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Longe disso.
— Isso também.
— Eu poderia levá-la.
— Totalmente.
Finjo olhar em volta e depois olho para trás e vejo o Dr. Grayson
caminhando até ele. Eles começam a conversar como velhos
amigos, rindo e animados.
Cada vez que olho casualmente, ele está olhando para mim. E
o problema é que, quando eu o pego, ele não desvia o olhar. Ele
sustenta meu olhar em um desafio silencioso, como se quisesse
que eu fizesse alguma coisa... exatamente o que é isso, não tenho
muita certeza.
Um olhar pode lhe dar arrepios? Porque eu juro que o dele dá.
— Ele vai falar com todas as malditas mulheres aqui esta noite?
— Chloe sussurra com raiva com os olhos fixos nele. — Estou aqui.
Você ainda não falou comigo, seu idiota gigante.
— Blake.
Eu rio. — Verdade.
— O que?
— Quem?
— O Deus.
— O que?
Oh droga.
Henley James.
Ele volta sua atenção para mim e eu olho para ele, com a língua
presa.
Oh...
— Bebe água1?
Ajuda.
1
Ele faz uma piada com o sobrenome dela, Drinkwater, que significa beba água.
OK... que diabos? Por favor, vá embora. Você é bonito demais
para meu cérebro funcionar.
Meus olhos vão para Chloe e depois voltam para ele. Eu ouvi
isso corretamente? Huh?
HENLE Y. JAMES
ENGENHARIA
— Basta ligar para ele, — diz Chloe. — Qual é o pior que poderia
acontecer?
— Você está.
Merda.
Certo!
O que?
O que?
Isso é estranho.
— Sim.
— Tem certeza?
— Positivo.
— Você já reservou?
— Adeus, Juliet.
— Adeus.
Cheguei cedo, eu sei, mas quero chegar lá antes dele para poder
vê-lo entrar e não o contrário. Já estou bastante nervosa.
M ONSIEUR
— Sim. — Ele sorri. — Sua mesa está bem aqui. — Ele me leva
por um corredor até outra área, depois desce algumas escadas e
chegamos a um pitoresco pátio com jardim. É uma sensação
diferente aqui, mais lúdica e intimista.
Eu tinha uma leve suspeita de que tudo isso era uma farsa
elaborada. Ele olha para cima. Nossos olhos se encontram e ele
imediatamente se levanta da cadeira para me cumprimentar.
— Oi. — Eu desmaio.
— Então... — Eu sorrio.
— Posso pegar algo para você beber? — a garçonete pergunta.
Oh... a pressão.
— Abalado e salgado.
— Com o gentil?
— Sim.
— Você? — Eu zombei.
— Sim, eu, — ele zomba de volta. — Por que você não acha que
eu ficaria nervoso?
— Não.
— Primeira vez.
— Não.
— Obrigado.
— Até aqui?
Ele me dá aquele olhar, aquele que ele faz tão bem. — Vinte.
Ele gira o copo sobre a mesa. — Acho que este é o meu melhor
primeiro encontro de todos os tempos.
— Ambos.
— Minha mãe.
Caímos sério.
— Desculpe. Recentemente?
Oh...
Estendo minha mão sobre a mesa para ele, e ele coloca a sua
na minha. Esfrego meu polegar sobre os dedos dele. — Ela ficaria
muito orgulhosa de você.
— Mas ela disse que é melhor você melhorar seu jogo porque
esse encontro está definitivamente caindo para dois.
— Sim.
— Sim, claro.
— Cale-se.
— Não.
— Pare com isso. — Henley tenta agir sério enquanto tira sua
carteira. — O garçom nos odeia.
— Eu também.
— Claro.
Cavalheiro.
— Eu não sei, é?
Eu concordo. — Provavelmente.
Bem aqui, no meio de todo mundo, ele segura meu rosto nas
mãos. Seus lábios roçam suavemente os meus e meus pés flutuam
no chão. Nós nos beijamos de novo e de novo, e é como se uma
onda de perfeição desabasse sobre nós.
— Henley.
— Até o próximo.
— O que?
Caramba.
— Sim, — eu choramingo.
— Sim, senhor.
Porra.
Tapa.
Porra.
Ele cai no chão atrás de mim, sua língua não tem reservas
enquanto ele me lambe ali.
Eu vejo estrelas.
Apresse-se.
— Responda-me.
Eu sorrio no colchão.
Seriamente...
A.
Melhor.
Noite.
Da.
Minha vida.
Quero dar um soco no ar, mas não vou porque estou sendo
legal e tudo mais. — Tenha um bom dia.
Abro a porta do carro e ele me puxa para outro beijo. Eu rio
contra seus lábios. — Eu tenho que ir.
Porra.
São seis lances de escada.
Então, por que ele ainda não o fez? São 19h. Ele já teria ligado
se quisesse.
— Não. — Eu suspiro.
— Porra.
— Não.
Meu coração afunda. — Algo está errado. Eu sei que ele vai me
ligar.
— Por que, porque ele disse que faria isso? Não seria o primeiro
homem a mentir em um encontro.
— Chloe, estou lhe dizendo. Tínhamos algo, eu sei que ele vai
me ligar.
20:00
Toque Toque... toque Toque... Eu estrago meu rosto enquanto
espero ele atender.
Merda.
Eca...
Meu telefone vibrando na mesinha lateral me acorda. — É tarde
demais para seus telefonemas bêbados, Chloe, — resmungo
enquanto atendo.
— Henley James.
— Dois rapazes.
Uau...
— Viu?
— Sim. — Eu suspiro.
Não.
— Claro que estou. — Eu sorrio tristemente. — Tchau.
Idiota.
— Por que você dormiu com ele? Não é típico de você fazer isso
no primeiro encontro, — ele responde, desinteressado.
— Não, não foi. Veja como ele fez você se sentir. Ele é um idiota.
Esqueça-o.
— Henley.
— Claro.
— Juliet.
Se apenas.
— Henley, oi.
Não!
Ele olha para mim e eu quero dizer a ele que tudo isso é
mentira, mas qual é o sentido? Ele é um idiota e não se importaria
de qualquer maneira.
— Tenha uma boa vida, Juliettt. — Ele acentua o T em meu
nome. — Com — ele olha Liam de cima a baixo e sorri como se
estivesse se divertindo — seu lindo noivo.
Arrogância personificada.
— Ei, o que isso quer dizer? — Liam pergunta enquanto ele age
como um idiota.
Minha avó, que Deus tenha sua bela alma, deixou para mim e
para meu irmão uma grande herança cada, e com minhas
economias consegui de alguma forma uma casa no melhor bairro
de Half Moon Bay.
— Eu fiz. Mas quando cheguei lá, ele parecia tão triste e tímido.
Ele é o único para mim.
Ele e mamãe vão ficar para que eu não fique sozinha na minha
primeira noite aqui. Só morei em apartamentos desde que me
mudei de casa. Para ser sincera, estar aqui nesta casa grande e
antiga pode ser um pouco assustador. Essa é uma das razões pelas
quais decidi comprar um cachorro mais velho. Ele pode ser meu
protetor e também meu melhor amigo.
Horrível.
Caramba.
Hum...
2
Requintado, extravagante, chique, elegante.
que ele pense que sou uma espiã. Puxo a corda, mas nada
acontece.
— Merda. — Eu luto com o cabo, mas ele está preso. Olho para
trás e vejo que o cara agora está de cueca preta. Ele está puxando
os cobertores de volta para a cama.
Não...
Foda-se. Ele.
Idiota.
— Mal posso esperar para ver o que você fará com o lugar, —
diz mamãe enquanto começa a comer. — Tem certeza de que vai
ficar bem aqui sozinha?
— Sim. Vá em sua viagem. Você está com isso reservado há
mais de um ano. — Mamãe e papai partirão amanhã para a Europa
para a viagem da sua vida, quatro meses de passeios turísticos. —
Eu pego meu cachorro hoje, lembra? Ficaremos bem, só nós dois.
Reviro os olhos. — Ele não é cruel. Ele é tão doce quanto uma
torta.
Carol olha por cima do meu ombro para dentro da casa, como
se fosse entrar. — Seu marido está em casa?
— O que você faz, então... para poder comprar uma casa neste
bairro?
— Lamento.
— Eu também.
— Sozinho? — Eu pergunto.
Hum.
— Não, não, querida, significa apenas que eles fazem sexo com
muitas pessoas. Procure no Google.
O Google.
Mordo meu lábio para esconder meu sorriso. Carol acha que
sabe tudo, e é claro que não.
Interessante.
— Os meninos?
— Que homens?
Ugh...
— Eu vejo.
— Como ele é?
Porra.
Merda.
Como desejar.
— Eu comprei isso.
Carol olha para ele, perplexa. — Ele deve estar muito ocupado.
Ele geralmente é tão caloroso e acolhedor, ele nunca é abrasivo
assim. — Ela levanta as sobrancelhas enquanto contempla a
reação dele comigo.
— Adeus, Juliet.
Aceno e volto para minha casa e sinto um pouco de orgulho de
mim mesma quando fecho a porta.
— Eu sei.
— Sim, sim.
— Alguém está na porta, — meu pai grita do banheiro.
— Sim?
Ele se inclina. — Não sei o que você está fazendo ao fingir que
não me conhece, — ele sussurra com raiva, — mas não gosto que
você bombardeie sua entrada na minha rua.
— Sua rua?
Eu também acho.
Bom retorno.
Merda.
Saia agora.
— Quatro meses.
Mate-me agora!
Chegamos ao seu recinto e ele olha para mim. Seus olhos estão
tristes e meu coração se parte. — Ei, você. — Eu sorrio enquanto
me abaixo. — Que raça de cachorro ele é mesmo?
Estendo minha mão para ele cheirar. — Oi. — Seu rabo balança
fracamente e eu sorrio. — Vamos para casa. — Eu cuidadosamente
o conduzo para fora da porta, e ele olha para o atendente como se
dissesse que posso sair? Saímos até meu carro e eu o ajudo a
sentar no banco de trás. Ele fica sentado em silêncio e eu fecho a
porta atrás dele. — Você é um bom menino. — Eu sorrio para ele
pelo espelho retrovisor. É tão maravilhoso poder fazer isso. Não
existe nada melhor do que isso.
1:00 da manhã
— Uau, uau, uau. — ecoa por toda a vizinhança.
Eu espero.
Uauuuuu.
Oh Deus...
Acordo assustada.
Sem outra palavra, ele se vira e sai pela porta da frente. Eu olho
para a parte de trás enquanto ela se fecha atrás dele.
Meu coração está batendo forte no meu peito. Olho para minha
calcinha da Minnie Mouse. — Foda-se, Minnie.
Virando o inferno...
— Porque ele está com calor por causa de todo o golfe. — Ela
arregala os olhos como se eu fosse estúpida.
Jura?
— Vamos lá e conhecê-los.
Droga, por que ele tem que ser tão bom na cama?
Aí está.
— E os vizinhos?
— São... ótimos.
Warren se vira para o computador e Leonie arregala os olhos
para mim pelas costas.
— O que? — Eu falo.
Antes que ele te convide para sair ou vai ser estranho pra
caralho.
Verdade.
O que?
Caramba.
Acontece que se Barry sair para correr pela manhã, ele ficará
bastante satisfeito se eu for trabalhar enquanto ele toma sol no
quintal.
Quer dizer, eu sabia que eles eram um trabalho árduo, mas não
sabia que ele seria tão difícil.
Só que seria muito mais fácil ignorá-lo se ele não fosse tão
agradável aos olhos... e a memória.
— Uh-huh.
Oh...
Controle-se, Juliet.
Ele é um idiota.
Talvez ele esteja sendo legal comigo porque sente pena de mim
por causa do meu pijama.
— Nada mal.
Noite de pôquer.
— Positivo.
— Bem, olá, — ouvimos Blake dizer com sua voz tentando ser
sexy. — Quem é você?
Hum.
Vão se foder.
Eles saltam...
— Quem é Barry?
— Você nem vai ouvi-lo; você está jogando cartas com seus
amigos.
Eu exalo pesadamente. — Acho que vou ter que fazer isso. Não
quero a rua inteira perturbada.
— Obrigada.
— Você também.
Hum...
Enfurecedor.
— Ela é enfermeira.
Eles riem.
— Por quê?
— Porque Harry vai envenenar Barry, — eu digo.
— Meu cachorro.
— Quem é Harry?
Oh, cara...
Huh?
Ele agarra meu braço e me puxa para fora do carro, e fico cara
a cara com o próprio Sr.
Juliet sorri para mim toda sexy. — Pare de dizer vira-lata desse
jeito.
— Estou?
Pra caralho.
— Entre, — eu a aviso.
— Como?
Ouço o sangue correndo por todo o meu corpo para encher meu
pau.
Porra.
A última vez que fizemos sexo, ela mudou a porra do meu DNA.
Não há nenhuma maneira de eu fazer isso de novo.
Juliet
O sol está brilhando e estou arrancando ervas daninhas do
jardim próximo aos degraus da frente. A tarde de sábado perfeita.
Hora de focar.
— Como ela é?
Fodidamente ótimo.
Começo a cavar com vigor. Eu não ligo. Ele não é nada para
mim, penso enquanto Carol se afasta.
Dane-se ele.
Oh, não.
— O que?
Oh Deus não.
Chloe me disse que estava trazendo a mãe para uma visita esta
tarde. Eu não tinha ideia de que eles planejaram isso.
— Totalmente.
Henley
Esfrego a camurça no porta-malas do meu carro enquanto
termino de secar o resto.
É melhor que ela não pense que vou aguentar mais uma noite
de sábado com suas travessuras de cachorro barulhento.
Inacreditável.
Vanessa.
Por quê?
— OK.
Especialmente irritante.
Inacreditável.
— Como o que?
— Já nos conhecemos.
— Quando?
— E?
— Huh?
— Ela mentiu para ele e disse que eu era namorado dela, então
ela não precisava sair com ele. Esta mulher é uma bruxa
manipuladora, venenosa e traiçoeira.
— Qual é?
Bebo minha cerveja. — Vou lhe dar uma lição.
Eu sorrio. — Observe.
Juliet
Está escurecendo e meus visitantes estão se sentindo em casa.
Alguns estão no quintal brincando com Barry. Alguns estão na
varanda da frente. Esperançosamente, todos irão embora em
breve.
Huh?
Oh não.
Ele entra na cozinha e me pega rudemente em seus braços na
frente de todos. — Achei melhor vir ver como está minha
namorada.
Ah!
Querido Deus.
— Henley, — eu suspiro. — O que você está...
Isto é mau.
Embora...
Sem outra palavra, ele sai furioso. Meu coração está batendo
forte no peito. Eu não posso acreditar nisso. Por que diabos Warren
iria para a casa dele?
— Eu quero um.
Oh não...
Puppy?
3
Cachorrinha, filhote
— Eu morreria se meu namorado me chamasse de Puppy. —
Leonie torce os lábios enquanto tenta manter a cara séria.
O que...
Ajudem!
A boca de Henley vai até minha orelha por trás. — Você está
brincando comigo. — ele zomba em um sussurro antes de beliscar
meu lóbulo da orelha.
Oh não.
— Não.
Eu olho para ele com horror. Você não está vindo; este foi o dia
mais estressante da minha vida.
Ugh... irritante.
Idiota.
São 22h. Ouço um carro parar na nossa rua e olho pela janela
para vê-lo parar na garagem de Henley.
Quem é esse a esta hora?
Quem é essa?
Uma mulher.
De toda a coragem...
Pare.
— Com o que?
— Então o creme?
— Talvez.
Henley
— Manhã. — Entro no elevador lotado e aperto o botão antes
de me virar para as portas.
11º ANDAR
NÃO PERTURBE.
— OK.
— Oh, bela rua. Um dos meus colegas construiu uma casa lá.
— Onze.
— Uh-huh.
São 19h quando o carro dele para na nossa rua. O carro dele
passa pela minha casa, não há número na minha caixa de correio.
Acendo a luz da varanda, saio na frente e aceno. Ele me vê,
estaciona o carro e sai com um monte de pastas. — Juliet, — ele
diz.
Oh...
Joel é gostoso.
— É mesmo?
Ele ouve.
— Sim.
— Parece bom.
Que diabos?
— Não, está bem. — Ele passa por nós e entra em casa. — Vou
esperar.
— Meu vizinho.
— Descendo as escadas.
— Não, você não está. Você está tentando me irritar. É isso que
você está fazendo, e deixe-me dizer: está funcionando.
— O casamento.
— Não.
— Tem vinho?
— Tudo bem.
— Possível?
— Ela é uma senhora muito legal — ele sorri — que oferece seu
butim.
Eu lembro.
— Por quê?
Que problema?
Nossa noite não significou nada para ele. Ele não pensou nisso
novamente desde então.
Estranho...
Ele inclina o queixo para o céu, irritado. — Não sei muito sobre
casamento, mas posso ter certeza de que não compartilharia
minha futura esposa.
Eu olho para ele e sei que deveria ficar longe desse bastardo
egoísta para sempre.
Seus olhos caem até os dedos dos pés e voltam para descansar
no meu rosto. — Olá. — Ele me dá um sorriso lento e sexy. — Você
parece — ele inspira profundamente — bem.
Longa.
— Ocupada.
Fique distante.
Querida.
Ele não parece. Ele não é afetado por mim tanto quanto você
poderia ser.
— O que?
— Esquerda, — respondo.
— Sim.
Ele sorri.
Ele sorri e olha para o noivo, que está no altar com seus
padrinhos enquanto espera. — Hum...
Oh...
Encontro falso.
O que?
— Por que você quer saber disso? — Eu sussurro.
— Henley, — eu respiro.
— Comporte-se, — eu sussurro.
— Eu sou um enfermeiro.
— Cachorrinhos?
Engulo o nó na garganta.
Oh...
O tempo parou.
— O que?
Ele olha para mim por cima do ombro e depois se vira e marcha
pelo corredor, puxando-me atrás dele.
Oh...
Porra.
— Puta merda. — Oh meu Deus, isso vai ser tão bom. Eu tomo
meu tempo enquanto tento me acalmar de ter um momento de fã
por causa dele. E, eventualmente, eu volto.
Não é possível.
O que?
Eu franzo a testa.
O que?
Nem eu quero.
Passo a mão pelo rosto com nojo. E agora, para piorar as coisas,
tenho que vê-lo todos os dias – quando sei que ele não gosta de
mim – sabendo que gosto dele.
Ugh...
Eu rolo na cama e me viro e me chuto por ter ido lá em primeiro
lugar.
Uma coisa que sei agora com certeza é que não fui feita para
namoros falsos, todos aqueles livros de romance estão cheios de
merda.
É isso!
Isso é foda!
Dane-se ele.
Vamos.
— Dólares? — Eu suspiro.
Caramba.
Ele ri. — Ótimo, ok. Vou lhe enviar por e-mail uma seleção de
sofás que considero adequados ao nosso estilo. Passe por eles e
veja se você gosta de alguma coisa. Se você quiser fazer o pedido
através de mim, posso obter minha taxa de atacado de trinta por
cento desses fornecedores específicos.
— Ah, fantástico.
— Bem pensado.
Foi isso?
— Juliet, — ela chama com sua voz cantante. Viro-me para ela
e finjo um sorriso.
— O que?
Na verdade, Carol, sou uma pessoa suja e seca que não tem
vergonha.
— Não, ele não é tão ruim. Cobrando-me por hora. Mas ele acha
que a conclusão custará entre trinta e sessenta mil dólares.
— Oh.
Eu o interrompi. — Entendo.
— Fechado. — Eu sorrio.
Henley
— Você quer outra cerveja? — Eu pergunto enquanto estou de
pé.
— Como o que?
— Como o que?
O que?
Quem é ele?
Foda-se.
— Quem?
— Ela ainda está com ele. — Começo a andar. — Então ela está
transando comigo no casamento em público, me forçando a voltar
para o meu apartamento porque não posso confiar em mim para
estar ao lado dela e não pular a cerca. Ficar com bolhas na mão
de tanto me masturbar, e o tempo todo ela ainda vai se casar com
ele, — eu cuspo.
Ant me encara.
— Oh... ela é boa, eu vou admitir isso para ela. Toca-me como
a porra de um violino. — Ando de um lado para o outro no convés
enquanto minha mente corre. — Você sabe o que ela é? — Eu
aponto para ele. — Ela é venenosa. Ela é uma loba mentirosa,
venenosa e vodu, vestida de cordeiro. Isso é o que ela é.
Olho para o relógio enquanto bebo meu café. Merda, tenho que
ir. Estou atrasado.
Foda-se isso.
Huh...
Dou um passo para trás e olho para o meu quintal. Meu rosto
cai de horror. — Que porra é essa? — Eu explodo. Abro a porta de
correr para ver uma carnificina como você nunca viu antes.
Lama.
Em todos os lugares.
Acalme-se.
Estou furioso.
Oh, não.
Foda-se, mate-me.
— Barry, — eu o repreendo.
Huh?
— Por que você não pergunta ao seu maldito noivo do que estou
falando?
Oh... Liam.
Eu rolo meus lábios para esconder meu sorriso.
— O que?
— Talvez eu tenha.
Não falo com Henley desde a nossa briga por causa de Barry. E
agora tenho que fingir para todo mundo que gosto dele, quando
tudo o que realmente quero fazer é derramar uma bebida na
cabeça dele.
Feminina sem tentar ser sexy. Cansei de ser sexy nesta rua. A
roupa apropriada para mim agora seria na verdade uma camisa de
força, mas tanto faz. Este vestido maxi rosa vai funcionar
perfeitamente. É cheio e fluido, longo, com alças finas.
Estranho.
Olho para cima e vejo uma garota com cabelo castanho claro.
Ela tem mais ou menos a minha idade e é bonita. — Eu sou
Rebeca. Moro algumas portas abaixo. Eu queria vir me apresentar,
mas o tempo fugiu de mim.
— Olá.
— No Lady Of Rosemary.
— O tempo todo.
Rebecca me puxa pela mão novamente até um homem idoso.
Ele parece estar na casa dos oitenta. — Este é Winston. Ele mora
na casa branca.
— Oi. — Eu sorrio.
Ele sorri calorosamente e beija minha bochecha. Ele está
vestindo uma jaqueta de linho creme e calça jeans. Parece que ele
acabou de sair de uma sessão de fotos de modelo para a GQ ou
algo assim. — Olá. Que bom ver vocês duas.
— Nem eu.
— Boa ideia.
A noite foi divertida e eu realmente gosto de Rebecca. Acabamos
de clicar. É como se eu a conhecesse desde sempre.
Ela ri.
— Huh?
Ela abaixa a voz para que ninguém possa ouvir. — Ele e John
são bons amigos. Não conte isso a ninguém, mas ele tem uma
bagagem importante.
— Ele viu alguém até vinte e poucos anos, mas não funcionou.
— Ela dá de ombros. — Acho que ele simplesmente aceitou que é
assim que ele é.
Vá se foder, Taryn.
— Um o quê?
— Por quê?
— Para que as mulheres com quem ele namora não tenham seu
número real caso ele queira desaparecer.
Sento-me, chocada.
— Ele só namora por sexo. É muito raro que ele realmente goste
de alguém e as engane.
Ele me enganou.
— Mas se ele está fazendo sexo com todas essas mulheres, ele
deve gostar delas? — Eu franzo a testa, confusa.
— Você também.
De alguma forma, sinto que fiz uma amiga esta noite.
Achei que ele teria tentado falar comigo esta noite... mas então,
com base em seu comportamento maluco, eu não fiz isso.
— Eu preciso de um favor.
— Como o que?
— Tenho uma festa do trabalho neste fim de semana e preciso
de um encontro.
— Sim.
— Não.
— Realmente, não.
Baixo a voz para que Joel não possa nos ouvir. — Eu nunca
quis o orgasmo falso.
— Você me deve.
Besteira.
— É um não definitivo.
Seus olhos prendem os meus e sei que ele está tentando pensar
em algo para dizer.
Foi isso...
— Quem?
— Bernard?
— Um de nossos pacientes.
— Ele chega aqui pouco antes das sete da manhã e sai por volta
das nove. Dá café da manhã para ele, ajuda-o a fazer a barba e
depois o mantém calmo enquanto as enfermeiras o ajudam a
tomar banho. Também lê o jornal da manhã para ele.
TOC toc toc. Esta é sem dúvida a coisa mais estúpida que já fiz,
mas é tudo em que consigo pensar. Henley abre a porta da frente.
— Juliet.
— A festa.
— Oh.
— Como onde?
Ugh, por que sou tão espertinha perto dele? Ele traz à tona o
que há de pior em mim.
Pegue a isca.
— O que?
Eu volto. — O que?
— A vestimenta é black-tie.
— O que?
Taryn está andando de patins pela rua. Ela está usando shorts
de motoqueiro azul elétrico e um sutiã esportivo combinando. Seu
cabelo está preso em duas tranças e seus seios enormes e
empinados estão à mostra. Ela usa protetores brancos nos joelhos
e pulsos.
Ela toca a gravata de Blake e diz algo para ele, e ele ri alto.
— Já estabelecemos isso.
Ela pisa no meu gramado. — Por que ela está vindo aqui?
— Entre, — eu chamo.
Rebecca abre a porta, — Oi. — Ela sorri. Seu rosto cai quando
ela vê Chloe. — Desculpe, não sabia que você tinha companhia.
— Eu juro por Deus, se ela fizer alguma coisa com ele, é hora
de ir, — Chloe bufa enquanto observa Blake falar com Taryn. —
Esta rua é como a porra do Tinder com crack.
Chloe hesita.
— Quero que você me diga que estou louca. — Ela abre a porta
traseira do carro.
— Desembucha.
— Entrem.
— O que?
— Porra.
Eu franzo a testa.
— Ele estava bêbado e estávamos fazendo uma ligação à
distância, mas ele me ligou perturbado meia hora depois do
acontecido, chorando muito, atormentado pela culpa. Ele não é do
tipo mentiroso. Pelo menos eu acho que não.
— Como isso pode ser inocente? — ela bufa. Ela esvazia o copo
e o enche novamente.
— O tempo todo.
— Quatrocentos e vinte.
Porra.
É sensacional.
— Você não pode fingir qualidade, querida. Você terá isso por
anos. É atemporal.
— Verdade.
— E esta pode ser a única chance que você terá de derrubá-lo.
— Também verdade.
— Provavelmente.
Caramba. Por que entrei nesta loja quando sabia que tinha
preços exagerados?
Henley
Por que ele está me ligando? Não me diga que ele está
cancelando. — Olá?
— Oi.
— O que?
— Você pode?
— Não.
Ele ri. — Ok, jogue sua bolsa por cima da cerca dos fundos e
depois vá até a frente.
— Um corpo.
— Meu?
— Sim.
— Sim.
— Se apresse.
Entro e tranco minha casa. Então saio pela porta dos fundos e
dou a volta até o portão lateral. Olho para a esquerda e para a
direita, deslizo para trás dos arbustos e entro no quintal de Henley.
Hum, nada mal. Modo furtivo no seu melhor. Esses arbustos
são úteis.
Estou dentro.
— Muitas coisas.
— O que?
— Nada.
Mas é um plano.
— Isso é diferente.
— Como é?
— Bem, não vejo outra opção. Não quero namorado, não quero
me apaixonar, mas sinto falta de sexo.
— O que?
— Você quer que eu lhe ofereça meu pau para seu uso pessoal.
Isso não está acontecendo, Juliet.
Seus olhos se voltam para mim. — Você discutiu isso com ele?
— Isso é diferente.
— Como é diferente?
— Obrigado.
— Eu sei disso.
— Não.
— Sim.
— Só não entendo por que você diria a um designer de
interiores que quer amigos com benefícios.
— Quem?
— Uh-huh.
— OK.
— Vergonha.
Querido Deus.
Henley
Apenas um gostinho...
Porra.
Ela sorri para mim e eu sinto isso até a ponta do meu pau.
Incapaz de evitar, eu a tomo nos braços. — Devíamos praticar
beijar um pouco mais.
Eu fico olhando para ela. Sem mais sangue para isso, meu
cérebro está tendo dificuldades para funcionar. — Certo.
Recomponha-se.
Passo as mãos pelos cabelos. Meus olhos caem sobre seu corpo
delicioso naquele vestido vermelho. E eu juro, estou a dois
segundos de explodir.
— OK.
Abro a porta e ela passa por mim. Eu a sigo pelo corredor com
os olhos em sua bunda.
Eu sim, na verdade.
— Quem sabe.
— Com ele?
Não estou no meu jogo. Algo está seriamente errado com esta
imagem.
Não.
Abortar a missão.
Juliet
Sinto Henley se endireitar debaixo do meu braço e se afastar de
mim. Eu olho para ele em questão. — O que?
— Se você quiser.
— Parece bom.
— Uísque.
— Você explode.
— Quando eu explodi?
— Dizer o que?
— Vira-lata.
4
Tipo de drink forte
— Qual é uma boa ideia? — ele pergunta.
— Quando?
— Na Faculdade.
— Com quem?
— Alguns meses.
Cale-se. Você não deveria estar vendendo o sonho para ele, sua
idiota?
Ele voltou.
— Correto.
— Resolve o quê?
— Você vai ser meu amigo com benefícios. Não há razão para
que não possamos ter um acordo comercial.
A diversão passa por seu rosto enquanto ele ouve. Seu dedo
indicador ainda está na lateral do rosto enquanto ele se apoia na
mão. — Não.
— Sim.
Mentiroso.
Ele sustenta meu olhar e algo me diz que estou brincando com
fogo.
Tento pensar por conta própria. Ofereça algo que eu sei que ele
quer.
Conversa suja.
Meus olhos caem para seu corpo esculpido, descendo por seu
abdômen até a trilha de cabelo escuro que desaparece em suas
calças.
Aah... ele é tão ridiculamente gostoso que não aguento mais.
Ele desliza meu vestido até meus quadris e pega minha mão
para me ajudar a sair dele. Seus olhos descem pelo meu corpo e,
quando sobem até meu rosto, estão ardendo de desejo.
Fique fora disso, coração. Esta noite não é da sua conta e não
tenha ideias. Esta é apenas uma missão de inteligência física.
Diga algo.
Meu.
Foco.
Eu franzo a testa.
Ele acena com a cabeça e vai até o terno, tira uma camisinha
do bolso e depois se senta.
— Oh.
— Eu...
— E se eu te machucar?
Eu concordo.
Baby.
Claro, é o pau mágico, mas também é o jeito que ele queria fazer
isso. Olhando um para o outro enquanto seu corpo quebra o meu.
Seu treinamento suave. Seu toque terno.
Não é nada do que eu esperava e, para ser sincera, sei que estou
em território inseguro.
Se ele puder possuir meu corpo depois de estar apenas pela
metade, não sei se sobreviverei ao que vem a seguir.
Nunca tive uma experiência sexual como essa antes e não uso
a palavra experiência levianamente. É óbvio que ele tem uma
tonelada, e eu tenho quase nenhuma. Só agora percebo que todos
os meus antigos amantes foram um pouco baunilha.
Seus olhos são selvagens. Seu corpo ainda está dentro do meu,
mas posso senti-lo se afastando de mim a cada segundo.
Ele está alimentando seu corpo agora; não tenho mais nada a
ver com isso.
Ele me lambe cada vez mais fundo, e aah... O que diabos ele
está fazendo? Acabamos de fazer sexo. Isso é pervertido.
Nenhuma resposta.
Eu me sento. — Henley?
Silêncio...
Merda.
Volto logo.
Crise evitada.
Ele é tão...
Uau.
Eu sei que ele não está na academia. Ele está visitando o pai,
sendo o homem maravilhoso que sei que ele é no fundo. Ele estará
de volta em breve.
Porra, ele estará de volta em breve, e eu pareço um
atropelamento. Preciso ser simplesmente irresistível daqui em
diante. Eu pulo e pulo para dentro do chuveiro. É hora de voltar
ao meu plano difícil de conseguir.
Concentre-se, vadia.
Eu sorrio. Sim!
Eu mando uma mensagem de volta para ele.
Junte-se a mim?
— Oh.
— Você não esperava que eu fosse para casa com você, não é?
— Oi. — Ela sorri para mim. — Parece que você foi bem fodida.
— Obrigada.
— Era... é, — eu me corrijo.
Chloe levanta sua xícara de café para mim como uma saudação
silenciosa. — E o que ele fez?
— Provocações.
— Provocações?
— Como?
Mas uma coisa que tenho certeza é que não tenho isso... nem
mesmo perto.
Achei que ele teria batido na minha porta dos fundos bem antes
disso. Talvez meu corpo não seja tão viciante quanto eu pensava?
Caramba. Por que Chloe disse isso para mim? Agora é tudo que
consigo pensar.
— O que?
Fogueira.
Antony.
Ufa... ah merda, estou trabalhando.
— Ela veio à minha casa ontem e me disse que sabe que Henley
é o homem certo para ela. Planeja fazer um movimento.
— Tchau ,querida.
— Olá.
— Oi, é Juliet.
— Oi, Juliet.
— O que é isso?
São 20h.
Ele olha para mim severamente de sua cama. — Você terá que
ser rápida, minha esposa estará aqui em breve.
— Sim.
Porra.
— Henley.
— Quatro?
Ele concorda.
— Como é Henley?
— Pode construir Lego por horas. Você nunca viu uma criança
se concentrar por tanto tempo.
Eu sorrio enquanto ouço.
Eu concordo.
Viro a página e vejo outra foto dele nos ombros dela, segurando
suas duas mãos e se inclinando para beijar o pai, que está parado
ao lado deles.
Muito amor.
Merda.
— OK.
— Extremamente.
— Oi, meninas, — uma voz sexy ronrona atrás de nós. Nós nos
viramos e Taryn entra. Cabelo solto, com o rosto cheio de
maquiagem. Ela está com um vestido rosa claro justo e elástico
que não deixa nada para a imaginação.
Caramba. Ela está incrível, e por que seus seios são tão bons?
Enorme e alegre.
— Eu sei que ela o quer. Dizem que ela trocou o marido por ele.
— O que?
— Oi, — eu grito.
Eles riem.
Tenho uma visão deles usando meu corpo para seu prazer. —
Não, isso está me deixando agitada. — eu sussurro.
Rebeca ri. — Você ainda não me ligou para tomar aquele café.
Quente.
Vá se foder, Taryn.
— Claro.
Idiota.
— Provavelmente não.
Está tarde. A noite está chegando ao fim, e depois de
assistirmos Taryn Titties flertar com todos os homens na fogueira,
nossa paciência está realmente esgotada.
É isso.
Suficiente!
Sim, filho da puta. Estou aqui há seis horas e você não me disse
uma única palavra.
Eu rio. — Quero dizer... ele parece legal e tudo, mas eu não sei.
— Ele não faria isso. Não é ela. Ela é sem vergonha, no entanto.
Eu não duvidaria disso. — Eu bufo. — Sério, se for ela, vou
bombardear a casa dela.
— Foi mesmo.
— Parece bom.
Com outro aceno, vou até minha casa e entro. — Olá, Barry.
Barry suspira.
Maldito idiota.
Faço meu chá e Barry sai para a cozinha e fica parado na porta
dos fundos. — Você quer sair? — Abro a porta e, com meu chá
quente na mão, sento-me nos degraus dos fundos, no escuro,
enquanto espero ele ir ao banheiro.
— Desde quando?
— Você é ciumenta?
Mentiras!
— Você não pode ficar com ciúmes, você não tem o direito de
usar esse cartão. Temos um acordo. Nada mais e nada menos.
Merda!
— Oi.
— Oi...
— Oh...
Você não pode ficar com ciúmes, você não tem o direito de usar
esse cartão. Temos um acordo. Nada mais e nada menos.
— Uh-huh.
— Que bom que você não vai sair com ele, então, não é?
— Obrigue-me.
— Ou você vai ter essa sua boca sarcástica fodida com força...
até você engasgar.
— Pois veja. — Ele abre o zíper da calça jeans e tira seu pau já
ereto. Parece que Henley também gosta deste jogo. Ele agarra
minha cabeça e guia seu pau em minha boca. Ele então empurra
minha cabeça para ele. Sinto-o deslizar profundamente na minha
garganta e meus olhos se fecham instintivamente enquanto tento
lidar com sua punição.
Henley
Acordo com um salto. Que horas são?
Levante.
Pobre idiota.
— Bom dia, Henley. — Jenny olha para mim por cima dos
óculos. — Tudo certo?
Ugh...
— Ele é bom.
— Por que você não liga para ele e organiza a vida dele?
— Ok, obrigado.
Eu rio e digito.
Por quê?
#comsede
#sedento
Sério.
— Tudo bem?
— Ainda não.
Sério.
Antony se levanta.
Sua língua desliza sobre o lábio inferior enquanto ele olha para
ela, e parece que ele quer comê-la inteira.
Porra.
— Prazer em conhecê-lo.
Sério.
Uauuuuu.
Ele também odeia quando ela está no trabalho... Quero dizer,
não que eu saiba. Eu não poderia me importar menos com o que
ela faz.
— Quieto. Agora!
Ele late.
Juliet
Ando pela minha casa, direto até a porta dos fundos, abro e
olho para o quintal.
Silêncio.
Hum. Ele deve estar dormindo. Fecho a porta e volto para casa.
Ligo a televisão e coloco um pouco de pão na torradeira. Olho para
o quintal pela janela da cozinha. É estranho que ele não tenha
vindo me ver.
Silêncio.
Olho ao longo da cerca e vejo um novo buraco que ele deve ter
cavado.
Não quero que Henley acorde, então vou na ponta dos pés até
o quintal e ouço o rabo de Barry batendo na varanda. — Shh, —
eu sussurro. Aponto a lanterna para ele e o vejo sentado em uma
cama improvisada.
Esta rua é como a porra do Brady Bunch. Por que todos são tão
prestativos?
Ugh...
Ajuda!
Eu rio e respondo.
Legal.
Pintura.
Ele hesitou quando disse isso. Estou lendo porque às vezes eles
o irritam.
— Sério?
5
Exibicionista
Eu digo sim ao mesmo tempo que Mason responde que não.
Mason ri.
Touché.
Isto é perfeito.
Vá se foder.
Foda-se imediatamente.
— Posso ajudar?
Idiota.
Genuína.
— Ah, que bom. — Ela pula para cima e para baixo, e seus seios
saltam como geleia.
— Não sei. Esta é uma operação que ocorre um dia de cada vez.
— Eu dou de ombros.
— Ridículo.
— O que?
Henley
— Você só o quê?
— Somos apenas novos nisso. Seu corpo é muito mais... Preciso
que você seja paciente comigo.
— Dez minutos?
— OK...
— Acho que ganhei aquela rodada, ele vem hoje à noite. Essa
coisa difícil de conseguir é realmente muito divertida.
Suas mãos vão para meu traseiro e ele arrasta meus quadris
sobre sua ereção, e sinto o quão duro ele já está.
Meus olhos caem para sua ereção, inchada, com veias grossas
correndo por toda sua extensão.
Seriamente...
Inclino a cabeça para trás e grito quando gozo com pressa, e ele
se segura profundamente.
Porra.
Sem preservativo.
Henley
Meu coração está acelerando. O mais alto dos euforia me
invade e eu beijo a têmpora de Juliet em um brilho pós-orgásmico.
O que?
Sem preservativo?
O que?
Eu saio e dou um passo para trás para olhar para mim mesmo,
horrorizado.
— Henley, está tudo bem, — ela diz com uma voz suave, como
se estivesse falando com uma criança. — Tudo bem. Estávamos
simplesmente perdidos no momento. Tudo bem.
— Como isso está bem? — Eu gaguejo, com os olhos
arregalados.
— Estou tomando pílula, desde que você não tenha uma DST.
Talvez eu esteja.
Terça-feira
Entro no restaurante e olho em volta. Blake me vê e me acena.
Vou até ele e Anthony.
— É ela.
6
Super Soaker é uma marca americana de pistola de água recreativa que usa ar pressurizado manualmente
para disparar água com maior potência, alcance e precisão do que as pistolas de esguicho convencionais. Aqui
ele chama assim pelo ato sexual.
— Certamente, — Ant concorda.
— Com o quê?
— Não teria nada a ver com aquela sua vizinha gostosa, não é?
7
Sexo em grupo
— Por quê? Achei que vocês dois iriam fazer aquela coisa de
amizade com benefícios.
— Besteira.
— Até que ela encontre outra pessoa para ser seu amigo com
benefícios e ele se apaixona desesperadamente por ela. Você é um
idiota, cara.
Por que sou assim? Ou o que poderia estar errado comigo para
me tornar um idiota tão egoísta?
Isso não deveria ser difícil. Deveria ser a coisa mais natural do
mundo.
Logicamente eu sei disso, então por que não posso fazer isso?
ARON STEVENS
PSICÓLOGO
Chame-o.
Não vai ajudar. O que ele poderia dizer para melhorar tudo
isso?
Chame-o.
Juliet
Carrego as toalhas pelo corredor e diminuo a velocidade
quando chego ao final do corredor. Estou na casa de repouso esta
noite. E mesmo sabendo que ele não se lembra do filho, sei que é
o pai dele.
— Mas...
— É Henley.
— Huh?
Vou nos dar mais algumas semanas e então terei que decidir
para onde iremos a partir daqui.
— Claro que é.
A porta da frente de Henley se abre e ele sai. Ele olha para cima
e nos vê. Seu passo vacila um pouco. Meu coração dá cambalhotas
no peito. Foda-se. Eu odeio que apenas vê-lo faça meu coração
disparar.
Tenho a sensação de que não vai ficar tudo bem entre nós.
Talvez não haja nada para consertar. Talvez essa conexão que
temos esteja toda na minha cabeça.
Não.
Eu quero tentar.
Dou uma última olhada no espelho, vestindo meu uniforme
verde e com o cabelo preso em um rabo de cavalo alto. Estou
tentando o meu melhor para ser um pornô de enfermeira gostosa.
TOC Toc.
Estrondo.
Estrondo.
— Oi.
Ele não tira a chave da minha mão estendida. Em vez disso, ele
me dá um sorriso lento e sexy e se inclina no batente da porta.
— Você acha?
Aah...
— Nada. — Seus lábios tomam os meus novamente enquanto
nosso beijo se aprofunda.
— Você tem?
Eu gosto, agora.
Oh...
Animais.
Este homem...
Tão quente.
Ir trabalhar.
Eu também.
Aterragem!
— Talvez. — Eu sorrio.
— Agora, você sabe que não tenho permissão para lhe dar nada,
mesmo que tivéssemos algum.
Chloe veio passar a noite com Barry e, com John fora, Rebecca
está sozinha em casa. Elas estão comendo pizza e coquetéis na
minha varanda, sem mim.
— Verdade.
Estou a caminho.
Eu estou nervosa.
E eu sei que é estúpido e que não deveria ser, porque este não
é meu primeiro encontro, especialmente com Henley. Mas é isso:
cada vez que estou com ele parece a primeira vez, e talvez seja por
isso que estou tão nervosa... Sei em meu coração que isso é algo
especial, ou pelo menos poderia ser.
E você é perfeito.
— Vale a pena esperar pelas coisas boas? — Eu saio de seu
aperto, tentando o meu melhor para jogar duro.
Ele enche duas taças de vinho de uma garrafa que está com
gelo sobre a mesa e passa uma para mim.
Seu sorriso faz coisas comigo. Sinto tremores até os dedos dos
pés. — Nós fizemos.
Foco.
— Trabalhando, pintando.
— Não.
— E o outro idiota?
— Podemos o quê?
— Sim.
— O que?
— Eu percebi isso.
8
Odeio coentro
— Uh-huh. — Eu rio, e ele também. Por que tudo o que dizemos
um ao outro é hilário?
Eu sorrio bobamente.
Tento pensar em outra coisa que ele não saiba sobre mim. —
Seis... nunca assisti Game of Thrones.
— Totalmente.
— Você é boa em outras coisas. — Ele dá de ombros. — Não
posso ser ganancioso.
— Eu sei. — Eu rio, e ele bate seu copo contra o meu pela nossa
quinquagésima comemoração da noite.
— Ah, não, você não quer. Dê-me dez fatos que não sei sobre
você.
Eu rio.
— Nunca assisti Game of Thrones.
— Uh-huh.
— Não me mate.
— Eu já sei disso.
— De jeito nenhum.
Oh...
— Você o que?
Progresso.
Pego sua mão na minha e levanto-a para beijar suas pontas dos
dedos. — Eu não acredito nisso.
— Ok, último... Qual é o único fato que não sei sobre você? —
Eu sorrio de brincadeira.
— A única coisa.
— O que? Hoje?
Oh...
— Feliz aniversário, baby. — Eu me inclino e o beijo, e ele
retribui o beijo, e de alguma forma esse beijo é diferente. Não sinto
o menor gosto do jogo que estamos jogando.
— Gosta?
Eu sei.
Ele poderia ter ido a qualquer lugar do mundo esta noite, mas
escolheu passar seu aniversário comigo.
— Olimpíadas do Quarto.
— O que é isso?
Eu engasgo. Ugh...
Mas então vejo o olhar dele e sei que tudo vale a pena, porque
é Henley e eu o adoro e quero que seu aniversário seja memorável.
— Não.
— Não.
Ele também dá risada. Como devemos ser, de frente para a
porta, culpados como o inferno, com a chave no chão à nossa
frente? Estou rindo tanto que não conseguiria me abaixar para
pegá-la, mesmo que tentasse.
As avós se aproximam.
Esquecemos de ir à ópera.
Estou cansada, mas não quero dormir porque sei que quando
eu acordar meu lindo e vulnerável Henley não estará aqui. Henley
James, o durão, estará em seu lugar.
— Perfeito.
De volta em breve.
Hx
Ah... justamente quando penso que ele não pode melhorar, ele
vai em frente e prova que estou errada.
Desça.
Ele tem aquele olhar travesso, e eu sei que ele ainda está
brincalhão esta manhã.
Progresso.
— Chefe?
— Você vai?
— Uh-huh.
— Depende.
— Do que?
— Você cozinha?
Ugh... é claro que ele faz. Ele é assim, fode como um demônio
e agora cozinha muito bem. Existe alguma coisa que este homem
não possa fazer com facilidade?
— Por quê?
Ai.
— Com benefícios, — acrescento. — Beijos de despedida é um
desses benefícios.
— É isso?
Eu concordo.
— OK.
Claro.
— Eu já tenho preto.
— Verdade.
— Eu quero.
— Eu não vou.
— E aí? — Eu pergunto.
— Para que?
— Para enfeitar.
— Acabei de pegar.
— Por quê?
— Eu.
— Todo mundo diz que leva até o episódio três para você entrar
nele.
Eu li a mensagem.
Olá Juliet.
Eu franzo a testa.
— Bem?
Ele me puxa um pouco mais para perto. — Não quero mais que
você o use como decorador de interiores.
Henley
Acordo suavemente com o som de sua respiração. Meus olhos
se abrem e eu estendo a mão e desligo o alarme do meu telefone.
— Sou sua.
— Uh-huh.
— Por que você sempre quer que eu tome banho, pelo amor de
Deus? — ele estala enquanto entra no banheiro.
— Muito.
Eu sorrio suavemente.
— Eu quero conhece-la.
— Vá embora.
— Eu devo conhecê-la.
Ela faz uma careta, sai furiosa e fecha a porta atrás de mim.
Maldita mulher.
9
Assistente pessoal.
Juliet
Os olhos de Henley encontram os meus através do fogo. Ele
pisca enquanto bebe sua cerveja antes de desviar o olhar
casualmente. Abaixo a cabeça para esconder meu sorriso.
É isso. Eu o encontrei.
Isto é algo.
Algo maior do que qualquer um de nós pode controlar.
Não.
Henley
— Oh, Henley, — Taryn diz suavemente. — Eu simplesmente
estive tão... solitária ultimamente, sabe?
— O que vocês fazem quando estão — ela faz uma pausa para
causar efeito — com muito tesão e não têm parceiro?
— Por quê?
— Veja se eu me importo?
— Tente mais.
Blake tem uma queda por Rebecca. Sempre que ela está perto,
ele não consegue tirar os olhos dela.
E não é bom. Ela é casada com alguém que mora na nossa rua.
Um colega dele, nada menos.
— Que amiga?
— Chloe. Ela está em cima de mim como uma erupção cutânea,
arruinando minhas chances com ela.
— Não importa.
Ótimas.
Saindo.
Faça em dez.
Juliet
— Olá? — Chamo Henley enquanto entro em minha casa.
Silêncio...
Comporte-se.
Progresso.
Ele sorri contra meus lábios enquanto segura meu rosto entre
as mãos. Nosso beijo se aprofunda e por um longo tempo ficamos
perdidos no momento, nos beijando, bebendo um do outro, meu
coração flutuando pelo banheiro.
— Não podemos.
— Eu sou.
— Então por que não posso ter isso?
Eu sou dele.
Minha mão percorre sua pele e, sem pensar, coloco meus lábios
em sua têmpora e a beijo suavemente. Coloco uma mecha de seu
cabelo atrás da orelha para poder ver seu rosto com mais clareza.
— Estou aqui.
Não.
Nada de novo: acordo sozinha todos os dias, mas como sei onde
Henley passa as manhãs, não me importo nem um pouco. Que
homem lindo ele é para cuidar tão bem de seu pai.
Eu não acho.
Com minha xícara de chá, saio e sento nos degraus dos fundos,
sob o sol da manhã.
Ela se joga no meu sofá. — O que você vai vestir esta noite?
Huh?
— O que?
— Oh... certo.
Ela fica de pé. — Vou deixar você fazer isso. Mason está muito
animado por finalmente passar algum tempo com você.
— Ótimo, mal posso esperar.
Eu penso. — Seis?
Espero quinze minutos até que a barra esteja limpa e vou até a
casa de Henley pelo portão lateral e entro no quintal.
Silêncio...
Acalme-se.
Sem beijo?
— Ela acha que temos um encontro duplo com eles esta noite?
Eu fico olhando para ele. O que está acontecendo aqui? Ele não
me tocou nenhuma vez.
— Adeus, — eu respondo.
Ugh, esta é uma noite infernal. Eu sabia que não deveria ter
vindo.
— O que?
Ajuda!
Henley
Bebo minha cerveja. — Porra... Taryn.
Não tem escolha, filho da puta. Você não pode ter Juliet.
Fim da história.
Juliet
Nosso Uber chega e saímos para recebê-lo. — Vou sentar no
banco da frente, Mason, — diz Henley enquanto abre a porta do
carro.
Nem mesmo...
10
Ela faz uma piada como nome Bangkok, pois o final da palavra, kok, tem o mesmo som que “cock” que
pode significar “pau”.
O Uber para no meio-fio quando chegamos ao clube e todos nós
descemos.
Porra.
— Oi, — eu grito.
Uma voz familiar soa. — Olá, Juliet. — Olho para trás e vejo
Antony.
— Oi.
— Olá. — Eu sorrio.
— Oi.
Elas o compartilham.
Ugh, ver Blake com aquelas duas garotas ferve meu sangue.
Reviro os olhos.
Idiota.
Ele está diferente hoje. Não posso negar, mas... ah, talvez seja
só porque as coisas estão indo muito bem entre nós. Tente não
pensar demais nisso.
Eu franzo a testa para ele. — Eu acho que você sabe o por quê.
— E?
— O que?
— Você quer levar Taryn para casa esta noite? — pergunto para
ter certeza de que ouvi direito.
Ele a quer.
Saio pelas portas da frente para a rua. Olho para cima e para
baixo na rua. Está chovendo forte e começo a subir o caminho.
Continuo andando.
Pare de chorar.
— É o melhor.
— Eu não entendo.
Oh...
Ele se foi.
Fico debaixo da água quente com a cabeça entre as mãos.
Estou chorando muito, meu coração batendo rápido no peito.
Não consigo nem ligar para Chloe e falar sobre isso, porque se
eu disser isso em voz alta, então tem que ser verdade.
Suas palavras voltam para mim. Entre e foda Mason. Isso fará
você se sentir melhor.
É isso que ele pensa de mim? Foi assim que ele nos viu? Eu
soluço alto, a dor em meu peito doendo forte.
Ele não.
Eu me deixo chorar.
Henley
tarde de domingo
Sento-me na varanda dos fundos e vejo a chuva cair. O trovão
está rolando ao longe e uma tempestade está se formando.
Agora eu sei.
Quinta-feira, 16h
Olho para a placa acima da porta.
ARON STEVENS
PSICÓLOGO
Porra.
Passo por ele em seu escritório e fico parado, sem saber o que
fazer.
— Sente-se, — ele diz com voz severa. — Você está aqui por um
motivo. Vamos ver isso até o fim.
— Eu sou um engenheiro.
Eu não digo.
— Blake.
— Blake quem?
— Blake Grayson.
— Na mente dele.
— Isso te chateou?
— Juliet.
— Decepcionado, sim.
— Quem terminou?
Ele concorda. — Eu vejo. Você não sente mais nada por Juliet?
— Ele dá de ombros.
— Eu adoro ela.
— Sem pressa.
— Sempre?
— Sim.
— Quinze.
— Mesma idade.
— Lamento.
— Eu também.
— Não.
Juliet
Sento-me no chão da minha sala e seguro o controle remoto na
frente da televisão enquanto pulo os canais.
Não era real para ele, mas era tão real para mim.
Amor em Technicolor11 espetacular, lindo e cru.
A parte lógica do meu cérebro está com raiva, furiosa por ele
ter escapado impune do crime perfeito. Lembro-me de rirmos e
rolarmos nos lençóis, dançando nus na cozinha à meia-noite.
Eu sei o que preciso fazer, mas como você esquece alguém que
está tão gravado em sua alma que é tudo em que você consegue
pensar?
11
Palavra utilizada para descrever algo muito bonito, colorido, de forma exagerada.
Deito no chão e olho para o espaço. Vou me deixar afundar na
autopiedade por mais alguns dias, e então vou me levantar e tirar
a poeira. Como diz o velho ditado, isso também passará.
— Oi.
— Henley, — eu chamo.
É isso.
Ugh!
— Henley, — eu chamo.
Ele se vira para me encarar. — Você é um idiota egocêntrico,
sabia disso?
— Uau...
— Não.
— Não fazer o quê? Não ser humano? Não ter carinho por
alguém que significa algo para mim?
Oh...
Ele se vira e, sem dizer mais nada, sai. Eu estrago meu rosto
em lágrimas. Meu coração dispara fora de controle.
Porra.
terça-feira à noite
Olho meu rosto no espelho do banheiro. A máscara de lama
verde precisa fazer milagres esta noite.
Barry pode sentir minha dor no coração e não saiu do meu lado.
Ele é o melhor amiguinho de todos os tempos.
O que?
Quem deve ser? Desço as escadas na ponta dos pés e vejo
Rebecca na porta da frente.
— O que?
— Não, não quero que ele suspeite de nada. Ele pode ver você.
— OK.
— Qualquer coisa.
— O que?
Eu concordo. — OK.
Meu coração está batendo forte. Porra.
Merda.
— Não.
— Foda-se, — eu sussurro.
Rebecca observa e eu pego sua mão na minha.
Ela liga o carro. — Não tanto quanto ele vai sentir. — Entramos
no trânsito e voltamos para casa em silêncio. Estou segurando a
mão dela no colo.
— Apenas espere.
— Pelo que?
Oh inferno...
Entramos em nossa rua e paramos na garagem dela. Ela aperta
o controle remoto, a porta da garagem se abre e entramos.
Ela não quer que ele saiba que ela ainda está acordada quando
ele chegar.
Rebecca olha para o espaço. — Ele está fazendo sexo com ela
agora, — ela sussurra.
Acho que preciso ligar para Chloe pedindo reforços. Eu não sei
o que fazer aqui.
— Rebecca, me dê o taco.
— Como você pode? — ela grita como uma pessoa louca. Seus
gritos ecoam por quilômetros, e ela ergue o bastão novamente e
bate no carro dele mais uma vez.
— Rebeca. — Blake luta com ela para tirar o taco de sua mão
enquanto ela luta com ele.
John sai do carro. — O que você fez com meu carro? — ele
brada.
— Foda-se.
Henley
Rebecca chora contra o peito de Blake enquanto todos nós
assistimos, sem saber o que dizer.
— Vamos, Bec, você vai ficar na minha casa esta noite, — diz
Juliet.
— Não.
Eu franzo a testa.
Passo por ele e me sento. — Não sei por que estou aqui. Isso é
uma perda de tempo.
— Ok.
— Henley. — Ele faz uma pausa. — Eu sei que você só está aqui
porque o Dr. Grayson está fazendo você vir.
Eu dou de ombros.
— Não.
— Eu...
— Você o que?
Eu concordo.
— Como se ela tivesse machucado você?
Cerro os punhos. — Não sei por que faço isso... Parece que não
consigo me conter. Coisas horríveis simplesmente vazam.
— Eu não estou.
Eu concordo. — Sim.
— Como assim?
— Não.
— Não.
— Sim.
Eu concordo. — Eu acho.
Mãe, está tudo bem. Papai está vindo, papai está vindo, ele vai
nos levar para este hospital.
Acorde, mãe, por favor, acorde. Mãe, preciso que você acorde...
por favor.
— Sem pressa.
Eu concordo.
— E os outros?
— Não. — eu respondo.
Cerro a mandíbula com tanta força que sinto que meus dentes
vão quebrar.
— Inconscientemente, sim.
— Foda-se.
Juliet
Observo pela janela da cozinha Rebecca deitada em um
cobertor sob o sol da manhã no jardim dos fundos com Barry.
Ela é forte.
A piada é que, depois que John foi pego naquela noite, ele
voltou direto para a casa de sua amante. Ele ainda está lá, sem
saber que, graças ao Apple AirTag, sabemos cada movimento seu.
— Oi. — Ele sorri de volta. — Vocês estão bem? Estou indo para
o hospital para verificar alguns pacientes. Só queria saber se você
precisa de alguma coisa.
— Ela vai se encontrar com ele esta tarde para discutir o que
está acontecendo com eles, então acho que ela saberá mais depois
disso.
— Eu sei.
Eu preciso desabafar.
Sete, ok?
19:00
Entro no restaurante e vejo Chloe e Rebecca já sentadas à mesa
com margaritas nas mãos. Fiz um turno de quatro horas na casa
de repouso esta tarde para cobrir alguém e estou atrasada. Elas
começaram sem mim.
— O que?
— Que idiota, — Chloe suspira. — Vou dar anal nele com a
porra de um cabo de esfregão.
— Porra.
— Ok.
— Aparentemente.
— Ele disse que acha que nos conhecemos muito jovens e que
ele só precisava fazer alguma exploração sexual, mas sabe que sou
eu o amor da vida dele.
— De coração partido.
— Isso é verdade?
— E então ele fez algo que realmente partiu meu coração, — diz
Rebecca com tristeza.
— O que?
— Ele disse que não a via desde que descobri e que nunca mais
a veria.
Manhã de quarta-feira
Ando pelo corredor da casa de repouso. Estou prestes a
terminar o turno da noite.
Eu sei que ele não me ama, mas com certeza ama seu pai.
Sortudo.
Dizem que o tempo cura todas as feridas. Não acho que isso
seja necessariamente verdade.
— Henley.
Você não.
— Sim? — Eu espero.
— Não?
— Bom.
— Então... — Ele hesita. — O que você está fazendo agora?
— Nada.
— OK.
Ele me diz que não me ama e para ir dormir com outra pessoa,
mata metade do meu jardim com um cortador de grama, e depois
me compra seis plantas ruins e tem a ousadia de pensar que tudo
está perdoado?
Toc, toc, toc. Na porta, Barry está abanando o rabo, então sei
que é alguém que conhecemos. Eu abro a porta.
Vou até a geladeira e tiro o leite. Vou pegar a xícara de café dele
e ele a tira do meu alcance. — O que você está fazendo? — Ele
franze a testa.
— Huh?
— Jura?
— Uh-huh.
— É uma delícia.
Eu sei.
— Positivo.
— Como quem?
Eu o interrompi. — Eu sei.
— É um desperdício...
Sem brincadeiras.
Idiota.
Sorrio e abro a porta enquanto espero por ele. Ele pega todas
as suas amostras e carrega uma grande caixa dentro. — Ei,
estranha. — Ele sorri enquanto passa por mim e entra em casa.
Ele para e me dá um beijo na bochecha. — Você está linda. Senti
falta de ver você.
Oh...
— Oi, entre.
Henley
Bebo minha cerveja, nada impressionado, e olho para a casa
dela. Aquele idiota do Joel está na casa da Juliet há mais de duas
horas.
— Nada.
Quinta.
23:00
O bar está barulhento, a companhia está quente... mas minha
mente não está nas mulheres seminuas ao meu redor.
Está em casa.
Com ela.
— Desculpe.
— Eu vou indo.
— OK.
Não olhe.
É ele.
Porra.
Não sei se consigo resistir aos seus pedidos de leite esta noite.
— Você o que?
— O que?
Ele concorda.
— É isso? — Eu pergunto.
Resposta errada.
Não posso consertar isso para ele. Não vou desistir do que
quero para que ele consiga o que deseja.
Ele faz uma pausa e tenho a sensação de que ele quer dizer
mais alguma coisa... mas ele não faz isso.
Oh...
Como você.
— Ela vai ficar bem esta noite. — Chloe ri. Ela dá um soco na
mão para simular uma foda forte.
Certamente não?
Tenho uma visão dele segurando minhas pernas para trás, seu
pau grosso, duro de desejo.
A transpiração brilhava em sua pele musculosa, a forma como
os músculos de seu estômago ondulavam com suas estocadas.
Querido senhor...
— Eu penso.
Isto é primordial.
O tipo de atração física sobre a qual você apenas leu. Não posso
mais lutar contra isso. Não consigo nem fingir que quero.
Seus olhos prendem os meus, e ele segura meu rosto com uma
das mãos e lambe meus lábios. O fogo começa.
— Vamos, — eu ofego.
Huh?
Ele revira os olhos. — Aqui vamos nós, porra, amor. Você vai
parar com essa besteira? — ele cospe. — Isso nunca vai acontecer.
Por que você iria querer arruinar o que temos? O que temos é
perfeito.
Ele ofega. Seus olhos são selvagens. — Você disse que sentiu
minha falta.
É isso.
Saio correndo pelo beco e, com meus ovários gritando para que
eu volte e aceite tudo o que ele está oferecendo, levanto a mão para
chamar um táxi.
Última chance.
Henley
Eu estou na escuridão. Do meu lugar na janela da frente do
andar de cima, posso ver tudo.
E depois das piores vinte e quatro horas da história, não sei por
que diabos preciso ver isso. É como sal na ferida, mas não consigo
desviar o olhar.
A porta da frente de Juliet se abre e ela sai. Ela está usando
um vestido preto justo e salto alto. O cabelo dela está preso e ela
está rindo e conversando com ele.
Não.
Ele abre a porta do carro para ela. Ela diz alguma coisa, e então
ele se inclina e a beija.
Fique calma.
— Henley. — eu suspiro.
— É tarde demais.
— Noite passada... Não sei por que digo as coisas que digo. —
ele gagueja em pânico. — Eu não me refiro a eles. Desculpe.
Porra.
Porra...
O que eu faço?
Passo por Henley e entro em sua casa. Ele me segue com o rabo
entre as pernas.
Estou tão chateada que não consigo nem dizer uma palavra
para ele – nem uma maldita palavra.
Você acha?
Silêncio...
O que?
— Aaron?
— O psicólogo.
Ele hesita...
— Como assim?
— Henley?
— Certo...
— Mas o que?
— Fazer o que?
— Que coelhos?
— Estranhar? — Eu repito.
— Isso é.
— Uh-huh.
— O que?
— Como você não quer dormir com mais ninguém, você só quer
uma pessoa, e ninguém mais vai fazer isso. A ideia de entregar seu
corpo a outra pessoa é repugnante.
— Por quê?
— Não sei.
— De você me deixar.
Oh...
Meu coração...
— Henley, — eu sussurro suavemente.
— Mas não acho que isso seja verdade. Quero dizer... problema.
A minha mãe morreu. As mães de um milhão de pessoas morrem
todos os dias, e elas não andam por aí fodidas assim.
Eu o interrompi. — Relacionamento?
Silêncio...
Eu sei que não deveria, mas eu o vejo, o homem lindo por quem
me apaixonei, perdido enquanto tenta navegar pelo mundo. Henley
é um bom homem, no fundo. Eu sempre soube disso. Ele não quer
viver assim. Ele não teve outra opção.
Tão adorável.
Eu concordo. — Uh-huh.
Eu também estaria.
— Definitivamente.
— Estou rindo.
Ele tira meu vestido por cima dos ombros e o joga para o lado.
Ele desabotoa meu sutiã e desliza minha calcinha pelas minhas
pernas. Seus olhos caem e permanecem em meu corpo nu, e eu
quero tanto agradá-lo. Fazer tudo que posso para compensá-lo,
porque odeio ter maquiagem para outro homem também.
12
Forte
As últimas seis semanas foram um inferno sem ele em meus
braços.
Achei que a primeira vez que faríamos isso seria uma grande e
louca sessão de preliminares com todos os sinos e assobios... mas
toda vez com Henley são todos os sinos e assobios.
— Eu te amo, — eu sussurro.
Oh...
— A maneira como você tritura gelo com os dentes me enfurece,
mas nunca digo nada porque de alguma forma acho isso cativante.
— É assim que penso em você o dia todo. — Ele faz uma pausa
por um momento. — É assim que fico esperando seu carro voltar
para casa a noite toda.
— Você teve que estragar tudo e trazer isso à tona... não foi? —
Murmuro secamente. — Você estava indo tão bem.
Como é possível que esta noite meu apego a ele seja mais
profundo do que nunca?
Panquecas.
Tão gostoso.
— O que é isso?
— Vou pedir que Chloe visite seu pai todos os dias para ver
como ele está.
Uma carranca aparece em seu rosto enquanto seus olhos se
voltam para mim. — Como você...
Ele coloca a mão sob meu roupão para segurar meu traseiro, e
eu olho para ele. — Podemos ir? — Eu sussurro. — Apenas nós
dois?
— Eu...
Oh...
Primordial e urgente.
Milagres acontecem.
James.
— Como assim?
— De que?
— Vida.
— Para mim, a lição foi não abrir mão do que realmente quero
e mereço. Eu sabia que éramos mais e tínhamos uma chance real
de um futuro juntos. Teria sido tão fácil continuar sendo amigos
com benefícios só para que eu pudesse ter você.
— Qual é a luz?
— Eu te amo.
O garçom volta com nossos dois copos de água com gás. — Aqui
temos. — Ele os coloca sobre a mesa.
— Não.
— O que?
Coloquei meu café na mesa. — O que você quer dizer com não?
— O que?
Ele entra. — Você não vai almoçar com ele. Fim. De. Porra.
História.
Tudo isso é novo para ele, lembro a mim mesma. Ele não sabe
lidar com o ciúme. Seja paciente.
OK...
— Certo o que?
— Ok, não vou almoçar com ele. Em vez disso, irei almoçar com
você.
— OK.
— Mal-humorado?
— Namorado.
Eu rio. — Apresse-se e case-se comigo, então, para que você
possa ser meu senhor.
— Sim...
Ele caminha até a porta e olha para Barry e para mim. — Você
precisa lavar as xícaras de café antes de sair.
— Eu também.
— O que?
Eu franzo a testa.
Surpreendentemente preciso.
HENLEY JAMES
ENGENHARIA
— Olá.
Eu o interrompi. — Rude.
— Protetora.
— Podemos ir?
— Juliet.
Eu sorrio amplamente.
— O que é isso?
Quer dizer, eu sabia disso, mas até ver como seus escritórios
são chiques e toda a sua equipe movimentada, ainda não havia
percebido.
Porra.
Vá se foder... Jenny.
— Você não precisa. — Com outro sorriso falso, ela sai com o
telefone portátil em sua mãozinha quente.
Ela está com ele há muito tempo. Tenho que ter calma em
relação a isso e jogar minhas cartas direito, ou vou parecer uma
namorada psicopata ciumenta.
— Sua agenda está muito ocupada este mês para tirar férias.
— Você o que?
— Mande-o entrar.
— Sim, senhor. — Ela desaparece do escritório.
Juliet
Viro para minha rua, imersa em pensamentos. Meus olhos vão
instantaneamente para a casa de Henley. Está em toda escuridão.
Já passa da meia-noite. Ele obviamente está dormindo.
Não.
Eu realmente pensei que ele iria ligar, droga, por que ele não
fez isso?
Escuridão.
Honestamente...
É tarde...
Oh...
Minhas mãos vão para seu cabelo enquanto ele me separa com
os polegares, sua língua me lambendo profundamente, seus
dentes roçando meu clitóris.
Eu olho para ele sob a luz filtrada, sem palavras. Pela primeira
vez desde que nos conhecemos... Eu me pergunto se posso lidar
com ele. Nunca conheci alguém tão viril. Este é o acasalamento
primal em sua forma definitiva.
Meu templo.
Eu concordo.
Porra...
Ele bate cada vez mais forte, a cama batendo na parede com
um som ensurdecedor. Suas mãos na parte de trás das minhas
coxas quase doem enquanto ele me mantém aberta com força.
— Eu te amo.
Eu rio enquanto olho para o teto. — Bom.
— Eu não quero que você pague por tudo. Isso não é justo.
— Quando?
— O que meu pai diria se soubesse que seu amigo mais próximo
estava prestes a tomar liberdades com sua filha intocada? Mal
tenho idade.
Ele ri, seus dentes roçando meu pescoço enquanto sinto sua
excitação se tornar perigosa.
— Sim.
Eu sorrio para ele e passo meu braço pelo dele. — Estou tão
animada. Você está transando esta noite.
— Koh Samui.
— O que?
— Oh...
Quero dizer algo lúdico e divertido, mas não parece caber aqui.
Ele gostou.
Isso é grande!
Enorme.
Ele volta para a mesa com nossas duas bebidas e desliza a
minha para mim e segura a sua. Eu brindo meu copo com o dele
e tomo um gole. — Obrigada.
— Por quê?
Ele bebe sua margarita. — Bem, anal com uma stripper, estou
bem com isso.
— O que?
Ele beija meus dedos. Seus olhos sexy permanecem nos meus.
— Apenas o melhor para minha esposa.
— Se perdermos...
— Por quê?
— Uh-huh.
Ele pega seu livro e se senta ao meu lado. Mesmo que ele esteja
perto, não consigo tocá-lo.
Ugh... pare com isso, Juliet. Você consegue ouvir o quão carente
você está sendo? O mundo não vai desmoronar porque você não
pode tocar no seu namorado durante um mísero voo.
Namorado.
Olho para Henley, ele ainda está lendo o mesmo livro que lê há
horas. Ele vira a página, completamente absorto. Como ele
consegue se concentrar por tanto tempo?
Ugh...
Agora, dormimos.
Henley escaneia a chave e a porta da nossa cabana se abre.
Santa...
— Agora?
— Agora mesmo.
— Eu sei.
— Sim.
Ele abre a boca para dizer alguma coisa e depois a fecha como
se estivesse questionando seus pensamentos.
— Diga-me...
— Não sei.
O que?
— Temos muito o que nos animar, Hen. Não é?
Ele concorda.
— Ela mesma.
Henley
Sento-me no deck com vista para o oceano. O que ela está
fazendo lá? Olho para o meu relógio, ela está demorando uma
eternidade para ficar pronta.
Nunca me senti tão relaxado e saciado. Essa viagem realmente
era necessária. Eu não percebi o quanto eu precisava fugir.
O vento açoita meu cabelo e eu sorrio para ele. Olho para o meu
relógio novamente.
Nós iremos nos atrasar. O que diabos ela está fazendo aí?
Juliet está usando uma longa peruca escura e tem o rosto cheio
de maquiagem sexy. Ela está com meias suspensas brancas e um
sutiã transparente combinando.
Ela choraminga.
Agora mesmo.
— Assim não.
Juliet
Acordo assustada. A sala está às escuras e, me sentindo
desorientada, olho em volta.
Tão perfeito.
Eu sei que ele está tentando. Estamos juntos em férias que ele
organizou. Ele percorreu um longo caminho em muito pouco
tempo. Faz apenas algumas semanas, são dezoito anos de um
padrão de comportamento que temos que quebrar. Claro que vai
levar algum tempo para ele se ajustar.
É assim que sempre será com ele? Três passos para frente, um
passo para trás.
Ele sabe.
— Não sei.
Silêncio...
— Não.
— Henley, só porque você sente algo por mim não significa que
você está fora de controle.
Ele concorda.
Eu escuto.
— Para que conste, você não pode se mover muito rápido para
mim. Estou totalmente dentro, totalmente sua. Estou aqui,
Henley. Pronta e esperando.
— Eu também te amo.
Nunca.
Os mercados noturnos estão repletos de atividade, e Henley e
eu caminhamos, absorvendo a atmosfera. Foi um ótimo dia, o
melhor.
— Ela adorava?
— Sim.
Oh...
Eca... porra da Jenny. Ela liga para ele todos os dias e não tem
nada a ver com trabalho.
Eu sei que ele é inocente. Ele não ficaria tão feliz em falar com
ela comigo aqui se não estivesse.
Ela... Não confio nem por um segundo.
— O que é?
— Uma surpresa.
Ele se vira para mim e tira uma máscara de seda preta do bolso.
— Põe isto.
— O que?
Qual é a surpresa?
Ele vai...
— Se eu morrer... — eu aviso.
— Eu cuidarei de Barry.
— Henley, — eu gaguejo.
— Sim.
Ele inclina a cabeça para trás e ri alto, e isso ecoa pelo vale.
Porra.
Apenas faça.
Chloe foi para casa hoje, sabendo que estaríamos aqui esta
noite.
Devo um rim a ela por fazer isso por nós. Mal posso esperar
para encontrá-la amanhã.
Barry dá um pulo todo animado. — Olá, olá, — eu canto para
ele. Deito no sofá e o abraço com força. — Senti sua falta, você
sentiu minha falta?
Conversa de cachorrinho.
— OK.
— Eu te amo.
Jenny.
Ele fala com ela enquanto anda organizando as coisas. Por que
ela está ligando para ele à noite?
E por que ele está respondendo a ela como se ela fosse sua
amiga há muito perdida?
— Uh-huh.
Eu odeio que ele tenha essa amizade com ela e trabalhe com
ela... e que ela o vê todos os dias e que eu sei que ela não está do
meu lado.
Eu tenho que deixar esse medo ir. Esta não é quem eu sou.
Juliet
— Então eu acho que é isso. — Rebeca dá de ombros.
— Você não fez nada de errado, Bec. Você sabe disso, não é?
— Por que Henley está dando uma festa de rua hoje à noite? —
Rebecca franze a testa. — É tão incomum ele ser o anfitrião.
Henley
— OK. — Olho ao redor da minha sala. — Os coquetéis estão
prontos, os canapés estão fora. — Esfrego as mãos. — Acho que
estamos todos prontos.
Dificilmente não.
— Você está vindo? — Ela pisca os cílios. Por que ela acha isso
atraente está além da minha compreensão.
— O que?
— Não faço ideia, ele disse que tem muitas opções. — Ele bate
sua garrafa de cerveja na minha e depois na de Antony. — Meta de
vida.
— O que?
— A receita.
— Bom ponto.
— Apenas fique grato por ele não estar sem camisa, — Anthony
murmura enquanto o olha de cima a baixo.
— Ela morreu.
Nós nos viramos e vemos Juliet entrando pela porta. Ela está
usando um vestido branco esvoaçante, seu cabelo está preso em
um coque bagunçado e ela está usando grandes brincos de argola
de ouro. Ela ri e beija Winston enquanto o cumprimenta.
Eu rio.
— Você é patético pra caralho, cara. Tenha controle sobre você
mesmo. — Ant estremece.
Nem eu gostaria.
Juliet
Meus olhos se encontram com os de Henley, e ele me lança o
melhor olhar venha me foder de toda a história. Eu sinto isso até
os dedos dos pés. Ele imediatamente se aproxima. — Olá, Chloe.
Olá, Rebeca.
Seus olhos descem pelo meu corpo e voltam para o meu rosto.
— Você está adorável.
— Obrigada. — Eu sorrio.
Eu rio.
— Devíamos subir, — ele sussurra.
— Henley me convidou.
— Ele fez?
Oh...
— E eu.
— O que?
Henley
Três meses depois...
Ando pela rua com Blake e Antony. É terça-feira e estamos indo
almoçar.
— Você não pode ter isso, porra. Encontre outra pessoa para
desejar. Rebecca está fora dos limites para você.
Permanentemente. — Passamos por uma joalheria, paro e espio.
Blake e Antony continuam andando, se viram para ver o que estou
olhando e voltam. Blake coloca as mãos nos bolsos do terno
enquanto olha as joias pela janela. — O que estamos vendo aqui?
— Anéis de noivado.
— Soa perfeito.
Uau.
2h46
O telefone vibra na mesa de cabeceira e, meio adormecido, olho
para ele.
Lar de idosos.
O que?
O mundo gira...
— Desculpe.
— Estou a caminho.
Eu acelero.
— Bernard James.
Ela digita o nome dele e depois lê a tela do computador e torce
os lábios como se não estivesse gostando do que está lendo.
— OK.
Descendente.
Eu me sento na cadeira.
— Henley. — Ele faz uma pausa. — Ele tem uma ordem de não
ressuscitar em seu arquivo.
— O que?
— E eu estarei aqui esperando por ele. — Não sei por que, mas
estou furioso com esse médico. — Ele estará acordado em breve.
Ele é um lutador, — digo a ele.
Ele não quer ser ressuscitado... Por quê? Por que ele diria isso?
De repente, fica claro por que ele não quer ser reanimado.
Ele fica imóvel. Seu peito sobe e desce enquanto ele respira
suavemente.
— E?
Eu concordo.
— Significando o quê?
Eu já sabia.
Beeeeeeeeeeeeeeep.
Não...
Apenas uma.
Eu espero e espero.
— O que?
— Oh.
— Vou ver como ele está. Obrigada, Carol. — Volto para dentro
e Barry puxa a coleira na outra direção. — Deixe-me pegar meu
telefone.
Eu espero.
— Obrigada, Jenny.
O pai dele.
Não.
Não.
Henley sendo Henley, presumo que ele queira lidar com isso
sozinho.
Bato suavemente e ele olha para cima e me vê. Antes que ele
pare, vejo um lampejo fugaz de raiva em seu rosto. — Entre, — ele
chama em um tom entrecortado. Ele continua dobrando as roupas
sem olhar para cima.
Eu rapidamente me levanto.
Que diabos?
— Henley.
— Você promete?
— OK. Obrigado.
Reviro os olhos enquanto finjo não notar. Ele está aqui. Isso é
tudo que importa.
— Uh-huh.
— Os álbuns de fotos?
Ele não fez isso. Certamente, ele não fez isso. Ninguém é tão
frio.
— Obrigado.
— OK.
Porra.
— Por quê?
— O que?
Ela revira os olhos. — Você não sabe nada sobre esta situação.
— Ela passa por mim e sai pela porta da frente.
Ugh!
Estou furiosa.
Espero ela ir embora e vou até minha casa para pegar meu
telefone. Eu ligo para Henley.
Certamente não?
Ele não faria isso. Eu sei que ele não faria isso.
Porra.
O que eu faço?
Eu ligo para ele novamente.
Estou em pânico com o que está por vir. Estou com medo por
Henley.
O que eu faço?
— Pelo amor de Deus, por que os amigos dele têm que estar
fora governando o mundo?
Henley
A campainha toca na minha mesa. — Seu compromisso às
quatro horas está aqui, Henley.
— Obrigado por ter vindo. Foi ótimo finalmente dar uma cara
ao nome. — Aperto a mão de Erica ao sair do escritório. É o fim de
um dia que foi marcado com compromissos consecutivos.
Exaustivo não chega nem perto.
— Estou bem.
Algo em seu tom me faz olhar para ela. Ela desfaz o botão
superior da blusa. — Qualquer coisa que você precisar... Estou
aqui por você.
O que?
Huh?
— Lembra daquela vez na Alemanha, na conferência, onde
passamos a noite juntos?
Ela anda até o meu lado da mesa e senta no meu colo, ela
segura meu rosto em sua mão. — Eu posso fazer você esquecer
tudo. Podemos partir para Dubai esta noite e fugir de tudo.
Clareza cristalina.
O veneno.
Juliet
Sento-me nos degraus da frente, no escuro, meu otimismo
desaparecendo lentamente.
Eu sei que o pai dele não se lembrava dele, mas isso não torna
tudo mais fácil ou menos significativo. A perda ainda é tão grande.
Porra.
Deixo cair a cabeça nas mãos em desespero. Não suporto a
ideia dele do outro lado do mundo. Ele não pode ir. Isso não pode
estar acontecendo.
O que?
Que ano turbulento, o ano mais feliz que já tive. Meu nome é
Juliet James e sou casada com o amor da minha vida.
Foi incrível...
Simplesmente aconteceu.
— Eu tenho notícias.
— O que?
Eu concordo.
— E eu amo você...
Magia em formação.
Se eu só aprendi uma coisa nesta vida, é isso...
Fim.