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PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
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PERIGOSAS ACHERON
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Copyright © 2018. Mister Tonight. Kendall Ryan.

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Sinopse

Da autora da lista de best-sellers do New York


Times, Kendall Ryan, vem um romance
independente sobre um pai solteiro e a nova
vizinha, por quem ele se apaixona.

Ontem à noite foi a noite mais embaraçosa


da minha vida.
Eu era aquela garota.
Você sabe, a garota totalmente bêbada que
comemora seu trigésimo aniversário com suas duas
melhores amigas – que são bem-casadas. E quanto
mais eu bebia, mais queria fazer algo imprudente
para comemorar.
E com “imprudente”, me refiro ao homem
sexy e sedutor vestindo terno, em pé e perto do bar.
Imagine o tipo dele – alto, moreno e bonito. Eu
tinha certeza de que ele era areia demais para o
meu caminhãozinho, mas eu tinha bebido o
suficiente para que esse fato parecesse não ter
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importância. Eu não sou gorda, fique sabendo, mas


fica claro que gosto de batata frita, então…
Ele me levou para casa e a nossa transa
estava sendo a melhor de toda a minha vida. Bem,
até sermos interrompidos inesperadamente.
Não há nada como ser interrompida no meio
do caminho por uma vozinha perguntando: "O que
você está fazendo com meu pai?"
Preferia estar morta... eu pensei.
Venha ver como o homem em quem montei
como quem monta um touro no rodeio se tornou
meu senhorio.

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Sumário
Sinopse
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16

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Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Epílogo
Epílogo Bônus
Agradecimentos
Sobre a Autora

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Kate
— Eu preciso transar hoje.
Jessie riu enquanto Rebecca entregava uma
rodada de doses de tequila. Eu virei a dose, fiz uma
careta e pus a língua para fora, tentando não tossir.
— É muito ruim — eu disse com um
gemido e com a bebida queimando na minha
garganta.
— Toma. Jessie enfiou uma fatia de limão
na minha boca.
Depois da nossa segunda (ou foi a terceira?)
rodada de doses de tequila, eu praticamente já tinha
confirmado continuar tão ruim com bebidas quanto
era na época da faculdade.
E sim, eu sabia que provavelmente já era
velha demais para beber doses de tequila, mas
estava determinada a recuperar parte da juventude
com minhas duas melhores amigas antes de,
oficialmente, completar trinta anos à meia-noite.
— Feliz aniversário, Kate — disse Rebecca,
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entregando-me uma Corona dessa vez.


— Aos trinta anos. — Jessie sorriu
enquanto brindávamos com as garrafas.
— Trinta e sem teto — acrescentei,
tomando um gole grande. Jessie sacudiu a cabeça.
— Você não é sem-teto. Você só... Não tem
onde morar.
Rebecca e eu rimos, acostumadas ao
constante otimismo dela. Minha colega de quarto
tinha acabado de ficar noiva, e algumas semanas
atrás, ela quis conversar comigo para dizer que eu
estava sendo despejada. Senti um nó na garganta
quando pensei em nossa conversa. Aparentemente,
ela e seu novo noivo não me queriam segurando
vela o tempo todo. O que era compreensível, mas
não me deixou menos chateada ter que sair do
apartamento, que ficava no fim da mesma rua onde
havia meu café favorito e minha loja de frozen
yogurt. É como dizem... O importante é estar em
um lugar bem-localizado.
— Como está a busca? — perguntou
Rebecca, enfiando uma fatia de limão na sua
cerveja.

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— Fiz um depósito caução em um


apartamento esta semana — eu disse, tomando um
gole. — Só preciso dar uma olhada nele amanhã
pra ter certeza de que o proprietário não é um
psicopata.
Encontrei o apartamento por meio de um
anúncio online. Parecia promissor, espaçoso, com
boa iluminação e um recanto agradável onde eu
poderia montar um escritório. Escrevo uma coluna
semanal de fofocas de sucesso e por trabalhar em
casa, um lugar confortável para escrever era uma
parte importante da minha residência.
— Já chega de papo de adulto. — Jessie
passou o braço por meus ombros. — Estamos aqui
para celebrar.
— Mais uma cerveja e eu vou estar
oficialmente bêbada — disse Rebecca, examinando
o bar. — Isso significa que deveríamos encontrar
um cara agora, antes que o álcool faça efeito.
Rebecca, Jessie e eu tínhamos sido colegas
de quarto na faculdade. Jessie era uma monogâmica
em série que se casara quando tínhamos vinte e
quatro anos, e Rebecca havia se casado com seu
namorado de longa data no ano passado. Desde o
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casamento, eles vinham tentando me juntar com


todos os caras disponíveis em um raio de oitenta
quilômetros.
Eu não me importava com detalhes, desde
que o cara não esperasse ter algo sério. Eu gostava
da minha vida do jeito que era e vivia segundo meu
lema: em time que está ganhando não se mexe.
Além disso, depois de ver minha irmã enfrentar um
divórcio bem pesado com o homem que parecia ser
o amor de sua vida, eu não estava com muita pressa
de me casar.
Eu olhei ao redor, no bar. Havia muitos
caras, mas ninguém que me despertasse
interesse. Eu precisava encontrar alguém que
estivesse procurando a mesma coisa que
eu. Diversão, sexo casual. Sem compromisso.
Estava prestes a desistir quando o vi. Perdi
o fôlego e meu coração pulou de alegria. Ele estava
encostado no bar, bebericando uma cerveja
casualmente. Parecia ter quase quarenta anos, e
acredite, era o pacote completo. Alto com cabelo
curto e escuro e um sorriso matador. Vestia um
terno perfeitamente alinhado, como se tivesse
acabado de sair do escritório.
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Eu babava por caras de terno bonito, e a


julgar pelo caimento da peça, eu tinha a sensação
de que ele ficaria ainda melhor sem terno.
Ele riu, revelando um maxilar perfeito e
maçãs do rosto como as de um modelo de capa de
revista. Engoli em seco, sentindo um leve arrepio
percorrer minha espinha enquanto o imaginava me
abraçando com aqueles bíceps fortes.
Era o homem mais gostoso que eu já tinha
visto, e parecia que ele se encaixaria melhor na
capa de uma revista do que bebendo uma Heineken
em um bar chamado Bucky’s. Mordi o lábio, sem
conseguir parar de me imaginar em cima dele e
comemorando meu aniversário sentada em seu...
— Kate, olá.
Rebecca passou a mão na frente de meu
rosto. Eu estava praticamente babando por causa do
Sr. Perfeito, esquecendo totalmente que minhas
amigas estavam ali.
— Desculpe — Eu ri, meneando a cabeça
na direção dele. — Acho que encontrei meu Cara
pra hoje. Mas não olhem ao mesmo t...
Antes que eu pudesse terminar a frase,
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Jessie e Rebecca estavam esticando o pescoço para


dar uma olhada nele. Mentalmente bati a palma da
minha mão na minha testa esperando que ele não
tivesse notado as duas olhando fixamente.
— Nossa! Ele é gato — sussurrou Rebecca,
virando-se.
— Ele tem algo diferente.
Ela estava certa. Ele tinha uma vibração, um
apelo sexual que praticamente pulsava no ar entre
nós.
— Se esse algo é uma grande protuberância
dentro da calça, então, sim. — Jessie
acrescentou. Rebecca assentiu.
— Bem, ele é muito alto. Estou pensando
que as coisas podem ser proporcionais.
— Acho que ele acabou de sorrir para nós
— disse Jessie, sorrindo.
Eu dei uma rápida olhada. Ele estava
olhando em nossa direção, com certeza. Merda.
— Ele está fora do meu alcance?
— Você é linda — disse Rebecca,
sinceramente. — Ele teria sorte de namorar você.
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Eu balancei a cabeça.
— Não namorar. Só sexo para comemorar o
aniversário. Estou procurando um cara pra hoje,
não um cara pra sempre.
— Mas sério, olhe para ele. Porra. Eu faria
tanto coisa se não fosse casada... — Jessie mordeu
o lábio.
— Exatamente. Ele não merece nota dez.
Merece nota onze. E eu sou...
Eu olhei para a minha roupa, um vestido de
festa preto que mal escondia minhas curvas.
Eu não era gorda. Era gostosona.
Curvilínea. Grande. Robusta, se preferir. Mas sim,
dava pra notar que eu gostava de batatas fritas. E
que comia as batatas fritas com molho.
Rebecca me empurrou discretamente pelas
costas, me tirando da minha introspecção.
— Você é uma linda.
— Vá lá e diga oi — disse Jessie, pegando
minha cerveja vazia e me dando um
empurrãozinho.
Normalmente, eu era tímida demais para me
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aproximar de um cara bonito e de cair o queixo


como aquele, mas a última dose de tequila que
bebemos aparentemente tinha afastado meu bom
senso e soltado minha língua. Era meu aniversário,
e no mínimo teria que rolar uma pegação. Eu não
tinha depilado as pernas e me enfiado em um
vestido bem apertado para nada.
Fiz a mim mesma um breve discurso de
motivação e estava pronta para me aproximar
quando percebi que ele não estava mais
lá. Porra. Perdi minha chance? Fiquei
decepcionada.
— Com licença — disse alguém com uma
voz grave atrás de mim. Eu me virei e me senti
corar. Ele estava ali, com mais de um metro e
oitenta de altura, e sorria. Para mim. — Eu sou o
Hunter — disse ele, estendendo a mão. — Achei
que melhor do que ficar trocando olhares em meio
a um monte de pessoas, eu deveria me apresentar.
Ele era sexy, engraçado e direto? Fiquei
totalmente encantada.
Coloquei minha mão na dele.
— Eu sou a Kate.

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Sem timidez, olhei diretamente nos olhos


castanhos intensos dele, sentindo um arrepio pelo
corpo com o toque dele. Ele tinha mãos grandes e
fortes, e um aperto firme. Eu estava tendo
dificuldade para parar de pensar no que aquelas
mãos grandes poderiam fazer quando percebi que
ele estava falando comigo.
— Posso te pagar uma bebida?
— Claro. — Sorri sedutoramente, quase não
acreditando que as coisas estivessem indo tão
bem. Eu provavelmente tinha muito carma bom
acumulado pra conseguir esse cara. Antes de se
virar para pedir as bebidas, ele correu os olhos por
minhas curvas, observando meu vestido preto curto
que deixava muito pouco para a imaginação. Eles
desligaram o ar-condicionado? Uma onda de
calor desceu das minhas bochechas até o peito e foi
parar entre minhas pernas.
— O que você vai beber? — perguntou
ele. Seus lábios carnudos e sorriso de astro de
cinema faziam com que tudo o que ele dissesse
parecesse safadeza.
— Pode ser qualquer coisa — eu disse,
tentando manter a calma. — Só não tequila.
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— Eu vi você estava tomando uma dose


mais cedo. Acho que nunca vi alguém fazer uma
careta tão feia quanto a sua. — Ele riu, e eu levei a
mão ao quadril, fingindo estar ofendida.
— Você é sempre tão gentil assim com as
mulheres que conhece nos bares?
— Acho que é por isso que ainda estou
solteiro. — Ele sorriu, fazendo um sinal para o
barman.
Eu ri, imaginando como era possível que
aquele cara fosse solteiro. Depois de um minuto,
ele se virou com dois martinis.
— Então, qual é a ocasião? — Ele ergueu o
copo, fazendo um brinde.
— É meu aniversário de trinta anos — eu
disse, encostando meu copo no dele e tomando um
gole.
— Feliz Aniversário. Então, como é a
sensação de fazer trinta anos?
— Vou te contar à meia-noite. — Eu sorri,
olhando para ele de cima a baixo. — Mas tenho a
sensação de que vai ser demais.

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Jesus, Kate! É por isso que eu não devo


beber tequila. Perdi todas as minhas inibições.
Fiquei com receio de ter sido muito direta,
mas Hunter não pareceu se importar. Ele me
observava atentamente com um olhar sexy e
profundo, às vezes olhando para meus lábios
enquanto falava comigo. O que ele havia acabado
de me perguntar? Ah sim, se eu tinha algum
passatempo interessante.
Respirei fundo e sorri.
— Sim, na verdade, eu amo cozinhar.
— Que coincidência. Eu amo comer.
Rindo, eu sacudi a cabeça.
— Você sabe que suas cantadas são
péssimas, não é?
Ele sorriu para mim, um incrível sorriso de
dentes muito brancos indicando que ele estava se
divertindo comigo e nem um pouco incomodado
por eu estar zombando dele.
— Estou feliz por termos nos encontrado
hoje, apesar de você precisar exercitar seu charme
— acrescentei.

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— E você está se oferecendo para ajudar?


— Ele riu, estreitando os olhos.
Eu contraí os lábios, olhando para ele.
— Depende. O que ganho com isso?
— A satisfação de saber que eu não estarei
por aí, soltando cantadas horrorosas em alguma
garota desavisada?
Dei de ombros.
— Justo.
Ele tomou outro gole de sua bebida, me
observando por cima da borda do copo.
— Por onde começamos?
Eu bati meu dedo na lateral do copo,
avaliando-o friamente.
— Você vai ter um trabalhão.
Ele sorriu.
— Já percebi.
Depois de colocar meu copo no bar, eu me
virei para encará-lo completamente. Foi como dar
de cara com um modelo de capa de revista. Engoli
em seco.
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— Vamos começar com... — Meu olhar se


fixou maliciosamente no dele. — Em que você está
pensando agora?
Hunter não respondeu na hora. Seu olhar
desceu novamente, passando por meu decote e
depois subindo para meus lábios, retornando
lentamente aos meus olhos.
— Quero saber como uma mulher como
você pode estar solteira aos trinta anos. E quero
saber se seu gosto é tão bom quanto sua aparência.
Senti o rosto esquentar. Está bem,
então. Talvez ele fosse bom de charme.
— Só isso? — Perguntei, um pouco sem
fôlego.
— Eu quero ouvir os barulhos que você faz
na cama. E outras coisas bem inapropriadas sobre
as quais não devemos falar na primeira vez em que
vemos alguém.
— Entendi — foi tudo o que eu consegui
responder. Hunter se inclinou um pouco mais na
minha direção, nossos joelhos se tocaram sob o
balcão.
— Você conseguiu perceber em que estou
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pensando, e em quais áreas eu vou precisar de mais


ajuda?
O clima entre nós era de forte
tensão. Estava mesmo quente demais ali, e eu me
sentia derreter por dentro. De um jeito bom, não do
modo “vou passar mal”.
— Percebi bem. — Tomei outro gole da
minha bebida antes de voltar a pousá-la no
balcão. Hora de falar de um assunto mais seguro.
— Então, os martínis, o terno. — Fiz um gesto para
a roupa dele, tentando manter minha mente na
conversa e longe do corpo de Hunter. — Você é um
empresário poderoso?
— Não exatamente. — Ele deu outra risada
baixa e sexy, esfregando a mão na nuca. — Sou
engenheiro civil da prefeitura. Sabe como é, cuido
dos projetos de construção e de transporte
público. Coisas bem empolgantes — acrescentou
ele com sarcasmo. Eu sorri, aliviada por ele não ser
um executivo. Já dormi com vários deles, o
suficiente para nunca mais repetir a
experiência. Secos e chatos, empolgantes como
uma batata assada.
— Não, eu acho ótimo.
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— A maioria das mulheres se desliga do


papo assim que eu digo transporte público.
— Bem, eu não sou a maioria das mulheres
— eu disse com um sorriso, olhando em seus olhos
novamente.
— Percebi isso. — Ele manteve os olhos
nos meus antes de tomar outro gole de seu
martini. Normalmente, eu era muito confiante e
relaxada, mas aquele homem... ele era sensual em
outro nível.
— Eu tenho que admitir — disse ele,
inclinando-se mais ainda — que só pedi os martínis
para impressioná-la. Eu costumo tomar cerveja.
Tentei não deixar o queixo cair. Ele estava
tentando me impressionar? Eu não esperava isso.
— Então, o que você faz? — perguntou ele,
interrompendo meus pensamentos.
— Eu escrevo uma coluna de fofocas.
Normalmente, os caras se desligam da
conversa quando digo isso, pensando ser um
trabalho banal ou um passatempo. Mas Hunter
assentiu com interesse, ouvindo cada palavra que
eu dizia. E a tensão sexual entre nós crepitava
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como um fogo baixo, só esperando para ser


reavivada.
— Isso é muito mais interessante do que o
meu trabalho. Como você entrou nisso?
Dei de ombros.
— Sempre amei escrever. Eu não me
imaginava necessariamente escrevendo sobre
celebridades, mas um amigo meu me ofereceu uma
vaga para este trabalho, e eu tinha um talento nato,
então é o que faço até hoje.
— Parece engraçado.
— Você se surpreenderia. — Coloquei meu
copo vazio no balcão. — Passo muito tempo
sentada sozinha no meu apartamento de calça de
moletom, checando histórias. Mas não me entenda
mal, eu amo o que faço.
A conversa fluiu facilmente entre nós,
ficamos ali, conversando, flertando e rindo por
mais uma hora, e eu percebi que não me divertia
tanto há muito tempo.
Seus olhos eram misteriosos e atraentes, e
era delicioso conversar com um homem tão
simpático e que realmente parecia estar interessado
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no que eu tinha a dizer e não no que eu poderia


fazer por ele. Eu nem precisava de uma conexão
tão boa, pois estava só querendo me divertir, não
um parceiro para a vida.
Mas, ainda assim, foi legal. Ele terminou de
tomar seu martini.
— Vamos pedir outra rodada?
Antes que eu pudesse responder, alguém
trombou em minhas costas, e eu apoiei uma mão no
peito de Hunter para me equilibrar. Por baixo da
camisa, ele era firme e musculoso; era óbvio que
ele não estava pegando leve na academia.
Engoli em seco, tentada a agarrar a camisa
dele e puxá-lo para mim. Em vez disso, eu me
afastei, pensando que deveria me recompor. Eu
normalmente não me envolvia facilmente com um
cara, mas havia algo nele que fazia meu coração
palpitar como se eu fosse adolescente. Eu não
queria outra bebida... Queria Hunter. Além disso,
temia que mais uma rodada com ele me levaria de
divertidamente alegrinha a vergonhosamente
bêbada.
— O que acha de sairmos daqui? — Eu

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disse maliciosamente.
Ele pareceu pego de surpresa por um
segundo, mas rapidamente se recompôs.
— Nós também poderíamos fazer isso.
Nervosa e animada, disse a Hunter que o
encontraria na saída do bar e fui falar com Jessie e
Rebecca. Elas estavam encolhidas em um canto do
bar e obviamente observavam a coisa toda.
— Ele parece estar super na sua! — disse
Jessie com entusiasmo enquanto eu caminhava até
elas.
— Nós vamos para a casa dele —
sorri. Pelo menos, esperava que estivéssemos indo,
porque eu estava meio sem lar no momento. E tinha
certeza de que ficar no sofá de sua quase ex-colega
de quarto não era legal.
— Vai com tudo, garota. — Rebecca deu
um tapinha na minha bunda. Eu as puxei para um
rápido abraço em grupo.
— Amo vocês, meninas!
— Conte tudo pra gente amanhã — disse
Jessie, fazendo um gesto para que eu fosse em

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direção à porta.
Hunter estava na rua me esperando com um
táxi. Ele abriu a porta para mim e eu entrei,
pensando que nunca tinha conhecido alguém tão
gostoso que também fosse tão gentil. Eu notei bem
a nossa proximidade quando nos sentamos na parte
de trás do táxi, com a tensão aumentando devido
aos momentos que viriam. Incapaz de me conter, eu
me encostei nele, bem aconchegada. Seu peito
firme pressionou meu ombro, e eu arfei quando ele
me abraçou. Meu corpo reagiu instantaneamente,
sentindo um calor nas partes íntimas.
Ele desceu os dedos ao longo do meu
ombro e do meu braço, um toque tão inocente, mas
ainda assim com a promessa de que muito mais
estava por vir. Delicadamente acariciei sua coxa
musculosa, deslizando o olhar pelo corpo dele
enquanto fazia isso. Se o volume em suas calças
fosse um sinal, ele era muito bem-dotado.
Engoli em seco, repentinamente zonza de
desejo. A coragem líquida que eu havia bebido
estava fazendo efeito. Se ele conseguia fazer com
que eu me sentisse daquele jeito, totalmente vestida
em um táxi, fiquei imaginando o que ele poderia
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fazer no quarto.
Foi uma viagem curta, mas quando
chegamos ao sobrado em estilo colonial de Hunter,
já não aguentava mais esperar. Ele enfiou a chave
na porta e fez uma pausa.
— É melhor eu te avisar. Tenho que pagar a
babá.
— A babá? — Minha mente, um pouco
confusa com todas as doses de tequila, não estava
entendendo direito. Isso era algum fetiche sexual
esquisito?
— Eu tenho uma filha — disse ele,
parecendo nervoso. — Tudo bem?
Normalmente, eu não gostava muito de
crianças. Mas estava bêbado e estava imaginando
Hunter nu havia duas horas, então não estava
disposta a criar caso pelo fato de ele ter filhos.
— Claro. Tudo bem pra mim — eu disse
rapidamente, e ele soltou um suspiro de alívio.
Nós entramos, e eu espiei enquanto
ele pagava a babá. Havia fotos dele com uma
pequena garota de cabelos escuros. Por um
momento, tentei imaginar a mãe. Mas eu não estava
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ali para saber de sua história de vida. Estava ali


para ganhar dar continuidade a uma tradição
chamada sexo para comemorar o aniversário.
Quando a babá olhou para mim enquanto eu
observava as fotos, eu fiz o melhor que pude para
dar a impressão de que conhecia o lugar, e que
Hunter e eu não estávamos prestes a ter uma noite
super incrível de sexo casual. Depois de falar
baixinho com Hunter por alguns minutos, ela
finalmente vai embora.
Ele tirou o blazer, e vi o peito bem-definido
e os bíceps esticados sob o tecido de sua
camisa. Caminhei em direção a ele, mais do que
pronta para começar meu aniversário de forma
épica.
Se era assim que eu comemoraria meu
trigésimo aniversário, aquele estava prestes a ser o
começo de um ano muito bom.

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Hunter
Talvez tenha sido a música. Talvez o fato de
eu mal ter jantado e ter bebido, sendo que eu nunca
bebia muito, para começo de conversa. Ou talvez
eu tivesse ficado reprimida, depois de passar seis
meses sem beber, indo a festas de chá e fazendo
tranças no cabelo da minha filha de quatro anos.
Seja qual fosse o motivo, havia apenas um
pensamento em minha mente na primeira vez em
que olhei para a Kate, no outro lado do bar.
Eu quero ela.
E assim que eu a vi dentro daquele vestido
grudado, sem nem sequer fingir que não estava me
notando? Tive muitas ideias sobre como extravasar
aquela energia reprimida. Agora estávamos ali, de
pé na minha sala de estar, cercados por fotos da
minha filha. Que era bem o oposto de um
afrodisíaco.
Quando saímos do táxi, percebi que o
assunto minha filha não tinha surgido em nossas
conversas no bar — e que estávamos prestes a dar
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de cara com a babá. Não havia nenhuma maneira


de fugir disso.
As garotas com quem eu tinha encontros
casuais não lidavam bem com a minha situação de
pai solteiro. Mas as mães solteiras, por outro lado,
adoravam! A ideia de ter um homem dedicado aos
filhos, as deixava ofegantes por dias. Mas para os
rolos casuais sem compromisso? Para essas, o fato
de eu ser pai indicava duas coisas: ou eu era um
imbecil irresponsável que não conseguia se
envolver adequadamente ou era um viciado total
em compromisso e tentava atraí-las para a minha
armadilha com minha linda filha de quatro anos
carente e que precisava de uma mãe nova. De
qualquer forma, nunca dava muito certo. Mas até o
momento, Kate estava lidando bem com toda a
situação.
Então ela atravessou a sala em minha
direção e um único pensamento invadiu minha
mente.
Porra, ela é sexy.
Todas aquelas curvas e o sorriso natural,
aliado à confiança? Eu era maluco por mulheres
confiantes que sabiam exatamente o que queriam.
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— Feliz aniversário — eu sussurrei,


pousando as mãos em sua cintura e puxando-a para
mim.
O fato de aquele ser, provavelmente, um
caso de uma noite e nada mais, não significava que
eu queria fazer tudo correndo. Muito pelo contrário,
para falar a verdade. Eu queria saborear e
aproveitar cada minuto. Começando com o beijo
perfeito.
— É quase meia-noite — ela murmurou,
com os lábios a poucos centímetros dos meus.
Levando uma mão a sua bochecha, guiei
sua boca até a minha, selando nossos lábios em um
lento e suave beijo.
Ela reagiu perfeitamente, abrindo a boca em
um convite silencioso para que a minha língua
deslizasse contra a dela. Minhas mãos encontraram
aquelas curvas cobertas pelo vestido preto
oferecido que eu estava admirando mais cedo — e
Deus! — tê-la sob meu toque era ainda melhor do
que eu poderia imaginar. Macia e quente, muito
convidativa.
Dei mais um beijo lento em seus lábios e

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me afastei para observar sua reação. Raramente


fazia esse tipo de coisa. Mas tê-la comigo era
surreal... e eu estava a excitando demais saber o
que provavelmente estava prestes a acontecer.
— Quer beber alguma coisa? — Perguntei,
deslizando a mão em sua cintura. Se ela tivesse
mudado de ideia ou quisesse ir mais devagar,
queria que ela soubesse que estava tudo bem, por
mim.
— Consigo pensar em outras coisas que
preferiria estar fazendo com minha boca —
respondeu ela, com uma voz baixa e sensual,
enquanto passava os dedos sobre meu peito.
Deus, eu amo uma mulher que sabe o que
quer.
Sem conseguir dizer nada, levei a mão à
nuca dela, guiando seu rosto ao meu para outro
beijo gostoso. Ela me abraçou e pressionou o
quadril contra o meu, alinhando-se perfeitamente
com minha ereção, que crescia depressa.
Enquanto nossas línguas se moviam com
mais urgência, lentamente eu a guiei pelo corredor
em direção às escadas. Nossa respiração estava

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pesada e laboriosa, e a cada passo mais perto de


meu quarto, meu pau ficava mais duro. Tinha
certeza de que ela podia senti-lo contra sua barriga
quando entramos em meu quarto.
Encostei Kate contra a parede, deslizando
os dedos sob a barra de seu vestido para sentir a
pele macia e quente de suas coxas. Ela gemeu
baixinho, e eu levei os dedos para a frente de sua
calcinha, meu pau latejando ao sentir o calor dela
contra minha mão. Puxando a calcinha para o lado,
eu a senti molhada e lentamente deslizei um dedo
para dentro, fazendo com que Kate jogasse a
cabeça para trás, sentindo prazer, mas bateu com
força na parede.
— Ai, porra! Você está bem? — Fiz uma
pausa, inclinando-me um pouco para verificar se
ela não estava machucada.
— Sim, estou bem. Não doeu, foi apenas o
barulho — ela respondeu, rindo.
Sorrindo, me inclinei para a frente
novamente para beijá-la.
Conforme o beijo ficava mais quente, com
sua língua pressionando a minha, ela começou a

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desabotoar minha camisa com uma facilidade


surpreendente. Logo depois, ela estava puxando as
mangas para baixo e jogando a camisa no chão.
— Impressionante — murmurei, descendo
os lábios para seu pescoço, sugando e mordiscando
sua pele. Ela tinha um gosto doce e um leve cheiro
de baunilha.
— Não é o meu primeiro rodeio. — Ela
suspirou, levando as mãos ao meu cinto.
Eu sorri. Dois podem jogar este jogo.
Subindo seu vestido até a cintura, tirei a
calcinha com uma mão e a outra retomou a tarefa
de dar prazer ao ponto úmido e macio no meio de
suas coxas. O desejo de esfregá-la e acariciá-la até
que ela estivesse se contorcendo, choramingando e
fora de controle era tão forte, que eu estava quase
tremendo.
Deus, faz muito tempo.
Quando minha mão encontrou o ponto entre
suas pernas, ela mordeu o lábio e soltou um gemido
baixo. Puxando meu cinto, seus dedos deslizaram
brevemente sobre o zíper da minha calça, antes de
puxá-lo para baixo e revelar o contorno do meu pau
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— duro como pedra — totalmente marcado pela


minha cueca boxer preta. Sua respiração ficou mais
irregular, e sabia que ela estava pronta para mais.
Parando para puxar o vestido mais para
cima, eu o tirei e joguei no chão. Kate abriu seu
sutiã, que foi jogado com o resto das roupas.
Puxando-a para mais perto, me deliciei com a
sensação de seus seios em meu peito, enquanto ela
puxava o elástico de minha cueca.
De repente, a necessidade de estar dentro
dela me dominou. Eu a guiei até a cama, tirando a
cueca nos dois passos que dei para me unir a ela.
Deitando em cima dela, eu voltei a beijar seu
pescoço, alinhando meu quadril com o dela,
enquanto ela abria as pernas para me receber. Mas
antes que pudesse deslizar meu pau latejante e
ansioso no meio de toda aquela carne molhada, ela
espalmou as mãos no meu peito, me fazendo deitar
na cama.
Eu mencionei que gosto de uma mulher que
sabe quando tomar o controle?
Eu me deitei na cama e Kate subiu em cima
de mim.

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— Tudo bem? — ela perguntou.


— Estou mais do que feliz em deixar você
aí em cima. — Minhas mãos exploraram seus seios,
acariciando-os.
— Afinal, é meu aniversário — respondeu
ela, com um sorriso safado.
— Excelente ponto. — Peguei uma
camisinha da mesa do lado da minha cama, rasguei
a embalagem com os dentes e a entreguei para ela.
— Você quer colocar em mim?
— Com prazer — ela sussurrou, fazendo
arrepios de todos os tipos percorrerem minha
espinha.
Seus dedos habilidosos fizeram um trabalho
rápido com o preservativo. Colocando uma mão em
seu quadril e outra em meu pau inchado, eu me
direcionei para dentro de sua boceta apertada,
gemendo com ela, sentindo o tão aguardado prazer.
Ela mais parecia um forno. Tão quente e tão sexy,
ali, em cima de mim.
Rapidamente encontramos nosso ritmo, meu
quadril se movimentando em um ritmo constante,
enquanto ela se balançava por cima. Foi o paraíso,
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o paraíso puro. Ela era incrível — tão apertada,


calorosa e convidativa. E os gemidos sensuais e
roucos que ela dava acabavam com minha
resistência.
Foi a melhor transa casual da minha vida.
Seus gemidos aumentaram quando encontrei aquele
lugar especial dentro dela, e repetia os movimentos
com meu pau.
Ela deixou suas mãos sobre meu abdômen e
jogou a cabeça para trás, entregando-se ao prazer.
— Assim, mulher sexy. Goze no meu pau
— eu murmurei.
Mas eu ouvi alguma coisa... e não foi outro
de seus gemidos.
Não, foi algo que me fez congelar, meus
quadris perdendo o ritmo no meio do ato.
O rangido causado por passos no corredor.
Pés descalços no piso de madeira.
E então, uma voz fininha perguntou:
— O que você está fazendo com o meu
papai?
PORRA!
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Em pé, na porta aberta, minha filha de


quadro anos — Maddie — vestindo seu pijama de
unicórnio, com seus olhos arregalados, segurava
seu ursinho de pelúcia favorito.
— Porra, ai, meu Deus, porra. Eu sinto
muito! — Kate rapidamente saiu de cima de mim,
agarrando o cobertor mais próximo para cobrir seu
corpo nu.
— Oi, docinho. O que você está fazendo de
pé? — eu disse com a voz mais calma,
desesperadamente cobrindo minha ereção que
morria depressa embaixo de um travesseiro.
Kate estava correndo pelo quarto tentando
encontrar suas roupas. De repente, a maneira
desesperada com que estávamos fazendo aquilo
pareceu incrivelmente idiota.
— Papai está bem. Volte para seu quarto e
me espere lá, está bem?
Maddie fez uma careta, mas obedeceu,
fazendo uma cara feia na direção de Kate, e então
se virou e foi para seu quarto.
Mas Kate não pareceu notar, pois
finalmente encontrou sua calcinha e estava se
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vestindo mais rápido do que eu pensei ser


humanamente possível. Ela poderia ter,
literalmente, conquistado o recorde mundial em se
vestir.
Enfiei as mãos nos cabelos, deixando
escapar um profundo suspiro. Merda, por que não
pensei em trancar a porta? Devíamos estar fazendo
mais barulho do que pensei, para acordar Maddie.
Ela costumava ter o sono pesado.
— Olha, Kate, eu estou tão...
Antes que eu pudesse terminar, ela correu
para fora do quarto e, vinte segundos depois, ouvi a
porta da frente ser aberta e fechada em seguida.
Suspirei, enterrando meu rosto nas mãos.
Perfeito, apenas perfeito para caralho. Outra
aventura casual arruinada por ser pai solteiro.
Eu estava acostumado com alguns
encontros ruins de vez em quando, como ser
interrompido pelo telefonema da babá avisando que
minha filha tinha vomitado, mas aquilo? Foi
diferente de tudo o que eu já havia experimentado.
Eu tinha sido pego em flagrante, no ato, fazendo
coisa feia — apesar de não haver nada feio em

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Kate, e eu estava chateado por não ter conseguido


ver todas as partes de todos os ângulos.
Era oficial. Minha filha de quatro anos era
uma empata-foda.
Suspirando de novo, fui ao armário e vesti
uma calça de moletom com uma camisa antes de
juntar o resto das minhas roupas e colocá-las no
cesto. No banheiro, eu lavei as mãos e me olhei no
espelho, passando os dedos pelos cabelos, para dar
um jeito de não ficar tão óbvio que eu tinha sido
pego transando com uma desconhecida... pela
minha filha.
Muito elegante.
Eu era pai. Precisava ser melhor do que
isso. Mais forte. Manter minhas prioridades sob
controle. E minha prioridade, definitivamente, era
minha filha.
Abri a porta do quarto de Maddie, e a
encontrei enrolada em sua cama, olhando para mim
com os olhos arregalados e confusos.
— Papai, o que aquela moça estava fazendo
com você? — Ela perguntou, esfregando os olhos
com as mãozinhas.
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— O papai e aquela moça estavam apenas


fazendo coisa de adulto juntos, só isso. Vou te
contar mais sobre isso quando você for mais velha,
está bem? — E não no meio da madrugada, depois
de você ter visto algo que, inevitavelmente, vai
marcar você pelo resto da vida.
Maddie franziu a testa, mas assentiu, e eu
soube que era algo que ela se lembraria de
perguntar de manhã. Nem em sonho eu tinha
pensado em ter essa conversa com ela antes dos
próximos dez anos. Então, pensei que deveria
verificar os livros sobre paternidade e descobrir o
que é normal dizer sobre sexo às crianças dessa
idade. Não queria que ela fosse uma daquelas
crianças que acreditam que as cegonhas trazem os
bebes, quando ela tivesse quinze anos. Mas uma
criança de quatro anos me parece um pouco
pequena demais para saber tudo sobre a coisa toda.
Segundos depois, Maddie rolou para o lado
e fechou os olhos. Dei um beijo em sua testa e,
depois de acomodá-la, saí do quarto para me
preparar para dormir. Depois de escovar os dentes e
jogar um pouco de água fria na cara, eu me deitei
para dormir, mas minha mente não parava quieta.

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Não conseguia acreditar que as coisas


tinham começado tão bem, mas tinha acabado tão
mal. Fazia tanto tempo desde a minha última
aventura casual, que nem sequer sabia dizer se já
tinha imaginado que algo parecido com o que havia
acontecido naquela noite pudesse acontecer.
Reformulando: definitivamente, nunca imaginei
que minha filha me flagraria fazendo sexo intenso
com alguém que eu mal conhecia.
Percebi que na única vez em que me
arrisquei, me dei mal. Havia razões pelas quais pais
solteiros não faziam coisas como aquela. Coisas
loucas assim aconteciam.
Suspirando, virei meu travesseiro, tentando
relaxar e ficar confortável. Mas sabia que não
dormiria bem aquela noite. Não conseguia parar de
recriar aquele momento várias e várias vezes, o
completo choque de estar em êxtase absoluto em
um momento e no momento seguinte... no
constrangimento absoluto.
E a pior parte era que Kate realmente
parecia legal. Mesmo que ela não fosse o amor da
minha vida, nossa química era difícil de negar e
não teria me importado em transformar nossos
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encontros casuais em algo regular.


Pelo menos, uma ideia fez com que eu me
sentisse melhor enquanto tentava dormir, sem
conseguir.
Pelo menos eu nunca mais vou ter que ver
Kate.

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Kate
— Você está brincando, certo? — Rebecca
perguntou, olhando pasma para mim, por cima do
latte dela. Acabara de contar como minha noite de
aniversário com Hunter havia ido de sonho a
pesadelo.
— Quem me dera. — Resmunguei,
massageando minhas têmporas. Além de não
conseguir esquecer a imagem da filha dele de
quatro anos, horrorizada, ainda estava enfrentando
uma baita ressaca causada pela tequila. — Eu
provavelmente assustei aquela garotinha para
sempre. É assim que é ter trinta anos? Todos os
caras têm filhos agora?
Rebecca tampou a boca com a mão, incapaz
de reprimir uma risada.
— Vamos, não é engraçado — eu disse,
mas sua risada foi contagiante, e não evitar, acabei
sorrindo também. — Certo, é um pouco engraçado,
sim. Ou será assim que minha cabeça deixar de
doer como se fosse explodir.
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— O que você fez quando ela te viu? —


Rebecca perguntou, recompondo-se.
— Bem, depois da minha desmontada nada
elegante, eu corri para fora da casa o mais rápido
que pude. — Estremeci com a lembrança, enquanto
bebia meu café. — Sério, eu provavelmente quebrei
algum recorde mundial do Guinness.
— Pelo menos vai achar um apartamento
hoje — ela disse, com um tom consolador.
Assenti, feliz por aquele dia ter um lado
positivo.
— Graças a Deus. Estou tão cansada de
procurar apartamentos.
Antes desse eu fui ver outros cinco lugares,
e todos eram um desastre. Um não tinha janelas, o
outro era basicamente do tamanho do meu armário
atual. Se o lugar de hoje não desse certo, eu entraria
oficialmente em pânico.
— Falando em apartamento, nós precisamos
ir para lá — falei, olhando em meu telefone.
Rebecca concordou em ir comigo para
conhecer o espaço e o senhorio. Eu já tinha
assistido a muitos episódios de Law & Order: SVU
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para saber que não era uma boa ideia fazer coisas
assim sozinha.
Vinte minutos depois, nos aproximávamos
do endereço que eu havia recebido no e-mail da
imobiliária.
— Que fofo. — Rebecca sorriu enquanto
atravessávamos o bairro, apontando para uma casa
em estilo artesão com um jardim amplo. — Eu amo
que todos têm um quintal.
Era mais residencial do que estava
acostumada, mas não me importei. Na verdade, isso
era bom, na minha opinião. O apartamento que eu
escolhi ficava acima da garagem, o que era
diferente, mas eu não estava sendo muito exigente
no momento. Soube que muitos jovens casais e pais
de primeira viagem estavam se mudando para
aquela região, o que tornaria o lugar agradável e
tranquilo para eu trabalhar.
Enquanto observava as casas passando, um
sentimento desconfortável tomou conta de mim. Eu
me sentia estranha, como se já tivesse vindo aqui
antes. Tudo parecia estranhamente familiar, o que
não fazia sentido, porque eu nunca tinha estado ali.

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— Conhecemos alguém que mora aqui? —


Olhei pela janela, tendo um grande momento de
déjà vu.
— Não que eu saiba. — Rebecca
respondeu, negando com a cabeça. — O GPS diz
que estamos bem perto.
Ela parou em uma curva. Quando descemos
do carro, continuei olhando, incomodada por não
conseguir me lembrar se já estivera ali antes. Nós
descemos o quarteirão e viramos a esquina, e então,
eu vi.
— Não é aquela casa ali, é? — perguntei
com um nó se formando na boca do meu estômago.
— Sim, é. — Rebecca garantiu olhando no
endereço marcado no GPS. — Por quê?
Meu peito se contraiu e tomei um susto.
Estava com dificuldade para respirar. Que sorte, a
minha. Queria sair correndo, mas minhas pernas
continuavam andando para a frente, minha mente
atordoada demais para fazer qualquer coisa que
fosse, mas segui Rebecca.
— Kate? O que há de errado? — Ela me
olhou de um jeito estranho quando paramos em
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frente a casa.
— Olha, talvez a gente deva ir... — Mas
antes que eu pudesse terminar a minha frase, a
porta da frente se abriu.
Era Hunter.
Rebecca ficou boquiaberta e meu coração
parou. Pensei que acabaria desmaiando.
Este lugar, o apartamento em que deixei um
cheque caução, pertencia a Hunter. O homem com
quem tive uma noite incrível no meu aniversário –
bem, isso até a filha dele nos flagrar — era o
senhorio, e eu estava em pânico, mas calada.
Nós três ficamos boquiabertos pelo que
pareceu uma eternidade. Rebecca olhando para
mim e para Hunter. Felizmente, ela recuperou a
compostura rapidamente.
— Oi — ela disse, estendendo a mão para
Hunter. — Eu sou Rebecca. Só estou aqui para
ajudar Kate com o apartamento.
Mesmo enquanto eles trocavam um aperto
de mãos, eu podia senti-lo me observando, mas se
recusou a olhar em meus olhos. Como aquilo podia
estar acontecendo? Estava com muita ressaca para
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saber o que fazer. A imobiliária só havia se referido


a ele como proprietário, e eu não tinha pensado em
perguntar seu nome. O carma bom que eu pensei
que tinha não existia, pelo visto.
— Sou Hunter — ele disse a Rebecca,
soltando a mão dela.
Aproveitei a oportunidade para olhá-lo. Ele
estava vestindo uma calça jeans e uma camiseta
branca. Suas feições pareciam ainda mais nítidas à
luz do sol, o contorno de seu rosto ganhando mais
destaque devido ao sorriso de derreter corações. Ele
tinha a barba por fazer, bem sexy, e seus cabelos
escuros estavam despenteados como se ele
estivesse passando as mãos por eles.
Mas foram os olhos dele que me pegaram.
Profundos e castanhos, além de incrivelmente
expressivos. Se ele tinha se incomodado com os
acontecimentos da noite anterior, disfarçou muito
bem. Na verdade, ele parecia ter acabado de sair de
uma sessão de fotos.
Tentei não pensar em como eu estava com
minha legging preta de ficar em casa e o moletom
largo. Eu ainda estava de ressaca demais para me
importar em tomar um banho, então,
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provavelmente, ainda cheirava a álcool. Graças a


Deus, eu tinha passado um pouco de rímel antes de
sair de casa.
— Então — disse ele, voltando a olhar para
mim, sua boca esboçando um leve sorriso. — Você
quer ver a casa?
Ainda sem palavras, só consegui encará-lo.
Nós íamos apenas fingir que aquilo não era uma
coincidência totalmente estranha?
A pior parte foi que, apesar de estar
totalmente aterrorizada, percebi que meu coração
estava bem feliz só por estar perto dele. Não
conseguia esquecer o que tinha ocorrido antes de
ser forçada a fugir de sua casa, com vergonha… a
parte em que estava tendo a transa mais alucinante
da minha vida.
Uma lembrança passou pela minha mente,
das mãos dele em volta da minha cintura, me
puxando contra ele, de seus dedos delicadamente
puxando meus cabelos quando ele me puxou para
beijá-lo.
Respirei fundo. Pelo amor de Deus.
Balancei a cabeça um pouco, obrigando-me a voltar

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à realidade. Ainda não tinha respondido à pergunta


de Hunter, mas felizmente Rebecca estava mais
controlada do que eu.
— Claro que queremos ver. Parece ótima.
— Ela disse, com um sorriso digno de candidata de
concurso de beleza. — Vá na frente.
Enquanto ele caminhava na nossa frente,
Rebecca me deu uma olhada e mexeu a boca, sem
emitir som, mas dizendo: Segure sua onda. Eu
sabia que estava sendo totalmente esquisita, mas
dava para me julgar? Eu estava em estado de
choque.
Ele nos levou até a garagem e destrancou
uma porta lateral.
— Esta será a sua entrada privada — disse
ele, subindo as escadas. — É totalmente separada
da casa, então não se preocupe, porque você não
vai nos incomodar.
Ele sorriu para mim e retribuí, ainda tímida.
A entrada podia ser separada, mas estaríamos
apenas a alguns metros de distância um do outro. O
que significava que nos veríamos diariamente.
Quando chegamos ao topo da escada, quase
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me esqueci do quanto não queria estar ali. O lugar


era lindo. Era pequeno, mas bem definido e
incrivelmente limpo. Havia pisos de madeira escura
e enormes janelas que enchiam o espaço de luz
natural. A cozinha totalmente equipada tinha um
pequeno recanto em frente à janela, que seria um
local perfeito para minha mesa.
— Eu mesmo reformei o espaço — disse
ele, passando a mão ao longo da bancada de granito
na cozinha.
— É mesmo? — Rebecca perguntou. —
Isso é incrível. Você trabalha com construção?
— Não. — Ele encolheu os ombros. —
Acho que apenas sou bom com as minhas mãos.
Eu podia assegurá-la disso. Hunter sabia
fazer muito mais com aquelas mãos do que instalar
pisos de madeira.
Apesar de eu querer odiá-lo e sair correndo,
meu cérebro catalogou todos os detalhes únicos do
local — os puxadores de cristal nos armários, as
prateleiras embutidas na sala de estar. Ele
realmente se dedicou para tornar a casa um lugar
único. Fui até a janela e soltei um suspiro de

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excitação quando vi um pequeno lago no quintal.


Isto não poderia ser mais perfeito. Eu queria muito
viver aqui. Porra.
— Eu vou deixar vocês olharem tudo —
disse ele, afastando-se.
Eu não conseguia olhar para ele ainda,
então murmurei algo e assenti. Como eu poderia
viver alise não podia nem olhar para o meu
senhorio, muito menos ter uma conversa com ele?
Quando ele já desceu as escadas, agarrei o
braço de Rebecca.
— Me tire daqui — implorei.
— Vamos, você sabe que essa casa é
incrível — respondeu, puxando o braço para que eu
a soltasse. — Eu gostaria de poder morar aqui.
Olha para aquele lago. É adorável. E a cozinha é
perfeita para você cozinhar. Você viu a adega
pequena que ele fez? — Ela foi até lá, fazendo sinal
para que a seguisse.
Concordei, sem me mexer.
— Eu sei. É lindo e perfeito. Mas podemos
também falar sobre como a filha dele viu meu
corpo nu pulando em cima do pai dela, também nu,
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ontem à noite?
— OK, sim — disse Rebecca, séria,
balançando a cabeça. — Tem isso, eu sei. Mas as
memórias desaparecem. E você nunca vai encontrar
outro lugar tão legal assim.
Não queria admitir, mas ela tinha razão. Se
quisesse morar aqui, eu precisava esquecer tudo o
que havia acontecido com Hunter.
— OK, vou pensar nisso — suspirei, e
então olhei em volta novamente, já planejando
como arrumaria meus móveis. — Vai ser muito
difícil deixar passar.
— Apenas fale com Hunter sobre isso —
disse Rebecca, enquanto descíamos as escadas. —
Talvez a filha dele nem lembre da noite passada.
Levantei uma sobrancelha para ela.
Duvidava seriamente que a criança se esqueceria de
algo tão traumático, especialmente depois de ver
como ela reagiu. Ela provavelmente não gostava da
ideia de uma nova mulher aparecer para tirar o pai
de perto dela. E eu entendia, mas não melhorava a
situação em nada. A última coisa de que eu
precisava era entrar em conflito com uma criança.

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Hunter estava esperando por nós quando


saímos da casa.
— Eu vou esperar no carro — disse
Rebecca, rapidamente, acenando para Hunter e
voltando pela calçada.
Assim que eu e Hunter ficamos sozinhos,
finalmente olhei nos olhos dele, sentindo meu
coração bater freneticamente no peito. Meu Deus,
ele era sexy. Havia algo em seus olhos que tornava
impossível desviar o olhar. Engoli, incapaz de
acabar com a estranha mistura de constrangimento
e desejo.
Jesus, Kate. Mentalmente me repreendi.
Controle-se.
— Então... — eu disse quebrando o silêncio
constrangedor.
— Ontem à noite foi...
— Sim — eu sorri, sem jeito.
Fizemos uma pausa, então nós dois
começamos a rir.
— Escute, ambos somos adultos — disse
ele, erguendo as mãos. — Se você gostar da casa, é

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sua. Nós podemos esquecer o que aconteceu ontem.


— Eu adorei a casa — admiti. — Você fez
um trabalho incrível com as reformas.
— Obrigado. Olha, eu preciso de um
locatário e você precisa de uma casa para alugar.
Não há razão para deixarmos as coisas estranhas —
disse ele, sorrindo.
Hesitei.
— Sua filha me odeia?
Ele passou as mãos pelo cabelo e riu, mas
percebi que foi um riso forçado. Tinha certeza de
que não foi nada engraçado para ele ter que
explicar o que tinha acontecido, quando a colocou
de volta na cama.
— Não, ela não te odeia. Só não está
acostumada a ver mulheres por aqui.
Tive dificuldades para acreditar que Hunter
tivesse problemas para levar mulheres para a cama.
Mas por não querer continuar sem teto, decidi
acreditar nele.
— Tudo bem — sorri, estendendo a mão.
— Vamos fechar negócio.

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Quando ele pegou minha mão, meu


estômago revirou. Uma corrente elétrica passou
entre nós, quase como se nossos corpos estivessem
se lembrando do que havíamos feito há doze horas.
Eu sabia que não estava apenas
concordando em me mudar porque a casa era
perfeita. Havia algo em Hunter, que tornava
impossível dizer não a ele.
Soltei sua mão e fomos para dentro para
preenchermos a papelada, e eu torci para não estar
cometendo um grande erro.

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Hunter
Alguns dias depois de Kate confirmar que
queria a casa, eu estava sentado na sala com
Maddie, lendo o jornal, enquanto ela montava o
último conjunto de Lego que eu havia comprado.
Como engenheiro civil, eu considerava importante
comprar para minha filha tantos projetos de
construção quanto bonecas.
Olhei para Maddie e não pude deixar de
sorrir ao ver o olhar firme e determinado dela. Ela
era muito boa em solucionar problemas, minha
filhinha, e eu amava desafiar sua mente com
diferentes brinquedos educativos e jogos. Ensinava
que o fato de um garoto chamá-la de bonita não
significa que ela precisa dividir seu cupcake. E
muitas outras lições importantes da vida. Mas eu
preferiria ter esperado mais vinte anos para ter com
ela a conversa que tínhamos tido na noite anterior.
— Como está indo, querida? — perguntei,
colocando o jornal no colo.
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— Bom — ela respondeu, sem olhar para


mim, colocando um Lego azul em cima do outro,
com habilidade. Olhando para a estrutura na frente
dela e a pilha de Legos a sua direita, ela
cuidadosamente pegou uma peça vermelha e
continuou o lento processo de decidir onde encaixá-
la.
Eu ri e estava prestes a retomar a leitura das
queixas sobre os pontos de ônibus da cidade,
quando ouvi um estrondo baixo e um som alto e
estridente na frente de casa.
Colocando o jornal sobre a mesa de canto,
eu me levantei e fui até a janela para ver o que
estava acontecendo.
Uma van de porte médio, estava estacionada
na frente da minha casa. E assim que foi totalmente
estacionada, de dentro dela, saiu Kate, do lado do
motorista, virando-se para ter certeza de que havia
parado corretamente.
Uma mulher que gosta de fazer as coisas
sozinha é muito amor.
Meus batimentos cardíacos aceleraram ao
vê-la, e rapidamente desviei o olhar rapidamente e

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sacudi a cabeça. Normalmente, eu não era o tipo de


homem que fica excitado só de olhar para as
mulheres na rua. Mas ao ver Kate novamente,
depois dos momentos que havíamos compartilhado
em seu aniversário... bem, digamos apenas que eu
estava tendo dificuldade para não pensar besteira.
Passando os dedos pelos cabelos, eu me
virei para chamar a atenção de Maddie.
— Parece que nossa nova vizinha chegou
com um monte de coisas. Devemos sair para
conhecê-la e ajudá-la a carregar algumas?
— Nossa nova vizinha é uma menina? —
Maddie perguntou, com a voz alta e animada.
— Sim, nossa vizinha é uma moça muito
legal. Acho que você vai gostar muito dela —
respondi, calmamente.
E imploro a Deus para que você não a
reconheça em plena luz do dia.
Maddie deixou cair os Legos que estava
segurando, e saiu correndo alegremente até o
armário para calçar os sapatos.
Enquanto eu ia até a porta e calçava meu
tênis, comecei a entrar em pânico com a
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possibilidade de Maddie reconhecer Kate, e da sua


reação. Quais eram as chances de Maddie ter
conseguido ver o rosto de Kate? Maddie não falava
sobre o ocorrido há alguns dias, e parte de mim
esperava que houvesse uma boa chance de ela ter
esquecido aquilo para sempre. Ou pelo menos até
ser mais velha e fazer terapia.
Nós saímos pela porta da frente e
encontramos Kate abrindo a porta de trás da van,
revelando pilhas e pilhas de caixas de papelão
alinhadas na frente de um amontoado de móveis. À
primeira vista, parecia muita coisa para uma
pessoa, mas como eu poderia saber? Se eu e
Maddie nos mudássemos agora, precisaríamos de
uma van com pelo menos o dobro do tamanho da
de Kate.
Quando Maddie e eu chegamos ao meio-fio,
Kate já havia começado a sua tentativa de tirar as
caixas da van, ficando na ponta dos pés para
alcançar a mais alta. Seus dedos alcançaram apenas
o fundo, e por mais que ela esticasse os braços,
ficou claro que ela simplesmente não era capaz de
alcançar a caixa.
Fiquei parado ali, observando por um
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segundo a mais do que deveria, me divertindo com


a luta dela e achando tudo uma graça, quando Kate
se virou e nos viu ali de pé, olhando para ela.
Merda. Agora pareço um idiota.
— Ei, vizinha, precisa de uma mão?
Eu me aproximei para ajudá-la, levantando
facilmente a caixa da pilha e saindo de seu
caminho. Uma onda de aborrecimento tomou conta
do rosto de Kate, embora eu só a conhecesse há
poucos dias, tinha certeza de que havia muita
determinação e independência dentro dela.
— Quanto tempo vocês iam ficar me
observando sofrer? — Ela perguntou, colocando as
mãos na cintura e inclinando a cabeça para o lado.
Eu sabia que tínhamos conversado sobre ser
adultos e esquecer aquela noite, mas caramba,
como ela era sexy, mesmo quando estava um pouco
brava.
— Bem, eu não queria questionar sua
capacidade e os tipos de contorções que poderia
fazer para alcançar a caixa. — Sorri, levantando
uma sobrancelha para ela.
Kate sorriu e passou os dedos pelos cabelos,
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e minha mente voltou à forma como ela se livrou


do vestido. Os seios saltando suavemente com o
movimento.
Jesus, Hunter. Foco.
— O que ela está fazendo aqui? Ela se
esqueceu da calcinha?
A voz de Maddie me tirou do transe,
trazendo-me de volta à realidade. Porra.
Lancei um olhar de desculpas a Kate, e me
virei para repreender Maddie.
— Não, querida, ela não esqueceu nada. É a
Kate. Ela é nossa nova vizinha. Ela vai morar no
apartamento acima da garagem.
Maddie franziu a testa, cruzando os braços,
contrariada.
— Mas ela estava machucando você, papai.
Eu percebi, ao olhar em seu rosto, que ela
estava à beira de um colapso, e eu sabia que
precisava fazer algo – e rápido. Uma criança de
quatro anos tendo um chilique no primeiro dia de
alguém no apartamento novo? Não era nada bom
para uma nova inquilina.

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— Lembre-se, nós conversamos sobre isso.


Papai e Kate estávamos trocando carinhos
especiais, coisa de adultos. Não é para crianças, por
isso Kate teve que sair.
Tentar reexplicar tudo na frente de Kate era
embaraçoso. Rapidamente olhei para ela com outro
olhar de desculpas. Felizmente, embora ela
parecesse tão horrorizada quanto eu, ela me deu um
sorriso amarelo e se virou para falar com Maddie.
— Seu papai está certo. É algo sobre o qual
você aprenderá quando for mais velha — disse
Kate, calmamente, inclinando-se e acenando com a
cabeça. Maddie fez uma careta para nós dois,
balançando a cabeça e bufando de novo.
— Mas eu quero saber agora — disse,
resmungando.
Era hora de jogar com as armas pesadas.
— Agora não é hora de falar sobre carinho
especial de adultos. Agora, precisamos de uma
garota grande para nos ajudar a levar algumas
coisas de Kate para o apartamento dela. Se você
não é uma menina grande, então acho que você
deve entrar e ficar lá dentro. — Eu disse com

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minha voz mais calma.


Maddie ficou desanimada e rapidamente se
recuperou.
— Não, eu sou uma menina grande. Posso
ajudar! — Com um olhar determinado, ela marchou
até a parte de trás da van e esticou os braços para
carregar alguma coisa.
Crise evitada. Por enquanto.
Nós três passamos a meia hora seguinte
carregando as caixas até o apartamento de Kate,
dando os objetos mais leves para Maddie, para que
ela continuasse se sentindo incluída.
Afinal, Kate não tinha muita coisa. Parecia
muita coisa empilhada nos fundos da van. Mas
quando estava tudo na sala do apartamento que eu
tinha passado os últimos dois anos reformando e
fazendo ajustes, não. Eu gostei da ideia de alguém
preencher aquele espaço vazio com vida. Havia
vasos de planta tomando sol perto da janela da
frente, utensílios de cozinha nos balcões.
Depois de tudo descarregado, coloquei
Maddie em seu quarto com um livro para seus
quarenta e cinco minutos de silêncio. Ela havia
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deixado de cochilar alguns meses atrás, mas


descobri que dar algum tempo de inatividade para
ela – especialmente depois de um dia agitado – a
impedia de ficar temperamental no fim da tarde.
Eu me sentei na beira da cama de Maddie e
alisei seu cabelo sobre a orelha.
— Eu já volto, tudo bem, Mads? Eu só
preciso dar as chaves do apartamento para a Kate.
E fazer o meu melhor para não pensar nela
nua.
— Você vai ter outro momento especial de
carinho para adultos com ela? — Maddie franziu a
testa.
Suspirei. Essa criança não perdoa nada.
— Não, querida. Nós não vamos fazer
aquilo de novo. Eu só vou falar com ela. Volto já.
Dei um beijo na testa de Maddie e deixei
seu quarto antes que ela pudesse fazer mais
perguntas sobre aquele maldito momento de
carinho para adultos. Eu tinha a sensação de que
aquela frase me assombraria até ela se formar na
faculdade.

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Tirando as chaves do apartamento de Kate


da tigela da cozinha, rapidamente verifiquei meu
reflexo no espelho do corredor antes de subir.
Talvez nunca mais nos envolvêssemos, mas eu não
podia negar minha atração por ela. Alisei meu
cabelo bagunçado, que ainda não tinha sido
penteado, e passei pela porta, pronto para
finalmente falar com a minha nova vizinha sem a
observação dos olhos de águia da minha filha.
Quando cheguei na porta da casa de Kate, a
porta estava entreaberta, por isso bati levemente
antes de empurrá-la.
— Kate? — Chamei, entrando. — Eu só
queria deixar as chaves e ver se você precisa de
alguma coisa.
— Um segundo! — Sua voz veio do quarto,
acompanhada pelo som de caixas deslizando pelo
chão de madeira.
Fechando a porta, fui até a sala de estar,
onde Kate já havia começado a montar uma estante
de livros e separar as caixas. Antes que pudesse dar
uma olhada nos livros de que ela gostava, ela
apareceu com o rosto corado e pequenas gotas de
suor na testa.
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— Obrigada por trazer as chaves. Eu teria


esquecido completamente delas por conta de todo o
caos da mudança. — Ela riu e enxugou a testa com
as costas da mão.
A combinação de seu rosto corado e a voz
levemente sem fôlego me levou de volta para
aquela noite em meu quarto. Seu corpo sexy
pressionando o meu, seus lábios em minha pele.
Senti uma pressão dentro da minha calça, então
rapidamente vaguei pela sala, com receio de que ela
pudesse notar a ereção e entender tudo errado.
Não que eu não queria que ela pensasse que
eu estava interessado. Mas a última coisa que eu
queria, era parecer um senhorio tarado atacando sua
inquilina.
— Não se preocupe — disse levemente,
caminhando até a estante de livros. — Parece que
você esteve ocupada. Estou impressionado.
Eu me virei e sorri para ela, enquanto
gesticulava para a estante recém-montada, e
poderia jurar que ela corou um pouco.
— Bem, quando moramos sozinhos, temos
que cuidar de nós mesmos — ela respondeu,

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levantando uma sobrancelha de modo brincalhão.


Ela caminhou até o outro lado oposto da
estante, e acabei tendo a impressão de que
estávamos circulando um para o outro, testando os
limites físicos de nossa dinâmica. Dei um passo em
direção a ela.
— Não duvido que você seja mais do que
capaz. Mas saiba que se precisar de qualquer coisa,
estou sempre disponível.
— Cuidado. Qualquer coisa é uma oferta
bem grande. — Ela esboçou um sorriso tímido.
— Estou falando sério. Qualquer coisa. —
Segurei seu olhar por alguns segundos a mais do
que o apropriado. Deus, o que eu não daria para
pressioná-la contra a parede agora.
Kate sorriu e riu baixinho, antes de se virar
e colocar o cabelo atrás da orelha.
Talvez eu tenha ido longe demais, mas eu
estava sendo sincero. Mesmo que nossa conexão
não fosse séria, como pensei – eu já estava me
sentindo um pouco protetor com ela. Era uma
mulher solteira, e precisava de um homem para um
trabalho, e uma parte de mim queria ser aquele
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homem.
Passando meus dedos pela estante, deixei
meu olhar vagar pelas caixas espalhadas no chão da
sala. Livros, material de cozinha, bugigangas...
Nossa!
— Nossa! — disse enquanto olhava uma
caixa muito maior em um canto da sala. — Você
tem uma enorme coleção de vinil.
Andei em direção a ela, meus olhos maiores
a cada segundo.
— Você gosta de vinil? — Ela perguntou,
abrindo um sorriso.
— Muito. Você se importa se eu der uma
olhada?
— Fique à vontade.
Quando peguei a caixa, comecei a olhar os
títulos, todos guardados em capas imaculadas. Eu já
achava Kate legal e sexy, mas isso? Isso a estava
elevando a um nível totalmente novo.
— Billie Holiday, Miles Davis, os
Beatles… você tem todos os clássicos — eu disse,
incapaz de esconder a surpresa e admiração em

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minha voz. Eu não conseguia acreditar que Kate


gostava tanto de música... ou que nosso gosto
musical fosse tão parecido.
Ela parou ao meu lado, na frente da caixa.
— Comecei a colecionar quando tinha
dezesseis anos. Depois que comecei, não consegui
parar. Fugiu um pouco do meu controle. — Ela riu,
revirando os olhos.
— Não, não, isso é incrível. Realmente
foda. — Estava tão chocado que não conseguia ser
mais articulado. — Paul Simon? Eu amo esse
álbum. — Eu me virei para ela com olhos
arregalados, balançando a cabeça, incrédulo.
— Se quiser algum deles emprestado, pode
pegar. Normalmente, eu guardo a minha obsessão
com discos para mim, mas agora que você sabe,
acho que está tudo revelado, ou fora da capa, neste
caso. Então, fique à vontade. E se você quiser vir
aqui para ouvir, estou bem perto.
— Sim, claro, isso seria ótimo. Maddie
também adora essas coisas.
Merda. Nada como mencionar sua filha
para cortar o clima.
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— Talvez uma reuniãozinha com música


ajude a fazer com que ela goste de mim — Kate
disse, abrindo um sorriso torto.
— Não, ela gosta de você. Ela só está... se
ajustando.
Que boa maneira de explicar a situação.
— Bem, eu espero que ela não tenha
traumas para o resto da vida. — Kate disse e nós
dois rimos sem jeito, e lutei para não me lembrar de
Kate nua pela décima vez.
— Ela vai ficar bem — eu disse, colocando
o disco de volta na caixa. — Isso me lembra que é
melhor eu ir. O tempo da leitura da Maddie está
acabando, e ela vai ficar chateada se eu não estiver
em casa quando ela acabar.
Isso e se eu ficasse mais tempo no
apartamento de Kate, não podia garantir que não
daria em cima dela.
— Certo, claro. Obrigada pela visita —
disse ela, caminhando até a porta.
Quando saí, me virei para acenar meio
desajeitado e dobrei a esquina da garagem, com o
coração batendo rápido. — Kate acenou de volta,
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sorrindo delicadamente e fechando a porta.


De volta a minha casa, eu tinha mais ou
menos dez minutos antes que Maddie saísse
correndo do quarto, insistindo que não precisava
mais ficar em silêncio. Usei esse tempo para
reordenar meus pensamentos.
Já sabia que estava em apuros no que dizia
respeito àquela mulher. Por mais que eu quisesse
esquecer o que tinha acontecido entre nós, toda vez
que estava perto dela, minha mente lembrava da
imagem de seu corpo nu — e de senti-la molhada e
quente. E aquela coleção de vinil? Não estava
ajudando em nada também. Ela era sexy e
interessante. E morava a poucos metros de mim.
Eu tinha que encontrar uma solução para
toda aquela energia sexual reprimida e rápido.

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Kate
O ar condicionado do apartamento decidiu
morrer no dia mais quente do ano, até agora. Pior,
eu estava lutando para ajeitar a fita que usei para
enrolar meu tapete cinza.
Tinha me mudado havia alguns dias, mas
entre escrever minha coluna e várias longas
reuniões com meu editor, eu mal tinha ficado no
apartamento – nem tinha terminado de
desempacotar tudo. Agora, depois de uma tarde
organizando os móveis e desembalando caixas
naquele calor, eu estava suando como se tivesse
acabado de correr uma maratona.
Tentei me motivar pensando que poderia
tomar um drinque quando terminasse tudo, porque
definitivamente precisava de um. Não me dou bem
com o calor – o único lugar onde gostava de calor e
suor era no quarto.
Apesar do problema com o ar condicionado,
estava animada por ver o apartamento tomando
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forma. Odiava admitir isso, mas estava começando


a curtir a vida em um bairro residencial. Havia
muito silêncio e eu estava dormindo como nunca.
Talvez estivesse ficando velha e chata, mas ver os
patinhos nadando no lago do quintal era o meu
novo passatempo favorito.
Era um ótimo apartamento, e se conseguisse
guardar tudo, estaria finalmente acomodada.
Havia apenas uma maneira de lidar com a
situação, se não quisesse derreter de calor. Tirei a
camiseta molhada e os shorts, optando por ficar
apenas de calcinha e sutiã, e joguei um pouco de
água fria no rosto.
Tirei o som portátil do fundo de uma caixa e
coloquei para tocar minha playlist “feliz”. Nunca
tinha vivido em um lugar só meu antes, mas tinha a
sensação de que seria agradável. Especialmente se
eu pudesse ficar de calcinha pela casa ouvindo
Bruno Mars sempre que tivesse vontade.
Olhei pela janela entre as persianas e notei o
carro de Hunter na garagem. Não o via desde o
nosso último encontro estranho, quando Maddie
notou que a mulher que estava montando em seu
pai era sua nova vizinha. A gente terminou a noite
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normalmente, mas ainda assim a estranha sensação


de desconforto não ia embora.
Ele e eu quase nos encontramos um outro
dia, quando eu estava entrando no carro para
encontrar meu editor, mas fingi não vê-lo. Eu disse
a mim mesma que não o estava evitando. Estava
apenas ocupada e sem tempo para conversar.
Como se tivéssemos combinado, Hunter
saiu pela porta da frente levando o lixo, e pulei para
longe da janela com o coração acelerado.
Certo, então talvez eu realmente o estivesse
evitando. Mas parecia que não era capaz de ficar
perto daquele homem sem fazer papel de boba,
então não estava com pressa de vê-lo.
Uptown Funk começou a tocar e sorri. Era a
música perfeita para me fazer esquecer todo o
drama do Hunter. Sim, eu sabia que ela tocava
demais em todos os lugares, mas eu ainda a amava
e não conseguia ficar parada quando ela tocava. Eu
podia ser uma mulher de trinta anos, mas ainda não
sabia dançar.
Estava entrando no refrão, fazendo minha
melhor encenação do videoclipe e segurando uma

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colher de pau como microfone, quando ouvi uma


voz atrás de mim. Girei e, no meio do impulso, vi
Hunter parado na porta. Nós nos encaramos por um
momento, enquanto ele observava a cena.
E não foi uma cena bonita. Eu estava de
sutiã de algodão branco e uma calcinha verde-neon,
com estampa de pinguins.
— Ai meu Deus! — gritei quando Hunter
ficou boquiaberto. Procurei minha camiseta.
— Merda. Sinto muito — disse ele,
virando-se para a parede, enquanto eu vestia uma
camiseta. — Eu não sabia... A porta estava aberta.
— Ele disse, ainda de costas enquanto eu vestia o
short.
Ah, sério? Era a segunda vez em uma
semana em que eu precisava correr para vestir
minhas roupas na frente de Hunter.
— Estava quente, então abri a porta. Acho
que a esqueci aberta — falei, aterrorizada e
tentando ignorar minhas bochechas em chamas.
Não poderia ter feito um papelão maior na frente
dele, nem se tivesse tentado.
— Desculpe — ele disse novamente, assim
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que desligou a música. — Eu estava vindo checar o


ar condicionado. Ele tende a parar em dias quentes
como hoje.
— Sim, eu noite — falei, abanando meu
rosto suado. Ainda estava me recuperando do
choque, mas consegui abrir um sorriso. — Mas
obrigada por vir verificar. Meu último senhorio
teria me deixado morrer de calor, não consertava
nada.
— Não se preocupe — Hunter sorriu. — Eu
sei que pode ficar bem quente aqui. Você se
importa se eu der uma olhada?
— Nem um pouco — e apontei para a caixa
de fusíveis na parede.
Ele desligou o ar-condicionado, apertou
alguns botões e depois se abaixou para religar o ar-
condicionado, que imediatamente funcionou.
Sorri quando o ar frio passou por mim.
— Isso foi incrível!
Fiz contato visual com Hunter e meu
estômago deu uma cambalhota.
— Eu costumo usar roupas — acrescentei,

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rapidamente, esperando que meu rosto não


estivesse tão vermelho quanto parecia. — Mas
estava quente, então você sabe como é. E começou
a tocar essa música.
Jesus, Kate, cale a boca.
Ele riu.
— Não se preocupe com isso. A culpa é
minha por ter vindo sem avisar. Eu deveria ter
ligado primeiro.
— Então... — eu disse, desesperada para
mudar de assunto. — Como está Maddie?
— Está bem — ele sorriu, e seus olhos se
iluminaram como sempre, quando ele falava sobre
ela. Apesar de não gostar muito de crianças, tinha
que admitir que aquela menininha era bem
adorável. — Ela está assistindo a um filme na
minha cama.
— Então ela te expulsou? — Levantei uma
sobrancelha.
— Mais ou menos isso. Ela é muito
persuasiva. — Ele riu.
— Nesse caso, você quer ficar e tomar uma

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cerveja? — Ele olhou pela janela. — Tudo bem se


você não puder deixar Maddie sozinha... — falei,
mas ele me interrompeu.
— Não, ela ficará bem por alguns minutos.
Uma cerveja seria ótimo, na verdade.
Fiz sinal para ele se sentar no sofá,
enquanto fui pegar duas cervejas na geladeira. Se
realmente quiséssemos ser amigos, eu precisava
passar algum tempo conhecendo Hunter como
pessoa, não só o cara sexy que eu tinha conhecido
em um bar. Mas com ele vestindo jeans e camiseta,
seria mais fácil falar do que fazer.
Entreguei uma cerveja para ele, que tomou
um gole grande.
— Dia longo no trabalho? — perguntei.
— Está tão óbvio assim?
— Você parece um pouco tenso, só isso.
— Então, ela é linda e observadora — disse
ele e meu coração deu um pulo.
Olhei para minha garrafa de cerveja, e de
repente fiquei sem palavras. Ainda assim, poderia
pensar em algumas coisas que gostaria de fazer

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com Hunter, e a maioria delas não exigia roupas.


— Então... — disse, ansiosa para colocar
minha língua em um assunto seguro. — O que há
de novo no transporte?
— Nada emocionante — ele sorriu e tomou
outro gole. — Estamos tentando cumprir um prazo
e não está indo bem. Mas sério, você não quer
ouvir sobre isso. Até eu estou entediado com o
assunto.
— Tá, então, o que há de novo na vida?
Algum rolo com alguém? — Fiz uma pausa,
percebendo o que estava dizendo, então adicionei
timidamente: — Bem, com alguém além de mim.
Depois de um momento de silêncio, nós
dois rimos e o alívio tomou conta de mim. Parecia,
finalmente, que tínhamos vencido a estranheza da
situação.
— Não muito. Você bateu recordes naquela
noite.
— Não foi meu melhor momento — eu
disse, ainda rindo.
— Pelo menos você nunca vai esquecer o
seu trigésimo aniversário — ele sorriu.
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— Graças a Deus, terei essa memória para


sempre.
Ainda sorrindo, ele passou a mão pelo
cabelo escuro. Eu o observava, tentando não me
distrair com aqueles olhos expressivos e com a
perfeição de seus lábios carnudos e dentes brancos
e retos, que apareciam quando ele sorria.
Nunca tinha me excitado com os lábios de
um cara antes, mas tinha algo em Hunter que
tornava impossível não pensar em beijá-lo. Eu tinha
consciência de que estávamos próximos o
suficiente para que eu pudesse abrir a perna e
montar nele. Tentei lutar para normalizar minha
respiração, mesmo quando imaginei suas mãos em
meu quadril, me puxando para mais perto contra
seu corpo. Não ajudou muito eu saber exatamente
como era a sensação, ainda podia sentir suas mãos
na minha pele, sua boca me possuindo.
Porra.
Por sorte, Hunter interrompeu meus
pensamentos antes que as coisas ficassem muito
safadas.
— E você? — Ele perguntou. — Qual é a

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fofoca mais recente das celebridades?


— Isso é informação privilegiada — eu
sorri timidamente. Na verdade, não era, mas não
acreditei que ele estaria interessado em saber quem
Jennifer Aniston estava namorando agra.
— Ok, me deixe adivinhar. Taylor Swift
tem um novo namorado e Justin Bieber passou
vergonha em alguma casa noturna.
Eu ri.
— Acertei? — Sorrindo, ele tomou outro
gole de cerveja.
— Não imaginei que você fosse um cara
por dentro das fofocas de celebridades — eu disse,
rindo.
— Eu tenho uma filha. Ela tem apenas
quatro anos, mas de alguma forma, ela sabe tudo.
— Isso é impressionante. Talvez eu deva
contratá-la para ser minha assistente — sorri
abertamente.
— Ela estaria dizendo a você como escrever
sua coluna no primeiro dia.
Eu ri e tomei um gole de cerveja, voltando a
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sentir calor. Não podia negar que o frio na barriga


continuava presente, apesar de meus esforços para
manter as coisas platônicas.
Nunca me senti assim antes com um cara,
principalmente depois de como nossa noite
terminou. Na verdade, mesmo quando as coisas iam
bem com um cara, eu geralmente ficava entediada
em uma ou duas semanas. Mas nenhum de nós teve
a chance de ir até o fim naquela noite, então talvez
eu só estivesse sexualmente frustrada. Em poucas
semanas, a tensão diminuiria e eu tinha a esperança
de não ficar me imaginando na cama com ele a
cada cinco minutos.
— Acho melhor eu voltar para ver se
Maddie não colocou fogo na casa. — Ele se
levantou e se espreguiçou, e sua camisa subiu o
suficiente para eu dar uma olhada em seu abdômen
duro.
Mordi o lábio. Não, Kate. Mentalmente me
repreendi. Aquele era exatamente o tipo de coisa
em que eu precisava parar de pensar. Pena que eu
ainda conseguia me lembrar como era tocar aquele
abdômen, enquanto ficava em cima dele.
— A gente se vê — sorri, tentando fingir
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que não estava me lembrando da sensação causada


pelo pau dele dentro de mim, e o levei até a porta.
— Obrigado pela cerveja — disse ele, e em
seguida acrescentou um sorriso malicioso. — E me
avise se precisar de alguma coisa aqui em cima.
Pelo que vi quando cheguei, você parece estar se
divertindo bastante até agora.
— Você não tem permissão para contar
aquilo a ninguém. — Dei um tapa em seu ombro e
soltei uma risada.
— Ok, meus lábios estão selados. — Ele
sorriu antes de descer as escadas.
Depois que ele se foi, desabei no sofá,
tentando me recuperar da montanha-russa que era a
minha atração por Hunter. Mas era bom saber que
conseguíamos nos divertir juntos sem ir para a
cama.
Resolvi me esforçar ainda mais para fazer
com que nosso relacionamento fosse estritamente
de proprietário e inquilina. Afinal, eu era uma
pessoa com fobia de compromisso, clássica: eu não
era capaz nem me comprometer com um gato ou
uma cor de batom. O que sairia de bom se me

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envolvesse com um cara que tinha uma filha? Eu


não podia ter a responsabilidade de ser um modelo
bom para ela, e não seria justo com ele e nem com
ela passar dos limites no nosso relacionamento,
principalmente porque as coisas entre nós não
durariam.
Por mais que eu quisesse tirar minha roupa
e terminar o que tínhamos começado na semana
anterior, eu queria manter o apartamento, por mais
fofo e solícito que Hunter fosse.

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Hunter
— Não, não, não, não vou deixar você usar
isso em um encontro. — Kate disse, cruzando os
braços e balançando a cabeça.
Eu tinha acabado de sair do meu quarto para
perguntar o que ela achava da minha roupa casual
para sair para beber e ver onde isso vai dar. Mas
com base no seu olhar horrorizado, eu estava
completamente inadequada.
— O que há de errado? — Perguntei
indicando minha calça cáqui e camisa xadrez azul.
Não chegaria ao ponto de me chamar de
especialista em moda, mas não achei que estivesse
tão ruim assim.
As sobrancelhas de Kate se ergueram, seus
olhos se arregalaram com desaprovação.
— Calça cáqui? — Ela exclamou. — Para
sair para beber?
— É uma calça bacana — disse na
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defensiva, passando as palmas das mãos pela calça.


Kate suavizou o rosto por um momento,
descruzando os braços e suspirando.
— É bacana — disse, inclinando-se para a
frente no sofá, para tomar outro gole da taça de
vinho. — Se você vai à igreja em um domingo e
depois a um piquenique. Mas você vai a um
encontro. Eu imploro, tente de novo. — Ela disse
com autoridade, franzindo as sobrancelhas com um
olhar determinado.
— Tudo bem — murmurei, virando para
voltar para as escadas. Mas tinha que admitir que
uma parte de mim estava se divertindo, lembrando
do jeito com que ela me repreendeu por causa de
minhas cantadas naquela noite no bar.
— Vá colocar um jeans. Escuros, por favor!
— Ela chamou quando eu dobrei a esquina para o
meu quarto. — E nada muito folgado.
Desabotoando minha camisa, não pude
deixar de sorrir e balançar a cabeça por perceber
que Kate estava bem à vontade me dando ordens.
Nós erámos vizinhos havia apenas algumas
semanas, mas parecia que nos conhecíamos há

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anos. Apesar de termos começado de uma maneira


difícil, era bom ter outro adulto por perto com
quem beber. Apenas ter alguém para conversar e rir
fazia a casa ficar menos quieta.
O único pequeno problema era Maddie. Não
que ela não gostasse de Kate, mas ainda suspeitava
daquela troca de carinhos entre adultos, então era
algo que tínhamos que abordar com calma. Naquela
noite, no entanto, Maddie estava com os avós dela,
sendo super mimada.
Quando ficou claro que a mãe de Maddie
não faria parte de sua vida, fiz questão de me
mudar para mais perto de meus pais. Sinceramente,
tê-los por perto era uma dádiva de Deus. Eu amava
muito a minha vida com Maddie e não trocaria
nosso tempo juntos por nada no mundo, mas o fato
é que eu precisava de ajuda às vezes, por mais que
eu gostasse de brincar de casinha e usar tiaras.
De pé, olhando para o armário, procurei
alguma camisa que fosse mais adequada para sair
para beber. Depois de jogar um jeans escuro na
cama, continue procurando, e finalmente encontrei
uma blusa de lã cinza. Rapidamente troquei de
roupa e voltei para a sala de estar, pronto para ser
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insultado por Kate novamente.


Parei em frente ao sofá, onde ela estava
esperando por mim com uma taça de vinho na mão.
Sorrindo, ergui uma sobrancelha, curioso, e ela
rapidamente colocou a taça na mesa de canto.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa um
pouco provocante, ela deu um grito estridente,
batendo palmas e assentindo com aprovação.
— Agora sim! Está perfeito. A calça jeans é
ótima e essa blusa... — Os olhos de Kate
deslizaram pelo meu peitoral e ombros, sua
expressão mudando pouco, apenas o suficiente para
eu sentir uma leve tensão entre nós. — É ótimo —
ela disse, rapidamente, olhando em meus olhos e
forçando um sorriso.
— Fico feliz que você tenha aprovado. —
Sorri.
Ela riu e bateu com as costas da mão em
meu braço. Mesmo quando ela se acomodou no
sofá, tranquila, eu ainda podia sentir a tensão entre
nós.
— Ei, seu telefone tocou enquanto você
estava se arrumando. Eu não olhei quem era, por

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mais intrometida que quisesse. — Ela ergueu as


sobrancelhas, com um sorriso safado se abrindo.
— Mais uma taça de vinho e você vai estar
invadindo meu telefone sem pensar duas vezes —
peguei o aparelho e digitei a senha.
Era um texto de Heather, a mulher com
quem eu me encontraria para beber em trinta
minutos, me dizendo ter tido uma emergência no
trabalho e que não seria capaz de me encontrar
hoje.
Suspirei.
— Bem, espero que você não tenha planos
para o resto da noite. Meu encontro foi cancelado e
de jeito nenhum vou perder a chance de me divertir
numa noite sem criança.
Kate ficou chocada e rapidamente mudou,
parecendo mais irritada.
— Mas que droga é essa? — Ela disse,
ficando de pé. — Ela te deu um bolo, minutos antes
do encontro?
— Para ser justo, tenho certeza de que dar
bolo é não aparecer. Pelo menos ela teve a
gentileza de me avisar que tinha acabado antes de
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começar. — Peguei minha taça de vinho e me


sentei no sofá.
Kate fez cara de indignada.
— Por que você não parece surpreso? Nem
bravo? — Ela andou pela sala de estar, enquanto
gesticulava freneticamente.
— Porque eu não estou — disse, entre goles
de vinho. — Não seria a primeira vez que uma
pessoa analisa minhas redes sociais e descobre que
sou era pai. — E é por isso, que às vezes é melhor
deixar essas coisas um pouco mais agitadas, como
pegar alguém de surpresa em um bar...
— Isso é besteira. — Ela zombou, jogando-
se na almofada do outro sofá, a testa franzida em
frustração. — Então, você acha que ela cancelou
porque você tem uma filha?
— Talvez, talvez não. Mas acontece com
mais frequência do que você imagina. Espere aí.
Esse também não é seu grilo? — Eu lancei a ela um
olhar de dúvida.
— Bem, não. É só que… não procurando
nada sério. — Ela se atrapalhou em suas palavras,
obviamente nervosa com minha pergunta. — Com
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ninguém. — Acrescentou ela, mais para si mesma


do que para mim.
Lancei a ela um olhar incrédulo.
— Então, você está me dizendo que se eu
quisesse ter um caso com você, puramente sexual,
sem compromisso, você toparia? — Enquanto eu
falava, inclinei o corpo em direção a ela, consciente
da tensão entre nós.
Ela olhou para mim, com os olhos
arregalados, por um momento.
— Você e eu temos idade suficiente para
saber que isso seria uma ideia terrível.
Eu segurei seu olhar por um tempo, as
lembranças daquela primeira noite em que nos
conhecemos passando pela minha mente. Talvez
ela estivesse certa. Talvez uma aventura casual com
a minha nova inquilina fosse uma ideia terrível. E
ainda assim... talvez fosse exatamente o que nós
dois precisávamos. Eu me levantei e peguei nossas
taças de vinho vazias.
— Sexo casual ou não, eu acabei de ter um
encontro cancelado, e isso só pode significar uma
coisa.
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— Que coisa? — perguntou ela, cruzando


uma perna perfeitamente esculpida em cima da
outra.
— É hora de pedir comida.

Mais duas taças de vinho e uma pizza


grande com cogumelos e azeitonas depois, Kate e
eu estávamos sentados à mesa da cozinha, com
lágrimas escorrendo por nosso rosto, enquanto
ríamos.
— Você não fez isso — disse ela, com o
rosto vermelho, enxugando uma lágrima do canto
do olho.
— O que mais eu deveria fazer? Maddie
tinha feito cocô nas calças, nós dois estávamos no
meio da floresta e minha pressa para sair de casa no
nosso dia de contato com a natureza foi tanta que
eu tinha esquecido de pegar mais uma muda de
roupas para ela. — Eu balancei as mãos, em forma
de rendição.

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Era a velha história do minha filha fez cocô


nas calças, então eu tive que amarrar uma
camiseta minha em volta de sua cintura, fazendo
uma tanga, para que assim ela ficasse pelo resto de
nossa caminhada. Normalmente, eu não conseguia
contar essa história em um primeiro encontro.
— Você é inacreditável — disse Kate, em
meio a risos, balançando a cabeça e girando a taça
de vinho. Suas bochechas estavam rosadas devido
ao riso e ao vinho, os cabelos caíam soltos sobre os
ombros, ligeiramente despenteados, e agora ela
estava bem embriagada. Eu sabia que ela era uma
coisa de louco desde o momento em que a vi no
bar, naquela noite, mas naquele momento, ela não
era apenas sexy. Ela era bonita.
— Então, me diga, Kate — eu disse,
inclinando a cabeça para o lado e olhando para ela.
— Como uma garota como você acabou vindo
morar nesta casa? Você largou algum pobre coitado
e o deixou se virar sozinho em um apartamento da
parte alta da cidade, que vocês costumavam
dividir? — Definitivamente era o vinho me
deixando ousado, fazendo as perguntas que vinha
guardando há semanas.

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Ela sorriu e balançou a cabeça.


— Não, não foi nada tão excitante nem
dramático, pelo menos não para mim. Minha colega
de quarto acabou de ficar noiva e acontece que
casais recém-noivos não querem uma outra pessoa
morando no apartamento, segurando vela o tempo
todo.
Eu balancei a cabeça, compreendendo.
— Isso faz sentido, eu acho. Então, você
não abandonou ninguém? Você é apenas uma
pessoa com total fobia de compromisso?
— Bem, eu não diria que tenho fobia de
compromisso, embora meus amigos talvez
dissessem — disse ela, dando de ombros.
Recostando-me na cadeira, cruzei os braços
e lancei a ela um olhar demorado.
— Me dá a impressão de que você é
solitária — eu disse, num tom baixo.
— E é por isso que existem os bares — ela
arqueou uma sobrancelha e me lançou um olhar
espertinho.
— Touché.

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Ficamos em silêncio por algum tempo,


observando um ao outro com olhares suaves e
curiosos. Quanto mais eu conhecia aquela mulher,
mas eu queria conhecer, mas não sabia —
exatamente — para onde aquilo tudo estava indo.
— É melhor eu ir — disse ela com um
suspiro, olhando para o relógio pendurado na
parede atrás de mim. Eu me virei para conferir a
hora, e me surpreendi ao ver que era quase meia-
noite. Droga. Era mais tarde do que esperava.
— Bem, obrigado por me ajudar a escolher
as roupas, mesmo que o encontro não tenha
acontecido — eu disse, enquanto estávamos de pé e
Kate juntava suas coisas.
— De nada — ela respondeu, passando a
bolsa pelo ombro. — Sinto muito de novo por
aquela vaca ter cancelado.
— Não, eu não acho que ela seja uma vaca.
Apenas teve medo de começar algo que poderia se
tornar muito real.
Kate olhou para mim surpresa.
— Eu não sei se isso é indireta ou se
estamos ambos bêbados.
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Nós rimos, enquanto andávamos em direção


à porta da frente, onde Kate parou antes de abri-la.
— Eu me diverti muito essa noite — disse
ela, olhando para os pés e prendendo uma mecha de
cabelo atrás da orelha.
Quando ela olhou para mim, nossos olhos
se encontraram e a energia voltou entre nós
novamente — e de repente, não pude mais ignorar.
Segurei seu rosto com as mãos e a puxei em
direção a mim, fazendo com que nossos lábios se
encontrassem em um beijo lento e sensual. Quando
nos separamos, ela não reagiu por um segundo, e
deixou claro no olhar que estava mesmo surpresa.
Mantendo minha mão em sua bochecha, olhei em
seus olhos, buscando por um sinal de que ela
também queria aquilo.
Sem dizer uma palavra, ela deixou a bolsa
cair e envolveu meu pescoço em um abraço,
pressionando seu corpo no meu. Tomei sua boca
novamente, aprofundando o nosso beijo quando ela
entreabriu os lábios. Minhas mãos pousaram em
seu quadril, saboreando sua forma suave e flexível,
enquanto as mãos dela subiam por minha nuca,
seus dedos indo em direção ao meu cabelo.
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Um pequeno gemido escapou de seus


lábios, enquanto eu posicionava meu joelho entre
suas pernas, sentindo o calor por cima de meu
jeans. Meu pau respondeu com uma contração, com
vontade de ser libertado, de estar dentro dela
novamente. Para terminar o que tínhamos
começado.
Enterrei meus dedos em sua pele, desejando
poder arrancar as camas de roupas entre nós.
Nossas línguas se moviam mais rápido e com mais
urgência, e nossa respiração ficou pesada. Cada
centímetro do meu corpo parecia tomado por uma
corrente elétrica perto dela, e quando nos
beijávamos, era como acionar a energia no
máximo.
De repente, ela se afastou, recuando para
trás deixando um espaço dentre entre nossos
corpos. Por um momento, ficamos ali, respirando
ofegantes, olhando um para o outro com os olhos
arregalados e procurando algo.
— Eu, uh... eu tenho que ir — ela gaguejou,
e em seguida, pegou sua bolsa do chão,
rapidamente abriu a porta e saiu, batendo-a para
fechá-la.
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Eu podia ouvir seus passos enquanto ela


subia as escadas, o som da porta do apartamento
abrindo e fechando. Fiquei na porta por um
momento, minha mente presa na eletricidade
daquele beijo.
Assim que recuperei o fôlego e minha
mente se acalmou, voltei para a cozinha e comecei
a lavar a louça. Enquanto estava enxaguando as
taças de vinho, pensei no olhar de Kate antes de ela
sair correndo pela porta.
Era choque? Era o olhar de alguém que
queria mais, mas sabia que não devia? Eu não sabia
o que significava e não sabia para onde aquilo
estava indo — mas havia uma coisa que eu sabia.
Era que queria fazer aquilo de novo e
terminar o que começamos.

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Kate
Rapidamente passei uma escova no cabelo e
verifiquei meus dentes, tirando as manchas de
batom, antes de sair correndo pela porta. Tinha que
ir até a cidade para uma reunião com o meu editor
de manhã, e estava com medo. Ele já estava no meu
pé a semana toda para que eu terminasse minha
coluna, e a última coisa que eu precisava era me
atrasar. Fiquei tão distraída com a mudança e com a
organização da casa que estava tendo dificuldade
para me sentar e trabalhar. E para ser sincera,
minha atração por Hunter também não ajudava.
Depois do nosso beijo, fiquei tão excitada e
inquieta que me revirei na cama a noite toda.
Quanto mais eu pensava sobre aquilo, mas eu
queria jogar tudo para o alto e ver aonde a atração
nos levaria. Depois da noite passada, a ideia de
ceder à tentação chamada Hunter era poderosa
demais para resistir. Por que não me arriscar? Ele
disse que não precisávamos levar nada a sério.
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Éramos ambos adultos que tinham necessidades.


Além disso, nunca fui de deixar negócios
inacabados.
Distraída, pensava nas opções ao longo da
reunião. Foi difícil me concentrar em alguma coisa
e parar de pensar na proposta de Hunter. Ele estava
falando sério? Realmente queria uma aventura
casual? Mas minha reunião transcorreu sem
problemas e tomei isso como um bom presságio.
Naquela noite, depois de tomar banho e me
trocar, decidi ir à casa de Hunter para conversar por
alguns minutos. Tinha se tornado parte do meu
ritual e eu aguardava ansiosamente por aquele
momento do dia. Enquanto passava um pouco de
rímel, me ocorreu que ele poderia ter feito aquele
comentário sobre nós casualmente, por conta do
vinho, ou por ter acabado de levar um fora. Talvez
parecesse boa ideia em teoria, mas quando
chegasse a hora, ele poderia decidir que não estava
interessado o suficiente para confundir as coisas do
nosso relacionamento.
Irritada o ver como a mão que segurava o
pincel do rímel tremia, deixei o rímel de lado e
respirei fundo. Acalme-se, disse para mim mesma.
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Eu não era daquele jeito. Nunca fiquei


sentada pensando o que um cara imaginava de
mim. No passado, quando as coisas não davam
certo com alguém, eu sempre achava que era
melhor assim. Sabia que estava indo para o
próximo capítulo da minha vida feliz e fazia isso
sem me arrepender.
Na verdade, eu sentia um pouco de orgulho
em dizer que nunca tinha sofrido por amor. Nunca
fui o tipo de mulher que tinha medo de dizer o que
pensa, ou que se preocupava com o que o cara
pensava — e não pretendia começar agora.
Com determinação renovada, respirei fundo
e calcei minhas sandálias. Parando antes de sair
pela porta, torci para estar fazendo a coisa certa.
Hunter abriu a porta na primeira batida. Eu
ainda me surpreendia ao vê-lo tão sensual todas as
vezes — e naquela noite não foi diferente.
— Oi — falei, sorrindo.
— Ei, Kate. Tudo bem?
Respirei fundo ao olhar dentro de seus olhos
escuros e sensuais, e vi um sorriso abrir em seu
rosto. Eu estava prestes a abrir a boca e despejar
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tudo o que estava pensando, quando a cabeça de


Maddie apareceu na porta.
— Ah, é ela — disse, voltando para dentro
com uma carranca.
— Maddie — Hunter disse com tom de
repreensão, mas ela já havia se afastado. Ele se
virou para mim com um sorriso de desculpas. —
Me desculpe por isso. Está tudo bem?
Meu sorriso enfraqueceu. Eu era muito
idiota. Por que achei que poderia entrar e falar
sobre meus sentimentos? Obviamente, Maddie
estava em casa. Eu precisava me controlar. Estava
deixando meu desejo por Hunter atrapalhar meu
bom senso.
— Ei — eu sorri, mudando de tom. — Eu
só vim perguntar se você estaria disponível para
uma bebida depois do trabalho, mais tarde.
— Eu gostaria, sim, mas estamos no meio
de um dilema aqui — disse ele, apontando para
dentro.
— Está tudo bem? — Horrorizada, fiz uma
careta. Não só tinha metido os pés pelas mãos, mas
agora estava interrompendo algum tipo de
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emergência familiar. Que ótimo.


— Não, desculpe, nada disso. Eu não quis
parecer dramático. É mais uma emergência de
cozinha do que uma emergência real. — Ele riu e
me senti aliviada.
— Eu não como mais glúten agora —
Maddie voltou, segurando um livro de receitas. —
Mas ele não sabe fazer nenhuma receita. — Ela
apontou para Hunter, que riu.
— Eu sugeri pelo menos cinco coisas, e
você não quer nenhuma delas — respondeu ele,
meio divertindo-se, meio desesperado.
Ele me lançou um olhar suplicante.
— Todas pareciam ruins — a menininha
enrugou o nariz.
Ela era realmente muito fofa quando não
estava olhando para mim com raiva. Eu podia ver a
semelhança com o pai, nos olhos escuros com cílios
mais escuros, e cabelos castanhos tão macios que
não conseguiam decidir se queriam ser lisos ou
anelados.
— Eu também não como glúten — disse,
esperando que talvez pudesse ser útil pela primeira
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vez. — Eu poderia ajudar vocês. Cozinho o tempo


todo.
— Isso seria incrível — disse Hunter,
rapidamente, com alívio em seu rosto. — Nós
estamos às voltas com isso há uma hora.
Maddie olhou para mim com desconfiança,
mas não disse nada. Hunter fez sinal para mim e eu
o segui até a cozinha, onde uma sacola de compras
estava sobre o balcão.
— Tenho um monte de coisas sem glúten
— disse ele, tirando vários itens da bolsa. Nós
analisamos as compras. Havia espaguete sem
glúten, algumas batatas e um saco de quinoa.
Levantei uma sobrancelha para ele. Só isso?
— Eu não tenho ideia do que estou fazendo
— admitiu.
— Não se preocupe — disse, olhando para
o que ele tinha comprado. — Eu tenho uma ideia.
— Faça o que for preciso. — Ele ergueu as
mãos. — Eu fico te devendo muito. Qualquer coisa
que você quiser, é seu.
Tirei coisas dos armários e as arrumei no
balcão, preparando uma receita. Sabia que podia ser
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muito difícil cozinhar refeições inteiras sem glúten


e eu estava impressionada por Maddie querer
experimentar coisas novas. Secretamente, esperava
que cozinhar para eles me desse mais pontos tanto
com Hunter quanto com Maddie.
Enquanto procurava mel no armário,
percebi que os dois estavam me encarando.
— Vocês dois podem ir relaxar. Está tudo
sob controle — disse, virando-me para afastá-los
depois de pegar peitos de frango na geladeira.
Maddie correu para o quintal, onde
começou a chutar uma bola de futebol.
— Desculpe, ela ainda está um pouco
estranha com você — Hunter disse.
— Não tem problema nenhum. — Falei,
tentando afastar a preocupação dele. — Ela me
deixa em estado de alerta. — Para ser sincera,
agora que o susto tinha passado, estava começando
a achar tudo meio engraçado. Eu gostava de ver
que Maddie tinha personalidade.
— Há algo que eu possa fazer para ajudar?
— Ele ofereceu. Ainda usava as roupas de trabalho,
um terno azul-escuro com uma camisa branca de
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botões, que lhe caíam muito bem. Ele estava


vestindo um terno na noite em que o conheci.
A única coisa que ele poderia fazer para
ajudar a apagar aquele incêndio seria me jogar em
cima da mesa da cozinha, mas é claro que eu não
podia dizer isso.
— Está tudo bem. Posso ser um pouco
mandona na cozinha, então provavelmente é
melhor que você não testemunhe isso.
E mais do que qualquer coisa, eu precisava
que ele saísse dali para que eu pudesse me
concentrar em cozinhar o jantar, em vez de pensar
em lamber sua salsicha.
— Por que isso não me surpreende? — ele
riu.
Eu também sou mandona no quarto, mas
você já sabe disso, pensei, mas mordi a língua.
Haveria tempo de sobra para conversas safadas
depois. Isto é — se tudo corresse do jeito que eu
esperava.
Tentei não pensar nisso, enquanto cortava
as batatas e fritava o frango. Por sorte, ficar na
cozinha me ajudou a acalmar minha libido
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hiperativa. Fiquei surpreendente à vontade na


cozinha de Hunter, e foi bom cozinhar para alguém,
para variar. Eu amava experimentar novas receitas,
mas era menos emocionante quando não havia
ninguém para compartilhar. Cozinhar para um é
bem chato. Então, muitas noites, eu evitava.
Uma hora depois, tinha preparado uma
refeição completa, e eu esperava conseguir agradar
minha amiguinha cheia de ressalvas, pelo menos.
Minha versão de frango frito, temperado com mel e
alho, salada de batatas e um bolo de chocolate sem
farinha de sobremesa.
Hunter insistiu para que eu ficasse e
comesse com eles, e eu não tinha recusado.
— Está incrível — disse ele, depois de
engolir um pedaço de frango. — Isso é sem glúten?
— Sim. Eu venho fazendo isso há anos. E
obrigada — sorri para ele, nossos olhos se
encontrando. Meu pulso disparou, como se eu
estivesse correndo.
Rapidamente, desviei o olhar, esperando
que Maddie não tivesse notado. Estava esperando
que ela e eu pudéssemos colocar nosso

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relacionamento na direção certa, e ela me pegar


babando por seu pai não ajudaria muito.
Felizmente, ela estava olhando para seu prato com
desconfiança. Eu vi quando ela cravou o garfo na
comida e deu uma pequena mordida. Seus olhos se
arregalaram, e ela foi mastigando e deu outra
mordida.
— O que achou, Maddie? — perguntei. Ela
claramente não percebeu que eu estava olhando
para ela, porque imediatamente parou de mastigar e
encolheu os ombros.
— Está bom — disse ela em um tom
evasivo.
Tive que segurar uma risada. Talvez eu
pudesse conquistá-la, se continuasse a alimentá-la.
— Então, Maddie, como é a pré-escola? —
perguntei.
— Conte a ela sobre seu projeto da feira de
ciências — Hunter disse.
Os olhos de Maddie se iluminaram de um
jeito que eu nunca tinha visto antes, enquanto ela
contava que eles estavam aprendendo sobre
pegadas fossilizadas de dinossauros.
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— Fizemos nossos próprios fósseis,


colocando nossas mãos em argila e, na próxima
semana, vamos ao museu para ver ossos de
dinossauro de verdade! — disse ela, animada, e seu
entusiasmo era contagiante.
— Isso é incrível — sorri abertamente.
Ela continuou a descrever fósseis de
dinossauros com muito mais paixão do que já tinha
visto. Até sabia os nomes certos dos dinossauros
que eu nunca tinha ouvido falar.
Depois que comemos, Maddie correu para
fora para continuar brincando. Eu a observei pela
janela por um minuto, e não pude deixar de sorrir.
Ela estava praticando cambalhotas, e com um olhar
de pura determinação, o que era adorável. Ela podia
não confiar em mim ainda, mas eu me parabenizei
por começar a furar aquela barreira.
E passar um tempo com eles foi mais
divertido do que eu esperava, o que só me deixou
mais atraída por Hunter. Geralmente, eu não
gostava de homens que já eram pai, mas
definitivamente a paternidade caía bem nele. Sua
filha era bem-comportada, e ele era carinhoso com
ela, mas firme. Ele era um homem de verdade, com
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responsabilidades, uma casa e uma criança, e algo


no fato de ele ter as coisas em ordem em sua vida
era extremamente excitante para mim. Era um tipo
de afrodisíaco de pai solteiro que eu nunca havia
experimentado antes.
Eu me virei da janela, de modo a ficar de
frente para Hunter, com alguns centímetros nos
separando.
— Maddie é muito teimosa para lhe dizer
isso, mas ela amou sua comida. Ela nunca limpa o
prato como fez hoje, quando eu cozinho. Está certo
que eu mal sei fazer nuggets de frango congelado.
Eu sorri, mais tocada do que eu esperava
ficar ao ouvir que Maddie havia gostado.
— Espero que isso compense o trauma pelo
qual fiz ela passar.
Hunter riu.
— Eu diria que ela te perdoou. Mas sério,
obrigado mesmo. Você salvou minha vida.
Houve um momento de silêncio. Era agora
ou nunca e eu sabia que tinha que torcer para ele
estar na mesma sintonia. Se não estivesse, pelo
menos eu saberia que tinha sido sincera. Eu respirei
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fundo.
— Então, escute. Talvez eu esteja
entendendo errado, mas no caso de eu não estar...
— Olhei para ele nos olhos, com o coração
acelerando. Tentei pensar em outra maneira
educada de dizer aquilo, e então decidi
simplesmente dizer. — Nós, claramente, temos
uma atração...
Deus, por que meu estômago está
embrulhado? Era como ser aluna do primeiro
colegial de novo, imaginando se um garoto gostava
de mim.
Indo adiante, completei:
— Talvez seja um pouco não convencional,
mas acho que somos maduros o suficiente para ter
uma relação apenas física, sem deixar que as coisas
percam o rumo. — Além disso, está ficando cada
vez mais difícil não pular em cima de você toda vez
que te vejo.
Meu coração estava aos pulos, e esperei,
incapaz de entender sua reação. Disse a mim
mesma que tudo bem se ele não estivesse
interessado. Havia muitos outros homens por aí,

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certo?
Mas meu rosto permaneceu calmo,
enquanto ele me observava, e eu fiquei cada vez
mais preocupada.
Podia haver muitos outros homens, mas
nenhum deles era como Hunter.

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Hunter
Ai, droga. A combinação das palavras que
Kate tinha acabado de dizer e o fogo ardente em
seus olhos fizeram muitos pensamentos safados
tomarem minha mente.
Depois da rapidez com que ela tinha fugido
naquela noite, no meio dos nossos amassos, eu
imaginei que a porta estivesse fechada para
qualquer coisa física entre nós. Eu tinha adorado tê-
la aqui, adorei vê-la cozinhar, e passei a noite
dizendo a mim mesmo que não haveria problema se
as coisas fossem estritamente platônicas.
Mas depois de ela me dizer claramente que
queria começar a fazer sexo casual, claramente eu
estava errado. E também claramente, eu estava total
e completamente dentro da ideia de fazer sexo de
qualquer tipo com aquela mulher. Casual,
comprometido, tântrico — eu não me importava. A
ereção que se mantinha praticamente o tempo todo
perto dela estava pronta para mergulhar,
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literalmente.
Eu gemi e passei as mãos pelos cabelos.
— Você está me matando aqui. Sabe disso,
certo?
— Você vai me contar o que está pensando?
— Kate apoiou os cotovelos no balcão à minha
frente, inclinando-se para a frente o suficiente para
me dar a visão perfeita de seu decote, causando
uma agitação dentro da minha calça.
— Eu estou pensando que a última coisa
que gostaria de fazer agora seria dar uma de pai e
levar minha filha para a cama dela — respondi,
com a voz baixa e grave.
— Que bom que você está a fim — ela
murmurou, com seu olhar percorrendo meu corpo
lentamente.
— Você vem depois das nove da noite? —
Se eu pudesse, teria pressionado ela contra a parede
ali mesmo, mas a última coisa de que eu precisava
era que Maddie nos pegasse uma segunda vez.
— Por que você não vai à minha casa, onde
sabemos que não teremos nenhum... visitante
inesperado? — ela respondeu, aproximando-se de
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mim no balcão, para que eu pudesse sentir o calor


da sua pele perto da minha.
Gemi novamente e esfreguei a nuca.
— Eu gosto de estar em casa quando
Maddie está dormindo. Mas a porta do meu quarto
tem tranca, então não seremos interrompidos
novamente. Eu prometo — adicionei, virando-me e
olhando profundamente em seus olhos.
Kate suspirou e mudou de posição. Eu
praticamente conseguia ver as engrenagens em
funcionamento em sua mente. Por favor, não deixe
minha filha ser a única coisa que te impeça.
— Tudo bem — disse ela, sorrindo
suavemente. — Vejo você às nove.
Logo depois que Kate saiu, chamei Maddie
para começar sua rotina noturna. Felizmente, o fato
de Kate ter feito o jantar e mais meia hora extra de
brincadeira no quintal tinham sido o suficiente para
cansar Maddie, então ela ficou boazinha e
obediente enquanto tomava banho e escovava os
dentes.
Colocando Maddie na cama, afastei seus
cabelos ainda úmidos para longe da testa e lhe dei
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um beijo.
— Boa noite, querida. Tenha lindos sonhos.
— Pode deixar, papai. — Ela respondeu
bocejando e rolando para o lado. — Boa noite.
Lentamente saí do seu quarto, deixando a
porta entreaberta. Ela gostava de dormir com a
porta entreaberta e a luz do corredor acesa.
Andando rapidamente até o banheiro para
me refrescar, verifiquei o relógio. Oito e cinquenta.
Eu ainda tinha algum tempo para limpar a
cozinha... e talvez escovar os dentes.
Depois de colocar os pratos na lava-louças,
limpei o balcão o mais rápido que consegui antes
de voltar ao banheiro. Também escovei os dentes e
verifiquei meu reflexo mais uma vez. Na minha
opinião, parecia o mesmo de sempre — mas passei
os dedos pelos cabelos várias vezes para garantir.
Por que de repente eu estava nervoso?
Enquanto pensava se deveria acender uma
ou duas velas para melhorar o ambiente, ouvi uma
batida suave na porta — meu pau já ficou em
alerta.

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Vamos lá.
Abri a porta da frente e encontrei Kate
parada ali, com um sorriso diabólico no rosto e o
cabelo um ponto mais despenteado do que antes.
— Estava esperando que você aparecesse
1
com um trench coat e nada mais por baixo —
murmurei, guiando-a para dentro.
Quando ela passou por mim, senti um leve
cheiro de um perfume delicioso, e não pude deixar
de sorrir para mim mesmo. Pensar em Kate em seu
apartamento, a poucos metros de distância,
preparando-se toda para o nosso encontro era bem
sexy.
— Um trench coat? Cara, está claro que
você precisa transar mais. — Ela riu, virando e
arqueando uma sobrancelha para mim. Mesmo com
uma roupa simples, como legging e blusa de lã, ela
era sexy, e eu mal podia esperar para colocar
minhas mãos em todas as curvas dela.
— Essa é a ideia. — Respondi, deslizando
meu braço em volta de sua cintura e puxando-a
para mim. Fechei a porta da frente, e com uma mão
em sua cintura, deixei meus dedos passarem
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gentilmente pela sua bunda perfeita.


Ela arfou um pouco e abafou um pequeno
suspiro.
— Não perde tempo, pelo visto. — Ela
passou a mão pelo meu peito e barriga, parando um
pouco antes da protuberância crescente em meu
jeans.
— Espero há muito tempo por isso —
rosnei, sentindo minha necessidade de tê-la crescer
a cada segundo. Peguei a mão dela e a levei para o
meu quarto, tomando o cuidado trancar direito a
porta.
Melhor prevenir do que remediar.
Quando me virei, o olhar de Kate foi para a
minha ereção, impossível de disfarçar.
— Isso é para mim? — Ela sorriu.
— Acho que você sabe que é — respondi,
pigarreando.
— Venha aqui, grandão. Acho que devemos
estabelecer algumas regras básicas antes. — Ela se
sentou na beira da cama e fez sinal para eu me
juntar a ela.

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— OK. Em que estava pensando?


— Só quero ter certeza de que estamos na
mesma sintonia em relação a tudo. — Ela disse
quando eu me sentei ao seu lado.
Minha pele ainda parecia formigar de tanto
desejo, mas ela estava certa, precisávamos
conversar sobre o que estava prestes a acontecer.
— Bem... — ela disse, jogando a cabeça
para trás e olhando para o teto. — Depois daquela
noite... daquele beijo quente e totalmente
inesperado... Acabei percebendo que claramente
temos química. E se você está a fim de algo casual,
e eu estou a fim de algo casual, então por que negar
a nós dois algo casual poderia ser mutuamente
benéfico?
Eu sorri, incapaz de não olhar para o peito
dela.
— Você faz parecer que estamos entrando
em uma transação comercial.
— E é meio isso. — disse ela, inclinando-se
para mim. — Quando não há compromisso, é
preciso ter certeza de que cada pessoa está
recebendo exatamente o que precisa, nada mais,
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nada menos.
— Parece que você já fez isso antes —
lancei a ela um olhar provocante.
— Por acaso, sexo casual é meu forte — ela
respondeu com uma piscada. — Mas não, eu nunca
fiz isso. Oficialmente, pelo menos. Eu sou mais o
tipo de mulher que passa uma ou duas noites com
um cara. Três ou quatro, se ele valer a pena. — Ela
riu e me fez rir com ela. Pensar que ela fazia sexo
com outros homens me deu vontade de socar uma
parede.
Não que eu fosse possessivo ou me sentisse
ameaçado por causa de sua experiência. Pelo
contrário, ficou claro – então, mais do que nunca,
que ela sabia exatamente o que queria.
Eu, por outro lado, embora não fosse novo
em relacionamentos casuais, tinha um lado que
sempre se perguntava se uma conexão como aquela
poderia se tornar algo mais sério. Algo duradouro.
Alguém que amasse Maddie tanto quanto eu amo.
Mas eu sabia que no minuto em que
insinuasse querer alguém para me aceitar
totalmente — me amar e amar minha filha — Kate

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pegaria o primeiro ônibus para fora da cidade. Ela


não se comprometeria, e se isso era tudo o que teria
dela, então eu aceitaria o que ela me desse.
Pigarreei, percebendo que ela estava
aguardando minha resposta.
— Tudo bem. — Eu disse, apoiando as
mãos atrás do corpo. — Então, o que exatamente
você precisa? Quero cuidar para que você se sinta
confortável.
— Só acho que é melhor sermos sempre
sinceros quando nos comunicarmos — ela
respondeu, séria. — No momento em que um de
nós começar a mentir sobre o que queremos ou
evitarmos uma conversa real, é quando tudo isso se
quebra e se torna mais confuso do que precisa ser.
Eu assenti. Sinceridade. Eu poderia fazer
isso.
— Concordo, plenamente. Algo mais?
— Hmm. — Ela inclinou a cabeça de um
lado para o outro. — Talvez sem passar a noite
juntos? Dormir agarradinho à noite é uma maneira
infalível de pegar sentimentos.
Pegar sentimentos? Do jeito que ela falava,
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parecia uma doença.


— Sem passar a noite. Entendi. Além disso,
com Maddie, passar a noite provavelmente não
seria uma boa ideia, de qualquer forma.
— Exatamente. — Kate assentiu, mudando
sua posição na cama de modo a ficar
completamente de frente para mim. — Alguma
outra regra básica que você gostaria de estabelecer?
Eu sorri, achando o olhar dela atento no
meu rosto adorável e incrivelmente sexy.
— Acredito que seja o suficiente.
Honestidade e sem passar a noite.
Inclinei seu queixo em direção ao meu,
roubando um beijo doce e quando seus lábios se
abriram, aprofundei o beijo. A sensação da língua
dela explorando a minha me deixou duro de novo.
Foi como se meu corpo tivesse memória muscular e
soubesse que estávamos prestes a fazer tudo de
novo.
Afastando-me por um segundo, encontrei
seus olhos.
— Você vai me contar se você quiser levar
as coisas para um... lugar mais excêntrico, certo?
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Você não vai apenas me dizer para sufocá-la no


calor do momento sem que nós dois tenhamos
conversado sobre isso primeiro, certo?
Ela riu.
— Asfixia não é bem meu fetiche, mas sim,
vamos falar sobre isso antes de entrar em novo
território. Algum fetiche seu de que eu deveria estar
ciente?
— Apenas o normal. Eu particularmente
gosto de oral.
— Hmm, um homem que gosta de
boquetes. Estou surpresa.
Eu ri.
— Receber é bom, mas na verdade eu quis
dizer dar.
Ela piscou como se estivesse surpresa.
— Ah.
— Eu tenho pensado nisso há semanas. O
seu gosto, os sons que você vai fazer. A rapidez
com que eu poderia fazer você gozar para mim —
murmurei, beijando seu pescoço.
Kate soltou um gemido suave e cheio de
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desejo, aproximando os lábios dos meus. Eu me


inclinei e nossas bocas se encontraram num beijo
quente e suave.
Ela gemeu baixinho e nossos beijos se
tornaram mais rápidos, mais urgentes. Eu a puxei
para cima de mim, abrindo suas pernas sobre meu
quadril, para que ela ficasse montada em mim
enquanto eu ficasse sentado na cama, apoiando a
nós dois. Voltei a beijar seu pescoço, mordiscando
suavemente o lóbulo da orelha enquanto deslizava a
mão por baixo da blusa para soltar seu sutiã.
Assim que o fecho foi aberto, ela
rapidamente puxou a blusa e o sutiã para cima e os
jogou no canto do quarto. Minhas mãos se
moveram pelo seu corpo quente, dando uma
atenção especial a seus seios, massageando
suavemente e esfregando seus mamilos entre meu
polegar e indicador. Aproveitei a sensação, já que a
nossa última vez tinha sido tão rápida.
Ela gemeu, arqueando a espinha e jogando a
cabeça para trás. Afastei a boca de seu pescoço,
passando a língua ao longo de sua clavícula e
mergulhando em seus seios. Ela tinha um cheiro
delicioso. Um perfume feminino quente com um
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traço de baunilha. Sua respiração ficou pesada


quando ela começou a balançar o quadril sobre o
meu, fazendo com que meu pau ficasse mais duro a
cada segundo, com o atrito das nossas roupas.
— Tire isso — disse ela, saindo do meu
colo e puxando meu cós. Depois de desfivelar meu
cinto, ela desceu a calça jeans e enfiou a mão na
minha cueca para puxar meu pau.
Nós nos beijamos de novo, mais rápido e
mais intensamente do que antes, fazendo com que
eu soltasse gemidos e rosnados baixos, enquanto
Kate passava a mão ao longo do meu pau.
Jesus. Já fazia um bom tempo que uma
mulher não me masturbava.
— Isso é incrível.
Enquanto ela continuava com o movimento,
tirei minha camisa e a joguei de lado. Nós nos
deitamos na cama, gemendo e respirando com
dificuldade, e eu enfiei a mão dentro da calça dela
e, com meus dedos, logo encontrei o calor e a
umidade entre suas coxas. Passei meus dedos,
esfregando delicadamente.
— Você está muito molhada — sussurrei,
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minha voz rouca devido ao incrível movimento que


ela fazia.
— E seu pau parece uma pedra — ela
sussurrou de volta. — E eu tinha me esquecido de
como seu pau é bonito.
— Bonito? — A palavra interrompeu o
movimento dos meus dedos.
Ela riu, olhando para a mão e diminuindo o
movimento que fazia.
— Sim. Veja.
Enquanto a mão dela deslizava pelo meu
pau duro, olhei para baixo, tentando ver o que ela
via. Um pênis vermelho de vinte centímetros de
ereção e grosso, a ponto de os dedos dela nem
mesmo conseguirem se fechar ao redor dele. Mas
bonito? Não era para tanto.
— Alteração no nosso acordo. Não vamos
usar a palavra “bonito” nunca mais em relação a
qualquer uma das partes do meu corpo, muito
menos para o meu pau — disse, pressionando meus
lábios nos dela.
— Combinado.

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Eu podia ter ficado assim para sempre, nós


dois indo devagar, aproveitando o prazer mais do
que tínhamos feito antes. Mas era nossa primeira
vez fazendo sexo sem interrupções, e não deixaria
que tudo terminasse com uma punheta.
Eu me afastei dela, fiquei de pé e me livrei
de meu jeans. Inclinando-me lentamente, tirei a
legging de Kate, saboreando cada momento
enquanto revelava cada vez mais a sua pele macia e
firme.
— Você é tão sexy — murmurei,
observando-a antes de me deitar com ela na cama.
Eu estava mais do que pronto para a noite
que estava esperando desde a primeira vez em que
colocado meus olhos nela.

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Kate
Eu mal conseguia acreditar que aquilo
estava acontecendo. Depois que Hunter colocou
Maddie na cama, voltei e não demorou muito para
as coisas ficarem quentes e intensas. A ansiedade
só me fez querer mais, e mal tínhamos fechado a
porta quando começamos a nos despir.
Deixei escapar um gemido suave, enquanto
a língua de Hunter passava sobre meu mamilo. Por
sorte, ele era tão bom quanto eu me eu lembrava da
noite no meu aniversário. Ele foi para o outro seio,
me provocando com a língua enquanto suas mãos
deslizavam para o cós da minha calcinha. Eu
arqueei as costas, esperando seus dedos deslizarem
por mim, mas em vez disso, ele levou a mão para a
parte interna da minha coxa.
Eu vou perder o controle se ele não me
tocar em breve.
Ele afastou a cabeça no meu peito, olhando
em meus olhos enquanto tirava a mão da minha
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coxa e a levava para dentro da minha calcinha de


renda preta. Ele se movimentava devagar antes de
deslizar suavemente um dedo para dentro da minha
vagina úmida. Soltei um suspiro quando ele me
acariciou com mais firmeza, a tensão crescendo
dentro de mim. Hunter me observou, seu olhar
profundo e sexy intenso no meu, e foi deslizando
dois dedos, e soltei um grito de prazer. Seus dedos
me tocavam nos pontos certos, e eu sabia que não
aguentaria por muito tempo.
E então, sua boca foi descendo, deixando
beijos molhados em meu ponto principal sensível,
até encontrar meu clitóris e dar uma chupada firme.
Meu quadril se afastou da cama por um
instante, pois a sensação era muito boa. Não houve
nenhum toque desajeitado, nenhum toque hesitante.
Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e
caramba! O homem tinha uma língua talentosa.
Em poucos minutos, eu estava morrendo de
prazer, choramingando baixinho enquanto a língua
percorria o caminho mais delicioso sobre a minha
carne quente.
Eu gemi seu nome e cada músculo do meu
corpo se contraiu, meu quadril se balançou com o
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movimento de seus dedos dentro de mim. Pouco


antes de eu perder o controle, ele afastou a mão. Eu
soltei um gemido, ansiando por mais.
— Preciso estar dentro de você, quando
você gozar —murmurou, colocando um beijo
contra a parte interna da minha coxa.
Ele desceu mais na cama, enquanto eu
tentava recuperar o fôlego, e deslizou minha
calcinha para baixo, jogando-a no chão em seguida.
Ficou de joelhos, relevando o pênis mais
absolutamente perfeito. Incapaz de me conter,
sentei-me e estendi a mão para pegá-lo,
acariciando-o lentamente por toda a sua extensão.
Ele gemeu de prazer, e eu o empurrei de volta para
a cama, ficando em cima dele. Desci o corpo,
beijando seu peito, passando minha língua em seus
mamilos. Corri minha língua por seu abdômen, e
parei antes de passá-la sobre a cabeça de seu pênis.
Ele puxou o ar quando eu o tomei na boca,
passando a língua sobre a ponta sensível. Movi
minha boca lentamente, tomando mais e mais dele
a cada vez. Olhando para ele, encontrei seus olhos
enquanto o acomodava totalmente em minha boca,
até seu pênis atingir a parte dos fundos da minha
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garganta. Seu corpo inteiro ficou tenso, e eu notei


que ele estava perto.
— Você está me matando — disse em um
gemido.
Olhei para cima e o encontrei apoiado nos
cotovelos, me observando com uma expressão de
adoração. Eu adorei fazer aquilo por ele, fazendo
com que ele se sentisse bem daquele jeito. Quanto
mais eu o conhecia, mas sabia que ele não tinha
muitos momentos de prazer como aquele.
Hunter nos reposicionou, me deixando
embaixo dele, abriu minhas pernas e pegou uma
camisinha.
Na última vez, ele ficou deitado enquanto
eu rolei para cima ele, mas agora foi diferente. Ele
manuseou o preservativo depressa e depois seguiu
para meu ponto principal. Pressionando o corpo
para a frente, ele me penetrou. Nós soltamos um
gemido juntos, com o meu corpo estremecendo
com a invasão deliciosa.
— Você é tão deliciosa — ele gemeu
novamente, deslizando rápido. Ambos estávamos
quase lá, e não seria preciso muito esforço para nos

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mandar para a beira do precipício onde estávamos,


praticamente, de pé. — Tão quente.
Arqueei minhas costas, para que pudesse
levá-lo mais longe, querendo senti-lo
completamente dentro de mim. Ele se moveu
devagar, com cuidado a princípio, e isso estava me
deixando louca de desejo. Ele saiu completamente
por um momento e estendi a mão para ele,
precisando dele de volta, precisando da conexão
para permanecer inteira. Ele pegou meus braços e
os colocou acima da minha cabeça, antes de se
mergulhar profundamente em mim de novo, com
um movimento que me deixou sem fôlego.
— Hunter!
Gritei, enquanto ele me penetrava mais e
mais rápido. Balançado o quadril contra ele, com o
prazer crescendo novamente em meu corpo. Eu
estava gemendo alto, entregue ao momento e ele
estendeu a mão para cobrir minha boca, o que só
me excitou mais. Eu observei enquanto ele se
movia em cima de mim, enquanto o calor corria
através de mim. Ambos estávamos correndo em
direção à linha de chegada, e eu não podia fazer
nada para parar. Envolvendo a cintura dele com as
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pernas, para que nossos corpos estivessem


entrelaçados o mais próximo que pudessem, eu
finalmente soltei, não segurei nada quando meu
corpo se contraiu contra o dele, e nós dois
gozamos.
Nenhum de nós se moveu enquanto
tentávamos recuperar o fôlego, o peito de Hunter
subindo e descendo contra o meu. Após um minuto,
ele virou a cabeça para mim e me beijou antes de se
deitar do meu lado.
Deitando-se na cama, ele disse:
— Isso foi...
— Valeu a pena esperar? — perguntei,
sorrindo.
— Definitivamente, valeu a pena esperar.
Não me lembro de você ter emitido tantos sons da
última vez.
Eu bati nele, de brincadeira.
— Você não pareceu se importar.
Ele sorriu, passando o braço ao redor de
meus ombros.
Eu me enrolei nele, colocando o braço em
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seu peito. Identidade. Estava preocupada com a


falta de jeito depois do sexo, mas estávamos tão
confortáveis ali que me senti tentada a deitar e
adormecer.
Eu não era assim. Geralmente depois que
terminava de fazer sexo com um cara, eu ia embora
o mais rápido possível. Trocar carinho também não
era o que eu fazia, mas com Hunter parecia tão
natural. Eu fechei os olhos, passando as mãos ao
longo de seu abdômen firme. Eu sabia que
precisava voltar para o meu apartamento, então me
forcei a me sentar.
— É melhor eu sair daqui — disse, saindo
da cama, procurando minhas roupas.
Ele assentiu, e pensei ter visto a decepção
passar pelo seu rosto.
— Mas foi ótimo — acrescentei, enquanto
vestia minha camisa. — Pelo menos desta vez, eu
não preciso fugir com vergonha.
— Isso é um baita avanço. — Ele sorriu,
vestindo a camiseta e uma cueca.
Nós descemos as escadas, até a porta da
frente, na ponta dos pés, tomando cuidado para não
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acordar Maddie com nossos passos. Praticamente


prendi a respiração até estar do lado de fora — eu
poderia dizer com segurança que nunca mais queria
que ela me visse em uma posição comprometedora
com seu pai.
— Boa noite, Kate — disse ele, encostando-
se no batente da porta.
Ele estava tão lindo ali, que não pude
resistir. Segurei sua camiseta e o puxei para um
último beijo. Mesmo depois de tudo o que tinha
acontecido, eu ainda sentia minha pele arrepiar e
meu estômago revirar. A língua dele escorregou
dentro da minha boca e agarrei sua camiseta com
mais força.
Quando ele finalmente, recuou, tive que
recuperar o fôlego. Jesus, Kate, você acabou de
fazer sexo. Precisava me afastar dele antes que
começasse a tirar minhas roupas novamente.
— Boa noite — eu disse, dando um passo
para trás.
— Te vejo amanhã?
Balancei a cabeça sorrindo, enquanto ele
fechava a porta delicadamente.
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Praticamente flutuei até meu apartamento,


deixando escapar um suspiro satisfeito, quando
deitei na cama. Mentalmente me parabenizei por
tomar a decisão certa.
Por que nós tínhamos hesitado em fazer
aquilo? A maioria dos caras com quem eu dormi
nem sabia onde o clitóris ficava, e os que sabiam,
não sabiam o que fazer com ele quando o
encontravam. Mas Hunter... ele era diferente. E
algumas das coisas que ele sabia fazer com a língua
deveriam ser ilegais.
Eu ainda estava saboreando as lembranças
quando meu telefone tocou.
Acho que poderíamos ter quebrado a
cama.
Dei risada. Aparentemente, Hunter ainda
estava pensando naquilo também.
Isso não foi nada. Eu acho que você vai
precisar de uma cama nova até o final disso.
Sorri para mim mesma, quando apertei
enviar. Totalmente valeu a pena.
Adormeci sorrindo. Hunter era sexy,
incrível na cama e divertido. Eu não podia acreditar
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que tinha pensado que seria complicado. Agora,


além de ter um ótimo apartamento e um ótimo
senhorio, eu estava vivendo a poucos passos da
melhor pessoa com quem já tinha transado.

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Hunter
Kate se assustou enquanto entrou na minha
cozinha, com os olhos arregalados direcionados
para o corte na minha mão.
— Hunter, ai, meu Deus, o que aconteceu?
— Estou bem, estou bem. Só estava
tentando fazer cookies. — Disse, pegando algumas
toalhas de papel para absorver o sangue. Aplicando
pressão no corte, levantei a mão à minha frente. —
Viu? Tudo bem.
— Mas não nenhum passo na receita de
cookies que exija uma faca! — ela exclamou,
largando a bolsa no balcão e olhando em volta para
descobrir o que tinha dado errado. — Você estava
tentando abrir uma casca de ovo com a faca?
Era verdade, minha mão estava sangrando
profundamente, mas parecia que ela estava
exagerando um pouco. Ainda assim, vê-la surtar
com o meu bem-estar era meio sexy.
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— Olha, quando eu pedi sua ajuda com a


venda dos cookies de Maddie para a escola, eu não
estava querendo suas críticas — eu disse, erguendo
as sobrancelhas para ela. — Claramente, os meus
cookies são um fracasso.
— Quando concordei em ajudá-lo, não
sabia que você não entendia nada do assunto —
disse ela, colocando as mãos no quadril enquanto
inspecionava os ingredientes alinhados no balcão.
Ela começou a observar todos eles, separando os
ingredientes secos dos molhados, e então bateu
palmas e olhou triunfante para mim. — Pronto! —
ela disse, sorrindo, enquanto amarrava um avental
em volta da cintura.
— Você trouxe seu próprio avental? — Eu
ri. Essa mulher é uma coisa de louco.
— Vou preferir ignorar sua palhaçada. Eu
decidi fazer uma torna em vez de cookies. — Ela
respondeu, colocando manteiga em uma tigela.
— O que você está fazendo aqui? —
Maddie perguntou a Kate, entrando na cozinha pela
entrada do quintal, onde estava brincando.
— Maddie, seja legal com a nossa vizinha.

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Kate está aqui para ajudar — eu disse, levantando


uma sobrancelha para minha filha, enquanto
procurava itens de primeiros socorros para mim.
— Não, está tudo bem. É uma pergunta
razoável. — Kate sorriu, tirando o cabelo do rosto
com as costas da mão. — Bem, Maddie, estou aqui
para ajudar com a sua venda de bolos. Seu pai
estava fazendo cookies, mas não deu certo. Então
agora estou fazendo uma torta.
Maddie assentiu, olhando para mim antes de
se virar e observar Kate medir uma xícara de
farinha e despejar sobre a manteiga gelada.
— Torta tem glúten? — Maddie perguntou,
franzindo o nariz.
— Não essa — respondeu Kate, virando a
embalagem do saco de farinha para Maddie olhar.
— Estou usando uma farinha sem glúten para a
massa, por isso não vai te causar incômodo. Nem a
mim — disse ela, com uma piscada.
Maddie sorriu e subiu em um dos
banquinhos do balcão para observar Kate mais de
perto. Kate misturou a farinha e a manteiga,
ficando um pouco de lado para que Maddie

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conseguisse ver tudo melhor. Kate quebrou um ovo


sobre a massa, misturando ainda mais antes de se
virar para Maddie.
— Ei, Maddie, acha que pode me ajudar?
— Kate perguntou.
Os olhos de Maddie se arregalaram quando
ela assentiu.
— Lave suas mãos primeiro — eu disse, e
Maddie desceu do banquinho. Rapidamente foi até
o banheiro de hóspedes.
— Está tudo bem? — Kate se virou para
mim. — Acho que deveria ter checado com você
antes de perguntar a Maddie. É que ela pareceu
bem interessada. Além disso, imaginei que seria
bom que ela finalmente esquecesse toda aquela
coisa de adultos uma vez por todas. Quero dar uma
nova lembrança para substituir aquela.
Nós dois rimos.
— Está mais do que bem — falei. — Só
espero que ela não tenha herdado minhas
habilidades de chefe, ou a falta delas.
Não podia acreditar na facilidade com que
Maddie parecia estar se aproximando de Kate.
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Quando Maddie voltou correndo para a cozinha,


Kate rolou a massa de torta, e elas a colocaram na
assadeira juntas. Por ser uma pessoa sem jeito para
crianças como Kate me disse que era, não havia
como negar que — quando se tratava de deixar
minha filha ajudá-la a fazer uma torta, ela era
ótima.
Por um momento, eu apenas observei, sob o
pretexto de limpar a bagunça que tinha feito no
balcão. Mas, na verdade, era uma coisa tão rara ter
uma mulher cozinhando na minha casa, ouvindo os
risos da minha filha enquanto elas trabalhavam
juntas, que eu queria ficar olhando. Eu não havia
namorado ninguém com seriedade suficiente para
garantir momentos domésticos como aquele.
Kate e Maddie fizeram o recheio da massa
juntas, e Kate cortou fatias de maçã dentro de uma
tigela e Maddie despejou açúcar e suco de limão
sobre elas. E eu fiz o meu melhor para não ficar em
cima, mas estava totalmente fascinado com a
facilidade com que elas se aproximaram. Algo que
sempre me incomodou era o fato de Maddie não ter
muitas figuras femininas em sua vida, além da avó
e de suas professores — e estava claro que ela

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estava se divertindo.
As duas continuaram a montar a torta,
cozinhando fatias de maçã no fogão, acrescentando
mais ingredientes que eu não conhecia à mistura e
colocando o recheio na assadeira. Fiquei chocado
com a concentração de Maddie durante todo o
tempo, e como ela ouvia Kate. Parecia que
tínhamos encontrado um novo passatempo para
Maddie explorar quando fosse mais velha.
Assim que elas colocaram a torta no forno,
Maddie se virou para mim, com um olhar
triunfante.
— Você viu isso, papai? Eu e Kate fizemos
uma torta! — Ela sorria de orelha à orelha, com
farinha grudada no rosto e espalhada por toda a
roupa.
— Eu vi. Ótimo trabalho, querida. —
Estendi a mão para cumprimentá-la com um toque,
e ela retribuiu.
— Eu mal posso esperar para provar —
disse Maddie, praticamente pulando de emoção.
— Enquanto isso — falei, tirando farinha de
seu cabelo — vá se limpar para podermos sair para
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vender a torta.
— Kate pode ir com a gente? — Maddie
perguntou, olhando para mim com os olhos
suplicantes e arregalados.
— Bem... — olhei para Kate e de volta para
Maddie. — Isso é com a Kate. É sábado e
provavelmente ela tem outros planos.
— Por favooor, venha com a gente, Kate.
— Maddie pediu, jogando a cabeça para trás e
projetando o lábio inferior. — Eu quero dizer a
todos que ajudei você a fazer a torta. Ninguém vai
acreditar que ele fez — acrescentou ela, apontando
o polegar em minha direção.
Ah, sim, nada como uma crítica da sua filha
para incendiar as coisas com a pessoa com quem
você está ficando.
Franzi a testa e olhei para Kate.
— Você não precisa ir. Já nos ajudou muito.
— Eu adoraria ir. De jeito nenhum vou
deixar você levar todo o crédito pela nossa torta
incrível — ela disse, e piscou.
Maddie soltou um grito animado, pulando

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pela cozinha enquanto falava sobre todas as pessoas


que Kate encontraria na venda de bolos. Kate e eu
demos risada, vendo Maddie surtar, e eu me
aproximei para ficar ao lado de Kate.
— Não quero que você se sinta obrigada —
disse a ela, com a voz baixa. — Vou dar um banho
rápido na pequena e será fácil inventar uma
desculpa para você. As vendas de bolo da pré-
escola não são um item em nossa negociação
recente.
Ela sorriu, arqueando uma sobrancelha
esculpida em minha direção.
— Eu não estou fazendo isso porque me
sinto obrigada por estar transando com você — ela
sussurrou, observando Maddie para ter certeza de
que ela não pudesse ouvir. — Estou fazendo isso
porque sua filha me pediu e estamos começando a
nos conhecer. Além disso, eu estava falando sério
quando disse que não vou deixar você levar todo o
crédito.
Eu sorri e encolhi os ombros.
— Você é quem sabe. Só não venha chorar
para mim quando estiver morrendo de tédio no

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evento da pré-escola.

Uma hora depois, Kate bateu na porta da


frente novamente. Havia acabado de tomar um
banho, vestia um jeans com blusa vermelha leve e
sandálias. Ela parecia boa o bastante para uma foda
agora.
Quando saiu para trocar de roupa e terminar
uma pequena matéria antes de irmos para a venda
de bolos, ela me deu instruções rigorosas sobre
quando verificar a cor da torta e como saber se ela
estava pronta. Dei um banho rápido em Maddie e a
vesti, e fui seguindo as instruções de Kate da
melhor forma que pude. Meu único fracasso foi
deixar um lado da torta ficar um pouco mais escuro
do que o outro — um fato de que Maddie não
deixou que eu me esquecesse, por mais que Kate
tenha dito que estava tudo bem.
— Mas, papai, Kate e eu fizemos uma torta
incrível e você estragou tudo! — Maddie protestou,
com aquele olhar que me dizia que ela estava a
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cerca de dois minutos de ter um chilique.


E eu pensei que estava indo muito bem.
— Você está certa. Você e a Kate fizeram
um ótimo trabalho com a torta, mas como a Kate
disse, a torta está muito boa. Mesmo que um dos
lados esteja um pouco mais marrom do que o outro
— falei, calmamente. Alisei o cabelo de Maddie
para trás, mas ela franziu o rosto e se afastou de
mim, cruzando os braços, contrariada.
Olhei para Kate me desculpando. De
repente, levá-la conosco para a venda de bolos não
parecia ter sido uma boa ideia. Estava prestes a
abrir a boca para avisar a Maddie que a nossa
vizinha não iria conosco, se ela não mudasse de
atitude, quando Kate se aproximou de Maddie,
agachando-se para que as duas ficassem na mesma
altura.
— Eu acho que esta torta vai estar ainda
mais gostosa por que seu pai nos ajudou. Você e eu
nos divertimos muito fazendo ela juntas, e seu pai
ajudou muito ao tirá-la do forno — disse ela, com
uma expressão séria, depois se inclinou um pouco
mais para perto de Maddie. — E você quer saber de
um segredo? — Maddie assentiu e se inclinou. —
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Eu gosto da massa um pouco mais marrom de um


lado. — Kate sussurrou.
Os olhos de Maddie se arregalaram e ela
olhou para Kate por um momento, antes de se virar
para mim.
— Eu acho que você se saiu bem, papai —
disse Maddie, timidamente, olhando para o chão.
Minha nossa, não acredito nisso.
— Obrigado, é muito gentil da sua parte
dizer isso — lancei a Kate um olhar agradecido. —
Agora, quem está pronta para uma venda de bolos?
Nós três entramos no meu carro, com Kate
segurando a torta no banco da frente, enquanto eu
afivelava o cinto de Maddie em seu assento no
banco traseiro. Durante todo o trajeto até a escola,
Maddie falava sobre seus amigos; o que as mães
deles estavam fazendo e o que estavam querendo
comprar. Kate escutou educadamente,
demonstrando interesse em todos os momentos
certos, enquanto olhava para mim de vez em
quando com um sorriso acolhedor.
Fiz o meu melhor para ouvir e responder a
Maddie durante a viagem, mas estava em dúvida
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sobre ter levado Kate conosco. Muitas das mães na


pré-escola estavam... superenvolvidas, tanto na vida
de seus filhos quanto na vida de outros pais. Eu era
um dos dois pais solteiros da pré-escola, e digamos
apenas que de nós dois, eu era o mais cobiçado. Eu
não queria que houvesse inveja rolando quando as
mães solteiras pensassem que eu estava de
namorada nova.
Quando chegamos à escola, o gramado da
frente já estava lotado de pais e filhos, ao redor de
uma longa mesa de madeira — com fileiras de
assentos à mostra. Maddie rapidamente viu seus
amigos e arrastou Kate e eu até eles, e eu apresentei
Kate aos outros pais como nossa vizinha.
— Kate teve a gentileza de fazer essa torta
para nós, com a ajuda de Maddie, é claro — disse.
— Eu sou um caso perdido quando se trata de
cozinhar.
— Quando entrei, ele estava tentando abrir
um ovo com uma faca.
Kate riu, já encantando os outros pais.
Todos eles riram e começaram a me provocar sobre
minha falta de habilidade na cozinha, sem poupar
nenhum detalhe, contando até que eu já tinha
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levado cookies comprados dizendo que eu os tinha


feito.
— Nós teríamos acreditado se você tivesse
se lembrado de remover a etiqueta de preço —
disse minha amiga Sandra, rindo.
Sandra era mãe de Ashley, que era a melhor
amiga de Maddie. As duas já estavam rindo e
provando todos os bolos e biscoitos alinhados na
mesa, tagarelando como só as garotas de quatro
anos conseguem.
Quando eu estava prestes a dar uma
resposta, alguém me deu um tapinha no ombro. Eu
me virei e vi uma pequena mulher de jeans
apertado e uma camiseta que a escola tinha feito
para os pais. Ela estava com um sorrisão aberto
para mim e jogou o cabelo sobre o ombro antes de
falar.
— Hunter, eu não sabia que você estaria
aqui! Você cozinhou alguma coisa? — perguntou
ela, com uma voz alta e animada.
— Ei, June, como vai? Não, desta vez eu
tive que chamar reforços.
Eu recuei para dar lugar a Kate na conversa.
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June deu uma rápida olhada em Kate, abriu outro


sorrisão e estendeu a mão.
— Ah, oi, desconhecida! Eu sou June, a
mãe de Erika. Como você conheceu o nosso
Hunter? — perguntou ela, olhando rapidamente no
rosto de Kate e depois para o meu, e de volta em
Kate.
Nosso Hunter?
— Eu sou vizinha dele — respondeu Kate,
sorrindo e apertando a mão de June. — Eu não
sabia que ele tinha tanta fama por ser um péssimo
cozinheiro.
June continuou sorrindo, mas algo nos
olhos dela mudou. Eu me senti desconfortável com
o jeito com que ela estava olhando para Kate. June
tinha insinuado estar interessada em mim já há
algum tempo, e julgando pelos olhares que ela
estava lançando em direção a Kate, imaginei que os
sentimentos não tinham mudado, apesar de eu
nunca ter mostrado nenhum interesse por ela.
— Bem, Hunter — June disse, com a voz
atingindo um tom mais sério. — Você sabe que
pode me ligar a qualquer hora, se precisar de

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alguma coisa. Estou sempre aqui para lhe oferecer


meus serviços — acrescentou ela, erguendo
ligeiramente as sobrancelhas. Enquanto ela falava,
apoiou a mão no meu braço, apertando-o
ligeiramente.
— Obrigado, June, eu agradeço mesmo. —
Sorri educadamente. June assentiu e deu outro
aperto no meu braço, antes de se afastar para
monitorar alguns pestinhas tentando lamber os
cupcakes.
— Eu não sabia que você era tão popular
aqui — disse Kate, observando Maddie e Ashley
olhando os brownies a poucos metros de nós.
— Sim, o lance de pai solteiro meio que faz
com que eu me destaque — respondi, enquanto
seguíamos em direção a Maddie.
— Parece que você é uma mercadoria muito
disputada por aqui — disse Kate.
— Eu acho que sim. Acho que as mães
ficam felizes por ver alguns pais de vez em quando.
Nós andamos em silêncio por um tempo,
observando Maddie e ocasionalmente conversando
com outros pais. Kate continuava a ser encantadora
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e extrovertida — mas entre as nossas conversas,


percebi que algo a incomodava. De repente, me
senti mal por tê-la levado ali. Tinha certeza de que
ir a uma venda de bolos da pré-escola era a última
coisa que ela queria fazer em uma tarde de sábado.
Ótimo, afaste sua ficando mostrando a ela
sua vida chata. Parabéns, Hunter.
Maddie escolheu os assados que queria e
nós entramos na fila para pagar. Kate estava
comigo na fila, enquanto Maddie corria pelo
gramado junto com Ashley e alguns outros amigos.
Fiquei feliz ao ver que ela gastava muita energia
antes de ir para casa.
— Ei — disse Kate, cruzando os braços e
baixando a voz. — Só porque estamos brincando
não significa que você não pode namorar.
Claramente, June está atraída por você, e tenho
certeza de que muitas outras mães também estão.
Se é isso que você quer, vá fundo. Eu só vou...
sumir de vez, sem ressentimentos.
Suas palavras me atingiram como um chute
direto na virilha. Não esperava por essa.
— Kate, eu...

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Antes que eu pudesse terminar, Maddie veio


correndo até mim, me abraçando pelas pernas e
rindo.
— Segura, estou segura! — Ela gritou,
rindo histericamente enquanto suas amigas
formavam um círculo em torno de nós, claramente
irritadas por não poderem pegar Maddie na
brincadeira. Dei a Kate um olhar para me
desculpar, e me virei para Maddie.
— Mais cinco minutos, OK? Está quase na
hora de irmos.
— Ah, tudo bem — Maddie disso, ainda
segurando minhas pernas e inclinando-se para mim,
optando por ficar ao meu lado em vez de correr e
aproveitar os últimos cinco minutos com sua
melhor amiga.
Nós pagamos pelos dois brownies e pela
fatia de bolo, felizes por descobrir que todas as
fatias da nossa torta de maçã tinham sido vendidas.
— Eu te disse que um pouco de marrom na
torta a deixa mais interessante. — Kate se abaixou
e disse para Maddie. Elas sorriram uma para a
outra, e Maddie correu para lhe dar um pequeno

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abraço.
Quando voltamos, coloquei Maddie em seu
quarto para que passasse um tempo em silêncio.
Quando voltei para a cozinha, encontrei Kate
parada na frente da pia, limpando a bagunça
deixada ao fazer a torta mais cedo.
— Você não tem que fazer isso — disse, me
juntando a ela na pia.
— Eu fiz a bagunça. Faz sentido que eu
limpe tudo — respondeu ela, tirando os últimos
pedaços da massa crocante da assadeira.
Delicadamente, peguei a assadeira e a tigela
de suas mãos.
— Eu não acho que é assim que as coisas
são.
Kate me deixou lavá-los e saiu do caminho,
virando-se para ficar ao meu lado enquanto se
inclinava contra o balcão.
— Eu agradeço muito por toda a sua ajuda
hoje — eu disse, colocando os copos de medição na
máquina de lavar louça. — E não consigo imaginar
o que teríamos feito sem você.

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— Sim, claro. Não se preocupe com isso.


Foi divertido — ela respondeu, encolhendo os
ombros com um sorriso.
— Além disso, voltando ao que você estava
falando antes, sobre June... Ela tem dado em cima
de mim há um tempo, e não tem sido muito sutil.
Se eu quisesse sair com ela, já tinha feito isso. Não
estou interessado.
Kate assentiu, mas não olhou para mim,
olhou para a sala atrás de mim.
— Bem, mesmo que não seja ela, saiba que
estou bem com isso. Com você namorar outra
pessoa.
Ela estava tentando ser legal. Mas por que
aquilo me deixava irritado?
Respirei fundo, tentando manter a voz
calma.
— Vou me lembrar disso.

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Kate
Olhei pela janela, procurando algum sinal
de Hunter. Era dia de sol, e eu esperava que ele
estivesse do lado de fora brincando com Maddie ou
cuidando do quintal. Não o via desde a venda de
bolos e não conseguia tirá-lo da minha cabeça.
Tentei meditação e yoga, mas depois da
minha primeira posição de cão, eu desisti. Até
considerei sair para correr, mas decidi que não
estava tão desesperada assim para esquecê-lo.
Algo me incomodava por dentro, me
deixava desconfortável, mas não conseguia
identificar o que era e o porquê. Pensei, que talvez,
se pudesse vê-lo, finalmente seria capaz de me
concentrar e descobrir o que estava acontecendo.
Quando tentei me distrair com o trabalho, minha
mente continuou à deriva, então decidi limpar a
cozinha.
Normalmente, a limpeza e a organização me
relaxam, mas quando terminei de limpar as
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bancadas, estava mais ansiosa. Sim, nós tivemos


momentos ótimos na venda de bolos, mas de
repente eu estava me sentindo meio louca.
Coloquei os pratos na máquina e peguei o
frasco de detergente, percebendo que estava
olhando fixamente para o nada — vagando
completamente por vários minutos. Depois de
fechar a máquina, apertei start e fui embora,
determinada a tirá-lo da minha cabeça.
Poucos minutos depois, eu me sobressaltei...
havia espuma por toda parte.
Porra. Estou perdendo o controle. Respirei
fundo, preocupada por não estar mais neurótica, e
sim, psicótica. Fosse o que fosse, eu tinha uma
cozinha cheia de espuma e água que precisava ser
limpa.
Sim, queria, sim, chamar a atenção de
Hunter, mas não dessa maneira.
Havia apenas uma coisa que eu poderia
fazer — chamar Hunter. Ele chegou em alguns
minutos, lindo e sexy vestindo jeans e camisa
branca, que ficava perfeita em seus braços
musculosos.

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— Merda — disse ele quando entrou,


largando sua caixa de ferramentas no chão. A
cozinha estava cheia de água e bolhas de sabão.
— Eu sinto muito. Não tenho ideia do que
aconteceu. — Fiquei atrás dele, enquanto
examinava a máquina. Ele parou, a abriu e
verificou o que ocorria lá dentro.
— Está tudo bem, só foi detergente demais
— disse, se levantando. — Quanto você colocou?
Dei os ombros, sem querer admitir que
estava tão distraída pensando nele a ponto de ter
despejado meio frasco de detergente lá dentro.
— Sinto muito por incomodar você. Só
fiquei preocupada que tivesse quebrado a máquina
ou algo assim — sorri, me desculpando, esperando
que ele não me achasse uma completa idiota que
não sabia usar uma lava-louças.
— Sem problemas. Eu não estava fazendo
nada — passou a mão pelo cabelo, fazendo com
que seu bíceps se flexionasse.
Prendi a respiração e me forcei a desviar o
olhar.
— Eu acho que vou limpar tudo — peguei
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um esfregão e algumas toalhas. — Obrigada


novamente pela ajuda.
— Posso ficar por aqui e ajudar.
— Você tem certeza? Não quero acabar
com a sua tarde.
— Você não acabou com nada. Maddie está
brincando na casa de uma amiga e só volta daqui
meia hora.
Deixei o esfregão de lado e joguei uma das
toalhas para Hunter. Esfregar o chão da minha
cozinha não era a atividade física que eu tinha em
mente para nós — nas minhas fantasias.
Logo após terminarmos de limpar a
bagunça, Hunter se agachou para inspecionar nosso
trabalho. Ele limpou o suor da testa, e sua camisa
se levantou levemente, revelando seu abdome
definido. Ele parecia ter saído de um comercial de
desodorante.
— O que foi? — Ele sorriu.
Droga. Fui pega babando por ele.
Antes que tivesse tempo de processar o que
estava acontecendo, estava rastejando pelo chão

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para me ajoelhar na frente dele. Sem dizer nada,


Hunter levantou meu queixo e uniu nossas bocas
em um beijo ardente. Quando entreabri meus lábios
de modo convidativo, sua língua deslizou contra a
minha.
Deus, esse homem. Ele era a perfeição.
Suas mãos agarraram meu quadril,
puxando-me para mais perto enquanto sua língua
acariciava a minha. Então, ele me puxou para cima,
enquanto se sentava no chão.
Quando nos beijamos, deslizei minha mão
por seu corpo, pressionando seu pau sobre a calça
jeans. Ele gemeu quando coloquei a mão para
dentro, envolvendo-a em torno dele e acariciando
lentamente até que pude senti-lo pulsando em
minha mão. Ele era tão grosso que eu não
conseguia fechar os dedos ao redor dele, e ele
soltou grunhidos baixos enquanto eu o acariciava
— apertando ainda mais forte e passando o dedo
sobre a cabeça sensível.
— Porra — ele grunhiu, levantando o
quadril em direção ao meu toque.
— Eu quero você — murmurei.

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— Tire a roupa — sua voz era um grunhido


áspero e fez meu corpo se arrepiar.
Enquanto Hunter arrancava a camisa e
empurrava os jeans e a boxer para baixo, eu tirei a
minha roupa. Em seguida, ele levantou minha
blusa, pegando o fecho do meu sutiã e liberando
meus seios.
Ele me beijou novamente, enquanto
segurava meus seios com as mãos, acariciando-se
delicadamente. Beliscou um mamilo com os dedos
e eu fechei meus olhos, sentindo a sensação se
espalhar por meu corpo e descer entre minhas
pernas — e sabia que já estava molhada. Ele se
moveu para o outro seio e soltei um gemido baixo.
Estendi a mão para tocá-lo novamente, e
senti-lo tão comprido e grosso me deixou ainda
mais louca de desejo. Me movi para ficar em cima
dele, passando as pernas em volta de sua cintura,
deslizando para a frente até sua ereção pressionar
meu ponto central.
Balancei meu quadril contra ele, sentindo-o
pressionar-se contra mim mais um pouco. Ele me
puxou com força, sua mão segurando meu cabelo
na parte de trás da minha cabeça, enquanto
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continuava a me beijar.
Incapaz de resistir por muito tempo, recuei
e sussurrei:
— Preciso de você dentro de mim.
Ele me levantou novamente, uma mão
segurando meu quadril e a outra minha bunda,
então nos abaixou no chão. Gemi de prazer quando
ele pressionou o pênis contra minha vagina úmida,
esfregando apenas a ponta de seu pau em mim.
Gemi seu nome baixinho, empurrando meu quadril
para a frente, em busca de mais. Ele continuou a
me provocar, pressionando apenas a ponta o tempo
todo, enquanto eu me contorcia embaixo dele.
Passei as mãos por seus ombros, tentando me
aproximar ainda mais.
— Preservativo? — Ele perguntou.
Em circunstâncias normais, eu teria me
sentindo constrangida por sair correndo nua até
meu quarto na frente de um homem, mas nada
naquela situação era normal. Eu queria ele. Bem
aqui. Agora mesmo.
Segundos depois, voltei com o preservativo.
Hunter se preparou e depois me puxou para
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perto novamente. Olhando em meus olhos, por um


momento antes de entrar em mim, movendo-se
mais a cada impulso. Respirei fundo quando ele se
enterrou em mim, cravando minhas unhas em seus
ombros.
— Você é tão gostosa — disse ele, com a
voz baixa e rouca, enquanto se aquietava,
aproveitando a sensação de estar enterrado em
mim.
Ele segurou minha bunda, empurrando-se
ainda mais fundo. Ofeguei, e cada parte do meu
corpo se apertou. Fechando os olhos, eu gritei,
fazendo meu quadril se balançar contra ele. Nós
estávamos tão frenéticos. Não tinha certeza se era
porque sua filha estaria em casa a qualquer
momento ou porque estávamos tão desesperados
um pelo outro.
— Hunter — gemi, respirando fundo com o
prazer me tomando o corpo todo.
Minutos depois, um forte orgasmo me
tomou, roubando meu fôlego e fazendo meu corpo
se contrair com força.
— Nossa, nossa. Porra — ele gritou, ainda

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estocando em mim. — Vou gozar.


— Sim — gritei, puxando seu quadril
contra o meu.
Sua respiração mudou e ele enterrou o rosto
em meu pescoço enquanto gozava. Nós respiramos
ofegantes por alguns minutos, nossos corpos
escorregadios de suor. Hunter se abaixou e afastou
o cabelo da minha testa enquanto me aproximava
dele.
— Nossa, isso foi inesperado. — Ele sorriu
para mim e me deu um beijo suave nos lábios.
— Sim, quando vi, já tinha acontecido —
eu ri.
Assim que ele me ajudou a me levantar do
chão, nós juntamos nossas roupas e Hunter jogou o
preservativo fora, lavando as mãos na pia.
Parei ao ouvir o som de um carro parando
na entrada da garagem e então, uma porta se abriu.
— Merda. Acho que Maddie chegou. — Ele
sorriu desculpando-se enquanto espiava pela janela.
— Não precisa se desculpar — eu disse, me
vestindo rapidamente. — Obrigada por consertar a

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máquina de lavar louças... e o resto do meu


encanamento. — Sorri para ele, enquanto ele vestia
as roupas.
— Conte comigo quando precisar — ele riu.
— É só me ligar se precisar de ajuda com isso ou
qualquer outra coisa, de novo.
Hunter se dirigiu para a porta e depois se
virou.
— Além disso, gostaria de agradecer
novamente por tudo na venda de bolos. Significou
muito para Maddie.
Eu sorri, tocada ao ouvir que ela tinha
gostado.
— Claro, foi divertido para mim também.
Ele olhou nos meus olhos por um momento
e meu coração se acelerou. Como ele fazia isso?
Era como se toda vez que olhasse para mim, eu me
esquecesse de tudo, menos dele. Depois de um
último sorriso caloroso, ele se virou e desceu as
escadas.
Assim que fechei a porta, me inclinei contra
ela e deslizei para baixo, fiquei sentada no chão.
Cobri a cabeça com as mãos. O que era aquilo? É
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assim que outras pessoas fazem? Estragam a


máquina de lavar louças para chamar atenção de
um cara?
Não podia negar. Eu sabia por que estava
perdendo a cabeça.
Não queria que Hunter namorasse outras
pessoas.
A verdade estava ali, fria, dura e feia.
Estava chateada por ter falado para ele que não
havia problema se ele saísse com outras mulheres
da escola de Maddie.
Eu gostei de cozinhar com eles... gostei
muito. Era bom estar perto dele, e não apenas por
ele saber o que fazer no quarto. Eu até gostei de
sair com Maddie, agora que estávamos nos
entendendo.
Eu me levantei e olhei pela janela, sem
saber como lidar com a minha situação.
Merda. Eu estava fodida. Nunca tinha me
sentido assim antes, tão louca e desesperada por um
cara com quem estava fazendo sexo.
Era assim que outras mulheres se sentiam
quando gostavam de um cara?
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Não sabia exatamente o que estava


acontecendo entre nós, mas não esperava por essa
reviravolta.

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Hunter
— Lá vem o submarino Maddie voltando de
sua jornada pelo oceano — ri, guiando o brincando
de plástico, de uma extremidade da banheira para a
outra, fazendo sons enquanto o pequeno barco azul
flutuava.
— Eba! — Maddie gritou, jogando os
braços para dentro e fora da água com emoção.
Banhos matinais não faziam parte da nossa
rotina habitual, mas tínhamos ficado acordados até
tarde jogando bingo na noite anterior, e eu tinha me
esquecido completamente da hora do banho. Só
lembrei de manhã cedo, quando ela foi para a
minha cama para se aconchegar. Um beijo no topo
de sua cabeça, e eu notei que era hora de levar o
submarino Maddie para outra viagem.
— Para onde foi o barco desta vez, papai?
— Ela perguntou, olhando para mim com os olhos
brilhantes e animados.

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Deixando o brinquedo balançar à sua frente,


coloquei um pouco de xampu na mão e passei em
seus cabelos. Enquanto o xampu entrava embaixo
dos meus dedos, gentilmente esfreguei seu couro
cabeludo, sorrindo ao ver as bolhas que se
formaram em toda sua cabeça.
— Bem, ouvi dizer que viajou até a Islândia
desde a última vez que o vimos.
— Islândia?
— Hum.
— Na Islândia é muito frio, papai?
— É, mas não tão frio quanto a Groelândia.
Acredita nisso?
Seus olhos se arregalaram quando ela olhou
para o pequeno barco azul e balançou a cabeça,
negando. Então pegou o brinquedo e começou a
conversar, perguntando quanto tempo havia
demorado para chegar à Islândia, se havia visto
algum castelo de gelo quando chegou lá.
Enxaguei o xampu de seu cabelo, sorrindo
enquanto ela espirrava água e brincava. Era um
daqueles momentos em que eu sabia que deveria
ficar atento à hora, para não chegar atrasado à
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escola e ao trabalho, mas não conseguia me


apressar. Não dava para ignorar momentos
incrivelmente preciosos como aquele.
Se alguém tivesse me dito, há cinco anos,
que a minha vida seria completamente alterada por
uma pequena, que um bebê entraria em minha vida
— eu teria dito que esse alguém era louco. Mas a
partir do momento em que a mãe de Maddie me
disse que estava grávida, eu soube que minha vida
nunca mais seria a mesma.
Ao olhar para a foto do ultrassom, eu me
apaixonei. E quando ficou claro que eu cuidaria de
Maddie sozinho, optei por fazer isso sem pensar
duas vezes. Não havia outra opção para mim.
Minha filhinha se tornou o centro do meu
mundo, no momento em que soube de sua
existência. Por mais que minha vida pessoal tenha
sido alterada por eu estar ocupado criando minha
filha, cada segundo que eu passava ao seu lado era
mais do que valioso. Maddie era tudo para mim e
nada poderia tirar o que tínhamos.
A gravidez obviamente foi uma surpresa
para nós dois, mas a mãe de Maddie não teve
interesse. Agora ela morava do outro lado do país e
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ligava uma vez por ano, no aniversário de Maddie.


Quando terminei de tirar o sabão de seu
corpo, ajudei Maddie a se secar e puxei o ralo para
drenar a água banheira. Eu a vesti rapidamente e
arrumei seu cabelo, antes de vestir as minhas
roupas do trabalho. Escovamos os dentes juntos no
meu banheiro. Logo estávamos ambos prontos para
começar o dia, e enquanto caminhávamos pelo
corredor até a porta, verifiquei o relógio da
cozinha. Mesmo com o tempo extra no banho,
estávamos no horário certo.
Quando saí pela porta da frente, meu olhar
se desviou até o apartamento acima da garagem.
Não conseguia parar de lembrar daquele dia, no
apartamento de Kate, quando acabamos no chão da
cozinha. Não que estivesse reclamando.
Eu havia ficado surpreso por ver alguém tão
experiente na cozinha deixar a máquina de lavar
louça transbordar daquele jeito por engano... mas se
por isso acabamos fazendo um sexo incrível no
chão da cozinha, tudo bem. Tudo faria sentido. E
eu não era o tipo de cara que recusava uma
rapidinha na cozinha. Não tinha certeza absoluta de
que um homem assim existisse. Fazer sexo incrível,
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não importava onde.


Deixando os pensamentos eróticos de lado,
ajudei Maddie a se acomodar e me sentei no banco
do motorista.
— Vamos para a escola.

Quando cheguei ao escritório, uma pilha


enorme de papéis estava à minha espera na mesa.
Suspirando, me sentei e comecei a trabalhar
imediatamente. As rotas de ônibus do lado oeste da
cidade precisavam ser organizadas, os trilhos de
trem precisavam de manutenção, buracos nas
estradas precisavam ser tampados... E eu só
conseguir pensar em transar com Kate.
Foco, Hunter, foco.
Felizmente, o resto do dia passou num
piscar de olhos, e logo era hora de buscar Maddie
na casa de sua melhor amiga. Tive a sensação que
minha última reunião do dia demoraria mais do que
o normal, então marquei para Maddie ficar com
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Ashley. Era apenas uma das muitas habilidades que


tive que aprender rapidamente como pai solteiro.
Na volta para casa, Maddie perguntou o que
teríamos para o jantar, e começou a choramingar
quando eu disse que comeríamos frango com
brócolis, um de nossos jantares normais de semana.
— Por que você não pode fazer o mesmo
jantar gostoso que Kate fez quando veio?
— A vizinha Kate é uma cozinheira muito
melhor do que eu — respondi, checando a reação
de Maddie no retrovisor. Ela não parecia
convencida.
— Bem, por que você não pede para ela vir
e cozinhar para nós de novo?
Você não tem ideia do quanto quero
convidá-la.
— Kate nos ajudou muito ultimamente.
Tem sido muito legal da parte dela, mas não
queremos abusar de sua gentileza.
— Papai, o que significa “abusar”?
Suspirei.
— Eu só quero dizer que não podemos
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esperar que ela nos faça jantares o tempo todo.


Temos que aprender a fazer sozinhos.
Além disso, ela deixou bem claro — um
tempo atrás — que não estava interessada em algo
sério, e a última coisa que quero fazer é usar
minha filha para que ela sinta obrigação de fazer o
que quer que seja.
Maddie ficou em silêncio por um tempo,
olhando pela janela do carro. Alguns minutos
depois, ela suspirou e murmurou para si mesma.
— Mas eu odeio brócolis.

Passei todo o jantar até a hora de Maddie


dormir procurando uma desculpa para mandar
mensagem para Kate sem parecer completamente
desesperado.
Poderia pedir a receita daquela refeição que
Maddie tinha amado — mas prometi a mim mesmo
que não usaria minha filha como desculpa. Poderia
conferir se a lava louças estava funcionando bem,
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mas estava claro que o problema da máquina tinha


sido armado. Não queria provocá-la com isso.
No momento em que coloquei Maddie na
cama, estava completamente sem saída e pronto
para mandar um simples “oi” para Kate.
Dei um beijo na testa de Maddie, dizendo
que a amava e me repreendi diante daquela
situação. Essa princesinha era a única pessoa que
realmente importava na minha vida. Por mais que
minha nova inquilina fosse divertida, eu era pai
antes de mais nada. Maddie e eu éramos um só, e a
longo prazo, eu precisaria de uma mulher que
aceitasse isso.
— Boa noite, papai — Maddie disse
suavemente, com as pálpebras fechando.
Meu coração se apertou quando olhei para a
pequena forma enrolada nos cobertores.
— Boa noite querida. Até amanhã.
Fui até meu quarto e peguei o celular.
Checando a tela, fiquei surpreso ao ver que tinha
recebido uma mensagem de Kate.
Você está aí?

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Sua mensagem foi mais direta do que o


habitual. Algo poderia estar errado. Liguei para ela
imediatamente, temendo que ela estivesse em
apuros.
— Olá — ela sussurrou, sua voz quase não
saiu.
— Kate, oi, está tudo bem? — Tentei
manter a voz calma. A última coisa que ela
precisava era achar que eu estava assustado.
— Eu ouvi um barulho. Acho que pode ter
alguém... ou algo... aqui. Você acha que poderia vir
e dar uma olhada?
Em poucos minutos, estava entrando pela
porta da frente da casa, que estava destrancada, e
entrei no apartamento escuro.
Talvez eu devesse ter pego um taco de
beisebol ou algo assim.
— Kate? — chamei, com meus olhos ainda
se ajustando a escuridão.
— Aqui — ela respondeu.
Seguindo sua voz, entrei na sala de estar
para encontrá-la encolhida no sofá, coberta até o

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queixo. Seus olhos estavam bem arregalados — e


colados em um filme de terror na televisão. Por um
lado, pensei que ela parecia mesmo assustada, mas
depois da encenação com a máquina de lavar? Não
tinha tanta certeza.
— O que você está assistindo? —
Perguntei, minha voz neutra. Se ela estivesse
realmente apavorada, eu não queria dar a impressão
de que estava tirando sarro dela.
— Bem — ela disse, se virando para mim e
arregalando ainda mais os olhos. — Esse filme
apareceu na TV e no começo não parecia que seria
assustador, só parecia bem interessante, então eu
continuei assistindo. E, uh, bem... ele me assustou
bastante, então ouvi um barulho do outro lado do
apartamento e agora você está aqui.
Ela disse tudo de uma vez, fazendo sua
explicação sair em um fluxo rápido — quase como
se a tivesse ensaiado nos últimos dez minutos.
Sorri.
— Isso parece horrível — disse, um pouco
irônico, pegando o controle e desligando a
televisão. — Vamos começar tirando os gritos e os
zumbis da TV.
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— Boa ideia — respondeu ela, se mexendo


sob o cobertor.
— Bem, acho que só há uma coisa a fazer
— falei, enfiando as mãos nos bolsos de trás.
— O quê? — Ela franziu a testa, com os
olhos ainda arregalados.
— Acho melhor você ir dormir na minha
casa.
Seus olhos se arregalaram ainda mais.
— Podemos fazer isso?
— Nós vamos colocar um alarme para que
você possa fugir cedo. — Não que a gente vá
dormir muito.
— Será a mais curta fuga de todos os
tempos.
— Pelo menos há uma boa chance de
ninguém te ver.
Ambos rimos.
— Sim, acho que dormir na sua casa seria
bom — respondeu, sentando e prendendo o cabelo
atrás da orelha.

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— Bom — sorri. — Agora saia desse


cobertor, para que possamos ir antes que o zumbi
no seu quarto encontre a gente.
Ela revirou os olhos, mas me seguiu até a
porta, onde calçou os sapatos. Fomos rapidamente
para a minha casa, passando nas pontas dos pés
pela porta do quarto de Maddie e entrando no meu.
Ali dentro, fechei e tranquei a porta.
Nunca mais cometo aquele erro.
Eu me virei e Kate me abraçou,
pressionando os lábios nos meus, com uma
suavidade surpreendente.
— Obrigada por me resgatar — disse ela,
entre beijos, passando as mãos sobre meu peito e
ombros.
— Estou feliz por você ter me chamado. —
Levei as mãos para sua cintura. — Nunca se sabe
os maníacos que estão por aí.
— Hum — murmurou ela, enquanto minha
boca se movia para seu pescoço, mordiscando
suavemente a pele abaixo da orelha. Ela emitiu um
som baixo e cheio de desejo, e puxou os botões da
minha camisa lentamente, soltando um por um.
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Enquanto seus dedos se ocupavam em tirar


minha camisa, deslizei as mãos sobre seus peitos,
para abrir o fecho do sutiã. Terminamos nossas
tarefas ao mesmo tempo, parando para puxar as
camisas e jogá-las no chão.
Então, guiei Kate até a beirada da cama,
onde tirei lentamente sua legging preta, curtindo
cada parte nua de seu corpo. Assim que ela ficou
sem calça, tirei meu jeans. Com os olhares fixos um
no outro, tiramos as roupas intimas e ficamos ali
por um momento, nos observando.
— Venha aqui — minha voz saiu mais
áspera do que eu pretendia quando peguei sua mão
e a puxei para meu peito. A sensação de sua pele
contra a minha era excelente, e todas aquelas
curvas eram o suficiente para fazer minha boca
salivar com a oportunidade de explorar cada
centímetro de seu corpo.
Levantei-a em meus braços, e ela respondeu
envolvendo meu quadril com as pernas. Sua boca
encontrou a minha em um beijo faminto, quando
me abaixei na cama.
Deitando-a de volta, arrastando minha
língua pelo pescoço e sobre seus seios, onde parei
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brevemente para chupar seus mamilos — e ela se


ajeitava nos travesseiros. Kate gemeu ao sentir
minha língua rolando por sua pele, me deixando
ainda mais ansioso para continuar movendo-a ainda
mais para baixo. Arrastando meus lábios por seu
corpo, parei antes de chegar ao meu destino, indo
para a parte interna de sua coxa.
Kate suspirou impaciente e riu baixinho.
— Você é tão... ai...
Antes que ela pudesse terminar a frase,
comecei a beijar entre suas pernas, passando a
língua sobre o ponto sensível. Estava ainda mais
molhada do que eu pensei e o calor de sua
excitação me excitou ainda mais.
Continuei passando a língua em sua vagina,
sugando suavemente seu clitóris — fazendo-a
respirar com mais e mais força. Os gemidos de
Kate se tornaram mais intensos, até ela perder o
controle e o orgasmo tomar conta de seu corpo,
fazendo suas costas se arquearem.
Quando sua respiração voltou ao normal,
ela se apoiou nos cotovelos, levantando uma mão e
fazendo um gesto para mim.

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— Venha aqui — ela sussurrou.


Aproximando meu rosto, alinhei meu corpo ao
dela, abaixando até que pudesse sentir seus seios
pressionando meu peito.
Estava morrendo de vontade de penetrá-la
profundamente, mas felizmente ainda tinha
neurônios suficientes para levar a mão à mesa de
cabeceira e pegar um preservativo. Depois que
estava protegido, senti o braço de Kate me
envolver, enquanto ela me guiava para a posição.
Nossas bocas ficaram juntas enquanto eu me
afundava nela. Kate deu um gemido de prazer, e se
ajeitou para acomodar meu pênis.
Suspiramos quando deslizei lentamente
dentro dela, centímetro por centímetro. Incapaz de
me segurar, mesmo se quisesse, bombeei meu
quadril e ela levantou com cada impulso dado,
combinando nossos ritmos. Estávamos ficando
bons nisso — em encontrar o ritmo perfeito com
uma maneira fácil e rápida, tanto dentro quanto fora
do quarto. Tudo com ela parecia muito fácil.
Nossa respiração se acelerou. Os gemidos
de Kate ficaram mais frequentes, atingindo um
nível de intensidade que me dizia que deveria
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cobrir a boca dela com a mão novamente. Levei a


mão de volta para seu peito, massageando-o e
rolando o mamilo entre os dedos, enquanto ela
passava as unhas nas minhas costas,
ocasionalmente puxando meu cabelo.
— Você é... incrível — ela sussurrou sem
fôlego, arqueando as costas novamente em seu
segundo orgasmo.
Eu a senti se contrair e sabia que o meu
momento também se aproximava. Mas as damas
sempre vinham primeiro.
— Goze para mim — murmurei e dentro de
segundos, ela respirou fundo e seu corpo todo
tremeu. — Assim... — Eu a penetrei mais forte,
encontrando o ângulo que a fez desmoronar.
Só precisei disso para gozar também,
observando-a relaxar em meus braços. Eu me
contorci dentro dela, enchendo o preservativo
quando um orgasmo poderoso tomou conta de
mim, fazendo-me xingar baixinho.
Quando abri os olhos, Kate estava me
olhando maravilhada com um leve sorriso.
Ofegantes, nos ajeitamos na cama, cobertos
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por uma fina camada de suor. Assim que me


acomodei no travesseiro, Kate virou de lado,
apoiando a cabeça no cotovelo. Eu me virei para
olhá-la e encontrei um olhar travesso, com uma
sobrancelha arqueada.
— O que é esse olhar? — Perguntei,
procurando entender sua linguagem corporal e
rolando para o lado.
— Acho que estou apaixonada por essa
festa do pijama.

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Kate
— Brindemos à vida de adulto.
Jessie sorriu, segurando uma margarita.
Rebecca tinha acabado de ser promovida no
trabalho, Jessie estava comorando seu sexto
aniversário de casamento na próxima semana, e eu
finalmente havia me estabelecido depois da
mudança.
Nós três não nos víamos há algumas
semanas, então planejamos um dia juntas, com
manicure e pedicure, massagem, compras e agora
um happy hour no meu restaurante mexicano
favorito.
Era sábado, estava quente e estávamos
sentadas no pátio, observando as pessoas se
aproximarem do local. Por não vê-las desde que me
mudei, elas não tinham a menor ideia do que estava
acontecendo com Hunter. Tentei evitar a conversa,
porque nem eu sabia exatamente o que poderia
contar a elas — especialmente porque eu ainda não
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tinha entendido nosso relacionamento.


— Então, como está o cara do sexo de
aniversário? — Rebecca perguntou, como se
pudesse ler meus pensamentos.
Minhas bochechas queimaram. Deus, o que
havia de errado comigo? Eu me sentia como uma
adolescente tendo que responder sobre sua paixão
secreta. Decidi ir na defensiva e tentar ignorar.
— Vamos apenas dizer que valeu a pena
esperar — sorri, esperando que elas não quisessem
muitos detalhes.
— Ai, meu Deus! Vocês ficaram juntos? —
Rebecca exclamou, levando a mão para tampar a
boca.
Jessie parou de comer um taco, boquiaberta.
— Vocês fizeram sexo? — Ela perguntou
incrédula.
— Como não nos contou antes? — Rebecca
perguntou, tomando a margarita.
— Só tipo… aconteceu... — parei. —
Algumas vezes.
— Oh meu Deus! — Rebecca gritou
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novamente. Um grupo de pessoas que passava pela


rua se virou para nos olhar.
— Vocês estão fazendo um escândalo —
disse em voz baixa, levantando uma sobrancelha
para ela. — Poderiam não gritar?
— Não posso acreditar que você está
fazendo sexo com seu senhorio — disse Jessie, e
finalmente deu uma mordida em seu taco.
— Bem, parece ruim quando você fala
desse jeito — franzi as sobrancelhas. — Nós somos
amigos. Amigos que assistem a filmes e
ocasionalmente fazem sexo no chão da minha casa.
— No chão? — Jessie estava rindo agora.
— Isso foi uma vez. — Sorri ao me
lembrar. — Nas outras vezes, chegamos à cama.
— Espere um minuto — Rebecca levantou
a mão. — O que você quer dizer com assistir a um
filme? Vocês estão mesmo saindo? Não é só sexo?
— Mais ou menos. Ele é divertido — dei os
ombros. — E a filha dele é legal. — Jessie e
Rebecca trocaram olhares. — O que foi? —
Perguntei, terminando minha margarita. Eu não
tinha me preparado para me envolver com um cara
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com filhos e isso estava começando a me assustar.


Felizmente, a margarita era forte.
— A filha que flagrou vocês? Vocês todos
se entenderam agora?
— Olha, é só amizade. Não é nada demais.
Não estamos namorando.
Jessie acenou o garçom para nossa mesa.
— Precisamos de mais três, por favor. —
Ela se virou para mim. — Isso é insano. Você
nunca gosta de ninguém.
— Não gosto dele — disse. — Quero dizer,
eu gosto como amiga. Mas disse a ele para sair com
outras pessoas.
— Kate! — Rebecca estava gritando
novamente.
— O quê? — Perguntei, desesperada. Não
gostei de elas estarem me pressionando. Duas
pessoas podiam sair e curtir a companhia uma da
outra sem precisar namorar. Era isso o que
estávamos fazendo.
— Você finalmente gosta de alguém e diz
para ele sair com outras pessoas? — Jessie

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perguntou.
— Olha, dissemos um ao outro no começo,
é apenas casual. Você me conhece — Aceitei outra
bebida trazida pelo garçom. — Não estou
procurando algo sério.
— Mas o que você quer disso? — Jessie me
lançou um olhar sério.
O que eu queria? Alguns orgasmos? Mal
podia responder àquela pergunta, muito menos
explicar para as minhas amigas o que estava
sentindo.
— Como você conseguiu fazer com que a
filha dele gostasse de você? — Rebecca levantou a
sobrancelha para mim. — Pelo que soube da última
vez, ela tinha te expulsado da casa deles.
— Fiz um jantar para eles e ajudei com uma
venda de bolos — disse, tomando um grande gole
da minha margarita. — Ela se afeiçoou a mim. —
Parei. — Mas não sabe o que estou fazendo com
seu pai, o que poderia mudar a maneira como ela se
sente. — Jessie e Rebecca trocaram olhares
novamente. — Vocês duas, podem parar com isso,
por favor? — Perguntei.

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— Odeio falar isso para você Kate, mas


parece que você e Hunter estão namorando. Ou, no
mínimo, tendo sentimentos um pelo outro. —
Rebecca disse, colocando a mão sobre a minha.
— Pare com isso, só estamos ficando. —
Puxei minha mão e cruzei os braços.
— Não tem problema em namorar alguém
— Jessie disse, se apoiando em um cotovelo. —
Não precisa se assustar. Mas é o que você está
fazendo. Cozinhar, assistir filmes, passear. Isso é
tudo namoro.
— Nós amamos você e achamos você
incrível e só queremos que seja feliz. E parece que
Hunter te faz feliz. Por que não ir atrás disso? —
Rebecca assentiu.
Pensei que falar com minhas amigas me
ajudaria a esclarecer as coisas, mas elas só tinham
deixado tudo mais complicado. Eu nunca tinha
namorado ninguém, só tinha relações casuais. Não
gostava da ideia de compromisso.
Hunter e eu estávamos nos divertindo agora,
mas o que aconteceria daqui a alguns anos quando
a diversão passasse e a realidade viesse? Acabaria

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como minha irmã, em um divórcio amargo. Ela


também tinha se apaixonado. Ela e o ex pareciam o
casal perfeito, e agora não conseguem ficar na
mesma sala juntos. E nossos pais não tiveram um
bom relacionamento. Depois de tolerar um ao outro
por muitos anos, eles finalmente se divorciaram
quando minha irmã e eu éramos adolescentes.
Isso foi exatamente o que passei minha vida
tentando evitar. Odiava a ideia de amar alguém, dar
tudo de mim num relacionamento e depois ver tudo
dar errado.
Várias margaritas depois, Rebecca e eu
dividimos um táxi do restaurante para casa.
Enquanto olhava pela janela, mergulhei fundo nos
pensamentos sobre a situação com Hunter.
— Olha, sei que essas coisas te assustam,
mas namorar é divertido. Sério, ser casada é
divertido. — Ela interrompeu meus pensamentos,
tocando meu ombro. — Você não está cansada de
encontros ruins com sexo decepcionante?
Dei os ombros. Realmente não tinha
pensado nisso antes, mas depois de Hunter, eu não
tinha interesse em sair com mais ninguém. Sabia
que estava em negação. Gostava de Hunter, mas
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não sabia como lidar com isso. Normalmente,


quando as coisas ficavam complicadas, eu caía
fora. Mas em vez de querer evitá-lo, eu queria vê-lo
sempre.
Quando o táxi parou na frente da casa de
Hunter, Rebecca me deu um tapinha leve no joelho.
— Sei que você vai se entender — ela
sorriu.
— Obrigada, mãe — eu sorri, saindo do
carro. Fiz uma pausa e me virei para ela. — Mas
sério, você é a melhor.
Eu me inclinei no assento para dar um
abraço rápido nela e observei o táxi descer o
quarteirão. Assim que entrei em casa, vesti uma
calça de moletom e uma camiseta confortável, e me
deitei na cama.
Depois de passar alguns minutos pensando
e um pouco corajosa, graças à última margarita,
decidi mandar uma mensagem para Hunter.
Ei, quer assistir a um filme na minha
casa?
Andei pelo apartamento, esperando a
resposta, e olhei pela janela. A luz do quarto dele
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estava acesa, então era um bom sinal. Meu telefone


tocou indicando que ele tinha respondido.
Na verdade, tenho um encontro, com a
mulher da venda de bolos. Talvez amanhã?
Olhei para o meu celular, meu coração
batendo forte. Joguei o celular na cama e coloquei
as mãos sobre o rosto, caindo de volta na cama,
quase me sentindo enjoada.
O que eu estava fazendo? Aquilo era
insano. Eu o havia incentivado a conhecer pessoas.
Não tinha o direito de ficar chateada..., mas estava.
Não queria que ele namorasse outras pessoas, como
poderia dizer isso a ele? Não quero estar em um
relacionamento, mas também não quero que você
inicie um relacionamento com mais ninguém. Ele
me acharia ridícula, e com razão.
Puxei um travesseiro sobre o rosto e gritei,
enquanto tentava não imaginar Hunter em

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Hunter
— Mais vinho, senhor? — O garçom
perguntou, felizmente interrompendo o que estava
se tornando o pior encontro da minha vida. O
restaurante italiano encantador costumava ser um
dos meus restaurantes favoritos, a mistura perfeita
de elegância e não muita formalidade, e presumi
que seria uma excelente escolha para um primeiro
encontro. Mas naquele momento, eu queria sair e
nunca mais voltar.
— Sim, por favor, seria ótimo — respondi,
tentando ignorar o fato de que June havia passado a
última meia hora falando sobre os problemas
intestinais de sua filha e tomando uma taça de
vinho branco atrás da outra. Acho que ela estava na
taça número seis, e eu estava começando a pensar
que ficar bêbado seria ótimo para sobreviver ao
restante daquele desastre.
— Você está rapidamente se tornando o
meu garçom favorito — June falou, cutucando o
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braço do jovem com cara de assustado.


Aparentemente, ela estava um pouco mais alterada
do que imaginou e o cutucou mais forte do que
pretendia, fazendo-o derramar um pouco de vinho
na toalha branca da mesa.
— Peço desculpas — o garçom disse,
claramente em pânico, tirando uma toalha do bolso
e secando a mesa.
— Ooopa! — June riu e tomou outro gole
de seu vinho.
— Nós nos desculpamos. Não se preocupe
com isso, obrigado. — Lancei um olhar de
desculpas e acenei para o garçom. Com uma cara
preocupada, ele terminou de enxugar a toalha e saiu
correndo.
— Então, e você? Já tem alguma ideia sobre
a escola de ensino fundamental na qual vai
matricular Maddie? — June perguntou, voltando
sua atenção para mim. — Está claro que você
tomou a decisão certa em relação à pré-escola.
Muitos pais ignoram isso, não pensam que
precisam de uma boa base na educação, mas acho
que às vezes é fácil esquecer como os próximos
passos são importantes...
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Aparentemente, eu me perdi completamente


na última parte da conversa, sem saber como
saímos do assunto cocô e entramos no assunto
escola.
Abri a boca para responder, mas June
continuou falando algo sobre a importância de
moldar nossos filhas para o sucesso o mais cedo
possível. Involuntariamente, comecei a me afastar
de conversa novamente. Eu concordava com o que
ela dizia, na maior parte do tempo, mas nós
estamos falando de nossos filhos há tanto tempo,
que eu estava começando a pensar que era a única
coisa que tínhamos em comum.
— Eu não sei. O que você acha? Hunter? —
June estava olhando com expectativa para mim, as
sobrancelhas praticamente tocando seus cabelos, de
tão levantadas que estavam.
— Sinto muito. Devo ter divagado por um
momento. O que você estava dizendo?
Em qualquer outra situação, eu teria
inventado uma desculpa, mas naquele momento,
realmente não me importei em fazer isso. Ela
estava desconfortável e eu estava infeliz. Não fazia
sentido disfarçar a realidade, certo?
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— Estava pensando o que você pensa sobre


escolher escolas públicas ou privadas. Há escolas
especificas, internatos... há tantas opções…
— Para falar a verdade, ainda não pensei
sobre isso. Só estou tentando ficar em dia com as
coisas da rotina diária. Acabamos de começar na
pré-escola — respondi, fazendo o melhor para
parecer normal e interessado. Se Kate estivesse
sentada na minha frente agora, garanto que
estaríamos nos divertindo muito.
— Uh, você está certo. Essa coisa de pai
solteiro não é brincadeira. — Ela assentiu,
inclinando-se para mim com os cotovelos na mesa.
— Você sabe que estou sempre aqui, se precisar de
alguma coisa.
— Eu agradeço por isso June. Mas estou me
virando bem por enquanto.
Ela assentiu novamente, levantando
lentamente uma sobrancelha.
— Suponho que você tenha alguma ajuda
extra. Eu me lembro da moça da venda de bolos.
Kara, certo?
Aqui vamos nós.
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— Kate — respondi, friamente. Deixe o


fogo se espalhar.
— Kate, certo. Aquilo foi muito gentil da
parte dela, fazer aquela torta para vocês. Seus
inquilinos sempre foram tão solícitos e...
envolvidos?
— Kate é especial, com certeza — me ouvi
dizendo.
A sobrancelha de June se arqueou ainda
mais. Estava claro que ela estava tentando fazer o
interesse parecer inocente, mas dava para
adivinhar, pela expressão dela, que estava
desconfiada. E sinceramente, ela tinha todos os
motivos para estar. Não que eu fosse admitir isso.
Eu não queria que os pais da escola da minha filha
pensassem que eu era um cara solteiro com uma
amiga colorida.
— Kate acabou me dando uma ajuda grande
— acrescentei, ostentando minha melhor expressão
de pai estressado. — E Maddie gosta muito dela —
Sem falar que Kate é engraçada, brilhante,
confiante, sexy, praticamente tudo o que eu poderia
querer em uma parceira.

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— Muito especial para você e Maddie —


disse Julia, com uma voz quase doce demais. —
Talvez eu a roube de você. Estou sempre
procurando uma ajudante melhor. — Ela piscou,
claramente enganada a respeito da natureza da
ajuda que Kate me dava. Mas eu não quis corrigi-
la.
Abri um sorriso amarelo e tomei outro gole
do vinho. Antes que June pudesse me irritar ainda
mais em questões sobre Kate, o garçom chegou
com nossas refeições. Quando ele colocou a
entrada na minha frente, o cheiro de erva-doce e da
manteiga perfeitamente dourada subiu do prato —
derretendo todas as minhas frustrações com June.
E daí que eu estava em um encontro idiota
com uma mulher que só queria falar sobre a escola
das nossas filhas? E daí que ela tinha pedido uma
salada Caesar em um restaurante famoso por sua
massa artesanal? Eu estava com minha linguiça e
uma massa à minha frente, e naquele momento,
isso era tudo o que importava.
Se Kate estivesse aqui, ela teria pedido algo
interessante, como o ravióli de abóbora ou a
berinjela com queijo. Ela teria me deixado
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experimentar um pouco de sua comida, e eu teria


abalado as estruturas dela com essa linguiça
artesanal... E depois abalaria as estruturas dela
com minha própria linguiça.
OK, talvez a minha comida não fosse a
única coisa que importava.
À medida que a hora passava, June
conseguiu se tornar ainda mais entediante. Quando
ela esgotou completamente o assunto escola de
nossas filhas, passou a falar sobre seu novo filme
favorito, ao qual ela tinha assistido na semana
passada.
— Eu amo qualquer filme sobre cavalos —
disse, empurrando um croûton pelo prato. —
Coloque um cavalo em um filme e vou amar. Você
já viu Cavalo de Guerra? Se não, precisa.
Imediatamente. É incrível.
Assenti, enfiando um enorme pedaço de
linguiça na boca, então ficou claro que não poderia
responder educadamente. Nunca tinha visto filmes
sobre cavalos em minha vida, e não estava
querendo começar tão cedo.
— Qual foi o último filme que você viu? —

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June perguntou, piscando.


Minha mente imediatamente voltou para a
última vez em que eu tinha visto Kate, quando ela
estava enrolada no sofá, fingindo estar assustada
com um filme de terror. Foi provavelmente a
chamada mais criativa que já recebi em toda a
minha vida..., mas, mesmo assim, uma chamada
normal. E não é o tipo de coisa que você menciona
no primeiro encontro, por pior que ele esteja sendo.
— Provavelmente algo com princesas ou
animais falantes — disse, recostando-me na
cadeira. — Não tenho tempo para filmes adultos
hoje em dia.
— Filmes adultos? — June abriu um sorriso
malicioso.
Merda.
— Não, não foi isso que quis dizer. Não sou
um cara que curte pornô. Não que seja errado
assistir a esse tipo de filme, não necessariamente, é
que eu não assisto. Mas não foi isso que eu quis
dizer. Quis dizer filmes não feitos para crianças.
Não sabia por que estava divagando tanto.
Quem se importava com o que essa mulher
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pensava? Eu não, com certeza não. Mas a última


coisa de que eu precisava era que ela contasse aos
outros pais que eu era viciado em pornografia. Não
seria muito bom para mim. E o mais importante,
não seria bom para Maddie.
Jesus, eu só quero que essa noite termine.
— Hmm, não se preocupe, eu entendo. —
June levantou a taça de vinho e deu uma piscada.
Ótimo. Acho que posso adicionar
“pervertido” à lista de coisas pelas quais sou
conhecido entre os pais na escola.
Ri sem jeito, me esforçando para dizer algo
e mudar de assunto. Antes que pudesse dizer
alguma coisa, o garçom voltou perguntando se
gostaríamos de ver o cardápio de sobremesa depois
de ver nossos pratos quase vazios.
Pelo amor de Deus, que esse encontro
termine antes da sobremesa.
— Hoje, não — June respondeu ao garçom,
enrugando o nariz, decepcionada. Ele assentiu
educadamente e levou nossos pratos. — Desculpe
por decidir por você. Minha babá mandou uma
mensagem dizendo que preciso voltar.
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— Não se preocupe. Eu também preciso ir


— respondi, grato por aquele jantar estar
terminando. — Está tudo bem?
— Oh, sim, está tudo bem — ela insistiu. —
A babá só tem uma... prova de matemática ou algo
assim amanhã. É o que ganho por contratar uma
estudante de colégio da vizinhança.
Se não soubesse das intenções de June, teria
pensado que ela estava tentando se livrar de mim.
Acho que não sou o único a achar esse encontro
um fracasso.
Quando o garçom voltou com nossa conta,
insisti em pagar. Meus modos podem ser arcaicos,
mas deixar a mulher pagar no primeiro encontro
não era algo que eu aceitava. Kate me mataria se
me ouvisse agora.
Quando terminamos nosso vinho, June e eu
fomos para o estacionamento onde esperei até seu
táxi aparecer, então trocamos um abraço
desconfortável. Ela usava muito perfume, o que
achei bem sufocante. Bem diferente da fragrância
sutil de Kate.
Assim que o táxi partiu, fui para meu carro.

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Não tinha percebido que ela tinha ido de táxi para o


restaurante, e de repente fez sentido o fato de ela ter
bebido tanto vinho. Provavelmente estava um
pouco nervosa por eu finalmente ter aceitado seu
convite. E, além disso, que mãe solteira não
desejaria relaxar um pouco de vez em quando —
mesmo que isso significasse tomar algumas taças
de vinho no jantar?
No caminho de volta para casa, relembrei
todas as vezes em que havia pensado em Kate
durante o jantar. Eu me senti um pouco injusto com
June, pelo fato de não ter me interessado em saber
mais dela naquele tempo que passamos juntos, mas
não pude evitar.
Toda vez que pensava sobre o que eu queria
em uma mulher, Kate imediatamente surgia em
minha cabeça. O sexo casual, sem compromisso,
podia ser o sonho de todo homem, mas com o
modo com que estávamos indo — de repente me
pareceu ser uma péssima ideia.
Talvez fosse por causa de Maddie. É claro
que eu queria um modelo feminino para ela, e
queria que ela tivesse o amor de uma mãe.
Claro, havia livros para pais e artigos que
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poderiam me ensinar as coisas certas para dizer a


minha filha quando ela começasse o caminho para
a vida adulta. Mas no fundo, no fundo, eu tinha a
sensação de que tudo isso significaria muito mais
vindo de alguém que não fosse um homem, alguém
que tivesse vivido tudo em primeira mão. Alguém
que amasse minha filha tanto quanto eu amava. E
por mais que eu quisesse, aquela mulher não seria
Kate, provavelmente. Deixar de ser uma ficante e
passar a ser madrasta era um grande salto e eu não
podia permitir que Maddie se apegasse
emocionalmente a Kate, se ela não fosse ficar.
Quando entrei na garagem, olhei para a
janela de Kate. A luz estava apagada, o que
significava que ela estava fora ou que tinha
dormido cedo. De qualquer forma, fiquei um pouco
decepcionado por saber que não poderia ir até sua
casa por alguns minutos, para contar como meu
encontro tinha sido horrível.
Entrei, paguei e agradeci à babá antes de
levá-la até a porta da frente. Maddie estava
dormindo há cerca de uma hora, e eu não queria
acordá-la para dizer boa noite.
Quando tirei a roupa suja, enfiando o jeans
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escuro no cesto, eu me dei conta. Todos aqueles


pensamentos envolvendo Kate não tinham a ver
com Maddie. Não completamente, pelo menos.
Tinham a ver comigo. Eu era o único que
precisava de outra pessoa, alguém que preenchesse
as lacunas. Havia uma pessoa na minha vida, que
estava perto para me apoiar, que era engraçada e
brilhante, sexy demais, uma verdadeira parceira.
Sentei-me na beira da cama, cobrindo o
rosto com as mãos e esfregando os olhos. O único
problema dos novos sentimentos era que Kate não
queria nada com eles. Ela deixou perfeitamente
claro, desde o início, que não estava procurando
nada sério — muito menos com alguém que tinha
uma filha. “Pegando sentimentos”, ela disse.
Porra. Porra. Porra.
Por mais que eu desejasse que Kate
mudasse de ideia, para algo mais do que apenas
foder como amigos, não queria ser o tipo de cara
que concorda com sexo casual e depois de algumas
noites quentes acaba surtando. Nós concordamos
que nosso lance não seria nada sério. E tenho que
honrar esse acordo.

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Mas tinha que fazer algo com meus


sentimentos. E rápido.

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Kate
— Martini forte, por favor. — Gritei para o
barman, acima do barulho da multidão.
Era uma noite de quarta-feira e eu tinha ido
cobrir uma festa de lançamento de um cantor
promissor. De acordo com o meu editor, haveria
grandes fofocas para conseguir na festa, mas até
agora tudo o que eu tinha feito tinha sido comer
muitas bolinhas de queijo de cabra e ouvir música
pop ruim por uma hora. O cantor tinha apenas
dezoito anos e eu já havia me esquivado de muitos
grupos de adolescentes bêbados para uma única
noite. Decidi que precisava beber alguma coisa
para aguentar até o fim da noite.
Bebi meu martini enquanto caminhava pela
festa. Pensei em Hunter e tentei imaginar o que ele
estava fazendo. A última vez em que nos falamos,
ele estava se preparando para um encontro com
aquela vadia da escola de Maddie.
OK, ela não era uma vadia. Mas eu odiava
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imaginá-lo com ela. E por mais que estivesse


morrendo de vontade de saber como tinha sido, não
perguntaria a Hunter de jeito nenhum. Eu me
recusei a parecer uma namorada carente,
principalmente porque não éramos namorados, e
ainda mais porque eu mesma o havia incentivado a
marcar um encontro.
Alguém me deu um tapinha no ombro,
interrompendo meus pensamentos.
— Ei, linda — disse alguém quando me
virei. Era Andy, um colega colunista.
Eu me retraí ao vê-lo. Nós ficávamos juntos
algumas vezes, geralmente depois de beber demais
nesses eventos. Ele era atraente e divertido para
sair, mas eu odiava quando ele me chamava por
apelidinhos.
— Oi, Andy. — Sorri quando ele me puxou
para um abraço.
— Não vejo você tem um tempo. — Ele
sorriu, demorando demais o olhar em meu decote.
— Você está ótima.
Falamos de nossas vidas, depois que Andy
pediu outra rodada de martínis. Geralmente eu
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ficava feliz em vê-lo, ele era divertido e fácil de


lidar — mas naquela noite, nossa conversa foi
estranha. Eu não estava com vontade de flertar e
certamente não estava com vontade de ir para casa
com ele. Na verdade, quanto mais eu conversava
com Andy, mais sentia falta de Hunter.
Merda. Eu estava realmente no fundo do
poço.
Eu disse a Andy que precisava ir ao
banheiro, mas na verdade só queria ficar sozinha
com meus pensamentos por alguns minutos.
Ultimamente, estava pensando muito sobre
relacionamentos. Todo esse tempo, pensava que
evitando um relacionamento, eu estava sendo forte
e independente, mas na realidade – eu só tinha
medo de crescer. Estava velha demais para estar
naquela festa, velha demais para continuar com
medo da vida. Era hora de tomar decisões adultas e
me arriscar. Sim, eu vi minha irmã sofrer, mas isso
não significava que eu também sofreria. E se
acontecesse, paciência, eu sobreviveria. Isso é o
que uma mulher verdadeiramente forte e
independente faz.
Eu me olhei no espelho do banheiro. Por
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muitos anos, perdi a chance de ter uma conexão


real com as pessoas por estar com medo. Mas agora
estava pronta.
Animada com minha nova decisão, sorri
para mim mesma. Saí do banheiro, tomei mais um
gole do martini e olhei pela festa de novo, na
esperança de encontrar um romance entre o popstar
e outra pessoa — ou até mesmo uma briga. Odiava
ir embora sem qualquer coisa para minha coluna.
Não encontrei nada, e meu celular vibrou no
bolso. Peguei e atendi:
— Alô?
— Kate, é o Hunter — ele parecia
assustado, e eu não consegui ouvir o resto do que
ele disse, por conta dos barulhos da festa.
— Nossa! Devagar — disse, saindo
rapidamente para a varanda, onde um grupo de
modelos estava fumando. — O que aconteceu?
— Maddie está no hospital.
Levei um susto e tampei a boca com a mão,
em estado de choque.
— Ela está bem? — perguntei, indo para a

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porta.
— Eu ainda não tenho certeza. Acabamos
de chegar aqui e os médicos estão olhando. — Ele
parecia prestes a perder o controle. — Acho que só
queria que você soubesse.
— Estou indo — falei, saindo pela porta da
frente.
—Tudo bem, parece que você está ocupada.
Você não precisa — ele disse, mas o interrompi.
— Hunter, já estou a caminho. Chegarei em
breve.

Cheguei no hospital em tempo recorde e


praticamente subi as escadas voando. Quando vi
Hunter na sala de espera, corri até ele.
— Como ela está? — perguntei, tentando
recuperar o fôlego.
— Ela está em cirurgia — respondeu ele,
com a preocupação marcando seu rosto. —
Disseram que é o apêndice dela. É um
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procedimento simples e que não há nada com que


me preocupar.
Dava para ver que ele não estava
convencido. Eu só podia imaginar como um pai se
sentia com um filho passando por uma cirurgia.
Eu o abracei com força. Ele me abraçou
também, e apoiei a cabeça em seu peito. Sentia-me
tão confortável ao me apoiar nele assim, tanto que
continuei não querendo que o momento acabasse.
— Ela vai ficar bem — disse, recuando para
olhar em seus olhos. Odiava a dor e a angústia que
via neles. — Passei pela mesma cirurgia quando
tinha a idade dela.
— Obrigado por ter vindo. — Ele estendeu
a mão para afastar uma mecha de cabelo do meu
rosto. Nós formos para a sala de espera e nos
sentamos nas duras cadeiras de plástico.
— Claro que vim. Não queria que você
ficasse sozinho. — Ele olhou nos meus olhos e meu
coração acelerou. Agora não era a hora de dizer a
ele o que eu tinha percebido, mas estar aqui com
ele era muito bom. — Você já comeu alguma
coisa? — Perguntei, olhando no relógio, eram

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quase nove da noite.


— Na verdade, não — ele passou a mão
pela nunca. — Eu me esqueci completamente disso.
— Vou buscar alguma coisa — levantei.
— Não, você não precisa — disse ele, mas
continuei de pé.
— Por favor, é o mínimo que posso fazer.
Ele sorriu quando peguei minha bolsa e saí
pelas portas. Dez minutos depois, voltei com um
sanduíche e algumas frutas da cafeteria.
— Alguma novidade? — perguntei quando
soltei a bolsa.
— A cirurgia já acabou — respondeu ele,
sorrindo. — Ela está bem, apenas se recuperando, e
poderei vê-la daqui a pouco.
— Obrigada, Deus. Fazia tempo que não
sentia tanto medo. — Deixei escapar um suspiro de
alívio e sorri de volta para ele.
— Ter você aqui significou muito —
respondeu ele quando entreguei a comida. —
Desculpe se interrompi seu encontro.
Confusa, olhei para ele por um momento,
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depois balancei a cabeça.


— Ah, não, não foi um encontro. Foi uma
festa idiota do trabalho. — Ele assentiu e pude ver
o alívio em seu rosto. Olhei para ele por um
momento e fiquei feliz. Perceber que Hunter estava
com ciúmes me deu um frio na barriga. — Fiquei
contente por você ter me ligado — acrescentei,
incapaz de conter o sorriso.
Queria dizer a ele como era importante para
mim estar ali para dar apoio a ele e a Maddie, por
ser incluída em momentos como este, mas não
sabia como dizer isso. Então, dei outro abraço nele
e me derreti sentindo seus braços em envolverem.
Formos interrompidos pela médica se
aproximando.
— Os pais de Maddie? — Perguntou o
médico.
— Apenas eu — Hunter se levantou.
Fiquei ao seu lado, nossos dedos
entrelaçados enquanto a médica me dispensou e
olhou diretamente para Hunter com preocupação
nos olhos.
— Maddie está acordada agora. Ela está
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bem. A visitação é para apenas para a família, se o


senhor quiser vê-la agora. — Ela fez sinal para o
corredor.
— Obrigado de novo. Provavelmente vou
passar a noite aqui, enquanto Maddie se recupera
— Hunter disse, virando-se para mim.
— Sim, é claro — balancei a cabeça. —
Vou vigiar a casa.
Sorri, mas meu coração estava triste. Não
queria sair sem eles e ir para a casa vazia. Apertei a
mão de Hunter de novo antes de partir.
Quando entrei na garagem, a casa parecia
enorme e ameaçadora no escuro, sem as luzes
acesas. Normalmente, quando eu chegava, via
Maddie assistindo TV ou jogando na sala de estar.
Senti uma pontada de solidão, quando saí do carro
e caminhei pelo apartamento. Estava tão
acostumada a tê-los por perto, que não tinha
percebido como poderia ser quando eles fossem
embora.
Ali dentro, deitei na minha cama, olhando
para o teto. Meu celular tocou e esperando que
fosse Hunter, atendi rapidamente sem olhar para o

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visor.
— Hunter? — Disse sem pensar.
— Quem é Hunter? — Era minha irmã,
Kayla.
— Desculpe, ninguém. Como você está?
Entre me mudar e tudo o que havia
acontecido com Hunter, não falava com ela há
algumas semanas.
— Bem — disse. — Há muito tempo não
tenho notícias suas.
— O que há com você? — Perguntei. —
Você parece meio alegre.
— Eu não posso estar alegre? — perguntou
ela, rindo. — Mordi meu lábio. Não queria dizer
isso, mas acho que não a via feliz desde antes do
divórcio. — Tudo bem, tudo bem — ela disse,
antes que eu pudesse responder. — Conheci
alguém.
Eu me sentei na cama, com os olhos
arregalados. Foi o segundo telefonema
surpreendente que tive aquela noite.
— O quê?! Me conte tudo!
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— Kate, ele é incrível — ela disse,


praticamente desmaiando ao telefone. — O nome
dele é Tyler. É doce, atencioso e prestativo. Tudo o
que Jim não era, basicamente.
— Como assim? — Sempre achei que ela e
Jim pareciam um ótimo casal. Sinceramente, nunca
tinha entendido de fato o motivo pelo qual as coisas
não tinham dado certo. — Eu pensei que Jim fosse
muito bom.
Ela suspirou.
— Olha, Kate, há muita coisa que não
contei sobre Jim e eu. Houve problemas desde o
começo e eu não quis admitir. Fingi que éramos um
casal perfeito para que ninguém notasse que não
éramos ótimos um para o outro.
Fiquei chocada. Eu nunca tinha escutado
minha irmã falar dessa maneira sobre Jim. Ele
sempre pareceu legal em eventos familiares, mas
acho que nunca o conheci muito bem.
— Então você acha que as coisas são
diferentes agora? Com Tyler?
— Totalmente. Sério, nunca me senti assim
antes. Sei que parece loucura, mas ele é uma ótima
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pessoa, e me entende. — Eu podia dizer que sabia o


que ela estava dizendo. Olhando para trás, percebi
que ela nunca disse coisas assim sobre Jim. Apenas
presumi que tudo era ótimo porque eles pareciam
bem felizes. Kayla interrompeu meus pensamentos.
— Acho que eu o amo, Kate.
— Uau, isso é incrível — disse, indo até a
janela. Olhei automaticamente para a janela de
Hunter e então me lembrei que ele não estava lá. —
Sério, estou muito feliz por você.
Nós conversamos sobre tudo o que havia
acontecido com ela e Tyler e então eu disse que
precisava dormir.
Depois que desliguei, me enrolei de novo na
cama. Eu estava mesmo muito feliz pela minha
irmã. Depois de tudo o que ela tinha passado com
Jim, merecia encontrar alguém que fosse bom. E se
depois do divórcio ela foi corajosa o suficiente para
tentar novamente, então eu não tinha motivo para
ter medo.
Não sabia como, mas precisava encontrar
uma maneira de contar a Hunter como eu me
sentia. Só esperava que não fosse tarde demais.

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Hunter
Abri a porta do freezer e tirei uma caixa
amarela de picolés, vasculhando as embalagens
para encontrar o sabor certo. Maddie tinha chegado
em casa do hospital há alguns dias, e eu logo
entendi que cores ela preferia. Ela não gostava
muito do de uva e odiava o de limão, dos outros ela
gostava bastante.
Meu olhar pousou em um picolé que parecia
ser vermelho, então o tirei da caixa e levantei
contra a luz. Através da embalagem fina, pude ver
um leve tom vermelho. Aleluia. Morango era o
favorito da Maddie.
Entrei na sala de estar, onde ela estava
enrolada em um cobertor grosso e felpudo no sofá,
ainda vestindo o pijama e com o cabelo
despenteado. Desembrulhei o picolé e o entreguei
para ela, colocando um guardanapo em seu colo.
— Tenha cuidado para não começar a
pingar — disse, prendendo seus cabelos atrás da
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orelha.
— Eu sei — ela disse, baixinho, sem tirar os
olhos da televisão. Distraidamente, ela levou o
picolé à boca, errando na primeira tentativa e
sujando o queixo de vermelho.
Tirando o guardanapo de seu colo, limpei
seu queixo e ri de sua distração. Os médicos tinham
avisado que ela precisaria de muito descanso após a
cirurgia, mas naquela manhã, percebi que ela estava
um pouco melhor — pela forma com que ela estava
encantada com seus desenhos animados. Nos
primeiros dias em casa, ela mal conseguia manter
os olhos abertos o suficiente para prestar atenção
neles. Mas agora estava viciada novamente. Já
sabia que teria que ser firme, para ela voltar aos
horários normais quando estivesse recuperada.
— Vou pegar outro guardanapo — disse,
beijando o topo de sua cabeça antes de voltar para a
cozinha.
Acontece que não havia nada mais
aterrorizante no mundo do que ter que levar seu
filho para o hospital. Aprendi do jeito mais difícil.
Mesmo depois de os médicos me assegurarem de
que ela ficaria bem, que a sua cirurgia era
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totalmente rotineira e fácil, eu não conseguia deixar


de me sentir impotente diante da situação.
Ficar sentado naquela sala de espera,
enquanto estranhos abriam minha filha, sem poder
fazer nada além de esperar e tentar não
enlouquecer…, Eu achava que era uma pessoa
calma e racional, mas com base nos sentimentos
caóticos que passavam pela minha mente durante
esse tempo, estava começando a questionar tudo o
que pensava sobre mim mesmo. A única coisa que
não questionei? O fato de Maddie significar tudo
para mim. Ela era o meu mundo, era meu trabalho
garantir que nada ruim acontecesse a ela. E ponto
final.
Depois de pegar outro guardanapo, voltei
para a sala e me sentei ao seu lado. Coloquei o
guardanapo no colo, sorrindo para o fato de o
picolé estar pela metade.
— Papai, podemos comer outra coisa que
não seja sopa no jantar hoje? — Maddie perguntou,
ainda olhando para a televisão.
— O que você quer comer? — Fiquei
tentando me lembrar dos alimentos que tínhamos.
Estava fazendo o meu melhor para fazer refeições
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leves e nutritivas com o que havia.


— Podemos pedir pizza sem glúten? — Ela
olhou para mim com os olhos largos e
esperançosos.
Eu sorri. Parecia que alguém estava
começando a se sentir melhor, afinal.

Alguns dias depois, ficou claro que Maddie


e eu precisávamos sair de casa. Tínhamos acabado
com o estoque de picolés e nossa dispensa
precisava ser abastecida. E por mais que
amássemos passar horas juntos, eu sabia que ela
queria ver o rosto de outra pessoa e ouvir outras
vozes, pra variar. E eu sabia exatamente quem
chamar.
Depois de alguns toques, a ligação foi
atendida, e uma voz, da qual eu não tinha percebido
sentir tanta falta, atendeu.
— Hunter, oi. Como está Maddie?
— Olá, Kate. Ela está muito melhor.
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Obrigado por perguntar. — Não conseguia


controlar meu sorriso. Porra, estava com saudade
do som da sua voz.
— A incisão dela está bem? Não há sinais
de infecção? Nenhum efeito colateral estranho da
anestesia?
— Você andou pesquisando no Google e se
estressando, não é?
Nós dois rimos.
— Olha — ela disse com um tom sério. —
Essa é a primeira cirurgia da minha vida há muito
tempo, e eu me preocupo muito com essas coisas.
Os hospitais estão repletos de infecções e todos os
tipos de outras coisas que podemos pegar.
Eu sorri. Como Kate consegue ficar cada
vez melhor cada vez a conversamos?
— Bem, é muito gentil de sua parte se
preocupar, mas ela está bem.
— Bom, fico feliz por ouvir isso. Precisei
de todo o autocontrole que tinha para não enviar
mensagens a cada cinco segundos.
— Você pode mandar uma mensagem

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sempre que quiser, Kate. Você sabe disso, certo?


Ela fez uma pausa e por um segundo, temi
ter falado demais.
Seja como for, é verdade. Nosso lance podia
ser casual, mas correr para o hospital para ver como
as coisas estavam quando minha filha teve que
fazer uma cirurgia de emergência não era
exatamente o que se esperaria de um lance casual.
— Eu sei, eu só não queria incomodar.
— Entendo — disse, lentamente. — Mas só
para deixar registrado, você não teria incomodado.
Nem um pouco. — Um longo silêncio se estendeu
e eu realmente comecei a me preocupar com a
possibilidade de tê-la assustado. — Kate? Você
ainda está aí?
— Desculpe, sim, estou aqui — sua voz
estava mais baixa, mais tímida do que o habitual.
— Isso foi... gentil, Hunter.
— É verdade. Olha, eu liguei para ver se
você quer ir com Maddie e comigo até o parque, de
tarde. Estamos ficando um pouco loucos aqui.
Além disso, ela adoraria ver você. — Tive que
aliviar o clima antes de Kate desligar e passar a me
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ver como um grudento, pensando que eu não sabia


manter um relacionamento casual com uma mulher.
— Eu adoraria — ela respondeu. — A que
horas você está pensando em sair?
— O que acha de irmos às três?
— Três horas é perfeito. Encontro você na
porta da frente.
— Estou ansioso.
Depois que desligamos, fui contar as
novidades para Maddie.
— Adivinha? — Perguntei, entrando na sala
e parando ao lado da televisão.
— O quê?
— Você e eu vamos ao parque mais tarde. E
acabei de falar com a nossa vizinha Kate, e ela
disse que vem com a gente.
— Sério? — Maddie se virou para olhar
para mim, os olhos arregalados e as sobrancelhas
levantadas. Eu estava começando a ficar encantado
ao ver como ela gostava de ficar com Kate.
— Sim.

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— Oba! — Ela gritou, saltando do sofá e


chutando o cobertor para longe.
— Você sabe o que isso significa, não é? —
perguntei, levando as mãos ao quadril. Ela
balançou a cabeça. — É hora de você tirar o
pijama.
Maddie e eu passamos as próximas duas
horas arrumando a sala e nos preparando para o
passeio, limpamos o local da incisão e o
mantivemos protegido. Ela parecia animada para
vestir roupas diferentes, e quando a ajudei a
amarrar seu tênis — percebi por seu olhar que ela
estava mais do que pronta para brincar lá fora.
Às três horas em ponto, Kate bateu à nossa
porta. Fui atender com Maddie logo atrás, e no
momento em que abri a porta, Maddie correu para
abraçar Kate pela cintura.
— Oi, oi — Kate disse, claramente tocada
pelo abraço. Ela olhou para mim e sorriu,
arregalando os olhos.
— Estou me sentindo muito melhor —
disse Maddie, soltando Kate e recuando para olhá-
la. — Eu tomei muitos picolés.

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— Picolés, sério? Que inveja! Não tomo


picolés há muito tempo — respondeu Kate,
sacudindo a cabeça.
Enquanto as duas conversavam na porta,
pendurei a mochila no ombro, dentro da qual
estavam todas as coisas que eu precisaria para
limpar a incisão de Maddie – caso precisássemos
delas – bem como água, um casaco para o caso de
ela sentir frio e barras de cereais, se ela sentisse
fome. Eu sabia que estava exagerando um pouco,
mas eu também ainda estava me recuperando da
cirurgia dela.
Maddie e Kate continuaram conversando
durante todo o trajeto de carro até o parque, com
Maddie explicando como era o hospital e
exatamente como era quando ela acordava. Eu
adorei ver que ela estava muito animada falando
sobre toda a experiência e gostei de ver a atenção
que Kate dispensava. Eu temia que Maddie pudesse
ter ficado um pouco traumatizada com tudo aquilo,
mas ela estava melhorando mais rápido do que eu
esperava — tanto física quanto emocionalmente.
No parque, Maddie nos levou a sua parte
preferida, onde ela rapidamente encontrou outra
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garotinha da sua idade para brincar e contar sobre


sua estada no hospital. Kate e eu ficamos
observando as duas conversando e rindo por um
tempo, até subirem ao topo do escorregador, onde
riram um pouco mais.
Chamei Maddie e disse que ela tinha que ir
com calma — sem correr e sem pular, já que ainda
estava se recuperando.
— Esqueci como é fácil fazer amigos nessa
idade — Kate disse com um sorriso, cruzando os
braços.
— É bom sair e tomar um pouco de ar
fresco — suspirei e estendi os braços. — Parece
que não falo com outro adulto há meses.
— Bem, isso não é bem verdade — disse
Kate, esfregando o braço. — Como foi seu
encontro?
— Encontro?
— Com June — respondeu ela, abaixando a
cabeça e me olhando, incrédula.
Merda.
— Ah, certo. Meu encontro com June.

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Deus, o fato de eu ter me esquecido completamente


dele me faz um idiota completo?
— Só meio idiota, eu acho — Kate riu.
Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas poderia
jurar que ela pareceu aliviada.
— Aceito isso. — Olhei para ela com um
sorriso amarelo. — Bem, o encontro não foi ótimo,
se já não ficou claro. — Ri, passando a mão pela
nuca.
— O que aconteceu?
— Ela não fez nada de errado. Nós
simplesmente não temos nada em comum além de
nossas filhas.
Kate inclinou a cabeça, lançando a mim um
olhar de soslaio.
— Isso, para mim, parece ser uma coisa
bem importante para se ter em comum com alguém.
— Você acha que isso resolveria tudo, não
é? — Abri um sorriso irônico para ela. — Mas
acontece que deixar dois pais solteiros na mesma
mesa de jantar não é uma receita infalível para um
romance.

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— Não acho que a receita infalível existe —


disse, olhando para baixo.
— Talvez não, mas eu percebi uma coisa
naquele encontro.
— O quê?
— Que eu senti sua falta.
Kate parou de repente, olhando para mim
com os olhos arregalados e assustados, claramente
surpresa.
— Hunter...
— Não se preocupe, eu sei. Eu não estou
tentando te pressionar para um relacionamento. O
que temos é casual. Estritamente físico. É só que...
eu estaria mentindo se dissesse que meu encontro
de merda não me fez desejar que fosse você a
pessoa dividindo comigo aquele jantar. Não a June.
— Não é que eu não...
— Olha, mesmo, você não precisa explicar.
Não estou pedindo mais nada. É só que algumas
vezes, eu gostaria que você quisesse a mesma
coisa. Mas eu não sou o tipo insistente. Você
deixou claro o que quer. Eu só preciso aceitar. Está

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tudo bem.
Kate abriu a boca para falar, mas antes que
pudesse, Maddie voltou correndo com uma energia
surpreendente.
— Papai, eu posso comer alguma coisa? —
Perguntou, pegando minha mão e puxando.
— Claro, um segundo.
Puxei a barra de cereal da mochila e
entreguei a ela, que rapidamente abriu e deu uma
grande mordida. Quando olhei no relógio, entendi
por que ela estava com tanta fome. Eram quatro e
meia, a hora em que costumava tomar um picolé
antes do jantar.
Preciso mesmo colocar nossa rotina nos
trilhos de novo.
— Você está se sentindo cansada, Maddie?
— Perguntei.
— Eu não estou cansada — respondeu,
franzindo as sobrancelhas e olhando para mim com
um olhar teimoso.
— OK, pode brincar mais um pouco —
respondi.

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Maddie saiu correndo para dar a volta no


balanço, e reencontrar sua nova amiga.
— As pessoas no trabalho foram
compreensivas em relação a tudo o que aconteceu
com Maddie? — Kate perguntou.
Sorri, feliz por ela ter mudado de assunto.
Nós continuamos conversando pelo resto do tempo
no parque e durante a volta de carro para casa.
Tudo parecia estar de volta ao normal, e eu torci
para que ela se esquecesse de minha pequena
confissão.
Eu não tinha me arrependido de dizer a
Kate como estava me sentindo. Só queria que nós
quiséssemos as mesmas coisas. Mas ela deixou
claro desde o começo o que queria, e isso não
incluía compromissos de longo prazo e uma
criança.
Independentemente de como eu estivesse
começando a me sentir, ou do que quisesse, apenas
uma coisa estava clara: eu precisava superar tudo
aquilo.

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Kate
O que vocês dois estão fazendo hoje?

Esperei que Hunter respondesse enquanto


eu pesquisava, na internet, coisas divertidas para
fazer na cidade. Eu precisava mostrar para ele
como me sentia, e como a comunicação não era
muito bem o meu ponto forte, decidi mostrar em
vez de falar. Estava pronta para tudo:
relacionamento, compromisso e até mesmo tentar a
maternidade. E que maneira melhor de mostrar isso
do que planejando um encontro divertido com ele e
com Maddie?
Vamos ficar aqui hoje. Está bem?

Me encontrem na frente da casa em trinta


minutos. Tenho uma ideia.
Sorri para mim mesma, enquanto me
arrumava, escolhendo um vestido leve de verão que
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era bonito e adequado para um passeio em família.


Depois de muita pensar, decidi levá-los ao
zoológico. Havia uma exposição especial com
filhotes de raposa sobre a qual eu tinha ouvido, e
achei que Maddie gostaria de vê-los. Sabia o
quanto ela tinha adorado ver esqueletos de
dinossauros, e torci para ela ficar empolgada da
mesma maneira para ver animais vivos.
Esperei na frente, nervosa, batendo os pés,
torcendo para não ter sido espontânea demais.
Mentalmente me repreendi. Onde estava minha
confiança? O dia seria ótimo. Todas as dúvidas
passaram pela minha cabeça quando Hunter saiu de
casa com uma camisa preta e calça jeans. Ela
estava muito sexy, como sempre, e eu tive que
resistir à vontade de beijá-lo.
Maddie correu atrás dele, vestindo uma saia
rosa com uma camiseta cinza na qual se lia POW!
em grandes letras brancas.
— Roupa legal — eu disse, sorrindo. Era
perfeita para ela.
— Obrigada — ela sorriu, colocando uns
óculos escuros.

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Segurei uma risada, olhando para Hunter.


Seus olhos castanhos expressivos se iluminaram
com um sorriso que fez meu coração disparar.
— Ei — disse, protegendo meus olhos do
sol. — Obrigada por concordar com os planos de
última hora.
— É sempre bom ter alguma emoção — ele
sorriu pra mim.
Seus olhos desceram e subiram por meu
corpo, observando meu vestido. Prendi a respiração
quando seu olhar parou por um momento em meus
seios, que estavam pressionados contra o fino
tecido. Senti meus mamilos endurecerem e torci
para que ele não notasse. Meu olhar permaneceu
nele por alguns segundos, e então percebi que
Maddie estava olhando para nós.
— OK — disse rapidamente, desviando os
olhos de Hunter. — E aí, vocês estão prontos para
uma aventura?
Comecei a andar em direção ao meu carro,
mas Hunter balançou a cabeça e apontou para o
dele.
— Cadeirinha do carro — disse.
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Ah, certo. Acho que ainda tenho muito para


aprender. Entrei e ele abriu a porta do banco de trás
para Maddie.
— Aonde vamos? — Maddie perguntou,
desconfiada.
— É surpresa. Mas prometo que vai ser
divertido.
Hunter afivelou o cinto de Maddie no banco
de trás, e então assumiu o volante. Quando nos
aproximamos do zoológico, olhei para trás e vi
Maddie encostada na janela, tentando descobrir
onde estávamos. Quando viramos a esquina, ela se
animou.
— Vamos ver as raposas?
— Como você sabe da exposição? —
Levantei uma sobrancelha para Hunter.
— Todo mundo sabe! — ela exclamou.
Eu ri, estava muito aliviada por ela estra
animada com aquilo que nem me importei com o
fato de a surpresa ter sido arruinada.
Quando entramos no zoológico, Maddie
praticamente correu para a exposição das raposas.

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Ficamos atrás do vidro olhando as raposinhas, com


as orelhas grandes apontadas para cima.
— Você gosta delas? — perguntei a
Maddie, que estava pressionando o rosto contra o
vídeo e acenando para elas.
— Elas são legais — respondeu, sem
desviar o olhar.
— Você quer brincar com uma? — Ela se
virou para mim com a boca aberta, aparentemente
sem palavras. — Eu comprei um bilhete especial
para que você possa fazer isso — disse, tirando o
bilhete da bolsa.
Seus olhos se arregalaram e ela olhou para
Hunter. Ele levantou as mãos.
— Não olhe para. Tudo isso foi coisa da
Kate.
Ele sorriu para mim quando Maddie ficou
boquiaberta.
— Vamos, vamos — fiz sinal para a
entrada.
Os funcionários do zoológico nos levaram a
uma sala especial. Maddie estava muito animada,

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pulando de ansiedade, e naquele momento eu senti


muito orgulho de mim mesma. Quando eles
finalmente trouxeram a raposa bebê, Maddie soltou
um gritinho. Eu sorri para Hunter, enquanto ela
levantava uma mão hesitante para acariciar o pelo
macio. A mão de Hunter pressionou a parte inferior
das minhas costas.
— Que incrível. Obrigado por tornar isso
possível.
— O prazer é meu. Estou me divertindo.
— Não tanto quanto ela — disse, apontando
para Maddie, que gritou de emoção quando o
pequeno animal lambeu a mão dela.
— Ninguém nunca se divertiu tanto — ri,
pegando meu celular para tirar uma foto.
Quando ela terminou, Maddie veio correndo
até nós e passou os braços em volta da minha
cintura, e disse que aquele era o melhor dia que ela
já tinha vivido.
Chocada, eu a abracei também. Sabia que
ela estava animada, mas não esperava por isso.
Lágrimas inesperadas surgiram em meus olhos e
rapidamente as controlei. Controle-se, Kate.
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Aparentemente, eu andava muito emotiva.


Enquanto andávamos pelo zoológico, eu
não conseguia parar de sorrir. Passar um tempo
com Hunter e Maddie foi ainda mais divertido do
que esperava. Era tão natural ficar com eles assim,
e não conseguia parar de imaginar nós três fazendo
essas coisas todo fim de semana.
Chegamos à exposição dos grandes felinos,
onde a leoa havia acabado de ter um filhote. Uma
multidão enorme estava reunida em frente, e
quando finalmente conseguimos chegar perto,
pudemos ver a mãe com seu bebê.
— Esse é o pai — eu disse, apontando para
o leão que estava tomando sol nas proximidades.
Observei Maddie quando ela se inclinou
contra o corrimão, e toda aquela conversa sobre
bebês, mães e pais fez surgir uma pergunta. As
pessoas ao nosso redor acham que sou a mãe de
Maddie?
Ao pensar nisso, senti o estômago revirar, e
percebi que estava torcendo para que fosse
exatamente isso o que elas pensavam.
Normalmente, eu não era muito sensível, mas

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pensar em nós três como uma família me dava uma


sensação muito boa por dentro. A ideia de pertencer
a um grupo — de ter o meu grupo — parecia
melhor do que eu imaginava.
Eu observei Hunter, enquanto ele estava
agachando contando coisas sobre os leões para
Maddie. Seus cabelos escuros tinham crescido um
pouco, desde que eu o havia conhecido, e ele
ostentava a barba por fazer no rosto bem-
desenhado.
O calor se espalhou por meu corpo
enquanto eu o observava. Eu o queria mais naquele
momento do que na primeira noite em que o
conheci, um cara bonito e gostoso num bar
qualquer. Agora, ele era muito mais que isso.
Ele se levantou e olhou para mim. Quando
nossos olhos se encontraram, um arrepio tomou
conta de mim. O que aquele homem tinha, que
destruía todas as minhas defesas?
Esperando deixar de lado toda a emoção
que que estava sentindo, sugeri que fôssemos andar
no pequeno trem que passava pelo zoológico.
Maddie ergueu os braços como se estivesse em
uma montanha russa, e no final do passeio de trem,
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meu rosto doía de tanto rir.


Quando terminamos, era quase hora de
fechar.
— Estou morrendo de fome — declarou
Maddie, enquanto íamos em direção ao carro.
— Se vocês quiserem, eu sei de alguns bons
lugares para jantar por aqui. Seria um prazer —
disse, enquanto Hunter acomodava Maddie no
banco de trás.
— Você já fez o suficiente, Kate — Hunter
disse, enquanto se acomodava no banco da frente.
— Eu quero — sorri. — Além disso,
preciso continuar com suas aulas de gastronomia.
— Bem, se for educativo, não posso dizer
não, certo? — Ele abriu um sorriso torto.
Eu ensinei a ele o caminho de um dos meus
restaurantes veganos favoritos. Era difícil agradar
às crianças, especialmente com comida saudável,
mas eu tinha um pressentimento de que Maddie iria
gostar. Principalmente por saber que eles tinham
um extenso menu sem glúten.
Quando nos sentamos à mesa, levantei meu

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copo de água.
— Brindemos ao grande dia que tivemos!
— Foi incrível — disse Maddie, enquanto
os copos tilintavam.
Ela pegou o cardápio, segurando-o de
cabeça para baixo. Virei o menu na posição certa e
li para ela algumas opções, sentindo o olhar de
Hunter em mim enquanto ajudava Maddie a
escolher um macarrão com queijo sem glúten.
Quando a comida chegou, Hunter e Maddie
comeram com vontade.
— Está muito bom mesmo — disse Hunter,
demonstrando surpresa na voz enquanto dava uma
segunda mordida em seu sanduíche.
Maddie parecia igualmente impressionada.
Terminamos nossas refeições dividindo um
cupcake vegano. E senti uma ponta de tristeza
quando saímos do restaurante. Eu não estava pronta
para deixar a noite acabar, mas não achei que
pudesse mantê-los comigo por mais tempo.
Quando chegamos em casa, Maddie saltou
do carro e começou a correr para dentro.
— Maddie, o que você tem a dizer para a
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Kate? — Hunter perguntou antes de entrar.


Ela parou no meio do caminho, voltando e
olhando para mim, e então correu e me deu um
abraço.
— Obrigada — disse, com a cabeça apoiada
em minha barriga.
— De nada — acariciei seus cabelos, com
meu coração cheio de alegria.
Depois que ela entrou, Hunter me
acompanhou até a porta da minha casa.
— Obrigado por hoje. Nós nos divertimos
muito — ele sorriu para mim, e senti um calor por
dentro de novo. — Eu tenho um pressentimento de
que Maddie vai falar de hoje por um tempo.
Eu me inclinei contra a batente da porta.
Seus lábios pareciam tão gostosos que precisei de
todo o meu autocontrole, para não beijá-lo.
— Eu também me diverti muito — sorri,
demorando mais do que o necessário.
Fiquei me perguntando se deveria contar e
ele agora como estava me sentindo, deixar tudo
claro de uma vez, mas não consegui pensar nas

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palavras certas. Era um momento perfeito, eu só


teria que dizer.
Deus, eu era péssima naquilo. Não era à toa
que eu nunca tinha tido um relacionamento.
Precisava descobrir o jeito certo de dizer a ele
como me sentia, antes de perder totalmente a
cabeça.
— Bem, boa noite — finalmente disse,
incapaz de lidar com o silêncio por mais tempo.
— Boa noite.
Seu olhar parecia tão intenso no meu, quase
magnético, como se eu não pudesse desviar os
olhos dos dele. Senti que ele esperava que eu
dissesse alguma coisa, mas meu coração estava
batendo tão forte que não achei que conseguiria
pronunciar as palavras. Rapidamente entrei e sorri
para ele mais uma vez, e então fechei a porta.
Enquanto subia as escadas para meu
apartamento, suspirei. Não foi o momento mais
fácil. Ele provavelmente estava esperando que eu
desse o primeiro passo, mas eu estraguei tudo
sendo totalmente desajeitada.
Ao passar pela janela, notei a luz acesa no
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quarto de Hunter. Outra pontada de tristeza tomou


conta de mim, por não estar indo para casa com ele
e Maddie. O dia tinha sido tão divertido e
confortável, quase como se fôssemos uma família
de verdade.
Eu esperava que ele entendesse o que eu
estava tentando dizer, planejando o dia, mas sabia
que precisava criar coragem para dizer como me
sentia – antes de perdê-lo.

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Hunter
Hoje foi totalmente inesperado. Nunca teria
imaginado que Kate, justamente ela, poderia
planejar um passeio tão perfeito para crianças.
Observar sua empolgação enquanto entrávamos no
zoológico e víamos Maddie se encantar com as
raposas — foi, sinceramente, um dia como há
muito eu não vivia.
Talvez fosse uma loucura minha pensar
nisso, mas era verdade. Até Kate entrar em nossas
vidas, eu não havia percebido como queria um
relacionamento com uma mulher.
É claro que queria um relacionamento com
a mesma mulher que, antes de se envolver comigo,
me fez prometer que teríamos uma relacionamento
casual e que falava em evitar desenvolver
sentimentos como se fosse uma doença fatal. Deus,
como eu queria que ela quisesse as mesmas coisas
que eu.
Depois do dia que tivemos, não me
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surpreendeu a rapidez com que Maddie dormiu.


Quando saí de seu quarto, fechando a porta
silenciosamente, peguei a babá eletrônica, que
raramente usava, porque queria ir até a casa de
Kate para agradecer mais uma vez e dizer boa
noite.
O dia tinha sido muito tranquilo, apesar de,
recentemente, eu ter admitido ter sentimentos por
ela. Estava preocupado com a possibilidade de tê-la
assustado, mas depois do dia que tivemos, parecia
que talvez ela tivesse deixado aquilo de lado.
Bati na porta de Kate e dentro de instantes,
ela abriu, sorrindo. Apesar de termos passado o dia
inteiro juntos, fiquei um pouco impressionado com
sua beleza. Seu cabelo estava preso em uma trança
solta, e ela vestia uma calça de yoga e camiseta de
tecido macio. Mesmo com roupas casuais, ela era
sexy. E o jeito com que ela estava olhando para
mim, com aquele sorriso doce e aquela expressão
de quem sabia o que eu estava pensando, fez meu
coração bateu rápido.
— Maddie está dormindo? — perguntou,
dando um passo para o lado para me deixar entrar.
— Quase não consegui mantê-la acordada
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por tempo suficiente para escovar os dentes —


falei, mostrando a babá eletrônica.
Apesar de já ter ido à casa de Kate outras
vezes, ver como ela havia ajeitado as coisas me
deixava feliz. Quando coloquei o anúncio do
pequeno apartamento acima da garagem no jornal,
imaginava alguém solitário e triste moraria aqui,
alguém que nem sequer chamaria minha atenção,
exceto uma vez por mês para pagar o aluguel e
fazer reparos necessários. Mas Kate tinha dado vida
nova ao espaço que costumava ser vazio. E eu não
sabia se ainda estava falando do apartamento ou do
meu coração.
Desde os utensílios impecáveis de cozinha
até sua coleção de discos incríveis, incluindo seu
sorriso e seu apelo sexual, Kate foi uma total e
completa surpresa para mim. Sinceramente, eu não
conseguia imaginar minha vida sem ela.
— Posso pegar algo para você beber?
Água? Vinho? Comprei uma garrafa de vinho tinto,
alguns dias atrás, que acho que deve ser bom,
apesar de ter custado apenas seis dólares. — Ela
entrou na cozinha e pegou uma garrafa escura com
um rótulo branco, e leu a descrição.
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— Uma taça de vinho seria ótimo. Eu a


segui até a cozinha e me sentei no banco. Ela
colocou a garrafa no balcão e tirou um abridor da
gaveta. — Precisa de ajuda para abrir a garrafa?
— O dia em que eu precisar de um homem
para abrir um vinho para mim, paro de beber — ela
zombou, tirando a rolha da garrafa com facilidade.
— Mas obrigada por perguntar, mesmo assim —
acrescentou, com um sorriso.
Depois de pegar duas taças do armário,
Kate nos serviu e se sentou à mesa comigo.
Agradeci e peguei a taça de sua mão, notando que
nossos dedos tinham se tocado naquele momento.
— Um brinde para as mulheres
independentes — eu disse, erguendo minha taça no
ar.
Kate sorriu, arqueando uma sobrancelha de
modo brincalhão e inclinando a cabeça.
— E para os homens seguros o suficiente
para deixá-las assim — disse ela, tilintando sua taça
na minha.
Sorri em resposta e tomei um gole do vinho,
enquanto Kate fazia a mesma coisa. Estava mais
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doce do que eu esperava e não tinha exatamente


gosto de vinho, mas ainda assim era bom.
— Suco de uva. Esse vinho tem o mesmo
gosto de um suco de uva — Kate disse, balançando
a cabeça e girando o líquido dentro da taça.
— Nada de errado com uma garrafa de suco
de uva de seis dólares — respondi, abrindo um
sorriso tranquilizador. Kate deu de ombros e tomou
outro gole. — Então, hum... só queria agradecer por
hoje — disse, tentando colocar meus pensamentos
em ordem antes de assustá-la. — A mãe de Maddie
não quis cuidar dela, e quanto mais minha filha
cresce, mas eu me quero que ela tenha boas figuras
femininas em sua vida. Então, passar esse tempo
com você, principalmente hoje... significa muito.
Eu sei que você não está realmente interessada em
coisas de criança, o que entendo completamente,
mas ainda assim você se saiu muito bem.
Kate olhou para mim com os olhos
arregalados e as sobrancelhas levantadas. Então, ela
riu baixinho, olhando para as mãos e balançando a
cabeça.
— Era isso o que eu queria te mostrar hoje.
Não queria apenas contar para você em palavras, eu
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queria que visse o que quero, como eu me sinto em


relação a Maddie... e a você. — Ela olhou para
mim, seus olhos encontraram os meus com uma
ternura que eu nunca tinha visto. — Eu me
apaixonei por você — disse ela, com os olhos ainda
fixos nos meus. — Por vocês dois. Eu sei que vocês
são um e é isso o que quero. Não achei que queria
isso para o meu futuro. Sempre achei que estar em
uma relação seria como estar amarrada. Não tinha
ideia de como poderia ser bom, como se finalmente
tivesse encontrado meu lugar, o espaço ao qual
pertenço. — Minha garganta estava apertada de
emoção, mas Kate não tinha acabado. — Assim
que te conheci e vi como meu futuro poderia ser,
tudo ficou muito claro. Eu quero mais.
Estendi a mão e segurei as mãos dela,
passando os polegares sobre os nós dos dedos.
— Você não tem ideia de como é bom ouvir
você dizer isso. — Levei seus dedos aos meus
lábios, absorvendo as palavras dela. Era tudo o que
eu sempre quis. — Vamos — disse, ainda
segurando sua mão, enquanto me levantava.
— Para onde...
Ela se levantou e começou a falar, mas
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antes que pudesse terminar a frase, eu a puxei para


mim e pressionei meus lábios contra os dela. Ela
suspirou, seu corpo relaxando contra o meu
enquanto me abraçava. Um beijo lento se tornou
três ou quatro mais rápidos.
— Vamos — eu disse novamente, de
repente me afastando e conduzindo Kate até a porta
da frente. Ela balançou a cabeça e me seguiu, com
a boca ligeiramente aberta durante o caminho até
minha casa.
Quando entramos, subimos as escadas e
passamos silenciosamente pelo quarto de Maddie
em direção ao meu. Kate e eu poderíamos estar na
mesma sintonia, mas eu ainda não tinha falado com
Maddie sobre nada disso, e a última coisa que
queria era assustá-la novamente.
Quando entramos no meu quarto, fechei a
porta atrás de mim, tomando o cuidado – como
sempre – de trancá-la.
Eu me virei e a encontrei sentada na beira
da cama. Nossos olhos se encontraram e ela
estendeu a mão para mim, virando-a e mexendo o
dedo indicador em direção a si mesma, me
chamando. Meu pau inchou dentro da minha calça,
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enquanto eu ia em sua direção, minha mente


tomada por todas as coisas que eu queria fazer com
ela.
Era forte saber que ela sentia o mesmo que
eu.
Eu me deitei com ela na cama, me apoiando
em seu corpo. Nossas bocas com urgência, nossos
corpos se movendo um contra o outro. Ela passou
as mãos pelas minhas costas, em meu pescoço,
emaranhando os dedos em meu cabelo. Segui com
meus lábios até a pele macia na curva de seu
pescoço, e Kate gemeu baixinho. Meu pau se
animou novamente com os sons que ela fazia, e de
repente odiei o fato de ainda estarmos vestidos.
Sentando-me, eu puxei Kate comigo,
levantando a barra de sua camisa. Ela levantou os
braços, enquanto eu puxava o tecido para cima,
revelando seu sutiã rosa-claro e rendado. Não pude
evitar, gemi baixinho ao ver seus seios perfeitos
voltados para mim.
Ela sorriu, tirando minha camisa também.
Passou os braços em volta do meu pescoço e nos
beijamos novamente, e estendi a mão para abrir o
fecho de seu sutiã. Em poucos segundos, encontrei
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o fecho e nós suspiramos quando ela pressionou os


seios contra a minha pele nua.
Perfeita. Ela era pura perfeição.
Minha língua se movimentou contra a dela e
peguei seu seio, massageando-o gentilmente e
beliscando o mamilo entre os dedos. Kate gemeu
baixinho, movendo a mão pela minha coxa até a
crescente ereção dentro da minha calça.
Eu gemi sentindo seus dedos sobre o meu
pau, e rapidamente fiquei frustrado com o tecido
entre nós. Enquanto Kate continuava esfregando
meu pau, duro como pedra, deslizei meus dedos por
baixo do cós de sua calça, descendo para tocar sua
calcinha molhada.
Ela respirou ofegante quando meus dedos
encontraram sua pele úmida.
Depois de alguns momentos, eu precisava
de mais e tirei minha mão de dentro da calça dela,
fazendo-a gemer baixinho. Descendo sua legging,
corri a língua por sua coxa enquanto abaixava
centímetro por centímetro, mordiscando
suavemente sua pele macia. Quando a legging já
tinha sido retirada, puxei sua calcinha e a joguei no

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chão. Em um movimento rápido, tirei minha calça e


minha cueca, deixando meu pau livre e latejando de
vontade de penetrá-la.
Kate deitou de costas e abriu as pernas, me
convidando para me aproximar. Eu me abaixei
sobre ela, me alinhando no ponto certo entre suas
pernas.
— Eu quero você dentro de mim — ela
sussurrou, deslocando o quadril para roçar a cabeça
de meu pau.
— Camisinha?
— Eu tomo pílula. E confio em você —
respondeu ela, balançando a cabeça.
Olhando bem dentro dos olhos dela, eu a
penetrei, penetrando-a lentamente, centímetro por
centímetro. Quando eu estava completamente
dentro dela, Kate suspirou e fechou os olhos,
deleitando-se com o prazer de estar totalmente
preenchida.
Levei meus lábios aos dela, enquanto mexia
o quadril devagar e gentilmente, no início, com
nossos beijos macios e doces. Kate mexeu o quadril
no ritmo do meu movimento e, quando
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estabelecemos um ritmo, nós dois gememos de


prazer.
Quando senti que seu corpo estava tenso e
vi que ela estava chegando perto do orgasmo, usei a
mão para pressionar seu clitóris, um movimento
que sempre a deixava louca. No momento em que
apliquei pressão, ela jogou a cabeça para trás com
um suspiro que rapidamente se transformou em
gemido.
Observá-la sentir prazer e ouvir seus sons
me excitou ainda mais, fazendo com que minhas
bolas ficassem tensas e que a pressão aumentasse
na base de minha espinha. Somente quando ela
começou a relaxar, seu corpo se contraindo ao
redor do meu pau, eu a acompanhei no orgasmo,
com ondas de prazer tomando nós dois.
Quando as ondas diminuíram, eu rolei de
costas e me deitei na cama, nós dois estávamos
ofegantes.
— Isso... foi... incrível... — ela disse,
arfando, passando a mão sobre meu peito.
— Você é incrível — eu disse, acariciando
cada centímetro de sua pele sedosa, indo para os

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ombros, para a curva de seu quadril, sua coxa. Kate


rolou de lado e apoiou o cotovelo na cama para
segurar a cabeça com o braço, com um brilho nos
olhos.
— Um bom final para um bom dia, não
acha?
— Totalmente — eu me inclinei e beijei as
costas de sua mão.
Ela sorriu, depois se inclinou para mim e
me deu um beijo longo e demorado.
— Eu já volto — disse, levantando da cama
e indo para o banheiro.
Enquanto Kate se limpava, fiquei deitado na
cama olhando para o teto, com um braço apoiado
atrás da cabeça. Ainda não conseguia acreditar que
ela realmente queria mais, depois de ter jurado que
nunca mudaria de ideia. Parecia quase bom demais
para ser verdade.
Rolei para o lado e olhei para meu celular
no criado-mudo. Um pensamento me ocorreu e
senti um nó na boca do estômago.
Ainda era preciso conversar com Maddie.
Apesar de aparentemente ela gostar muito de Kate
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e eu obviamente gostar muito da presença dela na


vida da minha filha — a última coisa que eu
precisava era que Maddie se sentisse confusa.
Minha filha e eu nunca tínhamos conversado sobre
o que aconteceria se eu tivesse um relacionamento,
e quanto mais eu pensava sobre isso, mas me
preocupava com a forma com que ela encararia
essa situação.
Kate voltou do banheiro e subiu na cama, ao
meu lado, aconchegando o corpo junto ao meu.
— O que você está pensando? —
perguntou, passando os dedos pela minha
mandíbula.
— Nada — eu disse, ainda olhando para o
teto. Kate não disse nada e eu notei que ela olhava
para mim, e sabia que tinha que dizer algo. — Na
verdade, acabei de me lembrar. É melhor
programarmos um alarme para a manhã, para que
possamos levantar antes que Maddie acorde.
Kate afastou a mão do meu cabelo. Eu me
virei para olhar para ela e fiquei surpreso ao ver seu
rosto magoado. Ela sabia que eu era pai, que tinha
obrigações. Em seguida, ela me deu um sorriso de
lábios contraídos e assentiu.
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— Falaremos sobre isso de manhã.


Dei um beijo suave em sua testa antes de
me virar para pegar o celular. Ajustei um alarme
para cinco e meia, com a mente tomada de
preocupação pensando em como o futuro se
desenrolaria.

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Kate
Olhei pela janela, perdida em pensamentos.
Eu ainda não conseguia acreditar que tinha contado
a Hunter como me sentia e que ele sentia o mesmo.
Fazia menos de vinte quatro horas, e ainda estava
me recuperando da novidade. Era tão perfeito, que
eu ainda não tinha me convencido totalmente de
que não era bom demais para ser verdade.
E, no entanto, uma certa dúvida me
incomodava. Quando ele acionou o alarme para que
eu fosse embora pela manhã, eu fiquei magoada,
mas tentei argumentar comigo mesma pensando
que ele não queria que Maddie descobrisse as
coisas daquela maneira. Ela provavelmente teria
lembranças traumáticas se me visse sair do quarto
de Hunter pela manhã, e compreendi. Mas não
pude deixar de me perguntar se o fato de ele fazer
isso significava algo completamente diferente. Ele
não tinha certeza se queria começar um
relacionamento? Ou ele não via um futuro para
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nós?
Sabia que estava sendo um pouco infantil,
mas não pude evitar. Aparentemente, é o que
acontece quando você tem sentimentos por alguém.
Você se torna completamente irracional. Eu estava
determinada a não deixar minha imaginação
hiperativa me puxar para baixo, principalmente
porque Hunter havia me mandado uma mensagem
para me chamar para ir à casa dele. Presumi que ele
queria discutir o que havia acontecido ontem à
noite, mas ele não adiantou o assunto.
Espirrei um pouco de perfume em meus
pulsos e os esfreguei. Eu estava tentando ficar
calma, mas na verdade, estava nervosa. Nunca
havia feito o que fiz ontem, e estava com medo de
ser rejeitada ou de tudo, de alguma forma, dar
errado.
Escovei os dentes e desci as escadas,
procurando ser positiva. Toquei a campainha,
ajeitando os cabelos enquanto esperava que ele
abrisse.
Quando Hunter abriu a porta, meu coração
se acelerou ao vê-lo. Mesmo depois de tudo o que
tinha acontecido, eu ainda ficava impressionada ao
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ver como ele era atraente. E não era apenas pelo


corpo quente e sorriso matador, mas pela alegria
que eu sentia sempre que ele estava por perto.
— Ei, entre — ele gesticulou para mim, e
eu o segui.
— Onde está Maddie? — perguntei quando
entrei na sala de estar, esperando vê-la.
— Ela foi à casa a uma festa de aniversário
na casa de um amigo — ele respondeu, levando-me
para o sofá.
Eu me acomodei, passando as mãos na saia
ansiosamente enquanto ele se sentava do meu lado.
Por mais nervosa que eu estivesse, ainda conseguia
ficar distraída perto de Hunter. Ele havia tirado a
barba recentemente, o que deixava sua mandíbula
bem-desenhada ainda mais proeminente, e o cheiro
de loção pós-barba pairou no ar entre nós. Eu
conseguia ver seu bíceps definido por baixo da
camiseta, e na caminhada até o sofá tive um
vislumbre de seu bonito traseiro dentro da calça
jeans.
Ele sorriu, o que me deu vontade de beijá-lo
naquele momento. Mas não fiz isso.

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Conversaríamos primeiro.
— Então... — disse ele, esfregando a mão
na nuca. — Ontem à noite... — Quando ele parou
por um momento, meu coração se acelerou. Então,
ele respirou fundo e continuou. — Eu só queria que
nós dois alinhássemos o que estamos esperando
disso tudo. Eu gosto de você de verdade. Gostei
desde o começo, mas sabia que você não queria se
envolver nem ter algo sério. Então, acho que só
estou me perguntando se você quis mesmo dizer
tudo o que disse ontem à noite.
Cheguei mais perto dele no sofá. Meus
pensamentos e emoções estavam correndo a toda
velocidade, mas senti minha ansiedade desaparecer.
Ele queria que nossa relação fosse tão séria quanto
eu queria.
— Claro que quis dizer tudo aquilo —
disse, colocando uma mão em cima da dele para
reforçar. — Estou pronta para isso. Eu quero estar
ao seu lado você. E ao lado de Maddie. Sei que
sempre disse que não queria um relacionamento,
mas só dizia isso porque estava com medo. E
obviamente não tinha encontrado a pessoa certa.
Um sorriso surgiu em seu rosto e ele me
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abraçou, correndo os dedos ao longo do meu


ombro. Seus olhos encontraram os meus e senti um
arrepio.
— Se vamos embarcar nessa, eu quero tudo.
— Tudo. É seu. — Meu coração estava
acelerado.
Estava pronta para deixar todos os meus
medos e dúvidas para trás e entrar em um
relacionamento com Hunter — e Maddie. Agora
que estávamos ali, minhas preocupações quase
pareciam ridículas. Do que eu tinha tanto medo?
Estar com Hunter era a coisa mais fácil do mundo.
Ele se inclinou para me beijar, seus lábios
carnudos pressionando os meus.
Depois de alguns beijos deliciosos, eu me
afastei.
— Se vamos fazer isso, quero fazer certo.
Antes de seguirmos, acho que devemos contar a
Maddie. — Ela tinha se aproximado de mim, mais
do que esperava, então torcia para que não fosse
um problema.
— Sim, acho que sim — ele suspirou, com
a preocupação tomando seu rosto.
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— Hunter, você está com medo da sua


própria filha? — Levantei uma sobrancelha para
ele.
— O que posso fazer? Ela é intimidante. —
Ele sorriu, depois estendeu a mão para prender meu
cabelo atrás da orelha. — Mas, falando sério, não
importa como ela reaja quando contarmos, tudo
ficará bem. Ela vai se acostumar. Além disso, ela
gosta muito de você. Espero que você entenda
minha ansiedade, é só que fomos apenas eu e ela
durante todos esses anos.
Ele me puxou para perto de modo que
minha cabeça ficou apoiada em seu peito. Meu
coração quase explodiu quando olhei para ele.
— Eu sei, Hunter. Não se preocupe, tudo
vai dar certo.
Eu suspirei, permitindo-me relaxar em seus
braços. Para o bem de todos, eu esperava que ele
estivesse certo.

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— Maddie, o jantar está pronto — Hunter


chamou pela porta dos fundos.
Ela havia sido trazida pela mãe de uma
amiga bem a tempo do jantar. Nós pedimos comida
no restaurante mexicano favorito dela, e eu tinha
saído para comprar ingredientes para fazer sundaes
com calda quente. Nós achávamos que se a
alimentássemos com boa comida, ela estaria mais
receptiva ao nosso relacionamento.
Ela veio correndo e abriu um sorriso quando
viu a comida.
— Por que vocês compraram isso? — Ela
perguntou, e o sorriso feliz se transformou em uma
cara de desconfiada.
— Nós só queríamos fazer algo especial. —
Hunter sorriu, despenteando os cabelos dela. Se ela
ainda estava desconfiada, manteve o silêncio.
Enchi seu prato carne de taco, feijão e arroz.
— Como foi a festa, Maddie? — perguntei
quando nos sentamos para comer. Pensei que a
prepararíamos com comida primeiro, depois
falaríamos sobre a novidade em nosso
relacionamento, passando de senhorio e inquilina
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para namorado e namorada.


— Eu pulei em um pula-pula — respondeu,
animada, depois de engolir um bocado de arroz.
— Que bacana. — Sorri para ela. — Eu
tinha medo de pula-pula até os seis anos.
— Eu não tenho medo de nada — disse
Maddie, com orgulho.
— Sabe de uma coisa? Acredito em você —
falei.
Logo que terminamos o jantar, comecei a
arrumar as coisas o preparar os sundaes.
— Então, nós temos chocolate e sorvete de
baunilha, granulado, calda, amendoim e cerejas. —
Mostrei a ela as várias opções.
— Incrível. — Ela sorriu, ficando na ponta
dos pés para dar uma olhada melhor.
— Quais coberturas você quer? — Hunter
perguntou, colocando sorvete em uma tigela para
Maddie.
— Eu quero que Kate faça o meu —
respondeu ela, olhando para mim.
Hunter riu, levantando as mãos.
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— Eu acho que ela não confia mais na


minha comida, agora que você apareceu. — Ele me
entregou a tigela. Eu estava achando ótimo estar
com eles assim, e esperava que Maddie sentisse o
mesmo.
— Calda e confeitos? — Perguntei a
Maddie, que concordou com entusiasmo.
Depois de prepararmos nossos sorvetes,
Hunter e eu trocamos um olhar. Agora era a hora
perfeita para contar. Respirei fundo, mentalmente
me preparando para o pior cenário possível.
— Então, Maddie, temos algo para lhe dizer
— Hunter começou delicadamente.
— O quê? — Ela parou com a colher no
meio do caminho para a boca, com sorvete
pingando dos lados, e depois a abaixou.
— Bom, Kate e eu temos passado muito
tempo juntos... — Tentei manter o sorriso
estampado no rosto, mas na verdade só queria que
ele falasse logo. Paciência normalmente não era
meu forte. Felizmente, ele continuou em seguida.
— Nós gostamos muito um do outro e estamos em
um relacionamento agora. Então você vai ver Kate

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muito mais por aqui.


Houve um momento de silêncio.
— É isso? — Maddie perguntou, pegando a
colher novamente e levando-a à boca. — Dãã. Eu
sabia disso. — Ela fez uma pausa. — Acho legal.
— Hunter e eu trocamos olhares, depois caímos na
gargalhada. — O que foi? — Maddie perguntou
com um olhar perplexo. — Vocês são estranhos.
Sorrindo estupidamente e controlando a
risada, mergulhei minha colher no sorvete e a levei
à boca. As coisas poderiam ter começado de forma
não convencional, mas eu tinha a sensação de que
estávamos caminhando para um final muito feliz.

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Hunter
6 meses depois

O cheiro de gengibre e especiarias se


espalhou no ar quando entrei pela porta da frente,
com uma sacola plástica de compras na mão. A
porta se fechou e encontrei Kate e Maddie ao redor
da mesa, focadas na construção de uma casa de
massa de gengibre sem glúten.
— Como estão minhas meninas? —
Perguntei, colocando a sacola de doces na mesa e
me inclinando para beijar o topo da cabeça de
Maddie.
— Você se lembrou de pegar os docinhos
vermelhos? — Maddie perguntou, olhando para
mim como se sua pergunta fosse a coisa mais séria
que ela já tinha me perguntado e como se minha
vida dependesse daquela resposta.
— Sim, senhora — respondi, dando a volta
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na mesa para beijar Kate. — Eu tenho uma coisinha


para você também — adicionei.
— Ah, obrigada, querido — disse Kate,
quase sem tirar os olhos da sua tarefa. Ela estava
apertando uma enorme bisnaga de cobertura
branca, meticulosamente dispondo o creme
açucarado entre duas fatias de massa. Assim que
terminou de passar a cobertura, colocou o tubo na
mesa e delicadamente pressionou as duas partes,
uma na outra. — Certo, Maddie, agora nós só
precisamos esperar essa última parede secar e então
será hora de decorar.
Maddie assentiu silenciosamente, seus olhos
concentrados na cobertura recém-feita.
— Que tal um pouco de chocolate quente
enquanto esperamos? — Ofereci, desembrulhando
os doces da sacola.
— Oba! — Maddie rapidamente desceu da
cadeira e correu para a dispensa, para me ajudar a
pegar os ingredientes do chocolate quente.
Quando Maddie estava longe e não podia
nos ouvir, apoiei uma mão no ombro de Kate e
perguntei.

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— Como ela ficou enquanto estivesse fora?


Ela está te obedecendo, certo? Não está dando
trabalho?
— O fato de eu ter me mudado para cá não
significa que as coisas vão mudar entre Maddie e
eu. Ela é perfeita. Você não precisa mesmo se
preocupar com a gente — Kate respondeu depois
de rir e balançar a cabeça.
Soltei um suspiro de alivio. Kate havia se
mudado para nossa casa na semana passada.
Imaginei que poderia ser necessário um período de
adaptação para todos nós, mas até agora, as coisas
estavam correndo bem.
— Sei que você está certa. Eu só me
preocupo as vezes, sabe? Este ainda é um território
novo para todos nós.
— Bem, eu agradeço pela preocupação, mas
acredite, tudo está perfeito — Kate sorriu, e eu me
inclinei para beijá-la novamente, dessa vez um
pouco mais demorado do que antes.
— Papai! — Maddie gritou. — Venha me
ajudar a fazer chocolate quente!
Eu interrompi o beijo e Kate deu uma
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risadinha.
— Acho que é algo a que nós teremos que
nos acostumar, não?
— Seria de se pensar que já estaríamos
acostumados a ser interrompidos a essa altura — eu
disse, piscando. Nós dois rimos e fui até a geladeira
pegar o leite.
— Ei, papai?
— Sim, Maddie?
— Kate vai viver conosco para sempre?
Merda. Quando Kate e eu decidimos que
ela deveria se mudar para a nossa casa, tivemos
uma conversa com Maddie sobre isso, mas ela não
teve muitas perguntas na época. Kate havia dito que
achava que isso era um bom sinal, mas eu estava
preocupado. E agora Maddie estava vindo com
perguntas assim? Eu não tinha certeza de qual seria
a reação dela, independentemente do que
respondesse.
— Esse é o plano — respondi, ligando o
fogo baixo e colocando a colher de pau no balcão.
— Tudo bem para você? Eu sei que conversamos
sobre isso antes e você disse que estava tudo bem,
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mas também está tudo bem se você estiver com


medo agora.
Maddie balançou a cabeça, olhando para os
dedos dos pés.
— Não, eu não estou com medo — disse,
pegando um pedaço de cobertura preso na sua
camisa.
— Então o que é, querida?
— Eu estou gostando muito porque ela está
morando com a gente.
— Eu também — respondi sorrindo, me
agachando e puxando Maddie para um abraço.
Mexendo o chocolate pela última vez, tirei
três canecas do armário. Enquanto despejava o
líquido nelas, Maddie acompanhou de perto,
colocando um punhado de mini marshmallows
dentro de cada uma.
— Você quer uma bengala doce no seu? —
Perguntei, abrindo a embalagem e tirando um mini
doce vermelho e branco dali.
— Não, é nojento — Maddie respondeu,
balançando a cabeça vigorosamente.

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— Bom, eu quero uma — coloquei uma


bengala na beirada da caneca. — Kate, você quer
uma bengala doce em seu chocolate quente?
— Não, é nojento — ela respondeu.
Maddie e eu rimos.
— Viu? Eu te disse. — Maddie levantou as
sobrancelhas, colocando as mãos na cintura.
Talvez eu não estivesse tão preparado para
essa coisa de duas contra um, como eu pensava. Já
tinha sido bem difícil com uma mulher na casa,
com duas, muito mais. Eu estava em séria
desvantagem.
Levei as canecas de Kate e Maddie até a
mesa, enquanto Maddie se acomodava na cadeira
ao lado de Kate de joelhos, para ter uma visão
melhor da casa.
— Está pronta? — Maddie perguntou.
— Quase — Kate sorriu. — Enquanto isso,
por que não começamos a abrir esses sacos de
doces?
— Vou pegar algumas tigelas — disse.
Enquanto caminhava pela cozinha em
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direção ao armário, Maddie e Kate continuavam


tagarelando atrás de mim, e suas risadinhas e
gargalhadas me faziam sorrir.
Kate e Maddie começaram a decorar a casa,
Maddie indicando os lugares onde queria colocar
uma goma de mascar e Kate passando um pouco de
cobertura no lugar exato. Elas eram uma ótima
equipe. Kate foi paciente com Maddie, que mudava
de ideia no último segundo, e Maddie prestava
atenção a tudo o que Kate dizia. Isso era lindo. Eu
não poderia ter escolhido uma mulher melhor para
a minha filha seguir como exemplo. Kate era forte,
confiante e independente, todas as coisas que eu
queria que Maddie fosse.
No momento em que davam seus últimos
retoques, cerca de meia hora depois, a casa de pão
de gengibre parecia perfeita — e as duas estavam
completamente cobertas de glacê e açúcar.
— O que você achou papai? — Maddie
perguntou, quando elas terminaram,
orgulhosamente esticando os braços em torno de
sua criação.
— Vocês duas fizeram um ótimo trabalho.

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Ela sorriu, olhando para a casa com


orgulho. De repente, olhou para Kate.
— Quando vamos comer isso?

Algumas horas depois, colocamos Maddie


na cama e formos para nosso quarto. Eu fiz questão
de fechar a porta, mas não precisava trancar.
Maddie agora batia quando precisava de alguma
coisa.
Enquanto eu trocava de roupa, Kate estava
no banheiro, tirando os últimos vestígios de glacê
das mãos.
— Eu não sei se um dia vou conseguir tirar
o açúcar das unhas — disse, tirando uma escova de
unhas da gaveta e esfregando as pontas dos dedos.
— Isso significa que você será ainda mais
doce do que já é — respondi, jogando meu jeans no
cesto e tirando a camisa. Kate bufou.
— Isso é super brega, querido.
— As piadas de tiozinho fazem parte do
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pacote — dei de ombros. — Está arrependida por


ter se mudado?
Ela sorriu, com o olhar percorrendo meu
corpo nu lentamente. Ela se aproximou de mim e
passou as mãos pelos meu bíceps, antes de me
passar os braços ao redor de meu pescoço.
— Nem um pouco.
Eu a puxei para perto, inclinando seu
queixo para cima para encontrar o meu, e tomei
seus lábios em um beijo doce. Meu pau se contraiu
ansioso na cueca. E a julgar pelo olhar no rosto de
Kate, ela também sentiu.
Ela arqueou uma sobrancelha, pressionando
seu corpo um pouco mais contra o meu.
— Como você está, grandão?
Deixei minhas mãos descerem pelas costas,
até seu traseiro perfeito, tomando suas nádegas nas
mãos e apertando, fazendo-a arquear as costas,
esfregando seu corpo no meu.
— Eu acho que você sabe como estou —
rosnei, levando meus lábios até seu pescoço,
passando pelo ponto abaixo de sua orelha.

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— Por que você não me mostra? — Ela


disse sem fôlego, arrastando as unhas pelas minhas
costas, aumentando meu desejo.
Rosnei de novo contra seu pescoço, com
meu pau agora louco para sair da cueca e
pressionando sua barriga. Soltei suas nádegas, tirei
a blusa dela, abri rapidamente o fecho do sutiã e
libertei seus seios macios e cheios. Tomando um
dos mamilos na boca, chupei suavemente e Kate
gemeu, correndo os dedos pelo meu cabelo.
Enquanto eu continuava beijando e
chupando seu seio, movi minhas mãos para a
cintura, desabotoando seu jeans e puxando o zíper
para baixo.
Levando-a para a nossa cama, puxei Kate
para cima de mim, com as pernas dela ao redor de
meu quadril. Tomando meu pau em suas mãos
delicadas, ela me guiou para dentro enquanto
descia, me deixando entrar centímetro por
centímetro, e nós dois começamos a gemer.
Quando estava totalmente dentro dela, Kate se
inclinou, levando os lábios aos meus e, por um
momento, nenhum de nós se moveu, saboreando a
delícia de estarmos unidos.
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Quando nossos lábios se separaram, levei a


mão ao seu rosto, e meus olhos procuraram os dela.
— Há algo que eu quero lhe dizer —
sussurrei, passando o polegar por sua pele.
— O que é? — Ela sussurrou de volta,
virando o rosto para poder beijar minha mão.
Fiz uma pausa, absorvendo sua beleza como
se fosse a primeira vez novamente. Seu cabelo,
seus olhos, seus lábios cheios e carnudos... ela era
tudo. Nunca pensei que encontraria alguém que
pudesse aceitar a mim e a Maddie, juntos, e de
alguma forma, consegui convencer o universo a me
dar Kate. Não conseguia entender por que tinha
sido tão sortudo, e não conseguia mais manter meus
sentimentos escondidos.
— Eu te amo — falei, olhando
profundamente em seus olhos. — E eu quero você
para sempre.
Seus olhos se arregalaram por um momento,
depois brilharam com lágrimas não derramadas. Ela
ficou em silêncio por mais alguns segundos, e logo
depois deu uma risada.
— Eu também te amo — disse ela, sorrindo
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e secando o canto do olho. — Mas para sempre é


muito tempo. Tem certeza?
— Para sempre não será suficiente. — Eu a
puxei para outro beijo, uma corrente elétrica
passando por nós. Nossas bocas se moviam
rapidamente e com urgência num beijo, enquanto
nossos corpos encontravam um ritmo prazeroso.
Kate balançou o quadril sobre mim,
enviando ondas imediatas de prazer por todo o meu
corpo.
— Sim, assim. Desse jeito — eu gemi,
levando uma mão a sua bunda para guiar seus
movimentos e a outra entre as pernas para esfregar
seu clitóris.
Seus gemidos ficaram ainda mais altos, e os
meus ficaram mais profundos, nossa respiração se
tornou irregular. Quando Kate chegou mais perto
do orgasmo, seus olhos não deixaram os meus.
Minha nossa! Eu seria capaz de observá-la a noite
toda daquele jeito, com o prazer estampado no
rosto.
Para sempre definitivamente não seria
tempo suficiente.

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Kate
Eu nunca pensei que seria o tipo de pessoa a
querer um vestido branco e fofo. Primeiro, por
causa do preço, e segundo, era pouco prático.
Terceiro, era desconfortável e desagradável, e algo
que só usaria uma vez. Parecia um desperdício
total.
No entanto, quando chegou a hora de
planejar nosso grande dia, uma parte nova de mim,
até então desconhecida, começou a expressar suas
opiniões. Eu disse a Hunter que aquele seria um
momento discreto, um simples churrasco no quintal
e com todos de quem gostávamos. Mas quanto mais
avançávamos no planejamento, mais específicos
meus desejos se tornavam.
De repente, o quintal passou a não ser
suficiente, mas o salão de festas era muito frio. Um
terninho era algo a ser usado em funerais, mas um
vestido de verão era casual demais. Ele tinha sido
calmo e complacente com todos os meus pedidos, e
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foi assim que acabamos no salão nos fundos de


nosso restaurante favorito — eu, com um
deslumbrante vestido branco que custou a mesma
coisa que meu primeiro carro. Havia uma pequena
pista de dança, e cerca de cinquenta dos nossos
amigos e familiares mais próximos se reuniram
conosco.
E quanto ao vestido branco, a vida é uma
só, pessoal. Naquele momento, eu me senti como
uma princesa, e não de um jeito de moça
conformada, mas em uma explosão de felicidade,
do tipo eu finalmente encontrei meu Príncipe
Encantado.
Olhei para o outro lado do salão e vi
Maddie vasculhando a sacola de presentes que
deixei para ela, conversando alegremente com os
pais de Hunter e com minha mãe.
O dia tinha sido perfeito. Nossa cerimônia
foi curta e linda, e agora um suave jazz tomava o
espaço, enquanto os garçons circulavam com taças
de champanhe borbulhante em pequenas bandejas
de prata. Eu não conseguia parar de sorrir.
Quando Jessie e Rebecca se levantaram
para ir para a frente do salão, eu senti cheiro de
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problemas. Jessie sorria seu sorriso travesso, que eu


conhecia, e Rebecca se balançava ao seu lado,
tagarelando por conta do champanhe.
O medo tomou conta de mim. O que elas
estavam aprontando? Aquilo era para ser um evento
de família.
Jessie bateu uma colher contra a taça,
chamando a atenção de todos.
O olhar de Hunter encontrou o meu e ele
estava sorrindo. Deus, esse homem. Ele parecia tão
feliz, tão cheio de vida. Seus olhos brilhavam, o
cabelo estava bem penteado e o terno preto lhe caía
muito bem. Achava que nunca me acostumaria com
sua beleza.
— Pedimos a atenção de vocês, por favor
— disse Jessie. — Gostaríamos de dizer algumas
palavras para a noiva e para o noivo. — A multidão
se acalmou, e todos olharam para Jessie quando ela
endireitou os ombros e levantou o queixo. —
Primeiro, temos que dar parabéns a Hunter. — Ela
olhou diretamente para ele enquanto falava, e
Rebecca sorriu. — Por conquistar nossa amiga que
morria de medo de compromisso. Ela só estava
procurando uma história para apenas uma noite,
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mas estamos muito felizes por ela ter encontrado


uma história para a vida inteira.
A reação da plateia, encantada, acalmou um
pouco minha vergonha. Nada como revelarem a
seus sogros que você adorava se envolver com
caras por apenas uma noite.
— Felicidades para Kate e Hunter! —
Rebecca disse, e todos aplaudiram.
A mão de Hunter encontrou a minha
embaixo da mesa e ele a apertou.
— Algum arrependimento?
— Nem um — respondi com convicção.
Não deixaria o discurso de Jessie e Rebecca me
intimidar. Eu tinha medo de compromisso, antes.
Mas Hunter mudou tudo.
— Amo você, amor — ele murmurou,
inclinando-se.
— Amo você mais.
Logo, aperitivos foram servidos às mesas e
minhas amigas voltaram a se sentar. Mais tarde
haveria jantar e dança, e então, Hunter e eu
passaríamos a noite em um hotel chique, enquanto

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Maddie ficaria com seus avós. E no mês que vem,


faríamos nossa lua-de-mel — uma viagem de sete
noites para a Escócia, com a qual eu sonhava há
meses.
Mas não foi o vestido, nem a festa, nem a
lua-de-mel o que mais me entusiasmava. Era a ideia
de passar uma vida inteira sendo a esposa de
Hunter e a mãe de Maddie que fazia meu coração
quase explodir.
— Papai! — Maddie veio correndo para a
mesa onde estávamos sentados. — Olha o que eu
tenho! — Ela levantou a sacola de presentes. — É
um livro de colorir de princesa.
— Kate comprou tudo isso para você —
Hunter assentiu, acariciando seu ombro.
— Obrigada, Kate! — Ela olhou para mim
com os olhos brilhando.
— De nada, minha linda. Fiz isso porque
queria que você também se divertisse hoje.
Hunter sorriu, observando nossa interação.
— E mais tarde, quando você estiver
cansada, vovó e vovô vão levar você para casa, está
bem?
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— Eu não estou cansada — insistiu Maddie.


— Eu quero dançar. — Hunter e eu rimos enquanto
a observamos se remexer com seu vestido de festa
com babados. — Kate? — Maddie me chamou, e
sua expressão se tornou séria. — Agora que você se
casou com meu pai, significa que você é minha
mãe?
Senti um frio na barriga quando olhei para
Hunter, esperando alguma ajuda. Mas ele só sorriu.
— Hum, bem, eu adoraria ser sua mãe.
Você não nasceu da minha barriga, mas eu te amo
muito e…
— Ah, ótimo — Maddie disse rapidamente.
— Então eu posso começar a chamar você de
mamãe?
Minha garganta se apertou quando as
lágrimas se acumularam em meus olhos.
— Você gostaria de me chamar assim?
— Sim! — Maddie respondeu vibrando.
Eu puxei seu corpinho para perto,
abraçando-a, e podia jurar que meu coração tinha
triplicado de tamanho.

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— Eu adoraria que você me chamasse de


mamãe.
Depois, ela saiu correndo, deixando Hunter
e eu nos encarando com lágrimas nos olhos. Ele
levou a mão ao meu rosto, me observando com os
olhos cheios de emoção.
Demorei muito tempo para aprender o que
uma criança de quatro anos já sabia. Uma mãe é
alguém que leva você ao zoológico, beija seus
machucados e faz biscoitos de chocolate para você.
Alguém que passou os dias cuidando para que você
se sinta feliz e amado.
Maddie estava certa. Eu era a mãe dela
agora. Sorri para Hunter, incapaz de conter a
alegria.
— Que coisa incrível.
Ele assentiu.
— Você nasceu para isso. — Seu olhar
ficou mais intenso e fixo no meu, como se me
quisesse, ao mesmo tempo, me acalmar e dizer que
eu me daria muito bem. Beijei os lábios dele
rapidamente. — História para apenas uma noite,
hein? — Ele perguntou, recordando as palavras de
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Jessie.
Eu revirei os olhos.
— Obviamente, meu plano não deu certo.
— Eu diria que deu muito certo.
Mais uma vez ouvindo o tilintar de um
talher contra o vidro, voltei a beijar Hunter.

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Kate
— Um pouco mais para a esquerda — disse
para Hunter, mexendo o quadril. — Assim!
Perfeito.
Ele se ajustou e continuou acariciando a
parte interna da minha coxa.
— Eu só quero que você se sinta
confortável, baby.
Mesmo depois de quase um ano de casados,
ainda tínhamos muito fogo, como sempre. E isso
não mudou mesmo quando eu estava grávida de
nove meses e com os hormônios me dando a libido
de uma adolescente. O problema era que nem
sempre conseguíamos encontrar uma posição
compatível com minha barriga gigantesca. Eu
comentei que teria gêmeos?
Hunter moveu a mão para baixo e acariciou
exatamente onde eu queria.
— Você está tão molhada, amor — ele
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sussurrou e soltei um gemido. Ele continuou,


pronto para me penetrar, quando senti uma pontada
de dor na barriga. Eu arfei, levando a mão à
barriga. — O que foi? — perguntou, com
preocupação clara em sua voz. — São os bebês?
A dor diminuiu e deixei escapar um suspiro
de alívio.
— Está tudo bem, continue — disse.
Demoramos quinze minutos para encontrar
a posição perfeita, e de jeito nenhum eu desistiria
de gozar agora. Hunter não parecia convencido,
então peguei seu pênis duro e o direcionei de cima
para baixo. Movi meu quadril para a frente, pronta
para ele me penetrar, quando senti mais uma onda
de dor.
— Merda — sem fôlego porque a dor
aumentou.
— Acho que é melhor irmos ao hospital —
disse ele, saindo da cama e começando a se vestir.
— Eles só vão nascer na próxima semana
— protestei, balançando a cabeça.
Ele levou a mão ao meu rosto, prendendo
meu cabelo atrás da orelha.
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— Vamos, acho que devemos dar uma


olhada nisso. Eu não quero você sentindo
— Não, estou bem. Acho que é um alarme
falso — disse, balançando a mão para afastar a
preocupação dele. — Só vou descansar um pouco.
Hunter não estava convencido e me
ignorou. Tirou minha bolsa do armário e pegou
minhas roupas do chão.
— Você precisa se vestir — disse, enfiando
meus pés pelas aberturas da calcinha e puxando a
peça para cima. Então, ele pegou o celular. Seus
pais concordaram em ficar com Maddie quando
fôssemos para o hospital, e estavam aguardando o
aviso.
Com relutância, vesti o resto das minhas
roupas e me sentei na cama, esperando enquanto
Hunter terminava de falar com sua mãe. Quando
ele desligou, pegou minha bolsa.
— Eu vou carregar o carro enquanto eles
vêm — disse ele, inclinando-se para beijar o topo
da minha cabeça.
Durante a gravidez, Hunter havia ficado
muito nervoso. Todas as vezes em que eu andava
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muito rápido ou tropeçava na calçada — o que


infelizmente acontecia muito —, ele corria até
mim, para ter certeza de que os bebês e eu
estávamos bem. Pensei que ele seria o mais
controlado, porque já tinha passado por isso antes.
Eu, por outro lado, fiquei surpreendentemente
calma durante os últimos nove meses, com exceção
das reações causadas pelos hormônios furiosos e do
desejo incontrolável por chocolate e picles.
Mas de repente, eu não tinha tanta certeza.
Eu não me sentia pronta para trazer duas vidas ao
mundo.
Era tarde demais para desistir dessa coisa
toda?
Descobrimos que eu estava grávida alguns
meses depois do casamento. Pouco depois, eu
adotei Maddie legalmente, e quando contamos a ela
sobre os novos irmãos, pensamos que ela ficaria
chateada. Agindo como sempre agia, Maddie se
mostrou madura em relação a tudo e estava ansiosa
para conhecer os dois. Ela já tinha feito uma lista
de atividades que eles poderiam fazer juntos,
quando os gêmeos crescessem. Até lá, ela tinha
uma lista de coisas que poderia fazer para nos
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ajudar. Ela nos lembrou de que com dois bebês por


perto, não haveria tanto tempo para nós dois termos
nossos momentos de carinho de adultos, então, ela
cuidaria dos irmãos para que pudéssemos fazer
isso.
Hunter subiu as escadas correndo. Sem
fôlego, ele me ajudou a ficar de pé.
— Vamos para o carro para que possamos
ficar prontos. — Ele inspirou profundamente. —
Eles devem chegar a qualquer momento. — Mordi
o lábio sem me mexer. — Kate? — perguntou ele,
finalmente parando por um momento para me
observar. — São as contrações? Dói muito para
andar? — Eu balancei a cabeça para ele, negando.
— O que é, então?
Ele se aproximou e me abraçou.
— Eu assisti a um monte de reality shows
— falei, sentindo as lágrimas virem.
— Do que você está falando? — perguntou
ele, confuso.
— Sabia que dizem que precisamos ouvir
Mozart durante a gravidez para que o bebê seja
mais inteligente? Bem, eu não fiz isso. Eu acabei
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assistindo a muito reality shows, e agora os gêmeos


vão ser burros e é minha culpa. — Escondi o rosto
nas mãos, enquanto Hunter me abraçava com mais
força. — Eu já sou uma mãe ruim.
OK, eu sabia que provavelmente estava
meio histérica, mas não conseguia me controlar. A
realidade de estar prestes a colocar duas vidas no
mundo estava pesando sobre mim, mais do que
nunca. Aquilo era ser adulto em um nível
totalmente novo. Eu estava mesmo pronta?
— Ei, eles não serão burros — disse ele,
delicadamente, acariciando meu ombro. — Eles
serão ótimos. E você vai ser uma ótima mãe. Você
já é, amor. Veja como é com Maddie. — Não
convencida, assenti. Outra contração me tomou e
apertei a mão de Hunter até a dor passar. —
Vamos, temos que ir — disse ele, segurando minha
mão e me guiando pelo corredor.
— Não, eu não estou em trabalho de parto
— disse, balançando a cabeça. — Eu ainda tenho
uma semana. — De repente, senti algo entre
minhas pernas. Olhei para Hunter. — Acho que
minha bolsa acabou de estourar — disse, sem
acreditar.
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Ele entrou em ação, levantando-me e me


levando pela escada. Seus pais chegaram quando
ele estava me ajudando a entrar no carro. Eles
acenaram para nós, enquanto nos afastávamos, e a
mãe de Hunter já chorava de felicidade.
Eu ainda estava em estado de choque
quando fomos para o hospital. É claro que eu
estava preparada para aquele momento — nós
tínhamos ido a todas as aulas, lido todos os livros
que deveríamos ler. Compramos dois berços e um
carrinho duplo, e tínhamos uma cômoda cheia de
minúsculas roupas recém-lavadas. Hunter e eu
tínhamos treinado como embalar um bebê cerca de
mil vezes. Mas agora que finalmente estava
acontecendo, eu me sentia completamente
despreparada.
Chegamos ao hospital em tempo recorde.
Hunter queria correr para dentro para buscar uma
cadeira de rodas, mas insisti em ir andando.
— Sério, Kate? — Ele perguntou, enquanto
eu saía do carro.
— Eu consigo fazer isso — bufei, apoiando
uma mão no carro por um momento, quando uma
contração veio. Santo Deus!
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— Fique aí — ele disse. — Estou falando


sério. Não se mova.
Não gostava de ser repreendida, mas decidi
ceder. Afinal, um relacionamento envolve aceitar
ajuda do outro. Foi um longo caminho, mas
finalmente aprendi essa lição. Às vezes eu
precisava deixar minha independência de lado e
permitir que Hunter assumisse a liderança.
As coisas dentro do hospital pareceram um
furacão, e pareceu que apenas alguns segundos
depois de vestir um avental e ser sentada em uma
cama, a dor se intensificou depressa. Eu não me
considero uma covarde, mas aquilo não era
brincadeira. Quando a dor ficou quase insuportável,
a enfermeira me deu um sorriso simpático.
— Está quase na hora de empurrar — disse
ela, com entusiasmo.
Outra onda de dor tomou meu corpo. Por
que ela estava tão feliz? Senti vontade de estapear
aquela vaca.
Hunter me ofereceu alguns pedaços de gelo
para mastigar, seguindo instruções da enfermeira.
Eu recusei.

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— Eu mudei de ideia sobre tudo isso —


falei ofegante, olhando freneticamente para Hunter.
Sua expressão era de perplexidade, ainda segurando
os pedaços de gelo. Aquilo era insuportável. Onde
eu tinha me metido, inferno?
— Vai ficar tudo bem, amor. Você
consegue fazer isso — ele disse, segurando minha
mão com firmeza.
— Por que você fez isso comigo? — Gemi.
O médico entrou na sala, junto com duas
enfermeiras que começaram a preparar dois berços.
Minhas partes íntimas pareciam estar em
chamas. Olhei para Hunter e tentei me acalmar,
encarando seus olhos intensos e escuros. Seu rosto
estava tomado de preocupação, e agarrei sua mão a
cada onda de dor. Eu tentei dizer a mim mesma que
tudo isso seria uma história engraçada, assim que
minhas partes parassem de arder.
Alguns momentos depois, meus joelhos
foram levantados e me disseram para empurrar,
apesar de eu não saber como.
— Você está indo muito bem — disse
Hunter. Eu soltei grunhidos em resposta. Se eu não
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estivesse do tamanho de uma baleia, teria pulado da


cama e sairia correndo dali. — Apenas continue
olhando para mim.
Olhar para Hunter era a única coisa que me
mantinha sob controle, então mantive os olhos
fixos nos dele enquanto fazia força.
Depois de mais alguns empurrões,
justamente quando estava prestes a desistir e viver
como uma mulher grávida pelo resto da vida, um
bebê nasceu. Gritos estridentes encheram a sala e
eu senti vontade de soluçar de alívio.
— Ele é perfeito — a enfermeira disse
animadamente depois de observá-lo.
— Um já foi, falta o outro — disse o
médico, sorrindo para Hunter.
Porra.
Depois de fazer força mais várias outras
vezes, o segundo bebê ficou na posição certa e
finalmente desceu.
Exausta, relaxei até as enfermeiras os
trazerem para mim, um de cada vez. Dei uma
olhada neles e comecei a chorar. Eles eram tão
pequenos e adoráveis. Meu coração estava tão
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cheio que parecia prestes a explodir.


Hunter se inclinou e passou o dedo pelas
bochechas minúsculas.
— Eles são nossos — ele sussurrou, feliz.
Tentei controlar meu sistema hidráulico,
mas não consegui e chorei. Os bebês eram perfeitos
demais. Eu não conseguia acreditar que já tinha
duvidado que quisesse uma família. Aquela era, de
longe, a melhor coisa que eu já tinha feito.
Observei Hunter olhando para os nossos
bebês e pensei que seria incrível quando Maddie os
conhecesse.
Tive muitas dúvidas ao longo do caminho
— sobre namoro, casamento e constituir família —
mas aquele momento ofuscou todas elas. Aquela
era a minha família, o meu mundo, meu tudo, e era
absolutamente perfeita.

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Kate
— Acho que os amo mais quando estão
dormindo. — Olhei para o quarto onde nossos
gêmeos de seis meses, Simon e Miles, estavam
dormindo em seus berços. — Isso é ruim? —
perguntei para Hunter, que estava ao meu lado,
com uma mão em minha cintura.
— De modo nenhum. Você é incrível, baby.
Você deveria descansar um pouco também.
— Eu amo quando você fala coisas safadas
comigo — sussurrei, abrindo um sorriso. As
sobrancelhas de Hunter se ergueram e ele deu uma
risada baixa. Puxei sua mão, indo para o nosso
quarto. — Dizer para uma mãe que não tem
dormido muito que ela pode tirar uma soneca é
praticamente uma preliminar.
Sorrindo, ele me seguiu até a cama, onde eu
logo desabei confortável, posicionando a cabeça em
seu bíceps quando ele se aconchegou ao meu lado.
Maddie estava com minha mãe e com a mãe
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de Hunter em uma sessão de fotos, para uma boy


band popular que estava na cidade para um show à
noite. Eu pedi alguns favores no trabalho e
consegui passes privados para o evento. Maddie
ficou emocionada.
Até aquele momento, tínhamos uma manhã
caótica cheia de mamadeiras e trocas de fraldas,
canções de ninar e diarreia explosiva — tudo
somado, um sábado comum. Na minha vida
anterior, eu estaria bebendo e provavelmente
conversando com minhas melhores amigas. Mas
agora eu estava aqui, criando dois pequenos seres
humanos com o amor da minha vida. Não era ruim,
embora eu costumasse reclamar às vezes,
principalmente quando não tomava banho — nem
dormia — por mais de dois dias.
— Feche os olhos e descanse. Se eles
acordarem, eu cuido de tudo.
Um sorriso preguiçoso permaneceu em
meus lábios quando meus olhos se fecharam. Eu
gostava da sensação de estar ao lado de Hunter, seu
corpo firme aquecendo o meu.
Sem seu tom firme, amor encorajador e toda
a sua ajuda, eu não teria chegado tão longe. A
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maternidade era difícil. Foi, com certeza, uma das


coisas mais gratificantes que já fiz, mas também
uma das mais desafiadoras.
Graças a Deus, meu doce marido me
mantinha firme.
Maddie acabou sendo uma irmã mais velha
incrível. Estávamos preparados para o pior — ela
tinha sido filha única por cinco anos e sabíamos
que seria normal um pouco de ciúmes em relação
aos bebês. No entanto, Maddie lidou com tudo
como uma profissional.
Somando tudo, a vida era incrível.
Batizamos nossos bebês, com os nomes de nossos
cantores preferidos misturados. Eu comecei a
trabalhar de novo, meio período, depois de quatro
meses em casa com eles. Ao longo de todo o
tempo, Hunter continuou sendo o homem
incentivador e incrível, por quem me apaixonei. Eu
era uma sortuda e sabia disso.
Com um sorriso sonolento e satisfeito,
fechei os olhos deixando os sentimentos felizes me
acalmarem e me levarem a um sono reparador.

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Muito obrigada a minha equipe incrível,


incluindo Daniele Sanchez, que é uma publicitária
e deusa do marketing. Para Alyssa Garcia, a melhor
assistente executiva no mundo. O que eu faria sem
você? Nem quero pensar. E para a minha equipe de
edição — Elaine York e Becca Mysoor, gratidão
enorme por terem me ajudado a moldar a história.
E para Pam Berehulke, por suas edições sempre
excelentes.
Um agradecimento gigante a todos os
blogueiros por seus incansáveis esforços para
postar avaliações e participar de book tours. Vocês
abalam minhas estruturas. Gosto demais de vocês!!
Um enorme abraço de urso para todos os
meus leitores. Eu sou abençoada por fazer isso para
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ganhar a vida, e eu não seria nada sem vocês.


Obrigada.
E por último, ao meu marido John. Você
acredita em mim, você me levanta e empurra para
ter sucesso além dos meus sonhos mais loucos. Às
vezes, os super-heróis não usam capas. O meu
veste um terno e gravata — e muitas vezes, tem
dois bebês nos braços. Te amo, querido.

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Kendall Ryan é autora best-seller do New


York Times, Wall Street Journal e USA Today,
com mais de duas dúzias de livros, Kendall já
vendeu mais de 2 milhões de livros e já foram
traduzidos para diversos países.
Ryan foi destaque em publicações como
USA Today, Newsweek e InTouch Magazine. Já foi
destaque nas listas de best-sellers mais de três
dúzias de vezes.
Ela vive no Texas com o marido e dois
filhos.

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Notas
[←1]
trench coat é um estilo de casaco, normalmente
usado em épocas de frio e como um sobretudo.

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Table of Contents
Sinopse
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
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Capítulo 21
Epílogo
Epílogo Bônus
Agradecimentos
Sobre a Autora

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