare que o depósito


efetuado em consignação extinguiu o débito.

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada


judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

I.- de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao


pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao
cumprimento de obrigação acessória;

II.- de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências


administrativas sem fundamento legal;

III.- de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público,


de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o


consignante se propõe pagar.

§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa


efetuado e a importância consignada é convertida em renda;
julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-
se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das
penalidades cabíveis.

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CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. VALOR. TRIBUTO.

Trata-se de ação de consignação em pagamento em que o contribuinte


busca o depósito de valor referente ao IPTU de imóvel de sua propriedade, por
discordar do quantum exigido pelo Município. No caso, configurada a hipótese
do art. 164, I, § 1º, do CTN, pode o contribuinte valer-se da ação consignatória
para buscar seu direito de pagar corretamente o referido imposto, uma vez
que entenda que o Fisco está exigindo um valor maior que o devido. Assim,
exigir quantia maior equivale a recusar o recolhimento do tributo por valor
menor. Prosseguindo o julgamento, a Turma, por maioria, deu parcial
provimento ao recurso, entendendo ser cabível a ação consignatória e
determinou seu regular processamento. REsp 505.460-RS, Rel. originário Min.
Francisco Falcão, Rel. para acórdão Min. Teori Albino Zavascki, julgado em
3/2/2004.

A ação consignatória é muito usada nos casos:

1. Em que dois entes federativos cobram o mesmo tributo.

2. Cobrança, no mesmo documento, de tributos diferentes – o contribuinte


discorda de algum deles, mas o Fisco não emite carnê separado, tampouco
o banco admite o pagamento parcial.

3. Quando o pagamento de determinado exercício fica condicionado ao


pagamento do anterior.

4. Quando o Fisco cria diversos embaraços para receber o pagamento.

Na hipótese de cobrança do mesmo tributo por dois entes distintos, o


contribuinte deverá indicar para qual deles entende que deverá ser
direcionado o pagamento, requerendo sua citação. Deverá também apontar
qual seria a outra Fazenda interessada. A sucumbência somente será
suportada pelo autor se, ao final do processo, o credor que apontou como
correto não for acolhido pelo Juízo.

Há certa polêmica acerca da correta compreensão do art. 164, III CTN


no que tange a expressão “tributos idênticos”. Embora parte da doutrina
entenda que somente poderia descrever exatamente a mesma espécie
tributária, Mauro Lopes critica essa posição, já que ela retiraria do contribuinte
a possibilidade de discutir via consignatória, por exemplo, conflito de ICMS x
ISS. “Tributos idênticos” seriam, portanto, aqueles da mesma espécie
tributária.

O STJ parece concordar com Mauro Lopes, visto que já admitiu ação
consignatória discutindo ICMS x ISS.

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PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.


DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: ISSQN OU ICMS. FORNECIMENTO
DE SOLUÇÕES E EMULSÕES ENTERAIS E PARENTERAIS. SERVIÇOS DE
MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS. INCIDÊNCIA. ISSQN. ATIVIDADE QUE
CONSTA NA LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 118/03.

3. "A jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido de que o fornecimento


de medicamentos manipulados, operação mista que agrega mercadoria e
serviço, está sujeito a ISSQN e, não, o ICMS, tendo em vista que é atividade
equiparada aos "serviços farmacêuticos" (AgRg no REsp 1.447.225/GO, Rel.
Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe
07/05/2015). Nesse sentido: AgRg no AREsp 445.591/MG, Rel. Ministro SÉRGIO
KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2014, DJe 24/11/2014; AgRg no
Ag 1.389.891/MG, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 21/06/2012, DJe 02/08/2012.

AgRg no REsp 1538357 / MG


A ação consignatória não pode ser admitida para possibilitar o recolhimento
parcelado da dívida tributária ou mesmo para possibilidade realização de
compensação tributária.

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO.


PARCELAMENTO DO DÉBITO TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. VIA
INADEQUADA. SÚMULA 83/STJ. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. SÚMULA 7/STJ.
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INOVAÇÃO RECURSAL. ARGUMENTO
RECURSAL DISSOCIADO DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA
284/STF.
1. A ação consignatória, que é de natureza meramente declaratória, tem por
objetivo apenas liberar o devedor de sua obrigação com a quitação de seu
débito, por meio de depósito judicial, quando o credor injustificadamente
se recusa a fazê-lo.
2. Recolher parceladamente o valor do débito fiscal na seara da ação
consignatória é desviar-se da finalidade por ela pretendida.
3. De acordo com o Min. Luiz Fux, a referida ação não pode ser servil à
obtenção de parcelamento do débito tributário, sob pena de fazer da
legislação, que prevê o referido benefício, letra morta. Súmula 83/STJ. AgRg
no REsp 1397419 / SC.

O rito a ser seguido é o mesmo do CPC – art. 539 a 548 – existem, entretanto,
algumas diferenças:
1. A extinção do crédito tributário dependerá de sentença de procedência
transitada em julgado. Assim, a simples ausência de manifestação do
credor não enseja automática liberação da obrigação. Não há aplicação,
portanto, da fase extrajudicial da ação consignatória.
2. O disposto no art. 541 CPC também não será aplicável à consignatória, já
que seria hipótese de moratória tributária não prevista em lei específica.

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Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode


o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais
formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco)
dias contados da data do respectivo vencimento.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NÃO INCIDÊNCIA DO PRAZO DO


ART. 892 DO CPC EM EXECUÇÃO FISCAL.
O prazo de cinco dias previsto no art. 892 do CPC não é aplicável aos depósitos
judiciais referentes aos créditos tributários, de tal sorte que são exigíveis
multa e juros caso o depósito não seja realizado dentro do prazo para o
pagamento do tributo. Isso porque, ao se interpretar a norma processual
conforme o princípio da legalidade tributária estrita, reconhece-se que o prazo
para o depósito judicial previsto no art. 892 do CPC ("Tratando-se de
prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor
continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que
se forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco)
dias, contados da data do vencimento") não se aplica às consignatórias de
crédito tributário, por incompatibilidade normativa. Nos termos do art. 113, §
1º, do CTN, "A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador,
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-
se juntamente com o crédito dela decorrente", sendo que, conforme
estabelece o art. 140 do CTN, "As circunstâncias que modificam o crédito
tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele
atribuídos, ou que excluem a exigibilidade do crédito tributário não afetam a
obrigação tributária que lhe deu origem". Ademais, o crédito tributário só se
extingue ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída nos casos previstos
no CTN (art. 141); a suspensão da exigibilidade do crédito tributário se dá com
o depósito do seu montante integral, o que não dispensa o cumprimento das
obrigações assessórias (art. 151, II e parágrafo único); e a extinção do crédito
tributário em razão do depósito judicial só se dá por ocasião de sua conversão
em renda (art. 156, VI). Nessa linha, deve-se afirmar que a consignação em
pagamento do montante do tributo discutido, que tem por fim a suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, a qual, ao final, pode implicar sua extinção,
é aquela em que o crédito é depositado dentro do prazo de vencimento da
obrigação, ou em que há o depósito do montante integral do débito (AgRg no
Ag 1.239.917-SP, Segunda Turma, DJe 17/5/2010). Isso porque não se pode
ignorar que o crédito tributário é exigível a partir do termo de vencimento.
Inadimplido, por força de lei, é acrescido de juros, multa e correção monetária.
Por isso que, por ocasião do depósito judicial da parcela respectiva, a parte
deve depositar todo o montante devido: crédito principal, juros e multa. O
depósito judicial, então, elide a mora do contribuinte ou responsável que
ingressa em juízo para discutir a obrigação tributária tão somente quando
realizado nos termos e condições próprias para o pagamento integral do
crédito tributário; só assim a conversão do depósito em renda poderá implicar
a extinção do crédito tributário. Não se pode permitir que o contribuinte ou
responsável tributário, por estar em juízo, seja agraciado com mais cinco dias
para adimplir o tributo só porque ajuíza ação consignatória em pagamento.
Caso admitida essa tese, diretamente, estar-se-ia criando distinção entre

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contribuintes/responsáveis, o que é vedado pelo art. 150, I, da CF, além de


estar se estabelecendo espécie de moratória tributária, de caráter geral, sem
previsão legal. AgRg no REsp 1.365.761-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 9/6/2015, DJe 17/6/2015.
Assim, o autor deverá realizar o deposito e ajuizar a ação consignatória,
requerendo a citação da Fazenda para apresentar respostas. Caso a Fazenda
alegue a insuficiência do depósito, o contribuinte poderá realizar a
complementação em 10 dias, aplicando-se o art. 545 CPC.

Assim, o autor deverá realizar o depósito e ajuizar a ação consignatória,


requerendo a citação da Fazenda para apresentar respostas.

Caso a Fazenda alegue a insuficiência do depósito, o contribuinte poderá


realizar a complementação em 10 dias, aplicando-se o art. 545 CPC.

Legitimidade

O legitimado para a consignatória será o sujeito passivo da obrigação


tributária
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada
judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
Assim, embora parte da doutrina sustente a legitimidade do terceiro que tenha
interesse no pagamento do credito tributário (já que esse poderia realizar o
pagamento diretamente ou mesmo questionar a dívida, além da possibilidade
do art. 539 CPC), essa não foi encampada pela jurisprudência.
A legitimidade passiva será do credor da prestação. A recusa do banco
em receber os valores não afasta a legitimidade do Fisco.

PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO DE


ICMS (ARTS. 156, VIII, E 164 DO CTN, E ART. 890 E SEGUINTES DO CPC).
LEGITIMIDADE PASSIVA "AD CAUSAM" DO ESTADO. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO.
I.- O fato de o estabelecimento bancário, que é autorizado pelo Fisco a
proceder à arrecadação tributária, negar-se a fazê-lo por motivos alheios à
vontade do órgão estatal não é suficiente, por si só, para afastar a Fazenda
estadual do polo passivo da ação de consignação em pagamento.
II.- Recurso conhecido e provido.
REsp 48518 / SP

A competência será do local em que deve ser realizado o pagamento


(art. 540 CPC) – foro do domicílio tributário do sujeito passivo.

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Consignatória e depósito

Consignatória e depósito – O depósito realizado em consignatória


somente suspenderá a exigibilidade do credito se for integral e em dinheiro.

Assim, caso o depósito seja apenas parcial, o Fisco poderá ajuizar


execução fiscal normalmente, caso em que essas serão consideradas conexas
e reunidas.

Efeitos da sentença

Efeitos da sentença – o art. 164, § 1º. Dispõe:

Art. 164 § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o


consignante se propõe pagar.

Assim, não pode o pedido de que as prestações futuras sejam pagas


dessa ou daquela forma.

Caso julgada procedente a ação consignatória, o juiz declarará extinta a


obrigação e determinará a conversão em renda. Caso julgada improcedente,
o crédito deverá ser cobrado com atualização monetária e juros, além da
penalidade aplicável.

Caso a sentença entenda pela insuficiência do depósito, haverá a


conversão em renda dos valores depositados, devendo a Fazenda inscrever
em dívida ativa o valor remanescente.

Ação Repetitória Tributária

O objetivo nesse caso é a devolução de valores pagos indevidamente. O


contribuinte pode ou não se utilizar antes da via administrativa.
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de
prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja
qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto
no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I.- cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou
maior que o devido em face da legislação tributária aplicável,
ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
efetivamente ocorrido;
II.- erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da
alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na
elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao
pagamento;

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III.- reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão


condenatória.

Desnecessária a prova do prévio protesto ou do erro no pagamento.


A utilização de serviço custeado por contribuição inconstitucional não
inviabiliza o pedido de repetição.

Legitimidade tributos diretos

Legitimidade – Deverá ser analisada de acordo com a possibilidade de


repercussão do tributo.

1) Tributos diretos – o tributo direto é aquele cujo ônus recai diretamente na


pessoa do sujeito passivo da obrigação. Nesse caso, o legitimado será aquele
que seria considerado o sujeito passivo, caso a tributação fosse legítima. É
importante ter em mente que, ainda que o dever de pagar aquele tributo tenha
sido transferido através de contrato (ex: locatário), esse não terá legitimidade
para requerer a repetição dos valores, já que tais contratos não são oponíveis
ao Fisco.

TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. IPTU.


ILEGITIMIDADE ATIVA DO LOCATÁRIO PARA POSTULAR DECLARAÇÃO DE
INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA E REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
PRECEDENTES.
1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que "o
locatário, por não ostentar a condição de contribuinte ou de responsável
tributário, não tem legitimidade ativa para postular a declaração de
inexistência de relação jurídica tributária, bem como a repetição de
indébito referente ao IPTU, à Taxa de Conservação e Limpeza Pública ou à
Taxa de Iluminação Pública" (AgRg no REsp 836.089/SP, Rel. Ministro LUIZ
FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/02/2011, DJe 26/04/2011).
2. Agravo regimental não provido.
AgRg no AREsp 789835 / SP

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – EFEITOS DA CITAÇÃO VÁLIDA –


INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO – DEMORA POR CULPA DO AUTOR – REEXAME
DE FATOS E PROVAS – SÚMULA 7 DO STJ – IPTU – REPETIÇÃO DE INDÉBITO –
PROVA DE NÃO REPASSE – DESNECESSIDADE.
2. Não é legítimo condicionar a repetição do indébito tributário relativo ao
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana à comprovação de
que o proprietário, e não eventual locatário, teria suportado o fardo da
tributação.
3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.
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REsp 1382090 / RJ
Legitimidade – Deverá ser analisada de acordo com a possibilidade de
repercussão do
tributo.

2) Tributos indiretos – São aqueles tributos que por sua natureza comportam
a transferência do encargo financeiro para o chamado “contribuinte de fato”.
Nesse caso deve ser observada a regra do art. 166 CTN.

Súmula 546 STF – Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando


reconhecido por decisão, que o contribuinte de jure não recuperou do
contribuinte "de facto" o quantum respectivo.

Nos casos em que houve efetivo repasse financeiro, é muito caro conseguir
viabilizar a autorização mencionada no art. 166 CTN.

Por outro lado, a jurisprudência do STJ tem sido no sentido da impossibilidade


de que o contribuinte de fato ingresse em juízo pedindo a repetição dos
valores, tendo em vista que esse não faz parte da obrigação tributária.

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.


ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO.
DISTRIBUIDORAS DE BEBIDAS. CONTRIBUINTES DE FATO. ILEGITIMIDADE
ATIVA AD CAUSAM. SUJEIÇÃO PASSIVA APENAS DOS FABRICANTES
(CONTRIBUINTES DE DIREITO). RELEVÂNCIA DA REPERCUSSÃO ECONÔMICA
DO TRIBUTO APENAS PARA FINS DE CONDICIONAMENTO DO EXERCÍCIO DO
DIREITO SUBJETIVO DO CONTRIBUINTE DE JURE À RESTITUIÇÃO (ARTIGO 166,
DO CTN). LITISPENDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULAS 282
E 356/STF. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. SÚMULA 7/STJ.
APLICAÇÃO.
1. O "contribuinte de fato" (in casu, distribuidora de bebida) não detém
legitimidade ativa ad causam para pleitear a restituição do indébito relativo
ao IPI incidente sobre os descontos incondicionais, recolhido pelo "contribuinte
de direito" (fabricante de bebida), por não integrar a relação jurídica tributária
pertinente. REsp 903394 / AL

Exceção a esse posicionamento é a possibilidade que os consumidores


ingressem em juízo requerendo a restituição dos valores pagos a título de
ICMS incidentes sobre o fornecimento de energia elétrica. Nesses casos, o STJ
entende que a situação é atípica, considerando que seria impossível ao
contribuinte de direito – concessionaria – requerer a devolução de valores sem
violar o contrato de concessão.

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RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. ENERGIA
ELÉTRICA. INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE A DEMANDA "CONTRATADA E NÃO
UTILIZADA". LEGITIMIDADE DO CONSUMIDOR PARA PROPOR AÇÃO
DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO.

Diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço


público e da peculiar relação envolvendo o Estado-concedente, a
concessionária e o consumidor, esse último tem legitimidade para propor ação
declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no tocante ao
fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a demanda
contratada e não utilizada.

- O acórdão proferido no REsp 903.394/AL (repetitivo), da Primeira Seção,


Ministro Luiz Fux, DJe de 26.4.2010, dizendo respeito a distribuidores de
bebidas, não se aplica aos casos de fornecimento de energia elétrica.

Recurso especial improvido. Acórdão proferido sob o rito do art. 543-C do


Código de Processo
Civil.

REsp 1299303 / SC

No caso da substituição tributária, o STJ também reconhece a legitimidade do


substituído para requerer a repetição, a partir da LC 87/96, na substituição
para frente – Resp 203.551.

Legitimidade passiva

Legitimidade passiva – será daquele que recebeu a prestação tributaria.


Assim, nos casos de delegação da capacidade tributaria ativa, o delegatário
deverá ser o réu. Ex: Restituição de taxa de controle e fiscalização ambiental
– o réu será o IBAMA.

No caso de Imposto de Renda Retido na Fonte, a legitimidade passiva


será do ente federativo que reteve os valores (art. 157, I e 158 CFRB).

SSTJ 447 - Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação


de restituição de imposto de renda retido na fonte proposta por seus
servidores.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. SERVIDOR MUNICIPAL.


COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. LEGITIMIDADE DO MUNICÍPIO.
INTERESSE PROCESSUAL. VALORES RECEBIDOS DE FORMA ACUMULADA.
SENTENÇA PROFERIDA EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA. CÁLCULO COM BASE
NO MONTANTE GLOBAL.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 83/STJ.
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1. É de competência da Justiça estadual processar e conhecer demanda


contra a retenção do imposto de renda, no pagamento de vencimento de
servidor público estadual ou municipal, haja vista que, a teor do art. 157, I,
da CF, tal tributo é arrecadado e se incorpora ao patrimônio dos estados ou
dos municípios.

2. A jurisprudência também é assente no sentido de que os municípios e os


estados têm legitimidade passiva para figurar nas ações propostas por
servidores públicos municipais e estaduais a fim de reconhecer o direito à
isenção ou à repetição do indébito de imposto de renda retido na fonte.

Agravo regimental improvido.


AgRg no REsp 1480438 / SP

Correção Monetária e Juros

Correção Monetária e Juros – Admite-se a correção monetária dos


valores repetidos, desde o recolhimento indevido até a efetiva restituição. Os
juros incidirão desde o trânsito em julgado da decisão judicial (Art. 167,
parágrafo único CTN), o índice a ser usado é aquele exigido pelo Fisco para
cobrar os débitos tributários – normalmente o art. 161 § 1º. CTN – 1% ao mês.

Prazo prescricional

Prazo – Há divergência caso o prazo do art. 168 CTN seja decadencial ou


prescricional.

Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo


de 5 (cinco) anos, contados:
I.- nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito
tributário; (Vide art. 3 da LCp nº 118, de 2005);

II.- na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a
decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha
reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.

REPETITIVO. PRESCRIÇÃO. TAXA. ILUMINAÇÃO.

A Seção, ao julgar o especial sujeito ao art. 543-C do CPC, reafirmou o


seguinte entendimento: conforme disposto nos arts. 168, I, e 156, I, do CTN,
nos tributos sujeitos a lançamento de ofício, o prazo prescricional de cinco
anos para pleitear a repetição tributária é contado da extinção do crédito
tributário, do efetivo pagamento do tributo. O trânsito em julgado da
declaração do STF relativa à inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo

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(controle concentrado) ou a publicação de resolução do Senado Federal que


suspenda a execução da lei (declaração da inconstitucionalidade em controle
difuso) não têm influência na contagem do prazo prescricional referente aos
tributos sujeitos ao lançamento de ofício ou por homologação. Desse modo,
visto que só em 4/4/2000 os recorrentes ajuizaram a ação pleiteando a
repetição de indébito da taxa de iluminação pública (lei municipal declarada
inconstitucional) referente aos exercícios de 1990 a 1994, inequivocamente
houve a prescrição, visto que foi transcorrido o prazo prescricional quinquenal
entre o pagamento do tributo e a propositura da ação.

Precedentes citados: REsp 947.233-RJ, DJe 10/8/2009; AgRg no REsp 759.776-


RJ, DJe 20/4/2009; REsp 857.464-RS, DJe 2/3/2009; AgRg no REsp 1.072.339-
SP, DJe 17/2/2009; AgRg no REsp 404.073-SP, DJ 31/5/2007; AgRg no REsp
732.726-RJ, DJ 21/11/2005; EREsp 435.835-SC, DJ 4/6/2007, e AgRg no Ag
803.662-SP, DJ 19/12/2007. REsp 1.110.578-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
12/5/2010.

Caso o contribuinte opte por discutir a repetição em esfera


administrativa, terá 5 anos para fazê-lo. A contar da decisão administrativa
final, terá prazo de 2 anos para questioná-la judicialmente.

Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão


administrativa que denegar a restituição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início
da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir
da data da intimação validamente feita ao representante
judicial da Fazenda Pública interessada.

• O art. 169 CTN somente é aplicável quando a paralisação do processo foi


gerada pelo próprio contribuinte, já que não é possível reconhecimento da
prescrição intercorrente quando o credor não ficou inerte.

• O requerimento prévio de repetição em esfera administrativa é


dispensável, aplicando-se o art. 5º., XXXV CFRB. Comprovado o
recolhimento dos valores, surge o interesse de agir do contribuinte em
requerer judicialmente a repetição dos valores.

• O prazo prescricional para mover a execução de sentença que condenou a


Fazenda à repetição de valores é de 5 anos, mesmo prazo para mover a
ação (SSTF 150).

• A sentença que condena a Fazenda a repetir deverá ser executada através


do rito do cumprimento de sentença – art. 535 e seguintes CPC, sendo
totalmente limitadas as matérias passiveis de alegação.

• Caso a Fazenda sustente excesso de execução, deverá sustentar de


imediato o valor que entende como correto.

• A rejeição de impugnação da Fazenda não enseja reexame necessário.

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• O STJ entende que o contribuinte pode optar por compensar os valores


reconhecidos em sentença repetitória.

SSTJ 461 - O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório
ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença
declaratória transitada em julgado.

Recursos

I – Embargos de Declaração

Os Embargos de Declaração são um recurso direto, que possui hipóteses


taxativas para resolução rápida dentro do processo, são elas:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar
o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.

É importante deixar claro que conforme o caput do art. 1.022, os


embargos de declaração são cabíveis contra qualquer decisão judicial, e são
opostos na vara de origem para que o juiz possa sanar os erros de sua decisão,
ou, praticando o efeito devolutivo do recurso, se pronuncie sobre matérias que
o magistrado deveria fazer de ofício, impondo sempre o prévio contraditório
das partes. Vale frisar que o CPC no inciso II, do parágrafo único do art. 1.022,
determina que a omissão também seja caracterizada quando a decisão não é
fundamentada nos termos do § 1º do art. 489.

O erro material, previsto no inciso III do art. 1.022, é considerado na falta


de nexo entre a decisão e os autos em si, por exemplo, quando a decisão
proferida de um processo alheio àquela causa e esse tipo de erro não está
coberto pela preclusão.

O CPC é expresso em dizer que não há efeito suspensivo em sede de


Embargos Declaratórios, entretanto, esse efeito pode atribuir ope judicis, ou
seja, caso a caso imposto por decisão judicial, quando se enquadrarem no §
1º do art. 1.026, qual seja, § 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada
poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Agravo de Instrumento

O Agravo de Instrumento é o recurso que visa confrontar decisões


interlocutórias que se enquadrem nas hipóteses previstas no art. 1.015, em
seus incisos de I ao XII e no seu Parágrafo Único.
São eles: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da
alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da
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personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou


acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento
ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação
do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X -
concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo
único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença,
no processo de execução e no processo de inventário.

As hipóteses acima foram interpretadas como taxativas para fins de


interposição do recurso, entretanto, havia uma larga discussão doutrinária e
jurisprudencial sobre tal taxatividade e, no encalço de enfim sanar quaisquer
dúvidas sobre o assunto, o REsp 1696396/MT usado como paradigma principal
levou a criação do tema repetitivo 988 do STJ.

A finalidade era de definir a natureza do rol do art. 1.015 e se haveria


possibilidade de aplicar uma interpretação extensiva para abranger outras
hipóteses que permitiriam a interposição do Agravo de Instrumento.

Em 2018, o STJ julgou o tema repetitivo 988 firmando a tese: “O rol do


art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição
de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da
inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação.” acabando
assim com o debate que havia sendo gerado.

Juízos a quo e ad quem

O Agravo de Instrumento é um recurso que requer a sua apresentação


ao juízo ad quem, o Tribunal, quanto para o juízo a quo, a vara de origem, isso
porque o CPC determina que após a distribuição para a segunda instância
seguindo todos os elementos dos art. 1.015 ao art. 1.017, o agravante deverá
cumprir o previsto no art. 1.018 e apresentar cópia do agravo interposto para
que o juiz prolator da decisão alvejada possa ou não realizar o reexame de
seu posicionamento e, caso entenda necessário, retratar-se.

O caput do art. 1.018 deverá ser cumprido quando os autos não forem
eletrônicos, conforme previsto na primeira parte do § 2º do art. 1.018, e o
prazo para que isso seja feito é de 3 dias úteis.

Em relação ao juízo de retratação, o juiz prolator da decisão agravada


pode não mudar, alterar parcial ou inteiramente seu posicionamento, e cada
uma dessas hipóteses geram ações diferentes ao juízo ad quem.

Quando não houver a retratação, o agravo segue normalmente para ser


julgado em sua totalidade de conteúdo, já quando a retratação é parcial, o
relator do Tribunal analisará apenas os itens subsistentes da decisão (aqueles
que não foram modificados), e por fim, o § 1º do art. 1.018 traz a reforma
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integral da decisão feita em juízo de retratação, assim, o relator deverá julgar


prejudicado o recurso.

Concluídas as etapas até aqui, o próximo artigo traz as providencias que


o relator deverá seguir, e elas estão elencadas no art. 1.019 e seus incisos: I -
poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de
tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua
decisão; II - ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com
aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário
da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado,
para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a
documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; III -
determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio
eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no
prazo de 15 (quinze) dias.

O Art. 1.020 determina que o relator deva solicitar data para julgamento,
entretanto, não pode ser superior a um mês da data da intimação do
agravado. No dia do julgamento, é permitido que haja sustentação oral
quando a matéria do recurso se tratar de tutela provisória, todavia, conforme
cada regimento interno, cabe ao Tribunal competente admitir outras hipóteses
permitidas para a sustentação.

Apelação

A apelação é o recurso preceituado no art. 1.009 do CPC cabível contra


sentença proferida pelo juízo de primeira instância.

Há ainda um debate doutrinário de quem defenda que em lides em que


o rito seguido seja o procedimento comum, a decisão da fase de liquidação de
sentença seja apelável, diferentemente dos casos de processo de execução e
de inventário, elencados no Parágrafo Único do art. 1.015, em que as decisões
serão confrontadas pelo Agravo de Instrumento.

Seguindo a trajetória recursal da apelação, após o recebimento do juízo


de primeira instância, caberá a esse intimar o apelado para ofertar
contrarrazões, pelo prazo de 15 dias úteis, seguindo o princípio da ampla
defesa e nesta ocasião o recorrido pode interpor uma apelação adesiva o que
abre prazo para a outra parte oferecer contrarrazões.

Assim, cumprindo todos os prazos e roteiros necessários, os autos são


enviados ao Tribunal competente para julgamento do recurso. Caso haja
algum impeditivo para o encaminhamento dos autos ao Tribunal, esse deverá
ser solucionado rapidamente e se mesmo depois de solucionado o juízo de
primeira instância não enviar os autos para a segunda instância, será
caracterizada a usurpação de competência e caberá reclamação com fulcro
no inciso I do art. 988 do CPC.

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Entretanto, cabe uma ressalva neste ponto, o CPC conferiu ao recurso


de apelação o efeito regressivo, que dispõe ao juiz que prolatou a sentença
confrontada 5 dias úteis para rever sua decisão e realize ou não o juízo de
retratação.

Por fim, com os autos enviados ao Tribunal competente para o


julgamento do recurso, será realizado o juízo de admissibilidade por esse
órgão jurisdicional.

Resumo Apelação (art. 1.009)

O Juízo de primeiro grau:


Verifica se as custas foram recolhidas corretamente;
Verifica a tempestividade do recurso;
Dá vista ao apelado para apresentar contrarrazões – 15 dias;
Remete o processo e seus apensos ao Tribunal de Justiça para julgamento.

Remessa necessária (art. 496 CPC)

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não


produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de
direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos
à execução fiscal.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a
apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos
ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo
tribunal avocá-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará
a remessa necessária.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a
condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de
valor certo e líquido inferior a:
I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas
autarquias e fundações de direito público;
II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o
Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de
direito público e aos Municípios que constituam capitais dos
Estados;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais
Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito
público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a
sentença estiver fundada em:
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I - Súmula de tribunal superior;


II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III - Entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - Entendimento coincidente com orientação vinculante
firmada no âmbito administrativo do próprio ente público,
consolidada em manifestação, parecer ou súmula
administrativa.

Embargos infringentes de alçada: Art. 34 LEF.

Prazo – 10 dias
Julgados pelo Juízo prolator da sentença
STJ pacificou que o valor de 50 OTN corresponderia a R$ 328,27 em janeiro
de 2001 e deveria ser posteriormente corrigido pelo IPCA-E (REsp 1168625).
O valor deve ser verificado quando do ajuizamento da execução.

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