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Reivindique meu Bebê

Livro 2

Série Crescent Cove


Dilfs Sujos

POR TARYN QUINN


Staff

Tradução: Louvaen Duenda

Revisão Inicial: Lady Metal

Segunda Revisão: Diana

Revisão Final: Rose Ajala

Leitura Final: Louvaen Duenda

Formatação: Sariah Stonewiser


É S E MP RE B O M L E M B R A R Q U E …

Esta tradução foi realizada por fãs sem qualquer propósito lucrativo e apenas
com o intuito da leitura de livros que não têm qualquer previsão de lançamento
no Brasil.

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Sinopse

Você vai ser papai.

Essas eram as últimas palavras que eu esperava ouvir.

Como um dos lendários gêmeos Hamilton, aproveito minha vida como ela

é. E por que não? Conheça minhas estatísticas.

Coproprietário da Hamilton Realty, uma empresa multimilionária.

Tio amoroso para minha sobrinha, Laurie, e meu futuro sobrinho.

Um cara totalmente sexy e solteiro que não se amarra - nunca.

Mas fui para Las Vegas com a melhor amiga da minha cunhada, Sege.

As escolhas foram feitas. Bebidas alcoólicas consumidas. A virgindade foi

tirada.

Dela, não minha.

Então Sege anunciou que a engravidei. E sim, ela não espera que eu tenha

um papel ativo, porque ela sabe que não posso lidar com nada, exceto comigo

sendo um idiota.

Como é?

Ela está tão errada... e vou provar isso. Vou reivindicar meu bebê, e Sege

também.
Nota da autora: este livro é sobre o processo de se tornar um DILF. Oliver

não começa como um pai solteiro, mas no final do livro? Hoo garoto.

Nota da autora part deux: Reivindicando meu bebê é um romance

independente com um final feliz garantido e sem suspense.


Nota da Revisão

O texto a seguir foi revisado de acordo conforme as novas Regras Ortográficas,

entretanto, com o intuito de deixar a leitura mais leve e fluida, a revisão pode

sofrer alterações e apresentar linguagem informal em vários momentos,

especialmente nos diálogos, para que estes se aproximem da nossa comunicação

comum no dia a dia.

Alguns termos, gírias, expressões podem ser encontrados bem como objetos que

não estão em conformidade com a Gramática Normativa.

BOA LEITURA!
Capítulo Um
Sage

— TERRA PARA SAGE. OLÁ. ALGUÉM EM CASA?

A voz da minha melhor amiga Ally foi registrada apenas vagamente atrás

de mim. Eu só precisava de mais um minuto. Essa era uma tarefa muito

importante, e que não poderia ser adiada nem um segundo a mais.

Na barra de pesquisa do Facebook, digitei Moose Masterson. Hum. Moose

não era seu apelido. Mas que diabos, como era seu nome

verdadeiro? Mastigando minha unha do polegar, vasculhei meus bancos de

memória do colégio e sorri. Murphy Masterson. Bam! Meus polegares borraram

as teclas minúsculas e triunfantemente, esperei enquanto o Facebook procurava

pelo homem que tinha que ser meu único amor verdadeiro. Ou minha única boa

opção, o que seria suficiente até que eu encontrasse um candidato para aquecer

meu coração.

Meus resultados foram um ovo de ganso grande e gordo.

Implacável, girei para perguntar a Ally se ela se lembrava do nome do meio

de Murphy quando minha melhor amiga parou atrás de mim, muito mais perto

do que eu esperava. Ela carregava uma cafeteira parcialmente cheia e se debateu

quando colidimos. Eu tentei estabilizá-la, a cafeteira balançou, e a próxima coisa

que percebi, felizmente, é que não estava com um líquido totalmente escaldante

encharcando a frente do meu uniforme recém-limpo.


— Docinho! — Eu gritei, e aproximadamente metade dos clientes do

restaurante se virou para olhar para nós. Eram três pessoas, já que estávamos no

meio do caminho entre a correria do almoço e do jantar.

Ally estava com quase nove meses de gravidez e redonda como a grande

mesa nos fundos, mas ela conseguiu manter o equilíbrio e a

compostura. Diferente de mim. Claro, seu novo perfume não era Eau de Java.

Eu nem gostava de café. Bem, a menos que fosse o mais próximo possível de

um sorvete em uma xícara.

Ela deu um tapinha no meu amplo peito com os guardanapos que estava

puxando do maço do distribuidor de mesa mais próximo. Eu não poderia nem

estar envergonhada com meus mamilos eretos agora. Puta merda, isso estava

quente.

— Você está bem? Você está bem? — Ally repetiu, largando a cafeteira e

arrastando os pés até a próxima mesa para pegar mais guardanapos. — Oh Deus,

você se queimou? Graças a Deus você engoma seu avental até o limite de sua

vida. Provavelmente é à prova de líquidos.

— Engraçadinha. Deixa pra lá. Eu cuidarei disso. Ah, e você se lembra do

nome do meio de Moose Masterson?

Ela não respondeu. Acho que isso não era importante agora.

Meu jardim feminino com teias de aranha poderia esperar até que o resto de

mim estivesse seco.


Balancei meu telefone úmido e o coloquei em uma mesa próxima enquanto

desamarrava meu avental encharcado e o puxava da minha blusa. Levantando

minhas sobrancelhas, deliberadamente torci o avental no chão recém-polido.

Por mim. E estaria lavando-os novamente, já que Ally não estava em

condições de fazer tais tarefas. Deus me livre dela apertar uma criança do

tamanho de uma bola de futebol caso se inclinasse para o lado errado.

Foi isso que ganhei por procurar o amor na hora do trabalho.

— Vou limpar essa bagunça assim que vestir minha camisa reserva. —

Segurando meu avental encharcado bem ao meu lado, andei entre as mesas em

direção ao depósito, apertando as ombreiras da camisa com a outra mão.

Por que diabos não? Eu limparia o chão novamente, de qualquer maneira.

Rapidamente percebi por que não quando Greta, a nova gerente do turno

do dia, gritou pela cozinha enquanto eu corria em direção à sala de descanso. —

Por que aquele chão está uma bagunça florescente quando estamos prestes a

servir nossos clientes do jantar?

— É minha culpa. — Ally correu para a cozinha, com as mãos cheias de

guardanapos molhados. — Eu derramei café em Sege. Não foi culpa dela.

— Sege, que obviamente estava quebrando nossa política de recursos

eletrônicos durante o horário de trabalho? — Greta me lançou um olhar duro.

— Sinto muito... — Comecei, encolhendo os ombros.

Era o que ganhava por perseguir determinadamente sexo. Não existia sexo

em meu mundo. Não era essa a razão de eu ainda ser virgem?


— Comece a limpar essa bagunça. Mitch chegará em breve, e não queremos

que ele veja este lugar parecendo um naufrágio.

— Vamos lá. — Ally disse. — Vou cuidar disso antes de sair.

— Acho que não. — Eu voei para frente para agarrar seu braço, embora já

tivesse começado a desabotoar minha camisa. Mas ei, a modéstia não era

importante comparada a proteger minha melhor amiga grávida.

— Por Hades. Você vai sentar e descansar esses tornozelos inchados. Ou

volte a encher os dispensadores de ketchup como fazia antes.

— Mas-

— Não quero nenhuma desculpa. Você vai sair de licença maternidade esta

semana. Te mato se você fizer qualquer coisa para fazer com que meu sobrinho

saia mais cedo.

Ok, então a criança não era tecnicamente uma parente minha, mas perto o

suficiente. Eu pretendia mimá-la como se ela fosse da família da mesma forma.

Ally esfregou a parte inferior das costas. — Meu filho não é tão sensível, e

nem eu. Além disso, foi minha culpa. Meu equilíbrio está errado agora. Eu

cuidarei disso.

Evidentemente, Greta não se comoveu com nossa comovente demonstração

de preocupação com a melhor amiga. — Eu não me importo qual de vocês,

senhoras, mas alguém tem que ir lá e limpar o café. Então é melhor uma de vocês

mexer o traseiro agora.


Eu estava prestes a dizer a Greta o que exatamente ela poderia fazer com

meu traseiro - como beijá-lo - quando o clique agudo de sapatos caros me fez

virar.

E fiquei cara a cara com Oliver Hamilton.

Ele se elevava acima dos meus 1,70m por cerca de trinta centímetros. Ou

três. Mesmo que ele fosse um gêmeo idêntico, não havia dúvidas sobre com qual

Hamilton eu estava cara a cara agora. Seth nunca usava ternos completos, ao

invés disso costumava combinar jeans escuros com uma jaqueta e camisa, sem

gravata. Oliver parecia não usar mais nada além de ternos. Eu só o tinha visto de

jeans duas vezes, e uma vez foi quando ele estava ajudando Seth com algum

trabalho pela casa. O jeans parecia novo, recém-saído da loja. Assim como o

terno de hoje parecia personalizado e primorosamente cortado para caber em seu

corpo esculpido.

Ele não tinha nada que estar aqui. Já era ruim o suficiente Seth aparecer na

cozinha da lanchonete o tempo todo, mas agora Oliver? Mas Oliver ia aonde

queria e raramente recebia um não.

— Olá, acho que não nos conhecemos. — Disse ele em sua voz suave e

aparentemente calma. Seus olhos, no entanto, brilhavam como brasas

carbonizadas de uma fogueira. Tão escuros que poderiam ser pretos,

especialmente quando ele parecia chateado.

Como agora mesmo.

Eu pisquei. — Você se esqueceu de tomar seus remédios de novo,

Hamilton? O que você está fazendo aqui? Há apenas funcionários nesse horário.
Mas ele não estava falando comigo. Não, sua atenção estava diretamente

fixada em Greta, que parecia presa entre se contorcer e tremer por estar sob o

escrutínio implacável de um homem tão dominador.

Ou isso, ou as garras de Greta eram muito pequenas. O que explicaria

muito.

— Oh, eu sei que não. — Greta ficou instantaneamente toda radiante, um

sorriso brilhante envolvendo seu rosto normalmente severo. Ela passou por mim

e estendeu a mão para Oliver. — Meu nome é Greta Conrad. Sou nova na

cidade. Acabei de me mudar para cá na semana passada. Uma velha amiga de

Mitch. Ele é dono do The Rusty Spoon. — Acrescentou ela com orgulho, como se

Oliver fosse se impressionar com seus amigos importantes.

Eu escondi um sorriso malicioso atrás da minha mão. Não muito.

Oliver apenas olhou para a mão dela sem pegá-la. — Adorável. Deixe-me

dizer quem eu sou. Meu nome é Oliver Hamilton e Alison é minha cunhada. —

Ele projetou o queixo para Ally, que estava da mesma cor dos tomates alinhados

na bancada da cozinha. — Então, eu apreciaria muito se você se abstivesse de

fazer exigências físicas a uma mulher que está grávida de nove meses. Ou então

serei forçado a entrar em contato com meu advogado, e ninguém quer isso, não

é?

— Oliver. — Ally disse fracamente. — Estou bem, e só tenho mais dois

dias...

— Temos um acordo? — Oliver interrompeu, olhando fixamente para Greta.


O sorriso de Greta havia sumido. Ela acenou com a cabeça rapidamente,

então me fixou com um olhar. — E esta? Ela também é sua cunhada ou pode

realmente trabalhar para limpar a bagunça que causou?

Eu me arrepiei. Oliver me odiava. Só Deus sabia o que ele

diria. Provavelmente diria a Greta que eu poderia limpar o chão e os banheiros

também, para garantir.

— Ela está de folga agora. — Seu olhar caiu abaixo do meu rosto e

demorou. — Ela deve estar, já que nem está completamente vestida.

Soltei um grito assustado e agarrei minha camisa meio aberta mais apertada

no meu peito agora arfante e corri para o corredor de trás. Fui direto para o meu

armário na sala de descanso, movendo-me tão rápido quanto minhas solas

sensatas podiam me levar.

Graças a Deus, a sala de descanso estava vazia. Veja, o universo pode ser

benevolente de vez em quando.

Falar com Greta e Ally com a camisa meio aberta, discutir com a camisa

aberta, mostrando que meus seios exigem mais apoio do que um sutiã de vovó,

era uma coisa. Os cozinheiros estavam trabalhando nos fundos, e fiquei

perturbada o suficiente para não lhes dar atenção. Jean, uma das outras

garçonetes, provavelmente tinha entrado e saído sem que eu notasse, mas

provavelmente usava sutiãs de vovó também.

Oliver, no entanto, era uma história muito diferente.


Regra número um de ter um inimigo mortal, nunca deixe que eles vejam

você suar... ou ande por aí de lingerie, especialmente se não for nem

remotamente sexy.

Girei a combinação do meu armário. Ok, então ele não era meu inimigo

mortal. Não tínhamos motivos graves para não gostar um do outro, exceto que

ele dormia com qualquer mulher que se mexesse, e eu não poderia fazer nada a

menos que pagasse por isso. Não que eu devesse usar isso contra ele, mas fiz

porque ele era um idiota sem humor que se levava muito a sério.

E que acabara de entrar e defender a cunhada, e a mim, mais ou menos,

como um cavaleiro vestido de Hugo Boss.

Joguei meu avental molhado no fundo do meu armário e tirei minha camisa,

deixando-a cair na mesma pilha. Eu arrumaria mais tarde. O importante agora

era pegar minha regata altamente reveladora - ótimo trabalho em escolher uma

camisa sobressalente - e um avental. Bem, depois de usar alguns dos tecidos que

guardei para emergências, para limpar minha considerável divisão. Pelo menos o

café não tinha feito muito mais do que irritar levemente minha pele. O rosa já

estava começando a desbotar.

Pequenos cuidados, porque ir ao pronto-socorro com seios queimados era a

última maneira que eu queria passar à tarde.

Olhei para dentro do meu sutiã e tirei o algodão. Eca, estava encharcado de

café. Eu não tinha um sutiã sobressalente comigo. Meu armário não era tão

grande. Nesse ritmo, eu precisaria armazenar uma roupa nova inteira lá.
Por sorte, meu loft era perto. Eu poderia escapar e correr para minha casa,

então tomar um banho rápido e esfregar minhas bochechas até parar de corar

como uma... bem, uma virgem.

Tirei minha regata e um avental sobressalente, coloquei-os pela cabeça,

agarrei meu cordão com as chaves do meu apartamento e bati a porta do

armário.

E me virei para encontrar Oliver parado na porta, os braços cruzados sobre

o peito distraído.

— Jesus! Você é como um maldito gato, sempre se esgueirando.

Tanto para a minha resolução de ano novo de parar de xingar. Eu nunca fiz

isso, mas trabalhando na lanchonete, adquiri o hábito. Desde o primeiro dia do

ano, eu vinha tentando o truque do jarro de palavrões de Seth e Ally. Eles

começaram a prática de reduzir os palavrões para que sua filha Laurie não

ouvisse palavrões, mas eu decidi empregar também.

Foi preciso trocar meu frasco de juramento, por uma caixa de leite. Depois

outro do tamanho do galão de água. E ainda estamos no final de janeiro.

— Eu não me esgueiro. Eu a segui em um ritmo razoável, mas você estava

muito envolvida em sua tarefa para me notar. — Ele inclinou a cabeça. — Devo

dizer que seu senso de moda é verdadeiramente único.

Minha primeira inclinação foi fazer outro ruído indigno e envolver meus

braços sobre o peito. Mas o avental era grosso e, considerando todas as coisas,

oferecia uma cobertura decente. Que seja. Estaria condenada se agisse confusa

perto dele novamente.


Seria tolice, então seja o que Deus quiser. Eu apenas contaria este dia com

um grande palavrão e colocaria uma nota de vinte na maldita caixa.

— Você tem um motivo para estar aqui ou só quer tornar um dia já horrível

ainda pior?

Ninguém poderia dizer que não tentei e quebrei minhas resoluções.

Uma emoção sem nome passou por seus olhos escuros, mas sua pose

preguiçosa e curiosa nunca mudou. — Você não tem que tolerar isso, sabia?

— Ela é nova, tentando se provar. Tenho certeza de que tudo ficará bem

quando Greta se instalar. — Eu não tinha certeza disso, mas não iria derramar

minhas tripas para um cara que realmente não se importava de uma forma ou de

outra.

— Você tem o dinheiro da venda da pousada. — Ele continuou como se eu

não tivesse falado. — Você deve ter. Seus pais não teriam decolado em seu

Airstream e deixado você sem um tostão após uma venda tão lucrativa.

— Como você sabe o quão lucrativo foi?

Pergunta idiota. A Hamilton Realty era dirigida por Oliver, seu irmão Seth e

o pai deles, e eles cuidaram do negócio. Mesmo que não tivessem intermediado

este em particular, as transações imobiliárias que ocorreram em Crescent Cove

eram seu negócio. Eles sabiam o que estaria chegando ao mercado antes que os

proprietários se decidissem.

Agora Oliver estava tentando espiar o meu, e eu não gostei disso.

— Trabalhar não é apenas uma questão de compensação material. — Torci o

nariz e enrolei meu cordão em volta do meu pescoço. O que exigiu que eu
levantasse os braços, é claro, tirasse o avental de uma forma que eu não teria

pensado muito, se não fosse pela mudança repentina de Oliver na porta. Ele não

saiu, apenas voltou para o corredor sombrio.

Fiz uma careta. Esquisito. Eu não tinha esquecido de usar desodorante hoje,

não é? Não havia maneira de verificar discretamente, mas, novamente, eu não

conseguia sentir o cheiro de nada além de café agora. Que bom que estava

aprendendo a quase gostar disso.

— Então, você espera que eu acredite que você trabalha aqui pela

satisfação? Isso inclui os joanetes que você está tentando evitar usando sapatos

tão feios?

Desta vez, eu suspirei. Não havia como evitar. Ao lidar com um inimigo,

não havia muita coisa fora dos limites. Mas insultar os sapatos de uma

mulher? Isso estava além do aceitável.

— Eles são extremamente confortáveis. O que exatamente você quer? E por

que está se escondendo no corredor?

— Eu não estou me escondendo. — Sua voz parecia tensa quando ele deu

um passo à frente, movendo-se rápido o suficiente para parecer estar bem na

minha frente em duas passadas largas. — Tenho uma reunião para a qual estou

atrasado e quase me esqueci de entregar isso.

Eu ainda estava tentando me ajustar à sua proximidade repentina - como

poderia sentir o cheiro de sua colônia picante mesmo por cima do café? - quando

ele tirou um objeto do bolso interno de sua jaqueta e o pendurou na minha

frente.
— Está faltando alguma coisa? — Ele perguntou quando não me mexi.

Como poderia? Eu apenas acidentalmente virei meu olhar para sua

cintura. E abaixo. Logo abaixo. Para onde seu terno de corte impecável tinha uma

falha de design ou então ele estava enfrentando uma aflição que até mesmo uma

virgem poderia identificar a um metro e meio de distância.

Ele estava duro. Tinha quase certeza. Certamente, até eu poderia detectar

uma ereção, apesar de minha experiência limitada.

— Sege. Olhe para cima. — Sua voz estava embargada. Totalmente sem

diversão. Porque estava tudo bem se ele meio que cobiçasse meus seios, mas eu

não tinha permissão para a mesma cortesia.

Não que estivesse cobiçando tanto, mas tentando entender. Ele tinha uma

daquelas condições em que uma brisa rápida o deixava duro?

Ou poderia ser...

Não.

Meus seios não eram suficientes para fazer um homem como ele ficar

ereto. Eles eram seios perfeitamente bonitos, até mesmo atraentes, mas ele era

um homem do mundo que dormiu sabe-se lá quantas mulheres.

Mulheres que não guardaram “La Perla” para encontros. Datas bimestrais,

se essas mulheres fossem eu.

Minha cabeça levantou e meu olhar se conectou ao meu iPhone. E eu

amaldiçoei fortemente minha ideia genial de colocar a tela “nunca desligada”

para que eu pudesse dar uma olhada no trabalho sem perder tempo para digitar

minha senha.
Idiota.

— Moose Masterson, hein? — O tom de Oliver era pensativo. — Qualquer

homem chamado Moose deve valer a pena uma busca furtiva no trabalho.

— Ele vale. — Tentei pegar meu telefone de volta, mas ele simplesmente o

segurou mais alto. Fora do meu alcance.

Não foi difícil, pois eu sentia como se estivesse encolhendo na proporção

direta de sua altura e largura esmagadoras a cada momento que passava.

E seu ereto... membro estava bem ali.

— Quem é ele, exatamente? Um velho amigo?

— Por que você se importa? Posso pegar meu telefone? — Houve outra

pergunta que quase fiz também.

Como você pode ser tão galante em repreender Greta e ser um idiota

absoluto quando se trata de lidar comigo?

Mas não acho que poderia usar a palavra idiota quando havia um live-

action1 a alguns centímetros de distância. Eu não conseguia nem ficar tranquila

com isso, porque pintos totalmente funcionais eram uma ave rara em minha

vida.

Às vezes, ser virgem era uma droga. Tudo bem, todos os tempos.

— Certamente. Até limpei o café para você. — Seu sorriso fino era tão

caloroso quanto à expressão de uma cobra antes de atacar, mas ele entregou meu

1 Live action, na tradução literal, significa "ao vivo", mas quando falamos sobre produções cinematográficas, o termo quer

dizer que uma animação foi remodelada e, desta vez, foi gravada com atores reais, com cenários e/ou animais realísticos
telefone da mesma forma. — Só estou batendo papo enquanto você fica parada

de sutiã.

— Não estou só de sutiã, espertinho. — Aliviada por ter meu telefone de

volta em minha posse, fechei o aplicativo do Facebook e abri minhas mensagens

de texto. A primeira era da estação de rádio onde ganhei uma viagem para Las

Vegas. Adiei isso o máximo possível, de repente não tão animada com minhas

possibilidades de conexão fora do estado como antes.

Aquele encontro idiota que tive nas férias meio que matou meu otimismo

quando se tratava de sexo. Se um cara não conseguisse continuar, mesmo

quando eu fosse a próxima coisa a ficar nua na frente dele, que chances eu teria

de competir com as show girls de Las Vegas por sexo indiscriminado?

Precisamente nenhuma.

Então, novamente, Oliver tinha um problema de saúde ou ele achava meus

braços nus excitantes.

E ele estava olhando por cima do meu ombro, o bisbilhoteiro.

— Não, isso de novo. — Ele murmurou perto do meu cabelo, claramente

examinando o respingo vermelho brilhante do texto. — Amor em Vegas? Última

chance? Como se alguém fosse correr para fazer uma viagem patrocinada pelo

rádio. O que você ganha, duas taças de champanhe de cortesia e uma hortelã no

travesseiro em sua suíte?

Talvez ele não estivesse realmente duro. As sombras podem fazer muitas

coisas. Não tinha sido isso que eu disse a mim mesma quando parecia que Jim
não estava tão animado quando tirei a roupa? Eu disse a mim mesma para

manter meus olhos nos dele e seduzi-lo com meu olhar.

Paguei por isso com um lagarto mole, e não da variedade lagartixa.

— Por que você simplesmente não pega o prêmio em dinheiro em vez da

viagem? — Oliver parecia tão pragmático, e uma parte de mim queria rir, já que

eu estava apenas focada em seu pau. Isso não iria chocar a rigidez dele?

Huh, havia uma maneira de responder à pergunta da ereção de uma vez

por todas. Se eu pudesse encontrar bolas suficientes para fazer o trabalho.

Encontrar clitóris suficientes simplesmente não tinha o mesmo brio, então

eu teria que ficar com a referência não anatomicamente correta.

— Vou viajar. — Eu disse com firmeza. — Pretendo ir e me divertir

muito. Beber descontroladamente e ser libertina em uma cidade onde ninguém

sabe quem sou.

— Você está pensando em ir sozinha?

— Sim. — Dei de ombros e fingi estar absorta no texto que já havia lido e

relido três vezes.

A verdade era que estava obcecada com meu experimento científico.

E estava indo para isso.

Em um ou dois segundos.

— Isso não é seguro. Especialmente se você está planejando beber. Você

precisa de juízo, ou de alguém de confiança para garantir que...


— Minha melhor amiga está grávida, então o que você espera que eu faça?

— Dei de ombros novamente, me apressando. — Vai ficar tudo bem. O que pode

acontecer? Exceto eu transar.

Provavelmente, isso não aconteceria. Falei e pensei ser um bom jogo, mas

provavelmente não seria capaz de puxar o gatilho com um estranho. Mesmo que

esse gatilho fosse feito de carne.

Oliver respirou fundo e se afastou de mim. — Você pode ter problemas.

Mas não longe o suficiente, e não rápido o suficiente. Eu também poderia

ser como uma cobra, rápida e letal.

Empurrei de volta para ele, deliberadamente fazendo contato com certa área

vital.

Meus olhos se arregalaram. Meus mamilos decidiram se juntar à

briga. Entre minhas pernas, áreas antes dormentes fluíam como lava sobre o

Monte Vesúvio.

Ereção avistada, confirmado. E como.

A única coisa que não planejei era o que fazer quando descobrisse que ele

estava duro. Meu corpo estava pressionado contra o dele e nenhum de nós se

moveu, estranho.

Mesmo que meus hormônios estivessem acelerados repentinamente. Eles

não tinham moral ou bom senso.

Oliver é o inimigo, lembra? Mesmo que ele tenha a constituição de

um stripper do Magic Mike.


— Parece que você tem problemas em suas calças. — Eu consegui dizer,

enquanto ele fazia um som de asfixia que poderia ter sido um gemido ou

possivelmente o precursor de um evento cardíaco.

E como uma mulher sexualmente não liberada como eu era, fugi.


Capítulo Dois
Oliver

SAGE ABRIU o armário por tempo suficiente para pegar o casaco, depois o

vestiu e desapareceu pela saída traseira da sala de descanso.

Fiquei olhando para ela. Sua partida foi tanto uma maldição quanto uma

bênção.

Problemas com minhas calças? Era assim que ela chamava quando um

homem ficava impotentemente excitado ao vê-la em um simples sutiã de algodão

branco?

Eu não estava orgulhoso disso. Na verdade, tentei esconder minha situação

ficando no corredor. Mas a segui para devolver seu telefone, e sim, talvez dar

outra olhada em suas curvas, então eu tive que ser homem.

Agora ela provavelmente pensava que eu não era bem dotado porque

estava no caminho de uma ereção. Graças a recitar a tabuada de trás para frente

na minha cabeça, nada menos. Mesmo isso mal tinha sido o suficiente para

combater seu fascínio.

O cheiro dela trouxe de volta memórias do verão. O sol, a grama verde e a

brisa do lago. Um lembrete extremamente necessário das tardes mais quentes

neste dia cinzento e gelado. Em camadas sobre tudo estava o aroma de café preto

forte. Tinha cheirado muito melhor nela do que na xícara.


Mas meu controle me salvou de reagir tanto quanto poderia. Eu não era

mais um adolescente. Já era ruim o suficiente para começar. Pelo menos eu

poderia colocá-lo de volta na linha. Eu me orgulhava de poder ficar tão perto

dela, cercado por seu perfume e seus seios mal disfarçados ali mesmo, e

conseguir ficar apenas a meio mastro.

E agora ela provavelmente pensava que metade era o melhor que podia.

Um grunhido saiu da minha garganta. Merda. Eu daria problemas a

ela. Como, eu não tinha certeza.

Ela não gostava de mim. Eu não gostava muito dela. Suas habilidades de

tomada de decisão eram questionáveis na melhor das hipóteses. Aceitar

concursos aleatórios de estações de rádio, viajar sozinha para a cidade do pecado

e procurar na internet por homens chamados Moose, pelo amor de Deus.

A menos que fosse por isso que ela me achava deficiente. Um homem

chamado Moose provavelmente não recebeu esse nome devido ao seu cérebro do

tamanho de um mamífero. Mas eu mesmo não era um homem pequeno. Longe

disso.

Mesmo que agora eu estivesse tentado a fazer uma parada no banheiro

masculino apenas para me assegurar desse fato.

Outra coisa que fiquei tentado a fazer era seguir Sege para interrogá-la

sobre seu significado exato. Talvez eu tenha entendido errado. Nós brigamos

com frequência e raramente poupamos sentimentos. Não precisava me

preocupar se ela olharia para mim com o queixo trêmulo e lágrimas nos

olhos. Na superfície, ela parecia fofa, doce e facilmente magoada. Na


realidade? Ela tinha uma espinha dorsal de aço e uma boca inteligente para

combinar.

Quanto aos seus seios, não importa. Eles não eram relevantes. Eu nem era

normalmente um homem fascinado por seios, embora, obviamente, eu pudesse

apreciar um bom par. Se tivesse que destacar uma parte, bundas eram mais

minha praia, mas eu tendia a ver as mulheres como um todo como criaturas

requintadas. Além disso, o cérebro era o órgão mais sexy de todos, e Sege me

seduziu além da conta. Era tão tortuoso e desviado de tantas maneiras que eu

não esperava.

Como e por que uma mulher caseira como ela, cuja persona praticamente

gritava: “Eu faço meus próprios suéteres de tricô, assisto à HGTV e coleciono

lembranças para meus futuros dois vírgula cinco filhos”, era tão obstinada para

transar em Vegas?

Deveria ser a questão da virgindade. Eu mesmo comecei tarde, não fazendo

sexo até o primeiro ano da faculdade. Quase acidentes ocorreram algumas vezes

antes disso, mas eu frequentei uma escola particular só para meninos e tinha me

concentrado em manter minhas notas em um nível além da reprovação de meu

pai. Seth era o homem das mulheres da família. Eu fui a pessoa bem comportada

que nunca causou confusão.

Fiz uma careta enquanto puxava minha gravata. Alguns ainda podem dizer

que me comportava bem. O que queimava meu estômago mais do que um

pouco. Mas eu nunca quis arriscar meu futuro. Nosso pai não tinha martelado

isso na minha cabeça o suficiente?

Conclua ou você estará compartilhando sua fortuna com um garimpeiro.


Essa mensagem foi recebida em alto e bom som. Não tão bem por meu

irmão gêmeo, no entanto. Ele acabou com Laurie por causa de um acidente no

banco de trás, mas ela se tornou a melhor e mais brilhante parte de sua vida.

Agora ele estava casado com sua melhor amiga do colégio e eles estavam

tendo um bebê e eram extremamente felizes. Quanto a mim, estava perdido.

Nada de novo ultimamente.

O negócio estava crescendo. Nossa aldeia turística de Crescent Cove estava

situada perto o suficiente do lago para atrair visitantes à área. Os Airbnbs e

pousadas da cidade estavam ganhando dinheiro, apesar de ser a parte mais fria

do inverno em Nova York. A casa dos pais de Sege era igualmente lucrativa, até

que eles trocaram tudo por uma aposentadoria precoce e dias de ver o mundo

pelas janelas minúsculas de uma casa sobre rodas. Eles a venderam para aqueles

que viam o progresso de maneira muito diferente e acreditavam que Crescent

Cove não precisava permanecer exatamente a mesma para ser fiel ao seu

patrimônio histórico.

Sege não concordou. Eu não tinha dúvidas disso.

Ela estava sozinha na cidade agora. Seus pais se foram, sua melhor amiga e

companheira de quarto, Ally, recém-casada estava grávida. Achei que fazia

sentido Sege querer um pouco de aventura em sua vida, mas a viagem grátis que

ela ganhou de uma estação de rádio não era a resposta.

Inferno, ela provavelmente viajaria em um ônibus.

Então havia Moose. Esse nome soou vagamente familiar. Eu não tinha

frequentado o ensino médio com Seth, Ally e Sege, embora ela estivesse alguns
anos atrás deles e não os conhecesse na época. Eu fui exilado na escola

preparatória, mas ainda assim, muitos dos suspeitos do costume que

frequentaram a escola secundária local eram da cidade e não tinham ido

longe. Eu teria que perguntar a Seth se ele se lembrava.

Não, eu não faria. As dificuldades românticas de Moose Masterson e Sege

não eram meu problema. Ela era amiga da minha cunhada, então é claro que eu

estava preocupado com seu bem-estar, mas a preocupação tinha seus limites.

Ela parava bem perto do quarto. E das buscas clandestinas no Facebook.

Duas garçonetes entraram na sala de descanso, conversando e rindo antes

de ficarem repentinamente em silêncio. Uma delas era de meia-idade e se

comportava como uma avó se comportaria com a maioria dos clientes que

entravam na lanchonete. Não eu, claro. Ela me tratou como se eu fosse tão mortal

quanto um vírus em rápida mutação. A outra mulher era muito jovem.

Eu me mexi, envolvendo as duas com um sorriso. — Olá, Jean. — Eu disse,

rapidamente voltando minha atenção para a pequena ruiva ao seu lado. — Você

deve ser nova?

— S-sim. Meu nome é Stacy. Stacy Bennington.

— Prazer em conhecê-la. — Estendi a mão, simplesmente para ser

educado. — Eu sou Oliver Ham-

— Ela está na faculdade. — Jean retrucou, agarrando o braço da ruiva e

empurrando-a para longe de mim.

Adorável. Eu não poderia nem mesmo tentar trocar cumprimentos

amigáveis com as mulheres neste lugar sem que elas ficassem irritadas.
Quase imediatamente, a voz de Sege invadiu meu cérebro.

Sua reputação te precede, prostituto.

— Esta sala é para funcionários do The Rusty Spoon. — Disse Jean atrás de

mim. — E só deles.

Está bem então.

Eu as saudei. — Tenham um bom dia, senhoras.

Stacy corou, e Jean me lançou punhais que Sege teria apreciado. Ela pode

até ter sido uma aluna de Jean.

Acho que ia pedir meu café para viagem. Com sorte, Ally estaria pronta

para partir. Eu tinha um propósito ao visitar o restaurante esta tarde, e não era

para deixar todas as mulheres na lanchonete irritadas.

Porque, eu nem tinha certeza.

Eu era uma pessoa decente. Eu me oferecia na cozinha da sopa solidária. Eu

cuidavada minha sobrinha com o mínimo de suborno. Eu me orgulhava de

conseguir para meus clientes o máximo possível de dinheiro para suas

propriedades. Eu era um ótimo irmão, cunhado, filho e amigo.

Eu até freava para os esquilos.

Só porque eu gostava de dormir com mulheres bonitas por um breve tempo

antes de me separar mutuamente satisfeito, isso me tornava digno de ser tratado

como um pária em minha própria cidade natal?

Sim, afirmou a invisível Sege. Absolutamente.


Eu ajustei minhas abotoaduras de platina, marcadas com o brasão dos

Hamilton, e caminhei pelo corredor com minha dignidade intacta e o resto da

minha ereção firmemente banida. Nesse ritmo, poderia nunca mais ficar duro

novamente.

Quem eu estava enganando? Tive um encontro com Úrsula na noite de

sexta-feira e ela foi deslumbrante. Ela também não teve problemas com o nosso

arranjo ser casual.

E não reclamou.

Na entrada do corredor, Ally estava esperando, já vestida com seu casaco

azulado, o cinto enrolado firmemente em torno de sua barriga crescente. Eu tinha

visto fotos de ultrassonografia suficientes para saber que havia um bebê humano

ali, mas sem a evidência pictórica, eu poderia ter acreditado que ela estava

prestes a dar à luz um bebê T-Rex. Ela normalmente era frágil, mas meu sobrinho

mudou tudo isso e deu a ela um brilho adorável.

— Finalmente. — Ally disse, torcendo as mãos. — Estava me perguntando o

que aconteceu com você.

— Eu disse que voltaria logo depois de entregar o telefone.

— Voltaria? Isso foi há quinze minutos, e estou morrendo de fome.

— Sinto muito por mantê-la esperando. — Eu coloquei a mão em suas

costas e a conduzi até a porta. — Você percebe que está em um lugar onde

servem comida?

— Ugh, de jeito nenhum. Não posso comer nada daqui agora. — Ela tocou a

barriga e fez uma careta. — Você sabe o que eu poderia comer?


Eu estava com medo de descobrir.

— Um cheeseburger duplo e gorduroso. — Seus olhos brilharam quando ela

sorriu para mim. — Talvez um shake de morango para mergulhar minhas

batatas fritas. Ooh sim.

Sufocando um suspiro, abri a porta e empurrei Ally para a calçada

gelada. Tínhamos tido um raro intervalo no clima, mas pelo cinza metálico do

céu e o cheiro de neve no ar, não duraria muito. A neve estava prevista para a

noite e pode até começar assim que o dia chegar.

Eu provavelmente ainda estaria preso na pista de checkout do drive-thru.

— Sabe, tenho certeza de que lidar com os desejos é o trabalho do meu

irmão. Ele cometeu o crime, ele cumpre a pena.

Ally bufou. — Ele lidou com muitos dos meus desejos. Incluindo os picles

da semana passada e do sorvete de haxixe celestial.

— Eu não quero saber. — Eu era uma pessoa decente, não um santo entre os

homens.

— Além disso, é sua culpa Seth não ter me levado para casa hoje.

— Oh sério. Como você descobriu isso?

— Ele teve que conseguir mais algumas coisas de última hora para o bebê

hoje, e não poderíamos ir na sexta à noite como planejamos por causa do seu

encontro.
— Então, porque tenho uma vida e nem sempre posso assistir aos Rugrats2,

eu sou o problema?

— Tente fazer compras com uma criança de quatro anos e verá que a lógica

funciona.

— Oh, vou tentar. E você decidiu ter outro exatamente por quê?

— As alegrias superam em muito as provações. Oh, Oliver, sério? — Ela

parou no meio-fio e colocou as mãos nos quadris. — Com esse tempo?

— Neva metade do ano aqui. Se você quer desfrutar de um carro esporte,

tem que aproveitar os dias claros. Além disso, eu não sabia que seria chamado

para servi-la até depois do almoço. — Eu me curvei e fiz uma grande produção

ao abrir a porta do passageiro do meu cupê vintage. — Você vai caber se for

cuidadosa.

— Vou ter cuidado. — Ela me lançou um olhar que Jean teria aplaudido,

balançou e deslizou no assento, dispensando minha ajuda.

Encolhi os ombros e fechei a porta, em seguida, rodei o capô. Algumas

pessoas simplesmente não gostavam de um gesto gentil.

Assim que me afastei do meio-fio, ela jogou sua próxima bomba em mim.

— Não quero ir ao Dairy Burger. — Ela reclamou quando eu virei à

esquerda para ir em direção a um estabelecimento local. — Eu quero

McDonald's.

— Claro que sim.

2 No Brasil o desenho chamado Os Anjinhos.


— Pense como uma grávida. Os desejos são uma coisa muito específica e os

substitutos não funcionam.

Estremeci. — Prefiro me castrar com um pote de vaselina e um alicate.

— Eu imaginei isso. — Ela deu uma risadinha. — Úrsula ficaria muito

decepcionada.

Virei em uma rua lateral para inverter a direção. Naturalmente, o

McDonald's tinha que ser o oposto. — Ela me quer mais do que meus atributos

masculinos.

Isso me rendeu outro bufo. — Sim, ela ficaria feliz com a outra coisa em suas

calças também. Exceto que é quadrado e feito de couro.

— Você tem uma mente suspeita, assim como meu pai.

— E você não vê?

Eu via, e foi exatamente por isso que levei mais tempo do que meu irmão

gêmeo para começar a circular muito socialmente. O que eu poderia

dizer? Sempre fui superestimado.

Mas eu não era um prostituto, apesar do que alguns possam pensar. Eu era

muito mais discriminador do que muitos acreditavam.

— Não seja desconfiada como Sege. Por falar nisso, um homem pode

desfrutar de jantares e bebidas com uma mulher sem se envolver nos prazeres da

carne. Francamente, me perturba que tudo se transforme em sexo com vocês,

mulheres.
— Nós mulheres? A quais mulheres você está se referindo, posso

perguntar? E nem tudo é sobre sexo comigo agora. Posso verificar que se

passaram exatamente três semanas e...

— Já chega. — Eu levantei a mão. — Se você quiser que seu shake de

morango mergulhadas em suas batatas fritas, é nojento, a propósito, você vai

parar com essa linha de conversa.

— Então, o que você quer dizer com mulheres? — Eu podia ouvir seu

sorriso em sua voz.

— Eu vi Jean e Stacy entrando na sala de descanso atrás de você. Jean

incomodou você de novo? — Ally examinou suas unhas. — Nós sabemos que

Stacy não teria. Aposto que você a deixou muda.

Não respondi. De alguma forma, tive a sensação de que não importava o

que eu dissesse em minha própria defesa. O M escarlate havia sido afixado em

meu peito com tinta indelével.

— Ou foi Sege quem mexeu com você? — Ally continuou, tamborilando os

dedos na porta. — Ela estava vermelha por causa do café e de Greta. Eu não

levaria isso para o lado pessoal.

— Quando é que levei sua personalidade grosseira para o lado pessoal? —

Fiz sinal para entrar no Mc Donalds, sufocando um suspiro para a meia dúzia de

carros à nossa frente na fila.

Ninguém comia em casa?

— Ela vai nessa viagem neste fim de semana. Para Vegas. Tenho certeza que

você ouviu sobre isso. Ela só tem falado sobre isso.


— Halloween. — Eu interrompi amargamente. — Sim, eu ouvi sobre isso. A

viagem onde ela espera ser possivelmente sequestrada e vendida para o

comércio do sexo por indivíduos sem escrúpulos.

Ally engasgou. — Você não acabou de dizer isso. Uma mulher tem o direito

de se divertir.

— Não disse que ela não tem. Mas pode ser perigoso para uma jovem

ingênua viajar sozinha, especialmente quando deixou bem claro que está

deixando suas inibições em casa. Nem todo mundo é digno de confiança, e estou

apenas preocupado que ela não possa fazer as melhores escolhas se os homens

que ela conhecer não forem francos. — Dei de ombros e acelerei para avançar

meia polegada. — Não é problema meu.

— Eu sabia. — Ally estalou os dedos. — Eu poderia dizer que você estava

preocupado.

— Como estaria com qualquer pessoa em tal situação.

— Certo. Se Seth dissesse que estava indo para Las Vegas para encontrar

uma conexão, você certamente o impediria.

— Caso você tenha esquecido, Seth é casado, então eu procuraria um bom

advogado para falar com ele. — Eu sorri. — Mas não, eu não impediria porque

ele é um homem do mundo e...

— Chega de besteira. É porque ele é um homem. Ponto final.

— Ele não é Sege. — Pisei no acelerador novamente e pisei mais forte do

que o necessário no freio. — Cheeseburger duplo, você disse?

— Por que isso faz diferença?


Bati meus dedos no volante e rezei por paciência. — Batatas fritas grandes,

não é? Com um grande shake?

— Oliver, sério. Você acha que ela vai ter problemas ou algo assim? — Ally

mordeu o lábio. — Eu nunca estive em Vegas. É tão ruim?

Fiquei tentado a brindá-la com estatísticas que fariam seu rabo de cavalo

girar, mas ela estava grávida. À beira de estourar, nada menos. Ela não precisava

de estresse ou especulação indevida.

— É uma grande cidade urbana, com tudo o que a acompanha. Mas,

provavelmente, tudo ficará bem.

— Ela nunca saiu de Nova York. — Ally brincou com sua aliança de

casamento. — Nem mesmo para a faculdade. Ela foi para uma escola no interior,

então poderia estar por perto para voltar para casa e trabalhar no Ninho do Beija-

Flor sempre que seus pais precisassem dela. Férias de inverno e nas férias de

verão, coisas assim. Ela descobriu que eles estavam vendendo o lugar enquanto

estava em casa para um intervalo e suspendeu seu diploma, supostamente para

que pudesse ajudar com a venda. Mas foi o fim disso.

Isso se encaixava muito bem em Sege. Mesmo que eu não soubesse muito

sobre ela, era óbvio que ela agradava as pessoas.

Só não agradava a Oliver, já que claramente, eu era uma ameaça aos

impulsos de domesticação feliz de todas as mulheres da cidade. Eu não ficaria

surpreso se um dia eu entrasse na lanchonete e visse uma foto minha com um

corte e as palavras “apenas diga não” estampadas no meu rosto.


— Ela nunca voltou? — Dei uma leve batida no acelerador e avançamos

alguns centímetros. Podemos fazer pedidos em algum momento deste século. —

Nem mesmo para cursos noturnos ou online?

— Não. As notícias que seus pais estavam vendendo realmente a

abalaram. Ela havia perdido o impulso de tornar os espaços bonitos, eu acho,

porque ela realmente não sentia mais como se tivesse sua própria casa. Então nós

fomos morar juntas, e eu desisti dela também. — Ally suspirou. — Temos um

quarto vago em casa. Mais de um. Tenho debatido em pedir que ela se mude

para lá.

— Para que ela possa ser sua babá? Bem, isso é útil.

Ally empalideceu. — Como você pode dizer isso?

Eu não tinha certeza do por que disse isso. Minha cunhada não era

oportunista. Além disso, eu seria a vítima favorita deles para babá, não Sege.

Eu só podia imaginar a diversão que teria assistindo dois de seus filhos,

especialmente quando um deles poderia indiscriminadamente me borrifasse com

xixi.

Limpando minha garganta, envolvi minhas mãos ao redor do

volante. Restava apenas dois carros. — Parece que ela tem sido extremamente

conveniente para muitas pessoas, incluindo aquelas que a amam.

Ally ficou em silêncio. Meu primeiro impulso foi mudar de assunto. Pedir

desculpas. Algo.
Ah, inferno, era por isso que eu me limitava a refeições agradáveis, cheias

de flertes e insinuações com mulheres do sexo oposto. Obviamente, eu não sabia

como conversar com elas de outra forma.

— Você está certo. — Ela disse finalmente. — Essa não era minha intenção, é

claro. Mas ela é tão boa com Laurie e tão natural em fazer de uma casa um lar...

— Ela suspirou. — Provavelmente acabaríamos nos apoiando nela sem querer.

Foi a minha vez de permanecer em silêncio, sem contar meu estômago

roncando. Talvez um cheeseburger duplo não soasse tão ruim, afinal.

Isso foi o que ganhei por ficar sentado na fila olhando as placas que

anunciavam o lugar por quinze minutos. Eles realmente me fizeram desejar algo

gorduroso.

Um momento depois, eu finalmente rolei até a caixa de pedidos e pedi dois

do que Ally havia pedido. Ela me olhou boquiaberta enquanto eu avançava na

fila em direção à próxima janela.

— Como você sabia que eu queria duas batatas fritas? Não tenho certeza se

consigo comer os dois hambúrgueres, mas talvez...

— Um é para mim.

— Oh. — Suas sobrancelhas se ergueram. — Uau. — Ela ficou quieta por

meio segundo. — Então, sexta à noite com a Úrsula? Tem mais alguma coisa

planejada para o fim de semana?

Eu fiz um som evasivo. Normalmente, perguntas como essa levavam a uma

maratona de assar bolos na minha cozinha, com Laurie e eu competindo para ver

quem poderia ser coberto com mais farinha.


— Sem outros planos? — Ela pressionou enquanto eu pisava no acelerador e

seguia em frente na fila sem fim.

— Não. — Eu disse finalmente, a culpa corroendo minha espinha. Eu

realmente amava Laurie e não tínhamos tido muito tempo para sair

ultimamente. — O que você quer de mim desta vez? Deixe-me adivinhar, uma

visita ao Chuck & Lanches? Ela mencionou isso da última vez que a vi. Ou talvez

uma exibição do mais recente clássico da Pixar no cinema. Contanto que não seja

uma repetição daqueles trolls vis.

— Aww, Trolls era super fofo. Já assistimos três vezes.

— É por isso que você é a procriadora e eu apenas o tio benevolente. — Fiz

um gesto de me dê com os dedos. — Agora diga. O que você quer de mim?

Ela mordeu o lábio antes que uma série de palavras surgissem.

Só para constar, eu não gostei de nenhuma delas.

— Eu normalmente não perguntaria isso, porque tento muito não me

intrometer, e ela tem idade para fazer o que quer e viver sua própria vida, mas

não posso deixar de ficar um pouco ansiosa. Com o bebê chegando tão cedo,

meus sentidos de mãe estão ficando loucos, e nós apreciaríamos se você pudesse

fazer uma coisa por mim... por nós. Seth ficaria feliz também.

Ela fez uma pausa longa o suficiente para encher os pulmões de oxigênio.

— Então, você pode ir com Sege para Vegas? — Eu não tinha certeza, mas

acho que ela piscou para mim. — Cunhado, lindo, por favor?
Capítulo Três
Sage

Coloquei de lado todos os pensamentos sobre a ereção de Oliver. Pelo que

eu tinha ouvido de suas namoradas ao longo dos anos, muitas vezes seus

relacionamentos não demoravam muito. Tinha até aquela música “Jizz in My

Pants” onde o cara se empolgava com a brisa soprando, comia uvas e todo tipo

de loucura. Essa não foi minha experiência, mas alguém sempre bagunçou a

curva.

Deixe para mim.

Considerando que Oliver realmente estava sexualmente excitado por mim,

eu, especificamente, era muito rebuscado para engolir. Eu tinha bons seios, mas

pelo que ouvi, ele via essa parte da anatomia feminina com muita frequência

para ficar animado com os meus. A menos que os meus fossem mais estupendos

do que eu acreditava, e o pênis de baixo desempenho de Jim não pudesse

corroborar esse fato.

Independentemente disso, eu estava seguindo em frente.

À medida que o fim de semana se aproximava, liguei para a estação de

rádio e tentei remarcar minha viagem mais uma vez. Para abril ou maio,

talvez. Quando Ally poderia viajar e saborear uma fuga de seu recém-nascido.

Então, eu gostava de me iludir. Me processe.

A estação de rádio, no entanto, não gostava de delírios.


Você já reagendou várias vezes. Fode ou sai de cima.

Disse mais ou menos isso, é claro. Um pouco.

Eu estava tão desorientada sobre como proceder que nem tentei encontrar

Moose novamente. Isso não tinha dado certo no outro dia, e diabos, eu estava

indo para Las Vegas de qualquer maneira, por que procurar um flerte do

passado quando eu poderia potencialmente encontrar um novo?

Mais uma vez, percebi que isso era improvável, já que o perigo de um

estranho era uma preocupação real em relação à minha “senhora". Mas as

fantasias são gratuitas.

De qualquer forma, Moose provavelmente não ficaria muito feliz em ouvir

falar de mim. Eu acidentalmente pisei em seu sapato enquanto dançava no baile

e quebrei um osso de seu pé.

Se pelo menos eu soubesse, naquela época, que o dado da minha vida

amorosa já havia sido lançado.

Sexta-feira de manhã, acordei para meu último turno na lanchonete antes

dos meus poucos dias de folga, sentindo enxaqueca e uma coceira no

estômago. Tinha certeza de que estava pegando uma forte gripe. Eu peguei

Laurie na escola alguns dias atrás e conversei com sua professora e alguns de

seus colegas e, naturalmente, o lugar estava infestado do vírus.

Eu estava doente. Obviamente, não poderia viajar.

Um dia de trabalho e da gritaria de Greta sem nem mesmo a presença

reconfortante de minha melhor amiga, que agora estava de licença maternidade,

não melhorou minha condição. Arrastei-me para a minha cama às dez da noite
com a trilha sonora de risada reconfortante das Golden Girls me embalando para

dormir, confiante de que o destino estava me instruindo a não viajar para a terra

da luxúria.

Meu estado primitivamente virgem continuaria.

Estranhamente, eu estava bem com isso. Talvez a resposta fosse considerar

situações alternativas em que minha virgindade seria um bônus em vez de um

aparente prejuízo.

Como o convento.

Eu passaria o sábado examinando essas opções, apenas para

garantir. Mesmo sem viajar para me envolver em desejos carnais, eu não

pretendia me tornar uma freira agora. As coisas não eram tão terríveis. Mas se

em, cinco a dez anos, eu ainda não tivesse encontrado alguém para compartilhar

minha cama, se não minha vida...

Bem, eu sempre estive em paz na igreja e tinha uma ótima voz para cantar

hinos.

A coisa de não xingar definitivamente se tornaria um requisito. Eu teria que

trocar meu jarro de plástico por uma lata de leite legítima e antiquada.

Dormi agitada na sexta à noite, certa de que acordaria no sábado doente

demais para voar. Era apenas a coisa educada a fazer, não contaminar meus

companheiros de viagem.

Em vez disso, acordei antes do meu alarme, me espreguicei e percebi que

me sentia absolutamente bem.

Não havia como voltar atrás agora.


Pelo lado bom, fiz as malas outro dia. Meu guarda-roupa era uma mistura

de roupas casuais divertidas e sedutoras, e peças mais formais para a noite. Eu só

estaria lá nas noites de sábado e domingo, voltando segunda-feira, então a

viagem não exigia uma tonelada de roupas. Ainda assim, me preocupei em

incluir mais um par de saltos de tiras apenas no caso. Eu só tinha três pares, e os

outros dois já estavam na mala, junto com minhas sapatilhas. Eu estava muito

despreparada para Las Vegas e pensei tanto se realmente queria ir que fiz pouca

pesquisa e não agendei nenhum show. Felizmente, a viagem à estação de rádio

incluía dois ingressos para ver Celine Dion, que eu amava, então tinha uma noite

de entretenimento pronta.

Domingo à noite, eu improvisaria. Veria o que rolaria. Era disso que a

viagem se tratava. Ser espontânea. Deixar os ventos do destino e da mudança me

levarem ao meu destino. E assim por diante.

Provavelmente, acabaria assistindo TV a cabo no meu quarto e bebendo

vinho barato do serviço de quarto.

Depois de verificar minha mala e bagagem de mão pela última vez, desviei

para o banheiro para colocar mais uma leve camada de hidratante no rosto e nas

mãos, já que li que aviões eram extremamente secos. Este era o meu primeiro voo

e não queria encontrar o meu futuro com a pele seca.

Oh Deus, e se eu odiasse voar? Eu provavelmente seria uma passageira

nervosa. Eu tendia a ficar nervosa com a maioria das coisas novas, parte da razão

pela qual permaneci na minha zona de conforto.

Hoje não. Hoje, eu estava dando um grande salto.


Meu telefone apitou com uma notificação. Olha só, o Uber estava lá fora, na

hora certa.

Epa, eu estava realmente fazendo isso. Sozinha. Primeiras férias desde

sempre, primeira viagem solo, primeiro voo. Por todo o país, nada menos.

Eu poderia até ficar orgulhosa de mim mesma mais tarde, se não entrasse

em um ataque de pânico antes mesmo de chegar ao aeroporto.

O lado positivo era que eu havia planejado com antecedência. A papelada e

as informações necessárias estavam reunidas e prontas. Eu passei pelo detector

de metais, embora tive que levantar meu suéter leve, apropriado para viagens, e

minha camisa fina por baixo quando algo zumbiu em volta da minha cintura e

eles precisaram verificar se eu não estava levando nada. Então eu estava no meu

caminho, meus passos animados, a excitação finalmente começando a superar os

nervos.

O tempo de embarque estava próximo e eu estava pronta. A Cidade do

Pecado e eu estávamos prestes a interagir com o hardcore.

Segurei a alça da minha bagagem de mão em meu punho e caminhei pelo

corredor do avião, procurando por minha fileira. Uau, assento muito bom. Ouvi

a aeromoça falar. Talvez tenha sonhado com caviar, mas estava muito feliz com

minhas acomodações até agora. Além disso, elas eram gratuitas.

Acontece que eu estava perto dos fundos. Tudo bem até aí. Parecia que o

avião já estava quase cheio. Eu estava perto do fim da fila devido a um infeliz

acidente com a alça do meu sapato. Não importa, eu estava aqui agora e meu

assento estava certo...


Ali. Perto da janela. Mas antes que eu pudesse chegar lá, eu teria que escalar

um grande homem com aparência de Lenhador em jeans e flanela com uma

barba longa o suficiente para uma trança francesa, e um cara de aparência rica

em um terno elegante...

Espere um segundo. Eu conhecia aquele cara de aparência rica.

— O que diabos você está fazendo aqui? — Exigi, plantando a mão em meu

amplo quadril e olhando por cima da cabeça do Lenhador para o empresário ao

lado dele. Um que eu conhecia muito bem e não gostava muito.

Especialmente agora, quando ele estava prestes a sequestrar minha grande

aventura solo por razões desconhecidas. Patife.

Oliver tirou os óculos escuros, por que ele os estava usando no avião, eu não

sabia, e me deu um sorriso fino e proibitivo. — Eu acredito que este é um voo

comercial público. Embora Deus saiba por que alguém escolheria

voluntariamente viajar desta forma.

— Ei. — O Lenhador retumbou com uma voz profunda que se encaixava

perfeitamente nele.

— Ele fala. Perguntei antes e você apenas grunhiu.

— Não estou neste voo para fazer amigos e influenciar as pessoas.

Eu fiz uma careta. — Isso é simplesmente rude. Por que você está aqui? —

Antes que Oliver pudesse responder, eu dei a Lenhador meu sorriso mais

brilhante e amigável de Crescent Cove. — Devo me desculpar pelo

comportamento de meu inimigo. Ele não sai muito. Estou muito bem. Como vai

o senhor?
Lenhador realmente enrubesceu. — O-oi. — Ele disse, e Oliver fez um

barulho que soou como nojo, ou possivelmente indigestão em seu café da manhã

pré voo. — Estou bem. Bem, quero dizer. Obrigado. — Ele rapidamente puxou

minha pequena bolsa da minha mão. — Deixe-me guardar isso para você. — Ele

se abaixou para colocá-la sob o assento à sua frente.

Deus, ele era grande e largo. Como conseguiu se encaixar naquele pequeno

espaço?

— Ora, obrigada. Isso foi muito gentil da sua parte. Qual o seu nome? —

Estendi minha mão. — Meu nome é Sege Evans, tenho vinte e seis anos e sou de

aquário. Fiz aniversário na semana passada. Na verdade, estou no limite, mas me

identifico mais com minha natureza aquariana.

— Aquário, sério? — Oliver balançou a cabeça. — Por que você não diz a ele

sua cor e refeição preferidas enquanto está nisso?

— Rosa Pink e um bom bife com pimenta e cebola extras. — Eu sorri,

embora por dentro estivesse me encolhendo por ser tão honesta. Não havia nada

de sexy em admitir que gostava de comer cebolas, mas, novamente, eu não

estava tentando marcar um encontro. Só fazer um amigo.

E sim, eu também queria irritar Oliver. Já que ele estava fazendo um ótimo

trabalho ao tentar parecer que não dava a mínima para a conversa - não -

obviamente, eu tive sucesso.

— Rosa fica bem em você. — Disse o Lenhador, mexendo-se na cadeira e

inclinando o queixo para o meu cardigã fino. — Eu também gosto de sanduíches

de bife.
Exceto que ele pronunciou sammiches, o que era muito fofo.

— Por favor, sente-se. — Acrescentou ele após um momento. — Seus pés

devem estar ficando cansados.

— OK. Mas eu gostaria de sentar ao seu lado, não perto da janela. — Dei a

Oliver um olhar duro.

— Você sentará ao meu lado, mesmo que eu me mude para o assento da

janela. — Oliver disse, como se eu não fosse inteligente o suficiente para

descobrir isso sozinha. Mas ele se moveu para perto da janela do mesmo jeito.

Dei de ombros. — Pelo menos um dos meus companheiros de assento será

agradável.

Lenhador se levantou para que eu pudesse entrar na fileira e me sentei,

tomando cuidado para não tocar em Oliver de forma alguma. Não foi fácil. Ele

era um homem grande, embora muito mais denso. Não havia chance de ele

invadir meu espaço pessoal. Eu imaginei que era provavelmente um dos credos

da vida de Oliver Hamilton.

Fique na sua própria pista.

Mas eu tendia a me esparramar. Esses assentos eram minúsculos para uma

mulher corpulenta como eu. Eu só teria que ter cuidado para não ficar do lado de

Oliver, não importa o quanto eu possa ficar tentada a isso.

— O que você está fazendo aqui? — Sibilei para Oliver no segundo em que

o Lenhador pediu café à aeromoça.


Ele alisou a gravata verde-primavera como se não tivesse nenhuma

preocupação no mundo. — Como já disse, este é um voo comercial. Eu não tenho

que explicar minha presença aqui para você ou qualquer pessoa.

— Uh-huh. Você está aqui porque acha que preciso de um acompanhante.

— Mesmo quando disse isso, argumentei comigo mesmo.

Oliver não gosta de mim. Por que ele daria a mínima se eu viajasse para Las

Vegas para me divertir?

O que não parecia provável de qualquer maneira. Ficaria feliz em jogar um

pouco, talvez fazer compras, aproveitar o clima quente e dormir em uma cama

diferente por algumas noites. Se eu encontrasse um cara legal para jantar, seria

uma vantagem. Mas eu sinceramente duvidava que fosse capaz de abrir minhas

pernas para um estranho, não importa o quanto eu desejasse ser selvagem.

Eu simplesmente não era. Isso não significa que eu não poderia sair da

minha zona de conforto.

— Você é uma mulher adulta. E não precisa de ninguém cuidando de você.

Eu inclinei minha cabeça. — Por que sinto que há um mas chegando?

— Esta viagem me permitirá perseguir alguns interesses comerciais, então é

uma dupla vantagem, você poderia dizer.

— Você não tem negócios em Vegas.

— Na verdade, isso é incorreto. Eu sempre viajo o máximo que posso, e isso

representou uma oportunidade para negócios e lazer.

— Oh sério? Que lazer, exatamente, você acha que encontrará?


Não me importava. Verdadeiramente. Mas ele era o cunhado de Ally e nós

teríamos um longo voo. Poderíamos muito bem conversar.

Não era como se eu pudesse fazer com que ele fosse jogado para fora do

avião. Como Oliver disse, ele tinha o mesmo direito de estar aqui como qualquer

outra pessoa.

E se houvesse uma pequena - muito pequena - parte de mim que estava feliz

por ele estar aqui, bem, então eu acabaria com essa merda.

Uh, merda.

— Ora, o prazer de passar um tempo com uma amiga. — Seu sorriso era tão

confiável quanto o de um ladrão de banco. — Viajei sozinho muitas vezes e é

chato. Achei que você gostaria de ter alguém para brincar de guia de viagem e

oferecer algumas dicas.

— Ah-ha! Eu sabia que você estava aqui para me espionar.

— Em que, por acaso? — Sua sobrancelha negra se ergueu e algo

estremeceu dentro de mim que eu não suportava examinar. — Sua tentativa de

encontrar um homem para atividades sexuais?

— Perdoe-me por interromper, mas não pude deixar de ouvir. — Disse o

Lenhador, com as sobrancelhas franzidas. — Isso não é seguro, Srta. Evans. A

menos que você opere em um sistema de camaradagem.

Eu dei a ele um sorriso tenso. — Me chame de Sege.

Oliver se inclinou sobre mim e deu a Lenhador um olhar que poderia ser

considerado amigável, se alguém fosse otimista. — Não se preocupe. Vou servir

como amigo dela.


Não havia como parar meu bufar. — Você não tem a menor ideia de

como. Você pelo menos tem outros amigos além de Seth e Ally? E eles são

relacionados a você, então nem contam.

Assim que os comentários sarcásticos saíram, me arrependi. Oliver mereceu

meu lado sarcástico, mas isso não me dava o direito de ser cruel.

— Eu sinto muito. — Engoli em seco. — Isso foi desnecessário.

Ele estava estranhamente silencioso, virando seu olhar escuro e insondável

para a janela. — Não. — Ele disse depois de um momento, e meu peito se

apertou com arrependimento e vergonha.

Desde quando eu era tão insensível? Não era. Claro, eu gostava de brigar

com Oliver, e nosso relacionamento ríspido era diferente de qualquer outro que

eu já tive. Geralmente, as pessoas gostavam de mim e eu geralmente sentia o

mesmo. Mas desde o primeiro dia com Oliver, éramos como fogo e água,

misturando-nos estranhamente na melhor das hipóteses. Na pior das hipóteses,

brigávamos por causa de cada maldita coisa.

Isso não me deu motivos para magoá-lo. Especialmente se ele realmente se

importasse comigo o suficiente para se preocupar em voar para Las Vegas, na

classe econômica, até mesmo, apenas para ter certeza de que eu estava bem. Ele

não era um homem que fazia muito mais por alguém que não fosse um de seus

entes queridos, e esses eram poucos e distantes entre si.

O calor se espalhou sob meu esterno. Talvez ele não me odiasse tanto

quanto eu acreditava.

— Você quer ser meu amigo?


Quando ele não respondeu, tentei não me incomodar. Ou preencher o

espaço com tagarelice.

Ele virou a cabeça e me pegou em um olhar tão intenso que eu poderia

muito bem estar enraizada no lugar. Eu não conseguia respirar, não conseguia

pensar.

Ele simplesmente acenou com a cabeça.

Quando ele se afastou novamente, soltei um suspiro longo e instável. Uau.

— Serei seu amigo também. — O Lenhador ofereceu, e quando olhei para

ele, percebi que estava olhando para o lado da cabeça de Oliver.

Oliver o estava ignorando abjetamente.

— Aww, isso é fofo. — Eu apertei o braço musculoso do Lenhador e sorri

para ele. — Meu também?

— C-claro. — O sorriso que ele me deu era sem malícia.

Exatamente o oposto de Oliver, e ainda assim me senti estranhamente

atraída por ele. Era porque ele foi o primeiro homem com quem falei por mais de

um momento durante a minha busca?

Oliver, isto é, não o Lenhador. O Lenhador era gentil e parecia uma boa

pessoa, mas não mexeu comigo. Não que Oliver tenha também.

Claro que não. Isso seria loucura. Eu nem tinha bebido ainda. No minuto

em que o sinal de voo foi aceso, porém, eu mal podia esperar para desfrutar da

minha primeira experiência de beber durante o dia. O copo de vinho ocasional

com o almoço não contava.


Quanto a Oliver, devo estar ovulando ou algo assim. Não havia nenhuma

outra razão terrena pela qual ele faria qualquer coisa por mim além de causar-me

angina.

Oliver se inclinou no meu colo novamente e seu olhar caiu para a minha

mão ainda segurando o bíceps de Lenhador por um instante antes de sorrir para

o outro homem. — Eu sou leonino.

Lenhador travou a mandíbula. — Uh, eu não entendo de signos e essas

coisas.

Eu não sabia por que queria rir, mas queria. — Quando é seu aniversário?

— 11 de julho.

— Câncer. Você é um homem empático. Não é à toa que você se ofereceu

para ser amigo de Oliver. Você tem uma alma benevolente. Os Leoninos,

entretanto, podem se orgulhar e não querem aceitar ajuda. Eles também são

arrogantes e geralmente têm crinas esvoaçantes. Hmm, você nem tanto. —

Inclinei minha cabeça e estudei o corte quase militar de Oliver. A frente era mais

longa e às vezes atingia seus olhos, apenas para ser impiedosamente empurrada

para trás.

Como agora mesmo.

— Não sou um hippie. — Murmurou ele, recostando-se na cadeira e

pegando um tablet. Ele imediatamente começou a digitar com os polegares.

Conversa terminada. Está bem então.

Inclinei-me para o Lenhador. — Não ligue para as maneiras dele. — Eu

sussurrei. — Ele é novo no negócio de amigos.


— Eu ouvi isso. — Oliver disse sem olhar para cima. — Devo me agarrar ao

seu braço também para mostrar nossa amizade?

Relutantemente, soltei o Lenhador. Ele era bom e forte para se agarrar.

Ainda bem que estávamos prestes a decolar. Eu estava pronta para aquela

bebida.

Os avisos necessários foram recitados e eu ouvi com atenção extasiada as

várias verificações de segurança mencionadas. Tão emocionante. Eu mal podia

esperar para colocar tudo isso em meu planejador de memórias quando voltasse

para casa. Oh, as fotos! Quase me esqueci na minha exuberância.

Puxando meu telefone, tirei fotos do interior do avião, incluindo uma do

Lenhador, que sorriu amplamente. Quando virei o telefone na direção de Oliver,

sua carranca foi o suficiente para que eu o abaixasse.

Eu iria substituir uma foto de Oscar The Grouch 3em sua lata de lixo por

Oliver.

Suspirando, guardei meu celular. As luzes se apagaram e coloquei o cinto

de segurança, me preparando para a decolagem. Essa seria a parte

divertida. Uma vez que estivéssemos no ar, eu teria que tirar meu suéter reserva

da minha bolsa para minhas pernas. Estava muito frio aqui.

Um som estrondoso de rolamento encheu o avião e meu estômago revirou,

caindo aproximadamente até os joelhos. Gritei e agarrei um braço, só que desta

vez não era o do Lenhador.

3 Oscar the Grouch é um personagem fictício do programa de televisão Vila Sésamo da PBS / HBO. Ele tem um corpo verde,

sem nariz visível e vive em uma lata de lixo. A coisa favorita de Oscar é o lixo, como evidenciado pela música "I Love Trash", com
um tema recorrente sendo sua coleção de itens aparentemente inúteis.
— Oh meu Deus, o que é isso? Turbulência?

A risada de Oliver teria me enfurecido se eu pudesse processar totalmente o

rugido na minha cabeça. — Não pode haver turbulência até que esteja no ar.

Fique calma. Fique calma. Milhões de pessoas fazem isso todos os dias.

O chão pareceu tremer sob meus pés e desisti de qualquer pretensão de

estar relaxada. Enterrei meu rosto no ombro de Oliver e soltei um gemido.

Para meu choque total, ele segurou a parte de trás da minha cabeça com sua

grande mão e acariciou meu cabelo, dizendo baixinho para o Lenhador: —

Voando de avião pela primeira vez.

O Lenhador respondeu algo que soou como “sorte sua” antes que outro

estrondo ocorresse e algum barulho definitivo. Eu poderia dizer que estávamos

subindo porque minha barriga estava balançando como uma truta pescada, mas

as carícias de Oliver no meu cabelo eram surpreendentemente calmantes.

— Só mais um minuto ou dois e vamos nivelar.

Eu não disse nada, já que ainda estava segurando e escondendo meus olhos

como uma criança apavorada. Sem dúvida, isso me mortificaria mais tarde, mas

agora? Eu estava gostando muito de estar aninhada contra Oliver.

Deve ser a queda de adrenalina depois da minha resposta de lutar ou

fugir. Além disso, ele cheirava incrivelmente fabuloso. Como eu nunca percebi

antes?

Concedido, eu nunca tive meu nariz enterrado em suas roupas antes, ou me

pressionado contra músculos firmes e ondulados, mas ainda assim. O cheiro era

uma mistura intrigante de cedro que me lembrava do armário do meu quarto em


casa, sabonete e o leve aroma de suor limpo, tudo em camadas com uma colônia

almiscarada de alta qualidade. Delicioso.

Quase comestível, se eu não estivesse no meio de um ataque de pânico.

O avião pareceu nivelar mais ou menos ao mesmo tempo em que sua mão

parou de se mover sobre meu cabelo. — Você está me cheirando? — Ele

perguntou em meu ouvido.

Seu hálito quente bagunçou meu cabelo e um arrepio percorreu meu corpo

que não tinha nada a ver com a corrente de ar do avião. O que estava errado

comigo? Nunca reagi assim a ele quando estávamos em Crescent Cove. Claro,

posso ter esbarrado nele de vez em quando, só porque ele era um pedaço sólido

de carne de homem, mas não era exatamente sexual. Mais como se eu estivesse

em uma seca de atenção do sexo oposto e ele era um idiota completo, mas era

muito masculino.

— Você cheira a cedro e almíscar.

— Almíscar? Essa palavra é horrível.

Eu fiz uma careta e finalmente me afastei, embora mantivesse meu domínio

sobre ele apenas no caso de o avião fazer algum movimento repentino. — Não é

como... Almíscar próprio. — Sua sobrancelha arqueou e tossi na minha mão. —

Como o cheiro da colônia masculina. Você sabe. É um fato comprovado que um

cheiro particular excita a maioria das mulheres.

— Ah, é? É por isso que você se agarrou a mim como uma craca em um

navio? E eu pensando que era porque você era uma voadora inquieta.
Pulei para trás tão rápido que meu cotovelo acertou o braço de Lenhador. —

Ops, desculpe.

— Você pode se segurar em mim de novo, se quiser. — Seu sorriso

esperançoso estava em contraste direto com o barulho que Oliver fez em sua

garganta. Não consegui definir com precisão, mas me lembrou de um gato

possessivo e irado. Parte rosnado, parte grunhido, todo macho alfa.

Caramba, eu realmente precisava transar. Estava obcecada por atributos

masculinos.

— Boa oferta, mas acho que o tempo para preocupação já passou. — Oliver

disse ao Lenhador, como se tivesse o direito de falar por mim.

— Isso é o que você diz. — Eu murmurei.

O avião estava balançando. Adorável.

— Isso provavelmente é um pouco de turbulência. Há tempestades em...

Eu cobri meus ouvidos e bloqueei Oliver. — La-la-la, não consigo ouvir

você. — Achei que aquele gesto infantil seria o suficiente para fazê-lo recuar para

o que quer que estivesse fazendo em seu tablet.

Em vez disso, ele passou o braço em volta de mim e me puxou para mais

perto, colocando minha cabeça sob seu queixo. Meu cinto de segurança impedia

o movimento, mas de alguma forma o fizemos funcionar.

— Melhor? — A palavra retumbou em seu peito e direto no meu.

Minha resposta foi algo semelhante a — ughkmph.

Essa maldita colônia de novo. Era uma provocadora de hormônios ou algo

assim? E eu realmente estava com frio, e ele não estava. Seu peito era tão sólido,
assim como seu aperto em volta dos meus ombros. Eu queria me aconchegar e

ficar um pouco.

Não porque era Oliver. Claro que não. Só porque eu estava nervosa, com

frio e oprimida.

Ele também estava um pouco quente. Só um pouco. Verdade seja dita, seu

irmão gêmeo era mais bonito. As outras garotas da lanchonete haviam feito uma

pesquisa uma vez, sem a contribuição de Ally. Mesmo antes do casamento, ela

tinha sido a melhor amiga de Seth e dificilmente imparcial. Todas as outras

mulheres disseram que Oliver era o mais gostoso dos dois, por causa de seus

ternos e seu ar geral de impermeabilidade. Como se ele fosse um rei e qualquer

mulher adoraria uma chance de se sentar em seu colo.

Eu? Eu escolhi Seth. Ele era mais amigável. Mais acessível. Era menos

provável que um objeto de arte saia da bunda dele.

Agora, porém, eu não estava tendo problemas com nenhuma parte de

Oliver. E toda aquela coisa de sentar no colo? Poderia ter acontecido se esses

assentos fossem um pouco mais largos.

— Você está tremendo. Onde está o seu casaco? — Oliver puxou a manga

do meu suéter fino. — Isso dificilmente é capaz de mantê-la aquecida.

Levei um ou sete minutos para reunir meu juízo o suficiente para falar. Se

eu tivesse mais alguns músculos na garganta, provavelmente teria ronronado.

— Indo para Vegas. — Murmurei, lutando contra o desejo de pressionar

meu nariz em seu pescoço. Houve gestos agradáveis e, em seguida, quis usá-los

como uma oportunidade para cruzar a linha.


Eu tinha limites. Agora não. Mas em geral.

— Sua bagagem? Você está em Nova York agora. Ou você estava quando

entrou neste avião.

— Não queria embalá-la. Tudo que precisava era um par de vestidos

bonitos, saltos de tiras e talvez um maiô - gah! — Eu empurrei para cima,

batendo o topo da minha cabeça contra seu queixo glaciar. Nós dois gememos, e

o som vindo dele era muito mais sexy do que deveria ser.

Isso foi o suficiente. Eu estava finalmente cedendo e compraria um vibrador

quando voltasse para casa. Obviamente, algo havia assumido o controle da

minha libido e toda a racionalidade tinha voado pela janela. A liberação tinha

que ser a resposta.

Ou isso ou uma lobotomia.

Esfreguei minha cabeça, olhando para sua gravata para não ter que

encontrar seus olhos. Escuros como estilhaços, ígneos como carvão em brasa. —

Desculpa. Acabei de perceber que esqueci meu maiô. Droga. Merda. —

Suspirei. — Deveria ter trazido o jarro comigo. Agora vou ter que fazer

anotações.

— Pelo menos metade do que você diz não faz sentido. Não tenho certeza se

sou o único que a interpretou mal ou se você é geralmente incompreensível.

O Lenhador se aproximou. — Eu também não entendi nada, amigo.

Oliver sorriu fortemente. — Obrigado pela corroboração.

— Eu mantenho um pote de palavrões; você sabe, como Seth e Ally fazem.

Oliver revirou os olhos. — Esse absurdo infernal. Sim.


— Você acha que falar palavrões em torno de uma criança é adequado?

— Acho que a vida é um lugar difícil e assustador, e os palavrões são o que

menos preocupa qualquer pessoa.

— Tenho que discordar de você, amigo. — Lenhador balançou a cabeça. —

Algumas palavras simplesmente não são apropriadas para orelhas pequenas.

— Ou as de Sege, aparentemente, já que ela está se autocensurando. Como

você vai nesse quesito. O que, diga-se de passagem, quase quebrou minha

mandíbula com sua cabeça dura como pedra?

— Eu já disse. Esqueci meu maiô. O que realmente é uma merda. Não que

eu saiba nadar, mas planejei descansar perto da piscina...

— Biquíni? — Oliver perguntou, e não houve falta de interesse em seu

tom. Não os olhos dele, já que eu ainda não tinha arriscado olhar para eles.

— Hum, não. Uso uma peça única modesta com uma saia.

— Por quê?

— Oh, eu não sei, porque este corpo não foi feito para...

Ele colocou um dedo sobre meus lábios. — Pare aí, porque tudo o que você

disser só vai me irritar.

Lenhador teve que intervir. — Ele está certo, você sabe. Seu corpo é ótimo.

— Ele limpou a garganta, possivelmente pelo jeito que Oliver ergueu a cabeça

como se estivesse farejando sangue. — Perdão. Eu não quis dizer nada

desagradável com isso. Só que você é uma mulher bonita, Srta. Evans.
Um caroço estava crescendo na minha garganta. Se pela rápida repreensão

de Oliver ao que eu estava prestes a dizer ou pelo elogio do Lenhador, eu não

sabia.

Dois homens bonitos indicavam que me achavam atraente. Não era nem

mesmo que eu discordasse. Eu tinha os mesmos problemas que qualquer outra

pessoa, mas na maioria dos dias, achava que tinha um rosto bonito. Um corpo

bastante bom, embora um pouco rechonchudo. Só não valia a pena usar biquínis.

— Vou comprar um biquíni para você. — Disse Oliver, tirando o dedo da

minha boca como se a discussão tivesse acabado.

— Posso comprar meu próprio biquíni.

— Bom. O assunto está resolvido.

Não estava, mas recostei-me na cadeira e mordi o lábio. Eu não compraria

um biquíni, mas talvez prefira um maiô de duas peças mais reduzido. Até

mesmo enlouqueceria e ficaria sem a saia. Isso seria divertido.

— Ah, e já que estamos no assunto de compra, tomei a liberdade de

atualizar sua suíte de hotel. Eu estarei na porta ao lado. Não se preocupe, uma

porta de conexão está entre nós, mas você pode trancá-la o quanto quiser.

Já que eu ainda estava pensando em roupas de banho, levei um segundo

para alcançá-lo. — Com licença?

— As acomodações da estação de rádio eram uma merda.

Sua declaração ousada me fez estremecer. — Você precisa de um pote de

palavrões também. Talvez uma mala de palavrões.


— E você nem sabe a metade do que eu digo quando estou suficientemente

motivado.

Eu fiz uma careta. — O que você... — A expressão penetrante que ele usava

me deu uma pista da minha ingenuidade.

De muitas maneiras.

— Oh.

— Sim, oh. Você realmente tem alguma objeção a uma suíte de hotel mais

agradável? Você não viaja muito. Por que não fazer direito?

— Você não deveria estar assumindo. Esta é a minha chance de ser

independente, de viver a vida sem amarras. — Tinha mais reclamações, mas elas

não estavam saindo rápido o suficiente.

Provavelmente porque ainda estava me perguntando como Oliver soava

quando “suficientemente motivado”.

Apenas academicamente. Tanto quanto pessoalmente? Não. Então não dei a

mínima.

— Seja tão livre quanto você deseja. Eu também serei.

— Ah não. Você não estará pegando mulheres enquanto eu não tenho

escolha a não ser assistir. — Eu não estava gritando. Tive quase certeza.

Até que uma criança, dois corredores à nossa frente, começou a gritar e sua

mãe se virou para olhar para mim.

— Importa-se de manter a voz baixa?

— Se importa em não se comportar como se você fosse meu papaizinho?


— Primeiro, você está gritando porque está preocupada se vou pegar as

mulheres e forçá-la a assistir. Agora você está me chamando de seu

papaizinho. Por favor, escolha seu argumento.

— Ou... Ambos. Você nem deveria estar aqui, pelo amor de Deus. — Eu

levantei a mão na direção da mãe horrorizada. — Desculpa. Desculpa. Vou me

controlar.

Honestamente, eu não tinha certeza se conseguiria. Minhas emoções

estavam balançando para frente e para trás com mais força do que o avião tinha

começado. O que era simplesmente fabuloso.

Como se ele soubesse que eu estava à beira do pânico novamente,

simplesmente me puxou e acariciou meu cabelo novamente. Golpes longos,

regulares e suaves que me fizeram fechar os olhos, apesar de tudo.

— Você é minha amiga, lembra? Como eu sou seu. Esse é o espírito com que

atualizei sua suíte.

Eu grunhi e me agarrei.

— Quaisquer outras alterações propostas, perguntarei primeiro.

— Obrigada. Quanto ao outro assunto... — Ele não respondeu por tempo

suficiente para que eu recuasse e inclinasse a cabeça. — Sair com mulheres? —

Eu solicitei, sem saber por que isso importava tanto.

Ele era solteiro e desimpedido. Em qualquer caso, sua vida amorosa não era

da minha conta. Especialmente porque eu pretendia talvez fazer uma conexão

amorosa comigo mesma, se o destino fosse gentil.


Mas Oliver era muito bom no jogo do amor. Eu provavelmente

desenvolveria inveja de comparação e congelaria. Isso simplesmente não

funcionaria em minhas primeiras férias livres.

Exalei, meus ombros relaxando. Isso parecia plausível.

Graças a Deus.

Caso contrário, eu teria que admitir que as intermináveis conexões de Oliver

me incomodavam. E essa foi uma conversa maluca.

Seus lábios se curvaram. — Posso garantir que vou ocupar minhas mãos

com uma única pessoa durante todo o fim de semana. — Ele não me deu a

chance de responder antes que seu dedo pressionasse meus lábios novamente. —

Você não é muito mais do que um bebê, então não questione.

Eu não poderia reclamar. Não quando sua voz ficou rouca e áspera e seus

olhos estavam chamando os meus, me forçando a olhar para eles ou morrer.

Os argumentos voaram da minha cabeça.

Com a aterrisagem certa à vista, ele me puxou de volta contra seu peito. Eu

fui, porque não havia nenhum outro lugar onde eu queria estar naquele

momento.

Mesmo ele sendo um idiota mandão que já estava tentando controlar as

coisas.

Mesmo que pudéssemos lutar contra o tempo.

Mesmo que ele não devesse estar lá.

Fiquei muito feliz por ele estar.


Capítulo Quatro
Oliver

Segurar Sege Evans foi considerado um dos maiores erros da minha vida.

Não porque não gostei. Exatamente o oposto.

Eu não era carinhoso depois do sexo. Definitivamente não era. A menos que

eu estivesse flertando, normalmente eu passava com dificuldade. Só não é minha

praia. Não fui criado com muito carinho e nunca desenvolvi nenhuma afinidade

particular por proximidade física que não envolvesse meu pau.

Canalha, mas é a verdade.

Sege se enrolou em mim como se eu fosse seu abrigo em uma tempestade

brutal. Fantástico, mas ainda verdadeiro. Ela pretendia não gostar de mim, ou

não gostava antes de embarcarmos neste voo, mas se aninhou em mim como se

estivesse faminta por esse tipo de conforto.

Eu teria dito que não. Fui tocado com frequência suficiente para atender às

minhas necessidades. Ou então assim acreditei.

Assim não. Nada assim.

Ela era tão macia. Tão complacente e confiante. Pelo menos neste momento

e neste espaço, senão em outro. Seu longo cabelo loiro estava preso em um rabo

de cavalo bagunçado, as ondas selvagens tentando escapar, e levei tudo o que

possuía para não enterrar meu rosto nos fios grossos e perfumados. Luz do sol
em uma garrafa, esse era o cheiro de Sege. Roupas limpas secando em um varal

no verão. Quente, convidativo.

Inebriante.

E isso não dizia nada sobre como era o toque de sua pele na minha. Ela era

curvilínea como o inferno, e vamos apenas dizer que meu pau não tinha nenhum

problema comigo ser aninhado pelas partes dela que eu apenas cobicei no outro

dia. Seus seios impossivelmente cheios dobrados contra o meu peito

provavelmente viveriam nas minhas fantasias de punheta mais queridas pelos

próximos meses.

Se não anos.

Ela finalmente recuou, uma vez que o voo se estabilizou e o passeio se

tornou suave como cetim. Fingi estar tão absorto no meu trabalho no meu tablet

que não a ouvi conversando animadamente com seu novo amigo, que

provavelmente teria se oferecido para casar com ela se eles tivessem mais

algumas horas no avião.

Infelizmente, eles não o fizeram, embora tenham trocado números quando

se separaram. Rob também me deu seu número, já que agora ele também era

meu amigo. Falavam sobre nos reunirmos para uns drinques quando

voltássemos a Nova York.

Ele era um cara legal, mas eu apenas arquivaria essa ideia com o título não

vai acontecer.

Sege pode não gostar da ideia de me ver transando, mas adivinhe? O

sentimento era mútuo.


Embora valesse a pena questionar porque ela se importava com meus

hábitos amorosos. Eu sabia por que o dela me interessava. Ela era muito doce,

inexperiente e ingênua. Os homens eram, em geral, porcos. E ela era a melhor

amiga de Ally.

Inferno, todo o meu papel por estar aqui nesta viagem era garantir que ela

tivesse um tempo divertido e seguro. Era por isso que eu queria rosnar para Rob

toda vez que ele sorria para ela tão calorosamente. Ele não tinha sido

devidamente examinado ainda, isso era tudo.

Essa deveria ser a única explicação.

Pegamos a mala rosa-abrasadora de Sege na esteira rolante e pedimos um

carro até o hotel. Uma vez que estávamos no banco de trás, ela puxou o telefone

e começou a enviar mensagens de texto, me ignorando completamente.

Tudo bem, então.

— Ally diz olá.

Eu ergui os olhos do meu iPad. — Olá, Ally. O bebê ainda está aí dentro?

Sege suspirou. — Você deve parecer tão desapaixonado sobre seu próprio

sobrinho?

— Quem está sendo desapaixonado? Eu fiz uma pergunta que prova minha

preocupação.

— Claro que sim. — Ela voltou a enviar mensagens de texto.

Eu tinha acabado de voltar a revisar o contrato que apresentaria a Stanley

Curtis na próxima semana para a compra de uma fazenda de laticínios nos

arredores da cidade quando Sege soltou um suspiro e minha cabeça levantou. O


que desencadeou a dor na minha mandíbula, por causa da colisão de sua cabeça

com a minha.

Porque ela tinha esquecido seu maiô. Doce Jesus. Como se eu precisasse

colocar uma foto dela em trajes de banho no meu cérebro.

— O que foi isso?

— Ally encontrou a roupa dos Yankees mais fofa para o bebê. Veja! — Ela

empurrou seu telefone para mim.

Uma pequena roupa de slugger estava espalhada na cama de Ally e

Seth. Isso era fofo. Dificilmente digno de um suspiro, no entanto.

— Adorável.

Sege puxou o telefone de volta. — Vê o que quero dizer? Desapaixonado.

— Estou no meio do trabalho. Lembra, o negócio que você disse que eu não

tinha em Vegas?

Este contrato em particular não tinha nada a ver com Vegas, mas ela não

precisava saber disso. Distração e subterfúgio eram nove décimos da lei.

— Já que está se intrometendo nas minhas férias, você pode pelo menos ter

vibrações felizes de férias.

— Nem tanto, já que, de acordo com você, eu não posso nem fazer sexo.

Eu não sei por que disse isso. Eu não queria fazer sexo. A menos que ela

estivesse pronta para...

Não. Eu estava fechando essa linha de pensamento neste instante.


Minhas vibrações felizes de férias estavam evidentemente residindo em

minhas calças, e eu não estava disposto a lhes dar carta branca.

Sege estreitou os olhos. — Você disse que esta viagem, uma viagem muito

curta de dois dias, devo acrescentar, era para você combinar negócios e ser meu

amigo. A menos que tenha sido o discurso Hamilton e você esteja realmente aqui

para garantir que eu não me divirta enquanto você tem todo tipo de pelúcia que

pode imaginar. Se for assim, você não acha que isso está levando nossa coisa de

inimigo um pouco longe demais?

Larguei meu tablet, mais divertido do que irritado por ter sido

interrompido. Talvez fosse o ar quente de Nevada trabalhando maravilhas no

meu humor, porque nunca me senti tão benevolente com ela em casa.

Então, novamente, ela nunca passou metade de uma viagem de avião quase

no meu colo também.

— É uma palavra que eles usam nos tabloides? Inimigos? Em seguida, você

vai dizer “pare de tentar fazer acontecer”?

Sege ficou boquiaberta. — Você viu Meninas Malvadas?

— Eu conheço minhas referências à cultura pop.

— Ainda assim, você não conhecia o meu inimigo? — Ela voltou a enviar

mensagens de texto. — Provavelmente assistiu com alguma garota que estava

tentando dormir.

— Na verdade, não, eu vi isso com Laurie.

— Ela tem quatro anos. Esse filme é muito avançado para ela.
— E três quartos. — Ela me olhou de lado sério. — Ela tem um caso de

adoração ao herói por aquela Amanda. Aquela que se vestia de rato. De qualquer

forma, não liguei para ela. Ela conseguiu o controle do controle remoto e assistiu

metade dele antes que eu percebesse o que estava assistindo, porque eu estava

enterrado no trabalho. E ouvi aquele filme sem sentido antes de desligá-lo.

— Você não pode permitir que as crianças controlem o controle remoto. Não

é seguro.

— Sim, bem, aquela página do meu manual de pais foi arrancada antes de

eu recebê-la. Além disso, caso você não tenha percebido, — Desenhei um dedo

sobre o rosto. — não sou um pai.

Ela fez um som indignado. — Algumas coisas você simplesmente sabe.

— Talvez se eu tivesse passado anos praticando para minha futura família

com minha boneca Wetsy e o Forno Easy-Bake como você tem feito durante toda

a sua vida, então sim, eu o faria.

Seu rosto pareceu se contrair por um momento, o brilho em seus olhos

desaparecendo antes que ela abaixasse a cabeça e voltasse a atenção para a

tela. Bloqueando-me efetivamente.

Exatamente como eu merecia.

Idiota.

Ser rude com ela era como chutar um cachorrinho. Brincadeira era uma

coisa. Mas foi muito fácil para nós cruzar essa linha.
Assim como quase cruzamos outra linha antes, quando ela estava aninhada

contra mim. Ou talvez o quase cruzamento de linhas estivesse todo do meu lado,

desde que ela conseguiu manter seu juízo sobre ela muito bem.

— Vocês estão indo para a Golden Apple? — O motorista do Uber

confirmou.

— Sim. — Respondi, quando Sege permaneceu muda. Ela ainda não estava

feliz por eu ter atualizado seu quarto.

Mulher teimosa.

— Não moram juntos, espero. Porque vocês dois são um episódio do Dr.

Phil esperando para acontecer. — O motorista riu de sua própria piada.

— Eu nunca ficaria com ele. Quem sabe, posso olhar para ele e fazer

desenhos em seu pênis. — Sege fingiu estremecer enquanto os ombros do

motorista balançavam em uma risada não tão silenciosa. — A próxima coisa que

eu faria, pegaria meu Forno Easy-Bake e tentaria submetê-lo à minha torta.

— Oh, você não teria que me torturar. Tenho a sensação de que estaria

bastante disposto. — Eu dei a ela meu sorriso mais amigável, o tempo todo

planejando como recuperá-la por esta última indignidade.

Meu pênis não queria que ela o desenhasse.

Mentiroso.

— Claro que você estaria. Manwhore para o resgate mais uma vez. — Eu

ouvi um tweet maníaco de seu telefone que indicava que ela estava jogando

algum jogo.
Escolhi ignorá-la. Conversas estúpidas como esta poderiam ser tidas na

privacidade de nossa suíte, ou melhor ainda, não.

— Oooh, prostituto. Ela acabou de falar mal de você, cara.

— Coisa normal para ela. — Eu sorri levemente e voltei ao meu contrato.

Se ela decidisse flertar com esse último estranho, eu não interferiria. Acatei

os desejos de Ally e vim nessa viagem no último minuto porque realmente me

importava com o bem-estar de Sege. Provavelmente, ela estaria bem sozinha. Eu

queria ter certeza disso.

Quanto a ela ficar com alguém? Não era da minha conta. Posso ter que

cerrar os dentes algumas vezes, lembrando-me de como ela se curvou

perfeitamente contra mim no avião, mas os prazeres da carne foram fugazes. E

ela provavelmente nunca se calaria por tempo suficiente para nós fazermos sexo

de qualquer maneira, se eu estivesse interessado em ousar tal coisa.

Jesus, uma virgem. Nem tinha estado com uma virgem quando eu também

era. Minha primeira amante era uma década mais velha do que eu e bastante

experiente. Algo que todos virgem merece na primeira vez.

Quer dizer que Sege merece alguém com sua experiência pela primeira vez?

Eu não estava debatendo comigo mesmo. Eu ia terminar de revisar este

contrato e enviá-lo para Shelly, nossa administradora no escritório

imobiliário. Então, iria absorver pesadamente as libações disponíveis no hotel

enquanto acompanhava Sege em suas “férias super divertidas", completo com

aspas no ar.
O motorista finalmente parou na garagem circular em frente ao Golden

Apple e nós desembarcamos. O check-in foi rápido, embora Sege estivesse

bufando e inspirando o suficiente para que até os outros turistas parecessem

entretidos por ela. O lugar estava bastante abarrotado, eu tinha que

concordar. Ouro falso estava por toda parte, e os lustres eram tão grandes que a

luz prismática estava cegando.

Fomos conduzidos a um elevador dourado e às nossas suítes conjugadas

com tanto alarde que fiquei feliz por ter pagado as despesas extras. O sorriso

radiante de Sege valeu a pena enquanto ela comentava sobre todas as

comodidades.

Infelizmente, seu brilho desapareceu no minuto em que a porta de sua suíte

se fechou atrás do porteiro que deixou nossas malas. Eu teria que carregar a

minha para a porta ao lado para a minha sala de conexão, mas não importava.

— Ugh, eu preciso de um banho. Esse voo foi tão longo. — Ela se jogou na

cama, abrindo bem os braços. Um sapato estava pendurado em seu pé e suas

legging pegajosas definitivamente estavam fazendo seu trabalho.

— Viajamos de uma costa praticamente a outra. — Peguei minhas malas,

me preparando para ir para a outra sala. Eu precisava me refrescar um pouco. —

Tome um banho e talvez tire uma soneca. Vou buscá-la para um jantar tardio às...

Ela apareceu no colchão. — De jeito nenhum. Eu só tenho umas férias

assim. Eu não vou dormir. E olá, banheira de mármore grande o suficiente para

dois. Esqueça o banho. — Ela tirou o cardigã, revelando uma minúscula blusa

com alças que ficavam caindo em seus braços.


Porra, ela não estava de sutiã? Ela tinha que estar. Com toda aquela

generosidade da natureza acontecendo, de jeito nenhum ela poderia passear

livremente. Talvez uma daquelas coisinhas de silicone? Hmm, ou...

— Olá, terra para Oliver. — Ela estalou os dedos. — Você vai ficar aqui o

dia todo, então não poderei experimentar a Jacuzzi, ou você quer se juntar a

mim? — Ela fez a pergunta com um sorriso, pretendendo que eu dissesse não.

Afinal, ela não tinha maiô. E eu era um cavalheiro.

Exceto talvez não agora. Eu ainda estava dolorido de aborrecimento por

causa do carro e talvez estivesse curioso para ver o quão longe ela iria.

Para ver até onde eu iria.

— Você sabe, eu poderia ter um pouco de terapia aquática sozinho. —

Larguei minhas malas e desfiz o botão do paletó. Minha jaqueta de inverno tinha

sido guardada no momento em que descemos do avião, e até meu terno parecia

sufocante com este calor.

Ir de menos cinco graus para quarenta e cinco graus em um dia era

desumano, então por que não pular em uma banheira de hidromassagem quente

enquanto estava nisso?

Especialmente quando Sege agora estava olhando para mim como se eu

tivesse acabado de brotar chifres e presas.

— Você não pode usar a Jacuzzi agora. Vou usar.

— Você não acabou de se oferecer para compartilhar?

Ela balançou as pernas para o lado da cama. — Você não pode estar falando

sério.
— Mergulhar na Jacuzzi não é mais intimista do que na piscina. Embora

você não tenha um maiô, então hmm... problemático. — Eu bati no meu

queixo. — Suponho que você poderia pedir ao porteiro que lhe trouxesse um de

emergência de uma das lojas. Eles farão isso, você sabe, com o incentivo

adequado.

— Não tenho muito dinheiro para dar gorjetas por coisas que posso

comprar sozinha mais tarde. — Ela colocou as mãos sob os braços. — Você

trouxe um traje de banho?

— Sim. Eu sempre gosto de um ou dois mergulhos enquanto estou

hospedado em um hotel.

— Nunca fiquei em um antes. Isso tudo é tão novo. Eu juro, estou com vinte

e poucos anos e é como se nunca tivesse feito absolutamente nada. — Ela soltou

um suspiro. — Você sabe o que? Que seja. Divida o jacuzzi comigo. Vou apenas

improvisar um maiô.

Estava totalmente de acordo com essa ideia.

— Vou entrar. — Disse, tanto para dar a ela privacidade quanto para dar ao

meu pau excessivamente ansioso uma chance de se acalmar.

Ela nem estava ficando totalmente nua, pelo amor de Deus.

Talvez cancelar meu encontro com Úrsula na noite anterior tenha sido um

erro. Evidentemente, eu precisava de algum alívio sério.

Nunca dormi com Úrsula, apesar da opinião prevalecente. Estávamos

namorando há um ou dois meses, não exclusivamente por ela, mas por mim. Foi

um período excepcionalmente agitado no trabalho, enquanto as pessoas se


preparavam para colocar suas casas e propriedades comerciais no mercado ao

primeiro sinal da primavera, então eu me contentava em ir à ópera e ao teatro

com ela e deixar por isso mesmo. Nunca tínhamos passado para o nível físico,

mas não por sua falta de interesse. Fui eu quem pisei no freio, uma e outra

vez. Eu nem sabia por quê.

Agora, enquanto eu preparava a banheira de hidromassagem para Sege e

rapidamente deixava meu traje muito apertado e restritivo, fazia sentido.

Por mais que eu odiasse admitir, a ideia de ser íntimo de Úrsula nunca me

proporcionou um décimo da empolgação como uma banheira de hidromassagem

com Sege.

Úrsula era segura. Previsível. Ela não queria muito de mim, e eu

definitivamente não estava procurando por mais dela além de companhia.

Sege, no entanto, era fruto proibido. A melhor amiga da minha

cunhada. Tudo o que eu nunca deveria querer, tinha uma boca esperta e

sexy. Fui encarregado de mantê-la segura, mas qualquer coisa além disso estaria

arriscando meu relacionamento com Ally. Sege era como uma irmã para ela, e

Ally não acreditaria que eu pudesse querer outra coisa senão sexo.

Inferno, mesmo se eu quisesse, eu não tinha certeza se acreditaria em mim

mesmo.

Escorreguei na água e soltei um suspiro quando o calor se infiltrou em meus

músculos doloridos. Droga, isso era bom. Sege também adoraria. Aliviador de

estresse instantâneo.
Sem nós estarmos lá juntos, o que provavelmente aumentaria a tensão por

um motivo totalmente diferente.

Chegar tão perto dela com apenas água quente e borbulhante entre nós era

perigoso. Um fato que foi levado em consideração quando uma Sege hesitante

entrou no banheiro vestindo um short de dormir curto e apertado e sua camiseta

de seda.

Agora eu poderia dizer com certeza que ela usava um sutiã de silicone,

porque apenas seus passos cautelosos estavam fazendo seus seios saltarem de

maneiras que deveriam ser ilegais em todos os cinquenta estados.

— Não. — Eu falei quando ela se moveu para se cobrir com o braço, já

autoconsciente. — Não se esconda.

Sua garganta balançou, mas ela deixou seu braço cair. — Não tenho certeza

por que você está fazendo isso. Ou por que estou eu fazendo isso. — Ela deu um

passo para trás, já alcançando a maçaneta da porta do banheiro. — Você pode

simplesmente usá-la agora. Uso mais tarde.

— Você não precisa se preocupar se estou tendo uma ideia errada. Eu não

estou. Somos apenas dois amigos em uma jacuzzi. Tentando ser amigos. —

Emendei. — Não tenho certeza se chegaremos lá facilmente.

— Gosto da parte da amizade em que toco em você. — Ela pigarreou. —

Quer dizer, não recebo muitos abraços. Meus pais estão viajando e Ally é do
tamanho de uma beluga4 e, bem, ela abraça o marido, não a mim. Acho que sou

apenas uma pessoa tátil e...

— Vamos, entre. — Eu apontei para a banheira. — Amigos compartilham

abraços. Amigos se abraçam.

— Sim, é o tipo de pau que está me segurando.

— Perdão?

Ela mordeu o lábio. — Você estava duro na semana passada. Na sala de

descanso. E eu meio que imaginei que era porque você pode ser um daqueles

caras que fica excitado com qualquer coisa, e eu desisti. Mas agora você está me

dando aquele olhar de novo, e se eu estiver te abraçando...

— Serei tomado por uma onda de luxúria incontrolável e irei insistir em ter

você, aqui mesmo, agora. — Meu tom estava seco. — Deixe-me assegurar-lhe,

estou no controle total de meus impulsos. Nada acontecerá além de um abraço

amigável.

— OK. — Ela deu mais um passo à frente e parou. — Isso não é

estranho? Quer dizer, até os abraços parecem cruzar os limites de alguma

forma. Além disso, parece mais difícil para nós sermos amigáveis uns com os

outros do que com as outras pessoas.

4 baleia-branca, golfinho-branco.
O eufemismo de uma vida. Ela me consternou quase tanto quanto me

intrigou, e eu tinha certeza de que o contrário também era verdade,

possivelmente sem a intriga.

Embora ela certamente parecesse curiosa agora.

— Estamos em Vegas, certo?

Ela acenou com a cabeça.

— E de férias. Então, o que acontece nas férias em Vegas fica em Vegas.

— Quando você coloca dessa forma, estou dentro. — Ela cruzou o resto do

caminho até a grande banheira de hidromassagem e entrou, parando para

respirar. — Uau, está quente.

— Está.

Ela engoliu em seco, me olhando de cima a baixo. — Você está usando

boxers?

— Sim. Achei que era mais fácil do que procurar minha mala. OK?

— Certo. Quase a mesma coisa. — Ela respirou fundo e escorregou na água,

submergindo até o pescoço em um deslize surpreendentemente gracioso. — Isso

é tão bom. — Ela fechou os olhos e agarrou as laterais da banheira, esfregando as

pernas nas minhas antes de movê-las um pouco para longe. — As bolhas são as

melhores.

— Elas são. Devíamos ter pedido um pouco de champanhe antes de

entrarmos aqui.

— Por quê? O que estamos comemorando?


— Muitas coisas. Você fez seu primeiro voo pelo país hoje. Você está de

férias em Vegas. Primeira estadia em um hotel. Você provavelmente nunca

bebeu champanhe também.

— Verdade. — Ela ergueu a voz sobre o borbulhar da banheira. — Mas eu

não sou muito de beber.

— Férias. — Eu a lembrei, passando meus dedos sobre as costas de sua mão

na lateral da banheira de hidromassagem. Seus olhos se abriram com cautela,

mas nenhum medo residia em suas profundezas. Ela pode ter ficado inicialmente

desconfortável em entrar lá comigo, mas sua ansiedade já estava

desaparecendo. — Você tem permissão para fazer coisas fora de sua zona de

conforto.

— A última vez que bebi mais do que um ou dois copos de qualquer coisa

foi, hmm, provavelmente na festa de despedida dos meus pais depois que

venderam a pousada.

A menção disso me fez colocar minha mão de volta na água. Isso me

lembrou do que ela havia perdido e do quanto o negócio significava para ela. O

alívio era minha resposta automática a qualquer coisa emocional.

Ela franziu a testa, como se estivesse surpresa por eu ter parado de tocá-

la. Eu definitivamente não queria.

E isso era perigoso, amigos ou não.

— Você foi carregada?


Ela sorriu para isso, coçando preguiçosamente a panturrilha com o pé

oposto. — Não. Um pouco tonta, mas parei depois de três doses. Eu nunca fiquei

completamente bêbada.

— Nem mesmo na faculdade? Como isso é possível?

— Alguns de nós estudamos na escola, sabe. — Ela brincou.

— Eu sei, na verdade. Eu também não era festeiro, nem na escola

preparatória nem na faculdade. E não fiz sexo até os dezenove anos, então antes

que você pense que eu estava espalhando minha semente por toda parte... nem

tanto.

Por que compartilhei isso com ela? Não era relevante de forma alguma. No

entanto, ela se inclinou para frente, seus seios pesados balançando ligeiramente

para fora da água. Mamilos grandes e tensos fizeram minha garganta ficar seca, e

por mais que eu tentasse manter meu olhar acima de seu pescoço, simplesmente

não conseguia.

— Veja, esse é o visual.

— Hum?

— Aquele olhar, bem ali. Aquele em que você fica todo lobo. — Seus dentes

roçaram seu lábio inferior carnudo e meu pau se contraiu. Foi um milagre que

não apareceu na minha cintura maldita. — Você realmente se sente atraído por

mim. — Disse ela depois de um momento, quase para si mesma. — Por mim,

especificamente, não apenas porque você está com tesão.


O pensamento de que poderia ser de outra forma era tão ridículo que eu

ri. E continuei rindo enquanto a encarava, até que aquele lábio que ela estava

atormentando tremeu e Sege desviou o olhar, escondendo o rosto da minha vista.

— Sege. Olhe para mim.

Ela balançou a cabeça. — Não importa.

— Sim. É muito importante porque uma mulher bela como você precisa

estar constantemente em busca de validação.

— Você não entende.

— Então me explique.

— Não estou completamente sem autoconfiança. É só que, se você tiver

quase acidentes suficientes, começa a pensar que você é o

problema. Especialmente se o cara que você disse a si mesmo que será aquele

que não consegue nem levantar quando você está em cima dele.

Quase ri de novo, mas engoli. Mais uma reação descuidada como essa a

faria fugir de mim, e eu não sabia se ela abriria a casca novamente após essas

férias.

Cuidadosamente, avancei na banheira, diminuindo a velocidade, mas não

parando quando ela olhou para mim, com as pupilas dilatadas. Minhas pernas

deslizaram contra as dela enquanto eu me movia o mais perto que podia, sem

invadir completamente seu espaço pessoal.

— Qualquer homem que não apreciar ser íntimo de você é um idiota.


Ela fechou os olhos por um instante, e tive um medo mortal de que ela

estivesse chorando. Mas quando ela os abriu novamente, eles estavam claros e

secos. — Você, mais do que ninguém, sabe que tenho meus defeitos.

— Com certeza sei.

— Ei, está me fazendo sentir melhor ou o quê?

Meus lábios se contraíram. — Eu também. Mas você é uma mulher linda,

confiável e doce e provavelmente boa demais para qualquer idiota que já tentou

tocar em você. — Agarrei as laterais da banheira de hidromassagem para não

tentar alcançá-la. Provando meu status de idiota com certeza.

Ainda não. Deixe que ela venha até você, em seu próprio tempo. Ou talvez

nem um pouco.

— Você mente quando está ligado. — Ela murmurou, sua respiração

engatando. Esse pequeno som involuntário foi o suficiente por si só para fazer

meu corpo se esticar em direção ao dela.

Ela já estava aprendendo meus relatos? Bem, essa foi apenas a rodada de

bônus.

Antes que eu pudesse descobrir uma resposta apropriada para isso, ela

deslizou para frente na banheira, deslizando suas pernas sobre as minhas até que

nossos peitos e nossos centros estivessem muito próximos. Vagamente, colocou

os braços em volta do meu pescoço, testando minha determinação de manter

meus olhos diretamente nos dela.

— Você dá bons abraços.


Eu tomei isso como um convite e passei meus braços em volta dela,

puxando-a de forma que ela estava praticamente montada no meu colo. Mas não

me esfreguei nela ou alinhei nossas bocas ou qualquer coisa assim. Apenas a

puxei e inalei o cheiro fresco de seu cabelo. Então ela se enroscou em mim com

tanta confiança, como se nunca tivéssemos brigado por nada, e eu fosse um

homem em quem ela poderia se apoiar em vez de desprezar.

Ela suspirou, tão baixinho que quase perdi. Sua testa descansou contra a

minha e nós apenas respiramos juntos no ar úmido e perfumado.

— Eu faço escolhas ruins. — Ela disse no silêncio. — Escolho homens

emocionalmente indisponíveis.

O termo teria me feito revirar os olhos em qualquer outro momento. Agora

não. Porque por mais terrível que fosse, e por mais que eu não quisesse que ela

sofresse nenhuma dor, não pude deixar de ter uma dívida de gratidão para com

aqueles homens sem rosto e sem nome.

Graças a eles, esta mulher estava em meus braços.

— Como você. — Acrescentou ela depois de um momento. — Se eu fosse

escolher você, o que não estou, a propósito, de forma alguma, mas se eu fosse,

você não estaria disponível.

— Não parece, visto que você está quase no meu colo.

Sua boca se curvou. — Você sabe o que eu quero dizer. Você não quer um

relacionamento. Você só quer sexo. — Ela molhou os lábios e se moveu mais alto

nas minhas pernas, olhando para mim com o rosto emoldurado pelos fios de

cabelo loiros sexy que haviam escapado de seu rabo de cavalo. — Eu


concordo. Decidi que relacionamentos não são para mim. Eles são muito duros...

— Ela engoliu em seco, lançando um rápido olhar entre nós. — Difíceis.

— Colocar um nome diferente em algo não muda a realidade do que você

deseja. — Dizendo que era pior do que eu esperava. Isso significava que eu tinha

que reconhecer sua verdade e obedecê-la.

Mais do que tudo, eu não queria ser outro homem que a machucou. Mesmo

sem querer.

— Não, isso significa que eu quero as duas coisas, sexo e amor, e se um não

vier com o outro, bem, acredite em mim, estou bem sozinha por agora. Algum

dia, vou encontrar meu grande amor.

Eu não disse nada, não precisava, já que Sege era boa em preencher todos os

silêncios constrangedores.

— Ally encontrou o dela anos atrás. É por isso que ela era virgem, porque se

guardou para Seth, embora não percebesse completamente que era isso que ela

estava fazendo.

— Podemos não falar sobre a virgindade da minha cunhada? A menos que

seu objetivo seja matar minha ereção e, em caso afirmativo, objetivo alcançado.

Seus grandes olhos verdes brilharam quando ela circulou sua bunda no meu

colo, apenas o suficiente para me fazer sufocar uma maldição. — Nem mesmo

perto.

— Megera.

Mas seu olhar tinha assumido aquele olhar distante novamente. — Meus

pais também. Meu pai sempre disse que a primeira vez que viu minha mãe, ele
soube que ela era a pessoa certa para ele. Eles se conheceram na escola

primária. Não é romântico?

— Sua mãe se parece com você, então eu acredito.

Sege piscou e inclinou a cabeça, considerando-me de uma forma que fez

minha pele formigar. — Você pode ser doce. Agora entendo por que consegue

tantas mulheres para ir para a cama com você. Tenho que admitir, não entendi o

apelo antes.

Não houve como parar minha risada neste momento. — Diga exatamente o

que quer dizer, por que não?

— Você dormiu com Úrsula ontem à noite?

Eu não esperava por isso. — Você sabia sobre o nosso encontro?

— É claro. Você sabe o quão grande é Crescent Cove. E você é o motivo de

muitas fofocas.

Senhor, esta mulher. Mas por alguma razão, eu estava inexplicavelmente

feliz por poder dizer a ela que passei a noite passada sozinha.

Não porque quisesse influenciá-la ou convencê-la de que eu era um cara

decente, como Seth.

Digno de ser um grande amor.

Impossível. Eu? Eu era o tipo de homem que uma mulher mencionava de

passagem em seu diário.

Amante habilidoso. Feito um salmão balsâmico médio. Não ligava depois

do segundo encontro.
— Não, eu não dormi com ela. Cancelamos nosso encontro. — Eu mantive

meu olhar treinado no dela. — Na verdade, nunca dormimos juntos.

— De jeito nenhum.

— Sim.

— De jeito nenhum.

Eu tive que rir. — Não, nós não dormimos. Confie em mim. Eu estava lá.

— Mas ela é linda. Equilibrada. — Ela suspirou melancolicamente. — Ela

tem jogo.

— Xbox?

Agora foi a vez dela rir. — Acho que seu conhecimento da cultura pop não é

tão completo quanto você acredita. Não bobo. Quero dizer, ela tem

habilidades. Jogo de atrair o sexo oposto. Talento em mantê-los interessados.

— Caso tenha esquecido, você está sentada no colo de um homem agora. —

Eu olhei para baixo entre nós. — E posso verificar que ele está muito

interessado. Dolorosamente.

— Você não é tímido. Você nunca me convidou para sair.

— Você também não me chamou.

Ela fungou. — Isso geralmente é trabalho do homem. — Ela suspirou

novamente. — Especialmente se a mulher for uma grande covarde. Além disso,

nós brigamos o tempo todo.

— Então? Brigas são preliminares


— É isso? — Ela inclinou a cabeça novamente. — Isso que tenho feito de

errado esse tempo todo?

— Escute-me. Você não fez nada de errado. Você é perfeita assim como

é. Qualquer homem que não pode ver isso é cego ou estúpido, ou ambos.

— Esta é a sua ereção falando? — Ela perguntou duvidosamente.

— Eu fico mais caridoso em certos momentos, sim. — O canto de seus lábios

se ergueu. — Mas não, isso não tem nada a ver com essa conversa. E quanto a ser

covarde, que tal Moose? Não me diga que você não pretendia convidá-lo para

comer carne de churrasco e chá doce.

— Parei de fazer isso quando vendemos a pousada.

— Tolo. Perdeu a melhor refeição do estado. Inferno, melhor ao norte da

Louisiana.

E agora eu podia verificar que ela me enfeitiçou de uma forma

desconhecida, porque aqui estava eu, elogiando sua comida caseira quando

estava com uma ereção do inferno.

Suas bochechas coraram. — Nossa, obrigada. Você realmente acha que eu

deveria fazer comida para ele?

Eu quase rosnei. — Não. Você não conseguiu nem encontrá-lo no Facebook,

Ally disse.

— Não, isso é verdade, mas...

— Esqueça-o. — Em um segundo, eu estaria batendo no meu peito como

um homem das cavernas. — Se quiser testar suas habilidades culinárias, estou

pronto.
— Você está me pedindo para sair?

Eu apertei meu controle sobre ela. Ela era uma braçada gloriosa, e eu

gostava dela desse jeito. — Parece mais que estou pedindo para entrar.

— Oh. — Ela piscou. — Ohh.

— Eu não quis dizer...

— OK. Eu também estou no jogo. E se estivermos sendo honestos sobre

nossos desejos e tudo... — Ela respirou fundo. — Eu gostaria de ver você gozar.
Capítulo Cinco
Sage

PROVAVELMENTE ESTAVA SOFRENDO de exaustão pelo calor. Isso era

possível com a banheira de hidromassagem? Do contrário, provavelmente seria o

primeiro caso conhecido.

Por que mais eu pediria ao meu amigo para se masturbar para o meu prazer

visual?

Não que ele fosse fazer isso. Eu poderia dizer que ele estava sofrendo de um

sério caso de choque, mas ele não parecia muito inclinado a acatar meu pedido.

— Estamos de férias. — Tentei manter minha voz leve e não recuar por ser

rejeitada. Estava tão atenta à possibilidade que era difícil para mim não desligar

imediatamente. — Vegas, lembra? E você está claramente desconfortável...

— Bolas azuis não matam, princesa, eu garanto isso.

Princesa. Ele tinha me dado um apelido? Devo me opor a isso, à luz da

liberdade das mulheres?

Porra, não. Um cara sexy com uma ereção - para mim - poderia me chamar

do que quisesse. Dentro do razoável.

— Não, eu sei. Mas esta viagem é sobre novas experiências, e eu nunca, eu

nunca...
— O que? — Ele perguntou, com tanto cuidado que uma parte de mim

realmente doeu.

Como ele pode ser tão doce agora e ter escondido isso tão bem de mim por

tanto tempo? Eu estava tão alheia assim? Ou demorou um momento como este,

longe de nossa família e amigos, para nos despojarmos da essência de quem

somos?

Claro, também fomos fisicamente despojados na maior parte do tempo. Isso

provavelmente ajudou.

E ele estava excitado. Ele já havia dito que isso o tornava mais

caridoso. Então, e se nós fizéssemos alguma coisa, qualquer coisa, e saíssemos

desta sala e ele voltasse a ser o idiota do Oliver? E se eu voltasse a ser a megera

da Sege?

Talvez essas fossem nossas funções atribuídas e não pudéssemos mudá-

las. Era como uma reencenação adulta do Clube do Café da Manhã, exceto que

nossa versão de detenção no sábado estava sofrendo durante um turno de

almoço no restaurante.

Então, novamente, ele tinha um lado mais gentil, mesmo longe de

Vegas. Como quando defendeu Ally na lanchonete de Greta. E até mesmo como

tirou um tempo de sua agenda lotada para vir a Vegas comigo. Claro, me

concentrei no fato de que ele poderia estar tentando desacelerar meu rolamento,

mas a verdade era que ele não precisava se incomodar. O fato que tirou um fim

de semana de sua vida para vir aqui comigo, a negócios ou não, disse muito.

Dizia que ele precisava se importar, apenas porque eu era a melhor amiga

de Ally. Então, talvez ele não achasse fácil acessar o lado mais acessível de si
mesmo. Eu teria que ser mais tolerante e dar a ele uma chance sem noções

preconcebidas.

Antes de meus pais terem vendido a pousada, eu nunca fui tão rápida em

julgar. Tão ansiosa para demitir e repreender. Eu já tive esperança de acreditar

que todo mundo era uma pessoa decente, mesmo que às vezes o decente

demorasse a chegar.

Hoje era a primeira chance em um tempo que eu poderia tentar recuperar

meu antigo eu. Eu queria ser uma versão mais ousada agora, o tipo de mulher

que pede o que quer e acredita que pode conseguir.

Que merecia.

Essa conversa fazia parte da primeira fase. Eu só tinha que me levantar e ir

em frente.

— Ok, então, fiz uma punheta em um cara. — Eu disse hesitantemente. —

Eu fiz isso.

Estranhamente, ele não parecia satisfeito.

— Mas quanto a dar um boquete, — Parei quando ele fez um som que eu

não consegui identificar. — não. Eu nunca fiz isso. Além disso, eu nunca, ahh,

levei um cara até a conclusão também. E eu nunca vi um homem masturbar-se.

— Se uma frase composta fosse capaz de matar um tesão, seria essa. Ou

talvez se você começasse a falar sobre almíscar novamente.

Dei uma fungada longa e inebriante perto de seu pescoço. — É como um

almíscar perene. Tão sexy. Misturado com aquela coisa de cedro que você tem, é

como meu armário em casa. Ah, e meu baú Hope.


— Você realmente tem um? Por que não estou surpreso?

Eu o ignorei. — Minha vó costumava forrá-lo com lençóis de cedro que

cheiravam exatamente assim. — Virei minha cabeça e lambi o lóbulo de sua

orelha.

Oh meu Deus, acabei de lamber Oliver. Eu estava levando esse assunto de

“ir atrás do que quero" a sério.

— Você acabou de me lamber? — Ele parecia estrangulado.

— Não?

— Se isso fosse uma piscina, eu te enterraria por ser falsa e mentirosa, por

sinal. Como não é, não tenho outro recurso.

Com cuidado, ele envolveu suas mãos em volta da minha cintura, me

levantou como se eu fosse feita de ar e me colocou a uma distância segura. Não

muito longe, já que a banheira de hidromassagem não era tão grande. E nossas

pernas estavam emaranhadas e, oh Deus, eu estava respirando com tanta

dificuldade que agarrei a lateral da banheira para tentar me controlar.

— Você realmente cheira muito bem. — Comecei.

Ele ergueu a mão. — Vamos apenas terminar essa discussão por enquanto,

ok?

— OK. — Pelo menos ele não estava sugerindo que nunca mais nos

falássemos. — Sobre o que devemos conversar então?

— Se o seu pedido for sério, eu o farei. Longe de mim atrasar ainda mais a

educação carnal de uma mulher.


A maneira como ele falou foi muito excitante. Verdade seja dita, ficava

ainda mais quente quando ele falava assim, do enquanto agia como um

idiota. Eu também gostava do lado mais suave dele. Aquele que dizia coisas

boas, me abraçava e não zombava de mim por ter a mesma experiência de um

aluno do último ano do ensino médio.

Caramba, caloura.

— Provavelmente não é justo. — Tirei meu cabelo solto do rosto e lutei

contra o desejo de consertar meu rabo de cavalo desgrenhado. Eu estava com

medo de fazer qualquer coisa que pudesse fazê-lo mudar de ideia. — Eu posso

assistir e você não ganha nada.

Ele riu sombriamente. — Oh, eu vou ganhar algo. Eu irei gozar, embora seja

muito inadequado para outras maneiras que prefiro encontrar liberação. — Seus

olhos quase pretos brilharam e me fizeram estremecer por dentro. — E também

vou ver você me observando.

— E isso é excitante?

— Muitíssimo. — Sua garganta se moveu enquanto ele engolia. — Se

fôssemos mais conhecidos, eu poderia pedir a você para remover sua blusa para

me dar inspiração visual. Ou melhor ainda, pedir que você faça o mesmo que

eu. Exceto que você estaria sentada na borda. — Ele empurrou o queixo para o

lado da banheira de hidromassagem. — Então, eu poderia ver cada movimento

dos seus dedos.

Estava corando, eu simplesmente sabia disso. Meu rosto parecia uma

maldita tocha. Mas estava tão animada que não conseguia pensar direito.
Isso estava realmente acontecendo comigo? Este homem irritante e sexy

como o inferno realmente me queria? Ele estava até disposto a seguir meus

passos provavelmente bizarros ao invés de, oh, só, você sabe... beijar e fazer sexo

como as pessoas normais fazem todos os dias. Principalmente pessoas de férias.

Especialmente quando isso era exatamente o que eu disse a todos que estava

procurando. Sexo sem amarras.

No entanto, Oliver era diferente. Ele era o cunhado de Ally, e teríamos que

nos ver absolutamente em todos os lugares. Nos jantares de feriado, no

restaurante, andando pela rua...

Mas você acha que não vai ser estranho se ele afogar o ganso na sua

frente? É praticamente a mesma coisa, exceto que você não consegue.

Assumindo que eu não entraria em combustão espontânea no segundo que

ele sacudiu seu pênis. Não havia garantias.

— Sege?

Veja, aquela expressão preocupada misturada com a luxúria. Isso era o que

estava me bagunçando. Mais e mais evidências estavam se acumulando para me

fazer pensar que ele realmente se importava comigo por trás de toda a

fanfarronice.

Talvez brigar realmente fosse preliminares, e tínhamos acabado de ter uma

longa sessão prolongada disso.

— Desculpa. Estou apenas tendo uma experiência fora do corpo. — Eu

inalei profundamente e alcancei a barra da minha blusa, puxando-a sobre a

minha cabeça antes de me acovardar completamente.


Ele só queria olhar. Eu tinha belos seios. Eu até pensava que eles eram

melhores do que bons, quando eu não estava obcecada com o fracasso de Jim.

E estava cansada de pensar em qualquer outro homem além daquele que

atualmente me olhava como se quisesse me comer viva e depois lamber os

dedos.

Joguei a blusa no chão e sentei, esticando meus braços ao longo das laterais

da banheira, segurando o material liso para não fugir. Esse tipo de atenção

concentrada era novo para mim.

Muito pesado. Viciante.

— Você é magnífica. — Ele murmurou.

Outra respiração interna. Eu podia sentir minha confiança crescendo como

um balão a cada momento que ele permanecia fixo em meus seios. Ele não estava

nem tentando esconder. Eu estava toda vermelha, e um rápido olhar para baixo

provou que o rosa não estava apenas em minhas bochechas. Entre o calor da

banheira de hidromassagem, meu constrangimento e excitação, minha pele

normalmente pálida estava de um vermelho profundo. E meus mamilos eram

como cerejas apertadas, mergulhando acima e abaixo da água toda vez que eu

mexia.

E eu estava mexendo muito. Me contorcendo, na verdade.

— Obrigada. — Engoli mais ar. — Sua vez.

Ao contrário de mim, Oliver não hesitou. Ele ficou de joelhos, agarrou o cós

da cueca e puxou o elástico sobre o... uau. Eu só tive um breve vislumbre antes

que ele caísse abaixo das bolhas para tirá-las.


Ele jogou-a para o lado para se juntar à minha camisa. Estudei a pilha de

nossas roupas, voltando-me para ele apenas quando a corrente de água atraiu

minha atenção de volta para a minha situação atual. Eu estava lamentando agora

minhas experiências limitadas com pornografia. Talvez então eu me sentisse

mais confortável vendo como ele...

Deus, ele estava segurando seu pênis. Seu pênis grande e totalmente ereto.

Doce mãe de Jesus. Eu não estava preparada para lidar com isso.

E, neste caso, eu não estava falando metaforicamente.

— Jim não era parecido com você. — Cobri minha boca com a mão,

imaginando que meu comentário acidental o faria rosnar novamente, mas em

vez disso, ele apenas sorriu, lento e largo como um gato Cheshire.

É claro. Porque os homens sempre tinham que ter as ferramentas maiores e

mais poderosas por perto. Ou pelo menos acreditar que sim.

Abaixei minha mão e decidi dizer outra coisa que estava pensando. De

propósito desta vez.

— Você é tão grande. — Eu respirei.

Ele deu a si mesmo um golpe longo e lento, então lambeu os lábios. — Você

quer me tocar?

Quinze minutos atrás, eu provavelmente teria dito não. Próximo nível. Não

estou pronta para ir lá ainda. Não com Oliver.

Mas agora, avancei para frente, minha nova determinação enchendo meu

peito.

— Basta fazer o que quiser.


Sua voz era baixa, gutural. Impossível resistir.

Meu olhar cintilou para encontrar o dele enquanto escovei meus dedos

sobre a cabeça úmida e inchada.

Ele sibilou como se eu o tivesse queimado. — Mais.

Fiz de novo, fascinada por como seus músculos se contraíram e as veias

incharam e se mexeram sob sua pele esticada. Sua carne era muito mais escura

que a minha. Ele estava coberto de tatuagens escuras e densas. Redemoinhos de

linhas intrincadas escalaram seu braço esquerdo criando um leopardo com olhos

azuis fascinantes. Enquanto seus músculos ondulavam, o gato perigoso

também. Mais obras de arte me lembraram de redemoinhos tribais que vi em

alguns atores famosos. Era muito mais interessante vê-las tão de perto,

especialmente onde eu podia tocar. Tão diferente da minha pele virgem.

Virgem em tudo.

Sua herança parcialmente italiana permitia que ele se bronzeasse, enquanto

eu apenas crescia como uma lagosta, e apenas deslizar minha mão pálida contra

seu comprimento era estranhamente excitante. Cada parte disso era. Éramos tão

diferentes, com tantos ângulos que podiam esfregar e faiscar um no outro.

Deslizei meus dedos mais para baixo em seu eixo. Vagamente, seus dedos

circundaram a base, segurando sua ereção para minha leitura. Molhei meus

lábios enquanto envolvia meus dedos em torno de sua largura. Tentei de

qualquer maneira. Eles não se encontraram. Pegando dicas de sua respiração,

mudei minha mão, movendo-a timidamente para cima e para baixo.

Testando ele e eu.


Já tinha feito isso antes, mas nenhum outro homem era como Oliver. Não

apenas ele estava sacudindo a cabeça, seu olhar era uma coisa física. Eu podia

senti-lo me observando em vez de observar o movimento da minha mão. Talvez

ele estivesse se certificando de que eu não iria surtar e sair correndo gritando da

sala.

Virgem em pânico.

Não mais.

Esse balão de confiança dentro de mim ainda estava crescendo. A água

borbulhante era como uma almofada, escondendo um pouco da agitação da

minha respiração. Eu estava nervosa, mas não com medo. Ele estava esperando

por mim, deixando a bola - bolas, por assim dizer - inteiramente no meu campo.

Eu queria jogar.

Abaixando minha cabeça, lambi a ponta. Rapidamente. Não houve demora,

ainda não. Mas eu estava curiosa para saber o gosto dele, e aquela pequena

explosão de sal na minha língua me estimulou. Assim como seu gemido

estrondoso, preso em sua garganta. Deus, como seria ouvi-lo chegar?

Fazê-lo gozar?

— De novo. — Ele sussurrou, mas não precisava. Minha boca já estava

salivando por outro gosto mais longo.

Ainda segurando-o com uma das mãos, usei a outra para segurar meu rabo

de cavalo desleixado enquanto descia mais uma vez. Desta vez, circulei minha

língua por todo o caminho ao redor da cabeça abobadada, lambendo a umidade,

voltando a fazê-lo novamente quando outra gota perolada se formou


imediatamente. Eu fiz isso de novo e de novo, apenas focando estritamente na

ponta, deixando o poder deste momento surgir dentro de mim até que eu não

tivesse escolha a não ser tentar mais. Para abrir mais minha boca e mover minha

cabeça para baixo para que ele descansasse em minha língua, e então tomar mais

e mais. A água brincou nas pontas apertadas dos meus seios enquanto eu o

levava mais fundo. Ele estava inchando ainda mais, o peso e a pressão dele me

fazendo tentar tomar muito, muito rápido.

Eu queria tudo.

— Calma. — Sua voz era um estrondo, quase inaudível sobre as bolhas.

Inalei pelo nariz, as lágrimas brilhando brevemente em meus olhos

enquanto eu o parei um pouco antes de meu reflexo de vômito entrar em ação. O

som da água borbulhando e do ruído branco zumbiu em meus ouvidos, quase

bloqueando tudo.

Sua mão estava no meu cabelo agora, acariciando suavemente, assim como

ele fez no avião. A sensação imediatamente me acalmou e me permitiu tomar

mais.

Era como se fazer isso agora fosse meu propósito. Empurrando seu controle

e esticando o meu. Dando prazer a ele. Dando para mim mesma.

Ele desfez meu rabo de cavalo e meu cabelo caiu para frente, grudando no

meu pescoço e no peito, escondendo parcialmente meu rosto. Ele o recolheu na

mão, puxando-o de volta com muito cuidado. Coletando cada fio, puxando-o

para trás para que nada pudesse impedir sua visão. Ele estava observando cada

deslizar da minha boca, cada movimento da minha língua. Cada alteração da

minha posição para que eu não enchesse a boca de bolhas no lugar dele.
Quando afundei minhas bochechas e chupei, ele gemeu, e eu inclinei minha

cabeça, apertando os olhos para ver o movimento de seu pomo de adão através

do brilho nebuloso das lágrimas. Eu me forcei um pouco demais, mas a leve

queimadura na minha garganta era uma medalha de honra. Dei prazer a ele,

tanto que seus ombros estavam tensos e seu peito arfava, suas carícias

anteriormente tenras no meu cabelo se tornando quase dolorosas.

Eu também ansiava por isso.

Ele se arrastou para trás e observei a batalha visível acontecendo em seu

rosto. Ele estava tentando tanto não me apressar, não machucar.

Mas eu queria essa parte da experiência também. Eu o queria bruto sobre

mim.

Recuei apenas o suficiente para sussurrar contra a ponta brilhante. — Mais.

Nossos olhares se conectaram e soube que ele entendia. Os jatos subiram e

espumaram ao redor da minha barriga e provocaram meus seios enquanto eu me

aproximava usando nossa diferença de altura a meu favor. Eu o empurrei contra

a borda da banheira e agarrei a lateral para me equilibrar.

O calor e a emoção de controlá-lo, mesmo um pouco, me deixaram

tonta. Deslizei minha boca para baixo em seu eixo, tomando o máximo que

pude. Ele não me negou aquela pontada de dor. Eu não tinha certeza se gostava,

mas meu corpo certamente gostava. Meu clitóris vibrou e pressionei minhas

coxas juntas para tentar obter algum alívio. Ele deve ter notado, porque estendeu

a mão livre para mim, sua expressão questionadora, mesmo quando seus lábios

se separaram para respirar.


Sutilmente, eu me afastei. Isso não era sobre mim. Agora não. Eu teria

prazer em ver isso.

Cada vez que era demais, eu recuava, recuperava o fôlego e usava a

mão. Lento, rápido, às vezes apenas agarrando-o antes de engoli-lo novamente, o

mais longe que pude antes que a água e meus próprios limites me

impedissem. Mas quando finalmente consegui coragem suficiente para deixar

meus dedos errantes se esgueirarem por baixo de seu eixo para o saco sensível

abaixo, ele arrastou minha cabeça para cima, seus olhos selvagens.

— Eu vou gozar.

Meu coração estava batendo forte em meus ouvidos, latejando entre minhas

pernas. Eu não hesitei. Meu corpo inteiro estava em sintonia com ele, corado e

formigando com a necessidade. — Por favor. — Eu murmurei, dizendo a ele com

meus olhos o que eu ansiava, o que precisava saber.

— Sege. — Ele rangeu, e meu nome naquele momento foi uma bênção. —

Não quero sobrecarregá-la, mas não posso... não posso...

— Não se segure. — Soltei a banheira e passei minhas unhas pela parte

interna de sua coxa, tão perto de sua virilha que seu grande corpo estremeceu. —

Quero isso.

E eu queria. Esse cheiro amadeirado e viril dele estava me deixando louca,

combinado com o cheiro muito mais íntimo de sexo. Gostei de seus sabores, de

suas texturas. Dele.


Provando isso, mergulhei minha língua naquela pequena fenda na ponta de

seu comprimento, e ele rosnou, agarrando meu cabelo com a mão, me segurando

bem onde eu estava. Presa por seu poder, seus olhos escuros e exigentes.

Sua outra mão trabalhou seu eixo em conjunto com a minha, a pressão de

seu aperto me mostrando o que ele preferia. Fazendo-me acelerar até que isso

fosse uma corrida que poderia deixá-lo mais duro.

— Abra. — Ele comandou.

Meus lábios mal se separaram a tempo. O primeiro jorro atingiu minha

língua, inebriante e potente. Não tive tempo de engolir antes que houvesse mais,

derramando em minha boca, escorregando pelos lados. Eu lambi e chupei,

deixando escapar um gemido sussurrante enquanto ele estremecia e bombeava

para dentro de mim, sem verificar sua força.

Eu me senti usada da melhor maneira.

Quando quase cai de lado ali mesmo, na banheira de hidromassagem, ele se

abaixou e me arrastou para cima dele, fundindo sua boca com a minha. Não

havia doçura em seu beijo. Era pura selvageria, perseguida pelo sabor dele. Ele

gemeu com isso também, sua mão virando gentil no meu cabelo

novamente. Seus golpes ao longo do comprimento tornaram-se rítmicos, me

embalando em um espaço seguro. Meu batimento cardíaco desacelerou mesmo

enquanto nos beijávamos, como se eu tivesse cavalgado até o topo de uma

montanha-russa e agora fosse a longa e interminável queda.

Mas no fundo estava Oliver para me pegar.

— Eu quero te levar para a cama. Fizemos tudo errado.


Embora tivesse certeza de que ele não estava criticando, a palavra me

atingiu no peito do mesmo jeito.

Como se já pudesse me ler, ele amaldiçoou sob sua respiração e segurou

minha bochecha, seu polegar acariciando meus lábios inchados. — Não. Isso não

foi errado. Esta foi a experiência mais incrível que já tive.

Fiz uma careta, certa de que tinha ouvido mal. — Sorte de principiante? —

Consegui falar, surpresa que minha voz era apenas uma rouquidão.

Fazer um boquete exigia muito mais fisicamente do que parecia. Esfreguei

meu queixo dolorido. Eu me perguntei se havia um programa de exercícios.

Seus lábios se curvaram. — Você é uma sedutora natural, assim como eu

sabia que seria. Mas eu deveria ter beijado você primeiro. — Seu olhar caiu para

meus seios e me chamuscou como uma marca. — Em toda parte.

Não pude deixar de agarrar suas coxas com mais força com as minhas. Sua

mão desceu para o meu quadril, seus dedos se esgueirando sob o algodão

pegajoso do meu short. A intenção em seu olhar não deixou mistério.

Se eu desse a menor dica de que estava interessada, ele iria me atacar. Me

foderia e me encheria até que eu estivesse totalmente arruinada para qualquer

outro homem.

Ele não precisava dizer essas palavras para eu ouvi-las tão claramente como

se tivesse falado em voz alta.

Mesmo depois do que compartilhamos, eu não estava pronta. Ainda não. Eu

queria aproveitar esse sentimento um pouco mais. Saborear essa sensação

inebriante de poder antes de usar o seu corpo para me esfolar e me desnudar.


À sua mercê.

— Gostaria disso. — Enquanto sua mão subia mais alto, eu a segurei. —

Mais tarde. — Respirei fundo. — Primeiro, eu gostaria de jantar antes de irmos

ver Celine Dion. Não se preocupe, eu tenho dois ingressos.

Sua testa franzida. — Por que me preocuparia? Quem iria querer vê-la

voluntariamente?

Ta-da. Só assim, ele voltou a ser um idiota. O dele ainda não tinha parado

de latejar na minha barriga.

— Eu. — Pulei de cima dele, e sim, poderia ter me deliciado em ficar

deliberadamente sobre ele para que ele pudesse dar uma olhada em meus

seios. Eu ainda estava tentada a cobri-los, mas sua expressão era tão faminta que

era impossível me preocupar muito com sacudidelas. Saí e peguei minha blusa

antes de passar sua boxer para ele. — Se você quiser se juntar a mim, é bem-

vindo. Mas se vier, não perca tempo. Se não, — Caminhei até a porta e acenei por

cima do ombro. — te vejo quando voltar.

Ele praguejou quando fechei a porta atrás de mim.


Capítulo Seis
Oliver

A minha causa mortis de Celine Dion era uma coisa real. Quem sabia?

Eu iria morrer certamente, até o final desta noite.

Pior de tudo, a noite tinha começado de forma tão inócua. Bem, depois do

boquete que quase explodiu minha cabeça. Mas assim que saí da banheira de

hidromassagem, torci minhas boxers e entrei no chuveiro para me lavar, minha

mente começou a clarear. Quase. Eu ainda estava acelerado, quase a ponto de

jurar que não tinha gozado.

E eu tinha. Incrivelmente. Bem na boca da mais linda dor na bunda que já

conheci.

Ela estava esperando por mim quando saí do chuveiro. Sem saber

exatamente em que consistia sua ideia de jantar, escolhi um terno cinza-ardósia e

um colete, sem gravata. Ela usava uma camiseta azul-marinho justa que envolvia

suas curvas, e seu cabelo ainda molhado caía em ondas longas e onduladas pelas

costas. Meus dedos formigaram ao vê-la. Puxá-lo parecia muito bom. Natural.

Assim como levar a palma da mão em seu pequeno traseiro apertado.

Seu sorriso era atrevido, como se ela tivesse um grande segredo. E eu não

sabia. No entanto, ela não tinha ideia de todos os prazeres que a aguardavam.

Supondo que não a matasse antes do final da noite.


Nós comemos em um restaurante chique chamado Caribou, e ela falou

como sempre, com todos que nos ajudaram, o maître, nosso garçom e o gerente

que andava por aí, certificando-se de que todos estavam felizes com sua

comida. No entanto, ela mal falou comigo. Ela pediu salmão com uma pequena

salada verde, e nós compartilhamos um aperitivo de cogumelos recheados num

silêncio constrangedor.

Os arrependimentos já estavam acontecendo?

Para a sobremesa, ela escolheu um pedaço de bolo com ganache de

chocolate e cobertura de framboesa, grande o suficiente para dividir. Eu não

gostava muito de doces, mas parecia delicioso. Estava prestes a cavar quando ela

soltou um pequeno suspiro.

— Celine Dion foi quem escutei quando descobri que meus pais estavam

vendendo a pousada. Ela ajudou a me curar.

Eu teria rido da parte da cura se ela não parecesse tão séria sobre isso. Um

ponto por manter minha maldita boca fechada pela primeira vez. Continuei

cortando uma fatia fina de bolo antes de transferi-la para o meu prato.

— Como ela fez isso?

— Eu não tive nenhum aviso. Bem, um pequeno aviso. Voltei para casa nas

férias de verão, pronta para mais um verão ajudando a todos, e meus pais me

sentaram na sala grande e me disseram que tinham notícias empolgantes. Pensei

que talvez tivéssemos aparecido em uma das grandes revistas de turismo ou algo

assim. — Ela descansou o rosto nas costas da mão e mergulhou o garfo na poça

de cobertura que havia se acumulado no prato. Mas ela não comeu. — Eles não

me consultaram ou disseram gentilmente, ou inferno, até mesmo me deram a


chance de juntar alguns fundos e recursos. O trato estava feito. Eles venderam a

pousada e se aposentaram para viajar, e isso não era tão maravilhoso para

mim? Eu estaria realmente sozinha.

— Mas não foi maravilhoso. Você não queria ficar sozinha. — Quando ela

não respondeu de imediato, fiz um gesto com o garfo. — Coma seu bolo.

Ela se assustou com meu tom severo, embora tenha concordado sem

hesitar. Sem qualquer empecilho. Ela definitivamente não se importou com meu

domínio na Jacuzzi, o que me fascinou e intrigou. Eu não teria imaginado que ela

tinha uma tendência submissa em seu corpo.

Surpresa, surpresa. Havia algo ali. Uma parte inexperiente dela que

provavelmente não teve a chance de expressar.

Eu esperava descobrir mais sobre esse lado. Agora não. Agora tínhamos um

tópico muito mais espinhoso para discutir.

— Não, eu não queria ficar sozinha. Minha vida tinha sido sobre minha

família e trabalhar na pousada todo o tempo livre. Eu esperava um dia torná-la

minha.

Isso combinava com o que Ally havia me dito, mas era sempre melhor

quando era corroborado pela boca dela.

— Você informou a seus pais sobre isso?

Sege arrastou o garfo pelo ganache, espetando um e delicadamente

comendo-o com os dentes. Eu tinha certeza de que ela não estava tentando ser

atraente. Era tão natural quanto sua inocência.

Completamente intoxicante.
— Pensei que eles soubessem. Não era como se eu tivesse escondido o

quanto amava a indústria hoteleira. Eu me especializei nisso na escola. Meu

tempo livre era para deles durante anos. Adorava o trabalho, então não foi

difícil. E era boa nele.

— Mas eles nunca te perguntaram se queria assumir, e você nunca disse a

eles que queria. Você também nunca mais quis voltar para a escola.

— Por que deveria? Eu tinha ido para a escola de design de interiores e

hotelaria, e agora a pousada tinha acabado. Ou estava acabando. Nessa época,

eles já tinham compradores em potencial. Não tinha experiência em negócios

para levantar esse tipo de capital sozinha. — Acrescentou ela, como se

adivinhasse minha próxima pergunta. — Além disso, eles não achavam que eu

poderia fazer isso sozinha. E talvez estivessem certos.

— Você realmente acredita nisso?

Sege deu de ombros e pousou o garfo. Ela comeu algumas mordidas depois

da minha diretiva, mas rapidamente diminuiu o ritmo novamente.

— Tenho certeza de que não faz sentido para você. Você nunca brigou com

sua confiança.

— Isso não é verdade. Mas mesmo que fosse, sei que posso pedir

ajuda. Existem pessoas a quem posso recorrer. As opções sempre existem.

Mesmo enquanto eu dizia as palavras, elas soavam ocas em meus ouvidos.

Eu, pedir ajuda? Nunca pedi nada a ninguém. Não poderia. Era como se

minhas cordas vocais congelassem se fizesse um pedido que exigia que alguém

fizesse algo por mim pela bondade de seu coração.


Então, eu ordenava e bajulava, e se isso não funcionasse, ameaçava

astutamente. Aperfeiçoei essas habilidades ao longo dos anos no ramo

imobiliário. Meu pai não tolerava idiotas, assim como não tolerava fraquezas,

inclusive de seus filhos. Principalmente de seus filhos.

— Tudo parecia tão opressor, então aceitei. Eles me ofereceram uma

pequena parte do valor da venda, para continuar meus estudos, e o investi.

— Você não tem intenção de voltar a estudar.

— Eu não acabei de dizer isso? Por que deveria? Não preciso montar salas

na minha vida diária. Trabalho em uma lanchonete. E a educação em

hospitalidade que já recebi é mais do que adequada para lidar com meus clientes.

— Você também não tem intenção de mexer nesse dinheiro.

Sua postura defensiva combinou com o brilho de aborrecimento em seus

olhos. — Eles venderam algo que amei. Não, não quero o dinheiro. Eu não tenho

nenhuma utilidade para ele. E me viro bem na lanchonete.

Minha reação padrão era rir. Maliciosamente, como meu pai teria feito. Na

verdade, o som retumbou em meu peito e sua cabeça se ergueu, seu olhar suave

e cauteloso endureceu. Então empurrei para baixo.

Eu não era meu maldito pai, e meu pai não teria tolerado tamanha grosseria

com Sege em qualquer caso. O velho Hamilton sempre a amou. Uma vez

acreditei que era porque sua família era composta de tipos prósperos, do tipo sal

da terra, que agradavam sua alma puritana. Agora, eu não tinha tanta certeza.

Pode ter sido apenas a propensão de Sege Evans fazer amizade com

inimigos em todos os lugares que ia.


— Diga-me como Celine curou você. — Não dizer isso sarcasticamente foi

um desafio e meio.

Jesus, ser uma pessoa legal era difícil.

Ela fungou. Seus olhos não pareciam úmidos, graças a Deus, mas

definitivamente havia emoção por trás do gesto. — Você não se importa.

— Sim, eu me importo, ou não teria perguntado.

Ela deu outra mordida no bolo, mas não estava tendo o prazer que eu

esperava. Eu preferia estar ansioso para vê-la desfrutar de tipos de cozinha que

ela não tinha em casa. Em vez disso, estava taciturna, e provavelmente tinha a

ver com a minha dispensa apressada em ver Celine, não por ter me chupado na

banheira de hidromassagem.

Pequenos favores, eu suponho.

— Às vezes tenho problemas para deixar minhas emoções saírem. Meu pai é

um tipo realmente estoico, e minha mãe é tão emotiva que costumava me fazer

jurar que não seria como ela. Então empurrei tudo. Assistir Titanic e ouvir 'My

Heart Will Go On' afrouxou o impasse. — Ela gesticulou com a mão livre em seu

peito. — Aqui.

Em vez de dizer algo que tinha certeza de que não ajudaria, fiz um zumbido

e peguei mais bolo.

— Ganhar essa viagem e as passagens para vê-la, bem, parecia um

kismet5. Eu estava bem em vir sozinha. — Ela inclinou a cabeça para trás e olhou

5 Kismet é uma peça teatral em três atos escrita em 1911 por Edward Knoblauch (mais tarde Edward Knoblock). O título é

uma palavra latina do original turco e urdu que significa fatalidade ou destino.
para o teto. — Tudo bem, eu esperava encontrar alguém que pudesse gostar dela

também. Tem que haver homens que se sintam confortáveis com seus lados

sensíveis, certo?

— Lados sensíveis, com certeza. Caras com lados sensíveis que farão seus

olhos rolarem para trás e ouvirem a Celine voluntariamente? — Dei de

ombros. — Raros, e muito distantes entre si, princesa.

O doce nome simplesmente escapou, como antes. Mas, de repente, uma

mudança pareceu ocorrer nela. Ela se endireitou e seus olhos clarearam, e ela

sorriu do mesmo jeito sexy que tinha feito no quarto do hotel por um breve

instante que me fez pensar que ela tinha esquecido tudo sobre as bobagens de

Celine.

— Você sabe que está certo. Estou dando muita importância a isso. — Ela se

inclinou para frente, e como o idiota que eu era, meu olhar mergulhou para o

decote em V de seu vestido.

Deus, ela tinha um imã sobre si. Agora que os tinha visto completamente

nus, fiquei ainda mais fascinado por eles.

Cristo, por favor, pare de agir como se tivesse acabado de sair da

prisão. Olhos para cima. Ela está falando com você.

— Eu nunca tive um apelido antes, exceto da minha mãe. Ela me chama de

algumas coisas, mas ervilha-doce era a sua favorita. — Ela sorriu tão

timidamente que meu maldito coração deu um salto. — Eu gosto de princesa.

Me movi em direção a ela através da mesa, estendendo meu braço para que

pudesse esfregar meu polegar sobre o canto de sua boca. — Perdi um pouquinho
de bolo, princesa. — Eu disse deliberadamente, puxando meu polegar para trás

para sugá-lo em minha própria boca.

Ela observou o movimento avidamente, sua respiração saindo por entre os

lábios entreabertos.

— Está tudo bem se você não gosta de Celine. Talvez você possa jogar

enquanto estou no show? — Ela perguntou sem fôlego.

Eu tive que sorrir. Ela estava me dando uma opção, mas não perderia uma

oportunidade única na vida, mesmo que eu não estivesse interessado. Ela era

muito mais forte do que acreditava.

E muito mais atraente.

— Admito que ela não é a minha favorita, mas é extremamente talentosa. Se

você gostaria de ir, nós vamos.

— Nós vamos?

O brilho em seu rosto valia a pena suportar qualquer coisa. Até mesmo uma

toutinegra com um sotaque irritante. — Absolutamente. — Inclinei meu queixo

em direção ao prato dela. — Se você terminar o seu bolo.

Ela comeu ansiosamente, e apenas observá-la comer já era um prazer. Ela

era tão luxuriosa em tudo que fazia, pelo menos quando parou de deixar o medo

dominá-la.

Eu mal podia esperar para vê-la florescer ainda mais.

Quando ela terminou o bolo e eu paguei a conta, depois de uma briga, já

que ela queria usar o voucher de jantar da estação de rádio, saímos para pegar

uma carona até o Coliseu.


— Não, esquece o carro. É uma noite tão linda. Eu quero caminhar. — Sege

apertou minha mão, entrelaçando seus dedos com os meus enquanto olhava para

mim. — OK?

Dizer não para ela ia se tornar um problema, eu já sabia.

Em vez de uma resposta, apertei sua mão e acenei para o carro que

esperava.

O tempo estava ameno e perfeito. No início, ela não se aproximou muito

enquanto caminhávamos, embora nunca quebrasse a ligação de nossos

dedos. Mas então ela se aninhou, descansando a cabeça no meu braço de vez em

quando enquanto observava os pontos turísticos e eu oferecia minha própria

visão. Eu não era um conhecedor de Vegas, mas já tinha visitado algumas vezes.

Nenhuma dessas viagens foi assim.

Sempre viajei sozinho e vivi minha vida principalmente

mecanicamente. Ver coisas sem realmente experimentá-las.

Sege tornou isso impossível.

— Deus, eu amo palmeiras. Elas são tão majestosas. Eu gostaria que as

tivéssemos em Nova York.

Era bom rir. — Não estou pensando que isso vai acontecer. O clima não é

muito hospitaleiro para elas.

— Mas elas são tão bonitas. Olhe para todas as estrelas. — Ela inclinou a

cabeça para trás contra o meu braço.

— Como você pode vê-las? — As luzes deslumbrantes dos outdoors quase

impossibilitaram que eu as visse.


— Eu tenho uma visão excelente. Além disso, quando mais terei a chance de

ver as verdadeiras estrelas de Las Vegas? Vou preencher os malditos pontos se

for preciso. Droga. — Ela corrigiu enquanto eu ria.

— Podemos alugar um carro amanhã, dar uma volta no deserto. Você podia

vê-las muito mais claramente ali.

Ela sorriu para mim, apertando sutilmente seu aperto em meu braço. Foi

como se algum tipo de barreira tivesse se quebrado entre nós assim que ela me

agarrou com medo durante a viagem de avião.

Eu não queria que aquela barreira retornasse. Nunca.

— Gostaria disso. Supondo que não passemos o dia todo na cama. — Ela

sorriu. — O que não podemos, porque, alô, estamos em Vegas.

Engoli e minha língua acabou perto dos meus joelhos.

Puta merda, como um comentário quase sujo poderia me tornar mais

ofegante do que a calçada em que estávamos andando?

— Então, como você se sente em relação ao jogo?

Eu deveria falar agora? Estava tendo problemas suficientes para andar

devido à repentina constrição das minhas calças.

— É divertido o suficiente. — Eu consegui dizer. Por muito pouco. — Em

doses limitadas.

— O que você joga?

— Bacará. — Eu disse sucintamente.

— E?
— Bacará.

Ela franziu o cenho. — E quanto a caça-níqueis?

— O que têm eles?

— Você joga? Eles parecem muito divertidos. Eu vi em um episódio

de Friends uma vez, você sabe aquele em que Ross e Rachel acabaram se

casando... — Ela parou de falar e inclinou a cabeça. — Por que você está sorrindo

assim?

— Você é única.

— Essa é uma maneira de colocar as coisas. — Ela apoiou a mão no

quadril. — Aposto que você nunca viu Friends, não é?

— Não. O título parecia banal demais para merecer interesse.

Ela revirou os olhos. — Seu banal é o seriado da mais TV imperdível do

mundo, garoto. — Ela me puxou com ela rua acima. Chegaríamos ao Coliseu um

dia desses. — Assistiremos juntos. Eu conheço todos os episódios bons e os que

devo pular. Eu tenho Netflix. — Ela ergueu as sobrancelhas para mim como se

esperasse que eu discutisse, ou talvez fizesse insultos no nível de Celine Dion.

Eu não fiz nenhum dos dois. Já havia me ocorrido que essa viagem

terminaria em menos de 48 horas. Se eu não descobrisse um plano para garantir

que ela continuasse me vendo assim que voltássemos para casa, ela

provavelmente não o faria. Assim que retomarmos nossas rotinas regulares, tive

a sensação de que ela voltaria a me odiar e a votar contra mim nas pesquisas

sobre qual era o gêmeo Hamilton mais quente.


E sim, eu tinha ouvido falar dessa votação, e sim, eu sabia que ela tinha sido

a única a votar em Seth antes de mim. Eu me diverti na época. Ódio e amor eram

opostos em uma linha tão tênue.

Agora, a realidade de nossas vidas não era tão engraçada. Seria muito fácil

para nós cair em padrões típicos e perder tudo o que isso era.

Eu ainda não sabia. Não tinha a menor ideia do caralho. Mas queria uma

chance de deixá-lo evoluir sem irmãos e cunhadas intrometidos e apenas deixar

rolar na vida diária.

— Quando? — Perguntei.

Ela franziu os lábios. — Você está de acordo?

Eu concordei.

— Hmm, bem, provavelmente não vai dar tempo nesta viagem. Você não

quer dizer...

Gravemente, eu balancei a cabeça novamente.

— Você quer me ver quando voltarmos para casa?

— Eu sempre te vejo quando estamos em casa. Praticamente diariamente.

— Não gosto disso. — Ela acenou com a mão livre. — Quero dizer, esse tipo

de visão. — Ela abaixou a voz e se inclinou. — O tipo em que eu coloco minha

boca em suas partes viris.

Sufoquei uma risada. Deus, ela era uma coisa. — Bem, essa parte sempre

pode ser negociada, mas agora somos amigos, certo?

— Eu acho.
Esse entusiasmo realmente aquecia o coração de um homem. Mas senti que

precisava pisar suavemente aqui antes de enviar meu veado fugindo para a

floresta. — Amigos assistem TV juntos. Eles comem juntos também.

— Sim, eles fazem. — Ela gritou e apontou para um avião voando no alto

com uma mensagem atrás dele. — Oh meu Deus, olhe! É uma proposta de

casamento. Aww, isso não é a coisa mais doce?

— Não deveria algo assim ser mantido privado?

Ela me deu um olhar glacial que dizia que eu provavelmente estaria

assistindo Friends sozinho. No escuro. Na minha boxer, segurando uma garrafa

de Molson.

— Você sabe alguma coisa sobre romance? Achei que você era considerado

elegante com as mulheres.

— As mulheres com quem normalmente saio não procuram romance.

— Eu aposto. — Ela murmurou sombriamente, não tão sutilmente se

afastando de mim.

Meu telefone zumbiu no meu quadril e eu o peguei, com a intenção de

ignorar a ligação. Era meu irmão. Por que ele estava ligando em vez de enviar

mensagens de texto como fazia normalmente?

Oh merda, era o bebê? Eu não tinha recebido nenhuma daquelas vibrações

infernais de gêmeos que sempre pareciam me assaltar quando meu irmão estava

com dor física ou emocionalmente, mas talvez a distância afetasse a

recepção. Nunca testamos os limites do suposto vínculo gêmeo. Eu tentei rejeitar

isso como besteira na maioria das vezes de qualquer maneira.


Engoli em seco e aceitei a chamada. — O bebê está bem?

Ao meu lado, Sege parou de andar e colocou a mão na boca.

— O bebê está bem. Como está Sege?

Eu deslizei um olhar de soslaio para ela e balancei minha cabeça

minuciosamente. — Além de você assustá-la perdidamente ao ligar, ela está

perfeitamente bem. O que está acontecendo?

— E como você está?

Isso explicava por que não havia vibrações gêmeas, e não era devido à

localização. O idiota estava em uma missão de reconhecimento, provavelmente

graças à sua adorável esposa.

— Tendo o melhor momento da minha vida. Nunca fiz uma viagem mais

incrível. — Ao meu lado, Sege inclinou a cabeça e estreitou os olhos. — Cheia de

todas as imagens e sons de uma Vegas esplendorosa.

— Chega de besteira. Você dormiu com ela ou não?

Limpei minha garganta. Felizmente, as calçadas estavam cheias de tantos

foliões e turistas, todos entrando e saindo dos cassinos e hotéis, que Sege não

poderia ter ouvido a voz estrondosa de Seth se quisesse. E ela claramente fez, já

que estava na ponta dos pés para tentar se aproximar do meu ouvido.

Troquei meu celular para a outra mão. — Posso garantir que não dormi.

Seth praguejou. — Ela é virgem. Você sabe disso. Como você pode?

Em algum lugar bem no fundo, algo parecido com doer queimou. Eu não

me importava que eu fosse conhecido como um mulherengo na cidade. Eu sabia

a verdade, que tratava as mulheres com respeito e não mentia sobre minhas
intenções. Mas ter meu próprio irmão - meu maldito gêmeo - agindo como se eu

fosse um idiota com tesão que arrastou Sege para um banheiro e a comeu era

demais.

Você praticamente não fez exatamente isso? Você a arrastou para uma

banheira de hidromassagem. Ela disse que raramente recebia afeto físico. Você

está honestamente surpreso por ela ter procurado consolo em você? Você estava

disponível. Conveniente. O que acontece em Vegas... e ela já está relutante em

fazer planos com você depois.

Sege parou de andar e apontou para uma boutique que ainda estava

aberta. Eu não entendi o que ela quis dizer até que ela entrou na loja.

Talvez ela tivesse ouvido. Ou talvez só quisesse fazer compras até

cair. Quem saberia?

— Nós não dormimos juntos. — Eu disse com os dentes cerrados, uma vez

que a porta se fechou atrás dela. — Feliz agora?

Seth exalou audivelmente. — Sim, eu estou. Ally disse que não estava

preocupada, já que Sege te odeia, mas eu disse a ela para não diminuir suas

habilidades de sedução.

— Habilidades de sedução? Isso é alguma referência infantil a fazer sexo

oral em uma mulher?

Seth riu. — Dificilmente. Você sabe, cortejando uma mulher. Você é bom

nisso. E Sege é um alvo fácil. Diga a ela que ela é bonita, passe algum tempo com

ela, e é provável que ela confunda sexo com amor.


— Uau aí, sexo e amor? No primeiro dia viajando juntos? Além disso, você

não acha que deveria dar a Sege um pouco mais de crédito? — Quando ele não

respondeu imediatamente, balancei minha cabeça. — Você e Ally são um casal,

tudo bem. Ambos afirmam amá-la, mas não a veem pela metade do que ela

realmente é.

— Hum. Parece um pouco mais do que um comentário de amigo, não

acha? Talvez você já esteja confundindo sexo e amor.

— Não estou confuso com nada. Você, no entanto, está confuso se acha que

vou continuar esta conversa. Boa noite, Seth. Dê o meu olá para Ally. —

Desliguei antes que ele pudesse fazer mais do que engasgar.

Por mais que não quisesse encontrar nenhum valor no que ele disse, ele

provavelmente estava certo sobre uma coisa. Sege estava em um ponto sensível

agora. Ela queria diversão e aventura, e talvez isso a estivesse tornando menos

exigente com relação a seu companheiro. Eu vim nessa viagem não por escolha

dela. Talvez a aventura na banheira de hidromassagem tenha sido mais sobre a

proximidade do que sobre a fervura do desejo sexual reprimido.

Afinal, ela era virgem. Ela devia estar fervendo tanto que era capaz de se

incendiar. Isso não significa que ela estava quente especificamente por mim.

Sege merecia mais crédito, e eu também. Só porque eu queria Sege por

motivos que iam além desta viagem, não significava que o oposto fosse

verdade. Eu não tinha certeza de quais eram todas essas razões ou quando

exatamente elas criaram raízes. Mas talvez isso não importasse.

O que acontece em Vegas fica em Vegas. E esse era um jogo que eu não

pretendia jogar.
Capítulo Sete
Sage

Oliver mal estava falando comigo. E nem pensei que tinha a ver com

Celine. Eu o peguei balançando a cabeça e cantarolando baixinho durante o show

dela, que foi fabuloso para um fã, muito obrigado, e dane-se, meu galão estaria

cheio antes do final dessa viagem. Mas ele ficou quieto durante o nosso drinque

pós-show no bar em nosso hotel, e eu compensei provando alguns dos drinks do

cardápio.

Alguns totalizando quatro.

Ele bebeu um gole de uísque, olhando-me placidamente enquanto eu

provava minhas preocupações. Quando saímos, estava apoiada pesadamente em

seu braço e rindo alto o suficiente para chamar a atenção de mais do que alguns

clientes.

Eh, tanto faz. Essa coisa de festejar era nova para mim. Requeria prática

para acertar.

— Você sabia que eu nunca fiquei bêbada? — Perguntei quando entramos

no cassino. Havíamos discutido isso antes - pensei - mas não sabia se ele

lembrava.

Foi um milagre que me lembrei, muito menos ele.

— Como você chama o que você está agora?


— Hum. — Eu tive que refletir sobre isso. Pareceu demorar um pouco. —

Zonza?

— Se você está apenas zonza, a ideia de você completamente bêbada é uma

perspectiva assustadora.

— Você verá. — Eu disse alegremente. — Pretendo ficar bêbada esta noite.

Ele agarrou meu cotovelo e me impulsionou para frente. — Você pode. —

Disse ele em meu ouvido. — Porque estou aqui para mantê-la segura.

As palavras criaram outro tipo de zumbido no meu peito, suave e quente

como um punhado de vaga-lumes enxameando no verão. O meu lado feminista

queria declarar que eu poderia me manter segura muito bem, mas agora, estava

muito feliz em deixá-lo assumir a liderança para que eu pudesse me divertir.

— Aprecio isso. — Eu disse um pouco vagamente enquanto sorria para

ele. Ele era tão bonito, apesar de às vezes ser um idiota. Eu também gostei de seu

pênis. — Eu passo muito tempo me preocupando, sabe? Então, não vou mais

fazer isso. Esta sou eu sendo selvagem e livre.

— Bom. Fico feliz em ouvir isso. O que você quer jogar?

— Tudo.

Eu tinha certeza que o ouvi suspirar. — De alguma forma, imaginei que essa

seria a sua resposta. Ok, nova pergunta. Com o que você quer começar?

Virando minha cabeça, arregalei meus olhos. — Uau, tanto para

ver. Podemos dar uma olhada primeiro? Obter a configuração do terreno. Como

se eu quisesse transar. — Por alguma razão, isso me pareceu histericamente

engraçado.
Agora ele definitivamente suspirou. — Vamos, então.

Eu agarrei sua manga enquanto ele navegava pela multidão de pessoas

aglomeradas em torno de mesas e máquinas. Luzes e barulho assaltaram meus

sentidos, girando em minha cabeça tonta como pinballs se espalhando. Muito

para absorver de uma vez. Não sabia para onde ir ou que jogo queria jogar. Eu

queria ter uma experiência completa. Ah, e bebidas grátis!

Sem diminuir o ritmo, peguei uma bela bebida vermelha de uma bandeja

que passava e Oliver balançou a cabeça enquanto eu bebia metade de uma

vez. Foi direto para minha cabeça. Oxicoco. Yum.

— Quer experimentar? — Encarei minha bebida com apreciação. — Tão

gostoso.

— Deixe-me tentar.

— OK. — Tomei um gole e segurei em minha boca enquanto estendi a mão

e agarrei sua jaqueta para arrastá-lo até o meu nível. Suas pupilas escuras

queimaram por um instante antes de nossas bocas se conectarem, e eu um tanto

descuidadamente transferi a bebida. E chupei sua língua para uma boa medida.

Ele fez um barulho estrangulado e recuou, passando a mão nos lábios. Ele

estava dizendo algo, mas eu não estava ouvindo.

Nem um pouco.

Eu queria foder esse homem, e não porque estava bêbada. Havia essa

estranha sensação de conexão entre nós, bêbados ou sóbrios, e estar bêbada só

tirou meus nervos de como nossas vidas seriam após o sexo. Agora, eu não me

importava com o que viria depois. Eu queria aproveitar esse sentimento.


Muito. A noite toda.

Seus lábios ainda estavam se movendo, e eu estava olhando para eles como

um viciado faria em uma agulha carregada. Eu precisava de mais. Ele tinha uma

vasta experiência e iria compartilhá-la comigo. Eu poderia me tornar uma

especialista em sexo no decorrer de um fim de semana.

Ok, então talvez essa parte fosse o álcool falando.

— Sege? Você ainda está comigo? O que você tem?

— Estou com tesão. — Soltei, e juro por Deus, ele corou.

Foi a coisa mais fofa que eu já vi. Esqueça bebês arrulhando. Este homem

confiante e controlado corando por eu dizer que eu tinha necessidades sexuais

tinha que ser a coisa mais adorável do mundo.

Até que ele segurou minha bochecha e virou minha cabeça o suficiente para

murmurar em meu ouvido: — Cerca de dez homens ao nosso redor ouviram

isso, e você não deve pegar nada de nenhum deles quando eles te oferecerem.

Estiquei meu pescoço para olhar em volta de seus ombros largos e quase

tombei, então agarrei seu braço para me equilibrar enquanto olhava para os

homens em meu meio. Um casal estava olhando. Hum. Eu precisava trabalhar na

minha voz interna.

— Não era para eles.

Em vez de responder com um daqueles olhares acalorados que eu gostava

muito antes, ele deslizou o braço em volta dos meus ombros e me cutucou para

frente. — Então, com o que estamos começando?


— Sexualmente? Bem, hmm, eu sempre tive curiosidade em tentar sessenta

e nove, embora eu prefira lado a lado porque, sério, a bunda fica bem pendurada

no rosto de um cara? Estou surpresa que os primeiros encontros se transformem

em... mmph ! — Murmurei enquanto Oliver cobria minha boca com a mão.

Ele estava definitivamente me dando um olhar acalorado agora. Só não do

tipo sexual.

— Podemos discutir isso, tudo isso. — Disse ele com firmeza. — Mais

tarde. Agora, escolha o jogo que você gostaria de jogar antes de sermos expulsos

por comportamento obsceno. — Depois de um momento, ele finalmente abaixou

a mão.

— Não estou sendo obscena. — Agitadamente, endireitei meu vestido. — E

você perguntou.

— Eu não perguntei sobre suas opiniões sobre satisfação oral mútua. Sua

mente vive na sarjeta.

— Claro que sim, porque meu corpo vive em um convento.

Ele não disse nada, apenas me rebocou para o que considerou uma máquina

caça-níqueis aceitável. Nesse ínterim, engoli a segunda metade da minha bebida.

No último gole, eu nem me importei em ele ser um idiota entupido. Ele

ainda estava quente. Eu queria beliscar sua bunda.

Estava curvada para o lado, escolhendo meu alvo preciso, quando ele se

virou e segurou meus ombros. — O que quer que você esteja fazendo, eu não

aconselharia. — Ele exalou e olhou para o teto. — Se soubesse no que estava me

metendo quando Ally me pediu para ser sua babá.


As palavras mal afetaram meu cérebro. Elas pousaram e rapidamente se

encaixaram em algum canto secreto onde apareceria no momento mais

inconveniente.

— Vamos jogar Bacca qualquer coisa. — Eu disse com um soluço.

Ele não estava olhando para mim, mas para a bela garçonete que passava

com uma bandeja de bebidas. Ele sorriu para ela, e juro por Deus, se eu tivesse

um garfo na mão, a linda morena o teria entre os olhos.

Então, beber me deixava com um ciúme violento. Vivendo e aprendendo.

Então percebi que ele estava pegando uma água gelada da bandeja e

passando na minha mão, trocando pela minha taça vazia. Eu engoli sem

vergonha. Estava com uma sede louca.

— Você tem que se manter hidratada. Para cada bebida, você precisa beber

a mesma quantidade de água ou vai passar metade das férias em Vegas na

cama. Com uma bela ressaca. — Ele acrescentou como se soubesse exatamente

para onde meus pensamentos haviam se desviado.

— Você acha que ela é gostosa?

— Quem? — Ele piscou para mim como uma coruja, claramente confuso, e

eu queria beijá-lo novamente.

— Vamos jogar Bacca, qualquer coisa. — Eu disse de novo, me colando um

pouco embriagada contra seu peito. — Você pode me ensinar. — Eu ronronei.

Uma de suas sobrancelhas pretas se ergueu. — Suas habilidades de retenção

agora não valem o fôlego.


— Realmente me excita quando você fala abafado assim. — Eu disse às suas

costas enquanto ele caminhava em direção às mesas, aparentemente confiando

em que eu o seguiria.

Eu fiz, porque estava de olho em sua bunda. Que bochechas

cheias. Surpreendente em um homem tão musculoso. Então, novamente, eu não

tinha feito um estudo de muitos corpos masculinos. Que vergonha. Eles eram tão

sexy.

Quando me juntei a ele na mesa, Baccarat era o nome correto, descobri

rapidamente, ele já estava apostando. Sua carteira estava cheia. Não a única coisa

que o incomodava, mas sua carteira não estava permanentemente presa ao

corpo.

Pelo menos eu acho que não. Embora ele parecesse bastante apegado a isso.

Eu ri com o pensamento, e metade das pessoas esnobes na mesa, olharam

para mim como se eu fosse algo que havia sido deixado para trás com o

lixo. Oliver me puxou para o seu lado enquanto falava com o dono da mesa, e eu

não sabia se queria me livrar dele ou me acomodar.

Naturalmente, eu me acomodei. Seus braços eram um elixir mágico. Além

disso, estava muito bêbada.

Oliver pressionou seus lábios contra meu ouvido para explicar brevemente

as regras. Algo sobre a necessidade de bater oito ou nove antes da casa, junto

com um monte de outras exceções. Qualquer que seja. Esfreguei minhas mãos.

Vamos jogar.
Oliver perdeu as três primeiras mãos. Todas as vezes tentei animá-lo,

embora os olhares que ele oferecia não fossem de apreciação. Ainda assim, eu

segui em frente. Especialmente quando ele ganhou o quarto, quinto e sexto, e eu

apostaria que ele venceria todos eles.

Que ninguém diga que eu não apoiei meu homem.

Meu homem? Eu não tinha certeza de qual era o protocolo ali. Eu só tive seu

pau em minha boca. Teríamos que discutir isso mais tarde. Possivelmente

quando estiver sóbria.

— Você é bom nisso. — Fiquei na ponta dos pés e acariciei seu queixo. —

Você acabou de me dar um bom dinheiro.

Ele ergueu uma sobrancelha. — Seis dólares?

Eu fiz uma careta. — Pare com isso. Apostei mais do que isso.

Ele vasculhou minha pilha organizada de, hum, uns. — Seis. — Ele

repetiu. — Eu nem sabia que podia apostar tão baixo.

O negociante piscou. — Ela é bonita.

Oliver nem rosnou, apenas fez a próxima aposta. E continuou ganhando as

duas vezes seguintes também, aumentando suas apostas a cada vez. Eu também.

Não como ele, no entanto. Ele era um grande apostador.

Deve ser bom ser rico.

Quando ele finalmente decidiu que já estava farto e fez um gesto em minha

direção enquanto se afastava da mesa, fiquei um pouco pasma. Ele era um

maldito tubarão. Frio e composto, não importa o que ele estivesse


apostando. Água gelada em suas veias. Fiquei tão impressionada com sua

expressão impassível que até me acalmei um pouco.

O tesão, entretanto? Ainda mais em vigor. Pelo menos em sua direção.

— Então, você decidiu em qual jogo gostaria de experimentar? Ou quer

girar a roda? — Ele apontou para o jogo da Roda da Fortuna a alguns metros de

distância.

Eu balancei minha cabeça e tentei fazer matemática para descobrir quanto

eu tinha que gastar. A estação de rádio me concedeu duzentos e cinquenta em

dinheiro para despesas e eu trouxe uma pequena quantia, junto com o único

cartão de crédito que usava para emergências. Eu também tive minha sorte

inesperada no Bacará, que foi modesta.

— Vou apenas jogar um pouco e podemos ir embora. — Prometi, sentando-

me em uma cadeira na frente de um jogo que tinha búfalos gigantes que

pareciam estar correndo atrás de dinheiro. O negócio básico parecia ser o típico

obter três objetos semelhantes. Consiga três búfalos e jogue bônus.

Pareceu-me uma fórmula vencedora.

— Não vou demorar. — Eu disse novamente, pegando uma bebida de uma

bandeja que passava e jogando uma gorjeta na direção do garçom. Eu tinha

esquecido disso da última vez.

Eu tomei um gole. Olá, delícia de cranberry, velho amigo.

Este parecia ser virgem, no entanto. Como eu. Olhe para isso.

Bebendo novamente, testei minha sorte com o jogo. Demorou um pouco

para pegar o jeito, mas assim que consegui, e quando meu dinheiro começou a
somar, terminei minha bebida e fui buscar outra, desta vez nem um pouco

virgem.

Pelos sinos, eu tinha sorte de iniciante em mais do que boquetes. Olhe para

mim, ganhando dinheiro.

Oliver tinha se afastado com o telefone no ouvido, mas ele voltava com

frequência suficiente para verificar se eu me sentia aquecida e protegida ao invés

de irritada. Uma questão de perspectiva, percebi, mas por acaso gostava quando

ele parecia atencioso e envolvido.

Eu mencionei que ainda estava bêbada? Provavelmente veria as coisas de

maneira diferente amanhã.

Acumular notas de dólar não estava prejudicando meu bom humor nem um

pouco. Quem precisava de coragem líquida quando a máquina estava rolando

em sua direção?

— Ainda jogando? — Oliver perguntou algum tempo depois. Eu não tinha

noção de tempo. Essa porcaria era viciante.

Eu teria que investigar os cassinos em Nova York. Oooh, Atlantic City.

— Sim. — Eu murmurei, apostando novamente. — Só mais alguns

minutos. Estou em uma sequência de vitórias. Ainda não posso parar.

Oliver suspirou. — Seis dólares de novo? — Ele segurou meu ombro e se

inclinou. — Vamos ver, puta merda. — Ele esfregou a lateral do punho sobre o

pequeno número no canto da tela como se também não pudesse acreditar que

fosse real.
Vamos apenas dizer que eu poderia pagar nossa viagem de avião para casa

na primeira classe.

— Eu te disse. — Falei presunçosamente. — Você duvidou da minha

destreza.

— Princesa, eu não duvido de sua destreza em qualquer coisa em que você

coloca sua mente.

Sem pensar, virei minha cabeça e beijei seus dedos. Isso não era nem mesmo

o álcool me estimulando. Estava começando a gostar de verdade do cara.

Incrível como as coisas podem mudar rapidamente.

Ele enrolou seus dedos em meu ombro antes de transferir sutilmente o

aperto para minha garganta e inclinar minha cabeça para trás. Meus lábios se

separaram e esqueci tudo sobre meus ganhos enquanto eu olhava em seus olhos

de meia-noite.

— Você continua jogando o tempo que quiser. — Mesmo quando ele disse

isso, senti um convite por trás de suas palavras. Um lembrete de que quando eu

terminasse, ele estaria lá, esperando.

Ou talvez fosse uma ilusão. Eu tendia a fazer isso com frequência. Havia

uma razão pela qual minha melhor amiga me rotulou de romântica incurável.

— Oh, droga. — Eu me sacudi no assento e a mão de Oliver caiu. — Eu

disse a Ally que mandaria uma mensagem para ela depois de Celine para contar

como foi. — Eu mal peguei meu telefone e Oliver o pegou.


— Aproveite este tempo para você, princesa. Ela estará lá mais tarde. — Ele

guardou meu celular no bolso e deu um beijo descuidado em meu cabelo que

não pareceu um gesto casual.

Eu deveria reclamar sobre ele tirar minha autonomia. Esse pode ter sido um

tema contínuo. Mas uma parte de mim se sentiu aliviada. Eu estava me

divertindo e realmente não queria fazer fofoca agora. Eu amava Ally, amava falar

com ela, mas não queria lidar com as perguntas dela sobre Oliver de novo. Ela

me fez algumas mais cedo, tentando agir indiferente, se estávamos nos dando

bem, estávamos nos divertindo, se ele estava sendo todo Oliver, ish, mas não

falei sobre o pré-boquete. Eu realmente não queria falar sobre o que Oliver e eu

éramos ou não éramos no momento. Tudo que eu queria era continuar na festa e

apenas viver.

Então, sim, ele me fez um favor. Provavelmente ficaria indignado com algo

pequeno mais tarde, depois de tirar meu carrinho de mão de dinheiro da loja.

Não tirei os olhos da máquina por quem sabe quanto

tempo. Eventualmente, meus gritos de alegria enquanto continuava vencendo

atraíram uma pequena multidão. Alguns jovens, alguns idosos e um ou dois

homens que presumiram que eu precisava de ajuda para gastar meu dinheiro. Eu

não. Eu também não precisei da ajuda de ninguém para escolher minha figura de

parada. Assim que cheguei ao número que meu cérebro tonto se instalou depois

que minha sequência começou, terminei o jogo e me levantei com os braços

acima da cabeça como um pugilista.

— Isso é tudo! Terminei aqui. Obrigada por me apoiarem, todos.


As pessoas riram e me deram tapinhas nas mãos, e então alguns jogadores

quase me derrubaram na pressa de lutar pela minha máquina. Eu me afastei e

sorri, prestes a procurar Oliver, quando seu calor me envolveu por trás.

— Eu mencionei que você é magnífica? — Sua voz suave no meu ouvido era

mais poderosa do que qualquer bebida que eu havia consumido. Mais potente do

que dez delas em rápida sucessão.

— Não recentemente, você não falou. — Era um risco virar e colocar meus

braços em volta do pescoço dele, mas estava com vontade de apostar.

Eu ri quando ele me levantou e me apertou contra o peito. Pairando sobre

ele, passei a mão sobre aquela mecha rebelde de cabelo castanho que sempre

gostava de mergulhar em seus olhos. Olhos tão escuros e intensos. E caí sob seu

feitiço tão certo como se ele tivesse me ordenado.

— Parabéns. Você é magnífica. — Ele inclinou a boca para me dar um beijo

de comemoração, provavelmente um beijo casto. Esse era o modo operandis de

Oliver.

Não o meu. Não neste fim de semana.

Eu inclinei meus lábios sobre os dele e tomei avidamente, não perdendo

tempo em fingimentos. Eu não tinha sido beijada o suficiente em minha

vida. Certamente não por um homem como Oliver, cuja habilidade era

praticamente forragem de banheiro em nossa cidade.

O que pode deixar alguns nervos à flor da pele em outro momento, mas não

agora.
Tecendo meus dedos em seus cabelos, eu puxei sua língua, chupando

levemente. Provocadoramente. Deixando-o saber que eu era uma coisa certa se

ele tivesse decidido não se esconder atrás do silêncio novamente como ele havia

feito por um tempo antes.

Ele respondeu na mesma moeda, seus lábios provocando os meus, abrindo

mais enquanto ele dava o melhor que podia. Melhor. Essas pequenas lambidas

astutas iam me matar. Sugestões de pressão, lampejos de necessidade, nunca

parando por tempo suficiente para que eu me acomodasse e me perdesse.

Mas eu estava no meio do caminho.

— Não aqui. — Ele murmurou, e eu me encontrei concordando.

Finalmente. Voltaremos para o quarto do hotel e terminaremos o que

havíamos começado no início da noite.

Perguntei-me se ele me deixaria tirar uma foto de nossos lençóis

bagunçados após o ato sexual para o meu diário de memórias? Eh, eu me

preocuparia com isso depois de ser deflorada.

Pétalas jogadas em todos os lugares.

Eu não esperava me encontrar em mais um bar de coquetéis depois que

tivéssemos lucrado com minha sorte inesperada, bebendo uma xícara de café

bem quente com um lado de croissant amanteigado.

O croissant era para morrer. E ele me devolveu meu telefone, mas eu ainda

não tinha mandado uma mensagem para Ally.


Ainda estava me divertindo, apesar da minha frustração sexual. O

quarterback da segunda-feira à noite poderia esperar até que fosse realmente

segunda-feira.

— Bom croissant? — Oliver perguntou antes de tomar seu próprio café.

— Delicioso. — Até o café era. Deve ser uma coisa de Vegas ou então meu

paladar estava mudando como o resto de mim. — A propósito, você é um grande

provocador.

Aquela sobrancelha que ele fez beirou a pornografia. — Eu sou?

—Você sabe para onde pensei que estávamos indo quando saímos do

cassino. Não era para beber café ou comer um assado francês. — Inclinei-me

sobre a mesa. — Eu tinha outra ocupação francesa em mente.

Ele sorriu. — Isso também está na sua lista de desejos sexuais? Algum tipo

de preliminar tradicionalmente francesa?

— Beijos, seu idiota. — Sentei-me e parei com um pedaço de croissant

escamoso quase na minha boca. — Existem diferentes tipos de sexo francês? Em

caso afirmativo, devemos investigar isso.

— Experimente o de costume primeiro, por que não? Guarde as linguagens

do amor para mais tarde.

— Vou tentar qualquer coisa neste momento.

Ele acenou com a cabeça para o meu café. — Como é?

— É maravilhoso. Mas, oh. — Suspirei. — Duh. Você está tentando me

deixar sóbria. Mas não estou bêbada de verdade.

— Claro que você não está.


— Eu estava zumbindo antes. Mas agora estou praticamente de volta ao

normal. Já faz horas.

Ele parecia duvidoso. — Você espera que acredite em você?

— Sim. Aposto que poderia andar em linha reta, sem problemas.

Ele ergueu o queixo ao lado de nossa mesa estreita. — Vá em frente, então.

Depois de me animar com alguns goles de café fortemente carregado com

creme e açúcar, ao contrário do preto dele, eu me levantei e caminhei até o bar e

voltei. Houve um pequeno balanço, mas não muito. Eu recebi alguns olhares

divertidos em meus passos precisos do calcanhar ao dedo do pé, mas eles não me

pararam.

Eu estava aprendendo a não me importar muito com o que os outros

pensavam. Tentando de qualquer maneira.

Assim que me sentei novamente, olhei para Oliver, que estava me olhando

com um estranho tipo de orgulho. — Vamos?

— Você quase não vacilou.

— Eu te disse.

Ele se inclinou para frente e colocou sua mão grande contra minha testa. —

A pele também não está corada. Sua tolerância é impressionante para quem não

bebe.

— Bebi algumas vezes na faculdade. Eu simplesmente não consegui chegar

à parte totalmente bêbada. Aquela em que minhas inibições se foram. Você sabe,

a tequila faz as roupas caírem.

Ele olhou para mim sem piscar. — Eu perdi isso.


— É uma música country. Uma boa também. Devíamos dançar. — Eu olhei

ao redor. Já era tarde, mas o bar de coquetéis ainda tinha seus clientes

espalhados nas mesas e amontoados ao redor do bar. — Acha que podemos?

— Não tenho certeza se este é o lugar para isso.

— Aposto que se começarmos a pista de dança, todos vão se juntar a

nós. Quem não gosta de entrar no ritmo? — Eu me levantei e circulei a mesa,

agarrando sua mão e colocando-o de pé.

Ele não fez nem mesmo um protesto simbólico. As maravilhas nunca

cessaram.

— Eu. — Ele murmurou.

—Você apenas coloca seu braço horizontalmente em vez de verticalmente.

— Puxei sua mão por cima do meu ombro e o puxei para a área vazia perto do

bar. Alguns dos clientes nos lançaram olhares cautelosos, mas com a mesma

rapidez começaram a sorrir quando comecei a dançar.

De qualquer maneira que eu quisesse.

— No entanto, você afirma não estar bêbada. — Ele disse baixinho, as mãos

enfiadas nos bolsos enquanto me observava dançar e balançar ao som da música

de Camila Cabello vindo dos alto-falantes.

Eu não tinha ido a Havana e a música não combinava exatamente com meus

movimentos, mas tanto faz. Este era um estilo livre de forma livre.

— Não. Apenas alto na vida. — Eu levantei meus braços sobre minha

cabeça e me virei, girando lentamente meus quadris. Lancei-lhe um olhar para

trás, na esperança de que ele estivesse pelo menos prestando atenção em mim.
Seu olhar estava soldado ao meu traseiro.

— Eu gosto do seu também. — Eu disse, esperando até que ele olhasse para

cima com um sorriso culpado. — Venha um pouco mais perto, por que não

vem? Eu não mordo.

Na verdade, eu não tinha certeza se isso era verdade. Eu queria dar uma boa

e suculenta mordida em Oliver Hamilton, do tipo que deixa marcas.

Hmm, talvez eu fosse um pouco pervertida por baixo da minha dura casca

de baunilha. Quem sabia?

Ele se aproximou e agarrou meus quadris, movendo-se contra mim em sua

versão de dança. Eu estava bem com isso. Ele era muito mais contido do que eu,

mas sabia que Oliver era público.

O soldado Oliver era uma fera totalmente diferente.

— Você sabe quantos homens estão querendo você agora? — ele perguntou

perto do meu ouvido, sua respiração uma baforada quente contra a minha pele.

Eu quase estremeci quando alcancei atrás de mim para enganchar meu

braço em volta do pescoço. Demorou um pouco porque ele era muito mais alto

do que eu. Mas ele mudou para baixo e eu deslizei para cima e fizemos

funcionar.

— É mesmo? — Eu circulei minha bunda contra sua frente e sorri quando

fui recompensada por meus esforços com a batida de seus quadris. E uma ereção

poderosa, de fato. — E você?


Sua mão roçou minha cintura, hesitando antes de subir mais alto, de modo

que as pontas de seus dedos roçaram a parte inferior do meu seio. — Seu efeito

sobre mim é bastante óbvio, princesa.

Esse apelido. Ele poderia muito bem ter derramado caramelo quente no

meu corpo e lambido.

Dançamos por um tempo, e eu estava certa ao dizer que alguns dos outros

clientes se juntaram a nós quando demonstramos que não éramos

esquisitos. Pelo menos eu pensei que sim. Era Vegas, então você nunca sabia de

verdade.

Em pouco tempo, a batida da música diminuiu conforme chegava à hora de

fechar. Já era tarde e até mesmo uma mulher que vivia sua primeira aventura

emocionante pelo país acabou se cansando. Eu me encontrei nos braços de Oliver

com minha bochecha contra seu peito enquanto balançávamos com a música

tocando, uma do The Chainsmokers. A cantora estava falando sobre querer algo

assim.

Eu poderia relacionar.

— Pronta para voltar para o hotel? — Oliver finalmente perguntou quando

era óbvio que o bar estava prestes a fechar.

Eu balancei a cabeça, minha sonolência diminuindo. Isso significava que

finalmente cuidaríamos dos negócios?

Tudo bem, ele estaria cuidando de mais negócios do que eu, mas ainda

assim. Não pretendia ser uma novata por muito tempo. Aprendia rápido.
Escondi um bocejo atrás da minha mão enquanto saíamos. Talvez eu

devesse ter tomado outra xícara de café.

— Você festejou a noite toda. — Oliver disse, me olhando de soslaio

enquanto íamos para a calçada para voltar para o nosso hotel. — Carro desta

vez?

— Não. É lindo aqui fora. — Enfiei meu braço no dele e coloquei minha

cabeça em seu ombro. — Devíamos nos mudar para cá.

— Devíamos? — Sua resposta foi misturada com diversão, e eu nem mesmo

fiquei irritada.

Eu estava tão quente, solta e relaxada. Era possível que eu nunca tivesse

estado tão relaxada antes em minha vida.

Risca isso. Eu sabia que nunca me senti tão bem.

— Você satisfez cada um dos meus caprichos esta noite. — Eu disse

suavemente, engolindo de novo e de novo para fazer o repentino nó na minha

garganta desaparecer. — Não importa o quão louco. Até Celine.

— Nos divertimos.

— Sério? Você honestamente se divertiu comigo?

Ele olhou para mim, olhando-me tão atentamente que todo o meu corpo

enrubesceu. Quer dizer, obviamente, eu não pude verificar isso, mas sua

expressão espalhou calor por mim da cabeça aos pés.

— Muito. — Ele respondeu igualmente suavemente.

— Então, isso significa que você não me odeia de verdade?


— Eu nunca te odiei. — Sua resposta veio tão rápido. — Pode dizer o

mesmo?

Franzindo os lábios, apertei os olhos para as luzes dos carros que passavam

enquanto vasculhava minhas memórias. — Hum, não.

Sua risada era rica e íntima. — De alguma forma, eu sabia que você diria

isso.

— Você é tão irritantemente presunçoso. Você dorme com todas, e pensa

que é um presente de Deus para o mundo.

— Posso garantir que não. E não durmo com todo mundo. — Ele fez uma

pausa, segurando meu olhar enquanto meu batimento cardíaco trovejava fora de

controle. — Eu não estive com você.

— Alguns pensam que sexo oral ainda é sexo. — Eu sussurrei, falhando

miseravelmente em minha tentativa de um tom alegre.

— Não me chame de Clinton agora. Se o sexo oral conta, é apenas se for

mútuo.

Eu limpei minha garganta. — Acredito que expressei algum interesse nisso

antes.

— Eu acredito que sim. Você tem interesse em muitas coisas. — Ele esfregou

o polegar sobre a minha mão em seu braço. — Você terá que compartilhar

comigo algum dia.

— Ocupado esta noite?

Ele não riu. — Acontece que sou todo seu.


Oh garota. Eu podia ouvir minha virgindade gritando enquanto caía em

chamas.

Eu definitivamente precisaria de uma foto como evidência para meu diário

de memória. Não apenas do nosso ninho de amor. Do hotel e da rua lá fora e

tudo o mais que eu tinha negligenciado em minha busca por apenas... Viver.

— Chegamos.

Virei a cabeça e arregalei os olhos. Estávamos em frente à entrada circular

para o nosso hotel.

— Corremos até aqui? — Perguntei. Talvez isso explicasse por que eu estava

sem fôlego.

Não, isso era devido ao sexo iminente.

Finalmente.

Finalmente, porra.

Vá para o inferno, mais dinheiro para o galão.

Oliver apertou minha mão e gesticulou à sua frente. — Depois de você,

princesa.
Capítulo Oito
Oliver

Me diverti carregando Sege pela soleira da suíte. Não que eu normalmente

fizesse essas coisas. Havia uma linha tênue entre romance e farsa.

Mas, como em todas as coisas, Sege Evans era diferente. Ela também me fez

querer ser diferente. Como viver fora da caixa, exatamente como ela vivia.

Se alguém merecia aquela sacudida extra de romance, era a doce e

imaculada Sege.

Não que ela permaneceria imaculada por muito mais tempo. Eu tinha

minha cota de qualidades positivas, mas minha natureza santa não era uma

delas.

Tentei manter distância em momentos diferentes durante a noite. Era

simplesmente impossível, não importa quantas vezes eu me lembrasse das

palavras severas de meu irmão. Eu queria mais dela, o que, eu ainda não tinha

certeza, mas se ela precisasse de menos... bem, eu poderia ser o que ela precisava,

esta noite ou uma série delas.

O que quer que ela desse, eu tomaria avidamente.

Começar sua educação sensual levando-a além do limite foi um erro.

Eu só nunca esperava fazer isso porque ela estava inconsciente.


Oh, ela não estava morta. Nem mesmo desmaiou em um estupor de

embriaguez. Ela tinha acabado de se desgastar como uma criança delirante que

provou todas as ofertas na mesa do bufê e atingiu o marco zero contra meu

ombro no elevador com acabamento dourado.

Minha sorte.

Ela não tinha adormecido totalmente, apenas meio que roncando e

acordando enquanto se apoiava no meu braço, mas assim que a peguei, ela

piscou. Apenas se aninhou bem ali, com o rosto na minha garganta, e me

permitiu sofrer todos os tipos de olhares dos poucos festeiros que voltavam tarde

da noite também tropeçando em seus quartos.

Não que eu estivesse tropeçando. Eu estava com os pés bem firmes, já que

não havia bebido o suficiente.

De alguma forma, consegui manobrar para abrir a porta sem deixá-la

cair. Pequenos favores. Quando a coloquei no centro de sua cama, fiz uma

careta. Ela estava terrivelmente pálida. Não era algum tipo de envenenamento

por álcool, era?

Ela não poderia ter consumido tanto. Embora eu a tenha deixado algumas

vezes enquanto ela estava no caça-níqueis para cuidar de alguns negócios com

nossa secretária, que adorava ser acordada de um sono profundo devido aos

meus pedidos urgentes. Se ela não tivesse lidado com Seth e eu por anos agora, e

pensado em nós como filhos - filhos irritantes - ela provavelmente teria desistido

na hora.
Mas não achei que esse sono repentino tivesse relação com o álcool, além do

efeito depressor do sistema natural que o licor tinha. Ela tinha acabado de cair no

chão. Absorvendo cada pedacinho que Vegas tinha a oferecer.

Eu sorri enquanto afofava os travesseiros sob sua cabeça e cuidadosamente

trabalhei para liberar o lençol e as cobertas de debaixo dela sem interromper seu

sono. Amanhã haveria mais diversão e exploração. Eu não sabia se ela gostaria

de jogar novamente, ou talvez ver se poderíamos assistir a outro show. Também

havia a possibilidade de sair de carro para o deserto.

Fazer amor em um cobertor sob as estrelas.

Uau. Este não é o Hospital Geral. Você não fará sexo com a mulher virginal

e ela de repente decidirá que vocês dois são almas gêmeas. O mais provável é

que, se você fizer sexo, ela gostará de um ou dois e voltará para casa feliz e agirá

como se nada tivesse acontecido.

Eu estava bem com isso. Verdadeiramente. Eu não tinha expectativas de

ficar fisicamente ou qualquer outra coisa. Mesmo que meus pensamentos

continuassem mudando para uma forma de romance que eu não estava

acostumado.

Seth achava que eu era habilidoso em cortejar, mas nunca houve outra

mulher que eu quisesse tanto quanto esta. E isso era terrível pra caralho.

Depois de puxar o lençol até os ombros, olhei para a mesa de cabeceira. Ela

deveria ter água para quando acordasse. Provavelmente alguns analgésicos

também, apenas no caso de uma dor de cabeça. Ela não se manteve hidratada o

suficiente durante a noite.


Peguei duas aspirinas da minha maleta de viagem e enchi um copo de água,

em seguida, verifiquei duas vezes se ela ainda estava descansando em

paz. Nenhum problema aí. Seus lábios até se ergueram durante o sono. Eu

esperava que ela estivesse tendo bons sonhos. Ela os merecia.

Ok, era isso. Eu me virei e fui em direção à porta da minha suíte

conectada. Estava indo para a cama para, com sorte, banir essa tolice que me

dominou. Por mais que eu odiasse deixá-la sozinha, provavelmente era o

melhor. Além disso, estar na presença dela trouxe algo suave para fora de mim

que eu não conseguia identificar e não tinha certeza se gostava.

Antigo tubarão, recentemente castrado. Pagando seus trimestres para ver

agora.

Eu voltaria frequentemente para ver como ela estava. Minhas bolas

ameaçadas não eram mais importantes do que seu bem-estar.

— Oliver.

Sua voz estava cheia de cansaço e tão baixa que eu mal conseguia

ouvir. Meu intestino balançou da mesma forma.

Eu nunca seria capaz de sair agora. Eu não queria.

— Shh, durma um pouco. Eu estarei na porta ao lado...

— Não. Muito longe. — Ela estendeu um braço e indicou a outra metade da

enorme cama King. Ela parecia tão pequena no centro daquele enorme

espaço. Tão vulnerável e doce.

Porra, meu pau se contraiu. Eu não pude evitar. Ela era tão linda. Percebi

aquele cacho de longos cabelos loiros sobre os travesseiros imaculados, a pesada


franja de cílios que projetavam sombras em suas bochechas, o arco rosa pálido de

seus lábios.

Cada fibra do meu corpo se esticou em direção a ela, e meu cérebro lançou

bloqueios de estradas após bloqueios.

— Oliver. — Ela disse de novo, mais forte agora. Ela ainda não tinha aberto

os olhos. — Seu cheiro ainda está muito longe. Venha para a cama.

Isso me fez rir. Eu não tinha certeza se ela me queria por mim ou pelo meu

almíscar.

Ou o fato de você ser um pênis conveniente. Não se esqueça dessa

parte. Obrigado, irmão.

Bem então, não me importei. Eu nunca tinha namorado uma mulher antes

na minha vida, mas tive a sensação de que esta noite seria a primeira vez.

De muitas maneiras.

Eu tirei meus sapatos, em seguida, tirei minhas roupas, mantive apenas

minha boxer e as coloquei em uma cadeira próxima. Trago a carteira ou não? O

debate durou muito mais tempo do que deveria.

No final, a deixei para trás. Sem suposições, lembra? Eu fiquei ao pé da

cama, estudando a ascensão e queda constante de seu peito. Talvez ela tivesse

adormecido novamente.

— Estou acordada. Ish. — Era como se ela pudesse ler meus

pensamentos. Desconcertante como o inferno. Ela mexeu os dedos. — Vamos,

garotão. Eu não vou morder.

— É o que você fica dizendo.


Entrei no lado oposto, então hesitei, minhas costas apoiadas na cabeceira da

cama. O que agora? Apenas deitar? Rolar em direção a ela e parecer disponível

para um possível aconchego?

Cristo, por que tudo isso era tão difícil?

Normalmente, eu não dava a nenhuma dessas coisas um segundo

pensamento. Sexo no segundo ou terceiro encontro não exigia um escrutínio tão

intenso. Agora eu estava analisando demais cada passo.

Essa maldita virgindade dela estava retardando meu rolo até parar.

— Ainda muito longe. — Ela murmurou, rolando e avançando pela cama

até que sua cabeça estivesse no meu colo.

Não, já joguei este cenário uma vez esta noite. Não estava ocorrendo

novamente até que ela se recuperasse um pouco. Eu não era um santo, mas

também não era um filho da puta egoísta.

Pelo menos não com ela.

Felizmente, não tive que afastá-la porque ela fez tudo sozinha. Ela não foi

longe, em vez disso, pressionou sua bochecha na lateral da minha coxa. — Muito

longe lá em cima. — Sua voz estava abafada pela roupa de cama.

Eu deslizei para baixo na cama e deixei escapar um grito assustado quando

ela rolou meio para cima de mim, prendendo-se como se eu fosse seu próprio

travesseiro corporal. Uma perna passou por cima das minhas, seu braço

envolveu minha cintura e sua boca pousou na base da minha garganta.


Ela cheirava tão fresca e limpa. Aquele aroma de sol e ar fresco agarrou-se

especialmente fortemente a seu cabelo, e inclinei minha cabeça para dar uma

longa e vagarosa cheirada.

— Está sentindo meu cheiro? — Ela murmurou enquanto o calor queimava

meus ouvidos. — Eu também faço isso com você. — Ela enterrou o nariz na

curva entre meu pescoço e ombro. — Tão gostoso.

— Vá dormir. — Eu acariciei seu cabelo selvagem e como um gatinho sob a

mão, ela adormeceu novamente.

Tanto para colher. Ela estava praticamente em cima de mim.

Não parecia importar que a posição fosse um pouco desconfortável, porque

meus olhos já estavam fechando. Ela tinha me esgotado.

Eu sorri. E aproveitei quase todos os momentos. Menos um pouco do show

da Celine. Apenas alguns. Ela realmente tinha sido muito boa.

Castração pela metade. Terminaria pela manhã.

Quando acordei, a luz estava se infiltrando no quarto. Eu tinha esquecido de

fechar as cortinas blackout e o cinza perolado do amanhecer estava se

intrometendo em nosso emaranhado quente de braços e pernas.

Eu não sei quanto tempo tínhamos dormido. Não pode ter sido mais do que

algumas horas. Sege ainda deveria estar morta para o mundo depois do dia e da

noite que ela teve ontem.

Não muito.

Seu rosto ainda estava enfiado na curva do meu pescoço, mas suas mãos

estavam vagando. Acariciando meu peito, descendo mais para brincar com
minha trilha feliz. Quando ela se aproximou do cós da minha boxer, peguei sua

mão contra meu estômago.

— Você está dormindo ou acariciando?

Ela soltou uma risadinha suave e ergueu a cabeça para que seu cabelo

maluco caísse para emoldurar seu rosto. — Você estava dormindo por um

tempo, mas eu estava acordada. Como você agora.

— Você se aproveitou de mim?

— Oh, não, esperei que você estivesse consciente para isso.

Afastei alguns fios de cabelo de seus olhos. — Sente-se melhor?

— Sim. Você me carregou para a cama.

— Eu não tive muita escolha, pois você adormeceu no elevador.

Aquela risada inebriante novamente. — É um trabalho árduo ter a melhor

noite da sua vida.

Cristo, eu estava afundado. Ela poderia ter me pedido qualquer coisa

naquele momento, e teria sido dela.

Ela pode ter sido a virgem, mas eu era o único em território estrangeiro.

— Agora eu gostaria de ter a melhor manhã. — Ela deu um beijo no meu

queixo desalinhado. — Em um minuto. — Ela começou a rolar para longe de

mim, mas peguei um punhado de seu vestido.

Hmm, eu provavelmente deveria ter feito algo sobre isso na noite

passada. Despi-la enquanto ela dormia era um ponto pegajoso. Eh, bem, eu

mandaria lavá-lo a seco.


Não que ela parecesse preocupada, já que afastou minha mão e se levantou

para puxar o vestido pela cabeça. Ele caiu no chão ao lado da cama e ela não deu

outra olhada antes de desaparecer no banheiro.

Ah, a chamada da natureza.

Exceto que ela não voltou rapidamente. Quando voltou, eu estava prestes a

entrar lá para ver como ela estava. Eu estava meio sentado, mas a visão dela na

luz do sol crescente me derrubou de bunda.

Ela tinha feito uma cara cheia de maquiagem. Até mesmo enrolou seu

cabelo ou o prendeu ou algo assim para que caísse sobre seus ombros em ondas

loiras sexy. E ela estava de lingerie, pelo amor de Deus. Era acanhada, rendada e

quase incapaz de conter suas curvas.

Meu pau já imoral acenou uma bandeira branca e se rendeu para sempre.

— Mau hálito matinal. — Ela explicou enquanto me pegava olhando. —

Estraga o momento.

— Agora ela me diz. — Engoli em seco e tentei lembrar onde meu cérebro

estava para que eu pudesse sair da cama e fazer o mesmo.

Sem a ondulação do cabelo e a maquiagem.

Ela sorriu e rastejou pela cama. — Não se preocupe. Vou aceitá-lo au

natural. Só desta vez.

Em seguida, sua boca estava na minha e eu não conseguia pensar direito,

muito menos relembrar o protocolo de merda pré-matinal adequado.

Ela não perdeu tempo relaxando no beijo. Ela envolveu sua língua em torno

da minha, fazendo alguma manobra sinuosa que distorceu meus últimos


sentidos restantes enquanto pressionava seus seios fartos contra mim. Deus, seus

mamilos eram como pequenos espetos. Frissons de consciência dançaram pela

minha espinha e por um minuto, possivelmente mais, ela estava no controle. Eu

era a massa para fazer o que ela desejasse.

Exceto que isso não ia acontecer assim.

Eu a rolei embaixo de mim e peguei seus pulsos, arrastando-os acima de sua

cabeça. Ela gritou e chutou em mim, claramente surpresa. Eu a deixei se

contorcer e lutar, meu corpo se tornando cada vez mais rígido.

— Vá em frente, princesa. Eu gosto quando você se contorce contra mim.

— O que você está fazendo?

— Você parecia estar com muita pressa e precisamos ir mais devagar. —

Mordi seu lábio inferior quando encontrei seu olhar. — Confia em mim? — Se

ela hesitasse por um instante, eu teria interrompido tudo. Poderia me matar, mas

eu teria parado.

Ela assentiu com a cabeça, seus olhos fixos nos meus enquanto soltava um

suspiro impaciente. — Já esperei o suficiente, não acha?

— Nem mesmo perto. — Esfreguei meu polegar sobre o pulso martelando

em seu pulso. — Eu gostaria de ter algemas comigo.

Suas pupilas ficaram enormes. — Você tem algemas?

— Sim. Forradas de pele. Elas não machucam a pele sensível. — Lambi seu

lábio enquanto meu polegar circulava sobre aquela batida selvagem e errática. —

Você não está com seu tipo seguro e previsível de costume, princesa. Se não é
isso que você quer isso, precisa falar agora. Caso contrário, não vai sair desta

cama até que esteja completamente fodida.

Esperei que ela recusasse minha conversa grosseira. Mas, assim como

ontem, ela parecia se esforçar para isso. Na minha direção.

— Eu não quero a segurança. — Sua respiração acelerou. — Eu quero

isso. Quero você. — Ela bateu os quadris para cima, esfregando-se contra mim de

forma que eu não tive escolha a não ser fechar os olhos e cerrar os dentes.

Esta mulher.

Eu contei regressivamente a partir de dez e abri meus olhos, deixando meu

olhar vagar por seu corpo. Ela não conseguia ficar parada sob minha leitura. Seus

mamilos estavam frisados, e a renda subiu quase revelando o tesouro entre suas

pernas. Ela não estava usando calcinha. Eu queria ver, tocar e devastar cada

pedacinho dela. Faze-la minha de todas as maneiras que importam, e algumas

novas que inventaríamos entre nós.

— Se você fosse outra pessoa, eu rasgaria isso imediatamente.

— Por favor. Estou tão quente. Já estou morrendo.

Uma rápida olhada em suas bochechas avermelhadas me disse que ela

queria essa experiência também. Ela ansiava por ser desejada.

Seu desejo estava prestes a se tornar realidade.

Mudei meu aperto em seus pulsos para uma mão, embora tenha ficado

mole o suficiente para que eu duvidasse que ela fosse lutar contra mim. Sege

pareceu gostar quando assumi o comando, mesmo que se sentisse obrigada a


fazer um protesto simbólico. Eu tinha meus palpites sobre como seria explorar

sua submissão natural, mas essas considerações não eram para agora.

Havia apenas este momento.

Eu rasguei a renda mantendo-a longe de mim no meio com minha mão

livre. Ela não fez nenhum som, apenas arqueou as costas, oferecendo-me seus

seios e a perfeição rosada de sua boceta intocada como se fossem presentes.

Sua adorável inocência, e a coragem necessária para se compartilhar dessa

maneira, me deixaram quase em silêncio. Um estrondo de prazer foi tudo o que

consegui controlar.

Abaixei minha cabeça, virando-a para que ela não pudesse escapar de

encontrar meu olhar enquanto lambia seu mamilo. Ela se mexeu embaixo de

mim, seus pulsos flexionando em meu aperto enquanto eu ampliava minha área

de foco, dando a todo o seu seio a mesma atenção. Mudei-me para o outro e fiz o

mesmo, meus olhos nunca deixando os dela enquanto sua respiração passou de

acelerada para uma respiração ofegante. — A criatura mais requintada que já vi.

Sua única resposta foi pressionar os ombros mais profundamente no

colchão e me oferecer mais de seus seios.

Apertando um, voltei a sua boca, beijando-a tão lentamente como se

tivéssemos todo o tempo do mundo. Lambi meu caminho em sua boca,

absorvendo seu pequeno choramingo enquanto beliscava seu mamilo

tenso. Rolando entre meus dedos, enrolei minha língua na dela, lutando contra

cada impulso dentro de mim que me dizia para correr. Eu seria um homem

melhor para ela.


Ainda a beijando, peguei seu outro mamilo, alternando entre toques ásperos

e outros mais suaves para descobrir o que fazia seu coração bater loucamente

contra o meu. Áspero, definitivamente áspero. Ela tinha um lado selvagem

escondido, minha princesa, e eu mal podia esperar para explorar todas as

nuances com ela.

— Segure a cabeceira da cama. — Eu disse em sua boca. — Preciso das duas

mãos para isso.

Ela obedeceu imediatamente. Eu segurei seus seios juntos e acariciei os dois,

esfregando meus polegares sobre as pontas rígidas. Ela observou cada

movimento meu atentamente. Sua expressão curiosa só me deixou mais

determinado a mostrar-lhe tudo, dar-lhe tudo.

Compensar cada homem idiota que não percebeu o presente que foi

oferecido.

Perdedores. Agora ela era minha.

Inclinei-me para beijá-la suavemente, provando seus lábios com os

meus. Ela estava tão ansiosa, tão faminta. Eu devolvi seu beijo e o retardei,

engolindo seu barulho de frustração e dando-lhe um puxão em resposta em seus

mamilos.

Ela se arqueou e se acalmou, seu corpo era meu para ser

tomado. Exatamente no ritmo que eu pretendia.

Ainda segurando seus seios, deslizei minha boca por suas costelas. Sua pele

estava toda vermelha, especialmente entre as pernas. Eu mal me permiti olhar,

sabendo que isso faria eu me mover mais rápido do que pretendia. Mas agora
deixei meu olhar demorar entre suas coxas enquanto beijava meu caminho até lá,

querendo que ela soubesse bem o meu destino antes que eu chegasse. Ela estava

tão rosa e delicada, já úmida de desejo. Uma faixa de cachos loiros felpudos

conduzia como uma flecha direto ao coração dela.

Eu não podia esperar para prová-la. Para conhecê-la de uma maneira que

ninguém mais conheceu.

Minha.

Mergulhei minha língua em seu umbigo, girando lá. — Você já foi chupada?

— Eu respirei contra sua pele, confiando que ela entenderia o que queria dizer.

Sua garganta ondulou e ela balançou a cabeça.

Idiotas de merda. Esses homens não valiam o pavimento sob seus pés.

Nem você.

Mais e mais, eu estava começando a pensar exatamente isso. Mas se eu

pudesse ganhar minha redenção, começaria no altar entre suas coxas.

Finalmente liberei seus seios para separar suas pernas. — Segure firme,

princesa.

Aparentemente, ela pensou que eu queria que agarrasse meu cabelo, porque

na primeira lambida, ela o agarrou com as duas mãos e soltou um som cruzado

entre surpresa e pura necessidade animalesca. Eu não a repreendi, já que suas

mãos no meu cabelo eram boas pra caralho. Assim como a pulsação frenética

contra meus lábios enquanto eu aprendia suas reações, deslizando para baixo

para lamber o poço de líquido acumulado na tenra entrada dela. Então deslizei

para dentro, apenas a ponta da minha língua, saboreando tanto o aperto de suas
pernas contra os lados da minha cabeça quanto aquelas puxadas exigentes em

meu couro cabeludo.

Ela nunca seria uma amante passiva. Nunca se intimidaria em compartilhar

sua aprovação no que eu estava fazendo.

Eu olhei para ela e molhei as pontas dos dedos, novamente tomando meu

tempo para que ela não pudesse fazer nada além de observar e esperar. E

estremecer no colchão como se morresse a cada toque.

Enquanto eu colocava um dedo, ela engasgou e disparou para cima, ainda

segurando meu cabelo. Eu não recuei. Continuei, maravilhado com a tensão

implacável que certamente estrangularia meu pau. Repeti o movimento algumas

vezes e ela abriu mais as pernas, suas inibições fugindo em busca de

mais. Adicionei outro dedo, esticando-a ligeiramente, ganhando velocidade

enquanto lambia seu clitóris distendido. Ela estava latejando ao meu redor, já

apertando. Ela não duraria muito, e eu não queria que ela durasse.

Se alguém conseguiria um orgasmo maldito, era Sege Evans.

— Goze para mim, princesa. — Murmurei, encontrando seus olhos

enquanto pressionava minha língua em seu clitóris e curvava meus dedos dentro

dela, deliberadamente procurando aquele local secreto que só funcionava em

dias bons e se os anjos alinhassem seus interesses com os meus.

Eles estavam cantando com suas harpas esta manhã.

— Oh Deus, o que, oh Deus! — Ela resistiu contra mim, puxando meu

cabelo novamente e novamente enquanto eu flexionava minha virilha na cama

em uma tentativa inútil de obter algum alívio. Ir para baixo sobre ela estava
sendo mais erótico do que eu poderia sequer a imaginar. — É demais, eu não

posso...

— Não lute contra isso, princesa. — Eu sussurrei, usando o apelido que

sempre parecia funcionar como mágica. — Apenas deixe ir.

Suas pupilas se dilataram antes que ela fechasse os olhos e arqueasse as

costas contra a cama, seu corpo inteiro ficando tenso quando o elástico de

necessidade dentro dela estalou. Ela inundou minha língua, seu clitóris uma

batida maníaca contra minha boca enquanto ela gritava.

Gritava porra. Não um pequeno gemido com a intenção de ser um

distintivo de mérito por um esforço decente.

Ela ainda estava tremendo, quando finalmente reuni meu juízo o suficiente

para escalar seu corpo. Eu a beijei com os lábios encharcados dela e ela os comeu,

faminta por todos os gostos e sensações que eu poderia oferecer. Suas mãos

correram pelas minhas costas, suas unhas raspando minha pele enquanto ela

puxava minha boxer para baixo e segurava minha bunda. Forte. Unhas deixando

vergões enquanto ela chupava minha língua para engolir cada pedaço de si que

ficou para trás.

— É melhor você ter a porra de uma camisinha. — Ela ofegou, e eu não

conseguia decidir se queria gemer ou rir.

Então eu fiz os dois.

— Eu não vim aqui para transar. Que tipo de homem você pensa que sou?
— Um inteligente, e é melhor você se mexer. — Ela bateu na minha bunda e

eu rolei para fora dela, chutando minha boxer emaranhada pelas minhas pernas

e no chão. Onde eu logo segui.

Cristo. Movimento elegante, cara.

Mas valeu a pena olhar para cima de onde eu estava deitado no chão de

costas com o vento batendo fora de mim para vê-la espiando por cima da borda,

seus grandes olhos verdes dançando, seu cabelo caindo para frente para

enquadrar seu lindo rubor bochechas. Ela parecia recém-fodida, e eu nem tinha

tido a honra ainda.

— Precisa de uma mão? — Ela perguntou suavemente, mas ela não

alcançou. Ela agarrou meu pau, dando-lhe um golpe longo e forte, terminando

com a quantidade perfeita de fricção na ponta. Ela deslizou para frente, seus

longos cabelos arrastando sobre minha barriga tensa. — Talvez uma boca...

— Uh-uh. De novo não. Tenho planos para essa sua boceta deliciosa.

— Bom. Então vamos. — Ela lambeu os lábios e apertou a mão sobre o meu

comprimento mais uma vez. — Sinto sua falta.

Eu gemi. Cristo. Morto. Eu estava tão morto.

De alguma forma, caí de joelhos e rastejei até a cadeira que segurava minhas

roupas. Sua risada alegre encheu minha cabeça enquanto eu lutava para

recuperar minha carteira e os preservativos dentro. Eu tinha três amontoados lá,

e eles não eram tocados há mais tempo do que Sege poderia acreditar.

Eu pretendia usar cada um hoje. De manhã, ao meio-dia e à noite, sempre

que sua boceta inexperiente pudesse me levar.


Com os preservativos nas mãos, levantei-me e voltei para a cama. Seus

olhos pesados me beberam, demorando-se descaradamente no meu pau. Foi

dolorosamente difícil, e sua atenção não ajudou nesse assunto. Ela estendeu a

mão para pegá-lo e se inclinou para encontrar minha boca ao mesmo tempo,

acariciando-me em puxões desiguais que não deveriam ter me deixado ainda

mais quente. Mas ela era tão gananciosa, tão expressiva, que cada excitação que

demonstrava só aumentava a minha.

Eu me acomodei entre suas pernas e a beijei suavemente, tentando

transmitir que não estava com pressa. Meu corpo estava, mas minha mente,

instinto e tudo mais queria ficar aqui com ela nesta cama para sempre. Mas ela

estava se esfregando contra mim, me encharcando com a prova de sua prontidão,

e porra, eu estava pronto para tê-la.

Quando me inclinei para enrolar o preservativo, ela o tirou da minha mão.

— Eu posso?

Assentindo, eu guiei suas mãos quando necessário. Isso me gratificou de

alguma forma como um homem das cavernas que não me importei em explorar

que seus dedos se atrapalharam, e ela prendeu o lábio entre os dentes enquanto

tentava rolar. Claramente, isso também era novo para ela. Ela nunca tinha

chegado tão longe.

Eu desejei como o inferno que ela nunca chegasse tão longe com outro

homem novamente.

Apenas eu. Só eu. E não me importava com o que aquilo dizia ou o que

significava.
Minha. Toda fodidamente minha.

No instante em que o látex estava no lugar, eu me aproximei dela, apoiando

meus braços em cada lado dela nos travesseiros. — Segure firme, princesa. Mas

desta vez, segure firme em mim.

Ela envolveu seus braços e pernas em volta de mim, inclinando a cabeça

para trás para me dar o beijo mais doce. — Estou feliz que seja você, Oliver. —

Ela sussurrou, e eu não pude segurar mais um segundo. Meus quadris

avançaram por conta própria.

Ela gritou e, mais tarde, eu lamentaria não ter mantido o controle por um

pouco mais de tempo. Mas não havia meias medidas, e uma vez que eu estava

dentro, e estava totalmente dentro, afundando nas profundezas dela antes de

recuar lentamente. Tão devagar que ela choramingou e mordeu meu queixo,

tirando sangue.

— OK?

Esperava que ela me dissesse para parar. Seus olhos estavam úmidos e eu

poderia dizer pela tensão em seus membros que a machuquei. Mas ela acenou

com a cabeça, seu sorriso feroz enquanto se levantava para encontrar meu

próximo impulso. E o próximo, e o próximo.

Perder-me neles era como respirar. Tentei ir com calma, lembrar que não

importava seu entusiasmo, tudo isso era novo para ela. Mas Deus, os sons que

ela estava fazendo enquanto arrastava as unhas nas minhas costas estava sendo

minha ruína.
— Mais. Estou bem. — Ela mordeu meu lábio. — Eu quero mais forte. Faça-

me gozar de novo.

Eu deixei a corrente do meu controle estalar e investi contra ela do jeito que

meu corpo exigia, puxando suas pernas para cima até que estivessem sobre um

ombro e eu pudesse agarrar suas coxas para alavancar. Ela estava bem ali

comigo, seus gemidos intermináveis enquanto ela esfregava as mãos sobre os

travesseiros. Ela virou a cabeça, mordendo um deles enquanto sua boceta tinha

espasmos, torcendo meu pau com tanta força que eu não pude conter meu

gemido. Droga, eu estava perto. Mais alguns golpes.

Trabalhei duro, e mais ainda, murmurando desculpas e prometendo

compensá-la mais tarde enquanto buscava meu orgasmo indescritível. Bem aí,

bem aí.

E então senti a camisinha rasgar, um segundo antes de meus quadris

estalarem para frente e eu me drenar em sua boceta com um gemido longo e

baixo.

Eu desabei metade em cima dela e metade nos travesseiros, minha mente já

correndo tão forte quanto meu corpo ainda pulsando.

Puta que pariu.

Eu apenas gozei dentro dela sem nada entre nós.

Talvez tenha sido um pequeno buraco. Uma picada de agulha. Talvez

apenas alguns nadadores tenham escapado.

Foda-me.
Não teria sido tão óbvio se eu não estivesse prestando muito mais atenção

do que o normal a todas as nuances de suas reações. Não que eu não tivesse

perdido o fio delas quando meu pau excessivamente ansioso decidiu comandar o

show.

Cristo, era a primeira vez dela. Ela não podia engravidar. Quer dizer, quais

eram as chances?

Pergunte isso ao seu irmão. O nome da criança é Laurie.

— Oh, uau. Meu Deus. Uau. Isso foi... — Ela parou e se mexeu para sorrir

para mim por cima do ombro. — Sexo é tão incrível.

Eu devolvi o sorriso dela fracamente. Tão fraco que ela provavelmente

pensou que eu tinha torcido um tendão.

Como eu poderia arruinar seu brilho com uma conversa como essa?

Que bom que você gostou. Como você se sente em relação à gravidez não

planejada?

— Certamente é. — Rolei para longe dela para cuidar do

preservativo. Coloquei minha mão em concha sobre a arma da minha destruição,

entrei no banheiro, calmamente acendi a luz, olhei para baixo e por pouco resisti

a gritar uma maldição.

O látex foi rasgado como a piñata de uma criança depois de ter sido atacado

por um morcego, ou parecia muito perto do meu cérebro enlouquecido. Eu não

tinha ilusões de que meu pau era um objeto de estudos de esportes, mas puta

merda, eu tinha um processo em minhas mãos.

Em minhas mãos.
— Você está bem aí? — Sege falou.

— Ótimo. — Eu limpei e apoiei minhas mãos na borda da pia.

E agora? Eu não tenho a menor ideia.

Eu, o cara que nunca vacilou.

Nunca.

Eu não tinha nenhuma maldita ideia do que dizer ou fazer a seguir. A

última coisa que eu queria fazer era estragar essa experiência para Sege, e

discutir preservativos rasgados era basicamente uma receita para isso.

Seus passos estavam vindo em minha direção, tornando essa decisão

iminente.

Ela apareceu fora da porta, ainda gloriosamente nua, seu corpo exuberante

coberto com algumas marcas de meus lábios, mãos e barba crescendo. Elas

apenas aumentaram seu fascínio.

Eu queria dizer a ela o quanto apreciei que ela se compartilhou comigo. O

quanto esta manhã significou para mim.

Em vez disso, fechei a porta na cara dela.


Capítulo Nove
Sage

Encarei a porta fechada e esfreguei minha cabeça milagrosamente apenas

ligeiramente latejante. Minha ressaca era quase inexistente.

Meu sexover embora? Enorme.

Oliver não saiu.

Até para minha surpresa, não entrei em pânico nem comecei a me acusar de

ser uma péssima trepada. Dane-se isso. Eu tinha sido uma transa incrivelmente

incrível. Especialmente porque era tudo novo.

Ele quase me quebrou ao meio quando gozou. Se esse foi sexo horrível,

bem, me inscreva para um pouco disso todos os dias pelo resto da minha vida.

Não, algo mais estava em jogo aqui, e eu tinha um bom palpite do que era.

O Sr. Fobia de Compromisso estava ficando apavorado.

Mudei de pé e estremeci com a dor entre minhas coxas, tanto do sexo em si

quanto de sua nuca na minha pele sensível. Essa mesma sensação formigou em

meus seios e pescoço.

Tantas reações, todas me atingindo ao mesmo tempo. Muitas outras coisas

que eu queria explorar.


Eu não era mais virgem. Mas não iria me insultar e pensar em

como agora eu era uma mulher, porque fingir, eu sempre fui uma mulher. Eu só

não tinha feito sexo antes.

Missão finalmente cumprida. No entanto, aqui estava eu, esperando que ele

se erguesse e me encarasse.

Divertida, encostei o ombro na porta. — Oliver, Oliver, venha de onde você

estiver. — Covarde. — Acrescentei baixinho.

Ele não respondeu de imediato. Por um breve instante, medos antigos e

familiares tentaram levantar suas cabecinhas irritantes.

Talvez ele tenha decidido que virgens dão muito trabalho.

Talvez ele esteja com medo de que você chore e fique emocionada.

Talvez ele não saiba como te dizer que foi casual.

E não em termos de desempenho também. Mas ele não precisava me dizer

isso. Morei em Crescent Cove toda a minha vida. Ele é um monogâmico serial,

ênfase em serial. Não é como se eu esperasse que ele gozasse depois.

Pode ser bom, mas tanto faz. Estávamos em Las Vegas. Eu tinha coisas para

fazer. Eu queria ir à capela de Elvis, pelo amor de Deus. Os problemas de

intimidade de Oliver não se encaixavam em minha agenda do dia.

E sabe de uma coisa? Eu ia dizer isso a ele. Não haveria mais ninguém

encolhendo para mim.

Sege empoderada e desvirginizada, se apresentando para o serviço.

Eu levantei minha mão para bater na porta, e ela se abriu. Antes que

pudesse dizer a ele que estava prestes a me vestir e ir ver Elvis, ele prendeu o
braço sob minha bunda e me levantou do chão. Sua boca se fechou sobre a minha

e esqueci que deveria estar chateada. Tenho certeza de que esqueci tudo, exceto a

pressão de seus lábios, provocando os meus.

Ele me carregou de volta para a cama e sentou-se comigo em seu colo,

acariciando sensualmente sua mão sobre meu cabelo. Ele nem estava sem

fôlego. Com ele, eu me sentia pequena, feminina e... feliz. Pelo menos quando ele

não estava me irritando, e agora, estávamos bem.

Tão bem.

Eu segurei sua mandíbula desalinhada, passando meu polegar sobre o

cabelo surpreendentemente denso que já crescia. — Eu nunca vi você nada além

de barbeado.

Suas sobrancelhas estavam franzidas, a expressão em seus olhos escuros tão

pesada. — Meu kit está ao lado.

— Bem, não se apresse. Eu gosto disso. Faz você parecer malandro e

gostoso. — Abaixei minha cabeça, prestes a mostrar meu apreço por esse fato,

quando ele colocou um dedo sobre minha boca.

— Nós temos que conversar. — Ele fechou os olhos e respirou fundo. —

Peço desculpas por fugir de você antes, mas eu realmente não sabia como lidar

com isso.

Só assim, todas as minhas vibrações de prazer sexy desapareceram no

éter. Minha pele congelou e eu me mexi em seu colo, preparada para descer. Se

ele fosse me dizer para eu me mandar, ou alguma variação, preferia que ele
fizesse isso enquanto estava vestida e não toda aninhada contra ele, como se

fôssemos amantes normais.

Pela primeira vez, eu só queria ser normal.

— Você não tem que fazer um grande discurso. Estou honestamente bem

com isso. Você pode não acreditar em mim.

— O preservativo estourou.

Estreitei meus olhos em sua expressão claramente preocupada. Via de regra,

Oliver aparecia do outro lado da popa, mas isso era mais do que o normal até

mesmo para ele.

Ele parecia genuinamente preocupado.

— OK.

— OK? Você não está tomando pílula, está?

Balancei minha cabeça. — Para que? Não houve invasores em meu túnel de

amor.

Por um breve momento, seus lábios se contraíram antes que ele ficasse sério

mais uma vez. — Nenhum ciclo menstrual difícil em seu passado, obviamente.

— Ele exalou. — Claro que não.

— Seu conhecimento sobre o que ajuda o ciclo reprodutivo feminino é

impressionante e horripilante.

Ele não riu, apenas afastou meu cabelo da testa. — Provavelmente, vai ficar

tudo bem.
— Certo. Parece provável. — Eu balancei a cabeça vigorosamente. As

crenças positivas geravam resultados positivos.

Eu sempre acreditei nesse lema, até que meus pais venderam meus sonhos

bem debaixo de mim.

— Existem opções. — Ele limpou a garganta e pegou minha mão, brincando

com meus dedos como se ele não pudesse encontrar meu olhar. — Como a pílula

do dia seguinte. Apenas como precaução.

— Não.

Ele franziu a testa. — Não?

— Sim. É uma palavra de três letras que significa negação. Acho que não

temos nada com que nos preocupar. — Eu saí de cima dele e peguei os pedaços

da minha lingerie, enrolando-as em minhas mãos.

Coloquei um pequeno pedaço de lado para guardar no meu livro de

memórias. Isso seria ainda melhor do que uma foto de nosso covil sexual.

Mordendo meu lábio, olhei de volta para os lençóis bagunçados. Talvez eu

conseguisse um rápido flash disso também.

Então vislumbrei a pequena mancha de sangue.

Isso me envergonhou mais do que qualquer outra coisa. Eu teria que limpar

isso. Só Deus sabe quanto o hotel cobraria. Além disso, era nojento. Eu deveria

ter pensado antes. Pegar uma toalha. Algo.

Corri para o banheiro para pegar uma toalha molhada, mas quando me

virei, esbarrei em Oliver. Eu nem tinha ouvido ele me seguir. Seus malditos

movimentos silenciosos.
— Eu tenho que cuidar de...

— Deixe-me. Eu vou cuidar disso, e de você também. — Ele pegou o punho

com a toalha e levou-o ao peito.

Para meu horror absoluto, o fundo dos meus olhos ficou quente. O que

diabos havia de errado comigo? Eu estava bem há cinco minutos. Então vi uma

pequena mancha e falei sobre uma pílula idiota que eu nem mesmo iria tomar e

estava toda confusa.

— Eu não vou tomar nenhum comprimido. — Encarei sua garganta porque

não suportaria encará-lo de frente. Ele pensaria que eu era mole e covarde, e

talvez eu fosse. Talvez fosse muito sensível para ser uma mulher do mundo.

Eu simplesmente teria que viver com isso. Fazer as pazes com quem eu era

no fundo, talvez apenas me esforçando para ser uma versão mais ousada de vez

em quando.

Quando ele não disse nada, não pude deixar de preencher o silêncio. — Eu

sei que todas as suas outras mulheres provavelmente não hesitariam, e tenho

certeza que é uma precaução desnecessária, mas eu não posso fazer

isso. Simplesmente não parece certo para mim.

Uma parte de mim esperava por uma acusação. Uma pequena parte com

raiva que já havia levantado seus punhos, preparada para lutar se fosse

necessário.

Esperando por uma progênie de Hamilton, não é?

A criança realmente não existia, mas eu lutaria da mesma forma.


Em vez disso, ele agarrou meu queixo e puxou meu rosto para mais

perto. — Eu não tenho nenhuma outra mulher. — Ele murmurou, e algo em sua

frase fez meu coração bater contra a parede do meu peito. — Você não tem que

se explicar para mim. Eu só queria que você tivesse todas as informações, para

que pudesse fazer sua própria escolha.

As lágrimas vieram de novo, mas desta vez uma escapou. Ele pegou com o

polegar e engoli em seco. — Tudo que eu sempre quis foram escolhas.

Ele acenou com a cabeça como se isso fizesse todo o sentido do mundo. —

Comigo, você sempre as terá.

Inclinei minha cabeça contra ele e absorvi o baque louco de seu batimento

cardíaco sob meu ouvido. — Obrigada.

— Não é necessário. — Ele deu um beijo no topo da minha cabeça. — Eu

não queria estragar isso para você. Quer dizer, presumindo que pudesse, a

menos que você já não achasse satisfatório. E se...

— Oliver.

— Sim?

Fechei seus lábios com meus dedos, surpresa com o quão fácil era sorrir com

ele. Ainda mais fácil do que espancar ou lançar insultos. — Cale-se.

Voltamos para o quarto e ele limpou o lençol e a mim, embora eu tenha dito

a ele que iria apenas tomar um banho. Mas ele foi insistente e então me disse por

quê.

Aparentemente, os preservativos rasgados nem sempre se rompem de

forma limpa. Às vezes, peças ficam para trás.


Sim, você adivinhou. Meu canal do amor até então não testado

possivelmente estava repleto dos perigos do sexo apressado. Ou do uso

impróprio do preservativo, o que provavelmente era mais próximo disso.

Da próxima vez, eu apenas o deixaria lidar com a camisinha e faria

anotações. Se houvesse uma próxima vez.

Quase houve uma quando ele estava realizando a pesquisa da

cavidade surpreendentemente não hedionda. Ele conseguiu tornar isso

excitante. Ele tornava tudo excitante, e foi assim que acabei chegando ao final.

Tudo está bem quando acaba bem, certo?

Tomamos banho e ele voltou ao quarto para pegar as malas. Parecia

estúpido para ele estar tão longe, quando eu praticamente queria que ele vivesse

dentro de mim.

Acima do topo? Não muito. Eu tive muito tempo para compensar.

— Acho que devemos comprometer as atividades do dia. — Disse ele

durante o almoço em outro restaurante, este com um pátio ao ar livre que me

permitia tirar foto após foto das palmeiras, e dos pedestres se divertindo, o

alegre chapéu, e os carros vintage descolados que passaram. Vegas era um

turbilhão e eu queria muitas imagens para o meu diário.

Fotos de Oliver não eram obrigatórias, já que eu poderia tirá-las a qualquer

momento. Mas ele estava usando uma camisa havaiana comprada na mesma

butique em que compramos meu biquíni - ainda tinha uma saia, então tanto faz -

e imaginei que provavelmente nunca o veria com ela novamente. Ele continuou
puxando a gola e dizendo coisas como “graças a Deus, ninguém me conhece

aqui” e “já é hora do biquíni?”

Eu o subornei para comprar a camisa com ofertas de modelagem de

maiô. Eu ainda estava pensando em ter um corpo digno de um biquíni, não

importava esse homem insanamente atraente estar disposto a se sujeitar a sua

versão de suicídio fashion apenas pela chance de me ver em um.

Eu só tirei algumas fotos dele em seu novo visual. As fotos poderiam nem

mesmo entrar no meu diário.

Bem, aquela com ele sentado com o queixo apoiado na mão como se

estivesse contemplando questões importantes, definitivamente estaria. Eu quase

fiz o upload para o Facebook e Instagram.

Oliver Hamilton, pensando na vida.

Como valorizava meu bem-estar, não fiz isso, entretanto.

Depois de desligar o telefone, peguei metade do meu sanduíche de salada

de frango e mordisquei uma das pontas. — De que tipo de compromisso estamos

falando aqui, Hamilton?

— Do tipo em que, se eu tiver que ver um Elvis falso, você terá que usar

aquele biquíni por aproximadamente 12 horas seguidas.

Escondi meu sorriso atrás do meu sanduíche. — Não vejo como isso é um

comércio equivalente.

— Você veria se soubesse como me sinto sobre os imitadores de Elvis. — Ele

murmurou.
— Você deveria ter mais respeito pelo rei. Além disso, eles fazem parte de

toda a experiência de Vegas. Quando Ross e Rachel se casaram...

— Querido Deus, não isso de novo.

Eu funguei. — Na noite passada você estava tentando arranjar um encontro

comigo para assistir todos os episódios. Desistiu agora que você conseguiu me

deflorar?

Seu sorriso era deslumbrante. — Foi isso que eu fiz?

— Não. Cale-se. — Eu arranquei um pedaço da minha crosta e joguei nele,

rindo e me esquivando enquanto ele a jogava de volta.

— Eu não estava tentando arranjar um encontro com você, a propósito.

— Você estava. — Eu sorri. — Foi engraçado ver você tentando agir

casualmente.

— Você estava me ferrando de propósito?

— Não. Eu nunca iria ferrar com você. — Deliberadamente, demorei-me nas

últimas três palavras, e seus olhos aqueceram como se estivéssemos sozinhos e

nus.

— Mentira. Tudo mentira. Você tem me ferrado desde o dia em que nos

conhecemos. — Sua voz baixou para combinar com a minha.

— Quando foi isso, exatamente? Eu realmente não me lembro. — Cidade

pequena ou não, nossas famílias não eram exatamente dos mesmos círculos. —

Você sempre esteve por perto.


Na semana passada, eu teria acrescentado algo como um fungo. Incrível o

que uma relação sexual violenta poderia fazer a um relacionamento

anteriormente tumultuado.

Oliver cortou cuidadosamente um pedaço de bife. — Eu tinha voltado da

escola preparatória em maio, e meu pai não se sentia confortável tendo a amiga

que eu trouxe comigo ficando em casa. Então, viemos para a pousada para

arrumar o quarto dela. Você estava atrás do balcão de colete curto e camiseta

regata, e estava sorrindo e acenando tanto para todos que eu tinha certeza de que

você deveria estar alegre.

Foi provavelmente a maioria das palavras que eu já ouvi Oliver dizer ao

mesmo tempo. E muitas delas eram fascinantes.

— Você se lembra da minha roupa?

Ele assentiu. — Colete rosa com listras, shorts jeans. Você também estava

queimada de sol. Disse que você adormeceu lendo um livro à beira do lago no

dia anterior.

— O que sua amiga estava vestindo?

Ele deu de ombros e pegou sua água. — Não me lembro. Ela era uma amiga

de escola da minha irmã. Não éramos tão próximos, mas odiava a ideia de deixá-

la para trás nas férias. Os pais dela nunca estiveram muito por perto durante os

intervalos.

Hum.

Desejei que Ally estivesse aqui para me dizer o que isso significava. Se isso

significasse alguma coisa. Mas então eu não poderia perguntar a ela, porque ela
diria imediatamente que eu era uma idiota por dormir com Oliver em primeiro

lugar, muito menos se perguntasse o que significava ele se lembrar da minha

roupa de uma vida atrás.

— Por que seu pai não a deixou ficar em casa?

— Ela era menor de idade.

— Pervertido. — Meu prazer com sua memória de nosso primeiro encontro

desapareceu com a minha lembrança de sua amiga. Estava nebuloso na melhor

das hipóteses, já que eu não tinha poderes no nível Hamilton de recordação total,

mas achei que me lembrava do cabelo ruivo brilhante, pernas longas e um

sorriso de Cover Girl.

Eu também me lembrei de Oliver dirigindo aquele maldito Porsche prata

que ele ainda dirigia agora, e as rugas ao redor de seus olhos quando ele sorriu

para mim. Resumidamente, como se ele não pudesse gastar a potência com

qualquer um. Mas ele ofereceu a ela muito.

— Jennifer. — Eu disse, meio para mim mesma.

— Sim. Você se lembra.

— Um pouco. Você transou com ela?

Aquela maldita sobrancelha negra se ergueu. — Se você está se referindo a

sexo, não. Como eu disse, não éramos tão próximos, e isso inclui partes do nosso

corpo. Se você está se referindo a levá-la a um luau, talvez por causa da minha

camisa, definitivamente não.


Eu ri e peguei meu celular enquanto ele zumbia. Eu só o liguei há pouco

tempo para tirar fotos e ele era notoriamente lento para coletar mensagens

perdidas, então planejei checar minhas mensagens depois do almoço.

Mensagens de Ally inundaram minha tela assim que o zumbido da ligação

foi interrompido.

Como estava a deusa? Ela cantou - Where Does My Heart Beat Now? - Clássico

perdido!

Espero que você não tenha respondido por que ela matou você e você precisava de

tempo para se recuperar!

Ok, eu sou apenas uma grávida louca, é por isso que estou preocupada. Espero que

você esteja bem. Realmente não quero mandar mensagens para Oliver.

Parei de ler porque meu telefone começou a zumbir novamente. Seth? Que

diabos?

Eu respondi e exalei. — É o bebê? Eu não li todos os seus textos

ainda. Desculpe, meu telefone estava desligado. Ela está bem? Ela está tendo

contrações?

— Você está bem? — Antes que eu pudesse responder, ele baixou a voz. —

Aconteça o que acontecer, sempre seremos seus amigos.


Que porra é essa? Eu nem tinha tempo de mexer com o galão de palavrões

agora.

— Estou perfeitamente bem. Melhor que bem. Não tenho ideia do que você

quer dizer, Hamilton, mas é melhor você contar.

Do outro lado da mesa, Oliver soltou um suspiro. — Deixe-me falar com o

ingrato.

Eu levantei um dedo. — O que?

— Você não ligou a noite toda. A noite toda. — Acrescentou ele, como se

isso significasse algo importante.

— Seu ponto? Estou de férias malditas.

— A noite é o horário nobre de Oliver. — Ele disse significativamente, e eu

tive que cobrir minha boca para não rir alto.

— Oh, e agora? O que isso significa exatamente? Ele veste uma roupa de

super-herói e salta de um prédio alto para outro? — Eu não pude deixar de

bufar.

— Sege, me dê o telefone.

Troquei o dedo que estava segurando, fingindo não ouvir o suspiro chocado

da mesa atrás de nós. Ninguém jamais me acusaria de ser elegante. Então me

processe.

— Você sabe o que quero dizer. Eu entendo se você se sentir sufocada por

nossa preocupação, mas temos razão para estar. Eu mais do que Ally, porque ela

realmente não achava que as coisas aconteceriam dessa forma.

— Oh, mas você está preocupado com isso?


Seth esquivou-se habilmente dessa pergunta. — Meu irmão tem muito mais

experiência do que você, e a tentativa equivocada de minha esposa de se

certificar de que você estava segura em Vegas pode ter levado a...

Não ouvi mais nada depois disso. Apenas aquela confusão de ruído branco

na minha cabeça que me deixou saber que um ataque de pânico ou um colapso

de raiva estava chegando rápido.

Possivelmente ambos.

— Falo com você mais tarde. — Desliguei a ligação e imediatamente mais

mensagens perdidas de Ally começaram a preencher minha tela. Algum dia eu

teria que substituir este telefone velho e horrível.

Eu poderia fazer isso agora, já que ganhei algum dinheiro ontem. Dinheiro

que eu mal tinha pensado desde que estava drogada com Oliver.

Alto não era a palavra para meus sentimentos por ele agora.

— Sege?

— Ally pediu para você vir tomar conta de mim. — Em vez de olhar para

ele, olhei para o meu sanduíche parcialmente comido. Meu apetite se foi.

Por muitas coisas.

Ele não negou. Ele simplesmente pegou o guardanapo no colo e dobrou-o

ao lado do prato. E terminou sua refeição enquanto eu estava falando com seu

irmão. Por que seu almoço deveria ser interrompido? Ele não era aquele que

precisava ser protegido e mimado.

— Não como uma babá. — Disse ele calmamente. — Pareceu a você que eu

estava chateado ou não estava gostando da sua companhia?


Eu só ouvi pela metade. — Eu sabia que era suspeito você estar naquele

avião. Negócios... sim, certo. Mas isso é por minha conta. Não queria examinar

seus motivos muito de perto porque estava feliz por ter alguém comigo, até

mesmo uma espécie de amigo como você.

— E somos muito mais do que isso agora, não somos?

— Isso também fazia parte do seu cuidado? — Tive que forçar a

pergunta. — Eu sei que Ally nunca teria pedido, mas talvez esse fosse o seu

bônus com a compra.

Antes que ele pudesse responder, me levantei cambaleando e corri para o

portão que dava para o pátio, fugindo para a rua.

Fiquei na calçada e coloquei minhas mãos em punhos ao lado do

corpo. Para onde eu iria? Voltar para a suíte que ele “atualizou” para mim? Ou

eu poderia pegar um Uber e correr para casa. Rabo entre minhas pernas, orgulho

totalmente esfarrapado. E eu nem tinha certeza do motivo pelo qual estava com

raiva.

Por que Ally pediu a ele para cuidar de mim? Por ele ter concordado?

Acima de tudo, que ele não tinha me contado?

Ele me deixou acreditar que veio por sua própria vontade distorcida,

negócios ou não. Eu acreditei nisso principalmente porque eu queria pensar que

foram as circunstâncias felizes que nos levaram a ficar juntos, menos os poucos

minutos em que eu quis matá-lo, excluindo o momento presente.

— Sege. — Seus passos soaram atrás de mim.


Eu olhei ao redor com a visão turva, precisando de espaço. Eu não pude

processar nada disso quando ele estava perto.

Um Uber parou no meio-fio para deixar alguém sair e eu corri para frente,

escorregando na parte de trás.

O motorista piscou para mim confuso enquanto Oliver corria pela calçada,

seus movimentos menos coordenados do que eu já tinha visto.

Bom. Deixe que ele seja o único fora do centro para uma mudança.

— Senhorita?

— Leve-me a Elvis. Agora. — Eu exigi, enquanto ele se afastava do meio-fio

assim que Oliver alcançou a maçaneta da porta.

— Estou supondo que você quer dizer uma das capelas? Eu pessoalmente

conheço algumas delas.

Olá, meu nome é Sege Evans. Eu alego que não sou romântica, mas para

onde eu corro depois de um possível rompimento com um homem que eu nem

estava namorando, apenas fodendo? Para uma capela de casamento.

Com um Elvis falso, mas tanto faz.

— Leve-me para a que for mais próxima.

De forma nada chocante, acabamos voltando para o nosso hotel, o Golden

Apple. Estávamos almoçando a uma curta distância, então nenhuma surpresa

aí. Mas eu não recuei.

Joguei dinheiro no motorista, junto com meus profusos agradecimentos, e

desci. Eu não vi se Oliver estava perseguindo. Se ele queria falar comigo, ele

apenas teria que lidar com a capela também.


A única coisa que eu não esperava? Aquele falso Elvis teria uma fila até ao

meio-dia.

Uma fila de casais, a maioria deles tontos. Não é de surpreender, já que hey,

se casar e tudo.

Agora, eu odiava cada uma dessas pessoas.

— Oi, querida, você está aqui para ver o rei? — Uma idosa minúscula com

cabelo turquesa brilhante e óculos combinando veio até mim com uma

prancheta. — Você está sozinha ou esperando um amigo? — Antes que eu

pudesse responder, ela baixou os óculos para me olhar de cima a baixo. —

Ninguém se casou ainda, mas há todo aquele movimento Galentine’s, e não

julgamos na Capela Hunk O 'Burning Love.

Uma risada explodiu de mim quando estiquei o pescoço para ler a

placa. Querido Deus. Talvez Oliver estivesse certo. Quem viria a um lugar

espalhafatoso como este, fã de Elvis ou não?

Eu sempre poderia reservar uma viagem para Graceland. Sozinha, é claro. A

maneira como estava condenada a viajar de agora até a eternidade, amém.

— Então, sozinha, não é? Não vamos impedi-la de se encontrar com Sua

Excelência, embora haja uma multa.

— Companheiro chegando. — A voz ofegante e atormentada de Oliver fez

meu coração estúpido cair em queda livre, mas não me virei para olhar para ele.

Naturalmente, ele me encontrou. Eu divulguei meus planos para Deus e

para todo o país. Eu era tão sutil quanto o cometa de Halley.


— Oh, bem agora, olhe para você. Você é um grande gole de água, não é? —

A mulher inclinou a cabeça para trás. — Vocês vão se casar? — Ela olhou para

sua prancheta. — Você quer a rapidinha ou a longuinha? Rapidinha inclui...

— Não. — Respondemos simultaneamente.

— Não o quê? Sem rapidinha? A longa é bem mais cara porque o Rei canta

duas músicas para você, uma delas à escolha do casal. A gorjeta é opcional.

— Não vamos nos casar. Só estou aqui para ver, — Oliver tossiu. — o

chamado Rei.

Eu olhei para ele. — Você não pode simplesmente jogar junto? Você tem

que estragar tudo?

— Sinto muito se tenho problemas para chamar um homem de pluma preta

pelo nome que pertence a um dos maiores artistas que este país já viu.

Um cara enorme vestindo macacão de couro sem camisa e o que parecia ser

um conjunto completo de soqueiras saiu da fila para olhar Oliver. — Você tem

um problema, filho? Este é considerado um lugar feliz. — Ele acrescentou em um

rosnado.

Oliver ergueu as mãos, com as palmas para fora. — Sem problemas. O que

vocês fazem para entretenimento é problema seu.

Isso não pareceu acalmar o homem, e ele deu um passo à frente. — É

mesmo? Como você se sente sobre eu me divertindo colocando minhas mãos ao

redor...
— Olá, senhor. — A senhora de cabelo turquesa bateu no estômago do

homem com sua prancheta. — Volte para a linha ou você perde o seu lugar. Não

toleramos nenhuma gentalha aqui.

— Ele começou. — Disse o cara antes de voltar para a linha.

— Então, sem casamento? — A senhora da área de transferência confirmou,

observando algo em seu formulário. — Só uma visita. Sem músicas?

— Absolutamente não.

Estreitei meus olhos para Oliver. — Você é um ser humano horrível.

— Ok. Faça-o cantar todo o seu repertório para ela.

Como assim? Oliver puxou sua carteira e empurrou uma quantidade

verdadeiramente chocante de notas para a mulher. — Considere o extra sua

gorjeta.

Seus olhos saltaram por trás de seus óculos turquesa. — Ora, eu não posso...

George! Temos um casal apressado!

O cara de couro se virou para rosnar novamente. — Oh infernos

não. Hawaii Five-O não está cortando a fila.

Oliver olhou para sua camisa como se tivesse esquecido seu traje e

suspirou. — Nós podemos esperar. O que mais poderíamos ter que fazer em um

bom dia em Las Vegas?

— Bem, obrigada. Muito obrigada. — Ela virou-se para os casais que se

juntaram à fila atrás de nós.

— Precisamos conversar. — Oliver disse, a voz baixa. — Podemos fazer isso

aqui se você insistir, mas precisamos.


Cruzei meus braços. — Eu não tenho nada para dizer a você.

— Ok. Então vou falar.

Eu esperei.

— No dia em que conversamos na sala de descanso da lanchonete, Ally me

deu a ideia de te acompanhar até Vegas. Ela está gravida. Você esperava que eu

dissesse não e a condenasse a um fim de semana de preocupações? Ela te ama,

quer você queira ou não, e cuida de você. Se servir de consolo, geralmente desejo

o mesmo. Mas não sobre isso.

Comecei a discutir. Era nosso jeito típico. Então eu realmente ouvi o que ele

disse.

— Por que não?

Ele olhou para longe antes de finalmente encontrar meus olhos. — Este fim

de semana foi incrível.

A flagrante honestidade em sua declaração me fez perder o

equilíbrio. Havia muita coisa que eu não sabia nesta vida, mas uma coisa que

poderia identificar era um mentiroso. Pelo menos, foi o que disse a mim mesma.

Ele não estava mentindo. Ele quis dizer isso.

— Se eu tivesse perdido um minuto disso... — Ele passou a mão pelo cabelo

surpreendentemente desordenado. Ele até manteve sua nuca sob coação,

simplesmente porque pedi a ele. — Bem, vamos apenas dizer que tenho uma

dívida de gratidão com minha cunhada. — Ele fez uma pausa. — Meu irmão, no

entanto, merece uma joelhada nas bolas, que ficarei muito feliz em entregar.
Não pude deixar de rir. — Ele disse que seu horário de funcionamento

principal era à noite.

— Oh, ele falou? Não muito diferente do que disse na noite passada.

Franzindo a testa, coloquei meus dedos no bolso de sua camisa e o fiz olhar

para mim. — É por isso que você ficou todo mal-humorado depois que ele ligou

na noite passada?

— Eu não fiquei todo mal-humorado.

—Você com certeza ficou. Achei que fosse por casa da Celine.

— Eu realmente gostei da Celine. A maior parte.

— Da Celine também? — Macacão de couro balançou a cabeça em

desgosto. — Você tem alguns problemas sérios, cara.

Oliver o ignorou e baixou a voz para falar apenas para os meus ouvidos. —

Não, ele gentilmente me informou que você era inocente demais para mim, e

para não tornar isso pessoal se algo acontecesse entre nós.

— Oh meu Deus, aquele idiota. Eu não gostava dele quase tanto quanto não

gostava de você.

Os lábios de Oliver se torceram. — Contanto que sua antipatia por ele não

tome o mesmo tipo de coisa que aconteceu comigo.

Eu golpeei meu punho suavemente em seu estômago e ele o segurou,

mantendo-o ali.

Só assim, eu derreti.
Ficar brava com ele era impossível. Ele foi tão doce comigo quando precisei

de alguém neste fim de semana, e ele era estupidamente gostoso. Eu não queria

ficar com raiva quando conhecia Ally e até mesmo Seth, embora ele

provavelmente estivesse levando uma joelhada nas bolas depois deste fim de

semana, só tinha meu bem-estar em mente.

— Eles não sabem que nós... — Engoli em seco e entrelacei meus dedos com

os dele. — Eu não quero que eles saibam. OK?

Sua testa franziu e ele hesitou antes de assentir. — OK.

— Eu também não quero que isso acabe quando voltarmos para casa. —

Soltei um suspiro trêmulo. — Enquanto funcionar para nós... nós dois, quero

dizer. Sem cordas. Sem expectativas de nenhum dos lados. Apenas

diversão. Exatamente como neste fim de semana, exceto em nossa base.

Ele abriu a boca para falar, mas eu coloquei a mão em sua camisa de seda e

me inclinei para murmurar perto de sua orelha. — Antes de dizer sim, quero

dizer apenas você e eu. Enquanto estou na sua cama, ninguém mais

fica. Entendido?

— Concordo. — Ele deslizou sua mão livre no meu cabelo e segurou a base

da minha cabeça, sua expressão feroz. — O mesmo vale pra você. Eu não

compartilho.

Dei de ombros. — Não é como se houvesse alguém...

— E isso precisa parar. Exatamente neste instante. — Seu toque contra o

meu couro cabeludo ficou mais áspero e meus mamilos enrijeceram, bem ali na
fila para ver o rei. — Você é uma mulher linda, inteligente, engraçada e linda. —

Ele se inclinou e mordeu meu lábio inferior. — Entendido? — Ele repetiu.

Sorri contra sua boca. — Você disse linda duas vezes.

— Sim, e direi mais mil vezes antes de terminarmos. — Ele me virou na

linha e passou os braços em volta da minha cintura, apoiando o queixo no meu

ombro. — Obrigado por me dar outra chance.

Como se eu tivesse escolha. Sem cordas? Okay, certo. Eu já podia senti-las

girando em torno de mim com tanta certeza quanto seus braços.

Não por causa dele. Por minha causa. De alguma forma, ele provocou

desejos há muito adormecidos, e não tive escolha a não ser aceitar e desfrutar o

que eu tinha em vez do que não era possível.

— Sim, e direi mais mil vezes antes de terminarmos.

Esse era o ponto mais saliente. Nós acabaríamos eventualmente. Nesse

ínterim, eu me concentraria no prazer, na excitação e na diversão, e fingiria que

não imaginava ocasionalmente outros resultados muito diferentes.

Com Oliver. Meu amigo inimigo.

Um homem que não podia aceitar o falso Elvis, mas estava esperando na

fila comigo para vê-lo.

Que pacientemente ficou e ouviu o dito falso Elvis tocou Heartbreak Hotel e

Blue Suede Shoe e me chamou de querida.

Oliver estava com um sorriso tenso em tudo isso, e segurou minha mão o

tempo todo.
Na saída, avistei uma enorme cadeira parecida com um trono que suspeitei

ser para fotos com o pseudo Elvis. Fiz um gesto “vem cá” para Oliver e o atraí,

empurrando-o para baixo e rastejando para o seu colo. Ele não hesitou. Não

hesitou um segundo quando me inclinei para encontrar sua boca. Ele apenas

puxou minhas pernas e me beijou tão ansiosamente quanto se estivéssemos em

particular, perdidos em nosso próprio mundo sujo de beijos gananciosos, veludo

e palmeiras de plástico.

Foi absolutamente glorioso.

— Peguei!

Atordoada, virei minha cabeça para ver a sorridente senhora da prancheta

me mostrando a tela do seu iPhone. E lá estava eu, aninhada em Oliver como se

estivéssemos loucamente apaixonados para que todo mundo visse.

Ou apenas uma recepcionista sorridente na Capela Hunk O 'Burning Love.

— Envie-me isso, por favor. — Oliver disse com a voz rouca, dando a ela

seu e-mail.

Eu fiz o mesmo, e fiquei maravilhada por ele não estar chateado por ela ter

tirado uma foto de um momento tão íntimo. Enquanto estávamos em público,

nada menos.

Sorrindo, estendi a mão para tirar aquela mecha errante de cabelo de sua

testa. — Você, senhor, ganhou algum tempo na piscina.

Ele se levantou de um salto, ainda me segurando. Eu ri e me agarrei a ele

para salvar sua vida. — É claro que sim.


Capítulo Dez
Oliver

O que acontece em Vegas permanece em Vegas, a menos que você more na

mesma cidade que sua nova amante.

Não tinha percebido exatamente o que implicaria em seguir o acordo de

Sege. Voltar para casa e retomar a vida normal enquanto ela fazia parte da minha

de uma maneira muito diferente foi mais difícil do que eu esperava.

Eu não gostava de fingir que não éramos mais um para o outro do que

quando saímos de férias. Disparar sobre nada era natural e divertido. Esconder

os momentos que vieram depois não foi tão simples. Quando eu a vi esfregando

a parte inferior das costas doloridas na lanchonete e desejei puxá-la contra mim,

e tive que me conter.

Não éramos íntimos. Em público, pelo menos.

Em particular, ela dava gemidos ansiosos, tinha espírito aventureiro e tantas

necessidades envoltas em risos e sensualidade esfumaçada que era uma alegria

testemunhar.

À noite, ela era minha.

Toda minha.

Durante o dia, eu a compartilhava com o mundo e fingia que era o

suficiente.
Mas ela definiu os parâmetros. Definiu seus limites. Por mais que eu odiasse

o subterfúgio, concordei que era menos incômodo manter nosso relacionamento

privado. Havia muito menos perguntas para lidar. Muito menos conselhos úteis

para percorrer.

Eu ainda não gostei. Em absoluto.

Antes de partirmos para Las Vegas, eu teria considerado essa a

configuração ideal. Acesso fácil e frequente ao sexo com uma mulher linda e

inventiva que exigia discrição. Nem mesmo de Ally e Seth sabiam, e o resto dos

habitantes da cidade eram muito curiosos, embora fossem bisbilhoteiros o

suficiente. Mas os pais de Sege viriam para uma visita em breve, na esperança de

estar por perto quando Ally tivesse seu bebê.

Por mais que lamentasse o sigilo, não tinha nenhum desejo de ver seus

pais. Claro, eu já os vi muitas vezes. Dormir com a filha deles era um cenário

completamente diferente, e eu não tinha ideia de como ser... o que quer que

fosse. Nunca fiquei tempo suficiente para conhecer os pais das mulheres com

quem namorei. Provavelmente por escolha. Isso parecia muito permanente, e eu

estava sempre um pé fora da porta.

Como eu também estava agora. Certo?

Errado.

Em vez de procurar minha saída, parecia estar procurando maneiras de me

entrincheirar mais profundamente. Não apenas em sua doce boceta noite após

noite, embora essa fosse uma das minhas ocupações favoritas também.
Não, isso era algo muito mais perigoso. Assim como minha necessidade de

incitá-la sob o pretexto de cumprir seu acordo. Era como se eu quisesse ver se

poderia quebrá-la. Se ela finalmente contasse o segredo... e depois?

Eu não sabia, mas continuei testando os limites. Testando a ela.

Testando a mim mesmo.

— Você tem certeza de que é capaz de cuidar de Laurie enquanto Ally está

no hospital? — Meu irmão perguntou, girando sua colher no café. — Eu

provavelmente consigo, e ela não vai ficar lá por muito tempo. Eles dão alta

assim que o bebê nasce hoje em dia.

Havia uma imagem de que não precisava enquanto terminava o almoço. Eu

olhei através da mesa do restaurante para Ally, que parecia preocupada e estava

olhando para longe. Pode ser que ela não estivesse animada ao ouvir sobre ter

alta do hospital no momento após o parto. Ou então estava deprimida com as

escolhas de sua vida que a levaram a engravidar e se casar com meu irmão

idiota.

Eu ainda não estava feliz com o idiota, considerando tudo que tinha

acontecido em Vegas. Saber que Seth tinha boas intenções com Sege, não mudou

que ele feriu seus sentimentos com a maneira como expressou as coisas.

Coisas que eu imprudentemente repeti para Sege apenas para amenizar

minhas próprias preocupações sobre ela me usar como um destruidor de

virgindade útil. Eu não estava orgulhoso disso.


Então, novamente, compartilhei um útero com o idiota que falou fora de

hora. O que posso esperar? Éramos, literalmente, cortados do mesmo tecido

esfarrapado.

— Eu disse que poderia fazer isso. Você terá o suficiente para lidar. — Eu

balancei minha cabeça e peguei meu café preto. Eu tinha comprado três doses até

agora, e não era porque desenvolvi um amor repentino pelo assado queimado da

lanchonete.

Eu tinha uma fixação bastante nova na garçonete gostosa, no entanto.

Tínhamos convidado Sege para fazer uma pausa e comer conosco. Não

duvidei que se não estivesse com Seth e Ally, ela teria aceitado a oferta. Ter que

se aglomerar na cabine do meu lado e lidar com meus comentários e perguntas

principais - geralmente com a intenção de tentar enganá-la de alguma forma

sobre nosso relacionamento - provavelmente não era a maneira mais relaxante

que ela poderia passar seus preciosos momentos de folga.

Eu não a culpo, mas também não conseguia parar. O que esperava ganhar

com meu comportamento desagradável, eu nem sabia.

Para ela dizer ao mundo que era minha?

Ela não iria. O fato de ela estar na minha cama na maioria das noites desde

que voltamos para casa - ou eu na dela - não mudava isso.

Mesmo assim, nasceu de um pano esfarrapado. E obcecado por sexo

incrível. Eu só poderia ser culpado por tanto.

— Você tem trabalhado muito ultimamente. — Seth despejou mais creme

em seu café. Eu estava esperando que ele começasse a pedir a jarra de creme com
um pouco de café. — Fica até tarde no escritório, chega mais tarde na manhã

seguinte. Se você vai ficar atolado com a papelada enquanto está com Laurie,

preferimos que Sege ajudasse em seu lugar.

Meu olhar pousou na mulher em questão quando ela parou para ajudar o

casal na próxima cabine, os Gundersons.

— Tenho certeza de que, se ficar preso por causa do trabalho, Sege estará

disposta a me ajudar. Não é, Sege? — Eu levantei minha voz apenas o suficiente

para ela olhar na minha direção enquanto servia o café da Sra. Gunderson.

Esse era outro dos meus vícios, encontrar maneiras de fazer Sege me olhar

nos olhos. Eu com certeza, não conseguia parar de observá-la, então parecia justo

que ela retribuísse o favor.

Ela acenou para mim, indicando que terminaria em um momento. Eu fiz

uma careta. Ela estava esfregando as costas novamente. Ela tinha ibuprofeno no

armário? Eu sempre poderia correr até a farmácia e comprar para ela.

Ouvindo meus próprios pensamentos, minha carranca só aumentou. Cristo,

eu parecia açoitado. Tão mal quanto Seth.

Eu não poderia estar tão mal quanto Seth.

Poderia?

Ally olhou por cima do ombro para Sege e então voltou sua atenção para a

mesa. — Estou preocupada com ela. — Disse ela em voz baixa.

Então, o que mais havia de novo? Mas eu não disse isso. Talvez ela soubesse

algo que eu não sabia. Estar dentro de Sege todas as noites definitivamente não

me tornava a par do funcionamento interno de sua mente. Se qualquer coisa, eu


diria que ela estava trabalhando duro para não compartilhar mais de si mesma

comigo do que seu corpo.

Não que eu tivesse notado muito.

Jesus, eu precisaria de um diário como Sege se não matasse essa merda

rápido.

— Por quê? — Bebi mais café. Nesse ritmo, eu teria que me contentar em

mandar uma mensagem de texto para Sege com uma mão do mictório.

— Ela só parece terrivelmente cansada e mal-humorada ultimamente. Ela

fica quieta quando chega.

Claro que estava quieta, já que ela tinha que esconder sua vida, por escolha

dela, mas de alguma forma não parecia assim. Parecia que a decisão que ela tinha

tomado tinha a ver apenas parcialmente com seus próprios desejos, e ela não

precisava ser questionada por minha família. Talvez ela também.

— Talvez ela esteja deprimida. — Seth disse igualmente baixinho,

mantendo um olho atento para a chegada de Sege da cabine próxima. — Ela está

diferente desde Vegas. — Ele entregou isso com um olhar penetrante que não me

intimidou quando eu tinha dez anos e certamente não o fez agora.

— Ela não me parece deprimida. Quase diria que está entusiasmada quando

está na minha presença. — Ela se aproximou da mesa, cafeteira na mão, seus

olhos se estreitaram na minha xícara quase vazia. Eu terminei e sorri. — Não é

mesmo? Olhe aquele sorriso.


Ela revirou os olhos e estendeu a mão para a xícara. Esquecendo nosso

truque, peguei a cafeteira dela e derramei em minha xícara, devolvendo a ela

quando notei Seth observando de perto os procedimentos.

Maldito bastardo intrometido. Essa era uma característica que eu

absolutamente não compartilhava com ele. Sempre fiquei na minha própria pista.

— Quem disse que estou deprimida? — Antes que alguém pudesse

responder, ela largou a panela e esfregou a parte inferior das costas. — Acho que

você me confundiu com o viciado em cafeína obsessivo sentado na sua

frente. Embora ele não esteja deprimido, mas claramente precisando de uma

sacudida. Ou trezentas. — Acrescentou ela incisivamente enquanto eu pegava

novamente meu café.

Verdade seja dita, provavelmente precisaria de um programa de

desintoxicação depois do almoço. Água para mim de agora em diante.

— Você parece um pouco diferente ultimamente, só isso. — Ally pousou as

mãos na barriga enorme e deu um sorriso pálido. — Então, novamente, todo

mundo parece diferente para mim. Hormônios malditos. Estou pronta para tirar

esse bebê.

— Eu também. Temos muito tempo para compensar se formos para aqueles

nove de que falamos. — Seth piscou e ela o acertou no ombro.

— Não é forte o suficiente. — Eu disse a ela, inclinando-me sobre a mesa. —

Permita-me demonstrar.

— Crianças. — Disse Sege, sua voz cheirando a fadiga. — Levem as

escaramuças do pátio da escola para outro lugar. Eu odiaria ter que jogar vocês
três para fora. — Ela inclinou a cabeça para mim. — Bem, eu odiaria jogar dois

de vocês para fora. O outro eu não sentiria falta.

Com isso, ela fugiu, mas parecia falso. Sege sem um sorriso era como o

verão sem sol. Seus grandes olhos verdes estavam vazios, apáticos. Como se ela

estivesse seguindo as regras.

Não tínhamos dormido muito ultimamente. Algumas horas por noite, no

máximo. Nunca parecia haver tempo suficiente para explorar um ao outro de

todas as maneiras que queríamos. Eu tinha que acreditar que ela estava sentindo

a mesma urgência que eu, já que suas necessidades eram tão onipresentes quanto

as minhas.

Claramente, estava cobrando seu preço. Ela precisava de mais

descanso. Uma verdadeira noite de folga que não consistia apenas em me foder,

tão obviamente incrível quanto isso tinha que ser.

Bem, foi. Eu tinha meus dons. Ser um fanfarrão significava aumentar um

pouquinho a verdade. Minhas habilidades como amante eram lendárias. Pelo

menos em minha própria mente.

Talvez eu escrevesse isso em seu diário. Ok, não, eu não olharia nele. Isso

não seria kosher6. Mas eu poderia colocar uma nota dentro sem ler nada. Ela iria

sorrir no mínimo.

Porra, eu precisava ver seu sorriso.

6 Pessoa que se comporta de acordo com a lei judaica.


Ou eu poderia escrever um bilhete para ela aqui e agora. Por que

adiar? Ally estava certa ao dizer que Sege não era ela mesma, apenas porque

estava cansada.

Eu esperava que fosse apenas porque estava cansada, e não por insatisfação

com...

— Ei mano. Você está vivo? — Seth apontou para mim. — Você está quase

tão mal quanto Sege ultimamente. Acho que você precisa dar uma pausa durante

as noites. Eu sei que você está tentando trazer muitos novos negócios com a

chegada da primavera. É apreciado, especialmente com a chegada do garoto, e

Deus sabe que estou distraído. — Ele passou a mão pelo cabelo.

Estava mais comprido do que o meu, como sempre, e ele estava deixando

crescer uma barba curta para acompanhar. Eu estava de volta à minha aparência

típica de barba feita depois daquele dia em Las Vegas.

O que eu não faria por Sege. Foi perturbador. E, mesmo enquanto pensava,

estava vasculhando minha carteira em busca de um pedaço de papel para usar.

Você está chicoteado. Purê. Ervilhas de bebê praticamente amassadas.

Bebês em todos os lugares.

— Desculpa. — Peguei um pedaço de papel. Era um recibo, mas eu poderia

fazer funcionar. — Lembrei-me de uma ligação que preciso fazer para Jeff

Connors quando voltar ao escritório.

Ah, inferno, eu tinha esquecido que me encontraria com Connors hoje. Às

vezes, as mentiras eram úteis.

Encosta escorregadia aí, Hamilton.


— Vê o que quero dizer? — Seth balançou a cabeça. — Isso não é típico de

você, cara. Você sempre foi um workaholic, mas costumava equilibrar isso com

uma vida social saudável também.

— Eu me voltei para a pornografia na internet.

Ally colocou a mão na barriga. — Um teclado é um substituto superficial

para a interação humana.

— Você não viu tudo o que Shyla Rabbit pode fazer. — Nem eu, na

verdade. Eu só sabia o nome dela por causa de um anúncio que conheci uma

noite.

Ela parecia bem... arredondada.

— Estou falando sério. O que aconteceu com você e Úrsula? Achei que

vocês dois tinham algo acontecendo.

— Algo. — Tirei minha caneta esferográfica do bolso interno da minha

jaqueta.

— Acabou então? — Ally suspirou. — Sua vida amorosa é como assistir a

uma temporada de The Bachelor, exceto que você distribui rosas o ano todo,

todos os anos.

— Já lhe ocorreu que vocês dois passam muito tempo preocupados com a

vida de Sege? E com a minha? Isso faz parte do casamento feliz? De repente, você

sente a necessidade de fazer com que todos te odeiem com seu comportamento

presunçoso e sabe-tudo.
Seth parecia perplexo. — Sempre que ele fala mais de duas frases seguidas,

ele fica nervoso. Ferir significa atingir um nervo. — Ele bateu no queixo. —

Úrsula terminou com você?

Eu teria que entrar no banheiro para poder escrever esta maldita nota. Sem

mencionar que Beavis e a Sra. Butthead estavam observando cada movimento

meu. Eles provavelmente pensaram que eu planejava passar meu número para

Jean.

Felizmente, Ally pediu licença para ir ao banheiro feminino e Seth foi muito

mais fácil de distrair. Especialmente quando ele estava no modo de conselheiro,

certo de que tinha focado na fonte do meu descontentamento.

— Sabe, você não tem que agir duro comigo. Não é como se eu não

entendesse. Merda, você me viu todo confuso quando Ally parou de falar

comigo.

— Eu certamente vi. Também me lembro de ter intercedido naquela

situação e, em última instância, ajudá-lo.

— Você fez. — Seth estalou os nós dos dedos. — Não tenho certeza se ela

estaria pronta para me ouvir se você não tivesse ido para a cabana.

A risada de Sege chegou à nossa mesa e eu bati na minha bochecha. Hum. A

cabana. Isso tinha algumas possibilidades.

Especialmente porque amanhã seria a mais complicada das ocasiões para

um novo relacionamento.

Dia dos Namorados, também conhecido como Waterloo de um novo

amante, se o tom certo não for atingido.


— Isso é exatamente correto. Eu intervim e você teve um resultado positivo.

— Eu levantei minhas sobrancelhas. — Eu apreciaria se você me ajudasse de vez

em quando.

— Quando?

Tipo, oh, por não forçar o melhor relacionamento que eu já tive no

subterrâneo com o jeito bem intencionado de bisbilhotar dele e de sua

esposa. Mas como eu não poderia pedir isso, eu pediria a segunda melhor coisa.

— Pare de se meter.

— Com você ou Sege?

— Por que eu deveria me importar com o que você diz ou faz sobre ela? —

Até mesmo dizer isso queimou minha língua. Eu me importava muito. — Mas já

que você colocou para fora, então sim. Nós dois. Dê-nos espaço. Tenho certeza de

que ela adoraria também. Não que eu tenha como saber. Em absoluto.

Colocando um pouco mais grosso aí, hein?

Seth acenou com a cabeça. — Sim. Acho que estamos exagerando

ultimamente. — Ele beliscou a ponte do nariz. — Desculpe por isso, mano. É só

porque nos importamos. E...

— E porque vocês estão tão felizes juntos, você quer que todos no mundo

também estejam. Eu sei.

Seth coçou o queixo. — Não, não é nada disso com Sege. Acho que Ally está

mais preocupada em Sege encontrar alguém, para ser honesto. Ela tende a se

apaixonar rápido, e a maioria dos homens não é digno de seu amor. Ela está

preocupada com ela se machucar novamente.


— Ela não vai ficar, certo?

— Como você sabe?

Ótima pergunta. Agora eu era um especialista em amor e romance?

Pressionei a ponta da caneta no papel. Eu consegui algumas palavras

desconexas e comecei a dobrar o papel em uma forma antes de me conter. Um

velho hábito que veio da escola preparatória quando eu estava entediado na

aula.

Evidentemente, também serviu como minha resposta quando meu irmão

estava dando seu melhor olhar para o FBI enquanto tentava sondar meu cérebro

reconhecidamente confuso.

Mas em vez de desdobrar a forma, deixei a memória muscular assumir o

controle. Não era do tamanho certo para o pássaro de origami. Perto o

suficiente. Talvez ela se divertisse o suficiente para pelo menos abri-lo.

Só por segurança, rabisquei abrindo meu bico no bico do pássaro e enfiei no

bolso.

As sobrancelhas do meu irmão se fundiram. — Você acabou de me

mostrar um bilhete para você mesmo? Dobrado como um cisne de origami?

— Às vezes eu faço origami para me divertir. — Eu disse por fim. — Nem

sempre me lembro de abrir as notas. Enfim, me pergunto onde está Ally?

Seth olhou por cima do ombro. — Huumm, devo ir ver como ela está? Está

tão perto do nascimento do bebê.

— Sim. — Eu balancei a cabeça enfaticamente. — Você definitivamente

deveria ir fazer isso.


Enquanto ele estava ocupado, eu agarraria Sege por um momento.

— Volto logo. — Ele deslizou até a metade do assento e olhou para mim. —

Você sabe que quer um pedaço dessa ação. Ser pai significa se preocupar a cada

minuto do dia. Adicione uma esposa e... Jesus. — Ele bufou.

Meu pescoço se contraiu. — No entanto, você queria um segundo filho.

— Sim, e foi a melhor decisão que já tomei, além de me casar com

Ally. Finalmente. Demorou o suficiente, hein? — Ele sorriu. — Vamos torcer para

que a coisa dos gêmeos não dê certo para você.

Eu não pude deixar de estremecer quando ele saiu da cabine e se afastou.

Um pai. Eu. Quem poderia imaginar tamanha loucura? Era quase tão louco

quanto me imaginar um marido. Mesmo assistir Seth se acalmar não tinha

estimulado o mesmo desejo em mim. Pelo menos não conscientemente. Eu tinha

minha sobrinha e meu sobrinho, e isso parecia bastante.

Até…

Deslizando minha mão no bolso sobre o cisne de origami, deslizei para fora

da cabine. Não tinha tempo para ponderações inúteis. Eu precisava encontrar

Sege.

Depois de verificar a sala de descanso, fui para o depósito. Bingo. Ela voou

para fora da sala dos fundos, com os braços cheios de produtos de papel e

condimentos. Ela percebeu que eu estava vindo pelo corredor e mexeu na caixa,

fazendo voar guardanapos, mexedores de café e minúsculos pacotes de

geleia. Peguei o que pude e apertei minha mão em torno de seu braço,

mantendo-a de pé.
Ela rapidamente me sacudiu e se agachou para pegar os poucos pacotes de

guardanapos que haviam escapado de nossa luta. — Você não deveria estar aqui.

— Ela bufou, soprando a franja do rosto. Era uma mudança em seu penteado,

corte longo e baixo na testa. Eu não era de notar essas coisas, mas parecia notar

muito sobre Sege Evans.

— Escrevi um bilhete para você.

Isso a deteve. — Uma bilhete? — Ela olhou para mim. — Como na escola

primária?

Enfiei na caixa a geleia e os agitadores de café que resgatei e coloquei as

mãos nos bolsos da calça. Eu segurei o cisne protetoramente, já questionando o

impulso de dá-lo a ela.

Ela quer um caso tórrido, e hoje você está tentando fazer com que ela pare

de brincar?

Em vez de responder, tirei-o e ofereci a ela, totalmente despreparado para

ver seu queixo estremecer como se eu a tivesse presenteado com um

diamante. Ela largou os guardanapos na caixa e ergueu a mão com o cisne,

olhando-o de todos os lados.

— Origami. — Ela respirou.

Não apenas um diamante, decidi, mas o inestimável diamante Hope.

— Uma representação tosca em qualquer caso. — Meu peito inchou e lutei

para respirar fundo enquanto balançava os calcanhares. Casual. Eu poderia ser

casual. Inferno, eu era o rei disso.

Ou fui antes dela.


— Não é tosco. Eu não posso acreditar que você pode fazer isso. É lindo. —

Eu a ajudei a se levantar quando ela começou a se erguer, mas Sege estava

focada no bilhete, não em mim. — Eu não quero desdobrar.

— Você deve. Diz 'abra-me'.

Ela sorriu. — Eu vejo isso.

— Você sabe o que eu vejo?

— Hum?

Torci minha mão em seu rabo de cavalo, provavelmente estragando-o

enquanto a puxava para mais perto. Ela não lutou contra o movimento, em vez

disso ficou na ponta dos pés para encontrar minha boca. O beijo foi cheio de

fome, línguas cortantes e lábios se chocando, e ela gemeu enquanto colocava uma

das mãos em meu paletó. Sua outra mão estava cuidadosamente estendida para

o lado, meu cisne de origami precisamente equilibrado no centro de sua palma.

Vislumbrando isso, eu ri. Direto em sua boca até que ela se juntou a mim, e

rimos juntos como idiotas.

— Eu não queria esmagá-lo. — Ela murmurou entre beijinhos provocantes.

— Eu posso fazer outros, você sabe. É apenas papel.

— Mas este é o primeiro. Os primeiros são especiais. — Ela recuou o

suficiente para que nossos olhares travassem e, Cristo, minhas bolas se

contraíram como nós com aquele olhar conhecedor em seus olhos.

— Eles são. — Levemente, agarrei sua garganta e esfreguei meu polegar em

círculos sobre sua pele macia. — Eu gosto de dar a você todas as suas primeiras

coisas.
— De jeito nenhum. Ainda há muitas coisas a fazer e experimentar. — Ela

lambeu meu queixo. — Mas você definitivamente me colocou em

um caminho interessante.

— Interessante, hein? — Coloquei a mão em concha equilibrando o cisne e

empurrei em direção a ela. — Abra para que eu possa lhe dar mais.

— Agora você me intrigou. — Ela prendeu a ponta da língua entre os dentes

enquanto estudava o pedaço de origami. Ela puxou o bico, cutucou a unha contra

as dobras do papel em busca do ponto certo para começar.

Então ela balançou a cabeça e me ofereceu. — Faz você. Eu não quero

estragá-lo.

— Veja. É fácil de abrir. — Eu demonstrei, mostrando a ela as palavras

espalhadas nos painéis internos. Cada uma fez meu coração bater mais forte na

minha cabeça.

— Você está me chamando para sair? — Ela perguntou, uma vez que

terminou de ler minha mensagem.

— Tecnicamente, estou convidando você para entrar.

— Na cabana de sua família. No Dia dos Namorados. Como um encontro

legítimo. Romântico.

Se ela não estivesse me observando tão de perto, eu teria puxado meu

colarinho de repente apertado. — Um esboço razoável disso, talvez.

— Pode ser. — Um sorriso se contraiu em seus lábios. Eu beijei metade de

seu batom. Na deixa, sua mão subiu para esfregar minha boca. — Preciso de uma

maquiagem de alta qualidade se quisermos manter isso em segredo.


Agarrei seu pulso, segurando-a no lugar. — Ou poderíamos dizer foda-se à

todos eles.

Seus olhos brilharam, e ela começou a falar antes que o estrondo de passos

reconhecíveis vindo pelo corredor nos fizesse girar em direção à caixa de coisas

no chão. Nós dois estávamos fingindo jogar coisas nele quando Seth deu a volta

na curva na extremidade oposta.

— Aí está você. Ally está pronta para ir. Ela está tendo contrações, mas não

muito próximas. Acho que precisa apenas descansar um pouco.

— Devido aos seus muitos anos de experiência como mulher grávida? — Eu

me levantei e me movi em direção a ele, minha expressão relaxada firmemente

marcada no lugar. — Prossiga. Eu cuido da conta.

— Tem certeza disso? O que aconteceu aqui? Você está bem, Sege?

— Ótima. — Ela ainda estava agachada, cerrando os dentes em um sorriso

estranho. — Apenas tropecei com uma caixa. Felizmente, Oliver estava aqui para

ajudar.

— Oh sim? Por que você está aqui?

— Procurando por você e Ally. Achei que talvez ela precisasse andar um

pouco. Desculpe, eu não entro em banheiros femininos nem por vocês dois.

Seth riu. — Tudo parte do negócio, cara. Eu vou pegá-lo mais tarde.

— Combinado. Dê o meu abraço para Ally.

— Peça para ela me ligar. — Sege se levantou e espanou as mãos dela. De

repente, ela deve ter percebido que deixou cair o cisne em sua pressa porque seu
olhar voou para o meu, em pânico. Ela olhou ao redor do chão, para a caixa,

perto dos meus pés.

Sem cisne.

Deve estar na caixa. Além disso, não era como se eu não pudesse fazer

outro. Eu era um expert, então tinha certeza de que tinha mais recibos na

carteira. Se ela queria cisnes com formas mais estranhas, eu era o cara dela.

Eu queria ser o cara dela de várias maneiras. Mas eu também queria que ela

quisesse isso também. Tanto quanto eu.

Não apenas à noite. Não apenas em corredores escuros. Fora da luz, onde

haveria perguntas e suposições e apenas teríamos que lidar com elas.

Nós. Não só eu. Não eu empurrando por algo que eu podia sentir que ela

estava hesitante na melhor das hipóteses.

Seth já estava recuando. — Vou avisar.

Peguei a mão dela na minha no segundo em que ele desapareceu. — Eu

posso fazer outro se...

— Você sabe que é mais fácil. — Ela disse calmamente, e eu sabia que ela

não queria encontrar o cisne.

— Você sabe o que é mais fácil de tudo? — Eu a encostei na parede e

emoldurei seu rosto com minhas mãos. Seu queixo estremeceu e abaixei minha

boca na dela, absorvendo sua expiração como se fosse minha. — Isso.

Usei cada pedaço da minha habilidade para persuadir seus lábios a se

abrirem nos meus, provocando-a com pequenos movimentos da minha

língua. Mostrando a ela tudo o que poderíamos ser sem palavras.


Quando finalmente nos separamos, ela estava sem fôlego. Eu também.

— Diga que sim. — Eu disse suavemente.

— Sim. — Ela segurou meu queixo, esfregando o polegar sobre meu lábio

inferior úmido. — Eu adoraria passar o Dia dos Namorados com você, Oliver.
Capítulo Onze
Sage

De alguma forma, eu não esperava passar meu primeiro Dia dos

Namorados em uma espécie de relacionamento com a minha cabeça fora de um

banheiro.

Marisco estragado foi a primeira coisa que disse a mim mesma.

Eu não tinha comido nada, mas tinha me alimentado no trabalho

ontem. Perto o suficiente, certo?

Meu próximo palpite foi uma gripe. Eu estava perto de pessoas dia após

dia. Fácil de pegar alguma coisa. Muitas coisas.

Tenho certeza de que não poderia pegar um bebê.

Era apenas um momento ruim. Quero dizer, logicamente, quem

engravidava na primeira vez que fez sexo? As chances eram provavelmente

infinitesimais.

Você definitivamente tem aumentado suas chances por foder como coelhos

excitados desde então.

Não importa. Os bebês demoravam para vingar. Passaram-se apenas

algumas semanas desde o ataque inicial em Vegas. Que tipo de criança faria sua

presença conhecida tão cedo?

Oliver Hamilton. Dor na bunda que ele é.


Dor quente na bunda.

Eu nem mesmo estava no melhor momento do meu ciclo para essas

coisas. Não era o pior também, já que meu período terminou antes das férias.

Provavelmente não me preocuparia por nada. Mas ei, eu tive muito tempo

para me preocupar com minha cabeça por cima do vaso. Não era como se

estivesse pensando em debater meu guarda-roupa durante a noite, antes de meu

café da manhã decidir voltar para mim.

Normalmente, eu faria essas perguntas a Ally. Eu gostaria de poder. Ela

estava no final da gravidez e distraída, mas, obviamente, não era por isso que eu

não tinha sido capaz de compartilhar um dossiê completo. Eu me senti tão

culpada. Parte de mim não queria nada mais do que rir sobre muito mais

detalhes do que o necessário, tipo, olá, estávamos com irmãos, gêmeos nada

menos, então era quase um imperativo discutir alguns dos detalhes sujos, mas o

resto de mim pensava estar procurando encrenca.

Já haviam se passado algumas semanas desde Vegas. Oliver raramente

ficava tanto tempo com alguém, a menos que ele só as visse bimestralmente. Não

era o caso comigo. Estávamos nos vendo constantemente. Cada vez que nos

encontramos, era tudo sobre mãos faminta, bocas gananciosas e comentários

rudes misturados com doçura e sexo sujo.

Eu nunca teria dito que ele era o tipo de homem que eu queria. Nem em um

milhão de anos. Ele era limpo, tinha boas maneiras e as largava assim que a porta

do quarto se fechava, e como. Mas usava o sarcasmo tão facilmente quanto os

elogios, e meu pai não era assim. Seth não era assim com Ally, embora, claro, eles
tivessem sua parcela de brincadeiras. Mas sempre esperei que um

relacionamento tivesse uma determinada aparência, e não era isso.

Deus, era muito melhor do que minhas imaginações mais selvagens. Quem

poderia me culpar por ter medo de fazer qualquer coisa para mudar isso? Agora,

as coisas estavam perfeitas. Oliver ainda não tinha exibido a habitual coceira nos

pés e, se tivesse, ninguém saberia que terminamos, exceto eu.

Isso significava sem olhares tristes da minha melhor amiga. Sem

comentários preocupados de meus pais. Nenhuma preocupação dos habitantes

da cidade que não podiam deixar de ser intrometidos.

Sem compartilhar a empolgação com a dita melhor amiga, mãe ou pessoas

da cidade. Sem rir da última idiotice masculina ou aproveitar a sensação de fazer

parte de um clube secreto.

O clube do “Finalmente tenho alguém”.

O clube do “ah sim, eu tenho um encontro para aquela festa”.

O clube que fala “yay, eu não tenho que comprar minhas próprias rosas no

Dia dos Namorados”.

Embora eu provavelmente tivesse que fazer do mesmo jeito, por que...

Oliver. Mas ainda.

Por que devemos mexer com uma fórmula vencedora? Até o sigilo tornava

as coisas mais quentes.

Também as tornava mais inconvenientes.

E perturbadoras quando tínhamos que mentir para aqueles que mais

importavam.
E estranho, já que estava ficando mais difícil inventar desculpas de por que

não podíamos fazer as coisas com Seth e Ally quando estávamos basicamente

usando todas as nossas horas fora do trabalho para foder e dormir.

Mais fodendo, menos sono.

Eu tive que esconder meu galão de xingamentos sob um suéter velho no

armário. A maneira como Oliver usava essa palavra no meu ouvido enquanto ele

estava dentro de mim me levou a usá-la com bastante frequência.

A encosta escorregadia em que eu estava havia se transformado em uma

Magic Mountain coberta de gelo.

Quando estava razoavelmente certa de que não iria jogar mais biscoitos, eu

tropecei em meus pés e fui para o meu quarto. Onde me enrolei na minha cama

e, como a mulher madura do mundo em que estava me tornando, desejei de todo

o coração pela minha mãe.

Ugh, ficar doente sozinha não era divertido. Especialmente quando os

pensamentos me perseguiam de que essa “doença” duraria nove meses inteiros.

Se eu pudesse perguntar a Ally quando ela teve enjoos matinais... Por falar

nisso, eu não tinha certeza se ela tinha muito. Ela falou sobre carregar biscoitos

por precaução, mas não me regalou com contos de adoração ao deus da

porcelana e esperar pelo esquecimento.

Então, novamente, eu era a exagerada de nossa dupla.

Antes que eu pudesse questionar o impulso, rastejei pela cama e peguei

meu celular da mesa de cabeceira para enviar a ela uma mensagem


rápida. Talvez ela tivesse algum tempo livre hoje e eu pudesse, oh, tão

casualmente perguntar quais foram seus primeiros sinais de estar grávida.

Ally respondeu imediatamente.

Estou na imobiliária, arrumando tudo. Este lugar é chato. Então eu trouxe algumas

flores de seda.

Sorrindo, me sentei de pernas cruzadas.

Devo comprar algumas pequenas luzes do coração? Ou melhor ainda,

coelhinhos? As coisas da Páscoa estão nas lojas.

Ally não foi tão rápida em responder a essa pergunta.

Hum, bem, talvez se for de bom gosto, mas você sabe que Oliver trabalha aqui e ele

não gosta muito de decorações.

Meu sorriso se tornou totalmente demoníaco. Mesmo não sendo capaz de

ver meu próprio reflexo, eu sabia disso. Começar a decorar e irritar Oliver? Dia

de bônus duplo.

Distração de um possível bebê fermentando na minha barriga, certo.


Estou pegando corações e coelhos, entendi. E quanto a fechos de janela? Ou oh, um

capacho festivo? Talvez ambos. Você sabe, aumentar a apelação do meio-fio.

Não consegui digitar rápido o suficiente. Ally não estava me

respondendo. Sem problema. Eu só queria registrar minhas ideias.

Caramba, eu não estava tão animada desde...

Já que você costumava sonhar com casas de palco para viver, além de

administrar uma pousada.

Sim, bem, isso era apenas para diversão. Apenas uma maneira de manter

minhas mãos ocupadas já que eu tinha muito em minha mente e não tinha

planos até esta noite com Oliver.

Hmm, eles têm aqueles baldes de cobre na floricultura, aqueles bem na

frente? Um spray de delicadas flores brancas seria bonito e eles afastariam um

pouco da escuridão.

Ally finalmente respondeu.

Você sabe que Oliver não sancionou nenhuma dessas mudanças, certo? Ele nem

sabe sobre minhas flores de seda, mas Seth calculou a dispensa pela gravidez. Você não

tem isso.
Oh, se ela soubesse. Graças a Deus, ela não sabia. Graças a Deus, não estaria.

Não havia nada para saber.

Marisco ruim. Essa era a minha história, e eu a manteria.

Deixe-me cuidar de Oliver.

Isso me fez rir. Irritá-lo era metade da diversão, já que descobri que ele

tendia a ser ainda mais inventivo enquanto falava sujo, pelado, se eu o irritasse

de antemão. Não muito irritado, é claro. Só de provocá-lo sobre a falta de um par

de jeans surrados em seu guarda-roupa, ou que ele realmente tinha os maiores

sucessos de Celine em sua playlist. Ou decorar seu escritório com uma porcaria

louca de frufru como luzes de Natal e talvez desenhar um coelho em seu

calendário de mesa. Coisas assim.

Nada como “oh, ei, como você se sente sobre eu ter seu filho?”

Ou “lembra daquela pílula do dia seguinte? Juro, a razão pela qual eu não

tomei não foi porque esperava ser inseminada com uma prole dourada dos

Hamilton.”

Eu tinha certeza que ele não ficaria sexualmente irritado depois de qualquer

uma dessas perguntas.

Outra mensagem veio de Ally.

Se você diz. Então você virá? Depois do almoço?


Certo. Onde você quer comer?

Oh Deus, eu poderia comer um cavalo e seus filhotes. Hmm, que tal aquele novo

restaurante italiano?

Eu já estava salivando. Tanto para a gripe. Mal tinha acabado de vomitar,

estava faminta. Isso também não parecia provável para algum tipo de

intoxicação alimentar estranha.

Deus, eu estava fodida. Possivelmente fodida.

Mas o que eu não sabia com certeza não poderia me prejudicar. Nesse

ínterim, havia carboidratos.

Com os rolinhos de pumpernickel quentes?

Sem chance. Sério? Acho que acabei de ter um orgasmo. Não que eu me lembre de

como é isso.

Se esses rolos forem tão bons quanto dizem, provavelmente serão quase tão bons

quanto meu último orgasmo.


Sim, melhor que um orgasmo por masturbação também. Eu teria que escalar minha

barriga para chegar perto entre as minhas pernas.

Comecei a responder que o meu definitivamente não tinha sido autogerado,

eu ainda não sabia como fazer isso corretamente, com ou sem Oliver, quando a

realidade me atingiu como um peixe morto e frio.

Autogerado era tudo que eu deveria ter. Qualquer outra coisa seria

considerada uma traição da mais alta ordem.

Você perdeu a virgindade e não me contou?

Pior, meu caso com Oliver. Qual era o próximo nível além da traição das

melhores amigas? Homicídio por amizade?

Então, novamente, Ally foi quem mandou Oliver atrás de mim para

Vegas. Se não fosse por ela, não estaríamos tendo o melhor sexo da minha

vida. Bem, eu não tinha feito sexo antes, mas ainda assim, sabia quando estava

na presença de grandeza.

Não o próprio Oliver. Apenas seu pênis. Ele era egoísta o suficiente. Eu não

iria ajudá-lo contando como ele abalou meu mundo.

Em vez de me dirigir aos Orgasmos de qualquer forma com Ally, fui com a

melhor parte da coragem. Encerrei a conversa e disse que a veria em breve,

decorações berrantes junto com um pouco de classe de contraste na mão.

Terminei de arrumar minha mala com minha nova lingerie, preço total pela

primeira vez, então peguei o pequeno cisne que procurei naquela caixa de

produtos de papel para encontrar.


Deus, eu já estava ansiosa para ver Oliver de novo e se passaram, o que,

cinco horas desde que ele deixou meu loft? Não parecia importar.

Se essa era a sensação de ser um viciado, não queria parar. E isso me

assustou mais do que tudo.

Depois de pegar minha bolsa, desci as escadas. Larguei a sacola no porta-

malas, mas não levei o carro. Por que me preocupar quando a imobiliária ficava

bem no final da rua, junto com a drogaria e a floricultura, e a casa italiana estava

logo virando a esquina?

Bênção e maldição de uma pequena cidade. Tudo e todos estavam ali. Sem

privacidade. Sem segredos.

Sem fuga.

Exceto que era exatamente o que estava fazendo. Eu não estava indo em

direção às lojas que queria parar no caminho para a Hamilton Realty. Estava

quente para meados de fevereiro, então desviei para o meu lugar favorito

praticamente o ano todo.

A margem do Lago Crescent.

Havia algumas crianças e pais pisando forte na neve lamacenta, e o barco do

correio estava entrando no cais. O vento agitou meu cabelo e eu o empurrei para

trás, estreitando meus olhos para uma menininha morena que estava correndo

em círculos com um balão na mão. Rosa brilhante. Enquanto observava, ela

soltou o balão e gritou enquanto ele se afastava flutuando.

Como se estivesse em câmera lenta, corri em direção a ele, mergulhando no

ar para tentar agarrá-lo antes que o vento o puxasse para longe. Meus dedos
roçaram a ponta da fita, enrolaram e travaram. Soltei um grito triunfante e caí de

bunda na neve, a dor ecoando vagamente pela minha espinha.

Inteligente. Muito inteligente. Você está com medo de estar grávida e

acabou de dar um mergulho de cisne? O que você tem?

— Obrigada, senhora. — Disse a menina, puxando o balão da minha

mão. Uma mulher alta e esguia que presumi ser sua mãe estava atrás dela, a mão

em seu ombro. — Eu só ganhei por ganhar.

Ganhou o quê, me perguntei, mas ela provavelmente tinha a idade de

Laurie e eu não queria deixar sua mãe desconfortável. Não a reconheci, então

talvez ela fosse nova na cidade. Não que eu conhecesse todo mundo, mas

conhecia muita gente, principalmente trabalhando na lanchonete.

— De nada. — Sem perceber, coloquei um braço protetoramente sobre

minha barriga.

— Você está bem? — A mulher franziu a testa, puxando para trás os longos

cabelos ruivos que haviam escapado de seu chapéu de aparência robusta. —

Você está pálida.

— Isso é normal. Estou bem. Ei, olhe para mim. Tenho acolchoamento

natural. — Rindo um pouco, me levantei e limpei minha bunda molhada de

neve. Ainda bem que passei tanto tempo escolhendo esta saia de veludo cor de

berinjela fofa e combinando com minhas leggings cinza.

Agora eu estava uma bagunça encharcada. Pelo menos fiz uma boa ação.

A menina correu para se juntar a seus amigos, ou uma aula, eu

percebi. Havia muitas crianças correndo e rindo para serem filhos de apenas uma
família. Eu estremeci. Se uma mulher tivesse dado à luz todos eles, Deus salve a

rainha. Havia outra mulher tentando conduzi-los. Um monitor de classe, talvez,

ou assistente.

— Você não é mãe dela. — Eu disse, mantendo meu título de rainha do

óbvio.

A outra mulher riu e estendeu a mão. — Não, sou professora dela, Kelsey

Ford. Eu moro em Turnbull agora, mas vou me mudar para a cidade em

breve. Sou nova na Crescent Cove Elementary. Assumi uma das classes do

jardim de infância. — Ela lançou um olhar para o céu. — Substituição no meio do

ano. Sempre o melhor.

Sacodi a mão dela antes de soltá-la. — Oh, uau, sim, eu pego a filha da

minha melhor amiga no jardim de infância de meio período às vezes, mas ela

está com a Sra. Pollock.

— Oh sim. Tecnicamente, eles poderiam combinar as duas pequenas aulas

de meio período, mas a atenção pessoal com os professores em nosso ambiente

de jardim de infância não tradicional é um grande ponto de venda para a

escola. Deus sabe que tenho minhas mãos ocupadas como está. Os professores

que trabalham o dia inteiro lidam com muito mais.

— Posso apostar. Prazer em conhecê-la. — Devolvi o sorriso dela, ainda

segurando minha bunda molhada com a outra. Elegante. — Eu sou Sege

Evans. Minha família é dona da pousada e...

Parei. Não. Eu não era mais isso. Eu sabia. Então, por que me apresentei

assim? Não era como se eu tivesse caído em um túnel do tempo e o ano passado

não tivesse acontecido.


— Oh, a pousada na mesma rua? Aquela linda roxa e cinza com a enorme

varanda? — Ela inclinou a cabeça, franzindo os lábios. — Engraçado, pensei ter

visto uma placa quando passei por lá hoje. Local futuro de condomínios ou algo

assim? Eu estava tão infeliz, pensando em quais palhaços não viam o valor

arquitetônico em... — Ela parou e corou da mesma cor de seu cabelo. — Eu sinto

mito. Segurar a língua em minha boca é uma fraqueza.

— Você também? Posso ver que seremos amigas. — Eu ri alto para impedir

que as lágrimas já esfaqueando meus olhos tivessem rédea solta.

Condomínios. Como isso pode estar acontecendo? Como meus pais

puderam vender nossa casa bem debaixo do meu nariz, para pessoas que nem

se importavam com o lugar e todas as memórias que haviam sido feitas lá?

Era por isso que eu não gastaria esse dinheiro. Não comigo. Se eu tivesse

um filho, seria diferente. Eu usaria o dinheiro que meus pais me deram para

garantir seu futuro. Mas eu nunca usaria esses lucros para meu próprio ganho.

— Ei, tem certeza de que está bem? — Kelsey sorriu para mim

suavemente. — Falei algo que não deveria sobre a pousada? Eu sinto muito. Eu

sou nova aqui. E não conheço uma única alma, exceto alguns dos outros

professores e o Diretor Gentry.

— Não, não. Você não fez nada. — Eu acenei. — Meus pais venderam a

pousada. Progresso e tudo mais. Eu trabalhava lá e agora sou garçonete. — Eu

dei um tapinha no meu quadril. — Refeições com desconto, muitos bônus. De

qualquer forma, devo ir. — Antes de começar a soluçar ou algo igualmente

angustiante. — Foi bom te conhecer.


— Espere, podemos jantar algum dia? — Kelsey corou novamente. — Eu

sei, eu sei, pareço desesperada por amigos, mas acho que estou. Eu realmente

não conheço ninguém, como disse, e é Dia dos Namorados e é totalmente

ridículo ficar sozinha. — Ela se iluminou. — A menos que você também esteja

livre esta noite?

Eu odiava dizer não. E estava em seu lugar. Não a coisa de nova na cidade,

mas entendi a necessidade de não passar mais um Dia dos Namorados sozinha.

Exceto que desta vez, não estaria. Eu não estava em um relacionamento real,

provavelmente não estava nas cartas para mim, mas não estaria sozinha.

— Sinto muito, não, eu tenho planos.

— Oh, claro que tem. Uma menina bonita como você, tem que ter um

namorado. — Suas sobrancelhas subiram. — Oh Deus, eu não quis dizer como

deve soar. Eu juro, eu não estava tentando te pegar...

Eu ri de verdade. Esta mulher era realmente minha gêmea de boca. —

Estamos definitivamente destinadas a ser amigas. — Peguei meu telefone da

minha bolsa e entreguei a ela. — Coloque o seu número e vamos marcar algo

para a próxima semana. Mas talvez não seja o jantar. — Dependia se meu bebê-

barra-envenenador de comida ainda era um fator. — Quem sabe poderíamos ver

um filme.

— Filmes são bons. — Ela digitou seu número e eu fiz o mesmo quando ela

me entregou seu telefone. Ela não estava me deixando escapar.

Éramos parecidas de outra forma.


— Foi tão bom conhecê-la. — Disse ela, recuando. — Eu tenho que voltar

para a minha aula. Tenha um ótimo dia dos namorados com seu namorado! —

Ela falou correndo.

E o que eu fiz? Chicoteei minha cabeça para ter certeza de que não fomos

ouvidas.

Deus, eu precisava me controlar.

Mas não parei por aí. Depois de limpar a parte de trás das minhas pernas

com mais cuidado, caminhei por toda a extensão deste lado do lago, passei pelo

mirante, pela lancha do barco, até que estava nos quatro cantos opostos à

pousada. Enfiei minhas mãos nuas nos bolsos do meu casaco e estudei a placa

espalhafatosa que proclamava que os condomínios estavam chegando, me

forçando a encarar a realidade de frente.

Chega de me esconder.

Então atravessei a rua e fui para a drogaria, onde evitei totalmente a seção

de teste de gravidez em casa - muito cedo, não aplicável, droga, eu só poderia

enfrentar tantas coisas em um dia - e fui direto para a seção do Dia dos

Namorados, já no apuramento.

Provavelmente, eu não teria carregado tantas coisas se não tivesse sido

afetada pelas placas do condomínio e a proximidade de pequenos bastões

exigindo urina fresca. Eu gostava de provocar Oliver na melhor das

circunstâncias, mas percebi que a Hamilton Realty era um local de negócios e

provavelmente não deveria ter decorações suficientes para equipar uma classe

do jardim de infância.
Mais filhos. Eu os tinha no cérebro. Olhe só, ali foi outro conjunto de luzes

de coração em minha cesta. Pequenos e brancos que eu colocaria entre as flores

nos potes de cobre que compraria na floricultura.

Uma mensagem soou e eu olhei para o meu telefone. Ally.

Onde diabos você está? Estou com fome e achei que você queria decorar. Com muito

bom gosto.

Bufei e olhei para minha cesta. Estava transbordando de merdas. Algumas

eu levaria para casa. Outras eu pretendia pendurar em volta de Oliver até que ele

gritasse “tio”.

Então, sim, havia uma boa chance de que o sexo do meu Dia dos

Namorados acabasse me deixando chapada e seca.

Enviei de volta uma breve resposta.

Estarei lá.

Depois de uma rápida ida à florista, empurrei a mim mesma e duas panelas

de cobre atarracadas cheias de minhas sacolas da drogaria escada acima até a

imobiliária. Ally estava parada na porta, braços cruzados.

— Sério? Eu disse de bom gosto, e você compra tudo? — Ela se arrastou

para frente para pegar uma das panelas de cobre e bati em suas mãos.
— Não. Uh-uh. Bebê a bordo. Não se atreva.

Você pode ter um bebê a bordo também, sabe. Aquele que é como o pai dela e já te

agita.

Se movendo.

— Pelo menos me deixe levar uma dessas sacolas. — Ela tirou um dos sacos

plásticos dos potes de cobre e olhou para dentro. — Oh meu Deus, ele vai matar

você. E a mim. Nós duas.

— Traga-o. — Eu bufei. — Não tenho medo de Oliver Hamilton.

Passei por Ally - e pela barriga formidável de Ally - para o foyer e dei um

sorriso brilhante para Shelly, sua assistente administrativa. — Olá. Amei seu

cabelo. Você fez luzes?

— Esse seu olho nunca perde um truque. Mas, obrigada. Eu fiz. Só um

pouco de loiro no ruivo. — Shelly deu um tapinha em seu cabelo e sorriu quando

deu a volta na mesa para olhar minhas compras. Ela se valeu de uma das minhas

panelas de cobre, o que foi útil, pois pesavam uma tonelada. Coloquei a outra ao

lado de sua mesa impecavelmente arrumada. — Bem, então, você está contando

que Seth estará de bom humor por causa da paternidade iminente, mas o que

você espera com Oliver?

— Nada. Ele vai lidar. Vamos deixar os vasos aqui, já que tenho que voltar

correndo para pegar as flores de verdade. Minhas mãos estavam um pouco

cheias. — Eu subi o corredor com minhas outras duas sacolas plásticas, parando

quando o Sr. Hamilton sênior apontou em minha direção.


Ah Merda. Eu não o via desde que Oliver e eu... desde que éramos... oh

Deus.

— Oi, Sr. Hamilton. Como vai o senhor? Você parece bem. Muito bem. Eu

tenho que dizer que a cor da gravata realmente fica bem em você. O azul

combina com o seu sal e pimenta... — Eu parei e engoli em seco. Oh, meu Deus,

eu estava cumprimentando o pai do meu amante pelo cabelo. Eu sorri

fracamente. — Hum, você está bem.

O Sr. Hamilton riu como se eu não fosse a mulher mais estranha do

mundo. Ele sempre foi tão legal comigo. Ao contrário de seus filhos, um em

particular.

— Ora, obrigado, Sege. Deixe-me ajudá-la com essas sacolas. — Ele tirou as

duas de minhas mãos, ignorando meus protestos. — O que temos aqui? Oh,

decorações. — Eu esperava que ele grunhisse e fizesse algum comentário

cáustico como Oliver, mas ele apenas sorriu benevolentemente e puxou minha

faixa de coração elástica. — Acho que isso seria perfeito para Oliver, não é?

O inesperado ramo de oliveira me fez rir quando coloquei a bandana na

minha própria cabeça e Ally bufou atrás de mim. — Seria necessário um ato de

Deus para fazê-lo usar isso.

— Oh, eu não sei. Às vezes suspeito que ele é um pouco mole com você.

Eu parei de andar. Não apenas pausei. Parei como se estivesse enraizada no

chão. — De jeito nenhum.

Ele acenou com a cabeça, ainda caminhando em direção aos escritórios

como se não tivesse percebido que eu tinha ficado presa em uma poça gigante de
cola metafórica. — Um pai conhece seu filho. Seu latido é muito pior do que sua

mordida. — Ele se virou e franziu a testa para mim, ainda parado no lugar com

Ally cutucando meu ombro. — Bem, vamos lá então. Vamos cuidar disso antes

que ele volte e estrague nossa diversão.

— Uau. — Ally agarrou meu ombro e sussurrou: — Estamos em outra

dimensão? Desde quando o Sr. Hamilton gosta de decorar alguma coisa? Ele

quase não consente em uma árvore de Natal.

— Parece o filho dele.

— Ei, Seth não é assim. Ele realmente queria duas árvores este ano. Uma

para o nosso quarto também. — O sorriso de Ally espetou uma faca em minhas

costelas e, diabos, eu sabia por quê.

Fiquei muito feliz por ela. Se alguém merecia amor verdadeiro, eram ela e

Seth. Provavelmente estava com ciúme. Provavelmente me perguntando se

algum dia eu mesma encontraria isso.

Se algum dia um certo outro homem Hamilton pudesse...

Não. Abortado. Não vou lá. Era um feriado idiota. O dia que mais ferrou

com uma senhora solteira e alegre com um amante secreto e quente e a fez

pensar que ela queria mais.

Eu não queria. Estava feliz do jeito que as coisas estavam.

— Oh eu sei. Eu quis dizer Oliver. — Segui o Sr. Hamilton até seu escritório

e soltei uma risada quando percebi que ele pendurou o pequeno coração de

madeira com as pernas balançando no canto de sua mesa. — Aww, parece tão

fofo lá. Você realmente não se importa, senhor?


— Chega dessa bobagem de senhor. Me chame de James.

— Isso é sério? — Ally murmurou em meu ouvido. — Ele apenas me deixou

chamá-lo de James alguns meses atrás. O animal de estimação do professor.

— Oh, mas eu não poderia... — Eu disse, acenando para meu rosto com a

mão. Eu ia superaquecer.

— Você absolutamente pode, e deve. Acho que o resto disso é mais

adequado para meus filhos, no entanto. — Ele acrescentou com uma piscadela,

passando as sacolas de volta para mim.

Eu as peguei em mãos trêmulas. Eu nem sabia por que estava tão

assustada. O Sr. Hamilton sempre foi bom para mim e eu o conhecia desde

sempre. Mas tudo estava diferente agora.

Pelo menos eu sabia que era diferente. Para ele, era o mesmo de sempre.

— Oliver provavelmente vai me expulsar. — Tentei sorrir.

— Se ele lhe causar algum problema, você o manda para mim. — O Sr.

Hamilton olhou além de mim na direção de Ally. — Alison, você parece

esgotada. Vá se sentar, por que não? Relaxe.

— Nada novo. — Ally disse em voz baixa enquanto caminhávamos pelo

corredor para o escritório de Seth depois de nos despedirmos do Hamilton mais

velho. — Eu estava brincando com Seth, ele deve estar transando ou algo assim,

porque ele nunca esteve tão preocupado comigo antes.

— Pãozinho de bebê Hamilton no forno.

— Hmm, isso pode ser verdade para mim, mas por que ele está sendo tão

bom com você?


Não me azare, por favor. Fechei meus olhos e quase entrei no batente da

porta do escritório de Seth. Uau, eu estava indo para alguns registros de terra e

velocidade desajeitados hoje. — Ele sempre foi bom.

— Ah tá. Então, o que você tem em mente? — Ela apoiou as mãos nos

quadris e considerou. — Eu sugeriria fazer a maior parte da sua decoração

aqui. Seth tem menos probabilidade de ter um ataque.

— Oh eu sei. É exatamente por isso que comprei tanto para torturar Oliver.

— Você parece gostar disso. Ainda mais ultimamente.

— O que? Não, eu não. Não mais recentemente do que o normal. — Eu

classifiquei uma das sacolas, jogando luzes cintilantes, serpentinas, enfeites de

papel alumínio e outros artigos diversos na mesa de Seth. — Quanto tempo nós

temos?

— Até que eles voltem da reunião com o cliente? — Ally consultou seu

relógio. — Talvez meia hora. Oliver tem outra reunião às três, e você sabe como

ele é. — Ela revirou os olhos. — Devo voltar uma hora mais cedo para 'preparar',

aconteça o que acontecer. Ainda bem, já que estou morrendo de fome. Ainda

iremos ao Mario's, certo? Por favor diga sim.

— É claro. Vou contrabandear alguns desses rolos na minha bolsa para um

lanche mais tarde, se eles forem tão bons quanto todo mundo diz.

Ally riu.

Esfreguei minhas mãos. A melhor maneira de descartar pensamentos

preocupantes era manter-me ocupada. E gostar de irritar meu amante. — Ok,

vamos trabalhar. Não temos um minuto a perder.


Capítulo Doze
Oliver

A bunda de Sege foi a primeira coisa que vi quando entrei em meu

escritório.

A melhor parte? Sua saia estava molhada, então a saia se agarrava mais do

que o normal às suas curvas generosas.

A pior parte? Ela estava parada no segundo degrau de uma escada em

frente à minha janela, amarrando mini corações vermelhos e brancos piscando

em volta da moldura.

— Você perdeu sua maldita mente?

Ok, talvez isso tenha saído um pouco mais alto do que esperava. Eu

também não esperava que ela gritasse, se debatesse, perdesse o controle das

luzes e então girasse os braços ao cair para trás.

Larguei minha pasta desprotegida, espalhando papéis por toda parte, e

corri para pegá-la, agarrando-a no último segundo. Ela não ficou feliz por ser

salva, no entanto.

— Seu idiota! — Corações saltando balançavam na faixa de cabelo

precariamente empoleirada em sua cabeça enquanto ela se posicionava para

tentar me atacar. Ela perdeu. — Eu poderia ter me machucado de verdade.

Mudando seu peso, aliviei um quadril na minha mesa. Não tinha pressa em

deixá-la ir, com a bandana maluca e tudo. — Eu sou um idiota? Você está aqui
pendurando coisas que sabe que eu não gosto e então quase cai para poder me

processar por milhões.

Seus lábios se contraíram. — Você não tem milhões para eu te processar.

— Au contraire, meu pequeno bolinho.

Ela bufou e se mexeu contra mim, acordando outra parte da minha

anatomia. Seus grandes olhos verdes se arregalaram ainda mais. — Sério? É hora

do almoço.

— Eu já comi. — Abaixei minha cabeça e cheirei em seu cabelo. Ela tinha o

cheiro do lago hoje, salgado e puro. — E eu poderia ficar duro para você de

manhã, ao meio-dia e à noite.

— Como você já provou. — Ela deu uma rápida olhada para a porta e um

pouco da minha ereção murcha. Claro que ela estava preocupada em ser

descoberta.

Porque éramos apenas um grande segredo.

— Seth está aí?

— Beijando Ally em seu escritório, tenho certeza.

Ela fungou. — Nem todo mundo é um pervertido como você.

— Você gosta que eu sou um pervertido. Não que eu alguma vez usaria essa

frase em particular.

—Você acabou de usá-la.

— Sua lógica desafia a explicação, como de costume. — Eu a endireitei no

meu colo e reuni as luzes que ela ainda segurava como se fossem uma tábua de
salvação. Foi só então que notei as serpentinas. E os corações de florete. E as

pequenas bugigangas de plástico dançando na minha bela fileira de plantas. —

Que diabos?

— Tive um dia difícil. — Ela encolheu os ombros.

— E isso fez você bagunçar meu escritório? — Isso só faria sentido para

Sege.

— Eu sabia que isso iria irritá-lo e queria brigar. — Ela encolheu os ombros

novamente, suas bochechas ficando rosa. — Provavelmente é a TPM. Ou algo

ainda pior. — Ela acrescentou em voz baixa.

— Você queria brigar. Então, coloca o lixo do Dia dos Namorados em todos

os lugares e, em seguida, coloca a culpa na TPM. — Eu balancei minha cabeça. —

É por isso que meus relacionamentos duram um mês, no máximo.

Não foi a coisa certa a se dizer. Em absoluto.

Ela me empurrou, sacudindo meu colo. — Você sabe o que? Provavelmente

já alcancei minha data de validade. Então, por que não apenas...

O pânico agarrou minha garganta e a puxei contra mim. — Sinto muito. Eu

sou um idiota. — Nenhuma palavra que eu usaria em circunstâncias normais,

mas em tempos desesperados. Endireitei sua bandana. — Tive um dia difícil.

Ela inclinou a cabeça e o coração de sua faixa saltou. — Você não tem

permissão para virar minhas próprias palavras de volta para mim, depois que

disse algo maldoso.


— Foi maldoso, e peço desculpas, como disse. Mas é verdade. — Ela

começou a fugir, mas agarrei seu pulso e segurei firme. — Eu não sei como fazer

isso. Eu nunca precisei antes.

— Fazer o quê, exatamente?

Empurrei um ombro. — Compromisso, principalmente. E tentar entender os

sentimentos de outra pessoa. Nunca pensei em ninguém além do mim.

— Que você admita isso é horripilante e... tenebroso. — Ela suspirou e

envolveu as luzes que ainda segurava em meu pescoço. — A morte pelos

corações de Dia dos Namorados pode me dar um lugar na história, então tome

cuidado, cara.

— Se você me matar com eles, eles serão admitidos como evidência e você

não poderá pendurá-los.

Sua risada flutuou sobre mim, mais doce do que a taça de vinho que tomei

no almoço. — Sim, acho que se eu cometesse um assassinato, provavelmente

poderia pular a decoração depois.

Peguei a mecha, esfregando meu polegar sobre uma das pequenas luzes. —

Na verdade, eles são meio fofos.

Ela tocou minha testa com as costas da mão. — Você não está quente.

— Eu posso direcioná-la para outro lugar que eu definitivamente fervo.

— Mencionei pervertido? — Mas ela estava sorrindo de novo, então eu

provavelmente consentiria em usar essas luzes e nada mais pelo resto do dia, se

ela pedisse.

Felizmente, isso não parecia estar em questão.


— Essas cintilam?

— Hum, sim.

— Não é um brilho normal. Como uma após a outra em uma fileira.

Ela me encarou como se eu estivesse falando latim. — Você quer dizer luzes

sequenciais?

— Eu acho.

— Sim, elas fazem isso. Se me deixar ir, vou colocá-las e mostrar a você.

— E confiar que você não vai cair de novo? Não é provável. Eu vou fazer

isso. — Eu a cutuquei de volta e me levantei, acendendo as luzes até que ela as

soltasse.

— Oooh, grande homem forte e competente. — Ela levou a mão ao peito. —

Você é tão incrível.

— Isso foi o que você disse esta manhã.

— Shh.

Eu levantei uma sobrancelha enquanto andava ao redor dela e subia a

escada. — Por que sua bunda está molhada?

Ela bateu na parte de trás da saia. — Caramba, ainda está? Sim. ECA. Eu caí

na neve.

— Surpresa, considerando o que aconteceu aqui.

— Não me feri, obrigada por perguntar. E fui convidada para jantar, no

entanto.
Segurei as luzes com muito mais força enquanto as pendurava na moldura

da janela. Elas eram pequenas demais para ficar onde eu queria, e o fio não era

maleável o suficiente.

Provavelmente foi por isso que eu estava batendo no lugar com o lado do

meu punho.

— É assim mesmo?

— Mmm-hmm. Onde você foi almoçar?

— Sherman Inn. O que você disse sobre este convite para jantar?

— Eu disse que tinha planos para esta noite, mas talvez na próxima

semana. Trocamos números. O que você almoçou?

Foi um milagre eu não ter transformado as minúsculas luzes cintilantes em

pó brilhante. — Enrolado de lagosta.

— Fora de temporada, não é?

Pendurei a ponta das luzes na borda da moldura da janela e desci um

degrau, mantendo deliberadamente minha vantagem de altura. — Você fez um

acordo.

Ela estava sentada na beirada da minha mesa, suas pernas bem torneadas

em suas meias macias cruzadas recatadamente no tornozelo. Seus cílios

tremeram quando ela encontrou meu olhar. — Eu fiz?

— Você sabe que sim. — Eu desci o degrau final e apoiei meus punhos em

cada lado de seus quadris na mesa. — Quem é ele?

Se ela disser Moose, provavelmente eu faria algo indizível.


— Ele? — Mais vibração. — Oh, a pessoa que me convidou para jantar? É

ela.

Eu rosnei e ela sorriu para mim, agarrando as lapelas da minha jaqueta. —

Mas ela é muito fofa. Nova professora na cidade. O nome dela é Kelsey e ela quer

ser minha amiga. — Ela lambeu os lábios. — É sempre bom fazer amigos, não é?

— Você gosta de apertar meus botões, princesa.

— Pode ser. Só um pouco. — Ela inclinou a cabeça para trás. — Vou te

contar um segredinho, no entanto. Eu gosto quando você empurra o meu

também. Um em particular, especialmente.

— Porra. — Abaixei minha cabeça para a dela. — Se eu beijar você aqui, não

vou conseguir parar.

Ela não se afastou. Se qualquer coisa, ela se aproximou. — É mesmo?

— Ei, está tudo bem aqui? Nós ouvimos um estrondo, mas eu e Seth

estávamos... — Ally ficou em silêncio, parando na porta.

Imediatamente, recuei e alisei minha gravata enquanto Sege pulava da

mesa. — Claro, está tudo bem aqui. — A voz de Sege estava estranhamente alta

enquanto ela corria para pegar meus papéis do chão. — Só um pequeno

acidente. Parece que continuo tendo hoje. Já te contei como caí na neve? Mas

conheci uma mulher muito doce, nova na cidade, e ela é professora de jardim de

infância na escola primária. Que pena que Laurie não a tem, ela é super doce.

O fluxo de balbucios mais sensatos não enganou ninguém, incluindo minha

cunhada. Mas ela não estava olhando para Sege. Sua atenção estava centrada
diretamente em mim. — Sege, você pode dar a Oliver e a mim um momento a

sós?

Ainda coletando papéis, Sege olhou entre nós. — Não. Não acho que seja

uma boa ideia.

— Eu acho. E penso que é uma grande ideia. — Eu levantei uma

sobrancelha para a carranca de Sege, ajoelhando-me para ajudá-la. — Estava na

hora.

— Oliver, merda.

— O que aconteceu com o seu jarro de palavrões? — Ally exigiu.

Uma pergunta estranha à luz do que certamente estava na mente da minha

cunhada, mas eu não alegava entender as mulheres.

Sege ergueu o queixo. — Talvez eu não precise mais dele.

— Oh sim, por que, exatamente? — Ally cruzou os braços. — Achei que

você estivesse preocupada em xingar na frente de Laurie.

Tive a sensação de que havia um subtexto vital que estava faltando aqui e,

para ser franco, foi fascinante tentar discernir. Eu provavelmente teria que

engolir meia garrafa de Tylenol mais tarde para minha crescente dor de cabeça,

mas por agora, eu me acomodaria e assistiria ao show.

Pelo menos até o respingo de sangue atingir meus sapatos.

Sege deixou escapar um ruído zombeteiro. — Eu consigo não xingar na

frente dela. Inferno, você sabe que todo mundo nesta cidade quer que eu seja

boazinha. Tentei. Eu tentei. Mas as roupas ficaram muito apertadas.

— Não de onde estou agachado.


— Cale a boca. — As duas disseram simultaneamente.

Outra coisa que eu nunca entenderia sobre as mulheres. Mesmo quando

pareciam estar brigando, embora sobre o quê, neste caso, eu não tinha a menor

ideia, elas sempre ficavam do lado uma da outra contra o homem mais

próximo. Era um dado adquirido.

— Ninguém queria que você fosse boazinha. Não mesmo. Você nunca foi

isso de qualquer maneira.

— Não, eu só tive uma sorte péssima e um gosto pior. Pelo menos eu

finalmente descobri como encontrar um homem que consiga levantar.

Não pude deixar de me gabar. Não foi uma grande conquista, mas suspeitei

que seria jogado por cima de um barril momentaneamente. Poderia muito bem

levar minhas vitórias onde pudesse.

Ally engasgou e olhou acusadoramente para mim. — Você. Você deu a ela

aquele último O que era quase tão bom quanto pão de centeio.

Provavelmente pela primeira vez na minha vida, fiquei mudo.

— E daí se ele fez? E daí? — Sege se levantou e tentou atingir o rosto de

Ally, o que era impossível já que Ally era quinze centímetros mais alta e redonda

demais para permitir esse tipo de confronto. — Eu não posso ter prazer em

minha vida? Você consegue ter o tempo todo. E quanto a mim?

— Eu nunca disse que você não poderia ter prazer. Disse? Até me ofereci

para comprar aquele vibrador de que gostei e você disse que não!

— Senhoras, este é um local de negócios. — Eu imediatamente parei de falar

quando as duas olharam para mim. Talvez quando elas começassem de novo, eu
simplesmente saísse furtivamente e fechasse a porta, e então teria minha reunião

na sala de conferências no final do corredor.

Oh merda, minha reunião. Sim, elas precisavam se dispersar. Tipo, agora.

Porque isso já não era estranho o suficiente, meu Gêmeo Maravilhoso

decidiu entrar, as mãos nos bolsos e uma expressão presunçosa no rosto que

indicava que ele provavelmente tinha conseguido um pouco de diversão na

última hora.

Eu tinha conseguido algo também, mas definitivamente não era

sexo. Azia? Absolutamente. Um pequeno caso de ansiedade de desempenho,

agora que fui classificado atrás dos rolos de centeio? Praticamente uma certeza.

— Ei, ei agora, o que é toda essa comoção aqui? — Ele parou na porta e

sorriu para a janela. — Suas luzes estão tortas.

— Por que você não pergunta a seu irmão qual é a comoção? Hum? Hum?

Pelo olhar de Ally, decidi que deveria dizer algo. Talvez declarar que fui eu

mesmo quem atirou um arco no hímen de Sege. No entanto, como ainda me

preocupava com o fato de que este era um escritório de negócios, apesar das

luzes tortas e da discussão barulhenta mais adequada para o show de Jerry

Springer, eu não ia morder a isca.

— Isso pode ser discutido em outro momento. — Eu disse uniformemente.

— Oh sim, quando? Esta noite?

— Não. Temos planos para esta noite. — Sege tirou a faixa de coração e a

jogou na minha mesa. — Ou você quer me negar meu orgasmo do Dia dos

Namorados também?
Seth esfregou sua têmpora. — Do que diabos vocês estão falando?

— Lembre-se, tudo isso é por sua causa. Você, Alison. Foi você quem

insistiu para que ele viesse comigo para cuidar da pobrezinha da Sege. E foi você

quem disse a ele que eu dormiria com qualquer um, Seth. Então, talvez vocês

tenham realizado seus desejos, vocês dois.

Ninguém falou, muito menos eu. Ela conseguiu me encaixar no lugar que

eu estava tentando negar desde o primeiro dia de Vegas. Que nascemos da

conveniência, pelo mesmo motivo que continuamos.

Não era verdade do meu lado. Mas como eu poderia saber se era para

Sege? Pelo que ela acabou de dizer, com certeza parecia possível. Estivesse ela

com raiva e na defensiva ou não, ela também pode ter sido honesta. Às vezes, a

verdade era dita nos momentos mais inconvenientes.

E eu não queria ouvir isso, porra. Agora não. Nem nunca.

— Tenho uma reunião. — Eu disse, querendo todos fora da minha vista.

Incluindo Sege.

Principalmente Sege.
Capítulo Treze
Sage

Em vez de fazer sexo romântico no Dia dos Namorados, ou melhor ainda,

sexo nojento no Dia dos Namorados, passei aquela noite comendo sorvete da

Rocky Road coberto com uma fina camada de batatas fritas.

Eu não tinha pesquisado na internet, mas tinha certeza de que não era a

refeição usual para recuperação de intoxicação alimentar por procuração.

Já que planejava passar uma noite com Oliver, tirei o dia seguinte de folga

do trabalho. Do jeito que a programação caiu, eu também tirei um dia de folga

depois disso. Isso me deu muito tempo para meditar sobre minhas escolhas ruins

na vida.

Oliver não era o idiota neste caso. Eu era.

Continuei dizendo a todos que era uma adulta e para me tratarem como tal,

mas, em vez disso, me comportava como uma criança com medo de ser pega por

quebrar o toque de recolher. Isso precisava parar. Eu não era essa pessoa. Assim

como na situação com meus pais, estava reagindo a todos as outras em vez de

fazer escolhas claras e decisivas. Deixei outros definirem um curso para mim e

me escondi atrás de regras estúpidas para tentar evitar que me machucasse.

Não estava funcionando. Mesmo se eu fosse a única que sabia que Oliver e

eu éramos alguma coisa, não iria manter a dor na baía se ele acabasse com as

coisas. Isso tinha sido uma tolice. Assim como foi tolice nos obrigar a nos
esconder como se fôssemos um segredo vergonhoso. Talvez tivesse sido

divertido no curto prazo, mas no longo prazo, não fazia sentido.

Exceto que esse era o ponto principal. Eu não pensei que havia uma chance

no inferno de trabalharmos a longo prazo. Claro, eu só queria uma aventura, mas

parte disso era porque era Oliver, um jogador extraordinário. Oliver, o idiota que

era muito mais doce do que eu pensava.

Ele mesmo ligou as luzes do Dia dos Namorados em seu escritório, embora

não quisesse decorações. Por quê? Só para me agradar.

E eu o retribuí fazendo-o parecer um idiota.

E também menti para minha melhor amiga e joguei sua preocupação na

cara dela, embora soubesse que seu coração estava no lugar certo. Ela pode ter

enviado Oliver atrás de mim, mas foi minha escolha, nossa escolha, dar o

próximo passo.

Um que tínhamos assumido várias vezes desde que estávamos em casa. No

entanto, ainda estávamos jogando.

Sua ideia. Você o fez prometer não contar a ninguém.

Nosso relacionamento não foi a única coisa que escondi. Eu também negava

seriamente o porquê de ter vomitado por três manhãs consecutivas, apenas para

não vomitar pelo resto do dia. Isso foi agravado pelo fato de que também tinha

outros sintomas preocupantes. O tipo que eu rejeitei por ser de fadiga e trabalhar

muito.

As batatas fritas e o sorvete de chocolate eram uma espécie de condenação.


Eu não conseguia parar de olhar para o meu telefone, esperando ouvir de...

alguém. Oliver. Ally. Até Seth. Mas meu celular ficou em silêncio.

As bolas estavam todas do meu lado.

Recebi uma mensagem, da minha mãe.

Ei docinho, adivinha quem está quase na cidade? Mal podemos esperar para te

ver. Espero que você tenha arrumado a cama sobressalente porque estamos estacionando

este Airstream por alguns dias em terra firme. Envie lembranças a Ally e diga a ela para

ficar com o bebê até chegarmos aí. Vejo você amanhã. Xoxo

Não nos víamos há meses. Eu não queria fazer um teste de gravidez assim

que minha mãe aparecesse, mas também não queria fazer um sozinha.

Parecia que Ally deveria estar comigo.

Ou Oliver, mas eu não estava indo lá ainda. Eu não sabia como dizer a ele

que achava que era uma possibilidade, embora depois da coisa idiota do

preservativo, ele não pudesse estar tão surpreso. Ainda assim, nós apenas

discutimos. Mais ou menos. Ele não sabia como eu estava confusa naquele dia,

primeiro por causa do enjoo matinal e o que isso poderia significar, depois por

ver aquela placa do condomínio. Ele provavelmente não teria entendido porque

estava tão chateada de qualquer maneira. Especialmente sobre o segundo.

Pelo que eu sabia, ele poderia pensar como meus pais.

Agora você tem sua liberdade. Whoop-ti-do.


Eu também não sabia como ele reagiria à notícia de uma criança. Ele provou

ser tão imprevisível ultimamente. Por falar nisso, eu também. Eu queria um

relacionamento. Eu não queria um relacionamento. Os prazeres eram ótimos. Eu

encontraria meu amor para sempre como Ally? E assim por diante.

Quando tudo se resumiu ao fato, fiquei com medo. Eu estava com medo de

querer e ser negada.

Assim como queria tanto a pousada, e eu a perdi. Por quê? Porque eu nunca

falei. Nunca disse as palavras.

Eu não poderia fazer isso de novo. Se segurasse os sentimentos conflitantes

dentro de mim, Oliver poderia muito bem voltar ao mercado, e como a pousada,

ele não ficaria lá por muito tempo. Alguma mulher bonita o pegaria, e talvez eles

se apaixonassem e tivessem bebês perfeitos algum dia. Talvez eles nem

brigassem.

Ao contrário de nós.

Mas eu gostava de brigar com ele. Gostava de apertar seus botões e

espreitar para ele e fazer as pazes depois. Nós rimos muito

juntos. Honestamente, tínhamos feito isso antes mesmo de cair na cama. Sim, eu

passei minha cota de tempo aborrecida com ele, mas nós dois gostamos de nosso

estilo combativo de comunicação. Pelo menos eu tinha certeza que ele também

gostava.

Apesar de sua história romântica, ele não merecia meus julgamentos de

valor constantemente jogados em sua cara. Isso iria acabar sendo uma profecia

autorrealizável se eu não parasse com a minha merda. Ele iria embora, e eu

praticamente o teria empurrado porta afora.


Deus, eu estava tão vulnerável agora. Ele provavelmente estava com raiva

de mim - com razão - mas eu não podia esperar por esse teste. Chega de enterrar

minha cabeça na areia. Mas com a maneira como tínhamos deixado as coisas,

como eu poderia pedir a ele para segurar minha mão enquanto fazia xixi no pau

idiota?

Não, eu apenas teria que fazer isso sozinha. Como uma adulta.

De verdade dessa vez.

Eu me levantei do sofá e verifiquei o relógio. Passava das cinco da tarde. Eu

tinha um turno pela manhã, embora não fosse a primeira coisa. Greta tinha sido

mais gentil comigo desde que Oliver montou em seu corcel prateado no mês

passado. Nosso chefe, Mitch, havia retornado das férias e ela parecia muito

preocupada em garantir que todas as suas necessidades fossem atendidas antes

que ele pensasse nisso. Ele tinha sido relegado a cumprimentar os clientes de vez

em quando, quando saía do escritório, já que ela agora fazia muitas coisas mais

práticas.

Felizmente, ela não se recusou a me dar uma folga. Se eu precisasse de mais,

tinha esperança de conseguir. Ally estaria de volta em alguns meses, apesar das

objeções extenuantes de Seth. Ela gostava de trabalhar e eles conversaram sobre

conseguir uma babá se ela trabalhasse meio período.

Talvez ela não voltasse. Imaginei que seria difícil deixar um bebê adorável

em casa.

Eu poderia ter um dilema como aquele em minhas mãos em breve também,

embora não houvesse dúvidas de que estaria trabalhando. Eu precisava do


dinheiro. A última coisa que queria era ficar em dívida com alguém. Essa era

outra parte de ser adulta. Manusear suas coisas.

Primeiro, eu precisava ver se havia algo com que me preocupar.

Depois de me vestir com jeans e um suéter felpudo, olhei para fora e gemi

internamente com o dilúvio de neve. Adorável. Parecia que eu precisaria das

minhas botas, e não daquelas lindas com salto de camurça. Eu me arrumei e corri

para a drogaria, observando se alguém que eu conhecia estava trabalhando na

caixa registradora. Minha sorte estava acertada, porque a pessoa que estava

registrando as compras parecia ser um novo contratado do colégio. Larguei os

três testes de detecção precoce de gravidez que peguei junto com um par de

absorventes internos para fins de subterfúgio - claro, estou comprando esses

testes para uma amiga! - e seis barras Nestlé Crunch no balcão. Pensando bem,

acrescentei o saco tamanho família de batatas fritas com sal marinho.

Se eu tivesse engravidado na primeira vez que fiz sexo, eu merecia cada

pedaço da gula.

O garoto nem mesmo olhou para o que havia tocado e ensacou. Corri para

fora da loja e de volta ao meu loft na neve que se acumulava, parando por um

minuto ou dois a mais para admirar a forma como os flocos que caíam pareciam

desaparecer no gelo cinza do lago. O gazebo estava enfeitado com luzes

cintilantes brancas e engoli em seco, lembrando das luzes que tentei ligar no

escritório de Oliver.

Seth estava certo. Eles estavam tortos, mas eram absolutamente perfeitos.

Oliver provavelmente os havia derrubado. Possivelmente queimou-os.


Junto com as memórias de mim. De nós. O Dia dos Namorados que não

estava na cabana de sua família.

Meus olhos ardiam e não era da neve.

Voltei para dentro, alinhei os testes na pia do banheiro e cuidei dos

negócios. Minhas mãos tremiam e tive problemas, na verdade, você sabe, fazer

xixi sob comando, já que estava tão nervosa. Mas depois de engolir um copo

d'água, tudo pronto para ir.

Nada mais resta a fazer a não ser esperar. Olhos fechados, mal respirando.

A parte mais louca de tudo isso? Eu não sabia se queria estar grávida ou

não.

Na verdade não. Isso era mentira. No fundo, sob o medo, eu quis. Eu

sempre quis. Eu queria meu próprio bebê, bebês, no plural. Ser mãe sempre foi

meu maior sonho, junto com a administração da pousada.

O fato de o momento ser tão complicado não importava. Se estivesse

grávida, queria esse bebê. Demais.

O cronômetro disparou e mordi meu lábio, pressionando até sentir o gosto

de sangue. Eu verifiquei uma baqueta após a outra, meu batimento cardíaco

ecoando em meus ouvidos como um tambor.

Cada um deles disse a mesma coisa, claro como poderia ser.

Grávida.

Desta vez, a picada em meus olhos não parou apenas em espinhos. Eles

transbordaram, correndo sem controle pelas minhas bochechas. Eu encarei meu

reflexo e segurei meu estômago, incrédula e com medo e muito, muito feliz.
Alguns sonhos se tornaram realidade. Este bebê era a prova.

Afundei até a tampa do vaso sanitário e me permiti chorar por alguns

minutos. Eu não poderia ser forte. Não agora.

Eu também não consegui guardar essa notícia para mim mesma. Eu tinha

que contar a Oliver.

Ele iria pirar? Claro, ele iria. Ele se assustou com a camisinha

estourada. Antes daquela viagem para Vegas, nunca tínhamos pensado em nos

encontrar nessa situação juntos. Mas é isso que éramos. Juntos. Presos para o

resto de nossas vidas por esta criança, gostando ou não.

Seth era um ótimo pai, e ele foi pego ainda mais desprevenido com a

gravidez de sua ex-mulher. Oliver não poderia estar muito chocado com isso

acontecendo. Ele tinha visto a evidência em suas mãos. Mas Seth e sua ex se

casaram apenas por causa do bebê, e o casamento logo acabou.

Eu não queria me casar pelo meu filho. Não queria nada além de Oliver

estar lá para a criança. E se ele não pudesse - se ele não quisesse - bem, então, eu

faria o meu melhor para ser ambos, pai e mãe. O bebê teria meus pais e Ally e

Seth e...

Deus, e se Ally e Seth me odiassem? E se eu não tivesse apenas perdido

Oliver com minha explosão? Eles disseram e fizeram algumas coisas duvidosas,

mas sabia que eles me amavam. Talvez eles não soubessem que o reverso era

verdade.

Talvez isso não importasse mais.


Eu funguei e me recompus. Não, eu não iria causar um desastre. Nem sobre

Oliver, nem sobre minha melhor amiga. Eu pretendia assuar o nariz, escovar

meu cabelo, colocar um pouco de maquiagem e então iria falar com Oliver.

Meu celular tocou e o peguei, meu pulso pulando com o nome de Seth na

tela. Eeep, isso tinha que significar...

— O bebê? — Eu perguntei, alívio percorrendo através de mim que eles

ainda pensaram em entrar em contato comigo. Tinha outra chance de consertar

essa bagunça irremediavelmente rosnada. — Está na hora?

— Está na hora. Estamos indo para o hospital. Ally queria que eu

ligasse. Ela teria feito isso sozinha, mas está se concentrando em sua respiração.

Ouvi um grito ao fundo que era sem dúvida de minha melhor amiga. —

Vou arrancar meu cabelo! Eu preciso de drogas. Muitas drogas. Sege. —Ally

lamentou. — Depressa!

Meus olhos se encheram de lágrimas novamente e eu ri, desistindo de

qualquer esperança de evitar as lágrimas. Claramente, esta noite foi uma noite

para deixar minhas emoções correrem soltas.

— Estou a caminho. Não tenha até eu chegar lá, certo? Quero ouvir o

primeiro choro. — Eu agarrei a barra do meu suéter.

Em um dia, descobri que teria meu próprio filho e conheceria meu

afilhado. Como nunca me vi como nada além de uma sortuda suprema?

— Vou fazer o meu melhor. — Ally disse em voz alta, obviamente falando

com os dentes cerrados. — Mas é melhor você chegar rápido.


— Estou saindo. — Falei, apesar de saber que ela não podia me ouvir. Enfiei

meus pés de volta em minhas botas e molhei meus lábios. — Quem está

cuidando de Laurie? Ela está com... — Até mesmo dizer o nome dele era muito

difícil.

— Sim, Oliver está com ela. Não se preocupe.

— Obrigada por me ligar, Seth. Eu... significa muito para mim.

— Você é da família. — Disse ele simplesmente. — Vejo você em breve.

Sim, as lágrimas seriam uma coisa hoje. Sem evitá-las.

Depois de pegar minha bolsa, corri para o meu carro e dirigi às pressas para

o hospital. Minha pressa era uma coisa relativa, entretanto, já que a neve tornava

a viagem traiçoeira e o hospital onde Seth e Ally estavam esperando o bebê

demorou um pouco para chegar. Mal cheguei, Seth me mandou uma mensagem

de novo. Desta vez, havia a foto de um lindo garotinho com uma cabeleira

escura, enrolado em um cobertor branco com pegadas de cores vivas por toda

parte.

Gritei bem onde eu estava no corredor do hospital, fazendo uma dancinha

que quase me fez escorregar por causa das poças de neve no chão.

— Você está bem, senhora? — Uma enfermeira tocou meu braço quando

passou.

— Sim, estou bem. Olha, minha melhor amiga acabou de ter um bebê! Eu

sou sua madrinha. Ele não é o garoto mais adorável de todos? Espero que o meu

seja... — Interrompi e lancei um olhar culpado para a minha barriga. Essa


informação precisava ser mantida em segredo por um pouco mais de tempo. —

Ele é tão fofo.

— Com certeza ele é. — A enfermeira sorriu. — Olhe para essas bochechas

vermelhas.

— Você pode me indicar onde eles estão?

Poucos minutos depois, me aproximei da porta de Ally, parando do lado de

fora enquanto a voz estrondosa do Sr. Hamilton ecoava para fora da sala. Ele

estava rindo, me lembrando novamente do que Ally havia dito sobre ele

transar. Perturbador de se considerar, já que ele era mais velho que meu pai, mas

as evidências estavam lá. Ele estava mais feliz agora do que no passado. Talvez

porque seu filho fosse casado e feliz e ele tivesse um novo neto...

Fechei meus olhos. Deus, o que ele pensaria do meu bebê? Ele pensaria que

eu fiz isso intencionalmente para tentar um golpe da barriga? Houve sussurros

sobre isso com a primeira esposa de Seth. Não com Ally, é claro, já que ela o

aguentou por uma década antes do casamento.

Oliver pensaria que eu estava atrás de seu dinheiro? Ele não me pressionou

a tomar a pílula do dia seguinte, mas foi quando a criança era apenas uma

pequena possibilidade. Agora que estava a caminho de verdade, ele se

perguntaria?

Eu não conseguia pensar em nada disso agora. Estava aqui para apoiar Ally

e Seth e ver meu afilhado fofinho. O resto esperaria.

Batendo na porta, coloquei minha cabeça para dentro e sorri. — Ei. Posso

entrar?
— É claro. Você está aqui. — Ally deu um sorriso cansado e acenou para

que eu entrasse. Ela estava apoiada em um monte de travesseiros com Seth e o

Sr. Hamilton de cada lado da cama.

Oh merda, eu nem tinha pensado no pai de Oliver estar no escritório outro

dia durante minha explosão para acabar com todas as explosões.

Por favor, por favor, deixe que ele não tenha ouvido.

Se tivesse, o bebê não seria um choque para ele. Lado positivo! Eu estava

olhando para todos eles.

Iria desenterrá-los com uma maldita pá, se fosse necessário.

— Estou aqui. Um pouco tarde demais, pelo que vejo. Passou bem? Você

deve ter, já que seu filho veio tão rápido. Super rápido, especialmente para uma

mãe de primeira viagem. Onde ele está? Ele é tão adorável. Seth me enviou uma

foto e eu já posso ver a modelagem em seu futuro. Ou melhor ainda, talvez seja

ator. Você sabe, alguém afável como George Clooney.

Sim, vamos começar a tagarelice nervosa.

Eu já estava em boa forma.

— Ele estava tendo alguns problemas respiratórios, então eles o retiraram

para se certificar de que ele estava bem. Nada para se preocupar. — Ally girou

sua aliança de casamento em volta do dedo. — Coisas de rotina, eles disseram.

— Isto mesmo. — Seth cobriu as mãos dela com as suas muito maiores. — A

mesma coisa aconteceu com Laurie quando ela nasceu.


— E com você, por falar nisso. — Acrescentou Hamilton. — Não com

Oliver, entretanto. Costumávamos brincar que ele tirou todo o seu oxigênio

porque saiu gritando.

Todos nós rimos, e Ally e eu trocamos um olhar. O tipo que dizia que

tínhamos muito a dizer uma a outra, depois que os ouvidos curiosos dos homens

se fossem.

Isso aconteceu mais rápido do que eu esperava.

Assim que o Sr. Hamilton e Seth saíram para tomar um café, puxei um

banquinho ao lado da cama. — Então, você ficou em trabalho de parto por muito

tempo? Quando as contrações começaram? Doeu realmente? Oh meu Deus, o

que estou dizendo, você estava gritando por drogas no carro.

Ally riu baixinho e balançou a cabeça. — Vamos tratar de tudo isso, mas

primeiro, o que está acontecendo com você?

— Eu? — Coloquei meu cabelo atrás das orelhas. — O mesmo de antes. Sem

novidades.

— Ok, certo. Te conheço. Algo está acontecendo. Algo grande. — Ela se

inclinou para frente e estremeceu. — Ugh, nenhum desses movimentos

ainda. Estou costurada como um coelho de veludo. — Ela imitou de cima a baixo

e foi a minha vez de fazer uma careta.

— Acho que gosto mais da ideia de uma cesariana. Minha vagina não foi

feita para empurrar uma melancia.

Ela sorriu. — Na verdade, foi.

— Você sabe o que quero dizer.


— Sim, e depois disso, não tenho certeza se ficaria vaginal novamente. Foi

muito rápido, considerando todas as histórias de terror que ouvi.

— Conte-me tudo.

E oh, ela falou. Sobre implorar por uma peridural que não funcionasse

rápido o suficiente e tampões de muco e água estourando em seu novo sofá de

couro. No final, eu estava um pouco enjoada e não conseguia decidir se meu

enjoo matinal tinha decidido adicionar uma sessão à noite ou se era apenas um

terror absoluto com o que me esperava.

— Você parece verde. Você está bem?

— Estou bem. — Sorri e respirei fundo. — Ah, e estou grávida.

Eu não queria dizer isso. Não aqui, e não para Ally antes de contar a

Oliver. Essa seria a coisa mais justa a fazer. Ele deveria saber primeiro. Mas com

toda a conversa de bebês e o fato de que minhas notícias ainda eram tão recentes,

simplesmente transbordaram.

Ally soltou uma risada e agarrou o peito através de sua fina camisola de

hospital. — Uma boa piada. Por um segundo, pensei que você estava falando

sério.

— E estou. — Olhei para a roupa de cama que não tinha percebido que

estava puxando com os dedos. — Acabei de descobrir esta noite.

— Oh, Sege. Sege. — Seu sussurro simpático me fez olhar mais fixamente

para o cobertor branco em meu punho para que eu não começasse a chorar de

novo imediatamente. — Ele, ele ainda não sabe?


— Ainda não. Mas não será uma grande surpresa. Pelo menos não

deveria. O preservativo estourou. Logo na primeira vez.

— Oh Deus. Que má sorte. — Ela serpenteou sua mão para segurar a

minha. — Eu sinto muito, querida.

Eu funguei e ri. — Não há nada para se desculpar. Você sabe que eu sempre

quis ter filhos. E acho que provavelmente foi bom eu manter o velho hímen

bloqueado, porque a Murta é fértil. — E sim, havia mais lágrimas se acumulando

na hora. Eu teria que beber um galão de água na reposição de fluidos se eles

continuassem vindo nesse ritmo.

— Às vezes é só uma questão de tempo. Embora, oh cara. A sério? De jeito

nenhum. — Ally cobriu a boca com a mão. — Aconteceu com Seth, com todo o

negócio de engravidar uma virgem na primeira vez. Ele

vai morrer, absolutamente.

— Coisa de gêmeos. — Dissemos simultaneamente, e desta vez, não houve

lágrimas quando eu ri.

Era tão ridículo, mas era a minha vida. Eu já amava meu filho, já o queria

desesperadamente, então não havia espaço para olhar para trás ou pensar nos

“se”.

O único “e se” que restou era a reação de Oliver.

O maior “e se” de todos.

— Quando você vai contar a ele?

Eu bufei e lutei contra a vontade de fugir da pergunta. Da sala. Da minha

vida inteiramente.
Isso não era mais quem eu era. Eu não me permitiria esconder.

— Esta noite, assim que eu sair daqui. Não falo com ele desde... — Baixei a

cabeça. — Eu sinto muito. Agi como um asno de verdade. Estou surpresa que

você me ligou esta noite. Mas eu vomitei naquela manhã e estava agitada,

pensando e se, e então vi a placa sobre condomínios sendo construídos no local

da pousada, e eu estava simplesmente confusa.

— É por isso que você tentou brigar com Oliver com todas as decorações?

— Sim. Eu acho. Embora goste de brigar com ele em geral. E a parte da

maquiagem é muito divertida. — Corei em suas sobrancelhas levantadas. — Ei,

você estava atrasada para esse tipo de conversa. Melhor amiga, lembra?

— Eu nunca esqueci. Pode apostar que estou atrasada. Tenho muitas

perguntas, provavelmente algumas delas de natureza muito pessoal. Mas já que

minha própria natureza pessoal tem sido muito pública esta noite, — nós duas

rimos — vamos apenas guardar isso para outro dia. Eu tenho uma pergunta que

não pode esperar.

— Ele me disse que era maior do que Seth, mas acho que estava

mentindo. Você sabe como ele se gaba.

Ally balançou a cabeça, rindo silenciosamente enquanto suas bochechas

ficavam vermelhas. — Não deixe Seth ouvir isso.

— Não acho que seja um assunto que provavelmente abordarei com ele,

então, estamos bem. — Foi tão bom rir com uma amiga no meio da loucura em

que minha vida se tornou.


Nada poderia ser tão ruim ou assustador enquanto tivesse minha melhor

amiga.

— Você e Oliver, eu sei como vocês começaram. E sei que tive um papel

nisso, e se isso foi um erro...

— Não foi. — Assegurei a ela rapidamente. — Isto estava certo. Cada

pedacinho. Eu sei que não vamos lá esta noite, mas ele era exatamente quem eu

precisava.

Talvez ele fosse tempo todo.

Ela acenou com a cabeça, seus olhos suspeitosamente brilhantes. — Ele é um

homem decente sob a bravata. Você simplesmente não pode desistir dele. Ele vai

te afastar. É um dado.

— Na verdade, fui eu quem empurrou mais. — Esfreguei minha testa com

cansaço. Agora que sabia sem dúvida que estava grávida, estava exausta. Não

era como se eu não tivesse vinte outras preocupações, mas elas seriam

enfrentadas no devido tempo.

Agora, Oliver era a mais urgente e, além disso, meu foco estava na minha

necessidade de dormir e de um jantar cheio de junk food.

— Eu me sinto tão culpada. Tudo o que você disse sobre mim e Seth era

verdade. Nós enfiamos o nariz e dizíamos coisas que não estavam certas, e nem

mesmo era da nossa conta. Vou culpar minha interferência nos hormônios da

gravidez e em muitas preocupações.

— Se você me permitir culpar os hormônios pelo meu colapso sobre um

orgasmo no escritório de Oliver, então temos um acordo.


— Combinado. Você sabe o que eu vi quando entrei em seu escritório?

— O que? — Eu perguntei com cautela.

— Bem, a coisa da luxúria, e quase me deu um ataque cardíaco. Mas havia

mais. A maneira como ele estava olhando para você, à beira de um sorriso...

havia mais lá, Sege, eu juro.

Minha garganta parecia muito apertada para engolir, então esfreguei meu

pescoço para tentar fazer tudo funcionar novamente. — Estávamos rindo, nos

insultando novamente. Como de costume.

— Sim, e sua expressão era definitivamente divertida, mas havia algo mais

em seus olhos. E antes de discutir comigo, lembre-se de que também conheço os

rapazes Hamilton. Mesmo que seja o menos dotado. Que... ha. Ele deseja. De

qualquer forma.

— Vamos apenas dizer menos ou mais, tenho certeza que os dois são

suficientes. — Agora eu estava corando novamente. Veja, esse era o problema de

ser uma virgem recente. Eu poderia jogar coisas sujas, mas sempre alcancei meu

limite com bastante rapidez. Só não tenho experiência nas artes de falas sujas.

Não com Oliver. Querido Deus. E se eu pensasse muito sobre isso,

precisaria torcer minha calcinha aqui mesmo no hospital.

— Você precisa contar a ele imediatamente.

— Eu vou, prometo.

Ally acenou com a cabeça, apaziguada. — Quer dizer, não é da minha conta,

mas...

— Conhecimento dos homens Hamilton?


— Algo parecido.

— E sim, é problema seu. Tudo comigo é. Preciso de você para cada detalhe

sórdido. E preciso de alguém para me dizer o que esperar, e talvez segurar

minha mão durante as aulas de parto se ele não for, se ele não quiser.

Ela agarrou minha mão com força, me interrompendo no meio do caminho.

Uma coisa boa, já que choramingar com certeza viria em seguida. — Eu estarei lá

a cada passo do caminho. Eu juro.

— OK. — Exalei, longo e lento, e apertei seus dedos. — OK. Eu posso fazer

isso.

— Você absolutamente pode. Você está feliz, não é? Sério? Não apenas para

aliviar minha mente.

— Não. Estou genuinamente feliz. Estou morrendo de medo, mas mais feliz

do que nunca. Eu quero meu bebê.

— Não só o seu. — Ela me lembrou, como se eu pudesse esquecer.

— Eu sei. — Forcei um sorriso no rosto. — Meus pais estarão aqui

amanhã. Minha mãe me disse para dizer para você ficar com o bebê até ela

chegar aqui.

Ally riu. — Aww, isso é ótimo. Mal posso esperar para vê-los. — Então sua

testa enrugou. — O que eles vão dizer?

Dei de ombros. — Sinceramente? Minha mãe provavelmente vai dizer que

tenho muito bom gosto.

— Bem você tem. Assim como eu.


Nós compartilhamos um sorriso conspiratório e então me inclinei para lhe

dar um abraço gentil. — Vou dar uma passada em sua casa, ver se ele precisa de

ajuda com Laurie.

— Oh, ele deve estar livre agora. O Sr. Hamilton, James, — ela se corrigiu,

— estava indo substituí-lo assim que ele e Seth tomarem uma xícara de

café. Então, se você quiser um pouco de privacidade longe da minha casa, — seu

olhar penetrante me fez abaixar a cabeça — ele deve estar disponível.

— Nós mantemos nossas roupas às vezes, você sabe. Além disso, ele está

com raiva de mim. Com certeza transar não será a primeira coisa em sua mente.

— Essa é uma aposta que você não quer fazer. Ele é homem. É a primeira, a

segunda, a terceira e a quinta.

— Qual é a quarta?

— Comer entre as rodadas.

Eu tive que rir enquanto a abracei mais uma vez e prometi voltar para ver o

bebê logo que a manhã nascesse.

Assim que saí da sala, peguei meu telefone.

A hora do acerto de contas havia chegado.


Capítulo Quatorze
Oliver

Eu tinha acabado de colocar um filme para Laurie, aquele maldito Trolls,

que ela adorava, quando o toque de Sege me tirou de alguns

papéis. Normalmente, eu colocaria Laurie para dormir agora. Mas esta noite foi

uma grande noite. Seu irmão mais novo tinha acabado de nascer e ela estava

toda nervosa. Eu nem tinha me incomodado em tentar encurralá-la, esperando

que ela se cansasse cantando e dançando trolls e balbuciando sobre como um dia

ela iria se casar com Justin Timberlake.

As crianças de hoje não tinham gosto.

E os adultos de hoje perdiam tempo tendo pensamentos depreciativos sobre

as estrelas pop para evitar olhar para o telefone.

Finalmente desisti e li o texto de Sege, as palavras reverberando na minha

cabeça como se ela estivesse ao meu lado e as dizendo.

Oi. Se você não me odeia, podemos conversar? É importante.

Eu nem mesmo tive que pensar sobre minha resposta.

Eu não te odeio. Quando?


Meu primeiro palpite foi que ela sugeriria amanhã. Talvez depois do

trabalho. Importante ou não, era tarde o suficiente para que, se falássemos agora,

haveria pouca chance de não acabarmos na cama.

Mesmo se ela me dissesse que estava me usando, provavelmente isso

aconteceria. Eu não estava orgulhoso disso, mas era honesto. Pelo menos sobre

isso. Eu a queria, e mesmo ficar dois dias sem tê-la parecia um tempo

insuportavelmente longo.

Sua resposta veio rapidamente.

Esta noite. Agora. Se você puder. Eu sei que você está com Laurie, mas seu pai está

indo para substituí-lo. Eu acho. Ou se ele não vier, podemos ficar aí. Eu posso ajudar.

Ser babá conjunta de minha sobrinha não era o que eu tinha em mente. Eu

não insistiria que o sexo acontecesse, já que Sege precisava dizer qualquer

coisa. Mas se passássemos a noite assistindo com Laurie, provavelmente não o

faríamos.

Depois de ter que ver os Trolls novamente, eu merecia que isso fosse pelo

menos uma opção em cima da mesa.

Eu digitei uma resposta.

Meu pai provavelmente está a caminho, como você disse. Te encontro em uma

hora? Se surgir algo, enviarei uma mensagem.


Me encontra onde?

Eu debati por um momento antes de responder.

A cabana. Ainda está configurado para o dia dos namorados.

Sim, era eu, dando socos onde podia. Outra coisa de que não me orgulhava,

mas quando um cara é rotulado como um pênis conveniente, bem, merda

acontece.

Ela não demorou muito para responder.

OK. Estarei lá em 1 hora. Envie uma mensagem se James não aparecer.

Eu pisquei. Hum. Acho que ela realmente era amiga do meu pai. Eu não

tinha certeza se ele permitiu que Ally o chamasse de James. Se o fez, foi um

acontecimento recente.

— Tio Ollie, posso ver meu irmão de novo? — Laurie se aproximou de mim

e pressionou as mãozinhas sobre meus joelhos, dando-me sua expressão mais

implorante.

— Claro. — Joguei fora a mensagem de Sege e puxei a que Seth tinha

enviado com a foto do bebê.


Meu novo sobrinho era tão pequeno. Tão fácil de quebrar. Eu segurei Laurie

logo após seu nascimento e fui atingido pela mesma coisa. Eu me perguntei se

Seth alguma vez ficou assustado. Ele não pareceu, mas, novamente, eu esperava

que não fosse óbvio sobre meus pensamentos sobre o assunto também.

Quando Laurie nasceu, eu estava ansioso demais para devolvê-la aos

pais. Ela era bonita e tudo, e a amava antes de ela nascer, mas não tinha nenhum

interesse por crianças. Nem mesmo perifericamente.

Nos últimos cinco anos, as coisas mudaram. Eu mudei. Não

necessariamente a ponto de estar ansioso para procriar, mas a ideia não era tão

abominável quanto antes. Eu também desenvolvi alguma afinidade com

crianças. Minha sobrinha em particular, mas eu tinha que torcer para que ela não

fosse um caso isolado. Meu novo sobrinho seria um teste secundário. Se essa

afinidade se estendesse a ele também, talvez um dia eu pudesse até considerar

ter o meu próprio.

Um. Possivelmente dois.

Provavelmente um era o suficiente.

Mas então dois significavam que eles teriam um irmão, e ninguém gostava

de ser filho único. Esse tinha sido o raciocínio original de Seth para sua proposta

de Ally, embora como ele foi de ei, precisa de um irmão, para ei, precisa de um

time de futebol inteiro, eu não sabia.

— Tio Ollie, foto! — Laurie esticou o pescoço para ver meu telefone e

percebi que estava perdido em um mundo criado por mim mesmo.

Um onde eu estava pensando em ter filhos, Deus me ajude.


Isso tudo é culpa de Seth. Maldito seja. Se ele acionasse algum despertador

interno gêmeo com sua reprodução incessante, eu iria chutar sua bunda.

— Aqui está. Desculpa. — Virei o telefone em sua direção e ela o agarrou,

puxando a tela para perto do rosto para que pudesse examinar cada detalhe.

— Ele não se parece comigo. — Disse ela com tristeza.

— Você quer dizer a cor do cabelo dele?

Ela acenou com a cabeça.

— Bem, ainda é cedo. Seu pai e eu nascemos com cabelos loiros que ficaram

mais escuros. Às vezes muda.

— Ele não é uma menina.

Meus lábios se contraíram. Laurie desafiara o desejo de uma irmã até que

Ally lhe disse que ia ter um menino, e todos pensamos que ela aceitaria a ideia de

ele ser homem. Claramente, no fundo, ela não tinha.

— Não, ele é um garotinho. Mas os meninos também são divertidos.

Ela olhou para mim com o lábio inferior esticado. Esperando por evidências.

— Bem, e quanto ao seu amigo Wes na escola?

Sua expressão se iluminou. — Meu namorado?

Eu simplesmente iria ignorar esse comentário. — Sim, seu amigo é um

menino. Você gosta dele, não é?

— Sim, vamos nos casar em breve.

Arquivei essa informação para assediar Seth em uma data

posterior. Provavelmente quando ele finalmente me encurralar sobre Sege, o que


eu esperava que acontecesse a qualquer momento, agora que Ally havia ganhado

o bebê.

— Seu pai sabe? Ele deve estar tão animado.

Laurie levou o dedo à boca e deixou escapar um “shh” exagerado, como se

Seth pudesse realmente ouvi-la. — É um segredo.

— Ah, eu sei como é. — E estava feliz que pelo menos a parte do sigilo de

tudo tivesse terminado. Mesmo que a maneira como tudo saiu fosse horrível, na

melhor das hipóteses.

Método de lado, eu ainda estava feliz por me esgueirar por aí não tendo que

continuar. Se alguma coisa iria continuar entre mim e Sege.

— Wes é bom. Para um menino. — Acrescentou ela, voltando a olhar para o

meu telefone. — Não sei se meu imão será.

O fato de ela ter pronunciado irmão como “imão” todas as vezes era muito

mais fofo do que deveria.

— Eu também não estava feliz com o meu no início.

Laurie franziu a testa. — Meu papai?

— Sim. Eu estava preso a ele desde o primeiro dia. Ele era chorão e

fedorento e eu não o queria por perto. Até que seu avô o levou para a escola um

dia e tive que ficar em casa porque estava doente. Você sabe o que aconteceu?

Lentamente, ela balançou a cabeça.

— Fiquei entediado e sozinho o dia todo. Não tinha ninguém com quem

conversar, brincar, ou mesmo irritar. Não foi nada divertido.


— Você queria que ele voltasse?

Eu concordei. — E quando estávamos no mesmo colégio, e ele voltou para

cá para estudar com Ally, eu também não gostei.

— Porque ele é seu melhor amigo?

Eu não teria caracterizado Seth dessa forma, como Sege uma vez disse, eu

não tinha muitos amigos, mas acho que era verdade.

— Sim. — Engoli em seco e coloquei meu telefone contra meu quadril. —

Acho que você está certa.

Laurie torceu o nariz. — Mas e se eles gostarem mais dele? — Ela sussurrou.

— Isso não é possível, prometo. Embora, eu não sei, você faz muito barulho.

— Eu a peguei pela cintura e a virei de cabeça para baixo, fazendo-a gritar de

tanto rir.

Estávamos brincando de helicóptero quando meu pai entrou, com um

sorriso mais largo do que nunca.

— Aí está minha garotinha. Vai vir dizer oi para o vovô?

Ela desceu e correu para agarrá-lo pelos joelhos. Ele nunca tinha sido um

avô excessivamente ativo até o último ano ou assim, e todos nós nos

perguntamos por quê. Agora ele estava positivamente radiante.

Ele poderia ter mudado de ideia. Isso aconteceu ocasionalmente. Até

mesmo para os duros homens Hamilton.

Não que eu soubesse algo sobre isso.


Assim que Laurie correu para a cozinha para pegar uma caixa de suco, dei

um abraço rápido em meu pai. — Como está o bebê?

— Bonito, saudável e forte. Um Hamilton de ponta a ponta. — Meu pai

sorriu. — Como estão as coisas aqui?

— Bem. Ela está assistindo Trolls.

— Novamente?

Eu tive que rir. — É o favorito dela. Você veio me ajudar, ouvi dizer?

— De quem? Seu irmão?

— Sege. — Disse cuidadosamente, testando as águas. Eu não sabia se ele

tinha ouvido a confusão no escritório outro dia, certamente esperava que não,

mas estava interessado em ver como ele reagiria à ideia de nós, de qualquer

forma.

Obtive minha resposta rapidamente.

— Você está namorando ela? — Ele demandou.

Comecei a dizer não. Não havíamos discutido isso, e público, era uma

palavra que não fazia parte do nosso relacionamento. Se ainda tivéssemos

um. Mas minha curiosidade venceu.

— E se eu dissesse que sim?

— Eu diria que é hora de você de acertar. — Ele bateu no meu ombro com

força suficiente para desalojar um ou dois ossos. — Ela é uma boa menina. Tenha

cuidado com ela, ou você vai responder a mim.

— Sim senhor.
Disse adeus a Laurie e saí mais em estado de choque do que gostaria de

admitir. Meu pai não havia incomodado Seth por causa de Marj, a mãe de

Laurie, mas relutou em oferecer a Ally o mesmo selo de aprovação. Ele

finalmente o fez, e agora parecia tratá-la como a uma filha.

Sege sempre foi diferente. De alguma forma, ela era especial para ele. Meu

pai não era exatamente amigável, mas quando se tratava de Sege, ele nunca teve

nada além de sorrisos e cordialidade.

Esse era o seu poder. Ela poderia transformar inimigos em amigos, inimigos

em amantes.

Jogadores em homens que queriam se comprometer, mesmo que ele não

tivesse a menor ideia de como ser digno dela.

Cheguei a cabana e parei na garagem atrás do carro dela. Desci e caminhei

até a porta do lado do motorista. Sege ainda estava sentada lá dentro, os olhos

fechados enquanto cantava alguma coisa com a luz do espelho de maquiagem

iluminando seu rosto.

Sua beleza era impressionante.

Bati em sua janela e de repente, sua alegria desapareceu. Ela desligou o

carro e abriu a porta, sua expressão cautelosa. — Oi. — Ela passou a mão pelo

cabelo enquanto eu recuava, dando espaço para ela desembarcar. — Cheguei um

pouco adiantada.

— E eu um pouco atrasado. — Esfreguei meu polegar sobre sua bochecha e

ela estremeceu visivelmente, mesmo na quase escuridão aliviada apenas pelas

luzes de segurança espalhadas. — Você está usando uma maquiagem diferente?


— O que? Não, por quê? — Ela deu um passo para longe de mim um

minuto, mas poderia muito bem ter sido um quilômetro.

Eu nunca fui tão ávido por contato antes. Quanto mais ela me evitava e

buscava distância, mais eu queria puxá-la para perto e nunca mais deixá-la

ir. Apenas me enterrar dentro dela e afundar em seu beijo e esquecer que o resto

do mundo existe.

Poderosa? Inferno, ela era uma maldita titã.

— Você parecia luminescente enquanto cantava.

Ela soltou uma risadinha estranha. — Você esqueceu suas lentes de contato

hoje ou algo assim?

O fato de ela ter notado que eu as usava me surpreendeu. Ela prestou

atenção, muito mais do que eu acreditava.

Quando eu não respondi, ela exalou. — Olha, eu quero me desculpar.

— Está feito. Acabou.

— Oh sério? É por isso que você não me ligou... — Ela se conteve e ergueu a

mão. — Não me responda.

— Não liguei porque achei melhor nós dois pararmos para pensar.

— Você quer dizer, porque indiquei que você era semelhante a um vibrador

vivo. Suba e use, desça e siga em frente.

— Sua escolha de descrição deixa muito a desejar. Mas sim.

— Não foi nada disso. Eu juro. Disse que estava feliz por ter sido você, e

falei sério. Eu disse isso a Ally também esta noite.


Engolir de repente tornou-se muito mais difícil. — Você fez?

— Sim. Eu disse a ela a verdade, que você era exatamente o que eu

precisava naquela noite, e muitas noites desde então. Estraguei tudo. Às vezes,

minha boca fica à frente do meu cérebro, e tenho engarrafado muito por

dentro. Eu sinto muito. — Ela avançou e encostou a cabeça no meu queixo. —

Sinto muito, Oliver.

Foi mais fácil do que eu esperava apenas passar a mão em seu cabelo e

inspirá-la. Ela cheirava a lago misturado com a crocância da noite de

neve. Fresco, puro. Completamente intoxicante.

Minha.

— Você viu o bebê? — Eu perguntei roucamente.

— Não pessoalmente ainda. Eu apenas senti falta dele. Ele não estava

respirando tão bem quanto poderia, mas está bem. Eu vi uma foto embora. Ele é

maravilhoso. Rosado e perfeito. — Ela engoliu em seco. — Você viu também,

suponho?

— Eu vi. Provavelmente a mesma. Laurie ficou desapontada por ele não se

parecer com ela.

— Oh, bem, os bebês mudam muito.

— Exatamente o que eu disse a ela. Não tenho certeza se ela acreditou em

mim. Mas então disse a ela que achava que não queria Seth por perto até... —

Parei enquanto ela se mexia e enfiava minhas mãos nos bolsos. — Você

provavelmente não se importa com nada disso.

— Eu quero. Eu realmente quero. É só que... Deus, isso é tão difícil.


Achei que tivéssemos encerrado nossa grande conversa depois de

discutirmos o incidente no escritório. Mas pelo jeito que ela estava torcendo a

bolsa entre as mãos, claramente não terminamos.

Eu não estava pronto para ouvir o que ela tinha a dizer, fosse

o que fosse. Talvez se a levasse para dentro, a distraísse com outras necessidades

urgentes, ela esqueceria.

Tudo que eu queria fazer era voltar para onde estávamos em meu escritório,

sem o sigilo. Sem isso, as coisas estavam perfeitas. Ou elas poderiam ser, se ela

apenas as deixasse.

— O que você estava cantando? — Eu perguntei, querendo o adiamento de

mais um minuto. — Você desligou o rádio antes que eu pudesse ouvir a música.

Ela riu suavemente. — 'It’s rainning man'.

— Oh. Huh. Você canta com frequência? Eu nunca percebi, exceto no show

de Celine Dion. E você cantou junto com Elvis. Bem, falso Elvis. Então, sim, acho

que você gosta de cantar. — Exalei. — Tudo bem, seja o que for que você gostaria

de dizer, apenas diga. Pensei em te seduzir para atrasar, mas isso é

ridículo. Então... vamos lá.

Ela se aproximou e passou a mão pela minha gravata, do nó até o fim. Meu

estômago tremia como se ela tivesse usado a língua. — Espero que você ainda

queira me seduzir depois que eu te contar. Eu realmente poderia apreciar o alívio

do estresse.

Eu fiz uma careta. — Me contar o quê?

— Você vai ser papai.


Capítulo Quinze
Sage

Oliver me olhou como se eu estivesse falando em outras línguas. Como ele

poderia estar tão irritado estava além de mim. Ele tinha visto a evidência. Pelo

amor de Deus, ele puxou partes do meu corpo.

— Preservativo estourado, lembra?

Ele não disse uma palavra. Eu nem tinha certeza de que ele ainda estava

respirando. E apesar da quase escuridão, eu teria jurado que ele ficou pálido.

— Eu não queria esperar para te dizer. Acabei de descobrir esta noite, antes

de Seth me ligar sobre o bebê. O outro bebê. Não o nosso. Deus. — Soltei uma

risada estranha e meio maníaca e passei a mão pelo cabelo.

Desejei ter colocado um chapéu antes de sair para o hospital. O vento estava

forte e estávamos do lado de fora em uma propriedade que dava para o lago

congelado. Se isso não bastasse, tinha começado a nevar novamente, os flocos

grudando em minhas bochechas e queixo. Até meus cílios. Eu pisquei para longe,

esperando que a vista tivesse mudado.

Não. Oliver ainda estava parado, imóvel.

O medo me envolveu como fumaça, acre e amarga em minha

garganta. Olhei para o meu carro, meio tentada a entrar e ir embora. Mas ele

estava me bloqueando. Eu não pude escapar.

— Oliver, pelo amor de Deus, diga alguma coisa.


Ele não me fez esperar muito. E quando falou, eu desejei que não tivesse.

— Isso é tudo culpa de Seth.

— Com licença? — Eu cruzei meus braços sobre a minha frente, mas não

perdi que estava protegendo mais do que eu agora. — Se você for começar com

alguma bobagem sobre se Seth e Ally não tivessem feito você ir para Vegas, nada

disso teria acontecido...

— O que vamos fazer sobre isso? — Ele interrompeu.

O que foi ainda pior do que a última coisa que ele disse.

Estreitei meus olhos. — Se isso significa o que acho que

significa, não estamos fazendo nada. Já decidi ter esse bebê. Você não precisa

estar envolvido. A julgar por sua reação até agora, pode ser melhor se você não

estiver.

Deus, dizer isso doía. Mas era melhor do que arriscar que ele machucasse

nosso filho com sua insensibilidade.

Ele soltou um suspiro gelado. — Está congelando aqui fora. — Ele olhou

para mim e agarrou meu braço. — Seu casaco nem está abotoado. Vamos entrar.

Eu o afastei. — Talvez não devêssemos discutir isso agora. Seu sobrinho

acabou de nascer esta noite. Se vamos dizer palavrões, talvez não seja a hora.

— Palavrões? — Mesmo sem olhar para ele, eu sabia que ele havia erguido

aquela maldita sobrancelha. — Estou errado em pensar que somos participantes

iguais nisso, ou algum de nós tem o direito de ficar com raiva e eu perdi isso?

— Não use esse tom paternalista comigo. Foi você quem culpou Seth por

nosso filho e perguntou o que íamos fazer, como se fosse um problema a ser
resolvido. Lamento não ver meu bebê da mesma forma que um Hamilton vê

uma propriedade.

Ele tirou a mão do meu braço. — Você está me ouvindo errado.

— Oh, estou ouvindo errado. Você não está dizendo coisas erradas, é

apenas a minha interpretação. — Típico.

Caramba, talvez ele estivesse parcialmente certo neste caso. Neste momento,

qualquer coisa além da alegria dele parecia uma dispensa. Uma negação. Eu não

poderia lidar com isso, não quando eu estava tão vulnerável e determinada a

proteger a frágil vida que crescia dentro de mim.

A vida que eu mal tinha descoberto. Esses sentimentos eram todos tão

novos e irregulares.

— Vamos entrar. — Sua voz esfriou substancialmente.

Entendi que foi um choque. Não tinha sido um passeio pelo parque para

mim também. Mas se ele pensou que eu iria dar a ele uma polegada quando se

tratasse do bem-estar do meu filho, não. Ele era capaz de dizer coisas que talvez

não quisesse, uma vez que tivesse tempo para pensar, mas às vezes as primeiras

reações vinham do instinto.

E meu instinto dizia para proteger meu filho a todo custo.

— Não temos que falar sobre isso esta noite, se você precisar de algum

tempo para processar. — Eu plantei meus pés e olhei para frente em seu Porsche

coberto de neve.

Um Porsche, pelo amor de Deus. Esse era o tipo de dinheiro que ele

tinha. Meus pais se deram bem antes de abandonarem tudo para viver em uma
casa sobre rodas, mas esse era o próximo nível. Sua casa era mais chique do que

eu estava acostumada, assim como esta cabana, embora parecesse bem rústica

por fora. Ainda assim, esta era uma propriedade dos Hamilton, então tinha que

ser legal.

— Você quer tanto ficar longe de mim?

Sua pergunta tranquila abriu um buraco dentro do meu peito, assim como a

maneira como ele enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta.

Eu senti falta de segurar sua mão. Parecíamos dar as mãos sempre que

podíamos, sempre que estávamos sozinhos. Mesmo quando estávamos apenas

assistindo ao noticiário antes de rastejar para a cama.

— Não. — Eu respondi, igualmente baixinho. — Vim aqui esta noite para

pedir desculpas e contar a você sobre o bebê, mas não apenas por esses

motivos. Eu queria estar com você. Eu não deixei isso claro?

— Nem tanto, não.

Pressionei meus lábios e tentei não tremer. Se era pelo frio lá fora ou pela

preocupação se fechando em mim por todos os lados, eu não sabia.

— Entre. — Ele murmurou, apontando-me para a frente. Ele deve ter me

visto tremendo como a última folha em uma tempestade.

Não era exatamente a imagem de força que eu queria projetar.

Eu o segui escada acima para a varanda porque eu devia muito a ele. E

Deus, não queria ficar sozinha com meus pensamentos. Não essa noite.

Ele destrancou a porta e me empurrou para dentro, acendendo as luzes

enquanto entravamos. Eu não pude deixar de soltar um suspiro.


Se havia uma personificação viva da decoração ideal de uma cabana, era

essa.

Uma enorme lareira tosca parecia ter sido esculpida na rocha e incrustada

com uma moldura de mármore preto polido. Os pisos eram de tábuas largas e

pinho brilhante, com um brilho que o Sr. Limpo teria aprovado. Uma grande tela

plana ocupava metade de uma parede e longos sofás de couro verde-floresta

afundados harmonizavam com poltronas combinando. Eles cercaram uma mesa

de centro feita do mesmo mármore da lareira. Um tapete macio estendido na

frente do fogo, e velas grossas de diferentes cores e larguras pareciam estar por

toda parte.

A sala praticamente gritou “aconchegante refúgio de inverno”, e o coração

do meu ator imobiliário interior deu uma pequena dança de alegria.

— Quem desenhou tudo isso?

Em vez de responder à minha pergunta, ele foi até o laptop colocado em

cima de uma poltrona rolante que combinava com o resto da mobília. Ele

desligou algo da lateral e deu a volta na sala acendendo velas, como se esta não

fosse qualquer outra noite.

Como se este fosse o Dia dos Namorados que tínhamos perdido em

compartilhar.

— Com o que você está iluminando isso? — Eu o segui ao redor da sala,

observando-o tocar a varinha em cada um deles. — Como você conseguiu fogo

do seu computador?

— USB. — Ele me mostrou, e fiquei mais intrigada do que deveria.


Que ninguém diga que não me divirto facilmente.

Uma vez que todas estavam iluminadas e a sala parecia estar brilhando com

dezenas de pequenas chamas, ele tirou a jaqueta e arregaçou as mangas da

camisa, deixando à mostra os antebraços fortemente tatuados que não pareciam

combinar com sua personalidade austera.

Misericórdia, elas eram quentes como o inferno.

Seth tinha um número semelhante de tatuagens, embora as dele fossem

mais coloridas, e as de Oliver eram mais densas e escuras. Sem muitas matizes. E

que combinava com o homem muito bem. Se alguém acreditasse na imagem que

ele divulgou ao mundo, de qualquer forma.

Nas últimas semanas, comecei a ver que havia muito mais nele do que

aparentava. O problema era que continuávamos voltando aos nossos papéis

antigos e desgastados. Onde éramos adversários, em lados opostos sobre

tudo. Eu não sabia se ousaria abaixar minhas paredes no que dizia respeito a ele,

mas tinha que tentar.

Pelo meu bebê, eu arriscaria mais. E se ele batesse a porta, bem, também

enfrentaria isso.

Ele jogou algumas toras no fogo e se agachou para acendê-lo, realizando a

tarefa com uma economia de movimento que fez seus ombros ondularem sob a

camisa. Sua bunda apertou também graças à posição, que eu não teria percebido

se não estivesse bem atrás dele e já a meio caminho de estar fisicamente

comprometida. Aparentemente, minha libido não tinha nenhum problema com

ele. Ou talvez eu pudesse culpar os hormônios da gravidez no início. Ou muitos


anos de negação. Seja qual for o motivo, eu estava lambendo meus lábios quando

ele se virou para mim.

Minha expressão deve ter me denunciado. Ele parou bruscamente,

franzindo a testa enquanto estendia a mão para afrouxar a gravata. Esse

movimento não ajudou meu estado indesejado de excitação. Apenas os

movimentos rápidos de seus dedos enquanto ele puxava o tecido fez minha

barriga tremer de uma forma que não tinha nada a ver com o frio.

Eu precisava ficar em guarda até saber sua posição exata. Seu fraseado lá

fora não tinha sido o melhor, e pelo que eu sabia, as coisas só poderiam piorar a

partir daí.

Em vez disso, eu estava ficando mais úmida do que um escorregador de

lona com uma mangueira auto ativada.

— Esta cabana foi construída por meu pai para uma de suas amantes. —

Casualmente, ele arregaçou as mangas enquanto olhava ao redor do espaço

aberto. — Depois que acabaram, o lugar raramente foi usado. Estava em péssimo

estado de conservação e, no ano passado, comecei a vir aqui quando precisava de

tempo para pensar. Aos poucos, comecei a mexer. Fazendo alterações para

atender a mim e às minhas necessidades.

— Ajustes? — Não consegui esconder o choque na minha voz. — Você fez

um pouco disso sozinho?

— A maioria. — Ele encolheu os ombros. — Eu precisei de ajuda com

alguns dos trabalhos de fiação, encanamento e acabamento. Mas eu gostei de

rasgá-la e encaixá-la de volta exatamente como eu imaginei.


Eu fiquei boquiaberta com ele. — Trabalho manual? Você?

— Você ficaria surpresa com todas as coisas que não sabe sobre mim.

— Então me diga algumas delas. Estou bem aqui, ouvindo.

Ele passou a mão pelo cabelo, agora pontilhado de neve. — Seth e eu temos

outros irmãos. Um irmão e uma irmã. Nunca os conhecemos. Até o ano passado,

Seth nem sabia da existência deles.

— Da sua mãe? — Imaginei.

Ele assentiu. — Sim, ela se casou novamente. Uma nova família, uma vida

totalmente nova.

— Você vai vê-los algum dia? Vê-la de novo?

Com a mesma rapidez, ele balançou a cabeça. — Não desejo vê-

la. Nunca. Encerrei esse capítulo há muito tempo, não muito depois que nosso

pai pagou para ela nos deixar.

— O que? — Eu sussurrei. — Isso não pode ser assim. Que mãe aceitaria

dinheiro para dar acesso aos filhos?

Sua risada foi dura. — Oh, você ficaria surpresa. A nossa sim e a de

Laurie. Muito facilmente, na verdade. Nenhuma das duas olhou para trás. —

Minha garganta travou de emoção. Pelos meninos que ele e Seth foram,

crescendo sem a mãe. Por Laurie, que realmente encontrou sua mãe em Ally.

Ele deu um passo em minha direção e passou os dedos pelo meu pulso,

além da manga do meu casaco e ao longo das costas da minha mão. A

consciência formigou em seu rastro. — Então, se você acha que sua defesa feroz

de nosso filho vai me afastar, você está muito errada.


Nosso filho. Apenas essas palavras fizeram meu coração desabar.

— E-eu não ia exigir que você fizesse parte da vida do garoto. — Assim que

a declaração saiu, estraguei minha língua solta. Por que eu não podia

simplesmente calar a boca e deixar o homem falar?

Porque você tem medo de acreditar nele. Se você fizer isso e ele puxar o

tapete debaixo de você, será muito pior.

— Não? — Sua mão caiu. — O que você iria exigir? Pagamentos de suporte

dentro do prazo, então?

— Eu não preciso do seu dinheiro.

— Você não quer, não é? Porque você tem esse dinheiro arrancado com a

venda da pousada e, embora você nunca vá gastá-lo consigo mesma, uma criança

é uma questão diferente. — Ele fez um barulho com a garganta quando eu

desviei meu olhar. — Pensei isso. Como posso adivinhar suas motivações de

forma tão sucinta, e você costuma errar sobre as minhas? Esta é uma situação

de Mulheres São de Marte, Homens São de Vênus?

Eu não pude deixar de rir de sua mutilação do título daquele livro. Que eu

posso ou não ter lido. Onze vezes. — Tente ter hormônios da gravidez em cima

de sua loucura normal e veja como você age.

Sua expressão se suavizou e minha garganta apertou novamente. — Você

tem certeza?

Engolindo profundamente, eu balancei a cabeça. — Três testes não mentem.

— Três. — Seu pomo de Adão subia e descia. — Você estava se sentindo

mal? — Ele franziu a testa. — Você deveria se sentar.


— Estou bem. Embora eu não protestasse contra uma xícara de chá.

— Desculpa. Vou estocar alguns na minha próxima ida ao mercado. — Eu

não poderia dizer se ele estava me provocando quando pegou minha mão e me

levou para o sofá. — Por que você pensou em fazer os testes?

— Enjoo matinal alguns dias esta semana. Fadiga suficiente para derrubar

um cavalo. Um desejo de sorvete coberto de batata frita quando estava afogando

minhas mágoas por ter uma boca tão grande. — Meu estômago escolheu aquele

momento para rugir, e ele olhou para mim, horrorizado.

— Você não comeu?

— Não, eu não tive chance. Estava no hospital para ver Ally e o bebê e...

— Você tem nosso próprio bebê para se preocupar agora.

— Sem brincadeiras. O que você está fazendo?

Ele já estava ao telefone, falando com Deus sabe quem. Poucos minutos

depois, ele desligou, satisfeito. — A babá de Seth vai entregar o jantar. Ela teve a

noite de folga desde que fiquei com Laurie, então, realmente, isso é apenas um

incômodo.

Peguei seu telefone para verificar a hora. — Você é louco? É tão

tarde. Certamente há algo que podemos comer aqui...

— Não há. Eu só tenho afrodisíacos e similares. — Seu tom era tão suave

que quase consegui não engasgar. — Isso não é apropriado para você e uma

criança em crescimento.

— Afrodisíacos como o quê?

— Ostras, por exemplo. Espargos. Vinho tinto. Chocolates franceses.


— Chocolate parece bom.

Ele já estava de pé e se dirigiu para o que assumi ser a cozinha. Não que eu

pudesse segui-lo para descobrir, já que minha bexiga aproveitou para fazer sua

presença conhecida.

— Onde é o banheiro? — Eu gritei, tirando meu casaco rapidamente. O

tempo era essencial agora.

—Topo da escada, segunda à direita.

Levantei-me e corri para fora da sala de estar e subi a escada em caracol que

tinha visto do saguão. No topo da escada, abri a segunda porta à direita, tateei a

procura da luz e respirei fundo.

Santo Deus, este banheiro rivalizava com o da nossa suíte em Las

Vegas. Não, era melhor, porque o banheiro ali era cercado por ladrilhos, onde

este carregava o mesmo tema da sala, com largas vigas de madeira e mármore

preto por toda parte.

Usei rapidamente as instalações, lavei-me e tentei fazer algo com o meu

ninho de cabelo de vespa antes de declarar que não havia esperança. Eu preferia

dar uma olhada na grande banheira com pés de garra com chuveiro

independente e toalheiro aquecido e, oh Deus, até mesmo o que parecia ser um

tipo de secador corporal para aquecimento de um conjunto de aberturas focadas

ao lado do toalheiro. Eu os tinha ligado e estava deixando o ar quente acariciar as

pontas molhadas dos meus cachos malucos quando Oliver encheu a porta.

— Essa banheira cabe dois. — Disse ele com indiferença, segurando meia

barra de chocolate e um morango gordo, ainda úmido de ter sido enxaguado.


Inclinei-me para frente e o deixei empurrar o morango entre meus lábios,

embora minha tentativa de uma mordida sexy tenha sido um grande fracasso e o

suco espirrou no meu decote. Ele não pareceu se importar. Se qualquer coisa,

seus olhos já de meia-noite escureceram quando caíram para o meu decote antes

de voltar para o meu rosto. Seu polegar traçou o canto da minha boca e ele

lambeu o suco restante que coletou na ponta antes de quebrar um pedaço de

chocolate e oferecer para mim também.

— Não quero que você fique com fome. — Ele murmurou, seu duplo

significado mais do que claro.

Podemos já ter feito um bebê não planejado, mas isso não significava que ele

tinha qualquer intenção de interromper a prática tão cedo.

Meus mamilos sensíveis e a fenda encharcada entre minhas coxas deram um

sinal positivo para esse plano.

— Quanto à banheira, não preciso ficar mais úmida do que já estou. —

Quando seus lábios se contraíram, soltei um suspiro exasperado. — Eu quis

dizer meu cabelo da neve. Você não acha que as insinuações sexuais já nos

deixaram em apuros?

— Foram mais do que insinuações que nos levaram a isso. — Ele deu um

passo atrás de mim e quebrou outro pedaço de chocolate, empurrando-o entre

meus lábios. — Além disso, há outra maneira de ver isso.

Eu estava muito ocupada mastigando, engolindo e lambendo seus dedos, o

que começou como parte da minha busca por chocolate e logo se transformou em

outra coisa, para responder.


Ele me ofereceu a última peça e brincou com meu cabelo enquanto eu o

arrumava sem vergonha. — Você não pode engravidar de novo, pode?

Já que eu ainda estava focada intensamente no delicioso chocolate escuro

que acabei de consumir, eu não entendi totalmente o que ele quis dizer no

começo. — A sério? Seu senso de lógica é... estranhamente excitante.

— Pensei isso. — Ele girou um dos meus cachos em torno de seu dedo. —

Sem preservativos.

— Hum. O que tem para o jantar?

Sua risada esfumaçada deu vida às minhas últimas terminações nervosas

adormecidas. — Frango assado com cobertura de limão, purê de batata com

casca vermelha, cenouras bebê, salada mista com vinagre balsâmico e torta de

morango. A propósito, a babá de Seth foi a fonte daquele morango que acabei de

dar a você. Morangos são um dos poucos itens apropriados do nosso planejado

banquete de dia dos namorados. — Ele deu um beijo na minha orelha. —

Felizmente para nós, ela preparou extras do que vai trazer para a casa de Seth

amanhã. Muitas vezes ela cozinha alguma coisa leve e limpa aqui, junto com

suas tarefas lá.

Meu estômago roncou em antecipação. — É tão tarde. Ela deve ter estado

toda empacotada para a noite.

— Eu pago a ela generosamente. Não se preocupe. — A campainha tocou e

ele se virou para a porta. — Deve ser ela. Onde você gostaria de comer? Sala de

jantar? Ou... — Ele gesticulou com o queixo para a banheira enorme.

— A sala de jantar está bem.


Ele saiu e eu soltei um longo suspiro sibilante. Essa era realmente minha

vida agora? Entrega de jantar caseiro no calor do momento, servido em

banheiros praticamente do tamanho de todo o meu loft? O banheiro. Quer dizer,

quem fez isso? Não foram meus pais, isso era certo.

Eu estava tendo um filho com este homem. Meu filho cresceria com esse

tipo de riqueza diária, se Oliver realmente quisesse ser um parceiro completo

nisso.

Algo que eu precisava explicado. Em detalhes.

Consegui esperar até terminarmos a refeição insanamente deliciosa e passei

para os pedaços grossos de torta de morango, regados com calda doce de frutas

vermelhas e montados com chantilly. Decadente não começou a defini-la. Por

mais que quisesse mergulhar e me perder no puro hedonismo calórico, precisava

de esclarecimentos. Não poderíamos simplesmente tratar isso como qualquer

outra noite e foder como coelhos, ei, não há mais necessidade de látex! Toma lá!

E caramba, as pessoas me chamavam de irresponsável.

— Você não está comendo sua sobremesa. Você não gostou?

Mesmo sem olhar para cima, eu sabia que ele estava me observando com

muita atenção. — Está maravilhosa. A parte do bolo é muito melhor do que

biscoitos de verdade. Não que eu me importe com um bom biscoito em flocos à

moda antiga, coberto com manteiga.

Olha aí, eu estava balbuciando mais uma vez.

Espetei uma metade de morango, mastiguei e engoli. Minha ideia de

fortificação desde a coragem líquida estava fora e não era minha droga de
escolha de qualquer maneira. Eu geralmente me inclino muito para doces. — Eu

realmente não tinha ideia de como você reagiria. Eu não iria amarrá-lo de forma

alguma.

Os dentes do garfo arranharam a porcelana. Ah, sim, porque tivemos que

comer nosso jantar tardio em alguma relíquia de família, em vez de utensílios de

cozinha. Ou pratos de papel. Eles também funcionariam.

— É mesmo?

— Sim. Caso você se sinta limitado, só queria que soubesse que tudo é

voluntário. Não estou esperando nada. Nem dinheiro, nem... nada.

Ele mergulhou as mãos sobre o prato, apenas esperando.

— Esta não é uma situação de Seth e Marj. — Eu disse, sentindo-me

obrigada a preencher o silêncio. Mais uma de minhas quedas. — Nosso

relacionamento é o que funciona para nós. Estou pronta para lidar com essa

situação como você quiser. O que quer que faça você se sentir confortável. —

Limpei meu queixo com o guardanapo. Um incrível suco de morango. — OK?

— O que faz você se sentir confortável então? Se você pudesse fazer o

roteiro de um cenário para ter seu primeiro filho, qual seria?

— Um cenário? Não sei. Qual é o cenário de toda mulher? Ou mais, de

qualquer maneira?

Ele abriu as mãos. — Você.

— Bem, idealmente, casamento. Um ambiente seguro para o bebê. Sem

drama. Sem brigas. Sem pressa para voltar ao trabalho, para que eu pudesse ter

muito tempo com ele ou ela. Eu gostaria de ter aulas de culinária e gostaria de
mexer na minha casa. Você sabe, encenando, mas não para os outros. Para a

minha família. Tornando-a quente e acolhedora. Um lugar seguro e estimulante.

— Ao me ouvir, ri baixinho, balançando a cabeça. — Eu pareço uma dona de

casa dos anos cinquenta.

— Você soa como se fosse uma mãe incrível.

— É tudo o que sempre quis. — Fechei meus olhos. — Não que eu tenha

engravidado de propósito. Mesmo não tendo tomado aquela pílula do dia

seguinte, e apesar do que parecia ser meu processo indiscriminado de perder

meu cartão-V, eu não esperava um acidente. Eu queria uma aventura. Algo

divertido e casual. Eu não estava pedindo mais.

— Eu sei que você não engravidou de propósito. Eu estava lá, lembra?

— Mas quero dizer em geral. Eu não estava tentando ficar com alguém para

começar a expulsar crianças. Sem chance. Ainda estou descobrindo como cuidar

de mim mesma, quanto mais de um bebê.

— A vida é o que acontece quando você está fazendo outros planos.

— John Lennon estava certo. — Eu brinquei com a pilha de chantilly,

finalmente dando algumas mordidas. Estava cheia, mas simplesmente não

conseguia parar. Era tão bom.

Além disso, comer estressada era definitivamente um fator em minha

vida. Especialmente agora.

— Meu pai adora você. — Disse ele depois de um momento. — Quando

contarmos a ele sobre este bebê, ele provavelmente vai te mudar para a casa
principal, para que ele possa ter certeza de que você está sendo cuidada de todas

as maneiras possíveis até o bebê nascer.

— Acho que você está exagerando.

— Você acha? Hoje à noite, ele perguntou se estávamos namorando e me

disse que seria melhor tratá-la bem ou responderia a ele.

Isso me fez sorrir genuinamente de uma forma que não fazia há horas. —

Você deveria ter visto ele no quarto do hospital com Ally e Seth. Ele estava

sorrindo de orelha a orelha. Não conseguia parar de se gabar de seu novo neto.

— Como ele fará quando souber sobre este bebê.

Por duas vezes ele se referiu ao nosso filho como “este bebê”. Ele

disse nosso antes, mas a palavra definitivamente não saiu de sua língua. Eu não

poderia culpá-lo por isso. Isso tudo era tão novo. Para mim também.

— Então quais são os teus pensamentos? — Eu inclinei minha cabeça. —

Certamente, você não pode estar tão bem ajustado sobre tudo isso. Seth não

pirou com Laurie? Ally mencionou que ele entrou no modo de pânico.

— Sim, bem, Seth era muito mais jovem.

— Laurie tem quatro. Isso não foi há muito tempo.

— Eu não sou meu irmão. — Ele se levantou e pegou seu prato, limpando a

mesa com sua eficiência usual. Malditos antebraços tatuados em plena exibição,

fazendo-me apertar minhas coxas.

No meio do caminho para fora da sala, ele parou e olhou para trás. — Você

quer que eu prepare um banho quente para você? Com ou sem bolhas? — Ao
meu olhar, o canto de sua boca se ergueu. — Eu mantenho algumas aqui para o

caso de trazer Laurie. Ela as ama.

— E com ou sem pênis?

Seu sorriso cresceu. — Isso também é opcional.

Recostei-me na cadeira. Ele ainda não havia detalhado suas intenções

quanto a estar na vida da criança ou não, mas parecia estar agindo como se

estivesse por perto. Esse seria o melhor cenário, é claro. Eu não queria excluí-lo

da vida de seu próprio bebê. Eu também não queria forçar uma conexão que ele

não sentia.

Ainda era cedo. E talvez nem tudo tivesse que ser descoberto esta noite.

— Se você não se importa. — Abaixei minha cabeça, me sentindo mais

tímida do que eu tinha o direito de ser, considerando todas as coisas. — Um

banho parece muito bom.

— Eu não me importo. Vou até lavar seu cabelo. — Sua expressão de

pálpebras pesadas me disse em termos inequívocos que ele estava feliz em lavar -

e sujar novamente - qualquer parte de mim que eu quisesse.

Atrasando e sem saber por que, voltei para o bolo de morango. Eu tinha

acabado com a metade quando ouvi água correndo no andar de cima, assim

como Oliver mexendo no banheiro. Tanto quanto ele já jogou.

Depois de comer o máximo que pude, entrei na enorme cozinha rústica e fiz

um pequeno pivô para absorver tudo. Entre os aparelhos reluzentes, os armários

entalhados à mão e os quilômetros de bancadas de granito, a opulência era


clara. De alguma forma, o espaço ainda conseguia parecer caseiro, em vez de

frio. Convidativo em vez de showroom de loja.

Limpei meu prato e coloquei na máquina de lavar antes de subir as

escadas. Senhor, eu tinha que fazer xixi novamente. Olá, bebê.

Parando na porta, comecei a falar. — Ei, eu preciso...

Então eu pisquei. E pisquei novamente.

A luz principal foi desligada e um brilho suave veio de arandelas no alto da

parede, além da meia dúzia de velas acesas nas superfícies ao redor do

banheiro. Oliver estava de joelhos, as mangas enroladas, ainda mais altas,

músculos fortes movendo-se enquanto ele passava a mão pela água perfumada e

borbulhante.

— I-isto pode ser um risco de incêndio.

Ele deu uma risadinha. — E eu sou o insensível. Não se preocupe, eu

apaguei as da sala de estar.

— Bom. Basta uma para iniciar um incêndio florestal. Com toda aquela

floresta lá atrás... — Fiz um gesto para trás.

Enquanto ele se afastava, meu olhar travou em outra coisa. Pétalas rosa

pálido flutuavam na superfície da água, e alguns vasos achatados de flores foram

colocados nas prateleiras ao redor da banheira. Engoli profundamente,

esfregando minha garganta para manter tudo em movimento.

— Do Dia dos Namorados. — Ele disse simplesmente, e eu queria chorar.

Como tudo ficou tão bagunçado?

Em vez de fazer essa pergunta, deixei escapar algo ainda pior.


— Eu tenho que fazer xixi.

Ele se levantou e saiu do banheiro sem dizer mais nada. Eu fiz o que

precisava, lavei-me e tirei a roupa rapidamente. Eu nem me preocupei em

estudar minha aparência neste momento. Meu cabelo ainda estava fora de

controle e minha maquiagem provavelmente já havia sumido. Eu estava cansada

demais para me importar. Aquele banho quente cheio de bolhas e rosas estava

acenando para mim.

Escorreguei na água e soltei um gemido que beirou o obsceno. Céus, devo

estar mais dolorida do que imaginava, porque o calor que se infiltrava em meus

ossos oferecia um conforto indescritível.

Assim como a porta se abriu antes que sua cabeça escura espiasse para

dentro. — OK?

— Melhor do que bem. É uma sensação incrível. Essas bolhas são como seda

na minha pele. — Eu joguei minha mão na água.

— Estou feliz que você gostou. — Ele beliscou a ponte do nariz. — Eu só...

— Não vá. — Não havia como esconder o apelo da minha voz. Eu precisava

dele.

Precisava muito.

Ele entrou, mas não muito perto, demorando-se perto da porta. — Quer que

eu me junte a você? Ou devo apenas, — sua voz baixou, — assistir?


Capítulo Dezesseis
Sage

Eu me levantei da água apenas o suficiente para que meus seios deslizassem

na superfície. Meus mamilos podem muito bem estar conectados à sua voz. —

Junte-se a mim.

Ele desfez a gravata, prendendo-a na cabeça. Sua camisa foi a próxima, o

tecido descascando para revelar a pele dourada rodopiada com mais daquela

tinta escura que cobria seus antebraços e músculos que ondulavam na luz

fraca. Ele desfez o cinto lentamente, me seduzindo com seus movimentos tanto

quanto com seu foco constante em mim. Eu o observei avidamente enquanto ele

deixava cair suas calças e boxers, tirando-as junto com suas meias e sapatos. Ele

me permitiu olhar para o seu preenchimento, seu pau já longo e grosso

parecendo crescer ainda mais sob o meu olhar. Eu não conseguia desviar o

olhar. Ele estava tão quente, e não tê-lo por alguns dias pareceu uma eternidade.

— Você ainda me deve aquele orgasmo do Dia dos Namorados. — Eu

arrastei minha mão pela água, alcançando meu seio. O movimento parecia

estranho, desajeitado, mas sua respiração interior fez valer a pena.

— Sempre pago minhas dívidas. Em dia.

Hesitante, meu polegar circulou meu mamilo rígido. Eu não sabia o que

estava fazendo e provavelmente era dolorosamente óbvio o quão pouco eu sabia

sobre meu próprio corpo.


Ele já me ensinou muito. Se Deus quisesse, ele me ensinaria mais.

Ele parou ao lado da banheira e desfez a presilha do meu cabelo, soltando-

o. Lentamente, ele trabalhou através dos emaranhados, seu toque me acalmando

como sempre. Virei minha bochecha contra sua coxa e seu pau estava bem ali,

tão rígido e orgulhoso. Eu o segurei e tentei varrer minha língua em torno da

ponta, nunca deixando a pressão no meu mamilo. Era um péssimo substituto

para acariciar meu clitóris, que era onde eu realmente precisava de atenção, mas

eu poderia dizer pelo calor nos olhos de Oliver que ele gostou do que eu estava

fazendo.

— Continue. — Ele pediu, e eu não tinha certeza se ele se referia às minhas

atenções em seu eixo ou minha mão no meu corpo. Assumindo os dois, mudei

para o outro seio, apertando com mais força enquanto colocava a cabeça

abaulada entre meus lábios, sugando levemente. Ele praguejou e colocou a mão

em meu cabelo, puxando minha cabeça para trás. Quebrando a conexão entre

minha boca e sua ereção. — Toque sua boceta.

A palavra me fez tremer, como sempre acontecia quando ele falava sujo. Eu

ainda era virgem de muitas maneiras. Ainda inquieta quando se tratava de

explorar minha sexualidade. Mas queria aprender.

Eu deslizei minha mão para baixo, parando por um momento sobre minha

barriga. Nossos olhares se encontraram. Tantas coisas não ditas. Eu não sabia se

tinha imaginado a forma como suas pupilas explodiram antes de continuar,

minha mão desaparecendo sob a superfície da água. Corri meus dedos sobre

meu monte e a faixa de cachos bem aparada, em seguida, deslizei para baixo

sobre meus lábios inchados e escorregadios. No instante em que meu polegar


roçou meu clitóris inchado, eu engasguei, e ele puxou minha cabeça para trás,

seu foco dividido entre meu braço na água e meu rosto.

— Não consigo ver. — Ele murmurou. — Mostre-me tudo o que você está

fazendo em seu rosto. Não se esconda de mim.

Ele tinha alguma ideia do que estava pedindo de mim? A intimidade

necessária? Não era apenas sexo. Isso significava desnudar tudo, me expor a ele

da maneira mais vulnerável.

Esfreguei meu clitóris, mantendo meus olhos nos dele, mesmo quando

queria evitá-los. Eu podia sentir o calor subindo pelo meu peito e pescoço,

queimando minhas bochechas. Ele estava fascinado por mim, seus dedos

enlaçados mais profundamente em meu cabelo enquanto minha respiração

ficava mais curta e meu toque mais ousado.

Eu me acariciei mais forte, deslizando mais ao longo de minhas dobras até

que meu dedo se posicionou em minha entrada sensível. Afundei dentro com um

longo gemido, meus joelhos caindo abertos na banheira, meus ombros caindo na

água. Mas seu aperto em meu cabelo me ancorou, assim como aquele olhar

escuro e exigente que só aumentou o aperto em meu núcleo.

— Dois dedos. — Disse ele, e fiz isso sem pensar. Enrolei minha outra mão

em volta do meu peito, apertando ritmicamente enquanto dava prazer a mim

mesma. A palma da minha mão roçou meu clitóris com cada passagem e um

solavanco brilhou através de mim, fazendo meus quadris se sacudirem e a água

espirrar para fora da banheira. As gotas deslizaram por seu abdômen e aquele V

assassino que levava a seu pênis, mas ele não o enxugou. Em vez disso, agarrou
seu pau com a outra mão, puxando-o com tanta força que tive que pressionar

minhas coxas juntas. Prendendo meus dedos por dentro.

— Você está perto.

Não era uma pergunta e, de qualquer forma, não pude responder. Eu

apenas gemia enquanto ele trabalhava da raiz à ponta, sua mão no meu cabelo

guiando minha cabeça para trás de modo que nossos olhos estivessem

inexoravelmente ligados. Meus dedos se moveram mais rápido, minha

necessidade crescendo até que eu não pude segurar minha respiração ofegante.

Seu pau estava bem ao lado da minha bochecha, cheio e duro, e o queria na

minha boca. Meus lábios se separaram e ele me deu a ponta, descansando-a lá

enquanto eu choramingava e usava meu corpo para nosso prazer combinado. Sal

explodiu em minha língua e ele gemeu e empurrou para frente, me enviando ao

longo da borda. Eu gritei, nunca o soltando, chupando-o enquanto meus dedos

mergulhavam de novo e de novo, torcendo cada grama de prazer.

Cedo demais, ele se retirou. — Eu não posso. Sinto muito, mas não posso.

Eu não sabia o que isso significava. — O que houve...

Ele enganchou as mãos sob meus braços e me levantou, não me dando

escolha a não ser envolver meus membros gotejantes em torno dele enquanto me

carregava para fora do banheiro. Secar-me não parecia ser uma preocupação. Me

agarrei a ele, fraca por causa do meu orgasmo e um pouco tonta por causa do

vapor.

Ainda tão ansiosa por mais.


Ele cruzou o corredor e entrou em um quarto, cobrindo a distância da porta

até a cama enorme em vários passos. Vislumbrei mais velas e flores adicionais ao

lado da cama, junto com algo sedoso pendurado em uma das

colunas. Vagamente, percebi vigas de madeira escura no teto alto e um

ventilador girando preguiçosamente no alto.

Ele me abaixou suavemente em cima dos lençóis e abriu minhas coxas,

espalhando-as obscenamente enquanto se ajoelhava entre elas. Então sua boca

estava em mim e eu não conseguia pensar, não conseguia respirar, não conseguia

fazer nada além de ser. Seus beijos eróticos eram muito mais agressivos do que

minhas ministrações tinham sido, e eu precisava disso também. Eu precisava de

sua ganância crua, a maneira como ele me abria e apenas se deliciava comigo

como se eu fosse a coisa mais deliciosa que ele já tinha provado. Os sons que ele

fez, a nuca zumbindo na minha carne, o rangido de seus dentes naquele pequeno

botão tenso que já estava apertando novamente. Só para ele.

Mas ele tinha outra coisa em mente. Ele recuou, lambendo os lábios pelo

brilho da luz das velas. A umidade brilhou em seu queixo e, em vez de ficar

envergonhada, estremeci. Ele se levantou e se recostou nos travesseiros,

puxando-me para cima dele. Eu o beijei ansiosamente, sempre excitada pelo meu

gosto em sua língua. Ele murmurou algo, baixo demais para eu ouvir, e mordeu

meu lábio inferior, a pontada de dor indo direto para o meu clitóris. Sem pensar,

esfreguei contra ele, esfregando para cima e para baixo, a sensação de seu

comprimento duro exatamente onde eu precisava me deixando selvagem.


Então notei novamente aquele pedaço de seda enrolado em volta do

poste. Eu o alcancei e sua mandíbula flexionou. Não apenas, digamos, uma

gravata em um manto. Isso tinha um propósito muito diferente.

— Outra parte da sedução do seu Dia dos Namorados? — Eu perguntei com

a voz rouca, arrastando o material sobre seu ombro enquanto me levantava,

meus seios balançando tão perto de sua boca. Ele enterrou o rosto entre eles,

segurando-os e amassando-os com suas grandes mãos enquanto minha cabeça

caía para trás, o prazer rolando por mim em uma onda. Quase gozei no local.

— Tão sensível agora. — Ele disse contra mim, e gemi mesmo com o calor

de sua respiração em meus mamilos rígidos.

Me atrapalhei para segurar a gravata, deslizando-a ao longo de seu

braço. — Você quer me amarrar?

A ideia não me assustou. Talvez devesse, considerando o quão precário

tudo entre nós era. Mas ele mencionou algemas naquela primeira noite no hotel,

e entre aquela semente que ele plantou e quão surpreendentemente emocionante

era ser mantida presa, eu estava curiosa.

— Você gostou da possibilidade de algemas. — Seu tom era quase

preguiçoso. Ele não estava pressionando. Apenas convidando. Encorajando.

— Você está me apresentando a todos os tipos de coisas sujas. — Eu apertei

meus joelhos em torno de seus quadris e ele lambeu meu mamilo, seu olhar

vagando pelo meu rosto. — Amarre meus pulsos, — murmurei, — mas quero

estar por cima.


Ele deu outro beijo no meu seio e estendeu a mão para a gravata,

chicoteando meus braços atrás das costas e amarrando-as frouxamente antes que

eu pudesse gritar. Eu me sentia desequilibrada e exposta. A posição empurrou

meus seios para fora, fazendo com que os mamilos rosados parecessem apontar

para fora. Ele deve ter concordado, porque se agarrou a um, puxando com força

enquanto eu me contorcia contra seu pau.

— Não tenho certeza se posso fazer isso. Eu vou cair. — A preocupação não

fazia sentido. Meus joelhos estavam seguros na cama. Mas algo sobre a pose me

deixou instável, embora a maneira como ele estava me devorando com os olhos

definitivamente não o fez.

Todas as minhas curvas estavam à mostra, e ele estava me examinando

como se eu fosse uma maldita obra de arte.

— Cuido de você. — Ele agarrou meus quadris e soltou meu mamilo com

um estalo, mudando sua atenção para aquele ponto entre meu pescoço e ombro

que sempre me deixava louca. Quase sedosamente, ele deslizou dentro de mim,

empurrando para frente em um deslize que roubou minha respiração.

— Porra. Isso parece... — O que eram palavras? Eu não conseguia

lembrar. Grunhidos. Foi a isso que fui reduzida. E ele também, baixinho e sujo

contra o meu peito.

— Maldição, você é tão gostosa. Tão molhada. Quente. Jesus, nunca mais

foderei com uma borracha. — Ele se afastou e entrou em mim, com tanta força

que joguei minha cabeça para trás novamente para respirar. Meus dedos se

fecharam em punhos sob meus pulsos amarrados. Meus braços estavam

começando a doer, mas a maneira como meus seios foram empurrados para
frente deu a ele acesso fácil. E ele fez bom uso disso, chupando e mordendo meus

mamilos enquanto cavava hematomas em meus quadris e acariciava seu pau

para dentro e para fora.

Olhei para baixo e vislumbrei seu eixo, úmido e brilhante em mim à luz das

velas. Estremeci, apertando o cerco com todas as minhas forças enquanto ele

afundava em casa novamente. Seu som era parte triunfo e parte tormento.

Muito quente.

— Tão fodidamente sexy. — Ele afrouxou minhas restrições e de repente

pude mover meus braços. — Monte-me, princesa. Leve-me exatamente como

você quiser.

Eu estava além dos nervos. Além de qualquer coisa, exceto perseguir mais

desse sentimento libertino crescendo dentro de mim. Ele me queria, assim como

eu o queria.

Aos olhos dele, eu era linda. E no meu também, talvez. Chegando lá de

qualquer maneira.

Meu corpo resistiu contra o dele e joguei meu cabelo para trás enquanto

saltava em seu pau. Eu estava perdida nas sensações crescendo dentro de mim,

reforçada por seus gemidos cruéis e urgentes. Eu não me contive, não tentei

moderar minhas reações. Minhas mãos subiram para cobrir meus seios, meus

dedos prendendo em meus mamilos. Ele soltou meu quadril para esfregar meu

clitóris e meus olhos se abriram enquanto eu beliscava as pontas, desesperada

por mais sensações. Por mais prazer.


— Você é excelente. Seios tão lindos, tão vermelhos da minha boca e dos

seus dedos. E sua boceta, tão completamente usada. Mal posso esperar para me

derramar dentro de você. — Ele correu sua língua ao longo do interior de seu

lábio e eu gritei, meu corpo inteiro latejando.

Os sons da nossa vida amorosa eram tão imundos, tão desinibidos, e ele

estava acertando aquele ponto dentro de mim com perfeição toda vez que me

afastei dele e deslizei lentamente, muito lentamente de volta para

baixo. Levando-o ao máximo. Encharcando-o com meu desejo. De alguma forma,

orgulhosa do fato de que eu conseguia fazer isso, me deixou selvagem.

— Fodidamente me matando. — Ele murmurou, seu polegar

determinadamente circulando meu clitóris. Mais e mais, no tempo com os golpes

de seu pênis. — Goze em mim.

Ele não precisava pedir. Eu já estive no limite, mas sua voz, seus dedos e seu

pênis eram uma combinação mágica. Eu não pude me conter. Não foi possível

evitar a queda iminente nem mais um segundo.

Eu gemi, e ele se levantou para tomar minha boca, engolindo meus gritos

enquanto eu caía naquela queda final e voava alto. Literalmente neste caso. Caí

para frente contra seu peito, perdendo meu equilíbrio totalmente, meu corpo

tremendo.

Um tapa afiado registrado no meu ouvido, antes da breve dor florescer na

minha bunda, e mesmo isso me deixou mais louca enquanto eu montava em seu

pau. Eu não conseguia parar o pulso de meus quadris ou o aperto frenético de

meus músculos internos. Parecia interminável, apenas cessando por um segundo

brilhante e maníaco enquanto ele gemia em meu ouvido e uma umidade quente
jorrou bem fundo. Eu não tinha certeza se eu realmente sentia ou se era guiada

por seus gemidos, mas a mera sugestão de que eu podia senti-lo entrando em

mim me empurrou para outro clímax. Eu choraminguei e cravei minhas unhas

em seus ombros, caindo em um espaço escuro e vasto onde eu não precisava

pensar ou me preocupar.

Apenas existir, apenas se aquecer, era o suficiente.

Quando voltei a mim, ainda esparramada em uma pilha pegajosa e suada

em cima dele, dei um beijo em sua garganta. A gravata de seda ainda estava

enrolada em um dos meus pulsos. — Quero amarrar você também.

Algo retumbou em seu peito - uma risada ou um rosnado, eu não tinha

certeza. — Não posso bater em você sem o uso das minhas mãos.

— É isso o que você fez? — Eu o beijei novamente, mais uma lambida

sonolenta dessa vez. Esse cheiro dele. Como estar em uma floresta com aquela

camada extra de tempero. — Adorei. Me fez gozar mais forte.

Assim que disse a palavra gozar, corei. Felizmente, estava escuro, então ele

não podia ver. Mas enterrei meu rosto entre seu pescoço e ombro e me entreguei.

Agora ele estava rindo, sem dúvida. — Onde você esteve por toda a minha

vida?

A questão me fez levantar a cabeça. — Estava bem na sua frente o tempo

todo.

— Você estava. — Ele traçou seu polegar sobre o meu lábio e eu me cheirei

nele. Isso me fez corar mais. E também me fez esgueirar minha língua para uma

lambida. — Eu estava cego pra caralho.


— E você tem contatos. Está na hora de uma nova receita?

— Engraçadinha. — Ele sacudiu meu nariz e se abaixou para desfazer o laço

torcido em volta do meu pulso, esfregando suavemente a última das marcas. —

OK?

— Melhor. — Estiquei meus braços, trabalhando para fora das

torções. Então, estendi a mão para esfregar meu traseiro ainda ligeiramente

dolorido. — Você me bateu?

— Mmm-hmm. Você continuou empurrando sua bunda contra minha mão

por mais. Vindo o tempo todo. Cristo, você estava quente.

Eu respirei fundo, estremecendo. — Acho que posso ser um pouco

pervertida. Quem sabia?

Ele não riu enquanto tirava meu cabelo do rosto. — Ou muito. Ainda é

cedo.

— Sim. Ainda sou terrível sem sexo. — Soltei um gemido baixo enquanto

desembaraçava nossos corpos e rolei de costas, abrindo meus braços. — Não

tenho certeza se o banho foi reconfortante, mas o resto? Definitivamente ajudou

com alguns dos nós. Uau.

Ele se inclinou para dar um beijo na minha barriga. Fiquei imóvel, me

perguntando se sua colocação foi intencional.

Em seguida, ele rolou para fora da cama. — Espere aqui.

— Como se eu pudesse me mover. Não se esqueça de apagar as velas. —

Falei, e ele acenou com a mão sobre a cabeça em reconhecimento.

O que eu mal vi, porque oi, bunda nua gloriosa. Perfeita.


Eu ainda estava deitada apoiada nos cotovelos, tentando reunir forças para

me limpar, quando ele voltou. Ele se sentou ao meu lado na cama e colocou uma

longa caixa preta na minha barriga.

Por um momento, me permiti fingir que a caixa era menor. Mais compacta.

A tola romântica surge mais uma vez, provavelmente movida por sexo

estupendo.

— O que é isso? — Meu pulso martelou em meus ouvidos. — Uh-oh. Dia

dos Namorados. Só comprei um suéter para você. E esqueci de trazer.

— Um suéter? — Ele parecia tão satisfeito como se eu tivesse dito a ele que

comprei um jogo de chá para ele.

— Lã irlandesa cinza. — Eu funguei. — Não é de uma loja de

departamentos especial, Sr. Pretencioso.

—Tenho certeza que é adorável. — Ele riu e cutucou a parte inferior do meu

seio com a caixa. — Abra.

Eu abri, engolindo em seco enquanto inclinava a caixa e o colar de arco de

ouro rosa brilhava à luz das velas. Pelo menos eu tinha certeza de que era ouro

rosa. Qualquer que fosse o metal, o colar era simples e delicado e tão bonito que

minha garganta doeu.

— Oliver. — Eu sussurrei. — Você realmente comprou isso para mim?

Maneira de soar super idiota.

Eu era exatamente o oposto de suas namoradas sofisticadas de

sempre. Esqueça isso. Eu mal conseguia descobrir como ser uma namorada, em
tudo. Ainda estava presa na fase da vida em que adolescentes compravam uma

rosa para seu primeiro amor no Dia dos Namorados. Não um presente tão lindo.

— Minha outra namorada estava de férias, então achei melhor dar a você. —

Ele riu quando cutuquei seu lado.

Minha outra namorada.

Deus. Eu não deveria estar ficando quente, da cabeça aos pés, com o uso

dessa palavra. Mas era muito diferente quando me considerava sua namorada do

que quando ele disse isso.

Eu era uma idiota. Provavelmente devido aos hormônios. Não era minha

culpa. Sege não grávida estava totalmente equilibrada.

— É lindo. — Inclinei a caixa para dar outra olhada na luz fraca e ele se

inclinou sobre mim para acender a luz da cabeceira. Automaticamente, comecei a

arrastar o lençol sobre mim, até que o olhar que ele me deu imobilizou minha

mão.

— Deixe. Você é linda.

— Tenho exagerado no chocolate e no sal... — Parei e respirei fundo,

focando no lindo colar que ele me deu. Minhas inseguranças foram melhorando,

mas elas tinham o pior hábito de ressurgir nos momentos mais inconvenientes.

Eu tracei a ponta do dedo sobre o pequeno laço no centro da corrente, já

imaginando-o em volta do meu pescoço. — Mencionei que isso é

lindo? Obrigada.

— Isso me lembrou de você. Linda e forte sob a fragilidade da superfície.

— É assim que você me vê?


— Sim. Junto com inteligente, engraçada e engenhosa. Às vezes, um pé no

saco. Sempre uma amante incrível.

No final, eu estava sorrindo. Eu não poderia discutir com a parte chata. Era

uma verdade pura.

— Segure seu cabelo.

Eu o levantei e ele prendeu o colar em volta do meu pescoço, seus dedos

movendo-o ao redor até que o arco se centrou na base da minha

garganta. Estendi a mão para tocá-lo e agarrei seus dedos também, segurando-os

no lugar sobre o colar enquanto encontrava sua boca com a minha.

— Obrigada. Eu amei. — Murmurei entre beijos.

— Combina com você, assim como eu sabia que faria. — Ele apertou meus

dedos enquanto recuava e olhava para o relógio ao lado da cama. — Devíamos

dormir.

— Eu pareço tão exausta?

— Precisa dormir por dois agora. — Ele disse levemente, rolando para fora

da cama e caminhando pelo chão até o banheiro. Um minuto depois, a porta se

fechou.

Eu bocejei e me enrolei contra os travesseiros, puxando o lençol e o cobertor

sobre mim. Talvez eu pudesse descansar agora. Foi uma semana exaustiva e

meus orgasmos consecutivos estavam definitivamente cobrando seu preço.

Meus dedos se atrapalharam com o colar e fechei os olhos, sorrindo para a

água que ligava no banheiro. Esses eram os sons normais e felizes de viver com

alguém. Eu queria essa vida. Talvez até com ele.


Me aconcheguei mais fundo nos travesseiros. Pode ser.

O próximo som que ouvi foi o zumbido do meu celular. Eu o alcancei na

mesa de cabeceira, me afastando do braço pesado de Oliver envolto em minha

cintura, e vagamente abri meus olhos. Ainda estava escuro e eu me esforcei para

entender a mensagem de minha mãe.

Indo para a cidade, menina. Estamos fazendo a rota panorâmica, então você tem

algum tempo. Sabemos que você não tem bom humor de manhã. Basta ligar a cafeteira ao

acordar.

Opa. Eles podem estar a caminho de minha casa, mas eu obviamente não

estava lá. Digitei uma resposta sem pensar.

Eu não estou em casa. Você pode passar pela cabana dos Hamilton em vez disso?

Parecia que bolhas de mensagens de texto apareceriam na tela para sempre,

sem que uma mensagem chegasse. Esfreguei meus olhos. Hmm, talvez eu

devesse ter dito a eles por quê. Ou não.

Definitivamente não. Eles poderiam descobrir por conta própria, certo?

Então, novamente, eles podem não saber o endereço. A cabana tinha sido

raramente usada até recentemente, e eu não ficaria surpresa se muitas pessoas na

cidade não soubessem que era propriedade da família Hamilton. Por precaução,
mandei uma mensagem com o endereço. Minha mãe respondeu um momento

depois.

Quando você diz Hamilton, você quer dizer...

Oliver? Lembra dele?

Essa pausa foi ainda mais longa do que a última. Eu bufei e me mexi para

tentar acalmar minha bexiga insistente. Droga, eu estava tendo um sonho muito

bom com Oliver e calda de chocolate quente. Com sorte, poderia escorregar de

volta para ele quando esta versão da tortura chinesa da água terminasse.

Eu pensei que você o odiasse? Você só o mencionou como o cunhado chato de Ally.

Quase bufei em voz alta. Bem, ele ainda é uma dor, mas é um garanhão no

saco.

Ela provavelmente não teria se divertido se eu respondesse a isso. Eu teria

ficado, no entanto. Como estava, estava rindo baixinho com o pensamento.

Não era bom que ela se lembrasse dos meus sentimentos anteriores sobre

ele. Especialmente depois que informasse a ela que ele me

engravidou. Totalmente por acidente, mas ainda assim.


Passamos a nos conhecer melhor.

Outra bufada. Houve um eufemismo.

— Você está jogando no seu telefone? Vá dormir, mulher louca. — Oliver

empurrou meu ombro e eu chutei sua canela.

— Quisera eu. Unidades parentais. Volte a dormir.

Ele obedeceu estupidamente rápido. Caramba cara. Exceto na noite passada,

demorei uma eternidade para dormir.

Parece. Ok, em vez disso iremos para a cabana. Te vejo em algumas horas.

OK. Bye então.

Outra mensagem chegou.

Por favor, certifique-se de que você está totalmente vestida.

Eu revirei meus olhos. Senhor, este seria um dia divertido.

Largando meu telefone na mesa de cabeceira, atravessei o corredor até o

banheiro. Fiz o que precisava e voltei correndo para a cama.

Vamos, sonho de calda de chocolate quente, não me falhe agora.


Devo ter adormecido facilmente pela segunda vez consecutiva, porque da

próxima vez que mexi, o cheiro de café e bacon encheu o ar. Bacon, pelo amor de

Deus. Se alguma coisa podia me fazer pular da cama, era isso.

O único problema com esse cenário foi que pulei, peguei a primeira coisa

que vi que funcionaria como roupa - uma das onipresentes camisas brancas de

botão de Oliver - e a vesti, então desci as escadas para a cozinha. Meu nariz me

consumiu tanto que esqueci os convidados iminentes.

Exceto gritos, o iminente havia passado. Meus pais estavam aqui agora, e

eles estavam sentados na curiosa mesa circular da cozinha de Oliver, pegando

bacon com ovos e olhando para minhas pernas nuas.

E nua hoohaa. Querido Deus.

Eu puxei a camisa de Oliver, agradecendo minhas estrelas da sorte por ele

ser alto e eu baixa. Ele me lançou um olhar de soslaio enquanto colocava mais

bacon em uma travessa. — Bom dia, princesa. Dormiu bem?


Capítulo Dezessete
Sage

Um grunhido foi tudo que consegui dirigir em sua direção. Algum aviso de

que eles haviam chegado teria sido bom. Mas esse era Oliver. Ele apenas lidava

com as coisas, o que às vezes era bom, e às vezes, digno de um tapa.

Sorri fracamente para meus pais. Minha mãe já estava se levantando de sua

cadeira, um grande sorriso envolvendo seu rosto. Será que ela não percebeu que

eu estava sem calcinha?

Então olhei para meu pai. Suas sobrancelhas escuras estavam franzidas e ele

balançava a cabeça.

Isso foi definitivamente um não para o lado dele.

— Oi mãe. Oi pai. Como foi sua viagem? — Em circunstâncias normais, eu

teria ido cumprimentá-los, mas ficar nua estava me incomodando.

Minha mãe correu em minha direção e me envolveu em um abraço

gigante. Suponho que a coisa da falta de calcinha não a incomodasse tanto,

considerando de onde eu vim. — Oi querida. Oh, como sentimos sua falta.

— Eu também senti sua falta. Tanto. É tão bom ter você aqui. — Abracei

minha mãe por mais tempo do que o normal, porque me deu a oportunidade de

manter meus olhos fechados e orar para que toda essa cena desaparecesse. —

Então, me diga como foi sua viagem. Você enfrentou alguma tempestade no

caminho de Sedona?
— Oh, um pouco de chuva aqui e ali, um pouco de neve. — Minha mãe

recuou e acenou com a mão. — Nada que não pudéssemos lidar.

— Um pouco de neve? Havia metros em Ohio. — Meu pai se levantou e

veio se juntar a nós, me dando um abraço também. O dele era muito mais curto e

ele tinha uma mensagem para transmitir em voz baixa perto do meu ouvido

antes de dar um passo para trás. — Você tem algumas divagações a fazer, Lucy.

— Isso é verdade, mas somos nova-iorquinos resistentes. Para nós, não era

pouco mais do que uma limpeza. — Minha mãe sorriu e olhou rapidamente para

Oliver ainda virado para trás antes de levantar as sobrancelhas para mim. Sua

versão dos sentimentos do meu pai.

Se eu fosse sobreviver a este dia, precisava de bacon. Muito bacon.

— Com fome? — Oliver perguntou suavemente enquanto eu pegava três

fatias de bacon. Elas queimaram meus dedos e pingaram gordura na camisa

imaculada de Oliver, mas tanto faz. Era para isso que servia a lavanderia e

provavelmente era tudo culpa dele.

Ok, não era, mas eu estava com fome, envergonhada e... era bacon.

— Oh meu Deus, isso é bom. — Eu disse entre garfadas.

Minha mãe trocou um olhar com meu pai. — É bom, querida, mas você

parece especialmente faminta.

— E estou. — Meu tom era cem por cento alegre.

Eles não sabiam sobre o bebê. Eles não podiam saber, porque eu não tinha

contado a eles ainda e Oliver não falaria aí. Ele não ousaria.

Ousaria?
— Suco? — Ele se virou para servir um copo da jarra sobre a mesa e me

entregou, que bebi tão rápido quanto comi meu bacon.

Beber sob estresse também era uma coisa agora, aparentemente. Pelo menos

eu nunca desenvolvi muito gosto pelo álcool. O suco de laranja era muito menos

perigoso, especialmente na minha condição.

— Sente-se, docinho. — Minha mãe puxou uma cadeira, mas eu estava

muito ocupada pegando um prato e empilhando bacon e ovos.

Inclinei-me para mais perto de Oliver. — Pensei que você não tivesse

comida além de afrodisíacos. — Sim, eu poderia ter abaixado minha voz para

esse comentário, mas onde estaria a graça nisso?

Também exigiria engajamento do meu cérebro, e isso ainda não ocorrera

esta manhã.

Oliver pigarreou. — Eu pedi para a babá de Seth pegar algumas coisas em

seu caminho ontem à noite. Ela é altamente eficiente.

— Oh. Ok, bom. Você é um ótimo cozinheiro. Esses ovos com bacon estão

incríveis. — Fiz um sinal de positivo com o polegar e voltei para a mesa com

toda a exuberância de uma mulher prestes a ser algemada.

Não que eu não estivesse feliz em ver meus pais. Pelo contrário, sentia falta

deles desesperadamente. Mas esta situação estava além de

estranha. Normalmente, alguém podia dar a notícia de que estava namorando

alguém para seus pais, quando eles estavam vestidos. E aqui estava eu, com

tanta fome que acabara de encher meu prato e estava prestes a me sentar sem me

lembrar que estava inconvenientemente sem calcinha.


Larguei meu prato e dei ao bacon um último olhar ansioso antes de roubar

um para o caminho. Oh cara, tão bom. — Já volto. — Eu disse. — Conversem

entre vocês.

Depois de correr de volta para cima, entrei no banheiro e gritei com meu

cabelo indicador de sexo. Tipo, sério, se houvesse uma foto ao lado da frase no

dicionário, seria essa. E eu tinha chupadas na nuca, meu queixo e na metade do

meu pescoço. Sim, porque isso não era óbvio.

E eu pensando que minha bunda nua - e área pessoal - era o pior de

tudo. Não. Eu poderia muito bem ter tirado um outdoor que dizia que acabei de

ser fodida, yo!

Em vez de ficar, cuidei dos negócios e vesti minhas roupas do dia

anterior. Felizmente, estava usando um suéter de gola alta que escondia um

pouco da marca na nuca. A corrente do meu novo colar era longa o suficiente

para que eu pudesse exibi-lo. Arrumei meu cabelo, belisquei minhas bochechas e

entrei na cozinha com um sorriso, preparada para fazer o trabalho rápido do

meu café da manhã. Eu merecia.

Entrei bem a tempo de ouvir as palavras “casamento” e “não tenho muito

tempo para escolher um local”.

— Quem vai se casar? — Peguei outro pedaço de bacon, mordendo assim

que minha mãe respondeu.

— Vocês vão. Não é?

Foi quando comecei a engasgar.


Com folga, sobrou um ou dois goles no meu copo de suco. Quando o

drenei, Oliver estava atenciosamente lá para servir um pouco mais.

— Quem disse? — Eu gaguejei, lançando um olhar para Oliver antes que ele

voltasse para o fogão. Ele parecia estar evitando realmente se sentar, e agora eu

sabia por quê.

Meu Deus, o que ele disse a eles enquanto eu dormia alegremente?

Meu pai dobrou e redobrou o jornal que ele tinha escondido atrás de seu

rosto na maior parte do tempo, desde que eu originalmente entrei na cozinha. —

Nós nos perguntamos por que você não nos contatou para nos dizer que estava

planejando se casar, mas Oliver me lembrou que tínhamos estado muito fora de

contato desde que saímos da cidade.

— Oh, ele falou? — Atirei adagas mentais em suas costas, minha mente

girando. O que diabos ele estava pensando? Por que mentiria para eles que

íamos nos casar? A menos... a menos...

— Ele te contou sobre o bebê? É disso que se trata?

O silêncio reinou, me fazendo pensar que não, esse era o palpite errado.

Talvez ele tenha assumido uma posição proativa, querendo garantir a eles

que nos casaríamos antes que eu contasse sobre o filho a caminho? Mas isso

também era insano, considerando que não tínhamos discutido sobre

casamento. Nem havíamos discutido um compromisso real. A palavra namorada

foi lançada - principalmente na minha cabeça - mas isso não foi o suficiente para

sugerir um casamento.
— Bebê? — Minha mãe saltou da mesa e correu ao redor dela para

fisicamente agarrar meu... - bem, principalmente chato, pelo menos antes de

comer bacon - estômago. — Você tem um bebê aí? Um bebê de vocês?

— A menos que todos aqueles sonhos com Ian Somerhalder tenham valido

a pena de maneiras que eu nunca imaginei.

Oliver grunhiu e se inclinou para encostar no fogão, levando uma caneca de

café aos lábios. — Eu não disse a eles. Achei que você queria contar.

— Gentil da sua parte. — Eu balancei minha cabeça quando minha mãe

finalmente parou de tatear meu estômago em busca de sinais de vida e

recuou. — Talvez você pudesse ter adiado a conversa sobre casamento

também? Quer dizer, casamento, sério? O que deu em você?

— Você me disse o que queria ontem à noite. Soletrou bem claramente. —

Ele levantou um ombro e deu um gole como se estivesse fazendo todo o sentido

do mundo e eu estivesse apenas sendo boba. Assim como ele fez durante todo o

nosso relacionamento até Vegas - o que explicava por que eu queria matá-lo de

maneiras inventivas e sangrentas na maior parte do tempo. — Eu simplesmente

presumi que você estava falando sério.

— Você presumiu muito, parece.

— Ok, retroceda um pouco para nós. — Minha mãe afundou no assento à

minha frente e estendeu a mão para agarrar a mão de meu pai para se apoiar. Ele

parecia ter ficado mudo. Traumatizado além da fala, talvez. — Você obviamente

passou a noite aqui com ele e estava vestindo as roupas dele, indicando que

vocês estão pelo menos envolvidos. — Suas orelhas ficaram rosadas. — E você

está grávida?
Eu balancei a cabeça e cutuquei meus ovos frios, tinha perdido toda a

vontade de comer. Que vergonha. — Sim. Eu descobri ontem à noite, antes de

Ally ter seu bebê.

— Oh, é verdade! Ele é incrivelmente adorável?

— Ele era, na foto que vi. Era para eu voltar esta manhã, mas está ficando

tarde. — Eu olhei para o meu relógio. Pela primeira vez na história, estava

realmente animada para ir trabalhar. Qualquer coisa para escapar dessa bagunça

quente de um café da manhã. — Eu terei um turno no restaurante em breve.

— Você não precisa mais se preocupar com isso.

O tom de desprezo de Oliver me fez franzir a testa. — O que isso deveria

significar?

— Você realmente esqueceu tudo o que disse ontem à noite.

— Eu não disse nada sobre o meu trabalho. — Será que falo dormindo ou

algo assim? Ou pode ser que ele apenas começou a ler mentes.

Exceto que ele estava errado. Prefiro lidar com o mau humor de Greta do

que passar mais tempo tentando descobrir como tínhamos ido de um sexo

incrível e levemente excêntrico e belos colares de ouro rosa para escolher um

local para nosso matrimônio, quando ele nem mesmo me pediu em

casamento. Esqueça isso, ele nem mesmo mencionou que iríamos morar

juntos. Ou até mesmo ter um encontro permanente no Sherman Inn para o

Monday Night Football e o especial da ala. Nada.

— Você certamente disse. Perguntei-lhe qual seria o seu cenário preferido

para ter esse filho, e você disse que queria se casar e ser dona de casa. Por assim
dizer. — Ele acrescentou enquanto eu puxava meu suéter de gola alta. Meu rosto

poderia muito bem estar pegando fogo. — E se vamos fazer todo o negócio

tradicional, devemos fazê-lo agora, antes de você começar a mostrar.

— Oh, devemos? Porque Deus proibiu o bendito nome Hamilton de ser

manchado por um bebê fora do casamento.

— É uma cidade pequena. — Disse ele com firmeza. — Eu não queria que as

pessoas especulassem. Apenas facilitaria o caminho. Mas se não é o que você

quer...

— Oh, o que eu quero importa agora? Eu também não disse que queria me

casar com você.

Ugh, eu não quis dizer o que parecia. Só quis dizer que conversamos sobre

hipóteses na noite anterior, e ele foi específico sem fazer as coisas habituais que

levaram a esse ponto.

Como dizer “Eu te amo” e “Quer se casar comigo, Sege?”

Em seguida, aguardar uma resposta antes de reservar o salão. Ou as

câmaras do juiz. Porque, conhecendo Oliver, isso significaria o cenário mais

rápido e simples possível.

Cristo, poderíamos muito bem ter mandado Elvis fazer o casamento. Teria

sido mais romântico do que o que Oliver provavelmente tinha em mente.

Sem tempo para amor e romance! Pãozinho no forno. O que as pessoas vão

dizer?

Bem, foda-se isso. Quanto às aparências? Dane-se elas também. Eu não

estava tomando decisões de mudança de vida no caso de algumas das garotas ou


amigos da cidade terem algo a dizer sobre minha barriga grande. Era 2018, e uma

mulher poderia ser casada ou solteira ou heterossexual ou bissexual ou qualquer

outra coisa, e ninguém tinha o direito de dizer nada sobre isso.

— Desculpe-me por presumir. — Ele cruzou os braços, sua mandíbula

apertando. — Achei que, desde que você passou a noite na minha cama, a ideia

provavelmente não era abominável.

— Pode não ser abominável se você não estiver fazendo tudo errado. —

Minha garganta doía tanto que era incrível que eu pudesse até falar.

— Oh, estou? Pelo menos eu não disse que queria me casar, só não com

você.

— Eu não disse isso. Exatamente. — Murmurei.

— Sim, você disse. — Minha mãe colocou. — Exatamente isso. E devo dizer,

queridinha, tudo isso me preocupa. Você costumava nos contar tudo. Agora

estamos totalmente no escuro e você não parece feliz. — Ela entrelaçou os dedos

com os do meu pai. — Talvez nunca devêssemos ter deixado você aqui

sozinha. Achamos que a independência seria boa para você, mas...

— A independência é boa para mim. Muito boa. É exatamente por isso que

não quero que algum homem decida por mim que vou me casar e largar meu

emprego só porque fui honesta sobre meus sonhos de um dia-em-um-mundo-

perfeito. Esse não é o meu mundo, Oliver.

Seus olhos brilharam. — Não, mas você está carregando meu bebê. Não

podemos simplesmente enterrar nossas cabeças na areia. As decisões têm que ser

feitas. É hora de crescer e agir como adultos.


— Certo. E você é o cara com quem eu tinha sérias dúvidas se

poderia lidar até mesmo com uma criança, porque por todos esses anos, a única

coisa que você já segurou foi seu pau.

Minha mãe engasgou, mas eu não tinha acabado.

— Você foi tão cuidadoso em se certificar de que não tinha complicações

permanentes, mas agora devo acreditar que você quer ser pai e marido,

simplesmente assim?

Oliver agarrou a borda do fogão até que os nós dos dedos ficaram

brancos. — Pessoas mudam.

— Elas certamente mudam. Mas você precisa fazer alguém acreditar nisso,

não apenas dizer e assumir que elas vão tomar isso como um fato sem nenhuma

evidência efetiva. — Eu me levantei bruscamente. — Oh, e para sua

informação? Estou agindo como uma adulta. Estou cuidando de mim e do meu

filho, e depende de você se deseja se envolver. Mas acho que deixei bem claro

ontem à noite que posso lidar com isso sozinha. Posso ficar de pé sozinha e

cuidar do que precisa ser feito sem que ninguém tome decisões por mim, porque

sou muito fraca para tomá-las sozinha.

— Pelo amor de Deus, mulher, nunca disse que você era débil. Eu estava

tentando fazer o que pensei que você queria.

— Oh sim? Que tal me perguntar? Você gostaria que eu fosse até o seu pai e

dissesse que íamos nos casar sem você falar primeiro? Como isso te faria sentir?

— Cobri meu rosto com as mãos, incapaz de acreditar que essa era a minha

realidade agora. — Eu sei que você acha que estava fazendo a coisa certa, mas

não estava. Nem mesmo perto.


— Bem, então, pelo amor de Deus, me diga. Diga-me como devo consertar

isso, porque tudo parece muito errado.

Eu deixei cair minhas mãos. — Você não pode. — Eu disse finalmente. —

Você sabe por quê? Porque em todas as suas decisões racionais, você esqueceu

um ingrediente vital. Você sabe por que as pessoas geralmente se casam, Oliver?

— Minha voz era brutalmente suave quando dei um passo à frente. — Dica: não

é porque é a solução para um problema. É porque estão apaixonados e querem

passar a vida juntos.

Ele olhou para mim, sua mandíbula de pedra firme e inflexível.

— Eu sei que você não me ama. Tudo bem. Mas não vou viver uma vida de

mentira só para tentar convencer meu filho de uma bela mentira. Eu disse a você

ontem à noite que esta não é uma situação como a de Seth e Marjorie, e não

é. Você não tem dinheiro suficiente no mundo para me fazer desistir do meu

bebê. — Engoli em seco, determinada a não chorar. Mais uma faceta de ser

adulto. — Nem vai me forçar a fazer o que você acha que é melhor para o nosso

filho.

— Você não tem ideia do que estou pensando. Ou sentindo.

— Talvez eu não saiba. Mas agora você sabe como é quando alguém decide

por você.

Virei-me para encarar meus pais, que pareciam tão atordoados quanto

eu. — Estou tão feliz que vocês estão na cidade. Vou falar com Ally hoje e

combinaremos quando poderemos jantar e vocês poderão conhecer o bebê. —

Avancei para dar um longo abraço em minha mãe, depois fiz o mesmo com meu
pai. — Lamento que esta manhã tenha sido tão estranha. Conversaremos mais

tarde, eu prometo.

— Então é isso? — Oliver perguntou. — Você está indo embora?

— Eu tenho que trabalhar. — Estendi a mão para tocar o colar de arco que

ele me deu, estranhamente extraindo força do ouro rosa suave sob meus

dedos. — Nos falamos em breve.

Ele olhou para o meu prato quase intocado. — Você mal tocou no seu café

da manhã.

— Acho que não estou com tanta fome quanto pensava.


Capítulo Dezoito
Oliver

Eu nunca tinha sido abandonado por uma mulher antes.

Tudo bem, isso era uma mentira. Houve uma que me “decepcionou

facilmente” na faculdade, e ela foi a professora assistente com quem eu perdi

minha virgindade, o que foi completamente horrível. Também houve várias

mulheres onde foi mútuo. Mas colocar-me a disposição e ser rejeitado foi uma

experiência totalmente nova.

E não gostei disso.

Eu tinha seguido meu modus operandi usual, havia elaborado uma espécie

de plano e começado a executá-lo, certo de que era a escolha correta para Sege e

meu filho. Apenas para ser chutado de volta com uma grande dose da verdade.

Eu não tinha pedido ela em casamento. Francamente, isso nem me

ocorreu. Eu sabia que as pessoas faziam um grande show de propostas. Havia

aquele banner de avião que vimos em Las Vegas e, claro, meu próprio irmão

usou fogos de artifício para propor casamento a Ally. Ele precisava dar a ela

romance, então oferecer sua pompa e circunstância. A diferença era que eles

tiveram dez anos para construir uma base de amor, confiança e amizade. Sege e

eu nem éramos amigos até um mês atrás.


Mesmo assim, você pensou que uma joia e pétalas de flores seriam

suficientes como sua cota de romance?

Eu fui um idiota. Claramente. Me orgulhava de não ser como meu

irmão. Eu nunca me casaria com uma mulher que não pudesse amar apenas por

uma criança. Nunca me encontraria nessa posição. E eu não estava, porque meus

sentimentos por Sege excediam em muito qualquer coisa que Seth já sentira por

Marjorie.

Sege sabia disso? Não. Porque eu presumi que poderíamos nos mudar

rapidamente e fazer o que parecia melhor para as aparências, então pegar o resto

como viesse.

Covarde.

Sege não dava a mínima para as aparências. Estava errado em não ter visto

isso antes. Eu a chamei de forte quando dei a ela o colar de arco que escolhi para

ela, mas eu não tinha começado a reconhecer sua profundidade. Ela era

exatamente como aquele nó. Resiliente. Incapaz de quebrar. Mantendo sua

posição, não importando o que a puxasse ou de quantos lados.

Seu amor por nosso filho me abalou profundamente. Ela já era uma mãe

incrível e o bebê ainda nem havia nascido. Isso me fez querer trabalhar mais para

ser digno dela. Deles.

Eu tinha estragado tudo, pura e simplesmente. Eu tinha que provar a ela

como me sentia. Mostrar a ela o que ela significava para mim era muito mais

importante do que ações vazias. Eu acreditava que ela entenderia o quanto

cuidarei dela e do bebê pelo que fiz. Acordar ao lado dela, dormir ao seu lado à
noite. Minha vontade de compartilhar minha vida com ela, de estar ao lado de

nosso filho, parecia que deveria ser o suficiente.

Não foi. Nem perto disso.

Obviamente, eu precisava de um pouco de prática. Minha primeira

inclinação foi consertar as coisas imediatamente. Para pedir algum gesto

romântico em grande escala que compensasse minha falta colossal. Mas essa

também não era a resposta. Sege queria o romance, mas ela era muito mais

prática do que eu acreditava. Eu não poderia simplesmente telefonar com um

final feliz genérico e único.

Eu tinha que me arriscar. Arriscar tudo, mesmo sabendo que havia uma boa

chance de não ser o suficiente.

Na raiz das coisas, eu conhecia meus sentimentos por ela e como eles

cresciam a cada dia. Eu não sabia os dela por mim. A atração sexual só foi até

certo ponto. Mas eu não desistiria. Não se tratava apenas de reivindicar meu

filho - era sobre reivindicar minha mulher também.

Meus, os dois.

Durante a maior parte de uma semana, dei espaço a ela. Matou-me não vê-

la ou fazer todas as perguntas de que eu ria quando se tratava da insistência

incessante de meu irmão com sua esposa. Ele pairou sobre Ally, preocupado com

cada etapa de sua gravidez, e eu revirei os olhos. Já tinha ouvido falar de pais

superprotetores, mas antes mesmo de a criança nascer? Vamos lá cara. E ele me

disse: um dia você vai entender.

Entendia agora.
Mas esperei meu tempo. Eu tinha um sobrinho novo para estragar. Agora

estar perto de bebês tinha assumido um significado, considerando o fato de que

eu teria o meu em um futuro não muito distante.

— Você é natural com Alexander. — Ally murmurou alguns dias depois

enquanto eu embalava o bebê adormecido. O destino teve pena de mim, e ele

estava com a barriga cheia graças a Ally cuidando dele antes de eu chegar. Seth

estava construindo um boneco de neve com Laurie no quintal, então, por alguns

minutos, a casa ficou em silêncio.

— O que não é natural é nomear uma criança inocente de Alexander

quando seu sobrenome é Hamilton. Você quer que ele seja provocado

impiedosamente na escola?

Ela revirou os olhos para mim enquanto dobrava o cobertor de bebê que eu

trouxe para a criança. — É um nome distinto. Seu pai adorou.

— Tenho certeza que sim. Mas os colegas de Alexander vão torná-lo motivo

de chacota.

— Metade de seus colegas provavelmente nem saberá quem era o

Alexander Hamilton original. Esta é a geração do smartphone, você sabe.

— Os colegas de nosso Alexander não serão tão ignorantes. Certamente ele

só vai frequentar as melhores escolas. — Eu passei meus dedos em seu cabelo

escuro. — Você acha que os olhos dele vão ficar azuis?

— Não sei. Espero que sim, mas às vezes a cor dos olhos de um bebê muda.

— Laurie era muito mais agitada do que ele. — Como se tivesse me ouvido,

ele abriu seus grandes olhos azuis e bocejou. Um grande bocejo que me fez rir. —
Você está terrivelmente cansado, hein, amigo? É difícil ser um bebê adorável e ter

todos bajulando você.

— Ele dormiu rapidamente com você. Ele nem sempre fica tão contente

quando o seguramos. Talvez seja apenas aquela sua coisa natural que

mencionei. Encantador de bebês. Habilidade prática de se ter, considerando

eventos futuros. — Ally sorriu serenamente para mim quando eu dei a ela um

olhar penetrante.

Sege deve ter contado a ela sobre nosso filho. No entanto, não falamos sobre

isso. Nós apenas contornaríamos a situação na ponta dos pés até que não

tivéssemos escolha. Ou, mais precisamente, até que eu tivesse certeza, sem

dúvida, de que Sege não se importava em discutir isso. Depois da minha cagada

colossal do outro dia, não faria nenhuma suposição.

— Você não estava planejando ter um filho ano passado. Incrível como o

tempo muda as coisas.

— Tempo e um Hamilton persistente. — Ela se inclinou para frente e roçou

os dedos na bochecha macia de Alexander. — Descobri que um homem

Hamilton que coloca sua mente em uma tarefa pode realizar quase tudo.

Eu fiz uma careta. Era essa a maneira dela de me empurrar para ir atrás de

Sege? Isso seria possível, considerando que ela e meu irmão agiram como se a

ideia de termos relações sexuais fosse semelhante ao diabo deitado com a Virgem

Maria?

— É assim mesmo?
— Sim. Também é verdade que às vezes os homens Hamilton fazem

suposições equivocadas. E então persistem nelas por muito tempo.

Estava prestes a interromper quando ela continuou. — Por exemplo, veja

Seth. Ele decidiu que você é, para usar um termo antiquado, um matador de

mulheres. Alguém que gosta de perseguir mais do que da pessoa que está

perseguindo. Tenho minhas dúvidas se isso é verdade.

— Oh, e você pensa isso? Desde quando?

— Já que minha melhor amiga me disse que você era exatamente o homem

que ela precisava em Vegas.

Eu não sabia o que dizer. Então, não disse nada.

Sege realmente disse isso a Ally? Sege havia insinuado isso na noite em que

me contou sobre o bebê, mas ainda assim, era muito para acreditar. Ou minha

cunhada estava tentando me retribuir por ajudá-la e Seth quando eles

terminaram devido a uma briga, e agora estava tentando fazer um casamento?

— Não estou falando no sentido carnal.

— Bom, porque não, obrigado, e também, — apontei para seu filho, — ele

está ouvindo.

Ally mexeu no cobertor que ainda estava dobrando e redobrando. Ela

provavelmente não queria ter essa conversa mais do que eu. Mas ela deveria

pensar que era importante tentar. Que Sege e eu importávamos o suficiente.

Eu tinha desistido de esperar que alguém nos quisesse juntos além de nós, e

Sege agora possivelmente não queria tocar nesse assunto também. Eu era

realmente um partido único.


Sem meu pai. Ele provavelmente ficaria muito feliz, supondo que eu não

estragasse a merda.

Que eu tinha. Realmente.

— Seth disse algumas coisas com as quais eu não concordo. Seu coração

estava no lugar certo, mas sua boca não. Vocês são irmãos. Você tem que saber

que ele às vezes falha na bola quando está na reta final.

— Ele é o único casado e feliz, com uma linda esposa e dois filhos

adoráveis. Quem sou eu para julgar? — Mantive meu tom leve, mas ao

perguntar, percebi que acreditava no que estava dizendo de todo o coração.

Eu sempre me consolei com o pensamento de que Seth era o irmão

fodido. Era eu que não cometia grandes erros. Não houve mães e nem bebês em

minha vida, nem grandes dramas. Foi uma navegação tranquila. E também vivi

grande parte da minha vida sozinho, enquanto a dele era muito cheia.

— Nenhum de nós jamais acreditou que você queria isso. — Ally disse

suavemente, acariciando o braço rechonchudo de Alexander enquanto ele se

mexia.

— Incluindo eu. Especialmente eu. Aqui está. Ele em breve vai querer algo

que não posso oferecer. — Comecei a devolver o filho, mas ela balançou a cabeça.

— Ele está cheio como um cavalo. Ele só quer um conforto extra, eu

acho. Segure-o um pouco mais perto.

Fiz o que ela disse, movendo-o contra o meu peito. A mãozinha de

Alexander esgueirou-se e agarrou a lapela da minha jaqueta. E houve um aperto


surpreendente na minha garganta, seguido pelo desejo de colocá-lo ainda mais

perto para inalar seu cheiro de bebê. Talco, sabão em pó e menino.

Eu teria um desses? Ou o nosso seria uma garotinha como Laurie, cheia de

risos, diversão e impetuosidade?

— Veja, ele está bem. Ele já te ama.

Eu respirei fundo. — Como é que alguém sabe fazer isso?

— Ser pai? Você está perguntando para a pessoa errada, fanfarrão. Eu sou

nova no jogo.

— Mas se encaixa em você naturalmente. Alguns de nós não têm ideia.

— Você tem certeza sobre isso? Você não pode ver a si mesmo e como ele

está perfeitamente aninhado em seus braços. Como se ele pertencesse a você.

— Tudo é apenas uma atuação. Não sei o que estou fazendo.

— Nenhum de nós sabe. Nós apenas continuamos tentando e esperamos

que a criança não acabe em terapia. Ou, se o fizer, que não nos envie a conta. —

Ela sorriu e deu um tapinha no meu braço. — Eu vou verificar os outros

dois. Volto logo.

Eu segurei Alexander enquanto ele dormia, me sentindo totalmente

inadequado. E repeti suas palavras em minha cabeça pelo resto daquele dia e nos

dias que se seguiram.

Talvez Ally estivesse certa. Não era possível obter a paternidade

perfeitamente. Eu também não tinha conseguido cortejar Sege

perfeitamente. Nem mesmo cheguei perto. Mas esse não era o objetivo. Nem era

para ter uma vida estéril e sem intercorrências.


Isso não era viver de verdade, não depois que tive o redemoinho conhecido

como Sege Evans caindo em meu mundo. Eu queria mais de seu riso e sua

curiosidade e seu gosto por experiências. Eu só queria ela.

Eu não tinha certeza se poderia viver sem ela.

Então, fui com a única coisa certa que eu tinha em meu arsenal. A única

coisa que eu sabia, sem dúvida, que Sege amou.

Eu fiz origamis.

Patos. Peixes. Gatos. Golfinhos. E porque eu era um covarde gigante e não

podia realmente mandá-los para ela, empilhei-os no parapeito da janela do meu

escritório, para que pudessem complementar as luzes de coração que ainda não

tinha removido. Poderia nunca remover, se isso significasse que ela poderia ter

pena da minha alma nada romântica e voltar para mim.

Eu me peguei fazendo origamis nos momentos mais estranhos também. Era

como se eu tivesse tanto na cabeça que manter as mãos ocupadas era minha

única opção. Mais de um cliente ficou sentado enquanto eu os conduzia através

de um contrato enquanto trabalhava simultaneamente na forma daquele dia. Eu

tinha acabado de terminar uma reunião com Hal Gunderson sobre a venda de

seu imóvel alugado e estava trabalhando em um dragão particularmente

complicado, quando meu irmão entrou em meu escritório e fechou a porta.

Ele olhou para mim e balançou a cabeça. — É pior do que eu pensava.

— Pior? O que é pior? Acabei de assinar um contrato com Hal para vender

aquele lindo espaço de uso misto de três andares em...


— Olhe para tudo isso. — Ele cruzou a sala e cutucou meu zoológico de

origami, tocando aves e criaturas aquáticas com tanto cuidado quanto uma

criança destruindo uma sala de jogos. — O que está acontecendo com você?

Discretamente, coloquei meu dragão em meu colo. — Eu não tenho ideia do

que você quer dizer.

— Quando você vai entrar em contato com Sege e acabar com essa loucura?

Até o nome dela fez meu coração acelerar. Muita cafeína, decidi. Não dormi

o suficiente. — Ainda estou esperando esclarecimentos sobre o que você está se

referindo.

— Você sabe muito bem. — Ele pegou um pterodátilo. Eu rosnei baixo em

minha garganta. — Você precisa de luz solar, cara. Você fica entocado aqui dia e

noite fazendo bichinhos de papel. É assustador.

— Origami é na verdade uma arte antiga usada para...

— Cara, eu sei o que é origami, e ainda vou adivinhar que você está se

mantendo ocupado com toda essa merda para não pensar em sua cama vazia à

noite.

— Quem disse que minha cama está vazia?

— Eu diria que é bastante óbvio.

— E isso te incomoda, por quê? Você deixou claro que se algo aconteceu

entre Sege e eu, deveria ser porque era conveniente pra mim.

— Eu não disse isso. — Ele fez uma careta. — Exatamente.

— Bem perto. — Apesar de Ally tentar explicar os comentários de Seth, eles

ainda doíam. — Sua esposa está convencendo você?


— Sobre você e Sege? Não. — Ele coçou a nuca. — Talvez um

pouco. Possivelmente tivemos algumas discussões sobre o assunto.

Eu cruzei meus braços. Isso deve ser bom. — E?

— Estava preocupado com Sege, cara. Ela tem um coração mole às vezes. Eu

não queria que você a machucasse. Então, talvez eu tenha dito alguma coisa

realmente rude e inadequada para dissuadi-lo de ficar com ela.

Tranquei minhas mãos atrás do meu pescoço. — Eu sei.

— Você sabe?

— Sim, eu suspeitei disso. Você e Ally a amam, mesmo que nem sempre

vejam a força dela ou deem a ela crédito suficiente por saber o que pensa.

Seth não discutiu. Acabei de cutucar um cisne de origami que fiz com este

papel prateado com brilho que adquiri na loja de artesanato. Eu nunca tinha

estado em um lugar assim na minha vida até Sege. Ela precisava de alguns sacos

de plástico e alguns guardanapos de papel e adesivos - adesivos, pelo amor de

Deus - para seu diário de memória uma noite, e eu fui estimulado pela promessa

de sexo, o suficiente para consentir com uma hora entre purpurina e laços.

Para minha surpresa, eu realmente gostei de vagar pelos corredores ao lado

dela. Ela apontou alguns papéis diferentes e coisas efêmeras, sua excitação

evidente. Ela até me mostrou algumas páginas de seu diário e como as

decorou. Eu não tinha recolhido nenhum de seus segredos suculentos, mas seu

prazer na criação de cada página foi contagiante. No final, peguei algumas folhas

de papel chique com a intenção de torná-las em origamis. Eu até sugeri que


fôssemos à loja de artesanato novamente algum dia - sexo depois era opcional - e

ela olhou para mim como se eu a tivesse presenteado com um carro.

O que ela colocou em seu diário sobre o dia em que discutimos a revelação

pós-bebê e a amarração posterior? Havia um adesivo para isso?

Nesse caso, era melhor eu não saber. Já era ruim eu já ter visto a folha de

adesivos de cocô com as cores do arco-íris que Laurie comprara na aula do

jardim de infância para marcar quando entregou o dever de casa na hora certa.

Seth suspirou. — Você provavelmente está certo.

— As maravilhas nunca cessam. Não tenho acertado com muita frequência

ultimamente. — Meu dragão caiu da minha perna e pousou de cara para baixo, a

bunda para cima.

Uma metáfora apropriada para minha vida.

Seth se sentou na beirada da minha mesa. — Você vai sair com a gente esta

noite.

— Se isso envolver ouvir Alexander chorar a noite toda em algum

restaurante, eu vou passar.

— Você sabe muito bem que meu filho já tem um sono profundo, e peguei

você acariciando-o várias vezes esta semana, então nem invente. Além disso, isso

não envolve o bebê.

— Oh sério? Você convenceu Sege a cuidar dele e de Laurie enquanto você e

Ally acendem a luz de forma fantástica?

— Essa frase saiu de moda por volta de 1979.

— Assim como seu terno.


Ele me ignorou. — Você se lembra de Wes, o amiguinho de Laurie da

escola?

— O namorado dela? Mmm-hmm. — Golpe baixo, mas eu estava me

sentindo mal.

— Com licença? Como assim, namorado dela? Ela não tem nem cinco anos

ainda.

Eu levantei minhas mãos com as palmas para fora. — Ei, estou apenas

repetindo o que ela me disse.

— Quando ela te contou isso? — Antes que eu pudesse responder, ele

descartou a pergunta. — Quer saber, não importa. Vou ficar feliz sem saber.

— Bom. Então não vou te dizer que ela disse que eles vão se casar algum

dia, então.

Ele me deu um olhar penetrante. — De qualquer forma, o pai de Wes, Dare,

e eu vamos sair para jogar sinuca e nos divertir um pouco no aniversário dele. O

cara trabalha o tempo todo e não está na cidade há muito tempo, então ele não

conhece muita gente.

— Quanto tempo?

— Uns anos. — Seth deu de ombros. — Ele é um pai solteiro. Ele não tem

tempo de sair e falar com quem não entra na loja. Ele é mecânico da J&T

Automotive.

De repente, o comentário de Sege no avião para Las Vegas sobre minha falta

de amigos se transformou em uma bigorna em meu cérebro. Principalmente

porque ela estava certa.


— E você acha que ele está tão desesperado por amigos que até eu vou

valer?

— Não. Acho que vocês dois precisam de uma pausa. Ally está cuidando de

Wes, Laurie e do bebê, então nós podemos sair e nos divertir, então você sabe,

não seja um idiota.

— Eu nem conheço esse cara. Duvido muito que ele se importe se eu for.

— Não. — Seth concordou. — Mas eu me importaria. Há quanto tempo não

saímos?

A culpa imediatamente tentou invadir meu peito. — Eu tenho ido para a

sua casa quase todas as noites recentemente.

— Ver o bebê, que é ótimo, mas não é a mesma coisa e você sabe

disso. Éramos melhores amigos.

— Não desde o colégio, quando você me abandonou por Alison.

— De volta a isso de novo. E eu não 'abandonei' você por ela. Eu nem a

conhecia ainda quando mudei de escola.

— Semântica. Tudo bem. Eu irei para a noite dos seus meninos. Mas não

pense que você vai arrancar qualquer informação de mim. — Apontei para

ele. — Ao contrário de como você se comportou durante seu rompimento com

Ally na primavera passada, não sinto a necessidade de me confessar sobre meus

pecados.

Ele se levantou da mesa e atravessou a sala. — Não é exatamente como me

lembro, mas tanto faz. Mantenha suas ilusões. — No meio da porta, ele parou e

esticou o pescoço. — Oh, e vá sem terno esta noite. Os caras do The Spinning
Wheel sempre tiram sarro de você pelas costas quando você aparece com suas

roupas de pinguim de três peças e bebe chá gelado.

Eu mostrei o dedo do meio para ele e me inclinei para pegar meu dragão do

chão. Talvez o idiota estivesse certo. Junto com a tripulação e descobrir como

cortejar Sege corretamente, eu precisava sair da minha zona de

conforto. Comprar jeans que ainda não tivessem os vincos da loja de

departamentos, como Sege adorava provocar. Afrouxar um pouco. Beber e jogar

sinuca. Tentar mudar em mais de uma maneira.

Fazia muito tempo desde que saí. Se não fosse por aqueles poucos anos na

faculdade, eu definitivamente não teria acabado com todas as minhas

tatuagens. A menos que as riscas sejam um novo estilo popular de tatuagem.

— Sim. Até logo.

— Passe pela casa por volta das oito. Estou livre esta noite.

Eu arqueei uma sobrancelha. — Como se eu fosse beber até a embriaguez.

— Você pode se surpreender. Até mais.

Depois que ele saiu, encarei o dragão. Em vez de colocá-lo na prateleira com

todo o resto das criaturas, escrevi uma pequena nota nas abas que poderia abrir

facilmente sem começar do zero. Então terminei a peça, avisei Shelly que estava

saindo e saí para a tarde nublada. O cheiro de neve pairava no ar, me lembrando

da noite em que Sege me contou sobre o bebê.

O que não me lembrava de Sege? Nada. Absolutamente nada.


Agarrando o dragão como uma criança com um maldito balão, atravessei a

rua e o deixei na caixa de correio de Sege no loft antes de recuperar meu carro e

dirigir para o shopping.

Voluntariamente. Em uma sexta-feira à noite. Deus me ajude.

Apesar do nome, eu duvidava que Trend Zone, com suas luzes de néon rosa

nas janelas, fosse o lugar para roupas de última geração, mas um cara tinha que

começar por algum lugar. Peguei alguns pares de jeans rasgados e algumas

camisas sem botões e as joguei no balcão, tão irritado com todo o processo que

não consegui me comunicar com nada além de grunhidos.

O que diabos havia de errado com meus ternos, afinal? Eu nunca comprei

em uma loja. Nunca.

Primeira vez para enlouquecer tudo.

Dirigi para casa, diminuindo a velocidade enquanto passava pelo loft de

Sege como uma trepadeira esquisita, na esperança de dar uma olhada. Pelo

menos estava na minha rota habitual para casa, então não era como se eu

estivesse fazendo uma viagem especial.

Quando sua barriga iria começar a aparecer? Não conseguia me lembrar de

quando Ally tinha, e menos ainda sobre Marjorie. Provavelmente não por alguns

meses, pelo menos. Eu estava surpreendentemente ansioso. Eu não tinha

planejado que nada disso acontecesse, mas agora que queria, estava pronto para

o resto da minha vida começar.

Eu só tinha que descobrir como preencher a lacuna de onde eu estava até

onde eu queria ir. E com quem eu queria estar.


Num impulso, desviei o carro para o meio-fio e tirei outro dos meus animais

de origami do porta-luvas. Eu tinha feito tantos deles recentemente que até

coloquei alguns no meu carro. Peguei uma raposa e a desmontei o suficiente para

escrever outra nota rápida em alguns painéis. Depois de dobrar novamente,

abaixei minha janela e fiz um gesto para um dos filhos de Flanders passeando

com seu cachorro, Muffin.

— Ei, John, se importa em me fazer um favor? — Peguei minha carteira. —

Há uma nota de vinte para você.

Ele não conseguiu correr para o carro rápido o suficiente. — Claro Oliver. O

que você precisa?

Pedi a ele para colocar minha raposa na caixa de correio de Sege e ele me

lançou um olhar estranho, mas ele o fez e felizmente embolsou sua nota de

vinte. Muffin estaria comendo generosamente esta noite.

O resto da minha viagem para casa demorou mais do que o normal, graças à

prometida neve finalmente chegando e bagunçando as estradas. Mas não

recebemos o suficiente para uma emergência de neve, infelizmente, e por volta

das oito e meia, Seth, Dare e eu estávamos entrando no estacionamento dos

fundos do The Spinning Wheel. A conversa foi interrompida no caminho. Tive a

sensação de que Dare não tinha sido informado que o irmão de Seth estava vindo

junto, e até mesmo meu jeans rasgado não tinha me identificado como um de

seus irmãos.

Jeans rasgados, pelo amor de Deus. Seth quase engasgou de tanto rir. Ainda

assim, não foi o suficiente.


Entramos e Seth e seu amigo foram imediatamente saudados como se todos

no lugar tivessem sentido saudades deles. Dare também, que supostamente não

conhecia ninguém. Recebi alguns olhares laterais, algumas risadas e algumas

variações de “Você perdeu, Oliver?”

Sentei-me em nossa mesa nos fundos, perto das mesas de sinuca, e pedi

uma Guinness. Quando terminei, pedi mais duas. Sem surpresa, no final da

terceira cerveja, meus pensamentos sobre Sege haviam assumido o centro das

atenções e eu tinha esquecido tudo sobre o quanto eu não me encaixava.

— A coisa mais difícil de se mudar para uma nova cidade é conhecer

mulheres.

Eu não olhei para a observação de Dare. Normalmente, eu assumiria que

meu irmão encorajou essa linha de conversa para me atrair para falar. Agora? Eu

estava gostando da espuma da cerveja número quatro.

Por que não bebi com mais frequência? Definitivamente aliviou a tensão em

meus ombros. Tornou o riso muito mais natural.

Oh sim, porque beber soltou meus lábios demais.

— As mulheres são um problema. Novas, antigas. — Eu tomei um longo

gole. — Todos os problemas.

Uma coisa que beber não fez por mim? Tornar meu estilo de falar mais

eloquente.

— Acho que isso significa que você está solteiro? Ou melhor ainda, tem uma

ex-mulher em algum lugar? Ex namorada? — Dare me saudou com sua

cerveja. — Estive lá. A mãe do meu filho se separou quando ele tinha dois
anos. Deixou-me um recado que ela não conseguia mais 'pendurar' e estava

cansada de não ter dinheiro suficiente.

Seth cacarejou compreensivamente. — Situação diferente, mas sim. A minha

também não ligava para nossa filha. Nem fale da minha mãe. Cristo.

— Se elas não querem os filhos, é melhor você ir embora. A pior coisa para

uma criança é crescer se sentindo indesejada. Nossa mãe ficou por aqui por

muito tempo.

— Bem, é um pensamento alegre. — Seth tirou o limão do refrigerante. —

Acho que era demais esperar que beber melhorasse o seu humor, não o azedasse.

— Meu humor está ótimo. Só estou dizendo que é melhor se alguém fizer

uma escolha e a seguir. Meias medidas são muito piores. — Eu derrubei meu

copo.

A Guiness número quatro provavelmente seria excessiva. Eu não estava

bebendo apenas para ficar bêbado, afinal.

Mentiroso, mentiroso, jeans rasgado em chamas.

— Sim, você está bem aí. — Dare girou sua garrafa. — Então, qual é a sua

história, cara? Eu sei que este aqui tem um casamento feliz e um bebê novo e

tudo, mas não sei muito sobre você.

— Sou solteiro.

— Nunca se casou? Sem filhos?

Ah, foda-se. Eu não queria ser solteiro. Então, eu deveria nomeá-la e

reivindicá-la e tudo o que Oprah disse naquele programa que eu nunca tinha

assistido.
— Não sou casado, mas estou tentando ser.

Seth ergueu as sobrancelhas para isso. — O quê?

— Não é tão fácil para mim quanto foi para você. — Rasguei meu

guardanapo em dois para me dar algo para fazer. Minhas orelhas estavam

quentes, embora pudesse ser por causa do álcool.

— Desde quando você está tentando se casar? E como

alguém tenta, afinal? Você propõe e se a garota disser que sim, ótimo.

— Eu esqueci a parte de propor.

Meu irmão olhou para mim pelo que pareceu um minuto inteiro, enquanto

o zumbido baixo de vozes no bar apunhalava meu cérebro. — Você fez o que? A

quem você não pediu em casamento?

— Pelo amor de Deus, você sabe quem.

— Sege? — Seth espalmou as mãos sobre a mesa e se inclinou para frente. —

Sege Evans? Meu Deus, você tropeçou em uma capela de Elvis ou algo em Vegas

e perdeu a cabeça?

— Vegas. — Estalei meus dedos. — É isso! Você é um gênio maldito.

— Você precisa parar de beber. Não acho que seja saudável para você. —

Ele pegou minha cerveja e agarrei sua mão, dando-lhe um grande beijo estalado.

Seth não falou, apenas olhou para Dare com as sobrancelhas ainda erguidas.

Eu? Eu estava sorrindo como um idiota, tinha me esquecido totalmente de

Vegas. Bem, não esquecido, mas não tinha considerado uma opção viável.
Não agora. Ainda não. Sege e eu éramos muito novos e propor agora - não

importa o quão romântico - pareceria apenas como se eu estivesse mudando

minha abordagem e tentando empurrá-la para o altar o mais rápido possível,

pelo bem das aparências. Podemos nunca chegar ao ponto de casamento. E eu

não me importava porra.

Eu queria estar com ela e meu bebê. Se isso significasse que um dia nos

casaríamos, ótimo. Do contrário, ainda estaria com eles, e era isso que eu queria.

Tudo que eu queria.

Eu, o cara que sempre tinha planos e precisava ver o fim da estrada pela

frente, estava olhando para uma grande curva e estava bem em chegar lá no

tempo devido.

Peguei minha cerveja quase vazia e sorri. Talvez eu precisasse beber com

mais frequência.

Dare se moveu em minha direção, aparecendo em minha visão. — Você está

bem, cara? Talvez Seth esteja certo. Acho que não conheço essa Sege, mas as

mulheres podem ferrar com a nossa cabeça, e beber não ajuda. Você vê as coisas

muito mais confusas quando tem uma quantidade infernal de bebida dentro de

você.

— Ah não. Estou vendo com mais clareza do que nunca.

— Você quer se casar com Sege. Você? O cara que planejou quem convidar

para o baile formal de inverno da nona série na escola preparatória durante os

primeiros três meses de escola inteiros. Havia listas com prós e contras.
Eu balancei a cabeça vigorosamente. — Também me pegou de surpresa,

mas eu a amo. — Dizer as palavras foi como destravar um conjunto de pratos

dentro do meu peito e tudo começou a derramar.

Demais, em retrospecto.

— No início, achei que era apenas sexo. Ela é gostosa, certo? — Não esperei

pela confirmação dele. Eu realmente não me importava com o que ele

pensava. Qualquer pessoa com olhos poderia ver que Sege era incrivelmente

linda. — Não apenas isso, ela é muito divertida. Ela me faz rir.

— Quando ela não está tentando matar você?

Dei de ombros. — Feridas de carne principalmente. Gostamos de

discutir. Além disso, fazer as pazes é o melhor.

— Você não caiu quando estava em Las Vegas, caiu? Bateu sua cabeça? —

Quando não respondi, ele apenas levantou a mão. — Olha, eu sei que não estou

apoiando, mas sinto que perdi cem passos. Quando Oliver Hamilton se apaixona

por alguém em um mês?

— Não foi apenas no mês passado. Acho que estou me apaixonando por ela

desde que nos conhecemos.

Dare sorriu. — Sim, ele é um caso perdido, Seth. Pegue o carrinho do

necrotério. O cara está é morto.

Ignorando-o, agarrei minha cerveja, deixando o frio do copo penetrar na

minha pele. Quanto mais eu falava, mais quente ficava. Era como se descobrir

tudo isso tivesse derretido todo o gelo dentro de mim e agora eu não conseguia

calar a boca. — Cada discussão idiota, cada vez que alfinetávamos e


cutucávamos um ao outro, cada pedacinho de sarcasmo... estavam apenas nos

levando para Vegas. Esse foi o começo de tudo. Nem é sobre o bebê. Isso é

apenas a cereja no topo.

Seth pegou sua bebida - e agora começou a engasgar. Dare deu um tapinha

nas costas dele, mas meu irmão continuou a me encarar, os olhos

lacrimejando. — Bebê?

— Então, sua esposa conseguiu manter o segredo. — Soltei um assobio

baixo. — Impressionante. E aqui eu pensei que a lei conjugal sempre vinha antes

do melhores amigas para sempre.

— Ally sabia? — Ele ergueu um dedo. — Além disso, sou o primeiro melhor

amigo de Ally, não Sege. — Mais tosse. — Tecnicamente, isso significa que ela

me deve todos os segredos.

Dare bateu nas costas de Seth novamente. — Você vai infartar. Se acalme.

— Você não entende. Oliver não faz essa merda. Isso é tudo no nível de

Seth.

Eu tive que rir, brindando-o com meu copo quase vazio antes de tomar um

gole. — Coisa de gêmeo. Você sabe que sempre entra em ação eventualmente.

Talvez a parte de recuperar minha mulher também fizesse efeito em breve.

Um cara podia ter esperança.


Capítulo Dezenove
Sage

Minha semana foi um saco misturado, para dizer o mínimo. Então, para

recapitular, decidi pegar Oliver e pesar em prós e contras.

Prós: Eu descobri que ia ter um filho.

Contra: O momento é mer.. cadoria.

Prós: Eu tinha feito planos para o jantar com uma nova amiga, Kelsey.

Contra: Ela sugeriu comer no The Spinning Wheel, um bar de restaurante, e

eu não podia beber.

Prós: eu ganhei minha primeira joia adorável de um pretendente.

Contra: Nós terminamos imediatamente depois, sem nunca ser um casal

oficial, apesar da criança oficial cozinhar dentro de mim.

Resultado líquido? Muita saudade olha para o daiquiri de Kelsey.

— Então deixe-me ver se entendi.— Kelsey jogou o guarda-chuva rosa de

volta em sua bebida pela metade e apoiou o queixo na mão. — Este homem

bonito, inteligente e engraçado, tem um emprego remunerado e também tem um

pênis grande e a aspiração de saber como usá-lo corretamente, junto com sua

língua e seus dedos, plantou um bebê em você na primeira tentativa, e então teve

a ousadia de insistir para que você se casasse imediatamente e também disse


para você parar de trabalhar, porque era seu sonho ficar em casa com seu

filho. Estou perdendo alguma coisa?

— Eu não sei se você está, mas estou impressionada como não teve que

parar para respirar. Essa foi uma pergunta muito longa. — Eu tomei um gole de

minha própria bebida rosa virgem e considerei a questão mais

completamente. — Suponho que você não esteja vendo os problemas

subtextuais.

— Questões subtextuais? Garota, se um cara gostoso quisesse que eu

colocasse meus pés para cima para que eu pudesse produzir bebês, bem, não

pensaria duas vezes. E tenho quadris de parto. — Ela deu um tapinha na dela

com um sorriso. — Pelo menos é o que minha mãe costumava dizer.

— Ai. Ai.

— Nah, foi um elogio dela. Ela adorava ser mãe e queria que eu tivesse a

mesma experiência. Mal sabia ela que, afasto os homens assim que abro a boca.

— Isso acontece comigo também. Uma e outra vez. Achei que era

impossível encontrar alguém que me aceitaria como sou e vice-versa. Mas Oliver

é diferente. Nós nos conhecemos muito bem. Provavelmente por que brigamos

tanto.

— Você gosta de brigar. Então, é bom que você tenha encontrado alguém

que combine com você.

— Isto é. Estou pedindo muito? Eu o conheço, Kelsey. Eu conheço suas

limitações e as minhas, e talvez simplesmente não possa esperar mais dele. Isso

tudo é tão novo entre nós, e ele está tentando, realmente está. Ele me deu este
colar. Não é lindo? — Eu segurei para sua inspeção e ela soltou um pequeno

suspiro melancólico.

— Se você decidir que não pode mais lidar com o comportamento idiota

dele, posso ficar com ele, ou isso seria uma atitude fura olho? — Eu rosnei e ela

riu. — Estou brincando. Eu não roubo. Mas isso é tão bonito.

— Tem mais. — Engolindo em seco, peguei minha bolsa e tirei os animais

de origami que encontrei na minha caixa de correio. Eu os separei com tanto

cuidado, desesperada para ver o que ele poderia ter escrito dentro.

Fazia dias desde que tínhamos conversado - ok, brigado, mais uma vez - e

eu sentia muito a falta dele. Foi uma loucura. Quando discutir com Oliver...

dormir com ele... ouvir sua risada... e segurar sua mão... se tornou uma parte

vital e integral do meu dia?

Minha vida inteira?

— Oh. — Kelsey murmurou enquanto eu cuidadosamente cutucava as

criaturas de origami sobre a mesa. — Esses são - como se chama?

— Origami.

— Para que são estes? Você faz isso? — Ela pegou o dragão de maneira

muito imprudente, e eu tive que morder meu lábio para não adverti-la sobre

amassar o papel.

— Não. Ele faz. Oliver faz, para mim.

Eu juro, ela derreteu na minha frente como uma barra de chocolate em um

dia quente de verão. — Você está falando sério?

— Sim.
— Essa é possivelmente a coisa mais doce que eu já vi. E você deixou esse

homem fugir?

— Acabei de receber isso hoje. Ele me deu um antes, quando entrou no

restaurante para almoçar. Acho que era uma coisa descuidada que ele costumava

fazer e nunca percebeu que eu me apaixonaria por isso.

— Você não está apaixonada pelo origami dele. Você está apaixonada por

ele.

— O origami foi muito persuasivo. — Eu disse em voz baixa, deixando

escapar um pequeno grito quando ela dobrou a asa do dragão para o lado

errado. — Aqui, deixe-me. Você tem que ser muito cuidadosa.

Ela esperou enquanto eu recuperava o dragão e a raposa e os abria

meticulosamente, mal respirando durante o processo. Tive muitas tentativas para

fazer isso corretamente. Foi por isso que eu só tive alguns minutos para me

preparar para encontrar Kelsey. Estive muito ocupada dobrando e redobrando

meus preciosos animais para sequer fazer uma pausa para o jantar.

Quem eu me tornei? Normalmente, eu nunca deixo nada se interpor entre

mim e minhas refeições. E eu estava grávida, o que acrescentou uma camada

extra de selvageria alimentar.

— Ele escreve notas dentro também? Oh meu Deus. O que elas dizem?

— Elas são curtas. As abas não permitem muito espaço. Mas no dragão, ele

me convidou para sair.

— Te falou onde?
— Nenhum lugar em particular. Só 'Sege Evans, quer sair comigo?' —Minha

voz ficou uniforme, uma façanha menor.

— Espere, ele engravidou você, certo?

— Indelicadamente falando, sim. — Suspirei e abri a raposa. — Mas nós

nunca realmente saímos em encontros regulares. Nós apenas fizemos tudo ao

contrário. Eu fiz um boquete nele antes mesmo de termos nosso primeiro beijo.

— Assim que as palavras saíram, cobri minha boca. — Hum, então sobre aqueles

Mets?

Kelsey riu tanto que pensei que ela precisava de ajuda. — Provavelmente é

bom que você já esteja comprometida. Se alguma vez tentássemos matar um

homem, os caras não saberiam o que os atingiu quando chegasse à nossa boca.

— Você quer dizer verbalmente ou vis a vis boquetes?

— Definitivamente verbalmente no meu caso. Minha experiência lá poderia

ser realizada em cima de um... — Ela bufou. — Esquece. Eu só vou calar a boca e

ficar bêbada.

Suspirei pesadamente. — Que inveja. E eu quase não bebo.

— O que a Raposa disse? Ha ha. Oh cara, estou me matando esta noite.

— Ele me disse que sentiu minha falta. Foi isso. Mas não só de mim. Ele

disse que sentia falta de nós dois. — Engoli em seco, jurando não ficar

enevoada. Não como eu tinha feito quando abri aquela raposa estúpida e quase

choraminguei como um bebê. — Ele vai me conquistar com perus de origami,

Kels. E ainda não tivemos nenhuma das grandes conversas de que

precisamos. Estou com medo.


— Você acabou de me chamar de Kels?

Eu tirei aquele momento extra antes de responder para passar meus dedos

sob meus olhos, esperando que ela não percebesse. Chorar na frente de novos

conhecidos nunca foi visto com bons olhos. — Sim, eu te apelidei. Espero que

esteja tudo bem.

— Está mais do que bem. Eu amo isso. Seu nome é mais difícil - oh

não. Você está bem?

— Estou bem. — Peguei minha taça de água e tomei um gole antes de

engolir um soluço, então desisti completamente do fantasma e apoiei meus olhos

lacrimejantes em meus braços cruzados. — Eu não estou... pronta para isso. Eu só

queria... sexo. Por que não consigo... o que quero... quando quero? — Eu estava

murmurando em meu braço entre soluços e eu sabia que não havia nenhuma

chance no inferno de que ela pudesse me entender.

Eu também sabia que provavelmente não sairíamos para jantar novamente

tão cedo. Ainda bem que eu já planejava ficar trancada pelo resto da minha

gravidez, então teria tempo suficiente para considerar minhas escolhas ruins de

vida e não veria Oliver em público nunca mais, nunca.

Eu disse nunca?

Porque essa era literalmente a única maneira que eu poderia parar de me

jogar fisicamente nele. Eu já o amava. E até a possibilidade de que talvez, apenas

talvez, ele também me amasse e / ou pudesse aprender a me amar e ao bebê me

dava muitas esperanças.

Eu queria experimentar. Eu tinha que tentar.


Sem jeito, Kelsey deu um tapinha na minha cabeça. — O bebê confundiu

você.

— Não, é exatamente isso. O bebê está esclarecendo tudo para mim. Às

vezes as pessoas desistem fácil demais, sabe? Talvez se eu não estivesse grávida,

não estaria tão disposta a tentar, mas isso não significa que ir embora seja a

resposta. — Eu funguei. — Então vamos ter que trabalhar nisso? Se quisermos -

se ambos quisermos - isso é tudo que importa.

— Você está tão certa. Se eu tivesse alguém com quem trabalhar, ficaria

muito inspirada agora. Infelizmente, meu ex idiota terminou comigo por

mensagem de texto. — Kelsey jogou de volta sua bebida. — Eu brevemente

contemplei o lesbianismo. Ainda é uma opção em jogo, dependendo de como a

piscina de encontros se parece aqui em Crescent Cove.

Eu ri em meio às minhas lágrimas. — Não tenha muitas esperanças. Eu

pesquei nesta piscina desde sempre e encontrei...

— Sege? Sege Evans? É você? — Um cara grande de cabelos escuros em

jeans e um casaco com capuz parou ao lado da nossa mesa, sorrindo

amplamente. — Eu não consegui acreditar no que estava vendo. Faz quanto

tempo? Quase dez anos?

Meus pulmões travaram, prendendo minha respiração na garganta. Sem

chance. Não era possível. Na época em que eu estava procurando por ele, ele não

estava em lugar nenhum para ser encontrado. Agora que minha dama

molhadinha - e o resto de mim - estavam ocupados, aqui estava ele, parecendo

muito com ele no colégio. Ele estava um pouco mais alto, um pouco mais largo,
com uma barba curta e escura. Mas não havia como confundir aquele brilho em

seus olhos verdes sempre sorridentes.

— Moose. — Eu disse fracamente. — Sim, oito ou dez anos. Muito

tempo. Como você está? Você parece bem.

— Estou. Você também. A mesma linda Sege. — Ele manteve os braços

abertos. — Ganho um abraço depois de todo esse tempo?

— Hum, claro. — Um abraço, sim. Namoro? Não. Sexo? Definitivamente

não. Mas ele estava apenas sendo educado, então eu também seria.

Eu me levantei e ele me agarrou em seus braços de urso grande, me

levantando do chão com um guincho. Sua risada estrondosa foi o suficiente para

chamar a atenção de todo o bar, e eu tinha certeza que sim. O calor subiu para

minhas bochechas e eu imediatamente empurrei seus braços para ele me deixar

cair, o que ele fez de uma vez. Mas já havíamos chamado a atenção de todos,

incluindo...

Oh meu Deus, não. Não era possível. Oliver não ia a lugares como este. Era

tão raro quanto um homem sorrindo para mim como se eu fosse a cereja

suculenta em cima de seu... calda de chocolate quente... pênis.

Droga, Moose. De todo o tempo de merda.

— Desculpe por isso, Sege. Não queria te dar um susto. Não pude deixar de

te apertar.

— Tudo bem. — Eu disse, meu olhar se conectando com Oliver além do

bíceps maciço de Moose. Ele não estava rosnando ou qualquer outra coisa,

apenas olhando para mim com uma expressão ultra focada que desmentia a
forma como os caras estavam se aglomerando em seus lados como se ele tivesse

bebido muito.

Novamente, esse era realmente o meu Oliver? Saindo em bares e bebendo

muito?

Além de encontrar Moose, isso era coisa séria.

— Hum, esta é minha amiga, Kels. — Eu disse no silêncio. — Kelsey. Qual é

o seu sobrenome mesmo, Kels?

— Ford. — Ela se levantou e estendeu a mão, evidentemente percebendo

que eu estava em perigo. — Seu nome é Moose? Eu posso ver o porquê. Você é

um menino muito crescido.

Moose deu uma risadinha, seus traços corados enrubescendo. —

Normalmente, eu diria em tudo, mas Sege é uma velha amiga.

— Velhos amigos, hein? — Kelsey me deu uma olhada. — Que tipo de

amigos? Sege, você está bem?

— Sim, estou bem.

Mentiras. Todas as mentiras.

Oliver - e Seth e algum outro cara que parecia vagamente familiar, mas que

eu não conseguia identificar - estavam se aproximando cada vez mais, e meu

pulso acelerava a cada passo. Peguei meu copo de água de cranberry, segurei e

joguei o resto de volta, desejando que fosse alcoólico com uma vingança.

Muito ruim para mim. Bebê a bordo. E não era uma desculpa perfeita para

evitar um momento potencialmente constrangedor? Não importa a minha


maquiagem provavelmente bagunçada de tanto chorar. Eu não queria que Oliver

me visse assim.

— Na verdade, com licença, pausa para o banheiro. — Falei, fugindo da

mesa o mais rápido que meus saltos curtos e grossos conseguiram me carregar.

Eu tinha chegado na metade do corredor para o banheiro feminino quando

passos soaram no chão de tábuas atrás de mim.

— Sege.

Sua voz sempre foi tão profunda? Era como se eu estivesse em um estado de

privação e não pude resistir a girar para sugar um rápido e ganancioso vislumbre

dele. Meu coração deu um salto e minha garganta apertou, mesmo enquanto eu

recuava em direção ao banheiro em autopreservação.

Eu queria falar com ele. Ainda não. Estava tão vulnerável, então...

— Você está bem? — Ele ainda estava vindo em minha direção em passos

lentos e medidos. — Você está pálida.

— E você está em um bar. Por quê? — Ele parou e enfiou as mãos nos

bolsos. Meu olhar caiu para seu jeans - jeans? - e engasguei. — E-eu posso ver sua

coxa.

Isso fez seus lábios se curvarem. — É uma aparência terrível para mim.

— Não, eu não diria isso. Na verdade, você está incrivelmente gostoso. —

Engoli e agradeci aos céus por estar usando uma saia de lã pesada porque

definitivamente havia alguma... liquefação acontecendo entre as minhas pernas

enquanto ele me lançou um sorriso lento. — Jeans rasgados, uma camiseta de

cerveja, saindo em um bar. Você caiu no meio de uma multidão desagradável?


Sua risada baixa me desarmou o suficiente para que eu quase não

percebesse que ele havia retomado sua abordagem. Fiquei imóvel enquanto ele

se movia, apoiando o braço na parede ao meu lado. Ele estendeu a mão para

tocar meu cabelo, arrastando os dedos pelas pontas como se fossem delicadas

como cetim. — Você está linda.

— Você bebeu. — Eu podia sentir o cheiro do fermento em seu hálito e, em

vez de me repelir, isso me atraiu para mais perto. Eu nunca soube que ele

baixasse a guarda.

— Você é linda de qualquer maneira, e nunca duvide disso. — Ele puxou

um dos meus cachos. — Sim, tenho bebido. Eu queria ficar bêbado para fora da

minha mente para não sentir mais sua falta.

Oh Deus. O vulnerável Oliver iria me derrubar.

— Funcionou? — Eu perguntei baixinho.

Ele balançou a cabeça, inclinando sua testa cada vez mais perto da

minha. — Não pense que há álcool suficiente no mundo para isso. — Então seu

foco caiu para minha garganta. — Você ainda está usando o colar.

— Eu amo isso.

— Laços são coisas complicadas. Alguns se desfazem facilmente, com

apenas um puxão. — Ele desenhou suavemente no meu cabelo, provocando um

formigamento no meu couro cabeludo que reverberou direto para os meus

mamilos super ansiosos. — Outros são impossíveis de quebrar. Fortes o

suficiente para resistir a qualquer coisa. Tempo, força, os elementos. Uma vez
formados, eles são inflexíveis, mesmo que de vez em quando alguns dos fios se

desfaçam.

Suas palavras patinaram sobre minha pele, criando pequenas ondas de calor

em seu rastro. — Um nó só pode se formar se os dois lados forem puxados com

igual intensidade.

— Você precisa de uma prova. — Ele murmurou, sua respiração soprando

sobre meus lábios e os fazendo tremer. — As ações que acompanham as

palavras. As próprias palavras. E a crença de que sou o homem que deve estar ao

seu lado, não na sua frente ou atrás de você. Igual, cem por cento.

Eu concordei. — Não importa quem está assistindo ou o que eles veem.

Em vez de responder com palavras, ele colocou a mão em concha sobre

minha barriga e colocou seus lábios ternamente nos meus. Ele não insistiu mais,

apenas me atormentou com o peso suave e persistente de sua boca.

Muito em breve, ele recuou, removendo o calor da palma da mão na minha

barriga. — Tenha uma boa noite.

Eu ainda estava tremendo depois que ele foi embora.

Que novo ângulo era esse que ele estava jogando? Parte da razão pela qual

eu fugi da mesa foi minha certeza de que ele provavelmente entraria em algum

tipo de rotina de homem das cavernas sobre Moose. Oliver estava tão

preocupado com as aparências, mas ele também estava com ciúme insano. Oliver

bêbado tinha que ser ainda pior. Mas ele mal olhou para o outro homem.

Toda a sua atenção estava em mim. E minha barriga. Como se a saudação

exuberante de Moose não tivesse qualquer influência em nossas vidas.


Isso não aconteceu.

Se Oliver tivesse me pedido para ir para casa com ele, para conversar ou

não, eu teria dito que sim. Como eu não poderia? Ele atacou meu coração - e o

resto de mim - com uma habilidade que nenhum outro homem jamais fez. Eu

não queria que essa divisão continuasse entre nós. Tudo que eu queria era que

ele me dissesse que se importava. Não apenas insinuar, mas dizer as palavras

reais.

No entanto, ele estava me mostrando à sua maneira. O origami. Seu

discurso sobre o nó. A maneira como ele tocou minha barriga com tanto

cuidado. Ele não era indiferente, e não estava apenas sugerindo casamento por

uma questão de decoro. Havia mais lá - em ambos os lados.

Eu só não sabia se viveria o suficiente para que ele reconhecesse isso

totalmente.

No momento em que voltei para a mesa, Oliver e Seth estavam discutindo

sobre algo envolvendo spreads de pontos - prova de que Oliver tinha que estar

bêbado, porque ele não estava interessado em esportes na maior parte do tempo

- e Kelsey estava segurando a quadra com os dois, Moose e o homem com quem

Seth e Oliver tinham vindo.

— Aí está você. — Kelsey disse, sorrindo amplamente. — Eu marquei dates

para nós. Bem, não são encontros. — Ela emendou quando Oliver pareceu se

interessar pela conversa.

Eu sorri para mim mesma. Eu não queria que ele agisse como um idiota

ciumento, mas era bom saber que ele se importava. Que estava prestando

atenção mesmo enquanto travava uma batalha amigável com seu irmão.
Nada era melhor do que isso.

— Olá, sou Dare. — O atraente cara de cabelo loiro desgrenhado com Oliver

e Seth se inclinou para apertar minha mão. — Você é Sege?

— Eu sou. Você trabalha na oficina. Sabia que você parecia familiar. Tenho

quase certeza de que minhas velas estão sujas. — Alguém rosnou, embora eu não

pudesse dizer se era Kelsey ou Oliver.

Talvez ambos.

— Certo. Venha quando for bom para você. Vou encaixar você.

— Eu aposto. — Oliver disse sombriamente.

Bêbado ou não, algumas coisas nunca mudam. E agradeço a Deus por isso.

— Então, encontros, hein? — Eu perguntei brilhantemente. — Quero dizer,

não encontros relacionados a sexo, mas o que exatamente? — Eu mal resisti a me

dar um tapa na cara.

Doce misericórdia, eu pararia de falar enquanto estivesse à frente? Pelo

menos quando eu estava com Kelsey, era uma competição qual de nós diria a

coisa mais inadequada.

Kelsey sorriu enquanto pegava um amendoim da tigela. — Apenas

encontros amigáveis. Todos nós. Quem não precisa de amigos, certo?

— Certo. — Troquei um olhar com Oliver, e Senhor, se meus mamilos não

cutucaram direto no meu suéter, não foi por falta de ímpeto.

Esse homem iria colocar fogo na minha maldita calcinha.


— Não que você precise de mais amigos homens, já que você já está

grávida. Oh, droga, Sege, me desculpe! — Kelsey olhou ao redor como se

acabasse de perceber onde ela estava - e exatamente quantas pessoas podiam

ouvi-la - e empurrou a tigela de amendoim para Dare. — Nozes?

Uma risadinha me escapou. Minha vida pode estar uma bagunça agora -

uma bagunça enorme - mas fiz uma nova amiga. Provavelmente não deveríamos

sair juntas em público, no entanto.

— Oh, parabéns então. — Moose foi me dar outro abraço e me afastei dele

para os braços de Seth antes que ele pudesse. Os abraços de Moose sempre foram

incríveis, mas não havia necessidade de acenar uma grande mulher grávida na

frente de um touro.

O touro era Oliver. O que não estava totalmente errado, porque mesmo com

minha falta de experiência, o cara era forte. E eu sabia disso porque tinha

procurado online.

Ei, filmes adultos eram partes vitais da educação sexual de uma

mulher. Especialmente se ela não estivesse recebendo nenhuma. Como agora

mesmo.

— Obrigada, Moose. — Eu disse alegremente, agarrando-me a Seth

enquanto ele me puxava para um abraço. — Tive que abraçar meu novo cunhado

- quero dizer, não por causa de Oliver, mas ele é casado com minha melhor

amiga, e ela é como minha irmã. — Querido Deus, me tire daqui. — Eu

murmurei na camisa de Seth enquanto enterrava meu rosto.

Seth riu. — É realmente verdade? Oliver confirmou, mas puta merda.


— Ele está contando às pessoas?

Isso era grande. Nós não éramos casados e ele estava compartilhando isso

de qualquer maneira.

Claro, bêbado. Mas ainda. Eu obteria vitórias em qualquer forma em que

chegassem.

— Ele acabou de nos contar. — Seth me apertou em um abraço rápido, em

seguida, recuou para olhar para baixo entre nós, como se esperasse que eu

tivesse estourado a barriga dentro do intervalo de tempo de nossa conversa. —

Parabéns.

— Obrigada. — Posso ter cortado sua circulação quando agarrei sua mão. —

Você pode fazer com que todos no bar parem de me olhar agora?

— Foi um grande anúncio. Mas acho que nem todos ouviram.

— Sério?

— Não. Mas, infelizmente, todos que não ouviram provavelmente ouvirão

em uma hora, graças à rede de fofocas.

— Você não está me fazendo sentir melhor. — Eu disse com o canto da boca

quando Dare tocou meu ombro.

— Oliver é um cara de sorte. — Dare sorriu. — Vou limpar as velas de

ignição da casa.

Esperei para ouvir aquele som revelador de nojo de Oliver, mas quando

olhei em sua direção, ele estava apenas nos observando, as mãos nos bolsos, sua

expressão pensativa. Quase triste. — Oliver é um cara de muita sorte. — Ele

murmurou, alto o suficiente para que só eu pudesse ouvir.


Ou talvez eu pudesse ler seus lábios porque ele finalmente estava dizendo

exatamente o que eu desejei o tempo todo.


Capítulo Vinte
Oliver

Nunca mais beberei em excesso. Também não usaria jeans rasgados e uma

camiseta que dizia: “segure minha cerveja - ou é minha arma?” Minha culpa por

não ler a frente da camisa que peguei na loja. Além disso, minha culpa por

despejar minhas desgraças no álcool.

Depois daquela noite no The Spinning Wheel, imaginei que todos na Terra

saberiam que Sege estava grávida. O pensamento não me incomodou tanto

quanto eu esperava, considerando que eu não tinha terminado de enfileirar meus

patos.

Ditado estúpido, aliás.

De qualquer forma, mesmo sem eles estarem exatamente no lugar ainda, eu

não me importava que as pessoas soubessem que ela estava grávida, e que

alguns dos moradores da cidade pudessem descobrir que era de mim. Não

éramos casados e ninguém sabia que estávamos namorando. Nunca

tivemos. Não em qualquer sentido tradicional. Mas eu pedi que ela saísse comigo

via origami e, embora tivéssemos tido algum contato desde que fiz essa

pergunta, ela não respondeu. Pelo menos ainda não.

Fazia quase duas semanas. Duas semanas olhando para aquela foto nossa

no trono da capela de Elvis, enviada pela recepcionista. Eu tinha olhado tanto


para a foto que poderia recriar cada detalhe até o tipo de tira dos sapatos de

Sege.

Cada dia sem ela por perto parecia uma eternidade. Quase tinha tudo no

lugar. Quase.

Bati na porta do escritório do meu pai. Essa conversa era outra parte

importante.

— Entre, filho.

Entrei e fechei a porta atrás de mim. — Obrigado por arranjar tempo para

me ver esta tarde.

— É claro. Achei que você tinha algo importante em mente se limpasse sua

lista de reuniões para discutir o assunto. Você tem queimado o óleo da meia-

noite, trabalhando noite e dia. A primavera é sempre a nossa estação mais

movimentada, mas parece que você está dando um salto.

— Estou. Mas não apenas pelos motivos habituais. — Enfrentei meu pai do

lado oposto de sua mesa, sem me sentar. Para isso, precisava permanecer de

pé. — Vou reduzir minhas horas por um tempo. Pensei em tirar uma licença, mas

tenho esperança de poder fazer as duas coisas.

Meu pai juntou as mãos sobre o mata-borrão. Seu cabelo estava com mais

mechas brancas do que há alguns meses atrás, seus olhos estavam mais

fortemente delineados. Mas havia uma leveza nele que eu não conseguia

lembrar.

Ele também não reagiu da maneira que reagiria há um ano. Ele apenas

balançou a cabeça e entrelaçou os dedos. — Diga-me o que se passa.


— Engravidei Sege.

Ok, não era isso que eu planejava dizer. Eu também não esperava que ele

simplesmente levantasse uma sobrancelha. Talvez ele já tivesse ouvido a

notícia. — Então, você vai fazer a coisa certa e se casar com a garota.

Eu balancei a cabeça e soltei um suspiro. — Bem, talvez. Eventualmente. Se

ela me aceitar.

— Eventualmente? E o que você quer dizer, já que ela vai ter um filho seu?

— O momento não é propício. Não quero forçá-la a um casamento para o

qual ela não está pronta, e talvez eu também não. Não porque eu não me importo

com ela. Eu quero, muito. E não porque não significaria algo agora.

— Mas... — Meu pai sugeriu.

— Se esperarmos, isso significará ainda mais depois. E então ela saberá.

Ele esfregou a testa como se eu tivesse enlouquecido. Provavelmente

sim. Deus sabe que eu tinha me machucado muito desde aquela noite no bar.

Eu não tinha ficado completamente silencioso no rádio. Eu não pude. Não

vê-la ou sentir seu perfume de verão ou sentir a suavidade de sua pele era quase

mais do que eu poderia suportar. Eu não podia deixar de me comunicar com ela

também, mesmo que a comunicação fosse principalmente unilateral. Mas ainda

parecia uma conversa, porque para cada outro sapo de origami, lagarto ou

pássaro que eu entregava a ela, ela mandava algo de volta. Às vezes, algumas

palavras se eu fizesse uma pergunta. Às vezes, uma bugiganga de seu dia. Um

saquinho de chá fresco da caixa que combinava com a bebida que ela preparou

enquanto lia um romance, um clipe de alguma coisa do jornal.


Ontem, eu mandei flores para ela, e ela devolveu algumas pétalas com

rostinhos sorridentes e corações escritos nelas. Eu tinha guardado aquelas pétalas

e as colocado em um prato raso de água em casa. A tinta estava meio manchada,

mas não me importei. Foi o pensamento que contou.

O que estávamos fazendo era completamente antiquado e ninguém iria

entender. Eu não tinha certeza se eu mesmo entendia. Tudo que eu sabia era que

parecia que, tendo esse tempo e tendo absoluta certeza do que queríamos, não

teríamos que passar por isso novamente.

Ou talvez fosse apenas uma correspondência desejosa.

Nós tínhamos nos visto algumas vezes na casa do meu irmão enquanto

visitávamos o bebê, mas esses momentos eram poucos e distantes entre si. Eu

ansiosamente absorvi cada vislumbre dela, tentando catalogar as mudanças

mínimas em seu corpo. O que eu não daria para estar ao lado dela dia e noite.

Com sorte, um dia em breve isso faria parte da minha realidade.

— Sabe de uma coisa, filho? — Meu pai perguntou, obviamente percebendo

que eu não iria oferecer uma explicação sem sua cutucada.

— Ela saberá o que significa para mim, porque tudo o que fiz foi contra a

minha natureza. Tudo que eu quero fazer é atacar e reivindicar a ela e ao meu

filho. Dizer ao mundo inteiro que ela é minha.

— Então, por que não?

Fiz uma careta. — Tenho que configurar as coisas da maneira certa. E Sege

não queria que eu assumisse, ela até disse isso.


— Então, qual é o seu plano? Apenas se sentar e deixá-la vir até você? Como

isso está funcionando para você?

— Não. Não exatamente. Há peças para colocar em ordem, partes disso que

preciso colocar no lugar antes de... — Eu gemi. — Jesus, eu tenho que parar com

as malditas peças. Ela não quer tudo isso. Ou apenas isso. Eu preciso ir com

emoção. Isso significa uma produção grande e exagerada com alta probabilidade

de fracasso, como Seth fez com Ally.

— Bem, essa é uma forma de colocar as coisas. — Disse meu pai secamente.

— Eu pretendia fazer o lance de Vegas em alguns meses. Seth me deu essa

ideia, então devo isso a ele. Mas, ao pedir-lhe em casamento agora, parece que

estou apenas fazendo isso para que todos na cidade não falem sobre como eu a

engravidei.

— Filho, nem todo mundo na cidade vai falar sobre isso. Olhe a sua

volta. Estamos em 2018. A maioria das pessoas não percebe ou se preocupa mais

com essas coisas.

Parei de andar e afundei em uma cadeira em frente ao meu pai. Na verdade,

acho que minhas pernas cederam. — Perdão?

Ele acenou com a mão. — Venha agora. Crescent Cove é uma cidade

pequena, e temos nossas fofocas, mas não estamos tão enraizados no passado.

— E você? Você apenas insistiu para eu me casar com ela assim que disse

que a engravidei.
— Sim, mas não por causa da aparência. Você está apaixonado por aquela

garota, e já faz algum tempo. A óbvia dança de acasalamento em que vocês dois

se envolveram por anos recebe muito mais atenção do que ela ter seu filho.

Procurei minha voz e descobri que ela havia falhado exatamente como

minhas malditas pernas.

— Já era hora de você começar uma família. — Meu pai continuou. — Estou

apenas aliviado por você não se encontrar em uma situação com Seth e Marjorie,

embora quem possa culpar o resultado. — Meu pai sorriu enquanto eu tentava

encontrar minhas bolas onde haviam sido esmagadas sob suas asas. — A menina

mais doce que já nasceu, nossa Laurie.

Eu grunhi em concordância. Dança de acasalamento? Nós? Ok, sim,

provavelmente. Mas até meu pai notou quando eu não.

Deus me ajude, eu estava louco. Nós éramos malucos.

Eu não queria perder mais um segundo tentando configurar a maneira

perfeita de consertar isso. A vida era uma bagunça. A mulher que eu amava não

queria perfeição. Ela só queria saber que suas opiniões eram valorizadas e que

éramos uma equipe. Descobrindo as coisas juntos.

Ah, e que eu a amava. Ela disse que era uma parte vital do casamento e

estava certa. Ela só não percebeu que eu já a amava.

Ela pode não me amar. Mas ela sentia algo forte por mim. Eu podia ver em

seus olhos e cada vez que ela me tocava. Eu poderia trabalhar com isso.

— Comprei de volta a pousada. — Eu soltei enquanto meu cérebro corria

com ideias.
Eu precisava de um grande gesto. Bem, um companheiro para ir às compras

de camas e artigos para o café da manhã, já que era muito grande por si só. Algo

que provasse a ela, sem dúvida, que eu a amava e faria o que fosse necessário

para fazer isso acontecer de verdade.

Meu pai franziu a testa. — A pousada dos pais de Sege?

— Sim.

— Mas estava vendida para condomínios. Como você...

— Eu fiz uma oferta que eles não podiam recusar. — Passei a mão pelo

cabelo e agarrei minha nuca. — Se ela quer comandar, eu vou ajudá-la. Não que

eu tenha ideia de como. Mas é o sonho dela, e quero ajudá-la a realizá-lo.

— E é por isso que você vai ficar meio período aqui por um tempo.

— Sim. Supondo que ela ainda queira administrar. Se não, vou ter uma

pousada com a qual não tenho a menor ideia do que fazer.

— Você está começando um novo negócio familiar. — Ele sorriu e se

levantou, contornando a mesa para segurar minhas bochechas de uma forma que

ele não fazia desde que eu tinha provavelmente dez anos. Possivelmente ainda

mais jovem. — Estou orgulhoso de você, Oliver. Você é muito mais homem do

que aprendeu a ser comigo. Ambos os meus meninos são.

— Uh, obrigado.

Ele riu e deu um passo para trás, encostando-se na mesa. — Ela será uma

ótima esposa e mãe. E ainda por cima uma mulher de negócios.

— Você sempre a amou.


— Ela é doce. Sempre um pouco incerta, mas ela se segura. — Seus olhos se

estreitaram. — Assim como você. Então, vá lá e cuide dos negócios, filho.

Eu balancei a cabeça e me levantei. — Obrigado, pai.

Ele piscou e por um segundo, eu teria jurado que seus olhos estavam

úmidos. — Faz muito tempo que você não me chama assim. Na maioria das

vezes sou o 'Pai' ou algo impróprio para imprimir.

Eu coloquei minhas mãos nos bolsos. — Digamos que estou aprendendo

que algumas coisas são muito mais difíceis de navegar na vida do que eu

percebia quando era criança. Ou aos vinte e oito anos.

Ele não riu dessa vez. — Cometi minha cota de erros.

— Quem não cometeu? Mas você ainda está aqui e está tentando. Isso é

tudo que qualquer um pode pedir. Pelo menos espero que sim, porque tenho a

garantia de bagunçar meu próprio filho mais vezes do que posso contar.

Ele me puxou para um abraço forte, então sorriu e voltou para trás de sua

mesa. — Quer um pequeno conselho?

— Certo.

— Vá perguntar ao seu irmão como fisgá-la. Isso fará o ano dele.

Eu tive que rir. — Fisgá-la, hein?

— Você vai ver. O casamento consiste em usar todos os tipos de anzóis e

iscas diferentes em momentos diferentes. Não que eu acertei na primeira, mas,

felizmente, às vezes um homem tem uma segunda chance.

Minhas sobrancelhas levantaram. — Isso está certo?


— Vá em frente. — Ele acenou com a mão para mim e moveu o mouse para

ativar o computador. — Avise-me quando mandar o convite para o casamento.

Eu já estava na metade do caminho para a porta. — Você vai precisar de

uma passagem de avião.

— Você está realmente fazendo a coisa de Vegas?

— Sim. Capela do Elvis para ser mais exato. — Eu sorri e fechei a porta atrás

de mim, bloqueando seu rosto surpreso quando entrei no corredor.

Até Oliver Hamilton pode aprender alguns truques novos. E eu estava

prestes a provar, assumindo que as habilidades de planejamento do meu irmão

estavam certas.

Apertei o primeiro número na discagem rápida do meu telefone enquanto

caminhava pelo corredor.

Seth atendeu no quarto toque, parecendo atormentado. Alexander estava

chorando ao fundo e Laurie estava gritando ou cantando ou só Deus sabe o

quê. — Se você tiver uma emergência de trabalho, caia fora. Eu tenho meus

próprios problemas, então cuide deles.

— Olá para você também. Quando eu liguei para você por uma emergência

de trabalho? Além disso, que sotaque? Você está fazendo uma Madonna agora

com o falso sotaque inglês?

— Há um programa estúpido que assistimos de forma excessiva esta

semana e o cara tem um acesso à Inglaterra - quer saber, deixa pra lá. — Ele disse

enquanto eu ria. — E aí?


— Preciso da tua ajuda. Provavelmente a sua e a de Ally, se ela estiver por

perto. — Desci correndo os degraus da frente e subi a rua até onde meu carro

estava estacionado no meio-fio. Estava nevando de novo, com um pé ou mais

previsto para o anoitecer. Isso pode ser uma chave em tudo o que inventamos.

A menos que eu pudesse encontrar uma maneira de incluir o clima em

meus planos.

Sege adorava neve. Estava nevando na noite em que ela me disse que estava

grávida.

A noite em que meu mundo se inclinou da melhor maneira possível.

— Não, é por isso que tirei meio dia de trabalho. Sege teve o dia de folga e

elas foram às compras. Ally precisava de uma pausa.

— Sem brincadeiras. Parece um zoológico aí.

Logo, essa seria a minha realidade. Uma parte de mim estava ansiosa. O

resto de mim estava estranhamente antecipado.

Prova positiva de que eu estava apaixonado ou possivelmente uma vítima

da gripe não diagnosticada.

— Eles fizeram aniversário na aula de Laurie e havia cupcakes sem

glúten. Ela está ricocheteando nas paredes e fazendo Alexander continuar

enquanto ela está nisso. — Laurie soltou um gemido e Seth suspirou. — Espere,

querida. Eu estarei lá. Cara, me salve. — Ele disse com urgência ao telefone.

— Seu desejo é uma ordem. Estou a caminho.

— Sim e? Eu disse salve-me, não fique parado e meditando.

— Eu não me preocupo.
— Diga isso na sua cara. É praticamente tudo o que você faz

ultimamente. Você precisa fazer algo sobre Sege.

— Você tem razão. — Entrei no carro e sinalizei para o trânsito. — Era por

isso que eu estava indo pedir sua ajuda.

— Você acabou de dizer que estou certo? E que pretendia pedir

ajuda? Quem é você e o que fez com meu irmão?

Desliguei o NPR7 porque era difícil o suficiente ouvir Seth com o corpo a

corpo ao fundo. — Eu sou homem o suficiente para admitir que você é a maior

voz da experiência neste reino.

— Porque estou familiarizado com gravidez não planejada? Isso é o que o

velho Oliver diria.

— Sim, bem, o velho Oliver era um idiota. Não, porque você sabe como

convencer uma mulher de que a ama.

A casa de Seth ficou estranhamente quieta por um momento. Ele deve ter

entrado em outra sala e fechado a porta. Ou isso ou ele amordaçou seus dois

filhos.

— Então, é verdade. Você realmente a ama.

— Sim, é verdade. Eu disse antes que sim.

— Você também bebeu mais em duas horas do que bebeu em toda a sua

vida até aquele ponto, então me desculpe por ter algumas dúvidas.

7 National Public Radio (abreviada para NPR, e em português Rádio Pública Nacional) é uma organização de comunicação

social, sem fins lucrativos


Liguei meu sinal para fazer a curva para ir para a casa de Seth. — Eu amo

Sege. E amo a criança Eu quero ter uma vida com eles. Uma família. — Segurei o

volante até meus dedos formigarem. — Como a que você tem, seu bastardo

sortudo.

— Bom. Estou feliz. Sege merece isso. O que você fez até agora?

— Dei origamis a ela.

— Hmm, não ortodoxo, vou admitir isso.

— Comprei a pousada dos pais dela para que possamos administrar juntos.

— Do pequeno gesto ao gigantesco. Puta merda. A sério?

— Sim. Agora tenho que provar a ela que a amo.

— Você não acha que vai dar certo?

Apesar do fato de que ele não podia me ver, eu acenei antes de ligar meus

limpadores. Os flocos molhados pesados já estavam caindo com força suficiente

para cobrir meu para-brisa. — Isso é apenas dinheiro. Eu quero dar a ela o gesto

romântico. Algo como você fez por Ally.

— Fogos de artifício estão meio fora de época, irmão.

— Sem brincadeiras. Mas há neve... Porra, sim, é isso! — Em minha

exuberância, pisei no freio e quase saí da estrada. Eu corrigi com um guincho de

pneus e uma série de xingamentos que fizeram Seth pular na minha orelha.

— Que diabos está fazendo?

—Tudo bem. Eu estou quase lá. Onde podemos enviar uma mensagem de

neve para Sege que ela possa ler sem muitos problemas? O loft não tem quintal.
— Considerando que a construção dela dá para um lago, uh,

não. Mensagem de neve como o quê? Uma proposta?

— Não. Cedo demais.

— Cedo demais? Ela está grávida.

— Sim, eu sei disso. Ainda é muito cedo. Trabalhe comigo aqui.

— Tentando. Então o que você vai dizer na neve? 'Desculpe, sou Oliver, mas

estou tentando?'

— Obrigado pelo voto de confiança. Não me lembro de ter te dado merda

quando você estava ferrado por causa de Ally. Lembro-me de ir até ela e

consertar toda a situação para você.

— Um pouco exagerado, mas você ajudou. Você quer que eu escreva a

mensagem na neve para Sege? Talvez um soneto que ela terá certeza de que

nunca veio de você?

— Você é um idiota. Da próxima vez que pensar em pedir ajuda, serei

primeiro a serrar minha língua. — Eu estava prestes a apertar o botão desligar

quando a voz de Seth veio através da linha.

— Espere.

Eu esperei. Um pouco taciturno também.

— Eu sinto muito. — Ele suspirou. — Estou curtindo muito este

momento. O poderoso Oliver, ajoelhado pelo amor. Espere até ter uma filha, e

então você realmente saberá o que é ser uma bagunça 24 horas por dia, sete dias

por semana.
— Especialmente quando ela arranjar o primeiro namorado no jardim de

infância.

Seth grunhiu e eu ri. — Tudo bem, você está perdoado. Não temos muito

tempo. Estou assumindo que as mulheres não ficarão fazendo compras por tanto

tempo?

— Depende. Supondo que você nunca fez compras com uma mulher com

um cartão de crédito recém-pago. Quando houver duas delas, multiplique as

horas por três. — Ele fez uma pausa. — Tenho uma ideia de onde podemos fazer

isso. Na verdade, é o único lugar onde podemos fazer isso, porque não estou

arrastando minha filha de quatro anos e um bebê em uma tempestade de neve,

mesmo pelos apaixonados.

Uma hora depois, eu estava removendo a neve para fazer a letra L enquanto

o vento batia ainda mais do material branco em meus olhos e contra minhas

bochechas já ardendo. Ao meu lado, meu irmão estava trabalhando na letra O,

enquanto minha sobrinha dançava fazendo bolas de neve. Ao mesmo tempo,

todos nós ficamos de olho em Alexander, que estava enrolado em sua roupa de

neve infantil em seu moisés de plástico.

Que estava estacionado em cima da mesa de piquenique, o único lugar que

pudemos limpar o suficiente para colocá-lo no chão.

— Sabe, essa ideia é uma merda. — Seth gritou. — Mais neve continua

caindo. E vão preencher nossas letras tão rápido quanto as fazemos.

— Então mova-se, porra. Pare de ser tão lento.


— A jarra de palavrões, Tio Ollie! — Laurie cantou alegremente, pontuando

suas palavras com uma bola de neve lançada bem contra minha bunda.

— Vocês aceitam cartões de crédito?

Ela riu e me respondeu jogando neve na minha frente. Fiquei tentado a

admoestá-la até que me ocorreu que talvez ela pudesse ajudar. Ela era uma

menina. Todas as garotas adoram romance. Mesmo as pequeninas.

— Olá, Laur-Monstrinha, quer nos ajudar a escrever uma mensagem para

sua tia Sege?

Eu não pretendia formular a pergunta exatamente assim, mas era

verdade. Se Sege concordasse em fazer parte da minha vida, ela se tornaria

oficialmente tia de Laurie, embora já tivesse exercido o papel por algum tempo

em caráter não oficial.

— Sim! Oba. — Laurie juntou as luvas brancas e sorriu, exibindo o seu

sorriso recém-aberto. — O que você quer dizer?

— Eu te amo, Sege. — Dizer isso em voz alta fez meu peito apertar, e não de

frio. — Você pode nos ajudar a manter as letras que já fizemos limpas? A neve

continua caindo e enchendo-as e temos que fazer isso para que Sege possa ler a

mensagem da janela.

— Eu posso fazer isso! — Laurie agarrou a sua pequena pá e trotou até à

primeira palavra que tínhamos efetuado, o nome de Sege. Fazer as curvas no S

tinha apresentado um desafio, então começamos com a palavra mais difícil

primeiro e estávamos trabalhando de trás para frente.


Laurie remexeu a pá por um ou dois momentos, limpando cuidadosamente

a neve recém-acumulada da letra S. Em seguida, parou e inclinou a cabeça. —

Mas está escurecendo.

— Eu sei. Temos que trabalhar mais rápido, então... foda-se. — Eu enfiei

minha pá na bolsa de neve e joguei minhas mãos para cima. — Vou colocar meu

cartão American Express no pote de juramentos, que tal?

— Ela está certa. Minha filha de quatro anos pensou em algo que nós não

pensamos. — Seth passou a mão pelo rosto nevado, transferindo ainda mais

flocos de nojo. — Essas palavras não vão durar até de manhã.

— Sem merda, Sherlock. — Corrigi, enquanto Laurie me olhava de

perto. Nesse ritmo, ela teria sua mensalidade da faculdade totalmente financiada

até o final da noite. — Há apenas uma solução! — Gritei enquanto o vento

soprava. — Você tem que ligar para Ally e fazê-la voltar para casa com Sege.

— Oh, eu tenho? — Ele gritou de volta. — Eu tenho que resolver isso?

— Cabana. — Eu o lembrei, e ele jogou sua pá com desgosto, então pisou

dentro para chamar sua esposa.

Eu sorri triunfantemente. Eu não iria deixá-lo esquecer meu papel em trazer

Ally de volta até que estivéssemos velhos e em cadeiras de balanço na casa de

idosos. Provavelmente ainda discutindo sobre damas.

Eu me perguntei por que Sege e eu éramos tão iguais? Eu estava treinando

com Seth desde que usávamos fraldas. Provavelmente antes disso, apenas nos

comunicamos com golpes de dedo no útero.


Ele voltou alguns minutos depois e voltou a colocar sua letra em forma sem

dizer uma palavra.

Eu o encarei. — Nós vamos? O que aconteceu?

— Elas estão voltando para casa. Trabalhe mais rápido.

Ah merda. Peça e você receberá.

No final do dia, eu estaria com Sege ou amargurado e provavelmente no

hospital por causa de hipotermia.


Capítulo Vinte e Um
Sage

— Ele disse que o bebê estava tendo diarreia violenta?

— Não. Ele disse que estava tendo diarreia violenta.

— Eca. Isso é nojento.

— Você está me dizendo. Já tenho dois filhos para limpar depois. Se eu tiver

que limpar meu marido também, desisto. — Ally estremeceu enquanto

corríamos pelo estacionamento para seu SUV.

— Ah não. Não é, tipo, uma bagunça real, é? Quero dizer, ele conseguiu

chegar onde deveria ir? — Agora eu também estava estremecendo. Eu não

precisava ir até a casa e ver Seth em um estado que eu nunca poderia deixar

de ver.

Uma vez que você era o rei do cocô, não havia como voltar disso.

— Não sei. Estou supondo que sim. Mas com as crianças, e se ele estiver

doente... ugh.

Joguei minhas sacolas de compras nas costas e corri para a frente do veículo,

apoiando minha mão na lateral do SUV para não escorregar. O vento estava

açoitando algo forte e a neve estava se acumulando rapidamente. — Sabe, talvez

você devesse me deixar em casa. — Ela deslizou para o lado do motorista

enquanto eu fiz o mesmo do lado do passageiro. — Não que eu não queira

ajudar se você precisar, mas você sabe, grávida.


Eu já estava usando a gravidez como desculpa para quase tudo que não

queria fazer. Quando eu realmente desse à luz, provavelmente estaria em

repouso absoluto. Estava muito cansada o tempo todo. Além disso, a diarreia era

nojenta e eu já tinha de enfrentar os enjoos matinais. Se eu tivesse ação lá

embaixo também...

Não. Apenas não.

— Sim, é verdade. Eu odeio pedir que você venha se ele tiver algo

contagioso, mas ele parecia certo de que era independente e que você precisava

estar lá.

— Eu precisava estar lá? — Coloquei meu cinto de segurança no lugar

quando ela saiu do estacionamento. — Por que eu precisaria estar lá se ele tem

uma diarreia?

— Acho que você pode cuidar das crianças enquanto estamos

ocupados? Ele mencionou a possibilidade de precisar ir ao pronto-socorro

porque estava enlouquecendo.

Eu cruzei meus braços. — Alison, você está contando uma mentira? Isso é

apenas uma história que ele inventou para conseguir um pouco de espaço

enquanto há uma babá disponível?

— Não. Deus, não. Olá, acabei de dar à luz não faz muito tempo. Acredite

em mim, essa área não foi liberada para o uso ainda, não importa o quanto ele

me bajule dizendo que será gentil.

Eu tive que bufar. — Se ele for gentil como seu irmão, então sim, é melhor

você esperar seis meses ou mais.


Ela ficou quieta enquanto sinalizava para sair do estacionamento, e eu

imaginei que era porque ela estava se concentrando muito devido à neve.

— Ele está pressionando você para sexo violento? Já ouvi rumores de que

ele tem... tendências.

Por um momento, não reagi. Então comecei a rir tanto que as lágrimas

escorreram pelo meu rosto. — Em primeiro lugar, não vou para a cama dele há

semanas. O que eu pensei que você tivesse percebido, considerando minha

angústia nessa direção.

— Sim, eu sei disso, mas e antes? Ele estava empurrando você por um

caminho para o qual você não estava pronta?

— Considerando a última vez que dormimos juntos, perguntei se poderia

amarrá-lo da próxima vez, eu diria que não.

Ela engasgou alto o suficiente para que eu pudesse ouvir sobre o barulho

constante dos limpadores de para-brisa. — Ele amarrou você?

— Sim. Era uma espécie de gravata de seda. Sem correntes, eu juro. Não que

eu fosse avessa às algemas que ele afirma ter. — Enxuguei minhas lágrimas com

meus polegares. — Mas ele me deu uma surra. O que eu meio que amei.

— Meu Deus. — Ela me lançou um olhar rápido antes de voltar seu foco

para a estrada. — Você gostou?

— Não, adorei. Também me chocou. É muito cedo para dizer que sou

excêntrica, mas diria que estou pelo menos curiosa para esse tipo de coisa.

— Hum. Eu me pergunto se - não.

— O que?
— Me pergunto se eu gostaria dessas coisas. Vamos alugar aquele filme

de Cinquenta Tons. Você sabe como Seth tem ideias quando assiste muita TV.

Isso me fez rir de novo. — Oliver não precisa assistir filmes para ter

ideias. Apesar de falar em filmes, você já participou de For Women By Women?

— Não. O que é isso?

— Um site pornô. — Eu disse com naturalidade. — Muito educativo.

— Você? Assistindo pornografia?

— Algo tem que ser preenchido quando eu não estou fazendo sexo. É como

imagino que um lobisomem fica quando não consegue encontrar carne

fresca. Depois de sentir o gosto por isso, você está ferrado.

Ally riu. — É por isso que você comprou lingerie de maternidade hoje?

Eu mastiguei minha unha do polegar. — Parte disso. Ele me convidou para

sair há algumas semanas, por mais retrógrado que seja tudo isso, e ainda não

respondi.

— Ainda está descobrindo o que você quer?

— Deus não. Eu quero ele. Nós. A vida que poderíamos ter se ele estivesse

falando sério sobre querer seguir em frente. Mas sem casamento. Não

imediatamente. Eu não me importo com a aparência das coisas.

— Não ao casamento? Você está insinuando que ele propôs? — Ally parecia

incrédula.

— Não. Essa é a parte mais ridícula. — Quase inconscientemente, peguei

meu colar de arco.


O ouro rosa parecia quente sob meus dedos, como tantas vezes

acontecia. Claro, minha pele esquentava, mas eu gostava de fingir que era uma

pequena conexão com Oliver.

— Ele não propôs? Estou confusa.

Propositalmente, eu não tinha contado a Ally o que tinha acontecido,

principalmente porque ainda era muito louco até para mim. Eu fui vaga sobre

tudo, deixando-a saber que contei a Oliver sobre o bebê e ele me apoiou, mas

estávamos resolvendo as coisas. Tipo isso. Do nosso jeito demente.

— Você não é a única. Desci depois da noite mais incrível e ele estava

preparando o café da manhã para meus pais, todo doméstico.

— E?

— E todos começaram a falar sobre o casamento. Nosso casamento. Ele nem

mesmo sugeriu que morássemos juntos ou até mesmo um encontro formal,

embora concordássemos com a exclusividade desde o início. Foi tão estranho.

— Hmm, sim, mas é de Oliver que estamos falando. Ele gosta de atalhos e

rotas rápidas. Ele provavelmente imaginou que seria uma conclusão precipitada

que você se casaria com ele.

— Tão verdade. Ele pensa que é um presente de Deus. E, no entanto, se ele

apenas tivesse me perguntado, eu teria dito sim, embora seja loucura demais.

— Por causa do bebê?

— Não. Porque ele me faz sentir tão... — Estremeci, e não inteiramente

porque deveria ter usado uma jaqueta mais quente.


Eu agarrei minha bolsa com mais força no meu colo enquanto Ally teve que

desviar para evitar um carro enguiçado com seus perigos. As rodas do SUV

giraram antes de agarrar a estrada gelada e tive que morder meu lábio com força

para não gritar. — Deus, cada pequena coisa me assusta agora.

— Porque você tem uma carga preciosa a bordo.

— Sim. — Eu aliviei meu aperto na minha bolsa e prendi novamente meu

rabo de cavalo. — Meus pais podem não voltar imediatamente para a

estrada. Eles querem ficar por aqui, caso eu precise de ajuda com a minha

gravidez.

— Não estão apostando muito no Oliver, não é?

— Bem, eles testemunharam nossa explosão.

— Ai.

— Sim. Em retrospecto, eu deveria ter esperado, mas no momento e com

hormônios e novas revelações do bebê, eu estava uma bagunça quente. Tive

tempo para considerar muitas coisas nas duas semanas desde então. —

Cuidadosamente, tirei o dragão de origami da minha bolsa que continha a

pergunta de Oliver sobre namoro. — Ele me faz isso.

Ally olhou para o dragão e esperou até o semáforo fechar para pegá-lo. —

Oliver fez isso. Sério?

— Sim. Eu tenho um monte deles agora. Eu acho que ele fez isso por

brincadeira uma vez. Depois quando percebeu que eu os amo, continuou

fazendo, e agora me envia notas sobre eles.


Ally franziu a testa e devolveu o dragão. Eu ainda o segurava no colo,

tocando as asas como se fosse um artefato inestimável, quando ela finalmente

falou novamente. — Ele obviamente se preocupa muito com você.

— Sim. — Eu sussurrei. — Na verdade, acho que sim.

— E você? Você também se preocupa com ele? Além do bebê.

— Sim. Tanto. É tão assustador. Tenho medo de querer tanto, sabe?

— Irmã, sei o que é isso. — Ally agarrou o volante com as mãos enluvadas e

assentiu. Ela não desviou o olhar da estrada, um sinal claro de que as condições

estavam piorando. Os limpadores de para-brisa batiam continuamente,

movendo-se o mais rápido que podiam para tentar acompanhar o ataque

implacável da neve. E estava escurecendo, o que nunca ajudava na visibilidade

nas noites de neve.

—Tenho adiado o próximo passo porque ele quase está me cortejando,

dessa maneira estranha e antiquada. Ele até me mandou flores ontem. Tulipas. —

Suspirei sonhadoramente, imaginando suas flores de arco-íris. — No auge do

inverno.

Ally suspirou também. — Tão doce. Seth me mandou margaridas no

hospital e quando trouxemos Alex para casa e então, é claro, havia isso. — Ela

puxou a luva e o anel de diamante de coração rosa em seu dedo mindinho piscou

com os últimos raios de luz restantes. — Mal posso esperar até que eu não esteja

tão inchada e possa usá-lo no dedo para o qual foi projetado.

— Um baita de um presente. Esses homens Hamilton sabem o que fazer

quando se trata de gestos românticos sofisticados. Até Oliver está chegando lá.
— Mais uma vez, toquei meu colar de arco. Minha outra mão ainda estava no

dragão. E dentro de mim estava nosso filho, apenas esperando até amanhã de

manhã para me fazer adoecer novamente.

Oliver estava em todo lugar comigo, mesmo quando ele não estava.

— Eu vou sair com ele e então veremos.

Foi a última coisa que consegui dizer antes que o SUV derrapasse para o

lado e o grito de Ally enchesse minha cabeça.


Capítulo Vinte e Dois
Oliver

— Por que elas estão demorando tanto? Achei que você disse para se

apressarem. — Terminei minha letra E fui para a U.

Sim, na U. Eu estava voltando ao texto falado para minha mensagem

romântica. Mas a neve não estava cooperando. No mínimo, estava caindo ainda

mais forte e a luz do dia restante podia ser medida em minutos.

Ainda sem Ally e Sege.

Eu não queria ser aquele cara que se preocupa sem motivo. Estava um

tempo péssimo, e sim, eu perdi tração na estrada algumas horas atrás e tinha

piorado muito desde então. Mesmo assim, Ally tinha um SUV grande e seguro e

era uma motorista extremamente cuidadosa.

Então olhei para Seth e percebi que ele não estava onde estava há um

minuto. Eu me virei, reorientando-me nos flocos de neve cortantes quase

horizontais, e passei a mão no rosto. Seth já estava voltando para casa, o azul

brilhante da transportadora de Alexander piscando no crepúsculo. Laurie estava

do outro lado dele, pisando forte nos montes de neve.

OK. Acho que eles terminaram. Ou Seth iria ligar para Ally de

novo? Inferno se eu soubesse.

Eu me apressei e terminei o U - um pouco desleixado, mas tanto faz - e o fiz

duas vezes em direção à casa. Atravessei a varanda dos fundos e entrei na


cozinha. Todas as luzes estavam acesas agora e, embora eu não tivesse ouvido

uma caminhonete entrar na garagem, minhas mãos formigaram com a

possibilidade de Sege estar lá. Finalmente. Mensagem à parte, eu não queria ela,

o bebê e Ally nas estradas com esse tempo. Inferno, se elas não tivessem

terminado todas as compras, eu as levaria ao shopping amanhã.

Seth entrou na cozinha com Laurie o seguindo, sua mãozinha enrolada

firmemente na dele. — Ela não está atendendo ao telefone.

Imediatamente, minha pele ficou coberta de gelo. Eu pensei que estava com

frio lá fora? Isso não poderia se comparar com o frio de revirar o estômago

absoluto que me invadiu agora. — Tente novamente.

— Eu tentei várias vezes. Tentei Sege. Nenhuma delas respondeu.

Eu já estava saindo pela porta que acabara de entrar.

— Onde você está indo? — Seth exigiu.

— Encontrá-las. — Não tive tempo para discutir isso e também não tinha

intenção de diminuir o ritmo.

Ele me seguiu até a varanda. — Quem vai ficar com as crianças?

— Você. Porque estou indo. — Eu já estava na metade da escada.

— Ela é minha esposa, droga! Sege é apenas sua...

Eu me virei e levantei a mão. — Ela é tudo para mim. E ela terá meu

bebê. Se você acha que vou ficar aqui, está errado.

— Eu posso olhar meu irmão. — A vozinha de Laurie me fez focar nela. Ela

nem mesmo disse isso como imão dessa vez.


Meu intestino torceu novamente com as poças de lágrimas em seus grandes

olhos azuis. Ela nunca ouviu seu pai e eu gritarmos um com o outro, e ela tinha

que entender que Ally e Sege podiam estar em apuros.

E aqui estávamos nós, tornando tudo pior.

Seth e eu caímos ao nível dela. — Aw, querida, você não tem que fazer isso.

— Seth me lançou um olhar. — Vamos apenas trazer...

— Não. — Eu fechei meus olhos com força e os abri novamente. Com sorte,

tudo ficaria bem, e o atraso foi mínimo. Nada sério. Mas se, Deus me livre,

algo tivesse acontecido, a última coisa no mundo que eu queria era que minha

sobrinha estivesse com Seth. — Eu vou ficar aqui com você, Laur-Monstrinha. Tá

bom assim? Papai vai encontrar sua mãe e tia Sege e trazê-las de volta para nós.

— OK. — Laurie transferiu o aperto da mão do pai para a minha. —

Podemos assistir Trolls?

Como eu poderia dizer não? — Claro que sim. — Eu me levantei e a

coloquei em meu quadril, estabelecendo-a lá enquanto Seth e eu trocamos outro

olhar.

Ele murmurou “obrigado” e todos nós entramos. Rapidamente, ele verificou

o bebê, então saiu em seu carro.

Tudo o que me restou fazer foi iniciar os Trolls pela décima milionésima vez

e esperar.

Exceto que eu não fiz. Eu não pude.

Comecei o filme e tentei o telefone de Sege, sabendo muito bem que, se

recebesse sua mensagem de voz, provavelmente precisaria de um momento a sós


para rasgar alguma merda em pedaços ou fazer alguns buracos no gesso com os

punhos.

Uma vez que minhas mãos parassem de tremer.

O desamparo estava me sufocando. E a culpa. Eu as fiz voltar mais cedo do

que teriam, e pelo amor de Deus, eu disse a elas para se apressarem. Por quê? Só

para que pudessem ver meu grande gesto. Eu era um idiota desgraçado. Se ela e

o bebê voltassem inteiros para mim, eu iria passar o resto da minha vida

estragando-os com mimos. Cada maldito segundo.

Não consegui me concentrar no filme, e fui ao quarto conferir o bebê.

Alexander estava dormindo profundamente em seu berço e eu me aproximei

dele, segurando a grade enquanto esperava por um toque, dois toques, três.

— Oliver? — Sua voz estava tão distante, arrebatada pelo vento e pela

conexão de merda. Mas era ela. Minha Sege.

— Princesa. — Eu murmurei, inclinando-me pesadamente contra o

berço. Aumentei meu aperto na grade e fiquei maravilhada que ela não se partiu

com a força. — Você está bem? Onde você está?

— Estou bem. Sofremos um acidente. Saímos da estrada e caímos em uma

vala, mas estamos bem. Oliver?

— Estou aqui. Tem certeza de que está bem? — Eu estava tentando respirar

e não gritar com ela, não exigir que ela me contasse todos os detalhes. — Como

está Ally?

— Ela está bem. Bem, um pouco machucada, mas tudo bem. Ela deixou cair

o telefone na vala e não conseguimos encontrar. Está tão escuro e a neve...


— Esqueça o maldito telefone. Saiam da vala e afastem-se do

acostamento. Não é seguro. Sege, você está me ouvindo?

Eu meio que esperava que ela gritasse de volta. — Estou, e você sendo um

idiota é provavelmente o melhor som que já ouvi.

Ela estava sorrindo. Eu podia ouvir em sua voz. Depois de um acidente de

carro. Ela bateu com a cabeça? Cristo, tudo que eu podia imaginar era algum

idiota batendo nelas na tempestade e nem mesmo percebendo.

— Você está longe da estrada? Onde você está? Se não houver nenhuma

casa por aí, volte para o SUV se puder sem se machucar e espere. Seth está

dirigindo o trajeto do shopping até a casa.

— Estamos em Fairdale, logo depois do cemitério. Já ligamos para a J&T

Automotive e Dare está a caminho. Ele está vindo para nos ajudar pessoalmente.

— Ok, bom, isso é bom. — Eu soltei um pouco o meu aperto no berço. Não

queria transformar a cama em uma pilha de gravetos quebrados enquanto a

criança dormia. Ele roncou baixinho, nada menos, mesmo enquanto eu

reclamava como um lunático.

Ele era filho de seu pai, certo.

— Seth estará aí em breve. — Eu esperei. Ele teria que passar por onde elas

estavam se pegasse o caminho normal para o shopping a partir daqui. Eu não

conseguia parar de falar com ela, mesmo para mandar uma mensagem para

ele. Sua voz suave e forte era tudo. — Tem certeza de que está bem? Posso ligar

para os paramédicos, pedir que encontrem você para o caso...


— Sim, estou bem. Estamos bem. — Ela enfatizou. — Nós dois estamos. Eu

prometo.

Mesmo sabendo que ela não podia ter certeza, aquele pequeno pedaço de

garantia foi o suficiente para que eu soltasse um som que provavelmente beirava

o desumano. Eu simplesmente não conseguia parar.

— Oliver? Você está bem?

— Não. Não, eu não estou fodidamente bem, e não estarei até que você

esteja aqui e eu possa verificar cada centímetro seu para ter certeza de que está

bem. E então vou levá-la ao médico - como um saco de farinha por cima do meu

ombro, se for preciso - para que eles possam fazer todas as verificações

conhecidas pelo homem sobre você e o bebê. Me compreendeu?

— Oliver...

— Não, me escute. Você tem alguma ideia do que passou pela minha cabeça

quando você e Ally não atendiam aos seus telefones e sabíamos que vocês

estavam no meio da tempestade? Qualquer ideia? — Não esperei por uma

resposta. — Não, aposto que não. Eu não conseguia respirar, porra. Mal

conseguia ficar em pé. Quase corri para fora daqui até que Seth me lembrou que

não tenho nenhum controle legal sobre você, que você não é minha esposa. Ele

não quis dizer isso, mas é a porra da verdade. Eu estraguei tudo, nem te dei a

chance de dizer sim ou não. Eu apenas decretei. Bem, considere isso como eu te

pedindo em casamento. Eu não tenho um anel. Eu não tenho um plano. Tudo o

que sei é que te amo tanto que não consigo imaginar acordar mais um dia sem

você na minha cama e na minha vida. E quero mais do que tudo ser um pai para

nosso filho. Se você me quiser. Se vocês dois me aceitarem.


O único som do outro lado da linha era o rugido do vento e vozes, tantas

vozes. Seth deve estar lá, ou Dare. Embora eu estivesse tão feliz com isso, se ela

não tivesse me ouvido - se eu tivesse que dizer tudo isso de novo...

Eu faria. Eu diria isso uma e outra vez. Quantas vezes eu precisasse até que

ela acreditasse em mim. Até que ela me amasse até a metade.

— Oliver, Dare está aqui, e Seth está parando também. Eu tenho que ir.

Eu balancei a cabeça, incapaz de falar. Ela não podia me ver, mas eu ainda

não conseguia encontrar minha maldita voz. Foi como se eu tivesse arrancado

tudo com aquele discurso, incluindo o poder das minhas cordas vocais.

— Eu ouvi você, Oliver. — Ela estava sussurrando, tinha que estar. Ou

então o vento estava tão forte que estava abafando a maior parte de sua

resposta. Eu ainda ouvi o suficiente para inclinar minha cabeça para a minha

mão em punho na ponta do berço do meu sobrinho sonolento. — Ouvi cada

palavra. Eu também te amo. Eu te quero. Deus, eu sempre vou querer. Você não

vai saber o que te atingiu, eu vou te levar muito malditamente.

Mesmo sem usar totalmente minha voz, eu conseguia rir. E enviar uma

oração silenciosa para que, apesar de minhas muitas, muitas - muitas -

sacudidelas, eu consiga fazer isso funcionar.

Ela e nosso bebê estavam bem e, de alguma forma, ela me amava. Nada

mais importava.

Eu sorri. — Temos um acordo.

— Eu tenho que ir agora, mas estarei em casa em breve.


— Estou na casa de Seth. Há algo aqui para você. — Encarei com olhos

turvos o mundo escuro e nevado além das janelas do quarto de bebê. — Ah,

foda-se. Provavelmente está arruinado. Provavelmente uma ideia estúpida de

qualquer maneira. Estou cheio delas. Mas estou aqui para você também.

— Você é tudo que eu quero. — Ela fez uma pausa para falar com outra

pessoa, e então voltou na linha, sua voz aparentemente muito mais próxima. Ela

derramou em mim como caramelo quente, cheio de promessas. — E Oliver?

— Princesa. — Eu respondi rispidamente.

— Sim.
Capítulo Vinte e Três
Sage

— Você deveria me deixar levá-la ao médico.

Eu balancei minha cabeça do banco de trás do carro de Seth. — Estou bem.

— Se você disser mais isso, vai se transformar em uma daquelas bonecas de

cabeça grande.

Eu tive que rir de Ally. E isso foi uma façanha menor, porque eu ainda

sentia como se meus órgãos vitais estivessem tremendo sob a pele. Continuei

ouvindo o barulho dos pneus e o som do SUV batendo na vala, sem parar.

Mas acima de tudo isso, a coisa número um que repetia na minha cabeça era

a voz baixa e frenética de Oliver me dizendo que ele me amava. Me pedindo em

casamento. Colocando-se na frente por mim e pelo bebê de uma maneira que eu

nunca imaginei em meus sonhos mais loucos.

— Você sabe que Oliver vai te arrastar direto para o atendimento de

urgência no minuto que você entrar em casa. — Disse Seth, encontrando meus

olhos no espelho retrovisor antes de voltar sua atenção para a estrada. Ainda

estava nevando tão forte quanto quando Ally derrapou.

— Sim. — Esfreguei meus braços, tentando desesperadamente afastar o

frio. Era como se nunca mais fosse sentir calor. — Eu estou bem com isso. É

melhor sabermos com certeza. E sei que ele não vai descansar até que ele tenha a

garantia que o bebê está bem.


E Deus, não era a coisa mais maravilhosa do mundo? De alguma forma,

quando nenhum de nós estava olhando, essa gravidez se tornou a parte mais

importante de nossas vidas.

— Experimente com sangue. — Seth disse, balançando a cabeça. — Ele

estava pronto para correr para te encontrar, e ele não deu a mínima que Ally era

minha esposa. Nada veio antes dele encontrar você sozinho. Ele disse... — Seth

parou e olhou para Ally. — O cara ficou preocupado com você e o bebê, Sege. De

uma forma que nunca pensei que ele pudesse ficar por alguém.

Peguei meu colar. Meu dragão de origami estava guardado em segurança

na minha bolsa - e sim, eu tinha procurado por ele no chão do SUV, mesmo

quando o veículo estava precariamente equilibrado e mesmo quando Ally não

conseguia encontrar seu telefone celular. Esse dragão significava muito mais

para mim do que apenas papel e tinta.

Era o homem que eu amava me mostrando que ele se importava sem

precisar dizer uma única palavra.

— O que ele disse para você? Diga-me. Vou guardar o seu segredo. —

Quando Seth hesitou, agarrei meu colar e me inclinei para frente. — Por favor.

— Eu disse que Ally era minha esposa, e ele disse que você era tudo para

ele. Você e o bebê.

Eu afundei de volta em meu assento. — Oh, isso é tudo?

Deus, não é grande coisa. O cara acabou de dizer que eu e o bebê éramos

tudo para ele enquanto ele estava em pânico, ele iria nos perder. Você sabe,

pequenas batatas fritas.


Graças a Deus coloquei aquela lingerie com ursinho recortado de renda com

pequenos laços rosa sobre os mamilos. Ele estaria transando muito esta noite.

Ally suspirou. — Quem poderia imaginar que Oliver se apaixonaria?

— Eu não. — Seth disse. — Mas depois desta tarde, quando ele nos fez

correr por aí fazendo a mensagem no quintal... — Ele parou e olhou pelo espelho

retrovisor. — Então... como foi o jogo dos Knicks?

— Que mensagem? — Eu questionei.

— Abra a boca, desembucha. — Ally disse. — Embora 'que mensagem' seja

uma pergunta muito boa.

— Sim, o que aconteceu com a sua diarreia violenta? — Perguntei de

repente. Em todo o caos, eu tinha esquecido. Mas Seth certamente não parecia

doente. — Você bebeu Imodium ou algo assim?

— Ou era outra coisa.

— Seth Hamilton, você mentiu para nós para que voltássemos para casa?

— Hum, talvez?

Eu ri e enterrei meu rosto em minhas mãos. — Oliver sabe que você usou a

desculpa da diarreia? Porque quase pedi para Ally me levar de volta ao loft. Vou

transmitir esses tipos de germes agora, obrigado.

— Ele me disse para levar vocês de volta rápido. Então, quando vocês não

apareceram, nós dois estávamos perdendo a cabeça por causa da neve. Se foi

minha culpa que você se apressou, Ally gatinha, não vou conseguir me perdoar.
— Shh. Eu não estava com pressa. Eu não correria com este tempo. —Ela

esfregou o braço dele. — A diarreia não é fatal. Além disso, sei que você tem

tendência a exagerar.

— Eu? — Ele colocou a mão dela em seu braço e flexionou a outra mão ao

redor do volante. — Sege, seria bom se você não mencionasse isso para Oliver.

— Oh, você quer dizer que disse a sua esposa que estava muito doente antes

de ela entrar em seu veículo durante uma tempestade de neve?

— A palavra desesperadamente não foi usada.

— Não o faça se sentir mais culpado do que já está, Sege. Já é ruim o SUV

ter que ser rebocado até a loja de Dare.

— O que ela disse.

— Eu não vou. Só estou me perguntando o que posso ganhar se não contar a

Oliver.

— Uau. — Seth disse, estendendo a palavra enquanto olhava para Ally. —

Ela é mais parecida com aquele idiota do que eu pensava.

Fingi examinar minha manicure inexistente. Não havia sentido em ter uma,

já que eu trabalhava na lanchonete e geralmente descascava esmalte em uma

hora. — O idiota que agora está cuidando de seus filhos enquanto você veio nos

resgatar?

— Hmm, ela joga duro. Ok, o que você quer?

— Babá sob demanda, conforme necessário, por um ano.


— Um ano? Um ano inteiro? Você pode simplesmente compartilhar nossa

babá. Tenho certeza que ela pode tolerar Oliver. Além disso, com vocês dois

administrando a pousada, você vai precisar...

— O que? — Tirei meu cinto de segurança e praticamente me joguei entre os

bancos da frente. — Diga isso de novo?

Ele diminuiu a velocidade na frente de sua casa, brilhando com um milhão

de luzes, e bateu levemente com a cabeça no volante. — Você sabe o que? Vou

apenas pagar pelo casamento. Tá bom assim?

— Combinado. — Eu já estava abrindo a porta e saindo, ignorando os gritos

de Seth de que ele ainda não havia estacionado. — Preciso trocar minha lingerie!

— Gritei, correndo - o mais cuidadosamente que pude - até a parte de trás para

pegar minhas sacolas de compras.

— Sabe, parece que a noite dele vai ser muito melhor do que a minha! — Ele

gritou enquanto Ally batia em seu ombro. — Talvez ele devesse me pagar, já que

tudo isso é culpa dele. Eu estava pensando fora da caixa para ajudá-lo.

— Tarde demais, querido. Nós temos um acordo. — Eu bati a traseira do

SUV e me virei para subir a calçada gelada, logo percebendo que teria que

diminuir meu ritmo.

Não só estava escorregadio, como doía tudo graças ao choque do

acidente. Achei que não tinha nada além de alguns hematomas, mas estava um

pouco dolorida. Talvez eu devesse ter esperado até Seth estacionar. Os segundos

extras que ganhei não ajudariam se acabasse caída na minha bunda. Mas eu

estava em uma missão.


Com vocês dois cuidando da pousada.

Não, agora não. Eu não conseguia pensar nisso ainda. Eu tinha que ver o

que Oliver tinha feito.

Em vez de entrar direto na casa, dei a volta pela lateral e destranquei o

portão do quintal. A neve ainda estava caindo em um ângulo, e não importa

quantas vezes eu pisquei, não conseguia limpar minha visão. Alguns holofotes

estavam acesos, e enquanto eu caminhava pela neve, eu procurei por qualquer

mensagem possível que Oliver poderia ter me deixado. Era como um maldito

país das maravilhas do inverno. Eu mal conseguia ver a cerca em volta do

perímetro do quintal. O que quer que ele tenha deixado para mim, eu precisava

encontrar agora, antes que a neve bagunçasse ainda mais.

Estávamos prestes a entrar em uma nova fase. Esta seria a nossa canção de

cisne de origami, por assim dizer, antes que tudo mudasse. Por mais que eu não

pudesse esperar pelo futuro, eu queria aproveitar cada segundo deste momento.

E talvez eu também estivesse com um pouco de medo. Eu estava colocando

meu coração nas mãos de Oliver e se as coisas mudassem? E se ele estivesse

correndo em alta emoção esta noite, mas ele não teve tempo suficiente para

realmente pensar sobre isso? Foi tudo diversão e jogos enquanto a perseguição

estava acontecendo, mas o que aconteceria depois que a realidade

aparecesse? Fraldas sujas, mamadas no meio da noite e discussões em que não

podíamos simplesmente sair correndo e nos isolar. Tínhamos muito mais a fazer

e muito mais a aprender se quiséssemos fazer isso. Eu tinha fé - e estava

crescendo a cada minuto - mas isso não significava que não estava com medo.

Ter mais em jogo significava apenas ter mais a perder.


Segurei minha mão na minha testa para tentar cortar alguns dos ataques e

olhei ao redor freneticamente. Tudo o que vi foi neve e mais neve. O que diabos

ele fez?

— Sege.

Ele não me deu tempo para me virar, apenas me envolveu em seus braços e

me levantou do chão. Meu cabelo maluco voou para trás, provavelmente

sufocando o cara, mas ele não me colocou no chão enquanto eu ria e me

debatia. Eu não tinha certeza de como isso aconteceu, mas um minuto estávamos

de pé e então estávamos na neve, meu corpo embalado e rodeado pelo dele. E eu

não estava mais rindo.

— Cristo, estou colocando você em uma bolha. E eu também. Vamos, temos

que nos levantar, levá-la ao hospital para ter certeza...

Eu deixei minhas sacolas de compras caírem na neve e virei para enquadrar

seu rosto com minhas mãos enluvadas antes de abaixar minha boca na dele. Eu o

beijei forte o suficiente para calá-lo, e também para deixá-lo saber que eu não

estava apenas bem, eu estava perfeita. Seus lábios eram como uma febre sob os

meus, mas apenas por um momento. Então eles se tornaram suaves e

hesitantes. Sua preocupação palpável nos cobriu quase tanto quanto a neve.

É o quanto ele ama você e o bebê. Ele nem está interessado em beijar.

Claro, estávamos em um banco de neve, mas tanto faz.

— Estou bem. — Eu disse entre beijos, mordiscando seu lábio inferior. —

Não sou delicada. Nem quebrável. A criança está do tamanho de um grão de

arroz agora, então confie em mim, estamos todos bem.


Ele não riu. — O que você está fazendo aqui? Quando Ally e Seth entraram

sem você, passei por cada minuto desta noite novamente.

— Oh Deus. Sinto muito. Eu não pensei. — Bati minha cabeça contra seu

peito e ele me parou, segurando minha bochecha suavemente com suas mãos

nuas incrustadas de neve. — Eu só queria ver o seu origami de neve antes que

fosse coberto.

— Origami de neve? — Mesmo com a pouca luz onde estávamos

esparramados na neve, sua perplexidade era clara. — Eu nem sei o que isso

implicaria. De qualquer forma, está além do meu salário.

— Oh. Hum. Mas Seth disse...

— Eu deveria saber que todas as estradas levam de volta a ele. — Ele se

sentou na neve, me colocando em seu colo e me abraçando tão perto que quase

esqueci que estava congelando. — Tem certeza de que está bem? — Ele afastou

meu cabelo do rosto, me estudando atentamente. — Você deve saber qualquer

que seja a sua resposta, ainda estou levando você para o atendimento de

urgência. Duplamente, agora que joguei você na neve.

— Eu caí em você. Sã e salva.

— Não está bom o suficiente.

— Você realmente está preocupado comigo e com o bebê?

— É claro. Você já duvidou disso? — Assim que fez a pergunta, ele fechou

os olhos. — Sim, você duvidou, porque sou o cara que não pode se comprometer

e não quer uma família e não poderia criar raízes em um jardim hidropônico.
Mordi meu lábio para parar de sorrir. Agora não era a hora. — Eu não teria

colocado dessa maneira.

— Não, mas resume tudo. — Ele ergueu meu queixo com o polegar. —

Achava que não queria uma esposa e uma família. Não até você. Você tornou a

vida muito mais brilhante e plena e, sim, um pouco mais insana. Mas você é tudo

que posso ver agora.

Inclinei minha cabeça contra a dele, lutando contra as lágrimas. Eu não

queria estragar um belo momento com mais soluços hormonais pré-parto. — Eu

já disse sim, você sabe.

— Eu sei. Mas fiz uma promessa quando Seth não pôde alcançar você e

Ally, que se você voltasse para mim inteira, eu passaria o resto da minha vida

mimando você e o bebê. Isso começa agora. — De alguma forma, ele ficou de pé,

ainda me segurando em seus braços.

Toda aquela coisa aparentemente sem peso com ele? Sim, viciante.

— Espere, cadê minha mensagem? — Ele já estava me carregando para fora

do quintal, seu rosto totalmente focado.

— Oh aquilo. A neve cobriu. Ideia idiota de qualquer maneira. É hora de

levá-la ao atendimento de urgência, e então...

— Droga, eu quero ver. É melhor você me colocar no chão antes que eu

tenha certeza de que este bebê será o seu primeiro e último com o meu joelho.

Rindo, ele finalmente parou em seu caminho e desviou para o fundo do

quintal. — Tudo bem, você quer ver? Foi feito para ser visto do segundo andar, e
já faz horas, mas aí está. — Ele apontou alguns metros à frente e eu inclinei

minha cabeça, tentando entender o que estava vendo.

— Eu te amo, Sag?

Ele praguejou e se aproximou, me içando mais alto e me inclinando um

pouco para frente para mudar meu ângulo de visão. O que me lembrou que

tínhamos deixado meu equipamento impertinente em um banco de neve. Não é

o que queríamos que Laurie descobrisse amanhã enquanto construía bonecos de

neve. Especialmente porque eu roubei um presentinho com a compra no caixa

que tinha baterias.

Ah, merda, se meu primeiro vibrador danificasse com água, eu ficaria muito

chateada. Então, novamente, o que era mais adequado para lidar com a

umidade? Provavelmente não muito volume. Embora às vezes eu ficasse muito

animada.

Eu gritei quando ele me balançou sobre a neve para que eu pudesse dar

uma outra olhada nas letras deste ângulo. — Eu te amo, Sag? — Eu finalmente

entendi e comecei a rir, também porque o idiota estava tentando me fazer

cócegas através do meu casaco. — Aww, algumas das letras foram preenchidas.

Entendi agora. Eu te amo, Sege.

Ele finalmente me endireitou e deslizei por seu corpo até que meus pés

tocassem o chão. — Bem, eu fiz, antes que você me provocasse impiedosamente

sobre o meu gesto romântico. — Ele parecia um pouco sem fôlego, e eu tinha

certeza que não era apenas por me levantar.

Sem os casacos e outras coisas, aquele deslizar para baixo em seu corpo

estava terrivelmente quente.


— Aww, você está fazendo beicinho.

— Eu não estou fazendo beicinho.

— Você está sim. — Inclinei-me na ponta dos pés e esfreguei meus lábios

frios contra os seus muito mais quentes. — Foi tão gentil da sua parte fazer isso

com este tempo. Mas devo dizer que você poderia ter feito outro origami.

— Agora ela me diz. — Ele colocou os braços em volta dos meus ombros e

se aninhou ao longo da minha mandíbula até o meu pescoço. — Vamos verificar

você para que eu mesmo possa brincar de médico. Meu estetoscópio tem

incríveis poderes de percepção.

Bufei. — Eu aposto. — Segurei seu rosto e o trouxe de volta para a frente e

no centro. — Decidi dizer sim para sair com você antes do acidente.

— Oh sim? — Ele passou a língua ao longo da costura dos meus lábios. —

Apenas sair comigo, hein?

— E ficar em casa. Frequentemente.

— Isso definitivamente fará parte do plano. — Ele inclinou a cabeça, sua

boca provocando a minha. — Agora, se pudermos...

— Umm, não, não podemos. Você não está esquecendo de nada?

— Que estou com frio e com fome e quero ter certeza de que você está bem

antes de foder seus miolos? O que eu perdi?

Eu tive que sorrir. — Bem, todos os pontos muito importantes, mas oi,

pousada? Administração? Seth me disse. — A cabeça de Oliver levantou e seus

olhos se estreitaram perigosamente. — Hum, absolutamente nada. Vamos para o

hospital. Na verdade, talvez eu precise de uma ambulância. Enfermeira!


— Ele vai levar um chute na bunda!

— Na verdade, não, não faça isso.

— Por que eu não deveria? Ele arruinou minha maldita surpresa. — Ele se

afastou de mim, parando apenas quando o persegui e puxei com força sua

manga, quase tirando sua jaqueta. — E eu sou o insensível? Ha! Ele é um

assassino de romance. Ele literalmente o esfaqueia e deixa a carcaça fumegante

apodrecer.

Eca. Mas seguindo em frente.

— Então, é verdade? — Eu exigi. — Quando? Como você fez isso quando já

estava vendido?

Ele olhou para trás, dando-me o sorriso mais arrogante e sexy que eu já

tinha visto. — Eu sou rico, princesa.

Se esta fosse uma noite normal, eu teria puxado sua orelha por essa

afirmação e o teria derrubado algumas peças. Mas ele havia realizado meu maior

desejo.

Porque ele me ama. Assim como eu o amo.

Pulei em seus braços, confiando que ele me pegaria. E ele o fez, por pouco,

cambaleando alguns passos enquanto lutava para manter o equilíbrio na neve

enquanto eu enchia seu rosto de beijos. — Eu amo você. Eu te

amo tanto. Mencionei que te amo?

— Acho que sim. — Ele estava rindo agora também.


— E você vai administrar comigo? Sério? Nós dois? — Encantada, tirei

aquela mecha selvagem de cabelo de seus olhos. — Mas e quanto ao seu

emprego de verdade?

— Bem, espero que a pousada seja um trabalho de verdade também. Isso

nos dará dinheiro de verdade.

— Você sabe o que eu quero dizer. O trabalho na imobiliária.

— Eu ainda irei. Apenas meio expediente até que a pousada esteja pronta e

funcionando novamente.

— Eu não posso acreditar! — Passei meus braços em volta do seu

pescoço. — A qualquer momento, ela seria demolida.

— Foi perto. — ele admitiu. — E isso levou algumas negociações

sérias. Mas eu consegui. A graça salvadora foi que o chefe da Fielding Holdings

estava tendo algumas dúvidas sobre a propriedade. Ele fez uma pesquisa de

mercado e descobriu que Crescent Cove realmente não era o melhor lugar para

condomínios chiques.

— Dã, você acha? No entanto, você conseguiu, acho que você é um gênio. —

Eu beijei o lado de sua cabeça. — E tão, tão doce. Ainda por cima com

tendências românticas.

— Você se esqueceu de um amante altamente qualificado.

— Sim, eu meio que esqueci. Faz algum tempo. — Eu ri quando ele deu um

tapa na minha bunda. — Embora eu definitivamente não tenha esquecido disso.

— Eu murmurei enquanto seu olhar ficou quente. — Falando nessas coisas,

aquela bolsa que esquecemos ali? Tem todos os tipos de ursinhos e coisas para
atormentar você e, o melhor de tudo, eles são feitos para expandir os

limites. Então, você sabe, o segundo trimestre será uma explosão.

— O que há de tão especial no segundo trimestre?

— Bem, novata aqui, mas ouvi dizer que é quando as mulheres querem

muito sexo. Muitas vezes, várias vezes ao dia, para algumas. Pelo menos é isso

que Ally - opa! — Ele correu para arrancar o saco da neve com tanta rapidez que

tive certeza de que ele me deixaria cair. Mas não, He-Man, se apresentando para

o serviço. — Olá, não vai vir mais rápido se corrermos. — Eu disse, rindo.

— Não, mas precisamos praticar para estarmos prontos. — Ele inclinou a

bolsa precariamente e algo rosa brilhou no ar, pousando na neve no momento

em que Laurie gritou atrás de nós.

— Tia Sege!

Oh droga.

— Hum, vibrador. — Eu sussurrei em seu ouvido. — Recupere isso. Rápido.

Ele me colocou no chão e nós dois tentamos ao mesmo tempo. Oliver o

agarrou no momento em que Laurie veio em nossa direção e envolveu seus

pequenos braços em volta das minhas coxas.

— Oi, fofura. — Eu me agachei até o nível dela, confiando que Oliver

protegeria meu primeiro e único brinquedo sexual da ruína certa. — Você quer

fazer anjos de neve com...

— Nem mesmo vai acontecer. Você vai ver o médico, imediatamente. —

Oliver me puxou para cima novamente e segurou meu braço com firmeza, o

vibrador colocado em sua palma, não tão gentilmente empurrando minha pele.
Era como oferecer um pirulito a uma criança se ela valesse a pena. Exceto

neste caso, eu montaria meu pirulito, não o chuparia.

Embora, humm, eles fizessem isso no pornô também. Eh, da próxima

vez. Uma garota só poderia saltar muito à frente em suas façanhas sexuais em

uma noite. Especialmente porque não era um vibrador, então mesmo montá-lo

seria uma façanha.

Qualquer que seja. Eu tinha certeza que iria gostar de qualquer maneira.

Eu puxei o pompom em cima do chapéu de Laurie. — Faremos anjos de

neve amanhã de manhã, querida, o que você acha?

— Melhor à tarde. — Disse Oliver em meu ouvido. — Talvez à noite.

— Ou talvez amanhã à noite. — Acrescentei brilhantemente.

Ally e Seth estavam a poucos metros de distância, e Alex estava firmemente

amarrado em uma tipoia contra o peito de Ally.

— Então, estão de parabéns? — Seth perguntou, olhando entre nós.

Oliver arqueou uma sobrancelha para mim.

— Estamos?

— Bem, tecnicamente, eu disse sim ao telefone para sair com você, mas... —

Eu ri quando ele me agarrou pela cintura e beliscou meu quadril terrivelmente

perto de minhas costas.

Uau, feliz dia de noivado para mim.

— Sim. Eu disse sim. — Eu agarrei a jaqueta de Oliver e o arrastei para um

beijo rápido e forte. — Sim para tudo.


— Eba! — Laurie tornou a me abraçar pelas coxas e encostou a cabeça na

minha barriga. — Bebê aqui?

Meu olhar se conectou com o de Oliver enquanto eu engolia o nó na minha

garganta e esfregava a mão nas costas dela. Eu não sabia como ela sabia, mas de

alguma forma isso tornou este momento ainda mais especial. — Sim. Um

bebezinho, ainda menor que o seu irmãozinho.

— Do tamanho de um grão de arroz. — Oliver lembrou, fazendo sua coisa

pornográfica de sobrancelha para me animar.

Ou talvez fosse apenas um benefício colateral da sorte.

Ally apareceu para me dar um grande abraço - bem, o maior que pôde com

Alex entre nós. — Nós vamos ser irmãs de verdade agora. — Ela murmurou uma

vez que ela recuou.

Eu imediatamente a puxei de volta, apertando-a com força. — Como se já

não fôssemos antes?

Seus olhos estavam brilhando úmidos para combinar com os meus quando

ela finalmente recuou. — Bom ponto.

Seth e Oliver estavam batendo nas costas ao nosso lado, falando em voz

baixa. Conhecendo-os, os parabéns provavelmente se misturaram a insultos.

Ah, o amor era uma coisa esplendorosa. Muitas vezes também era

extremamente fodido, mas esplendoroso.

Ah, e só para sua informação, meu galão de juramento está oficialmente

aposentado. Estou possuindo minha boca suja como a durona que estou prestes a

me tornar.
Trabalho em andamento lá.

— Parabéns, futura cunhada. — Seth disse antes de me puxar para um

abraço.

— Obrigada. Estou muito feliz por me juntar à sua família insana.

Oliver suspirou. — Eu gostaria de poder contestar isso, mas a verdade

vence. — Ele franziu a testa. — Oh, inferno, eu deveria pedir permissão ao seu

pai antes de pedir a você? Não foi exatamente planejado.

— Não, acho que qualquer conversa de merda que você teve naquela manhã

na cozinha provavelmente é suficiente nesse aspecto.

— Jarra de palavrões! — Laurie gritou antes de correr para brincar na neve.

— Coloque na minha conta! — Eu gritei de volta, virando-me para olhar o

resto dos membros da minha nova família. Todos estavam sorrindo. O romance

venceu o dia, após um começo difícil.

Poderia muito bem terminar com um estrondo.

— Há ainda mais notícias boas. — Eu sorri enquanto agarrei a mão de

Oliver, o vibrador seguramente colocado entre nossas palmas. Meu tipo de

promessa suja. — Seth se ofereceu para pagar pelo casamento.


Epílogo
Oliver e Sage

Seis meses depois

— Você está pronto?

Fiquei olhando fixamente para a porta fechada do banheiro. Estávamos de

volta à suíte do hotel em que ficamos naquele primeiro fim de semana no

inverno passado para nossa “lua de bebê”, e outro evento surpresa do qual ela

ainda não tinha sido informada. O tempo era essencial ali. Logo, Sege não seria

mais capaz de voar até que o bebê nascesse em outubro.

Nossa pequena abóbora. Completa com fantasia de Halloween recém-

nascida que eu insisti em comprar.

— Yoo-hoo, Hamilton? Você está aí?

Eu estava tão pronto que provavelmente faria um buraco na minha boxer se

ela me mantivesse esperando por muito mais tempo. — Entre aqui.

A porta se abriu e Sege saiu no conjunto de dormir que ela queria desfilar

para mim.

Não era tão ousado quanto algumas das peças que ela comprou no início de

sua gravidez, mas o shortinho minúsculo que ia alto em suas coxas e o top de

seda com alças de renda me fizeram cerrar a mão nos lençóis, apenas o
mesmo. Seus seios estavam muito maiores do que antes, e a perfeição de sua

barriga redonda era destacada pela franja de renda que cobria a parte superior

de seu estômago. Seus quilômetros de cabelo loiro ondulado caíram sobre os

ombros e flertaram com o topo de seus seios, mergulhando para se curvar

sedutoramente perto de seus mamilos.

Mamilos em forma de arco. Os laços eram um tema para nós, desde o colar

que ela nunca tirou até seu anel de noivado e os lindos laços que eu às vezes

envolvia em seus pulsos. Ocasionalmente, tornozelos também.

— Querido Deus. — Eu disse, com a voz baixa.

— Gostou? — Ela deu a volta para o meu lado da cama, e sua pele brilhou

sob as luzes com pó de fada cintilante ou algo assim. Quando ela se aproximou,

vi que ela tinha escrito palavras com o material brilhante em toda a parte de sua

barriga.

Garota do papai.

Sim, íamos ter uma menina e, sim, posso ou não ter comprado todas as

peças de roupa de bebê disponíveis com essa frase em Crescent

Cove. Recentemente, eu estava fazendo compras online para compensar.

Quando nossa filha realmente chegasse, provavelmente não haveria mais

espaço para ela em seu quarto devido a todas as roupas, brinquedos e

parafernália de bebê, a maioria comprada por mim.

Meu nível de vergonha girava em torno de zero. Eu tinha prometido mimá-

las todos os dias da minha vida e estava começando a estraga-las por isso.
Engoli profundamente e agarrei a mão de Sege para puxá-la para perto. —

Espero que esse glitter seja comestível, porque vou beijar cada centímetro de

você.

— Sua sorte chegou, Sr. Hamilton. A minha também, espero. — Ela puxou

algo do bolso de trás que parecia suspeitamente com um pedaço longo e sedoso

de tecido fino e levemente acolchoado. — Já que essa coisa da lua de bebê é sobre

um último grito de pré bebê, pensei que talvez você pudesse me dar uma das

minhas fantasias favoritas.

Pressionei meu rosto contra o tecido acetinado entre seus seios e inalei seu

perfume de verão e água do oceano. A rica loção de manteiga de cacau que ela

usava agora para manter a pele flexível em camadas sobre os outros aromas, me

lembrando da praia. — Se se trata de conversa suja, estou fora.

Ela riu e passou a mão pelo meu cabelo. — A bebê não está te ouvindo. Eu

juro.

— Você tem prova do que ela pode ouvir? Você pode garantir que ela não

vai acabar em terapia em dez anos por causa da imundície que eu disse a você

enquanto ela estava no útero?

— Sim, pense sobre o que você acabou de dizer. Enquanto estava no

útero. Está tudo bem para ela se fizermos sexo, mas ouvir palavras sujas do

sexo? Deus me livre.

— Totalmente diferente. Ela provavelmente não está ciente do que está

acontecendo lá.
— No entanto, ela sabe a que você está se referindo quando fala sobre

minha boceta?

Eu arqueei uma sobrancelha. — Você nem mesmo fica vermelha quando diz

isso.

Ela deu de ombros. — Uma vez que você teve médicos e enfermeiras em sua

vagina como se fosse uma atração de parque de diversões, a palavra boceta não

te desafia. Além disso, se eu posso dizer, por que você não pode?

— Dizer isso de forma coloquial não é a mesma coisa. Pronunciar no meio

do impulso parece...

— Quente? Despertador? Agradável para a senhora grávida que

provavelmente não estará montando neste pedaço de pau em particular por

muito mais tempo sem a ajuda daquela cadeira de sexo que você se recusa a

comprar?

— Estamos reformando a casa.

Nossa casa, embora Sege não estivesse ansiosa para desistir de seu loft. Por

enquanto, estávamos mantendo-o como um possível estúdio. Assim que a

pousada estivesse totalmente operacional novamente, estávamos considerando

usá-la como peça de preparação para consultas imobiliárias, já que ela tinha

treinamento nessa área e era o desdobramento perfeito para a Hamilton

Realty. Basicamente, verifiquei esta Sege Evans - que logo se tornaria Hamilton,

eu esperava - loft decorado e alugado para reservas de sua própria propriedade,

uma preparação para uma visitação pública.


Toda a ideia da mãe ficar em casa voou pela janela. Ela ainda estava

trabalhando na lanchonete, apenas algumas horas por semana. A mulher era

teimosa e eu a amava mais a cada dia que passava.

Eu também arrancava meu cabelo regularmente, mas felizmente, nasci com

muito.

— E seu ponto é?

— Onde exatamente você espera que eu esconda uma cadeira de sexo? —

Eu perguntei pacientemente. Ela teve a ideia algumas semanas atrás, quando a

mobilidade se tornou mais um problema e, desde então, ela era como um

cachorro querendo um osso. Muitos ossos.

— Oh, eu não sei, que tal em qualquer um dos quartos que os empreiteiros

não entram? Ou no quarto da bebê. Eles definitivamente não vão lá.

Não consegui esconder meu choque. — Você esconderia uma cadeira de

sexo no quarto da sua filha?

Ela soltou uma risada. — Hamilton, você é demais. Ouvindo você falar, eu

quase pensaria que você não estava me comendo numa base regular. Mas

sabemos que não é verdade, não é? — Ela arrastou a ponta da gravata ao longo

da minha bochecha. — Você deveria me deixar te amarrar.

— Inferno de um atalho, princesa. — Além disso, não tínhamos muito

tempo para isso. Tínhamos um compromisso muito importante. — Nós temos

um itinerário, você sabe.

— Mmm-hmm, e o resto do dia não seria muito melhor com um orgasmo

para começar?
Quando ela colocava dessa forma, tinha que concordar. Especialmente

considerando o que o resto do dia continha. Eu estava antecipando este dia por

um tempo, não necessariamente o como, mas o porquê.

O amor pode ser um negócio perigoso e potencialmente embaraçoso. No

entanto, eu não trocaria por nada.

Eu definitivamente não trocaria ver minha noiva grávida rastejando ao

redor da cama para me despir, peça por peça. Ela demorou, tirando minha

gravata e enrolando-a sobre sua própria cabeça para me fazer perder a cabeça

enquanto desabotoava cada botão da minha camisa, prendendo a ponta da

língua entre os dentes. Ela a puxou e pendurou cuidadosamente na cabeceira da

cama, sabendo das minhas preferências ali. Inferno, ela conhecia todas elas, até

como lambeu meus mamilos e deu beijinhos ansiosos sobre minhas tatuagens

enquanto tirava meu cinto, calça e boxer, colocando-os sobre minha camisa.

— Quero ver você com essa camisa e gravata algum dia. — Eu disse com a

voz rouca.

— Hmm, assim? — Levou alguns instantes, mas ela tirou a blusa do pijama

e o shortinho, trocando-os pela minha camisa branca e gravata. Ela só fechou os

dois primeiros botões da camisa para que caísse sobre sua barriga, expondo-a

totalmente quando ela se movesse para a direita. Seus seios pressionaram

sedutoramente contra o tecido, as aréolas rosa escuro ligeiramente visíveis

através do tecido.

— Cristo, você é uma visão.

— Estou cheirando como você agora. — Ela ergueu o braço e cheirou as

algemas. O amor dela pela minha colônia era lendário, almíscar ou não. — Acha
que pode me passar mais do seu cheiro também? Ou isso é, — ela olhou para o

meu pau agora totalmente ingurgitado, lambendo os lábios — muito sujo?

Em vez de responder, eu a puxei para mais perto e travei minha boca em

seu mamilo através do material, lambendo o pico sensível até que ela gritou

baixinho, e se mexeu em cima de mim, sua boceta molhada deslizando

sedutoramente contra meu pau.

— Não pare.

— Nunca.

— Levante os braços. — Ela colocou a língua no canto da boca enquanto eu

continuava a ministrar a ela. — Eu não quero machucar você.

— Sim, você faz. Você já me machuca. Porra, olhe para você.

Ela riu guturalmente enquanto eu agarrava a cabeceira da cama para tornar

mais fácil para ela. — Porra, olhe para você. — Ela atirou de volta, baixando o

olhar para o meu pau super ansioso que já tentava forçar seu caminho dentro

dela. Apenas a sensação dela pingando em mim foi o suficiente para dar ao meu

pau ideias próprias.

— Uma vez me considerei um homem semi-iluminado. Mas olhando para

você assim, — eu enrolei meus dedos em punhos enquanto ela se levantava para

amarrar a gravata em volta dos meus pulsos — estou meio tentado a mantê-la

permanentemente grávida e usando minhas roupas.

— Grande conversa de um homem que está amarrado e à minha mercê. —

Ela se recostou, parecendo muito satisfeita consigo mesma. — Além disso, só

temos dois quartos extras.


Eu tive que rir, apesar da pressão crescendo na minha virilha. Não importa

o que aconteça, ela sempre me colocou no meu lugar.

Bem ao lado dela. Nunca em cima ou embaixo, ou se estivesse, não por

muito tempo. E eu poderia ter certeza de que ela trocaria comigo na primeira

oportunidade.

— Sempre pragmática, minha princesa.

— Mmm-hmm. Estamos construindo um negócio. Você terá que se

contentar com sua filha por um tempo lá, homem das cavernas. Depois que ela

sair, será controle da natalidade total para nós. — Ela mudou de posição para

trás em cima de mim, inclinando-se para frente para que os lados da minha

camisa se abrissem e colocassem seus seios perigosamente perto da minha

boca. — Embora eu esteja feliz em interpretar você me engravidando sempre que

quiser.

— Estou mais do que feliz com você e nossa filha. — Eu me inclinei mais

perto para que eu pudesse beliscar o lado de seu seio. — Mas que tal interpretar

minha esposa?

Sem o roleplay.

Ela estremeceu, ficando imóvel enquanto meus dentes e lábios acariciavam

seu seio. Eu tirei o material do meu caminho e chupei seu mamilo, puxando

suavemente enquanto ela gemia e entrelaçava os dedos no meu cabelo. — Em

breve. — Disse ela.

Ela não tinha ideia de quando.


Havíamos conversado sobre o casamento logo antes do nascimento do bebê,

e logo depois, e seis meses depois, quando Sege perdesse o peso do bebê. Acho

que ela estava perfeita agora. O salto que eu dei ao configurar isso poderia sair

pela culatra espetacularmente para mim e, se fosse esse o caso, eu aceitaria a

responsabilidade.

Mas se valesse a pena, ela seria minha esposa antes de voltarmos para casa.

Ela deslizou pelo meu corpo, deixando beijos quentes e úmidos na minha

pele. Seu gingado era mais oscilante do que deslizante devido a sua barriga, mas

eu não poderia estar mais excitado. Sua beleza só aumentou com a gravidez. Ela

brilhava, e estava cheia, madura e sexy como o inferno. Eu não estava brincando

sobre querer mantê-la grávida. Saber que ela carregava uma vida que

construímos dentro dela me excitou de uma forma primitiva que eu não entendia

completamente.

Sua boca deslizou sobre a ponta da minha ereção, caindo para envolver meu

comprimento. Ela aprendeu muito sobre como me agradar desde a última vez

que estivemos aqui. Não que ela não tivesse sido absolutamente perfeita naquela

primeira noite. Só de pensar em sua inocência erótica combinada com a sucção

molhada atualmente em volta do meu pau foi o suficiente para ter meus quadris

flexionados enquanto cavava minhas unhas curtas inutilmente em minhas

palmas. Eu queria agarrar seu cabelo e apertar levemente seus seios inchados

enquanto a alimentava com meu pau um centímetro de cada vez.

Mas ela estava no comando e eu era sua vítima voluntária.

— Dentro de você. — Eu cerrei os dentes enquanto ela brincava com meu

saco, desenhando suas unhas rosa pálido ao redor da carne sensível, me


torturando. — Eu quero encher sua boceta, não sua garganta. Não cubra seus

lindos seios. Hoje não.

Mesmo com a boca ainda esticada ao redor do meu pau, ela sorriu,

cantarolando em sua garganta de modo que eu levantei meus quadris para fora

da cama. Espertinha. Ela me enganou para falar coisas sujas, apesar de tudo.

— É isso mesmo? — Ela trabalhou sua mão para cima e para baixo em meu

eixo, usando sua saliva para suavizar seus golpes. Seus dentes roçaram

suavemente a cabeça do meu pau e eu assobiei, fechando os olhos quando ela

beijou a ponta para acalmar a picada. — Talvez se você disser com jeitinho, eu te

obedeça.

— Está brincando com fogo, princesa.

Seus lábios afundaram em torno de mim, seus olhos verdes de bruxa

encontrando os meus enquanto ela pegava meu pau. Ela apertou junto com sua

sucção e eu não pude deixar de torcer meus pulsos até que a gravata esticou

contra seu nó. Seria tão fácil me soltar e arrastá-la para onde eu a queria, mas eu

não iria estragar seu jogo.

Meu telefone vibrou na mesa de cabeceira, mas ela não parou seu

tormento. Na verdade, ela puxou com mais força enquanto eu estiquei o pescoço

e tentei ver a leitura. Porra, que horas eram? Não tínhamos muito tempo extra

antes de termos que descer. Mas eu precisava de sua boceta,

desesperadamente. Não havia como eu sobreviver casando pelo falso Elvis e com

tesão. Um homem só não poderia sofrer tantas indignidades em um dia.

— Fique em cima de mim. — Ordenei, baixo e severo. — Use essa boceta

para o que ela serve.


Foi um pouco exagerado, e eu meio que esperava que ela me desse um tapa,

não se sentasse em mim, mas seus olhos se arregalaram e ela me soltou de uma

vez. Seu polegar deslizou sobre a cabeça do meu pau antes que ela montasse em

mim, esfregando sua fenda encharcada para cima e para baixo.

Então, eu deveria ir mais longe quando se tratava de falar sujo. Mensagem

recebida.

Especialmente porque eu tinha que colocar esse show na estrada. Não

apenas para o benefício do meu pau latejante, mas porque aquele telefonema

tinha sido o toque de Seth. Ele não estava ligando para um bate-papo.

Estava chegando a hora de nos casarmos, então eu esperava que minha filha

não tivesse predileção por palavras sujas e / ou um coração caridoso quando se

tratava de perdão.

— Monte seu pau, bebê. Espalhe sua umidade sobre ele. Faça-me sentir o

quanto você quer isso.

Sege não parecia precisar do meu incentivo. Seus olhos estavam

semicerrados, seus lábios alegremente maltratados separando-se com sua

respiração rápida. Ela agarrou minha ereção e se posicionou sobre ela,

circulando-a sobre seu clitóris até que eu tivesse quase certeza de que podia

senti-la pulsando contra mim. Eu gemi, inclinando meus quadris, incitando-a a

afundar e acabar com nós dois.

— Mais. — Ela sussurrou, balançando para frente e para trás, me cobrindo

com seu cheiro e seu desejo.


— Desamarre minhas mãos e eu vou te puxar no meu pau com tanta força

que você não vai conseguir gritar.

Seus cílios tremeram e ela passou a mão livre sobre a barriga, deslizando-a

para cima para beliscar o mamilo. Meu comprimento balançou em sua mão e ela

riu, inclinando a cabeça para que um cacho loiro se curvasse sedutoramente

sobre sua bochecha.

— Talvez você devesse implorar por essa boceta primeiro.

Oh, meu Deus. Eu tinha criado um monstro. Uma pessoa quente como o

inferno com quem eu mal podia esperar para passar o resto da minha vida.

— Me dê isto. Você sabe que eu quero. Eu gostaria de poder provar você ao

mesmo tempo em que você goza em todo o meu pau. Eu posso sentir seus sucos

escorrendo pelas minhas bolas. Porra, Sege, se você não me deixar entrar nessa

boceta doce e apertada, eu vou...

Ela quebrou, levando-me para dentro e deslizando até o cabo com um

pequeno grito de vitória. Fechei meus olhos, gemendo com a decadência de suas

paredes quentes fechando em torno de mim, me perdendo na falta de consciência

de transar com ela. Foi instintivo. Nenhum pensamento necessário. Meus quadris

estalaram para cima e eu dirigi cada vez mais fundo. Não era possível obter o

suficiente. Ela tomou cada centímetro, sua boceta ondulando ao meu redor como

se ela estivesse tentando tirar o gozo do meu corpo. Ela não teria que esperar

muito.

O telefone tocou novamente e eu grunhi, tentando mudar minha cabeça

para ver meu relógio. Sim, não vai acontecer.


— Mais rápido. — Murmurei, e não era só porque não conseguia ver direito.

Se eu não atendesse a ligação de Seth, ele iria aparecer na porta.

— Oh Deus, é tão bom. Eu quero fazer isso durar.

— Não posso. Hoje não. Talvez à noite. Mais rápido, princesa, ou então vou

bater em sua bunda quando tirar essas gravatas.

— Eu gosto quando você me bate. — Suas unhas arranharam minha barriga

e minha cabeça inclinou para trás, meu corpo todo puxando com força.

Era hora de outra técnica.

— Não esconda nada de mim, princesa. Eu sinto como você está

molhada. Ouça também. Porra, ouça isso. — Os sons que seu corpo fazia toda

vez que eu bombeava nela eram quase obscenos. Tão fodidamente sujo da

melhor maneira possível. — Brinque com sua pequena boceta quente para mim,

princesa. Goze para molhar meu pau.

Ela esfregou o clitóris, sem nenhuma vergonha agora. Sua franqueza em

desfrutar de seu corpo só aumentou minha necessidade, jogando-me cada vez

mais alto enquanto eu empurrava forte e rápido. O suor pontilhava minha testa e

escorregava para o meu couro cabeludo e eu ainda não conseguia parar de foder

com ela. Ela arqueou enquanto me cavalgava como se tivesse nascido para

isso. Quando não conseguiu manter o ritmo por mais tempo sem se preparar, ela

plantou uma mão na minha barriga tensa, ainda se tocando com a outra.

— Me dê isto. Maldição, agora.

Finalmente, finalmente, ela parou de lutar, seus gritos enquanto sua boceta

apertava mais do que o suficiente para me empurrar para o meu próprio


clímax. Eu gritei, virando meu rosto em meu braço, minhas mãos em punhos

batendo contra a parede atrás da cama enquanto eu me esvaziava em sua

boceta. Não parei até que ela tivesse cada gota.

E Jesus, o telefone tocou novamente.

— Você é tão doce. Da próxima vez que meus pulsos forem amarrados, você

vai montar minha boca. Passar essa boceta molhada por toda parte.

Ela choramingou, inclinando-se para me beijar avidamente. — Tem certeza

que temos que sair da suíte? Aposto que você poderia me levar para outra

rodada...

Foi a minha vez de choramingar, ou qualquer que seja a versão masculina

desse som. Fiquei meio tentado a cancelar toda a cerimônia. Em parte porque eu

não era um falso fã de Elvis, em parte porque minha noiva era mais gostosa do

que qualquer mulher tinha o direito de ser.

— É Seth. — Chupei seu lábio inferior. — Somos necessários em outro

lugar. Mas aceito a revanche e talvez alguma surra esta noite.

— Parece uma vitória para mim em ambas as pontuações. Embora eu não

me importasse de bater em você...

— Boa sorte, princesa.

Ela deu uma risadinha. — Aw, o Sr. Grande Alfa não me quer batendo em

seu rabo.

— Sege, você está no gelo fino.


Ela balançou contra mim, me lembrando exatamente onde meu

comprimento ainda estava felizmente alojado. — Não parece fino. Parece bom e

grosso. E veja isso, ficando mais duro a cada minuto.

— Sege. — Eu rosnei.

Ela continuou quicando sobre mim, seu rosto já corando novamente. — Sua

resistência é uma coisa para se ver. Isso compensa sua natureza severa, às vezes

desagradável. Pense bem, eu poderia ter fodido você todos esses anos, em vez de

revirar os olhos por sua falta de senso de humor.

Rir era tudo que eu podia fazer, considerando as circunstâncias. Eu não

tinha senso de humor? Veja minha vida.

Eu estava prestes a me casar com um cara que fingia ser Elvis. Supondo que

Sege não me batesse assim que souber da minha surpresa.

Droga, uma dessas vezes eu acertaria esse gesto romântico. Se não fosse

isso, iria me aposentar do jogo.

E, Cristo, ela ainda estava montando meu pau. E meu pau gostou.

Gostou pra porra.

— Você não precisa de uma cadeira de sexo. E eu? Posso precisar de tração

em breve.

Ela riu quando o telefone tocou novamente. Foi como se assim que Seth

desligasse, ele começasse de novo. — É Seth? O que está acontecendo? Outra

diarreia violenta? — Então ela franziu a testa. — Aww, isso foi como esvaziar um

balão.

— Diarreia? Sério? O que você está falando?


— Hum, nada? — Ela suspirou enquanto eu a olhava impiedosamente. —

Então, lembra que eu disse que ele iria pagar pelo nosso casamento?

— Sim. — O que não aconteceu. Seth tinha tomado um voo e estava

hospedado em um quarto de hotel com sua família, e isso foi tudo. Eu paguei a

conta para todos os outros viajarem pelo país.

— Ele meio que disse a mim e a Ally para voltarmos correndo para casa no

dia do acidente porque estava com diarreia violenta.

— Ele fez o quê? No meio de uma tempestade?

— Sim. Ele sentia uma culpa enorme. Em sua defesa, você não disse a ele o

que dizer.

— Não, isso é verdade. Eu deveria dar ao meu irmão adulto um roteiro que

não envolvesse funções corporais.

Ela se inclinou para frente e roçou a boca na minha. — Eu te amo. — Ela

sussurrou, a luz em seus olhos me derrotando como sempre fazia.

No final, deitei lá e deixei que ela me usasse novamente para seu próprio

prazer. Como um futuro marido, senti que era meu dever.

Benefício lateral? Isso fez Seth perder sua mente sempre amorosa enquanto

ele ligava novamente e novamente.

Além disso, consegui outro orgasmo com o acordo. Agora eu poderia

enfrentar o falso Elvis. Uma vez que pudesse andar de novo, pelo menos.

E uma vez que conseguisse fazer Sege terminar seu banho vagaroso.
— Estaremos lá em breve. — Eu disse baixinho ao telefone assim que tive

uma pequena quantidade de minhas faculdades mentais de volta. — Sege está se

preparando.

— Você está atrasado. Elvis está ficando puto. Eu o vi arrancar a peruca há

pouco. Guy fica careca sob ele.

— Ele não é realmente Elvis, você sabe. — Com Seth, nunca se podia ter

certeza. Ele acreditou no Papai Noel até a adolescência.

— Eu sei que não. Assim como minha filha.

— Sua filha é muito mais sábia do que você.

— Sim, bem, tenho certeza que o mesmo será dito sobre a sua. Agora desça

aqui antes que nossos convidados se dispersem.

— Eles não vão se dispersar. Eles viajaram todo o país para isso.

Deus abençoe suas almas.

— Sim, mas há muitas distrações. Pôquer. Caça-níqueis em

abundância. Muito álcool. Celine Dion. Você acha que Ally e eu ainda podemos

comprar ingressos enquanto esperamos aqui?

— Não, eu ouvi que ela foi vendida para sempre. Tchau. — Desliguei

enquanto ele ainda estava gaguejando.

Fui direto para a sacola de lavagem a seco que tinha entregue na última vez

que saímos e abri o zíper, certificando-me de que o vestido rosa claro que pedi

para Sege estava dentro e não alguma roupa adequada a uma show girl.

O que me lembrou de quando Sege se vestiu de Lola, a show girl da música

de Manilow para o Halloween, e zombei dela sem piedade.


Ah, as memórias. Eu me perguntei se ela ainda tinha aquela

fantasia. Aposto que poderíamos encontrar alguns usos criativos que não

envolvessem doces ou travessuras.

Dei a ela mais cinco minutos para tomar banho. Então bati na porta e

entrei. Ela estava parada na frente do espelho, enxugando a barriga com a toalha.

Sem pensar, caí de joelhos na frente dela e dei um beijo em sua barriga,

fechando os olhos enquanto o bebê chutava contra minha bochecha.

Meu coração disparou também, um golpe duro e forte.

— Ela conhece o toque de seu pai. — Sege murmurou, acariciando meu

cabelo. Me acalmando sem palavras.

Nós não precisávamos delas.

Beijei sua barriga novamente no mesmo lugar e procurei a mão de Sege,

trazendo-a contra minha outra bochecha.

— Toda a nossa vida começou nesta suíte de hotel.

— Nah. — Ela disse depois de um momento, ainda passando os dedos pelo

meu cabelo. — Começamos muito antes aqui. Este foi apenas o clímax, por assim

dizer.

Eu não ri. — Quero casar com você. Hoje. Não por uma questão de

decoro. Não para o bem de ninguém, mas para o nosso. — Eu inclinei minha

cabeça para trás e encontrei seus olhos chocados. — Cada momento que você não

é minha esposa parece errado. Como se um pedaço de mim estivesse faltando.

— Mas... — Então ela parou e balançou a cabeça. — OK. sim. Vamos. Onde

podemos fazer isso?


Levantei-me e dei-lhe um beijo rápido e forte, segurando sua mão com

firmeza na minha. — Deixe tudo comigo.

-*-*-*-*-*-*-*-

Eu estava vestida como a princesa que Oliver sempre me chamava.

Ele comprou o vestido que marquei em uma revista, em um rosa claro que

fazia minha pele e meus olhos parecerem vibrantes - um pequeno feito no final

da minha gravidez. O decote em forma de coração fez maravilhas em mim, a

cintura império drapeada perfeitamente sobre a minha barriga, e o material

macio balançava em volta dos meus tornozelos enquanto eu caminhava. Ele até

selecionou sapatos de salto alto de prata cintilante para combinar com ele. Saltos

agulha teriam sido melhores, mas nenhum de nós queria correr o risco de eu

cair. Graça não era meu nome do meio.

Era Susie da minha tia-avó, mas quem estava controlando?

Eu não podia acreditar em todos os problemas que ele teve. Claro, uma

parte de mim estava tipo, ei, você só vai ter um casamento, não deveria ter mais

pompa? E hum, oi, ele não fez merdas como essa antes?

Não e não. Ele escolheu o vestido que eu amei e fez meu sonho acontecer

para mim. Ele admitiu que estava mais do que preocupado que eu o deixasse na

frente de todos os nossos amigos e familiares, mas ele fez isso porque queria se

casar comigo agora.

Na frente de nossos amigos e familiares.


Pelo Elvis. O cara que ele não suportava.

Sim, não tive queixas. Assim que conseguisse andar sem mancar, ele estava

sendo pregado novamente. O que era inteiramente para seu benefício.

Ah, inferno, eu não poderia mentir no dia do meu casamento.

Olá, meu nome é Sege e adoro sexo. Notícias às onze.

— Tem certeza de que estou bem? — Puxei a lateral do vestido enquanto

caminhávamos em direção à capela de Elvis de mãos dadas. Muito diferente da

última vez que a visitamos.

Ele beijou meus dedos. — Você está magnífica.

— Não estou procurando elogios. Eu me sinto muito grande. Não de um

jeito ruim, porque a menina precisa de espaço. Mas você sabe, quando todos

estão olhando para mim...

Ele nos parou a poucos metros da entrada do Hunk O 'Burning Love. —

Cada homem que vir você vai desejar que você seja dele. Toda mulher vai invejar

sua beleza.

Minha garganta ficou apertada e quente. — É como se você estivesse

tentando me casar com você ou algo assim.

Ele riu e encostou sua testa na minha. — Digamos que estou ansioso pela

lua de mel.

De repente, percebi como isso deve ser estranho para ele. Ele realmente

odiava coisas assim. Qualquer coisa embaraçosa ou vistosa.

Então, novamente, eu tinha uma tendência a ser ambas as coisas, muitas

vezes inadvertidamente. E ele ainda me amava. Eu não duvidei mais disso. Cada
vez que ele me tocava, era óbvio. Assim como estava claro que ele adorava nossa

garotinha.

Eu tive muita sorte.

— Podemos fazer isso de novo em casa. Ter uma cerimônia agradável e

regular, muito normal. Em uma igreja, caso você queira. Supondo que eles não

me expulsem com enxofre porque estou grávida.

Ele riu e agarrou minha mão com muito mais força. — Você está brincando

comigo? Vou pular aquele circo. Este me cai muito bem.

— Tem certeza? Não quero que seu casamento seja um pesadelo para

você. Já que você nunca vai se divorciar de mim ou provavelmente irei matá-lo.

— Ele riu, mas eu não. — Não estou brincando, Hamilton. Você estará morto

como uma vela. Ally vai me ajudar a enterrar seu corpo. Já discutimos isso.

— É um pensamento alegre. Lembre-me de reduzir seu presente de Natal

este ano. — Ele sorriu. — Não vamos nos divorciar. Nunca. OK?

— Você promete?

Sim, eu precisava de uma garantia extra. Eu também culpei a gravidez. Seria

uma merda quando eu não pudesse mais usar a gestação de um humano como

desculpa.

Talvez a ideia de Oliver de me manter grávida tivesse um lado bom. Se

alguém esquecer o inchaço, a fadiga, os enjoos matinais, o ganho de peso e as

hemorroidas.

Sim, não vou lá. Já havia falado o suficiente sobre o banheiro por um dia.
— Juro. Agora vamos. — Oliver me deu um beijo rápido e puxou minha

mão. — O falso Elvis está esperando.

Respirando fundo, eu balancei a cabeça. E juntos, caminhamos para o caos.

Em questão de momentos, eu tinha sido abraçada e ooh e aah ao longo de

meus pais, Seth e Ally, o pai de Oliver, Jean da lanchonete, Dare, Moose, Kelsey,

e até mesmo Rob do avião, que parecia nada surpreso que Oliver me engravidou

no mesmo fim de semana em que nos conheceu. Provavelmente porque rastejei

por cima de Oliver no avião de medo.

E sentiu o cheiro da luxúria. E apenas a luxúria geral, embora isso tivesse

levado pelo menos algumas horas.

Ei, uma garota tinha seus padrões.

Laurie estava correndo, e o bebê Alexander dormia alegremente, amarrado

ao peito de Ally. O único que parecia chateado era o falso Elvis, que não gostou

de todos os atrasos, já que eles tinham uma lista cheia de casamentos na pauta.

Por outro lado, a recepcionista de cabelos azuis parecia positivamente

radiante. Ela deu uma olhada na minha barriga e uma olhada em Oliver e

observou que “o Rei não julga”.

Graças a Deus por isso.

Então chegou a hora dos últimos preparativos. Ally me ofereceu um par de

brincos de pérola como algo emprestado, o pai de Oliver me deu a mais linda

pulseira de ouro rosa como algo novo, minha mãe me ofereceu o lenço do meu

pai para enfiar no sutiã como se fosse algo velho - porque vamos, assim eu vou

chorar e Kelsey veio com algo azul.


— Eu encontrei a coisa perfeita! — Ela exclamou, sacando um cinto-faixa

azul royal que proclamava “feito em Las Vegas”, que ela enrolou em volta da

minha barriga do tamanho de uma bola de basquete.

Todos riram disso, até Oliver.

— Olhe para a senhora louca, passando na embreagem. — Dare disse com

um sorriso malicioso.

Kelsey ficou alguns tons de rosa. — Ofereça a um cara nozes uma vez e ele

nunca deixa você esquecer. — Ela sussurrou enquanto ajustava minha faixa.

— Provavelmente porque ele quer que você brinque com as nozes dele.

— Você acha? Ele é super gostoso.

— Ele é. E solteiro.

Oliver pigarreou. — Vou fingir que não ouvi você dizer que outro homem

era super gostoso logo antes de você se casar comigo, princesa.

Seth ajustou sua gravata borboleta. — Está tudo bem, Sege. Todo mundo

sabe que sou o gêmeo mais bonito. A verdade vos libertará.

— Cale a boca e fique em posição. — Oliver disse a Seth. — A cerimônia

está prestes a começar.

— Ah, a grosseria de um marido nervoso. Um Oliver perturbado é o tipo de

Oliver mais divertido. — Seth estava positivamente exultante. — Este pode ser o

melhor dia de todos.

Ally deu uma cotovelada nele. — Hum, com licença?


— Depois do nosso casamento e do nascimento dos nossos bebês, é claro,

Ally Cat.

— Uh-huh.

Oliver passou a mão pelo meu cabelo, acalmando meus nervos como

sempre fazia com aquele único gesto. — Vejo você em, oh, dois minutos. Amo

você.

Inclinei-me para um beijo rápido. — Amo você mais. Além disso, você é

totalmente o gêmeo mais gostoso.

— Nunca houve qualquer dúvida. — Ele me deu um empurrão leve pelo

corredor acarpetado vermelho até onde eu deveria esperar com meus pais o

início da marcha nupcial.

Não convencional? Sim, éramos nós. E eu não poderia estar mais feliz.

Engoli em seco e me atrapalhei com as mãos de minha mãe e meu pai

enquanto as notas reveladoras de “The Wonder of You” tocavam ao fundo, nossa

canção de casamento solicitada.

— É isso. — Eu murmurei para ninguém em particular.

Minha mãe enxugou uma lágrima. — Você está pronta, docinho?

Lágrimas, quem eu? Nah, este era o dia mais maravilhoso da minha vida.

— Tenho certeza que estou. — Eu sorri para Oliver esperando por mim do

outro lado do corredor. — Que comecem as travessuras.


Fim

Agora... vire a página para uma prévia


especial de...

Quem é o papai?
Enfrentei o caos à minha frente e coloquei minhas mãos nos quadris.

O que eu fiz?

Oh, certo. Eu havia declarado ao universo que merecia o novo lar perfeito. E

de alguma forma eu consegui um.

Bem, eu consegui isso.

Eu dirigi pela Main Street em Crescent Cove com Oblivion tocando no rádio

via satélite e meu cabelo voando com a brisa, determinação escorrendo de meus

poros. Todos os prédios com uma placa de “aluga-se" estavam fora da minha

faixa de preço. Eu não tinha ninguém para dividir o aluguel, e muitos dos

lugares tinham vista para Crescent Lake, o que aumentava os preços.

Além disso, ainda estava pagando o aluguel do mês passado do meu outro

apartamento. Porque, com certeza, uma professora de jardim de infância poderia

pagar o aluguel de dois imóveis ao mesmo tempo. Isso era totalmente viável.

Eu poderia ter pedido ajuda aos meus pais. Um empréstimo de curto

prazo. Dinheiro para uma lobotomia. O que fosse. Mas eu não ia fazer isso,

porque preferia ficar um pouco tensa a me apoiar nos meus pais já generosos.

Minha irmã mais nova, Rylee, era quem precisava de empréstimos, apoio

emocional e todo aquele jazz. Eu era a filha mais velha responsável que tentava

esconder seus momentos de irresponsabilidade e não tinha tempo para começar.

Socialmente estranha pode ser o título da minha música-tema. Mas a

realidade do meu mundo não era tão maluca.


Para você que chegou até aqui, o nosso muiiiito obrigado.
Esperamos que tenha gostado pois foi feito especialmente para você!

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