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Sumário
Sinopse
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Epílogo
Epílogo Bônus
Agradecimentos
Sobre a Autora
Kate
Talvez tenha sido a música. Talvez o fato de eu mal ter jantado e ter
bebido, sendo que eu nunca bebia muito, para começo de conversa. Ou talvez
eu tivesse ficado reprimido, depois de passar seis meses sem beber, indo a
festas de chá e fazendo tranças no cabelo da minha filha de quatro anos. Seja
qual fosse o motivo, havia apenas um pensamento em minha mente na
primeira vez em que olhei para a Kate, no outro lado do bar.
Eu quero ela.
E assim que eu a vi dentro daquele vestido grudado, sem nem sequer
fingir que não estava me notando? Tive muitas ideias sobre como extravasar
aquela energia reprimida. Agora estávamos ali, de pé na minha sala de estar,
cercados por fotos da minha filha. Que era bem o oposto de um afrodisíaco.
Quando saímos do táxi, percebi que o assunto minha filha não tinha
surgido em nossas conversas no bar — e que estávamos prestes a dar de cara
com a babá. Não havia nenhuma maneira de fugir disso.
As garotas com quem eu tinha encontros casuais não lidavam bem com
a minha situação de pai solteiro. Mas as mães solteiras, por outro lado,
adoravam! A ideia de ter um homem dedicado aos filhos, as deixava
ofegantes por dias. Mas para os rolos casuais sem compromisso? Para essas, o
fato de eu ser pai indicava duas coisas: ou eu era um imbecil irresponsável
que não conseguia se envolver adequadamente ou era um viciado total em
compromisso e tentava atraí-las para a minha armadilha com minha linda
filha de quatro anos carente e que precisava de uma mãe nova. De qualquer
forma, nunca dava muito certo. Mas até o momento, Kate estava lidando bem
com toda a situação.
Então ela atravessou a sala em minha direção e um único pensamento
invadiu minha mente.
Porra, ela é sexy.
Todas aquelas curvas e o sorriso natural, aliado à confiança? Eu era
maluco por mulheres confiantes que sabiam exatamente o que queriam.
— Feliz aniversário — eu sussurrei, pousando as mãos em sua cintura e
puxando-a para mim.
O fato de aquele ser, provavelmente, um caso de uma noite e nada mais,
não significava que eu queria fazer tudo correndo. Muito pelo contrário, para
falar a verdade. Eu queria saborear e aproveitar cada minuto. Começando com
o beijo perfeito.
— É quase meia-noite — ela murmurou, com os lábios a poucos
centímetros dos meus.
Levando uma mão a sua bochecha, guiei sua boca até a minha, selando
nossos lábios em um lento e suave beijo.
Ela reagiu perfeitamente, abrindo a boca em um convite silencioso para
que a minha língua deslizasse contra a dela. Minhas mãos encontraram
aquelas curvas cobertas pelo vestido preto oferecido que eu estava admirando
mais cedo — e Deus! — tê-la sob meu toque era ainda melhor do que eu
poderia imaginar. Macia e quente, muito convidativa.
Dei mais um beijo lento em seus lábios e me afastei para observar sua
reação. Raramente fazia esse tipo de coisa. Mas tê-la comigo era surreal… e
eu estava a excitando demais saber o que provavelmente estava prestes a
acontecer.
— Quer beber alguma coisa? — Perguntei, deslizando a mão em sua
cintura. Se ela tivesse mudado de ideia ou quisesse ir mais devagar, queria
que ela soubesse que estava tudo bem, por mim.
— Consigo pensar em outras coisas que preferiria estar fazendo com
minha boca — respondeu ela, com uma voz baixa e sensual, enquanto
passava os dedos sobre meu peito.
Deus, eu amo uma mulher que sabe o que quer.
Sem conseguir dizer nada, levei a mão à nuca dela, guiando seu rosto ao
meu para outro beijo gostoso. Ela me abraçou e pressionou o quadril contra o
meu, alinhando-se perfeitamente com minha ereção, que crescia depressa.
Enquanto nossas línguas se moviam com mais urgência, lentamente eu
a guiei pelo corredor em direção às escadas. Nossa respiração estava pesada e
laboriosa, e a cada passo mais perto de meu quarto, meu pau ficava mais duro.
Tinha certeza de que ela podia senti-lo contra sua barriga quando entramos
em meu quarto.
Encostei Kate contra a parede, deslizando os dedos sob a barra de seu
vestido para sentir a pele macia e quente de suas coxas. Ela gemeu baixinho, e
eu levei os dedos para a frente de sua calcinha, meu pau latejando ao sentir o
calor dela contra minha mão. Puxando a calcinha para o lado, eu a senti
molhada e lentamente deslizei um dedo para dentro, fazendo com que Kate
jogasse a cabeça para trás, sentindo prazer, mas bateu com força na parede.
— Ai, porra! Você está bem? — Fiz uma pausa, inclinando-me um
pouco para verificar se ela não estava machucada.
— Sim, estou bem. Não doeu, foi apenas o barulho — ela respondeu,
rindo.
Sorrindo, me inclinei para a frente novamente para beijá-la.
Conforme o beijo ficava mais quente, com sua língua pressionando a
minha, ela começou a desabotoar minha camisa com uma facilidade
surpreendente. Logo depois, ela estava puxando as mangas para baixo e
jogando a camisa no chão.
— Impressionante — murmurei, descendo os lábios para seu pescoço,
sugando e mordiscando sua pele. Ela tinha um gosto doce e um leve cheiro de
baunilha.
— Não é o meu primeiro rodeio. — Ela suspirou, levando as mãos ao
meu cinto.
Eu sorri. Dois podem jogar este jogo.
Subindo seu vestido até a cintura, tirei a calcinha com uma mão e a
outra retomou a tarefa de dar prazer ao ponto úmido e macio no meio de suas
coxas. O desejo de esfregá-la e acariciá-la até que ela estivesse se
contorcendo, choramingando e fora de controle era tão forte, que eu estava
quase tremendo.
Deus, faz muito tempo.
Quando minha mão encontrou o ponto entre suas pernas, ela mordeu o
lábio e soltou um gemido baixo. Puxando meu cinto, seus dedos deslizaram
brevemente sobre o zíper da minha calça, antes de puxá-lo para baixo e
revelar o contorno do meu pau — duro como pedra — totalmente marcado
pela minha cueca boxer preta. Sua respiração ficou mais irregular, e sabia que
ela estava pronta para mais.
Parando para puxar o vestido mais para cima, eu o tirei e joguei no
chão. Kate abriu seu sutiã, que foi jogado com o resto das roupas. Puxando-a
para mais perto, me deliciei com a sensação de seus seios em meu peito,
enquanto ela puxava o elástico de minha cueca.
De repente, a necessidade de estar dentro dela me dominou. Eu a guiei
até a cama, tirando a cueca nos dois passos que dei para me unir a ela.
Deitando em cima dela, eu voltei a beijar seu pescoço, alinhando meu quadril
com o dela, enquanto ela abria as pernas para me receber. Mas antes que
pudesse deslizar meu pau latejante e ansioso no meio de toda aquela carne
molhada, ela espalmou as mãos no meu peito, me fazendo deitar na cama.
Eu mencionei que gosto de uma mulher que sabe quando tomar o
controle?
Eu me deitei na cama e Kate subiu em cima de mim.
— Tudo bem? — ela perguntou.
— Estou mais do que feliz em deixar você aí em cima. — Minhas mãos
exploraram seus seios, acariciando-os.
— Afinal, é meu aniversário — respondeu ela, com um sorriso safado.
— Excelente ponto. — Peguei uma camisinha da mesa do lado da
minha cama, rasguei a embalagem com os dentes e a entreguei para ela. —
Você quer colocar em mim?
— Com prazer — ela sussurrou, fazendo arrepios de todos os tipos
percorrerem minha espinha.
Seus dedos habilidosos fizeram um trabalho rápido com o preservativo.
Colocando uma mão em seu quadril e outra em meu pau inchado, eu me
direcionei para dentro de sua boceta apertada, gemendo com ela, sentindo o
tão aguardado prazer. Ela mais parecia um forno. Tão quente e tão sexy, ali,
em cima de mim.
Rapidamente encontramos nosso ritmo, meu quadril se movimentando
em um ritmo constante, enquanto ela se balançava por cima. Foi o paraíso, o
paraíso puro. Ela era incrível — tão apertada, calorosa e convidativa. E os
gemidos sensuais e roucos que ela dava acabavam com minha resistência.
Foi a melhor transa casual da minha vida. Seus gemidos aumentaram
quando encontrei aquele lugar especial dentro dela, e repetia os movimentos
com meu pau.
Ela deixou suas mãos sobre meu abdômen e jogou a cabeça para trás,
entregando-se ao prazer.
— Assim, mulher sexy. Goze no meu pau — eu murmurei.
Mas eu ouvi alguma coisa… e não foi outro de seus gemidos.
Não, foi algo que me fez congelar, meus quadris perdendo o ritmo no
meio do ato.
O rangido causado por passos no corredor. Pés descalços no piso de
madeira.
E então, uma voz fininha perguntou:
— O que você está fazendo com o meu papai?
PORRA!
Em pé, na porta aberta, minha filha de quadro anos — Maddie —
vestindo seu pijama de unicórnio, com seus olhos arregalados, segurava seu
ursinho de pelúcia favorito.
— Porra, ai, meu Deus, porra. Eu sinto muito! — Kate rapidamente saiu
de cima de mim, agarrando o cobertor mais próximo para cobrir seu corpo nu.
— Oi, docinho. O que você está fazendo de pé? — eu disse com a voz
mais calma, desesperadamente cobrindo minha ereção que morria depressa
embaixo de um travesseiro.
Kate estava correndo pelo quarto tentando encontrar suas roupas. De
repente, a maneira desesperada com que estávamos fazendo aquilo pareceu
incrivelmente idiota.
— Papai está bem. Volte para seu quarto e me espere lá, está bem?
Maddie fez uma careta, mas obedeceu, fazendo uma cara feia na direção
de Kate, e então se virou e foi para seu quarto.
Mas Kate não pareceu notar, pois finalmente encontrou sua calcinha e
estava se vestindo mais rápido do que eu pensei ser humanamente possível.
Ela poderia ter, literalmente, conquistado o recorde mundial em se vestir.
Enfiei as mãos nos cabelos, deixando escapar um profundo suspiro.
Merda, por que não pensei em trancar a porta? Devíamos estar fazendo mais
barulho do que pensei, para acordar Maddie. Ela costumava ter o sono
pesado.
— Olha, Kate, eu estou tão…
Antes que eu pudesse terminar, ela correu para fora do quarto e, vinte
segundos depois, ouvi a porta da frente ser aberta e fechada em seguida.
Suspirei, enterrando meu rosto nas mãos. Perfeito, apenas perfeito para
caralho. Outra aventura casual arruinada por ser pai solteiro.
Eu estava acostumado com alguns encontros ruins de vez em quando,
como ser interrompido pelo telefonema da babá avisando que minha filha
tinha vomitado, mas aquilo? Foi diferente de tudo o que eu já havia
experimentado. Eu tinha sido pego em flagrante, no ato, fazendo coisa feia —
apesar de não haver nada feio em Kate, e eu estava chateado por não ter
conseguido ver todas as partes de todos os ângulos.
Era oficial. Minha filha de quatro anos era uma empata-foda.
Suspirando de novo, fui ao armário e vesti uma calça de moletom com
uma camisa antes de juntar o resto das minhas roupas e colocá-las no cesto.
No banheiro, eu lavei as mãos e me olhei no espelho, passando os dedos pelos
cabelos, para dar um jeito de não ficar tão óbvio que eu tinha sido pego
transando com uma desconhecida… pela minha filha.
Muito elegante.
Eu era pai. Precisava ser melhor do que isso. Mais forte. Manter minhas
prioridades sob controle. E minha prioridade, definitivamente, era minha
filha.
Abri a porta do quarto de Maddie, e a encontrei enrolada em sua cama,
olhando para mim com os olhos arregalados e confusos.
— Papai, o que aquela moça estava fazendo com você? — Ela
perguntou, esfregando os olhos com as mãozinhas.
— O papai e aquela moça estavam apenas fazendo coisa de adulto
juntos, só isso. Vou te contar mais sobre isso quando você for mais velha, está
bem? — E não no meio da madrugada, depois de você ter visto algo que,
inevitavelmente, vai marcar você pelo resto da vida.
Maddie franziu a testa, mas assentiu, e eu soube que era algo que ela se
lembraria de perguntar de manhã. Nem em sonho eu tinha pensado em ter
essa conversa com ela antes dos próximos dez anos. Então, pensei que deveria
verificar os livros sobre paternidade e descobrir o que é normal dizer sobre
sexo às crianças dessa idade. Não queria que ela fosse uma daquelas crianças
que acreditam que as cegonhas trazem os bebes, quando ela tivesse quinze
anos. Mas uma criança de quatro anos me parece um pouco pequena demais
para saber tudo sobre a coisa toda.
Segundos depois, Maddie rolou para o lado e fechou os olhos. Dei um
beijo em sua testa e, depois de acomodá-la, saí do quarto para me preparar
para dormir. Depois de escovar os dentes e jogar um pouco de água fria na
cara, eu me deitei para dormir, mas minha mente não parava quieta.
Não conseguia acreditar que as coisas tinham começado tão bem, mas
tinha acabado tão mal. Fazia tanto tempo desde a minha última aventura
casual, que nem sequer sabia dizer se já tinha imaginado que algo parecido
com o que havia acontecido naquela noite pudesse acontecer. Reformulando:
definitivamente, nunca imaginei que minha filha me flagraria fazendo sexo
intenso com alguém que eu mal conhecia.
Percebi que na única vez em que me arrisquei, me dei mal. Havia razões
pelas quais pais solteiros não faziam coisas como aquela. Coisas loucas assim
aconteciam.
Suspirando, virei meu travesseiro, tentando relaxar e ficar confortável.
Mas sabia que não dormiria bem aquela noite. Não conseguia parar de recriar
aquele momento várias e várias vezes, o completo choque de estar em êxtase
absoluto em um momento e no momento seguinte… no constrangimento
absoluto.
E a pior parte era que Kate realmente parecia legal. Mesmo que ela não
fosse o amor da minha vida, nossa química era difícil de negar e não teria me
importado em transformar nossos encontros casuais em algo regular.
Pelo menos, uma ideia fez com que eu me sentisse melhor enquanto
tentava dormir, sem conseguir.
Pelo menos eu nunca mais vou ter que ver Kate.
Kate
— Não, não, não, não vou deixar você usar isso em um encontro. —
Kate disse, cruzando os braços e balançando a cabeça.
Eu tinha acabado de sair do meu quarto para perguntar o que ela achava
da minha roupa casual para sair para beber e ver onde isso vai dar. Mas com
base no seu olhar horrorizado, eu estava completamente inadequado.
— O que há de errado? — Perguntei indicando minha calça cáqui e
camisa xadrez azul. Não chegaria ao ponto de me chamar de especialista em
moda, mas não achei que estivesse tão ruim assim.
As sobrancelhas de Kate se ergueram, seus olhos se arregalaram com
desaprovação.
— Calça cáqui? — Ela exclamou. — Para sair para beber?
— É uma calça bacana — disse na defensiva, passando as palmas das
mãos pela calça.
Kate suavizou o rosto por um momento, descruzando os braços e
suspirando.
— É bacana — disse, inclinando-se para a frente no sofá, para tomar
outro gole da taça de vinho. — Se você vai à igreja em um domingo e depois
a um piquenique. Mas você vai a um encontro. Eu imploro, tente de novo. —
Ela disse com autoridade, franzindo as sobrancelhas com um olhar
determinado.
— Tudo bem — murmurei, virando para voltar para as escadas. Mas
tinha que admitir que uma parte de mim estava se divertindo, lembrando do
jeito com que ela me repreendeu por causa de minhas cantadas naquela noite
no bar.
— Vá colocar um jeans. Escuros, por favor! — Ela chamou quando eu
dobrei a esquina para o meu quarto. — E nada muito folgado.
Desabotoando minha camisa, não pude deixar de sorrir e balançar a
cabeça por perceber que Kate estava bem à vontade me dando ordens. Nós
erámos vizinhos havia apenas algumas semanas, mas parecia que nos
conhecíamos há anos. Apesar de termos começado de uma maneira difícil, era
bom ter outro adulto por perto com quem beber. Apenas ter alguém para
conversar e rir fazia a casa ficar menos quieta.
O único pequeno problema era Maddie. Não que ela não gostasse de
Kate, mas ainda suspeitava daquela troca de carinhos entre adultos, então era
algo que tínhamos que abordar com calma. Naquela noite, no entanto, Maddie
estava com os avós dela, sendo super mimada.
Quando ficou claro que a mãe de Maddie não faria parte de sua vida, fiz
questão de me mudar para mais perto de meus pais. Sinceramente, tê-los por
perto era uma dádiva de Deus. Eu amava muito a minha vida com Maddie e
não trocaria nosso tempo juntos por nada no mundo, mas o fato é que eu
precisava de ajuda às vezes, por mais que eu gostasse de brincar de casinha e
usar tiaras.
De pé, olhando para o armário, procurei alguma camisa que fosse mais
adequada para sair para beber. Depois de jogar um jeans escuro na cama,
continue procurando, e finalmente encontrei uma blusa de lã cinza.
Rapidamente troquei de roupa e voltei para a sala de estar, pronto para ser
insultado por Kate novamente.
Parei em frente ao sofá, onde ela estava esperando por mim com uma
taça de vinho na mão. Sorrindo, ergui uma sobrancelha, curioso, e ela
rapidamente colocou a taça na mesa de canto. Antes que eu pudesse dizer
qualquer coisa um pouco provocante, ela deu um grito estridente, batendo
palmas e assentindo com aprovação.
— Agora sim! Está perfeito. A calça jeans é ótima e essa blusa… — Os
olhos de Kate deslizaram pelo meu peitoral e ombros, sua expressão mudando
pouco, apenas o suficiente para eu sentir uma leve tensão entre nós. — É
ótimo — ela disse, rapidamente, olhando em meus olhos e forçando um
sorriso.
— Fico feliz que você tenha aprovado. — Sorri.
Ela riu e bateu com as costas da mão em meu braço. Mesmo quando ela
se acomodou no sofá, tranquila, eu ainda podia sentir a tensão entre nós.
— Ei, seu telefone tocou enquanto você estava se arrumando. Eu não
olhei quem era, por mais intrometida que quisesse. — Ela ergueu as
sobrancelhas, com um sorriso safado se abrindo.
— Mais uma taça de vinho e você vai estar invadindo meu telefone sem
pensar duas vezes — peguei o aparelho e digitei a senha.
Era um texto de Heather, a mulher com quem eu me encontraria para
beber em trinta minutos, me dizendo ter tido uma emergência no trabalho e
que não seria capaz de me encontrar hoje.
Suspirei.
— Bem, espero que você não tenha planos para o resto da noite. Meu
encontro foi cancelado e de jeito nenhum vou perder a chance de me divertir
numa noite sem criança.
Kate ficou chocada e rapidamente mudou, parecendo mais irritada.
— Mas que droga é essa? — Ela disse, ficando de pé. — Ela te deu um
bolo, minutos antes do encontro?
— Para ser justo, tenho certeza de que dar bolo é não aparecer. Pelo
menos ela teve a gentileza de me avisar que tinha acabado antes de começar.
— Peguei minha taça de vinho e me sentei no sofá.
Kate fez cara de indignada.
— Por que você não parece surpreso? Nem bravo? — Ela andou pela
sala de estar, enquanto gesticulava freneticamente.
— Porque eu não estou — disse, entre goles de vinho. — Não seria a
primeira vez que uma pessoa analisa minhas redes sociais e descobre que sou
pai. — E é por isso, que às vezes é melhor deixar essas coisas um pouco mais
agitadas, como pegar alguém de surpresa em um bar…
— Isso é besteira. — Ela zombou, jogando-se na almofada do outro
sofá, a testa franzida em frustração. — Então, você acha que ela cancelou
porque você tem uma filha?
— Talvez, talvez não. Mas acontece com mais frequência do que você
imagina. Espere aí. Esse também não é seu grilo? — Eu lancei a ela um olhar
de dúvida.
— Bem, não. É só que… não procurando nada sério. — Ela se
atrapalhou em suas palavras, obviamente nervosa com minha pergunta. —
Com ninguém. — Acrescentou ela, mais para si mesma do que para mim.
Lancei a ela um olhar incrédulo.
— Então, você está me dizendo que se eu quisesse ter um caso com
você, puramente sexual, sem compromisso, você toparia? — Enquanto eu
falava, inclinei o corpo em direção a ela, consciente da tensão entre nós.
Ela olhou para mim, com os olhos arregalados, por um momento.
— Você e eu temos idade suficiente para saber que isso seria uma ideia
terrível.
Eu segurei seu olhar por um tempo, as lembranças daquela primeira
noite em que nos conhecemos passando pela minha mente. Talvez ela
estivesse certa. Talvez uma aventura casual com a minha nova inquilina fosse
uma ideia terrível. E ainda assim… talvez fosse exatamente o que nós dois
precisávamos. Eu me levantei e peguei nossas taças de vinho vazias.
— Sexo casual ou não, eu acabei de ter um encontro cancelado, e isso
só pode significar uma coisa.
— Que coisa? — perguntou ela, cruzando uma perna perfeitamente
esculpida em cima da outra.
— É hora de pedir comida.
Ai, droga. A combinação das palavras que Kate tinha acabado de dizer e
o fogo ardente em seus olhos fizeram muitos pensamentos safados tomarem
minha mente.
Depois da rapidez com que ela tinha fugido naquela noite, no meio dos
nossos amassos, eu imaginei que a porta estivesse fechada para qualquer coisa
física entre nós. Eu tinha adorado tê-la aqui, adorei vê-la cozinhar, e passei a
noite dizendo a mim mesmo que não haveria problema se as coisas fossem
estritamente platônicas.
Mas depois de ela me dizer claramente que queria começar a fazer sexo
casual, claramente eu estava errado. E também claramente, eu estava total e
completamente dentro da ideia de fazer sexo de qualquer tipo com aquela
mulher. Casual, comprometido, tântrico — eu não me importava. A ereção
que se mantinha praticamente o tempo todo perto dela estava pronta para
mergulhar, literalmente.
Eu gemi e passei as mãos pelos cabelos.
— Você está me matando aqui. Sabe disso, certo?
— Você vai me contar o que está pensando? — Kate apoiou os
cotovelos no balcão à minha frente, inclinando-se para a frente o suficiente
para me dar a visão perfeita de seu decote, causando uma agitação dentro da
minha calça.
— Eu estou pensando que a última coisa que gostaria de fazer agora
seria dar uma de pai e levar minha filha para a cama dela — respondi, com a
voz baixa e grave.
— Que bom que você está a fim — ela murmurou, com seu olhar
percorrendo meu corpo lentamente.
— Você vem depois das nove da noite? — Se eu pudesse, teria
pressionado ela contra a parede ali mesmo, mas a última coisa de que eu
precisava era que Maddie nos pegasse uma segunda vez.
— Por que você não vai à minha casa, onde sabemos que não teremos
nenhum… visitante inesperado? — ela respondeu, aproximando-se de mim
no balcão, para que eu pudesse sentir o calor da sua pele perto da minha.
Gemi novamente e esfreguei a nuca.
— Eu gosto de estar em casa quando Maddie está dormindo. Mas a
porta do meu quarto tem tranca, então não seremos interrompidos novamente.
Eu prometo — adicionei, virando-me e olhando profundamente em seus
olhos.
Kate suspirou e mudou de posição. Eu praticamente conseguia ver as
engrenagens em funcionamento em sua mente. Por favor, não deixe minha
filha ser a única coisa que te impeça.
— Tudo bem — disse ela, sorrindo suavemente. — Vejo você às nove.
Logo depois que Kate saiu, chamei Maddie para começar sua rotina
noturna. Felizmente, o fato de Kate ter feito o jantar e mais meia hora extra de
brincadeira no quintal tinham sido o suficiente para cansar Maddie, então ela
ficou boazinha e obediente enquanto tomava banho e escovava os dentes.
Colocando Maddie na cama, afastei seus cabelos ainda úmidos para
longe da testa e lhe dei um beijo.
— Boa noite, querida. Tenha lindos sonhos.
— Pode deixar, papai. — Ela respondeu bocejando e rolando para o
lado. — Boa noite.
Lentamente saí do seu quarto, deixando a porta entreaberta. Ela gostava
de dormir com a porta entreaberta e a luz do corredor acesa.
Andando rapidamente até o banheiro para me refrescar, verifiquei o
relógio. Oito e cinquenta. Eu ainda tinha algum tempo para limpar a
cozinha… e talvez escovar os dentes.
Depois de colocar os pratos na lava-louças, limpei o balcão o mais
rápido que consegui antes de voltar ao banheiro. Também escovei os dentes e
verifiquei meu reflexo mais uma vez. Na minha opinião, parecia o mesmo de
sempre — mas passei os dedos pelos cabelos várias vezes para garantir.
Por que de repente eu estava nervoso?
Enquanto pensava se deveria acender uma ou duas velas para melhorar
o ambiente, ouvi uma batida suave na porta — meu pau já ficou em alerta.
Vamos lá.
Abri a porta da frente e encontrei Kate parada ali, com um sorriso
diabólico no rosto e o cabelo um ponto mais despenteado do que antes.
1
— Estava esperando que você aparecesse com um trench coat e nada
mais por baixo — murmurei, guiando-a para dentro.
Quando ela passou por mim, senti um leve cheiro de um perfume
delicioso, e não pude deixar de sorrir para mim mesmo. Pensar em Kate em
seu apartamento, a poucos metros de distância, preparando-se toda para o
nosso encontro era bem sexy.
— Um trench coat? Cara, está claro que você precisa transar mais. —
Ela riu, virando e arqueando uma sobrancelha para mim. Mesmo com uma
roupa simples, como legging e blusa de lã, ela era sexy, e eu mal podia
esperar para colocar minhas mãos em todas as curvas dela.
— Essa é a ideia. — Respondi, deslizando meu braço em volta de sua
cintura e puxando-a para mim. Fechei a porta da frente, e com uma mão em
sua cintura, deixei meus dedos passarem gentilmente pela sua bunda perfeita.
Ela arfou um pouco e abafou um pequeno suspiro.
— Não perde tempo, pelo visto. — Ela passou a mão pelo meu peito e
barriga, parando um pouco antes da protuberância crescente em meu jeans.
— Espero há muito tempo por isso — rosnei, sentindo minha
necessidade de tê-la crescer a cada segundo. Peguei a mão dela e a levei para
o meu quarto, tomando o cuidado trancar direito a porta.
Melhor prevenir do que remediar.
Quando me virei, o olhar de Kate foi para a minha ereção, impossível
de disfarçar.
— Isso é para mim? — Ela sorriu.
— Acho que você sabe que é — respondi, pigarreando.
— Venha aqui, grandão. Acho que devemos estabelecer algumas regras
básicas antes. — Ela se sentou na beira da cama e fez sinal para eu me juntar
a ela.
— OK. Em que estava pensando?
— Só quero ter certeza de que estamos na mesma sintonia em relação a
tudo. — Ela disse quando eu me sentei ao seu lado.
Minha pele ainda parecia formigar de tanto desejo, mas ela estava certa,
precisávamos conversar sobre o que estava prestes a acontecer.
— Bem… — ela disse, jogando a cabeça para trás e olhando para o teto.
— Depois daquela noite… daquele beijo quente e totalmente inesperado…
Acabei percebendo que claramente temos química. E se você está a fim de
algo casual, e eu estou a fim de algo casual, então por que negar a nós dois
algo casual poderia ser mutuamente benéfico?
Eu sorri, incapaz de não olhar para o peito dela.
— Você faz parecer que estamos entrando em uma transação comercial.
— E é meio isso. — disse ela, inclinando-se para mim. — Quando não
há compromisso, é preciso ter certeza de que cada pessoa está recebendo
exatamente o que precisa, nada mais, nada menos.
— Parece que você já fez isso antes — lancei a ela um olhar
provocante.
— Por acaso, sexo casual é meu forte — ela respondeu com uma
piscada. — Mas não, eu nunca fiz isso. Oficialmente, pelo menos. Eu sou
mais o tipo de mulher que passa uma ou duas noites com um cara. Três ou
quatro, se ele valer a pena. — Ela riu e me fez rir com ela. Pensar que ela
fazia sexo com outros homens me deu vontade de socar uma parede.
Não que eu fosse possessivo ou me sentisse ameaçado por causa de sua
experiência. Pelo contrário, ficou claro – então, mais do que nunca, que ela
sabia exatamente o que queria.
Eu, por outro lado, embora não fosse novo em relacionamentos casuais,
tinha um lado que sempre se perguntava se uma conexão como aquela poderia
se tornar algo mais sério. Algo duradouro. Alguém que amasse Maddie tanto
quanto eu amo.
Mas eu sabia que no minuto em que insinuasse querer alguém para me
aceitar totalmente — me amar e amar minha filha — Kate pegaria o primeiro
ônibus para fora da cidade. Ela não se comprometeria, e se isso era tudo o que
teria dela, então eu aceitaria o que ela me desse.
Pigarreei, percebendo que ela estava aguardando minha resposta.
— Tudo bem. — Eu disse, apoiando as mãos atrás do corpo. — Então,
o que exatamente você precisa? Quero cuidar para que você se sinta
confortável.
— Só acho que é melhor sermos sempre sinceros quando nos
comunicarmos — ela respondeu, séria. — No momento em que um de nós
começar a mentir sobre o que queremos ou evitarmos uma conversa real, é
quando tudo isso se quebra e se torna mais confuso do que precisa ser.
Eu assenti. Sinceridade. Eu poderia fazer isso.
— Concordo, plenamente. Algo mais?
— Hmm. — Ela inclinou a cabeça de um lado para o outro. — Talvez
sem passar a noite juntos? Dormir agarradinho à noite é uma maneira infalível
de pegar sentimentos.
Pegar sentimentos? Do jeito que ela falava, parecia uma doença.
— Sem passar a noite. Entendi. Além disso, com Maddie, passar a noite
provavelmente não seria uma boa ideia, de qualquer forma.
— Exatamente. — Kate assentiu, mudando sua posição na cama de
modo a ficar completamente de frente para mim. — Alguma outra regra
básica que você gostaria de estabelecer?
Eu sorri, achando o olhar dela atento no meu rosto adorável e
incrivelmente sexy.
— Acredito que seja o suficiente. Honestidade e sem passar a noite.
Inclinei seu queixo em direção ao meu, roubando um beijo doce e
quando seus lábios se abriram, aprofundei o beijo. A sensação da língua dela
explorando a minha me deixou duro de novo. Foi como se meu corpo tivesse
memória muscular e soubesse que estávamos prestes a fazer tudo de novo.
Afastando-me por um segundo, encontrei seus olhos.
— Você vai me contar se você quiser levar as coisas para um… lugar
mais excêntrico, certo? Você não vai apenas me dizer para sufocá-la no calor
do momento sem que nós dois tenhamos conversado sobre isso primeiro,
certo?
Ela riu.
— Asfixia não é bem meu fetiche, mas sim, vamos falar sobre isso
antes de entrar em novo território. Algum fetiche seu de que eu deveria estar
ciente?
— Apenas o normal. Eu particularmente gosto de oral.
— Hmm, um homem que gosta de boquetes. Estou surpresa.
Eu ri.
— Receber é bom, mas na verdade eu quis dizer dar.
Ela piscou como se estivesse surpresa.
— Ah.
— Eu tenho pensado nisso há semanas. O seu gosto, os sons que você
vai fazer. A rapidez com que eu poderia fazer você gozar para mim —
murmurei, beijando seu pescoço.
Kate soltou um gemido suave e cheio de desejo, aproximando os lábios
dos meus. Eu me inclinei e nossas bocas se encontraram num beijo quente e
suave.
Ela gemeu baixinho e nossos beijos se tornaram mais rápidos, mais
urgentes. Eu a puxei para cima de mim, abrindo suas pernas sobre meu
quadril, para que ela ficasse montada em mim enquanto eu ficasse sentado na
cama, apoiando a nós dois. Voltei a beijar seu pescoço, mordiscando
suavemente o lóbulo da orelha enquanto deslizava a mão por baixo da blusa
para soltar seu sutiã.
Assim que o fecho foi aberto, ela rapidamente puxou a blusa e o sutiã
para cima e os jogou no canto do quarto. Minhas mãos se moveram pelo seu
corpo quente, dando uma atenção especial a seus seios, massageando
suavemente e esfregando seus mamilos entre meu polegar e indicador.
Aproveitei a sensação, já que a nossa última vez tinha sido tão rápida.
Ela gemeu, arqueando a espinha e jogando a cabeça para trás. Afastei a
boca de seu pescoço, passando a língua ao longo de sua clavícula e
mergulhando em seus seios. Ela tinha um cheiro delicioso. Um perfume
feminino quente com um traço de baunilha. Sua respiração ficou pesada
quando ela começou a balançar o quadril sobre o meu, fazendo com que meu
pau ficasse mais duro a cada segundo, com o atrito das nossas roupas.
— Tire isso — disse ela, saindo do meu colo e puxando meu cós.
Depois de desfivelar meu cinto, ela desceu a calça jeans e enfiou a mão na
minha cueca para puxar meu pau.
Nós nos beijamos de novo, mais rápido e mais intensamente do que
antes, fazendo com que eu soltasse gemidos e rosnados baixos, enquanto Kate
passava a mão ao longo do meu pau.
Jesus. Já fazia um bom tempo que uma mulher não me masturbava.
— Isso é incrível.
Enquanto ela continuava com o movimento, tirei minha camisa e a
joguei de lado. Nós nos deitamos na cama, gemendo e respirando com
dificuldade, e eu enfiei a mão dentro da calça dela e, com meus dedos, logo
encontrei o calor e a umidade entre suas coxas. Passei meus dedos,
esfregando delicadamente.
— Você está muito molhada — sussurrei, minha voz rouca devido ao
incrível movimento que ela fazia.
— E seu pau parece uma pedra — ela sussurrou de volta. — E eu tinha
me esquecido de como seu pau é bonito.
— Bonito? — A palavra interrompeu o movimento dos meus dedos.
Ela riu, olhando para a mão e diminuindo o movimento que fazia.
— Sim. Veja.
Enquanto a mão dela deslizava pelo meu pau duro, olhei para baixo,
tentando ver o que ela via. Um pênis vermelho de vinte centímetros de ereção
e grosso, a ponto de os dedos dela nem mesmo conseguirem se fechar ao
redor dele. Mas bonito? Não era para tanto.
— Alteração no nosso acordo. Não vamos usar a palavra “bonito”
nunca mais em relação a qualquer uma das partes do meu corpo, muito menos
para o meu pau — disse, pressionando meus lábios nos dela.
— Combinado.
Eu podia ter ficado assim para sempre, nós dois indo devagar,
aproveitando o prazer mais do que tínhamos feito antes. Mas era nossa
primeira vez fazendo sexo sem interrupções, e não deixaria que tudo
terminasse com uma punheta.
Eu me afastei dela, fiquei de pé e me livrei de meu jeans. Inclinando-me
lentamente, tirei a legging de Kate, saboreando cada momento enquanto
revelava cada vez mais a sua pele macia e firme.
— Você é tão sexy — murmurei, observando-a antes de me deitar com
ela na cama.
Eu estava mais do que pronto para a noite que estava esperando desde a
primeira vez em que colocado meus olhos nela.
Kate
Olhei pela janela, procurando algum sinal de Hunter. Era dia de sol, e eu
esperava que ele estivesse do lado de fora brincando com Maddie ou
cuidando do quintal. Não o via desde a venda de bolos e não conseguia tirá-lo
da minha cabeça.
Tentei meditação e yoga, mas depois da minha primeira posição de cão,
eu desisti. Até considerei sair para correr, mas decidi que não estava tão
desesperada assim para esquecê-lo.
Algo me incomodava por dentro, me deixava desconfortável, mas não
conseguia identificar o que era e o porquê. Pensei, que talvez, se pudesse vê-
lo, finalmente seria capaz de me concentrar e descobrir o que estava
acontecendo. Quando tentei me distrair com o trabalho, minha mente
continuou à deriva, então decidi limpar a cozinha.
Normalmente, a limpeza e a organização me relaxam, mas quando
terminei de limpar as bancadas, estava mais ansiosa. Sim, nós tivemos
momentos ótimos na venda de bolos, mas de repente eu estava me sentindo
meio louca.
Coloquei os pratos na máquina e peguei o frasco de detergente,
percebendo que estava olhando fixamente para o nada — vagando
completamente por vários minutos. Depois de fechar a máquina, apertei start
e fui embora, determinada a tirá-lo da minha cabeça.
Poucos minutos depois, eu me sobressaltei… havia espuma por toda
parte.
Porra. Estou perdendo o controle. Respirei fundo, preocupada por não
estar mais neurótica, e sim, psicótica. Fosse o que fosse, eu tinha uma cozinha
cheia de espuma e água que precisava ser limpa.
Sim, queria, sim, chamar a atenção de Hunter, mas não dessa maneira.
Havia apenas uma coisa que eu poderia fazer — chamar Hunter. Ele
chegou em alguns minutos, lindo e sexy vestindo jeans e camisa branca, que
ficava perfeita em seus braços musculosos.
— Merda — disse ele quando entrou, largando sua caixa de ferramentas
no chão. A cozinha estava cheia de água e bolhas de sabão.
— Eu sinto muito. Não tenho ideia do que aconteceu. — Fiquei atrás
dele, enquanto examinava a máquina. Ele parou, a abriu e verificou o que
ocorria lá dentro.
— Está tudo bem, só foi detergente demais — disse, se levantando. —
Quanto você colocou?
Dei os ombros, sem querer admitir que estava tão distraída pensando
nele a ponto de ter despejado meio frasco de detergente lá dentro.
— Sinto muito por incomodar você. Só fiquei preocupada que tivesse
quebrado a máquina ou algo assim — sorri, me desculpando, esperando que
ele não me achasse uma completa idiota que não sabia usar uma lava-louças.
— Sem problemas. Eu não estava fazendo nada — passou a mão pelo
cabelo, fazendo com que seu bíceps se flexionasse.
Prendi a respiração e me forcei a desviar o olhar.
— Eu acho que vou limpar tudo — peguei um esfregão e algumas
toalhas. — Obrigada novamente pela ajuda.
— Posso ficar por aqui e ajudar.
— Você tem certeza? Não quero acabar com a sua tarde.
— Você não acabou com nada. Maddie está brincando na casa de uma
amiga e só volta daqui meia hora.
Deixei o esfregão de lado e joguei uma das toalhas para Hunter.
Esfregar o chão da minha cozinha não era a atividade física que eu tinha em
mente para nós — nas minhas fantasias.
Logo após terminarmos de limpar a bagunça, Hunter se agachou para
inspecionar nosso trabalho. Ele limpou o suor da testa, e sua camisa se
levantou levemente, revelando seu abdome definido. Ele parecia ter saído de
um comercial de desodorante.
— O que foi? — Ele sorriu.
Droga. Fui pega babando por ele.
Antes que tivesse tempo de processar o que estava acontecendo, estava
rastejando pelo chão para me ajoelhar na frente dele. Sem dizer nada, Hunter
levantou meu queixo e uniu nossas bocas em um beijo ardente. Quando
entreabri meus lábios de modo convidativo, sua língua deslizou contra a
minha.
Deus, esse homem. Ele era a perfeição.
Suas mãos agarraram meu quadril, puxando-me para mais perto
enquanto sua língua acariciava a minha. Então, ele me puxou para cima,
enquanto se sentava no chão.
Quando nos beijamos, deslizei minha mão por seu corpo, pressionando
seu pau sobre a calça jeans. Ele gemeu quando coloquei a mão para dentro,
envolvendo-a em torno dele e acariciando lentamente até que pude senti-lo
pulsando em minha mão. Ele era tão grosso que eu não conseguia fechar os
dedos ao redor dele, e ele soltou grunhidos baixos enquanto eu o acariciava
— apertando ainda mais forte e passando o dedo sobre a cabeça sensível.
— Porra — ele grunhiu, levantando o quadril em direção ao meu toque.
— Eu quero você — murmurei.
— Tire a roupa — sua voz era um grunhido áspero e fez meu corpo se
arrepiar.
Enquanto Hunter arrancava a camisa e empurrava os jeans e a boxer
para baixo, eu tirei a minha roupa. Em seguida, ele levantou minha blusa,
pegando o fecho do meu sutiã e liberando meus seios.
Ele me beijou novamente, enquanto segurava meus seios com as mãos,
acariciando-se delicadamente. Beliscou um mamilo com os dedos e eu fechei
meus olhos, sentindo a sensação se espalhar por meu corpo e descer entre
minhas pernas — e sabia que já estava molhada. Ele se moveu para o outro
seio e soltei um gemido baixo.
Estendi a mão para tocá-lo novamente, e senti-lo tão comprido e grosso
me deixou ainda mais louca de desejo. Me movi para ficar em cima dele,
passando as pernas em volta de sua cintura, deslizando para a frente até sua
ereção pressionar meu ponto central.
Balancei meu quadril contra ele, sentindo-o pressionar-se contra mim
mais um pouco. Ele me puxou com força, sua mão segurando meu cabelo na
parte de trás da minha cabeça, enquanto continuava a me beijar.
Incapaz de resistir por muito tempo, recuei e sussurrei:
— Preciso de você dentro de mim.
Ele me levantou novamente, uma mão segurando meu quadril e a outra
minha bunda, então nos abaixou no chão. Gemi de prazer quando ele
pressionou o pênis contra minha vagina úmida, esfregando apenas a ponta de
seu pau em mim. Gemi seu nome baixinho, empurrando meu quadril para a
frente, em busca de mais. Ele continuou a me provocar, pressionando apenas
a ponta o tempo todo, enquanto eu me contorcia embaixo dele. Passei as mãos
por seus ombros, tentando me aproximar ainda mais.
— Preservativo? — Ele perguntou.
Em circunstâncias normais, eu teria me sentindo constrangida por sair
correndo nua até meu quarto na frente de um homem, mas nada naquela
situação era normal. Eu queria ele. Bem aqui. Agora mesmo.
Segundos depois, voltei com o preservativo.
Hunter se preparou e depois me puxou para perto novamente. Olhando
em meus olhos, por um momento antes de entrar em mim, movendo-se mais a
cada impulso. Respirei fundo quando ele se enterrou em mim, cravando
minhas unhas em seus ombros.
— Você é tão gostosa — disse ele, com a voz baixa e rouca, enquanto
se aquietava, aproveitando a sensação de estar enterrado em mim.
Ele segurou minha bunda, empurrando-se ainda mais fundo. Ofeguei, e
cada parte do meu corpo se apertou. Fechando os olhos, eu gritei, fazendo
meu quadril se balançar contra ele. Nós estávamos tão frenéticos. Não tinha
certeza se era porque sua filha estaria em casa a qualquer momento ou porque
estávamos tão desesperados um pelo outro.
— Hunter — gemi, respirando fundo com o prazer me tomando o corpo
todo.
Minutos depois, um forte orgasmo me tomou, roubando meu fôlego e
fazendo meu corpo se contrair com força.
— Nossa, nossa. Porra — ele gritou, ainda estocando em mim. — Vou
gozar.
— Sim — gritei, puxando seu quadril contra o meu.
Sua respiração mudou e ele enterrou o rosto em meu pescoço enquanto
gozava. Nós respiramos ofegantes por alguns minutos, nossos corpos
escorregadios de suor. Hunter se abaixou e afastou o cabelo da minha testa
enquanto me aproximava dele.
— Nossa, isso foi inesperado. — Ele sorriu para mim e me deu um
beijo suave nos lábios.
— Sim, quando vi, já tinha acontecido — eu ri.
Assim que ele me ajudou a me levantar do chão, nós juntamos nossas
roupas e Hunter jogou o preservativo fora, lavando as mãos na pia.
Parei ao ouvir o som de um carro parando na entrada da garagem e
então, uma porta se abriu.
— Merda. Acho que Maddie chegou. — Ele sorriu desculpando-se
enquanto espiava pela janela.
— Não precisa se desculpar — eu disse, me vestindo rapidamente. —
Obrigada por consertar a máquina de lavar louças… e o resto do meu
encanamento. — Sorri para ele, enquanto ele vestia as roupas.
— Conte comigo quando precisar — ele riu. — É só me ligar se
precisar de ajuda com isso ou qualquer outra coisa, de novo.
Hunter se dirigiu para a porta e depois se virou.
— Além disso, gostaria de agradecer novamente por tudo na venda de
bolos. Significou muito para Maddie.
Eu sorri, tocada ao ouvir que ela tinha gostado.
— Claro, foi divertido para mim também.
Ele olhou nos meus olhos por um momento e meu coração se acelerou.
Como ele fazia isso? Era como se toda vez que olhasse para mim, eu me
esquecesse de tudo, menos dele. Depois de um último sorriso caloroso, ele se
virou e desceu as escadas.
Assim que fechei a porta, me inclinei contra ela e deslizei para baixo,
fiquei sentada no chão. Cobri a cabeça com as mãos. O que era aquilo? É
assim que outras pessoas fazem? Estragam a máquina de lavar louças para
chamar atenção de um cara?
Não podia negar. Eu sabia por que estava perdendo a cabeça.
Não queria que Hunter namorasse outras pessoas.
A verdade estava ali, fria, dura e feia. Estava chateada por ter falado
para ele que não havia problema se ele saísse com outras mulheres da escola
de Maddie.
Eu gostei de cozinhar com eles… gostei muito. Era bom estar perto
dele, e não apenas por ele saber o que fazer no quarto. Eu até gostei de sair
com Maddie, agora que estávamos nos entendendo.
Eu me levantei e olhei pela janela, sem saber como lidar com a minha
situação.
Merda. Eu estava fodida. Nunca tinha me sentido assim antes, tão louca
e desesperada por um cara com quem estava fazendo sexo.
Era assim que outras mulheres se sentiam quando gostavam de um
cara?
Não sabia exatamente o que estava acontecendo entre nós, mas não
esperava por essa reviravolta.
Hunter
6 meses depois
[←1]
trench coat é um estilo de casaco, normalmente usado em épocas de frio e como um
sobretudo.