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Pressupostos Processuais

• São os requisitos processuais necessários ao regular desenvolvimento da instância, permitindo


que o juiz possa proferir uma decisão sobre o mérito da causa/ação – julgando a ação
procedente ou improcedente, consoante assista, ou não, razão ao autor.

• O desrespeito pelos pressupostos processuais impede o juiz de se pronunciar sobre o mérito da


causa. Só assim não será se for possível regularizar a instância, isto é, sanar os vícios derivados
da falta de pressupostos processuais.

Direito Processual Civil Declarativo


Ano Letivo: 2023/2024
Pressupostos Processuais
Respeitam:

ÀS PARTES AO TRIBUNAL AO OBJETO DA CAUSA

• Personalidade Judiciária • Competência • Aptidão da Petição


(+) (internacional e Inicial (+)
• Capacidade Judiciária (+) interna) (+) • Litispendência (-)
• Legitimidade (+) • Caso Julgado (-)
• Patrocínio Judiciário
Obrigatório (+)
• Interesse em agir (+)

Direito Processual Civil Declarativo


Ano Letivo: 2023/2024
Pressupostos Processuais
Os pressupostos processuais distinguem-se em:

 1º Critério: positivos ou negativos


São positivos aqueles cuja verificação é essencial para que o juiz conheça do mérito da causa.
São negativos aqueles cuja verificação obsta a que o juiz aprecie o mérito da causa.

 2º Critério: nominados ou inominados


Consoante estejam previstos na lei (nominados) ou decorram da doutrina (inominados).

Direito Processual Civil Declarativo


Ano Letivo: 2023/2024
Personalidade Judiciária
 Consiste na suscetibilidade de ser “parte” no processo (art. 11º, nº 1 CPC).

 Ou seja, de ser sujeito de direitos e obrigações processuais. Manifesta-se na capacidade de


gozo de direitos e obrigações processuais.

 A personalidade judiciária é o pressuposto dos pressupostos processuais relativos às partes.


Faltando ela, não há, sequer, parte no processo. Há apenas uma aparência de instância.

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Ano Letivo: 2023/2024
Personalidade Judiciária
 O legislador estabeleceu a seguinte equiparação no nº 2 do art. 11º CPC – quem tiver personalidade jurídica tem
igualmente personalidade judiciária.

O que, no caso das pessoas singulares, nos termos do art. 66º, nº 1 CC, ocorre com o nascimento completo e com
vida. Adquirida a personalidade jurídica – e porque esta corresponde à capacidade civil de gozo de direitos –
qualquer pessoa, maior ou menor, capaz ou incapaz, pode ser uma parte na causa.

Quanto às pessoas coletivas:


a) Associações constituídas por escritura pública e as fundações reconhecidas pela autoridade administrativa
competente – art. 158º CC;
b) Sociedades comerciais devidamente registadas – art. 5º CSC
c) Sociedades sob a forma comercial – art. 1º, nº 4 CSC
Direito Processual Civil Declarativo
Ano Letivo: 2023/2024
Personalidade Judiciária
 Acontece que o CPC atribui personalidade judiciária a certas “entidades” que não têm (ou ainda não têm) personalidade
jurídica.

 Tratam-se de exceções à equiparação prevista no art. 11º, nº 2 CPC.

 Designados pelo legislador como casos de “extensão da personalidade judiciária” – art. 12º e 13º CPC

Justificam-se com o objetivo de assegurar uma mais rápida e eficiente defesa dos interesses dos credores dessas
entidades ou delas próprias.

 Estas entidades, porque desprovidas de personalidade jurídica, carecem de ser representadas em juízo – art. 26º CPC

Direito Processual Civil Declarativo


Ano Letivo: 2023/2024
Consequências da Falta de
Pressupostos
 A falta de pressupostos processuais relativos às partes implica que o juiz deva abster-se de
conhecer do mérito da causa e absolva o réu da instância (art. 278, nº 1 CPC).

 A absolvição da instância não obsta a que o autor proponha nova ação com o mesmo objeto
(art. 279º, nº 1 CPC). O que se justifica pelo facto de a questão de fundo ter ficado em aberto.

 Como tal desfecho não é o desejado, são reconhecidos às partes e ao tribunal diversos meios
de suprir os vícios (desde que sanáveis) derivados da falta de pressupostos processuais, de
modo a proporcionar uma decisão de mérito.

Direito Processual Civil Declarativo


Ano Letivo: 2023/2024
Consequências da Falta de
Pressupostos
 Daí que, face à irregularidade resultante da falta de um pressuposto processual, importe saber
se o vício é sanável ou insanável. No primeiro caso podem desencadear-se os mecanismos
previstos para a sanação. No segundo caso, o juiz não pode deixar de abster-se de conhecer do
mérito da causa e, assim, absolver o réu da instância.

 Suprido o vício, fica regularizada a instância e há condições para obter uma decisão de mérito
(conforme a parte final do nº 2 e a primeira parte do nº 3 do art. 278º CPC).

Direito Processual Civil Declarativo


Ano Letivo: 2023/2024
Consequências da Falta de
Personalidade Judiciária
 Uma vez que a falta de personalidade judiciária deriva da inexistência da pessoa jurídica, o vício
é insanável.

 Absolvição do réu da instância – art. 278º, nº 1, alínea c) CPC

 Exceção: art. 14º CPC


A intervenção da administração principal por vir a ter lugar por iniciativa do juiz, a requerimento
da parte contrária ou por iniciativa da própria administração principal.

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Ano Letivo: 2023/2024

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