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PERIGOSAS NACIONAIS

PERIGOSAS ACHERON
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Enzo
Acordes do coração
Novatzky. F
1º edição – 2019

Copyright © 2019 Novatzky. F


Todos os direitos reservados.

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Sobre a autora

Escritora amadora que fez da sua casa o wattpad,


onde passou a ser reconhecida. Foi graças a
plataforma que o sonho de mostrar ao mundo
“Encontro do destino” sua primeira obra se tornou
possível.
Uma mulher determinada e sonhadora que resolveu
arriscar escrevendo comedias românticas
superdivertidas, apaixonantes e quentes. Aquela
mulher sonhadora, que adora um bom livro como
companhia, aquela que vive em vários mundos
diferentes sem sair do lugar, que dá voz a
personagens incríveis que estão loucos para contar
sua história.
Com os seus vinte e tantos anos já escreveu
diversas obras no meio. Uma gaúcha brasileira que
adora o inverno, mas morre de frio. Um pouco
tímida demais, romântica e sonhadora.
Além dessa obra a autora possui outros volumes
disponíveis no seu perfil no Wattpad com o
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pseudônimo de Novatzky. F
Perfil no wattpad:
https://www.wattpad.com/user/Francinebn
Perfil no Instagram: @novatzky.f

Dedicatória

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Para as todas aquelas leitoras que se


apaixonaram pela família Nash.

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Outras obras

*Série Laços do Amor*


1 - Encontros do Destino (Jake e Nael)
2 - Lutando por você (Max e Delilah)
3 – Tudo ou nada (Derek e Erin)
4 - Xeque Mate (Logan e Savannah)
4.1 - Tatuado na Pele (Jake e Nael)
5 – Chamada de emergência (Oliver e Alana)
6 - Na boca do Lobo (Arthur e Claire)

*Spin off da Série Laços do


Amor*
1 - Ethan entre o amor e amizade
2 - Enzo acordes do coração
3 - Mason entre a razão e coração
4 - Aidan dois corações e uma alma
5 - Matteo vidas cruzadas
6 - Gustavo para sempre seu
7 - Nathan renascido das cinzas

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*Série “Café da Glória” *


1 – Sua Excelência

Até o momento...

Enzo – Acordes do coração

Sinopse
Enzo é o filho mais velho da família
Nash, um homem rebelde e impulsivo.
Com tatuagens cobrindo metade do seu
corpo ele se tornou um homem atraente
e sexy com o passar dos anos. Dono de
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um bar bem-sucedido no centro da


cidade ele curte a vida como nenhum
outro.
Mulheres caem aos seus pés, mas com
o passar do tempo a vida de festas e
fodas ocasionais começam a deixá-lo
entediado. Ele observa seu melhor
amigo e sua irmã construindo uma vida
juntos e almeja isto para si, o problema
é que a garota com quem pensou em
viver pelo resto da sua vida não quer
saber de nada além dos livros e da
música.
Sem manter muito contato um com o
outro depois de anos de convivência,
Enzo reencontra sua paixonite em uma
boate. O clima sexy e quente do
ambiente leva os dois direto para cama,
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mas no dia seguinte ele acorda sozinho


e ainda mais determinado a fazê-la sua.
Um sentimento inesperado, dois
mundos completamente diferentes e um
único destino. Enzo irá descobrir que a
batalha mais árdua pode ser a mais
prazerosa de sua vida.

Prólogo
Enzo
Bebo um gole do meu drink e percorro os olhos
pelo ambiente, o movimento no clube está a todo

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vapor. Tem homens e mulheres dançando, bebendo


e se divertindo em todos os cantos. Gente se
pegando no meio da pista de dança e outros tímidos
demais para sair do lugar.
Todos estão aqui com um único objetivo, curtir a
noite da melhor maneira possível. Eu seria uma
dessas pessoas a algumas semanas, mas nesses
últimos dias tenho andando esquisito. Nada chama
a minha atenção, nem mesmo o par de mulheres
cobiçando o meu corpo e desejando a minha
atenção a poucos metros de mim.
Ando meio entediado para falar a verdade, eu vivia
a minha vida muito bem. Sou dono do meu próprio
negócio, minha vida financeira está estável o
suficiente para sustentar os meus luxos e posso
levar qualquer mulher aqui para cama. O problema
é que isso não tem mais o mesmo sabor que tinha
antes.
Eu não sei o que está acontecendo comigo
ultimamente, acho que estou passando tempo
demais com o mais novo casal apaixonado e criei
uma vagina. O que lembra o real motivo de ter
vindo até aqui está noite, estou tentando encontrar
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uma distração e voltar a ser eu mesmo de novo.


O problema é que nenhuma das mulheres aqui
conseguiu a minha atenção por tempo suficiente
para provocar alguma reação em mim. Estou pronto
para jogar a toalha e dar à noite por encerrada
quando a batida da música muda.
“Jhené Aiko - Living Room Flow” começa a tocar
mudando o clima do ambiente para um tom mais
sexy, meus olhos são atraídos como um imã para a
pista de dança e pousam num corpo sensual
pequeno dançando sozinha.
Faço uma varredura do seu corpo dos pés à cabeça.
Salto alto e pernas nuas são a primeira coisa que
percebo, a segunda são as curvas daqueles quadris
sensuais se mexendo enquanto ela dança. Meu pau
dá o primeiro sinal de vida durante a noite toda e
fica ainda mais duro ao ver os fios de cabelos
negros caindo em ondas pela bunda arredondada.
Passo meus dedos pelos lábios para impedir a baba
de cair da minha boca e continuo a minha inspeção.
Corpo pequeno com curvas nos lugares certos, ela é
sexy para caralho e já chamou a atenção de alguns
caras ao redor.
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Não sou o único babando na garota, mas ela está


alheia a qualquer um. Está dançando sozinha sem
perceber ninguém ao seu redor, isso até ela se virar
de frente para mim e seus olhos colidirem com os
meus.
Ela trava no lugar e eu quase caio no meu
banquinho no bar, esfrego os olhos com as mãos
tentando anuviar a minha mente e depois volto a
olhar para pista de dança.
- Puta que pariu! – sussurro pensando estar vendo
coisas – Isa? – Pergunto para ninguém em
particular, só que parece que ela me ouviu porque
se vira na direção de um grupo feminino no canto
que não vi e caminha até lá.
Meus olhos seguem cada passo que ela dá até lá
feito um falcão, acredito que ninguém sabe que ela
está aqui ou não teriam deixado que saísse. Ainda
mais usando uma roupa como aquela e num lugar
como esse, onde as pessoas vêm à procura de sexo.
Ela cochicha no ouvido de uma das garotas que
agora reconheço ser a Iara, filha do Josh e da Stella,
ou seja, sua prima. Elas conversam por alguns
minutos e a Clarissa aponta para mim com o dedo e
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recebe um aceno da prima.


Franzo meu cenho para as duas e espero para saber
o que vai ser. Meus olhos se arregalam quando ela
vira e seus passos a trazem direto para mim. O
balançar dos seus quadris me faz amaldiçoar
baixinho, não posso foder a irmã mais nova do meu
melhor amigo.
- Oi – diz ela suavemente ao parar na minha frente.
- Seus pais sabem que está aqui vestida desse jeito?
– pergunto num murmúrio e depois praguejo por
ser um idiota.
- Eles sabem – responde cruzando os braços sobre o
peito de forma defensiva – e o vestido foi um
presente de aniversário da minha mãe – fala
petulante.
- Um ótimo presente – elogio e ela cora carmesim
bem aqui na minha frente – você disse aniversário?
– ela acena confirmando – quantos anos? –
Pergunto curioso tentando fazer a conta na minha
cabeça, acho que deve ser vinte e um.
- Vinte e um – responde confirmando as minhas
suspeitas – idade legal para beber – diz com um

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sorriso diferente. Um que nunca vi no seu rosto.


- Legal, acho que agora faz sentindo a escolha de
lugar – digo acenando para o bar.
- Na verdade a escolha do lugar foi ideia da Iara,
ela achou que eu podia ganhar um excelente
presente de aniversário aqui. – Explica ficando
ainda mais corada.
Não precisa ser um gênio para saber do que ela está
falando e pela cor das suas bochechas eu diria que
não existe nenhuma experiência ali. O que passaria
despercebido por qualquer um se você olhasse para
ela e só visse uma garota gostosa em um vestido
sexy.
- Na verdade é um lugar perigoso para ganhar um
presente como esse. – Sussurro de volta um pouco
perto demais.
O cheiro do seu perfume invade as minhas narinas
e um gemido baixinho escapa da minha boca, ela
suspira e seu corpo treme dos pés à cabeça fazendo
o rubor das suas bochechas se espalhar pelo seu
pescoço e mais abaixo.
Minha imaginação voa pensando até onde esse

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corar pode chegar. Quando dou por mim já estou


perto demais dela e seu peito toca o meu. Sua
respiração se acelera, tento manter a minha sobre
controle para não a assustar e respiro fundo
perdendo completamente a razão.
Meu nariz toca a pele do seu pescoço e inalo um
pouco mais do seu cheiro inebriante. Ela prende as
mãos nos meus braços segurando o tecido da minha
camisa como se sua vida dependesse disso. A
batida muda outra vez e perco o resto de
autocontrole que pensei que tinha.
“Chase Atlantic – Church” soa através dos
autofalantes e sem pensar começo a movimentar os
nossos corpos conforme a batida da música. A
Clarissa segue os meus movimentos com
facilidade, minhas mãos percorrem o seu corpo
com cuidado.
Ela não parece se importar com o meu toque apesar
de soltar pequenos suspiros de vez em quando. A
voz da razão tenta avisar que a mulher envolvida
nos meus braços é proibida para mim, mas já não
escuto mais nada a não ser o sangue zumbindo nos
meus ouvidos e o desejo puro tomando conta de
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tudo.
Quando tomo nota de tudo a minha boca já está
sobre a sua e ela está correspondendo ao beijo com
o mesmo fervor. Suas mãos se perdem em mim
acariciando a minha barba por fazer e puxando os
fios do meu cabelo. Espalmo uma das mãos na base
da sua coluna e puxo seu corpo mais para perto
enquanto a outra segura a sua nuca controlando a
intensidade do beijo.
Perco completamente a cabeça e esqueço de tudo,
do lugar onde estamos e que tem pessoas aqui que
nos conhecem. Só foco nela e no sabor da sua boca,
seu beijo é muito bom e seu corpo está tão
conectado com o meu que quando dou por mim, o
cenário já mudou e não estamos mais na boate e
sim na minha casa, mais precisamente no meu
quarto arrancando as roupas um do outro.

Capítulo 1
Clarissa
O calor do corpo ao meu redor é a primeira coisa
que percebo quando meu corpo começa a despertar.
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Sempre fui uma pessoa da manhã e puxei isso do


meu pai, totalmente ao contrário dos meus irmãos,
que assim como a minha mãe adoram acordar tarde.
Os braços fortes ao meu redor apertam ainda mais a
minha cintura, o que me lembra dos
acontecimentos da noite anterior.
Agora compreendo a fascinação de todas as minhas
colegas em relação ao sexo, sexo gostoso e quente.
Apesar do leve desconforto nas minhas partes
íntimas não consigo sentir arrependimento pelo que
aconteceu.
Principalmente quando aconteceu com quem eu
queria que acontecesse. Sempre tive sentimentos
pelo Enzo, desde que era uma garotinha e ele vivia
lá em casa com o meu irmão. Mas ele nunca olhou
para mim com outros olhos, sempre via em mim a
irmã do seu melhor amigo, ou seja, uma garota fora
de alcance.
Já tinha desistido de tentar alguma coisa com ele,
então aconteceu a festa de despedida de solteiro do
Gabriel e da Melinda, o que deixou o meu coração
pulando de felicidade.
Ele não me reconhecer naquela festa doeu um
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pouco, mas não quis dar tanta importância para isso


naquela hora. Só estava afim de curtir e foi o que
eu fiz, a gente ficou a noite toda juntos e apesar das
suas várias tentativas de descobrir quem era a
garota por trás da máscara, ele não conseguiu.
Quando a noite acabou para mim, estava andando
nas nuvens, muito parecido com esse momento
agora.
O problema é que a realidade volta muito antes do
que gostaria e a minha realidade tem um nome,
Jake Maddox e as dez chamadas não atendidas no
meu celular que está vibrando em cima do criado
mudo.
Desligo a chamada para não acordar o homem sexy
e gostoso coberto de tatuagens nos braços e levanto
da cama com cuidado.
Não sou nenhuma idiota que tem esperanças de
conseguir algo mais do que uma noite de sexo
quente, como eu disse anteriormente, conheço o
Enzo tempo suficiente para saber que ele não repete
mulher.
É por isso que recolho as minhas roupas da noite
anterior e entro no banheiro rapidamente, faço tudo
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que preciso o mais rápido possível e visto as


minhas roupas antes de sair. Abro a porta com
cuidado, mas pelo jeito poderia derrubar a casa que
ele não ouviria.
Seu corpo ainda está exatamente do mesmo jeito, o
peito bem definido sobe e desce em respirações
pesadas. O Lençol cobre somente o seu sexo
deixando todo o resto daquele corpo
maravilhosamente esculpido a mostra.
Cobiço o Enzo um pouco mais antes de pegar meu
celular e bolsa para sair, o que me lembra de
procurar pela minha calcinha. Dou um passo para
perto da cama para procurar embaixo dela e o Enzo
se mexe me fazendo recuar.
Não quero estar aqui quando ele acordar e ter que
ver a minha noite maravilhosa se desfazer com um
único olhar, quero ficar nessa nuvem de prazer um
pouco mais. Resolvo deixar a calcinha para lá e sair
antes que ele acorde e diga o quanto tudo isso foi
um erro.
Com o salto alto na mão e a minha bolsa na outra,
saio do seu loft o mais silenciosamente que posso.
Uso a porta de emergência para sair assim evito
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cruzar com qualquer pessoa que já esteja no bar a


essa hora, o ar úmido da cidade bate no meu rosto.
Caminho pela lateral do prédio até o meio fio da
rua, chamo um táxi com um aceno de mão e vou
embora.
O táxi passa rapidamente pelo centro da cidade e
logo o cenário muda de prédios enormes para casas
urbanas aconchegantes. Meu celular começa a tocar
pela milésima vez desde que acordei, olho o
identificador de chamadas e resolvo atender.
- Onde você se meteu? – Iara grita do outro lado da
linha com a voz em pânico.
- Porque? – Pergunto de volta ao invés de
responder à sua pergunta.
- Seu pai já ligou para mim várias vezes desde que
não conseguiu falar com você – responde ela aflita
e meu coração se enche de culpa.
- O que você disse para ele? – Pergunto de volta
mordendo o polegar de nervosa.
- Na primeira vez que ele ligou disse que você
estava dormindo ainda, na segunda que estava no
banho e na terceira que tinha saído para comprar
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café. Quando ele ligou na quarta vez eu não tive


coragem de atender – fala e eu suspiro aliviada.
- Então ele já sabe que não passei a noite com você,
– falo prevendo a tempestade que virá – espero que
a minha mãe esteja em casa quando eu chegar
odeio mentir para o meu pai – resmungo.
- Você passou a noite com ele, não é? – Pergunta e
eu resmungo um sim baixinho – eu sabia, como
foi? Preciso saber de tudo – grita eufórica.
- Podemos conversar sobre isso depois estou
chegando em casa agora e preciso tomar um fôlego
antes de encarar a fera – digo.
- Ok, mas eu quero saber de tudo. Cada detalhe
sórdido – pede.
- Prometo que conto tudo – respondo avistando os
portões de casa – vou desligar Iara acabei de chegar
– digo a ela.
- Tudo bem, passo para pegar você as duas e você
pode me contar tudo no caminho para o campus –
avisa e eu confirmo mais uma vez antes de desligar.
- Pode parar aqui mesmo – digo ao taxista que
acena estacionando o carro na frente dos grandes
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portões de ferro.
Pago pela corrida e desço do carro, caminho até o
painel de acesso e digito a minha senha. Os portões
começam a se abrir e um dos seguranças do meu
pai aparece com uma cara nada boa.
- Nem precisa falar nada, – digo erguendo a mão
num sinal de pare para o Miles meu segurança
particular – só me fale o quão encrencada estou –
peço e ele revira os olhos.
- Pela cara enrugada e pelos gritos que ouvi eu diria
muito encrencada, mas o Mason chegou a poucos
minutos também então provavelmente seu pai
descarregou a ira dele em cima do garoto –
responde e eu tremo só de pensar.
- O que ele aprontou dessa vez? – Pergunto
sabendo que alguma o meu irmão deve ter
aprontado para levar bronca de novo.
- O que um garoto da idade dele faz ué – responde
dando de ombros e eu reviro os olhos.
Provavelmente passou o dia todo fora, dormiu com
alguma garota aleatória e bebeu demais para variar.
Não que sejam esses os motivos que deixam meu

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pai uma fera, mas sim o fato do Mason estar


fazendo tudo isso sem ter o mínimo de cuidado
consigo mesmo.
- As coisas vão sair ainda mais de controle quando
ele se mudar para o antigo apartamento do papai –
resmungo começando a caminhar pelo caminho de
pedras até a entrada da frente.
- Com certeza – Miles concorda comigo andando
ao meu lado – por falar em mudança que horas
saímos hoje? – Pergunta ele me fazendo bufar.
- As duas, mas eu vou com a Iara hoje e não aceito
discussões quanto a isso – aviso apontando o dedo
para ele.
- Como quiser senhorita – responde fazendo uma
reverência engraçada – vou fazer minhas malas –
anuncia abrindo a porta da frente para mim e dando
passagem para que eu entre – boa sorte e feliz
aniversário – sussurra baixinho.
- Obrigada – respondo com um aceno.
Miles é um cara legal, o melhor segurança que meu
pai podia arrumar para mim. Ele não é tão velho
assim como o Kent por exemplo, na verdade acho

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que ele tem a idade do meu irmão mais velho e não


fica pegando no meu pé o tempo todo.
Ele sabe que gosto do meu espaço e respeita isso o
máximo que as regras do Senhor Jake Maddox
permitem. Além do mais ele pode guardar os meus
segredos e me proteger sem problema nenhum.
- Onde passou a noite mocinha? – Meu pai
pergunta assim que cruzo pela porta da frente me
fazendo pular de susto.
- Meus deuses pai está querendo me matar de susto
– murmuro colocando a mão no peito.
- Não enrola Clarissa Louise Maddox – responde
cruzando os braços sobre o peito e fazendo uma
cara ameaçadora.
Estou prestes a responder onde estive a noite toda
quando a minha mãe cruza pela sala pronta para o
trabalho. Meu pai segue os passos da minha mãe
desde o corredor até a mesa de café da manhã, ele
passa a língua nos lábios descaradamente
cobiçando a minha mãe.
Reviro os olhos e bufo dando no pé antes que ele
volte sua atenção para mim. Entro no meu quarto e

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jogo os meus sapatos num canto qualquer, procuro


por uma roupa confortável para vestir e corro direto
para o banheiro tomar banho.
Capítulo 2
Clarissa
Iara está cantando a plenos pulmões sua música
favorita, a mesma música que dancei com o Enzo
na despedida de solteiro do meu primo.
Memórias daquela noite voltam a mim como num
filme...
“Os lábios do Enzo estão grudados nos meus, ao
mesmo tempo que suas mãos exploram as curvas
suaves do meu corpo. O calor se espalha por todo
lugar e pela primeira vez meu corpo reage a tanta
proximidade.
Desgrudo minha boca da sua em busca de um
pouco de ar e sou surpreendida ao ver aqueles
olhos presos em mim. Enzo avalia o meu rosto
escondido sobre a máscara procurando alguma
coisa que não sei identificar, ele lambe os lábios e
meus olhos seguem o movimento.
Sinto o movimento da sua língua nas minhas partes
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mais íntimas e um gemido baixo escapa da minha


boca, ele sorri maliciosamente e volta a puxar meu
corpo para mais perto do seu.
Sua boca toma pose da minha mais uma vez
tirando meus pés do chão, ele está em todos os
lugares deixando meu corpo em ebulição. Nunca
fui beijada desse jeito, na verdade nunca beijei
ninguém.
Claro que ter vários seguranças na sua cola e um
pai super protetor não ajudou muito no meu caso,
afinal todo garoto que tentava flertar comigo
estremecia de medo do olhar ameaçador do meu
pai.
No fundo acho que se nenhum homem teve
coragem para passar por cima do meu pai então é
porque não era bom o suficiente para mim.
- Quem é você? – Pergunta ele interrompendo o
beijo mais delicioso da minha vida.
- No momento só mais uma garota – respondo
mexendo nos fios soltos do seu cabelo perto da
nuca.
- Não, – responde ele alisando a minha bochecha

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com o polegar – você não é qualquer garota. É a


minha garota – afirma voltando a beijar a minha
boca”
- Terra chamando Clarissa... Alôo – grita a Iara
estalando os dedos na frente do meu rosto.
- Desculpe estava perdida em pensamentos o que
você disse? – Pergunto voltando ao presente.
- Eu perguntei como foi a sua noite – diz ela com
um revirar de olhos – deve ter sido boa já que você
está andando nas nuvens – fala com um sorriso
divertido.
- Estava pensando na despedida de solteiro do
Gabriel – respondo vendo-a pegar a interestadual
cinco em direção a Portland.
- Hum a festa do ano – cochicha com um sorriso
estranho – você e o Enzo estavam no maior amasso
e não eram os únicos fazendo isso – diz ela com um
sorriso de quem sabe de uma coisa que ninguém
deveria saber.
- O que aconteceu naquela festa que eu não fiquei
sabendo? – Pergunto estreitando o olhar para cima
dela.

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- Algumas coisas bem interessantes, mas você


estava ocupada demais devorando a boca do seu
amor de adolescente para perceber – provoca ela e
eu reviro os olhos – tudo que eu posso dizer é que
muita gente vai ficar surpreso quando as
consequências começarem a aparecer – fala
batucando os dedos no volante – agora conta como
foi ontem à noite? – Pergunta outra vez.
“Na noite anterior...
Enzo aperta a minha bunda com vontade ao mesmo
tempo em que tenta abrir a porta dos fundos do loft
onde ele está morando agora.
A porta abre depois de várias tentativas
fracassadas, entramos aos tropeços e sinto a minha
bunda tocar em uma superfície sólida. Andamos o
apartamento todo até a mesa de jantar, sou
empurrada para cima da mesa e as mãos dele estão
em todo lugar.
Sinto o toque frio das suas mãos subirem pelas
minhas panturrilhas, prendendo minhas pernas ao
redor da sua cintura e subindo cada vez mais até
chegar ao ápice das minhas coxas.
Seus dedos tocam a parte mais íntima do meu
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corpo e a minha primeira reação é ficar tensa,


prendo minhas mãos na sua camisa e fecho os
olhos.
- A gente pode parar se você quiser – sussurra ele
parando de mover os dedos me fazendo abrir os
olhos para poder vê-lo – está tudo bem se não
quiser fazer isso agora – diz compreensivo.
- Eu quero – respondo com um aceno de cabeça – é
só que não sei o que fazer – sussurro sentindo
minhas bochechas arderem.
- Você pode fazer o que quiser – responde dando
um beijo suave nos meus lábios inchados – que tal
explorar um pouco? – Pergunta tirando os dedos
debaixo da minha saia para abrir a própria
camisa.
- Você vai me deixar tocá-lo? – Pergunto na
dúvida.
- Quero suas mãos em mim Pérola – responde ele
abrindo os botões um de cada vez.
- Ok – sussurro apreciando cada ondulação de
músculos sendo revelada.
Ele termina de abrir os botões da sua camisa e
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abre revelando um abdome trincado, meus dedos


coçam para tocar em cada gominho. Mordo o lábio
inferior sem desgrudar os olhos de cima dele, Enzo
geme baixinho e toma minhas mãos nas suas
levando até o seu peito.
- Não tenha medo de tocar em mim porque eu não
vou ter na hora de tocar em você. – Fala
espalmando as minhas mãos no seu peito.
- Hum – murmuro contornando seus músculos
duros com a ponta dos meus dedos.
Minhas mãos exploram toda a pele nua diante dos
meus olhos e ele apenas observa o meu rosto com
cuidado, como se tentasse gravar cada expressão
minha na sua memória à medida que exploro ainda
mais.”
- O cara deixou você apalpá-lo sem reclamar? –
Pergunta a Iara com a boca aberta.
- Deixou, – respondo ainda sentindo o calor da sua
pele na ponta dos meus dedos – eu podia passar
horas só tocando naquele peito. – Murmuro e a Iara
ri.
- É claro que poderia! – diz ela com um revirar de

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olhos – agora continua e não esqueça dos detalhes


sórdidos. – Pede e eu volto a contar o que
aconteceu ontem à noite nos mínimos detalhes.
“Empurro minhas mãos até os seus ombros e
começo a tirar a sua camisa, prendo meus dedos
no tecido e desço pelos seus braços. As mãos dele
começam a se mover outra vez, esfregando
suavemente as minhas coxas.
Ele afasta a mão da minha pele somente tempo
suficiente para passar a camisa pelos braços. Subo
outra vez até chegar na sua nuca e acaricio os fios
de cabelos por ali e um brilho diferente toma conta
do seu rosto.
Enzo sorri para mim como se soubesse de um
segredo e abaixa a cabeça para me beijar, seus
lábios tomam os meus com mais calma dessa vez.
O tempo parece parar diante de mim, mãos
explorando, toque sutis, roupas sendo tiradas e
pele contra pele pela primeira vez na minha vida.
Calor se espalha por todo o meu corpo, estou
totalmente perdida nas sensações que esqueço o
nervosismo de antes e me solto por completo.
Aperto minhas pernas ao redor da sua cintura
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tentando algum tipo de contato para aliviar a dor


que de repente se instalou ali, Enzo tateia as
minhas costas em busca da abertura do sutiã e
geme quando não encontra nada.
- Abre na frente. – Sussurro separando minha boca
da sua e abrindo o sutiã pela parte da frente. “
- O cara não conseguia abrir o seu sutiã? – Pergunta
abismada balançando a cabeça – perdeu um ponto
comigo parceiro. – Conclui a Iara.
- Qual é, você sabe como são os caras com esses
negócios. Além do mais o que é abrir um sutiã
quando ele rasgou a minha calcinha. – Conto e ela
comemora.
- Ponto recuperado parceiro. – Grita me mandando
continuar com um sinal de mão.
“Depois do meu sutiã a calcinha é a próxima a
sair, ele simplesmente a rasga com um puxão
brusco me fazendo gemer. Aperto minhas mãos na
sua bunda por dentro da cueca puxando seu corpo
para mais perto e um gemido mais alto escapa
quando ele toca o meu sexo com a ponta dos dedos.
- Tão molhada e quente – provoca com um

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sussurro no meu ouvido – eu podia meter em você


agora mesmo Pérola – murmura mordendo o
lóbulo da minha orelha – você está pronta para
mim. – diz num sopro de ar.
- Hum. – Gemo me agarrando nos seus braços
para não virar uma gosma derretida em cima da
mesa. Minha boceta começa a palpitar precisando
de algo a mais e sinto que posso entrar em
ebulição espontânea.
- Você já gozou antes? – Pergunta mordiscando a
pele do meu pescoço e eu só consigo gemer –
palavras amor. – Pede descendo a boca até os
meus seios.
- Oh deuses – gemo jogando a cabeça para trás de
puro prazer. Cada toque vai direto para o meu
centro de prazer e os dedos do Enzo tocando com
maestria aumentam ainda mais as minhas
sensações.
- Então Isa? – Pergunta parando de mover os
dedos mágicos em mim.
- Não pare, – imploro de olhos fechados – eu
estava quase lá. – Murmuro frustrada.

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- Ah então você conhece a sensação – Provoca


voltando a mover os dedos e um gemido alto meu
ecoa pelo apartamento – e que tal assim? – pede
puxando meu corpo para beirada da mesa e
abocanhando meu sexo com vontade.
Um grito alto escapa da minha boca e não consigo
me manter sentada, deito o corpo na mesa e deixo
o Enzo trabalhar a sua boca em mim. Esse cara
realmente sabe como usar a língua e todo o resto.
Meu corpo está cantarolando de prazer e meus
olhos já não conseguem ficar abertos.
Sua língua roda em cima do meu clitóris e depois
ele o suga na boca levando meu corpo para o mais
sublime dos prazeres.”
- Caramba você não me poupou mesmo dos
detalhes. – Sussurra a Iara abanando o próprio
rosto.
- Você disse que queria detalhes, – retruco sentindo
meu rosto pegar fogo – eu exagerei? – Pergunto
piscando meus olhos para ela que empurra o meu
ombro com um sorriso.
- Sua boba. – Reclama voltando a se concentrar na
estrada – então o cara é bom no sexo oral. –
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Constata depois da minha descrição.


- Ele me fez chegar lá duas vezes só com a boca. –
Conto remexendo o corpo no banco do carro.
- Uau conta mais, – pede ligando o ar frio do carro
– de repente ficou quente aqui. – Justifica com um
aceno de mão e eu rio terminando de contar tudo
para ela.
“Sinto a suavidade do colchão antes mesmo de
abrir os olhos. Enzo deita o meu corpo em cima da
cama e começa a distribuir beijos por todo o meu
corpo.
Estou completamente nua e mole do orgasmo
anterior, mas ainda assim ele não para. Sua boca
suga o meu mamilo direito com vontade enquanto
ele acaricia o outro com os dedos.
Ele beija, suga, chupa, morde e lambe o meu seio
se revezando entre um e outro. Meu corpo começa
a reagir outra vez e não consigo ficar parada no
lugar.
Esfrego uma perna na outra e sinto a umidade
escorrendo pelas minhas coxas.
- Por favor. – Imploro jogando a cabeça para trás
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e prendendo meus dedos nos lençóis para me


manter presa ao momento.
- Puta merda! Você está molhada para caralho –
sussurra desgrudando a boca do meu seio para
voltar a atacar o meu sexo com a língua.
O clímax que estava bem ali chega atingindo o meu
corpo com força. Minhas pernas tremem ao redor
da sua cabeça e minha visão perde o foco por
alguns minutos enquanto a onda de prazer passa
pelo meu corpo.
Estava tão perdida nas sensações que quase não
senti quando ele entrou em mim. Mas isso não quer
dizer que a picada de dor passou despercebida,
meu corpo tenciona e ele distribui beijos pelo meu
rosto.
- Está tudo bem relaxe, – pede com a voz calma e
cheia de tesão – deixa seu corpo se ajustar para
mim. – Pede alisando o polegar na minha coxa
enquanto a outra mão afasta os fios de cabelo
negro do meu rosto.
- Eu me sinto tão cheia – sussurro apertando os
músculos da minha boceta ao seu redor.

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- Porra! – pragueja apoiando a testa no meu


ombro – assim você me mata Pérola. – Sussurra
com a voz abafada e só agora percebi que ele tem
me chamado assim a noite toda exatamente como
fez na festa a fantasia.
- Eu preciso que você se mexa. – Murmuro
esfregando meu quadril no seu e ele geme – por
favor eu preciso... oh deuses. – Gemo sentindo o
movimento dentro de mim ganhar vida.
- É disso que você precisa – provoca voltando a
tomar o controle da situação se movendo
confortavelmente para dentro e para fora do meu
sexo.
- Sim. – Suspiro tentando fazer o ar entrar nos
meus pulmões.
Não consigo explicar o que é a sensação de ter o
Enzo dentro de mim, tomando pose do meu corpo.
É muito parecido com a sensação que tenho
quando meus dedos tocam o piano, é sublime e
apaixonante.
- Caralho é tão bom. – Geme tomando a minha
boca na sua.

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Seus lábios tomam os meus e não consigo


responder para ele. Os movimentos de vai e vem se
intensificam, não consigo ficar parada e minhas
mãos apertam os músculos da sua bunda com
força.
- Merda – grunhe apertando os dedos na minha
coxa e erguendo a minha perna um pouco mais
para cima.
Um grito salta da minha boca com a mudança de
ângulo, um orgasmo completamente diferente dos
anteriores começa a se formar e sinto meu corpo
perder o rumo.
- Enzo. – Grito jogando a cabeça para trás e
deixando a sensação passar pelo meu corpo com
força. Tenho a leve impressão de ouvir o meu nome
num sussurro rouco ecoar da sua boca e ele se
perder assim como eu.”
- Caramba! – Iara sussurra mais vermelha que um
tomate – podemos concluir que o Enzo sabe o que
está fazendo e você foi uma mulher de muita sorte
para sua primeira vez. – Fala com um sorriso
cúmplice.
Apenas aceno em concordância do meu lugar, o
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resto da viagem nós trocamos confidências como as


melhores amigas que somos.
Capítulo 3
Clarissa
Chegamos em Portland três horas depois de sair de
Seattle, Iara dirige pelas ruas com perfeição e logo
atrás vejo o carro do Miles nos seguindo.
- Direto para casa? – Pergunta ela se referindo ao
pequeno apartamento que dividimos junto com
outras duas garotas próximo ao campus.
- Sim. – Respondo com um aceno – espera, talvez a
gente deva passar no mercado antes e comprar
alguns mantimentos. – Digo lembrando que não
temos nada na geladeira.
- Verdade. – Concorda ela – você já falou com seus
pais sobre Juilliard? – Pergunta virando a esquina
no nosso supermercado favorito.
- Com o meu pai já, mas a minha mãe é outra
história. Ela vai morrer quando souber. – Respondo
já imaginando o drama que a Dona Nael irá fazer se
eu for aceita em uma das escolas mais conceituadas
de música do mundo.
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- Ela vai superar e além do mais o Ethan está em


casa agora e o casamento dele com a Emma vai
manter ela bem ocupada. – Lembra estacionando o
carro.
- Não, minha mãe não consegue fazer diferença
entre os filhos. Nem mesmo com o Mason que vive
aprontando. – Digo com toda certeza do mundo –
quando ela souber sobre Juilliard e Nova York vai
enlouquecer. – Falo.
- Bom ela pode demorar a aceitar a ideia, mas
assim que perceber que é o que você quer vai te dar
total apoio. – diz a Iara abrindo a porta do carro.
Nesse ponto tenho que concordar com ela, minha
mãe pode demorar a aceitar a minha mudança para
o outro lado do país. Mas quando souber que é isso
que eu quero, não tenho dúvidas que ela vai ficar
do meu lado sempre.
Só que enquanto Juilliard não chega vou fazer o
que puder para ser a melhor musicista da costa
oeste.
Enzo
A claridade do lado de fora da janela assalta o meu
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rosto, pisco diversas vezes antes de finalmente


conseguir abrir os olhos. Procuro pelo corpo
adormecido da Clarissa na cama e o que encontro é
o vazio.
- Mas que merda! – Exclamo rodando o loft com os
olhos e procurando vestígios dela pela casa.
Se não fosse a calcinha jogada em cima do abajur
da sala e os meus lençóis cheirando ao seu perfume
misturado com o meu, diria que ela nunca esteve
aqui, quanto mais nua e se contorcendo embaixo de
mim.
Procuro o celular com os olhos e confiro as horas,
são dez da manhã e a mulher nem mesmo me
deixou preparar o seu café antes de dar no pé como
uma fugitiva. O que me lembra que essa não é a
primeira vez que ela foge de mim.
Ontem à noite eu tive certeza que era ela na
despedida de solteiro do Gabriel. Aquele perfume e
o toque gentil na minha nuca foram provas o
suficiente para minha desconfiança.
Admito que levou um tempo para descobrir quem
era a mulher misteriosa vestida de anjo negro e
outro tanto de tempo para admitir que passei a noite
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toda grudado na irmã no meu melhor amigo.


Levou mais tempo ainda para aceitar que tudo
aquilo não foi um erro colossal e que por mais que
eu pense o contrário ela é maior de idade, portanto
sabe o que está fazendo.
Antes dessa noite pensava que havia alguma coisa
errada comigo, estava a fim de provar que ainda
sou o mesmo Enzo de antes daquela noite e dos
seus lábios macios com gosto de morangos
enfeitiçarem os meus, que podia pegar qualquer
uma a qualquer hora.
Só que o tiro saiu pela culatra e o destino jogou
uma bomba de cabelos negros com um corpo de
matar em cima de mim. Juro que tentei resistir, mas
aqueles quadris dançando contra mim foi o meu
fim.
Consegui conter o impulso no casamento na
semana passada, mas ontem a noite toda a
determinação foi por água abaixo e tudo isso só
para ser abandonado pela manhã.
Agora consigo entender a raiva que as mulheres
que deixei sentiram, mas se ela pensa que sou um
cara que deixa para lá e finge que nada aconteceu,
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está completamente enganada.


Posso muito bem fazer conversa de travesseiro
quando quero.
Eu sou um Nash e se meu pai não desistiu da minha
mãe por dez anos, eu é que não vou fazer isso,
principalmente agora que senti o gosto de tê-la toda
quente ao meu redor.
Clarissa
- Obrigado Miles. – Agradeço ao segurança quando
ele deixa as sacolas com os nossos mantimentos em
cima da mesa.
- De nada. – Responde ele educadamente – precisa
de mais alguma coisa? – Pergunta assumindo sua
posição de sempre. Braços cruzados na frente do
peito e postura reta como um bom soldado.
- Uma massagem relaxante. – Responde a Sara
filha do Tio Matt e da Tia Joyce – Olá bonitão. –
Sussurra envolvendo o pescoço do Miles com os
braços e colando sua boca na dele.
Escondo o meu sorriso quando o segurança linha
dura se derrete todo e retribui o beijo apaixonado
da Sara. Os dois estão juntos tem poucos meses e
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meu pai não sabe, porque se soubesse substituiria o


Miles por algum outro segurança linha dura.
Sara arrasta o Miles para o quarto dela e expulsa a
Maia que estava lá dentro.
- Dá para acreditar nisso? – Pergunta ela apontando
com o polegar para porta do quarto – esses dois
precisam de um espaço só para eles porque assim
fica difícil. – Murmura esfregando os olhos por
baixo dos óculos vermelhos.
- Eles estão apaixonados. – Iara fala jogando o
corpo no sofá – como foi o final de semana? –
Pergunta para Maia.
- Tenso, eu achei que poderia estudar e concluir a
minha tese, mas ao invés disso passei os dois dias
ouvindo a Sara reclamar sobre estar entediada. –
Fala largando o livro em cima da mesinha e se
jogando ao lado da Iara.
- A gente por outro lado aproveitou bastante, – diz
a Iara cutucando a minha perna – algumas mais do
que outras. – Provoca e as minhas bochechas
inflamam.
- O que aconteceu de tão interessante com você

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nesse final de semana? – Pergunta a Maia curiosa.


- Nada. – Respondo lançado um olhar mortal para
cima da Iara que entende a dica para ficar quieta.
Ainda não estou pronta para dividir a minha vida
particular com as outras meninas, não que não
confie nelas, mas preciso de tempo para processar
tudo e espirito para ouvir as horas de sermões que
virão.
- Que tal eu fazer o jantar? – Pergunto para mudar
de assunto.
- Ah isso seria muito bom, estou cansada de comer
só fast food. Não entendo como a Sara mantem o
corpo dela só comendo besteiras. – Reclama a Maia
e a Iara acena concordando.
- É genética. – Respondo lembrando que a minha
tia é exatamente igual.
Ela revira os olhos para mim e a Iara sorri
cúmplice, caminho na direção da cozinha e começo
a preparar o nosso jantar.
Capítulo 4
Enzo
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- Porque você precisa do celular da minha


cunhada? – Minha irmã pergunta estreitando o
olhar para cima de mim.
- Estou pensando em comprar um piano para
colocar no bar e pensei que ela pudesse me ajudar.
– Respondo largando a primeira coisa que vem à
cabeça.
- Uhum sei. – Responde ela pegando o celular para
verificar os seus contatos – se você não estivesse
com tanta presa assim para comprar um piano, –
diz ela com desdém – poderia esperar até o final de
semana quando ela volta para casa. – Fala.
- Não sabia que ela voltaria esse fim de semana. –
Respondo fingindo desinteresse.
- A Clarissa está sempre em casa nos finais de
semana e nesse em especial. – diz digitando no
celular – mandei o número dela pelo WhatsApp. –
Avisa guardando o celular.
- Beleza. – Aceno coçando a nuca – porque esse
fim de semana é especial? – Pergunto curioso e a
Emma sorri de canto.
- A Nael e o Jake vão dar uma festa de aniversário

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surpresa para ela e a família toda foi convidada. –


diz.
- Pensei que o aniversário dela era no último
sábado. – Digo confuso.
- Era, mas ela não quis fazer nada e preferiu sair
com as amigas. Então para não passar em branco
para família, eles resolveram fazer um almoço no
domingo e dar o presente que compraram. –
Responde.
- Interessante então ela vem mesmo para casa. –
Sussurro e a Emma acena que sim.
Isso é ótimo, no caso dela não atender as minhas
ligações ou responder minhas mensagens vou poder
falar com ela pessoalmente e descobrir porque ela
se escondeu de mim naquela festa ou o porquê
fugiu de mim essa manhã.
Depois de conseguir o número de telefone da
Clarissa com a Emma, dou adeus a minha irmã e
volto para casa.
Chego em casa e a primeira coisa que faço é
mandar uma mensagem para ela.
Enzo: “Oi, tudo bem?”
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Simples e direto, agora é só esperar e ver se ela


responde. Cinco minutos inteiros se passam antes
que ouço o sinal de alerta do celular anunciando
outra mensagem.
Pérola: “Quem é?”
Enzo: “Adivinha Pérola.”
Pérola: “Enzo?! Como conseguiu o meu
número?”
Enzo: “Emma passou para mim e você não
respondeu minha pergunta.”
Ela demora um pouco para responder e começo a
batucar os dedos de nervoso na perna. Talvez ela
não vá responder agora que sabe que sou eu, mas
então os três pontinhos de quem está digitando
aparecem.
Pérola: “Estou bem e você?”
Enzo: “Estaria melhor se você estive ficado para
o café da manhã.”
Pérola: “Não sabia que devia, normalmente você
não fica para o dia seguinte foi o que soube...”
Essa farpada doeu, está certo que ela não tinha
como saber qual seria a minha reação. Mas fugir
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logo no início da manhã ao invés de ficar e encarar


os fatos foi covardia.
Pérola: “Não devia ter dito isso, desculpe.”
Enzo: “Tudo bem eu meio que mereço essa!”
Enzo: “Mas em minha defesa, nenhuma das
outras garotas merecia a minha atenção”
Pérola: “Devo me sentir importante então?”
Enzo: “Sim”
Ela não responde mais depois disso e eu também
não tenho tempo de perguntar alguma coisa já que
o Raul está batendo na minha porta. Solto o
telefone em cima da mesa e levanto para atender.
- Fala cara. – Cumprimento assim que abro a porta.
- Temos problemas. – diz ele entrando sem
nenhuma cerimônia – Se a Carla não aparecer para
trabalhar hoje vamos ter que encontrar uma
substituta definitiva. – Fala cruzando os braços
sobre o peito.
- Pensei que já tivemos esclarecido esse assunto, –
digo fechando a porta – não vamos demiti-la Raul.
– Aviso pela milésima vez.
Carla é minha funcionária desde que abri o bar,
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nunca deu problemas até recentemente quando


engravidou de um idiota e precisou ficar em casa
com o bebê. Além disso ela tem um outro garoto de
cinco anos que precisa da renda que ela recebe
aqui.
Não posso demitir a mulher só porque ela tem
passado por uma fase ruim, além disso eu gosto
demais do moleque para mandar a mãe dele para
rua.
- Essa mulher ainda vai trazer problemas para o
bar. – Retruca com um suspiro irritado.
- Se isso acontecer eu resolvo. – Respondo com um
dar de ombros – agora como está indo a Helen? –
Pergunto pela garota nova.
- Se saindo muito bem depois daquele pequeno
deslize na despedida de solteiro do seu amigo. –
Fala me lembrando do desastre em questão.
- Já avisei o Mason para ficar longe da Helen e ele
concordou com isso. – Respondo.
- Você e eu sabemos que o Mason não é muito
confiável e a Helen é uma garota inocente que pode
muito bem cair na lábia dele. – fala e eu tenho que

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concordar.
- Eu passei o recado Raul agora se ambos vão ouvir
é outra história, além disso a Helen não vai ficar
aqui por muito tempo mais e o Mason não é de se
apegar a uma única garota. – Respondo e ele
concorda.
O que me leva ao mesmo ponto novamente, minha
Pérola acha que eu também não fico muito tempo
com a mesma garota. Não vou mentir, é verdade até
certo ponto.
Nunca fui de repetir mulher ou fazer conversa de
travesseiro, exatamente como o Mason e talvez por
conviver com o irmão ela pense que não sou capaz
de mudar.
Devo estar parecendo um louco, a gente transou
uma vez e eu já estou ficando obcecado. Até parece
que sofri uma chave de boceta e não consigo pensar
em outra coisa que não seja nela.
Mas tenho que dizer, foi a foda mais incrível de
toda a minha vida e querendo ou não sempre pensei
nela como sendo minha.
- Enzo está viajando hoje, precisamos falar dos

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fornecedores cara vê se acorda – Raul reclama com


uma carranca e eu aceno tirando a Clarissa da
minha cabeça por pelo menos dez minutos.
Clarissa
Não consigo parar de pensar no sim que li na
última mensagem do Enzo no meu celular, não sei
se ele pensa que eu sou ingênua para acreditar que
sou importante.
É impossível que de todas as mulheres que já
passaram pela sua cama ele tenha, sei lá sofrido um
tipo de feitiço por mim. Não é como se eu tivesse
uma boceta mágica afinal de contas, deve ser
porque eu fui a única a abandoná-lo pela manhã ao
invés do contrário.
Está aí, provavelmente ele está com o ego ferido e
querendo provar alguma coisa que só os homens
entendem.
Quer saber, vou superar essa paixonite adolescente
pelo Enzo de uma vez por todas.
Capítulo 5
Clarissa
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O barulho do meu despertador toca em cima do


criado mudo anunciando mais um dia, esfrego o
sono do meu rosto e pulo da cama. Caminho até a
cama da Iara e cutuco sua cabeça para acordar, ela
resmunga e rola para o lado.
- Anda logo ou vamos chegar atrasadas Iara. –
Chamo e ela geme de desgosto.
Enquanto ela protesta por ter que levantar tão cedo
eu vou até o banheiro fazer tudo que preciso e
tomar um banho antes de sair para minha primeira
aula.
Termino meu banho na mesma hora em que a Iara
levanta da cama parecendo um zumbi, ela anda
pelo corredor com os cabelos embolados
resmungando um pouco mais.
Sorrio para ela e ganho um sinal de foda-se com o
dedo. Ela detesta acordar cedo, mas como duas
vezes na semana as suas aulas são pela manhã, não
há muita escolha.
Procuro pelo meu jeans favorito no armário para
vestir e escolho uma regata preta para colocar junto
com a jaqueta e minhas botas de cano curto.

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Seco meu cabelo com o secador e depois dou uma


arrumada nele para que as pontas fiquem um pouco
onduladas.
Não costumo usar maquiagem no dia a dia, mas
hoje resolvo fazer o básico apenas.
Depois de pronta verifico se tenho tudo que preciso
na mochila estilo saco e saio do quarto.
Miles já está na sala esperando por mim com um
copo de café, até que ele está bem hoje.
Normalmente ele usa aqueles ternos que me irritam
e chamam a atenção de todo mundo por onde
passo.
- Bom dia. – Cumprimenta entregando o café com
leite para mim e tomando o seu puro.
- Bom dia. – Respondo afastando o colarinho da
sua camisa para avaliar melhor o chupão no seu
pescoço – parece que a noite foi boa. – Comento
com um risinho.
- Ela estava com saudades. – Responde com um
sorriso de canto e dando de ombros – Você está
pronta? – Pergunta assumindo sua pose habitual.
- Estou, – respondo com um aceno – se a Iara não
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demorar demais a gente ainda consegue tomar café


da manhã antes da minha primeira aula. – Falo e ele
acena.
Iara aparece na sala toda maquiada e pronta para
sair. Miles abre a porta da frente para nós duas e
caminha na nossa frente.
- Toda vez que vejo o Miles verificando ao redor
como um agente especial dou graças a Deus pelo
meu pai não ser paranoico, – diz ela e depois grita –
sem ofensas MIB. – E o Miles acena com um
polegar para cima.
- Já eu dou graças a Deus que é o Miles ao invés
daquele segurança barbudo que parece nunca ter
rido na vida. – Falo com um revirar de olhos.
- Qual é o problema do seu pai com segurança
afinal? – Pergunta quando saímos na rua e
começamos a andar até o campus.
- Eu não contei essa história para você? – Pergunto
puxando na memória se já contei a ela os motivos
da paranoia do meu pai.
- Se contou não lembro. – diz dando de ombros.
- O meu pai sempre foi super protetor já dizia a
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minha vó, mas ficou pior depois que conheceu a


minha mãe e algum maluco tentou matá-la quando
estavam namorando. Então nós nascemos e a sua
paranoia tomou conta de tudo, ele fica preocupado
com a nossa segurança porque é um homem
influente e algumas pessoas não gostam das
políticas dele. Mas ele não faz com o Ethan e o
Mason metade do que faz comigo eu acho –
respondo.
- Vocês sabem que ele está certo, não é? – Pergunta
o Miles alguns passos mais para frente.
- Como assim? – Pergunta a Iara.
- Existem muitas pessoas malucas nesse mundo e
fica ainda pior quando dinheiro está envolvido, –
fala e a Iara arregala os olhos – um maluco
qualquer poderia usar você e os seus irmãos para
atingi-lo ou quem sabe conseguir alguma coisa com
isso. Pelo que conheço do seu pai ele daria o
império dele todo para manter vocês seguros e bem.
– Fala.
- Bom vendo por esse lado até que ter um
segurança não é ruim. – Iara comenta roendo a
unha – a quanto tempo você trabalha nessa área
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Mib? – Pergunta ela chamando o Miles pelo


apelido que demos para ele quando o vimos pela
primeira vez usando um terno preto.
- Oito anos, – responde ele andando mais devagar
até que a gente comece a andar na sua frente – nos
dois primeiros fui segurança de uma celebridade
em Los Angeles, depois comecei a trabalhar com
uma modelo e as coisas não acabaram bem. – diz
baixinho.
- Não diga que você se apaixonou por ela. – Iara
quase grita virando para trás para poder ver o Miles
– A Sara sabe sobre isso? – Pergunta com uma
careta.
- Ela sabe e sim eu me apaixonei por ela, mas nada
que um bom pé na bunda não resolveu e tudo isso
me trouxe até aqui. – Fala fazendo um sinal para
Iara virar para frente e voltar a andar.
- Qual foi a coisa mais louca que aconteceu
enquanto você fazia a segurança dessas pessoas? –
Pergunto curiosa.
- Quando estava fazendo a segurança da modelo
um cara entrou no quarto de hotel dela, revirou
todas as suas roupas e espalhou em cima da cama.
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Depois disso ele se masturbou e gozou por cima de


tudo. – diz e eu quase tropeço na calçada.
- Puta merda! – Iara geme com a boca escancarada
– realmente tem um louco para tudo. – diz
balançando a cabeça.
- O que aconteceu com o cara? – Pergunto
recuperando a compostura.
- Ele foi preso depois que a polícia conseguiu
identificá-lo. – responde segurando o meu braço
quando um cara passa pela gente apresado –
babaca. – Murmura quando o sujeito quase atropela
a Iara.
- Idiota. – Grita a Iara e o cara não dá a mínima
continua correndo.
- Você está bem? – Pergunto.
- Estou, mas aquele idiota sujou o bico do meu
sapato. – Reclama olhando para os pés.
Voltamos a caminhar tranquilamente, ao
chegarmos no campus a Iara segue o seu caminho
até o prédio do teatro e eu o meu até a sala de
música junto com o Miles.
Capítulo 6
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Enzo
Chego em casa na segunda à noite podre de
cansado, são três horas da manhã e quase não
consigo me manter de pé. Ando a passos lentos até
o banheiro para tomar banho, a água do chuveiro
lava toda a sujeira do dia do meu corpo.
Depois de uns dez minutos embaixo do chuveiro
desligo a água e pego a primeira toalha que vejo,
seco o corpo rapidamente e enrolo a tolha na
cintura.
Caminho até a cozinha para vasculhar a geladeira e
pegar algo para comer, não existe nada além de
uma maçã.
- Preciso fazer compras. – Sussurro para mim
mesmo lembrando que quando morava com a
Emma era ela quem cuidava dessa parte.
Faço uma anotação mental para passar no
supermercado amanhã de manhã e pego a maçã
mesmo.
Jogo meu corpo no sofá da sala e ligo a televisão no
primeiro canal que aparece. O destino deve estar
brincando comigo, porque nesse exato momento
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está passando um concerto em piano ao vivo.


Meus pensamentos voam até a Clarissa em
Portland, será que se eu mandar uma mensagem
para ela agora iria receber uma resposta. Fico
pensando no silêncio que recebi depois da nossa
última troca de mensagens e resolvo arriscar.
Enzo: “Está passando um concerto em piano na
televisão, você está acordada?!”
Largo o telefone em cima do sofá sem esperar por
uma resposta, afinal são quase quatro da manhã e
provavelmente ela deve estar dormindo. Mas por
incrível que pareça meu telefone vibra ao lado.
Pérola: “Também estou vendo e sim ainda estou
acordada.”
Enzo: “Sem sono?”
Pérola: “Aham e você?”
Enzo: “Cheguei do trabalho a pouco tempo.”
Pérola: “Cansado?”
Enzo: “Moído, hoje foi um dia difícil.”
Pérola: “Porque?”
Enzo: “Falta de pessoal e problemas com

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fornecedores.”
Enzo: “E você, como foi o seu dia?”
Perola: “Exaustivo, meus dedos estão doendo de
tanto tocar. Não foi um bom dia!”
Enzo: “Porque?”
Pérola: “Estava distraída e errei a maioria das
notas. Preciso melhorar.”
Enzo: “Para mim você é boa, todos temos dias
ruins as vezes. Mas fiquei curioso, o que estava
te distraindo Pérola?”
Pérola: “Hum... você.”
Meu sorriso chega a ganhar proporções épicas com
a sua resposta. É bom saber que não sou o único
com a mente em outro lugar hoje e que ela tem
pensado em mim tempo suficiente para andar
distraída até mesmo com o piano que é a sua
grande paixão.
Clarissa
Enzo: “O que em mim estava te distraindo?”
Penso nisso por um minuto, por mais que tenha
convencido a minha cabeça a superar esse

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sentimento pelo Enzo não foi tão fácil assim


cumprir com a tarefa.
Podia senti-lo a cada movimento do meu corpo, ele
estava em todos os lugares e o seu cheiro não sai da
minha cabeça.
Enzo: “Ainda está aí Pérola?”
Clarissa: “Estou só não sei como responder a
essa pergunta.”
Enzo: “Ajuda se eu disser que não parei de
pensar em você o dia todo também!”
Mordo o polegar nervosa e olho ao redor por
precaução. Não tem ninguém na sala, todas as
meninas já foram dormir e eu fique para assistir o
concerto.
Clarissa: “Agora é minha vez de perguntar,
sobre o que de mim você estava pensando?”
Enzo: “Em você toda, principalmente em volta
de mim molhada e quente.”
Um tremor passa pelo meu corpo quando leio suas
palavras, até parece que ele está sussurrando no
meu ouvido exatamente como fez sábado à noite.
Sinto o desejo se espalhar por todo lugar e umidade
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se formar na minha calcinha.


Clarissa: “O que mais?”
Remexo o corpo no sofá esperando pela sua
resposta, para um minuto depois me arrepender por
ter cedido facilmente em algo que pode
possivelmente acabar me machucando.
Jogo o celular no sofá e solto um bufo irritado,
puxo a primeira almofada que encontro e a uso
como travesseiro para deitar no sofá.
Foco a minha mente na tele em frente e observo os
dedos tocarem nas teclas de marfim. Mas o
zumbido vibratório do telefone chama a minha
atenção, resisto por alguns segundo antes de
finalmente pegar o aparelho e verificar.
Enzo: “Estou pensando agora em como seria
bom provar da sua boceta outra vez, até fazer
você gozar bem gostoso.”
Esfrego uma perna na outra tentando aliviar a dor
que as palavras do Enzo fizeram surgir no meu
ponto de prazer. O celular vibra outra vez e dessa
vez não consigo evitar o gemido.
Enzo: “Eu te chuparia, devagar no começo só
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para provocar e depois usaria a minha língua


para saborear do seu gosto até fazer você gemer
bem gostoso.”
Não consigo evitar de colocar a minha mão por
dentro do meu short de dormir e acariciar o meu
clitóris que está pulsando de desejo.
De repente o celular vibra outra vez, mas agora
anunciando uma chamada. Atendo no primeiro
toque e a voz grossa do Enzo ecoa nos meus
ouvidos.
- Pensei que não atenderia. – Fala com a voz rouca.
- Hum. – Murmuro rodando a ponta dos dedos no
meu pontinho de prazer.
- Onde estão as suas mãos Pérola? – Pergunta e
ouço barulho de tecido ao fundo.
- Lá embaixo. – Respondo sem fôlego.
- Lá embaixo aonde amor, seja mais específica.
Não seja tímida já falamos sobre isso. – Adverte.
- No meu clitóris. – Respondo e um grunhido soa
do outro lado da linha.
- Bem melhor. – Aprova com um gemido – se você
pudesse me ver agora pérola, nunca estive tão duro
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em toda a minha vida exceto é claro na noite que te


fiz minha. – Sussurra de forma provocante no meu
ouvido.
- Você também está se tocando? – Pergunto
inserindo um dedo dentro de mim e um gemido
ecoa da minha boca.
- Estou. – Responde soltando um baixo gemido –
você está molhada? – Pergunta.
- Muito molhada. – Respondo sentindo meu corpo
começar a reagir.
- Humm, se estivesse aí com você agora usaria
minha língua para te provar e depois acrescentaria
meus dedos só para tocar naquele pontinho dentro
de você que te faz chegar lá mais rápido. – Fala
provocando meus sentidos.
- Enzo. – Gemo me perdendo no tom sexy da sua
voz.
- Pérola! – Rosna ele do outro lado fazendo meu
corpo convulsionar de prazer.
Enzo
Ouço o som pesado da respiração da Clarissa do
outro lado da linha igualando a minha. No meu
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abdômen a prova de quanto senti prazer só de falar


com ela e fazê-la gozar pelo telefone.
Essa mulher mexe com a minha cabeça de um jeito
inexplicável, nunca gozei tão rápido em toda a
minha vida. Só o som da sua respiração já tem a
capacidade de levar o meu corpo ao êxtase outra
vez.
- Você ainda está aí? – Pergunta ela do outro lado
com a voz abafada.
- Sim estou. – Respondo limpando a minha barriga
com a tolha de banho – você está bem? – pergunto.
- Sim, só não sei o que está acontecendo. – diz
temerosa.
- A gente vai conversar sobre isso na próxima vez
que você voltar para casa. – Falo não abrindo
espaço para discussão – não quero fazer isso por
telefone sem poder olhar no seu rosto. – Concluo.
- OK. – Responde ela e ouço um bocejo do outro
lado.
- Vá dormir Pérola, eu ligo de novo amanhã para
saber como foi o seu dia. – Digo.
- Você vai ligar só para saber como foi o meu dia?
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– pergunta um pouco cética.


- Vou e farei isso todos os dias até poder vê-la de
novo. – Digo.
- Está bem, boa noite Enzo. – Fala com a voz
suave.
- Boa noite Pérola. – Respondo desligando.
Encerro a chamado e jogo o corpo no sofá
completamente nu, repasso toda a conversa com a
Clarissa e me pergunto que merda estou fazendo?
Capítulo 7
Clarissa
- De novo. – Grita a minha instrutora de piano
fazendo sua voz ecoar pelo estúdio.
Recomeço o prelúdio de Bach, meus dedos tocam
as teclas com suavidade e o som do piano ecoa por
todo o lugar. Tento concentrar a minha mente no
momento e deixar a música fluir por mim, mas a
cada poucos minutos as mensagens não recebidas
do Enzo voltam a minha cabeça.
Ele não entrou em contato como disse que faria e
isso foi decepcionante, mas já deveria saber que
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depois daquela noite ele não voltaria a ligar ou


mesmo mandar um texto que fosse.
Sua masculinidade foi recuperada quando ele me
fez gozar pelo telefone e agora não precisa de mais
nada.
- Pare pode parar aí mesmo. – diz a Raiana com um
suspiro derrotado – qual é problema com você hoje
Clarissa? Você já tocou essa música tantas vezes,
mas hoje está parecendo uma novata. Como espera
conseguir uma boa audição para Juilliard dessa
maneira? – pergunta colando as mãos na cintura.
- Desculpe a minha cabeça anda muito cheia essa
semana. – Respondo apoiando as mãos nos joelhos
– acho melhor encerrar por aqui hoje. – Digo com
um suspiro cansado.
- Tudo bem, mas vamos ter que recuperar isso
outro dia e começar a trabalhar na sua
apresentação. – Fala e eu lhe dou um aceno
confirmando.
Raiana recolhe suas coisas e sai do palco me
deixando sozinha com o piano. Antes de encerrar o
dia e voltar para o apartamento, decido tocar uma
última música sem cobranças ou alguém que possa
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me criticar a toda hora.


Toco os dedos nas teclas e o som suave da melodia
começa a soar, sem a pressão da Raiana no meu
ouvido a cada cinco minutos, solto a minha voz e
começo a cantar “Too Good At Goodbyes de Sam
Smith” enquanto meus dedos compõem a melodia.
Quando estou assim nada ao redor chama a minha
atenção, fico totalmente concentrada na música. A
minha voz faz eco pelo espaço cantando cada verso
com precisão ao mesmo tempo que continuo
tocando.
A canção praticamente define o que estou sentindo
no momento, eu sei o quanto posso sair machucada
dessa história com o Enzo. Se a falta de contato
dele essa semana já deixou uma ferida no meu
coração, então prefiro evitar deixar ele entrar e
acabar com o coração em pedaços.
Preciso voltar a minha atenção toda para minha
apresentação e audição em Nova York no final do
semestre daqui algumas semanas. Eu realmente
quero essa chance e não vou permitir que um cara
estrague tudo.
Termino a canção com um suspiro de alivio e pulo
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de susto quando uma salva de palmas solitária soa


através do teatro, viro o corpo na direção das
cadeiras pronta para repreender o Miles por me
assustar, só que não é o Miles quem está ali.
- Desculpe não pude evitar de ficar assistindo. – diz
o cara alto de cabelos castanhos claros para mim.
- Não tudo bem eu já deveria ter saído de qualquer
maneira. – Respondo levantando do banco e
pegando a minha mochila.
- Ainda bem que não fez – diz ele e sinto as minhas
bochechas esquentarem de vergonha – Sou o
Breno. – Fala estendendo a mão para mim quando
chego ao pé da escada.
- É um prazer Breno sou a Clarissa – respondo
colocando a minha mão na sua.
- O prazer é todo meu e desculpe ter lhe
atrapalhado, – diz com um sorriso encantador –
mas realmente não deu mesmo para evitar. –
Conclui soltando a minha mão.
- Está tudo bem, como eu disse já deveria ter
encerrado mesmo. Você pode usar o palco agora –
aponto e ele sorri ainda mais.

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- Não, na verdade eu estava passando quando ouvi


a sua voz e o som do piano ao fundo – explica
arrumado a alça da mochila no seu ombro e meu
olhar sobe passando através dele até o Miles.
A sua carranca do outro lado me faz franzir o cenho
e isso atrai o olhar do Breno na mesma direção.
- Namorado? – pergunta baixinho.
- Não, esse é meu segurança particular e amigo nas
horas de folga. – Respondo começando a caminhar
até o Miles e o Breno acena em concordância.
- Você deve ser uma pessoa bem importante para
ter um segurança com você. – Observa ele seguindo
ao meu lado.
- Não sou ninguém na verdade e isso é mais para
paz de espirito do meu pai. – Digo e ele ri.
- Entendo, se eu tivesse uma filha tão linda quanto
você também ficaria preocupado. Não que eu seja
velho demais para ter filhos e... – Suas bochechas
ganham um leve tom de vermelho e ele se enrola
todo para explicar me fazendo rir.
- Ei está tudo bem. – Garanto segurando o seu
braço – Entendi a referência e agradeço o elogio,
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sério. – Afirmo e ele esfrega a nuca levemente.


- Droga devo estar parecendo um idiota. – Lamenta
me fazendo rir e o Miles bufar a poucos metros.
- Não se preocupe conheço vários idiotas e você
está bem longe disso, mas pode me compensar com
um café o que acha? – pergunto e seu sorriso
aparece. – Isso é claro se você não se importar com
o Miles. – Digo apontando para o segurança na
porta.
- Não isso não vai ser um problema. Vamos? –
pergunta com uma inclinação de cabeça.
Aceno que sim e caminhamos juntos para fora do
teatro. Miles segue pouco atrás de nós dois e
aproveito esse tempo para conhecer um pouco mais
sobre o Breno.
Enzo
Tomo um gole da minha cerveja enquanto observo
o movimento do bar através das janelas da minha
sala.
As pessoas estão dançando e curtindo a noite de
sexta-feira como sempre, nada de diferente. Mas
para mim parece tudo diferente, coço a nuca e
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desvio o olhar para o meu celular em cima da


mesinha ao lado.
Depois de pensar bastante sobre o que aconteceu e
pesar os pros contra os contras, resolvi dar um
tempo nesse lance obsessivo com a Clarissa.
Ela é irmã do meu melhor amigo, o pai dela me
mataria se soubesse que tomei a pureza da sua
filha. A garota tem toda uma vida planejada pela
frente, não sou eu quem irá prendê-la aqui.
Posso estar parecendo precipitado, afinal nem sei o
que está acontecendo entre nós dois. Mas prefiro
acabar com isso antes que seja tarde demais para
qualquer um de nós. Além do mais eu sei que
poderia cair de quatro por essa mulher porque
sempre pensei nela como minha.
Parece loucura, mas desde que era um garoto via
nela a garota perfeita para mim. Isso até cair na real
e perceber que ela é nova demais para mim. Além
do mais o que posso oferecer para ela, não tenho
nada além desse bar e uma porcentagem da
academia do meu pai.
Mas fora isso não tenho nada, enquanto ela tem
tudo. A minha vida é incerta no momento e ela
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precisa de estabilidade, uma coisa que não posso


dar agora.
- Sonhando acordado? – Helen pergunta ao entrar
na minha sala sem bater.
- Seus pais não te ensinaram a bater na porta antes
de entrar? – atiro de volta com certa irritação e ela
dá um passo atrás.
- Desculpe senhor mal-humorado, mas eu vim
entregar a minha carta de demissão. – Responde
cruzando os braços sobre o peito – que bicho te
mordeu? – Pergunta mordendo o canto da boca.
- Nenhum. – Respondo levantando do meu lugar
para ir até a minha mesa – cadê a carta? – Pergunto
sentando na cadeira giratória e fazendo um sinal
para ela sentar também.
- Está aqui. – Responde estendendo o papel para
mim.
- Para onde você vai agora? – pergunto lendo o
documento com os olhos.
- Vou ficar na casa de um amigo por alguns meses
e depois volto para casa dos meus tios. – Fala e eu
aceno.
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- Esse amigo é de confiança, porque você sabe que


pode ficar aqui pelo tempo que precisar. – Digo e
ela acena que sim.
- Sei disso Enzo, só que não posso continuar aqui e
ver o Mason andando com uma garota diferente
toda noite, principalmente depois do que aconteceu
naquela noite. – Fala e eu suspiro.
- Eu te alertei sobre o Mason várias vezes. – Falo
com pesar.
- Eu sei e não estou culpando ninguém além de
mim mesma. Eu sabia da fama do Mason e ainda
assim quis tentar, mas essa mudança vai ser boa
para mim. – Conclui tentando sorrir.
- Ok, você é quem sabe afinal a vida é sua. Vou
fazer as contas e amanhã você passa para pegar o
seu dinheiro tudo bem? – pergunto.
- Ótimo. – Responde levantando e caminhando na
direção da porta – Enzo? – chama me fazendo
encara-la parada ao pé da porta.
- O que? – pergunto mirando meus olhos nela.
- Você deveria ligar para ela. – diz me deixando
confuso – a garota que não sai da sua cabeça, você
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deveria ligar para ela. – Esclarece ao ver a minha


cara – eu gostaria que o Mason tivesse ligado e
esclarecido as coisas comigo ao invés de me
ignorar como tem feito. – Explica.
- Vou pensar nisso. – Respondo por fim e ela me dá
um meio sorriso antes de finalmente sair da minha
sala me deixando sozinho outra vez com os meus
pensamentos.
Capítulo 8
Clarissa
Depois de chegar em casa na sexta à noite e tomar
um banho, jogo meu corpo em cima da cama e
puxo as partituras que preciso estudar essa semana.
Antes de ler cada nota, procuro no celular a música
em questão e depois de colocar os meus fones de
ouvido, dou play.
Enquanto a música explode nos meus ouvidos,
começo a estudar cada nota detalhadamente como
se estivesse tocando o piano na minha mente. Faço
algumas modificações para que a música se encaixe
no meu estilo e quando concluo começo a trabalhar
na minha apresentação.
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Para poder entrar na escola de música mais


conceituada do mundo não basta apenas ser bom, é
preciso se destacar. Por isso tenho trabalhado muito
desde que comecei a faculdade em uma música de
minha autoria.
Quero fazer algo diferente, além de cantar e tocar o
piano é claro. Apresentar uma composição minha e
interpretá-la pode ser a minha porta de entrada para
Juilliard. Mas para isso eu preciso focar no meu
trabalho e esquecer as distrações que tem rodado a
minha cabeça.
- Ei nerd? – Iara chama tirando meus fones de
ouvido – estou chamando você a uns cinco minutos
e você não ouviu. – Reclama jogando o corpo ao
meu lado na cama.
- Estava estudando, o que foi? – pergunto sem
desviar os olhos do papel na minha frente.
- As meninas estão convidando a gente para uma
festa em uma das fraternidades, quer ir? – pergunta
imitando a minha pose deitada de barriga para
baixo e balançando as pernas.
- Não sei, – Respondo com um balançar de ombros
– teríamos que levar o Miles e amanhã vamos sair
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cedo. – Relembro e ela acena.


- Sei disso, mas é sexta à noite e você está
precisando relaxar um pouco antes de voltar para
casa – diz.
- Eu vou desde que a gente não fique até muito
tarde dessa vez. – Falo e ela acena sorrindo.
- Prometo que a gente volta assim que você quiser
– fala pulando da cama – vou avisar as meninas e
me arrumar, você devia fazer o mesmo e trate de
ficar bem sexy – provoca com uma piscadinha
antes de sair pela mesma porta que entrou.
Levanto da minha cama e guardo todas as minhas
anotações em uma pasta, depois procuro no meu
armário uma roupa que se encaixe na descrição da
Iara sem perder o meu estilo próprio.
Opto por uma saia rodada preta de couro que cai
um pouco acima do joelho, meia calça preta e botas
de cano curto e salto quadrado com uma fivela
pequena na lateral. Na parte de cima um corpete
com alças vermelho com bolinhas douradas, prendo
a franja do meu cabelo e deixo o resto cair solto
pelos meus ombros.

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Como não gosto de usar maquiagem tudo que faço


é realçar um pouco os meus traços, lápis de olho,
base e um pouco de pó. Para combinar com o
corpete um batom vermelho não forte demais, só o
suficiente para não ficar apagada.
Verifico se está tudo do jeito que quero no espelho
e depois saiu do quarto. A primeira coisa que vejo é
a carranca do Miles na direção da Sara.
- Perdi alguma coisa? – pergunto trocando olhares
entre os dois.
- Não, você está pronta? – pergunta ele de volta
com a cara ainda mais enrugada.
- Estou, mas pensei que fossemos todos juntos. –
Digo guardando meu celular no bolso escondido da
saia.
- É eu também – responde ele e a Sara geme.
- Miles. – diz ela avançando na sua direção.
- Estou pronta. – Iara grita aparecendo na sala na
mesma hora que a Sara chama pelo namorado.
- Ótimo vou pegar o carro. – Miles diz saindo pela
porta sem dar chance da Sara se aproximar.
- O que foi, o que eu perdi? – Iara faz a mesma
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pergunta que eu quando entrei na sala.


- Eu só sugeri que a Maia e eu fossemos num carro
separado, assim quando a Clarissa quisesse voltar
para casa não precisaríamos voltar todas juntas. –
Explica a Sara.
- Oh entendi, parece que o seu namorado não
gostou muito dessa ideia. – Iara comenta
procurando alguma coisa com os olhos.
- Se ir a essa festa for causar problemas para vocês
dois então acho melhor não ir. – Falo e as meninas
bufam para mim.
- Deixa de bobagem, além do mais ele pode trazer
você de volta e voltar para festa depois. – diz a Sara
com um aceno de mão.
- Tem certeza porque eu nem estava afim de ir
mesmo. – Falo e a Iara revira os olhos guardando o
celular no bolso da calça jeans justa.
- Tenho, – assegura ela com firmeza – até porque
ele precisa confiar em mim. – Conclui baixinho.
- Bom já que tudo está resolvido ou parcialmente
resolvido, vamos indo. – Iara chama abrindo a
porta da frente – cada uma está com a sua chave? –
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pergunta.
Balanço minhas chaves para ela e as outras
meninas fazem o mesmo, depois de conferir tudo
saímos em direção a festa.
Miles dirigi pelas ruas do campus com maestria,
sua carranca continua no lugar e isso me deixa
nervosa.
- Miles está tudo bem? – Pergunto e ele acena com
um suspiro – tem certeza, porque normalmente
você passa um discurso bem longo sobre cuidados
antes de sair e dessa vez não recebi nenhum. –
Comento e ele abre um pequeno sorriso.
- Acho que você já sabe as minhas regras e não
preciso ficar lembrando a toda hora. – Fala e eu
aceno concordando.
A gente combinou que se eu quisesse viver a minha
vida, teria que seguir algumas regras para proteger
a minha segurança. Como não aceitar bebida de
ninguém, não ficar sozinha num lugar sem alguma
das meninas e principalmente acatar tudo que ele
disser se isso for para me proteger em lugares
assim, onde terá um monte de pessoas juntas.

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É mais difícil para ele me manter segura num lugar


assim, afinal nunca se sabe o que as pessoas podem
colocar no seu copo ou o que elas vão fazer se
ficarem sozinhas com você e acharem que está
vulnerável.
Já ouvi muitas histórias de garotas que beberam
além da conta e não tinham a menor noção do que
estava acontecendo ao seu redor ou até mesmo com
elas. Muitas só se deram conta das consequências
no dia seguinte e acredite não foram boas.
- O lugar está bem cheio. – Iara comenta chamando
a minha atenção para o lado de fora dos vidros.
Tem pessoas demais aqui e a música barulhenta
está zumbindo pelos vidros do carro. Observo a
carranca do Miles se aprofundar e começo a ficar
preocupada em ter vindo.
- Clarissa, não desgruda de mim entendeu? – ele
pergunta do banco do motorista – não vou poder
fazer o meu trabalho se te perder de vista e não
quero ter que ligar para o seu pai para pedir a sua
localização. – Alerta fazendo a Iara bufar.
Elas acham meio exagerada a superproteção dos
dois em cima de mim, mas o Miles só está fazendo
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o trabalho dele e meu pai sendo um pai.


- Você até parece filha do presidente. – diz ela no
meu ouvido baixinho.
- Eu sei, mas dá última vez que tentei desobedecer
acabei trancada num quarto com um cara e se não
fosse o Miles eu não sei o que teria acontecido. –
Relembro e ela acena.
Miles estaciona o carro forte em uma vaga próximo
à entrada da fraternidade, ele desce e verifica ao
redor como sempre faz, depois abre a porta de trás
ajudando a Iara e a mim a descer do carro.
- Odeio festas assim, – o meu segurança fala
baixinho seguindo atrás de mim e da Iara – nunca
dá para saber o louco que pode aparecer. –
Esclarece e eu aceno em concordância.
- Relaxa Mib vamos ficar numa boa. – Iara tenta
acalmá-lo sem sucesso.
Os olhares das pessoas se voltam para gente
quando entramos na casa, não é preciso muito para
saber o que eles estão pensando. Mas tem algum
tempo que parei de me importar com o que a
presença do Miles causa nas pessoas,

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principalmente depois da última festa de


fraternidade que fomos e eu acabei trancada no
quarto com um cara.
Ele prometeu omitir o acidente do meu pai se eu
começasse a cumprir com as suas regras quando
saíssemos em lugares públicos e com bastante
gente e desde então não temos problemas. Só
espero que hoje também seja assim.
Capítulo 9
Clarissa
Iara abre caminho pelo mar de pessoas diante de
nós e continua caminhando procurando com os
olhos pela Maia e a Sara que saíram uns cinco
minutos antes de nós.
- Consegue ver elas? – pergunto segurando a sua
mão com firmeza e sentindo a presença do Miles
nas minhas costas.
- Estão próximas à mesa de sinuca. – Miles
sussurra no meu ouvido assim que avista as
meninas.
- Iara na mesa de sinuca. – Aponto quase gritando
para ela poder ouvir diante da música alta.
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Ela acena concordando e começa a nos guiar


naquela direção, trombo com o corpo de várias
pessoas pelo caminho e algumas delas me olham
com desdém.
Quando nos aproximamos das outras meninas, elas
já estão com copos na mão e num grupo de
conversa bem animado. A primeira coisa que o
Miles faz quando se aproxima o suficiente da Sara
é tirar o copo dela da mão e fazer um aceno
negativo quando ela abre a boca para protestar.
Ele joga o conteúdo do copo num vaso de flor
qualquer e se volta para nós quatro com uma
expressão irritada.
- Quem te deu esse copo? – pergunta cruzando os
braços sobre o peito.
- Ninguém, eu mesma peguei lá na cozinha e
também fui eu quem serviu a bebida. – diz a Sara
estreitando o olhar.
- E como você sabe que não tinha nada dentro da
garrafa? – pergunta sem perder o olhar ameaçador
– quantas vezes já conversamos sobre isso Sara – se
queixa com um balançar de cabeça.

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- É só um drink deixa de ser chato – reclama


batendo o pé.
- Um drink que pode te deixar doidona e você nem
saberia – resmunga com um grunhido.
- Gente por favor não briguem – peço com um
suspiro – não devíamos ter vindo. – Sussurro
baixinho e o Miles acena concordando.
- Estamos em uma festa de fraternidade, beber,
dançar e ficar doidão faz parte do pacote. Que
graça tem vir a uma festa para ser monitorada o
tempo todo? – pergunta e eu sinto a farpa direto em
mim.
- Não tem problema fazer todas essas coisas desde
que você saiba o que isso implica. Se você quer
tanto beber então vou procurar na maldita adega da
casa uma garrafa fechada ao invés de uma aberta
onde qualquer um pode ter colocado a mão –
reclama fazendo sinal para mim seguir atrás dele.
Faço o que ele pede e sigo atrás dele até a cozinha
da casa, Miles procura por garrafas de cerveja
fechada e quando encontra seu alvo avança naquela
direção me puxando pelo braço.

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- Você realmente se incomoda com isso – observo e


ele acena puxando as garrafas de dentro da caixa de
gelo.
- Eu sei que posso parecer chato, mas se vocês
soubessem o que os caras são capazes de fazer para
conseguir uma transa fácil entenderiam meu ponto
de vista. Não estou dizendo que todos os caras
daqui são assim é só que não quero arriscar. – Fala
entregando uma das garrafas de ice para mim.
- Obrigado, mas não vou beber hoje. – Digo
devolvendo a garrafa para ele que coloca de volta
na caixa de gelo.
Voltamos para o montinho de antes e ele entrega as
bebidas para as meninas, depois ele puxa a Sara
para um canto sem tirar os olhos de mim e fala
baixinho com ela. Enquanto os dois tentam voltar
as boas, percorro meus olhos pelo pequeno grupo
em que estamos.
Meus olhos colidem com um par bem familiar, seu
sorriso se abre quando encontram os meus e ele
avança na minha direção dando a volta na mesa de
sinuca.
- Perdida senhorita? – pergunta sem perder o
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sorriso.
- Na verdade não, estou aqui com algumas amigas.
– Digo apontando para as meninas que estão
olhando para mim de olhos arregalados.
- Olá meninas. – Cumprimenta levantando sua
garrafa de bebida para elas.
- Oi. – Sussurram juntas como num coro.
- Meninas esse é o Breno um amigo – apresento
indicando o belo exemplar de homem ao meu lado
– Breno essas são Iara, Maia e aquela com o Miles
é a Sara. – Falo apontando para cada uma.
- É um prazer conhecê-las. – Fala dando um aceno
de reconhecimento quando passa pelo Miles que
aprofundou a carranca ainda mais – seu segurança
parece não gostar muito de mim. – Observa com a
testa enrugada.
- Não liga não o Miles só não gosta de multidões. –
Explico e ele acena em reconhecimento.
- Hum, – murmura tomando um gole da sua cerveja
e percorrendo os olhos pelo meu corpo – você está
linda. – Elogia e minhas bochechas esquentam.
- Obrigado! – agradeço meio sem graça – vai voltar
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para casa nesse fim de semana? – pergunto para


mudar de assunto.
- Vou sim. – Responde com um aceno – talvez a
gente possa sair no sábado à noite, isso se você
quiser é claro. – Fala rapidamente.
- Seria legal. – Aceno confirmando e ele sorri –
Além do mais eu não preciso de segurança quando
estou em casa – completo e seu sorriso cresce ainda
mais.
- Legal, – diz com uma piscadinha me fazendo
corar ainda mais – quer jogar? – pergunta
apontando a mesa de sinuca com um aceno de
cabeça.
- Oh não, eu não sei jogar. – Explico recuando um
passo.
- Não esquenta eu posso te ensinar. – Rebate
estendendo a mão para mim, o rosto do Enzo passa
brevemente pela minha mente e antes que possa
pensar demais estendo minha mão colando sobre a
sua.
Breno sorri e acena para o Miles apontando a mesa
de sinuca, depois de receber o aval do meu

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segurança ele caminha comigo até a mesa e passa o


resto da noite me ensinando a jogar como uma
profissional.
O tempo passou praticamente voando, nem percebi
as horas passarem só tomei nota quando o Miles
interrompeu a minha aula de sinuca para avisar que
estava tarde.
- Eu tenho que ir, – aviso próxima ao ouvido do
Breno – vamos sair cedo amanhã e o Miles precisa
dormir um pouco. – Explico e ele acena.
- Tudo bem, vou com vocês até lá fora. – Responde
seguindo atrás de mim, do Miles e da Iara.
O ar frio do lado de fora atinge a minha pele com
tudo, um arrepio passa através do meu corpo e logo
é substituído por um casaco de couro masculino.
- Obrigado. – Agradeço envolvendo os braços ao
redor do casaco.
Caminhamos juntos mais alguns passos quando o
Breno para meus movimentos e segura a minha
mão.
- Acho que a gente se despede aqui – sussurra
acariciando a minha mão com o polegar – vou
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precisar do seu telefone se quisermos combinar


alguma coisa no sábado. – diz trocando olhares
entre meus olhos e minha boca.
Imito o movimento dos seus olhos por instinto e
isso é todo o incentivo que ele precisa para ficar
mais perto. Sua respiração sopra no meu rosto e
seus lábios tocam os meus levemente.
Retribuo o beijo e quando sua boca separa da
minha, não sinto nada. Nenhuma faísca, nem
mesmo batimentos acelerados.
Tento disfarçar a falta de alguma coisa e puxo meu
celular rapidamente do bolso, entregando para ele
adicionar seu número nos contatos.
Depois disso me despeço dele e corro na direção do
Miles e da Iara que estão esperando por mim do
lado de fora do carro.
- E então, como foi? – pergunta a minha melhor
amiga.
- Nada, eu não senti nada. – Murmuro baixinho
amaldiçoando o Enzo na minha cabeça e os seus
beijos de tirar o fôlego.
- Pena ele era um gato. – diz dando de ombros e
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entrando no carro comigo logo atrás.


Capítulo 10
Enzo
Acordo cedo no sábado de manhã e entro direto no
chuveiro tomar um banho, quero sair cedo de casa
hoje e comprar um presente de aniversário que diga
o quanto sinto muito por não ter ligado para ela
como prometi.
Consigo sair de casa meia hora depois que acordei,
ligo o motor da minha moto e arrumo o capacete na
minha cabeça. Quando estou seguro o suficiente
levanto o pedal de descanso com o pé e acelero a
moto em direção à rua.
Como meu apartamento não fica longe do centro,
não demora mais do que dez minutos para
encontrar um lugar para estacionar a moto e
percorrer algumas lojas.
Mas a minha parada obrigatória é na joalheria da
Sophia e da Claire, tenho certeza que posso
encontrar o presente perfeito para minha Pérola
aqui.
Passo pelas portas de vidro e sou avaliado pela
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vendedora de cima até embaixo, seus olhos se


detém nos meus braços cobertos de tatuagens.
Antes que ela possa me dispensar e chamar a
segurança avisto a Claire passando pelos
corredores.
- Sra. Beckett – grito chamando a atenção dela e
dos outros clientes.
A mulher vira em um emaranhado de cabelos loiros
e sorri ao perceber que fui eu quem a chamou, ela
acena com a mão permitindo a minha passagem até
o outro lado do balcão.
- Oi Enzo – cumprimenta estendendo a mão para
mim.
- Oi, quase que a sua atendente me colocou para
fora – comento e ela ri alto.
- Peço desculpa por isso ela é nova e não conhece
muito os clientes – responde com um sorriso – no
que posso ajudar você Enzo? – pergunta inclinando
a cabeça para o lado.
- Eu estou procurando uma coisa bem especifica
para uma pessoa especial – respondo e ela acena
com os olhos brilhando.
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- Uma pessoa especial, namorada? – pergunta


fazendo sinal para segui-la até a sua sala.
- Não, pelo menos ainda não – digo coçando a nuca
– é complicado. – Respondo por fim.
- Entendo, porque você não senta e explica para
mim exatamente o que está procurando? – pede
indicando a poltrona branca em frente à sua mesa.
Faço o que ela me pediu e começo a explicar o que
estava pensando, ela ouve tudo atentamente ao
mesmo tempo que começa a esboçar alguns
exemplos.
- Ela adora música, piano principalmente e não é
uma garota comum. Gosta de simplicidade e nunca
vi ela usar uma joia espalhafatosa então quero algo
delicado como a sua personalidade, uma coisa que
ela possa usar sempre e que a faça lembrar de mim.
– Explico e ela acena sem tirar os olhos do papel.
- Você tem preferência por alguma pedra, cor? –
pergunta e nem preciso pensar muito na resposta.
- Pérolas. – E mais uma vez ganho um aceno.
Espero pacientemente pela Claire terminar de
desenhar e quando o faz entrega o caderno para
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mim. Meus olhos pousam na joia mais delicada que


já pus os olhos, duas notas musicais diferentes
estão unidas por pequenas pérolas que formam as
cordas da pulseira.
É toda dourada e delicada exatamente como a
Clarissa, vai combinar perfeitamente com a sua
pele e o contraste com os seus cabelos negros. Sem
contar que toda vez que ela olhar para essa pulseira
vai lembrar de mim.
- É perfeita – elogio e a Claire sorri ainda mais
largo – tem como fazer isso ainda hoje? – pergunto
esperançoso.
- Hoje? – pergunta arregalando os olhos – nossa eu
não sei querido...
- Eu pago a diferença de tempo – apresso-me em
dizer interrompendo as suas palavras – não importa
o custo. – Acrescento.
- Tudo bem, mas não vai sair barato para você já
que teremos que fazer tudo num prazo tão curto de
tempo. – Fala e eu aceno compreendendo.
Mas não importa o custo, posso ficar pobre se for
para ver um sorriso naquele rosto de anjo e fazer

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ela aceitar as minhas desculpas.


Depois de deixar tudo acertado e fazer o pagamento
adiantado, saio da loja e começo a caminhar pela
calçada na direção de uma cafeteria para poder
tomar um café tardio.
O que por acaso é a mesma cafeteria que minha
irmã gosta de vir para tomar café, a Analuh está
sentada em uma mesa bebericando do seu café com
um olhar atento para cima do Mason. Me aproximo
dos dois e a Analuh sorri quando me vê.
- Bom dia pessoas. – Cumprimento dando um beijo
na bochecha da minha irmã e um tapinha nas costas
do Mason.
- Só se for para você. – Mason resmunga com uma
carranca do tamanho do mundo.
- Bom dia maninho e não dá bola para Mason que
ele acordou com a bunda descoberta hoje. – Analuh
retruca ganhando um foda-se do garoto.
- Vocês ainda estão nessa? – pergunto sentando ao
lado da Ana que pula mais para o lado abrindo
espaço para mim.
- Ela ainda está nessa, – Mason responde – eu já
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tentei de tudo para fazer dessa mulher ao seu lado


uma pessoa melhor e não deu certo. – Reclama e a
minha irmã revira os olhos para ele.
- Uma pessoa melhor na sua visão teria que ser um
clone seu Mason – rebate ela e sorrio quando o
garoto bufa.
- Com um clone meu eu não poderia trepar – fala e
minha irmã chuta sua canela por baixo da mesa.
- Modos Mason tem crianças aqui – aponta para
uma mesa onde a mãe está fazendo uma carranca
para o Mason.
- Foi mal – diz ele com um aceno e uma piscadinha
– você precisa relaxar Delícia, levar as coisas
menos a sério e eu posso ajudar com isso – fala e a
minha irmã resmunga um palavrão baixinho.
- Eu não troco fraldas Mason – resmunga ela depois
de se acalmar – qual é o seu problema afinal que
precisa estar sempre com o pau molhado? –
pergunta baixinho fazendo o Mason e a mim
explodir em uma gargalhada.
- Deus vocês dois são ótimos – sussurro com um
balançar de cabeça.

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- O que? Eu por acaso estou mentindo? – pergunta


trocando olhares entre nós dois – Você está sempre
flertando ou se agarrando com uma garota. Até
parece que o mundo vai acabar no fim do dia –
aponta e o sorriso do Mason se expande.
- Está com ciúmes Delícia? – provoca ele passando
a ponta dos dedos pelos lábios – você sabe que tem
um pouquinho de mim para todas vocês – diz e a
minha irmã geme de desgosto.
- Só pode estar brincando comigo, ciúmes? Poupe-
me Mason, o dia em que eu sentir alguma coisa por
você além de irritação é porque o inferno congelou
– rebate ela e eu suspiro.
- Vou gravar essas palavras na minha mente e
repetir para você quando a gente estiver nu –
responde ele com um sorriso sedutor e essa é a
minha vez de franzir a testa.
- Você não vai transar com a minha irmã Mason –
murmuro e sua cabeça vira na minha direção tão
rápida que ouço o estalo do seu pescoço daqui.
- Por acaso eu te impedi de transar com a minha? –
pergunta e meus olhos se arregalam de susto – oh
sim eu estou sabendo, mas presumo pela sua
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expressão que o Ethan não saiba e nem mesmo meu


pai. Então não fode com os meus negócios que eu
não fodo com os teus – ameaça e meu sangue ferve.
- Está me ameaçando Mason? – pergunto com
irritação e ele não perde o olhar de desafio do rosto.
- OK meninos vamos parar com isso e evitar
agressões físicas em público – Analuh intervém
levantando do seu acento – Mason temos que ir
antes que a próxima reunião comece sem a gente. –
diz ela.
- Essa conversa ainda não terminou – sussurra ele
levantando e ajudando a minha irmã a passar pelo
outro lado da mesa para sair.
Observo o Mason sair com a mão apoiada nas
costas da minha irmã de forma possessiva e lançar
um último olhar mortal na minha direção antes de
passar no caixa para pagar. Os dois discutem por
um minuto antes do Mason guardar o cartão de
credito da Analuh no bolso e entregar o dele para
pagar pelo café.
Analuh cruza os braços sobre o peito e lança
olhares mortais na direção do garoto, pensando
bem Mason não é mais um garoto. Principalmente
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se está pensando em levar a minha irmã para cama.


O que me faz pensar sobre o que mais ele sabe
sobre mim e a sua irmã além da noite que passamos
juntos no dia do seu aniversário.
Capítulo 11
Clarissa
Miles estaciona o carro em frente à casa dos meus
pais depois de ter deixado cada uma das meninas
em casa. Maia e a Sara nem sempre conseguem
voltar, Maia porque está estudando fisioterapia e se
especializando para ser preparadora física.
Já a Sara fica porque está tentando uma vaga de
estagio com um de seus professores e precisa ficar
para aulas extracurriculares.
Quanto a mim e a Iara, bom a gente volta para casa
todo fim de semana porque em breve não vamos
poder mais e ver a nossa família se tornará uma
coisa rara quando estivermos em Nova York.
- Clarissa – Miles chama com a porta de trás aberta
para mim. Estava tão perdida em pensamentos que
nem vi quando ele desceu do carro.

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- Obrigado. – Agradeço descendo do carro com a


minha mochila e minha bolsa – vai ficar com a Sara
no fim de semana? – pergunto depois que ele fecha
a porta atrás de mim.
- Se for possível sim, quero que ela conheça a
minha família hoje à noite. – Responde e eu sorrio
para ele.
- Para visitar a família devo assumir que é sério o
lance entre vocês. – Comento e ele acena
concordando – bom nesse caso bom fim de semana
Miles nos vemos no domingo à noite. – Digo e ele
agradece me deixando entrar em casa sozinha.
É claro que antes de sair pelo fim de semana ele vai
passar um relatório completo da minha semana para
o meu pai, como faz toda vez que voltamos para
casa.
Abro a porta da frente entrando em casa, largo
minha mochila no canto ao lado do aparador na
entrada e sigo o som das vozes vindas da cozinha.
As vozes aumentam de volume à medida que me
aproximo mais, quando entro na cozinha e percorro
os olhos pela minha família percebo duas coisas.
Primeiro a cara preocupada do meu pai e a
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segunda, minha mãe chorando com um papel na


mão.
O silêncio toma conta do espaço quando todos
percebem a minha presença, avanço um passo com
a testa franzida e meus olhos caem no envelope
aberto em cima da mesa com o símbolo da
Juilliard.
- O que está acontecendo? – pergunto mirando os
olhos no meu pai que engole em seco.
- Sua carta de aceitação chegou essa manhã. –
Explica e volta a olhar para minha mãe que
continua chorando sem parar.
- Vocês abriram a minha correspondência? –
pergunto indignada – o que aconteceu com a
privacidade nessa casa? – pergunto irritada.
- Nunca existiu. – Mason responde ganhando um
olhar afiado do meu pai que o faz se encolher na
cadeira.
- Quem quer saber de privacidade, quando você ia
nos contar sobre Nova York Clarissa? – minha mãe
pergunta balançando a carta na mão.
- Quando fosse aceita talvez, além do mais o papai
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me ajudou a fazer a inscrição. – Aponto e o queixo


da minha mãe despenca.
Seu olhar inflama na direção do meu pai que se
encolhe assim como o Mason, ele abre a boca para
tentar explicar e minha mãe o corta com um sinal
de pare com a mão.
- Agora não, – diz piscando as lágrimas para longe
– é isso que você quer? – pergunta olhando
atentamente para mim.
- Sim é isso que eu quero, sinto muito se não contei
antes. Eu não sabia se seria aceita e para falar a
verdade ainda não sei porque ninguém me disse o
que está escrito aí. – Digo apontando para o papel
na sua mão.
- Está escrito aqui aquilo que todos nós já sabemos,
você achou mesmo que com esse talento não seria
aceita para as audições de aprovação? – pergunta e
eu dou de ombros – oh querida, ninguém recusaria
uma filha minha sendo ela a melhor pianista que já
vi. – Minha mãe elogia fazendo pequenas lágrimas
correrem pelo meu rosto.
- Eu fui aceita? – pergunto para confirmar e minha
mãe acena que sim com um sorriso carinhoso – oh
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meus deuses. – Pulo de felicidade no lugar e minha


mãe corre para me abraçar.
- Parabéns querida. – diz beijando o meu rosto.
Envolvo meus braços ao seu redor ainda mais
apertado e dois braços masculinos envolvem nós
duas.
- Eu sabia que conseguiria, parabéns anjinho. –
Meu pai sussurra beijando a minha testa.
De repente estamos todos num bolo de abraços e
até mesmo o Mason estava feliz por mim. O mal-
estar de quando cheguei é substituído por pura
felicidade e meu pai rouba um beijo da minha mãe
que sorri para ele o perdoando por esconder dela a
minha inscrição para escola de música.
Nos separamos quando ouvimos a porta da frente
ser aberta e uma esbaforida Iara entrar com uma
carta igual a minha na mão. Puxo a minha de cima
da mesa e balanço no ar para ela.
- Ahhh isso. – Grita vindo correndo na minha
direção – nós vamos para Nova York. – Grita
eufórica pulando no lugar junto comigo.
Fazemos uma dancinha feliz no meio da cozinha e

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envolvemos o braço ao redor uma da outra com


sorrisos radiantes. Pelo canto de olho vejo a Tia
Stella e o Tio Josh sorrindo para nós ao lado dos
meus pais que também estão sorrindo ao ver a
nossa felicidade.
Depois de estarmos mais calmas e conferir a carta
uma da outra, nos sentamos todos a mesa para
tomar café da manhã. Tia Stella pergunta o que vai
acontecer agora e a Iara explica detalhadamente.
- Agora a gente precisa se preparar para as audições
ao vivo, – fala derramando um pouco de suco no
seu copo – no meu caso, vou precisar estudar uma
cena que será enviada para mim com nome do
personagem e representar na frente do corpo
docente. – Explica e eu continuo.
- Já no meu caso, vou precisar preparar uma
apresentação solo e me apresentar num palco para
convidados e claro o corpo docente da escola. –
Explico.
- Então vamos poder ver a sua apresentação? –
pergunta meu pai.
- Vão sim, todos vão poder ver se quiserem. Uma
pena não podermos fazer isso no caso da Iara,
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gostaria de vê-la representar. – Digo e minha amiga


sorri para mim.
- Eles dispõem as audições ao vivo numa rede
social, vocês vão poder ver a distância. – diz ela e
minha Tia pula feliz.
Passamos o resto da manhã falando sobre Juilliard
e nossa viajem para Nova York, minha mãe até
ligou para o Ethan para contar a novidade e meu
irmão mandou os parabéns para mim com os gritos
da Emma ao fundo desejando felicidades.
Enzo
Entro na sala depois de sair do banheiro na casa da
minha irmã e ouço seu grito empolgado desejando
felicidades para alguém. Ethan está falando ao
telefone com um sorriso de orelha a orelha.
Espero eles terminarem a ligação antes de anunciar
a minha presença de volta na sala. Ethan encerra a
chamada e puxa a Emma para um beijo que me faz
revirar os olhos, desde que voltaram a ficar juntos
eles não perdem a oportunidade de demonstrar
afeto em público.
- Qual é o motivo para toda essa felicidade
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explosiva? – pergunto roncando a garganta.


Ethan e a minha irmã se separam rapidamente, mas
não mantem distância um do outro.
- As meninas foram aceitas para a primeira audição
de aprovação na Juilliard. – Ele diz com um sorriso
de orgulho.
- Legal, que meninas? – pergunto sem associar a
felicidade instantânea a pessoa.
- Iara e a Clarissa. – Responde e o chão se abre
diante dos meus pés.
Minha Pérola vai se mudar para o outro lado do
país para estudar música.
Capítulo 12
Clarissa
- Ainda não consigo acreditar que vamos para Nova
York – Iara fala jogada em cima da minha cama
com os braços abertos.
- Nem eu, mas não podemos ficar tão empolgadas
assim afinal ainda precisamos passar por uma
última avaliação. – Digo tentando conter um pouco
a nossa ansiedade.
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- Nós vamos eu tenho certeza. – Responde ela


sentando na cama – agora me fala o que você está
pensando em usar hoje à noite? – pergunta se
referindo ao meu encontro com o Breno.
Ele ligou logo depois do almoço e me convidou
para sair. No começo pensei em dizer não porque
não estava afim de magoar seus sentimentos, mas a
Iara me convenceu a dar uma chance para ele.
O primeiro beijo pode não ter sido lá essas coisas,
mas talvez um segundo seja melhor e depois ele é
um cara legal que está afim de mim e não se
intimidou facilmente com o Miles.
- Estava pensando em usar aquele meu vestido
creme justo com umas pedras no decote e nas alças,
para combinar com ele o Peep toe de veludo preto e
a minha bolsa de mão da mesma cor do sapato. –
Explico e ela acena.
- Não, está social demais. Aonde ele disse que
vocês vão? – pergunta pulando da cama para
vasculhar no meu closet.
- No cinema e depois a um barzinho beber alguma
coisa – respondo e ela coloca o dedo no queixo
pensativa.
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- Porque você não usa aquela sua calça de couro


justa com uma jaqueta preta e por baixo aquele top
branco transpassado. – Sugere e eu penso nisso por
um minuto – vai ficar sexy e casual ao mesmo
tempo, combina com o lugar aonde vocês vão – diz
tentando me convencer.
- Ok, assim também posso usar o meu Louboutin
transparente – digo e ela acena em concordância.
- Legal e o resto? – pergunta circulando o dedo ao
redor do próprio rosto.
- Você sabe que não gosto muito disso então estava
pensando em só marcar os olhos hoje e deixar o
resto meio natural – respondo e ela inclina a cabeça
avaliando a minha sugestão.
- Você confia em mim? – pergunta com um
levantar de sobrancelha.
- É claro – respondo rapidamente e ela sorri.
- Então deixa que eu cuido da maquiagem e não se
preocupe você vai adorar – sussurra começando a
puxar as roupas do meu armário e jogando na
cama.
Uma hora depois estou pronta, dou um giro em
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frente ao grande espelho e admiro o visual. A calça


de couro justa está marcando todas as minhas
curvas e o sapato transparente parece ter me
deixado cinco centímetros mais alta.
O tope branco transpassado combinou
perfeitamente com a calça e o meu cabelo, que está
caindo em ondas suaves até os meus ombros. Já a
maquiagem que a Iara fez no meu rosto ficou linda,
meus olhos estão esfumaçados em um tom de
marrom com um pouquinho de dourado não muito
forte e o batom vermelho vinho deu um toque final.
- Agora sim você está pronta para noite e para um
primeiro encontro digno de babar – diz ela do meu
lado.
- Obrigada – agradeço lhe dando um abraço rápido
– você não quer encontrar com a gente no bar mais
tarde, eu posso mandar um texto para você
avisando – digo e ela acena que não.
- E estragar o seu encontro, nem pensar. Amanhã
você pode me contar como foi – responde.
- Tudo bem então estou pronta para sair – digo e ela
acena em concordância para mim.

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Levo a Iara até a porta e me despeço dela com um


abraço, combinamos de nos encontrar amanhã no
almoço de domingo quando toda a família está
reunida. Meus pais até tentaram esconder a festa
surpresa de mim, mas não funcionou.
Principalmente depois que peguei uma conversa da
minha mãe com a minha avó no telefone.
Espero a Iara passar pelo portão de entrada e ser
acompanhada por um segurança até o outro lado da
rua onde o Tio Josh mora e entro de volta em casa.
Fecho a porta e quando vou me virar dou com a
cara enrugada do meu pai percorrendo os olhos em
cima de mim feito um falcão.
- Posso saber aonde a senhorita vai vestida desse
jeito? – pergunta cruzando os braços sobre o peito.
- Essa é sua maneira de dizer que estou bonita? –
pergunto e ele revira os olhos para mim.
- Querida você é uma cópia fiel da sua mãe o que
quer dizer que está sempre bonita, mas se você está
procurando um elogio então sim você está linda. –
Fala e meu rosto cora de vergonha.
- Obrigada e para responder à sua pergunta, eu vou

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sair em um encontro. O primeiro encontro de


verdade que tenho então por favor não estrague isso
para mim. – Peço com certa aflição.
Seu rosto relaxa e ganha um semblante carinhoso.
Ele avança um passo na minha direção e beija a
minha testa.
- Não vou estragar isso para você prometo. – Fala e
eu sorrio abraçando o homem que vive para me
proteger.
- Eu te amo pai – sussurro e ele aperta o abraço ao
meu redor.
- Eu também te amo, mas quero conhecer esse
rapaz – diz.
- Se o encontro for bom e as coisas evoluírem eu
prometo que apresento ele para você – murmuro e
ele acena soltando o meu corpo.
Meu celular vibra dentro da minha bolsa e corro
para atender a chamada.
- Olá – responde ao Breno do outro lado da linha.
- Estou no portão esperando, seus seguranças não
me deixaram entrar. – diz me fazendo soltar um
suspiro de desconforto.
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- Desculpe, esqueci de avisar sobre isso. Já vou


sair. – Respondo e ele confirma desligando a
chamada.
- Eu tenho que ir – digo ao meu pai dando um beijo
rápido na sua bochecha antes de passar pela porta
da frente.
Enzo
O dia tem sido um inferno para mim, passei a maior
parte do tempo pensando na novidade que o Ethan
contou. Ainda não consigo acreditar que a minha
Pérola vai se mudar para o outro lado do país se for
aceita na escola de música.
O pior é que nem posso abrir a boca para reclamar,
não tenho direito nenhum sobre ela e mesmo se
estivéssemos namorando não poderia impedi-la de
ir. É seu sonho afinal.
Pelo que entendi do pouco que meus ouvidos
registraram quando o Ethan contou com a maior
empolgação é que ela sempre quis ir para Juilliard.
Vivia falando nisso quando criança e aprendeu a
tocar piano com perfeição.
A família está toda empolgada por ela e sua
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felicidade era contagiante até mesmo pelo telefone,


na hora meus ouvidos estavam zumbindo de puro
pânico, mas depois fiquei feliz por ela.
Quero que ela tenha tudo que quiser, só não sei o
que fazer agora e como agir. Eu tinha todo um
plano na minha cabeça, queria fazer dar certo
mesmo à distância. Pela primeira vez na minha vida
quero tentar algo mais sério com uma mulher e
então essa bomba caiu no meu colo.
A diferença de idade não tem nenhuma importância
agora, já tinha convencido minha cabeça que isso
não teria importância nenhuma desde que a gente
estivesse junto e a nossa família concordasse. Mas
agora me sinto perdido em meio a esse caos que se
formou na minha cabeça.
- Enzo estamos precisando de você lá no salão –
Raul fala abrindo a porta do meu escritório.
Sábado à noite o bar fica completamente lotado e as
pessoas adoram prolongar a noite até altas horas,
mas ainda é cedo. São só nove horas da noite, o
horário em que as pessoas começam a chegar.
- Estou indo – respondo levantando da minha
cadeira e largando as notas financeiras em cima da
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mesa para fazer depois.


Sigo atrás do Raul passando pelos corredores e
como um imã meus olhos percorrem o bar até parar
em um olhar assustado do outro lado, um sorriso
involuntário se abre no meu rosto para logo se
transformar numa carranca quando percebo o cara
segurando a mão dela cochichar no seu ouvido.
Paro meus passos de imediato e ignoro tudo à
minha volta, apenas me concentro naquelas pernas
bem torneadas em volta de uma calça justa e
naquele decote exposto, que deveria ser só para
minha apreciação.
Devo ter lançado mil faíscas naquela direção
porque o par de olhos castanhos encontram com os
meus e ela para de caminhar na hora fazendo sua
mão se soltar do idiota pomposo de cabelo lambido.
Mas então como um flash sua expressão muda e
seus olhos inflam de pura ira mal contida, ela vira o
rosto para longe do meu e engata seus dedos outra
vez com o sujeito ao seu lado.
A sua mudança total de atitude é como um tapa na
minha cara, com certeza ela está chateada e nem
posso culpá-la por isso. Banquei o idiota indeciso e
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outro cara tomou o meu lugar, mas isso não vai


ficar assim por muito tempo.
Sou um Nash afinal e sempre luto pelo que é meu.
Capítulo 13
Clarissa
Sinto a presença do Enzo a cada poucos minutos,
seu olhar não saiu de cima de mim desde que
coloquei os pés aqui dentro. Se soubesse que o
Breno me traria até aqui, teria inventado uma
desculpa qualquer e encerrado o nosso encontro no
cinema.
Ou sei lá, teria sugerido outro lugar para gente ir.
Mas agora é meio tarde para mudar de ideia e ele
tem sido um fofo a noite toda. Um perfeito
cavaleiro.
- Você está bem? – pergunta o Breno segurando a
minha mão em cima da mesa – parece meio
distraída desde que chegamos aqui. – Comenta com
a testa franzida.
- Estou bem só acho que peguei as manias do Miles
e a multidão me deixa um pouco tensa – explico e
ele acena.
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- Se você quiser podemos ir para outro lugar,


conheço um restaurante familiar que serve comida
a noite toda – fala e eu nego com a cabeça.
- Nem pensar, – respondo rapidamente – já fizemos
o nosso pedido de qualquer maneira e eu estou
disposta a enfrentar esse desafio – minto e ele sorri
acariciando a minha mão com o polegar.
Meu celular vibra dentro da minha bolsa e por
achar que pode ser alguém importante peço licença
para o Breno e atendo a chamada.
- Alô! – respondo sem verificar o identificador de
chamadas.
- Inventa uma desculpa qualquer e me encontra na
porta dos fundos – sussurra o Enzo do outro lado da
linha me fazendo tremer – agora Pérola. –
Comando com a voz firme desligando a chamada
logo depois.
A raiva inflama o meu rosto e decido ignorar o seu
comando, quem ele pensa que é para me ligar
dando ordens. Quando eu queria que ele ligasse
fiquei feito uma idiota esperando, agora ele quer
conversar, pois bem, que fique esperando.

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- Tem certeza que ficar aqui está de boa para você?


– Breno volta a perguntar analisando meu rosto.
- Tenho, – respondo com teimosia – você nunca me
disse porque escolheu administração de empresas
como curso. – Comento e ele abre a boca para
responder quando somos interrompidos.
- Oi, sou Enzo dono do bar e amigo da família da
Clarissa – ele diz com um sorriso falso na direção
do Breno.
- É um prazer, a Clarissa não me disse que conhecia
o dono – responde o Breno estendo a mão na
direção do Enzo que retribui o cumprimento com
um sorriso suspeito.
- Ela deve ter esquecido, – fala mirando seus olhos
em cima de mim – seu pai está querendo falar com
você no telefone do meu escritório, acho que tentou
te ligar e não conseguiu. – Fala e depois acrescenta
– sabe como é seu pai ele consegue encontrar você
em qualquer lugar com esse rastreador no seu braço
– aponta me fazendo bufar de raiva.
- Diz que eu ligo depois – respondo com uma
inclinação de sobrancelha desafiadora. Enzo
estreita o olhar e aperta os punhos ao lado do corpo.
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- Acho melhor atender, vai que é uma coisa


importante – diz e nós dois ficamos desafiando um
ao outro com o olhar.
- Talvez você devesse atender o telefone – Breno
diz quebrando a disputa silenciosa de poder entre
mim e o Enzo.
- Viu só, vamos eu te acompanho até lá – Enzo fala
com arrogância – já devolvo o seu encontro. – diz
estendendo a mão para mim que relutantemente
coloco sobre a sua.
Levanto da minha cadeira ainda com a mão sobre a
do Enzo e começo a seguir ao seu lado pelo mar de
gente, dou um aperto de morte nos seus dedos e ele
trinca os dentes apresando o passo até o escritório
dele nos fundos do bar.
A fúria está emanando de cada poro do meu corpo
com vontade, o que me deixa mais em brasa ainda é
o fato dele ter metido a minha família nessa sua
desculpa esfarrapada. Ele abre a porta do escritório
e me puxa para dentro girando a tranca logo depois.
Abro a boca para começar a xingá-lo por ser um
idiota quando sua mão prende atrás da minha nuca
e puxa minha cabeça na sua direção. Sua boca toma
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pose da minha com vontade num beijo quente de


tirar o fôlego.
Todas aquelas sensações que deveria ter sentindo
quando o Breno me beijou ontem aparecem como
um tsunami, fazendo meu corpo tremer e minha
mente perder o foco por um minuto inteiro antes de
reagir.
Empurro seu corpo para longe do meu com o
máximo de força possível, Enzo se afasta meio
cambaleante e franze a testa para mim. Levanto a
mão para socá-lo no rosto e desisto no meio do
caminho, nunca fui uma pessoa agressiva e não vou
começar a ser agora.
- Você me deixa louca – sussurro tentando conter
os meus nervosos – o que pensa que está fazendo?
– pergunto andando de um lado para o outro na sala
– está achando que sou o que? – solto fervendo de
ódio.
- Pare por um minuto de ficar louca e olha para
mim – pede segurando o meu corpo pelos braços –
se eu tenho te deixado louca então imagina o que
você tem feito comigo, estou ficando maluco e a
culpa é toda sua – sussurra percorrendo o meu rosto
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com os olhos.
- Eu? Não fui eu quem ficou de ligar ao contrario
banquei a idiota esperando por uma ligação que
nunca veio – coaxo saindo do seu agarro.
- Eu posso explicar sobre isso e pedir desculpas se
você me der uma chance – pede avançando um
passo na minha direção e por instinto recuo um
atrás.
- Não quero ouvir nenhuma explicação agora e
estou no meio de um encontro com outra pessoa –
murmuro apontando para porta – ele é um cara
legal e não merece ficar esperando feito um idiota –
digo.
- E depois? – pergunta com a sobrancelha levanta –
depois que o seu encontro terminar, a gente pode
conversar? Eu não ligo para hora que for, só
preciso que você me escute por cinco minutos. –
Pede e um suspiro cansado salta da minha boca.
- Tudo bem, mas eu não sei como isso vai
funcionar. – Respondo por fim.
- Pede para ele deixar você no portão que eu passo
para te pegar depois que ele sair – fala e eu aceno

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concordando.
- Ok, agora me deixa sair – peço avançando na
direção da porta para voltar até o Breno.
Enzo
Fico de olho na Clarissa a noite toda, ela parece
tensa depois da nossa conversa, mas o cara em
frente a ela consegue distrai-la por alguns minutos.
Quando ela sorri para ele pela quarta vez decido
que já deu para mim e vou procurar algo para fazer
que distraia a minha mente dos dois.
Levanto do meu lugar e começo a caminhar na
direção do balcão quando vejo a Helen entrar. Faço
um sinal para ela que acena quando me vê.
- Pensei que viesse mais cedo. – Digo quando ela se
aproxima.
- Estava ocupada mudando as minhas coisas para
casa do meu amigo. – Responde e eu aceno.
- Já deixei seu pagamento separado vem comigo. –
Peço fazendo sinal para ela seguir atrás de mim até
o escritório.
Antes de sair não resisto em dar uma última olhada

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na minha Pérola e no encontro dela. Um sorriso de


canto se abre no meu rosto ao ver seus olhos
irritados em cima de mim e da Helen.
Ela desvia o olhar quando a pego encarando e volta
a se concentrar no cara à sua frente.
- Essa é ela? – Helen pergunta seguindo o meu
olhar.
- Ela quem? – Pergunto voltando a caminhar com a
Helen na minha cola.
- Você sabe, a garota que você não conseguia tirar
da cabeça. – Fala com um sorriso cúmplice.
- Sabe você é muito perspicaz e observadora – digo
e ela revira os olhos.
- Já me disseram isso e você está enrolando para
responder – diz passando na minha frente – mas
quer saber? Não precisa responder a sua cara já diz
tudo e ela é linda. – Fala por cima do ombro.
- Sim ela é – concordo com um suspiro.
Mas não é a beleza exótica dela que me atrai e sim
a sua personalidade. Desde criança ela sempre
soube o que queria e estava sempre concentrada em
alcançar os seus objetivos.
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A Clarissa é uma mulher forte e determinada, tem


bondade no coração e uma inteligência fora do
comum.
Sei que ela é mais esperta do que eu e não ligo para
isso, tudo que me importa é que ela abra seu
coração para mim e me deixe criar moradia fixa
nele.
Entro na minha sala depois da Helen e procuro pelo
envelope que deixei separado dentro de uma das
gavetas para dar a ela. Mas o papel pardo que
estava aqui sumiu.
Reviro as gavetas uma de cada vez e não encontro
o maldito dinheiro.
- Só pode estar de sacanagem comigo – rosno
procurando por cima da minha mesa.
- O que foi? – pergunta ela com a testa franzida.
- Eu fui roubado – constato ao não encontrar o
envelope em lugar nenhum.
- Como assim roubado? – pergunta assustada.
- Separei o dinheiro e coloquei dentro de um
envelope na segunda gaveta, mas o dinheiro não
está aqui. – Explico puxando os cabelos de
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frustração.
- Quer dizer que eu vou ficar sem receber? –
pergunta em pânico.
- Não, claro que não. Eu tenho dinheiro extra, mas
isso não explica o que aconteceu com o montante
que estava aqui. – Resmungo.
- O que você vai fazer? – pergunta mexendo as
mãos nervosa.
- Pegar seus dados bancários e fazer a transferência
agora mesmo, não sei porque não fiz isso antes. –
Respondo puxando o celular para transferir o
dinheiro para ela.
Helen passa os dados bancários dela e espera eu
confirmar o depósito antes de se despedir. Espero
ela sair da minha sala antes de chamar o Raul,
então lembro da Clarissa e que ela pode ir embora a
qualquer hora.
Enzo: “Não fica chateada, mas aconteceu um
problema aqui e vou precisar que você avise
quando estiver saindo. Pode ser que não a veja
ir embora e não quero te deixar esperando na
frente do portão sozinha.”

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Não espero pela sua resposta, sei que ela visualizou


a mensagem pelos dois risquinhos azuis ao lado do
texto. E eu querendo algo que ocupasse a minha
cabeça, agora consegui o que queria.
Capítulo 14
Clarissa
- Tem certeza que não quer que eu deixe você lá
dentro? – pergunta o Breno depois de estacionar o
carro em frente ao portão.
- Tenho sim, meu pai deve estar de plantão na
janela esperando alguém aparecer para bancar o
detetive – respondo o que não deixa de ser uma
verdade.
- Ok, mas eu não me importaria de conhecer os
seus pais. – diz ele.
- Eu acho que não estou pronta para isso ainda,
talvez devêssemos ir com calma e deixar as coisas
acontecerem – respondo e ele acena tomando a
minha mão para depositar um beijo delicado em
cima.
- Como você quiser linda – fala inclinando a cabeça
na minha direção depois de soltar a minha mão.
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Seus dedos se prendem ao redor do meu pescoço e


puxam a minha nuca na sua direção fazendo nossos
lábios se encontrarem em um beijo suave.
Sua boca tem gosto de cerveja com menta, devolvo
o beijo para ele que aprofunda a intensidade da sua
boca sobre a minha. Breno distribuiu pequenas
mordidas nos meus lábios e saboreia a minha boca
com a língua.
Não sei quanto tempo se passou dentro do carro,
mas interrompo o beijo quando suas mãos
começam a tocar de forma mais íntima o meu
corpo. Volto para o meu acento e tento recuperar o
fôlego depois desse beijo.
- Eu acho melhor entrar – murmuro abrindo a porta
do carro.
- Espera, – pede segurando o meu pulso – eu quero
ver você de novo – diz rodando o polegar em
círculos na minha pele.
- A minha agenda vai estar bem cheia essa semana,
mas talvez a gente possa tomar um café entre os
intervalos das aulas – respondo e seu sorriso
aparece.

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- Parece ótimo para mim. – Responde dando um


selinho rápido na minha boca já inchada de tanto
ser beijada – a gente se vê – sussurra soltando o
meu braço.
Aceno que sim e saio do carro batendo a porta atrás
de mim. Espero o Breno dar ré com o carro e lhe
dou um último aceno antes dele sumir pelas ruas.
Estou pronta para entrar quando meus olhos caem
nos faróis piscando de uma moto do outro lado da
rua bem em frente à casa do Tio Josh.
A felicidade instantânea de ter um encontro perfeito
evaporam do meu rosto e uma carranca se forma no
lugar. Caminho a passos apresados na direção do
motoqueiro sexy esperando por mim e decreto a
sentença.
- Você tem cinco minutos para explicar e depois
disso cai fora.
Enzo
Espero a Clarissa sair do carro antes de dar um
sinal que estou do outro lado da rua esperando por
ela, sei o exato momento em que ela identifica a
minha presença.

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Seus olhos que estavam brilhando agora inflamam,


apesar do escuro da noite eu consigo identificar
exatamente a sua expressão. Ela não está feliz
comigo e só por isso vou relevar a pegação dentro
do carro que vi.
Ela começa a caminhar na minha direção a passos
rápidos e sem deixar que uma única palavra saia da
minha boca, ela decreta cruzando os braços sobre o
peito de forma defensiva.
- Você tem cinco minutos para explicar e depois
disso cai fora. – diz me fazendo revirar os olhos.
- Sobe na moto e vamos dar uma volta – respondo
entregando a ela o capacete rosa que comprei para
ela.
- Nem pensar, você disse que queria cinco minutos
para explicar então fala logo – rebate bancando a
teimosa.
- Eu não vou conversar com você no meio da rua,
além do mais se conheço o paranoico do seu pai é
bem provável que ele esteja na janela espiando –
aviso e ela vira na direção dos portões nervosa.
- Tudo bem, mas depois você vai me trazer de volta

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para cá – avisa tomando o capacete da minha mão e


colocando na cabeça.
Espero ela subir na moto e afivelar o capacete na
cabeça antes de dar partida. Seus braços
minúsculos circulam a minha cintura e ela aperta
com um pouco mais de força. Entrelaço meus
dedos com os seus e viro o rosto com a viseira
levantada.
- Não se preocupe, você está segura comigo Pérola
– digo e ela bufa para mim.
Sorrio e solto seus dedos dos meus para conduzir a
moto com cuidado pelas ruas. Quase não tem
movimento algum durante todo o caminho até o
meu apartamento, só não contava com a chuva que
começou a cair quando estávamos virando a
esquina do bar.
Entro pelo beco lateral do prédio e estaciono a
moto embaixo de uma garagem improvida, a
Clarissa desce e tira o capacete devolvendo o
mesmo para mim. Apoio o objeto em cima de uma
mesa velha na lateral e desço da moto.
- Que chuva mais fria – sussurra batendo os
queixos de frio e esfregando os braços molhados.
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- Vamos entrar, vou deixar você se secar e depois


podemos conversar – falo depois de tirar o capacete
e pegar o outro para levar para cima junto com a
gente.
Destranco a porta dos fundos do apartamento, a
mesma que ela usou para fugir da última vez que
esteve aqui e abro espaço para ela passar. O lugar
até que está organizado, gosto de cada coisa no seu
devido lugar e sou bastante paranoico com isso.
Largo os capacetes molhados em cima da bancada
da cozinha e tiro a jaqueta molhada, a Clarissa
imita o meu movimento revelando aquele tope
branco que tem deixado a minha mente viajando
em imagens eróticas a noite toda.
O que me lembra dos dez minutos infernais em que
ela ficou dentro do carro com aquele cara de cabelo
lambido. Meus olhos caem nos lábios inchados dela
e nas marcas de barba por fazer próximo a eles.
- Vou pegar umas toalhas e roupas secas que você
possa vestir – sussurro saindo da sala na direção do
meu quarto para pegar as malditas toalhas e
acalmar o meu ciúme.
Reviro as minhas gavetas em busca de uma camisa
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e calça de moletom que ela possa usar enquanto


coloco suas roupas para secar e pego duas toalhas
no armário do banheiro.
Volto para sala de estar que na verdade é
interligada com o meu quarto e encontro a Clarissa
passando aqueles dedos delicados em cima dos dois
cinturões que ganhei quando competi pela
academia. Desde que meu pai não tem mais idade
para competir pelo “Cinturão Phill Donavan” tenho
feito isso. Para honrar a memória do Phill um
grande amigo do meu pai e também trazer essa
honra para a academia.
Ela passa os dedos pelas tiras de couro com
cuidado como se estivesse tocando o piano, a
observo por um minuto antes de anunciar a minha
presença na sala e admiro as expressões do seu
rosto, admirando a mulher na minha frente como
uma partitura que você precisa ler várias vezes para
entender.
Troco o peso de perna e o movimento faz as
madeiras do piso ranger, ela se vira para mim
tirando a mão rapidamente de onde estava e seu
rosto cora num tom de rosa fascinante.
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- Eu só estava olhando – fala escondendo as mãos


atrás das costas e um riso involuntário salta da
minha boca.
- Eu trouxe algumas roupas e uma toalha para você
se secar – digo estendendo os itens para ela –
depois que você tirar essas roupas molhadas traga
para mim, vou colocar elas na secadora para secar –
aviso e ela acena caminhando até mim.
- Posso usar o seu banheiro? – pergunta tomando as
roupas da minha mão.
- É claro, você sabe onde fica – respondo e ela
segue na direção do banheiro.
Aproveito que ela vai trocar de roupa e faço o
mesmo o mais rápido possível antes dela sair do
banheiro.
Clarissa
Salto do chuveiro quente depois de aquecer o corpo
e me seco rapidamente. Visto a camisa branca que
por incrível que pareça é quase do meu tamanho,
não quero pensar agora a quem essa camisa
pertence.
Prendo meus cabelos depois de secar as pontas num
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coque bagunçado no alto da cabeça e visto a calça


de moletom, que diferente da camisa fica enorme
em mim. Amarro as tiras até fechar na minha
cintura e faço um laço de qualquer jeito.
Dou uma olhada no espelho antes de sair e gemo
diante do desastre, minha maquiagem já era e meu
cabelo está parecendo um ninho molhado. Mas
quer saber, não vim aqui com o objetivo de
impressionar ninguém, a gente vai apenas
conversar, só isso.
Salto para fora do banheiro com as roupas
molhadas na mão e procuro pelo Enzo, ele está na
cozinha vestindo apenas uma calça de moletom
preta. Todo aquele peito musculoso está a mostra e
os braços se flexionam a cada movimento dele ao
preparar o que acredito ser café.
Não consigo evitar o tremor involuntário que passa
pelo meu corpo ao lembrar de como aqueles
músculos ficaram em cima de mim a noite toda a
uma semana. Fecho os olhos e começo a conversar
comigo mesma em pensamento para evitar cair em
tentação.

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Capítulo 15
Clarissa
Quando abro os olhos de novo tenho que conter o
grito assustado que ameaça escapar ao dar de cara
com os olhos brilhantes do Enzo bem na minha
frente.
- É bom saber que ainda posso causar algum tipo de
reação em você – sussurra ele abrindo aquele
sorriso molha calcinha.
- Não fique se achando demais – retruco batendo as
roupas molhadas no seu peito nu – espero que elas
estejam secas no fim dessa conversa – murmuro.
- Vão estar – responde pegando a pilha de roupa –
tem chá pronto se você quiser ou café – fala
apontando para a cozinha enquanto caminha com as
minhas roupas molhadas para uma outra porta que
acredito ser a lavanderia.
Enquanto ele cuida das minhas roupas molhadas
caminho até a cozinha para servir um pouco de chá
para mim, o café me manteria acordada a noite toda
se tomasse a essa hora. Sirvo o chá em uma caneca
e ando de volta para sala, observo as gotas de chuva
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caindo do lado de fora da janela e tomo um gole do


meu chá.
Fecho os olhos e tento me concentrar no barulho da
chuva, isso sempre me manteve calma. A maioria
das pessoas gostam da luz do sol, eu não. Prefiro a
chuva, os sons que ela faz e o cheiro que tem. Sinto
a presença do Enzo antes mesmo de ouvir o som da
sua voz.
- No que você está pensando agora? – pergunta e
quando abro os olhos consigo ver o seu reflexo ao
meu lado.
- Na quantidade de sons que a chuva faz e o quanto
isso me acalma – respondo tomando outro gole do
chá – você disse que estava com problemas no bar,
o que aconteceu? – pergunto lembrando da sua
mensagem mais cedo.
- Acho que fui roubado, – responde me fazendo
virar o rosto na sua direção – mas isso é um
problema que posso resolver amanhã. Tem coisas
mais importantes acontecendo agora. – Fala
afastando uma mecha que caiu do coque na minha
cabeça.
- Porque você me fez esperar feito uma idiota? –
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pergunto fechando os olhos ao sentir o seu toque na


minha bochecha.
- Porque fui um burro medroso – responde
acariciando os meus lábios com o polegar – sinto
muito por ter sido um completo babaca, só não
sabia como agir depois. Milhares de pensamentos
começaram a flutuar na minha cabeça e deixei o
medo dominar tudo. – Explica quando volto a abrir
os olhos.
- Do que você estava com medo? – pergunto
virando de frente para ele.
- De tudo eu acho, da nossa família ficar louca e do
meu melhor amigo nunca me perdoar por ter
dormido com a sua irmãzinha – responde e a
armadura gelada se fecha ao meu redor.
- É o que sempre fui para você, não é? A irmãzinha
do seu melhor amigo – murmuro voltando a ficar
de frente para janela sem conseguir encará-lo.
- Se fosse então não teria passado a noite toda com
você na despedida de solteiro do Gabriel e nem
transado com você no seu aniversário – responde
virando o meu corpo de frente para ele – porque
você não me contou quem era naquela festa? –
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pergunta sondando o meu rosto.


- A minha intenção não era ficar com você ou
esconder a verdade, só estava procurando um
pouco de liberdade – respondo saindo do seu agarro
– como você descobriu que era eu? – pergunto
andando até a cozinha para deixar a caneca em
cima da bancada.
- Eu soube assim que te beijei, – responde com um
balançar de cabeça – só levou um tempo para
admitir que passei a noite toda beijando você e te
tocando – fala.
- Mas no casamento do Gabriel você disse que não
sabia quem era a mulher com fantasia de anjo –
digo estreitando o olhar a procura de uma mentira.
- Eu sabia Pérola, sempre soube. Mas não podia
dizer para o meu melhor amigo que dei uns pegas
na irmã dele – responde coçando a nuca – além do
mais eu estava todo confuso e tentando controlar os
meus instintos, que parecem incontroláveis quando
você está por perto. – Fala.
- Então o que foi tudo aquilo no casamento e no dia
do meu aniversário? – pergunto me referindo a
dança na frente de toda a família e ao sexo
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alucinante uma semana depois.


- Aquilo fui eu tentando roubar um segundo da sua
companhia sem ser julgado e depois fui eu dando
um foda-se para tomar aquilo que sempre quis –
responde dando um passo na minha direção – não
pense por um segundo que não te quis, porque eu
quis. Sempre quis você, sempre olhei para você
com outros olhos e parece que tenho sido bastante
obvio ultimamente se até o Mason descobriu. –
Fala.
- Mason sempre sabe de tudo igual ao meu pai –
respondo e meus olhos se enchem de pânico – oh
meus deuses! Se o Mason sabe então meu pai
também sabe sobre a gente – sussurro apavorada.
- Parece que eu não sou o único com medo da
reação da nossa família – fala tentando esconder o
sorriso diante do meu ataque de pânico.
- Você está rindo de mim? – pergunto estreitando o
olhar – seu babaca, tem noção do que eu vou ter
que ouvir quando chegar em casa. Meu pai é louco
esqueceu? – volto a perguntar e ele treme na base.
- Seu pai tem as piores ideias de retaliação que já vi
– fala com o pensamento em outro lugar – mas quer
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saber, foda-se! – murmura voltando o olhar para


mim – eu quero tentar Pérola. – diz me deixando
confusa.
- Tentar o que? – pergunto com uma inclinação de
cabeça.
- Sei lá, o que você estiver disposta a tentar. –
Responde e meus olhos se arregalam – sei que a
sua vida está bem agitada agora e que você precisa
se preparar para a audição de aceitação na
Juilliard...
- Como você sabe sobre isso? – pergunto
interrompendo seu discurso.
- Estava na casa da Emma e do Ethan quando a sua
mãe ligou para contar a novidade. Parabéns aliás,
Nova York hein? – pergunta um tanto nervoso eu
diria.
- É Nova York, mas espera... você disse que queria
tentar algo comigo mesmo sabendo sobre NY? –
pergunto na dúvida.
- Sim, eu não ligo para onde você está ou qual é a
distância entre a gente. Só quero passar algum
tempo com você, mesmo que ele seja curto e duro

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poucos minutos. Meu pai passou dez anos longe da


minha mãe antes de finalmente ficarem juntos, eu
não quero ter que esperar tanto tempo para
descobrir o que essa atração louca entre nós dois
pode ser. – fala.
- Porque está me dizendo tudo isso agora e não
quando a gente fez sexo pelo telefone no começo
da semana? – pergunto desconfiada que isso seja só
mais um meio de me enrolar.
- Porque ainda não sabia o que queria no começo
da semana – responde com um dar de ombros –
precisava pensar um pouco nas coisas e pensar nas
consequências de tudo antes de tomar alguma
atitude. Eu quero você e estou dando um foda-se
para todo o resto, estou cansado de pensar nos
outros primeiro e deixar aquilo que eu quero para
depois – diz puxando meu corpo para perto do seu
pela cintura.
- Isso quer dizer que acabou as festas ou o entra e
sai de mulheres da sua cama? – pergunto
estreitando o olhar.
- Nenhuma mulher tem passado pela minha cama
exceto você desde a despedida de solteiro do
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Gabriel – responde segurando meu rosto com


ambas as mãos – não consigo parar de pensar em
você Pérola, outro dia fiquei duas horas encarando
um piano numa vitrine e pensando em como você
fica linda toda concentrada tocando. As pessoas
deviam achar que eu era um maluco – sussurra me
fazendo sorrir.
- Mesmo? – pergunto com o coração derretido e ele
acena que sim – se eu aceitasse a sua proposta o
que isso significa? – pergunto voltando ao assunto
real.
- Isso significa que você é minha e eu sou seu, que
não vou esconder meus sentimentos da nossa
família e que vou andar com você de mãos dadas
na rua sempre que tiver oportunidade. Vou ser seu
maior fã e vou estar lá no dia da sua audição
torcendo para você ser aceita porque isso é o que
você quer. Só quero fazer você feliz Pérola –
sussurra próximo da minha boca – então, você
topa?
Capítulo 16
Enzo
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Espero ansiosamente pela sua resposta, a cada


minuto que passa e espero que a sua cabeça
trabalhe os prós e os contras, fico mais ansioso.
Então um sorriso tímido se abre nos seus lábios e
sua voz doce me dá a resposta que tanto estou
esperando ouvir.
- Tudo bem eu topo – sussurra e isso é o suficiente
para que meu autocontrole evapore.
Tomo seus lábios com os meus e beijo a sua boca
com tudo que tenho, ela solta um gemido assustado
e aproveito a abertura para explorar a sua boca com
a língua.
Diferente da primeira vez, agora ela não sente
nenhuma reserva em tocar em mim. Como se o fato
de ter esclarecido as coisas fosse incentivo
suficiente para ela tomar o que quer. Seus dedos se
enrolam nos fios da minha nuca e ela puxa a minha
cabeça mais para si.
Aprofundo a intensidade do beijo e provoco seus
lábios, dando pequenas mordidas neles e passando
a língua para aliviar a dor da picada. Ela geme
outra vez e esfrega o peito no meu tentando escalar
o meu corpo.
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Quando convenço o homem possessivo dentro de


mim que já substitui as marcas na sua boca deixada
por aquele cara, desço a trilha de beijos, passando
pelo seu queixo e depois o pescoço. Desço a camisa
da Emma que ela está usando e provo da pele
macia do seu ombro com a língua.
Sua cabeça pende para o lado dando mais espaço
para minha exploração. Suas mãos descem
arranhando a pele do meu pescoço até parar nos
meus braços, onde ela se segura para não cair.
Desço minhas próprias mãos pelo seu corpo até
chegar ao cordão que segura a calça de moletom
dela no lugar, puxo os fios e a calça escorrega pelas
suas pernas desnudas revelando uma calcinha
minúscula de renda preta.
Meu corpo reage e meu pau endurece diante dela.
Seus olhos caem até o meu eixo coberto pela calça
e ela morde o canto do lábio inferior ganhando um
leve tom de vermelho nas bochechas. Um gemido
escapa da minha boca quando vejo o desejo
refletido naquelas íris cor de mel em pensar que ela
está querendo pôr a boca em mim.
- Segura esse pensamento para mais tarde –
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sussurro próximo a sua orelha e ela treme nos meus


braços.
Espalmo as mãos na sua bunda e ergo seu corpo
para cima, ela prende as pernas ao redor da minha
cintura e circula os braços ao redor do meu pescoço
para beijar a minha boca.
Ando a passos rápidos até a minha cama e deito seu
corpo em cima dos lençóis limpos. Repouso meu
corpo em cima do seu tomando cuidado para não a
esmagar com o meu peso e puxo a camisa dela com
a ponta dos dedos para cima.
Sua boca se separa da minha e ela ergue os braços
para facilitar, seu corpo se remexe embaixo do meu
e a fricção me faz soltar um grunhido de prazer.
Termino de tirar a blusa e jogo o tecido em um
canto qualquer do quarto e depois volto meu olhar
para cima dela.
- Você é tão linda – sussurro percorrendo seu corpo
com os olhos.
Acaricio seus peitos com as mãos e círculo os
mamilos cor de rosa claro com a ponta dos dedos,
ela se remexe outra vez soltando pequenos
gemidos.
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- Você vai ficar me provocando ou vai fazer


alguma coisa comigo? – pergunta voltando a
morder aquele lábio.
- Ah Pérola eu vou fazer muitas coisas com você. –
Respondo com malícia – Para começar, vou
saborear de cada canto da sua pele inclusive esses
peitinhos que estão implorando pela minha boca.
Depois vou fazer você gozar na minha língua e
fodê-la a noite toda com o meu pau. A ordem pode
variar de acordo com o meu desejo, – explico com
um tom de provocação detalhadamente o que
pretendo fazer – talvez repita tudo antes de deixar
você dormir. – Concluo com uma piscadinha.
- Hum, mal posso esperar – responde atrevida
fazendo o rubor das suas bochechas se espalhar até
o pescoço.
Como prometi, primeiro exploro todo canto de pele
descoberta que encontro. Começo pela ponta do pé,
deixo um beijo suave em cima do arco do seu pé,
depois no tornozelo e continuo subindo até a dobra
do joelho.
Ela solta um gemido mais alto quando alcanço o
alto da sua coxa e provoco a renda da calcinha com
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os dentes. Repito o mesmo processo na sua outra


perna e ela prende os dedos nos lençóis soltando
gemidos de prazer cada vez mais desesperados.
Beijo a curva do seu quadril e rodo a minha língua
em volta do umbigo enquanto toco no seu centro de
prazer com a ponta dos dedos. Sinto a umidade
através da calcinha e meu pau contrai louco para
entrar nesse calor molhado.
- Puta merda Pérola, você está molhada para
caralho – murmuro ao afastar a calcinha para o lado
e penetrá-la com um dedo.
- Oh deuses – geme fechando os olhos e remexendo
o quadril de acordo com as minhas investidas.
Abocanho um mamilo na minha boca e chupo o
bico endurecido com vontade, sua coluna arqueia
para fora do colchão e ela suspira um gemido
rouco. Mais umidade se forma na sua boceta, que
suga o meu dedo com vontade.
Troco de mamilo e dou a mesma atenção ao outro,
rodando a minha língua ao redor do bico
endurecido e depois dando uma pequena mordida
de prazer, sem nunca parar de movimentar o meu
dedo dentro dela.
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- Por favor – implora soltando o lençol para enrolar


os dedos no meu cabelo enquanto a outra mão
agarra o meu bíceps.
Sua boceta começa a se fechar ao redor do meu
dedo e sei que ela está perto de gozar, antes que ela
possa chegar lá tiro meu dedo de dentro dela e ouço
seu gemido de frustração.
- Não, não pare – implora buscando a minha mão
com o quadril.
- Relaxa Pérola eu disse que iria te fazer gozar com
a minha língua e sempre cumpro com as minhas
promessas ou pelo menos tento – sussurro dando
um beijo rápido nos seus lábios antes de descer
para baixo nela.
Clarissa
- Puta merda – grito ao sentir a sua língua provando
da minha intimidade com afinco.
Ele não estava brincando quando disse que me faria
gozar com a sua língua, meu corpo está
cantarolando de prazer e não vai demorar muito
para chegar lá.
Sinto o Enzo tomando conta de todos os lugares.
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Lábios, língua e dentes estão provocando a minha


carne sensível levando a minha mente e meu corpo
para o mais sublime dos prazeres.
Seus dedos apertam as minhas coxas com força,
com certeza deixando marcas que serão visíveis
mais tarde. Mas quem liga quando tem um homem
gostoso com a boca trabalhando para o seu prazer,
eu com certeza não ligo.
- Quase, quase lá – suspiro com as pernas tremendo
ao redor da sua cabeça e minha mente boiando em
direção ao paraíso.
Ele sorri na minha pele e o tremor se espalha por
toda a minha carne, o fim do jogo acontece quando
ele suga o meu clitóris inchado com a boca e
provoca o meu ponto g com os dedos.
Grito o seu nome quando o clímax toma conta do
meu corpo e se espalha por todo lugar. Minhas
pernas ficam bambas e o ar se torna escasso nos
meus pulmões que estão queimando por falta de ar.
Meu corpo está todo quente e sensível, abro os
olhos só para ver o corpo nu do Enzo na beirada da
cama. Sigo o movimento das suas mãos e perco o
fôlego ainda mais se isso for possível quando meus
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olhos alcançam o seu membro enorme com veias


salientes e pronto para me dar prazer, sendo coberto
pelo preservativo.
Lambo os lábios loucas para sentir a sua dureza na
minha boca e o Enzo geme puxando meu corpo
para beirada da cama pelas pernas, solto um
gritinho de surpresa e sou engolida pela boca dele
na minha mais uma vez.
- Se você colocar a boca em mim só um de nós dois
vai acabar completamente satisfeito – sussurra
próximo aos meus lábios.
- Mas você já me fez gozar uma vez – retruco
amuada e ele sorri de canto.
- E quero fazê-la gozar de novo antes de terminar –
provoca apoiando as minhas pernas no seu peito
sarado – quem sabe amanhã de manhã você possa
me acordar com a boca envolta do meu pau – solta
a indireta com uma piscadinha safada.
O desejo se espalha por mim ainda mais só de
pensar na sua proposta. Enzo sorri quando percebe
a reação do meu corpo e para me provocar um
pouco mais, ele esfrega a ereção rígida contra as
minhas dobras molhadas fazendo um arrepio de
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prazer atravessar o meu corpo.


- Caralho – assobia com o contato e geme quando
entra em mim só com a pontinha para logo depois
sair me deixando sentir o vazio.
- Foda-me logo – grito quase explodindo de tanto
tesão.
- Com prazer Pérola – rosna entrando em mim com
tudo.
Minhas pálpebras tremulam ao sentir o seu membro
todo dentro de mim, esticando as paredes do meu
sexo e tomando pose de tudo. Enzo está soltando
lamurias sem sentindo com as mãos agarradas nas
minhas coxas e a cabeça jogada para trás.
Remexo a bunda para chamar a sua atenção
pedindo silenciosamente que ele comece a se
mover, então sua cabeça volta para frente e seus
olhos miram em mim.
- Lembre-se que foi você quem pediu – avisa
recuando o quadril e metendo de novo com força –
essa bocetinha está querendo pau é? – pergunta
saindo lentamente de dentro de mim – então é isso
que ela vai ter – murmura voltando para dentro com

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tudo.
- Não se segure me dê tudo – peço e ele grunhe
saindo de dentro de mim para girar o meu corpo me
colocando de quadro no meio da cama – Enzo! –
grito quando seu pau entra em mim ainda mais
fundo nessa posição.
- Era isso que você queria? – provoca metendo o
pau dentro de mim com vontade.
Gemo um sim sem som e agarro os lençóis com
força, como se a minha vida dependesse disso. Meu
corpo começa a reagir mais um vez e prazer se
espalha pelas minhas veias, sinto o meu clitóris
pulsando de necessidade e a minha boceta começar
a fechar ao redor dele.
Como se todas essas sensações não fossem o
suficiente o Enzo apoia o peito nas minhas costas e
começa a acariciar os meus mamilos sensíveis com
a ponta dos dedos enquanto a sua boca morde e
chupa o meu pescoço.
Todas as terminações nervosas do meu corpo
começam a responder e um grito de prazer salta da
minha boca quando o clímax bate em mim com
tudo. Meus braços perdem as forças e ameaçam
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ceder.
Enzo impede a minha queda puxando meu corpo
para cima e sem parar de se movimentar dentro de
mim ele estende o meu orgasmo até se perder em
prazer também e gozar com um rugido rouco na
minha pele atrás da orelha.
Capítulo 17
Enzo
Aperto meu braço ao redor do corpo macio e
quente da Clarissa enquanto a outra mão brinca
com as curvas suaves do seu quadril. Ela dormiu
tem algum tempo, mas eu não consegui fechar os
olhos e relaxar.
Tem muita coisa rondando a minha cabeça, coisas
que preciso resolver. Tenho que conversar com a
Carla e saber como andam as coisas em casa,
preciso descobrir quem foi que me roubou e tratar
de providenciar meios de segurança para o bar.
O mais importante, preciso saber como vai ser
agora entre a mulher dormindo ao meu lado e eu.
Daqui a algumas horas a família dela vai dar um
almoço para comemorar o seu aniversário atrasado,
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não quero esconder meu relacionamento com ela de


ninguém, a Emma e o Ethan fizeram isso por anos e
olha no que deu.
Está certo que eles estão juntos e bem agora, mas
quanto tempo levou para isso acontecer e quantas
pessoas saíram machucadas dessa história? Não
quero magoar a Clarissa e nem ninguém, quero as
coisas claras para que não aja confusão mais tarde.
Ainda tem aquele outro cara, não sei qual é a
profundidade do relacionamento entre eles e duvido
que ela estaria aqui comigo agora se estivessem
juntos de fato. Talvez seja só um primeiro encontro
como ela mesma disse para mim ontem à noite no
bar.
A Clarissa se remexe ao meu lado empurrando a
perna dela que está apoiada nas minhas mais para
cima, um gemido escapa da minha boca quando seu
joelho acaricia o meu pau antes de parar de se
mover e ela voltar a dormir profundamente.
Afasto as mechas pretas do seu cabelo do rosto e
beijo a sua testa antes de fechar os olhos e tentar
dormir. Devo ter apagado em alguma hora, porque
a próxima vez que abro os olhos estou sozinho na
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minha cama mais uma vez.


- Não acredito nessa merda – murmuro sentando na
cama com o lençol embolado na minha cintura e
totalmente frustrado.
- Não acredita em que? – a voz suave da minha
Pérola pergunta ao entrar no quarto vestindo as
suas roupas de ontem à noite.
- Pensei que você tivesse fugido outra vez –
sussurro aliviado ao vê-la e ela anda a passos lentos
até mim.
Quando chega na beirada da cama começa a
engatinhar na minha direção e subir no meu colo
com uma perna de cada lado, não consigo evitar a
reação do meu corpo ao ter uma mulher gostosa em
cima de mim.
- Não vou mais fugir de você – diz ela acariciando
o meu cabelo de forma contemplativa – mas
quando acordei me dei conta de algumas coisas. –
Fala me deixando confuso.
- Que coisas? – pergunto curioso apoiando as
minhas mãos na sua cintura fina.
- Esqueci meu celular dentro da bolsa no carro do
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Breno ontem à noite e são sete horas da manhã


agora, o que quer dizer que meu pai já deve ter
ligado várias vezes para mim e como não tenho o
celular comigo ele deve estar pirando – murmura
descendo as mãos até o meu peito nu – tenho que ir
para casa antes que meu pai faça uso disso – diz
balançando a pulseira em frente ao meu rosto – e
também tentar recuperar as minhas coisas –
termina.
- Tudo bem eu levo você – respondo dando um
beijo rápido nos seus lábios – mas você está me
devendo um boquete de bom dia. – Aponto e ela ri
nos meus lábios.
Uma hora depois estou parado em frente aos
portões da casa dos Maddox esperando que a
Clarissa digite seu código de acesso no portão.
Depois que ela termina de digitar o código, os
portões se abrem permitindo a nossa passagem.
Acelero a moto pelo pátio de pedras lentamente até
parar em frente ao estacionamento da lateral e
desligar o motor. Abaixo o pedal de apoio e espero
a Clarissa descer antes de fazer o mesmo tirando
meu capacete.
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Ela tira o dela e apoio em cima do banco do


passageiro na moto, faço o mesmo com o meu e
nós dois voltamos nosso olhar para casa em frente.
Engulo em seco ao avistar uma sombra na janela da
frente e a Clarissa suspira.
- Acho melhor eu entrar e resolver isso logo – diz
ela avançando um passo na direção da casa. Seguro
seu braço e a puxo para mim.
- Podemos fazer isso juntos se você quiser – digo e
ela abre um sorriso tímido para mim. Não resisto e
envolvo seus lábios com os meus.
Ela prende os braços ao redor do meu pescoço e
acaricia a minha nuca de um jeito que passei a
gostar bastante, é um toque só dela. Aperto a sua
cintura com as mãos e ela geme na minha boca,
subo uma das minhas mãos pelas suas costas
apertando seu peito no meu.
Interrompo o beijo antes que a gente vá mais longe
e de um show aqui mesmo, o sorriso continua no
seu rosto e não resisto em dar um último selinho na
sua boca antes de soltar o seu corpo.
- Vem vamos fazer isso juntos logo antes que seu
pai saia por aquela porta e quebre a minha cara por
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estar agarrando você – digo e ela cora entrelaçando


os dedos nos meus.
- Tem certeza que quer fazer isso? – pergunta
apertando a minha mão levemente – porque eu
posso resolver isso sozinha. – diz.
- Tenho Pérola, eu estava falando sério quando
disse que não quero esconder nada da nossa
família. Prefiro fazer isso agora que somos apenas
nós do que mais tarde quando todos estiverem
presentes – explico e ela acena.
Subimos os três degraus da entrada da frente e a
Clarissa abre a porta, ela entra e eu vou junto sem
desprender meus dedos dos seus. O lugar está
silencioso para as oito da manhã, mas logo
descubro porquê.
Jake Maddox está parecendo o poderoso chefão,
sentado na poltrona batucando os dedos na perna
todo imponente. Esse homem consegue ser
assustador quando quer e o olhar matador no seu
rosto avaliando a minha mão entrelaça com a da
Clarissa faz um arrepio cruzar pelo meu corpo.
- Oh pelo amor de Deus quer parar com isso – ouço
a voz da Sra. Maddox falar de algum canto da casa
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e logo imagino que seja a cozinha já que a Clarissa


vira o rosto naquela direção.
- Isso são horas de aparecer em casa mocinha? – ele
pergunta ignorando totalmente as palavras da
esposa. Clarissa abre a boca para responder quando
a Nael aparece com as mãos na cintura e fita o
marido.
- Ok Dom Corleone já chega, nossa filha é maior de
idade e não nos deve satisfação a muito tempo.
Agora levanta a bunda dessa cadeira e venha tomar
café comigo – decreta impassível.
- Mas anjo...
- Mas nada, anda logo antes que eu perca paciência
definitivamente – diz severa – já não basta toda a
reclamação que tive que ouvir durante a
madrugada, agora isso. – Aponta para ele e sua
pose na cadeira – desde quanto bancamos os
mafiosos? – pergunta com revirar de olhos.
Clarissa e eu tentamos esconder o sorriso diante da
cena na nossa frente. Mas se torna impossível
quando ele levanta da cadeira todo amuado e passa
pela esposa. Antes de entrar na cozinha ele para e
vira para mim com um sorriso diabólico.
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- Nós dois ainda vamos conversar garoto e é bom


você aprender desde cedo o que acontece com um
homem quando ele está apaixonado por uma
mulher Allen – fala e a Nael bufa de indignação.
- Eu juro que a gente é normal – Clarissa sussurra
com as bochechas vermelhas.
- Relaxa lá em casa não é muito diferente, vai por
mim – sussurro com um aceno compreensivo.
- Vocês vão tomar café também ou vão ficar
parados aí na porta feito duas colunas de concreto?
– pergunta a Nael com uma sobrancelha levantada.
- Eles vão tomar café sim ainda não fiz meu
interrogatório – Jake grita da cozinha e as duas
mulheres na sala gemem de desgosto, eu por outro
lado só consigo rir da situação toda. Até que não foi
tão ruim quanto pensei que seria.
Capítulo 18
Clarissa
Meu pai está sentando na beirada da mesa tomando
seu café sem desgrudar os olhos de cima do Enzo,
esse por outro lado finge não perceber o olhar
mortal para cima dele.
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- Então Enzo como andam os negócios? – meu pai


pergunta me fazendo gemer e a minha mãe a revirar
os olhos pela milésima vez.
- Indo bem até ontem à noite – responde ele
tomando do seu próprio café. Meu pai olha para ele
desconfiado e o Enzo esclarece – acho que fui
roubado ontem. – Explica.
- Oh minha nossa e você já falou com a polícia? –
minha mãe pergunta assustada.
- Não senhora eu tinha coisas mais importantes
para resolver – diz piscando um olho para mim e
fazendo meu pai bufar – além do mais é só uma
suspeita, não tenho certeza de nada ainda. –
Conclui e minha mãe acena.
- Pensei que tivesse sistema de segurança no bar –
meu pai comenta largando a xícara de café em cima
da mesa e estreitando o olhar.
- Na verdade eu tenho, mas as câmeras estavam
desligadas ontem por algum motivo ainda
desconhecido. – Fala e vejo a mente do meu pai
trabalhando a mil.
- Algum dos seus funcionários tinha motivos para

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lhe roubar ou desligar as câmeras justo naquele


dia? – pergunta fazendo aquilo que sabe fazer
melhor, bancar o detetive.
- Não que eu saiba – responde coçando a nuca de
nervoso – na verdade estava pensando em pedir
alguns conselhos de negócios para o meu pai, mas
não tive a oportunidade de fazer isso ainda. – Fala
ganhando um aceno positivo do meu pai.
- Entendo, mas vai por mim garoto e fique com os
olhos bem abertos. As vezes a punhalada da traição
vem de quem menos você espera. – Meu pai diz
sério.
- Obrigado pelo conselho senhor – responde o Enzo
e meu pai bufa.
- Pare de me chamar de senhor, fico me achando
um velho decrépito e posso assegurar que estou
longe disso – fala e o Enzo acena com um sorriso –
agora vamos falar sobre coisas mais importantes lá
no escritório. – Anuncia levantando da cadeira,
antes que eu possa abrir a boca para protestar o
Enzo segura a minha mão.
- Está tudo bem – acena beijando os nós dos meus
dedos e levantando da cadeira depois de soltar a
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minha mão.
Sigo os dois até perdê-los de vista enquanto
caminham na direção do escritório. Levo o polegar
a boca e mordo a ponta do dedo de nervosa, se essa
conversa não for boa será que o Enzo vai desistir de
mim?
- Duvido muito, se ele veio até aqui e entrou por
aquela porta de mãos dadas com você, duvido que
uma conversa com o seu pai vá assustar o rapaz –
minha mãe diz e só então percebo que fiz a
pergunta em voz alta.
- Mas o papai tende a bancar o maluco as vezes e
isso me preocupa um pouco – digo insegura e a
minha mãe sorri amavelmente.
- Querida, seu pai é como o Bummer. Late, mas
não morde – diz e não consigo impedir a risada de
escapar.
Enzo
Estamos sentados encarando um ao outro há mais
de vinte minutos, não ousei mover o corpo ou
mesmo desviar o olhar. Sei que ele está me
testando, tentando descobrir sozinho se sou bom o
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suficiente para filha dele.


O fato de me conhecer desde que era um garotinho
não faz diferença agora, mas não é como se isso
fosse uma coisa absurda afinal. Antes do colegial
começar, vivia grudado na Clarissa feito carrapato.
Ela era pequena e parecia precisar de alguém que a
ajudasse o tempo todo. Nossa diferença de idade
não impediu a aproximação espontânea, lembro de
querer estar sempre por perto quando éramos
crianças.
As coisas mudaram quando fique mais velho e
comecei a ver o mundo com outros olhos. Ethan e
eu passamos a curtir a nossa adolescência como se
o mundo fosse acabar no final do dia, muito
parecido com o Mason, mas quando tínhamos
quinze e dezesseis anos.
Com as festas e o Ethan saindo escondido para
encontrar a Emma, passei a frequentar menos a
casa dos Maddox. Os anos foram passando e nos
afastamos com tempo, ela passou a dedicar toda a
sua atenção a música e eu em bancar a Suíça entre
as minhas irmãs.
Deixei minha vida em espera por muito tempo, até
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que o destino trabalhou a meu favor e colocou


aquela Pérola de cabelos negros no meu caminho
mais uma vez. Só que agora tínhamos idade
suficiente para estar juntos, mas isso não quer dizer
que não vá passar por uma avaliação categórica
feito pelo homem olhando para mim com suspeita.
- Até que demorou para isso acontecer – diz ele
finalmente quebrando o silêncio.
- Como é? – pergunto pensando ter ouvido a coisa
errada.
- Você acha que eu sou algum tipo de idiota
garoto? Todos aqueles olhares furtivos e suspiros
admirados na direção da minha filha não me
enganam não, – diz ele cruzando os braços sobre o
peito, ainda em forma devo acrescentar. – Então
garoto quais são as suas intenções, você sabe que a
Clarissa pode se mudar para Nova York no fim do
semestre, não sabe? – pergunta.
- Sei sim e como disse para ela mais cedo vou estar
lá na platéia torcendo por ela, porque é o grande
sonho da vida dela e se isso a fizer feliz também me
fara feliz – respondo com segurança, porque não
estava mentindo só quero ver a minha Pérola feliz.
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- Boa resposta, mas estou curioso para saber como


vocês dois vão fazer isso funcionar – diz coçando o
queixo.
- Acredito que isso só diga respeito a mim e a ela –
respondo e ele ergue uma sobrancelha interessado –
tudo que eu posso garantir é que não vou atrapalhar
os estudos dela e só quero passar todos os
momentos possíveis do seu lado, mesmo que seja
por poucos minutos – falo.
- Olha Enzo gosto de você, é um bom filho, um
bom irmão e um bom amigo para o meu filho.
Agora a minha garotinha é outra história e se você
for menos do que bom para ela, nós vamos ter uma
conversa bem séria e eu não pretendo ser tão
complacente, entendeu? – pergunta com aquele
sorriso diabólico no rosto mais uma vez que faz um
calafrio se espalhar pelo meu corpo.
- Eu entendo perfeitamente – respondo com um
aceno de cabeça na mesma hora em que a porta se
abre atrás de mim.
- Bem na hora – Jake sussurra jogando o corpo na
cadeira.
- Mamãe disse que você estava interrogando o novo
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namorado da Clarissa, estou louco para saber...


Puta merda! – Ethan exclama dando um passo atrás
quando viro o rosto na sua direção.
- Eu tenho uma boa explicação para isso – digo já
me adiantando.
Os olhos do meu melhor amigo se incendeiam e ele
rosna batendo a porta atrás de si com força.
- É melhor ter uma boa explicação mesmo – grunhe
cruzando os braços sobre o peito exatamente como
o seu pai.
- Eu tentei evitar, juro. Mas puta merda eu gosto da
sua irmã, muito – digo sendo o mais sincero
possível em poucas palavras.
- Você gosta? Desde quando isso está acontecendo?
– pergunta estreitando ainda mais o olhar.
- Oficialmente desde ontem à noite ou melhor essa
manhã – respondo desistindo de manter as coisas
entre mim e a Clarissa já que pelo visto essa família
é igual a minha. Privacidade zero.
- E extraoficialmente? – pergunta começando a
andar de um lado para o outro.
- Você quer um resumo, tudo bem vou resumir a
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história para você. Lembra da garota na despedida


de solteiro do Gabriel? – pergunto e ele acena que
sim – bom, era a sua irmã. – Digo e ele para de
andar repentinamente.
- Está me dizendo que a garota vestindo a fantasia
de anjo sexy era a minha irmã? – pergunta de olhos
arregalados. Aceno que sim e ele geme alto – puta
merda, você sabia? – pergunta outra vez.
- Não no começo, na verdade eu desconfiei, mas só
tive certeza depois. Encontrei com ela numa boate
no dia do seu aniversário e foi quando descobri que
era ela naquele dia – explico e ele anda até a
poltrona vazia ao meu lado jogando o corpo nela de
qualquer jeito.
- Nem precisa contar o resto já posso imaginar –
resmunga esfregando o rosto com a mão – o senhor
já disse para ele o que vai acontecer se por algum
motivo a Clarissa acabar magoada nessa história? –
Ethan pergunta olhando para o pai que estava
ouvindo tudo atentamente e com aquele sorriso de
vitória no rosto.
- Nós já conversamos e nos entendemos muito bem,
não é garoto? – pergunta o Jake.
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- Já sim – respondo percebendo só agora que cai


direitinho na armadilha do Senhor Jake Maddox e o
Ethan acena encerrando o assunto finalmente.
Capítulo 19
Enzo
Saio do escritório deixando pai e filho conversarem
sozinhos, o som da música tocando é a primeira
coisa que percebo ao fechar a porta. Como um imã
sou atraído naquela direção e encontro a Clarissa
perdida no piano como da última vez que estive
aqui.
Assim como antes não consigo esconder a minha
admiração, ela fica incrivelmente linda tocando
piano. É como se as teclas fossem feitas para ser
tocadas por ela e mais ninguém.
“Claude Debussy - Clair De Lune” está ecoando
por todo o espaço enquanto ela toca lindamente
completamente alheia a minha presença ou a da sua
mãe na cozinha com um sorriso todo bobo no rosto.
Nael pisca para mim e continua a organizar as
coisas do café da manhã com a ajuda da Emma que
acena quando me vê, aceno a cabeça em
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conhecimento e me aproximo da Clarissa. Sento no


banco ao seu lado com uma perna de cada lado e de
frente para ela, beijo seu ombro nu e inalo seu
cheiro único.
Ela tomou banho e trocou de roupa nesse meio
tempo que fiquei no escritório com o pai dela. Está
usando um vestido de verão estampado de flores
curto na frente e comprido atrás com um salto alto
cor de rosa para combinar com o cinto fino ao redor
da sua cintura.
Os cabelos estão soltos caindo em uma cascata
negra ao redor dos seus ombros até chegar na
metade das costas. Ela sorri para mim e vira o rosto
para receber o meu beijo sem deixar de tocar o
piano.
Beijo seus lábios delicadamente e depois faço sinal
para ela se concentrar no piano, ela faz o que peço
silenciosamente e continua tocando. Quando a
música termina ela descansa as mãos sobre as
coxas e respira fundo antes de voltar a olhar para
mim.
- Oi – sussurro afastando as mechas do seu cabelo
do rosto.
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- Oi – responde fechando os olhos ao sentir o meu


toque e então volta a abri-los quando se dá conta de
onde estamos – como foi a “conversa”? – pergunta
fazendo sinal de aspas na palavra conversa.
- Interessante – respondo e ela inclina a cabeça
confusa – seu pai é um homem muito esperto.
Acredito que ele já sabia que isso aconteceria –
digo apontando para mim e para ela.
- Hum e o que ele disse? – pergunta curiosa.
- Basicamente a mesma coisa que falei para o Ethan
quando descobri que ele e a Emma estavam
namorando. Que se por algum motivo você
acabasse magoada eu acabaria sem as minhas
partes preciosas – respondo e ela abre um meio
sorriso.
- Só isso? – pergunta afastando os cabelos para o
lado.
- Sim só isso, seu irmão é quem fez a maioria das
perguntas – respondo aproximando o nariz do seu
pescoço descoberto – seu cheiro é muito bom para
caralho – sussurro e ela treme visivelmente.
- O seu também – elogia chegando mais perto de

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mim com o corpo – que perguntas meu irmão fez


para você? – pergunta afastando o rosto de perto do
meu para poder olhar nos meus olhos.
- Não importa, o que importa é que tenho a
permissão dos dois para namorar você e não foi tão
ruim quanto pensei que seria – respondo e ela acena
concordando – tenho uma coisa para você. – Digo
tirando do bolso o saquinho azul com a pulseira
dela.
- Para mim? – pergunta com os olhos brilhando de
expectativa. Preciso fazer uma nota mental de que
ela gosta de receber presentes.
- Aham, queria ter dado para você ontem à noite,
mas estávamos ocupados demais discutindo e
depois fodendo que esqueci, – respondo e ela sorri
ganhando um leve rubor nas bochechas – é pelo seu
aniversário. – Completo abrindo o pacote e tirando
a pulseira delicada de dentro.
- Você já me deu um bom presente de aniversário –
fala baixinho e o rubor se estende para todo o seu
rosto.
- Não, naquela noite quem ganhou um presente fui
eu e fico imensamente grato por isso. – Respondo
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colocando a pulseira no seu pulso – Feliz


aniversário Pérola – sussurro beijando a sua
bochecha.
- Oh, que linda! – exclama passando a ponta dos
dedos pelas pérolas – sou eu – sussurra admirada
contornado as notas musicais com o dedo.
- É para você lembrar de mim quando não
estivermos juntos – explico.
- Eu lembraria de você de qualquer maneira, mas
obrigada eu amei de verdade. – Fala deixando um
beijo rápido nos meus lábios.
- De nada, mas se quer mesmo me agradecer toque
mais uma música para mim – peço e seu sorriso
cresce ainda mais.
- Você gosta de me ouvir tocar? – pergunta. Aceno
que sim e ela murmura pensativa – talvez devesse
ter um piano no seu apartamento então.
- Talvez quando você voltar no próximo final de
semana eu tenha um esperando por você –
respondo.
- Eu estava brincando – diz com os olhos
arregalados.
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- Mas eu não. Se tocar te faz feliz e ouvir me deixa


feliz então porque não atender a um pedido tão
simples, só temo que vá precisar de ajuda na hora
de escolher o instrumento – falo e antes que ela
possa responder somos interrompidos pelos gritos
do Mason ao entrar em casa.
- Nem mesmo no final de semana tenho uma folga
da sua presença gentil – geme sarcástico quando
cruza pelas portas sendo seguido pela Analuh.
- Vê se cresce Mason. Você está cansado de saber
sobre esse almoço e agora vem bancar o menino
inocente. Poupe-me – resmunga ela empurrando o
Mason para abrir passagem.
- Um dia desses vou pegar você de jeito e aí quero
ver abrir essa boca desaforada outra vez – avisa
apontando o dedo para ela.
- Foda-se – sussurra apontando os dois dedos do
meio das duas mãos para ele.
- Com prazer, a porta do meu quarto fica à esquerda
por aquele corredor é só me seguir Delícia – aponta
e minha irmã fica vermelha beterraba emanando
fúria por entre os poros.

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- Juro por Deus que se um dia você sumir vou dar


pulos de alegria seu... – ela segura o palavrão
quando percebe que todos os pares de olhos estão
voltando para os dois que ainda não saíram do hall
de entrada – o que foi? – pergunta colocando a mão
na cintura e encarando a todos.
- Nada – respondemos todos juntos e ela se volta
para o Mason que está fugindo pelo corredor.
- Mason ainda não terminei – grita seguindo atrás
dele.
Seguimos os dois com os olhos enquanto
continuam discutindo pelo corredor. A Clarissa
suspira do meu lado e sussurra alto o suficiente
para família toda ouvir.
- Eles se odeiam mesmo.
- Que nada, isso aí é pura frustração sexual
reprimida – Nael diz e eu tenho que concordar com
ela.
- É melhor não estarmos por perto quando essa
frustração toda explodir – diz a Emma com um
suspiro.
- E será que isso vai ser uma coisa boa? – pergunta
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a minha Pérola confusa.


- Isso pode ser uma coisa muito boa ou muito ruim,
não tem meio termo ali. Mas a gente só vai
descobri quando acontecer, se acontecer alguma
coisa – digo.
- Bom de qualquer maneira é melhor ninguém se
meter – Nael comenta voltando para a cozinha
junto com a Emma.
- Mudando de assunto agora Pérola, você vai tocar
mais uma para mim antes das pessoas chegarem? –
volto a perguntar e ela acena que sim voltando o
corpo de frente para o piano para tocar.
Capítulo 20
Enzo
- Eu disse que isso acabaria acontecendo – meu pai
provoca batendo no meu ombro – estou tão
orgulhoso. – Murmura e o Jake bufa para ele.
- Essa aposta nem vale mais nada, foi feita há anos
atrás. Perdeu o prazo de validade – Jake reclama.
- Que perdeu nada, você fez questão de salientar
sobre isso quando o Ethan assumiu a Emma a

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alguns meses. Agora é minha vez de pegar no seu


pé – meu pai alfineta.
- Toma seu usurpador – Jake murmura tirando cem
dólares do bolso e batendo na mão no meu pai.
- Deixa de ser pão duro, o que são cem dólares para
quem ganha isso a cada minuto – meu pai rebate
guardando o dinheiro no bolso.
- É por ser pão duro que continuo rico – fala e meu
pai resmunga baixinho.
- Vocês apostaram dinheiro em mim e na Clarissa?
– pergunto ainda sem acreditar em toda a conversa.
- Eu não, apostei dinheiro na minha filha. –
Responde o Jake rapidamente – mas pelo visto
subestimei a determinação dos Nash – resmunga
com uma carranca.
- Já eu tinha fé em você meu filho, eu te disse que
um filho meu não deixaria a sua imponência – diz
apontando para o Jake – derrubá-lo. Que orgulho
criança, só não vá fazer merda. – Meu pai
aconselha.
- Ah, mas ele não vai mesmo. Porque se fizer isso
você nunca terá netos Maxwell – ameaça com um
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olhar mortal para cima de mim.


- Vocês são loucos, eu nasci em uma família
maluca e entrei em outra pior ainda – resmungo
com os olhos arregalados.
- Estão vendo aquilo? – pergunta o Logan
apontando para o Matteo que nesse exato momento
está jogando seu charme para cima da Iara.
- O garoto não tem chance – resmunga o Josh com
a testa franzida.
- Vai nessa, quando meu garoto aparecer de mãos
dadas com a sua filha na casa de vocês a gente
volta a conversar – Logan provoca e os outros caras
riem.
- Vai se foder – rebate metralhando o Matteo com
os olhos. O garoto percebe o olhar matador para
cima dele e se afasta da Iara com as mãos levantas
em sinal de rendição – bem melhor – murmura
agora contente.
- Alguém por aqui viu o batalhão da encrenca? –
pergunta um homem bem vestido e estilo galã que
reconheço da festa de inauguração do Ethan.
- Não pergunte porque provavelmente não vai
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gostar de saber a resposta Arthur – Jake responde


aprofundando a carranca.
- Aqueles moleques, já nem sei mais o que faço
para botar juízo na cabeça do Gustavo. Está cada
dia mais parecido comigo – murmura esfregando as
têmporas.
- E isso é um coisa ruim? – pergunto bancando o
intrometido. Ethan tenta segurar a risada e falha
miseravelmente.
- É claro que é uma coisa ruim, você não conhece a
minha esposa garoto. O Gustavo apronta das suas e
quem leva a culpa sou eu – aponta desviando os
olhos para mulher que reconheço ser a Claire.
- Bem-vindo ao clube parceiro, Nael anda no
mesmo ritmo. Antes ela relevava numa boa, agora
se o Mason apronta a culpa é toda minha. Que
culpa tenho eu afinal se o garoto puxou a mim? –
pergunta e o Ethan resmunga alguma coisa – que
foi? – pergunta estreitando o olhar para cima do
filho.
- Nada não – responde dando de ombros.
- Esses moleques estão é dando dor de cabeça isso

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sim. Thomas agora encasquetou que vai tirar um


ano para viajar pelo mundo – resmunga o Alex com
um balançar de cabeça.
- Mas viajar pelo mundo é uma coisa boa, aprimora
o conhecimento – Ethan fala por já ter experiência.
- É claro que seria, exceto é claro quando a viagem
de um garoto de dezenove anos tem como objetivo
conhecer todo clube de sexo do mundo – murmura
e os caras engasgam com a bebida.
- Está brincando? – Derek pergunta batendo no
próprio peito para aliviar a tosse.
- Quem dera cara, Tiago apareceu com essas ideias
outro dia também. Esses moleques só pensam em
sexo, festa, sexo, bebida e mais sexo. Não duvido
muito se um dia desses uma garota grávida
aparecer na minha porta e dizer “Parabéns vovô” –
resmunga o Josh.
- Eu mato o Mason se isso acontecer comigo, juro
por Deus que se esse moleque envolver uma
criança inocente nas suas irresponsabilidades o
banho de água gelada vai parecer fichinha perto do
que eu vou fazer com ele – Jake murmura com a
cara enrugada.
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- Relaxa velho, são crianças. Ainda tem muito o


que aprender, além do mais parece que o Mason
está sobre controle – diz o Ethan apontando para
Analuh.
- Realmente espero que ela coloque um pouco de
juízo na cabeça dele, porque Deus sabe que tentei e
não deu certo – Jake lamenta.
- Esses garotos estão precisando é de uma boa lição
de vida isso sim, eu sei que o Gustavo só vai
aprender quando levar um belo de um tombo –
Beckett sussurra e o resto dos caras acenam em
concordância.
Ethan e eu apenas damos de ombros, afinal
sabemos bem como a vida pode aprontar uma das
suas e lhe dar responsabilidade na marra.
Clarissa
A família está toda aqui já tem horas. As festas na
casa dos meus pais não têm hora para terminar,
exceto é claro quando meu pai quer privacidade e
ele não vê o maior problema em deixar isso claro
para as pessoas. Os dois vivem se agarrando, se
tocando ou se beijando na frente de todo mundo.

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A minha família foi criada com muito amor, sei


disso desde que nasci e meus pais demonstram isso
em cada gesto. O que mais gosto nos dois são os
olhares, eles refletem admiração, carinho, paixão e
amor.
Claro que as vezes eles brigam. Quando éramos
crianças Ethan e eu costumávamos apostar quanto
tempo o papai e mamãe iriam ficar sem falar um
com o outro, normalmente levava menos de meia
hora para fazerem as pazes e voltar a se agarrar
pela casa.
Quando olho para os dois, penso que é isso que eu
quero. Quero ter exatamente o que eles têm e acho
posso ter algo assim com o Enzo se nos
dedicarmos. Eu sempre fui apaixonada pelo Enzo,
desde que era uma garotinha e agora tenho a
oportunidade de transformar essa paixão em amor.
Ainda tenho bastante medo de sair machucada
nessa história toda, afinal ele esteve com várias
mulheres e pode enjoar de mim com facilidade,
principalmente comigo morando em outro estado e
do outro lado do país.
- O que está se passando nessa cabecinha linda? –
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pergunta o comandante, meu avô por parte de mãe.


- Nada não – respondo com um sorriso fraco.
- Hum, conheço esse olhar querida. Sua mãe tem o
mesmo olhar quando está pensando demais e a sua
avó também tinha – diz com carinho.
- Como ela era? – pergunto curiosa – a vovó e você
quero dizer, eram muito apaixonados?
- Éramos – responde com o olhar perdido – sua vó
era doce, a criatura mais doce e gentil que já
conheci. Quando a gente se conheceu ela que veio
atrás de mim, determinada e confiante. Eu me
apaixonei de imediato por ela – divaga tossindo um
pouco.
- O senhor está bem vovô? – pergunto preocupada
já que a sua saúde anda meio debilitada
ultimamente.
- Sim é só um pequeno resfriado – responde
apertando a minha mão em cima do meu joelho –
como eu dizia, fui tão apaixonado pela sua vó que
quando ela morreu levou muito tempo para aceitar
e seguir em frente. Perdi grande parte de mim
mesmo quando ela partiu e quando pensei que não

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conseguiria mais apareceu a Lilian. Outra mulher


tão doce quanto a sua vó, ela fez o meu coração
bater outra vez e deu forças para que ele
continuasse batendo – diz.
- Então o senhor acredita que possa haver mais de
um amor? – pergunto ouvindo atentamente suas
palavras de sabedoria.
- É possível, alguns duram mais que outros e
também são mais intensos. Muitas vezes você
acaba conhecendo aquela pessoa especial e vivendo
o resto de sua vida ao lado dela. Você só precisa
saber identificar a pessoa – explica com um sorriso
gentil no rosto.
- Você acha que a pessoa certa para mim pode ser o
Enzo? – pergunto mirando os olhos em cima dele
que está conversando com os amigos.
- Talvez, isso só você pode dizer. Mas aquele
garoto olha para você dá mesma maneira que seu
irmão olha para Emma e que seu pai olha para sua
mãe – diz com firmeza – agora porque você não
conta para o seu avô sobre aquela sua apresentação
em Nova York? – pede com uma batidinha gentil
na minha perna.
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Começo a contar para ele sobre a minha


apresentação, conto também sobre o que estou
pensando em fazer e ele acena feliz. Meu avô e eu
sempre fomos muito próximos, talvez porque eu
seja muito parecida com a minha mãe e a minha vó.
Ele também sempre foi meu porto seguro, estava
sempre lá quando precisava conversar com alguém
sobre as paranoias do meu pai ou os problemas na
faculdade. Também foi para onde corri quando
precisei chorar e espernear.
Sua casa sempre esteve aberta para mim e o antigo
quarto da minha mãe passou a ser meu durante as
férias de verão. Ele tosse mais algumas vezes
durante a conversa e meu coração se aperta, sei que
ele não é mais nenhum garoto e que tem ficado
doente com mais frequência. Mas não consigo
imaginar um mundo onde o comandante não esteja
presente e com certeza minha mãe também não.
Capítulo 21
Enzo
Observo a Clarissa preparar algumas mudas de
roupas em uma pequena mala e arrumar as suas
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coisas para voltar para Portland amanhã de manhã.


Nunca tinha entrado no quarto dela antes, nem
mesmo quando era um garoto. Esse lugar era
proibido para meninos segundo o Ethan, mas
acredito que ele só estava repassando as palavras
do pai.
O quarto dela não é como pensei que seria, não tem
nada de rosa aqui. Pelo contrário, o quarto é em
tons azuis com branco. Um azul da cor do céu para
ser mais exato. A cama fica no centro do espaço
com dois criados mudo branco ao lado e uns
quadros decorativos com fotos dela e das amigas
em cima da cabeceira.
Do outro lado próximo a janela de correr fica a
mesa de estudo, que está cheia de livros de leitura.
Alguns romances pelo que posso ver daqui e do
outro lado do quarto fica o closet, é onde ela está
agora separando algumas mudas de roupas.
- Você vai ficar parado aí na porta para sempre? –
pergunta enquanto dobra as peças de roupas para
colocar dentro da mochila.
- Não tenho autorização para entrar no seu quarto. –
Respondo e ela revira os olhos.
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- Deixa de bobagem e vem cá – chama com uma


inclinação de cabeça.
Dou um passo para dentro do quarto depois de
verificar se alguém vem vindo pelo corredor. Ela
suspira e avança na minha direção puxando a
minha mão e fechando a porta atrás de nós.
- Você vai mesmo ficar comigo essa noite? –
pergunto agora que estamos sozinhos.
- Vou sim, a aula que teria amanhã de manhã foi
cancelada e a Iara vai voltar com a Sara e a Maia,
então eu posso ficar até amanhã e sair antes do
almoço com o Miles – responde empurrando meu
corpo para sentar no sofá ao pé da cama.
- Legal, você conseguiu falar com aquele cara para
recuperar as suas coisas? – pergunto lembrando de
vê-la conversando com ele pelo telefone da mãe.
- Falei, ele nem tinha percebido que as minhas
coisas estavam dentro do carro dele e voltou para
Portland hoje de manhã. Então só vou poder pegar
tudo quando voltar para lá também – explica.
- Entendi, você vai aproveitar e contar para ele que
estamos juntos Pérola? – pergunto e ela para de

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guardar as coisas para poder olhar para mim.


- Vou sim, não acho certo ficar enrolando o cara
quando eu já estou com outra pessoa. Até porque
ficar com dois caras ao mesmo tempo não faz
muito o meu estilo – responde.
- Que bom – murmuro puxando seu corpo para
perto do meu. Ela vem de bom grado e senta no
meu colo com uma perna de cada lado das minhas
coxas – sabe eu meio que descobri que sou um
homem muito ciumento e detestaria ter que desafiar
o outro cara para um duelo – sussurro e ela ri
acariciando as pontas dos meus cabelos.
- Pena eu adoraria ver você em um daqueles trajes
de época com uma espada na mão – diz puxando os
meus cabelos entre os dedos.
- Isso te deixaria excitada? – pergunto com um
sussurro baixo mordendo a ponta do seu dedo
quando escorrega por entre meus lábios – Isso
deixaria essa bocetinha gulosa molhada? – provoco
e ela solta um gemido quando aperto as bochechas
da sua bunda com as mãos empurrando seu corpo
para baixo.
- Hum – resmunga rebolando o quadril em cima de
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mim – que mulher não ficaria excitada ao ver um


homem como você lutando por ela – responde com
a respiração acelerada.
- Então talvez eu devesse mesmo duelar por você –
respondo batendo minha boca na sua.
Ela geme na minha boca e eu engulo cada gemido
delicioso, seus lábios estão com o gostinho doce
que acende o meu desejo. Mas antes que possa
aprofundar o beijo, ela para e desce do meu colo
caminhando até a porta do quarto e girando a
chave.
- O que vai fazer? – pergunto sentindo a adrenalina
se espalhar pelo meu corpo com rapidez.
- Vou fazer aquilo que estou com vontade de fazer
desde ontem à noite, chupar você e te fazer gozar
na minha boca – responde e dessa vez quem geme
sou eu.
Mais do que depressa desabotoou as minhas calças
e desço o zíper, empurro o tecido até metade das
coxas e depois paro.
- E se alguém bater na porta? – pergunto soando
um pouco nervoso agora.

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- É melhor a gente começar logo então, antes que


alguém apareça e nos interrompa – fala ajoelhando
no meio das minhas pernas e terminando de tirar a
minha cueca.
Meu pau salta livre diante do seu rosto, seus olhos
brilham de interesse e não consigo evitar o
grunhido de prazer. Puta merda, ela vai mesmo
fazer isso.
- Ah vou sim – responde e só então percebo que
falei em voz alta – só temos um problema, nunca
fiz isso antes e posso não saber exatamente o jeito
certo de fazer – diz com as bochechas mais
vermelhas que um tomate.
- Relaxa Pérola, tudo que você quiser fazer pode
ser bom. Contanto que você faça logo porque não
aguento de tanto tesão – sussurro tomando todo o
cuidado para não falar alto demais.
- Ok então – responde fazendo do ato de lamber os
lábios a coisa mais sexy que já vi na vida.
Ainda um pouco receosa ela segura meu pau com
uma mão e faz um movimento suave de subir e
depois descer. Enquanto ela explora um pouco o
meu sexo com as mãos em movimentos lentos
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aproveito para tirar a camisa e jogar em cima da


cama.
Suas pupilas dilatam de desejo ao ver o meu peito
nu e para me provocar de volta sua língua sai para
brincar.
- Puta merda – grunhi ao sentir o toque quente e
molhado na ponta do meu eixo.
Ela lambe e dá pequenas sucções na cabeça
levando a minha mente a loucura, suas provocações
vão deixando o meu corpo em frenesi. Mas ela
parece com medo de fazer a coisa errada então
resolvo ajudar e mostrar para ela como eu gosto.
- Use as mãos para me masturbar enquanto faz isso
– murmuro afastando os cabelos do seu rosto para
poder vê-la.
Ela me dá um aceno positivo e volta a mover as
duas mãos ao redor de mim dessa vez, ao mesmo
tempo que suga a ponta e roda a língua por ali. O
prazer começa a se construir pelo meu corpo
enviando fios de adrenalina até o lugar onde a sua
boca está trabalhando em mim.
- Isso é normal? – pergunta quando pré gozo vaza

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da ponta.
- Bastante normal – respondo com um sorriso de
canto – Use para deixar mais escorregadio – digo e
ela faz como pedi espalhando o líquido pela
extensão do meu pau.
Seus movimentos ficam mais fáceis e a cada
poucos minutos ela aumenta a sucção ao meu redor
até que finalmente engole o meu pau.
- Vá devagar, aos poucos Pérola até levar tudo –
sussurro sentindo os músculos do meu abdômen
ficarem rígidos.
Sua boca desce em mim, engolindo polegada por
polegada como orientei. Ela repete o movimento
diversas vezes me deixando louco de tesão. Meu
pau cresce ainda mais na sua boca e sinto o
orgasmo se aproximando.
- Você vai engolir Pérola? – pergunto perdendo um
pouco o controle e empurrando sua cabeça para que
ela possa levar um pouco mais de mim – se você
não vai é melhor sair agora – aviso soltando o
aperto dos seus cabelos.
- Eu quero experimentar o seu gosto – sussurra

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depois de soltar o meu pau com um barulho


molhado.
- Porra! – praguejo dando a ela exatamente o que
quer.
Assim que sinto a sucção voltar a envolver o meu
pau com vontade e um pouco mais de força do que
antes, gozo com um rugido. Caio com um baque de
costas na cama, mas ainda assim ela não para de
mover aquela boca em mim.
Ela engole tudo que lanço e continua até que meu
pau amoleça na sua boca. Meu cérebro que até
então estava desligado para qualquer outra coisa,
além do melhor boquete que já recebi, registra
passos soando do lado de fora da porta.
- Merda – resmungo e a Clarissa pula de cima de
mim rapidamente para que possa me vestir feito o
flash.
Fecho as minhas calças com rapidez depois de
colocar tudo de volta no lugar e visto a camisa que
tirei. A Clarissa está conferindo a aparência no
espelho enquanto termino de puxar a camisa bem
na hora que batem na porta.

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- Querida ainda está aí? – pergunta a Nael do outro


lado e eu respiro aliviado por não ser o pai dela.
- Estou terminando de arrumar a mochila –
responde ela caminhando para abrir a porta depois
que verifica se tudo está no lugar e não estejamos
parecendo suspeitos.
- Ah ok, só estava preocupada. Você e o Enzo vão
ficar para o jantar? – pergunta e sorri quando a
Clarissa finalmente abre a porta.
- Não sei – responde por fim olhando para mim.
- Se você quiser ficar não me importo, mas eu
preciso dar uma olhada no bar e ver como as coisas
estão por lá hoje. A gente pode se encontrar mais
tarde – sugiro.
- Tudo bem eu vou ficar então – responde e a Nael
acena.
- Ótimo seus avôs devem voltar para Keyport
depois do jantar e vão gostar de ficar um pouco
mais com você – diz a Nael e a Clarissa acena.
- Só vou terminar aqui e já vou até lá – minha
Pérola responde e com isso a Nael sai deixando nós
dois sozinhos mais uma vez – e então como fui? –
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pergunta com um sorrisinho malicioso lambendo os


lábios avidamente.
- Você é uma garota má, vou ter que te dar uma
lição mais tarde – resmungo puxando seu corpo
para perto do meu e beijando a sua boca com
paixão.
Capítulo 22
Clarissa
Chego no bar algumas horas depois de ver o Enzo
sair da minha casa, como o Enzo mencionou antes
de sair o lugar está bem movimento. Os dias de
maiores lucros para ele são de sexta a domingo
quando o pessoal aproveita para curtir suas noites
de folga.
Procuro por ele com os olhos através do espaço e
não encontro nenhum sinal da sua presença.
Aproximo-me do bar e chamo a barrista da noite
com um sinal.
- Oi querida o que possa fazer por você hoje? –
pergunta com um sorriso enorme e não consigo
deixar de percorrer os olhos pelo seu corpo quase
descoberto nessa roupa curta.
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- Onde posso encontrar o Enzo? – pergunto


tentando não a julgar pela aparência, sei que muitas
mulheres se vestem assim ao trabalhar em um bar
porque rende mais gorjetas no final da noite.
- No escritório dele, é só seguir por aquele corredor
e entrar na primeira porta a esquerda – orienta.
- Obrigado! – Agradeço seguindo na direção
indicada por ela.
Passo por entre os corpos até chegar a entrada do
corredor, o ar é bem melhor de respirar aqui e não
tem ninguém perdido por esses lados. Dou mais
alguns passos até parar em frente à porta do Enzo e
levanto a mão para bater quando escuto seus gritos
abafados do outro lado.
- É a merda do seu trabalho – grita e meu corpo
treme diante do tom zangado – você é a porra do
meu gerente, como não sabia que as câmeras
estavam desligadas? – pergunta soltando outro grito
de tremer a terra.
- Eu não sei cara, até ontem à tarde quando abrimos
o bar estava tudo funcionando normalmente –
responde a voz de outro homem.

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- E como você explica o que aconteceu hoje? –


pergunta nervoso e resolvo sair daqui antes que seja
pega por ficar escutando atrás da porta.
Volto pelo mesmo caminho que vim e vou até o bar
mais uma vez. A mulher de sorriso fácil percebe a
minha aproximação.
- E aí gata conseguiu falar com ele? – pergunta
simpática.
- Não, parece que ele está ocupado. Você se
importaria de passar um recado meu quando ele
sair de lá? – pergunto.
- Nem um pouco – responde aproximando o corpo
da bancada para poder ouvir melhor devido ao
barulho alto da música.
- Diz para ele que a namorada dele vai estar
esperando lá em cima no apartamento – digo
apontando para o teto.
- Namorada? Legal estava na hora daquele menino
se estabilizar e pelo que vejo ele soube escolher
muito bem – elogia me fazendo corar.
- Obrigado – respondo.
- Porque você não senta um pouco e espera pelo
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boy aqui comigo. Podemos conversar um pouco,


esses caras estão mais interessados no tamanho do
meu decote do que em puxar uma conversa
descente – diz ela.
- Ok – respondo sentando em uma banqueta vazia
por ali optando por ficar aqui já que estaria sozinha
lá em cima de qualquer maneira – eu sou a Clarissa
a propósito – digo e ela sorri ainda mais.
- Sou a Carla e já ouvi o Enzo falando sobre você
hoje – diz ela prendendo o pano branco em volta do
cinto do microvestido – quer alguma coisa para
beber linda? – pergunta.
- Não obrigada – respondo educadamente – você
trabalha aqui a muito tempo Carla? – pergunto
curiosa sobre ela.
- Desde que o Enzo abriu o bar – responde fazendo
sinal para aguardar um momento enquanto ela
atende outro cliente.
Ela ouve o pedido do cara e lhe dá um aceno de
cabeça antes de voltar na minha direção para
começar a preparar o pedido dele. É só quando ela
está voltando que noto o tamanho do salto alto no
seu pé.
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- Como consegue trabalhar num salto desse


tamanho? – pergunto e ela ri.
- Estou acostumada já, mas para falar a verdade não
me importo muito desde que consiga algumas boas
gorjetas e possa sustentar os meus filhos –
responde.
- Você tem filhos? – pergunto.
- Tenho dois, um com cinco e outro com poucos
meses – responde.
- Com quem eles ficam quando você precisa
trabalhar até mais tarde? – pergunto e depois gemo,
estou até parecendo o meu pai interrogando a
mulher – desculpe, não precisa responder as minhas
perguntas intrometidas – digo afastando uma
mecha do meu cabelo e colocando atrás da orelha.
- Eu não me importo – responde ela e depois
caminha até o mesmo cara de antes para entregar a
bebida dele – eles ficam com a minha irmã, já que
o pai deles sumiu no mundo – diz quando volta.
- Sinto muito, não deve ser fácil criar duas crianças
sozinhas e sem muita ajuda – digo com pesar.
- Não é mesmo, mas eu tenho ajuda. Minha irmã
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fica com eles quando estou trabalhando e o Enzo


ajuda sempre que pode também – fala.
- Ele ajuda? – pergunto admirada.
- Ajuda sim, graças a ele pude ficar um mês a mais
além da minha licença em casa com a minha filha e
quando preciso ele não se importa de ficar com o
Kyle lá no escritório – diz com um sorriso
agradecido.
- Não me importo mesmo, o garoto é muito legal –
diz o Enzo me fazendo pular de susto na cadeira –
Oi – sussurra no meu ouvido envolvendo um braço
ao redor da minha cintura e dando um beijo rápido
nos meus lábios.
- Oi de novo – respondo devolvendo o beijo.
- Está aqui a muito tempo? – pergunta e noto uma
certa ruga de preocupação no seu rosto.
- Não muito, uns quinze minutos eu acho –
respondo e ele acena voltando o olhar para Carla.
- Como estão as coisas em casa? – pergunta
visivelmente preocupado.
- Indo bem até o momento, está tudo bem? –
pergunta ela provavelmente notando a mesma coisa
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que eu.
- Aham, você se importa de fechar o bar hoje à
noite? – pergunta ele sendo evasivo.
- Não, claro que não. Você quer que eu deixe a
chave lá em cima quando terminar? – pergunta com
a testa enrugada.
- Não precisa, pede a cópia do Raul emprestada e
fecha tudo quando sair. O Barreira vai ficar com
você até a hora de fechar, por segurança. – Explica
e ela acena concordando – eu vou para casa e se
acontecer alguma emergência é só chamar. – diz e
ela concorda mais uma vez – vamos? – pergunta
olhando para mim.
- Vamos – respondo descendo do meu banquinho e
entrelaçando meus dedos nos seus – foi um prazer
conhecer você Carla. – Digo a mulher estonteante e
simpática do outro lado do bar.
- O prazer foi meu Clarissa. – Responde nos dando
um aceno e indo atender outro cliente.
Enzo passa pelas pessoas até o lado de fora do bar
sem soltar da minha mão, ando um pouco atrás dele
e uso seu corpo enorme para me proteger de

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possíveis trombadas. Quando estamos do lado de


fora o ar frio acerta o meu rosto, fazendo um
arrepio se espalhar pelo meu corpo todo.
Ele continua caminhando até a lateral do prédio, até
entrarmos na mesma ruazinha da última vez que
estive aqui. Andamos pelo beco escuro até avistar
as escadas que levam à sua porta da frente, o
caminho todo é feito em silêncio e isso só prova
que eu estava certa. Alguma coisa o está
incomodando e a julgar pelos gritos que ouvi no
seu escritório deve ser um assunto bem sério. Mas
o que?
Capítulo 23
Enzo
O dia estava indo muito bom demais para ser
verdade, a família da Clarissa aceitou o nosso
namoro e meus pais estavam tão felizes que nos
convidaram para jantar no próximo sábado. Estava
feliz e satisfeito com tudo até chegar no bar e tudo
começar a dar errado.
Agora só quero deixar essa tensão correndo pelo
corpo para trás e aproveitar as últimas horas com a
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minha Pérola antes que ela volte para Portland.


Destranco o apartamento e abro a porta, dou
passagem para ela entrar e sigo logo atrás. Fecho a
porta atrás de mim sem soltar da mão dela e tranco
tudo antes de puxar seu corpo para perto do meu.
Ela envolve os braços ao redor do meu pescoço e
faz aquele carinho gostoso na minha nuca que
acalma as batidas do meu coração.
- Eu quero me perder em você pelo máximo de
tempo que puder – sussurro apertando minhas mãos
na sua bunda e puxando seu corpo para bem perto
do meu.
- Tudo bem – responde correndo os olhos pelo meu
rosto – o que você precisar. – Sussurra e sem
esperar a beijo com tudo que tenho.
Sua língua se enrosca com a minha no beijo mais
selvagem que já demos, tudo acontece muito
rápido. Mãos explorando, peças de roupas sendo
descartadas e nossos corpos nus escorregando um
no outro até encontrar a primeira superfície solida
do apartamento.
Clarissa empurra meu corpo no sofá com

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brusquidão, caio sentado completamente nu e com


o pau cheio de tesão. Ela sobe em cima de mim e
senta no meu colo esfregando a boceta molhada em
mim.
- Merda – gemo sentindo o quão quente ela está por
mim.
Aperto as suas coxas com as mãos deixando marcas
dos meus dedos por toda parte enquanto ela se
ocupa de beijar o meu pescoço e peito. Sinto o
calor molhado da sua boca por todo lugar e as
sensações correm direto para baixo me deixando
ainda mais duro e louco por ela.
Subo as mãos trilhando caminhos pelas suas costas
até encontrar os fios de cabelo negro, entrelaço
algumas mechas nos meus dedos e puxo expondo
seu pescoço para mim.
Agora é minha vez de saborear a sua pele e fazê-la
se contorcer de prazer. Beijo o seu pescoço e chupo
a pele macia dando uma pequena mordida no final
para apimentar os seus sentidos.
Seus quadris começam a se mover e ela começa a
foder a seco comigo, esfregando a boceta molhada
por todo o meu comprimento.
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- Mais – pede num sussurro baixo jogando a cabeça


ainda mais para trás e deixando aqueles peitinhos
lindos bem na minha frente.
Sem hesitar chupo um mamilo na minha boca e
mamo no seu peito com vontade, ela grita
arranhando os músculos dos meus braços com as
unhas, marcando meu corpo como seu como fiz
com ela e os chupões que irão aparecer no seu
pescoço mais tarde.
Os movimentos do seu quadril se tornam mais
frenéticos, seu corpo está buscando em mim a tão
esperada liberação de prazer e isso envia um
choque de adrenalina por todo o meu corpo.
- Preciso meter em você agora mesmo – murmuro
depois de soltar o seu mamilo com um barulho
molhado.
- Bom, porque eu preciso de você dentro de mim
agora mesmo – responde segurando meu membro
com uma mão e começando acariciá-lo.
Me perco por um minuto e fico perguntando a mim
mesmo onde a Clarissa tímida de mais cedo foi
parar. Porque a mulher diante de mim não está com
medo de tomar para si aquilo que quer, mas
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pensando bem, ela nunca teve medo de pegar ou


pedir o que queria. Suas reservas aparecem quando
ela está tentando me agradar e garantir que eu tenha
prazer.
- Enzo – suplica esfregando a ponta do meu pau em
cima do seu clitóris.
- Puta merda Pérola – sussurro apreciando a visão e
perdendo o foco por um minuto inteiro antes de
lembrar do mais importante – precisamos de
proteção – murmuro estendendo o braço até a
gaveta da mesinha ao lado do sofá.
Vasculho a gaveta com desespero em busca de um
pacote de alumínio e solto um suspiro de alívio
quando encontro o que estou procurando. Rasgo o
lacre com a boca e desenrolo o preservativo com a
sua ajuda no meu pau.
- Agora sim, vem cá – murmuro erguendo seu
corpo e alinhando o meu membro na entrada da sua
boceta – desce Pérola e faça comigo o que quiser –
provoco espalhando os braços no sofá e a deixando
conduzir os nossos corpos ao mais sublime dos
prazeres.
- Isso é tão bom – sussurra subindo e descendo em
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cima de mim como melhor lhe agrada.


- Oh se é – resmungo observando com prazer os
seus peitos saltarem a cada subida e descida.
Ela se perde em mim, fazendo movimentos
circulares com o quadril e usando meus ombros
como apoio para cada movimento. Seus gemidos
aumentam quando encontram o movimento perfeito
e não consigo mais manter minhas mãos longe dela.
Aperto os montes fartos dos seus seios entre
minhas mãos e chupo cada mamilo com vontade,
revessando entre um e outro. O cheiro de sexo
quente e suado se espalha pelo apartamento todo
inebriando os meus sentidos.
Solto seus seios e círculo meus braços ao redor do
seu corpo, seu peito escorrega no meu. Nosso suor
se misturando e deixando nossos corpos mais
escorregadios. Bato minha boca na sua no exato
momento em que sinto sua boceta começar a
contrair ao redor do meu eixo e ela gozar em volta
de mim.
Seu corpo treme nos meus braços e ela se agarra
em mim como se sua vida dependesse disso. Seus
gemidos de prazer e sua entrega total é suficiente
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para desencadear meu próprio orgasmo. Gozo com


um grunhido baixo muito próximo a sua boca e a
sensação de felicidade misturada com satisfação
volta com tudo.
Clarissa
Observo o peito do Enzo subir e descer em
respirações suaves, muito mais calmas do que
antes. Depois de transar no sofá, ele me arrastou
para cama e fez amor comigo, doce, lento e suave.
Quando nossos corpos estavam plenamente
satisfeitos me enrolei nos seus braços e ficamos em
silêncio até ouvir o som da sua respiração e
constatar que ele adormeceu. Devo ter dormido em
algum momento também, mas o mínimo de barulho
possível e acabei acordando outra vez.
Levanto da cama com cuidado e vou na direção da
cozinha tomar um pouco de água, visto a camisa do
Enzo que encontro jogada no chão, por mais que
estejamos somente nós dois aqui não consigo me
sentir tranquila em andar nua pelo lugar.
Procuro por uma garrafa de água na geladeira e
depois por um copo nos armários. Sirvo um pouco

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de água e devolvo a garrafa para o seu lugar. Volto


para o quarto com o copo na mão e vou dando
pequenos goles pelo caminho.
Ao chegar no limiar entre a sala de estar e o quarto
do Enzo encontro com ele acordado esfregando o
sono do seu rosto e abrindo um sorriso fraco ao
olhar para mim.
- Caiu da cama Pérola? – pergunta verificando a
hora no relógio de pulso ao lado – são cinco da
manhã, não está pensando em ir embora tão cedo
está? – volta a perguntar.
- Não, só perdi o sono. Algum barulho deve ter
acabado me acordando – respondo contornando a
cama e deixando o copo no criado mudo antes de
deitar ao seu lado.
- Hum deve ser o barulho da porta lá embaixo no
bar sendo fechada – sussurra virando o corpo de
lado e fazendo o mesmo comigo.
- O bar fecha tão tarde assim? – pergunto alisando a
sua barba por fazer com a ponta dos dedos.
- Normalmente não, mas é domingo e parece que o
pessoal não se importa de aparecer no trabalho

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recém-saído de um bar – responde.


- Hum, bom para você – comento e ele ri acenando
que sim – quando cheguei mais cedo fui até o seu
escritório e ouvi você gritando com alguém.
Aconteceu alguma coisa? – pergunto lembrando do
acontecido a algumas horas.
- Sim muitas coisas, mas não quero falar sobre isso
agora – responde.
- Mas isso está incomodando você e eu senti toda a
tensão mais cedo – aponto e ele suspira antes de
falar.
- Raul e eu não estamos nos entendendo muito bem
nos últimos meses, piorou muito desde que a Carla
anunciou que estava grávida – diz ele.
- Raul é o que seu? – pergunto sem entender.
- Ele é meu gerente, está comigo quase o mesmo
período de tempo que a Carla. Os dois nunca se
bicaram, mas as implicâncias pararam por um
tempo e depois recomeçaram – explica.
- Era com ele que você estava falando ontem –
sussurro.
- Era sim. Raul é responsável pela segurança do bar
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e também pela contratação de funcionários. Quando


fui perguntar para ele sobre o roubou no dia que
aconteceu, ele desconversou. Ficou enrolando e
hoje rolou a maior confusão porque ele acusou a
Carla de ter roubado o pagamento da Helen –
explica.
- Quem é Helen? – pergunto perdida.
- Helen é uma garota que trabalhava comigo até
pouco tempo, você me viu com ela no bar na noite
do seu encontro – responde.
- Eu lembro dela – respondo com um revirar de
olhos sentindo o bicho do ciúme dar sinal.
- Relaxa Pérola, ela não trabalha mais para mim e
estava de rolo com o seu irmão não comigo – diz
beijando a ponta do meu nariz.
- Menos mal, mas eu ainda não entendi porque o
Raul está acusando a Carla. Ela não me parece uma
pessoa que roubaria, ainda mais se depende do bar
para sustentar os filhos – digo confusa.
- Nem eu acho, mas seu pai disse uma coisa no café
da manhã que tive que levar em consideração. Eu
confio nela e acredito que não tenha feito isso, mas

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por via das dúvidas deixei um montante de dinheiro


em cima da minha mesa no escritório antes de sair
e pedi a ela para fechar o bar sabendo que ela iria
até o meu escritório guardar o lucro da noite em
uma das gavetas – diz e eu começo a entender onde
ele quer chegar.
- Então se foi mesmo ela quando você for verificar
o seu escritório hoje e não encontrar nada é por que
realmente foi ela – digo e ele acena.
- Isso e mais as câmeras que pedi que fossem
instaladas em sigilo devem resolver o problema –
fala.
- Mas e se não for ela Enzo. Como você vai
descobrir quem foi? – pergunto.
- Se não for ela, o que acredito que não seja, então
a pessoa que roubou está tentando fazer parecer que
foi ela. Eu andei reparando a falta de dinheiro em
alguns fechamentos de caixa, mas pensei que
tivesse ocupado com outra coisa. Afinal não foi
uma quantia muito alta e acontecia em alguns dias
específicos, mas agora foi demais. – diz com pesar.
- Como você sabe que estão tentando incriminá-la?
– pergunto preocupada.
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- Porque a pessoa que roubou fez isso só nos turnos


que a Carla tem trabalhado, o fato da situação
financeira dela não ser boa contribui para isso.
Qualquer um que não a conhece como eu conheço a
culparia, mas como seu pai disso não vou por
minha mão no fogo por ninguém e ficaria
extremamente decepcionado se as acusações do
Raul forem verdade – fala.
- O que pretende fazer quando descobrir quem foi?
– pergunto aproximando meu corpo mais perto do
calor do seu.
- Eu não sei, dar parte na polícia eu acho e deixar
que a lei seja cumprida. – responde puxando uma
das minhas pernas para cima da sua cintura – mas
não quero que você fique preocupada com isso,
concentre-se na sua música e em preparar a sua
apresentação para o final do semestre que eu cuido
do resto e de você também – murmura afastando as
mechas negras de cabelo do meu rosto.
- Como você vai cuidar de mim se vou estar a cinco
horas de distância? – pergunto descansando uma
das mãos em cima do seu peito nu.
- Eu vou dar meu jeito, mas posso garantir que vou
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cuidar de você mesmo quando não estiver comigo –


responde e meu coração se derrete todo.

Capítulo 24
Enzo
- Prometa que vai ligar para mim quando chegar –
peço afastando as mechas do seu cabelo do rosto.
- Eu prometo que assim que conseguir as minhas
coisas de volta eu ligo para você – responde ela
segurando minha cabeça com as mãos pela nuca e
levando seus lábios até os meus.
Envolvo seu corpo com os braços e a beijo com
paixão, ela se derrete toda em mim e suspira de
prazer na minha boca. Quando o beijo termina lhe
dou um abraço apertado e inalo seu cheiro doce
antes de soltá-la e deixar que vá.
- Não esquece de ligar para mim – peço mais uma
vez e ela acena entrando no carro depois que o
Miles abre a porta para ela – A mantenha segura. –
Digo a ele que acena contornando o carro e
entrando do lado do motorista.

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Fico na calçada só de chinelos e calça de pijama até


perder o carro deles de vista, depois subo apresado
até o meu apartamento e a primeira coisa que
percebo é o seu cheiro no ar. Vinte quatro horas
aqui foi tempo suficiente para que o perfume dela
se espalhasse por todo o lugar.
Ela mal acabou de sair daqui e já sinto a sua falta
para caramba, puta merda estou ficando louco ou
melhor estou ficando apaixonado.
Meu celular tocando tira a minha mente dos
pensamentos atuais, procuro o aparelho pelo som e
encontro com ele em cima do criado mudo ao lado
da cama. O identificador de chamada aponta o
nome do meu pai.
- Fala velho – cumprimento ao atender e ele bufa
em desagrado.
- Está chamando quem de velho garoto? – pergunta
com um rosnado o que me faz rir.
- Ninguém – respondo.
- Foi o que pensei – responde e posso apostar que
está acenando com a cabeça agora como costuma
fazer sempre – escuta filho, liguei para saber se

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você vai competir esse ano no campeonato – fala.


- Puta merda, tinha esquecido disso. Quando é
mesmo as inscrições? – pergunto jogando o corpo
no sofá e coçando a nuca.
- Terminam no final dessa semana, se você vai
competir Enzo precisamos começar a treinar – ele
diz.
- Sei disso, mas tem um monte de coisas
acontecendo comigo e problemas com o bar que
não posso deixar de resolver – explico.
- Entendo Enzo e se você não puder competir esse
ano então vamos encontrar outro lutador que faça
isso em nome da academia – responde ele.
- Eu vou competir, é meu dever e minha
responsabilidade. Só vou precisar de um tempo
antes de começar o treinamento pesado, não estou
tão enferrujado assim e tenho treinado
regularmente sempre que posso – o lembro.
- Bom, porque você não aparece para almoçar
comigo e com a sua mãe hoje. Talvez assim você
possa me contar sobre o que anda acontecendo com
você, não pudemos fazer isso ontem. – Fala e eu

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tenho que concordar.


Não tivemos tempo de conversar ontem, afinal o
lance do momento era o meu namoro com a
Clarissa e a festa de aniversário dela. Além do mais
preciso mesmo conversar com ele sobre o que anda
acontecendo por aqui e procurar conselhos sobre
como agir de agora em diante.
- Beleza, estou precisando mesmo conversar –
respondo.
- Tudo bem então, vou avisar a sua mãe para
preparar o seu prato favorito e nos vemos no
almoço – fala.
- Até velho – murmuro e outro bufo ecoa pelo meu
ouvido antes da chamada se encerrar.
Largo o telefone em cima do sofá e levanto para
tomar um banho antes de começar de fato o meu
dia.
Clarissa
Miles se remexe inquieto ao meu lado, seus ombros
estão tensos e sua postura é intimidadora. É como
se ele esperasse por um ataque iminente, o que na
minha opinião não vai acontecer comigo parada
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aqui esperando pelo Breno chegar com as minhas


coisas.
- Como foi o final de semana? – pergunto para
distrai-lo. Mas ao invés disso sua carranca de
aprofunda.
- Interessante – responde num sussurro baixo –
Sara quase colocou fogo na casa da minha mãe ao
tentar cozinhar o jantar e depois nós dois acabamos
quebrando a minha cama de solteiro – fala e não
consigo segurar o riso.
- Aposto que sua família não ficou muito feliz –
digo e ele acena.
- Minha mãe disse que a Sara é uma catástrofe e
que somos perfeitos um para o outro. Vai entender,
mas dizem que as mães sabem das coisas então vou
pedi-la em casamento quando o semestre acabar –
fala e meu queixo despenca.
- Parabéns eu acho, mas não seria melhor conhecer
a família dela primeiro? – pergunto.
- Seria, por isso conversei com o seu pai ontem e
expliquei a situação. Ele sabe sobre mim e a Sara e
já está procurando por um substituto para ocupar o

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meu lugar quando você for a Nova York –


responde.
- Como assim substituto? – pergunto um pouco alto
demais e atraindo o olhar de algumas pessoas.
- Fale baixo por favor – pede desfazendo a carranca
– eu não posso ir para Nova York com você, sinto
muito. Gosto de trabalhar como seu segurança e o
trabalho é fácil na maior parte do tempo, mas
também quero uma vida do lado da Sara e não vou
conseguir isso do outro lado do país entende? –
pergunta e eu aceno que sim – Você vai se dar bem
com o novo cara tenho certeza e seu pai garantiu
que você vai participar da escolha dessa vez –
explica.
- Vai ser difícil gostar de outro agente da Mib. Vou
sentir sua falta Miles, gosto de você um monte –
sussurro tentando segurar as lágrimas.
- Também gosto muito de você e por favor não
chore, não sei o que fazer quando vocês bancam a
sentimental e começam a chorar – diz ele inquieto e
meio nervoso.
- Não vou chorar prometo – juro enxugando alguns
resquícios de lágrimas nos meus olhos – temos que
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fazer uma despedida para você. Tem que ser uma


festa épica – falo e ele ri.
- Não esperaria nada menos – fala empurrando meu
corpo de leve com o ombro e eu devolvo o
empurrão na brincadeira, até que ele volta a ficar
sério – Não gosto desse cara. – Murmura com os
olhos fixos num ponto.
Sigo a direção do seu olhar e encontro o Breno
acionando o alarme do seu carro estacionado
próximo ao meio fio.
- Ele é um cara legal – respondo e ele faz uma cara
esquisita – o que foi? – Pergunto.
- O meu sexto sentido diz que tem alguma errada
com esse sujeito – fala e eu tenho que revirar os
olhos.
- Não é como se ele fosse um serial killer Miles –
observo.
- Eu não sei só estou aliviado que você escolheu o
outro cara – fala.
- É eu também – sussurro baixinho lembrando da
sensação de estar toda enrolada com o Enzo e
sentido seu corpo no meu.
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- Mas por via das dúvidas vou pedir que o Kent


faça uma verificação de antecedentes e puxe a ficha
completa do cara – fala já mexendo no celular.
- Isso é um exagero – retruco abrindo um sorriso na
direção do Breno.
- Oi – cumprimenta dando dois beijos na minha
bochecha um em cada lado.
- Oi – respondo meio sem graça ao ver o seu olhar
descer pelo meu corpo e essa é a primeira vez que
fico desconfortável perto dele.
- Aqui está senhorita, o sapatinho de volta para
Cinderela ou neste caso bolsa – fala estendendo a
bolsa preta para mim.
- Obrigada nem sei como agradecer – respondo
pendurando a bolsa estilo saco no ombro.
- Que tal um café? – pergunta e eu aceno
confirmando já que isso vai me dar a oportunidade
de contar para ele que estou com outra pessoa.
Capítulo 25
Clarissa
Dou um sorriso em agradecimento quando a
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garçonete no café deixa o meu pedido em cima da


mesa na minha frente, ela repete o gesto com o
pedido do Breno e gira nos calcanhares para
atender as outras mesas.
- Como foi o seu final de semana? – pergunta ele
tomando um gole do seu café.
- Bom, minha família fez uma festa de aniversário
surpresa para mim – respondo e ele acena.
- Sua família gosta de uma boa festa – comenta e eu
aceno confirmando.
- Sim bastante, acho que tem a ver com a rotina de
trabalho puxado dos meus pais e sendo assim eles
não têm muito tempo de encontrar com os amigos.
Então as festas são uma boa oportunidade de reunir
todos juntos – explico.
- Sei bem como é, meu pai costumava fazer muito
isso quando trabalhava para um cara importante em
Chicago. Pelo menos é o que ele diz – fala.
- Não sabia que você era de Chicago – digo curiosa
– meu pai possui uma filial da empresa por lá –
comento.
- Mesmo? – pergunta erguendo uma sobrancelha.
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- Sim, ele costumava viajar muito para lá quando


era pequena. As viagens diminuíram bastante
depois que ele convidou o Ceo responsável daquela
região para ser sócio dele – conto e o Breno ouve
tudo atentamente.
- Interessante – sussurra tomando mais um pouco
do seu café enquanto eu nem provei do meu ainda –
eu estava pensando depois que você ligou no
domingo em repetir o nosso encontro de sábado à
noite, talvez um jantar dessa vez amanhã à noite –
fala estendendo a mão para segurar a minha por
cima da mesa.
- Não posso, desculpe – digo retirando minha mão
debaixo da sua e segurando a minha xícara de café
quente com as duas mãos.
- Ok, outro dia então. A minha agenda está livre
para o resto da semana – fala com os olhos fixos
em mim – sei que você provavelmente está cheia de
compromissos e que não tem muito espaço de
tempo entre os ensaios e as aulas, mas a gente pode
sei lá fazer qualquer coisa. – Fala dando de ombros
indiferente.
- Eu não posso, não porque a minha agenda está
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cheia, mas porque eu estou com outra pessoa –


respondo e ele não parece surpreso.
- O cara do bar? – pergunta e meu corpo fica tenso
de imediato – Eu vi o jeito que ele olhou para você
enquanto estava comigo naquela noite. – Explica e
um sorriso maldoso brota dos seus lábios – além do
mais as mensagens que você trocou com ele eram
bem interessantes.
- Você mexeu no meu celular? – pergunto
indignada ficando mais nervosa ainda, minhas
mãos começam a tremer e um comichão começa a
correr pelo meu corpo.
- Você não me deixou muita escolha “Pérola” – fala
zombando do apelido carinhoso que o Enzo me deu
– deixa eu perguntar uma coisa, sua boceta ficou
tão molhada para ele quanto ficou comigo dentro
do meu carro? – pergunta e meu gênio explode.
Levanto rapidamente da cadeira e acerto um tapa
com tudo no seu rosto.
- Idiota, nunca mais chegue perto de mim – aviso
com o corpo todo tremendo. Com o canto de olho
vejo o Miles se aproximar rapidamente.

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- Você ainda vai ouvir muito de mim Clarissa


Louise Maddox – fala levantando do seu lugar e
jogando algumas notas em cima da mesa antes de
sair.
- O que foi isso? – Miles pergunta girando meu
corpo de frente para o seu – o que esse idiota disse
para você? – pergunta ao ver lágrimas escorrendo
pelo meu rosto.
- Nada, só me leva para casa – peço saindo da
cafeteria tão rápido que nem percebo as pessoas no
meu caminho.
Enzo
Passo pelas portas do meu escritório determinado a
descobrir quem foi o culpado pelo roubo no dia em
que a Helen veio receber seu pagamento. Para
começar procuro pelo envelope branco que deixei
em cima da minha mesa com uma boa quantia em
dinheiro.
O envelope ainda está aqui, um suspiro de alívio
toma conta do meu peito e começo a acreditar que
tinha mesmo razão para não duvidar da Carla.
Pelo menos era isso que pensava até conferir o
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valor total e descobrir que falta pelo menos


duzentos dólares dentro e que o dinheiro do caixa
que deveria estar na gaveta não está.
Antes de entrar em pânico chamo o Barreira chefe
de segurança e quem controla as minhas câmeras
de segurança do bar, quero conferir se estavam
desligadas outra vez antes de procurar pelas minhas
câmeras escondidas.
Um faxineiro passa em frente à minha porta e com
um grito peço que chame o Barreira para mim. O
homem negro de um metro e noventa com
músculos enormes passa pela minha porta com uma
carranca, sua expressão habitual, os únicos dias em
que vejo esse homem sorrir é quando a Carla está
trabalhando.
- Mandou chamar chefe – diz parado em frente à
minha mesa.
- Tem como abrir os arquivos das câmeras de
segurança para mim e verificar se estavam
funcionando ontem na hora do fechamento? –
pergunto e ele franze a testa.
- Raul pediu que desligasse as câmeras ontem à
noite, disse que era movimento padrão – responde e
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meu sangue começa a esquentar.


- A quanto tempo as câmeras vêm sendo desligadas
a noite? – pergunto tentando controlar o meu gênio
antes de explodir.
- A mais de um ano, como vem acontecendo com
frequência não o questionei. Até porque ele é o
chefe depois de você – fala e eu aceno.
- Ontem à noite você ficou aqui até a Carla fechar o
bar como orientei? – pergunto e ele parece meio
envergonhado – o que aconteceu Barreira? –
questiono franzindo a testa.
- Eu fiz o que você pediu e fiquei até a Carla fechar
tudo, mas quando ela estava entrando para guardar
o lucro da noite o Raul apareceu e disse que não se
importava de fazer isso já que teria que fazer o
balanço da noite. Bom não dei muita bola porque
estava louco para levar a Carla para casa e ... bom o
senhor sabe – diz ele coçando a nuca.
- Espera você e a Carla? – pergunto surpreso – a
quanto tempo isso está acontecendo? – questiono.
- Tem um tempo – responde visivelmente
envergonhado – eu vou assumir ela e as crianças. –

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diz como se precisasse se explicar.


- Fico feliz por vocês, mas a questão aqui é que fui
roubado ontem à noite e isso vem acontecendo a
algum tempo. Para piorar isso só tem acontecido
nos turnos da Carla. – Digo e o homem arregala os
olhos.
- Não foi ela senhor – diz apressado tentando
defender a mulher – estive a noite toda com ela
ontem e do jeito que ela fez o envelope com os
lucros entregou ao Raul. Estava lacrado como de
costume em todas as noites em que ela fechou o
caixa – diz.
- Isso a gente só vai descobrir quando abrir os
vídeos das câmeras de segurança – respondo.
- Mas senhor as câmeras estavam desligadas ontem
à noite – relembra e eu aceno já sabendo disso.
- Sei disso, mas a algumas noites atrás fui fazer o
pagamento da Helen e o dinheiro havia sumido do
nada. Quando questionei o Raul sobre isso ele disse
que não sabia de nada e ainda acusou a Carla de ter
roubado a grana – conto e o homem endurece.
- Aquele puto só está tentando ferrar com a vida da

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mãe dos filhos dele – sussurra e eu fico petrificado


no lugar.
- Raul é o pai dos filhos da Carla? – pergunto
confuso.
- É sim, não sabia disso até ontem à noite depois
que conversamos e eu falar que queria assumir as
crianças junto com ela. Foi quando a história toda
veio à tona – fala.
- E o que essa história toda tem a ver comigo e com
o meu bar? – pergunto irritado.
- Não sei senhor, a única coisa que sei é que a Carla
entrou na justiça cobrando os direitos de pensão das
crianças, principalmente agora com uma bebê em
casa. Ele alegou que não tinha condições de pagar,
mas depois que o juiz decretou que ele cobrisse os
anos que ficou devendo ou iria preso o dinheiro
apareceu do nada – explica e eu começo a entender
tudo.
- Ele está me roubando para se livrar da cadeia,
filho da puta – resmungo levantando do meu lugar
e começando a andar de um lado para o outro. –
Agora a conversa de ontem faz todo sentindo –
murmuro.
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- Não estou entendendo senhor – meu segurança


fala esfregando o rosto.
- Quando o pagamento da Helen foi roubado eu
tomei umas medidas extras de segurança, instalei
câmeras ocultas no meu escritório e em frente ao
caixa. Depois disso chamei o Raul para conversar e
foi quando ele acusou a Carla de ter roubado o
dinheiro, também foi ideia dele deixar um montante
com dinheiro em cima da mesa como isca – aponto
e Barreira bufa.
- Aquele puto engravidou a Carla a cinco anos e
depois sumiu do mapa até voltarem a se encontrar
aqui e ele tentar boicotar o trabalho dela em cada
oportunidade que tinha, as brigas pararam quando a
Carla entrou na justiça e ele apareceu uns dias
depois dizendo que queria tentar de novo com ela.
Então a mulher acabou engravidando de novo e foi
quando as brigas aqui no bar recomeçaram – conta.
- Porque a Carla não explicou a situação para mim?
– pergunto confuso.
- Medo de perder o trabalho e acabar não tendo
como sustentar as crianças depois – responde.
- Isso explica muita coisa, principalmente a
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obsessão do Raul em fazer com que demitisse a


Carla depois que a licença maternidade terminou –
digo num sussurro baixo.
- O que o senhor vai fazer? – pergunta me fazendo
parar de caminhar.
- Primeiro vou ter certeza de tudo e depois chamar
a polícia – respondo e ele acena.
Junto com o Barreira abro os vídeos de segurança
em uma pasta segura no meu notebook de trabalho
e coloco para reproduzir. Passamos a próxima hora
olhando todos os vídeos atentamente e no final não
houve dúvida alguma sobre quem foi o autor do
roubo.
Capítulo 26
Enzo
Repasso os vídeos duas vezes antes de ligar para
polícia e contar tudo que aconteceu, o policial que
atende à ligação faz a ocorrência e fica de mandar
uma viatura para o bar. Agradeço o bom
atendimento e digo a eles que o cara responsável
pelo roubo trabalha para mim e deve chegar logo
para trabalhar.
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Desligo a chamada pouco tempo depois e esfrego


as minhas têmporas, estou completamente exausto
e com a cabeça explodindo. Para completar a dose
a Clarissa ainda não deu nenhum sinal de vida e
começo a ficar preocupado.
Sendo assim enquanto espero pela polícia aparecer,
puxo o telefone celular e chamo o número do Miles
para verificar a Clarissa. Ele atende no segundo
toque e parece nervoso.
- Qual é problema Nash? – pergunta ao atender a
chamada.
- Vários, mas no momento estou afim de saber da
minha namorada. A Clarissa conseguiu recuperar as
coisas dela? – pergunto.
- Ainda não, pelo que sei ela combinou de
encontrar o cara no final do período. – Responde e
respiro mais aliviado.
- Bom então isso significa que ela está bem – digo e
ele resmunga um sim – que bicho te mordeu Stark?
– pergunto.
- Entreguei minha carta de demissão e preciso de
um novo emprego logo se quiser sustentar uma

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mulher como a Sara – responde e algumas ideias


brotam na minha cabeça.
- Na mesma área? – pergunto curioso.
- Não, estava pensando em usar meu diploma na
verdade e conseguir um emprego perto da cidade. –
diz.
- É formando em que? – pergunto fazendo a
entrevista por telefone sem ele saber.
- Administração e sei um pouco sobre contabilidade
– responde e eu literalmente levanto o olhar para o
teto e agradeço ao senhor.
- Miles tenho uma proposta de trabalho para você –
murmuro e tudo que recebo é o silêncio – ainda
está aí? – pergunto e ele ronca a garganta.
- Estou, que tipo de proposta de trabalho? –
pergunta.
- Meu antigo gerente está com as malas na rua ou
melhor na cadeia e preciso de um substituto o
quanto antes – explico.
- Interessante, preciso cumprir uma semana de
aviso prévio ou pelo menos até o Senhor Maddox
encontrar alguém para ocupar o meu lugar. Isso
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seria um problema para você? – pergunta.


- Nem um pouco, então está interessado? –
pergunto com grandes expectativas.
- Muito, a gente conversa quando eu voltar com a
Clarissa no fim de semana e acerta tudo. – diz.
- Fechado, vou desligar que preciso resolver umas
coisas aqui e lembra a Clarissa de ligar para mim
quando tiver o celular dela de volta – digo e ele
resmunga um sim antes de encerrar a chamada.
Guardo o telefone celular de volta no bolso da
calça, depois faço as cópias dos vídeos de
segurança num pendrive e guardo no bolso. Salto
para fora do meu escritório e ao chegar no salão do
bar já consigo avistar dois policiais fardados
aguardando por mim.
- Enzo Nash? – pergunta um deles para mim.
- Eu mesmo. – Respondo e depois aponto para o
Raul atrás do caixa – é ele. – Digo.
- Raul Garcia o senhor está preso por roubo – dita o
outro policial avançando até o Raul que não parece
surpreso.
- Como assim preso, eu não roubei nada – diz
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dando passos para longe do balcão.


- As provas estão aqui – digo entregando o
pendrive para o policial a minha frente – meu
advogado vai entrar em contato com o distrito e
fazer tudo que for necessário a partir de agora –
explico e ele acena concordando.
Enquanto o outro policial dita a voz de prisão e
começa a algemar o Raul, que começa a gritar
repetindo várias vezes que é inocente, eu escuto as
orientações do policial sobre como proceder e
garanto a ele mais uma vez que meu advogado
cuidara de tudo.
Antes de sair do bar praticamente sendo arrastado e
resistindo a ordem de prisão, Raul grita para mim e
para Carla que observa tudo atentamente com os
olhos arregalados.
- Foi você não é sua puta, não estava feliz em
receber o dinheiro da pensão e resolveu me ferrar
de vez – rosna e o por pouco o Barreira não partiu
para cima dele ao ouvir os xingamentos – e você se
acha o bonzão, esse bar seria um nada sem mim.
Vocês vão se arrepender – grita e o resto dos
xingamentos são abafados depois que a porta é
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fechada na sua cara.


- O que acabou de acontecer aqui? – Carla pergunta
ainda confusa e apavorada.
- Raul está roubando do bar a mais de um ano –
sussurro e ouço o som de indignação sair da sua
boca – não fique tão chocada, afinal além de fazer
uma canalhice dessas comigo ainda acusou você de
ter feito tal coisa – digo a ela.
- Ele fez o que? – pergunta em estado de choque.
- Agora não importa mais, o que importa é que a
pessoa culpada foi devidamente punida por isso e
que eu preciso de um novo gerente o mais rápido
possível – respondo.
- O dinheiro da pensão é seu – diz assustada
olhando para mim de olhos arregalados.
- Não se preocupe com isso, se alguém tiver que me
pagar será ele e não você ou as crianças – digo a ela
que acena ainda temerosa – mas você deveria ter
me contato sobre vocês dois, teria evitado um
bocado de dor de cabeça para mim. – Aponto e ela
cora carmesim.
- É difícil admitir que o pai dos seus filhos é um
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completo canalha, além do mais eu não sabia até


que ponto ele tinha sua confiança. Poderia ser a
palavra dele contra a minha e nós sabemos que o
lado mais fraco da corrente se parte primeiro, neste
caso eu – ela diz apontando para o próprio peito.
- A minha confiança nos dois era em iguais
medidas Carla e quando ele acusou você de ter
roubado, confesso que a possibilidade passou pela
minha cabeça sim, mas tinha fé de que era inocente.
Tanto que não a acusei quando descobri sobre os
roubos, mesmo que isso tenha acontecido somente
nos seus turnos – explico.
- Ele estava querendo jogar a culpa em mim –
sussurra entendendo tudo.
- Estava, mas graças a minha esperteza consegui
encontrar o culpado e não deixar um inocente pagar
por isso – respondo e ela acena.
- Obrigada eu acho – murmura um pouco mais
conformada – você já sabe o que vai fazer agora? –
pergunta.
- Tenho algumas ideias e já conversei com um
amigo sobre ocupar o lugar do Raul, eu oferecia o
cargo para você Carla, mas com as crianças e a sua
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carga horaria reduzida não é possível. Preciso de


alguém que possa ficar aqui pela noite toda caso
seja necessário – digo a ela.
- Entendo e está tudo bem – garante segurando o
meu braço por um segundo – agora é melhor eu
tratar de organizar o balcão antes de voltar para
casa e ficar com as crianças por um tempo, antes de
voltar para trabalhar a noite. – diz e eu lhe dou um
aceno confirmando.
Volto para o meu escritório e começo a colocar as
contas em dia, descobrir qual foi o montante
roubado de mim e o prejuízo que terei com isso. Lá
pelas onze horas recebo um texto rápido da
Clarissa.
Pérola: “Acabei de pegar meu celular de volta.”
Enzo: “Perfeito, mais tarde ligo para saber como
foi o seu dia. Agora estou atolado na
matemática.”
Pérola: “Até mais tarde, bjs.”
Largo o celular de volta em cima da mesa e volto
minha atenção para os números gritantes na minha
frente. As onze e meia decido dar o trabalho por

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encerrado até o momento, a noite posso continuar


com isso e também fazer o balanço do dia. Junto as
minhas coisas e corro até a minha moto, depois de
trancar o bar acelero na direção da casa dos meus
pais para almoçar.
Capítulo 27
Clarissa
A semana passou lentamente, cada dia parecia ser
mais lento do que o outro. Depois do que aconteceu
na cafeteria, Miles ficou em alerta total ao meu
redor e todas as vezes em que o Breno quis se
aproximar de mim, ele estava lá para impedir.
Só que toda essa proteção não impediu as
mensagens sujas e insultantes que recebi, já
bloqueei o número dele mais vezes do que possa
contar, mas a cada vez que faço isso outro número
aparece e as mensagens voltam.
Algumas mensagens fizeram o meu estômago
embrulhar de nojo e outras fizeram calafrios se
espalhar pela minha pele. Agora ando como o
Miles, cuidando cada passo que dou em cada virar
de esquina e toda vez que cruzo meu olhar com o
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do Breno pelos corredores meu corpo treme e


minha mente me alerta do perigo.
Enzo percebeu que alguma coisa estava errada
durante uma das nossas chamadas noturnas, mas
não tive coragem de contar para ele. Sua cabeça
está cheia de problemas para resolver no bar e
agora ele precisa se concentrar no torneio que vai
participar na academia.
Mas como minha melhor amiga me conhece como
ninguém, também percebeu que alguma coisa
estava estranha e quando perguntou do que se
tratava, não consegui esconder, principalmente
depois de cair em lágrimas.
Iara estava soltando fogo pelos olhos depois de
terminar de ler cada mensagem que recebi e por
precaução encaminhou todas as mensagens do
Whatzapp que estava recebendo dos números
desconhecidos para o celular dela.
- Precisamos de provas caso aconteça alguma
coisa – disse ela furiosa.
Ela ainda queria que eu o denunciasse na polícia
por assédio, já que a maioria das mensagens fazia
menção as minhas partes íntimas e o quanto ele
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gostaria de fodê-las. Sei que seria a coisa certa a se


fazer e prometi que faria caso as coisas viessem a
piorar.
Tudo que eu queria agora era voltar para casa e
esquecer essa semana infernal, onde nem mesmo
consegui me concentrar no piano e manter a calma
para poder trabalhar na minha apresentação. Então
quando entrei no carro na sexta à noite com a Iara
ao meu lado, não via a hora de chegar em casa e
correr para os braços do Enzo.
O movimento do carro no banco de trás faz com
que acabe pegando no sono e minha mente cansada
colabora para isso.
Acordo com o barulho da porta do motorista
batendo. Esfrego o sono dos meus olhos e penso
nas noites de sono mal dormidas que tive ao longo
da semana.
- Cansada? – Miles pergunta ao abrir a porta para
mim.
- Muito – respondo com um aceno de cabeça.
- Clarissa eu vou ter que contar para o seu pai sobre
o que aconteceu na segunda. – diz ele inquieto.

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- Eu sei – respondo já prevendo que isso iria


acontecer, por isso ninguém sabe sobre as
mensagens que venho recebendo além da Iara.
- Semana que vem também deve ser a última que
trabalho com você. – diz.
- Meu pai já contratou outro segurança? – Pergunto
e ele acena que sim.
- Você vai conhecer o cara amanhã ou depois, ele
vai com a gente na segunda e eu vou mostrar a ele
como fazer a sua segurança nos termos que você e
eu estabelecemos. – diz.
- Bom, porque eu detestaria ter que ser má para ele.
– Aponto descendo do carro.
Miles abre um pequeno sorriso e bate à porta de
trás fechada na mesma hora que o ronco familiar da
moto do Enzo surge no portão da frente.
- Vou deixar vocês sozinhos e passar os relatórios
da semana para o seu pai. – Avisa o Miles e eu
aceno contornando o carro.
Os portões da frente abrem e a moto avança, não
consigo não percorrer os olhos pelo motoqueiro
sexy montado nela.
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Tênis nos pés, calça jeans escura justa que marcam


perfeitamente todos os músculos da suas pernas e
aquela camisa branca por baixo da jaqueta de couro
com certeza contribui bastante para me deixar
babando feito uma boba apaixonada.
Enzo para a moto ao lado do carro e tira o capacete
depois passa a mãos sobre os cabelos ainda úmidos
de banho recente acredito e mira aqueles olhos em
mim. Ele arruma o pedal de apoio da moto para
descer e depois descansa o capacete em cima do
banco, seus passos até mim são rápidos e antes
mesmo que possa pensar, sua boca já está na minha
e seu corpo colado ao meu.
Enzo
Puta merda senti falta dela para caramba!
Senti falta do seu cheiro, do gosto da sua boca, do
seu corpo tão entregue para mim e claro desse
toque doce que só ela tem.
Separo minha boca da sua e deposito vários
selinhos nela antes de percorrer as feições do seu
rosto delicado com os olhos. Ela parece cansada,
tem manchas escuras embaixo dos olhos e está com

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cara de quem acabou de acordar, mas ainda assim


continua linda.
- Oi Pérola – sussurro próximo a sua boca
afastando algumas mechas de cabelo do seu rosto.
- Oi – responde abrindo os olhos castanhos que
agora estão brilhando para mim.
- Senti sua falta, um monte – murmuro e ela sorri
envergonhada.
- Eu também – diz prendendo as mãos na minha
jaqueta – senti falta dos seus braços ao meu redor
todo protetor. – Sussurra deitando a testa no meu
peito.
- Bom porque eu senti falta de envolver você neles
– digo apertando seu corpo pequeno em mim –
você precisa entrar ou posso raptar você por
algumas horas? – pergunto beijando o topo da sua
cabeça.
- Eu tenho que entrar, preciso de um banho e trocar
de roupas também – fala afastando o corpo do meu
somente o suficiente para poder ver o meu rosto.
- Tudo bem, posso aguentar mais alguns minutos
antes de me enterrar em você – respondo e ela cora
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– aproveita e arruma algumas roupas para passar a


noite fora. Amanhã a gente vai jantar na casa dos
meus pais e eu só vou trazer você de volta no
domingo. – Explico e ela acena.
Entramos na casa de mãos dadas e seguimos o som
da música latina tocando na cozinha. Apoio meu
peito nas costas da Clarissa a abraçando por trás e
juntos vemos os seus pais perdidos um no outro
enquanto dançam.
“J. Balvin - Ay Vamos” toca ao redor da cozinha,
movimento meu corpo suavemente ao som da
música e a Clarissa segue comigo. Ela ri baixinho
quando seu pai faz a sua mãe girar ao redor dele e
depois espalma as mãos ao redor dos seus quadris
guiando o ritmo ao mesmo tempo que se
movimenta com ela.
Sabia que eles eram muito parecidos com os meus
pais e se amavam, mas nunca os vi em momentos
íntimos assim. A sintonia entre os dois é perfeita e
percebo que tanto eu quanto a Clarissa tivemos
exemplos de bom relacionamento em casa.
O casal só nota a nossa presença no lugar quando o
Jake gira a esposa e depois puxa contra o seu corpo
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jogando as costas dela para trás.


- Olá crianças – cumprimenta endireitando o corpo
da esposa que está corando dá mesma maneira que
a Clarissa lá fora.
- Olá – dizemos juntos e eu a solto para que possa
abraçar os pais.
- Como está querida, parece cansada. – Nael
observa acariciando as mechas de cabelo da filha.
- Estou bem, a semana foi bem corrida e cansativa
– responde desviando os olhos até seu pai que a
está analisando com cuidado – eu gostaria de falar
com você quando tiver um tempo. – Fala.
- Claro, quando quiser. Até porque preciso que
você conheça o novo segurança que contratei para
substituir o Miles. – Fala com um dar de ombros.
- É eu sei ele me contou sobre isso, vou tomar um
banho e sair com o Enzo. – Avisa a eles.
- Tudo bem, seu irmão está vindo jantar com a
gente. A Emma quer ajuda para organizar o
casamento daqui a dois meses e vamos falar sobre
isso hoje. – A Nael fala com um sorriso feliz.
- Deus me ajude a aguentar toda essa tagarelice
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sobre casamento, bolos, vestidos e tudo mais – diz


estremecendo – ainda bem que só precisei planejar
um casamento, o meu. – Fala apontando para o
próprio peito.
- Eles marcaram uma data? – Clarissa pergunta
curiosa.
- Sim junho, final do mês e depois lua de mel pela
costa oeste por mais um mês com o Angel – Jake
responde.
- Eles vão navegar – suspira contente e essa é mais
uma coisa que preciso anotar no bloquinho de
coisas que ela gosta de fazer.
- Vão sim – responde.
- Dois meses, vamos precisar de uma boa despedida
de solteiro para comemorar – Falo e a Clarissa
estreita o olhar para cima de mim – o que? É
verdade Pérola, até porque os dois merecem depois
de tudo que passaram para ficar junto. – Aponto e o
olhar dela suaviza.
- Tem razão – acena concordando por fim – vou
tomar um banho e então podemos sair. – diz ela se
aproximando de mim e dando um beijo rápido na

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minha boca antes de seguir pelo corredor até a área


intima da casa.
- Enfim sós – Jake sussurra esfregando as mãos
uma na outra e olhando para mim com aquele
sorriso diabólico no rosto.
Arregalo os olhos e preparo meu espirito para as
loucuras que vou ouvir enquanto a minha namorada
está tomando banho, Nael sorri e revira os olhos
para o marido voltando as suas tarefas na cozinha,
me deixando aguentar sozinho a maluquice do
marido.
Capítulo 28
Clarissa
Enzo abre a porta do apartamento dele e meus
olhos caem em cima da mesa de jantar preparada
para nós dois e num enorme objeto coberto por um
pano vermelho com um laço em cima.
- O que é aquilo? – pergunto andando até o pacote
gigante.
- Isso é um presente para quando você ficar aqui –
diz puxando o pano vermelho e revelando um piano
vertical novinho.
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- Oh meus deuses, não acredito que você fez isso –


sussurro encantada passando a ponta dos dedos pela
madeira negra.
- O cara da loja disse que está afinado, mas se você
quiser testar eu não reclamaria – fala e começo a
acreditar que ele realmente gosta de me ouvir tocar.
- Você quer um concerto ao vivo? – pergunto
sentando no banco em frente e abrindo a tampa.
- Com você sempre – responde ficando confortável
em uma poltrona e com os olhos presos em mim.
Respiro bem fundo antes de começar a tocar
“Shadow Of The Day”, a melodia começa a ecoar
por todo o apartamento. A cada toque meu nas
teclas meu coração começa a se acalmar e todas as
sensações ruins que estava sentindo no começo da
semana evaporam.
É como se a música melancólica colocasse para
fora tudo que estava preso dentro de mim, dando
sinais do que preciso fazer para que meu mundo
não vire cinzas. Quando a música termina sinto o
toque do Enzo no meu rosto e nem percebi que ele
vai havia se aproximado e sentado ao meu lado.

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- O que aconteceu Pérola? – pergunta enxugando


uma lágrima que escapou – e não diga nada porque
você está estranha desde segunda. – Fala afastando
uma mecha de cabelo do meu rosto. – Fale comigo?
– pede num sussurro baixo.
Tomo um fôlego antes de contar para ele o que
aconteceu na segunda à tarde na cafeteria com o
Breno e a cada palavra que sai da minha boca, seus
olhos inflamam de pura ira. Também falo das
mensagens grotescas que estou recebendo no
celular e ele pede para conferir cada uma.
Sua mandíbula tenciona e ele trinca os dentes a
cada poucos minutos, os músculos do seu corpo
estão todos tensos e ele levanta devolvendo o
celular para mim. Olho para o Enzo sem dizer uma
única palavra enquanto ele anda de um lado para o
outro puxando os cabelos esperando que se acalme
e volte a si.
A Iara fez a mesma coisa, parece que andar e
xingar em voz baixa é uma boa terapia. Fico
imaginando como será a reação do meu pai quando
contar para ele e quando tiver que explicar o que
aconteceu, não terei muita escolha já que o Miles
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entregará o relatório e nele vai constar a minha


explosão na segunda.
Só espero não ter que voltar a ser vigiada vinte
quatro horas por dia, sete dias da semana. No final
de tudo o Breno sai sempre ganhando, se não
contar corro o risco de viver o resto da minha vida
recebendo essas mensagens nojentas e com medo
de virar a esquina, já que algumas são bem
explicitas e contam detalhadamente o que ele quer
fazer comigo. Mas se contar também corro o risco
de perder toda a liberdade que conquistei até agora.
- Quem mais sabe sobre isso? – ele pergunta depois
do que parece uma eternidade tirando a minha
mente de onde estava.
- Você e a Iara – respondo e depois acrescento
rapidamente – Miles presenciou o acidente na
segunda, mas não sabe o que aconteceu de fato para
que eu agisse com violência. – Concluo.
- Eu vi que algumas das mensagens foram
reenviadas, porque? – pergunta esfregando o rosto
com a mão.
- Iara achou melhor ter cópia das mensagens no
caso de precisar provar alguma coisa – falo e ele
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acena vindo sentar de volta ao meu lado.


- Bom, quero que você envie cópias delas para mim
também e repita isso a cada mensagem que receber.
Amanhã nos vamos até a delegacia e você vai dar
queixa disso e nós vamos descobrir o que fazer a
partir daí. – Fala eu começo a protestar quando ele
me para com um beijo – é para sua segurança. –
Sussurra.
- Eu só não quero dar motivos para tudo ficar ainda
pior, nem sei porque isso está acontecendo. Não é
como se eu fosse a primeira garota a dar um fora
em alguém. – Murmuro.
- Não com certeza não é, mas alguns caras não se
conformam com isso e também podem ter segundas
intensões por trás disso a gente não sabe. Só quero
que fique segura e é melhor fazer registro, assim no
futuro se algo acontecer, o que espero que não
aconteça, a gente já tem uma ocorrência registrada.
– Fala.
- Tudo bem, amanhã eu vou até a delegacia. Você
vai comigo? – pergunto nervosa.
- Claro que sim, não deixaria você fazer uma coisa
assim sozinha. – Responde e depois volta a me
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beijar lentamente no início e depois com mais


pressão até que ficamos sem fôlego.
- Podemos esquecer esse assunto agora e voltar
para nossa noite romântica? – pergunto desviando
os olhos até a mesa de jantar esperando por nós.
- É claro, mas como eu ainda não conheço os seus
gostos para comida estava pensando que a gente
pudesse fazer o jantar juntos. – Fala meio
envergonhado.
- Eu adoraria. – Respondo e ele sorri para mim
levantando do banco ao meu lado e estendendo sua
mão na minha direção.
- Vamos lá Pérola, vamos cozinhar – convida e sem
pensar duas vezes apoio minha mão na sua e juntos
começamos a preparar o nosso jantar.
Enzo
No dia seguinte acordo bem mais cedo do que estou
acostumado, normalmente estaria indo dormir a
essa hora ao invés de levantar da cama. Mas desde
que o campeonato é daqui a alguns meses, preciso
começar a treinar logo.
Levanto da cama depois de desligar o despertador e
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espreguiço o corpo, a minha Pérola se remexe e


suas pálpebras tremulam até piscarem abertas. Ela
realmente tem o sono bem leve, eu costumava ser
assim antes do bar, agora podem derrubar a casa
que não ouviria.
- Humm, que horas são? – pergunta puxando o
lençol para cobrir o seu corpo nu e apoiando uma
mão embaixo do rosto.
- Quatro e meia da manhã – respondo acariciando a
lateral do seu rosto – vou treinar com o meu pai um
pouco, quer vir comigo? – pergunto cheirando o
seu pescoço.
- Quero. – Responde espichando os braços acima
da cabeça e meu corpo desperta quando tenho um
vislumbre dos seus seios nus – mas preciso tomar
um banho antes. – Fala com a voz rouca de sono.
- Então vem porque eu também preciso de um
banho – digo pegando seu corpo no colo e
carregando até o chuveiro.
Deixo a Clarissa escorregar pelo meu corpo e ligo a
água do chuveiro, testo a temperatura e depois dou
passagem para ela entrar. Sigo logo atrás dela e não
demora muito para estarmos escorregadios e
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molhados.
Ela pega a esponja de banho e esfrega no sabonete,
depois se vira na minha direção e lava o meu corpo
espalhando espuma por todo lugar. Observo seu
rosto todo concentrado em me deixar limpo e beijo
a ponta do seu nariz.
A Clarissa sorri para mim e devolve o beijo só que
na minha boca agora, aperto sua cintura com as
mãos puxando seu corpo para mais perto e esfrego
a evidência do meu desejo no seu ventre.
Ela geme na minha boca e deixa a esponja cair no
chão para envolver os braços ao redor do meu
pescoço. Dou um passo à frente e prendo seu corpo
com o meu na parede fria, ela suspira e puxa os fios
molhados do cabelo na minha nuca espalhando uma
pontada dolorosa pelo meu corpo.
Espalmo uma mão na sua coxa e ergo a sua perna
somente o suficiente para que meu pau escorregue
para dentro dela com facilidade. Seu calor molhado
e apertado me envolve como uma luva, separo
minha boca da sua e distribuo beijos pelo seu
pescoço até chegar aos mamilos.
- Humm – murmura agarrada em mim e com os
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olhos fechados de puro prazer.


Movimento o meu quadril de encontro ao seu,
saindo e entrando do calor da sua boceta, no
mesmo ritmo que chupo os seus seios. Lento no
início, aumentando o ritmo conforme a nossa
necessidade de gozar aumenta.
- Puta merda Pérola, sentir você assim envolta de
mim sem nada é incrível. – Sussurro rodando o
quadril e tentando encontrar aquele pontinho dentro
dela que a deixa delirando de prazer nessa posição.
- Oh deuses – geme apertando os músculos dos
meus braços com força e jogando a cabeça para
trás.
- Aqui – provoco batendo dentro dela quando
encontro o que estava procurando.
- Sim, sim não pare! – implora esfregando o quadril
em mim.
- Nada me faria parar agora – murmuro esfregando
o seu clitóris com a outra mão e enviando seu corpo
direto para o orgasmo.
Meu nome salta da sua boca em um grito abafado e
seu corpo todo treme ao meu redor, sua boceta
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aperta o meu pau com força e faço o maior esforço


que já fiz na vida para não gozar. Não falamos
sobre proteção e não tenho certeza se ela está
segura ou protegida quanto a possíveis acidentes.
Então quando seu corpo se acalma e ela consegue
ficar em pé sozinha, saio de dentro dela e uso
minhas próprias mãos para arrancar o meu prazer.
Os dedos da Clarissa se juntam ao meus e isso é o
suficiente para me fazer vir em cima do seu
estômago e entre seus dedos delicados.
Apoio minha testa no seu ombro enquanto o prazer
da satisfação se espalha por todo o meu corpo.
Minha respiração está tão pesada quanto a sua e nós
dois ficamos parados embaixo da água do chuveiro
por alguns minutos até recuperamos o fôlego, para
finalmente tomar um banho de verdade e depois
sair para academia.
Capítulo 29
Enzo
Clarissa corre ao meu lado com a sua própria roupa
de ginastica, quase tive um infarto quando ela saiu
do banheiro usando uma calça apertada e um top
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que não cobre quase nada. Ela estava prendendo os


cabelos em um rabo de cavalo alto enquanto eu
estava praticamente comendo a garota com os
olhos, como se o fato de termos acabado de transar
no chuveiro não tivesse acontecido.
Para completar a dose, a casa vez que cruzamos
com um cara correndo na rua, todos sem exceção
perderam o ritmo. Peguei dois caras olhando para
bunda dela sem o menor pudor, então tive que dar
meu jeito e passei a correr um metro atrás dela,
assim os caras olhariam para minha bunda ao invés
da dela.
- Vire à esquerda – oriento com a voz um pouco
mais alta. Ela me dá um aceno positivo e vira a
esquina na direção da academia.
Correr até a academia é um bom exercício de
aquecimento e pensei que ela estaria ofegante agora
como a maioria das garotas, mas não, ela parece
acostumada a fazer isso e sua respiração ainda está
regular como a minha.
Ela para em frente à porta da academia e continua
correndo no mesmo lugar, balanço a cabeça
admirado e entro sendo seguido por ela.
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- Não sabia que você tinha tanto fôlego assim


Pérola – comento andando pelo lugar.
- Eu adoro o piano você sabe disso, então queria
viver sentada tocando. Mas meu pai não gostou
muita da minha ideia e quando tinha dez anos com
o intuito de me tirar de casa e da frente do piano,
nós começamos a correr bem cedo pela manhã. É
por isso também que tenho o sono bem leve –
explica parando os movimentos agitados.
- Bom para você já que está com tudo em cima –
provoco e ela empurra meu ombro de brincadeira.
- Bobo – resmunga sem perder o sorriso.
Seus olhos curiosos fazem uma varredura pelo
lugar com precisão. Ela se detém na parede em
frente ao ringue e caminha até lá, sigo um pouco
atrás dela e já consigo avistar o meu pai esperando
por mim no seu banco costumeiro.
Faço um sinal para ele e aponto para Clarissa, que
agora está admirando os cinturões do meu pai
pendurado na parede em volta de uma foto dele e
do Phil aqui na academia.
- Quem é aquele com o seu pai? – pergunta

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apontando para imagem.


- Aquele é o Phil Donavan, ele era dono da
academia quando meu pai era jovem e depois os
dois se tornaram sócios. Ele morreu quando eu
ainda era um bebê – explico e ela acena balançado
a cabeça.
- Eles eram próximos, seu pai e ele quero dizer? –
pergunta sem desviar os olhos da imagem.
Meu pai está sorrindo abraçado ao Phil, a fotografia
foi tirada na primeira vez que meu pai subiu no
ringue.
- Éramos muito próximos, Phil foi como um
segundo pai para mim. – Meu pai responde à
pergunta dela.
- Oi Max – cumprimenta com um sorriso educado.
- Oi querida – responde ele começando a contar
algumas histórias sobre o Phil para ela.
Conheço algumas delas de cor até. Meu pai sempre
fez questão de preservar a memória do Phil e
muitas vezes o considero mais meu avô do que os
de sangue. Não temos muito contato para falar a
verdade, minha mãe e minha vó nunca se deram
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muito bem.
Segundo o senhor Maxwell Nash é porque minha
vó e ela tiveram uma briga muito feia no dia do
casamento deles e desde então as duas não se falam
muito. Piorou depois que meu avô faleceu e minha
avó se afastou de todo mundo devido a doença de
Alzheimer, acho que o único que ainda a visita é o
meu pai e a Analuh.
Todas as vezes que fui lá ela me confundiu com
ele, nós somos parecidos fisicamente e com a
mente dela toda confusa é de esperar que ela pense
que sou meu pai.
- Está pronto para começar garoto? – meu pai
pergunta batendo no meu ombro.
- Estou, já fiz o aquecimento então podemos partir
para o treino – aponto e ele acena me mandando
para as cordas.
Clarissa
Não consigo parar de olhar para o Enzo fazendo
seu treinamento, Max está com um relógio na mão
contando e orientado ele em cada estágio do treino.
Mas meus olhos estão presos nos movimentos dos
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seus braços e pernas, ninguém deveria ser tão


bonito assim, ainda mais todo suado.
Ele pisca para mim quando me pega olhando para
os seus músculos contraindo a cada levantamento e
minhas bochechas esquentam. Ele balança a cabeça
com um sorriso e volta a focar no seu pai falando.
Nós ficamos praticamente a manhã toda na
academia, Enzo tomou intervalo de trinta minutos a
cada serie e aproveitou esse tempo para beijar o
inferno fora de mim. Os caras ao redor passaram o
tempo todo pegando no pé dele por estar finalmente
amarrado.
Eu só conseguia sorrir envergonhada e corar a cada
sessão de amasso. Estamos na última parte do
exercício que é treinar alguns socos no ringue
quando ele para e apoia as mãos nas cordas
inclinando o corpo para fora e chamando por mim.
- Pérola – chama com um sorriso de orelha a
orelha.
- O que foi? – pergunto apoiando as mãos no banco
e inclinando o corpo mais para frente para poder
ouvir o que ele tem para falar.

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- Sobe aqui, quero ver a força do seu soco. – Pede e


eu nego com a cabeça olhando ao redor – vamos,
me mostra o que você sabe fazer ou está com
medo? – pergunta com aquele sorriso desafiador.
- Tudo bem – respondo dando de ombro, mais do
que cair de bunda no chão não vai acontecer,
penso.
Aproveito para refazer o rabo de cavalo no meu
cabelo enquanto caminho até as escadas do ringue.
Prendo o cabelo bem apertado e abaixo o corpo
para passar pelas cordas, Enzo abre as cordas para
mim e depois beija rapidamente a minha boca.
- Coloquem luvas nela – ele pede pulando no
ringue e socando as mãos cobertas pelas luvas uma
na outra.
- Você está bem empolgado com isso – aponto e ele
acena dando alguns golpes no ar.
- Não se preocupa que vou pegar leve com você –
fala e eu reviro os olhos.
- Uhum, acho que você deveria estar mais
preocupado em saber se eu vou pegar leve com
você – digo e os caras ao redor do ringue gemem.

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- Uh vai deixá-la sair ilesa dessa Nash – um deles


grita e o Enzo sorri para mim.
- De um jeito ou de outro ela vai pagar por isso –
alerta ele e o pessoal assobia me fazendo corar
ainda mais.
- Vamos nessa querida e mostra para esses idiotas o
que você sabe. – Max fala colocando as luvas
brancas nas minhas mãos.
- Eu nunca fiz isso antes – sussurro baixinho para
ele que sorri.
- Sei que seu pai ensinou algumas coisas para você
e que conviver com dois irmãos deve ter cobrado
seu preço, portanto só use o que você sabe. Enzo
jamais a machucaria e só está brincando com você.
– Fala e eu aceno puxando na minha memória as
aulas de defesa pessoal que recebi e como tive que
aprender a dar um soco se quisesse vencer os meus
irmãos.
- Alguma dica de onde devo atacar? – pergunto
estendendo a outra mão para ele por a luva.
- Você estava prestando atenção no treino, o que
descobriu enquanto fazia isso? – pergunta ao invés

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de responder.
- Ele mantém a guarda baixa na esquerda – sussurro
e ele sorri mais largo – mas é muito bom com a
direita. – Comento.
- Você sabe tudo que precisa saber pelo que vejo –
responde e depois grita – ela está pronta.
- Beleza, vem cá Pérola – chama o Enzo fazendo
sinal para o centro do ringue – algumas regras
básicas, nada de golpes abaixo da cintura ou na
nuca. Nós vamos testar os seus movimentos e eu
vou lhe ensinar alguns golpes para só então testar a
sua força. – Fala e eu aceno prestando atenção nas
suas orientações.
Enzo começa a explicar um pouco sobre gingado e
ritmo, aceno quando consigo entender e meus
ouvidos registram a voz do Eminem cantando
Venom ao fundo.
- Mantenha o ritmo e quando for bater movimente
todo o quadril não somente o braço, vai ganhar
mais força desse jeito – explica.
- Assim? – pergunto tentando fazer o que ele disse
e movimentando o quadril ao tentar atingir a sua

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luva com o meu punho.


- Bom, com mais força – pede e faço o que ele
pediu colocando mais força no meu soco.
- Melhorou, agora o outro lado – comanda pedindo
que troque de mão e faço.
Dou alguns socos com a esquerda e depois troco de
volta para direita, tendo o cuidado de manter o
ritmo e o movimento do quadril.
- Agora sequência, direita esquerda direita – pede e
meu corpo obedece – de novo. – Grita e eu desfiro
um soco atrás do outro sempre tendo o cuidado de
acertar as suas luvas e não o seu rosto – outro lado
agora, esquerda direita esquerda – pede todo
concentrado – mais uma vez.
Sigo as suas orientações com cuidado e começo a
ficar empolgada, adrenalina circulando pelo meu
corpo e fico mais ousada. Sem que ele precise pedir
começo a me movimentar pelo ringue e desferir
alguns socos, ele sorri e acena mandando partir
para cima.
- Manda ver Pérola – provoca protegendo o rosto
sem perder aquele sorriso malicioso.

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Avanço um passo e disparo a esquerda na sua


direção, ele desvia e continua chamando por mim.
Até que pego a sua guarda baixa e acerto seu rosto
com o máximo de força que consigo, ele geme
esfregando o local com a luva.
- Machuquei você amorzinho? – pergunto e os
caras ao redor gritam empolgados.
- Não a deixa falar com você assim não – grita um
deles para provocar.
- Estou apostando cem pratas na baixinha – outro
grita e o Enzo sorri.
- Tudo bem Pérola manda o seu melhor soco – pede
e eu franzo a testa dando de ombros.
Se ele quer o melhor que tenho então porque não,
avanço para cima dele que circula o ringue dando
alguns pulos e protegendo o rosto com as mãos.
Como sou uma mulher pequena, sempre recebi
orientações nas aulas de defesa de usar isso como
vantagem.
Fico o mais próxima dele possível e desfiro um
soco atrás do outro, direita esquerda direita e depois
o contrário até que ele perde o foco com o balanço

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dos meus quadris baixando a guarda. O instinto


assume nessa hora e meu punho voa debaixo para
cima acertando seu queixo em um gancho de
direita.
Ele balança e meus olhos se arregalam achando
impossível ter o atingido assim com tanta força, ele
caminha para trás balançando a cabeça em busca de
orientação e os caras vão à loucura com a minha
ousadia.
Eu por outro lado mais que depressa tiro as luvas e
corro na direção do seu corpo que está usando as
cordas como apoio para se manter de pé.
- Oh meus deuses, me desculpa – peço erguendo o
seu rosto da minha direção, um gemido assustado
escapa da minha boca ao ver sangue nos seus
lábios.
- Puta merda Pérola acho que você me fez morder a
língua – fala com uma voz esquisita de quem está
com a língua ferida.
- Eu sinto muito – peço analisando o machucado e
percebo que não foi a língua que ele mordeu e sim
o lábio superior. – Oh está sangrando – murmuro.

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- Relaxa é só um lábio partido – resmunga tirando


as luvas e passando a ponta do dedo em cima do
corte – mas isso é só uma prova que devo acreditar
quando você diz que não vai pegar leve comigo –
murmura me fazendo rir.
- O que posso fazer, eu tentei te alertar – provoco e
ele puxa minha cabeça pela nuca beijando meus
lábios com paixão. Sinto um pouquinho do gosto
metálico do sangue, mas não ligo para isso só
aproveito o beijo.
- Ei pombinhos procurem um quarto – alguém grita
e nos afastamos um do outro.
- Não me parece uma ideia ruim – Enzo sussurra
próximo da minha boca.
- Também acho – respondo e ele acena dando o
treino por encerrado.
Capítulo 30
Clarissa
- O que você acha de almoçarmos em algum lugar?
– pergunta ele depois de descer os degraus em
frente à delegacia de polícia de mãos dadas comigo.

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Depois do treino na academia e da minha


performance digna de campeã nós voltamos para o
apartamento dele para tomar um banho rápido, mas
o banho acabou demorando mais do que o
esperando já que o Enzo decidiu cair de boca em
mim.
Foi incrível como em todas as vezes e depois a
gente acabou transando no chuveiro de novo. O que
nos levou a conversar sobre o uso de preservativos,
eu garanti a ele que estava segura e limpa já que
nunca tinha feito sexo com ninguém antes. Enzo
também afirmou que estava limpo, mas que usaria
o preservativo se eu me sentisse mais segura desse
jeito.
Então quando decidimos sair já era quase hora do
almoço. Mas ele insistiu que passássemos na
delegacia primeiro e que eu desse queixa, o policial
que me atendeu atuou o caso como importunação
ofensiva ao pudor.
Ele explicou que era o correto a se fazer e como as
mensagens vinham de um número de celular
descartável não havia muito a ser feito, mas se
conseguisse provas de que de fato o Breno era o
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autor dessas mensagens então ele receberia uma


multa prevista por lei.
Aquilo deixou o Enzo furioso, mas o que a gente
poderia fazer já estava sendo feito, então tivemos
que nos conformar como sempre.
- Que tal almoçarmos no restaurante do shopping e
depois pegar um cinema? – contraproponho.
- Parece bom – acena em concordância puxando as
chaves da moto de dentro do bolso.
Ele pega o capacete cor de rosa que descobri que
ele comprou para mim e põe na minha cabeça
afivelando o cinto embaixo do meu queixo. Depois
faz o mesmo com o seu capacete e sobe na moto,
subo atrás dele e transpasso os braços ao redor da
sua cintura segurando tão firme quanto preciso.
Enzo recolhe o pedal de apoio e gira a chave
fazendo o motor da moto ganhar vida embaixo da
minha bunda. Ele acelera e seguimos na direção do
nosso próximo destino.
- Então que filme a gente vai assistir? – ele
pergunta beliscando uma das suas batatas fritas
enquanto eu dou uma mordida no meu hambúrguer.

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- Não sei, o que estiver em cartaz para mim está


bom não ligo muito para gênero – respondo e ele
acena.
- Por falar em escolha de gênero para filme, eu
estava pensando que não conheço muito os seus
gostos. Além do piano é claro, – fala passando uma
batatinha no molho e depois levando a boca – quais
são as suas preferências Pérola. O que você mais
gosta de comer? – pergunta.
- O que você mais gosta de comer? – pergunto de
volta ao invés de responder.
- Você, agora sua vez? – pede com uma piscadinha
safada.
- Eu estava falando de comida seu bobo – retruco
com o rosto ardendo – mas se a resposta vale tudo
então eu diria que gosto do seu sabor também. –
Provoco e ele grunhe.
- Minha nossa Pérola acho que estou criando um
monstro insaciável – geme remexendo o corpo no
acento, não consigo evitar a risada e resolvo
responder à sua pergunta para mudar de assunto.
- Eu gosto de arroz no forno com muito queijo por

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cima – falo limpando a boca com o guardanapo e


empurrando meu prato vazio para frente.
- Legal, e o que você gosta de fazer além de tocar
piano? – pergunta e minhas bochechas esquentam
quando penso que gosto de ficar pelada com ele –
Meu bom senhor mulher, pare de pensar coisas
sujas e foca na pergunta. – Reclama com um
grunhido.
- Mas eu estou pensando na pergunta, não posso
evitar se a segunda coisa que mais gosto é ficar
pelada com você – respondo e ele geme.
- Está bem, estou vendo que brincar de vinte
perguntas com você é uma tarefa extremamente
difícil – sussurra.
- OK, ok eu vou me comportar – juro beijando os
meus dedos em sinal de promessa.
- Só acredito vendo – resmunga ajustando as calças
levemente – música favorita? – pergunta.
- As clássicas – respondo logo de cara já que desde
pequena sempre gostei de ouvir e foi isso que fez a
paixão pelo piano nascer em mim.
- Eu gosto de rock, quanto mais pesado melhor.
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Mas descobri recentemente que também gosto das


clássicas. – Fala e um sorriso surge no meu rosto.
- Espera eu respondi as suas perguntas de antes,
mas você não falou do que gosta de fazer – aponto
e ele acena.
- Tem razão, eu gosto de passar meu tempo com
você ou te ouvindo cantar e tocar. Mas também
gosto da sensação de estar no ringue ou de saber
que consigo me sustentar sozinho. – Responde.
- Comprar o bar foi uma coisa importante para
você? – pergunto curiosa.
- Foi como um sopro de liberdade. Quando
aconteceu tudo aquilo com a Emma eu era tudo que
ela tinha, então quando saímos de casa foi sem um
único tostão. Emma tinha dinheiro da mãe
guardado, mas não era o suficiente para gente se
sustentar, então tivemos que batalhar por algum
extra. – Conta perdido em pensamentos – não foi
fácil, mas deu tudo certo no final e agora estamos
bem. As minhas irmãs voltaram as boas e eu tenho
meu próprio espaço, nossa família está unida outra
vez e eu tenho uma namorada linda. – diz.
- Gostei disso – murmuro e ele pisca para mim.
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Meu celular vibra no bolso e confiro rapidamente


só para ver uma mensagem do meu pai.
Pai: “Quando você volta para casa? Precisamos
conversar!”
- Problemas? – Enzo pergunta espiando por cima
da mesa o meu celular.
- Miles deve ter contato para ele sobre o que
aconteceu com o Breno – falo e o Enzo acena – ele
quer conversar e saber quando volto para casa. –
Digo.
- Podemos cancelar o cinema se você quiser e eu te
levo até em casa. – Fala compreensivo.
- Não, eu vou dizer a ele que volto no domingo e
que a gente pode conversar nesse dia. – Respondo
já escrevendo de volta para ele.
Clarissa: “Vou almoçar em casa no domingo e
então podemos conversar.”
Pai: “Ok, esteja preparada que o assunto é
sério.”
Clarissa: “Ok”
Guardo o aparelho de volta no bolso depois de
conferir o horário e volto a atenção para o Enzo.
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- Está quase na hora do filme e eu preciso ir ao


banheiro – digo a ele.
- Tudo bem, vá ao banheiro enquanto eu acerto
tudo aqui. – diz levantando do seu lugar – encontro
com você na porta. – Aponta dando um beijo
rápido nos meus lábios.
Deixo o Enzo para trás e caminho na direção do
banheiro, duas mulheres estão lavando as mãos.
Sorrio para elas e entro em uma cabine vazia, não
demora mais do que cinco minutos para fazer xixi.
Arrumo minhas roupas no lugar e saio da cabine
depois de dar a descarga.
Não consigo evitar o grito assustado que salta da
minha boca ao olhar para o espelho. A frase escrita
com batom vermelho faz as minhas pernas
tremerem.
“Nem mesmo o papai Maddox vai conseguir
protegê-la de mim.”
Capítulo 31
Enzo
Aceno em reconhecimento para as pessoas que
passam por mim enquanto espero a Clarissa sair do
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banheiro, confiro a hora no celular mais uma vez e


se ela demorar um pouco mais vamos perder a
sessão.
Coço a nuca e miro os olhos no corredor que leva
ao banheiro, um suspiro de alívio salta da minha
boca ao ver ela saindo. Mas o alívio desaparece
quando ela passa apresada por entre as mesas de
cabeça baixa e quase bate em mim ao tentar passar
correndo.
- Ei – chamo segurando seus braços e erguendo seu
rosto só para vê-lo banhando em lágrimas – o que
aconteceu? – pergunto preocupado, ela está
tremendo feito vara verde e com o rosto pálido.
Antes que ela possa responder o celular dela toca e
ela pula de susto soltando um pequeno grito
apavorado. Suas mãos estão tremendo quando
puxam o telefone do bolso e ela atende sem olhar o
identificador de chamadas.
- Alô – sussurra baixinho e seu rosto perde ainda
mais a cor se isso for possível.
Tomo o aparelho da sua mão sem me importar se
fui grosseiro e coloco no ouvido para ouvir a
pessoa do outro lado.
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- ... já pensou como vai ser gostoso. Um dia todo só


para você chupar meu pau... – diz a voz de um
homem e meu gênio explode.
- Quem está falando Porra? – grito soltando fogo
pelos ouvidos. A ligação fica muda e quando afasto
o celular do ouvido vejo que a chamada se
encerrou. – Quem era no telefone? – pergunto
olhando para ela com atenção.
- Não sei – responde num murmúrio baixo – eu não
consegui reconhecer a voz. – Explica quando a
minha testa se franze.
- O que aconteceu no banheiro? – pergunto um
pouco duro demais com ela. – Pérola você precisa
falar comigo, o que aconteceu lá? – pergunto de
novo mais calmo dessa vez, segurando seu rosto em
minhas mãos.
- Tinha... tinha uma mensagem no espelho – fala
engolindo em seco e novas lágrimas surgem – dizia
que nem mesmo meu pai poderia me proteger. –
Fala piscando completamente assustada. – Eu quero
ir embora. – Sussurra e eu aceno em compreensão.
- Tudo bem, mas espera aqui um minuto que eu já
volto – aviso deixando a Clarissa somente tempo
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suficiente para entrar no banheiro e tirar uma foto


da mensagem escrita no espelho.
Passamos o caminho todo na moto em silêncio, não
que costumávamos conversar das outras vezes, mas
ela parecia alerta e mais divertida. Agora parece
perdida em pensamento e nem mesmo esfregou a
minha barriga com a ponta do dedo como costuma
fazer.
Pensei em voltar para o meu apartamento, mas
então no meio do caminho lembrei da ligação do
pai dela e mudei o trajeto, seguindo na direção da
mansão Maddox. Paro em frente ao portão próximo
ao painel de acesso e espero ela digitar a sua senha
antes de arrancar com a moto outra vez.
Estaciono ao lado do carro que reconheço ser do
Ethan e desligo o motor apoiando a moto no pedal
de descanso. A Clarissa desce rapidamente e tira o
capacete tão rápido que parece que ela estava sendo
sufocada por ele. Antes que ela possa fugir e sair
correndo para dentro de casa, seguro seu pulso
depois de tirar o capacete.
- Eu vou entrar com você e falar com o seu pai
sobre isso. Talvez ele saiba de algo que a gente não
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saiba e possa ajudar – falo e ela acena sem dizer


uma palavra.
Seu silêncio me preocupa, fico pensando no que
está passando pela sua cabeça agora e o quanto isso
nos afeta. Entramos na casa e todos os pares de
olhos se voltam para nós. O sorriso no rosto de todo
mundo some ao ver as nossas expressões
carregadas.
- Precisamos conversar – anuncio olhando
diretamente para o Jake, que franze a testa e desvia
os olhos para Clarissa – agora por favor. – Peço e
seu olhar volta para mim.
- No meu escritório – diz ele levantando e a
Clarissa dá um passo à frente.
- Não, aqui mesmo – pede e sua carranca se
aprofunda.
- Então falem logo. – Rosna sem paciência e a Nael
pede calma ao colocar a mão sobre o seu joelho
quando ele volta a se sentar.
- A Clarissa anda sofrendo de importunação
ofensiva ao pudor. – Falo e ela aperta sua mão na
minha.

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- O que isso significa? – Ethan pergunta meio


confuso.
- É melhor vocês dois sentarem e explicar essa
história direito – Jake pede apontando para o sofá.
Fazemos o que ele pediu e deixo que a Clarissa
conte para a família dela o que está acontecendo,
quanto mais ela fala mais a cara do Jake muda. A
sua ira se torna palpável e o Ethan não parece
muito diferente, ele xinga e levanta começando a
andar pela sala passando as mãos pelo cabelo.
A paciência do Jake explode quando ele ouve o que
aconteceu a pouco no banheiro do restaurante e ele
late ordens para todos os lados saindo furioso da
sala na direção do escritório. Mason por outro lado
parece perdido em pensamentos e quando a
realidade bate em cima dele, ele levanta e segue na
direção do escritório atrás do pai.
- O que ele vai fazer? – Clarissa pergunta num
murmúrio com novas lágrimas nos olhos – mãe não
o deixa tirar a minha liberdade. – Implora e a Nael
como uma boa mãe envolve a filha em seus braços
e a consola.
Faço sinal para o Ethan indicando o escritório e ele
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acena dando um beijo na cabeça da Emma antes de


sair.
- Desde quando isso está acontecendo? – pergunta
caminhando ao meu lado.
- Pouco tempo pelo que sei, mas a minha intuição
diz que tem mais coisas por trás disso. Sei lá, talvez
seja só coisa da minha cabeça. – Resmungo.
- A gente vai descobrir logo, se conheço meu pai
nesses cinco minutos ele já está sabendo o motivo
real de tudo. – Fala abrindo a porta do escritório
para gente entrar.
Jake Maddox está rugindo no telefone e latindo
ordens para todos os lados. Mason está em pé na
frente da mesa do pai com os braços cruzados e a
testa tão franzida quanto a do Jake, os dois parecem
uma cópia um do outro e isso chega a ser
assustador.
Jake finalmente desliga o telefone e esfrega as
têmporas, ele senta na cadeira e puxa um envelope
pardo de dentro da gaveta e joga em cima da mesa.
Nós três nos inclinamos na direção da pasta que ele
retira de dentro do envelope e esperamos pelo que
ela revelará.
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Capítulo 32
Enzo
- Então o que o senhor descobriu? – Ethan toma a
frente em perguntar.
- Eu nada por enquanto, mas o Miles descobriu
algumas coisas bem interessantes. – Fala e logo
lembro que a Clarissa mencionou que o Miles iria
investigar o Breno.
- Foi aquele sujeito do cabelo lambido não foi? –
pergunto e o Jake apenas acena.
- Breno Bennet esse é o nome do sujeito de cabelo
lambido, ele é filho de um ex funcionário meu em
Chicago. Miles puxou a ficha do rapaz depois que
aquele episódio de segunda aconteceu. – Ele diz
olhando para mim.
- Que episódio de segunda? – Ethan e o Mason
perguntam sem entender.
- A Clarissa esqueceu as coisas dela no carro desse
sujeito, na segunda depois da última aula ela
encontrou com ele em um café para pegar de volta.
Segundo o que ela me contou a conversa foi
amigável até que ele a convidou para sair e ela
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recusou dizendo que estava com outra pessoa. –


Explico.
- Isso ainda não explica nada, foi só um fora
comum – Mason resmunga sem paciência jogando
o corpo em uma poltrona.
- O cara não levou por esse lado, Miles não sabia
dizer porque ela bateu nele, não é? – pergunto e o
Jake acena confirmando que não – ele foi grosseiro
com ela, se não estou enganado suas palavras
exatas foram “sua boceta ficou tão molhada para
ele quanto ficou comigo dentro do meu carro”. –
Conto e o Ethan pragueja longamente.
- Filho da puta! – Mason exclama levantando mais
uma vez.
- O que mais aconteceu? – Jake pergunta com as
mãos em punhos.
- Ela se assustou porque ele fez menção de ter
mexido no celular dela e quando a dita frase foi dita
ela reagiu e lhe deu um tapa no rosto no meio da
cafeteria. – Falo.
- Você disse que foi à delegacia com ela hoje de
manhã, porque? – pergunta o Jake.

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- Porque achei melhor registrar ocorrência caso


alguma coisa mais séria viesse a acontecer, as
mensagens são muito explicitas e ofensivas.
Algumas com vídeos de sexo bruto e outras
contando detalhes do que pretende fazer com ela. –
Sussurro lembrando do conteúdo. – Mas hoje foi a
primeira vez que a pessoa entrou em contato direto
e ligou para ela. – Explico.
- Seja quem for está ficando mais ousado e
perigoso. – Ethan aponta e o Mason acena.
- Vocês acham que pode ser esse cara? – Mason
pergunta apontando para a pasta em cima da mesa.
- Não sei, talvez. Mas o fato é que a perseguição
começou quando a Clarissa deu um fora nele e as
palavras grosseiras seguem o mesmo padrão do que
aconteceu na cafeteria. – Aponto e o Jake acena.
- O que diz nessa pasta? – Ethan pergunta e o Jake
esfrega as têmporas antes de contar.
- Antes de vocês três nascerem o gerente
administrativo da Maddox em Chicago era Phil
Bennet. Na época a Tia de vocês e eu ainda éramos
sócios, ela nunca gostou do Phil e eu deveria ter
dado ouvidos a ela. Mas graças a Deus isso foi um
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erro que consegui corrigir. – Fala perdido nas


lembranças.
- Deixa-me adivinhar, você demitiu o cara e ele não
ficou muito feliz com isso. – Mason aponta
voltando a sentar.
- Quase isso – responde ele e depois explica –
quando eu demiti o Phil, Noah assumiu a empresa e
passou um pente fino nas finanças da Maddox e
descobriu fraudes em vários setores. Quando soube
disso mandei investigar e descobri que o Phil era
responsável pela maioria delas, então abri um caso
na justiça e ganhei. O cara foi preso e continua
preso até hoje. – Fala.
- Se ele está preso então o que o Breno quer com a
Clarissa? – Ethan pergunta esfregando o pescoço.
- O que ele quer eu não sei, o que eu sei é que o
garoto foi criado num ambiente hostil depois que o
Phil foi preso e que visita o pai uma vez por mês
desde então. – Fala.
- Nós precisamos descobrir se a pessoa que está
mandando as mensagens para ela é mesmo o Breno
e se for, descobrir porque está fazendo isso, apesar
de provavelmente já sabermos porquê. – Aponto e
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o Mason sussurra.
- Vingança, porque as pessoas estão sempre
tentando se vingar do senhor? – pergunta ele
olhando diretamente para o pai.
- Nosso pai é uma pessoa importante Mason e você
será em breve também assim que assumir as
empresas, então vai aprendendo a tomar cuidado
com o que você faz. – Ethan diz.
- Ethan tem razão sobre o que diz, mas não nunca
deixei que nenhum de vocês três pagasse por isso e
não vou deixar isso acontecer agora se for o caso.
Amanhã eu vou até Chicago fazer uma visita para o
Phil e tentar descobrir alguma coisa. – Fala e os
meninos suspiram.
- Mamãe não vai gostar de saber disso. – Mason
murmura.
- A sua mãe vai entender quando contar para ela o
motivo. – Responde o Jake.
- E quanto à segurança da Clarissa? – pergunto e
ele volta o olhar para mim – Miles está de saída e o
novo cara precisa saber o que está acontecendo
para que possa protegê-la em Portland, ela precisa

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estar segura. – Digo e ele acena.


- Quando o Kent terminar de fazer algumas
investigações que pedi para ele nós vamos
conversar sobre isso e esclarecer a situação. – Ele
fala.
- E quanto a liberdade dela? – pergunto.
- O que tem isso? – pergunta de volta com a testa
franzida.
- A Clarissa não queria contar nada para ninguém
porque sabia que as chances de voltar a ser vigiada
vinte quatro horas por dia, sete dias da semana
eram bem altas. – Explico.
- Não posso fazer nada quanto a isso Enzo, a
segurança dela é mais importante no momento e
enquanto a situação não se resolver o Gus vai ficar
na cola dela vinte quatro horas e sete dias da
semana. – Resmunga parecendo tão chateado com
isso quanto a Clarissa.
- Ela não precisa de segurança quando estiver
comigo, posso manter ela segura. – Aviso e ele
estreita os olhos.
- Enzo tem razão, lembra do que aconteceu antes
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do acordo dela e do Miles. A Clarissa vivia fugindo


da segurança e as meninas que dividem
apartamento com ela ajudavam, o senhor não pode
controlar quatro garotas. Mantenha o mesmo
padrão, assim ela se sente confortável e não corre
risco desnecessário. – Ethan o lembra.
- Além do mais ela tem aquela pulseira eletrônica
no braço. – Mason fala.
- Breno já sabe sobre isso também. – Aponto e os
três pares de olhos repousam em mim – digamos
que eu meio que contei para ele. – Sussurro e os
três amaldiçoam.
- Pelo amor de Deus seu idiota. – Jake pragueja –
agora vou precisar pensar em outra coisa que possa
nos ajudar a localizá-la quando necessário. – diz já
pegando o telefone.
- Pelo menos me diz que foi por um bom motivo? –
Ethan pede.
- Isso está mais com cara de ciúmes. – Mason
aponta acertando em cheio.
- Puta merda seu burro. – Ethan xinga ao ver a
minha cara de culpado – mas espera um minuto, a

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Clarissa nunca tira aquele anel que você e a mamãe


deram para ela quando fez quinze anos, não é? –
Ethan pergunta olhando para o pai que está no
telefone, Jake acena que sim. – Então use isso,
ninguém saberia além de nós. – Fala.
- Parece uma boa ideia. – Mason concorda e eu
também.
Jake desliga o telefone na cara da pessoa do outro
lado e manda chamar a Clarissa e as outras
mulheres. Elas entram no escritório e ele conta
resumidamente a nossa conversa para elas.
Entrelaço meus dedos nos dá Clarissa e fico ao seu
lado enquanto ela ouve tudo atentamente.
Seu suspiro de alívio é audível quando ele diz que
nada na sua segurança irá mudar, que ele apenas
quer o anel que está no dedo dela e que ninguém
saiba que um chip de rastreamento será colocado
nele.
No fim da conversa ela parece bem mais calma e
mais confiante do que quando entramos pela porta
da frente. O resto da tarde passamos na casa dos
seus pais e a noite fomos jantar na casa dos meus
como estava combinado.
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Capítulo 33
Enzo
Entro na casa dos meus pais sem me preocupar em
bater, a Clarissa segue ao meu lado com a mão
entrelaçada na minha. Essa não é a primeira vez
que ela vem aqui, mas é a primeira que vem como
minha namorada.
- Chegamos família. – Grito do corredor para
anunciar a nossa presença.
- Estamos na cozinha querido – minha mãe
responde com outro grito e daqui já consigo sentir o
cheiro de comida caseira sendo preparada.
Ao entrarmos na cozinha encontro meu pai de
avental ao lado da minha mãe, que está picando os
legumes na bancada.
- O cheiro vindo daqui está muito bom – murmuro
dando um beijo na bochecha da minha mãe e
deixando a Clarissa cumprimentar todos.
- Seu pai está fazendo sua especialidade, arroz de
forno com queijo extra. – diz ela e eu olho para
Clarissa com um sorriso cúmplice.

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- Você vai se dar bem está noite – pisco e ela sorri


envergonhada. – Vocês acertaram em cheio porque
esse é o prato favorito dela. – Aponto e os dois
batem palmas empolgados.
- Já ganhamos um ponto com a nossa nora Max. –
minha mãe diz dando um toca aqui com o meu pai.
- Acho que eu deveria estar fazendo alguma coisa
para ganhar pontos com vocês. – diz ela
encabulada.
- Deixa de bobagem estamos brincando, você é
muito bem-vinda na nossa casa e uma garota
excelente para o Enzo. – Minha mãe elogia.
- Tenho que concordar, além do mais você ganhou
a minha aprovação essa manhã quando quase
nocauteou o garotão aí. – Meu pai fala jogando a
minha humilhação no ventilador.
- Valeu em pai por acabar com a minha moral –
resmungo e ele dá de ombros – pensando bem até
que ser quase nocauteado não foi tão ruim,
considerando os cuidados que recebi depois – pisco
e a Clarissa cora carmesim.
- Posso até imaginar – ele acena abrindo o forno

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para colocar o prato dentro. Ele fecha a porta e tira


o avental pendurando ao lado – então crianças
bebem alguma coisa? – ele pergunta abrindo a
geladeira – temos água, suco, vinho e cerveja. – diz
listando as opções.
- Eu aceitaria meia taça de vinho não sou muito de
beber. – Minha Pérola responde.
- Eu estou bem por enquanto, até porque preciso
pegar leve já que estou de moto e se vou beber um
pouco no jantar para acompanhar a refeição a
minha cota se esgotou – aponto e meu pai acena.
- Então querida seus pais estão exultantes com
você, soube que está concorrendo a uma vaga na
Juilliard – minha mãe comenta.
- Estou sim, se eu não conseguir vai ter sido uma
boa oportunidade de aprendizado pelo menos já que
as avaliações são bem rigorosas. – Conta ela.
- Acredito que sim, você tem praticado? – pergunta
de volta e meu pai deixa a taça de vinho em frente a
ela.
Sento ao seu lado na banqueta e ouço as duas
conversarem.

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- Não tanto quanto gostaria, a minha cabeça anda


um pouco dispersa nessas últimas semanas. –
Responde um pouco decepcionada.
- Você não tem nada a ver com isso, não é? –
minha mãe pergunta com as mãos na cintura e
minha namorada logo trata de esclarecer.
- Não tem a ver com o Enzo e sim com outras
coisas que estão acontecendo comigo no momento.
– diz afastando uma mecha de cabelo do seu rosto.
- A Clarissa anda tendo alguns problemas com um
colega, mas a gente já resolveu isso e vai ficar tudo
bem agora – digo segurando sua mão na minha e
beijando os nós dos seus dedos.
- Que bom, eu adoraria vê-la tocar querida, mas
infelizmente não temos piano aqui em casa. – Meu
pai fala com um sorriso encorajador.
- Talvez a gente possa fazer um jantar na casa dos
meus pais um dia e então eu poderia tocar para
vocês ou quem sabe vocês possam ir ver a minha
apresentação em Nova York, ela vai ser aberta para
o público – diz e minha mãe comemora.
- Nós estaremos lá com certeza – meu pai acena – e

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você garoto já resolveu os seus problemas com o


bar? – pergunta.
- A maioria deles já. Raul foi preso depois que
descobri quem era o autor dos roubos e se tudo
correr bem amanhã devo ter um novo gerente no
final da próxima semana. – Conto.
- Você já conseguiu alguém novo assim tão rápido?
– pergunta a minha mãe.
- Sim ele roubou o meu segurança particular – a
Clarissa conta com um bico.
- O que posso fazer, o cara estava precisando de um
trabalho e eu de um novo gerente então pensei
porque não, além do mais ele é formado em
administração. Foi um encaixe perfeito – digo.
- Miles pediu demissão? – Meu pai pergunta
olhando para minha namorada.
- Pediu, ele e a Sara vão assumir compromisso em
breve. Se eu conseguir a vaga em Nova York o
Miles teria que ir comigo e deixar a Sara aqui,
então ele achou melhor sair do trabalho e ficar com
ela. – Conta a Clarissa.
- Compreensível. Se fosse eu faria a mesma coisa –
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sussurra meu pai olhando para minha mãe – eu teria


comprado uma academia em Nova York só para
ficar mais perto da Delilah, mas por sorte ela fez as
malas e veio morar comigo. – diz e os dois trocam
um olhar apaixonado.
- Bom que vocês tocaram nesse assunto porque
estive pensando em me mudar para Nova York se a
Clarissa mudar para lá. – Conto e todos me olham
assustados.
- Quando você decidiu isso? – minha Pérola
pergunta.
- Assim que soube sobre Juilliard. – Respondo
coçando a nuca – eu iria falar com você sobre isso
em breve, mas aconteceram outras coisas e isso
fugiu da minha mente até agora. – Aponto.
- Você não precisa mudar a sua vida toda por mim
e além disso o bar está aqui, sei o quanto aquele
lugar é importante para você. – Fala piscando
várias vezes.
- Você é mais – sussurro apaixonado – não posso
ficar um mês inteiro sem te ver ou sabe-se lá
quanto tempo, posso abrir um bar em Nova York,
mas não posso pedir que desista do seu sonho por
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minha causa. Então eu já me decidi, você só precisa


fazer a sua parte e ganhar aquela bolsa. – Murmuro.
- Eu sabia que não passei oito horas em trabalho de
parto à toa. – Minha mãe diz orgulhosa quebrando
o clima e fazendo a Clarissa rir – parece que vamos
ter que visitá-los em Nova York então. – Fala com
um sorriso.
- Parece que sim – respondemos juntos em perfeita
sincronia.
Clarissa
- Essa aqui foi no primeiro Halloween do Enzo –
diz a Delilah apontando para um Enzo bebê vestido
de monstrinho.
- Você era uma gracinha – digo para provocá-lo.
- Uhum sei – debocha e depois aponta para uma
foto – gosto dessa. Foi a primeira foto junto com a
Emma. – diz quando viro a página e os três irmãos
aparecem.
- Essa sou eu? – pergunto apontando para ele com
uma bebezinha com cabelos negros no colo.
- É sim querida, Enzo gostava muito de segurá-la.
Seu pai ficava louco de ciúmes. – Conta a Delilah e
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essa é a primeira vez que vejo o Enzo corar.


- Olha só quem parece envergonhado agora –
aponto e ele esconde o rosto no meu pescoço – olhe
tem outras fotos da gente. – Digo cutucando a sua
perna e apontando para outras fotos nossas juntos
quando pequenos.
- Olha para minha cara de bobo olhando para você,
é por isso que não foi surpresa nenhuma para o seu
pai quando aparecemos juntos e de mãos dadas. –
diz ele olhando cada foto.
- Posso ficar com essa? – pergunto a Delilah
apontando para uma foto minha e dele no jardim lá
de casa.
Eu devo ter uns cinco anos e estou sentada no
balanço segurando as cordas enquanto o Enzo está
de pé atrás de mim com um sorriso enorme no
rosto.
- É claro querida. – Acena concordando.
- Eu lembro desse dia, foi aniversário do Mason
acredito e estávamos todos brincando na casa da
árvore. – Ele fala tirando a foto do lugar e
entregando para mim.

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- Obrigado! – agradeço segurando a foto em


minhas mãos.
- De nada querida – ela responde com um sorriso.
Enzo e eu ficamos um pouco mais conversando
com os seus pais, a curiosidade em mim me fez
perguntar como foi que eles se conheceram e a
Delilah teve o prazer de contar, como o Max a
empurrou sem querer no jardim e depois ficou de
castigo por causa disso.
Eles nem percebem que em um pouco mais de uma
hora nos contaram sobre como se apaixonaram e
como foi a adolescência dos dois. Olhando para
eles percebo que assim como meu pai e minha mãe,
o Max e a Delilah também são muito apaixonados
um pelo outro.
No final da noite a gente se despede deles e volta
para o apartamento do Enzo para passar a noite.
Capítulo 34
Clarissa
“Abro os olhos e tudo que encontro é um vazio
silencioso. Estou no corredor da faculdade,
consigo reconhecer a pintura na parede e os
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números das salas em cada porta ao longo do


corredor.
Tudo parece tão frio coberto por uma névoa
gelada, muito parecido com aqueles filmes de
terror onde a mocinha está correndo por um longo
corredor e ele nunca tem fim.
Logo de cara sinto um arrepio passar pelo meu
corpo todo e os pelos do meu braço se arrepiarem,
meu cérebro toma consciência de que isso não
passa de um sonho, mas parece tudo tão real que
posso sentir o cheiro familiar do ambiente.
Começo a andar cuidadosamente pelo lugar até
ouvir gritos assustados ecoarem pelo corredor,
sigo a direção do som sem pressa alguma, tomando
cuidado de gravar cada cena na minha cabeça.
Salas vazias e escuras.
Desço as escadas um degrau de cada vez e então
pulo de susto quando uma garota que não consigo
ver o rosto passa por mim assustada.
Encosto as costas na parede e espero o cara que
vem logo atrás dela com um sorriso diabólico
persegui-la. Os dois continuam correndo até que

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ele consegue alcançá-la no final da escada e seu


corpo é jogado no chão.
Os rostos estão borrados e não consigo identificar
quem são. O medo começo a tomar conta de mim e
não sei porque sigo o mesmo caminho que eles
tomaram, o homem está arrastando a garota pelos
cabelos até uma sala de manutenção longe de tudo.
Lágrimas começam a correr pelo meu rosto e por
puro instinto corro naquela direção o mais rápido
que posso. A primeira coisa que sinto é o cheiro de
sangue se espalhando por tudo o lugar, a segunda
são os gritos apavorados e assustado pedindo por
ajuda. Uma ajuda que não vem. A terceira coisa
que consigo identificar é o gemido de um homem e
o som de carne batendo.
Abro a porta com cuidado temendo o que vou
encontrar quando entrar, minhas pernas tremem
diante da cena na minha frente. O vestido da
garota está levantando até metade da sua cintura e
o busto está todo rasgado.
A minha presença não o impede de continuar a
torturá-la sexualmente e o meu estômago
embrulha, mas ainda assim de alguma maneira sei
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que sou a única pessoa que pode impedi-lo de


continuar.
- Pare – grito da porta com o rosto banhado em
lágrimas e as mãos tremendo – por favor pare –
imploro partindo para cima deles.
Quando me aproximo o susto é tão grande que caio
de bunda no chão, a garota vira o rosto na minha
direção e consigo ver, claro como a água. Sou eu
ali deitada chorando e implorando para parar.
Começo a recuar engatinhando de costas para trás
e eu mesma estendo a mão na minha própria
direção.
É nessa hora que o cara em cima dela para de se
mover e vira na minha direção, o olhar maligno no
seu rosto trava em mim e o sorriso mais sinistro
que já vi surge em seus lábios. Meu corpo fica em
choque ao e tudo vira um borrão diante dos meus
olhos molhados, tudo que consigo registrar é o seu
avanço para cima de mim.”
- Ahhh – grito sentando da cama com a respiração
ofegando e o corpo pingando suor.
Percorro os olhos por todo o espaço tentando
buscar orientação e reconheço o apartamento do
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Enzo. Saio debaixo das cobertas e ando até a janela,


prendo meu cabelo em um coque meio bagunçado e
visto uma de suas camisas antes de espiar o sol
nascendo do lado de fora da janela.
Esfrego meus braços com as mãos e penso no
sonho horrível que tive, parecia tudo tão real. Posso
sentir o toque daquele homem na minha pele e o
cheiro do seu suor, meu corpo treme só de lembrar.
Enzo se remexe na cama e resmunga alguma coisa
estendendo o braço para o lado vazio onde eu
estava deitada até pouco minutos atrás, ao não
encontrar nada ele abre os olhos meio sonolentos e
procura por mim.
Volto para cama antes que ele acorde de verdade e
apoio a cabeça no seu peito, enrolando minhas
pernas nuas por cima das suas. Ele envolve seus
braços ao redor de mim e volta a dormir
tranquilamente.
Eu por outro lado não consigo fechar os olhos, fico
pensando em tudo que tem acontecido até agora. O
primeiro cara que tomou coragem de me convidar
para sair possivelmente virou um maníaco
perseguidor e o cara que pensei que nunca teria,
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agora está com os braços envolta de mim de forma


protetora.
Tudo parece tão confuso e está acontecendo tão
rápido que fico um pouco perdida no meio do
caminho, mas de uma coisa eu tenho certeza, não
vou permitir que aquele sonho se torne realidade.
Não sou uma garota indefesa e vou lutar por mim
mesma, até o meu último suspiro de vida.
Enzo
Acordo com o som de uma música suave ecoando
pela casa, pisco os olhos diante da claridade
entrando no quarto e esfrego o sono do meu rosto.
Quando meus olhos se acostumam com a claridade
procuro pela minha Pérola.
O som do piano denuncia a sua localização, ela está
sentada no piano usando apenas uma camisa minha
e mais nada. Ela para de tocar e anota alguma coisa
na partitura na sua frente e depois recomeça, não
consigo reconhecer a música, parece algo novo.
Apoio o corpo sobre os cotovelos e apenas escuto a
melodia ecoar pela casa junto a sua voz doce
cantando baixinho. Consigo identificar alguns

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trechos, mas não todos já que a sua voz está muito


baixa, provavelmente para não me acordar.
“Vejo teclas de piano em todos os lugares
Meu coração é uma bateria tocando
Repetindo minha canção favorita
Eu ouço a nona sinfonia de Beethoven
O tempo o todo”
Ela canta ao mesmo tempo que o som suave do
piano acompanha a sua voz, nunca tinha ouvido ela
cantar assim antes. Tem tanto sentimento envolvido
na canção que é como se a descrevesse
perfeitamente.
Ela para mais uma vez e reescreve outro verso
totalmente concentrada na sua tarefa e então
recomeça mais uma vez. Tudo que eu consigo fazer
é prestar atenção nas expressões do seu rosto
enquanto ela canta baixinho.
Então no meio da canção o seu celular começa a
tocar e ela para de cantar desviando os olhos para o
aparelho ao lado. Consigo ver o tremor de medo
passar pelo seu corpo daqui da cama e amaldiçoo
mil vezes a pessoa que a fez se sentir insegura outra
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vez.
O aparelho continua tocando sem parar até que
finalmente para e então recomeça outra vez.
Levanto da cama puxando minhas calças logo em
seguida e caminho na sua direção, dou uma espiada
no identificador de chamadas e o número é
desconhecido.
- Eu estou com medo de atender. – Sussurra ela
sem desviar o olhar do celular.
- Então não atenda Pérola – respondo sentando ao
seu lado no piano – você já experimentou trocar o
número de telefone? – pergunto beijando o seu
ombro.
- Não queria fazer isso até que fosse estritamente
necessário. – Fala apoiando a cabeça no meu
ombro.
- Parece que é estritamente necessário agora para
sua paz de espirito. – Respondo e ela acena –
podemos comprar um chip novo hoje mesmo se
você quiser. – Proponho.
- Tudo bem, mas o que acontece com as
informações que demos a polícia? – pergunta

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preocupada e o toque do celular para outra vez.


- Melhor, a gente compra um aparelho novo e
mantem o velho por precaução. – Falo lembrando
desse pequeno detalhe.
- Tudo bem – acena e depois fica irritada quando o
telefone volta a tocar – isso está acabando com a
minha paciência. – Bufa então resolvo atender a
chamada no lugar dela.
- Alô. – Murmuro e tudo que ouço são sons de
gemidos ao fundo. – Mas que porra é essa? – rosno
ao reconhecer os gemidos, são os gemidos de
alguém fazendo sexo.
Capítulo 35
Enzo
- O que foi? – pergunta assustada – Enzo. – Chama
quando encerro a ligação com raiva.
- Isso já está passando dos limites. – Resmungo
esfregando os cabelos com a ponta dos dedos.
Uma batida na porta da frente faz a Clarissa pular
no seu banco e correr na direção do banheiro para
vestir uma roupa. Ando até a porta um pouco

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irritado e abro dando de cara com o Miles do outro


lado.
- Bom dia, – cumprimenta e depois coça a nuca –
me disseram que eu podia subir, mas se está
ocupado eu volto mais tarde. – Fala.
- Não tem problema só me dá alguns minutos para
vestir uma roupa e a gente se encontra lá embaixo
no escritório. – Digo a ele que acena descendo as
escadas.
Caminho até o banheiro e encontro a Clarissa em
frente ao espelho, envolvo meus braços ao redor da
sua cintura e beijo o topo da sua cabeça.
- Desculpe a explosão agora pouco é só que isso
está ultrapassando os limites – sussurro e ela acena
– toma um banho rápido comigo? – pergunto e ela
acena outra vez.
Subo minhas mãos lentamente pelas suas coxas até
chegar na barra da minha camisa, ela adora vestir
as minhas roupas quando acorda e ficar sem nada
por baixo. Gosto disso, muito.
Puxo o tecido para cima e ela levanta os braços
para ajudar, jogo a peça de roupa no canto atrás da

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porta e afasto os cabelos do seu pescoço. Esfrego


meu nariz do seu ombro até a orelha, ela treme e
solta um pequeno gemido quando mordo o lóbulo
numa picada suave.
- Estou apaixonado por você – sussurro e ela gira
ficando de frente para mim. Seus braços enrolam ao
redor do meu pescoço e ela fica na ponta dos pés
para me beijar, mas para antes que seus lábios
toquem os meus.
- Também estou apaixonada por você – diz e depois
sela sua boca com a minha.
Aperto minha mão entre seus cabelos e aprofundo o
beijo, saboreando a sua boca enquanto seu corpo se
esfrega no meu. Puxo sua cintura com a outra mão
e ergo seu corpo para cima da pia, ela geme na
minha boca e prende as pernas ao redor da minha
cintura.
Suas mãos trabalham freneticamente em empurrar a
minha calça de pijama para baixo, solto seu corpo
por um minuto e ajudo na sua tarefa. Ela beija o
meu peito e a minha boca de forma aleatória
fazendo o tesão tomar conta de todo o meu corpo.
Chuto a calça para o lado e a pego no colo
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carregando para dentro do box do chuveiro. Sem


soltá-la abro o registro do chuveiro e deixo a água
cair sobre nossas cabeças.
- Vamos ficar escorregadios – murmuro beijando a
sua boca outra vez. Ela corresponde ao beijo com o
mesmo fervor e tudo que consigo pensar é em estar
dentro dela o mais rápido possível.
Solto seu corpo até que seus pés toquem o chão e
depois separo minha boca da sua.
- Vire e apoie as mãos na parede – comando e ela
obedece deixando a sua bunda empinada para mim.
– Abra mais – peço tocando a parte interna das suas
coxas.
Ela abre as pernas um pouco mais e com isso
ajoelho as suas costas abrindo as bochechas da sua
bunda. A primeira lambida da minha língua na sua
boceta depilada a faz gritar de surpresa, a segunda à
faz gemer e empurrar para trás em busca de mais.
É exatamente o que dou para ela, mais da minha
língua, lábios, dentes e boca por toda extensão da
sua bocetinha, beijando os lábios rechonchudos e
depois sugando o seu clitóris. Ela geme cada vez
mais alto e pelos suspiros que estão saindo da sua
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boca sei que ela está quase lá.


Fazer essa mulher gozar e ouvir os seus gemidos de
satisfação me deixam cheio de tesão e meu pau
duro é prova disso. Mas senti-la gozando em volta
do meu pau é ainda melhor do que isso então paro e
levanto metendo nela numa única estocada.
Suas paredes se ajustam para receber o meu
membro e ela prende os dedos nos meus cabelos
quando abocanho o seu pescoço feito um homem
faminto. Os nossos movimentos se tornam
frenéticos, o som de carne batendo se espalha pelo
banheiro junto com os nossos gemidos.
Eu a beijo, mordo, chupo e fodo da melhor maneira
possível enquanto ela deixa suas próprias marcas
pelo meu corpo. Mãos agarrando, gemidos escoam
pelo ambiente e nossos corpos se perdendo no
melhor dos prazeres.
O clímax atinge os nossos corpos ao mesmo tempo,
ela geme o meu nome enquanto goza e minha
mente se perde ao sentir o aperto da sua boceta ao
redor do meu pau.
Trinta minutos depois estou limpo e de banho
tomado, desço com a Clarissa até o bar e a deixo
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conversando com a Carla enquanto vou na direção


do escritório para falar com o Miles sobre a minha
oferta de emprego.
Clarissa
Carla está ocupada limpando o balcão e como não
quero atrapalhar o seu serviço, ando até uma mesa
no fundo onde um garotinho de cinco anos está
sentado desenhando.
- Oi, posso sentar com você? – pergunto a ele que
acena com a cabeça – gostei do desenho. – Elogio o
cachorro pintado por ele de várias cores.
- Obrigado! – responde estendendo uma folha para
mim – quer pintar comigo? – pergunta e eu aceno
pegando um lápis de cor.
- Qual é o seu nome? – pergunto para ele enquanto
pinto meu próprio desenho.
- Kyle e o seu? – pergunta de volta trocando a cor.
- O meu é Clarissa, é um prazer conhecer você
Kyle. – Murmuro e ele acena.
- Você também trabalha com a minha mãe e com o
Tio Barreira? – pergunta ele desviando o olhar
rapidamente para o homem gingante abaixando as
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cadeiras no salão.
- Não, eu sou namorada do Enzo. – Digo a ele e
seus olhos se arregalam.
- Legal, você é muito bonita. Posso pegar essa cor?
– pergunta apontando para o lápis azul na minha
mão.
- Claro, você também é muito bonito Kyle. –
Elogio entregando a ele o lápis, o menino cora e
suas bochechas ficam vermelhas. – Sua mãe me
disse que você tem uma irmãzinha. – Falo puxando
conversa.
- Eu tenho, ela ainda é um bebê. A minha mãe diz
que eu sou um irmão mais velho e preciso tomar
conta dela. – Fala.
- É verdade, sabe eu também tenho irmão. Na
verdade, eu tenho dois, um mais novo do que eu e
outro mais velho assim como você. – Digo a ele
que fica surpreso.
- O seu irmão mais velho também te protege, como
eu faço com a Annie? – pergunta e eu aceno
confirmando.
- Sempre que eu posso. – A voz do Ethan diz atrás
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de mim. – Oi maninha. – Sussurra beijando o topo


da minha cabeça.
- Oi, o que está fazendo aqui? – pergunto e logo
atrás vejo o Mason. – O que vocês dois estão
fazendo aqui? – pergunto surpresa.
- Viemos ver como você está e esse garotão quem
é? – pergunta abaixando no nível do Kyle.
- Esse é o meu amigo Kyle – digo e o menino sorri.
- É um prazer conhecê-lo Kyle eu sou o Ethan
irmão mais velho da sua amiga aqui. – diz
apontando para mim.
- Oi – sussurra meio envergonhado – aquele ali é
quem? – pergunta apontando para o Mason.
- Aquele é o meu outro irmão, o nome dele é
Mason. – Digo responde à sua pergunta.
- E aí moleque, puxa gostei do seu cachorro. Será
que consigo um desses para adotar? – pergunta e o
menino ri. – porque você não me leva para
conhecer o lugar amigo? – Mason pergunta com
uma piscadinha para mim.
- Está bem. – Responde saindo do seu lugar e
segurando na mão do Mason para mostrar o bar
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para ele.
- E então como você está? – pergunta o Ethan
tomando o acento do Kyle. – Parece cansada. – diz
ele observador.
- Não dormi direito, tive pesadelos a noite toda. –
Respondo dando de ombros.
- Que tipos de pesadelos? – pergunta preocupado.
- Pesadelos, não quero falar sobre isso, toda vez
que lembro meu estômago embrulhada. – Respondo
e ele franze a testa.
- Entendo que você não queira falar sobre isso,
quando eu tinha seis anos o papai sofreu um
acidente e eu lembro de sonhar com isso todas as
noites. Pensava que ele nunca ia voltar para casa e
que nunca mais iria vê-lo de novo. – diz e eu ouço
atentamente.
- O que fez os pesadelos pararem ou você não
acreditar que eles se tornariam verdade? – pergunto
com a mão trêmula porque isso é o que me assusta,
pensar que eles podem se tornar realidade.
- Max ajudou bastante, papai estava em coma e eu
sentia falta dele para caralho. Então o Max me
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disse que deveria conversar com ele quando fosse


visitá-lo no hospital, foi o que eu fiz e percebi que
os pesadelos são só nossos medos tentando nos
assustar. – Fala com um sorriso carinhoso – papai
acordou dois meses depois e sabe o que ele disse
para mim? – pergunta e eu nego. – “Eu ouvi você
filho e também senti a sua falta.” – fala e a essa
altura as lágrimas já caem dos meus olhos.
- Eu estou com medo. – Digo a ele – eu sinto que
alguma coisa muito ruim vai acontecer comigo. –
Falo e ele envolve seus braços ao meu redor.
- Nada vai acontecer com você, não se eu puder
evitar. – Sussurra nos meus cabelos – você é a
minha irmãzinha e ninguém vai machucar você. –
diz com convicção.
Mas a verdade é que nenhum deles pode evitar que
algo aconteça comigo, eu sinto que sou a única
capaz de salvar a mim mesma quando a hora chegar
e eu sei que está perto. Posso sentir isso na minha
pele.
Capítulo 36
Clarissa
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Emma folheia uma revista de noiva e franze a testa


a cada poucos minutos. Depois da conversa com o
Ethan, voltei com ele para casa dos meus pais,
Enzo não pode vir porque precisava terminar de
organizar o bar, mas vai estar aqui quando meu pai
chegar de Chicago com novidades.
- O que você acha deste? – pergunta ela apontando
para o Ethan.
- Pimentinha eu nem deveria estar vendo os
vestidos de noiva isso vai contra a crença popular.
– Meu irmão diz para ela que revira os olhos. –
Mas se tiver que escolher, prefiro esse. – diz ele
apontando para uma imagem.
- É claro que prefere, eu estaria praticamente nua
vestindo esse negócio – reclama ela.
- Você queria a minha opinião então eu dei. – Fala
dando de ombros – você já fez o convite para
Clarissa? – ele pergunta apontando para mim com a
cabeça.
- Que convite? – pergunto confusa.
- Quer ser minha dama de honra junto com a
Analuh? – pergunta ela com os olhos brilhando.

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- É claro, mas quem vai ser o meu par? – pergunto.


- Enzo vai ser o seu par, o idiota não quer nem
mesmo dar o braço para Summer por um minuto. –
diz o Ethan com um bufo.
- Amor eles estão apaixonados é compreensível. –
Emma diz para ele.
- Ele é um egoísta do caralho, custava ficar ao lado
da Summer por uma hora durante a cerimônia? –
pergunta exasperado.
- A Summer vai estar bem acompanhada, disso
temos certeza pelo menos. – Ela o lembra.
- Verdade, só estou com medo dessa história de
trocar os gêmeos não vá dar confusão no meu
casamento. – Ele fala.
- Espera, a Summer vai ser par de quem? –
pergunto não entendendo nada.
- Aidan vai ser par da Summer e o Mason da
Analuh. Esses dois são outros que espero que não
se matem até a cerimônia. – Meu irmão diz todo
dramático.
- Eles vão sobreviver. – Emma fala com um aceno
de mão – agora voltando ao vestido e quanto a este.
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Você gosta? – ela pergunta e meu irmão suspira.


- Amor, qualquer coisa que você escolher vai estar
perfeito tenho certeza. – Ele responde com uma
piscadinha.
Ela sorri toda feliz para ele e beija levemente os
seus lábios voltando a prestar atenção nas revistas
de arranjos florais, decoração de igreja, vestidos e
todas essas coisas de casamento. Enquanto eles
conversam sobre isso, levanto do meu lugar e
caminho até o piano.
Hoje de manhã, antes de ser interrompida por
aquela chamada, estava praticando a minha canção
de apresentação para Juilliard. Ela está quase
pronta e em breve poderei começa a ensaiar de
verdade. Trabalhar na sinfonia e nos tons corretos
para ficar tudo perfeito.
Tenho um mês para me preparar e preciso colocar
toda a minha concentração nisso nessa próxima
semana. Se a minha cabeça não voltar para o lugar
eu não sei se conseguirei ser aprovada nas
audições.
Enzo
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Sou recebido pela minha irmã na casa dos Maddox,


lhe dou um beijo na bochecha e entro já
conseguindo ouvir o som do piano. Mas esse som é
diferente, é furioso. Franzo o cenho e a Emma dá
de ombros.
Entro na sala e dou um aceno para o Ethan, ele
responde com uma inclinação de cabeça e acolhe a
Emma em seus braços. A Clarissa está martelando
as teclas do piano com força e rapidez, tocando sem
parar uma música sombria e furiosa.
- A quanto tempo ela está nisso? – pergunto e o
Ethan suspira.
- A uma hora, começou suave e agora está assim.
Se continuar nesse ritmo vai quebrar o piano. – Ele
fala baixinho.
Solto um suspiro e vou até ela, sento ao seu lado no
banco e apenas espero. Ela sabe que estou aqui e
vai parar quando se sentir melhor. Entendo a sua
frustração, ela deveria estar praticando agora e
estudando para passar naquela audição. Sua mente
deveria estar focada nisso e em mais nada, no
entanto ela está aqui pensando em tudo o que está
acontecendo.
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O idiota que está fazendo isso, conseguiu seu ponto


afinal. Ele conseguiu desestabilizar o emocional da
Clarissa e isso mexe com a sua forma de tocar. A
música é uma expressão dos seus sentimentos e
quando ela está frustrada é normal tocar com raiva.
A música finalmente para e ela respira bem fundo
antes de olhar para mim. Sorrio carinhosamente
para ela e beijo a ponta do seu nariz.
- Você pode falar comigo quando quiser, sabe
disso, não é? – pergunto baixinho em uma conversa
só nossa.
- Eu quero que isso acabe logo. – diz num sussurro
frustrado.
Nessa mesma hora Jake e a Nael passam pela porta,
o semblante dos dois é um pouco sombrio e isso
não parece uma coisa boa.
- Olá pessoal. – Nael cumprimenta largando sua
bolsa em cima de uma aparador. – Como está tudo
por aqui? – pergunta.
- Estamos bem, apenas alguns mais ansiosos do que
outro. – Ethan responde e ela acena. – Então como
foi em Chicago? – pergunta desviando os olhos

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para o pai.
- De mal a pior. – Ele responde com um suspiro se
jogando no sofá – onde está o Mason? – pergunta
ao não ver o filho mais novo por perto.
- No quarto estudando alguns contratos que a
Analuh passou para ele porque mais tarde vai sair
com os amigos. – Ethan responde e o Jake acena.
- Bom, então vamos deixá-lo de fora dessa
conversa por agora. – Ele responde. – Anjo venha
se sentar você deve estar exausta. – diz chamando
pela esposa.
A Nael faz o que ele pede e senta ao seu lado, ele
beija a sua mão depois de entrelaçar suas mãos e
então se vira na nossa direção para começar a falar
o que descobriu em Chicago.
Clarissa
- Fiz uma visita ao Phil como vocês já devem saber
e realmente o garoto é seu filho, o tal de Breno. –
Ele diz e todos acenamos já sabendo disso. – Phil
não sabe de nada sobre o assunto em questão. A
surpresa no seu rosto ao receber a minha visita foi
perceptível. – Ele fala.
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- Então ele não sabe sobre o que está acontecendo


comigo. – Murmuro e meu pai dá um meio aceno.
- Ele não sabe e nem sabe se é o Breno também,
mas deixou bem claro que está muito feliz com
isso. Principalmente depois que o coloquei na
cadeia. – Responde.
- Se ele não sabe então o que acontece agora? –
pergunta o Enzo ao meu lado apertando seus dedos
nos meus.
- Bom, como a conversa com o Phil não resolveu
muito a nossa situação então eu pedi ao Kent que
rastreasse o número de telefone do Breno e para
nossa surpresa, ele está bem aqui em Seattle. – diz.
- Então foi ele que deixou a mensagem no espelho
naquele dia, se ele está aqui é bem possível que
esteja vigiando a Clarissa de perto. – Enzo fala.
- Também acho, por isso fiz uma pesquisa mais
profunda sobre o passado do garoto e foi quando as
coisas ficaram interessantes. – Meu pai diz.
- O que foi que você descobriu e toda essa
investigação não é contra lei? – Ethan pergunta
nervoso.

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- Foda-se a lei, a sua irmã já foi a polícia e eles não


puderam fazer nada a respeito então eu vou fazer
algo sobre isso. – Meu pai rebate irritado.
- Estou do seu lado pai só não quero que vá preso
por causa disso. – diz ele e eu aceno concordando.
- Não quero que ninguém mais se machuque ou
saia prejudicado dessa história. – Falo e meu pai
bufa.
- Ninguém vai ser preso, até porque seu Tio
também está envolvido nisso agora. – Fala e nós
todos ficamos confusos – parece que esse tal de
Breno é um hacker bem experiente e com uma
ficha criminal bastante extensa. Além de hackear
telefones celulares e roubar dados pessoais dos
usuários, agora ele adicionou a sua lista de delitos
perseguir garotas jovens e bonitas. – Meu pai conta.
- Isso quer dizer que não sou a primeira garota a
passar por isso? – pergunto e ele nega.
- Você é a primeira com quem ele entra em contato
direto, todas as outras só sofreram com fotos
particulares expostas em redes sociais e conversas
íntimas com namorados divulgadas por aí. Isso
ainda não aconteceu com você graças a Deus, mas
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poderá infelizmente. – diz e meu corpo treme só de


pensar em todas as minhas conversar com o Enzo
sendo espalhadas por aí.
- O que a gente faz agora, como evitar que isso
possa acontecer? – Enzo pergunta.
- O Matt disse que no momento não há muito o que
fazer, mas agora o seu caso entrou em uma
classificação diferente. Ele não deve aparecer na
faculdade mais, porque o Matt avisou a polícia de
Portland sobre a localização dele e aqui em Seattle
o apartamento no qual indicava o celular rastreado
está vazio. A polícia espera que ele apareça por lá.
– Ele fala.
- Então ele vai ser preso? – pergunto e meu pai
acena que sim. Um suspiro de alívio toma conta do
meu corpo todo.
- Isso é uma coisa boa, mas e se ele não for
encontrado? – Ethan pergunta.
- Ele será, uma hora ou outra porque coloquei um
aviso de recompensa para quem souber do
paradeiro dele. – meu pai fala e os meninos acenam
felizes, eu por outro lado fico tensa de novo.

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- E se isso piorar as coisas? Ele já tem motivos para


odiar a nossa família e agora o senhor está
oferecendo uma recompensa por ele. – Digo
exasperada.
- As pessoas são movidas por dinheiro e quando
souberem do montante que estou disposto a pagar
para colocar esse garoto no lugar dele, vai chover
pessoas nos dando sinais de onde ele esteve e com
isso podemos descobrir os seus passos. Também
vai ser mais rápido achá-lo dessa maneira. – Fala.
- Seu pai tem razão, o dinheiro pode mover
montanhas. Olha para mim Pérola, meu próprio
gerente estava roubando o bar e ainda por cima
tentado colocar a culpa em outra pessoa só para não
ter que pagar a pensão dos filhos e ficar com toda a
grana para si. – Responde o Enzo.
- Tudo bem, só espero que vocês estejam certo e
que ele não fique com mais raiva ainda. –
Murmuro.
Capítulo 37
Enzo
Alguns meses depois...
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As semanas passaram mais rápidos do que


podíamos ver, depois daquela conversa com a
família da Clarissa e do Jake ter oferecido uma
recompensa pelo paradeiro do Breno, não ouvimos
mais falar dele. Até mesmo as mensagens que a
minha Pérola estavam recebendo pararam e ela não
precisou trocar de número.
O que nos deu uma sensação de calma temporária,
Clarissa pode voltar a se concentrar na sua música e
agora está pronta para a apresentação na próxima
semana depois do casamento do Ethan esse fim de
semana.
A despedida de solteiro dele é hoje à noite, numa
quinta-feira porque os noivos querem estar bem
dispostos para o casamento no sábado e vão passar
a sexta de molho descansado.
Então chego no bar um pouco mais cedo do que o
esperado, a festa de despedida de solteiro do casal
vai ser aqui está noite. A Emma quis fazer uma
festa temática e todos vão aparecer vestidos de
mafiosos e terá jogos de poker no salão principal e
uma pista de dança improvisada para as meninas.
- Cuidado com isso é frágil. – Ouço a Summer
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gritar para um dos carregadores trazendo um objeto


da decoração.
- Eles não são surdos você sabe. – Cochicho no
ouvido dela que pula de susto num emaranhado de
cabelo colorido.
- Nossa está querendo me matar? – pergunta toda
dramática – o que está fazendo aqui? – pergunta
sem me deixar responder sua primeira pergunta.
- Caso tenha esquecido esse é meu bar e a
despedida de solteiro do meu melhor amigo. – A
lembro que acena com desdém.
- Grande coisa, agora se você veio ajudar pode
começar verificando as bebidas. – Pede apontando
para o bar.
- Summer estamos num bar não vai faltar bebida,
além disso a Carla já está conferindo tudo e o Miles
está com tudo sobre controle, afinal é para isso que
eles são pagos. – Respondo e ela revira os olhos.
- Eu quero que tudo saia perfeito é a despedida da
minha melhor amiga também. – Fala.
- Como você mesma disse é uma despedida de
solteiro, as coisas nunca vão sair perfeitas. Tem
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sempre alguém louco, bêbado ou dramático demais


nessas reuniões de amigos. Vai por mim já passei
por isso mais vezes do que possa contar. – Aponto
e ela morde o lábio nervosa. – Relaxa o que
importa é que todos se divirtam, principalmente os
noivos. – Sussurro e ela finalmente concorda.
Bato no ombro do Barreira na entrada do corredor e
dou um aceno para Carla antes de seguir até o meu
escritório fazer algumas verificações.
Abro a porta e sou surpreendido com a visita da
Analuh, ela vira ao barulho da porta abrindo e sorri
para mim.
- Olá estranho. – Cumprimenta vindo me abraçar.
- Olá maninha, a que devo a honra dessa visita? –
pergunto depois de soltá-la.
- Vim ver como você está e também entregar esses
papéis para você assinar. – diz apontando para um
envelope em cima da minha mesa.
- Coisas do escritório? – pergunto andando até a
minha mesa e abrindo o envelope.
- Sim, são procurações e essas coisas que a gente
precisa acertar todo mês. – Lembra ela e eu aceno
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já sabendo disso.
Abri mão da minha parte da empresa para Analuh
gerenciar, principalmente depois que a Emma e ela
se entenderam e passou a participar efetivamente da
empresa.
- Como estão as coisas com você? – pergunta se
fazendo à vontade no meu escritório.
- Bem na medida do possível, Mason comentou
alguma coisa com você sobre o que está
acontecendo com a Clarissa? – pergunto e ela acena
que sim.
- Sim ele contou, ligou algumas noites meio
elétrico precisando conversar e parece que eu era a
única pessoa disponível na sua longa lista de
contatos. – diz ela com um revirar de olhos.
- O garoto confia em você, não me admira que
tenha lhe procurado para conversar. – Respondo
com um dar de ombros despreocupado.
- Eu não vejo porque, a gente se detesta a maior
parte do tempo e isso nos dias bons, nos ruins nos
odiamos. – diz ela.
- Mason não te odeia, até porque se odiasse não
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tentaria te levar para cama sempre que tem


oportunidade. – Respondo e ela geme de desgosto.
- Mason precisa crescer muito antes de conseguir
alguma coisa comigo, eu preciso de um homem
Enzo, não um moleque. – Fala.
- Isso é o que você acha, mas talvez como ele
mesmo diz, você ande precisando relaxar e curtir
mais a vida. O que você anda fazendo no seu tempo
livre? – pergunto e ela se remexe no lugar.
- A minha vida pessoal não diz respeito a mais
ninguém além de mim mesma. – Responde ríspida
– além disso eu tenho saído bastante para socorrer o
Mason dos seus porres. – Resmunga.
- Porque você está indo atrás dele? – pergunto
curioso.
- Porque não quero que o Tio Jake se decepcione
ainda mais com o Mason, ele tem potencial sei
disso só precisa de um empurrãozinho da vida. –
Fala.
- Um empurrãozinho que está demorando para
chegar você não acha? – pergunto e ela dá de
ombros. – Mas verdade seja dita, ele age diferente

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quando você está por perto. – Aponto.


- Talvez, mas chega de falar do Mason. Quero
saber como estão as coisas com você. – diz ela e
lhe conto resumidamente o que está acontecendo.
- Estou apaixonado por ela Ana, como nunca estive
em toda a minha vida e só de pensar que alguém
possa machucá-la meu peito doe. – Murmuro e ela
sorri suavemente.
- É claro que você estaria apaixonado por ela, não
consigo lembrar de uma única vez em que nossas
famílias se reunirão que você olhou para ela com
menos do que admiração. – diz.
- Ela era uma criança. – Sussurro envergonhado.
- Era e você sabia disso, por isso se afastou. Mas o
que está destinado a ser seu sempre será, mesmo
que leve anos para isso acontecer. – Fala um pouco
perdida na própria cabeça. – Olhe para Emma e
para o Ethan, todas as coisas que eu fiz não
impediram os dois de ficarem juntos. – Conclui.
- Tem razão e isso quer dizer que você também está
destinada a algo, só é preciso esperar acontecer
para saber. – Respondo.

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Ela acena concordando, mas ainda parece meio


perdida em pensamentos. Ficamos conversando um
pouco mais antes dela receber uma ligação do
Mason, querendo saber sobre alguns contratos que
não consegue entender.
- Vamos eu acompanho você até lá na frente e
aproveito para ver se a Summer não espantou os
meus funcionários. – Murmuro levantando do meu
lugar e seguindo atrás dela para fora do escritório.
Ao entrar mais uma vez no salão sou surpreendido
pela minha Pérola conversando com a Summer
distraidamente. A gente não se vê a duas semanas,
eu fui visitá-la a uma semana, mas a visita não
durou muito tempo. Ela estava ocupada estudando
e recuperando o tempo perdido que não pudemos
ficar muito juntos.
Ver ela depois de tanto tempo é um colírio para os
meus olhos e só me deixa ainda mais decidido a
segui-la para Nova York. Essas duas semanas longe
dela foram um inferno na terra, o mau humor
tomou conta de mim e não conseguia tirá-la da
cabeça.
- Tem um pouquinho de baba escorrendo aí. – A
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Analuh provoca apontando para o meu queixo com


um sorriso no rosto.
- Sai para lá. – Xingo e caminho a passos rápidos
na direção da Clarissa que se vira ao sentir a minha
presença.
O sorriso mais lindo e iluminado que já vi se abre
no seu rosto e ela abre os braços para me receber.
Seu cheiro toma conta de tudo ao meu redor e meu
corpo finalmente está relaxado ao sentir o calor da
sua pele.
- Puta merda Pérola, senti sua falta para caralho. –
Sussurro no meio dos seus cabelos.
- Também senti a sua, um monte. – Responde
afastando o rosto somente tempo suficiente para
selar seus lábios nos meus.
A beijo longa e duramente, saboreio da sua boca e
pouco me importo com as pessoas ao nosso redor
assobiando ou gritando gozações. Só quero
aproveitar esse momento e faze-lo durar, podia
passar a minha vida inteira apenas beijando essa
mulher que estaria satisfeito.
Capítulo 38
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Clarissa
Enzo interrompe o beijo depois que o ar começa a
se tornar escasso nos meus pulmões, mas ainda não
se afasta de perto de mim. Envolvo os braços ao
redor do seu pescoço e mexo nos fios de cabelo da
sua nuca.
- Oi. – Sussurro baixinho e ele sorri para mim.
- Oi Pérola. – Murmura dando um beijo rápido e
delicado nos meus lábios já inchados. – Você
chegou cedo, pensei que viesse só mais tarde. –
Comenta esfregando os polegares na minha cintura
por baixo da blusa.
- Eu sei, pensei em fazer uma surpresa e chegar
mais cedo para ajudar também. – Respondo e
somos interrompidos pela Analuh.
- Desculpe interromper casal, mas você e eu
precisamos ir. – diz ela apontando para mim e lhe
dou um aceno positivo.
As meninas querem se reunir para comprar a
fantasia de mafiosa e combinaram de fazer isso
agora pela manhã, para que a tarde fique livre para
nos arrumarmos.
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- Eu tenho que ir, nós vamos comprar as fantasias


para festa agora. – Digo a ele que faz uma cara
emburrada.
- Mas você acabou de chegar. – Resmunga me
fazendo sorrir.
- Eu sei, mas combinei com as meninas e não
queria ir sem antes ver você. – Respondo.
- E você já viu agora vamos que já recebi cinco
mensagens da Emma perguntando se estamos no
caminho. – diz a Analuh com um sorriso simpático
– Summer está na hora de ir. – Grita por cima do
ombro para Summer.
- Eu tenho que ir, mas antes quero saber se posso
usar o seu apartamento para me arrumar? – peço a
ele que acena feliz.
- Com o maior prazer. – Pisca malicioso dando um
último beijo na minha boca antes da Summer e a
Analuh me tirarem dali.
- Credo vocês dois são mais melosos que a Emma e
o Ethan. – Summer queixa-se já dentro do táxi.
- Nós estamos apaixonados, o que posso dizer. –
Murmuro e ela revira os olhos.
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O taxista nos leva até o shopping center onde todas


as meninas já estão esperando por nós junto de um
Mason muito carrancudo. Analuh geme ao meu
lado e desce do táxi indo direto na direção dele,
meu irmão a puxa para um canto mais afastado para
conversar.
- Finalmente vocês chegaram a noiva já estava
ficando louca de tanto esperar. – Iara sussurra
apontando para Emma.
- Estamos aqui agora, qual é o plano de ação? –
Summer pergunta.
- Tem uma loja de fantasias muito boa aqui e
podemos encontrar tudo que procuramos lá. –
Melinda diz e todas concordamos.
- Ótimo, agora só precisamos esperar a Analuh e
podemos ir. – Sara diz arrumando a alça da sua
bolsa no ombro.
Esperamos a Analuh por pelo menos cinco minutos
até ela e o Mason terminarem de conversar, quando
a conversa termina o Mason vai embora e ela
caminha na nossa direção.
- O que ele queria? – pergunto curiosa.

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- Falar de trabalho. – Responde rapidamente –


estamos prontas? – pergunta para mudar de assunto
e todas concordamos.
Nosso bolinho de mulheres passa pelas portas do
shopping e cada par de olho masculino se vira na
nossa direção. Summer, Emma, Analuh e Phobe
seguem logo atrás da Melinda que lidera o
caminho, Iara, eu, Sara e a Maia seguimos mais
atrás.
- E aí deu para matar a saudade do seu boy magia?
– Maia pergunta.
- Um pouquinho, mas combinei com ele de me
arrumar no seu apartamento e só então vamos
poder matar a saudade de verdade. – Respondo
num cochicho.
- Olha só para ela, quanta depravação. O Enzo
realmente mudou você, estou tão feliz por você não
vejo a hora de encontrar o meu boy magia também.
– Iara diz com empolgação.
- Matteo é afim de você. – Digo a ela que suspira.
- O cara é lindo de morrer, mas ele não faz as
minhas pernas tremerem e nem o meu coração

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acelerar. – Sussurra e sei exatamente de quem ela


está falando.
- Você já transou com ele? – Maia pergunta e a Iara
nega.
- Não, até porque tem muita coisa acontecendo. Se
conseguir aquela bolsa em Nova York vou me
mudar para lá e ele tem o futebol, então não é para
ser e não vou me envolver sério com ninguém
agora. – Responde e a Maia acena.
- Então você vai mesmo querer ser uma atriz
famosa? – Sara pergunta.
- É claro que sim, é para isso que estou me
mantando de estudar e fazer teatro. – Responde a
Iara.
- Quando vocês falam assim a profissão que escolhi
parece um nada. – Sara comenta desanimada.
- A sua profissão é linda Sara, você vai ser uma
professora de pré-escola excelente. Não tem nada
de errado nisso, você vai ter a chance de
proporcionar sonhos para muitas crianças, sem a
sua orientação não haveriam tantos profissionais
qualificados por aí. – Digo a ela – eu sei que sou

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profundamente grata a meu mestre de piano, sem


ela nunca seria capaz de tocar do jeito que toco. –
Concluo.
- Eu também não seria nada sem meu professor de
teatro. – Iara diz e a Maia conclui.
- E eu sem meu professor de biologia e
musculatura.
- Obrigada meninas amo vocês. – Sussurra com
algumas lágrimas nos olhos emocionada. – A
propósito eu tenho uma coisa para contar, mas por
favor não digam a ninguém ainda. – Fala num
sussurro baixo.
- O que é? Agora você atiçou a minha curiosidade.
– Iara cochicha.
- Miles e eu vamos nos casar. – Fala e nos três a
abraçamos gritando em pleno shopping.
Miles tinha dito que a pediria em casamento
quando conseguisse organizar a sua vida, parece
que ele finalmente conseguiu e isso graças ao
trabalho bem remunerado de gerente no bar do
Enzo. Os dois se entenderam muito bem e são bons
trabalhando juntos.

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- Nossa qual o motivo para tanta alegria? – Emma


pergunta chegando mais perto do nosso bolinho
com a Melinda, Phoebe, Analuh e a Summer.
- Nada só estávamos planejando fazer uma surpresa
para os meninos e comprar algumas lingeries
novas. – diz a Sara feliz.
- Essa parece ser uma boa ideia, talvez devêssemos
todas fazer isso também. – Emma concorda.
- Eu não tenho namorado, mas não vejo mal algum
em gastar uma centena de dólares para me ver linda
e sexy por uma única noite. – Maia diz e todas
concordamos resolvendo expandir as nossas
comprar até a loja de lingerie.
Voltamos a caminhar até a loja de fantasias e na
hora de escolher foi uma loucura. As meninas
estavam super empolgadas e fizeram a festa na loja.
No final escolhi um macaquinho bem curto cinza
risca de giz, um chapéu preto para combinar com
os meus sapatos e uma meia até o joelho branca.
Como a minha escolha de fantasia não foi muito
demorada avisei a Iara que iria descer até a loja de
lingerie e esperar por ela lá. Ela me dá um aceno
positivo e com isso saio da loja distraída.
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Dou uma olhadinha em algumas vitrines e continuo


caminhando até uma mão masculina segurar o meu
braço e outra tapar a minha boca. Meu coração bate
desesperadamente enquanto sou arrastada até uma
sala de depósito escura.
Capítulo 39
Clarissa
Meu corpo todo está tremendo de medo e não
consigo evitar de chorar, as luzes do pequeno
depósito se acendem e o cara atrás de mim vira o
meu corpo para que possa encará-lo. Um grito
apavorado salta da minha boca ao reconhecer o
Breno e ele volta a tapar a minha boca com a mão.
- Fique quieta por favor eu não vou te machucar. –
Sussurra aparentemente tão assustado quanto eu –
olha eu vou tirar a mão dá sua boca, mas por favor
não grite eu só quero conversar. – Murmura.
Ele faz exatamente o que disse e tira a mão da
minha boca dando um passo atrás ficando o mais
longe possível de mim e levanta as mãos num sinal
de rendição.
- Não vou machucar você. – Fala abaixando as
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mãos.
- O que você... o que você quer? – pergunto meio
gaguejando nervosa.
- Conversar, só preciso de cinco minutos. – Pede e
depois abre espaço saindo de frente da porta – você
pode ir embora depois que terminarmos. – Fala.
- Você não vai me machucar, não é? – pergunto
agora na dúvida, ele parece sincero apesar de tudo.
- Nunca, olha eu sei que fui um ogro com você no
café naquele dia e peço desculpas por isso só não
estava acostumado a levar um fora. – Se defende e
eu estreito o olhar desconfiada.
- Você foi um babaca completo e depois ficou
mandando mensagens nojentas. – Aponto.
- Não fui eu, é sobre isso que quero falar. Seu pai
colocou um prêmio pela minha cabeça, mas não fiz
nada. – Fala apressado.
- Como assim nada, desde aquele dia na cafeteria
eu tenho recebido mensagens explícitas de sexo e
ligações também. – Digo a ele.
- Não fui eu, juro que não fui eu. Olha eu não falo
com você desde aquele dia na cafeteria. – Murmura
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nervoso – tenho passado os últimos dois meses


escondido porque algum maluco usou o meu nome
para fazer essa merda com você, mas não fui eu. –
diz com convicção.
- Eu não acredito em você. – Sussurro.
- Mas deveria, porque eu não fiz essa merda e estou
vivendo feito um fugitivo por sua causa. Não
consigo nem visitar minha família Clarissa por
causa da merda dessa recompensa do seu pai. –
Aponta.
- Meu pai só está tentando me proteger, bem... de
você. – Aponto.
- Se eu quisesse te fazer mal já teria feito, não sou
eu quem está fazendo essa merda com você e
preciso que acredite em mim. – Pede quase
suplicando.
- Se não é você então prove. – Peço cruzando os
braços sobre o peito de forma defensiva.
- Meu nome é Breno Bennet Conrado, sou filho de
Marie Bennet Conrado e Otávio Conrado. Meus
pais são cirurgiões aqui em Seattle, faço faculdade
de administração de empresas e nunca mandei

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mensagens explícitas para uma garota que não


estivesse afim. Não sei quem está fazendo isso com
você, mas não sou eu. Já parou para pensar quantos
Breno Bennet existem nesse mundo e além disso
Bennet é meu sobrenome por parte de mãe, quase
nem o uso. – diz.
- Seu pai não se chama Phil Bennet? – pergunto e
ele nega.
- Não, nunca ouvi falar desse nome antes porque? –
pergunta agora curioso.
- Isso não importa e se você é mesmo inocente
precisa falar com o meu pai? E porque a sua família
não entrou em contato até agora para resolver esse
mal-entendido? – pergunto com uma sobrancelha
levantada duvidosa.
- Sou filho único e eles estão de férias no Caribe,
vão ficar três meses fora e eu deveria encontrá-los
nas férias. – Explica esfregando o cabelo – se eu for
falar com o seu pai que garantias tenho de que ele
não vá chamar a polícia? – pergunta.
- Nenhuma, mas é melhor do que nada e se não é
você quem está mandando essas mensagens ou não
é a pessoa que o Tio Matthew está procurando não
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tem porque temer. – Respondo.


- Tudo bem eu vou encontrar com o seu pai, mas
não na sua casa. Lá tem seguranças demais e quero
sair vivo dessa história toda. – Aponta e eu
concordo.
Os seguranças do meu pai não o deixariam passar
do portão de entrada e logo chamariam a polícia,
então ele não teria a chance de explicar e meu pai
não teria a oportunidade de verificar se essa história
é verdade ou não.
- Está bem, me encontra nesse endereço e esteja lá
no horário se não tudo que você disse vou acreditar
que é mentira. – Digo a ele pegando um papel de
dentro da minha bolsa para anotar o endereço e o
horário.
- Eu vou estar lá, mas por favor peça para o seu pai
me ouvir primeiro antes de qualquer coisa. – Pede
guardando o bilhete no bolso.
- Meu pai não vai machucar você se for inocente de
verdade. Ele é esperto e não louco. – Digo e o
Breno acena – posso sair agora? – pergunto e ele
abre a porta para mim.

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Ele sai logo depois e puxa o capuz sobre a cabeça


para esconder o rosto, depois se perde no meio das
pessoas para sair do shopping sem ser visto. O que
me faz pensar que se não foi ele quem mandou as
mensagens então quem foi?
- Isa pensei que você fosse esperar pela gente lá
embaixo na loja. – Emma diz ao me ver parada no
meio do corredor.
- Estava dando uma olhada nas vitrines e perdi a
noção do tempo, mas vamos descer e escolher
algumas coisas bem sexy para vestir por baixo
dessas fantasias. – Digo tentando disfarçar o
nervosismo do encontro de poucos minutos.
Nós descemos as escadas rolantes a procura das
outras garotas, mas a minha mente não consegue se
desligar do que aconteceu a pouco. Tentando
encontrar mentiras nas suas palavras e porque ele
me procurou ao invés de procurar a polícia para
esclarecer tudo logo.
Tudo isso parece loucura e para piorar a situação se
não for mesmo o Breno então quem foi? Porque as
mensagens pararam no nada, porque eu fui a
escolhida? Então algo me bate e se as mensagens
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pararam porque ele finalmente conseguiu o que


queria? E se ele está mais perto do que pensamos
ao invés de recuar como o meu pai e o Enzo acham
que aconteceu?
O medo que tinha desaparecido a algumas semanas
volta com tudo e agora me pergunto o quanto esse
cara está afim de arriscar para conseguir o que quer
no final?
Capítulo 40
Clarissa
Chego em casa e entro apressada para procurar pelo
meu pai, mas dou de cara com o Gus meu novo
segurança particular. Ele tem sido pior que todos os
outros seguranças que já tive, Gus me segue para
todo lugar e se não tivesse batido o pé até no
banheiro feminino ele entraria.
Sua presença ao meu redor é insuportável e estou
louca para pedir clemência ao meu pai para colocar
o Kent no seu lugar.
- Chegando agora? – pergunta e lhe dou um aceno
positivo, ele detesta o fato de não poder me seguir
quando estou em casa, diz que isso dificulta o
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trabalho dele.
- Sim chegando agora, com licença que preciso
falar com o meu pai. – Digo a ele dando a volta e
entrando mais em casa.
- Ele está no escritório acabei de entregar o
relatório da semana para ele. – Fala e eu aceno
seguindo naquela direção.
Sinto os olhos do Gus me seguindo ao longo de
todo o caminho até me perder de vista no corredor,
bato na porta e entro sem esperar pela resposta.
- Precisamos conversar. – anuncio e meu pai desvia
os olhos dos papéis na sua frente.
- É claro, sente-se querida e me fale como tem sido
com o novo segurança. – Pede.
- Um inferno, mas isso você já sabe de todas as
ligações de reclamações que fiz e agora tenho um
assunto mais importante para falar. – Digo a ele
que endireita a postura para ouvir o que tenho para
dizer.
- Muito bem pode falar. – Pede com um aceno de
mão.
- Encontrei com o Breno no shopping agora pouco
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enquanto estava fazendo compras. – Digo e ele


salta da cadeira pronto para pegar o telefone – pare.
– Peço colocando minha mão em cima da sua.
- Precisamos avisar a polícia querida. – Ele diz
puxando o celular dessa vez.
- Pai ele disse que é inocente e está pronto para
conversar com o senhor para explicar, mas nada de
polícia. – Digo e meu pai estreita o olhar.
- Como assim explicar, não tem muita explicação.
O dossiê diz que foi ele e além disso a polícia tem
provas de tudo que aconteceu com as outras
garotas. – Fala.
- Eu sei disso, mas ele não me machucou e poderia
ter feito isso. O senhor já pensou que se o cara for
mesmo um hacker podia muito bem usar os dados
de outra pessoa para desviar a atenção de si
próprio? – pergunto e meu pai para pensativo.
- Ele disse que quer conversar porquê? – pergunta
duvidoso.
- Para explicar que não foi ele, acho que
deveríamos ir só assim vamos descobrir a verdade e
saber quem pode estar por trás disso tudo. Além do

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mais se ele for culpado não vai aparecer. – Aponto


e meu pai acena concordando.
- Tudo bem onde ele vai estar? – pergunta e eu
conto a ele sobre o encontro que combinei com o
Breno na festa de despedida de solteiro do meu
irmão.
- Não quero estragar a festa do Ethan, mas essa é
única maneira. Se o Breno não for o cara que está
mandando mensagens para mim, precisamos fazer
o cara que está continuar acreditando na mentira
que ele inventou. – Falo e meu pai sorri.
- Você é inteligente igual a sua mãe, o que me
lembra de tempos passados onde sua mãe bancava
a detetive e no fim tinha razão. Tudo bem vou
encontrar com o garoto, mas o Kent vai comigo e o
Gus também para sua segurança. – Fala e eu tenho
que discordar.
- Pai mantenha o Gus fora disso por favor, tudo
bem você levar o Kent. Mas não o Gus, eu não
gosto dele e não confio nele. Eu não sei só acho
que a gente deveria envolver o menor número de
pessoas possíveis, Miles vai estar lá e pode ajudar
se for necessário. – O lembro.
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- Tudo bem, apenas o Kent e mais ninguém. Diga a


ele que vou estar lá e pergunte ao seu namorado se
podemos usar o escritório do bar para conversar,
tem câmeras de segurança lá que podem ser úteis
mais tarde. – Avisa.
- Vou falar com o Enzo e pedir para deixar tudo
arrumado, obrigado por aceitar e esclarecer as
coisas sem confusão. – Digo indo abraçá-lo.
- Vou ouvi-lo Clarissa, mas se o garoto não tiver
uma boa explicação para isso então vou chamar a
polícia e deixar que eles resolvam tudo. Entendeu?
– pergunta e eu aceno sendo apertada pelos seus
braços protetores.
Enzo
- Não acredito que você encontrou com esse cara
sozinha. – Enzo reclama andando de um lado para
o outro no meio da sua sala.
- Eu não o encontrei, ele que me encontrou. Estou
começando a acreditar nele Enzo. – Digo e o
homem para de andar.
- Está brincando comigo? O cara fez tudo aquilo
com você e agora diz que é inocente e você
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acredita? – pergunta exasperado.


- Se ele fosse culpado então não tentaria esclarecer
as coisas e no caminho para cá fiz algumas
pesquisas. Ele é filho de quem diz que é e tem fotos
nas redes sociais dele com várias garotas, nenhuma
delas está com cara de infeliz. – Murmuro.
- E se isso for mais uma mentira, afinal o cara é um
hacker e pode inventar a mentira que quiser. – Enzo
protesta.
- Sei disso, mas ele não parecia culpado e estava
nervoso. Meu pai também não facilitou as coisas,
não tinha fotos naquele dossiê tinha? – pergunto e o
Enzo nega. – Então até que a gente converse com
ele não vamos saber a verdade e se for ele o
culpado então nós vamos saber. – Falo.
- Tudo bem, mas eu vou estar com você e com o
seu pai. Se esse cara estiver mentindo a surra que
eu vou dar nele por ameaçar você vai ser grande. –
Avisa.
- Você fica muito sexy quando está todo protetor. –
Murmuro passando a língua pelos lábios.
- Pareço é? – pergunta avançando na minha direção

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e apoiando as mãos ao lado da minha cabeça no


encosto do sofá.
- Parece sim. – Afirmo mais uma vez puxando sua
cabeça pela nuca para perto e ele sorri malicioso.
- Bom, você parece extremamente sexy quando está
tentando me distrair, mas isso não vai funcionar
Pérola. Tenho planos para hoje à noite e quero você
no ponto esperando por mim. – Murmura antes de
beijar a minha boca rapidamente e se afastar.
- Como assim planos, pensei que a gente fosse
matar a saudade agora mesmo. – Protesto
emburrada.
- Não, eu passei duas semanas esperando por você
e tenho planos muito românticos para depois da
festa. Portanto tenha paciência Pérola. – Pede com
um sorriso de quem está aprontando alguma coisa.
- Tudo bem vamos fazer do seu jeito. Agora será
que a gente pode aproveitar esse tempinho juntos
antes da bagunça lá embaixo começar para
namorar? – pergunto e ele acena vindo até mim.
- Tudo bem Pérola, vamos dar uns amassos, mas
nada de sexo. – Avisa e nós nos enrolamos no sofá

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até perdermos a noção do tempo.


Capítulo 41
Clarissa
A música alta soando dos alto falantes do bar
distrai a minha mente por alguns minutos do que
vai acontecer. Estou nervosa porque isso pode ser
uma armadilha para gente, mas também pode ser
verdade e complicar ainda mais as coisas.
- Não fique nervosa, você não vai estar sozinha.
Seu pai e eu estaremos lá, o segurança dele também
e o Miles ok? – pede o Enzo apertando minha mão
na sua.
- Sei disso, mas não consigo evitar. Tudo pode
acabar hoje ou não. – Respondo e ele acena.
- Vem vamos dançar e distrair a mente enquanto ele
não chega. – Pede puxando meu corpo pela mão até
a pista de dança.
- Lembra dessa música? – pergunta ele e paro para
prestar atenção a música tocando alto. É “Church -
Chase Atlantic” a mesma música que a gente
dançou no dia do meu aniversário. – Essa música
trouxe boa sorte para mim e com ela tive você. –
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Sussurra no meu ouvido.


- Isso tudo faz parte do seu plano romântico para
mais tarde? – pergunto ficando mais perto e
enrolando os braços ao redor do seu pescoço.
- Não isso foi coincidência. Minha irmã e o Ethan
escolheram as músicas que vão tocar está noite,
mas se você quiser pensar que fui eu não vejo
problema. – diz me fazendo sorrir. – Eu te amo
Pérola. – Murmura no meu ouvido – amo você e
quando você for para Nova York eu vou com você.
– diz num cochicho.
- Eu também amo você e vou ficar feliz de dividir a
minha vida com você. Cada minuto dela. –
Sussurro de volta e ele me beija.
- Fico feliz em ouvir isso porque estava pensando
em dividir o apartamento com você. – Fala depois
que nos separamos enquanto nossos corpos se
movimentam na pista.
- Eu adoraria isso, mas a Iara e eu estávamos
pensando em fazer isso. – Respondo mordendo o
canto da boca nervosa.
- Acho que posso ser um companheiro de quarto

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muito melhor do que ela. Além do mais sou eu


quem esquenta seus pés à noite e é a minha boca
que faz loucura com o seu corpo. – Murmura
tentando me convencer.
- Hum, tem razão quanto isso. Vou pensar com
calma no seu pedido, quem sabe você possa me
convencer um pouco mais se usar essa sua boca
incrível em mim mais tarde. – Provoco e ele geme
dando uma mordida suave no meu lábio inferior.
- Será um prazer. – Sussurra com uma beliscada no
lóbulo da minha orelha. – Mas você sabe Pérola,
tenho que perguntar o que vai acontecer se por
acaso Juilliard não acontecer? – pergunta mudando
de assunto.
- Que bom que você perguntou sobre isso porque
tenho pensado bastante nessa possibilidade. –
Murmuro e ele acena.
- E o que você pensou? – pergunta curioso.
- Estava pensando em dar aulas de piano aqui
mesmo na cidade ou conseguir que uma gravadora
acredite no meu talento. – Respondo.
- Parece um bom plano, você não pensou em sei lá

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trabalhar na orquestra principal da cidade? –


pergunta e eu penso nisso por um minuto.
- Seria uma boa oportunidade de ganhar espaço no
meio da música clássica e quem sabe fazer meu
nome na área. Trabalhar fora do país talvez. –
Sussurro e ele acena.
- Então essa poderia ser outra possibilidade? –
pergunta.
- É talvez e posso optar por ela depois que concluir
a graduação na Juilliard. Eu vou ficar lá um ano e
depois quem sabe o que será. – Respondo.
- Parece que temos um plano B então. – Sussurra e
eu aceno confirmando.
Bem nessa hora somos interrompidos por um cara
vestindo máscara preta e chapéu da mesma cor
como um completo mafioso. Assim como a mim e
ao Enzo também ou melhor como todos aqui, mas
eu o reconheço logo de cara.
- Breno. – Sussurro e ele acena que sim apontando
para os fundos.
- Meu escritório, estão esperando a gente lá. – Enzo
fala baixinho e ele acena seguindo atrás da gente
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até o escritório onde meu pai está esperando por


nós.
Enzo
Abro a porta do escritório e dou passagem para que
o Breno entre, logo depois entro junto com a
Clarissa e fecho a porta novamente. Jake Maddox
levanta do seu lugar e cruza os braços sobre o peito
exatamente como o montanha do Kent num canto
ao lado do Miles.
- Então garoto você queria conversar aqui estamos.
– diz ele sem rodeios indo direto ao assunto.
- Sim senhor. – Ele acena engolindo em seco e eu
conheço exatamente a sensação, afinal Jake
Maddox é intimidante – eu sou inocente senhor. –
Alega.
- Não é o que as provas apontam meu jovem. –
Jake afirma apontando para um punhado de papéis
em cima da minha mesa.
- Que provas? – pergunta assustado.
- Provas de que você foi o responsável por enviar
mensagens pejorativas para minha filha, de que foi
desrespeitoso com ela em público numa cafeteria,
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de que esteve no restaurante no dia em que ela foi


ameaçada e que tem feito ligações para o número
de celular dela. – Aponta e o cara fica mais branco
que uma cera.
- Eu... eu não... eu não fiz isso. – Fala gaguejando
de medo. – Olha senhor eu já expliquei para
Clarissa e pedi desculpas pelo episódio na cafeteria,
não estou acostumado a ouvir um não e perdi a
cabeça naquela hora. Sua filha até já me puniu por
isso, mas quanto a todo o resto eu não sei do que
está falando. – diz.
- E você espera que eu acredite nisso? – pergunta o
Jake com uma sobrancelha levantada.
- Espero, porque é a verdade. Eu não falei mais
com a Clarissa depois daquele dia e passei o meu
tempo entre a faculdade e a minha família que
viajou a dois meses de férias para o Caribe. Deveria
ter ido com eles, mas estava na semana de provas e
não pude ir. Então toda essa história de recompensa
apareceu e eu não sabia o que fazer, tentei falar
com os meus pais, mas o telefone fica com um
chiado estranho e sempre dá ocupado. – Ele fala e o
Kent o interrompe.
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- Está com o aparelho aí? – pergunta o grandalhão.


- Está aqui. – diz tirando o aparelho do bolso e
entregando ao Kent e ao Miles. – como eu dizia as
pessoas começaram a olhar estanho para mim então
parei de sair na rua e ir a faculdade. Tenho ficado
em casa desde então, os empregados podem afirmar
isso e a casa tem sistema de segurança se quiser
verificar também. – Fala.
- Você é daqui de Seattle? Já esteve em Chicago
antes? – pergunto.
- Sou daqui, já estive em Chicago na casa de um
amigo por um final de semana e meu pai trabalhou
como sócio na clínica de outro médico por lá. –
Explica confuso.
- Qual é seu nome real garoto e não minta para
mim? – Jake pergunta.
- Breno Bennet Conrado. – Ele responde e o Jake
digita no celular rapidamente. – O que está
acontecendo, porque essa perseguição louca por
mim? – pergunta atordoado.
- Não é ele. – Sussurro porque ninguém conseguiria
mentir assim na frente de tantas pessoas e parecer

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tão perdido quanto ele parece.


- O telefone está grampeado. – Kent fala tirando
um fiapo de fio com uma escuta do celular do
Breno – é por isso que as ligações dele foram
interrompidas e estavam ruins, talvez ele esteja
falando a verdade. – Ele diz.
- Matthew já está buscando o nome dele e tentando
descobrir tudo que puder para saber se está falando
a verdade. Não deve demorar a termos notícias. –
Jake fala desviando o olhar rapidamente para o
celular.
- A gente pode fazer isso agora, daqui mesmo. A
internet pode ajudar na maioria dos casos. –
Clarissa diz e o Miles começa a procurar na internet
tudo que puder sobre o Breno.
- Minhas redes socias foram hackeadas. – Breno diz
e o Miles acena.
- O cara pode ser bom e apagar tudo sobre você,
mas não sobre seus pais. Se eles são cirurgiões
alguma coisa vai aparecer. – Responde o Miles.
Depois de mais de vinte minutos especulando na
internet e esperando notícias do Matthew pelo

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celular, Miles bate na mesa e o celular do Jake


começa a apitar.
- Acabei de receber um dossiê completo do garoto
com foto dessa vez. – Ele diz olhando para Clarissa
que acena. – O garoto é quem diz que é. – diz ele
analisando com cuidado cada página no celular.
- Seus pais têm registro médico legal, redes sociais
com fotos da família e tudo mais. Estão no caribe
como você disse. – Miles fala.
- E parece que você não conseguiu falar com eles
porque alguém modificou os números dos seus
contatos. – Kent fala devolvendo o aparelho sem a
escuta para o Breno.
- Isso quer dizer que vocês acreditam em mim? –
pergunta guardando o telefone de volta no bolso.
- Acredito em você e já pedi ao Matthew que tire a
recompensa pelo seu paradeiro. – Jake anuncia
ainda verificando o telefone.
- Então estou livre? – volta a pergunta e tudo que
recebe é um aceno de cabeça. – Graças a Deus,
olha vocês parecem pessoas legais, mas eu ficaria
imensamente feliz se a gente nunca mais se visse na

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vida. – diz ele antes de sair pela porta.


- O garoto está traumatizado e nós temos sorte dele
não nos processar no fim de tudo, mas agora temos
problemas maiores para resolver. Se não foi ele
então quem foi e porque parou de repente? – Jake
pergunta.
- Porque ele já está exatamente onde deveria estar,
enquanto a nossa atenção estava voltada para o
Breno de mentira o Breno de verdade está mais
perto do que pensamos. – Clarissa fala pensativa.
- Era tudo uma distração para nos manter com o
foco em outro lugar e não onde deveríamos. –
Comento e os três homens na sala param de se
mexer.
Capítulo 42
Enzo
Enrolo o meu braço ao redor do da Clarissa e
círculo com ela pelo salão cheio de pessoas. Ela
parece tensa e fora do ar.
- Pérola relaxa. – Peço sussurrando no seu ouvido –
seu pai está cuidando de tudo e vai descobrir quem
é o cara por trás das mensagens e das ameaças. –
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Afirmo.
- E se ele não descobrir? – pergunta preocupada.
- Ele vai, seu pai tem contatos por fora que podem
ajudá-lo. Pode demorar um pouco, mas ele vai
descobrir quem é. – digo a ela com segurança,
porque se o Jake não descobrir então ninguém vai.
- Eu só estava feliz de ter esquecido disso pelas
últimas semanas e agora a preocupação voltou tudo
de novo. – Resmunga emburrada.
- Então que tal eu distrai-la um pouquinho e a gente
aproveitar a despedida de solteiro do seu irmão que
olha só... também é meu melhor amigo. – Peço e
ela abre um pequeno sorriso.
- Tudo bem então qual é o plano? – pergunta
curiosa.
- Primeiro a gente vai achar os nossos amigos e
pegar uma bebida para você. Depois vamos
aproveitar a noite e subir para nossa noite
romântica lá no meu apartamento. – Respondo e
seus olhos ascendem.
- Então vamos nessa. – Fala um pouco mais
empolgada.
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Passo com a Clarissa no bar e peço uma bebida


para ela e para mim, nada muito forte porque quero
ela consciente mais tarde e sei o quanto ela é fraca
para bebida.
- Aqui está senhorita, coquetel de frutas com pouco
álcool. – Aviso e ela acena tomando um gole
pequeno e depois dando um sinal de positivo. –
Agora vamos procurar o pessoal e aproveitar a
noite. – Digo no seu ouvido e ela acena.
Entrelaço meus dedos nos seus e tomo um gole do
meu scotch enquanto procuro pelos nossos amigos.
A primeira pessoa que avisto é a Melinda grudada
no Gabriel, falta pouco a mulher estar pendurada no
pescoço dele.
- Olá pessoal. – Cumprimento e a Clarissa faz o
mesmo.
- Olá casal, estávamos esperando vocês para
começar a festa. – Mason anuncia fazendo um sinal
para o Dj trocar de música.
- O que você andou aprontando Mason? – Pergunta
a Clarissa com os olhos arregalados ao ver dois
homens usando roupas de mafiosos e duas
mulheres vestidas do mesmo jeito um pouco mais
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sexy se aproximarem.
- Puta merda! – exclama o Nathan ao percorrer os
olhos pelas duas loiras vestidas de mafiosas.
- Estamos aqui para fazer negócios. Quem são os
chefes? – diz o cara com os braços cruzados de
forma intimidante.
- São eles. – Mason aponta para o irmão e a para
minha irmã.
As duas mulheres puxam o Ethan e os dois caras a
Emma, eles são levados para o meio do salão e
colocados sentados em cadeiras de madeira.
- Mason se um daqueles caras tocar na Emma a
festa vai acabar em pancadaria. – Digo a ele com os
olhos fixos no Ethan.
- Relaxa eles foram instruídos a não tocar. Sou
maluco, mas não burro. Agora aprecia o show. –
Fala batendo no meu ombro e chegando mais perto
da Analuh.
Por precaução faço um sinal para os seguranças
ficarem de olho na situação e puxo a minha Pérola
para perto de mim. Ela repousa as costas no meu
peito e eu círculo os braços ao redor da sua cintura.
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Observo o grupo de casais puxar mais duas


cadeiras para o centro do palco e as meninas
orientarem os caras a sentar da mesma maneira que
o Ethan. Uma delas se aproxima da Emma e a leva
para o centro do palco, elas conversam baixinho e
seja lá o que tenham falado a Emma acena entrando
no clima luxurioso da cena.
- Eu conheço aquelas garotas. – A minha Pérola
comenta baixinho.
- Conhece de onde? – pergunto agora curioso.
- Elas são professoras de dança na academia da
Nina, amiga da sua mãe. Iara me levou lá uma vez
para assistir uma das aulas e a Emma estava no
grupo, acho que elas se conhecem também. – diz.
- Interessante. – Murmuro e depois volto o olhar
para cima quando a batida da música começa.
A cadeira ao lado do Ethan é afastada e a Emma se
coloca na sua frente exatamente como as garotas
estão fazendo com os caras. Minha mente começa a
compreender o que está prestes a acontecer no meio
do salão e só lamento pelo Ethan.
“Drunk in love – Beyoncé” começa a ecoar por

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todo lugar e as meninas começa a circular pelo


espaço remexendo o quadril enquanto a Beyoncé
canta.
“Estive bebendo, estive bebendo
Fico safadinha quando o licor me possui
Estive pensando, estive pensando
Por que não consigo tirar meus dedos de você,
querido?
Eu te quero, na na”
- Eu conheço essa coreografia, era a mesma do dia
em que fui conhecer o lugar. – Clarissa murmura e
minha curiosidade aumenta assim como o meu
tesão.
- Está afim de dançar em particular para mim? –
pergunto e ela se remexe no lugar.
- Eu não teria coragem, pelo menos não assim. Mas
aprendi aquela da sombra, essa até poderia dançar
para você. – Fala baixinho e dessa vez quem geme
sou eu.
- Caralho Pérola a cada dia você me surpreende
mais. – Sussurro e lá no meio do salão a Emma
esfrega o corpo no colo do Ethan.
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A cena me faz gemer de desgosto então concentro


minha atenção nos outros casais, as meninas dão
passos atrás e a música muda para “Skin –
Rihanna”. As garotas ficam mais ousadas e seus
movimentos aceleram, as peças de roupas começam
a voar para todos os lados exceto as da Emma.
Como o Mason disse as garotas não chegam perto
do Ethan e nem os caras perto da Emma. Então os
alto falantes explodem bem na hora em que as
meninas estão cantando:
“Sem provocações, você já esperou tempo demais
Vai fundo, eu vou te dar o que você não consegue
pegar”
A música muda outra vez e agora “R. Kelly –
Cookie” soa numa batida rápida invertendo as
posições. Os caras não se seguram e o Ethan parece
entender que a provocação inverteu, ele pula em
cima da Emma e moe com ela no meio do salão
enquanto R. Kelly continua cantando.
“Mina, eu tenho algo ardente
Não é nada mais doce do que você
Eu vou comer isso
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Bater nisso
Até que você grite por trégua
Minha cama pode ser o seu palco
E eu vou fazer de você uma estrela
Tuas pernas no ar e
Minhas mãos no teu pote de biscoito”
- Isso aqui está parecendo Magic Mike cara. –
Aidan comenta ao meu lado e a Summer pula do
outro lado comemorando feito uma maluca
enquanto o Nathan não desgruda os olhos das
garotas lá na frente.
- Ela está fazendo a coreografia que a gente
aprendeu. – diz ela feliz e o Aidan chicoteia a
cabeça na sua direção com os olhos arregalados.
- Você sabe dançar essa merda? – pergunta e só
consigo rir da sua cara.
- É claro Cowboy, quem você acha que ensinou
aqueles movimentos de quadril para ela? – pergunta
ela e o Aidan afrouxa a gravata.
- Preciso de ar. – murmura dando a volta e sumindo
pelo meio da multidão.

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A música lá no palco termina e as pessoas


começam a assobiar quando o Ethan puxa a Emma
para um beijo de tirar o fôlego. Os aplausos soam
de todos os lados e a minha Pérola se vira na minha
direção com as bochechas coradas.
- Será que a gente pode ir embora mais cedo? –
pergunta e a risada explode de dentro de mim.
Parece que a dança lá no meio do salão deixou todo
mundo com tesão e não somente os noivos. A noite
vai ser uma criança para tanta provocação.
Capítulo 43
Clarissa
A despedida de solteiro do meu irmão está
bombando, Mason se encarregou de deixar o casal
entretido a noite toda e de provocá-los também.
Ethan e a Emma já dançaram, foram feitos de
bobos e agora estão bebendo shots de tequila a cada
vez que erram uma pergunta.
- Está bem irmão última pergunta, qual é a posição
favorita da Emma durante o sexo? – Mason
pergunta e a Emma cora de vergonha cochichando
a resposta no ouvido do Mason. – Interessante
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cunhadinha. – Provoca ele.


- Essa é fácil. – diz ele meio grogue já a essa altura
– não é da sua conta encherido. – Ele fala e o
Mason se estoura de rir assim como todo o pessoal.
- Boa irmão – Mason acena confirmando a resposta
e o Ethan puxa a Emma para um beijo selvagem na
frente de todo mundo.
- Adorei a festa pessoal, mas eu vou praticar a
posição favorita da Emma agora lá no nosso
apartamento. – Ethan diz e os caras assobiam para
ele que leva a Emma meio cambaleante para fora
do bar.
- Que tal você e eu encerrarmos a noite também? –
Enzo pergunta num sussurro no meu ouvido.
- Parece bom para mim. – Respondo com um aceno
de cabeça e assim como o Ethan, Enzo e eu saímos
apressados da festa.
Ele me leva pelo corredor estreito dentro do bar e
sobe as escadas até o seu apartamento, Enzo
destranca a porta e abre entrando no lugar me
levando junto com ele. Depois só abre uma porta de
correr e estamos no seu apartamento.

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Mas nossos passos param e meus olhos se


arregalam de susto ao ver todo o lugar destruído.
As pétalas de rosa rosas estão misturadas junto com
pedaços de madeira e vidro. O apartamento está
todo destruído.
- Mas que porra aconteceu aqui? – pergunta
andando pelo espaço aos pedaços – puta merda,
levei meses para reformar esse lugar. – Se queixa
com as mãos na cabeça.
- Eu sinto muito. – Sussurro andado até a cama
onde as penas estão tomando conta de todo o
colchão.
- A culpa não é sua, a gente precisa ligar para a
polícia. – Fala um pouco atordoado.
- Tem certeza que a culpa não é minha? – pergunto
apontando para outra mensagem escrita no espelho
do quarto.
“Ela é minha, fique longe.”
- Só pode ser brincadeira porra. Mas dessa vez não
tem escapatória, vem comigo. – Pede puxando a
minha mão de volta para o andar debaixo onde a
festa ainda está acontecendo.

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Ele passa por todo mundo e anda a passos rápidos


pelo corredor até o seu escritório.
- Enzo o que está fazendo? – pergunto seguindo
atrás dele a passos rápidos e quase tropeço com o
salto alto. – Devagar ou vou cair com esses saltos.
– Aviso e ele diminui o ritmo.
- Desculpe eu te amo, mas temos que chegar ao
meu escritório logo. – diz beijando a minha mão.
Aceno que entendo e sigo atrás dele até o seu
escritório. Ele abre a porta e vai direto no notebook
em cima da mesa para ligá-lo. Enzo senta na
cadeira e começa a batucar os dedos na mesa
enquanto espera a máquina terminar de ligar.
- Você pode ligar para polícia e avisar a eles sobre
o que aconteceu lá em cima? – pergunta e eu aceno
que sim fazendo exatamente isso.
- Eles vão estar aqui daqui a pouco. – Aviso assim
que encerro a chamada – vou mandar um texto para
o meu pai também e acho melhor a gente passar a
noite lá em casa hoje. – Digo.
- Tudo bem, desde que você se sinta segura. –
Responde.

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Clarissa: “Aconteceu algo no apartamento do


Enzo, preciso de você aqui.”
Pai: “Ok, estou indo até aí. Está tudo bem?”
Clarissa: “Estamos bem, mas o apartamento
está todo destruído. Ele esteve aqui!”
Pai: “Chego em dez minutos.”
- Meu pai vai estar aqui em dez minutos. – Digo ao
Enzo que acena mexendo no notebook procurando
por algo. – O que você está procurando? – pergunto
chegando mais perto dele para poder olhar.
- Lembra das câmeras que instalei em segredo aqui
no bar, para descobrir quem estava roubando? –
pergunta e eu aceno que sim. – Bom eu mandei
fazer o mesmo nas duas entradas do flat por
precaução, então o filho da puta vai aparecer nas
imagens. – diz ele com um sorriso malicioso.
- Deus eu amo a sua esperteza. – Sussurro e ele
levanta o rosto para que eu o beije, depois que
meus lábios tocam os seus rapidamente ele volta a
se concentrar na tela a nossa frente. Faço o mesmo
e procuro por algo suspeito – Ali está. – Aponto.
- O cretino atirou na porra das minhas câmeras. –
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Resmunga batendo os punhos na mesa de raiva.


- Senhor a polícia está parada aí na frente, os
policiais disseram que foi uma chamada daqui. –
Barreira fala aparecendo na porta do nada.
- Fui eu mesmo que chamei, já estamos indo. – diz
fechando a tampa do notebook e levantando da
cadeira – Barreira aconteceram algumas coisas no
andar de cima e não quero que isso vire uma
confusão sem fim, então mantenha o pessoal
entretido e peça ao Miles para tomar conta de tudo.
– diz ele pegando a minha mão novamente.
- Pode deixar chefe. – Barreira responde com um
aceno.
Enzo e eu seguimos de volta pelo corredor até o
lado de fora do bar, Mason está parado do lado de
fora conversando com os policiais e vira na nossa
direção quando saímos.
- O que está acontecendo? – pergunta com a testa
enrugada.
- Meu apartamento foi invadido e está um lixo
completo. – Enzo responde e o Mason franze ainda
mais a testa. – Tinha outra mensagem no espelho. –

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Ele diz.
- Está brincando? – pergunta e nós dois negamos –
puta merda, papai já sabe? – pergunta e eu aceno
que sim.
- Senhor Nash? – um dos policiais pergunta.
- Sou eu, é por aqui. – Enzo aponta para o beco que
leva para segunda entrada do seu apartamento.
- Ei você está legal? – Mason pergunta segurando o
meu braço e impedindo que eu siga atrás do Enzo e
dos policiais.
- Não sei Mason. – Respondo com um dar de
ombros – eu só não quero que alguém se machuque
por minha causa. A mensagem no espelho foi bem
clara sobre o que vai acontecer se vocês não se
afastarem de mim. – Murmuro e ele grunhe.
- Não seja boba, você é da família e a gente sempre
vai estar do seu lado. Então esquece essa besteira
porque tanto eu quanto o papai, Ethan e até mesmo
o Enzo daríamos a nossa vida por você. Afinal o
que seriam das minhas manhãs se não tivesse que
disputar o banheiro com você ou a sobra da calda
de chocolate para panquecas? – pergunta.

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- Entediantes? – pergunto e ele acena envolvendo


os braços ao redor de mim – eu te amo Mason,
mesmo que na maioria das vezes queira te esganar.
– Sussurro e ele ri.
- Também te amo pestinha. – Responde beijando o
topo da minha cabeça, mesmo eu sendo um ano e
oito mês mais velha que o Mason ele ainda é bem
mais alto do que eu.
Depois do momento raro entre mim e o Mason, ele
voltou para festa com a desculpa de manter um
olho sobre tudo e também controlar a Analuh que
resolveu encher a cara segundo ele. Eu por outro
lado subi até o apartamento para encontrar o Enzo.
A polícia fechou o lugar para fazer uma
investigação, principalmente depois que o Tio
Matthew apareceu ao lado do meu pai e tudo virou
um caos. Meu pai estava irritado e todos ao meu
redor pareciam assim também, então eu fiz algo
inexplicável e pela primeira vez desde que tudo
começou eu entrei em contato com o cara por trás
das mensagens.
Clarissa: “Fique longe de mim e da minha
família.”
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Capítulo 44
Clarissa
Seguro o mini buquê mais apertado em minhas
mãos e observo a Emma entrar na igreja usando seu
vestido de noiva. Ela está linda e meu irmão parece
encantado olhando para ela, eles trocam sorrisos e
quando o Max se aproxima para entregar a sua filha
o pastor fala pelo microfone.
- Quem entrega está jovem a este jovem? –
pergunta.
- Eu entrego. – Max responde beijando a mão da
Emma e colocando sobre a mão do Ethan – toma
conta dela. – Pede e o meu irmão acena.
Max se afasta e toma o seu lugar no banco ao lado
da sua família. Ethan e a Emma conversam algo
baixinho que não é possível ouvir daqui. Meus
olhos encontram os do Enzo e ele pisca para mim
com um sorriso cúmplice.
Sorrio de volta e depois presto atenção ao discurso
do pastor para os noivos. Ele fala sobre novos
começos, encontrar o amor no tempo certo e fazer
uma vida a dois juntos em comum acordo. Um
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discurso perfeito para o casal diante deles.


- Para firmar essa união de duas almas vamos ouvir
os votos do casal. – O pastor anuncia e os noivos
viram de frente um para o outro.
- Ethan, a primeira vez que vi você pensei que fosse
como todos os outros meninos chatos ao meu redor.
Mas nunca gostei tanto de estar enganada, você
esteve ao meu lado nos piores momentos da minha
vida e não hesitou em oferecer o seu ombro para
acolher as minhas lágrimas. A amizade nasceu forte
entre nós dois e o amor se construiu em nossos
corações com uma base sólida. Nada foi capaz de
apagar ou diminuir tal sentimento, por isso hoje
quero dizer que te amo imensamente e dividir a
minha vida com você é uma benção. Prometo estar
ao seu lado sempre que precisar, lhe serei fiel e o
respeitarei por toda a minha vida agora e sempre. –
A Emma coloca a aliança no dedo do meu irmão
dando um beijo na mesma.
- Emma a minha doce pimentinha, a mulher que
tomou meu coração desde o primeiro olhar. Sabia
desde que te conheci que seria uma pessoa
importante em minha vida, não estava engando
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afinal – ele diz e algumas pessoas riem – acho que


herdei a esperteza da família e como tal não pude
deixar você ir como queria. Olhem só estava certo
outra vez. – Fala e todos riem mais alto agora. –
Mas falando sério, eu te amo. Prometo a você o
meu amor eterno e sempre estar ao seu lado quando
precisar de mim, até mesmo naqueles dias do mês.
– Fala e a igreja irrompe num riso enquanto a
Emma chora e ri ao mesmo tempo. – Prometo ser
fiel a você, lhe respeitar e agradecer aos céus todos
os dias por Deus ter lhe colocado no meu caminho.
Farei isso todos os dias da minha vida agora e
sempre. – diz e coloca a aliança no dedo da Emma
repetindo o gesto dela ao beijar a sua mão em cima
do anel.
- Agora que os votos foram trocados há alguém
aqui que impeça essa união? – pergunta o pastor e
ninguém se manifesta como esperado – neste caso
eu vós declaro marido e mulher, pode beijar a noiva
filho. – Declara o pastor.
Ethan envolve a Emma em seus braços e beija a
noiva com vontade. A igreja irrompe numa salva de
palmas com todos os presentes em pé, ao terminar
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o beijo Ethan ergue a mão da Emma para cima


junto com a sua e grita para todos.
- Estamos amarrados pessoal. – As pessoas gritam e
assobiam felizes por eles e o casal começa a sair da
igreja sobre uma chuva de arroz e pétalas de rosas.
Enzo
Rodopio com a Clarissa pelo salão enquanto os
outros casais fazem o mesmo. Minha atenção está
em cima dela o dia inteiro, desde quinta à noite que
ela anda distraída.
- Sabe essa é segunda vez que danço com você em
frente à nossa família e gosto bastante dessa vez. –
Comento e ela desencosta o rosto do meu peito para
poder olhar para mim.
- Porque? – pergunta e eu sorrio depositando um
beijo na ponta do seu nariz antes de responder.
- Porque agora não preciso esconder das pessoas os
meus sentimentos por você e nem ter vergonha de
estar te amando. – Falo e ela fica na ponta dos pés
para me beijar.
- Eu te amo Enzo. – Sussurra com os lábios
próximos aos meus.
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- Eu também amo você Pérola. – Respondo e então


eu sinto a maciez dos seus lábios tocarem os meus.
É um beijo suave como ela, toda delicada e doce.
Seus dedos brincam com as pontas dos cabelos da
minha nuca numa carícia suave enquanto nossos
lábios se provam e nossos corpos se movem ao som
da música.
” Se você fosse minha, eu nunca
Deixaria ninguém te machucar
Eu quero secar essas lágrimas, beijar esses lábios
Isso é tudo que eu tenho pensado
Porque uma luz acendeu
Quando eu ouvi aquela música
E eu quero que você a cante de novo”
- Você está pronta para sua apresentação? –
pergunto baixinho depois que nossos lábios se
separam.
- Estou, a minha professora de piano já ouviu a
canção completa e disse que está perfeito. Eu só
preciso relaxar na próxima semana e preparar o
meu psicológico para enfrentar o público que é o
que me assusta mais. – Responde.
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- Vai se sair bem tenho certeza, mas se estiver


nervosa fecha os olhos e pensa que está sozinha
tocando como costuma fazer quando está em casa
ou no meu apartamento. Pode até me imaginar nu
se isso ajudar. – Falo e ela sorri.
- Tenho certeza que te imaginar nu vai ajudar. –
Responde divertida. – Mas e você está pronto para
lutar na quarta-feira? – pergunta.
- Mais pronto impossível, tenho treinado feito um
louco todos os dias e além do mais aquele cinturão
precisa permanecer na academia. – Respondo com
firmeza.
- Seria muito ruim se você perdesse? – pergunta
com uma inclinação de cabeça.
- Não, mas não se trata de ganhar ou perder e sim
de honrar a memória do Phil. Além disso eu não
sou o único lutando pela academia, Miguel também
vai lutar esse ano. – Respondo lembrando que o
filho do Matthew também vai participar em nome
da academia.
- Miguel meu primo? – pergunta e eu aceno
confirmando – não sabia que ele era lutador
também. – Comenta.
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- Não é, pelo menos não profissionalmente Pérola.


Mas ele sempre está na academia assim como o seu
pai fazia quando o Phil era vivo e de tanto ouvir a
história resolveu entrar no torneio também. Acho
que todos os caras eram próximo do Phil, mas meu
pai ele... bom ele era como um filho para o Phil e
ele esteve presente durante toda a história dos meus
pais. Entende? – pergunto tentando explicar as
coisas.
- É claro que entendo, esse homem parecia ser
alguém importante na vida de todo mundo. – diz
com um sorriso carinhoso.
- Ele era sim, gostaria de tê-lo conhecido
pessoalmente, mas meu pai fala dele com tanta
admiração que as vezes sinto que o conheci de
verdade. – Respondo.
- Acredito que deva ter sido difícil quando ele
partiu, para o seu pai quero dizer. – diz a Clarissa.
- Foi sim, meu pai não fala muito sobre a morte do
Phil. Ele prefere focar nas coisas boas feitas por ele
para tantas pessoas. – Respondo e ela acena
desviando os olhos até seu avô.
- Ele está doente – sussurra triste – sei disso tem
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algum tempo, minha mãe ainda não sabe. Acho que


ninguém da família sabe ainda. – diz e uma lágrima
escorre pelo seu rosto.
- Sinto muito Pérola. – Sussurro enxugando seu
rosto – o que ele tem? – pergunto preocupado.
- Câncer no intestino. Ele descobriu pouco depois
do meu aniversário e já não era possível fazer muita
coisa a respeito. Os médicos não sabem dizer
quanto tempo ele tem, ele não vai poder me ver
tocar em Nova York é muito perigoso viajar agora.
– Responde triste.
- Lamento, o que eu posso fazer? – pergunto a
abraçando no meio da pista de dança.
- Só fique comigo e me abrace. – Pede e eu aceno
concordando porque nada me faria solta-la agora.
- Pérola porque você não fica esses próximos dias
com ele. Vai fazer bem para você e para ele
também. – Digo e ela ergue o rosto banhado em
lágrimas para mim.
- Tem certeza? – pergunta e eu aceno que sim. – Eu
volto na quarta à tarde para ver você lutar, prometo.
– Fala num sussurro.

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- Não se preocupe comigo, fique o tempo que


precisar. A gente tem uma vida inteira juntos e sei
que vocês dois tem uma ligação muito forte. –
Respondo lembrando de todas as vezes que o Ethan
comentou sobre a Clarissa preferir passar as suas
férias na casa do vô.
- Obrigada por entender. – Fala circulando o meu
pescoço com os braços.
- Não tem de que. – Respondo dando um selinho
nos seus lábios úmidos.
Clarissa
A festa do casamento foi muito boa, meu irmão e
sua noiva aproveitaram bastante. Até mesmo meu
avô estando doente conseguiu se divertir ao lado
dos meus outros avós.
Houve risos, conversas e muita diversão. Na hora
de jogar o buquê todas as meninas que ainda não
estavam casadas correm na frente do palco, eu
estava entre elas e não tive a sorte de pegar o
buquê.
A sortuda foi a Analuh que parecia extremamente
confusa. Ela olhava para o buque como se estivesse
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com um vespeiro na mão, até o Mason como


sempre aparecer e fazer uma de suas graças.
Mas dessa vez ela se irritou para valer e partiu o
arranjo de flores na cabeça do Mason com tudo, ele
ficou cheio de pétalas de flores na cabeça enquanto
a Analuh corria para fora do salão em lágrimas.
Não entendi a sua reação até o Enzo contar que está
era uma semana difícil para ela, no dia da
despedida de solteiro do Ethan o bebê da Analuh
faria aniversário se estivesse vivo, quando ouvi isso
entendi o motivo da sua bebedeira naquela noite.
Enzo também disse que hoje não era o melhor dos
dias para Analuh por motivos pessoais que só ela
poderia contar.
Não quis perguntar mais nada porque o dia era para
ser feliz e já bastava o meu momento dramático
mais cedo na pista de dança, mas isso não impediu
o Mason de especular sobre o assunto e perguntar
discretamente para o Enzo sobre Ana.
Seja lá o que meu namorado tenha dito para ele,
não foi o suficiente e o Mason saiu batendo os pés
atrás da Analuh fora do salão. Enquanto os dois
estavam fora nós aqui dentro resolvemos aproveitar
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a festa e um dos poucos momentos que meu avô


teria lúcido pelos próximos dias.
Capítulo 45
Clarissa
- Como ele está? – Enzo pergunta através do
telefone.
- Bem na medida do possível, meus tios estiveram
aqui ontem e foi um chororô sem fim. A família
toda está sabendo agora. – Respondo observando as
estrelas através da janela de teto.
- Uma hora isso iria acontecer. – Responde ele e eu
aceno mesmo que não possa me ver – e você como
está? – pergunta.
- Bem, passo a maior parte do tempo conversando
com meu avô e tocando piano. – Digo mordendo o
canto da unha.
- Então eles devem estar adorando ter você aí. –
Provoca e eu rio.
- Possivelmente, a Lilian diz que ouvir a minha
música tem mantido meu avô feliz então vou
continuar tocando. Ontem cantei para ele a minha

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canção de apresentação já que ele não vai estar lá


no dia. – Conto.
- E como foi? – pergunta com um tom curioso.
- Minha vó disse que não teria canção melhor para
mim tocar do que essa e meu avô disse que se não
for chamada então é porque todos estão surdos. –
Falo e o Enzo ri.
- Tenho que concordar com ele, eu ouvi alguns
trechos nesses últimos meses e é perfeita para você.
– Elogia me fazendo corar mesmo à distância.
- Tomara que seja o suficiente para entrar para
Juilliard. – Cochicho e depois acrescento
lembrando da ligação que recebi essa manhã – vou
precisar ir para Portland amanhã de manhã. – Conto
a ele.
- Porque? Amanhã é o dia do torneio na academia –
fala rapidamente.
- Sei disso, mas vou estar de volta antes de começar
prometo. A faculdade ligou eles querem conversar
sobre os papéis da minha transferência. – Explico.
- Mas você ainda não foi aceita. – diz nervosa.
- Eu sei amor, mas eles querem deixar tudo pronto
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e precisam da minha assinatura. Como a


universidade está em recesso a partir de sexta por
causa das férias, eles querem deixar tudo pronto
para o próximo semestre então preciso ir. Até
porque se tiver o papel em mãos não será preciso
voltar para Portland mais tarde, posso ir direto para
Nova York. – Explico.
- Entendi, você vai sozinha? – pergunta e logo trato
de negar.
- Não Iara vai comigo, ela também foi chamada e
claro não posso esquecer do bruta montes que meu
pai colocou na minha cola. – Resmungo.
- Então não sou o único que não gosta do Gus. –
Comenta divertido.
- Não você não é o único, eu não gosto dele Enzo.
Do jeito que ele olha para mim, mas meu pai
contratou o cara e ele tinha boas referências então
talvez seja só implicância mesmo por estar tão
acostumada com o Miles. – Digo a ele.
- Pensa positivo, assim que você se mudar para
Nova York e a gente for morar juntos não terá mais
agentes da Mib no seu pé. – Sussurra e eu rio.

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- Verdade, uma das vantagens de dividir o


apartamento com um cara gostoso e sexy, que ainda
por cima é lutador. – Murmuro e ouço seu gemido
ecoar no meu ouvido.
- Eu só não vou responder a essa sua provocação
porque não vejo a hora de te ver andar nua pelo
nosso apartamento sem sentir vergonha alguma. –
diz num tom sedutor.
- Você pegou implicância com isso, não é? –
pergunto e ele ri.
- Pérola você vai perceber que é libertador andar
pela sua casa pelada e não ter que explicar isso para
ninguém. – diz.
- Estou começado a acreditar que você fala por
experiência própria. – Murmuro.
- E falo, é libertador vai por mim. – diz e depois
ouço chamarem por ele ao fundo – tenho que
desligar, mas ligo mais tarde de volta para você. –
Fala e eu confirmo encerrando a chamada.
No dia seguinte acordo cedo pela manhã, ainda
usando meu pijama levanto da cama e caminho na
direção do banheiro, mas paro no meio do caminho

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ao avistar o meu avô pela janela sentado no balanço


do lado de fora.
Antes de descer para lhe fazer companhia visto um
robe curto e entro no banheiro para fazer xixi e
escovar os dentes. O ar frio da manhã faz as minhas
pernas nuas tremerem de frio, mas ignoro no
momento e sigo na direção dele.
- Bom dia comandante. – Murmuro beijando a sua
bochecha.
- Bom dia querida. – Responde um pouco mais
rouco hoje – acordou cedo. – Fala com um meio
sorriso.
- Puxei ao meu pai. – Respondo e ele abre um
pouco mais o sorriso.
- Puxou mesmo, sua mãe detestava acordar cedo e
vivia reclamando quando precisava ir para escola
de manhã. Agora está mais acostumada por causa
do trabalho e todo o resto. – diz e eu aceno.
- Vovô eu vou precisar voltar para casa hoje, ainda
tenho que ir até Portland resolver uns negócios da
faculdade e o Enzo vai lutar pela academia hoje. –
Digo a ele.

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- Está tudo bem querida, pode ir tranquila vou estar


aqui quando você voltar. – Responde.
- Que bom porque eu gostaria de ficar com o
senhor até o dia da minha apresentação, esse lugar
me acalma. – Falo desviando o olhar para o lago a
nossa frente.
- A mim também mocinha, porque você não
convida aquele seu namorado para ficar aqui com
você? – pergunta e eu penso um pouco sobre isso.
- Vou perguntar para ele. – Aceno concordando
finalmente e ele sorri batendo suavemente na minha
perna.
Ficamos mais alguns minutos admirando a
paisagem até ele se sentir cansado e voltar para
dentro de casa. Lilian o acompanha de volta para o
quarto e meu avô volta a dormir, espero a Lilian
voltar antes de avisar a ela que vou embora.
- Precisamos passar na casa do Tio Josh para pegar
a Iara, ela vai com a gente. – Aviso ao Gus que está
dirigindo de volta para cidade.
- Tudo bem senhorita. – Responde ele formal como
sempre.

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Depois de pegar a Iara na casa dos meus tios, Gus


entra na interestadual cinco e dirige até Portland.
Podíamos pegar um voo até lá, mas Iara quer trazer
algumas das suas coisas de volta para casa e não
teria como despachar a bagagem.
Iara e eu vamos conversando durante todo o
caminho, conto a ela sobre os meus planos de
morar com o Enzo e ela acena concordando.
- Imaginei que isso iria acontecer afinal. –
Responde dando de ombros – está tudo bem por
mim, estava pensando em arrumar um emprego no
teatro em Nova York enquanto estou estudando.
Vai ajudar com as despesas. – Fala dando um dar
de ombros.
- Também pensei nisso, em arrumar um emprego
quero dizer. – Aponto e ela acena – talvez trabalhar
como substituta no piano na orquestra da cidade ou
tocar em pequenos bares. – Explico.
- Enzo não vai gostar disso imagino. – Comenta
ela.
- Vai sim se eu for trabalhar com ele. – Respondo e
ela franze a testa em confusão – Enzo está
pensando em abrir um segundo bar em Nova York,
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mas um pouquinho mais sofisticado do que em


Seattle. Música ao vivo, comida boa e claro um
bom balcão de bar. – Conto.
- Legal, seu namorado tem faro para o negócio.
Imagino que vocês vão aproveitar bastante a
vidinha de quase casados em Nova York. – Fala e o
carro dá um solavanco para esquerda fazendo a
mim e a Iara quase cair do banco.
- Desculpem senhoritas, bicho na estrada. – Gus
fala do banco do motorista.
- Está tudo bem só presta mais atenção da próxima
vez na estrada ao invés da conversa aqui no fundo.
– Alfineta a Iara cruzando os braços sobre o peito.
- Sim senhorita, como quiser. – Responde ele um
pouco rude.
O resto do caminho foi tranquilo, deixei a Iara no
apartamento já que o compromisso dela é uma hora
mais tarde que o meu e depois fui para faculdade
resolver a burocracia de transferência.
Capítulo 46
Clarissa
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- Então é isso senhorita Maddox, tenha uma boa


apresentação em Nova York e espero que alcance
seus objetivos. As portas dessa universidade estarão
sempre abertas para pessoas com um talento como
o seu – o reitor da universidade diz apertando a
minha mão.
- Obrigada senhor vou levar isso em consideração.
– Agradeço com um aceno e ele responde com um
sorriso.
Saio da sala da reitoria com um sorriso radiante,
enquanto percorro os corredores vazios, afinal estão
todos de férias, uma sensação estranha toma conta
do meu corpo. Um calafrio percorre a minha pele
fazendo os pelinhos da minha nuca arrepiarem.
Passo por entre as salas vazias e a sensação só
piora. O salto alto que insisti em usar para vir até
aqui e parecer apresentável ecoa pelo corredor
fazendo eco pelo espaço. Estou chegando no topo
da escada quando sinto a presença de alguém nas
minhas costas, viro rapidamente e solto um suspiro
de alívio ao ver o Gus.
- Nossa Gus você me assustou. – Murmuro com a
mão no peito – pensei que estivesse esperando por
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mim no carro. – Digo voltando a descer as escadas


um degrau de cada vez.
- Você conseguiu tudo que precisava? – pergunta
atrás de mim.
- Consegui, se tudo correr bem em Nova York
minha vida vai virar de ponta cabeça. – Sussurro
feliz.
- Com certeza vai mudar e você não vai mais
precisar de mim. – diz num tom sarcástico.
- Não tenho nada contra você Gus, só que em Nova
York vou estar segura com o Enzo e não preciso de
um segurança. – Aponto olhando para ele por cima
do ombro – fique feliz, afinal você não vai precisar
me perseguir por aí mais. – Falo divertida.
- Mas é disso que eu mais gosto. – Sussurra
baixinho e outro arrepio passa pela minha pele
quando reconheço o lugar aonde estamos.
Esse corredor, já estive aqui antes. É o mesmo
corredor daquele sonho apavorante alguns meses
atrás. Paro meus passos no meio do caminho e olho
ao redor, as mesmas salas vazias, o mesmo cheiro
de medo no ar e essa sensação atravessando o meu

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corpo a cada poucos minutos.


- Está tudo bem Pérola? – pergunta o Gus com um
sopro no meu ouvido fazendo meu corpo pular de
susto.
- O que você disse? – pergunto começando a sentir
o pânico tomar conta de mim. Dou um passo para
longe do Gus e olho em volta mais uma vez.
- Pensei que você gostasse de ser chamada assim. –
responde ele avançando um pouco na minha
direção.
- Sim, mas a única pessoa que me chama assim é o
Enzo. – Falo enquanto imagens vívidas daquele
sonho flutuam pela minha mente.
- Tem certeza de que ele foi o único? – pergunta e
uma porta no fundo do corredor bate fazendo meu
corpo pular e o reconhecimento estalar na minha
mente com uma lâmpada que se ascende no escuro.
- Foi você, esse tempo todo era você. – Murmuro
batendo com as costas na parede, nem percebi que
estava caminhando para trás.
- O que fui eu Pérola? – pergunta e meu corpo
treme quando ele avança apoiando uma mão em
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cada lado da minha cabeça me deixando presa entre


ele e a parede.
- Não me chame assim, você não tem esse direito. –
Murmuro baixinho afastando o rosto quando ele
abaixa para cheirar o meu pescoço.
- Na verdade, acho que tenho. Todas aquelas
mensagens que você trocou com ele deram ideias
muito boas sobre o que você gosta. – diz num
sussurro apavorante e passando a ponta da língua
pela minha pele do pescoço.
Passo por baixo dos seus braços e coloco uma boa
distância entre a gente antes de fixar o olhar
naquele sorriso diabólico. O mesmo sorriso que vi
nos meus sonhos e sem pensar duas vezes viro as
costas e corro.
Enzo
- Tenta se concentrar na luta meu filho. – Meu pai
diz batendo nos meus ombros.
- Não posso, ela está atrasada e disse que estaria
aqui. – Falo inquieto balançando as pernas de
nervoso.
- Se a sua namorada disse que vai estar aqui então
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ela vai estar aqui, ainda temos meia hora antes da


primeira luta. – Ele responde e eu aceno pegando o
celular para ligar para ela mais uma vez.
O telefone toca várias vezes e ninguém atende do
outro lado, resmungo um palavrão e envio uma
mensagem de texto para ela.
Enzo: “Pérola está tudo bem? Cadê você? Já
saiu de Portland?”
Espero por alguma resposta e nada chega nos
próximos dez minutos. O locutor começa a fazer o
seu discurso de abertura e o meu pai sorri para mim
encorajador.
- Está na hora. – Aponta ele e eu aceno – Tenta
manter o foco no seu oponente e quando você
menos esperar ela vai estar do meu lado, entendeu?
– pergunta.
- Entendi. – Aceno vestindo o roupão preto e
dourado que foi do meu pai.
“Breakaway – Scream” começa a ecoar pela
academia e essa é minha deixa para entrar no
ringue. Pulo no lugar e espero um minuto antes de
percorrer o corredor cheio de pessoas gritando,

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pulando feito loucas por mim.


Daqui consigo ver todas as garotas da família e
minhas tias postiças na arquibancada balançando os
braços empolgadas. Mas meus olhos continuam
procurando pela Clarissa e não a encontram em
lugar algum.
Meu pai e todos os membros da academia que me
ajudaram a treinar seguem atrás de mim balançando
o cinturão que vim aqui para defender. Como
vencedor no último ano a minha luta é sempre a
última e o cara que vai lutar comigo é aquele que
teve mais disposição física para passar por todos os
outros oponentes no dia anterior.
É uma vantagem de ganhar, não preciso enfrentar
todos os oponentes somente o último e defender o
cinturão. Chego próximo ao ringue e subo os
degraus passando por baixo das cordas ao mesmo
tempo que o juiz me apresenta para o público.
Dou uma volta pelo ringue ainda procurando pela
Clarissa e meu pai grita do seu lugar.
- Concentre-se porra! – rosna, mas não consigo
fazer isso.

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A música que escolhi muda para outra batida


pesada enquanto volto para minha posição, meu pai
balança a cabeça e puxa minha nuca batendo sua
testa com a minha.
- Concentre-se cacete, se a sua cabeça estiver fora
daqui é melhor bater no tatame antes mesmo de
começar. – Avisa.
- Ela devia estar aqui, tem alguma coisa errada.
Chame de sexto sentido se quiser, mas ela devia
estar aqui. – Murmuro e meu pai pragueja.
- Você confia em mim? – pergunta e eu aceno que
sim. – Então se concentra na luta que eu vou tentar
descobrir onde ela está e trazê-la até aqui. –
Responde.
- Obrigado. – Agradeço e depois volto para frente
só para ver o Miguel percorrendo o ringue em um
manto negro.
Bom se eu perder essa luta não vai ser tão ruim,
afinal o cinturão ainda vai permanecer na academia
apenas com um nome diferente nele. Mas pensando
bem, se for dessa maneira então eu não seria um
Nash.

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Capítulo 47
Clarissa
Algumas horas antes...
O medo está impregnado no meu corpo, mas
diferente de muitas pessoas eu sei o que vai
acontecer comigo se parar de lutar por mim mesma
e com toda certeza não vou deixar isso acontecer.
Não sou uma vítima!
Desço os degraus da escada rapidamente tomando o
cuidado para não cair, sei exatamente para onde
levá-lo. Corro pelo corredor passando pela maldita
sala de manutenção e um suspiro de alívio passa
pelo meu corpo.
Ouço passos apresados atrás de mim cada vez mais
perto, então corro ainda mais depressa passando
pelas portas do teatro rapidamente. Meus olhos
vasculham o lugar que conheço tão bem e a passos
rápidos vou até o palco pulando para cima.
Meus saltos ficam para trás, mas agora não tenho
tempo para pensar nisso. Entro na parte dos
bastidores e me escondo atrás de uma parede falsa.
Meu coração está batendo acelerado e pela primeira
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vez na vida agradeço ao meu pai por ser paranoico,


puxo meu celular do bolso e aciono o botão de
pânico instalado nele.
Depois envio um texto rápido de S.O.S para Iara
chamar a polícia e desligo o aparelho colocando de
volta no lugar. Fico totalmente em silêncio e apenas
escuto rezando para que a ajuda chegue logo ou
para que quando ele finalmente descobrir onde
estou possa me defender.
- Hum lugar interessante para se esconder. – Fala
ele de algum lugar. – Mas eu vou encontrá-la e
então a gente vai colocar em pratica tudo aquilo
que você gosta. – Murmura e o barulho alto de
alguém pulando no palco me faz pular.
Tento conter o grito com a mão na boca e tomo
algumas respirações profundas apenas esperando.
A adrenalina está lá em cima e tudo parece surreal
demais para mim, tento lembrar de cada orientação
do Miles, do meu pai e até mesmo do Enzo naquele
dia no ringue.
Então meu corpo se acalma e uma certeza começa a
brotar em mim, sei que posso fazer isso e confio no
meu pai para mandar ajuda logo.
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- Você gosta de chupar um pau não é mesmo? –


pergunta e o som da sua voz está bem perto – sabe
Clarissa, levou tempo demais para ter o que eu
quero e olha que sou um homem paciente. –
Murmura cada vez mais perto – isso tudo era para
ser só uma vingança básica, meu nome nem é Gus
de verdade. Foi muito fácil enrolar a segurança do
seu pai, era só mostrar um excelente currículo que
logo fui contratado e mesmo que não fosse não
existe nada que possa me incriminar. – diz tentando
me assustar.
Então faço algo que deveria ter pensado antes, puxo
o celular do bolso o mais silenciosamente que
possa e ligo o aparelho ativando o modo silencioso
para depois começar a gravar tudo.
- Eu sou muito bom no que faço e garotas como
você são fichinhas para mim. Mas o que está
acontecendo aqui foi planejado a muito tempo,
desde que seu pai colocou o meu na cadeia tirando
tudo que eu tinha. – Conta e ouço seus passos se
aproximando – era um plano bem fácil, fazer você
se apaixonar pelo novo segurança e depois tomar
tudo que era dele através de você. Mas aquele
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barrista, aquilo foi algo inesperado e tudo teve que


mudar. – Rosna irritado.
A tela do meu celular se ascende e um texto da Iara
aparece.
Iara: “Seu pai ligou está louco atrás de você,
chamei a polícia como pediu devem chegar logo.
Fique tranquila!”
Não respondo a mensagem apenas volto para o
aplicativo da gravação e continuo gravando.
- Foi quando a ideia das mensagens apareceu, foi o
suficiente para assustá-la e adiantar a minha
contratação. Mas como sempre você tinha que
mudar tudo de novo, não é? – pergunta e depois
pragueja ao trombar em algo barulhento – Nova
York com aquele garoto de merda, se eu não posso
ter minha vingança então vou tratar de deixar uma
marca tão profunda que nem mesmo o tempo será
capaz de apagar. Quer saber a melhor parte? –
pergunta ele e agora sei que ele está bem na minha
frente atrás da cortina negra – não dou a mínima se
vou para cadeia. – Fala puxando a cortina.
Com o máximo de força que posso chuto o meio
das suas pernas e ele geme caindo ajoelhado na
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minha frente, antes mesmo que ele possa reagir


aperto meu punho e desfiro um soco no seu nariz
que começa a sangrar. Minha mão arde de dor, mas
ignoro.
- Vou te contar uma coisa sobre mim seu miserável.
– Murmuro quando ele cai no chão – não sou
nenhuma garotinha indefesa. – Grito chutando a
sua barriga.
Ele uiva de dor e ao fundo ouço vozes de pessoas
correndo e pulando no palco. Mais de cinco
policiais entram nos bastidores com as armas
apontadas para cima, Iara está no meio das pessoas
com lágrimas nos olhos e corre para me abraçar.
- Você está bem? Fiquei tão apavorada com a sua
mensagem? – fala enquanto nos abraçamos e os
policiais prendem o Gus que na verdade se chama
Breno.
- Eu estou bem – respondo saindo do seu abraço –
eu não podia deixar ele me pegar Iara. – Sussurro
com a voz embargada – teria sido horrível. –
Explico e ela acena envolvendo os braços ao redor
de mim outra vez.
- Eu sei, vai ficar tudo bem. – Murmura afagando
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os meus cabelos e imagino que as lembranças a


estão atormentando quando seu corpo treme
abraçada a mim.
Os policias algemam o Gus e começam a ditar os
direitos que na minha opinião ele não deveria ter,
ele sai algemado do teatro e com o rosto todo sujo
de sangue. Uma hora depois estou esperando no
pronto socorro enquanto eles avaliam o meu pulso,
que infelizmente se deslocou do lugar quando
soquei a cara do Breno.
Meu pai puxa a cortina na exata hora em que o
médico coloca uma tala no meu pulso para evitar
movê-lo por um tempo.
- Estou bem. – Digo a ele que parece em pânico –
eu estou bem. – Afirmo mais uma vez antes de cair
em lágrimas.
Mais do que depressa meu pai envolve seus braços
ao redor de mim e segura o meu corpo com
segurança, o médico protesta por um minuto antes
de jogar as mãos para o alto e desistir.
- Ele machucou você? – pergunta segurando meu
rosto banho de lágrimas com as mãos.

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- Só um pulso deslocado – aponto levantando a tala


ainda não terminada – não vou poder tocar por um
tempo e isso quer dizer que a Juilliard já era. –
Murmuro e ele beija a minha cabeça.
- Antes a Juilliard do que você. – Fala baixinho – a
sua mãe está lá fora e quer te ver, mas achei melhor
entrar primeiro. – Fala e eu aceno.
- Será que posso terminar de fazer o meu trabalho?
– o médico pergunta com uma carranca.
- É claro – respondemos juntos e um sorriso fraco
se abre no meu rosto, então me lembro de algo –
Pai o Enzo. – Murmuro.
- Está na academia, vai entrar no ringue daqui a
uma hora e meia. – Fala e eu aceno.
- Eu prometi que estaria lá para vê-lo. – falo
enquanto o médico volta a trabalhar no meu pulso.
- Se é isso que você quer então vamos dar um jeito
de chegar lá na hora. – Responde dando um último
beijo na minha cabeça antes de sair para chamar a
minha mãe.
Capítulo 48

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Enzo
O juiz continua falando e apresentando o meu
oponente, que não é tão desconhecido assim e
depois chama a nós dois para o centro do ringue.
- Quero uma luta justa e nada de golpes abaixo da
cintura ou atrás da nuca. Estamos entendidos? –
pergunta e nós dois acenamos que sim. –
Cumprimentem-se. – Pede.
Miguel e eu batemos nossas luvas e voltamos para
o nosso lugar esperando o anuncio do primeiro
round, é quando o cabelo da minha nuca começa a
pinicar e meus olhos finalmente encontram os seus.
Ela está correndo no meio das pessoas com a
família dela logo atrás. Um sorriso gigante se abre
no meu rosto e tiro o protetor bucal chegando mais
perto das cordas onde ela está.
- Estou aqui, estou aqui. – Repete meio sem fôlego
subindo as escadas – ganhe essa por mim. – Pede
envolvendo os dedos nos cabelos da minha nuca e
beijando a minha boca rapidamente.
- Eu te amo. – Sussurro próximo aos seus lábios.
- Eu também amo você, agora faça o que precisa
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fazer. – Pede outra vez e eu aceno colocando o


protetor bucal outra vez.
Dou uma piscadinha para Clarissa ao lado do meu
pai e volto minha atenção para o meu oponente.
Miguel está pulando do outro lado do ringue
aquecendo o corpo, mal sabe ele que todo o
aquecimento que preciso acabou de chegar.
Uma das garotas que trabalham na academia cruza
o ringue com a placa de primeiro round e quando
ela passa pelas cordas para voltar ao seu lugar o
gongo soa alto pelo lugar.
Avanço para cima do Miguel sem baixar a minha
guarda, como fui instruído para fazer. Miguel é três
anos mais novo do que eu, o que significa que tem
mais disposição física. Mas a minha determinação
em ganhar é maior, porque não estou aqui só por
mim e sim para honrar a memória do Phil e claro
ganhar uns pontinhos com a minha namorada.
Rodamos ao redor um do outro testando os nossos
movimentos, analiso cada passo dele tentando
encontrar uma fraqueza e quando encontro uma
abertura desfiro o primeiro soco. Ele percebe a
minha ação e desvia a tempo devolvendo a reação.
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Seu punho atinge a minha luva e pela potência do


soco posso dizer que ele é bom. O primeiro round é
todo baseado na estratégia, soco de um lado e de
outro. Até que no segundo consigo acertá-lo com a
direita direto na bochecha.
Ele cambaleia, mas reage logo depois desferindo
dois golpes nas minhas costelas. O clima começa a
esquentar e logo nós dois estamos ofegantes
rodando, trocando socos potentes e analisando um
ao outro.
Meu corpo pinga suor e a cada intervalo ouço as
orientações do meu pai no meu ouvido.
- Tente evitar que ele lhe acerte as costelas Enzo,
estão bastante machucadas já. Desvie, enrole e
parte para cima. Sei que você consegue encerrar
essa luta agora e acabar com isso aqui. – diz meu
pai e eu aceno.
- Ele é muito bom. – Murmuro tomando um gole de
água – bate como um cavalo – resmungo.
- Você consegue garoto – ele fala batendo no meu
ombro. – Vá na direita Enzo e depois troque, seja
inteligente. – Aponta.

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- Ok! – respondo com um balançar de cabeça e com


o corpo exausto.
Levanto do meu lugar caminhando para o centro do
ringue, Miguel faz o mesmo e tocamos nossas luvas
antes de iniciar mais um round. Sinto cada parte do
meu corpo reclamar em protesto e pela careta do
Miguel o dele também deve estar protestando.
Preciso levar essa última vitória, depois disso não
vou mais poder competir pela academia devido a
idade. Miguel é quem vai representar o lugar a
partir daqui, então essa é minha última chance.
Avanço para cima dele com toda a energia que
resta em mim, um soco atrás do outro, revessando
entre a direita e a esquerda. Ele protege o rosto e
recua ficando preso nas cordas, num movimento
rápido as nossas posições se invertem e é a sua vez
de desferir alguns socos em mim.
Enquanto ele bate no meu corpo, presto atenção nos
seus movimentos. Direita, esquerda, esquerda de
novo e uma abertura aparece. Sem pensar duas
vezes levanto meu punho debaixo para cima em um
gancho de direita e ele tomba caindo no ringue.
Volto para o meu canto e espero o juiz terminar a
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contagem, o público começa a contar junto com ele


e o dou um pequeno balançar de ombros para o
Matthew que está gritando para o Miguel levantar.
O garoto até tenta, mas sei o quanto de potência
coloquei nesse golpe e nem mesmo o mais forte dos
lutadores conseguiria levantar em dez segundos. A
minha suposição se confirma quando o juiz balança
os braços em cima do corpo do Miguel dizendo que
acabou.
O ginásio irrompe em um grito furioso e meu corpo
é envolvido por braços femininos delicados.
- Você conseguiu. – diz com um sorriso enorme no
rosto e então percebo a tala no seu pulso.
- O que é isso? – pergunto com a testa franzida
depois de tirar o protetor bucal.
- E o vencedor senhoras e senhores... Enzo Nash –
grita o locutor puxando meu braço para cima
impedindo a Clarissa de explicar.
Tudo vira um caos e perco a minha mulher de vista
enquanto eles colocam o cinturão ao redor da
minha cintura e continuam apontando para mim.
Depois de toda a comoção sou levado de volta para

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o vestiário.
- Você não viu para onde ela foi? – pergunto ao
meu pai que está caminhando comigo.
- Ela deve estar aqui tenha calma garoto – reclama
com um balançar de cabeça.
Entramos no vestiário e a primeira pessoa que vejo
é ela. Está com a bunda apoiada em cima de um
balcão e com as pernas balançando para fora. O
vestido azul claro com pequenas flores voa a cada
movimento e meus olhos seguem cada parte do seu
corpo até parar no maldito machucado.
- O que aconteceu com você e porque chegou
atrasada? – pergunto logo de cara.
Clarissa
- Acho melhor deixar você dois sozinhos agora, boa
luta meu filho parabéns – Max diz batendo no
ombro do Enzo delicadamente já que ele está todo
machucado.
Espero todas as pessoas saírem do vestiário antes
de dizer qualquer coisa. Enzo caminha na minha
direção e para bem na minha frente com uma
carranca.
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- Parabéns – murmuro e ele estreita ainda mais os


olhos – posso pelo menos beijar o campeão antes
de qualquer outra coisa? – pergunto e sua expressão
se suaviza.
- Você pode fazer bem mais do que beijar, já deu
uma boa olhada para o meu corpo. Estou todo
quebrado – resmunga e eu sorrio levemente.
- Que bom que eu sou perita em relaxar esses
músculos – provoco e ele geme batendo sua boca
na minha rapidamente. O beijo é rápido, mas ainda
assim não menos bom do que todos os outros.
- O que aconteceu com o seu pulso? – pergunta
puxando o mesmo com as mãos para analisá-lo.
- Eu tive que usá-lo para salvar a minha própria
pele – respondo e ele franze a testa ainda mais
então conto tudo que acontece a algumas horas para
ele.
- Não consigo acreditar que você passou por tudo
isso sozinha e ainda saiu ilesa. – Fala chocado.
- Preferia que eu tivesse me machucado? –
pergunto espantada.
- Não, claro que não. Mas convenhamos Pérola é
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surpreendente que você tenha derrubado o cara e


não sofrido um único arranhão além de um pulso
deslocado. – Fala apontando para o machucado.
- Acho que o peguei de surpresa. – Respondo
dando de ombros – não pergunte como está bem,
mas eu sabia que se não lutasse por mim mesma
então algo de muito ruim teria acontecido. –
Explico.
- Tem razão. Fico feliz que tudo tenha dado certo e
você conseguiu pelo menos dar um soco naquele
imbecil, agora não existe mais preocupação nos
rondando. Só é uma pena por Juilliard. – Fala com
pesar.
- Está tudo bem, como disse meu pai, antes a
Juilliard do que eu e além do mais talvez não seja
esse o meu destino. – Respondo com um
pouquinho de tristeza. Mas uma coisa é certa, se
Juilliard era meu destino então era lá que eu estaria
agora e não aqui.
Capítulo 49
Clarissa
As próximas duas semanas passaram voando em
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minha vida, Enzo e eu estabelecemos uma rotina


muito boa e temos vivido bem desde então. Já não
preciso mais de segurança para sair na rua e nem
mesmo me sentir perseguida o tempo todo.
Gus ou melhor o Breno foi preso e vai responder a
um processo de várias partes. O caso foi parar na
justiça federal já que depois que o prenderam,
muitas fraudes foram descobertas e que ele foi o
responsável por hackear contas de bancos para
transferir dinheiro para uma conta no seu nome.
Foi uma confusão danada, mas finalmente acabou.
Enzo também se viu livre finalmente do Raul,
quando um dia inesperadamente todo o dinheiro
roubado do bar foi devolvido e o cara condenado a
cinco anos por roubo.
Agora nossa única preocupação é encontrar um
apartamento legal onde a gente possa morar. Ainda
estou na casa dos meus pais, mas agora passo
tempo demais no apartamento do Enzo e apesar de
gostar do lugar, ele é pequeno para nós dois.
- A gente precisa se mudar logo Pérola – ele fala
enquanto organiza os pratos em cima da mesa de
jantar no seu apartamento.
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- Eu sei, mas até agora não encontramos nada e


estava pensando em comprar uma casa, assim não
teríamos que mudar quando sei lá... sabe a família
aumentar. – Digo e ele para.
- Você está querendo dizer que quer ter filhos
comigo? – pergunta ele com um sorriso escondido.
- Claro, mas talvez não agora. O fato é que se
vamos receber a nossa família para jantar como
hoje, vamos precisar de um espaço maior. –
Respondo.
- Tem razão, acho que posso pedir a ajuda do Tio
Brian para resolver isso. Meu pai diz que ele é
muito bom em encontrar lugares legais para morar
sem ser muito caro. – Comenta e eu aceno voltando
a espiar o assado.
- Parece bom, você acha que seus pais vão gostar
da minha comida? – pergunto tirando as luvas
térmicas das minhas mãos e apoiando o corpo na
bancada.
- Eles vão amar Pérola, nada que você faça é ruim e
olha que já experimentei muito da sua comida
desde que você passa bastante tempo por aqui. –
diz vindo até mim – ganhei até uns quilos extras. –
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Fala esfregando a barriga sarada.


- Você ganhou foi massa muscular isso sim, já eu
por outro lado estou pensando em começar uma
dieta. – Aponto.
- Você está ótima desse jeito. – Fala envolvendo
minha cintura com os braços – agora me conta
como está o trabalho? – pergunta beijando a ponta
do meu nariz.
- Eu gosto, o pessoal é bem legal e divertido.
Temos uma apresentação na próxima semana e eu
vou ser a pianista principal. – Conto a ele me
referindo ao meu novo trabalho na orquestra
municipal.
- Parabéns amor fico feliz por você. Sabia que iria
conseguir Pérola, não é Juilliard, mas pelo menos
você está fazendo o que gosta. – Fala com certo
pesar.
- Enzo eu estou feliz aqui já nem penso tanto assim
na Juilliard, teria sido uma boa oportunidade, mas
sinto que trabalhar aqui pode abrir outras portas
para mim. Portas que não pensava ser possível. –
Falo tentando tranquilizá-lo – ontem mesmo o
maestro cogitou a possibilidade de tocarmos fora
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do país e gostaria que eu fosse com o grupo. Seria


uma apresentação de duas noites num teatro em
Paris, mas ainda assim pode ser alguma coisa. –
Conto e seu sorriso reaparece.
- Puxa Pérola isso seria incrível, incrível mesmo. –
Sussurra e eu aceno. – Você vai? – pergunta.
- Ainda não decidi, mas acredito que sim. Você
poderia ir comigo e a gente podia conhecer Paris
juntos. – Digo a ele.
- Adoraria ir com você, é só dizer quando que eu
vou ver o que posso fazer. – Fala e eu sorrio
envolvendo seus lábios com os meus num beijo
rápido antes da campainha tocar.
- Devem ser nossos pais. – Ele fala se
desprendendo de mim e caminhando até a porta do
apartamento.
Percorro os olhos pelo espaço e procuro alguma
coisa fora do lugar, fiz questão de organizar o
apartamento antes de convidar a nossa família para
jantar. Depois de fazer uma varredura com o olhar
volto para o Enzo que pisca para mim e abre a
porta.

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Enzo
- Ethan ligou essa manhã e disse que a lua de mel
está sendo ótima, mas que a Emma não anda se
sentindo muito bem. – Nael fala e a minha mãe
logo fica preocupada.
- Deve ser maresia, a Emma sempre detestou o mar.
Na verdade ela morre de medo porque não sabe
nadar. – Ela diz.
- Verdade, a última vez que tentou pelo que soube
os dois acabaram caindo para fora do barco lá na
fazenda do Aidan. – Clarissa concorda.
- Que nada – Jake fala com um estalo da língua –
nossa nora está grávida isso sim. – Ele diz e todos
na mesa param de mastigar – vai dizer que ninguém
percebeu? – ele pergunta.
- Está tentando nós dizer que vamos ser avôs? –
meu pai pergunta com os olhos enormes.
- Não duvidaria nada se em menos de duas semanas
o Ethan ligasse para contar a novidade. – Ele diz e
as mulheres gritam felizes.
- Todos aqueles enjoos antes do casamento, só pode
ser isso. – Nael comemora.
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- Vocês não acham que estão um pouco adiantados


não? – pergunto depois de tomar um gole do meu
vinho.
- Você já me viu errar em alguma previsão garoto?
– Jake pergunta com a sobrancelha levantada e eu
penso nisso por minuto.
- Tem razão, acho que deveríamos começar a
comprar fraldas e preparar o chá de bebê. –
Resmungo com irritação porque ele sempre tem
razão e isso é irritante.
- Foi o que pensei, mas agora mudando de assunto
quando você vai resolver tornar da minha filha uma
mulher honesta? – pergunta me fazendo engasgar
com a comida.
Começo a tossir sem parar e a Clarissa levanta
assustada para bater nas minhas costas enquanto o
poderoso chefão continua imperturbável na sua
cadeira saboreando do seu jantar.
- Jake. – Nael repreende batendo o guardanapo na
mesa.
- O que? Eu tinha que perguntar, já tem o que mais
de três meses que estão juntos, não é? – diz ele.

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- Pai uma coisa de cada vez ok, ainda é cedo


demais para isso. – A minha Pérola responde
esfregando as minhas costas.
- Minha nossa o senhor não podia ser menos direto.
– Resmungo com a voz rouca – está tudo bem. –
Asseguro puxando a mão da Clarissa para um beijo
e pedindo para voltar ao seu lugar.
- Perguntar não ofende, vocês jovens hoje em dia
são tão modernos que fico um pouco preocupado
que você esteja enrolando a minha filha. – Fala e eu
bufo.
- Para a sua informação senhor, iria pedir a sua
permissão para me casar com a sua filha hoje. Mas
como sempre Jake Maddox precisa colocar a
carroça na frente dos bois e só para esclarecer, só
porque estou pedindo sua permissão não quer dizer
que vá fazer o pedido imediatamente. – Falo e
minha mãe tenta esconder o sorriso enquanto meu
pai falha miseravelmente.
- Você iria pedir a permissão do meu pai para se
casar comigo? – Clarissa pergunta num fiapo de
voz.
- Iria, mas agora é irrelevante. Vou me casar com
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você de qualquer maneira e ponto final. –


Resmungo e meu pai bate na mesa.
- Esse sim é meu filho – elogia e o Jake bufa com
um revirar de olhos.
Epílogo
Enzo
Alguns meses depois Paris...
Arrumo minha gravata borboleta no lugar e
acomodo o corpo numa das poltronas vermelhas em
frente ao palco onde a minha Pérola irá se
apresentar no Teatro do Odéon. Ela vem
trabalhando muito duro para esse dia e agora está se
tornando realidade.
Desde aquele jantar em família, que a Clarissa não
para mais. Ela vem tocando com a orquestra
municipal e dando aulas de piano para crianças no
mesmo local, seu talento chamou tanta a atenção
que a alguns meses ela foi convidada para uma
turnê mundial de música clássica nos maiores
teatros do mundo.
Já passamos pelo Brasil e Argentina, agora estamos
do outro lado do mundo. Londres, Itália, Espanha e
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agora França para fechar essa turnê. Faz meses que


estamos viajando e em alguns concertos não pude
estar presente.
Nossa vida mudou tanto em tão pouco tempo que
precisei expandir o bar, agora tenho um bar
elegante no centro da cidade que toca músicas ao
vivo. A clientela aumentou e o trabalho também,
tive que voltar para contratação de novos
funcionários, funções legais e tudo mais.
Miles virou meu sócio e a Carla agora é gerente no
bar, tudo está bem e só falta uma coisa para ficar
perfeita.
Puxo a caixinha preta de veludo do meu bolso e
abro a tampa, o pequeno anel brilha diante dos
meus olhos. Ele é muito parecido com a pulseira
que dei para ela no seu aniversário, o aro é feito de
uma maneira bem fina para parecer galhos de flores
como uma roseira e os botões das flores são cinco
pérolas brancas pequenas.
Não é um anel chamativo e com uma pedra enorme
no centro, mas ainda assim combina perfeitamente
com a minha Pérola. Agora só preciso saber se ela
vai aceitar.
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As luzes do teatro se apagam e todos ficam em


silêncio, guardo a caixa de volta no bolso e me
concentro no palco. Um holofote se ascende e a
minha Pérola está ali, sentada em frente ao piano
usando um vestido branco longo que destaca
perfeitamente as suas curvas.
- Boa noite – ela cumprimenta falando ao
microfone acima do piano – Sou Clarissa Louise
Maddox pianista desde os quatro anos e vou
entretê-los está noite. Aproveitem! – fala e seus
olhos encontram os meus.
Ela sorri amavelmente e fecha os olhos antes de
começar a tocar. A música clássica reverbera por
todo o teatro enchendo os ouvidos das pessoas,
cada toque seu nas teclas encanta a todos. Ela toca
diversas canções e canta em algumas também.
Clarissa tinha muito medo de decepcionar as
pessoas e por isso evitava tocar em público, mas
aquele lugar bem ali pertence a ela.
- Para fechar a noite uma canção de minha autoria.
Essa canção é para uma pessoa muito especial em
minha vida – Ela diz pouco antes de começar a
tocar de um jeito suave e apaixonante.
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O som é conhecido por mim, mas nunca tinha


ouvido ela cantar a canção inteira apenas pequenos
trechos e ela também nunca quis compartilha isso
comigo. Apesar de pegá-la cantando várias vezes a
única pessoa que conhece a canção inteira é o seu
avô, que infelizmente faleceu a alguns meses.
Foi um tempo difícil para família, principalmente
para ela que antes de entrar em turnê passou os seus
dias cuidando dele ao lado da mãe e da Lilian. Ela
sente sua falta sei disso, mas sabe também que em
algum lugar o comandante vai estar olhando por ela
junto com a sua vó.
“Eu ouço melodias na minha cabeça
Encontro algumas notas na minha cama
Tenho canções enroladas no meu cabelo
Vejo teclas de piano em todos os lugares
Meu coração é uma bateria tocando
Repetindo minha canção favorita
Eu ouço a nona sinfonia de Beethoven
O tempo o todo
E é meio como "do-ré-mi"

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Tão fácil quanto "Abc"


Belo como uma sinfonia
Estou falando de você e eu”
Ela continua cantando e meu sorriso se expande de
orelha a orelha, ela realmente é a minha única. A
mulher que vou amar pelo resto da minha vida,
aquela com quem terei filhos e envelhecerei.
“Eu ouço melodias na minha cabeça
Eu ouço melodias na minha cabeça
Eu estava com a batida um pouco errada
Mas tenho uma nova canção agora
Então coloco meus fones
Conecto em você
Conecto em você
Garoto, você é minha canção favorita
Conecto em você
Conecto em você
Você é tão errado
Que te faz ficar certo
Me mantém bem acordada à noite

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Não consigo dormir agora que sei que está por


aqui
Eu deito ouvindo e cantando cada canção
Eu adoro quando ouço sua voz
Bem amor, eu acho que não tenho escolha
Mozart está no ar e eu estou bem aqui”
Ela abre os olhos e mira aquelas Pérolas castanhas
em cima de mim, repetindo o verso outra vez e
continuando a canção sem desviar o olhar do meu.
“Acordo no meio da noite
Não posso conter as melodias que eu ouço
Melodias amor
Eu ouço melodias o tempo todo
E estou prestes a ficar louca
Eu continuo cantando eu estou prestes a te ver
amor
Você é minha melodia
E eu, eu ouço melodias na minha cabeça
Eu ouço melodias na minha cabeça
Eu ouço melodias na minha cabeça

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Eu estava um pouco desafinada


Então você colocou a melodia em mim
E estou melhor que nunca”
- Eu te amo – sussurro bem baixinho e sei que ela
entendeu quando seu sorriso aumenta de tamanho.
Ela encerra a canção cantando o último verso outra
vez e depois encerra somente com o som das teclas
do piano ecoando por todo o lugar.
Quando seus dedos param de tocar o teatro irrompe
numa salva de palmas estrondosa e ela levanta do
seu lugar para cumprimentar todo mundo. Uma das
organizadoras caminha na sua direção com um
ramo de rosas vermelhas na mão e entrega a ela
como agradecimento.
Clarissa
- Você estava tão linda lá em cima tocando e aquela
última canção foi perfeita. – Enzo fala beijando a
minha mão enquanto estamos caminhando pelo
Jardim de Luxemburgo depois da minha
apresentação final.
- Eu não tinha certeza se deveria cantar – digo a
ele.
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- Fez bem em cantar, estava perfeita Pérola. As


pessoas amaram, eu amei – diz ele parando de
caminhar e puxando meu corpo pela cintura para
mais perto do seu.
- Obrigada! – agradeço pelo elogio e circulo seu
pescoço com os braços mexendo no seu cabelo
atrás da nuca – nunca pensei que a minha vida
fosse mudar tanto em tão pouco tempo. – Digo a
ele lembrando de todas as coisas que aconteceram
nesse meio tempo.
- Bom espero que você esteja pronta para ver ela
mudar mais um pouco. – diz afastando o corpo do
meu para pegar algo do bolso.
- O que você andou aprontando Enzo Nash? –
Pergunto curiosa vendo ele tirar uma caixinha de
veludo do bolso e abrir só para revelar um lindo
anel.
- Eu te amo Pérola, desde que me lembro. Tive
medo no começo eu admito, mas agora não consigo
pensar numa mulher melhor do que você para
dividir a minha vida. – Fala descendo e apoiando
um joelho no chão. – Você é a mulher mais
bondosa, inteligente, amorosa e claro gostosa que já
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conheci. Quero passar a minha vida toda ouvindo


você tocar e não vou me importar nem um pouco se
você ditar o ritmo também, contanto que eu esteja
em cada verso, em cada refrão e em cada nota que
você fizer. Quero ser a sua melhor composição e
para isso preciso que você aceite ser minha para
sempre. Quer casar comigo? – pergunta estendendo
o anel dentro da caixa na minha direção.
- Sim, sim eu quero me casar com você. –
Respondo e ele sorri levantando para que possa
pular no seu pescoço e beijá-lo com todo amor que
tenho em mim.
O beijo é demorado e cheio de paixão. Nos
separamos quando o ar nos falta e o Enzo coloca a
aliança de noivado no meu dedo selando assim
mais uma etapa que irá começar nas nossas vidas.

Capítulo bônus
Analuh
Festa de casamento do Ethan e da Emma...
As pessoas estão rindo e se divertindo para valer,
para cada rosto que meus olhos caem um sorriso
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está estampado em seus lábios. Até mesmo eu estou


sorrindo ou melhor, estava até segundos atrás e
antes de deixar que mais uma das gracinhas do
Mason chegasse até mim.
Saio do salão como se o fogo do inferno estivesse
queimando os meus pés, esse idiota não tem o
direito de falar dessa maneira comigo. Quem ele
pensa que eu sou, seu saco de pancadas, sua válvula
de escape quando precisa desabafar.
Só porque ele me ajudou a duas noites atrás, não
lhe dá o direito algum de ser um cretino insensível.
Empurro as portas de madeira com força e saio para
o ar quente de Seattle, estamos em pleno verão e o
calor hoje está insuportável. Giro em meus
calcanhares pela lateral do prédio em direção a rua
e chamo o primeiro táxi que aparece.
- Para onde senhorita? – pergunta o taxista barbudo.
- Para o inferno. – Respondo e ele arregala os olhos
– para minha casa. – Respondo por fim passando o
endereço para ele.
Pelo canto de olho vejo o Mason sair correndo do
salão assim como eu e mirar os olhos no táxi que

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estou. Como um ato infantil levanto as minhas


mãos e aponto os dois dedos do meio para ele como
um sinal de foda-se.
O motorista arranca e o caminho todo até a minha
casa é feito em silêncio, estou muito puta para
trocar conversa afiada com um estranho. Desço do
carro depois de pagar a corrida quando ele
finalmente estaciona no meio fio da minha casa
recém reformada.
A casa estava caindo aos pedaços quando comprei,
agora parece muito mais habitável. Ela só precisava
de um pouco de amor e carinho.
Procuro pelas chaves na minha bolsa pequena de
mão e quando encontro faço o rápido trabalho de
destrancar a porta. Um barulho de pneu cantando
no fim da rua chama a minha atenção e meus olhos
se estreitam ao reconhecer o maldito Mustang
vermelho do Mason.
Com a porta aberta cruzo meus braços sobre o peito
e espero pacientemente ele descer do carro. Ele
bate a porta com força e caminha na minha direção
com uma cara irritada.
- Você é uma mulher insuportável – geme
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atravessando o meu gramado recém cortado.


- Você é um idiota insensível – rebato lançando
punhais na sua direção. – E não estou vendo
nenhum pedido de desculpas saltar dessa sua boca
metida – alfineto e ele ri.
Ele não responde apenas continua avançando e
quando está perto o suficiente agarra a minha nuca,
batendo sua boca na minha de forma brusca e
inesperada.
Fico sem ação por um minuto inteiro antes de
tomar consciência do que está acontecendo,
empurro seu peito para longe de mim e olho para
ele perdida. Mason sorri e avança me fazendo
recuar passos atrás até estar segura dentro da minha
própria casa.
Ele bate a porta atrás de si e passa a corrente que
mandei instalar por segurança extra.
- Sabe, a gente vai resolver esse lance – diz
apontando entre mim e ele com o dedo – da forma
antiga Delícia e depois nós vamos conversar sobre
o que aconteceu lá, você vai explicar direitinho
para mim qual foi a merda que saiu da minha boca
dessa vez que te fez fugir. – Fala puxando a gravata
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e jogando a peça no chão.


- Não temos nada para falar e porque você está
tirando a roupa? Pelo amor dos deuses – resmungo
quando ele começa a desabotoar as calças e puxar a
camisa fora. – PARE MASON. – Grito batendo as
costas em uma parede.
- Eu só vou parar quando você estiver nua e se
contorcendo embaixo de mim. – Murmura voltando
a me agarrar com vontade.
Mason
Empurro o corpo da Analuh contra a parede e
pressiono minha boca na sua em um beijo
enlouquecedor. Faz meses que essa mulher provoca
o meu corpo e hoje vou aliviar todo esse tesão.
Leva alguns minutos para fazê-la parar de resistir e
quando finalmente se entrega, seu corpo derrete no
meu. Solto suas mãos e deixo que ela aperte os
músculos dos meus braços e os use para se manter
de pé.
Separo minha boca da sua e distribuo beijos por
todo o seu pescoço. Ela suspira cravando as unhas
nas minhas costas nuas, o toque das suas mãos
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espalha calor por toda a minha pele. Nunca me


senti tão ligado quanto agora.
Essa mulher desperta o pior em mim e ao mesmo
tempo o melhor, ela é irritante para caralho e
mesmo estando puta comigo, sempre aparece
quando ligo.
Quando estou com ela sinto que sou uma pessoa
melhor, mas Analuh está sempre dura e fria. É
como uma máscara que ela usa para afastar as
pessoas, mas não a mim.
Eu já estou envolvido demais para sair agora e não
importa o quanto ela tente, não vou a lugar
nenhum.
- Mason. – Geme esfregando o corpo no meu de
maneira frenética.
Sorrio malicioso e faço o que estou com vontade de
fazer desde que entrei com ela na igreja hoje.
Dou um passo atrás somente o suficiente para ter
espaço e rasgar o seu vestido. O tecido se desfaz
em vários pedaços e cai feito uma pluma no chão
ao redor dos seus pés.
- Puta merda! – suspiro ao percorrer os olhos pelo
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seu corpo vestindo um conjunto de lingerie


vermelha com cinta liga.
- Não olhe. – Pede ganhando um rubor incrível nas
bochechas.
- Está brincando? – Pergunto passando a língua
pelos lábios e apreciando cada curva com fome –
você é a mulher mais linda em que já coloquei os
olhos. – Murmuro e ela se encolhe.
- Eu não sou bonita Mason. – Fala tentando cobrir o
corpo. – Eu não sou uma mulher pequena, tenho
coxas enormes e uma bunda gorda. – Reclama.
- Primeiro a sua bunda não é gorda, é gostosa.
Segundo não fale mal desse corpo dos deuses na
minha frente nunca mais. Terceiro se você fosse
pequena não iria aguentar tudo isso – digo
apontando para o meu pau – então agradeça ao
papai do céu pelo corpo que tem. – Resmungo com
firmeza.
Ela só pode estar brincando comigo!
Analuh não tem o corpo de uma modelo eu
concordo, mas puta merda, cada curva suculenta
está me fazendo babar nas calças literalmente. Ela

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não é gorda, mas também não é magra, pelo menos


não mais.
Até algum tempo atrás seu corpo poderia voar com
uma simples rajada de vento, agora ele ganhou
forma e está exatamente como deveria, curvas nos
lugares certos e uma bunda muito boa para apertar.
- Isso não tem graça Mason. – Reclama de novo
cruzando os braços sobre aqueles seios fartos.
- Não tem mesmo, você é linda exatamente assim. –
asseguro e ela olha para mim atentamente. – Pelo
visto vou ter que provar que não estou mentindo. –
Sussurro aproximando meu corpo do seu.
Ela arregala os olhos quando chego mais perto e
tomo sua mão na minha levando para dentro das
minhas calças.
- O que está fazendo? – pergunta tentando puxar a
mão de volta, mas seguro com firmeza e coloco em
cima do meu pau.
- Não dá para fingir tesão Ana. – Murmuro com um
gemido quando seus dedos tocam a carne dura do
meu eixo.
- Você está tão duro. – Suspira apertando a ponta
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por dentro da cueca.


- Tem estado assim a meses e isso só acontece com
você. – Provoco e ela fecha os olhos – deixa eu te
mostrar o quanto pode ser bom. – Peço num
sussurro rouco próximo a sua orelha.
- Isso é uma péssima ideia. – Fala abrindo os olhos
outra vez – quer saber, que se foda. – Pragueja
batendo sua boca na minha.
Não consigo deixar de sorrir e aproveito que ela
finalmente baixou a guarda para apertar a sua
bunda com vontade.
Apalpo as bochechas macias com força e aperto seu
corpo com o meu na parede. Suas mãos saem de
dentro da minha cueca e puxam os fios do meu
cabelo.
Solto a sua bunda e procuro pelo fecho do sutiã
atrás das costas. A peça íntima se solta quando abro
e a Analuh se desfaz dela rapidamente.
Seus olhos prendem os meus e com um sorriso
malicioso abocanho um seio chupando duro.
- Oh deuses. – Geme batendo a cabeça na parede e
agarrando os meus braços.
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Chupo a carne macia em minha boca e provoco o


mamilo, rodando a minha língua por ali e dando
uma pequena mordida antes de fazer o mesmo com
seu gêmeo.
A Analuh se remexe espalmando as mãos no meu
quadril e puxando meu corpo de encontro ao seu.
Meu pau duro se esfrega na sua boceta por cima da
calcinha e ela geme cada vez mais alto.
Solto o seu mamilo com um barulho molhado e
ergo seu corpo para cima. Suas pernas se enrolam
ao redor da minha cintura e a passos rápidos,
praticamente corro com ela até o seu quarto.
Se vamos mesmo fazer isso, vou aproveitar desse
corpo gostoso numa cama, onde posso fazê-la se
contorcer de prazer e gritar o meu nome sem parar
por horas a fio.
Nossos corpos caem na sua cama com um baque e
ela não demora a puxar a minha boca de volta para
sua. A cada beijo que damos o tesão se acumula
com mais força em mim.
Enquanto nossas bocas devoram uma a outra, desço
minha mão até encontrar a renda da sua calcinha
vermelha. Afasto o tecido para o lado e dedilho os
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lábios do seu sexo.


- Cacete, molhada para caralho. – Suspiro na sua
boca – preciso sentir isso com a minha língua. –
Provoco descendo o corpo para baixo nela.
Em menos de um minuto sua calcinha repousa no
chão e minha língua prova da suculência da sua
boceta. Enquanto o tecido das meias acaricia a
minha pele.
Sondo toda extensão de pele macia e cremosa,
quanto mais chupo, lambo e mordisco, mais alto a
Analuh grita. Seus gemidos ecoam pela casa e seu
corpo se debate no colchão.
- Mason. – Geme ensandecida segurando os lençóis
ao lado das suas coxas como se sua vida
dependesse disso.
- Goza. – Comando e seu corpo se entrega quando
sugo o seu clitóris na minha boca.
Meus dedos entram e saem do seu calor molhado
espalhando o seu gozo por toda a sua boceta, ao
mesmo tempo que minha língua prova do seu
sabor.
Enquanto a Analuh aproveita dos últimos tremores
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de prazer, salto da cama e tiro as minhas calças em


tempo recorde. Meu pau salta livre e não resisto a
acariciá-lo um pouco para aliviar a pressão.
- Que pau enorme. – Ouço o sussurro dela da cama
e não consigo deixar de rir.
- Eu disse que era um pau e tanto. – Provoco e ela
revira os olhos para mim.
- Você pode ter o pau enorme, mas se sabe fazer
alguma coisa com ele é outra história. – Rebate e
meus olhos se estreitam.
- Está duvidando da minha capacidade de fazer
você gozar com ele? – Pergunto tendo a conversa
mais estranha da minha vida, quando deveria estar
metendo nela até o fundo.
- Talvez. – Responde dando de ombros.
- Quer apostar comigo como faço você gozar não
uma, mas duas vezes antes de terminar? – desafio
porque sei o quanto essa mulher é competitiva.
- O que ganho se você perder? – pergunta
percorrendo meu corpo com os olhos.
- Uma semana inteira para fazer o que quiser
comigo, mas se eu ganhar Analuh. Você vai passar
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uma semana comigo fazendo exatamente o que eu


quiser. – Respondo e ela pensa nisso por um
minuto.
- Tudo bem, aceito a aposta. – Responde e um
sorriso matreiro se abre no meu rosto.
- Abra. – Peço jogando o preservativo de dentro do
bolso da calça para ela.
Ela rasga o pacote com os dentes enquanto subo na
cama e me posiciono entre as suas pernas. Abro
suas coxas amplamente e sondo a sua boceta mais
uma vez com os dedos.
Sua umidade reveste os meus dedos e toda a
conversa de antes parece tê-la deixando mais
molhada. Meu dedo mergulha na sua abertura e ela
geme enquanto provoco sua carne superaquecida.
- Só não faço você gozar de novo com os meus
dedos porque tenho um desafio para cumprir. –
Provoco tirando meus dedos de dentro dela e
levando a boca.
Seu gosto reveste a minha língua e um grunhido
escapa da minha boca. Vou precisar de muito auto
controle para não gozar quando entrar nela.

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- Você está esperando alguma instrução antes de


começar? – pergunta bancando a espertalhona.
- Muito engraçado espertinha, coloque essa
camisinha em mim de uma vez mulher e então vou
lhe mostrar como é ser fodida de verdade. –
Resmungo puxando seu quadril para mais perto.
Sua sobrancelha levanta duvidosa e ela veste a
camisinha no meu pau com destreza, mas suas
mãos estão tremendo e percebo que ela está
nervosa.
- Relaxa Delícia, vai ser gostoso prometo. –
Sussurro e seus olhos encontram os meus.
- É que tem um tempo que isso não acontece. –
Fala um pouco receosa.
- Quanto tempo? – Pergunto apoiando as mãos ao
lado da sua cabeça e pairando meu corpo acima do
seu com cuidado.
- Muito tempo. – Responde baixinho – a última vez
também foi a minha primeira. – Fala e agora quem
fica nervoso sou eu.
- Caramba! – murmuro e ela acena.
- Eu sinto muito... eu não deveria... desculpe. –
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Divaga cobrindo o rosto.


Sento sobre minhas pernas e puxo seu corpo para
cima do meu, sua bunda fica em cima do meu pau
que contrai embaixo dela. Ignoro a reação por um
minuto e concentro toda a minha atenção na
Analuh.
- Porque? – pergunto enrolando meus braços ao
redor da sua cintura. – Eu preciso saber. – Digo
tentando associar a mulher controladora que
conheço com essa enrolada em mim.
- Porque não parecia certo. Digamos que foi um
meio de punir a mim mesma pelas coisas que fiz. –
Fala e tenho a leve impressão de que ela está
escondendo alguma coisa.
- Você é uma péssima mentirosa, mas tudo bem se
não estiver afim de compartilhar comigo. Só que
uma hora ou outra eu vou precisar saber. – Aviso e
ela acena rapidamente.
- A gente ainda vai fazer isso ou você desistiu? –
pergunta e eu tenho que rir.
- Eu pareço um homem que desiste quando quer
alguma coisa? – pergunto e ela nega. – Exatamente,

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nós vamos terminar isso aqui e eu vou ganhar


aquela aposta. – Afirmo espalmando as mãos na
sua bunda para erguê-la.
Sem que eu precise pedir ou dar algum sinal,
Analuh segura o meu pau com uma mão e o guia
até encontrar a sua abertura. Devagar e saboreando
a sensação a desço, sua boceta engole o meu eixo
com perfeição.
- Hum. – Murmura mordendo o canto da boca
chamando a minha atenção para aqueles lábios
suculentos outra vez.
Seguro seus cabelos entre meus dedos e tomo sua
boca com a minha enquanto meu pau abre caminho
pelas suas paredes. Ela contrai ao meu redor e tudo
lá embaixo aperta, um gemido ecoa da minha boca
direto para sua.
Ela é tão apertada que chega a doer, mas uma dor
boa que a vontade que tenho é de viver aqui,
enterrado nela.
Analuh
Mason levanta a minha bunda com as mãos e
movimenta o quadril de forma circular, meu corpo
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responde apertando o seu membro dentro de mim.


Vou acabar perdendo essa aposta, mas pela
primeira vez na minha vida não consigo dar
importância.
A única coisa que importa é os seus movimentos e
o quanto meu corpo gosta de cada um deles. Aos
poucos todo o nervosismo de antes evapora e tudo
que faço é quicar em cima dele, procurando por
aquela mesma sensação de antes.
O Mason foi o primeiro cara que fez o meu corpo
delirar de prazer, a minha primeira vez não foi
como esperava e depois as coisas só pioraram.
Minha vida sexual ficou em segundo plano e
quando percebi anos já haviam passado.
Mas agora parece que todo o desejo que venho
reprimindo desde que o Mason começou a fazer
parte da minha vida está aqui, vivo e fazendo de
mim uma pessoa completamente diferente.
- Assim mesmo gostosa, rebola porra! – manda e eu
faço, porque meu corpo está implorando para gozar
mais uma vez.
Mason sorri ao perceber as reações que provoca em
mim, até parece que sou outra pessoa com ele.
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Meus desejos vêm à tona e sou uma mulher


diferente, o pior de tudo é que ele sabe disso e não
se importa nem um pouco.
- Mason. – Gemo esfregando meu corpo no seu e
cada vez que desço meu clitóris é estimulado ao
tocar na sua pélvis.
- Goza. – Comanda pela segunda vez durante a
noite e meu corpo obedece sem o menor pudor.
Um grito salta da minha boca e meu corpo todo
treme nos seus braços, mas ele não para de
movimentar o quadril. Meu orgasmo se estende por
longos minutos e quando acho que acabou, ele sorri
malicioso e joga meu corpo no colchão.
Num movimento rápido ele me coloca de quatro e
entra em mim com força. Mason monta em mim
como se sua vida dependesse disso, suas mãos
seguram a minha cintura com força para me manter
parada no lugar enquanto seu pau bate dentro de
mim.
- Que bunda senhor, obrigada. – Agradece e eu viro
o rosto para vê-lo com os olhos fixos no meu
traseiro redondo.

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- Mason. – Protesto ficando tensa.


- Shiu. – Ele fala atirando punhais na minha direção
– é a bunda mais gostosa que já vi e ninguém vai
falar mal dela. – diz apertando uma bochecha macia
com a mão.
Meu corpo incendeia ao ouvir as suas palavras,
nunca tinha me sentindo tão desejada quanto agora.
Não sou a maior fã do meu corpo, mas o Mason
parece gostar dele um monte.
- Oh deuses. – Grito quando ele muda um pouco o
ritmo e toca em algum ponto que faz a minha pele
arrepiar. – Faz isso de novo. – Imploro louca para
sentir a mesma sensação outra vez.
- Isso? – pergunta batendo dentro de mim naquele
mesmo lugar. Um gemido alto salta da minha boca
e o Mason apoia o peito nas minhas costas metendo
com mais vontade.
Ele puxa o meu cabelo entre seu punho e minha
boca encontra a sua enquanto meu corpo se perder
mais uma vez em prazer.
- Ganhei. – Provoca com um sorriso diabólico e
depois geme gozando junto comigo.

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Caio de cara no meu colchão e o Mason segue


comigo, sua testa fica apoiada em cima do meu
ombro enquanto tentamos recuperar o fôlego. Com
o máximo de cuidado ele sai de dentro de mim e
rola para o lado.
Não perco tempo em mandá-lo embora porque sei
que ele não iria de qualquer maneira. Toda vez que
peço algo para ele, sua teimosia o manda fazer o
contrário, então adormeço e o meu corpo exausto
de tanto prazer finalmente relaxa.
Alguém em algum lugar alguns meses depois...
Fecho os olhos e aperto a mão do meu melhor
amigo desde que me conheço por gente, a dor está
irradiando por todo o meu corpo e não consigo
conter o grito apavorado que salta da minha boca.
Porque raios fui fazer isso comigo mesma? A
pergunta paira na minha cabeça, mas então lembro
daqueles olhos azuis e sorriso sedutor. Eu tinha que
provar um pouco daquela malícia, mesmo que no
fim soubesse que isso não levaria a nada, a não ser
um coração partido.
- Você consegue florzinha. – Rico meu melhor
amigo incentiva – Falta pouco agora – diz com um
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sorriso encorajador.
- Estou tão cansada. – Murmuro sentindo outra
contração chegando e anunciando o nascimento da
minha filha. – Rico promete uma coisa para mim? –
pergunto e ele acena concordando.
- Qualquer coisa. – Fala beijando a minha mão.
- Se alguma coisa acontecer comigo promete que
leva a Kennedy até o pai dela, ele vai poder cuidar
dela e se ele não fizer seus pais irão fazer. – Peço a
ele.
Definitivamente não poderia pedir a ele que
contasse sobre a Kennedy para os meus tios, eles
nunca aceitariam. É por isso que tenho adiado
voltar para casa e não posso mais fazer isso depois
que a Kennedy nascer, ainda mais para viver
naquele inferno.
- Eu prometo, mas não vai acontecer nada com
você ok. – diz ele e eu aceno, mas minha mente
está tão cansada que não consigo manter os olhos
abertos por muito mais tempo.
- Mason Maddox, é nome dele. – digo num
sussurro. Antes da minha mente apagar ouço o

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apito das maquinas ligadas a mim soarem fortes por


todo o quarto de hospital.
Continua em Mason – entre a razão e o coração.

Agradecimentos

Agradeço a todas as minhas leitoras que torceram


por mim e pediram desesperadamente por esse
romance. A minha família que esteve do meu lado
em cada passo do caminho e não hesitou em
segurar a minha mão nos momentos difíceis.
A você também que dedicou tempo e atenção em
ler está obra, obrigado!
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Volume anterior
dos Spin-off da Série laços do amor...
Ethan James Maddox é o filho mais velho da
família, como esperado ele alcançou todos os seus
objetivos e tratou de dar orgulho a seus pais.
Os anos passaram e E.J se tornou um homem
atraente assim como seu pai, seu charme e sorriso
com covinhas atraíram muitas garotas, duas delas
em especial, duas irmãs.
Com o coração divido e recém-saído da faculdade
ele faz uma escolha, mas acaba descobrindo o que é
sofrer por amor. Depois de dois anos longe de sua

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casa, da família, dos amigos e dela, ele resolve


voltar só que dessa vez com um único objetivo em
mente.
Reconquistar a mulher que ama e provar para ela
que nenhuma outra teve seu coração da maneira
que ela teve, mas muitos obstáculos entraram no
seu caminho e tornaram aquilo que pensou ser fácil
a tarefa mais difícil da sua vida.

Próximo volume dos Spin-off da Série


laços do amor...

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Mason Alexandre Maddox é novo sucessor do seu


pai. Um homem impulsivo, rebelde e cheio de vida.
Com um futuro promissor pela frente e uma vida
boa garantida. Tudo muda quando em uma noite de
farra um bebê é deixado na sua porta, uma
garotinha de olhos azuis parecendo uma cópia sua.
Com uma nova realidade pela frente, ele começa a
perceber a real importância da sua existência.
Para completar a dose o destino pôs no seu
caminho uma mulher totalmente diferente de todas
as outras, uma que já partiu o seu coração uma vez.
Com um passado conturbado Analuh Nash não se
acha digna de um feliz para sempre, por isso
boicotou o único relacionamento sério que já teve
na vida. A mulher determinada e cheia de medos,
não previa que sua vida se transformaria da noite
para o dia mais uma vez.
Ela precisa superar o seu passado, ele precisa
enfrentar os seus piores medos e juntos irão viver
uma história de amor inesquecível, mas dessa vez
será para sempre. Venha conhecer o romance
envolvente entre a família Maddox e a família
Nash.
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