APRESENTA
UMA VEZ
AMOR
SÉRIE PASSADO DESPEDAÇADO
CECY ROBSON
EQUIPE PL
TRADUÇÃO: BELLA R.,ANJINHO, TATTY
9 ANOS DE TRADUÇÃO
Por favor, não publicar o arquivo do livro em comunidade de redes
sociais, principalmente no Facebook!
A equipe do PL agradece!
1
RA: Abreviatura para "residentes assistentes".
4
— Nop, ainda não, Alice. Mas não se preocupe, Lety
não tem nenhuma chance contra meu rápido raciocínio e
meu épico encanto. — Afirmou com seu sorriso de um milhão
de dólares. — Não é mesmo, pequena?
5
primeira fila para que presenciasse o quão realmente
arruinada minha família estava. Mas agora as coisas eram
diferentes. Novo ano escolar, novas oportunidades, um novo
começo. Sorrio de novo, pensando sobre nossa conversa da
noite anterior, talvez ele tivesse razão, talvez ainda houvesse
esperança para nós.
— Que cara...?
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ficar de pé. Ele jogou um braço para trás golpeando um
policial no rosto e deu uma joelhada na virilha do outro.
7
Pressionei minha mão livre sobre a boca, tentado
não chorar diante seu apoio ou da lembrança daquele dia.
Por enquanto, eu estava a salvo. Os vidros escurecidos
ofereciam privacidade e me mantiveram escondida. Mas
fracassaram em esconder a realidade acontecendo logo
abaixo.
8
CAPÍTULO 1
Deixei o vestiário rapidamente. Falei apenas com
alguém da minha equipe de remo e embora ninguém
houvesse dito nada diretamente, estava consciente de cada
olhar, de cada sussurro. Apesar dos esforços da reitora, os
estudantes descobriram que o homem detido no dia anterior
era meu pai. Queria gritar. Carlos sempre quis me humilhar e
conseguiu. Bastava juntar seus punhos à humilhação, então
tudo estava perfeito para ele.
9
As três fecharam suas bocas. Para elas era fácil
falar, seus pais não vieram ao campus totalmente fora de
controle. Eles não eram ex-presidiários que estavam fora da
prisão. E os pais delas não passaram uma vida inteira
machucando-as. Eu não podia dizer o mesmo.
10
Com exceção de mim.
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anterior e da atenção negativa que trouxe sobre mim, eu
realmente amava estar aqui, preferia a localização remota do
campus do que as ruas barulhentas da Filadélfia e sua
desagradável agitação.
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de nosso primeiro ano. Ele se apresentou como apenas Brody
poderia, jogou uma bola de papel amassada na minha
cabeça. Encarei-o por cima do meu ombro.
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repentinamente cansada. Deixei o atalho depois de cinco
minutos de caminhada e cruzei a estrada. Não estava pronta
para ir ao meu quarto, então virei para o pequeno jardim de
reflexão no topo da colina. Sentei em um dos bancos de
madeira, permitindo que minha mochila caísse sobre o meio-
fio de cascalho. Gostava do lugar e o visitava frequentemente,
ele me dava uma sensação de calma que sempre ansiei desde
menina. Simples, fácil, não era algo que eu tivesse que
procurar debaixo da minha cama quando estava assustada.
2
National Collegiate Athletic Association ou NCAA é uma associação composta de
1281 instituições, conferências, organizações e indivíduos que organizam a maioria
dos programas de esporte universitário nos Estados Unidos.
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deveria ficar tão surpresa. A equipe corria no perímetro do
campus no final de cada treino e terminava onde os atalhos
do campo se abriam para os ginásios esportivos.
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— Não importa, Isaac, você não é o primeiro menino
que... espere, não importa, provavelmente você é. Mesmo
assim, não há nada do que envergonhar-se, amigo, apenas
siga fazendo sua coisa... E da próxima vez tente com os
velhos episódios de Baywatch em vez de desenhos animados,
pode ser que seja menos horripilante.
— Dia difícil?
Suspirei.
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— Até mesmo comigo? Nós costumávamos conversar
sobre tudo, lembra? — Ele deixou escapar um suspiro
quando não respondi. — Letz, pensei que estávamos
chegando em algum lugar.
— O que mudou?
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Minha cabeça baixou. Não era o tipo de garota que
chorava muito. Mas quando se tratava dele, era impossível
lutar contra as lágrimas. Alguém como Brody nunca deveria
se apaixonar por alguém igual a mim. Eu era a minoria do
lado errado da cidade. Ele o atleta popular que vinha da
riqueza, sobre quem todas as garotas bonitas e livres de
drama, esperavam ter a oportunidade de se lançar.
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— Acha que foi fácil para mim te deixar ir? Você não
foi o único machucado. Chorei cada dia durante um mês
quando terminamos.
19
Gemi baixinho, enquanto retribuía sua
demonstração de afeto com a mesma força e entusiasmo.
Deus, senti saudades dessa boca. Nosso beijo se intensificou,
transformando-se em algo mais. Tomamos nosso tempo,
como se nada mais importasse. Quando finalmente nos
separamos, ambos estávamos ofegantes.
Sorriu.
Baixei o olhar.
20
— OH sério, vi todas as garotas se oferecendo para te
ajudar com seu dilema.
Levantei as sobrancelhas.
— Esqueci de alguma?
Sorriu.
— Wendy Jenner.
21
Vibrato animado. — Riu quando falou, mas logo sua
expressão ficou sombria. — E para que conste, nenhuma
delas significou nada, são apenas algumas garotas com as
quais saí algumas vezes.
Sorri brandamente.
22
— O que não funcionou?
23
Afrouxando o aperto, deixou seus braços caírem,
inclinando a cabeça para um lado.
— Esqueça.
— Brody...
Levantei-me.
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Ele riu baixinho e me atraiu de novo contra seu
corpo.
— O que aconteceu?
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Batendo meu dedo na parte posterior do celular,
debati-me entre lhe contar ou não.
— Malditos imbecis.
Ele bufou.
26
— Chutei o cascalho. — Pode ser necessário arrumar outro
trabalho.
— Lety...
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CAPÍTULO 2
Sentei no escritório da reitora Riley na manhã
seguinte, mal me movendo enquanto a via mexer em sua
papelada.
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— Reitora Riley, sei que não costumam permitir que
os RA tenham um emprego adicional, mas não posso
continuar na escola se não conseguir outro trabalho.
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tentei discutir. — Tem que abrir mão de alguma coisa se for
essa opção. Não pode administrar tudo.
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plano de segurança no dia em que Carlos foi detido para o
caso dele aparecer de novo. Um psicopata drogado com
cocaína não era algo com o qual a polícia do campus já
tivesse trabalhado, e no meio do caos ninguém se lembrou de
ler seus direitos, meu pai já estava fora da cadeia, e ainda era
uma ameaça.
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— Olá, menina. Como está?
3
AEC: Auxiliar de enfermaria certificado. Nos Estados Unidos, o assistente ou auxiliar de enfermaria
certificado (CNA, por suas siglas em inglês Certified Nursing Assistant), tipicamente trabalha em uma
casa de idoso ou hospital e leva a cabo as tarefas da vida diária para os idosos, pacientes com doenças
crônicas ou pacientes em reabilitação que não podem cuidar de si mesmos.
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— Você teria que substituir, em algumas noites,
outra pessoa de nossa equipe da escola de enfermagem. O
trabalho requer cuidar de um homem paraplégico e de seu
filho caçula com necessidades especiais. Entretanto, o salário
é bom.
— Por que?
— Ah. Sim.
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Desliguei me sentindo mal do estômago,
perguntando quando poderia agendar uma entrevista. Os
alunos do segundo ano estavam programados para se
mudarem para o Heights, a fileira de casas na colina
amanhã, fiquei responsável por três casas e minha
companheira da RA Alice, estava com duas ao meu lado.
Tínhamos que cumprir nossa residência essa noite, então
isso só me deixava hoje.
Merda.
34
Desviei de outro grupo de estudantes, e depois
reduzi a velocidade para me sentar em um banco sob a
sombra de um olmo. Procurei em minhas anotações até que
encontrei o número que Rodrigo me deu, respirei fundo e
liguei.
35
novidade que ninguém mais conseguiu o trabalho antes de
mim. Quando ele finalmente comprovou que eu não era
nenhuma idiota, permitiu que nos reuníssemos na residência
dos Moore.
4
Trabalhadores de pescoço azul: Do inglês blue colar, é um termo que se utiliza para designar os
indivíduos que compõe a parte mais baixa da hierarquia das empresas; em particular com frequência
executantes tarefas manuais e como operários, opostos aos chamados de pescoços brancos, os que
fundamentalmente englobam os dirigentes e outros membros superiores administrativos e técnicos.
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eventualmente teria que se defender ou arriscaria ser comida
viva.
37
fileiras de carvalhos antigos e um salgueiro chorão ocasional
lutando por espaço.
— Sim?
38
— Aonde devo ir?
39
carpa do tamanho de um gato serpenteava ao redor das
folhas de lírio, tentando morder. Pisquei ante as enormes
portas de madeira escura na minha frente. Ou isto era de
tudo legítimo ou o Drácula e seus seguidores alimentariam
estes peixes horripilantes com meus restos depois que
terminassem de me chupar como uma manga.
40
O Dr. Frenen me saudou do alto de uma extensa
escadaria. A dimensão e arquitetura interior eram tão
impressionantes que sequer notei que ele estava ali, até que
me saudou.
41
— Certo. — Entregou o código de uma forma que o
menino não entenderia. Marquei 7—8—9—1 e a porta se
abriu.
42
mais forte quando fiz de novo. — Nós vamos nos divertir não
é mesmo amigo?
Assenti.
43
— Então há como oxigená-lo e se for necessário
realizar uma RCP5 até que chegue ajuda?
— Exatamente.
5
A reanimação cardiopulmonar (RCP) ou reanimação cardiorrespiratória (RCR)
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obviamente deteriorado devido à cânula de traqueostomia e
sua paralisia limita sua independência.
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— Por favor, chame-me de Dionna. — Riu ante a
insistência de Tommy. — Parece que meu bebê está um
pouco encantado por você. — Ela ajoelhou e estendeu seus
braços. — Vamos, Thomas, venha com a mamãe.
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Um homem em uma cadeira de rodas eletrônica
esperava perto do centro do quarto, observando-me com
atenção. Um computador portátil estava colocado sobre a
mesa por cima de seu colo e um fone de ouvido com um
microfone estava preso ao redor de sua cabeça. A cor cinza
salpicava seu cabelo escuro e costeletas. De acordo com a
documentação, o Sr. Moore tinha apenas cinquenta e seis
anos, mas sua forma descarnada, rosto gasto e suas
profundas rugas o faziam parecer muito mais velho.
47
— Edward, eu gostaria de lhe apresentar a Lety. A
agência a enviou como possível candidata para cobrir o Roger
durante as horas que ele não estiver disponível.
— Tommy, não!
48
Talvez não devesse tê-lo feito, mas fui em busca de Tommy e
o puxei em meus braços.
49
— Está tudo bem. — Toquei o nariz do Tommy,
fazendo-o sorrir. — Ele apenas acabou de ter um pequeno
susto. Certo, amigo?
50
mim, provavelmente, esperou que Dionna ajudasse seu filho.
Ele suspirou e colocou sua mão sobre o ombro do Sr. Moore.
51
CAPÍTULO 3
O sol estava pintando os rios brilhantes de vermelho
e ouro através das nuvens no momento em que deixei a
residência dos Moore. O Dr. Frenen e eu cobrimos toda a
extensão dos meus deveres, os quais incluíam a alimentação
do Sr. Moore e do Tommy, ligar para ele se sentisse alguma
mudança na saúde de ambos conforme as avaliações diárias.
Com a permissão do Sr. Moore, examinei-o para estabelecer
uma base. Devido a sua paralisia, mesmo as mudanças mais
sutis poderiam indicar uma doença iminente. Ele me
informou, que minha avaliação não incluiria nada acima dos
joelhos ou abaixo da cintura. Fiquei bem com isso. Também
estava bem que outro assistente, Roger desse banho nele. O
homem ainda tinha seu orgulho, depois de tudo.
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deixei o toque tão alto. Felizmente, ninguém ligou durante
minha entrevista.
Sorri.
— Sério?
— Não.
53
— Beijo muito a minha esposa, não que seja da sua
conta, sua intrometida.
— Sim.
— Sinto muito.
54
as contas médicas quando ele a machuca? Sou eu. Estou
cansado disso... e de todo o resto que tem feito a nós. Mas se
eu não a ajudasse, quem faria?
55
Sofia precisam ficar atentas, está me ouvindo? — Acelerei
enquanto deixava os cervos para trás de mim.
Téo amaldiçoou.
56
— Eu não disse que está certo, apenas que ela não
pensa como você. Fique grata por ser mais esclarecida e não
vai cometer os mesmos erros.
— Não— Respondeu.
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— E você a ama.
— Sim, eu a amo.
— Não será.
58
quatro anos, Teo tinha apenas nove anos. Meu irmão saltou
diante de mim e recebeu o restante dos golpes do Carlos,
depois se deitou comigo toda a noite enquanto eu chorava.
— Sim. Eu também.
59
Meu coração pulsava com o quanto eu odiava o
Carlos. Cambaleei ao sair do carro, fechando a porta um
pouco mais forte e me dirigi para minha casa. Os arbustos
plantados sob as janelas do primeiro andar eram pequenos e
deliberadamente podados. Havia uma fila de carros
estacionados em frente às casas a minha esquerda e a minha
direita. Embora o campus fosse relativamente seguro,
mantive meus olhos abertos e corri para minha casa.
60
— Olá, tive que arranjar outro trabalho, então
preciso reorganizar meu horário, podem me ajudar?
Piper respondeu.
61
garfada e outra, trabalhando para reorganizar minha agenda
e conseguir encaixar os Moore. Quando terminamos, lavamos
as mãos e Piper pegou os picolés no freezer do meu mini
frigorífico.
Encolhi os ombros.
62
Deixando de lado nossa amizade, de maneira
nenhuma eu admitiria para elas que minha virgindade se
mantinha firmemente em seu lugar... ou que nunca fiz sexo
oral em ninguém. Brody e eu nos beijávamos e brincávamos,
mas ele nunca me pressionou para fazer nada. De alguma
forma chegou a equivocada conclusão de que meu último
namorado me machucou. Não, meu último namorado era
apenas um imbecil e o último homem na terra com o qual me
deitaria. Por mais estranho que parecesse, planejei transar
com o Brody na noite em que terminamos, mas em vez de
passar uma noite especial como era minha intenção,
terminamos nossa relação e seguimos caminhos diferentes.
Puta merda.
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Alice empurrou seus óculos de volta para seu rosto.
— OH.
— O quê?
64
Então Piper mostrou, e santo Deus, seu picolé não
tinha nenhuma chance. Tentei não olhar, juro por Deus que
tentei, na maior parte, acredito que disfarcei bem. Mas não
vou mentir, meu cérebro fez anotações tão bem detalhadas,
como se dependesse apenas disso para resolver a fome
mundial e acabar com o aquecimento global.
— Como?
— Sério?
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Meu rosto quente respondeu por mim. Sim, Brody
era bem "dotado" em mais de um sentido.
— Olá— Disse.
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— Como vai?
67
— Estou voltando do restaurante Coopersburg.
Vimos você na janela quando passamos e queria ver o que
estava fazendo.
Fiquei gelada.
— Viu-nos da janela?
— Sim... porquê?
Piper falou.
— Isso é genial.
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Quando levantei meu rosto carmesim, Brody olhava
para mim sorrindo.
— De que maneira?
Fiquei boquiaberta.
— Não!
— Vamos.
— Passear.
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Brody moveu seu polegar contra minha palma.
70
CAPÍTULO 4
Brody esfregou a parte inferior das minhas costas,
enquanto tomávamos o atalho para fora de Heights e
atravessamos a rua, pegando o caminho que conduzia aos
edifícios principais e aos dormitórios masculinos.
— Tudo bem?
— Dentro do razoável.
71
deixávamos o grande edifício atrás de nós, Brody finalmente
falou.
Encolhi os ombros.
72
As sobrancelhas franzidas de preocupação do Brody
o impediram de retribuir o sorriso.
Eu me aproximei.
73
Brody fez uma careta.
— Cristo, Lety.
74
— Mesmo vindo de alguém que jamais te
machucaria?
Não queria brigar com ele, mas meu tom foi firme.
— Sim, penso.
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— Estou dizendo que posso te entender muito mais
do que acredita.
— Tudo bem.
76
— Está tudo bem?
— Mais ou menos.
77
Brody bateu seus dedos contra o degrau.
78
controlar a raiva, mas era difícil mantê-la dominada. — Seu
olhar se prendeu ao meu. — Logo depois te conheci não ficou
tão difícil.
— Porquê?
79
acalmá-lo. Brody e seus amigos de lacrosse começaram uma
briga com uma equipe rival em uma festa fora do campus. No
momento que seus melhores amigos o levaram miserável de
volta para seu quarto e eu cheguei lá, ele estava no banheiro
vomitando suas tripas. Fui embora, pensando que faria mais
mal se eu ficasse do que bem. Mas a julgar pelo seu estado de
humor negro, parecia que Brody precisou de mim.
80
— Apesar de causar apenas dor?
81
— Sim. Preciso escutar.
Brody congelou.
— Letz...
82
golpes, maus tratos e abusos verbais que em alguns dias
sequer entendo como cheguei tão longe.
83
Fiquei de pé e avancei para a lateral do campo.
Brody fez uma breve pausa antes de me seguir pelo caminho
do bosque. A escuridão me envolveu enquanto eu entrava,
mas a lua cheia provia luz suficiente. Meus olhos não
levaram muito tempo para ajustar, e não levou muito tempo
para as lágrimas derramarem. Amava Brody. Sempre amei.
Apenas queria ser a garota especial que lhe daria tudo o que
precisava.
84
— Brody...
Tentei me afastar.
85
Suas mãos viajaram até segurar em meus quadris.
Exalei de repente quando me apertou contra uma árvore, sua
língua acariciando a minha prazerosamente, enquanto meus
ombros se empurravam contra o tronco rugoso. Ele gemeu
quando aumentei a profundidade do beijo, o calor
construindo-se com rapidez entre nós. Deixei sua boca para
gemer e tomar seu pescoço com meus dentes, deixando
mordidas até a base fazendo com que Brody empurrasse mais
forte contra mim.
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Minha cabeça caiu para trás, golpeando contra a
árvore. Não me importei e gemi mais forte, perdendo o
controle e o que restava do meu equilíbrio, caímos e fomos
rolando pelo chão, meu comprido cabelo varrendo as agulhas
dos pinheiros e as folhas secas soltas. Brody se acomodou
sobre mim, beijando-me no pescoço e brincando com meus
peitos.
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Uma horda de estudantes passou bem em frente a
nós quando terminamos de nos vestir, seus copos de plástico
derramando cerveja enquanto brindavam.
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sorriu da maneira que eu tanto adorava. Amava-o. Realmente
o amava. Não era justo que não pudéssemos ficar juntos.
— Adeus, linda.
— Adeus, Brody.
— Sim, Brody.
89
CAPÍTULO 5
Os veteranos se mudaram no dia seguinte. Eu me
reuni com dezoito garotas que estariam sob minha supervisão
e expliquei minhas regras: não façam nenhuma merda e não
se meterá em nenhum problema. Depois fui até a casa da
Alice para ajudá-la com seu grupo de doze.
— Não.
Limpou a garganta.
90
— Temos muito do que falar, então por favor fiquem
confortáveis. — Uma vez mais limpou a garganta e nem
sequer começou a ler. — Está bem, vamos começar com
nossa política de reciclagem.
91
Alice franziu o cenho.
Philly bufou.
92
não tiverem vinte e um anos, não bebam na nossa frente,
saiam da escola, há um monte de festas para escolher na
cidade. Não sejam estúpidas. Levem alguns amigos. Façam
um pacto: vão juntas e voltem juntas. Revezem-se para ser o
motorista da noite, vocês são as responsáveis pelos danos
causados à propriedade pública e privada, e são responsáveis
pelas ações de seus convidados. Comecem uma briga, e
terminaremos ela por vocês no escritório do diretor. E pelo
amor de Deus, reciclem. — Fiquei de pé. — Alice e eu
estaremos aqui se precisarem realmente de nós, mas se nos
incomodarem, faremos de suas vidas um inferno. Alguma
pergunta?
Silêncio.
Ela sorriu.
— Obrigado, Lety.
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guardado que faria isso. Era minha maior vergonha e algo
que Carlos usava com frequência para me ameaçar.
Merda.
94
Brody Quaid se movia com uma perfeita
musculatura, força e coordenação. Um gol. Dois gols. Todos
um minuto atrás do outro.
— Porquê?
95
— Ela precisava de mim, Lety. Não posso deixa-la
sozinha.
96
Deve ser por causa dos golpes que recebeu na
cabeça, assumi. Levantei o olhar quando o treinador soava o
apito, esperando que Sofia dissesse algo mais. Os jogadores
de lacrosse caíram na grama em posturas perfeitas para fazer
flexões, contando e movendo seus grandes corpos em
uníssono.
— Lety, odeio ter que lhe pedir isso, mas tem pouca
comida, e como disse, ela não pode trabalhar como estava
acostumada a fazer. — Sua voz implorou quando não
respondi. — Posso ajudar um pouco, mas mamãe é muito
orgulhosa para pedir ao Teo.
97
pouco. O extra não era muito, apenas uma economia para os
gastos que pudessem surgir.
— Lety?
— Está bem.
— Olá, Lety!
98
Alguns dos meus amigos da minha antiga equipe
gritaram comigo em seu caminho para o lago; depois foi a
equipe de animadoras de torcida agitando suas saudações.
Devolvi-as. Como tantas vezes antes, forcei um sorriso,
fingindo que minha vida estava bem, mesmo que não
estivesse.
99
CAPÍTULO 6
Tommy se atirou em meus braços, quase caindo
quando tentou pular.
100
— Estou com problemas para controlar a minha
temperatura— apontou entre longas respirações.
Vacilou.
— Muito bem.
101
— Está bem, enfermeira Ratched.
102
estava uns vinte e sete graus. Perguntei-me como estaria o
treino do Brody com este calor e esperava que ele estivesse
bem.
Sorri.
— É tão óbvio?
103
menino, ele ficou perto de mim, arrastando-me ao seu lado e
apontando as flores com entusiasmo, como se visse suas
cores de amarelo, laranja, lavanda e rosa pela primeira vez.
— Sim, porquê?
104
rochas estavam limpos, seminovos, quase não foram usados.
Tommy me surpreendeu afastando-se lentamente.
105
lembrou a Saint Jude, mas essa era uma das melhores áreas,
ainda havia um monte de terra de sobra.
— Let—tee.
106
de dor e o tom de sua pele mudou de vermelho para um
arroxeado profundo. Ele não conseguia respirar... o
respirador estava falhando e impedindo-o de respirar!
107
estamos aqui? — Perguntou através de profundas inalações.
— Ou está economizando seu mais criativo e delicioso
repertório para depois do jantar?
— Com você?
— O que exatamente?
108
— Seu humor se dissolveu lentamente, mas ele se esforçou
para manter o sorriso. — Não é algo que eu faça muito agora.
— Rir?
— Sim.
Sorri.
109
sobrancelha. — Vamos lá, é isso o que eu teria desejado na
sua idade. E você?
110
CAPÍTULO 7
A irmã Marguerite, nossa bibliotecária da Gestapo,
patrulhava os corredores, seu carrinho cheio até a beirada e
uma grande enciclopédia no topo da pilha. Meus dedos
teclam rapidamente, tentando montar um plano de estudos
com minhas melhores amigas e companheiras da escola de
enfermagem. Tínhamos tido nossa primeira semana de aulas
e os requerimentos já pareciam entristecedores.
111
comigo que é o mesmo exame do ano passado, haverá pelo
menos dez perguntas relacionadas a cada uma.
— Olá, mandão.
112
— Olá, Brody. — Cantaram juntas, dando-me olhares
conspiratórios.
Empurrou-me brincando.
113
— Mas não vou à casa da Lety para conversar, irmã.
114
— Rezarei algumas Ave Marias por ele também. —
Ofereci.
— Eu sei.
— Deus, Brody.
— Eu amei, obrigado.
— Mesmo?
115
Sorri.
— Sim.
— Já jantou?
— Ah, n—não.
— Jantaria comigo?
116
Coloquei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha e
deixei que meu dedo arranhasse seu pescoço, mantendo o
olhar travado no dele.
— Eu adoraria.
117
— O que é isto? — Perguntei quando desligou o
motor.
— Astronomia, é?
— É claro.
— Tem certeza?
118
— Aquela solitária bem ali?
— Sim.
— As estrelas piscam.
119
Apontei para ele.
— Um. Não.
120
bobas. Meus braços cruzaram sobre meus peitos e olhei para
o painel de comando.
121
multidão. Brody o golpeou por isso, sem se preocupar quem
era, com quem estava ou que fosse alguns anos mais velho.
122
— Senti tanta falta de você. — Sussurrou contra meu
ouvido quando gemi.
123
minhas pernas. Girei meus quadris, incapaz de acalmar a dor
que acompanhava minha excitação.
124
Não sabia dizer quantas vezes cheguei ao orgasmo,
um seguido do outro. Quando finalmente as coisas se
acalmaram, desabei contra ele que tirou seus dedos para me
abraçar.
— Não.
— Não está?
125
Brody beijou ao longo do meu queixo na pequena
marca detrás de minha orelha.
126
— Obrigada. — Murmurei. — Só não pense que não
me importo com você, porque eu faço, você é tudo para mim
Brody.
127
CAPÍTULO 8
Considerando que Brody e eu moramos a poucos
passos de distância um do outro, mal nos víamos. Entre as
nossas aulas, especializações e os turnos de RA, o nosso
tempo a sós era limitado. Mas quando estávamos sozinhos,
fazíamos valer a pena.
128
vizinhas, mas assim como no Saint Jude, sua casa era um
refúgio para o meu passado e meu drama familiar.
Sorriu.
129
finalizar, dobrei a toalha suja e abri a porta de trás para que
pudessem entrar.
130
tudo o que lhe fizesse. Essa não era a mesma sensação que
percebia em Dionna.
131
— Vamos, meu menino precioso, papai está cansado.
— Edward...
132
com problemas de ingestão mantinha o congelador dos Moore
cheio com comida: proteína picada, verduras, tudo em forma
de purê com uma base de batata. Para falar a verdade, a
apresentação parecia desagradável e não cheirava muito
melhor do que parecia. Servi ao Sr. Moore e ao Tommy duas
dessas refeições, até ter o suficiente e começar a fazer sua
comida eu mesma. Depois de provar minha comida, o Sr.
Moore e Tommy concordaram com a decisão que tomei e
frequentemente pediam mais. Ambos ganharam peso e o
rosto do Sr. Moore parecia mais saudável e robusto.
133
— Eu?
— Ah, talvez?
Dionna sorriu.
134
tentando. É algo que minha mãe nunca fez. Ela sempre
acreditou que nos proporcionar um teto e comida era o
suficiente. Não era. Sofia, Teo e eu precisávamos do seu
amor, também do amparo desse imbecil que chamávamos de
pai.
— Com isto?
135
Ri, ela usou leite demais.
136
— Posso usar o micro-ondas e um fazer um
sanduiche, mas não muito mais que isso.
137
Tinha esperança de que estivesse sendo honesto e
não tivesse escutado a resposta absurda da Dionna.
138
menos que houvesse um problema e as empregadas tivessem
terminado o dia.
139
Brody não estava contente em me ver. Estava furioso
por me encontrar aqui.
— Eu...
140
Brody amaldiçoou.
141
Isso foi tudo. Foi a maneira como me apresentou a
seus pais. Poderia simplesmente ter dito que eu era uma
vagabunda insignificante, isso me machucaria da mesma
forma. Tirei meu avental e o joguei sobre a mesa.
142
CAPÍTULO 9
Não pude me concentrar essa noite. Quando tentava
ler minhas anotações de psicologia, as letras se tornavam
imprecisas e via tudo em dobro. Por muito tempo
simplesmente olhei para os livros que cobriam minha cama.
Meus dedos tamborilavam em meu iPhone enquanto me
debatia se ligava para o Teo e a Evie. Será que poderia pedir a
eles um empréstimo tão alto? E se pudessem me emprestar
todo o dinheiro, ainda ficaria em Saint Jude?
143
suspiro de Brody antes que seus grandes dedos batessem em
minha porta.
— Lety... baby, sei que você está aí. Sinto muito. Por
favor, deixe-me entrar para que eu possa te explicar tudo.
— Não.
— Está bem.
— Agora?
144
Grunhi. Ele não iria embora.
— Não.
145
abraço e corri de volta para meu quarto. Ele me seguiu,
fechando a porta atrás de si.
146
— Tem razão. — Demorou um pouco antes de
continuar. Quando o fez, sua expressão ferida se encontrou
com a minha. — Você me contou sobre o seu passado,
acredito que é hora de te contar sobre o meu. Eu te devo isso.
— Fez uma pausa. — Você se deitaria comigo para que possa
te contar?
147
grandes olhos dela, enquanto a combinação da cor era de
ambos, cinza como sua mãe com um toque de azul de seu
pai. Nunca diria que eram da mesma família se os
encontrasse em uma multidão, mas podia ver como eram
parecidos agora que realmente o olhava. — Juro que não
sabia que eram sua família.
— Eu sei.
— Porquê?
— Brody?
148
— Para me distanciar da minha família e do
sobrenome Moore.
149
— Não a menos que queira fazê-lo. Sei o que se sente
ao desenterrar segredos. E sei o quanto dói quando os outros
descobrem. — Sacudi a cabeça. — Não farei isso com você.
Ele amaldiçoou.
Fiquei quieta.
— Está bem.
150
Um minuto se tornou vários. Não foi até que sua
mão viajou até meu quadril que ele finalmente falou:
— Nossos pais.
— Entendo.
151
— Meu pai era alcoólatra. Nem sempre foi assim.
Começou mais ou menos e gradualmente piorou. No
princípio, eu não entendia e pensava que ele simplesmente
tinha sede todo o tempo. — Riu sem humor. — Bem estúpido,
não?
— Deus, Brody.
152
recurso desesperado para fazer funcionar as coisas.
Provavelmente, você percebeu o quão bem isso saiu.
— Minha mãe era treze anos mais nova que meu pai
e teve uma dura criação. Pode ser que tenha vivido nas ruas
em uma ou duas ocasiões, mas não tenho certeza. Acredito
que viu meu pai como seu Príncipe em um cavalo branco,
suponho que estava equivocada.
153
Um olhar distante nublou os olhos brilhantes de
Brody, como se também estivesse imaginando o momento.
154
colocado o Tommy em seu assento do carro, mal pulei para o
banco do passageiro, antes que ele arrancasse.
155
— Não consegui me segurar bem firme Lety, eu
tentei. Eu... o puxei com força contra mim.
Assentiu.
156
metade do caminho um policial me encontrou e gritou para
que eu parasse de me mover. Não o escutei. Podia ver o
automóvel de onde estava. — Estremeceu. — Tudo o que
sobrou foram pedaços de metal retorcidos. Meu pai e Tommy
jaziam do lado oposto dos destroços, parcialmente cobertos
de terra. Nenhum dos dois se movia. Pensei que eles... —
Soprou. — Eu precisava chegar até eles, disse à polícia que
precisavam de mim.
Engoli um soluço.
— Brody... não.
— Brody...
157
— Não sou o herói que as pessoas pensam. —
Levantou—se abruptamente. — Ferrei com tudo da pior
maneira, agora meu irmão e meu pai estão arruinados por
toda a vida.
Levantei-me.
— O quê?
— Eu disse...
158
— Letz, você não entende.
159
Nesses momentos de silêncio, considerei quanto ódio Brody
carregava contra seu pai. Mas não podia odiar o Sr. Moore.
Era um bom homem, com um bom coração, que sofria por
seus pecados cada vez que sua máquina respirava por ele e
seu filho mais novo lutava para falar ou caminhar. Mas agora
não era o momento de discutir com Brody. Estava muito
ferido.
160
CAPÍTULO 10
Brody se agitou enquanto procurava chegar ao seu
iPhone.
Bocejei.
161
segundo ano. Parte alce, parte amazona, todos músculos, não
mexa com Gretel Ann.
— A verdade?
— Sim.
162
— Tecnicamente, sou quem te paga. Por isso é que
falo que pode ficar com o trabalho se ainda o quiser. — Tirou-
me de cima dele e colocou uma mecha do meu cabelo atrás
de minha orelha— Meu pai ficou em péssimo estado por um
longo tempo após o acidente. Ninguém tinha certeza de que
melhoraria, inclusive ele. Refez seu testamento de forma que
ao completar dezoito anos, através de uma procuração, eu
pudesse administrar suas finanças, nossas propriedades,
também me tornando responsável pelos seus cuidados e de
meu irmão.
Franzi o cenho.
Apertou os lábios.
163
incontestável, estabelecendo que enquanto estiver casada e
morar com meu pai, recebe uma pensão mensal satisfatória.
Se meus pais se divorciarem, minha mãe só tem direito ao
que adquiriu durante o casamento e perderá a pensão. —
Encolheu os ombros— Nunca teve direitos sobre a empresa
ou os investimentos. O dinheiro que recebe mensalmente é a
única renda que tem.
Assentiu.
— Sim.
164
— E vir para escola era sua maneira de permanecer
perto deles? — Desloquei-me ao lado de Brody quando não
respondeu e apoiei minha cabeça em minha mão— Brody. É
brilhante e sabe disso. Poderia ter ido para Stanford,
Berkeley, MIT ou qualquer outra faculdade de engenharia
com prestígio. Ao invés disso, veio para cá, uma pequena
universidade particular no meio de um campo de milho, a
menos de quinze minutos da sua casa de infância.
Ele sorriu.
— Porquê?
165
egoísta demais e algo que tento superar através da terapia,
mas é a única maneira que consigo seguir em frente. — A
seriedade do seu olhar me perfurou.
— Eu entendo.
166
— Fui.
— Eu também não.
167
boxers. À medida que suas roupas caíam ao chão, Brody caiu
para trás, levando-me com ele. Passou a mão pela abertura
de meu short, fazendo uma pausa quando sentiu minha
nádega nua sob sua palma.
— Mm, não.
168
uma das investidas de Brody pressionando meu ponto
latejante.
— Tem sentido?
169
necessitava de mim. Tínhamos passado por uma gama de
emoções na noite anterior. Já era hora de algo mais.
170
frente, minha cabeça dando voltas, vagamente consciente de
onde estava. Entre palavrões e gritos, eu me lembrei de suas
necessidades.
— Lety?
— Letz?
— Ah?
Sentou-se.
171
— Você está bem? Isso foi bom?
172
— Fala.
— Não.
Inclinou a cabeça.
173
Fiz uma careta.
174
Neguei com a cabeça.
Suspirei.
175
— Você faz parecer tão simples. Só que não é. Sei o
quanto quer transar e sinto que te deixo confuso ao dizer que
não.
176
Sorriu.
— Obrigada.
Inclinou a cabeça.
— Por quê?
— Droga!
177
— Talvez seja hora de fazer algumas mudanças. Se
alugar um, não custará muito.
178
com a cabeça. — Por mais que ela não esteve ali por mim,
não posso deixar ela morrer de fome.
— E se te der um aumento?
— Não.
— Porquê?
179
recuperar a compostura. Colocou seu braço cuidadosamente
sobre meu ombro de novo e beijou o alto da minha cabeça.
180
CAPÍTULO 11
Uma nova Range Rover com os vidros opacos parou
em frente à minha casa enquanto olhávamos o reboque levar
meu carro. O vidro da Range Rover baixou, revelando o anjo
no banco do motorista. Está bem. Não realmente. Mas minha
cunhada, Evie, era muito bonita. Inclusive na escuridão da
caminhonete, seu cabelo loiro brilhava tanto como seu
sorriso. Possivelmente era o vestido fúcsia que usava. Não.
Era somente Evie.
Brody a saudou.
— Olá, Evelyn.
Olhou o chão.
181
— Não estou zangado. Simplesmente, gostaria que
me deixasse ajudar.
182
Quando chegamos à rodovia, tinha a saia cheia de
lenços usados, mas finalmente pude falar.
Ela sorriu.
Sacudiu a cabeça.
183
— Não me parece o tipo Garota Fatal, amiga.
Assentiu.
— Jesus, Evie.
— Eu disse o mesmo.
184
— Perfeito? — Esfreguei os olhos— Mesmo com toda
essa bagagem?
— E nossa mãe?
Assoei o nariz.
185
— É quando você vem da merda de onde venho. —
Coloquei o lenço na sacola e me estiquei para o álcool gel de
bolso que havia no porta luvas— Minha mãe sempre quis que
cuidassem dela, em troca cozinharia, limparia e ficaria com
seu homem, custe o que custar. — Bufei. — No lugar de ser
cuidada, terminou casada com um monstro que batia nela e
em seus filhos.
— Lety...
Suspirei.
186
— Sim, vi-a.
— Consegue o quê?
187
— A coisa é assim. Minha vida era uma merda antes
de começar a sair com Teo. Além de minha amiga Lourdes,
ninguém mais se importava comigo. E seu irmão não deveria
ter sido a exceção, mas foi. — Limpou uma lágrima solitária
da bochecha. — Teo gastou seu tempo para me conhecer e
me amar, quando somente eu me amava. Ninguém se afasta
de alguém tão bom de qualquer jeito.
— Lety?
188
Sorriu brandamente.
Ela riu.
— Nossa...
Suspirou.
189
— Está, mas acredito que com tudo que está
acontecendo entre Carlos e sua mãe, não consegue desfrutar.
Olhei-a.
190
— Se Teo é tão protetor, estou surpresa por deixá-la
dirigir até Allentown para me pegar.
— Como?
191
Respirei fundo, mas meus olhos lacrimejaram de
todas formas.
Gemi.
— Teo sabe?
Sorriu brandamente.
192
Limpei meus os olhos com o dorso da mão.
Riu.
— Obrigada.
Soltei-a.
193
presente e de várias lágrimas de agradecimento, dirigimos até
a oficina.
Devolvi o abraço.
194
— Bem-vinda a meu mundo. Às vezes não é tão
divertido que seu marido seja um mecânico sexy.
Ela sorriu.
195
braço que ele mantinha na cintura de Evie— Ouça, menino
bravo. Não sei se poderá dirigir e ficar tanto tempo separado
de sua mulher.
Riu e me despenteou.
196
Agora Evie estava de costas. Vi os braços de Teo
envolver suas costas quando ela elevou o queixo para falar
com ele. Não podia ouvi-la, mas sim, vi claramente o rosto de
Teo. Congelou ante o que dizia Evie. Seus ombros tremeram e
notei que ela ria. Disse-lhe outra coisa. Teo a aproximou dele,
envolvendo-a protetoramente, sua expressão dividida entre a
surpresa e a preocupação. Sussurrou algo ao ouvido dela.
Evie assentiu. E então os lábios dele formaram um pequeno
sorriso.
197
CAPÍTULO 12
Passei outros minutos revisando o interior de meu
novo veículo antes de escrever um SMS para Brody.
Calou-se.
É verdade.
Não parecia.
198
Mas estão felizes, não é? É algo bom, não é?
Genial.
Não falte.
Sim. Se me receberem.
199
Brody demorou um tempo para responder.
Durma bem.
Sim?
Bom. Adeus.
Adeus, Letz.
200
tivéssemos conversado, não tínhamos discutido o que diria a
seus pais ou o que pensava lhes dizer. Talvez quisesse falar
com eles em particular. Talvez fosse melhor e seria mais fácil
para mim os enfrentar.
Ou talvez não.
— A respeito do quê?
— Oh, nada.
201
som longínquo das respirações controladas do Sr. Moore me
atraíram em direção da cozinha bem iluminada.
— Let—tee!
— Olá, amigo.
202
— Fora? — Perguntou de novo.
6
Há—há: Foi utilizado em antigas fortificações com o fim de atrasar o avanço dos atacantes.
203
Ainda nada, à exceção de Tommy insistindo em que o
rodasse. Está bem, amigos. Concedam-me uma folga. Fiquei
sem palavras para continuar.
— Sim.
— Desde quando?
204
— Espere— ele— fez— isso— foi minha volta
impressionante.
205
Devolveu-me o sorriso antes de se concentrar em sua
mãe.
— Sim, teria.
206
Considerei o que dizer, apesar de ter ensaiado
minhas palavras cem vezes no caminho para cá.
Apertei os dentes.
207
Problemas surgindo sob seu sorriso malicioso.
— Estou trabalhando.
— E?
— E não é apropriado!
Fingiu surpresa.
— Brody— adverti.
208
Brody entrelaçou seus dedos com meus e apertou.
209
contato visual direto com o Sr. Moore, incapaz de enfrentá-lo
nesse momento.
— Tudo bem.
— Não.
— Bom.
210
— Não tem que estudar para uma prova?
— Não é ridículo.
— Vá estudar, Brody.
— Brody.
211
— Vocês não são engraçados,— queixou-se Brody.
— Graças à Deus.
— Vá em frente, gostosão.
212
CAPÍTULO 13
Fiz tapas de milho para todos, acompanhadas com
abacate, nata azeda e o que sobrou do frango desfiado da
noite anterior. Brody comeu conosco, dando dentadas
enquanto estudava para seu exame de engenharia.
213
— Desculpe-me, mas não me sinto à vontade para
permitir que você faça isso.
214
— Não e não me interessa saber. — Meu tom
permaneceu cortês, mas decidido. O dinheiro era algo que
estava acostumada a não ter. Possivelmente, por isso não me
importava se Brody o possuía ou não.
215
— Agradecendo-a pelo jantar.
Estreitei os olhos.
— Sim.
Franziu o cenho.
216
Dionna parou quando estava pondo o prato de
Tommy na máquina de lavar pratos e se apressou para mim.
— Vamos, bebê...
217
Tentei não perder o controle com ele empurrei a
cadeira de seu pai para o elevador.
— Beijaremos?
— Brody.
— Tocaremos?
218
— Brody.
219
Os Srs. Moore e Brody me seguiram ao monstruoso
banheiro. Abri a torneira da grande banheira e acrescentei
sais de banho à água. Depois coloquei a bandeja e os objetos
para o cuidado oral do Sr. Moore.
Grunhi.
— Sério?
— Sim.
— Então me deseja?
220
— Lety?
— O que, Brody?
221
— Não me diga "baby". Não posso acreditar que me
fez dizer sacanagem na frente de seu pai!
222
mínimo de noventa e dois por cento quando dorme, este
mantem suas respirações entre dezesseis e vinte, dependendo
de suas necessidades. Os alarmes da máquina se ativam se
algo sai errado. Também há um alarme portátil que levo
comigo caso não escute este. — Pus minha mão no ombro do
Sr. Moore. — Está pronto, senhor?
Arqueei as sobrancelhas.
— Obrigado, Lety.
223
— Precisa de ajuda para acomodá-lo na cama?
224
— Tenho que pôr seu pijama. — Minha mão apertou
a do Brody quando me olhou. — Estarei bem, precisa voltar a
estudar.
225
volta abaixo outra vez, movendo o corpo do Sr. Moore
gentilmente.
— Não. Já terminámos.
226
ao quarto que usava no final do corredor, Brody já estava lá.
Sentado no piso com suas costas contra a cama, seus livros
espalhados na frente dele.
Assenti.
Levantou as sobrancelhas.
— Sozinha?
— Sempre.
227
Coloquei o alarme remoto na mesa de cabeceira e abri a
pesada mochila.
228
— Eu sei,— suspirei.
229
CAPÍTULO 14
Senti uma presença pairar sobre mim antes de Brody
pular e jogar seu comprido corpo contra o meu.
— Let—tee.
230
Tommy ofereceu o livro ao Brody.
— Brody, ler?
— Let—tee?
— Let—tee.
— Ah, vai?
Ele ignorou.
231
— Já que somos muito excitantes...
— Brody!
Saí da cama.
232
Procurei em minha bolsa com roupas limpas. Brody
franziu o cenho.
— Aonde vai?
— Brody ler?
233
— É obvio, é meu trabalho.
— Sinto muito.
— Porquê?
Dei de ombros.
Tommy se retorceu.
234
— É melhor começar com o Ferdinand antes de
deixar o Spider-Man zangado.
235
que Tommy tivesse amigos e que ele e Brody fossem mais
próximos de seus pais.
— Está vestido?
236
Rapidamente ajustei o respirador, fixando-o em sua
cadeira, substitui a tubulação e desliguei o sistema de alta
tecnologia da cama.
Ele sorriu.
— Sim.
237
Ri enquanto terminava minha avaliação. Quando
terminei, escrevi tudo em um iPad que o Dr. Frenen revisava
diariamente e lhe enviei uma cópia via correio eletrônico.
238
muito próxima do meu irmão, irmã e agora da esposa de meu
irmão.
— E seus pais?
239
— E quanto a você? Gostaria de ter filhos quando a
hora chegar? — Suas sobrancelhas se suavizaram quando
congelei— Perdoe-me, Lety. Eu a ofendi?
— Sim— admiti.
240
Eu mal ouvi o resto do que Roger disse, Brody estava
perto da porta, girando Tommy com uma mão enquanto sua
mãe lhe sussurrava calmamente do lado oposto.
— O que aconteceu?
— Mas...
241
— Lety, não imaginava tudo o que fazia por minha
família ou como o trabalho é difícil. Agora que sei, só parece
correto te pagar de acordo.
242
— Está bem,— disse finalmente.
Sorri.
— Só isso.
243
CAPÍTULO 15
Alguém bateu em minha porta. Levantei os olhos da
pilha de anotações revisadas para minha prova.
— Está grávida?
— Pior.
— Pior?
Ela assentiu.
244
Escutei sobre isso depois que Brody e eu tínhamos
saído, esperando continuar o tema a sós no quarto dele.
— Sim?
245
atenção de volta em Piper— Você e Meat...? — Seu sorriso
culpado me fez pensar que sim. — OH, não. Não, não, não.
— Ainda não?
Ela riu.
— Beijei-o hoje.
— É a sério?
246
nervosamente. — Começou lento, mas logo... caramba, Lety,
realmente foi muito excitante.
7
TMI – Too much information - Muita informação - muito mais do que você precisa / quer saber sobre
alguém.
247
— Ela rosnou... como um cão? — Piper assentiu.
Está bem. Isto não era bom. Presenciei uma vez quando
Gretel Ann fez esse ruído. Estávamos em uma festa fora do
campus comemorando a vitória da nossa equipe contra o
Saint Joe. Ela pegou um centro de mesa e jogou em alguém
que a chamou de gorda.
OH, merda.
248
— Quase nada. — Principalmente, porque estávamos
sempre morrendo de medo dela.
— Apenas aconteceu.
249
— Alice... como... merda. — Minhas amigas estavam
fora de si.
Piper suspirou.
— Obrigada, Jes...
— Quando aconteceu?
250
— Duas noites atrás. Não o vi depois. Não me
chamou ou escreveu. Estou com medo dele estar me
ignorando.
— Droga!
— O que aconteceu?
251
um grupo de operários em linha de produção drogados,
envolvemos trinta e seis cachorros quentes e pães em papel
alumínio, em seguida empacotamos— latas de refrigerantes,
sacos de batatas, pratos de papel e um prato de salada de
couve nas caixas de papelão que pedi ao pessoal do refeitório
e nos dirigimos à casa de Brody.
252
— Minha mulher trouxe comida!
Eu ri.
253
Acariciei o cabelo atrás de sua orelha.
— Sim, eu gostaria.
— É.
— É sexy.
254
— Isso também.
— Como é na cama?
— É?
Assenti.
— É.
— Esta noite?
255
quarto. Não tinha certeza de quem disse o quê, mas por um
breve momento se conectaram e sorriram. Passei meus dedos
na parte posterior de seu pescoço enquanto recordava esse
momento de amor entre os dois.
256
Não tinha certeza do que lhe disse, mas ela pareceu
considerar com cuidado. Piscou algumas vezes antes de
concordar e segui-lo de volta ao sofá. Al mudou de lugar,
permitindo que sentassem juntos.
Ele sorriu.
257
Brody me segurou no lugar antes que me levantasse.
— Abaixo de doze.
— Já vão?
Queria dizer que não, mas sabia que Alice não ficaria
em uma sala cheia de meninos sem nós. Sorri para Brody.
258
pequeno grupo de edifícios era o ponto que todos usavam de
referência para saber onde terminava o bairro de Saint Jude e
começava Allentown. Já que ninguém estava morrendo para
comprar cartões de felicitação ou passar pela tinturaria a esta
hora numa segunda-feira, era a única loja aberta quando
chegamos.
— Meathead? — Perguntou.
Ri.
259
— Acho que não. Mas, conhecendo os meninos, o
senhor pode nos ver mais tarde.
O dono assentiu.
Comecei a rir.
260
Uma enorme mão cobriu a minha e a apertou. Saltei,
retrocedendo um passo e deixando cair a pizza e as batatas.
261
Ignorou-me, seus dedos apoiados contra a janela do
caixa enquanto me seguia de volta.
262
— Vá para o inferno.
OH, Deus.
263
Uma dor enorme apertou meu peito e respirar ficou
mais difícil.
— Afaste-se dela!
264
Meathead e Razor se aproximaram de Brody,
segurando-o.
265
— Eu não fiz nada, exceto lhe dar a vida.
— Lety...
— Adeus, filha.
266
As vozes se acendiam e apagavam, distorcidas e
abafadas. Por algum motivo, foi Piper a primeira a chegar ao
meu lado.
267
CAPÍTULO 16
A enfermeira interrompeu o policial me interrogando
para colocar paracetamol na minha intravenosa.
— Obrigada.
268
permanecia estranhamente quieto, seu rosto tão branco como
o lençol, o queixo tenso.
269
O policial me dizia de forma indireta que já era hora
de tomar alguma providência. Minhas lesões confirmavam
que tinha razão, mas os valores adquiridos durante minha
criação— gritavam que eu deveria preservar os segredos
familiares e me calar, não revelar nada à polícia—
atormentando-me, exigindo que prestasse atenção.
270
O policial McAfee se reclinou em sua cadeira.
— Obrigada.
271
quando involuntariamente endireitei os ombros. Sentia— me
suja agora que ele sabia o meu segredo. Não era minha culpa.
Sabia disso. Mas nasci do ódio e de um ato vil. Não era algo
do que se recuperava facilmente.
— Não.
272
alimentando a fúria no olhar de Teo. Estava assustado por
minha causa. Sabia que estava. Então, respirei fundo
algumas vezes e tentei fazê-lo raciocinar— Conquistar o meu
diploma é a única forma de me afastar do Carlos. Não
permitirei que arruíne isso... principalmente, quando estou
tão perto de concluir o semestre. — Minha cabeça palpitava
enquanto tentava analisar bem. O que Carlos faria em
seguida, agora que teve êxito, espancaria minha mãe,
encontraria a minha irmã, iria atrás de Evie? Ou ficou
satisfeito ao contar a todos como eu...?
273
No momento que terminou, peguei minha roupa e
entrei no banheiro. Brody segurou a porta quando tentei
fechá-la, sua voz firme.
— Não me afaste!
Enfrentei-o.
— Por quê?
— Sabe o porquê.
— Não sei.
274
decompunha, ele me empurrou mais para dentro do banheiro
e fechou a porta.
275
— Envie-me uma mensagem quando a levar de volta
ao campus, ok? — Inclinou-se e beijou minha testa quando
Brody respondeu com um rígido assentimento. — Se precisar,
chame. Entendeu?
— Não o quê?
276
— Esta é uma pergunta séria?
277
magro. Cumprimentou ao Brody, mas estendeu sua mão para
mim.
— Prazer em conhecê-la.
— Obrigada.
278
— Lety, quando terminarmos, eu gostaria de retornar
ao meu escritório e discutir sua história com Carlos. Também
gostaria de ver algumas fotografias.
279
CAPÍTULO 17
Pensei que certamente os pais de Brody o obrigariam
a cortar relações comigo. Ao invés disso, sua família me
tomou sob suas asas protetoras.
280
ajudar lentamente reduziam a tensão entre eles e curava
suas feridas. A presença do Brody na casa também mantinha
Dionna em casa. No princípio, pensei que era porque ela não
queria que Brody se desse conta da extensão de sua
ausência. E talvez era. Mas logo algo mudou e vi ela e o Sr.
Moore começando a se reconectar.
281
Brody e eu caminhávamos sobre a grossa camada de
neve com nossas botas forradas quando Evie abriu a porta
principal.
Evie riu.
282
— OH, vamos. Apenas se nota. De quantas semanas
está?
Observei-a espantada.
Ela assentiu.
283
— Não é tanto pelo tamanho, é mais por causa da
localização. Fica em outro condomínio fechado a alguns
quilômetros daqui. O prestígio e a riqueza superam a nossa,
por isso oferece mais vigilância e mais segurança.
284
— Vai querer saber o sexo?
— Dá azar— concordei.
285
Era agradável ser legal. Brody completou vinte e um
anos pouco depois do Dia de Ação de Graças. Eu depois da
primeira semana de dezembro.
— Sente-se bem?
Ela sorriu.
286
— OH, querida, não acredito que agora possa se
desfazer de meu irmão nem se tentasse.
— Correto.
287
Teo apontou ao refrigerador.
— Segunda gaveta.
— Precisa de ajuda?
— Jesus.
288
— Melhor desde que ficaram sob os cuidados da Lety.
— Piscou os olhos em minha direção— Ela investigou um
pouco e encontrou um parque de jogos para meninos com
necessidades especiais. Minha mãe começou a levar Tommy
algumas horas todos os dias. A ajuda a se relacionar com
outras mães na mesma situação e ele começou a fazer
amigos.
— Não.
289
— Nós o encontramos algumas semanas atrás em
Philly. Mencionei que faria o jantar de Natal e o convidei para
vir quando comentou que sua família celebraria a véspera
este ano e é muito grande para acomodá-la.
— O que aconteceu?
— Não.
290
Brody era esse tipo às vezes. Escutei vozes
aproximando-se, assim falei rápido.
— Olá, Killian.
291
terraço dos fundos. Todo mundo congelou quando minha
linda irmã, Sofía, entrou, agarrando cuidadosamente uma
grande assadeira de alumínio coberta com papel alumínio.
292
CAPÍTULO 18
O frio deixou o rosto exótico de Sofia vermelho. Os
flocos de neve cobriam tanto o gorro de lã cinza que usava,
como a parte exposta do longo cabelo encaracolado.
293
Teo, que até então parecia gostar do reencontro com
Killian, fulminou-o com o olhar enquanto falava com Sofía.
Sorri.
— Ajude-me a terminar?
294
— Se isso significar que irá descansar. Já falei que
está trabalhando muito.
295
— Eu adoraria— disse Killian, sorrindo para Mateo.
— Correto.
— E já esteve preso?
8
Kill: Em inglês, kill significa matar
296
— Sim.
— Vai bem.
297
pagam todas as despesas que ultrapassam os meus
rendimentos.
298
— Quase me enganou.
OH...
299
— Não te dispensei. Eu... tinha uma prova.
Killian sorriu.
Sofia suspirou.
— Você aprendeu.
300
— Por que deveria? Killian não fez nada... ou Sofia.
Você e ele eram próximos. Que droga aconteceu com toda
aquela merda fraternal?
— Teo...
301
Fiquei boquiaberta. Assim como Sofia. Também Evie.
Teo se endireitou.
302
O resto do jantar ocorreu tranquilamente,
principalmente, graças aos comentários divertidíssimos de
Brody e o pequeno bate-papo de Evie com Mateo. Killian foi
embora pouco depois da sobremesa e Teo, graças a Deus, não
tentou estrangulá-lo quando Sofia se ofereceu para
acompanhá-lo à porta.
303
cortaria logo. Por hora, era meu para admirar. Toquei as
mechas com cuidado.
304
antes de fechar seus lábios com força contra os meus. Meus
dedos se afundaram em seu cabelo, enquanto sua língua
varria a minha e nossos corpos respondiam ao contato.
305
— Teo, agimos da mesma maneira, se não pior,
quando estávamos saindo.
Brody sorriu.
Brody parou.
— É bom saber.
306
Evie envolveu os braços em um dos braços de Teo e o
guiou para os degraus lentamente.
— Lety...
— Beije-me.
307
— Está bem, mas só porque insiste.
— Desejo-o— ofeguei.
308
— Será um lugar agradável. Prometo. — Falou
lentamente, como se tentasse me convencer.
309
CAPÍTULO 19
Brody nos levou a um dos hotéis mais famosos no
distrito histórico de Philly. Deixei uma nota escrita ao meu
irmão na cozinha de Evie, avisando que voltaria no dia
seguinte. Ela entenderia. E de alguma maneira, pensei que
Teo o faria também.
Sorriu brandamente.
310
este lugar. Se não estivesse com Brody, seria arrastada para
fora.
— Boa noite.
311
para ele pedir e conseguir o que desejava. Agarrou minha
mão outra vez, sem dúvida sentindo meu nervosismo. Era
tudo o que podia fazer para evitar que meus joelhos
dobrassem.
— Sim, senhor.
312
grande mesa redonda e duas cadeiras estofadas situavam-se
em frente às portas francesas que levavam ao terraço. No
centro da mesa, uma tigela de prata cheia de morangos com
chocolate derretido borbulhando, uma quantidade variada de
biscoitos e queijos rodeava uma garrafa de vinho gelado.
— É perfeito.
— Já volto.
313
Seu sorriso sexy quase me fez correr de volta para
ele.
314
eu caminhava pela sala. Brody esperava na mesa, descalço
com sua camiseta e calças, comendo os morangos. Congelou
e parou de mastigar quando me viu, seus olhos arregalando-
se, dei uma risadinha. Um jantar com cinco pratos, duas
sobremesas e meu homem ainda tinha fome.
— Olá— sussurrei.
— Lety...
315
Trabalhei-o com minha boca, tomando-o profundo, dando
pequenos golpes com minha língua onde não podia alcançar.
316
Foi a última coisa que disse antes que me devorasse
com seus lábios e suas mãos me percorressem inteira
seguidas pela sua boca. Saltei quando deixou minha boca
para roçar as pontas de meus peitos. Tomou com sua boca
um de cada vez, chupando, lambendo, usando seus dentes
para raspar o material contra eles. Segurei sua cabeça,
respirando com dificuldade enquanto tirava minha calcinha.
317
— Brody.
— Brody.
— Deus. Brody!
318
Minha cabeça ainda girava pela adrenalina, mas
assenti e me inclinei para lhe dizer que sim. Não havia dúvida
de quanto o desejava.
319
nossos corpos e logo depois olhou de volta para mim,
compreensão aparecendo em suas feições.
— Letz...
320
Afastou-se, acariciando minha bochecha
cuidadosamente enquanto se inclinava sobre mim. Apesar de
sorrir para mim, notei uma preocupação oculta em seus
olhos.
— Obrigado— sussurrou.
321
— Poderia ter sido melhor— acrescentou quase
silenciosamente. Virou- se ficando sobre suas costas
colocando seu braço sobre os olhos— Deus, Lety. Sinto-me
como um imbecil.
— Porquê?
322
quem quisesse. Sempre pôde. Sei que pensa que todos estão
olhando a Piper quando caminha junto a ela... e fazem depois
que terminam de te despir com os olhos.
— A verdade?
— Sim. — Assentiu
323
menos alguns rapazes lhe pediram para sair, no momento em
que souberam que tínhamos terminado.
— Também te amo.
324
— Era de química— consegui dizer. — Podia ter
quebrado as suas costelas.
325
CAPÍTULO 20
Dormimos mais duas noites no hotel.
Provavelmente, teríamos ficado mais tempo se não fosse pelo
telefonema da Dionna.
326
— Não me deve explicações. Entendo-o
perfeitamente. — De onde estávamos, podia escutar o som da
equipe médica— Com todo respeito, Dr. Frenen, se o Sr.
Moore estiver doente, não deveria estar no hospital?
327
Agarrei a mão de Brody e a apertei. Nessas
circunstâncias, não havia maneira de deixá-lo sozinho.
— Posso vê-lo?
328
— Estou certa de que não é sua culpa— respondeu
uma voz tranquila— As pessoas ficam doentes mesmo com o
melhor atendimento.
329
— Roger escutou os primeiros sintomas ontem de
manhã. Começamos a tratá-lo, mas a infecção nos superou.
330
momento com o filho. Não o negaria. Assim beijei a cabeça de
Brody e me afastei cuidadosamente para ver Dionna.
331
Brody agarrou meu braço.
332
Brody se moveu para frente, tomando as mãos de seu
pai. Ao princípio parecia estar perdido, então algo passou e
começou a lhe perguntar se recordava a primeira vez que
foram navegar à baía Pulôver. Afastei-me da cama, deixando-
os sozinhos. Foi então quando o segundo alarme parou.
Estava a ponto de derrubar água esterilizada no motor da
máquina quando o outro alarme parou abruptamente.
333
Brody continuou conversando com seu pai.
— Assim tudo isto foi por nada? Não fui muito útil.
334
— Tudo bem. Se precisa de mais alguma coisa....
Avise-me. — Assim posso chamar alguém que realmente
tenha uma boa ideia.
— Dionna?
335
mais para fornecer oxigênio. Por isso o Dr. Frenen escutava o
coração dele quando saí. Duas doses... Acredito que isso foi o
quanto recebeu. Se estiver certa, seu coração estava
acelerado. Que mais fizeram? Teria que lhes perguntar mais
tarde. Fosse o que fosse, funcionou e evitou que tivesse uma
parada respiratória ou cardíaca.
— O quê?
9
RCP: Reanimação cardiopulmonar
336
— Eu disse que aconteceu algo. — Levantou a maçã
para olhá-la contraluz da lâmpada pendurada do teto,
inspecionando a fruta como um diamante que pudesse ser
lapidado— Tommy adora maçãs, não?
Concordei aturdida.
— Desculpa?
337
parecia real. Um homem como ele, tão rico e bonito, dando
atenção a uma inocente como eu que vinha do nada.
— Não o farei.
338
Sacudiu a cabeça grosseiramente, fazendo com que
seus cabelos batessem contra seus ombros e caíssem em
mechas desordenadas junto a seu rosto. Sua expressão
mudou enquanto sua mente sucumbia às lembranças
propagando-se em sua cabeça.
339
— E então Brody descobre. E se dá conta de que está
te perdendo. E começa a..... ferir-se sem saber o que está
fazendo. Beberá porque não quer pensar com quem está
deitada, não quer acreditar que já não o ama, esquecer o
aroma do perfume de outro homem em seu corpo.
340
homem a quem ele uma vez chamou de amigo. — Baixou as
mãos, sua voz agora apenas um chiado e sua expressão triste
a um fôlego de destroçar— Desejará te encontrar, implorar
para voltarem juntos. Mas ele e seus filhos nunca chegarão
até você, não quando está longe, encontrando-se com um
homem com quem não deveria estar...
— Bebê...
341
Brody pegou a fruteira de cristal e jogou contra a
porta da dispensa, quebrando-a em pedaços quando se
chocou e caiu no chão.
— Porra!
— Jogar?
Tratei de sorrir.
342
roseiras. Corri para fora, examinando tudo em volta, meu
fôlego falhando quando encontrei a marca das grandes
pegadas do Brody na abundante neve.
343
CAPÍTULO 21
O vento aumentou enquanto corria, através do
jardim e mais à frente do pequeno pátio de jogos. Na área
aberta, a neve estava mais alta e sua capa superior era puro
gelo, impedindo meus passos e me atrasando. Tropecei
quando a neve chegou a meus joelhos. A confusão branca se
desmoronou, entrando pelo cano de minhas botas. Olhei
atrás de mim, agradecida de que as luzes da casa
iluminassem a escuridão. Enquanto fossem visíveis, eu não
me perderia.
— Brody?
— Brody?
344
Brody estava dentro do perímetro da propriedade na
parte arborizada, de joelhos diante de um grande carvalho,
sua cabeça inclinada e as mãos penduradas dos lados.
Apressei-me. A neve não era tão profunda ali, mas cobria o
chão o suficiente para me impedir de ver as raízes que se
sobressaíam. Amaldiçoei quando tropecei e meu joelho bateu
em uma pedra.
— Brody...
345
Agarrei suas mãos e as levei ao meu peito. A pele
sobre seus nódulos estava machucada. Quando as examinei,
não pude conter meu soluço. A pele estava aberta e úmida
com sangue fresco.
346
— Ela é a razão pela qual meu pai entrou no carro
aquela noite. Todo esse tempo, eu o culpava.... um pobre
infeliz de coração partido que passou anos afogando suas
culpas. E ela permitiu isso. Somente ela.... permitiu que eu
pensasse assim.
— Cometeu um engano.
347
— Então é o momento de dizer o quanto é importante
para você e que independente do que aconteceu, nunca
deixou de amá-lo.
348
A casa estava quente, mas não podia impedir os
arrepios passando pelos meus braços. Quando retornei à
cozinha, Brody estava apoiado no balcão.
— Deus, Brody.
349
Audrey terminou de colocar a manta em volta dos
pés do Sr. Moore enquanto o Dr. Frenen se inclinava e falava
em voz baixa. Sorriram cortesmente ao passar a nosso lado e
desapareceram em seus quartos. O foco de Brody se manteve
do outro lado da grande suíte onde seu pai estava deitado na
cama, as máquinas de monitoramento chiando suavemente.
Acariciei seu braço.
— Sim.
350
O estresse do dia deve ter sido muito para o pequeno.
Principalmente, para sua mãe. As lágrimas corriam pelas
bochechas de Dionna quando levantou a vista.
— Sim.
351
sem sentir como se traísse Brody. Assim sai do quarto,
desejando ter o poder de curar de algum jeito o que estava
acontecendo entre eles.
352
Não fazia muito tempo que tinha me deitado em sua
cama quando o vi entrar, os ombros cansados pelo
esgotamento. Afastei-me para o lado quando se sentou. Brody
fechou os olhos, apreciando meu toque quando lhe acariciei o
cabelo.
— Olá.
— Algo?
— Lety...
Endireitei—me.
353
Talvez sim, mas eu não era ela. Inclusive depois do
tempo que passamos no hotel, ele não tinha ideia do que
significava para mim.
— Nem eu.
— Também te amo.
354
rodar com a intensidade do desejo e uma forte pressão
cresceu em minha virilha.
— Olá?
— Nada bem.
— Merda.
355
— O que está acontecendo? — Teo não respondeu.
Brody abriu a porta do banheiro enquanto uma horrível
queimação subia através do meu estomago— Só me diga.
10
UCI: Unidade de Cuidados Intensivos.
356
CAPÍTULO 22
Minha mãe estava imóvel em uma cama de hospital.
Uma intravenosa lhe administrava soro por um dos braços,
uma cânula nasal lhe enviava oxigênio pelo nariz e os ECG11
que estavam em seu peito, monitoravam o ritmo de seu
coração e sinais vitais. Bip, bip, bip, bip. O tom se repetia
com seu coração em oitenta.
11
ECG: Eletrocardiograma
357
A xícara tremia em minhas mãos, derramando café
pela tampa de plástico. Brody queria vir. Mas seu pai
precisava que estivesse por perto e de forma alguma os
afastaria neste momento.
Está no hospital?
358
Falaremos depois.
Depois, sim?
359
— Isso é o que ela disse? — Sua voz era zombadora,
rindo ligeiramente quando não respondi— Não deveria
acreditar.
— Há algum problema?
360
Algumas enfermeiras se reuniram. Nem sequer as
notei, muito concentrada em Carlos. A que falou tinha um
metro e cinquenta e usava um uniforme escuro do hospital.
Seu cabelo branco curto sugeria que estava próxima aos
sessenta anos. Seu tom severo e lábios franzidos sugeriam
que não acreditaria em uma mentira.
361
— Deveríamos chamar a segurança? — perguntou
alguém. Mais pessoas chegaram. Pude sentir o calor do
número de pessoas crescendo atrás de mim.
— Ma, diga-lhe.
362
Essa era sua oportunidade para admitir o que este
cretino fez. Este era seu momento. Precisava confessar a ela,
contar tudo. Era agora ou nunca, seu momento de finalmente
dar um basta.
363
— Eu te odeio.
— Desgraçado, eu te odeio!
364
Precisava me preparar para o que viesse. Um momento
depois, a enfermeira de roupa vermelha saiu apressada do
quarto e se dirigiu para mim.
365
Mantive a cabeça abaixada, mas então algo que a
enfermeira disse chamou minha atenção.
Analisou-me atentamente.
— Sim.
Apertei os lábios.
— Olá?
366
Houve uma breve pausa.
— Fui provocada.
Baixei a cabeça.
367
respeito do seu passado. Estava na hora de eu fazer algo em
relação ao meu.
368
CAPÍTULO 23
Minha família não aceitou muito bem o fato de eu
apresentar acusações contra Carlos.
— Lety...
— Estarei bem.
369
Mateo tinha boas intenções, mas doía não ter todo
seu apoio. O pior dia foi quando minha mãe ligou, exigindo
que retirasse as acusações
370
Mais de uma vez, Brody e eu a encontramos deitada
junto dele em sua cama quando chegamos, conversavam em
voz baixa e pareciam verdadeiramente felizes na companhia
um do outro. Quando nossas férias de Natal terminaram, a
cama de Dionna foi transferida para o seu quarto. Era
estranho que ela saísse de casa somente para levar Tommy
ao grupo de jogos, mas quando o fazia, parecia ansiosa em
voltar para junto do seu marido.
371
sala onde seria realizado o exame. No momento em que
terminei, fui ver Brody para uma muito necessária distração.
— Olá, linda.
12
Office Depot: A Office Depot, Inc. é uma empresa americana de varejo de material de escritório com
sede em Boca Raton, Flórida, Estados Unidos.
372
— OH, sinto muito, Letz. Pensei que foi Rhonda.
Tirei as botas.
— A senhora da limpeza?
373
Suas mãos imediatamente seguraram minha bunda e
esfregaram.
— O quê?
— Vem aqui...
374
— Você precisa de algo, Lety? — Um selvagem sorriso
se espalhou por seu rosto sexy.
— Aonde vai?
375
Apertei o botão para ligar seu aparelho de som,
quando me agarrou e imobilizou contra a parede. Levantou
meus braços sobre minha cabeça, beijando até minha orelha.
— Porra!
376
Brody caiu em cima de mim, seu coração pulsando
conta o meu. Por um longo tempo ficamos lá, apenas
tentando respirar.
— Só um pouco.
377
Eu ri.
378
Então alguém desceu as escadas, atrasado para um
exame, que pelo visto não foi bem pela força com que fechou
a porta. Passos atravessaram o andar de cima e alguém ligou
a televisão na sala. A casa do Brody estava sempre
movimentada. Ele me mordeu no pescoço.
— O quê?
379
— O chuveiro Al? Aquele perto das escadas ou o das
janelas?
— Com você!
— Adeus, Al.
380
— Não estávamos sob os lençóis. — Beijou a parte
posterior de minha orelha— Mas, sim, tem razão. Obrigado
por isso.
— Maravilhoso, Baby.
— O que é?
Suspirou.
— Robótica?
381
tenho lido, Bristol oferece o melhor programa para algo tão
avançado. Levará anos, inclusive décadas, mas se eu
conseguir posso ajudar papai e outras pessoas como ele.
Na Inglaterra.
Na Europa.
Droga.
— Em Bristol?
382
— Quero que venha comigo. — Seus lábios se
abriram num pequeno sorriso enquanto congelei. — Este
verão e no próximo ano. Quero você comigo. — Brody se
ajoelhou sobre os seus calcanhares quando estremeci.
— Eu não posso.
E lá estava.
383
Meu pulso se acelerou como se eu estivesse correndo.
— Jesus, Brody.
384
— Eu sei. — Sua voz se aprofundou— É uma das
primeiras coisas que observei sobre você.
Beijou-me.
385
— Veja, isso é o que quero dizer. Quando você vem de
onde eu venho, algumas pessoas olham apenas para o meu
patrimônio, não podem ver mais do que isso. Você pode e
sempre foi assim.
— OH, sei.
386
manta a nosso redor— Herdei uma grande quantidade de
dinheiro quando me formei no ensino médio... meus avós
sempre se preocuparam com a educação. Para motivar a seus
netos, receber a herança estava condicionado à obtenção de
graus acadêmicos.
— Parece justo.
— Nossos filhos?
Quatro crianças?
387
Não me deu as cifras exatas, mas já sabia que não
poderia contar um valor tão alto.
Estiquei o pescoço.
388
acidente. Falando nisso, o que pensa sobre salvar macacos
aranha órfãos?
Sacudiu a cabeça.
389
— Lety, o julgamento começa em uma semana.
Pensou no que acontecerá se não ganhar? Ou o que Carlos
fará quando for condenado e sair em um ano?
390
Entendi o que queria dizer. Dionna precisava ser
necessária. O Sr. Moore e Tommy finalmente permitiram a ela
esse prazer. A tensão entre o Brody e sua mãe também
diminuía, quanto mais tempo ficavam separados. Era o
melhor para todos. Não tinha certeza de que era o correto
para mim.
— Eu entendo.
— Irá comigo?
391
CAPÍTULO 24
Saí da cama de Brody e comecei a me vestir.
— E você não?
— Brody...
392
— Logo não podíamos ficar juntos porque pensava
que eu merecia algo melhor.
393
Minhas mãos se fecharam em punhos.
394
— Eu não sou bom o suficiente para você, certo? —
disse.
— O quê?
— Não é verdade.
E tinha razão.
395
— Nunca te machucaria... não percebe?
396
— Então tinha razão. Você e eu, nunca vamos
conseguir.
— Está bem.
397
Rodeou-me com um braço quando concordei e me
guiou para a porta. Enquanto o olhava fechá-la, outro
arranque de emoção me pegou. Amava Brody, mas tinha
razão. Eu nos impedia de progredir. Por que não podia deixar
as coisas seguirem seu curso, como ele desejava? Realmente,
estava tão destruída? Os dedos de minhas mãos percorreram
a cicatriz perto de minha têmpora, cortesia do punho de meu
pai. Sim, possivelmente, sim.
— Sinto muito.
398
— Olá, irmão! — exclamou Razor do outro lado do
estacionamento quando nos viu.
Merda.
399
— Aw. — Ela me abraçou com cuidado— Não vão
terminar certo? Sério, são os únicos que me dão esperanças
de que relacionamentos decentes ainda são possíveis.
Ela afastou-se.
400
protetoramente em frente ao meu. Embora não podia ver o
rosto do Brody, captei a surpresa em seu tom.
Alice piscou.
— Evitou-o de novo?
401
— Cale a boca— sussurrei. Piper não foi exatamente
discreta. Pelo jeito como Brody se endireitou junto a mim, ele
também a escutou.
— Sim, claro.
— Menino experto!
402
Gary entrecerrou os olhos para ele.
— Eu também.
403
— Razor é como eu e provavelmente não deveria dizer
isto, mas estou orgulhoso de Alice nesse momento.
— Obrigada, Piper.
404
uma mecha do seu cabelo loiro atrás da orelha, querendo
estar próxima dele.
— Aonde vamos?
— Ok.
— Perfeito.
— E é, baby.
405
Seu olhar saiu da estrada.
406
— Letz, temos companhia.
— É o Carlos.
407
CAPÍTULO 25
Qualquer que seja o carro que Carlos utilizava para
nos seguir, era veloz, ganhando velocidade enquanto
virávamos.
408
Outro golpe, outro violento choque com a grade.
Brody derrapou, tentando manter o controle enquanto
girávamos. Mas as curvas eram armadilhas mortais... ravinas
de um lado, paredão de pedra do outro. Carlos estava
arriscando-se muito, forçando Brody a raspar nas paredes
para evitar atingir as grades de metal.
— Merda, segure-se!
409
Cada vez, Brody manobrava o carro à esquerda e direita, o
Porsche gemendo em protesto e as rodas chiando sua agonia.
Duas curvas mais, outro choque e outro mais. Jesus Cristo,
não iríamos sair com vida dessa.
— Lety...?
410
Tentei me mover, mas não podia.
— Pensei...
411
— A minha perna está presa embaixo do console. Não
posso sair. Você pode?
— Só um pouco.
— O quê?
412
Senti as mãos pegajosas ao retirar. OH, Deus. Toquei
sua cabeça e quase paralisei de alívio. Sua pele estava
morna, não fria ou úmida, como a de alguém que tivesse uma
hemorragia interna ou entrando em choque. Mas isso podia
mudar. E Carlos estava lá fora.
— Tudo bem.
413
bairro. Se Brody e eu pudéssemos chegar até lá, com certeza
alguém nos emprestaria um telefone.
414
— Vai!
415
próximo. Droga, Carlos era rápido. Mas o imbecil não caiu
pela encosta abaixo.
416
— Você não é meu pai!
417
Mas tudo parecia afogado... e tudo deixou de ter
sentido...a vida simplesmente parou.
418
punho quando se conectava com o rosto de Carlos, apenas
capaz de manter o equilíbrio com a perna ferida. Carlos
tropeçou para trás, mas como o predador que era reconheceu
a debilidade do Brody e foi para matar.
Não...
Não.
— Não!
— Polícia do Allentown!
— Solte a arma!
419
Tinha que fazê-lo.
420
— Lety, diga para eles que tem um advogado! —
Brody amaldiçoou enquanto um policial o empurrava sobre o
capô da viatura.
421
CAPÍTULO 26
Duas policiais femininas me vigiavam, uma a um
lado da minha cama de hospital, a outra a meus pés. Minhas
mãos tremiam forte o suficiente para sacudir as algemas que
me seguravam.
Assenti.
422
Quando saiu, outras cinco pessoas entraram: três
policiais, um deles o oficial McAfee; Cathleen, minha
advogada; e um rapaz com camisa polo escuro e calças. O
oficial McAfee imediatamente abriu as algemas e tirou dos
meus pulsos.
— Olá, Lety.
— Olá.
423
transferido para cá. Quero que fale com ele. Queremos ter
certeza de que Carlos nunca mais a prejudicará.
424
acidentes além do nosso, um estudante de uma universidade
próxima gravemente ferido e uma família jovem.
425
Afundei mais no casaco de lã, com a certeza de que
ficaria deprimida por ser afastada do Brody. Arriscou sua
vida por mim. Se não conseguisse confiar nele, nunca seria
capaz de confiar em ninguém.
13
FD: Federal de Distrito
426
— Já está tudo arranjado.
427
suas muletas e mancou até mim. Mais homens em ternos
escuros tentaram detê-lo, mas passou através deles,
caminhando rapidamente pelo corredor.
— Lety!
428
CAPÍTULO 27
Não sabia quando conheci o Promotor Fenske, mas
ele tinha tanto amor pelo Carlos quanto eu.
429
passou anos atormentando a sua família e comunidade.
Brody prestou depoimento, assim como Teo, Sofia, meu tio
Linho e o doce homem que tentou me defender. Mas eu era a
testemunha principal, da qual a promotoria dependia.
430
Sofia se apressou junto a mim, sussurrando muito
baixo.
431
Fechei a porta atrás dela e me apressei a lavar
minhas mãos, logo passei a seguinte hora tentando apoiar
Evie em sua dor. Conseguiu resistir seis centímetros antes
que enlouquecesse e exigisse uma epidural. Teo e eu
estávamos de pé junto a ela, olhando-a dormir quando estava
finalmente confortável.
Sua voz profunda era tão suave que mal podia ouvir.
432
Teo demorou um pouco para mover-se. Olhou a Sofia
e a mim.
Evie assentiu.
— É sério?
433
— OH, Meu deus. — Voltou sua expressão
assombrada em minha direção— Lety traz o Teo. É hora.
— É hora.
— Está bem?
434
— Vejamos o que temos aqui. — O doutor sorriu—
Mocinha, não terá que empurrar muito. Seu pequeno está
aqui.
— Sim. Eu sei.
435
Um filho. Meu irmão teve um filho. Killian a alcançou
quando a viu.
— Então?
— É um menino.
— Está bem.
Killian riu.
436
Os olhos da Sofia se arregalaram. Também os meus.
Havia muito por trás desse comentário. Killian puxou seu
cabelo de brincadeira.
— Vemos-nos, Killian.
— O que acontece?
437
E por falar em comentários carregados.
— Sim?
— Assim espero.
— Eu sei— sussurrei.
438
Sua abrupta mudança de humor me preocupou. Mas
se não queria falar de seu passado, não a obrigaria. Sorri e
tirei algumas notas da minha bolsa.
— O que tivemos?
— Um menino.
— Bom. Parabéns!
439
— Sim, foi bastante assustador.
Eu ri.
Sorriu zombador.
— O que é isso?
— Não... posso.
440
— Não foi suficiente.
— Obrigada.
Respondi em inglês:
441
Esperei palavras duras e críticas, que me
perguntasse se ainda era virgem ou que me julgasse por ir
com um homem que ainda não era meu marido. Mas essas
palavras nunca chegaram. Em vez disso, disse:
442
— Está preparada, linda?
443
444
CAPÍTULO 1
Os barulhos constantes de soco no saco de boxe
continuavam como se os golpes de corpos e maldições não
ricocheteassem em cada parede do ginásio de MMA. Cada
golpe prometia dor e exigia respeito. Eu tentei não reagir a
cada golpe forte ou me encolher pelos corpos enormes
gotejando suor, mas era difícil. Caos controlado era a melhor
maneira para descrever a cena desvendando—se diante de
mim. E ninguém fazia isso melhor que Killian Ou'Brien.
445
Killian não percebeu minha presença. Estava
ocupado chutando o restante do saco pesado, mostrando aos
jovens lutadores do MMA como deveriam fazer. Com um
metro noventa e cinco e lutando na categoria de super
pesados, Killian não deveria ser tão flexível. Mas era. Querido
Senhor e como era.
— Olá, Sofia!
446
O sorriso do Finn se alargou. Provavelmente, sentia
meu nervosismo. Seu sorriso largo o fazia parecer mais jovem
que seus dezenove anos, mas era doce o suficiente para
acalmar a tensão que causou o meu primeiro dia. Eu sempre
gostei de Finn. Era mais novo que seus irmãos, mas tão duro
quanto, fazendo o necessário para subir nas filas do MMA
como peso welterweight.
— Ah...
447
A cabeça se Killian se virou em nossa direção, junto
com a maioria dos monstros treinando. Eu não tinha certeza
se podia ver quão vermelho estava meu rosto de onde estava
de pé, mas o sorriso fácil estendendo-se por suas feições me
dizia que sim. Ele abandonou o que restava do saco pesado e
cruzou o acolchoado enquanto o resto dos lutadores reatava
suas brigas.
— Não!
— Mas quer?
— Querer o quê?
— Finn!
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— Finn, não vou ter essa conversa com você.
Querido. Senhor.
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— Meu suor?
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Havia momentos na vida de uma garota quando
afligir-se de felicidade era necessário e profundamente
justificado. Esse era um deles. Mordi meu lábio inferior,
tentando suprimir meu profundo rubor e ignorando o
movimento de punhos que Finn fez com suas mãos e os
muito aprovadores polegares acima que se seguiram.
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segura, teria me estendido para tocá-lo ou talvez tivesse lhe
dado um sorriso. Mas não era uma dessas garotas coquetes
que sempre pareciam dizer as coisas corretas. Era
simplesmente eu.
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— Você vai ficar no antigo bairro?
Assenti.
— Isso é lindo.
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Antes que pudesse fazer algumas sugestões, Finn
entrou correndo.
Assenti.
— Estarei bem.
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— Sim. Não é essa Sofia Três Santos? A irmã de
Mateo?
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parece que explodiria. A sala se tornou nebulosa enquanto
meus olhos se enchiam de lágrimas. Pressionei a minha mão
sobre minha boca, desejando que tudo o que ele havia dito
não fosse verdade. Eu não era doce, não era pura... Não mais.
Qualquer inocência da que tinha orgulho foi roubada de mim
no dia em que fui estuprada.
CONTINUA...
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